página sindical do diário de são paulo - 12 de dezembro de 2014 - força sindical

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Trabalho Com data-base em 1º de dezem- bro, os aeroviários do Estado de São Paulo ainda não fecharam acordo da Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo Reginaldo Alves de Souza, o Mandu, presidente do Sindicato dos Aeroviários, os patrões se mantêm intransigentes e insistem em conce- der apenas a reposição da inflação (INPC do período até a data-base) para quem ganha até R$ 10 mil. Para os salários acima desta faixa, nada de reajuste. “Diante desta situação, os trabalhadores decidiram intensifi- car a luta e realizar manifestações de protesto e paralisações localizadas”, explica Mandu. “As empresas tiveram lucros cons- tantes nos últimos sete anos, mas não querem dividi-los com os traba- lhadores. Entregamos a pauta de rei- vindicações há 71 dias, e realizamos manifestações no Aeroporto de Con- gonhas”, afirma o dirigente. São cinquenta mil trabalhadores na base da Força Sindical no Estado. “Reivindicamos 9% de reajuste sa- larial, mais 15% de reajuste sobre os pisos salariais e os benefícios, como, por exemplo, no vale-refeição, na cesta básica, nas diárias e no segu- ro de vida. Queremos aumento real para que tenhamos um salário dig- no”, destaca Mandu. Periculosidade Em assembleia realizada na quar- ta-feira (dia 10), os cerca de quatro- centos aeroviários que trabalham na Gol, em São Paulo, aprovaram o acordo firmado entre a empresa e o Sindicato sobre periculosidade. “A empresa, em tempo algum, pagou este benefício, e o processo con- tinua em trâmite na Justiça há dois anos e meio”, ressalta Mandu. Mesmo com a tramitação do pro- cesso na Justiça o Sindicato ne- gociou um acordo com a empresa, que concordou em pagar, no salário nominal, indenização de quaren- ta meses retroativos, mais 30% de adicional de periculosidade. O diri- gente declara, ainda, que as demais empresas aéreas – exceto a TAM – pagam o adicional de periculosi- dade para os trabalhadores do po- pular “Corujão”. Publieditorial youtube.com/user/centralsindical facebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/forca_sindical [email protected] twitter.com/centralsindical fsindical.org.br Com data-base em 1º de dezembro, categoria não descarta paralisações Mandu: “As empresas tiveram lucros nos últimos sete anos, mas não querem dividi-los com os trabalhadores” Foto: Guto Cardoso AEROVIÁRIOS Trabalhadores intensificam Campanha Salarial Após anos de distanciamento político, falta de diálogo e frequentes críticas da parte do mo- vimento sindical, a Força Sindical e as demais Centrais estiveram, na última segunda-feira (8), reunidas com a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília. Na pauta do encontro, que também contou com a presença de Aloizio Merca- dante, ministro da Casa Civil, temas rele- vantes, como a continuidade da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda, entre ou- tros, foram abordados. Mesmo com a pauta unificada das Cen- Centrais e governo retomam diálogo trais em mãos, a presidenta não se posicionou quanto à redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas e à revogação do Fator Previdenciário para seu 2º manda- to. Menos mal que o diálogo tenha sido retomado e que a presidenta tenha confirmado que manterá a política de reajuste do mínimo e que vai corrigir a tabela do IR em 4,5%. As partes também acertaram a criação de uma mesa permanente de negociação e, já em janeiro, mon- tarão, em conjunto, um calendário de reuniões. Mas as Centrais deixaram bem claro que não aceitarão quaisquer alterações que afetem as conquistas dos tra- balhadores, medidas que já vêm sendo discutidas entre a atual e a futura equipe econômica do governo no que se refere às regras do seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte. Arnaldo: “Fortalecer a política sobre a saúde dos trabalhadores” Foto: Sind.Met.Osasco Força Sindical participará da 4ª Conferência sobre saúde PREVENÇÃO Uma equipe de dirigentes da Força Sindical participará da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalha- dora (CNSTT), que terá início nesta segunda-feira, dia 15, e terminará no dia 18, no Centro de Convenções do Brasil, na ca- pital federal. Arnaldo Gonçalves, secretá- rio nacional de Saúde e Segu- rança da Central, afirma que o principal objetivo da Conferên- cia é discutir a saúde do tra- balhador e fortalecer, efetiva- mente, a política sobre a saúde do trabalhador e da trabalhado- ra, que foi instituída há cerca de dois anos. “Queremos que, quando for feito o diagnóstico, o trabalha- dor seja questionado, também, em que função trabalha, para que tenhamos dados suficien- tes para saber se a doença tem ou não relação com o tipo de trabalho executado”, declara Gonçalves. Atualmente, somente os Cen- tros de Referência de Saúde do Trabalhador realizam este tipo de questionamento. OPINIÃO Miguel Torres Presidente da Força Sindical

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Destaques: Miguel Torres: 'Centrais e governo retomam diálogo'; Aeroviários: 'Trabalhadores intensificam Campanha Salarial'; Prevenção: 'Força Sindical participará da 4ª Conferência sobre saúde'

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Trabalho

Com data-base em 1º de dezem-bro, os aeroviários do Estado de

São Paulo ainda não fecharam acordo da Convenção Coletiva de Trabalho. Segundo Reginaldo Alves de Souza, o Mandu, presidente do Sindicato dos Aeroviários, os patrões se mantêm intransigentes e insistem em conce-der apenas a reposição da inflação (INPC do período até a data-base) para quem ganha até R$ 10 mil. Para os salários acima desta faixa, nada de reajuste. “Diante desta situação, os trabalhadores decidiram intensifi-car a luta e realizar manifestações de protesto e paralisações localizadas”, explica Mandu.

“As empresas tiveram lucros cons-

tantes nos últimos sete anos, mas não querem dividi-los com os traba-lhadores. Entregamos a pauta de rei-vindicações há 71 dias, e realizamos manifestações no Aeroporto de Con-gonhas”, afirma o dirigente.

São cinquenta mil trabalhadores na base da Força Sindical no Estado. “Reivindicamos 9% de reajuste sa-larial, mais 15% de reajuste sobre os pisos salariais e os benefícios, como, por exemplo, no vale-refeição, na cesta básica, nas diárias e no segu-ro de vida. Queremos aumento real para que tenhamos um salário dig-no”, destaca Mandu.

Periculosidade

Em assembleia realizada na quar-ta-feira (dia 10), os cerca de quatro-centos aeroviários que trabalham na Gol, em São Paulo, aprovaram o acordo firmado entre a empresa e o Sindicato sobre periculosidade. “A empresa, em tempo algum, pagou este benefício, e o processo con-tinua em trâmite na Justiça há dois anos e meio”, ressalta Mandu.

Mesmo com a tramitação do pro-cesso na Justiça o Sindicato ne-gociou um acordo com a empresa, que concordou em pagar, no salário nominal, indenização de quaren-ta meses retroativos, mais 30% de adicional de periculosidade. O diri-gente declara, ainda, que as demais empresas aéreas – exceto a TAM – pagam o adicional de periculosi-dade para os trabalhadores do po-pular “Corujão”.

Publieditorial

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Com data-base em 1º de dezembro, categoria não descarta paralisações

Mandu: “As empresas tiveram lucros nos últimos sete anos, mas não querem dividi-los com os trabalhadores”

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AEROVIÁRIOS

Trabalhadores intensificam Campanha Salarial

Após anos de distanciamento político, falta de diálogo e frequentes críticas da parte do mo-vimento sindical, a Força Sindical e as demais Centrais estiveram, na última segunda-feira (8), reunidas com a presidenta Dilma Rousseff , em

Brasília. Na pauta do encontro, que também contou com a presença de Aloizio Merca-dante, ministro da Casa Civil, temas rele-vantes, como a continuidade da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda, entre ou-tros, foram abordados.

Mesmo com a pauta unifi cada das Cen-

Centrais e governo retomam diálogo trais em mãos, a presidenta não se posicionou quanto à redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas e à revogação do Fator Previdenciário para seu 2º manda-to. Menos mal que o diálogo tenha sido retomado e que a presidenta tenha confi rmado que manterá a política de reajuste do mínimo e que vai corrigir a tabela do IR em 4,5%. As partes também acertaram a criação de uma mesa permanente de negociação e, já em janeiro, mon-tarão, em conjunto, um calendário de reuniões.

Mas as Centrais deixaram bem claro que não aceitarão quaisquer alterações que afetem as conquistas dos tra-balhadores, medidas que já vêm sendo discutidas entre a atual e a futura equipe econômica do governo no que se refere às regras do seguro-desemprego, abono salarial e pensão por morte.

Arnaldo: “Fortalecer a política sobre a saúde dos trabalhadores”

Foto

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Força Sindical participará da 4ª Conferência sobre saúde

PREVENÇÃO

Uma equipe de dirigentes da Força Sindical participará da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalha-dora (CNSTT), que terá início nesta segunda-feira, dia 15, e terminará no dia 18, no Centro de Convenções do Brasil, na ca-pital federal.

Arnaldo Gonçalves, secretá-rio nacional de Saúde e Segu-rança da Central, afirma que o principal objetivo da Conferên-cia é discutir a saúde do tra-balhador e fortalecer, efetiva-mente, a política sobre a saúde do trabalhador e da trabalhado-ra, que foi instituída há cerca de dois anos.

“Queremos que, quando for feito o diagnóstico, o trabalha-dor seja questionado, também, em que função trabalha, para que tenhamos dados suficien-tes para saber se a doença tem ou não relação com o tipo de trabalho executado”, declara Gonçalves.

Atualmente, somente os Cen-tros de Referência de Saúde do Trabalhador realizam este tipo de questionamento.

OPINIÃO Miguel Torres Presidente da Força Sindical