página sindical do diário de são paulo - força sindical - 20 de janeiro de 2015

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Trabalho e trabalhadoras brasileiros, principal- mente aos mais jovens, que mudam de emprego com frequência maior até se estabelecerem no mercado de trabalho, não será capaz de resolver o problema de alocação de mão de obra no País (se- gundo estudiosos, o tempo médio de permanência no trabalho no Brasil, de forma geral, é de três anos). Não aceita- remos este retrocesso. Retirar ou redu- zir direitos é caminhar na contramão do combate às desigualdades sociais. As mudanças ainda terão de passar pelo crivo do Congresso Nacional, que só volta do recesso no início de feve- reiro. Até lá, teremos muito trabalho para persuadir nossos parlamentares a apoiar a bandeira dos trabalhadores. A Força Sindical, em conjunto com as principais Centrais Sindicais bra- sileiras, realizarão, no próximo dia 28, o Dia Nacional de Luta por Direitos e pelo Emprego, uma série de manifestações contra o que consideram um desres- peito – e uma traição – por parte do governo contra a classe trabalhadora: a mudança de regras, e a consequente retirada de direitos trabalhistas e pre- videnciários, por meio das Medidas Provisórias nºs 664 (pensão por morte e auxílio-doença) e 665 (seguro-de- semprego, abono salarial e seguro- defeso), anunciadas no final do ano. As manifestações, que contarão com a participação de milhares de trabalhado- res, acontecerão por todo o País. “A revogação das MPs é uma exigên- cia dos trabalhadores e do movimento sindical. É uma afronta as Medidas te- rem sido anunciadas logo após a pre- sidenta Dilma ter se comprometido, publicamente, a voltar a abrir um canal de diálogo com as Centrais, através de reuniões periódicas, e não permitir a retirada de qualquer direito trabalhista que fosse. Nem que ‘a vaca tossisse’, afirmou ela. Mas, infelizmente, não foi nada disto o que aconteceu, e o resulta- do está aí: a continuidade da inflexível e equivocada política do governo federal e os trabalhadores e o movimento sin- dical de volta às ruas contra mais este disparate governamental. E tudo acon- tecendo sem nem sequer uma consulta ou uma discussão prévia com os repre- sentantes dos trabalhadores”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sin- dical. E a justificativa de “corrigir distorções e fraudes” para justificar o anúncio das referidas MPs, e o consequente prejuí- zo imposto a milhões de trabalhadores Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Centrais vão às ruas por direitos e empregos A revogação das Medidas Provisórias é uma exigência dos trabalhadores e do Movimento Sindical Para que o conjunto dos traba- lhadores de uma empresa, ou de um ramo de atividade, consiga se fortalecer visando à resolução de problemas específicos ou gerais, como a defesa de seus direitos materiais, sociais e morais, é ne- cessário que estejam organizados em suas entidades de classe: os Sindicatos. O trabalhador, isola- damente, não consegue fazer va- ler os seus interesses. Sindicalizar-se é um direito dos trabalhadores, não uma obrigato- riedade. Sindicalizar-se significa garantir a independência política e financeira da entidade, afastan- do-a da ingerência patronal ou do governo por meio da participação ativa em ações que valorizem cada trabalhador e o grupo ao qual está inserido. Sindicalizar-se é fortalecer a luta por melhores salários, por segurança nos locais de trabalho, pela manutenção e ampliação de direitos numa empresa, no âmbito de uma categoria ou nas grandes questões em nível nacional, como a manutenção da política de rea- juste do salário mínimo, o fim do Fator Previdenciário, a correção da tabela do IR e a valorização das aposentadorias, entre outras. Mas apenas associar-se não é o que mais importa. O importante é que, ao associar-se, cada um o faça consciente de sua importân- cia dentro do contexto. Que par- ticipe efetivamente das lutas por novas conquistas e garantias de direitos. Cada uma das conquistas alcançadas pelos trabalhadores, ao longo da história, foi fruto da mobilização coletiva. Sindicalize-se e fortaleça o seu Sindicato! Miguel Torres Presidente da Força Sindical O porquê de sindicalizar-se! OPINIÃO Torres: “Manifestações por todo o País contra a retirada de direitos” Foto: Paulo Segura MANIFESTAÇÕES Foto: Tiago Santana Em assembleia na sede do Sinpospetro-SP, Rivaldo alertou que sem luta não se consegue nada Os frentistas de São Paulo aprovaram no domingo (18) a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2015. Com data- -base em 1º de março, os 25 mil trabalha- dores da Capital querem piso salarial de R$ 1.500,00, adicionais de periculosidade (30%) e noturno (50%) e tíquete-refeição de R$ 22,00, entre outras. O presidente do Sindicato dos Fren- tistas (Sinpospetro-SP), Rivaldo Morais, acredita que esta campanha será bas- tante difícil. Em função da crise econô- mica, os patrões não vão querer dar au- CAMPANHA SALARIAL Frentistas de São Paulo reivindicam piso de R$ 1.500,00 mento salarial. “Só a unidade vai nos levar à vitória. Sem luta não se consegue nada”, disse Rivaldo, ao lembrar que os cerca de 900 metalúrgicos da Volks de São Bernardo só foram readmitidos após uma greve de 10 dias. Além do Sinpospetro-SP, a Campanha reúne mais 15 sindicatos no Estado, re- presentando 85 mil trabalhadores, sob a coordenação da Fepospetro (Federação estadual). A pauta deverá ser entregue aos patrões ainda este mês. Dia Nacional de Luta por Direitos e pelo Emprego 28/01

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Destaques - Manifestação: 'Centrais vão às ruas por direitos e empregos'; Miguel Torres: 'O porquê de sindicalizar-se!'; Campanha Salarial: 'Frentistas de São Paulo reivindicam piso de R$ 1.500,00'

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - Força Sindical - 20 de janeiro de 2015

Trabalho

e trabalhadoras brasileiros, principal-mente aos mais jovens, que mudam de emprego com frequência maior até se estabelecerem no mercado de trabalho, não será capaz de resolver o problema de alocação de mão de obra no País (se-gundo estudiosos, o tempo médio de permanência no trabalho no Brasil, de forma geral, é de três anos). Não aceita-remos este retrocesso. Retirar ou redu-zir direitos é caminhar na contramão do combate às desigualdades sociais.

As mudanças ainda terão de passar pelo crivo do Congresso Nacional, que só volta do recesso no início de feve-reiro. Até lá, teremos muito trabalho para persuadir nossos parlamentares a apoiar a bandeira dos trabalhadores.

A Força Sindical, em conjunto com as principais Centrais Sindicais bra-

sileiras, realizarão, no próximo dia 28, o Dia Nacional de Luta por Direitos e pelo Emprego, uma série de manifestações contra o que consideram um desres-peito – e uma traição – por parte do governo contra a classe trabalhadora: a mudança de regras, e a consequente retirada de direitos trabalhistas e pre-videnciários, por meio das Medidas Provisórias nºs 664 (pensão por morte e auxílio-doença) e 665 (seguro-de-semprego, abono salarial e seguro-defeso), anunciadas no fi nal do ano. As manifestações, que contarão com a participação de milhares de trabalhado-res, acontecerão por todo o País.

“A revogação das MPs é uma exigên-cia dos trabalhadores e do movimento sindical. É uma afronta as Medidas te-rem sido anunciadas logo após a pre-sidenta Dilma ter se comprometido, publicamente, a voltar a abrir um canal de diálogo com as Centrais, através de reuniões periódicas, e não permitir a retirada de qualquer direito trabalhista que fosse. Nem que ‘a vaca tossisse’, afi rmou ela. Mas, infelizmente, não foi nada disto o que aconteceu, e o resulta-do está aí: a continuidade da infl exível e equivocada política do governo federal e os trabalhadores e o movimento sin-dical de volta às ruas contra mais este disparate governamental. E tudo acon-tecendo sem nem sequer uma consulta ou uma discussão prévia com os repre-sentantes dos trabalhadores”, afi rma

Miguel Torres, presidente da Força Sin-dical.

E a justifi cativa de “corrigir distorções e fraudes” para justifi car o anúncio das referidas MPs, e o consequente prejuí-zo imposto a milhões de trabalhadores

Publieditorial

youtube.com/user/centralsindical

facebook.com/CentralSindical

fl ickr.com/photos/[email protected]

twitter.com/centralsindical

fsindical.org.br

Centrais vão às ruas por direitos e empregosA revogação das Medidas Provisórias é uma exigência dos trabalhadores e do Movimento Sindical

Para que o conjunto dos traba-lhadores de uma empresa, ou de um ramo de atividade, consiga se fortalecer visando à resolução de problemas específi cos ou gerais, como a defesa de seus direitos materiais, sociais e morais, é ne-cessário que estejam organizados em suas entidades de classe: os Sindicatos. O trabalhador, isola-damente, não consegue fazer va-ler os seus interesses.

Sindicalizar-se é um direito dos trabalhadores, não uma obrigato-riedade. Sindicalizar-se signifi ca garantir a independência política e fi nanceira da entidade, afastan-do-a da ingerência patronal ou do governo por meio da participação ativa em ações que valorizem cada trabalhador e o grupo ao qual está inserido.

Sindicalizar-se é fortalecer a luta por melhores salários, por segurança nos locais de trabalho, pela manutenção e ampliação de direitos numa empresa, no âmbito de uma categoria ou nas grandes questões em nível nacional, como a manutenção da política de rea-juste do salário mínimo, o fi m do Fator Previdenciário, a correção da tabela do IR e a valorização das aposentadorias, entre outras.

Mas apenas associar-se não é o que mais importa. O importante é que, ao associar-se, cada um o faça consciente de sua importân-cia dentro do contexto. Que par-ticipe efetivamente das lutas por novas conquistas e garantias de direitos. Cada uma das conquistas alcançadas pelos trabalhadores, ao longo da história, foi fruto da mobilização coletiva.

Sindicalize-se e fortaleça o seu Sindicato!

Miguel TorresPresidente

da Força Sindical

O porquê de sindicalizar-se!

OPINIÃO

Torres: “Manifestações por todo o País contra a retirada de direitos”

Foto: Paulo Segura

MANIFESTAÇÕES

Foto

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go S

anta

na

Em assembleia na sede do Sinpospetro-SP, Rivaldo alertou que sem luta não se consegue nada

Os frentistas de São Paulo aprovaram no domingo (18) a pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2015. Com data--base em 1º de março, os 25 mil trabalha-dores da Capital querem piso salarial de R$ 1.500,00, adicionais de periculosidade (30%) e noturno (50%) e tíquete-refeição de R$ 22,00, entre outras.

O presidente do Sindicato dos Fren-tistas (Sinpospetro-SP), Rivaldo Morais, acredita que esta campanha será bas-tante difícil. Em função da crise econô-mica, os patrões não vão querer dar au-

CAMPANHA SALARIAL

Frentistas de São Paulo reivindicam piso de R$ 1.500,00 mento salarial.

“Só a unidade vai nos levar à vitória. Sem luta não se consegue nada”, disse Rivaldo, ao lembrar que os cerca de 900 metalúrgicos da Volks de São Bernardo só foram readmitidos após uma greve de 10 dias.

Além do Sinpospetro-SP, a Campanha reúne mais 15 sindicatos no Estado, re-presentando 85 mil trabalhadores, sob a coordenação da Fepospetro (Federação estadual). A pauta deverá ser entregue aos patrões ainda este mês.

Dia Nacional de Luta por Direitos e pelo

Emprego

28/01