página sindical do diário de são paulo - 31 de outubro de 2014 - força sindical

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Trabalho dos Trabalhadores em Transportes Aéreos, Uébio José da Silva, disse que a Campanha Salarial aeroviária tem abrangência nacional, e que to- dos estão unidos para a obtenção de melhores salários e condições dig- nas de trabalho. Para a diretoria do Sindicato, as em- presas aéreas, nos últimos anos, bateu recordes históricos. Cerca de 84,2 milhões de passageiros já embarcaram pelas principais com- panhias aéreas brasileiras este ano, em voos nacionais e internacionais, diz a Associação Brasileira das Em- presas Aéreas (Abear). Mandu destaca que os trabalhado- res enfrentam enormes dificulda- des para atingir o final do mês com os minguados salários, insuficientes para o pagamento de suas necessi- dades básicas. O Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo (Saesp), fi- liado à Força Sindical, acertou com a bancada patronal um calendário de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho. De acordo com o pre- sidente do Saesp, Mandu, a expec- tativa é que até dezembro as partes tenham chegado a um acordo, com a conquista do aumento real de sa- lários para todos os aeroviários (a data-base da categoria é 1º de de- zembro). Segundo Mandu, a ideia de colocar sambistas e passistas nos corredo- res do aeroporto de Congonhas no lançamento da Campanha foi para demonstrar que os aeroviários vêm “sambando” nas mãos fechadas das empresas aéreas que, mesmo com o faturamento “nas alturas”, deixam tudo a desejar quando o assunto diz respeito a conceder reajuste salarial com aumento real. “Estamos agregando a nossa pau- ta o pagamento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, que tem sido sistematicamente ne- gado pelas empresas”, afirma Man- du. O Saesp reivindica, ainda, rea- juste de 11% nos salários e de 20% para os pisos e cláusulas sociais com impacto econômico, como cesta básica, vale-refeição, horas extras e demais itens. O presidente da Federação Nacional Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br A expectativa é que até dezembro seja fechado acordo que traga aumento real Desta vez a equipe econômica do governo se superou! Ela con- seguiu enganar até a maioria dos analistas econômicos, que acredi- tava na manutenção da taxa bási- ca de juros (Selic) em 11% ao ano. Para esses economistas os juros subiriam, sim, mas a partir de ja- neiro de 2015. Uma pena que os tecnocratas do Copom continuem mantendo o conservadorismo que os carac- teriza, apostando nos juros altos para conter a inflação enquanto sacrificam o crescimento da eco- nomia e o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A Força Sindical defende forte- mente a redução da taxa Selic como forma de estimular a pro- dução, o consumo e a geração de empregos. Se os juros tivessem sido mantidos em 11% já repre- sentaria um retrocesso para os trabalhadores, que continuariam a adiar seus projetos para uma vida um pouco mais digna, que dirá fa- zendo com que eles fiquem ainda mais caros. A produção e o con- sumo vão aumentar? Não! A ro- tatividade nas empresas vai dimi- nuir, mantendo-se os empregos? Também não! As desigualdades econômicas e sociais serão corri- gidas? De forma alguma! Quando será que o governo vai voltar seus olhos para a classe trabalhadora e seus anseios? Va- mos continuar pressionando para que seja logo, pois do jeito que está não dá para ficar. Os traba- lhadores não podem ser punidos sempre. Nós merecemos um País mais justo! Miguel Torres Presidente da Força Sindical Nova alta dos juros pune trabalhadores OPINIÃO Manifestação com samba: lucro “nas alturas” das empresas aéreas, que relutam em conceder ganho real Foto: Guto Cardoso AEROVIÁRIOS Sindicalistas e patrões têm reunião crucial em 11 de novembro Foto: Arquivo Fetigesp Sem acordo com o sindicato patronal, que insiste em conceder apenas o INPC do período, os gráficos resolveram in- tensificar a Campanha Salarial Unificada da categoria. A terceira e última rodada de negociação será em 11 de novembro. “Estamos em um momento decisivo da GRÁFICOS Negociações com o patronal em momento decisivo Campanha. Precisamos unir forças e in- tensificar as mobilizações para chegar fortes na última rodada de negociação e conquistar melhorias para a categoria”, destaca Leonardo Del Roy, presidente da Fetigesp (Federação dos Trabalhadores Gráficos do Estado de SP). A categoria quer 6% de aumento real e 100% da inflação. Os gráficos querem, ainda, solução para a rotatividade nas empresas, que cresceu 82% em 2013. Segundo o assessor econômico da Fetigesp, Miguel Huertas, as empresas utilizam a rotatividade para diminuir as despesas da folha salarial, porém preju- dicam os trabalhadores e nossa repre- sentatividade. Sindicato intensifica mobilização da Campanha Salarial

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Destaques - Aeroviários: ´Sindicato intensifica mobilização da Campanha Salarial'; Gráficos: 'Negociações com o patronal em momento decisivo'; Miguel Torres: 'Nova alta dos juros pune trabalhadores'

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - 31 de outubro de 2014 - Força Sindical

Trabalho

dos Trabalhadores em Transportes Aéreos, Uébio José da Silva, disse que a Campanha Salarial aeroviária tem abrangência nacional, e que to-dos estão unidos para a obtenção de melhores salários e condições dig-nas de trabalho.Para a diretoria do Sindicato, as em-presas aéreas, nos últimos anos, bateu recordes históricos. Cerca de 84,2 milhões de passageiros já embarcaram pelas principais com-panhias aéreas brasileiras este ano, em voos nacionais e internacionais, diz a Associação Brasileira das Em-presas Aéreas (Abear). Mandu destaca que os trabalhado-res enfrentam enormes dificulda-des para atingir o final do mês com os minguados salários, insuficientes para o pagamento de suas necessi-dades básicas.

O Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo (Saesp), fi-

liado à Força Sindical, acertou com a bancada patronal um calendário de negociações da Convenção Coletiva de Trabalho. De acordo com o pre-sidente do Saesp, Mandu, a expec-tativa é que até dezembro as partes tenham chegado a um acordo, com a conquista do aumento real de sa-lários para todos os aeroviários (a data-base da categoria é 1º de de-zembro).Segundo Mandu, a ideia de colocar sambistas e passistas nos corredo-res do aeroporto de Congonhas no lançamento da Campanha foi para demonstrar que os aeroviários vêm

“sambando” nas mãos fechadas das empresas aéreas que, mesmo com o faturamento “nas alturas”, deixam tudo a desejar quando o assunto diz respeito a conceder reajuste salarial com aumento real.“Estamos agregando a nossa pau-ta o pagamento dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, que tem sido sistematicamente ne-gado pelas empresas”, afirma Man-du. O Saesp reivindica, ainda, rea-juste de 11% nos salários e de 20% para os pisos e cláusulas sociais com impacto econômico, como cesta básica, vale-refeição, horas extras e demais itens.O presidente da Federação Nacional

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A expectativa é que até dezembro seja fechado acordo que traga aumento real

Desta vez a equipe econômica do governo se superou! Ela con-seguiu enganar até a maioria dos analistas econômicos, que acredi-tava na manutenção da taxa bási-ca de juros (Selic) em 11% ao ano. Para esses economistas os juros subiriam, sim, mas a partir de ja-neiro de 2015.Uma pena que os tecnocratas do Copom continuem mantendo o conservadorismo que os carac-teriza, apostando nos juros altos para conter a infl ação enquanto sacrifi cam o crescimento da eco-nomia e o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.A Força Sindical defende forte-mente a redução da taxa Selic como forma de estimular a pro-dução, o consumo e a geração de empregos. Se os juros tivessem sido mantidos em 11% já repre-sentaria um retrocesso para os trabalhadores, que continuariam a adiar seus projetos para uma vida um pouco mais digna, que dirá fa-zendo com que eles fi quem ainda mais caros. A produção e o con-sumo vão aumentar? Não! A ro-tatividade nas empresas vai dimi-nuir, mantendo-se os empregos? Também não! As desigualdades econômicas e sociais serão corri-gidas? De forma alguma!Quando será que o governo vai voltar seus olhos para a classe trabalhadora e seus anseios? Va-mos continuar pressionando para que seja logo, pois do jeito que está não dá para fi car. Os traba-lhadores não podem ser punidos sempre. Nós merecemos um País mais justo!

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Nova alta dos juros pune trabalhadores

OPINIÃO Manifestação com samba: lucro “nas alturas” das empresas aéreas, que relutam em conceder ganho real

Foto: Guto CardosoAEROVIÁRIOS

Sindicalistas e patrões têm reunião crucial em 11 de novembro

Foto: Arquivo Fetigesp

Sem acordo com o sindicato patronal, que insiste em conceder apenas o INPC do período, os gráfi cos resolveram in-tensifi car a Campanha Salarial Unifi cada da categoria. A terceira e última rodada de negociação será em 11 de novembro.“Estamos em um momento decisivo da

GRÁFICOS

Negociações com o patronal em momento decisivo

Campanha. Precisamos unir forças e in-tensifi car as mobilizações para chegar fortes na última rodada de negociação e

conquistar melhorias para a categoria”, destaca Leonardo Del Roy, presidente da Fetigesp (Federação dos Trabalhadores Gráfi cos do Estado de SP).A categoria quer 6% de aumento real e 100% da infl ação. Os gráfi cos querem, ainda, solução para a rotatividade nas empresas, que cresceu 82% em 2013. Segundo o assessor econômico da Fetigesp, Miguel Huertas, as empresas utilizam a rotatividade para diminuir as despesas da folha salarial, porém preju-dicam os trabalhadores e nossa repre-sentatividade.

Sindicato intensifica mobilização da Campanha Salarial