página sindical do diário de são paulo - 03 de março de 2015 - força sindical

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Trabalho rotatividade”. Após o ato, o superintendente re- gional do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, recebeu uma comissão de trabalhadores e decla- rou: “Se eu não fosse delegado do Trabalho estaria com vocês nas ruas”. Medeiros lembrou que as rescisões de trabalhadores com até um ano de casa não são fiscalizadas. “É preciso fiscalizar. Existe o direito adquirido e o privilégio. É preciso acabar com os privilégios e distorções”, destacou. A Força Sindical e as demais Cen- trais realizaram ontem (2), em frente à Superintendência Regional do Trabalho, em São Paulo, com a pre- sença de duas mil pessoas, ato reivin- dicando a revogação das MPs 664 e 665, que alteram as regras do segu- ro-desemprego, abono salarial, segu- ro-defeso, pensão por morte, auxílio- doença e auxílio-reclusão. O protesto foi realizado em várias capitais e no Interior de SP no mesmo dia em que entrou em vigor a restri- ção ao pagamento do seguro-de- semprego. Antes, o trabalhador tinha de trabalhar seis meses ininterruptos para receber o seguro. Agora, terá de trabalhar dezoito meses dos 24 an- teriores à dispensa. Para o 2º acesso precisará trabalhar doze dos dezes- seis meses anteriores. “As MPs são um crime contra os trabalhadores, e quem não se en- quadrar às normas não recebe o be- nefício. Milhares de desempregados serão excluídos justamente quando mais precisam de dinheiro para man- ter seu sustento, que inclui alimenta- ção, moradia e transporte para procu- rar emprego”, declara Miguel Torres, presidente da Força. Segundo ele, o ato teve o objetivo de mostrar à sociedade a indignação dos trabalhadores, que serão preju- dicados com as MPs: “Não podemos ficar calados! Março será um mês de manifestações contra as medidas”, afirma. Para João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Central, os traba- lhadores não podem pagar a conta da crise. “Não aceitamos que façam eco- nomia em cima do pobre, em cima do desempregado. Os mais prejudicados serão os comerciários e trabalhado- res da construção civil, devido à alta Publieditorial Cerca de duas mil pessoas participaram do ato em São Paulo contra a retirada de direitos Hoje (3) e amanhã o Copom es- tará mais uma vez reunido para decidir como ficará a taxa de juros básicos até o próximo encontro, que acontecerá nos dias 28 e 29 de abril. E, como já vem acontecendo há algum tempo, as expectativas da classe trabalhadora, e do próprio mercado financeiro, a despeito do enfraquecimento da economia nacional, não são nada animado- ras: caso não suba, ultrapassando os atuais – e já bastante altos –, 12,25% ao ano, ela, na melhor das hipóteses, poderá ser mantida no mesmo patamar, o que já vem es- trangulando a economia. Segundo os especialistas eco- nômicos, a expectativa de alta na taxa de juros acontece em função das previsões para a inflação, que apontam um aceleramento do IPCA para 7,47% em 2015 (nona sema- na consecutiva de alta na projeção para este ano). E enquanto isto vamos conviven- do com a falta de investimentos em nosso parque industrial e com de- missões em setores econômicos como na indústria automobilística e sua cadeia produtiva, na construção civil e pesada, na alimentação e no setor sucroenergético, com cami- nhões fechando estradas pelo País em função da alta no combustível, com professores em greve, com a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e toda sorte de de- mandas que exigem uma postura mais efetiva do governo. As coisas têm de mudar, e só a união dos trabalhadores pode re- verter este quadro. Miguel Torres Presidente da Força Sindical Juros altos e o País parado OPINIÃO MANIFESTAÇÕES Miguel: “As MPs são um crime contra os trabalhadores, e quem não se enquadrar não recebe o benefício” Foto: Jaélcio Santana Trabalhadores nas ruas contra as MPs 664 e 665 youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br SINDICALIZE-SE PARTICIPE DO SEU SINDICATO! Foto: Alexander Wilson Gonçalves As mulheres e os jovens serão os mais prejudicados com as MPs, segundo Ma- ria Auxiliadora , secretária da Mulher da Força Sindical. Em discurso feito ontem, em São Paulo, no ato pela revogação das MPs, a sindicalista disse que as tra- balhadoras têm de intensificar o debate sobre o tema. “Todos serão prejudicados, mas as mulheres serão mais, pois, além de re- ceber salários inferiores aos dos ho- CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS Medidas prejudicam mais as mulheres e os jovens mens, sofrerão o impacto de ambas as medidas, como na questão da pensão por morte, que passa a levar em conta a idade do cônjuge/companheiro. Apenas cônjuges com 44 anos ou mais recebe- rão a pensão vitaliciamente”, afirma. A Força-SP fará a abertura das come- morações do Dia da Mulher, que vai du- rar todo o mês. O evento será no dia 6, no Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, das 8 às 12 horas, com o debate “Violên- cia contra a Mulher e a Retirada de Direi- tos Conquistados”. O fechamento ficará a cargo da Força nacional. Auxiliadora: “Mulheres e jovens serão mais prejudicados com as MPs”

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Destaques - Trabalhadores nas ruas contra MPs 664 e 665; Miguel Torres: 'Juros altos e País parado'; Maria Auxiliadora: 'Novas medidas prejudicam mais mulheres e os jovens;

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - 03 de março de 2015 - Força Sindical

Trabalho

rotatividade”.Após o ato, o superintendente re-

gional do Trabalho em São Paulo, Luiz Antonio de Medeiros, recebeu uma comissão de trabalhadores e decla-rou: “Se eu não fosse delegado do Trabalho estaria com vocês nas ruas”. Medeiros lembrou que as rescisões de trabalhadores com até um ano de casa não são fi scalizadas. “É preciso fi scalizar. Existe o direito adquirido e o privilégio. É preciso acabar com os privilégios e distorções”, destacou.

A Força Sindical e as demais Cen-trais realizaram ontem (2), em

frente à Superintendência Regional do Trabalho, em São Paulo, com a pre-sença de duas mil pessoas, ato reivin-dicando a revogação das MPs 664 e 665, que alteram as regras do segu-ro-desemprego, abono salarial, segu-ro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão.

O protesto foi realizado em várias capitais e no Interior de SP no mesmo dia em que entrou em vigor a restri-ção ao pagamento do seguro-de-semprego. Antes, o trabalhador tinha de trabalhar seis meses ininterruptos para receber o seguro. Agora, terá de trabalhar dezoito meses dos 24 an-teriores à dispensa. Para o 2º acesso precisará trabalhar doze dos dezes-seis meses anteriores.

“As MPs são um crime contra os trabalhadores, e quem não se en-quadrar às normas não recebe o be-nefício. Milhares de desempregados serão excluídos justamente quando mais precisam de dinheiro para man-ter seu sustento, que inclui alimenta-ção, moradia e transporte para procu-rar emprego”, declara Miguel Torres, presidente da Força.

Segundo ele, o ato teve o objetivo de mostrar à sociedade a indignação

dos trabalhadores, que serão preju-dicados com as MPs: “Não podemos fi car calados! Março será um mês de manifestações contra as medidas”, afi rma.

Para João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Central, os traba-lhadores não podem pagar a conta da crise. “Não aceitamos que façam eco-nomia em cima do pobre, em cima do desempregado. Os mais prejudicados serão os comerciários e trabalhado-res da construção civil, devido à alta

Publieditorial

Cerca de duas mil pessoas participaram do ato em São Paulo contra a retirada de direitos

Hoje (3) e amanhã o Copom es-tará mais uma vez reunido para decidir como fi cará a taxa de juros básicos até o próximo encontro, que acontecerá nos dias 28 e 29 de abril.

E, como já vem acontecendo há algum tempo, as expectativas da classe trabalhadora, e do próprio mercado fi nanceiro, a despeito do enfraquecimento da economia nacional, não são nada animado-ras: caso não suba, ultrapassando os atuais – e já bastante altos –, 12,25% ao ano, ela, na melhor das hipóteses, poderá ser mantida no mesmo patamar, o que já vem es-trangulando a economia.

Segundo os especialistas eco-nômicos, a expectativa de alta na taxa de juros acontece em função das previsões para a infl ação, que apontam um aceleramento do IPCA para 7,47% em 2015 (nona sema-na consecutiva de alta na projeção para este ano).

E enquanto isto vamos conviven-do com a falta de investimentos em nosso parque industrial e com de-missões em setores econômicos como na indústria automobilística e sua cadeia produtiva, na construção civil e pesada, na alimentação e no setor sucroenergético, com cami-nhões fechando estradas pelo País em função da alta no combustível, com professores em greve, com a retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e toda sorte de de-mandas que exigem uma postura mais efetiva do governo.

As coisas têm de mudar, e só a união dos trabalhadores pode re-verter este quadro.

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

Juros altos e o País parado

OPINIÃO

Miguel Torres

da Força Sindical

MANIFESTAÇÕES

Miguel: “As MPs são um crime contra os trabalhadores, e quem não se enquadrar não recebe o benefício”

Foto: Jaélcio Santana

Trabalhadores nas ruas contra as MPs 664 e 665

youtube.com/user/centralsindical

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fl ickr.com/photos/[email protected]

twitter.com/centralsindical

fsindical.org.br

SINDICALIZE-SE

PARTICIPE DO SEU SINDICATO!

Foto: Alexander Wilson Gonçalves

As mulheres e os jovens serão os mais prejudicados com as MPs, segundo Ma-ria Auxiliadora , secretária da Mulher da Força Sindical. Em discurso feito ontem, em São Paulo, no ato pela revogação das MPs, a sindicalista disse que as tra-balhadoras têm de intensifi car o debate sobre o tema.

“Todos serão prejudicados, mas as mulheres serão mais, pois, além de re-ceber salários inferiores aos dos ho-

CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS

Medidas prejudicam mais as mulheres e os jovens

mens, sofrerão o impacto de ambas as medidas, como na questão da pensão por morte, que passa a levar em conta a idade do cônjuge/companheiro. Apenas cônjuges com 44 anos ou mais recebe-rão a pensão vitaliciamente”, afi rma.

A Força-SP fará a abertura das come-

morações do Dia da Mulher, que vai du-rar todo o mês. O evento será no dia 6, no Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, das 8 às 12 horas, com o debate “Violên-cia contra a Mulher e a Retirada de Direi-tos Conquistados”. O fechamento fi cará a cargo da Força nacional.

Auxiliadora: “Mulheres

e jovens serão mais prejudicados

com as MPs”