página sindical do diário de sp - 21 de outubro de 2014 - força sindical

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Trabalho Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Centrais preparam 1ª Marcha das Mulheres Negras O movimento sindical, ao lado de milhares de trabalhadores das mais diversas categorias, apro- vou, em 2010, durante a realização da Conferência da Classe Traba- lhadora – Conclat, no Pacaembu, em São Paulo, a Agenda da Classe Trabalhadora. Dessa Agenda foram extraídas as principais reivindicações da classe trabalhadora, em um do- cumento denominado Pauta Tra- balhista, que cobra, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a valorização da política do salário mínimo, a revogação do Fator Pre- videnciário, reajustes dignos para os aposentados, juros menores, a correção da tabela do IR, a desti- nação de 10% do PIB para a saúde, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e investimen- tos em saúde, educação, segu- rança, transporte e moradias, en- tre outras. São demandas dos trabalhadores que, quando implementadas, só trarão benefícios para o Brasil. A Pauta Trabalhista, no entanto, apesar da pressão da Força Sin- dical e das demais Centrais, conti- nua aguardando análise da Câma- ra Federal, em Brasília, para depois ser encaminhada à votação. Nossa maior esperança é que, vença quem vencer as eleições presidenciais, a(o) nova(o) ocu- pante do Palácio do Planalto pas- se a olhar com mais carinho para as demandas do conjunto dos tra- balhadores. Para o bem do Brasil e dos brasileiros! Miguel Torres Presidente da Força Sindical OPINIÃO MULHERES Rosângela: representante da Força nas reuniões de organização da Marcha em ocupações precárias e com menor exigência de qualificação profissional, e, consequentemente, menores rendi- mentos. Durante 2009 e 2011, 61% de todos os óbitos femininos foram de negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. A proporção de óbitos mais elevada de mulheres ne- gras se concentra nas regiões Nordes- te (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). Dados de 2012 apontam que as mulheres negras constituem 63% da população carcerária brasileira. As Centrais Sindicais e entidades que defendem os negros estão preparando a 1ª Marcha das Mulheres Negras, que será realizada no dia 13 de maio de 2015, em Brasília. “O objetivo é despertar a consciência da sociedade brasileira contra o racismo, a violência e as desigualdades sociais no País”, diz Maria Rosângela Lopes, presidenta do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí e da Federação dos Metalúrgi- cos de Minas Gerais, que representa a Força Sindical, ao lado de Yara Pereira da Silva, diretora do Sindicato dos Me- talúrgicos de S.Paulo, nas reuniões das Centrais que organizam a Marcha. É a primeira vez que as mulheres ne- gras vão às ruas para lutar especifica- mente pelos seus direitos, porque re- cebem baixos salários, são vítimas de violência e têm menos oportunidades de estudar do que as mulheres bran- cas, entre outros. Por exemplo, a dife- rença salarial entre a mulher negra e os homens não negros (que ganham os melhores salários) é de 46%. Isto sig- nifica dupla discriminação, de cor e de gênero, afirma Camila Ikuta, técnica da subseção do Dieese na Força Sindical. Segundo a técnica do Dieese, em re- lação às mulheres não negras, este percentual é menor: recebem em mé- dia 19% a menos que os homens não negros. “Estas informações deixam claro que as mulheres negras são dis- criminadas no mercado de trabalho não apenas por serem mulheres (que já recebem rendimentos inferiores aos dos homens), mas também por serem negras, já que seus rendimentos são ainda inferiores aos das mulheres não negras”, destaca. A média da participação das mulheres negras no mercado de trabalho é 52% maior do que as não negras. Já o de- semprego é sempre mais elevado entre a população negra, mas costuma atingir ainda mais as mulheres negras do que os homens negros e as mulheres não negras em todas as regiões. A média da taxa de desemprego no total das regi- ões é de 13,8% para mulheres negras, enquanto que esta média fica em 10,9% para mulheres não negras e 9,6% para homens negros. Os empregos das mulheres negras con- centram-se nos setores de Serviços (70,6%) e Serviços Domésticos (19,2%). Geralmente as mulheres negras estão Foto: Jaélcio Santana Foto: Tiago Santana Mandu (centro): “Os patrões vão resistir, mas o ano foi positivo para as empresas aéreas” Centenas de trabalhadores, liderados pelo presidente do Sindicato dos Aero- viários do Estado de SP, Reginaldo Al- ves de Souza (Mandu), realizam hoje, a partir das 9 horas, no saguão do Aero- porto de Congonhas, o lançamento da Campanha Salarial 2014/2015. Mandu ressaltou que as principais rei- vindicações para este ano são o rea- juste de 11% sobre os salários e 20% nos benefícios, entre os quais piso sa- larial, diárias de viagem, cesta básica e O objetivo é despertar a sociedade contra o racismo, a violência e as desigualdades AEROVIÁRIOS Lançamento da Campanha Salarial da categoria hoje em Congonhas Uma Pauta Trabalhista para o Brasil e para os brasileiros vale-refeição para os trabalhadores. O sindicalista alerta que a negociação será difícil. “Os patrões vão apresen- tar resistência para conceder aumento real alegando crise no setor, mas o ano foi positivo para as empresas aéreas”, afirmou. “Somente com mobilização dos traba- lhadores e assembleias permanentes vamos atingir nossos objetivos e con- quistar uma importante vitória este ano”, completou o dirigente.

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Destaques: 'Centrais preparam 1ª Marcha das Mulheres Negras'; Opinião Miguel Torres: 'Uma Pauta Trabalhista para o Brasil e para os brasileiros'; Aeroviários lançam campanha

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Centrais preparam 1ª Marcha das Mulheres Negras

O movimento sindical, ao lado de milhares de trabalhadores das mais diversas categorias, apro-vou, em 2010, durante a realização da Conferência da Classe Traba-lhadora – Conclat, no Pacaembu, em São Paulo, a Agenda da Classe Trabalhadora.Dessa Agenda foram extraídas as principais reivindicações da classe trabalhadora, em um do-cumento denominado Pauta Tra-balhista, que cobra, entre outros pontos, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, a valorização da política do salário mínimo, a revogação do Fator Pre-videnciário, reajustes dignos para os aposentados, juros menores, a correção da tabela do IR, a desti-nação de 10% do PIB para a saúde, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e investimen-tos em saúde, educação, segu-rança, transporte e moradias, en-tre outras.São demandas dos trabalhadores que, quando implementadas, só trarão benefícios para o Brasil.A Pauta Trabalhista, no entanto, apesar da pressão da Força Sin-dical e das demais Centrais, conti-nua aguardando análise da Câma-ra Federal, em Brasília, para depois ser encaminhada à votação.Nossa maior esperança é que, vença quem vencer as eleições presidenciais, a(o) nova(o) ocu-pante do Palácio do Planalto pas-se a olhar com mais carinho para as demandas do conjunto dos tra-balhadores. Para o bem do Brasil e dos brasileiros!

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

OPINIÃO

MULHERES

Rosângela: representante da Força nas reuniões de organização da Marcha

em ocupações precárias e com menor exigência de qualifi cação profi ssional, e, consequentemente, menores rendi-mentos.Durante 2009 e 2011, 61% de todos os óbitos femininos foram de negras, que foram as principais vítimas em todas as regiões, à exceção da Sul. A proporção de óbitos mais elevada de mulheres ne-gras se concentra nas regiões Nordes-te (87%), Norte (83%) e Centro-Oeste (68%). Dados de 2012 apontam que as mulheres negras constituem 63% da população carcerária brasileira.

As Centrais Sindicais e entidades que defendem os negros estão

preparando a 1ª Marcha das Mulheres Negras, que será realizada no dia 13 de maio de 2015, em Brasília. “O objetivo é despertar a consciência da sociedade brasileira contra o racismo, a violência e as desigualdades sociais no País”, diz Maria Rosângela Lopes, presidenta do Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí e da Federação dos Metalúrgi-cos de Minas Gerais, que representa a Força Sindical, ao lado de Yara Pereira da Silva, diretora do Sindicato dos Me-talúrgicos de S.Paulo, nas reuniões das Centrais que organizam a Marcha. É a primeira vez que as mulheres ne-gras vão às ruas para lutar especifi ca-mente pelos seus direitos, porque re-cebem baixos salários, são vítimas de violência e têm menos oportunidades de estudar do que as mulheres bran-cas, entre outros. Por exemplo, a dife-rença salarial entre a mulher negra e os homens não negros (que ganham os melhores salários) é de 46%. Isto sig-nifi ca dupla discriminação, de cor e de gênero, afi rma Camila Ikuta, técnica da subseção do Dieese na Força Sindical.Segundo a técnica do Dieese, em re-lação às mulheres não negras, este percentual é menor: recebem em mé-dia 19% a menos que os homens não negros. “Estas informações deixam claro que as mulheres negras são dis-criminadas no mercado de trabalho não apenas por serem mulheres (que já recebem rendimentos inferiores aos dos homens), mas também por serem negras, já que seus rendimentos são ainda inferiores aos das mulheres não negras”, destaca.A média da participação das mulheres negras no mercado de trabalho é 52% maior do que as não negras. Já o de-

semprego é sempre mais elevado entre a população negra, mas costuma atingir ainda mais as mulheres negras do que os homens negros e as mulheres não negras em todas as regiões. A média da taxa de desemprego no total das regi-ões é de 13,8% para mulheres negras, enquanto que esta média fi ca em 10,9% para mulheres não negras e 9,6% para homens negros.Os empregos das mulheres negras con-centram-se nos setores de Serviços (70,6%) e Serviços Domésticos (19,2%). Geralmente as mulheres negras estão

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Mandu (centro): “Os patrões vão resistir, mas o ano foi positivo para as empresas aéreas”

Centenas de trabalhadores, liderados pelo presidente do Sindicato dos Aero-viários do Estado de SP, Reginaldo Al-ves de Souza (Mandu), realizam hoje, a partir das 9 horas, no saguão do Aero-porto de Congonhas, o lançamento da Campanha Salarial 2014/2015.Mandu ressaltou que as principais rei-vindicações para este ano são o rea-juste de 11% sobre os salários e 20% nos benefícios, entre os quais piso sa-larial, diárias de viagem, cesta básica e

O objetivo é despertar a sociedade contra o racismo, a violência e as desigualdades

AEROVIÁRIOS

Lançamento da Campanha Salarial da categoria hoje em Congonhas

Uma Pauta Trabalhista para o Brasil e para os brasileiros

vale-refeição para os trabalhadores.O sindicalista alerta que a negociação será difícil. “Os patrões vão apresen-tar resistência para conceder aumento real alegando crise no setor, mas o ano foi positivo para as empresas aéreas”, afi rmou.“Somente com mobilização dos traba-lhadores e assembleias permanentes vamos atingir nossos objetivos e con-quistar uma importante vitória este ano”, completou o dirigente.