página sindical do diário de são paulo - 28 de novembro de 2014 - força sindical

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Na próxima semana o Copom estará reunido para anunciar se mantém ou eleva a taxa bási- ca de juros – Selic (porque temos convicção de que uma redução não ocorrerá). Aliás, fomos surpreendidos, sim, quando, em sua primeira reunião após a reeleição da presidenta Dilma, os juros foram elevados em 0,25%, apesar de todo o mercado financeiro apostar que a taxa seria mantida. E as perspectivas para a decisão desta próxima reunião não são lá muito animadoras. A Força Sindical sempre externou sua contrarie- dade pela manutenção ou elevação da taxa Selic como forma de conter a inflação, já que os juros estão altos e a inflação idem, porque os mais prejudicados, como sempre, são Trabalho Miguel Torres Presidente da Força Sindical Juros altos prejudicam o desenvolvimento Publieditorial Acordo entre Centrais e governador Alckmin reajusta pisos regionais Governador atende reivindicações das Centrais Sindicais e Estado passará a ter duas faixas de pisos salariais Os pisos salariais no Estado de São Paulo terão aumentos entre 10% e 11,7% a partir de 1º de janeiro de 2015, con- forme acordo feito entre os presidentes das Centrais Sindicais e o governador Ge- raldo Alckmin. A primeira reunião foi rea- lizada no dia 24 deste mês. Durante o en- contro, o governador solicitou das Centrais uma proposta de consenso de aumento para o piso mínimo paulista. Segundo o governador Geraldo Alck- min, apesar das dificuldades econômicas anunciadas para o próximo ano, “o Estado de São Paulo, junto com as Centrais Sindi- cais, têm conseguido negociar aumentos, para determinadas categorias, acima da inflação, e quem sai ganhando são os tra- balhadores e a economia local com a maior circulação de dinheiro”. “O fato de o aumento passar a vigorar em janeiro faz parte de uma demanda das Centrais aceita pelo governador – antes isso ocorria só em maio. Estamos satisfei- tos com o acordo, já que o aumento con- quistado é superior à inflação do período. Também destaco a redução de três para duas faixas de categorias de trabalhado- res”, declarou Danilo Pereira da Silva, presi- dente da Força Sindical-SP. O que muda e os reajustes Ficou acertado que o Estado reduzirá de três para duas faixas salariais o piso regio- nal, e que o piso, reajustado todo ano, terá Com Alckmin os articuladores do acordo Danilo, Serginho, Ortiz e Peninha Foto: Guto Cardoso Opinião os trabalhadores. Juros elevados diminuem o consumo, o que prejudica as vendas e a produção das empresas. E se as empresas não crescem, o desemprego aumenta e a economia se retrai. É a taxa Selic, ainda, que oferece parâmetros para as outras taxas de juros no País, como as do crediário, do cartão de crédito, do cheque especial etc. Quanto mais baixos os juros, mais barato fica para o consumidor fazer um empréstimo ou comprar a prazo. Em resumo, o fraco desenvolvimento da economia na- cional, com todos os seus reflexos perversos, tem como uma das principais responsáveis a irreal taxa de juros praticada pelo governo. Enquanto isto, as forças produ- tivas encontram nos juros altos um entrave para o finan- ciamento de suas atividades e a consequente geração de empregos, divisas e riqueza. Representantes dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado reclamam da falta de diálo- go e negociação com as prefeituras administradas pelo PSDB. “Os pro- fessores repuseram os dias para- dos na greve de junho, mas mesmo assim o prefeito mandou descontar oito dias”, diz Cristina Helena Go- mes, presidenta do Sindicato de Itapira e coordenadora do secreta- riado da categoria na Central. “Os prefeitos do PSDB agem igual em outros municípios”, afirma Aires Ribeiro, presidente da Confedera- ção da categoria. Segundo a sindicalista, o prefeito não quer negociar com o Sindica- to, por exemplo, a terceirização do serviço de merenda escolar, com o remanejamento das merendeiras que trabalham 8 horas diárias para jornada de 12 por 36 horas. “Reivin- dicamos o fim das irregularidades, como férias fracionadas, proibição de os dirigentes entregarem panfle- tos nos setores”, destaca. A greve de junho foi julgada legal e não abu- siva, mas foi suspenso o contrato e trabalho e a Justiça determinou o desconto dos dias parados. Cristina lista os problemas no am- biente de trabalho, como na edu- cação: falta professor, o que leva à dispensa dos alunos, falta sulfite, xerox e lâmpadas. Os professores de educação física dão aula em- baixo de sol, ao lado de salas de aulas. Muitas crianças chegam a passar mal. Na área da segurança, as viaturas da Guarda Municipal estão sucatea- das. O último armamento comprado foi em 2001, e o efetivo da Corpora- ção foi reduzido. Cristina: “Reivindicamos o fim das diversas irregularidades” Novos pisos valem a partir de janeiro de 2015 Foto: Reprodução FUNCIONALISMO Faixas Salariais Prefeitos evitam negociar com trabalhadores 1ª faixa – R$ 905,00 – Trabalhadores do- mésticos, serventes, agropecuários e flo- restais, pescadores, contínuos, mensagei- ros, de serviços de limpeza e conservação, de serviços de manutenção de áreas ver- des e de logradouros públicos, auxiliares de serviços gerais de escritório, empregados não-especializados do comércio, da indús- tria e de serviços administrativos, cumins, barboys, lavadeiros, ascensoristas, moto- boys, de movimentação e manipulação de mercadorias e materiais e trabalhadores não-especializados de minas e pedreiras. 2ª faixa – R$ 920,00 – Trabalhadores operadores de máquinas e implemen- tos agrícolas e florestais, de máquinas da construção civil, de mineração e de cortar e lavrar madeira, classificadores de corres- pondência e carteiros, tintureiros, barbei- FORÇA-SP como base de cálculo a inflação, PIB (Pro- duto Interno Bruto) e variação do valor da cesta básica. Com esta nova fórmula de cálculo e distribuição das categorias pro- ssionais, a primeira faixa passará dos atu- ais R$ 810,00 para R$ 905,00; e a segunda passará de R$ 835,00 para R$ 920,00. O Piso Salarial Regional do Estado é voltado para trabalhadores da iniciativa privada que não possuem piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. O aumento deve beneficiar cerca de 7 milhões de trabalhadores em SP. ros, cabeleireiros, manicures e pedicures, dedetizadores, vendedores, de costura e estofadores, pedreiros, de preparação de alimentos e bebidas, de fabricação e con- fecção de papel e papelão, em serviços de proteção e segurança pessoal e patrimonial, de serviços de turismo e hospedagem, gar- çons, cobradores de transportes coletivos, barmen, pintores, encanadores, soldadores, chapeadores, montadores de estruturas metálicas, vidreiros e ceramistas, fiandei- ros, tecelões, tingidores, de curtimento, joalheiros, ourives, operadores de máqui- nas de escritório, datilógrafos, digitadores, telefonistas, operadores de telefone e de telemarketing, atendentes e comissários de serviços de transporte de passageiros, de redes de energia e de telecomunicações, mestres e contramestres, marceneiros, em usinagem de metais, ajustadores mecâni- cos, montadores de máquinas, operadores de instalações de processamento químico e supervisores de produção e manutenção industrial, administradores agropecuários e florestais, de serviços de higiene e saú- de, chefes de serviços de transportes e de comunicações, supervisores de compras e de vendas, agentes técnicos em vendas e representantes comerciais, operadores de estação de rádio e de estação de tele- visão, de equipamentos de sonorização e de projeção cinematográfica e técnicos em eletrônica.

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Na próxima semana o Copom estará reunido para anunciar se mantém ou eleva a taxa bási-ca de juros – Selic (porque temos convicção de que uma redução não ocorrerá). Aliás, fomos surpreendidos, sim, quando, em sua primeira reunião após a reeleição da presidenta Dilma, os juros foram elevados em 0,25%, apesar de todo o mercado fi nanceiro apostar que a taxa seria mantida. E as perspectivas para a decisão desta próxima reunião não são lá muito animadoras.A Força Sindical sempre externou sua contrarie-dade pela manutenção ou elevação da taxa Selic

como forma de conter a infl ação, já que os juros estão altos e a infl ação idem, porque os mais prejudicados, como sempre, são

Trabalho

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Juros altos prejudicam o desenvolvimento

Publieditorial

Acordo entre Centrais e governador Alckmin reajusta pisos regionais Governador atende reivindicações das Centrais Sindicais e Estado passará a ter duas faixas de pisos salariais

Os pisos salariais no Estado de São Paulo terão aumentos entre 10% e

11,7% a partir de 1º de janeiro de 2015, con-forme acordo feito entre os presidentes das Centrais Sindicais e o governador Ge-raldo Alckmin. A primeira reunião foi rea-lizada no dia 24 deste mês. Durante o en-contro, o governador solicitou das Centrais uma proposta de consenso de aumento para o piso mínimo paulista. Segundo o governador Geraldo Alck-min, apesar das difi culdades econômicas anunciadas para o próximo ano, “o Estado de São Paulo, junto com as Centrais Sindi-cais, têm conseguido negociar aumentos, para determinadas categorias, acima da infl ação, e quem sai ganhando são os tra-balhadores e a economia local com a maior circulação de dinheiro”. “O fato de o aumento passar a vigorar

em janeiro faz parte de uma demanda das Centrais aceita pelo governador – antes isso ocorria só em maio. Estamos satisfei-tos com o acordo, já que o aumento con-quistado é superior à infl ação do período. Também destaco a redução de três para duas faixas de categorias de trabalhado-res”, declarou Danilo Pereira da Silva, presi-dente da Força Sindical-SP.O que muda e os reajustesFicou acertado que o Estado reduzirá de três para duas faixas salariais o piso regio-nal, e que o piso, reajustado todo ano, terá

Com Alckmin os articuladores do acordo Danilo, Serginho, Ortiz e Peninha

Foto: Guto Cardoso

Opinião

os trabalhadores. Juros elevados diminuem o consumo, o que prejudica as vendas e a produção das empresas. E se as empresas não crescem, o desemprego aumenta e a economia se retrai. É a taxa Selic, ainda, que oferece parâmetros para as outras taxas de juros no País, como as do crediário, do cartão de crédito, do cheque especial etc. Quanto mais baixos os juros, mais barato fi ca para o consumidor fazer um empréstimo ou comprar a prazo.Em resumo, o fraco desenvolvimento da economia na-cional, com todos os seus refl exos perversos, tem como uma das principais responsáveis a irreal taxa de juros praticada pelo governo. Enquanto isto, as forças produ-tivas encontram nos juros altos um entrave para o fi nan-ciamento de suas atividades e a consequente geração de empregos, divisas e riqueza.

Representantes dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado reclamam da falta de diálo-go e negociação com as prefeituras administradas pelo PSDB. “Os pro-fessores repuseram os dias para-dos na greve de junho, mas mesmo assim o prefeito mandou descontar oito dias”, diz Cristina Helena Go-mes, presidenta do Sindicato de Itapira e coordenadora do secreta-riado da categoria na Central.“Os prefeitos do PSDB agem igual em outros municípios”, afi rma Aires Ribeiro, presidente da Confedera-ção da categoria. Segundo a sindicalista, o prefeito não quer negociar com o Sindica-to, por exemplo, a terceirização do serviço de merenda escolar, com o remanejamento das merendeiras que trabalham 8 horas diárias para jornada de 12 por 36 horas. “Reivin-dicamos o fi m das irregularidades, como férias fracionadas, proibição de os dirigentes entregarem panfl e-tos nos setores”, destaca. A greve de junho foi julgada legal e não abu-siva, mas foi suspenso o contrato e trabalho e a Justiça determinou o desconto dos dias parados.Cristina lista os problemas no am-biente de trabalho, como na edu-cação: falta professor, o que leva à dispensa dos alunos, falta sulfite, xerox e lâmpadas. Os professores de educação física dão aula em-baixo de sol, ao lado de salas de aulas. Muitas crianças chegam a passar mal.Na área da segurança, as viaturas da Guarda Municipal estão sucatea-das. O último armamento comprado foi em 2001, e o efetivo da Corpora-ção foi reduzido.

Cristina: “Reivindicamos o fi m das diversas irregularidades”

Novos pisos valem a partir de janeiro de 2015

Foto: Reprodução

FUNCIONALISMO

Faixas Salariais

Prefeitos evitam negociar com trabalhadores

1ª faixa – R$ 905,00 – Trabalhadores do-mésticos, serventes, agropecuários e flo-restais, pescadores, contínuos, mensagei-ros, de serviços de limpeza e conservação, de serviços de manutenção de áreas ver-des e de logradouros públicos, auxiliares de serviços gerais de escritório, empregados não-especializados do comércio, da indús-tria e de serviços administrativos, cumins, barboys, lavadeiros, ascensoristas, moto-boys, de movimentação e manipulação de mercadorias e materiais e trabalhadores não-especializados de minas e pedreiras.

2ª faixa – R$ 920,00 – Trabalhadores operadores de máquinas e implemen-tos agrícolas e florestais, de máquinas da construção civil, de mineração e de cortar e lavrar madeira, classificadores de corres-pondência e carteiros, tintureiros, barbei-

FORÇA-SP

como base de cálculo a infl ação, PIB (Pro-duto Interno Bruto) e variação do valor da cesta básica. Com esta nova fórmula de cálculo e distribuição das categorias pro-fi ssionais, a primeira faixa passará dos atu-ais R$ 810,00 para R$ 905,00; e a segunda passará de R$ 835,00 para R$ 920,00. O Piso Salarial Regional do Estado é voltado para trabalhadores da iniciativa privada que não possuem piso salarial defi nido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. O aumento deve benefi ciar cerca de 7 milhões de trabalhadores em SP.

ros, cabeleireiros, manicures e pedicures, dedetizadores, vendedores, de costura e estofadores, pedreiros, de preparação de alimentos e bebidas, de fabricação e con-fecção de papel e papelão, em serviços de proteção e segurança pessoal e patrimonial, de serviços de turismo e hospedagem, gar-çons, cobradores de transportes coletivos, barmen, pintores, encanadores, soldadores, chapeadores, montadores de estruturas metálicas, vidreiros e ceramistas, fiandei-ros, tecelões, tingidores, de curtimento, joalheiros, ourives, operadores de máqui-nas de escritório, datilógrafos, digitadores, telefonistas, operadores de telefone e de telemarketing, atendentes e comissários de serviços de transporte de passageiros, de redes de energia e de telecomunicações, mestres e contramestres, marceneiros, em usinagem de metais, ajustadores mecâni-

cos, montadores de máquinas, operadores de instalações de processamento químico e supervisores de produção e manutenção industrial, administradores agropecuários e florestais, de serviços de higiene e saú-de, chefes de serviços de transportes e de comunicações, supervisores de compras e de vendas, agentes técnicos em vendas e representantes comerciais, operadores de estação de rádio e de estação de tele-visão, de equipamentos de sonorização e de projeção cinematográfi ca e técnicos em eletrônica.