página sindical do diário de sp - 08 de agosto de 2014 - força sindical

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Eunice: “Costureiras querem aumento real, PLR e jornada menor, entre outras” Auxiliadora: “Mulheres na política e no movimento sindical” Foto: Jaélcio Santana Fotos: sindicato das Costureiras SP Ampliar a participação das mulheres dirigentes sindicais na política e no mo- vimento sindical foi um dos principais pontos debatidos durante reunião rea- lizada na manhã de 3ª feira (5) na sede da Força Sindical. Participaram do encontro as dirigentes sindicais que fazem parte do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais. Maria Auxiliadora, secre- tária nacional de Políticas da Mulher da Força, ressaltou que, neste momento, 10 anos no País. “Perdemos, no Estado, mais de 40 mil postos de trabalho em 2013. Nosso setor é o que mais está perdendo”, afirma. Em 23/10/2013 trabalhadores e em- presários do setor têxtil realizaram uma manifestação no Anhembi, em São Paulo. A concentração foi na entrada do Centro de Convenções, onde foi realiza- da a feira Go Tex Show, promovida para incentivar a importação de produtos chineses nos segmentos de fibras, fios, tecidos, confecções e aviamentos. “O setor continua enfrentando a concor- rência desleal de produtos importados, O Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco decidiu intensificar a mobilização dos trabalhadores para as negociações da Convenção Coletiva. A data-base da categoria é 1º de agos- to. “Reivindicamos 15% de reajuste (reposição da inflação e aumento real). Neste ano está bem complicado. Os empresários ainda não apresentaram contraproposta e estão reclamando muito da situação econômica, mas nas assembleias as(os) companheiras(os) deixam claro que não abrirão mão de aumento real e da renovação da Con- venção”, declara Eunice Cabral, presi- denta do Sindicato da categoria. Segundo Eunice, as costureiras obti- veram aumentos reais nos últimos 12 anos e, neste ano, elas estão lutan- do para também conquistá-lo porque estão sentindo na pele o índice alto da inflação. “Em nossa base a maioria é mulher, e é ela que vai ao mercado, à feira”, diz. “Estamos tentando negociar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial e temos outra negociação paralela em andamento com o governo do Estado, para reduzir os impostos que incidem sobre a confecção e manter os empre- gos na Capital e em Osasco, porque em um ano 60 empresas se transferiram de São Paulo para a fronteira com o Pa- raguai”, informa Eunice. Hoje, a categoria tem 82 mil trabalha- dores. O número de empregados na indústria têxtil e de vestuário caiu de 2,5 milhões para 1,8 milhão nos últimos Luta por aumento real na campanha salarial do setor Apesar da choradeira patronal, trabalhadores garantem que não abrem mão de aumento real sobre os salários COSTUREIRAS MULHERES Por mais direitos e fortalecimento Trabalho Publieditorial A insistência da equipe econômica do go- verno em manter os juros altos vem, a cada anúncio da taxa Selic, desestimulando o de- sempenho industrial, inibindo o crescimento do PIB, acelerando a inflação, desaquecendo a economia, tolhendo postos de trabalho, re- duzindo produção e consumo e aumentando as desigualdades. E isto tudo ao seu bel-pra- zer, contrariando os anseios do movimento sindical e dos trabalhadores. É importante a redução dos juros. Primeiro por- que temos as condições para promover esse Miguel Torres Presidente da Força Sindical Menos juros, mais empregos Opinião avanço. Segundo porque países com crises muito mais agudas do que a gente possa imaginar, têm hoje taxas de juros pequenas. E juros mais baixos sempre vão facilitar tanto a ampliação do investimento quanto do consumo. Aliás, não existe oposição entre isto e aquilo. É preciso in- vestir, mas também é necessário que se consuma. Excesso de conservadorismo nunca fez bem a ninguém. Uma mudança de postura do governo, abrindo diálogo com os trabalhadores, e a elaboração de um amplo proje- to para impulsionar o desenvolvimento do País, distribuir renda, reduzir os juros e incrementar a produção e o con- sumo, isto sim não faria mal a ninguém. que tira empregos do Brasil e gera pos- tos de trabalho em países como a China. As medidas adotadas pelo governo não são suficientes para resolver a situação”, ressalta a presidenta do Sindicato. Pauta de reivindicação As costureiras reivindicam reposição da inflação, mais aumento real; cesta bási- ca; ampliação da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) em toda a base; redução da jornada sem redução salarial; combate ao trabalho análogo ao escravo e medidas ergonômicas para preservar a saúde das trabalhadoras. é fundamental um maior engajamento das mulheres no cenário político e sin- dical do País. “Devemos ocupar nosso espaço, pois só assim nós, mulheres, vamos conquistar mais direitos e for- talecer nossa luta”. Além de uma ampla avaliação da con- juntura política e sindical no Brasil, fo- ram debatidas a retomada do Plane- jamento Estratégico das Mulheres e a atual situação do trabalho doméstico no Brasil. Durante o encontro das representantes do Fórum Nacional de Mulheres Traba- lhadoras das Centrais, realizado no dia 5 na sede da Força Sindical, o trabalho doméstico foi um dos temas abordados. Maria Auxiliadora, secretária da Mulher da Central, ressaltou que, para fazer com que a lei valha, “os Sindicatos devem orientar as trabalhadoras sobre seus di- reitos e denunciar qualquer tipo de irre- gularidade”. Irregularidades devem ser denunciadas DOMÉSTICAS

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Destaques: Costureiras: 'Luta por aumento real na campanha salarial do setor'; Miguel Torres: 'Menos juros, mais empregos'; Domesticas: 'Irregularidades devem ser denunciadas'; Mulheres da Força Sindical: 'Por mais direitos e fortalecimento'.

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Eunice: “Costureiras querem aumento real, PLR e jornada menor, entre outras”

Auxiliadora: “Mulheres na política e no movimento sindical”

Foto: Jaélcio Santana

Fotos: sindicato das Costureiras SP

Ampliar a participação das mulheres dirigentes sindicais na política e no mo-vimento sindical foi um dos principais pontos debatidos durante reunião rea-lizada na manhã de 3ª feira (5) na sede da Força Sindical. Participaram do encontro as dirigentes sindicais que fazem parte do Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais. Maria Auxiliadora, secre-tária nacional de Políticas da Mulher da Força, ressaltou que, neste momento,

10 anos no País. “Perdemos, no Estado, mais de 40 mil postos de trabalho em 2013. Nosso setor é o que mais está perdendo”, afirma.Em 23/10/2013 trabalhadores e em-presários do setor têxtil realizaram uma manifestação no Anhembi, em São Paulo. A concentração foi na entrada do Centro de Convenções, onde foi realiza-da a feira Go Tex Show, promovida para incentivar a importação de produtos chineses nos segmentos de fibras, fios, tecidos, confecções e aviamentos. “O setor continua enfrentando a concor-rência desleal de produtos importados,

O Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco decidiu intensificar

a mobilização dos trabalhadores para as negociações da Convenção Coletiva. A data-base da categoria é 1º de agos-to. “Reivindicamos 15% de reajuste (reposição da inflação e aumento real). Neste ano está bem complicado. Os empresários ainda não apresentaram contraproposta e estão reclamando muito da situação econômica, mas nas assembleias as(os) companheiras(os) deixam claro que não abrirão mão de aumento real e da renovação da Con-venção”, declara Eunice Cabral, presi-denta do Sindicato da categoria. Segundo Eunice, as costureiras obti-veram aumentos reais nos últimos 12 anos e, neste ano, elas estão lutan-

do para também conquistá-lo porque estão sentindo na pele o índice alto da inflação. “Em nossa base a maioria é mulher, e é ela que vai ao mercado, à feira”, diz.“Estamos tentando negociar a pauta de reivindicações da Campanha Salarial e temos outra negociação paralela em andamento com o governo do Estado, para reduzir os impostos que incidem sobre a confecção e manter os empre-gos na Capital e em Osasco, porque em um ano 60 empresas se transferiram de São Paulo para a fronteira com o Pa-raguai”, informa Eunice. Hoje, a categoria tem 82 mil trabalha-dores. O número de empregados na indústria têxtil e de vestuário caiu de 2,5 milhões para 1,8 milhão nos últimos

Luta por aumento real na campanha salarial do setorApesar da choradeira patronal, trabalhadores garantem que não abrem mão de aumento real sobre os salários

COSTUREIRAS

MULHERES

Por mais direitos e fortalecimento

TrabalhoPublieditorial

A insistência da equipe econômica do go-verno em manter os juros altos vem, a cada anúncio da taxa Selic, desestimulando o de-sempenho industrial, inibindo o crescimento do PIB, acelerando a inflação, desaquecendo a economia, tolhendo postos de trabalho, re-duzindo produção e consumo e aumentando as desigualdades. E isto tudo ao seu bel-pra-zer, contrariando os anseios do movimento sindical e dos trabalhadores.É importante a redução dos juros. Primeiro por-que temos as condições para promover esse

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Menos juros, mais empregosOpinião

avanço. Segundo porque países com crises muito mais agudas do que a gente possa imaginar, têm hoje taxas de juros pequenas. E juros mais baixos sempre vão facilitar tanto a ampliação do investimento quanto do consumo. Aliás, não existe oposição entre isto e aquilo. É preciso in-vestir, mas também é necessário que se consuma.Excesso de conservadorismo nunca fez bem a ninguém. Uma mudança de postura do governo, abrindo diálogo com os trabalhadores, e a elaboração de um amplo proje-to para impulsionar o desenvolvimento do País, distribuir renda, reduzir os juros e incrementar a produção e o con-sumo, isto sim não faria mal a ninguém.

que tira empregos do Brasil e gera pos-tos de trabalho em países como a China. As medidas adotadas pelo governo não são suficientes para resolver a situação”, ressalta a presidenta do Sindicato.

Pauta de reivindicaçãoAs costureiras reivindicam reposição da inflação, mais aumento real; cesta bási-ca; ampliação da PLR (Participação nos Lucros ou Resultados) em toda a base; redução da jornada sem redução salarial; combate ao trabalho análogo ao escravo e medidas ergonômicas para preservar a saúde das trabalhadoras.

é fundamental um maior engajamento das mulheres no cenário político e sin-dical do País. “Devemos ocupar nosso espaço, pois só assim nós, mulheres, vamos conquistar mais direitos e for-talecer nossa luta”.Além de uma ampla avaliação da con-juntura política e sindical no Brasil, fo-ram debatidas a retomada do Plane-jamento Estratégico das Mulheres e a atual situação do trabalho doméstico no Brasil.

Durante o encontro das representantes do Fórum Nacional de Mulheres Traba-lhadoras das Centrais, realizado no dia 5 na sede da Força Sindical, o trabalho doméstico foi um dos temas abordados. Maria Auxiliadora, secretária da Mulher da Central, ressaltou que, para fazer com que a lei valha, “os Sindicatos devem orientar as trabalhadoras sobre seus di-reitos e denunciar qualquer tipo de irre-gularidade”.

Irregularidades devem ser denunciadas

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