página sindical do diário de são paulo - 16 de novembro de 2014 - força sindical

1
A Força Sindical e as demais Centrais vêm centrando esforços para que os salários dos trabalha- dores das empresas contratadas pela Petrobras sejam pagos, pois eles não podem arcar com o ônus dos prejuízos causados pela série de denúncias de corrupção que vem abalando a estatal. Com isto a petrolífera atrasa os repasses para as terceirizadas que, por sua vez, não pagam ou demitem seus tra- balhadores – ou ambas as coisas. Na 2ª feira (8) as Centrais esti- veram reunidas com a presidenta Dilma, que foi questionada sobre a questão e se comprometeu a con- sultar Petrobras e Ministério Pú- blico para achar uma solução para o impasse. Só da Alusa, contrata- da para obras na refinaria Abreu e Lima (PE), cerca de 6 mil traba- lhadores ficaram sem salários – a maioria foi demitida, como vem ocorrendo em várias refinarias e estaleiros do País. Uma nova reu- nião, desta vez com Aloisio Mer- cadante, ministro-chefe da Casa Civil, foi agendada para ontem, 15. Uma proposta das Centrais Sin- dicais é que a Petrobras deposite na Justiça do Trabalho as indeniza- ções aos trabalhadores sem que, necessariamente, os repasses às contratadas sejam retomados. A Força Sindical vai continuar fir- me na defesa dos direitos dos tra- balhadores. Trabalho Força entrará com ação contra Petrobras Escândalos na estatal geraram prejuízos para os trabalhadores que investiram em ações A Força Sindical deve ingressar com ação coletiva na Justiça contra a Petro- bras. O objetivo da Central é cobrar as perdas geradas aos cerca de trezentos mil traba- lhadores que investiram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da estatal. “Quando os trabalhadores investiram, eles tinham co- nhecimento dos riscos e da instabilidade do mercado de capitais. No entanto, as perdas decorrentes da corrupção na companhia que os acionistas sofreram, excederam o risco próprio do mercado. É por este motivo que vamos ingressar na Justiça”, diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical. No ano 2000, o governo Fernando Hen- rique Cardoso permitiu o uso do FGTS para a compra de ações da Petrobrás por meio de fundos de investimentos. Com isto, as ações dos trabalhadores ajudaram a financiar os in- vestimentos da empresa. Quem tinha recur- sos no FGTS, e teve a oportunidade de realizar o investimento, viu seus rendimentos sofre- rem fortes oscilações com o sobe e desce das ações. Mas estes investidores também avaliaram que o rendimento acumulado foi bem melhor se comparado ao do FGTS. Se o trabalhador deixar o seu dinheiro na conta do FGTS, seu rendimento será de ju- ros de 3% ao ano e correção monetária pela TR (Taxa Referencial). “Porém, os recentes escândalos na Petrobras geraram muitas incertezas e, sem dúvida, grandes prejuízos para os trabalhadores. Estamos analisan- do a situação e vamos cobrar da empresa”, destaca Miguel Torres. Foto: Jaélcio Santana Foto: Arquivo Sintracon-SP www.fsindical.org.br facebook.com/CentralSindical twitter.com/centralsindical Miguel Torres Presidente da Força Sindical A Petrobras tem de pagar os trabalhadores Na última 6ª feira, dia 11, o cartunista Gil- mar Machado, com os apoios do Centro de Memória Sindical e da Força Sindical, lançou o livro Mistifório, que reúne charges de sua autoria. O secretário estadual de Relações do Trabalho e Emprego, Tadeu Morais, parti- cipou do lançamento do livro, realizado na Livraria da Vila, em Pinheiros, São Paulo. Tadeu considera importante o apoio da Central para obras como esta, que tem como objetivo reforçar o cotidiano e as lu- tas dos trabalhadores. O secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves, Juruna, também prestigiou o evento. Mistifório mescla temas sindicais, so- ciais e comportamentais, colocando o lei- tor em contato com assuntos atuais, como jornada de trabalho, saúde e segurança do trabalhador e novas leis, como a PEC das domésticas. Em um passado não muito distante, dé- cadas de 1950 e 1960, o humor politizado das charges e das histórias em quadrinhos eram restritos a um público elitizado, letra- do, que tinha acesso às informações. Com a evolução da educação e da imprensa, e, mais recentemente, com a popularização da internet, as chamadas HQs ganharam espaço e importância não apenas no que se refere à forma de entretenimento, mas também como crítica social. Este é o caso de Mistifório, de Gilmar Machado. Com iro- nia e sutileza, ele chama à atenção para o cotidiano dos trabalhadores e, por conse- quência, da própria classe trabalhadora. Gilmar representa uma nova geração de cartunistas brasileiros. É autor de seis livros de tiras/quadrinhos, três dos quais foram adotados pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas. Em 2002 Gilmar recebeu o prêmio HQ MIX de melhor car- tunista brasileiro. Em 2006 conquistou o Prêmio de Jornalismo “Vladimir Herzog”. Gilmar autografa livro para Tadeu Morais Livro de charges reforça a luta dos trabalhadores Os cerca de dois mil trabalhadores do Em- preendimento Jardim das Perdizes, da Tecni- sa (condomínio fechado, de alto padrão, loca- lizado na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda), cruzaram seus braços na sex- ta-feira (12) e na segunda-feira (15). “Os operários reivindicavam soluções para os problemas que vinham enfren- tando, como alimentação precária, atrasos no vale-transporte e no 13º salário”, disse Antonio Ramalho Júnior, diretor do Sintra- con-SP (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de São Paulo). “A alimentação”, explica Ramalho Júnior, “era feita por nutricionista, mas sem gosto, e os trabalhadores se queixavam que a ali- mentação não os sustentava. Portanto, eles pleiteavam a volta do vale-refeição no valor de R$ 240,00 mensais, o que foi aceito pela empresa e deve começar a ser coloacado em prática em janeiro”. A obra inclui 33 torres – das quais nove já foram concluídas – e tem quarenta empre- sas terceirizadas (empreiteiras). “A Tecnisa concordou em reunir os empreiteiros, que empregam metade dos dois mil trabalha- dores, para acabar com os problemas, como a ameaça do não pagamento do décimo terceiro salário feito por um deles”. Pelo acordo feito com a Tecnisa vamos eleger uma comissão, com integrantes do Sindicato, dos trabalhadores da Tecnisa e das empreiteiras, que terá uma sala dentro da obra para a resolução dos problemas do dia a dia. Trabalhadores cruzam os braços por dois dias pela resolução de problemas Operários param a Tecnisa em São Paulo CONSTRUÇÃO CIVIL LANÇAMENTO Publieditorial OPINIÃO MERCADO DE CAPITAIS

Upload: forca-sindical

Post on 06-Apr-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Destaques - Força entrará com ação contra Petrobras; Livro de charges reforça a luta dos trabalhadores; Construção Civil: 'Operários param a Tecnisa em São Paulo'.

TRANSCRIPT

Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - 16 de novembro de 2014 - Força Sindical

A Força Sindical e as demais Centrais vêm centrando esforços para que os salários dos trabalha-dores das empresas contratadas pela Petrobras sejam pagos, pois eles não podem arcar com o ônus dos prejuízos causados pela série de denúncias de corrupção que vem abalando a estatal. Com isto a petrolífera atrasa os repasses para as terceirizadas que, por sua vez, não pagam ou demitem seus tra-balhadores – ou ambas as coisas.

Na 2ª feira (8) as Centrais esti-veram reunidas com a presidenta Dilma, que foi questionada sobre a questão e se comprometeu a con-sultar Petrobras e Ministério Pú-blico para achar uma solução para o impasse. Só da Alusa, contrata-da para obras na refi naria Abreu e Lima (PE), cerca de 6 mil traba-lhadores fi caram sem salários – a maioria foi demitida, como vem ocorrendo em várias refi narias e estaleiros do País. Uma nova reu-nião, desta vez com Aloisio Mer-cadante, ministro-chefe da Casa Civil, foi agendada para ontem, 15.

Uma proposta das Centrais Sin-dicais é que a Petrobras deposite na Justiça do Trabalho as indeniza-ções aos trabalhadores sem que, necessariamente, os repasses às contratadas sejam retomados.

A Força Sindical vai continuar fi r-me na defesa dos direitos dos tra-balhadores.

Trabalho

Força entrará com ação contra PetrobrasEscândalos na estatal geraram prejuízos para os trabalhadores que investiram em ações

A Força Sindical deve ingressar com ação coletiva na Justiça contra a Petro-

bras. O objetivo da Central é cobrar as perdas geradas aos cerca de trezentos mil traba-lhadores que investiram recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na compra de ações da estatal. “Quando os trabalhadores investiram, eles tinham co-nhecimento dos riscos e da instabilidade do mercado de capitais. No entanto, as perdas decorrentes da corrupção na companhia que os acionistas sofreram, excederam o

risco próprio do mercado. É por este motivo que vamos ingressar na Justiça”, diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

No ano 2000, o governo Fernando Hen-rique Cardoso permitiu o uso do FGTS para a compra de ações da Petrobrás por meio de fundos de investimentos. Com isto, as ações dos trabalhadores ajudaram a financiar os in-vestimentos da empresa. Quem tinha recur-sos no FGTS, e teve a oportunidade de realizar o investimento, viu seus rendimentos sofre-rem fortes oscilações com o sobe e desce das

ações. Mas estes investidores também avaliaram que o rendimento acumulado foi bem melhor se comparado ao do FGTS.

Se o trabalhador deixar o seu dinheiro na conta do FGTS, seu rendimento será de ju-ros de 3% ao ano e correção monetária pela TR (Taxa Referencial). “Porém, os recentes escândalos na Petrobras geraram muitas incertezas e, sem dúvida, grandes prejuízos para os trabalhadores. Estamos analisan-do a situação e vamos cobrar da empresa”, destaca Miguel Torres.

Foto

: Jaé

lcio

Sant

ana

Foto

: Arq

uivo

Sin

traco

n-SP

www.fsindical.org.br

facebook.com/CentralSindical

twitter.com/centralsindical

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

A Petrobras tem de pagar os trabalhadores

Na última 6ª feira, dia 11, o cartunista Gil-mar Machado, com os apoios do Centro de Memória Sindical e da Força Sindical, lançou o livro Mistifório, que reúne charges de sua autoria.

O secretário estadual de Relações do Trabalho e Emprego, Tadeu Morais, parti-cipou do lançamento do livro, realizado na Livraria da Vila, em Pinheiros, São Paulo. Tadeu considera importante o apoio da Central para obras como esta, que tem como objetivo reforçar o cotidiano e as lu-tas dos trabalhadores. O secretário-geral da Central, João Carlos Gonçalves, Juruna, também prestigiou o evento.

Mistifório mescla temas sindicais, so-ciais e comportamentais, colocando o lei-tor em contato com assuntos atuais, como

jornada de trabalho, saúde e segurança do trabalhador e novas leis, como a PEC das domésticas.

Em um passado não muito distante, dé-cadas de 1950 e 1960, o humor politizado das charges e das histórias em quadrinhos

eram restritos a um público elitizado, letra-do, que tinha acesso às informações. Com a evolução da educação e da imprensa, e, mais recentemente, com a popularização da internet, as chamadas HQs ganharam espaço e importância não apenas no que se refere à forma de entretenimento, mas também como crítica social. Este é o caso de Mistifório, de Gilmar Machado. Com iro-nia e sutileza, ele chama à atenção para o cotidiano dos trabalhadores e, por conse-quência, da própria classe trabalhadora.

Gilmar representa uma nova geração de cartunistas brasileiros. É autor de seis livros de tiras/quadrinhos, três dos quais foram adotados pelo governo para distribuição em bibliotecas públicas. Em 2002 Gilmar recebeu o prêmio HQ MIX de melhor car-tunista brasileiro. Em 2006 conquistou o Prêmio de Jornalismo “Vladimir Herzog”.

Gilmar autografa livro para Tadeu Morais

Livro de charges reforça a luta dos trabalhadores

Os cerca de dois mil trabalhadores do Em-preendimento Jardim das Perdizes, da Tecni-sa (condomínio fechado, de alto padrão, loca-lizado na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda), cruzaram seus braços na sex-ta-feira (12) e na segunda-feira (15).

“Os operários reivindicavam soluções para os problemas que vinham enfren-tando, como alimentação precária, atrasos no vale-transporte e no 13º salário”, disse Antonio Ramalho Júnior, diretor do Sintra-con-SP (Sindicato dos Trabalhadores na

Indústria da Construção Civil de São Paulo).“A alimentação”, explica Ramalho Júnior,

“era feita por nutricionista, mas sem gosto, e os trabalhadores se queixavam que a ali-mentação não os sustentava. Portanto, eles pleiteavam a volta do vale-refeição no valor de R$ 240,00 mensais, o que foi aceito pela empresa e deve começar a ser coloacado em prática em janeiro”.

A obra inclui 33 torres – das quais nove já foram concluídas – e tem quarenta empre-sas terceirizadas (empreiteiras). “A Tecnisa concordou em reunir os empreiteiros, que empregam metade dos dois mil trabalha-dores, para acabar com os problemas, como a ameaça do não pagamento do décimo terceiro salário feito por um deles”.

Pelo acordo feito com a Tecnisa vamos eleger uma comissão, com integrantes do Sindicato, dos trabalhadores da Tecnisa e das empreiteiras, que terá uma sala dentro da obra para a resolução dos problemas do dia a dia.

Trabalhadores cruzam os braços por dois dias pela resolução de problemas

Operários param a Tecnisa em São Paulo

CONSTRUÇÃO CIVIL

LANÇAMENTO

Publieditorial

OPINIÃO

MERCADO DE CAPITAIS