página sindical do diário de são paulo - força sindical - 11 de agosto de 2015

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resultados, o índice de média móvel trimestral apontou variação negati- va de 0,8% no trimestre encerrado em maio, frente ao patamar assina- lado no mês anterior, e manteve a trajetória descendente iniciada em abril de 2013. A indústria enfrenta dificuldades decorrentes de juros proibitivos, inflação forte, crédito caro, tarifas públicas altas, e decidiu, junto com os trabalhadores, expor toda a situ- ação para a sociedade. “Não é um ato contra o governo. Trata-se de um movimento apar- tidário para chamar a atenção ao que vem ocorrendo com a nossa indústria, e clamar por medidas emergenciais que contribuam para a retomada da atividade industrial”, destaca Carlos Pastoriza, presiden- te da Abimaq. Miguel e Pastoriza (à direita): trabalhadores e empresários unem esforços em defesa da indústria e do trabalho Força Sindical, CGTB e UGT fa- rão, na próxima 5ª feira (13), às 10 horas, passeata na Av. Paulista para defender uma indústria forte para o País. “Queremos uma nova política econômica, que promova o desenvolvimento com ênfase na produção e com uma indústria sa- dia, que crie empregos de qualida- de. Por isto, decidimos promover o ‘Grito em Defesa da Indústria e do Emprego’ na cidade”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical. “Não podemos assistir, impas- síveis, ao desmonte do parque in- dustrial brasileiro”, diz Miguel. Os números são preocupantes. A pro- dução caiu 6,9%, entre janeiro e maio de 2015, e, de acordo com a subseção do Dieese na Força, em maio de 2015 o total do pessoal ocupado assalariado na indústria teve queda de 1,0% frente ao mês anterior na série livre de influências sazonais. É a quinta taxa negativa consecutiva, acumulando neste pe- ríodo perda de 3,1%. Segundo o Dieese, o recuo regis- trado neste mês foi o pior desde fe- vereiro de 2009 (-1,3%). Com estes Foto: Divulgação Para Paulinho, o que o governo faz com o FGTS é coisa de especulador Ramalho Júnior: “Com o projeto, o cerco contra os ‘gatos’ será maior” Foto: Arquivo Sintracon-SP Foto: Leonardo Prado A Câmara Federal deve votar nesta semana o Projeto de Lei 1.358, que corrige os depósitos do FGTS. Pelo projeto, apresentado pelos deputa- dos Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade), Leonardo Picciani (PMDB) e Mendonça Filho (DEM), os depósitos passarão a ter a mesma correção que a poupança a partir de janeiro de 2016. Desde 1999 os depósitos do FGTS são corrigidos em apenas 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), de 0,8% em 2014. O governo diz que usa esses recursos para bancar obras de mora- dia popular e de saneamento básico. “Mas as prestações de programas como o Minha Casa, Minha Vida co- bram juros de 6% a 7%. Ou seja: o go- verno remunera em 3% o dinheiro do trabalhador e cobra o dobro de juros de quem quer comprar sua casa. Coi- sa de especulador”, afirma Paulinho. Ao ser criado, em 1966, em substitui- ção à estabilidade no emprego após dez anos de trabalho na mesma em- presa, o argumento era de que o FGTS socorreria o trabalhador em caso de demissão. Depois de alguns anos foi criada a multa de 40% sobre o saldo dos depósitos para demissões sem justa causa. Milhares de ações de tra- balhadores pedem na Justiça a cor- reção desses saldos pelos índices da inflação. O Solidariedade ingressou com uma ADI (Ação Direta de Incons- titucionalidade) no Supremo Tribunal Federal para que essa questão seja julgada. Força Sindical – Representantes da Força Sindical vão realizar um corpo a corpo no Congresso Nacional, por ocasião da votação do projeto de lei que corrige os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pelo mesmo índice da correção da cader- neta de poupança, para sensibilizar os parlamentares a votarem favora- velmente à aprovação da matéria. Ato pela indústria e emprego acontece na quinta-feira Queremos uma política econômica que promova o desenvolvimento com ênfase na produção e com uma indústria que crie empregos de qualidade PL 1.358/2015 Câmara dos Deputados vota correção do FGTS Trabalho Publieditorial Para resolver com rapidez os problemas que os trabalhadores da construção ci- vil enfrentam nos canteiros de obras, o Sintracon-SP, sindicato da categoria, desenvolveu um programa que recolhe e armazena informações das obras em execução. As equipes visitam as obras equipadas com tablets interligados ao servidor do Sindicato. O projeto está sob a responsabilidade do diretor executivo da entidade, Ramalho Júnior. Segundo Júnior, “o programa foi desen- volvido para que nenhuma informação sobre a obra seja perdida. Por ele, sabe- remos quando a empresa está devendo salários para seus trabalhadores e, tam- bém, ter ciência se essa empresa tem o mesmo problema em outras obras. Com o registro, teremos como resolver problemas muito mais rapidamente. Empreiteiras desonestas terão mais dificuldades de atuação, pois todos os detalhes sobre o canteiro aonde o tra- balhador executa suas funções serão armazenados. O cerco contra os ‘gatos’ será maior”. Rapidez no atendimento aos trabalhadores www.fsindical.org.br facebook.com/CentralSindical twitter.com/centralsindical Há tempos vimos falando sobre os malefícios que os juros altos, a inflação, impostos, tarifas, o cré- dito caro, a desindustrialização e o desemprego vêm trazendo para o agravamento da crise econô- mica que atravessamos. E, agora, mais um empecilho surge para penalizar os trabalhadores. E pior: vem para prejudicar aqueles que perderam seus empregos, justa- mente no momento em que mais precisam de dinheiro. Tudo porque, com o aumento vigoroso do número de desem- pregados, cada trabalhador nesta situação tem de esperar até três longos meses para homologar sua rescisão contratual, sem o que fica impedido de sacar sua verba rescisória e de obter a documen- tação para o acesso a benefícios como o seguro-desemprego e o FGTS. Antes, tudo era feito em 15 ou 20 dias. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, por exemplo, realizou, de janeiro a julho, mais de 18 mil rescisões, o equivalente a 260% a mais do que as realiza- das no mesmo período de 2014. Um reflexo direto do aumento das demissões. Insistimos: precisamos, com ur- gência, de uma política econômica eficaz, planejamento, investimen- tos e incentivos que impulsionem o desenvolvimento industrial. E também que se reduza a taxa de juros, que se contenha a inflação e que se barateie o crédito, entre outras medidas. Se não... Miguel Torres Presidente da Força Sindical Alta nas demissões dificulta o recebimento de direitos OPINIÃO TRABALHADORES E EMPRESÁRIOS SINTRACON-SP

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resultados, o índice de média móvel trimestral apontou variação negati-va de 0,8% no trimestre encerrado em maio, frente ao patamar assina-lado no mês anterior, e manteve a trajetória descendente iniciada em abril de 2013.

A indústria enfrenta dificuldades decorrentes de juros proibitivos, inflação forte, crédito caro, tarifas públicas altas, e decidiu, junto com

os trabalhadores, expor toda a situ-ação para a sociedade.

“Não é um ato contra o governo. Trata-se de um movimento apar-tidário para chamar a atenção ao que vem ocorrendo com a nossa indústria, e clamar por medidas emergenciais que contribuam para a retomada da atividade industrial”, destaca Carlos Pastoriza, presiden-te da Abimaq.

Miguel e Pastoriza (à direita): trabalhadores e empresários unem esforços em defesa da indústria e do trabalho

Força Sindical, CGTB e UGT fa-rão, na próxima 5ª feira (13), às

10 horas, passeata na Av. Paulista para defender uma indústria forte para o País. “Queremos uma nova política econômica, que promova o desenvolvimento com ênfase na produção e com uma indústria sa-dia, que crie empregos de qualida-de. Por isto, decidimos promover o ‘Grito em Defesa da Indústria e do Emprego’ na cidade”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

“Não podemos assistir, impas-síveis, ao desmonte do parque in-dustrial brasileiro”, diz Miguel. Os números são preocupantes. A pro-dução caiu 6,9%, entre janeiro e maio de 2015, e, de acordo com a subseção do Dieese na Força, em maio de 2015 o total do pessoal ocupado assalariado na indústria teve queda de 1,0% frente ao mês anterior na série livre de influências sazonais. É a quinta taxa negativa consecutiva, acumulando neste pe-ríodo perda de 3,1%.

Segundo o Dieese, o recuo regis-trado neste mês foi o pior desde fe-vereiro de 2009 (-1,3%). Com estes

Foto: Divulgação

Para Paulinho, o que o governo faz com o FGTS é coisa de especulador

Ramalho Júnior: “Com o projeto, o cerco contra os ‘gatos’ será maior”

Foto: Arquivo Sintracon-SP

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A Câmara Federal deve votar nesta semana o Projeto de Lei 1.358, que corrige os depósitos do FGTS. Pelo projeto, apresentado pelos deputa-dos Paulo Pereira da Silva, Paulinho da Força (Solidariedade), Leonardo Picciani (PMDB) e Mendonça Filho (DEM), os depósitos passarão a ter a mesma correção que a poupança a partir de janeiro de 2016.Desde 1999 os depósitos do FGTS são corrigidos em apenas 3% ao ano mais a TR (Taxa Referencial), de 0,8% em 2014. O governo diz que usa esses recursos para bancar obras de mora-dia popular e de saneamento básico. “Mas as prestações de programas como o Minha Casa, Minha Vida co-bram juros de 6% a 7%. Ou seja: o go-verno remunera em 3% o dinheiro do trabalhador e cobra o dobro de juros de quem quer comprar sua casa. Coi-sa de especulador”, afirma Paulinho.Ao ser criado, em 1966, em substitui-ção à estabilidade no emprego após dez anos de trabalho na mesma em-presa, o argumento era de que o FGTS socorreria o trabalhador em caso de demissão. Depois de alguns anos foi criada a multa de 40% sobre o saldo

dos depósitos para demissões sem justa causa. Milhares de ações de tra-balhadores pedem na Justiça a cor-reção desses saldos pelos índices da inflação. O Solidariedade ingressou com uma ADI (Ação Direta de Incons-titucionalidade) no Supremo Tribunal Federal para que essa questão seja julgada.

Força Sindical – Representantes da Força Sindical vão realizar um corpo a corpo no Congresso Nacional, por ocasião da votação do projeto de lei que corrige os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço pelo mesmo índice da correção da cader-neta de poupança, para sensibilizar os parlamentares a votarem favora-velmente à aprovação da matéria.

Ato pela indústria e emprego acontece na quinta-feira Queremos uma política econômica que promova o desenvolvimento com ênfase na produção e com uma indústria que crie empregos de qualidade

PL 1.358/2015

Câmara dos Deputados vota correção do FGTS

TrabalhoPublieditorial

Para resolver com rapidez os problemas que os trabalhadores da construção ci-vil enfrentam nos canteiros de obras, o Sintracon-SP, sindicato da categoria, desenvolveu um programa que recolhe e armazena informações das obras em execução. As equipes visitam as obras equipadas com tablets interligados ao servidor do Sindicato. O projeto está sob a responsabilidade do diretor executivo da entidade, Ramalho Júnior.Segundo Júnior, “o programa foi desen-volvido para que nenhuma informação sobre a obra seja perdida. Por ele, sabe-remos quando a empresa está devendo salários para seus trabalhadores e, tam-bém, ter ciência se essa empresa tem o mesmo problema em outras obras. Com o registro, teremos como resolver problemas muito mais rapidamente. Empreiteiras desonestas terão mais difi culdades de atuação, pois todos os detalhes sobre o canteiro aonde o tra-balhador executa suas funções serão armazenados. O cerco contra os ‘gatos’ será maior”.

Rapidez no atendimento aos trabalhadores

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Há tempos vimos falando sobre os malefícios que os juros altos, a infl ação, impostos, tarifas, o cré-dito caro, a desindustrialização e o desemprego vêm trazendo para o agravamento da crise econô-mica que atravessamos. E, agora, mais um empecilho surge para penalizar os trabalhadores. E pior: vem para prejudicar aqueles que perderam seus empregos, justa-mente no momento em que mais precisam de dinheiro.

Tudo porque, com o aumento vigoroso do número de desem-pregados, cada trabalhador nesta situação tem de esperar até três longos meses para homologar sua rescisão contratual, sem o que fi ca impedido de sacar sua verba rescisória e de obter a documen-tação para o acesso a benefícios como o seguro-desemprego e o FGTS. Antes, tudo era feito em 15 ou 20 dias.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi, por exemplo, realizou, de janeiro a julho, mais de 18 mil rescisões, o equivalente a 260% a mais do que as realiza-das no mesmo período de 2014. Um refl exo direto do aumento das demissões.

Insistimos: precisamos, com ur-gência, de uma política econômica efi caz, planejamento, investimen-tos e incentivos que impulsionem o desenvolvimento industrial. E também que se reduza a taxa de juros, que se contenha a infl ação e que se barateie o crédito, entre outras medidas. Se não...

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Alta nas demissões difi culta o recebimento de direitos

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TRABALHADORES E EMPRESÁRIOS

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