página sindical do diário de são paulo - 05 de dezembro de 2014 - força sindical

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Opinião youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Com as medidas do governo, cenas como esta serão cada vez mais difíceis como ministro da Fazenda preocupa porque remete a cortes mais profun- dos, que podem comprometer o nível de emprego. E, para conter a sangria do seguro-desemprego, basta apro- var a Convenção 158 da OIT, que trata da dispensa imotivada”, observa. Sergio Luiz Leite, o Serginho, 1º secretário da Força Sindical, consi- dera bastante positivo tranquilizar o mercado com a indicação da nova equipe econômica. Mas ressalva: “Colocar as contas em ordem não significa derrubar políticas sociais Dirigentes da Força Sindical estão apreensivos sobre o que aconte- cerá com a economia do País em 2015. “A indicação do ministro da Economia Joaquim Levy, pela presidenta Dilma – bastante festejada pelo mercado –, indica que o Ministério da Fazenda e o Banco Central vão reeditar, com mãos de ferro, o tripé macroeconômi- co composto pelo controle da inflação (sistema de metas e taxa de juros), taxa de câmbio flutuante e superávit primário (declínio da relação dívida bruta/PIB)”, afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical. Para o presidente da Central, “tudo leva a crer que a criatividade desse governo é bastante limitada, pois ele prefere adotar um leque de medidas ortodoxas e contracionistas para o enfrentamento da crise – para o de- leite, sobretudo, do mercado –, ratifi- cando a nossa servidão voluntária ao mercado financeiro, em vez de priori- zar o crescimento econômico”. “O Brasil parece reeditar medidas que não suplantam as nossas maze- las. Pelo contrário, as reforçam. O dis- curso da geração de superávit primá- rio a todo custo desnuda o anacrônico conflito distributivo brasileiro. Ora, a propalada redução do gasto público vai atingir a quem?”, indaga Torres. Segundo o sindicalista, a Força Sindi- cal não permitirá políticas restritivas que venham retirar direitos dos traba- lhadores. “A minha visão é de pura preocu- pação”, diz Jorge Nazareno, presi- dente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. “Uma pessoa do mercado Foto: Paulo Pinto/fotos pública Força Sindical teme a economia para 2015 Dirigentes sindicais têm medo que corte profundo nos gastos aumentem o desemprego POLÍTICA ECONÔMICA Trabalho Publieditorial A nova alta da taxa básica de juros anuncia- da 4ª feira (3) pelo Copom, de 0,5%, demonstra como será 2015 quanto à economia do País. O novo aumento dos juros representa, para os trabalhadores e o setor produtivo, produção em baixa, recuo no consumo, crédito mais caro, aumento do desemprego, da miséria e estag- nação econômica. A indicação dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, e a manutenção do atual presidente do BC para 2015, apontam para a continuidade de medidas rígidas com o objeti- vo de reforçar o aperto monetário mantendo o Miguel Torres Presidente da Força Sindical Juros altos causam estagnação econômica câmbio flexível. Reduzir os gastos do governo cortando despesas com seguro-desemprego, abono salarial, não renovando a política de valorização do salário mínimo, além da ele- vação das tarifas públicas, entre outras, são argumentos recorrentes do governo quando o assunto é aumentar a economia do setor público para pagar os juros da dívida. Os juros altos já comprometem as campanhas salariais das categorias com datas-base no 1º semestre de 2015. Os trabalhadores não vão pagar uma conta que é do governo. Para tanto, estamos intensificando a luta pela defesa da redução da taxa de juros e contra toda e qual- quer medida que penalize a classe trabalhadora. ou reduzir direitos dos trabalhadores. Nem que a vaca tussa”, diz. Milton de Araújo, presidente do Sin- dicato dos Comerciários de Jundiaí, afirma que está muito preocupado com 2015. “Vamos lutar intensamente para manter os empregos”. Para Car- los Vicente de Oliveira, Carlão, presi- dente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, “a indicação do governo para o Ministério da Fazenda atropela as ideias desenvolvimentistas e de redu- ção da desigualdade”. Os frentistas vão intensificar a Cam- panha Salarial Unificada 2015 (100 mil trabalhadores de 16 Sindicatos filiados à Federação – Fepospetro, com data -base em 1º de março) com a realiza- ção de assembleias por todo o Estado. “Temos de intensificar a mobilização para dobrar os patrões”, disse Rivaldo Morais, presidente do Sinpospetro-SP (Sindicato da categoria). Os 25 mil frentistas de São Paulo querem piso de R$ 1.500,00 e 30% de FRENTISTAS Categoria quer piso salarial de R$ 1.500,00 adicional de periculosidade. Segundo Luiz Arraes , presidente da Fepospetro , “a Campanha será difícil pela desace- leração da economia, por isto resolve- mos antecipá-la”. Os frentistas reivindicam piso de R$ 1.500,00; dois pisos para caixas; três pi- sos para gerentes; 30% de periculosida- de; 50% de adicional noturno; adicional propaganda (a negociar); PLR equiva- lente a duas remunerações do empre- gado; tíquete-refeição de R$ 22,00. Foto: Arquivo Força Sindical PETROBRAS Força debate com governo e patrões problemas nas obras Dirigentes sindicais, empresários e governo se reuniram ontem (dia 4), no Palácio do Planalto, para debater os problemas que enfrentam os tra- balhadores da construção pesada. Miguel Torres (primeiro à direita), presidente da Força Sindical, alertou o governo “que os trabalhadores não podem pagar a conta dos problemas da Petrobras”. O sindicalista também cobrou que a Petrobras deposite nos TRTs o dinheiro das empreiteiras quando ocorrer atrasos nos paga- mentos dos salários.

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Destaques - Miguel Torres: 'Juros altos causam estagnação econômica'; Economia: 'Força Sindical teme a economia para 2015'; Frentistas: 'Categoria quer piso salarial de R$ 1.500,00'; Petrobrás: 'Força debate com governo e patrões problemas nas obras'

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Page 1: Página Sindical do Diário de São Paulo - 05 de dezembro de 2014 - Força Sindical

Opinião

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Com as medidas do governo, cenas como esta serão cada vez mais difíceis

como ministro da Fazenda preocupa porque remete a cortes mais profun-dos, que podem comprometer o nível de emprego. E, para conter a sangria do seguro-desemprego, basta apro-var a Convenção 158 da OIT, que trata da dispensa imotivada”, observa.

Sergio Luiz Leite, o Serginho, 1º secretário da Força Sindical, consi-dera bastante positivo tranquilizar o mercado com a indicação da nova equipe econômica. Mas ressalva: “Colocar as contas em ordem não significa derrubar políticas sociais

Dirigentes da Força Sindical estão apreensivos sobre o que aconte-

cerá com a economia do País em 2015. “A indicação do ministro da Economia Joaquim Levy, pela presidenta Dilma – bastante festejada pelo mercado –, indica que o Ministério da Fazenda e o Banco Central vão reeditar, com mãos de ferro, o tripé macroeconômi-co composto pelo controle da infl ação (sistema de metas e taxa de juros), taxa de câmbio fl utuante e superávit primário (declínio da relação dívida bruta/PIB)”, afi rma Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Para o presidente da Central, “tudo leva a crer que a criatividade desse

governo é bastante limitada, pois ele prefere adotar um leque de medidas ortodoxas e contracionistas para o enfrentamento da crise – para o de-leite, sobretudo, do mercado –, ratifi -cando a nossa servidão voluntária ao mercado fi nanceiro, em vez de priori-zar o crescimento econômico”.

“O Brasil parece reeditar medidas que não suplantam as nossas maze-las. Pelo contrário, as reforçam. O dis-curso da geração de superávit primá-rio a todo custo desnuda o anacrônico confl ito distributivo brasileiro. Ora, a propalada redução do gasto público vai atingir a quem?”, indaga Torres. Segundo o sindicalista, a Força Sindi-cal não permitirá políticas restritivas que venham retirar direitos dos traba-lhadores.

“A minha visão é de pura preocu-pação”, diz Jorge Nazareno, presi-dente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco. “Uma pessoa do mercado

Foto: Paulo Pinto/fotos pública

Força Sindical teme a economia para 2015Dirigentes sindicais têm medo que corte profundo nos gastos aumentem o desemprego

POLÍTICA ECONÔMICA

TrabalhoPublieditorial

A nova alta da taxa básica de juros anuncia-da 4ª feira (3) pelo Copom, de 0,5%, demonstra como será 2015 quanto à economia do País.

O novo aumento dos juros representa, para os trabalhadores e o setor produtivo, produção em baixa, recuo no consumo, crédito mais caro, aumento do desemprego, da miséria e estag-nação econômica.

A indicação dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento, e a manutenção do atual presidente do BC para 2015, apontam para a continuidade de medidas rígidas com o objeti-vo de reforçar o aperto monetário mantendo o

Miguel TorresPresidente da Força Sindical

Juros altos causam estagnação econômicacâmbio fl exível.

Reduzir os gastos do governo cortando despesas com seguro-desemprego, abono salarial, não renovando a política de valorização do salário mínimo, além da ele-vação das tarifas públicas, entre outras, são argumentos recorrentes do governo quando o assunto é aumentar a economia do setor público para pagar os juros da dívida. Os juros altos já comprometem as campanhas salariais das categorias com datas-base no 1º semestre de 2015.

Os trabalhadores não vão pagar uma conta que é do governo. Para tanto, estamos intensifi cando a luta pela defesa da redução da taxa de juros e contra toda e qual-quer medida que penalize a classe trabalhadora.

ou reduzir direitos dos trabalhadores. Nem que a vaca tussa”, diz.

Milton de Araújo, presidente do Sin-dicato dos Comerciários de Jundiaí, afi rma que está muito preocupado com 2015. “Vamos lutar intensamente para manter os empregos”. Para Car-los Vicente de Oliveira, Carlão, presi-dente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo, “a indicação do governo para o Ministério da Fazenda atropela as ideias desenvolvimentistas e de redu-ção da desigualdade”.

Os frentistas vão intensifi car a Cam-panha Salarial Unifi cada 2015 (100 mil trabalhadores de 16 Sindicatos fi liados à Federação – Fepospetro, com data-base em 1º de março) com a realiza-ção de assembleias por todo o Estado. “Temos de intensifi car a mobilização para dobrar os patrões”, disse Rivaldo Morais, presidente do Sinpospetro-SP (Sindicato da categoria).

Os 25 mil frentistas de São Paulo querem piso de R$ 1.500,00 e 30% de

FRENTISTAS

Categoria quer piso salarial de R$ 1.500,00adicional de periculosidade. Segundo Luiz Arraes , presidente da Fepospetro , “a Campanha será difícil pela desace-leração da economia, por isto resolve-mos antecipá-la”.

Os frentistas reivindicam piso de R$ 1.500,00; dois pisos para caixas; três pi-sos para gerentes; 30% de periculosida-de; 50% de adicional noturno; adicional propaganda (a negociar); PLR equiva-lente a duas remunerações do empre-gado; tíquete-refeição de R$ 22,00.

Foto: Arquivo Força SindicalPETROBRAS

Força debate com governo e patrões problemas nas obras

Dirigentes sindicais, empresários e governo se reuniram ontem (dia 4), no Palácio do Planalto, para debater os problemas que enfrentam os tra-balhadores da construção pesada. Miguel Torres (primeiro à direita), presidente da Força Sindical, alertou o governo “que os trabalhadores não podem pagar a conta dos problemas

da Petrobras”. O sindicalista também cobrou que a Petrobras deposite nos TRTs o dinheiro das empreiteiras quando ocorrer atrasos nos paga-mentos dos salários.