jornal entreposto | novembro de 2010

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Segundo dados da seção de economia e desenvolvimento da companhia, a quantidade de frutas ofertadas no entreposto da capital deverá crescer 5% este ano. S São Paulo, novembro de 2010 www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - N o 126 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Verão eleva vendas de frutas na Ceagesp Código conecta produtor ao consumidor pelo celular e pode ser aliado do agronegócio Pimentão Verde CX K R$ 10,93 BAIXA Ameixa KG R$ 2,23 Alface Crespa ENG R$ 6,36 ESTÁVEL Ovo Branco CX R$ 41,99 Boca de Leão R$ 5,94 Tilápia KG R$ 3,77 ESTÁVEL * Preço de referência do mês de outubro l 2010 - Expectativa para novembro l 2010 BAIXA BAIXA ESTÁVEL Salão do Automóvel de São Paulo Confira fotos exlcusivas D2 Veículos híbridos e elétricos foram as grandes novidades apresentadas em 2010 Pág. B1 A embalagem de madeira para frutas e hortaliças frescas Pág. B2 Estudo avalia relacionamento entre supermercados e consumidores Pág. B5 QUALIDADE SUSTENTABILIDADE Sobrevalorização do real também favorece comércio de produtos importados no entreposto da capital O aumento do fluxo de veículos e compradores no Entreposto Terminal de São Paulo traduz a efervescência do mercado em sua melhor época. O verão e as ceias de Natal e da virada do ano elevam a procura por alimentos frescos na Ceagesp, maior central atacadista da América Latina. Pág. A2 Pesquisa relaciona plantio direto com melhoria da qualidade da água Pág. C2 Brasil recicla 98,2% das latas de alumínio vendidas Pág. C4 Vem aí o Guia dos mercados municipais de São Paulo Pág. A6

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Page 1: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

Segundo dados da seção de economia e desenvolvimento da companhia, a quantidade de frutas ofertadas no entreposto da capital deverá crescer 5% este ano.

S

São Paulo, novembro de 2010www.jornalentreposto.com.br

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - No 126 - Circulação autorizada no ETSP da Ceagesp e Região Oeste

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Verão eleva vendas de frutas na Ceagesp

Código conecta produtor ao consumidor pelo celular e pode ser aliado do agronegócio

PimentãoVerde

CX K R$ 10,93 BAIXA

Ameixa

KG R$ 2,23

AlfaceCrespa

ENG R$ 6,36 ESTÁVEL

OvoBranco

CX R$ 41,99

Boca deLeão

MÇ R$ 5,94

Tilápia

KG R$ 3,77 ESTÁVEL

* Preço de referência do mês de outubro l 2010 - Expectativa para novembro l 2010

BAIXA BAIXA

ESTÁVEL

S

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva *** UM JORNAL A SERVIÇO DO AGRONEGÓCIO *** ANO 11 - N

Salão do Automóvel de São PauloConfi ra fotos exlcusivas D2

Veículoshíbridos e

elétricos foramas grandesnovidades

apresentadasem 2010

Pág. B1

A embalagem de madeira para frutas e hortaliças frescas

Pág. B2

Estudo avalia relacionamento entre supermercados e consumidores

Pág. B5

QUALIDADESUSTENTABILIDADE

Sobrevalorização do real também favorece comércio de produtos importados no entreposto da capitalO aumento do fl uxo de veículos e compradores no Entreposto Terminal de São Paulo traduz a efervescência do mercado em sua melhor época.

O verão e as ceias de Natal e da virada do ano elevam a procura por alimentos frescos na Ceagesp, maior central atacadista da América Latina.

Pág. A2

Pesquisa relaciona plantio direto com melhoria da qualidade da água

Pág. C2

Brasil recicla 98,2% das latas de alumínio vendidasPág. C4

Vem aí o Guia dos mercados municipais de São Paulo

Pág. A6

Page 2: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOA2

COMERCIALIZAÇÃOFOTO: PAULO FERNANDO

Fim de ano eleva expectativa de vendas na CeagespVolume de frutas comercializadas no ETSP crescerá 5% em dezembro, calcula economista

Paulo Fernando De São Paulo

As ceias de Natal e da vi-rada do ano são sinônimos de fartura. Na mesa dessas festas em que reunimos fami-liares e amigos, não podem faltar carnes de aves nobres, suínos, peixes e frutas. Por sinal, muitas frutas, tanto as desidratadas quanto as in na-tura.

A época, portanto, impul-siona o comércio de alimen-tos no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp, maior central de abastecimento da América Latina. Nesse perí-odo, o movimento de com-pradores e veículos chega a aumentar 25%. Os congestio-namentos são constantes e o corre-corre não para.

Nos varejões da empresa, o fluxo de consumidores tam-bém aumenta consideravel-mente. “Para fazer uma boa festa e ter uma mesa farta e completa, é preciso pôr a mão no bolso”, diz o empre-sário Nilthon Fernandes, habi-tué da feira noturna realizada às quartas-feiras no ETSP.

Segundo dados da seção de economia e desenvolvimen-to da estatal, a quantidade de frutas ofertadas em dezem-bro no atacado do entreposto da capital deverá crescer 5% este ano, em relação ao mes-mo período de 2009.

A sobrevalorização do real também elevará, novamente, a oferta de produtos impor-tados no Entreposto de São Paulo. A análise é do eco-nomista-chefe companhia, Flávio Godas, para quem o aumento da quantidade de frutas ofertadas manterá os preços estáveis, apesar da procura maior.

No ranking das mais vendi-das em termos de toneladas, as dez primeiras variedades corresponderam a 73,1% de todo o comércio de frutas na Ceagesp em dezembro do ano passado. Foram elas a laran-ja, melancia, maçã, mamão, manga, abacaxi, uva, pêsse-go, limão e melão.

Já ranking por volume fi-nanceiro, figuraram a maçã, uva, laranja, pêra, pêssego, mamão, ameixa, manga, ce-reja e abacaxi. As vendas des-sas frutas corresponderam, em dezembro do ano passa-do, a 69,6% fluxo financeiro do mercado, ou seja, cerca de R$ 170 milhões.

“As expectativas para este fim de ano são excelentes. A demanda interna elevada, so-mada ao efeito do dólar bai-xo, favorecerá o fechamento de mais negócios nesse perí-odo”, analisa Godas.

Elaboração de suco de uva anima produtores no Vale do Submédio São Francisco

A elaboração de suco de uva é a nova alternativa de renda para os produtores do Vale do São Francisco, no Nordeste brasileiro, que hoje enfrentam problemas com a desvalorização do dólar, a ir-regularidade das chuvas e o aumento do custo da produ-ção de uvas de mesa. Para dar suporte a essa mudança, pesquisadores da Embrapa Semiárido (Petrolina – PE) e da Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves – RS) estão desenvolvendo métodos para elaborar o suco de uva a par-tir de processos industriais mais rápidos e durante o ano inteiro.

De acordo com o pesqui-sador na área de enologia Giuliano Elias Pereira, da Em-brapa Uva e Vinho/Semiárido, o suco de uva permite um re-torno financeiro mais rápido para o produtor. “Enquanto o vinho precisa esperar todo o processo fermentativo e de estabilização, que dura para os vinhos mais rápidos no mí-nimo 50 a 60 dias, para os vi-nhos jovens, podendo chegar a até 2 anos para os vinhos

de guarda, o suco é elabora-do e está pronto para o con-sumidor em cerca de quatro ou cinco horas após o recebi-mento da uva”, destaca.

Mesmo sendo experimen-tal, o processo de elaboração de sucos tropicais já atraiu a atenção de pequenos, mé-dios e grandes produtores da região, que poderão utilizar o espaço e os equipamentos da Embrapa Semiárido para processar o suco. “A idéia é realizar pesquisas científicas e ao mesmo tempo prestar serviços em parceria com os pequenos, médios e grandes proprietários. A ideia é mos-trar que, se organizados, eles poderão trabalhar em sistema de associação ou co-operativa”, enfatiza Pereira. Para montar esse espaço de processamento do suco de uva, será necessário um in-vestimento de pelo menos R$ 300 mil em equipamentos e instalações, o suficiente para produzir cerca de 1,5 mil li-tros por dia.

Cultivares O pesquisador da Embra-

pa explica que a elaboração de suco poderá ocorrer o ano inteiro devido ao fato de as variedades de uva utilizadas na região, Vitis labrusca, se-rem mais tolerantes à chuva que as uvas Vitis vinifera L., usadas para uva de mesa e para a elaboração de vinhos finos. Atualmente, as princi-pais cultivares utilizadas para a produção de suco no Vale do Submédio São Francisco são a Isabel Precoce, BRS Cora e a BRS Rúbea, desenvolvidas pela Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves – RS). Ou-tras variedades, como a BRS Carmem e a BRS Violeta, têm apresentado resultados pro-missores na região e também serão avaliadas.

A cultivar mais plantada pelos produtores locais é a Isabel Precoce, que apresen-ta as características gerais da cultivar Isabel, porém com ma-turação antecipada em cerca de 33 dias. Ela apresenta re-lativa susceptibilidade ao míl-dio da videira (Plasmopara vi-ticola), à requeima (Alternaria sp) e à ferrugem (Phakopso-ra euvitis), mas comporta-se

bem em relação à antracnose (Elsinoe ampelina) e ao oídio (Uncinula necator). Com pro-dutividade na faixa de 25 a 30 t/ha, o mosto da Isabel Precoce apresenta 18O a 20O Brix e coloração mais intensa do que a coloração de sua for-ma original.

A BRS Cora, também mui-to utilizada pelos produtores da região, é altamente fértil, normalmente com mais de dois cachos por broto, o que determina um alto potencial produtivo. É uma variedade de ciclo médio, entre 130 e 140 dias em regiões tropi-cais, dependendo da época do ano. Em plena maturação, apresenta agradável sabor, tí-pico das labruscas, e mosto intensamente colorido, com teor de açúcar entre 18O e 20O Brix e pH na faixa de 3,45. O controle de míldio, ferrugem e requeima deve ser preventivo, tendo em conta sua relativa susceptibilidade.

Já a BRS Rúbea apresenta intensa cor violácea e caracte-rísticas de aroma e sabor de alta qualidade para suco de uva. É uma cultivar vigorosa,

medianamente produtiva e resistente às principais doen-ças fúngicas, como antracno-se, míldio, oídio e podridões do cacho. Sua principal qua-lidade é a intensa coloração do mosto, que contribui para a melhoria de qualidade de vi-nhos e sucos elaborados com outras uvas.

A BRS Violeta, por sua vez, é uma cultivar híbrida com-plexa que apresenta as ca-racterísticas gerais das uvas labruscas.

Apresenta vigor modera-do e hábito de crescimento determinado, naturalmente interrompido antes do início de maturação da uva. Adap-ta-se bem tanto ao Sul, sob condições de clima tempera-do e subtropical, como em re-giões tropicais. É uma cultivar precoce e de alta fertilidade, normalmente com dois ca-chos por broto. Em condições normais de cultivo atinge 25 t a 30 t/ha de uvas com 19O

a 21OBrix, dependendo das condições climáticas de cada safra.

No caso da BRS Carmem, trata-se de uma cultivar vigo-

rosa e de ciclo tardio, com exuberante desenvolvimento vegetativo, característica que facilita a formação das plan-tas no ano do plantio. Apre-senta alta fertilidade de ge-mas, normalmente com dois cachos por ramo. A cultivar apresenta boa resistência ao míldio, ao oídio e à podridão cinzenta do cacho (Botrytis ci-nerea). Em plena maturação, apresenta sabor agradável, com teor de açúcar em torno de 19O Brix e pH na faixa de 3,60. A BRS Carmem origina suco de cor violácea intensa, que pode ser consumido puro ou utilizado em corte com suco de outras cultivares, aportando-lhes cor, aroma e sabor.

Mudas e gemas dessas e de outras cultivares, bem como estacas de porta-enxer-tos, podem ser adquiridas de viveiristas licenciados ou da própria Embrapa. Informações e reservas no site do Escritó-rio de Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia em Campinas: http://www.campinas.snt.embrapa.br/se-resmap/uvas/.

Page 3: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

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Page 4: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 A5Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOA4

Mercado de produtos orgânicos mira Copa no Brasil para crescer Evento realizado em São Paulo reuniu agentes da agricultura sustentável e debateu estratégias para fomentar um mercado que registra crescimento de 20% ao ano

No Ano Internacional da Biodiversidade promovido pe-las Organizações das Nações Unidas, a Biofach América La-tina, maior evento de agricultu-ra orgânica do mundo, realiza-da no início do mês na capital paulista, atraiu quase seis mil visitantes interessados em co-nhecer as tendências de um mercado que cresce cerca de 20% ao ano. Entre os temas abordados durante a feira, a realização da Copa do Mun-do no Brasil em 2014 e a Lei de Produtos Orgânicos (leia na página seguinte), prevista para entrar em vigor a partir de janeiro do próximo ano, ga-nharam destaque por parte de visitantes e debatedores.

“Através deste evento, ve-mos o quanto o Brasil inova e ousa. Inova quando cria uma lei que contempla que 30% da merenda escolar deve vir da agricultura familiar; e quando propõe, para 2014, uma Copa do Mundo com produtos orgâ-nicos e sustentáveis”, disse a diretora do Planeta Orgânico e co-organizadora da BioFach América Latina, Maria Beatriz Martins Costa durante a ceri-mônia de abertura do evento.

“O Brasil está incorporan-do a questão de sustentabili-dade, mas ainda há desafios imensos. Nosso compromisso

é melhorar a vida do homem – com a floresta em pé e a natureza preservada”, disse o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor do Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo Campos. Ele lembrou que o órgão trouxe 48 empreendimentos a São Paulo, que representam 24 mil famílias de agricultores. Campos destacou a criação da Praça da Sociobiodiversida-de, espaço que congregou 38 empreendimentos da Amazô-nia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Projeto do Plano Nacional da Socio-biodiversidade de promoção comercial para os produtos da biodiversidade brasileira, o espaço reuniu os próprios pro-dutores a São Paulo, que pu-deram expor produtos, vender e fechar parcerias. A iniciativa também foi elogiada por José Machado, secretário- executi-vo do Ministério do Meio Am-biente. “A Praça vai trazer para o debate a perspectiva de vida dos agricultores que precisam ter o apoio da sociedade. Esta-mos aqui porque apoiamos deci-sivamente o setor de orgânicos e confiamos que o novo governo vai continuar implementando as políticas públicas voltadas para o planejamento integrado e a gestão de recursos naturais.”

Copa sustentável

A Copa do Mundo, que será realizada em 12 cidades-sedes, será responsável por exibir ao mundo os atrativos, não só turísticos, do Brasil. De olho nessa oportunidade o Consórcio Orgânico e Susten-tável - formado pelo Planeta Orgânico, IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional e o Projeto IPD-Organics Brasil - trouxe a São Paulo o coor-denador da Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, vinculada ao Ministério do Esporte, Claudio Langone.

Ele afirmou que os orga-nizadores da Copa trabalham com a ideia de que o país tem condições de oferecer para de-terminados nichos do torneio mundial produtos orgânicos e sustentáveis, certificados, com origem claramente iden-tificada. “Precisamos pensar em políticas que sejam estru-turantes, que não só apresen-tem um bom desempenho no período da Copa, mas que dei-xem um legado. Nossas inicia-tivas devem ser perceptíveis porque é uma oportunidade de mostrar que o Brasil está preocupado com tema da sus-tentabilidade”, disse. Segundo Langoni, essas ações incluem

aumentar a produção de or-gânicos e oferecê-los a um preço menor a organizar uma rede de feiras, suprir mais os supermercados, oferecer car-dápios orgânicos em hotéis e restaurantes.

O executivo também afir-mou que, até o final deste ano, começará a trabalhar com sua equipe na instalação das câ-maras de Meio Ambiente nas 12 cidades-sedes. “Teremos ainda uma segunda etapa, em que vamos conversar com o setor privado, como parceiros e executores”.

Segundo a diretora de co-municação e projeto da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Herminia Sica de Moraes, o trabalho deve ser iniciado até o primeiro trimestre do próximo ano e a expectativa é que sirva para impulsionar o mercado de produtos orgânicos no Brasil. “Esperamos, com isso, impul-sionar o mercado de orgâni-cos brasileiro, que hoje está na ordem de R$ 400 milhões. Esperamos dobrar isso até a Copa do Mundo”, afirmou.

O setor de orgânicos terá regulamentação do gover-no federal a partir do próxi-mo ano. Os produtores têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo Decreto nº 7.048/2009, específicas para produção e comercialização de orgânicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certi-ficação e fiscalização. O pro-dutor que cumprir as novas regras receberá o selo do Sis-tema Brasileiro de Conformi-dade Orgânica.

Segundo o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, a le-gislação brasileira estabelece três instrumentos para garan-tir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação.

Organizações de várias unidades da federação já soli-citaram processo de regulari-zação ao ministério. Segundo Rogério Dias, os interessados podem obter informações so-bre legislação, cartilhas edu-cativas para adequação aos novos regulamentos, formulá-rios para cadastros e creden-ciamento no hot site prefira orgânicos e nas representa-ções estaduais do ministério.

Os produtos e ingredien-tes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua qualidade. O coordenador su-gere que sejam tomadas pro-vidências, como proteger os produtos orgânicos para que não se misturem com mate-riais e substâncias não permi-tidas, cumprir as exigências das legislações específicas e identificá-los para venda avul-sa e por atacado.

O sistema orgânico de produção agropecuária conta com técnicas específicas, que dão prioridade ao uso dos re-cursos naturais e socioeco-nômicos disponíveis e respei-tam a integridade cultural da comunidade. O método busca sustentabilidade econômica e ecológica, maximizando os benefícios sociais, diminuin-do a dependência de energia não renovável, empregando, sempre que possível, méto-dos biológicos e mecânicos, evitando o uso de materiais sintéticos.

“A agricultura orgânica brasileira está caminhando para conquistar um mercado expressivo no país e no mun-do”, afirma Rogério Dias. Se-gundo ele, a regulamentação é importante para a consoli-dação do setor e universaliza-ção dos orgânicos no Brasil.

Orgânicos

Legislação

Outro tema amplamente discutido durante a Biofach foi a regulamentação da Lei de Produtos Orgânicos, que passa a vigorar em janeiro em 2011. “Ela será impor-tantíssima porque todas as certificadoras terão de trabalhar no mesmo nível – e hoje isso ainda não acontece. Para o consumi-dor, a maior diferença virá por meio do selo nacional de orgânicos. Isso dará a ele a garantia de que pode confiar naquele produto”, lembrou o diretor da IBD Certificações, José Pedro Santiago,

Claudio Langone tam-bém falou da importância da certificação de orgâni-cos, um “desafio” sobretu-do para os pequenos produ-tores, e da regulamentação da Lei de Orgânicos: “A con-solidação da Lei, o cadas-tramento dos produtores e a organização do sistema de certificação são centrais para a nossa estratégia. O que precisa ficar claro no caso dos orgânicos é que, ou nos preparamos para um ciclo crescente, ou não vai haver engajamento”.

Prazo para regulamentação de orgânicos termina em dezembro

Produtores têm até o final do ano para se adequar às novas regras de produção

“A redução de impostos e pagamentos por serviços ambientais, além de incen-tivos governamentais ao produtor de orgânicos são algumas formas de reduzir gastos e fomentar o setor”, afirmou o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, em palestra durante a Bio-Fach América Latina.

Segundo ele, esse é um tema que surge agora na pauta de discussões do setor, que busca, por meio de redução nas questões tributarias e fiscais, redu-zir os gastos do agricultor. “Queremos que o produto orgânico tenha preços mais competitivos e que seja per-mitida a universalização do acesso”, destaca Dias. Ele conta que esse desafio foi colocado pelo próprio pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva, em café da manhã orgânico promovido por re-presentantes do setor, no Palácio do Planalto, há qua-tro meses. “Uso as palavras do nosso presidente: temos que buscar medidas fiscais e tributarias que permitam o

Governo quer incentivar produtores de orgânicos

acesso de toda a população aos produtos orgânicos, dos mais ricos ao mais pobres”.

Para Rogério, esse é o início das discussões, que será útil para que empre-sários e governo comecem a pensar não só em como baixar tributos, mas como também colocar a questão de pagamento por serviços ambientais, que podem ser reduzidos. “Já existem inicia-tivas, não só no Brasil, mas em outros países, e às ve-zes são pequenas medidas como essas que podem ser adotadas, trazendo resulta-dos bastante positivos”.

A questão da assistência técnica também é importan-te e pode ser reforçada com profissionais do governo federal capacitados a levar informações da agricultura orgânica aos produtores, pois, hoje, é um dos grandes desafios para o crescimento do setor. “Aí entra o papel de órgãos, como os ministérios da Agricultura e do Desen-volvimento Agrário, que têm recursos e já vêm investindo em capacitações de produto-res”, conclui Dias.

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 A5Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOA4

Mercado de produtos orgânicos mira Copa no Brasil para crescer Evento realizado em São Paulo reuniu agentes da agricultura sustentável e debateu estratégias para fomentar um mercado que registra crescimento de 20% ao ano

No Ano Internacional da Biodiversidade promovido pe-las Organizações das Nações Unidas, a Biofach América La-tina, maior evento de agricultu-ra orgânica do mundo, realiza-da no início do mês na capital paulista, atraiu quase seis mil visitantes interessados em co-nhecer as tendências de um mercado que cresce cerca de 20% ao ano. Entre os temas abordados durante a feira, a realização da Copa do Mun-do no Brasil em 2014 e a Lei de Produtos Orgânicos (leia na página seguinte), prevista para entrar em vigor a partir de janeiro do próximo ano, ga-nharam destaque por parte de visitantes e debatedores.

“Através deste evento, ve-mos o quanto o Brasil inova e ousa. Inova quando cria uma lei que contempla que 30% da merenda escolar deve vir da agricultura familiar; e quando propõe, para 2014, uma Copa do Mundo com produtos orgâ-nicos e sustentáveis”, disse a diretora do Planeta Orgânico e co-organizadora da BioFach América Latina, Maria Beatriz Martins Costa durante a ceri-mônia de abertura do evento.

“O Brasil está incorporan-do a questão de sustentabili-dade, mas ainda há desafios imensos. Nosso compromisso

é melhorar a vida do homem – com a floresta em pé e a natureza preservada”, disse o diretor de Geração de Renda e Agregação de Valor do Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário, Arnoldo Campos. Ele lembrou que o órgão trouxe 48 empreendimentos a São Paulo, que representam 24 mil famílias de agricultores. Campos destacou a criação da Praça da Sociobiodiversida-de, espaço que congregou 38 empreendimentos da Amazô-nia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Projeto do Plano Nacional da Socio-biodiversidade de promoção comercial para os produtos da biodiversidade brasileira, o espaço reuniu os próprios pro-dutores a São Paulo, que pu-deram expor produtos, vender e fechar parcerias. A iniciativa também foi elogiada por José Machado, secretário- executi-vo do Ministério do Meio Am-biente. “A Praça vai trazer para o debate a perspectiva de vida dos agricultores que precisam ter o apoio da sociedade. Esta-mos aqui porque apoiamos deci-sivamente o setor de orgânicos e confiamos que o novo governo vai continuar implementando as políticas públicas voltadas para o planejamento integrado e a gestão de recursos naturais.”

Copa sustentável

A Copa do Mundo, que será realizada em 12 cidades-sedes, será responsável por exibir ao mundo os atrativos, não só turísticos, do Brasil. De olho nessa oportunidade o Consórcio Orgânico e Susten-tável - formado pelo Planeta Orgânico, IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional e o Projeto IPD-Organics Brasil - trouxe a São Paulo o coor-denador da Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, vinculada ao Ministério do Esporte, Claudio Langone.

Ele afirmou que os orga-nizadores da Copa trabalham com a ideia de que o país tem condições de oferecer para de-terminados nichos do torneio mundial produtos orgânicos e sustentáveis, certificados, com origem claramente iden-tificada. “Precisamos pensar em políticas que sejam estru-turantes, que não só apresen-tem um bom desempenho no período da Copa, mas que dei-xem um legado. Nossas inicia-tivas devem ser perceptíveis porque é uma oportunidade de mostrar que o Brasil está preocupado com tema da sus-tentabilidade”, disse. Segundo Langoni, essas ações incluem

aumentar a produção de or-gânicos e oferecê-los a um preço menor a organizar uma rede de feiras, suprir mais os supermercados, oferecer car-dápios orgânicos em hotéis e restaurantes.

O executivo também afir-mou que, até o final deste ano, começará a trabalhar com sua equipe na instalação das câ-maras de Meio Ambiente nas 12 cidades-sedes. “Teremos ainda uma segunda etapa, em que vamos conversar com o setor privado, como parceiros e executores”.

Segundo a diretora de co-municação e projeto da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Herminia Sica de Moraes, o trabalho deve ser iniciado até o primeiro trimestre do próximo ano e a expectativa é que sirva para impulsionar o mercado de produtos orgânicos no Brasil. “Esperamos, com isso, impul-sionar o mercado de orgâni-cos brasileiro, que hoje está na ordem de R$ 400 milhões. Esperamos dobrar isso até a Copa do Mundo”, afirmou.

O setor de orgânicos terá regulamentação do gover-no federal a partir do próxi-mo ano. Os produtores têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo Decreto nº 7.048/2009, específicas para produção e comercialização de orgânicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certi-ficação e fiscalização. O pro-dutor que cumprir as novas regras receberá o selo do Sis-tema Brasileiro de Conformi-dade Orgânica.

Segundo o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, a le-gislação brasileira estabelece três instrumentos para garan-tir a qualidade dos alimentos: a certificação, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação.

Organizações de várias unidades da federação já soli-citaram processo de regulari-zação ao ministério. Segundo Rogério Dias, os interessados podem obter informações so-bre legislação, cartilhas edu-cativas para adequação aos novos regulamentos, formulá-rios para cadastros e creden-ciamento no hot site prefira orgânicos e nas representa-ções estaduais do ministério.

Os produtos e ingredien-tes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua qualidade. O coordenador su-gere que sejam tomadas pro-vidências, como proteger os produtos orgânicos para que não se misturem com mate-riais e substâncias não permi-tidas, cumprir as exigências das legislações específicas e identificá-los para venda avul-sa e por atacado.

O sistema orgânico de produção agropecuária conta com técnicas específicas, que dão prioridade ao uso dos re-cursos naturais e socioeco-nômicos disponíveis e respei-tam a integridade cultural da comunidade. O método busca sustentabilidade econômica e ecológica, maximizando os benefícios sociais, diminuin-do a dependência de energia não renovável, empregando, sempre que possível, méto-dos biológicos e mecânicos, evitando o uso de materiais sintéticos.

“A agricultura orgânica brasileira está caminhando para conquistar um mercado expressivo no país e no mun-do”, afirma Rogério Dias. Se-gundo ele, a regulamentação é importante para a consoli-dação do setor e universaliza-ção dos orgânicos no Brasil.

Orgânicos

Legislação

Outro tema amplamente discutido durante a Biofach foi a regulamentação da Lei de Produtos Orgânicos, que passa a vigorar em janeiro em 2011. “Ela será impor-tantíssima porque todas as certificadoras terão de trabalhar no mesmo nível – e hoje isso ainda não acontece. Para o consumi-dor, a maior diferença virá por meio do selo nacional de orgânicos. Isso dará a ele a garantia de que pode confiar naquele produto”, lembrou o diretor da IBD Certificações, José Pedro Santiago,

Claudio Langone tam-bém falou da importância da certificação de orgâni-cos, um “desafio” sobretu-do para os pequenos produ-tores, e da regulamentação da Lei de Orgânicos: “A con-solidação da Lei, o cadas-tramento dos produtores e a organização do sistema de certificação são centrais para a nossa estratégia. O que precisa ficar claro no caso dos orgânicos é que, ou nos preparamos para um ciclo crescente, ou não vai haver engajamento”.

Prazo para regulamentação de orgânicos termina em dezembro

Produtores têm até o final do ano para se adequar às novas regras de produção

“A redução de impostos e pagamentos por serviços ambientais, além de incen-tivos governamentais ao produtor de orgânicos são algumas formas de reduzir gastos e fomentar o setor”, afirmou o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias, em palestra durante a Bio-Fach América Latina.

Segundo ele, esse é um tema que surge agora na pauta de discussões do setor, que busca, por meio de redução nas questões tributarias e fiscais, redu-zir os gastos do agricultor. “Queremos que o produto orgânico tenha preços mais competitivos e que seja per-mitida a universalização do acesso”, destaca Dias. Ele conta que esse desafio foi colocado pelo próprio pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva, em café da manhã orgânico promovido por re-presentantes do setor, no Palácio do Planalto, há qua-tro meses. “Uso as palavras do nosso presidente: temos que buscar medidas fiscais e tributarias que permitam o

Governo quer incentivar produtores de orgânicos

acesso de toda a população aos produtos orgânicos, dos mais ricos ao mais pobres”.

Para Rogério, esse é o início das discussões, que será útil para que empre-sários e governo comecem a pensar não só em como baixar tributos, mas como também colocar a questão de pagamento por serviços ambientais, que podem ser reduzidos. “Já existem inicia-tivas, não só no Brasil, mas em outros países, e às ve-zes são pequenas medidas como essas que podem ser adotadas, trazendo resulta-dos bastante positivos”.

A questão da assistência técnica também é importan-te e pode ser reforçada com profissionais do governo federal capacitados a levar informações da agricultura orgânica aos produtores, pois, hoje, é um dos grandes desafios para o crescimento do setor. “Aí entra o papel de órgãos, como os ministérios da Agricultura e do Desen-volvimento Agrário, que têm recursos e já vêm investindo em capacitações de produto-res”, conclui Dias.

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOA6

Em dezembro o Grupo de Mídia Entreposto lança o Guia Mer-cado Paulista, uma publicação de busca e orientação para compradores dos mercados municipais de São Paulo.A edição vem recheada de informações práticas para que o leitor se oriente sobre a linha de produtos comercializados nestes importantes entrepostos, estimulando a consulta e a escolha.

É uma publicação que vai falar das coisas que realmente inte-ressam para o setor de gastronomia e negócios relacionados.“Estamos dando um grande passo na dinamização deste seg-mento e contruindo uma nova mídia de acesso profissional capaz de atender aos usuários dos mercados”, comenta José Felipe G. de Jesus, diretor comercial do Guia Mercado Paulis-ta.

O que são os mercados municipaisOs mercados municipais são importantes entrepostos comer-ciais de atacado e varejo, especializados principalmente na co-mercialização de frutas, verduras, cereais, carnes, temperos e outros produtos alimentícios. Os mercados ainda oferecem serviços de apoio como tabacaria, restaurantes e lanchone-tes, entre outros.

O mais conhecido é o Mercadão, inaugurado em 1933 para atender a crescente evolução da cidade de São Paulo. Total-mente reformado em 2004, o Mercadão tornou-se um ponto de encontro dos paulistanos e referência para as compras de ingredientes gastronômicos.

Entre os produtos mais procurados estão os peixes, bacalhau, cortes especiais de carnes, queijos e embutidos, frutas sele-cionadas (nacionais, importadas e exóticas), azeites e vinhos

ApresentaçãoO Guia Mercado Paulista será impresso no formato pocket para facilitar o seu manuseio durante as compras, a tiragem inicial é de 10 mil exemplares e parte disso será distribuída gratuitamente para profissionais e empresas do setor de culi-nária e gastronomia, e o restante disponibilizado para vendas nos principais mercados da cidade.

InformaçõesPara obter o Guia Mercado Paulista entre em contato com o Jornal Entreposto pelo telefone 11 3831.4875 e saiba mais detalhes.

Uma ferramenta que visa facilitar o acesso a potenciais compradores e garantir informação direta com economia de tempo

Jornal Entreposto lança guia dos mercados municipais

Projeto gráfico e editorial arrrojados que buscam dinamizar e criar conforto ao leitor

Com o carinhoso apelido de Mercadão, o Mercado Municipal Paulistano, principal entreposto, situa-se na região central da cidade. Projetado pelo escritório do famoso arquiteto Ramos de Azevedo, com as fachadas desenhadas por Felisberto Ranzini, tinha a função de abrigar os comerciantes da região central da cidade que vendiam seus produtos ao ar livre.

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 A7

GASTRONOMIA

Chef Ivair Félix comemora 1 ano no Rancho Silvestre

De volta à hotelaria, cozinheiro que resgatou a tradição da sopa de cebola da Ceasa segue inovando a alta gastronomia

Depois de nove anos no comando da cozinha do Clube Alto dos Pinheiros, na zona oeste da capital, o renomado chef Ivair Félix está comple-tando um ano no Hotel Ran-cho Silvestre, em Embu das Artes.

Aos 45 anos de idade, o cozinheiro que resgatou a tradição da sopa de cebola no primeiro festival promovi-do pela Ceagesp, em 2008, continua inovando, agora com mais liberdade criativa, como ele mesmo afirma.

No luxuoso e aconchegan-te hotel recém-revitalizado da Grande São Paulo, conhecido por sediar grandes eventos corporativos e festas familia-res de requinte e bom gosto, o chef que já passou por di-versas casas reconhecidas da capital não dispensa os ingre-dientes frescos comercializa-dos diariamente no Entrepos-to de São Paulo e no Mercado Central.

“Adoro ir à Ceagesp e ao Mercadão”, revela. Para apro-veitar melhor seus 20 hecta-res de Mata Atlântica, o Ran-cho Silvestre está reativando sua horta orgânica.

“Mas os ingredientes oriun-dos desses dois importantes mercados são indispensáveis à alta gastronomia”, acrescen-ta.

Em entrevista concedida num dos amplos e confortá-veis restaurantes da casa ao Jornal Entreposto, o cozinhei-ro paulistano que assinará o cardápio do próximo Festival de Sopas da Ceagesp revelou detalhes da nova fase profis-sional.

Jornal Entreposto – Que novi-dades você incorporou à sua gastronomia depois de deixar o Alto dos Pinheiros?Chef Ivair Felix – Estou adicio-nando aos meus pratos muitos ingredientes que eu não usa-va no clube, como o pinhão. Aqui, preparo um fantástico pernil de cordeiro recheado com essa semente. Também estou preparando muitas car-nes exóticas. Como o Rancho tem um serviço mais voltado para resort, tenho mais liber-dade para ampliar a dimensão do meu trabalho na cozinha, criando novos pratos. Aqui, as sugestões também são bem

aceitas. Continuo recebendo diversas propostas de outras casas, mas em Embu tenho contato direto com a natureza e fico perto dos meus amigos e familiares.

JE – Quais são os evento mais comuns realizados no Rancho Silvestre?Chef Ivair – Fazemos even-tos corporativos para grandes montadoras, concessionárias de veículos, bancos e outras companhias, nos quais aten-demos, em média, 3,5 mil pessoas. Existem grupos de empresas que passam até uma semana aqui. Também fazemos pacotes familiares. No reveillon, temos capacida-de para atender 1,5 mil pes-soas. E o intuito da diretoria é crescer ainda mais. O hotel está completando 40 anos e agregando pessoas novas para ampliar o atendimento nessa área.

JE – Quais são as culinárias do hotel?Chef Ivair – Nossa cozinha é bastante diversificada, depen-de da empresa, do evento que estiver acontecendo. Mas em relação à comida brasileira, temos pratos da Bahia, Ceará, Minas Gerais, do Sul, enfim, de todas a regiões do país. Quando falamos de comida brasileira, normalmente a pessoa lembra mais do leitão a pururuca, da feijoada. Mas a cozinha nacional vai muito além. Temos, aqui, o pirarucu de casaca da Amazônia. Da Bahia, servimos acarajé, vata-pá, caruru e paçoca de carne seca. De Sergipe, vem o bode. De Pernambuco, temos a mo-queca de caranguejo. Do Sul, servimos o tradicional chur-rasco gaúcho. Então, quan-do eu vou fazer um cardápio brasileiro, eu penso em todos os pratos brasileiros e vou aperfeiçoando-os. Para variar e não deixar o cardápio can-sativo, também trabalhamos com comida alemã, árabe, es-panhola, japonesa e de outras nacionalidades. Mas tudo isso sem mudar o paladar da comi-da caseira. Queremos que o hóspede se sinta almoçando em casa. E sempre aceitamos sugestões e críticas. O nosso alvo é o cliente e sempre nos adequamos a ele.

JE – E como é a rotina da co-zinha do Rancho?Chef Ivair – Aqui, precisamos

ser bastante versáteis. Hoje, por exemplo, temos churras-co, os restaurantes estão abertos, há confraternizações de empresas e eventos infan-tis. Tudo isso acontecendo ao mesmo tempo. Por isso, a ver-satilidade e o trabalho em con-junto são muito importantes. Felizmente, tenho uma equipe muito boa, de excelente nível, à minha disposição.

JE – Quantos colaboradores integram sua equipe?Chef Ivair – Sem contar os maîtres e garçons, temos 25 membros em nossa equipe. Em breve, vamos abrir o ser-viço de quarto na madrugada. Temos por volta de 108 apar-tamentos, mas já existe um projeto de expansão. Serão construídas mais 50 unidades, pois a procura está crescendo, devido à nossa localização. O acesso ao hotel, um dos me-lhores da região, é muito fácil. Estamos ao lado do Rodoanel, entre a Raposo Tavares e a Régis Bittencourt.

JE – A produção própria é uma tendência na gastronomia mundial. No Rancho, há algum projeto nesse sentido?Chef Ivair – Temos um projeto de horta orgânica, mas não po-demos prescindir da Ceagesp. Ela é a nossa ponte para a alta gastronomia, é aonde to-dos os profissionais da minha área vão, inclusive para com-pra de produtos importados. Trabalhamos também com in-gredientes do Mercadão e dos armazéns da rua Santa Rosa, que também ofertam produtos de excelente qualidade.

JE – Você continua trabalhan-do em eventos externos?Chef Ivair – Sim, estou virando cozinheiro de madame [risos]. Continuo fazendo eventos como confraternizações e ca-samentos. No entanto, o tem-po está cada vez mais curto. Por isso, agradeço a Deus e a você, Paulo Fernando, e sua equipe, que abriram espaço para mim no [extinto] Jornal Mercado Paulista, o que im-pulsionou minha carreira, pro-porcionando a credibilidade necessária para eu ser jurado da Festa da Queima do Alho e realizar o Festival de Sopas na Ceagesp. No ano que vem, vou apresentar a saborosa sopa de pedra no festival, cuja história ainda contarei em pri-meira mão ao JE.

Cercado de Mata Atlântica, o Hotel Rancho Silvestre está no seio de uma reserva intoca-da, a 30 minutos de São Paulo. Portanto, a preocupação dos empreendedores com a sus-tentabilidade é constante, re-vela o gerente de alimentos e bebidas, Marcelo Gottschalk.

Com 20 anos de experiên-cia em hotelaria, o profissional salienta que hotel mantêm pro-gramas de coleta seletiva e uso de lâmpadas fluorescentes, vi-sando à economia de recursos naturais.

“Também apostamos na educação ambiental de nossos hóspedes, conscientizando-os sobre a importância do uso ra-cional da água que captamos em poços artesianos próprios”, explica.

Paulo FernandoDe São Paulo

Hotel aposta na gestão ecoeficiente“Aqui, as espécies vegetais

são devidamente identificadas e nossos monitores orientam os visitantes quanto aos cuida-dos que devemos ter ao entrar em contato direto com a natu-reza”, completa.

Segundo Gottschalk, o Ran-cho Silvestre dá preferência à aquisição de produtos naturais com garantia de origem, prefe-rencialmente oriundos da agri-cultura sustentável. “Por isso, estamos reativando nossa hor-ta de orgânicos”, informa.

:: SERVIÇO ::

Hotel Rancho SilvestreEstrada do Votarantim, 700 – Embu das Artes – SP Reservas: (11) 4785-5000

Aos 45 anos, Ivair Félix renovou os ares de sua carreira em Embu das Artes

Gottschalk: sustentabilidade no setor hoteleiro

FOTOS: PAULO FERNANDO

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010

Qualidade BB1JORNAL ENTREPOSTO

Caderno Técnico

Anita de Souza Dias GutierrezLisandro Michel BarreirosCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A automação comercial faz parte da rotina da grande maioria das empresas fabricantes ou varejistas. O código afi xado no produto ou na sua embalagem fornece informações sobre o produto e o seu fabri-cante. A qualidade da informação é função da competência da descrição do produto e da sua origem.

A GS1 é a organização responsável pela gestão do sistema de automação comercial no Brasil e em muitos países do mundo e uma das suas funções é auxiliar o usuário do sistema, através de treinamento e orien-tação. A seleção do código correto é funda-mental para o sucesso da implementação. Os códigos EAN/UPC (EAN-13. UPC-12 e EAN-8) deverão ser escolhidos para a leitu-

O QR Code é uma matriz ou um código de barras bi-dimensional, que pode ser in-terpretado rapidamente. Ele apresenta gran-de facilidade na distribuição de informação, pois basta apenas tirar uma foto da imagem do código. É possível decifrar o código QR, com um aplicativo no celular, no computador ou até mesmo com uma simples câmera de baixa resolução para capturar a imagem.

No Brasil, o primeiro anúncio publicitá-rio a utilizar o código QR foi publicado pela Fast Shop em dezembro de 2007. Mais tar-de, a Nova Schin publicou um anúncio com o código em junho de 2008 e a Claro fez uma campanha utilizando o Código QR em novembro do mesmo ano. O QR permite que o consumidor visite instantaneamente a pá-gina eletrônica do produtor, com acesso a informações sobre o produto, orientação de manuseio, utilização e conservação, e so-bre a produção.

O celular estará a serviço da aproxima-ção do consumidor da agricultura. No Japão as frutas e hortaliças já carregam o QR.

Código conecta produtor ao consumidor pelo celular e pode ser aliado do agronegócio

Uso da telefonia móvel pode aproximar agentes envolvidos na produção agrícola

ra por scanner no ponto de venda varejista. O GS1-128, GS1 DataBar(RSS) devem ser utili-zados na impressão de um código de barras com informação variável, como números de série, datas de durabilidade máxima ou me-didas. Casos especiais exigem simbologias compostas ou Data Matrix. Já o código ITF-14 pode ser a solução se o propósito for apenas a impressão de um código de barras GTIN (Número Global de um Item Comercial) em pa-pelão ondulado.

Há algum tempo em alguns países, espe-cialmente o Japão, um outro código vem sen-do utilizado e que permite ao consumidor visi-tar a origem do produto. Ele é conhecido como QR (Quick Response) e se assemelha a um desenho abstrato e sua leitura pode ser feita pelo celular.

Pesquisas recentes mostram que o celu-lar já é utilizado por mais de dois terços da população mundial. A sua penetração cresceu de 60% em 2008 para 68% no ano passado. Cerca de um bilhão de pessoas, que não têm contas em banco tem um celular na mão. No fi nal de 2010, cinco bilhões dos 6,6 bilhões de pessoas devem ter um celular. A taxa de utilização do celular varia com a riqueza do país: os mais desenvolvidos com 100%, os emergentes com 58% e nos 40 países mais pobres só chega a 25% da população. O celu-lar pode ser uma arma importante de combate à pobreza, facilitando o acesso a informações aos pequenos produtores e permitindo o con-tato com os seus clientes e fornecedores.

QR Code

O código afi xado no produto ou na sua embalagem fornece informações sobre o produto e o seu fabricante

É possível decifrar o código QR com um aplicativo no celular, no computador ou até mesmo com uma simples câmera de baixa resolução para capturar a imagem

Mais informações podem ser obtidas no Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp e na GS1, onde o QR recebe a denominação de Data Matrix. [email protected] e www.gs1br.org

Apesar do dólar fraco, o agronegócio bra-sileiro deverá fechar o ano com superávit superior a U$ 60 bilhões. O setor é respon-sável por quase metade das exportações brasileiras.

“Ano passado, essa participação chegou aos 42% e este ano será ainda maior, ge-rando um superávit extraordinário. Devemos chegar ao fi m do ano com US$ 72 bilhões de exportações provenientes do agronegó-cio. E vamos importar apenas algo em torno de US$ 12 a US$ 14 bilhões”, disse o mi-nistro da Agricultura, Wagner Rossi.

Segundo ele, o Brasil está aproveitando bem este momento de ampliação do con-sumo de alimentos em todo o mundo. “O Brasil é hoje o grande fornecedor de prote-ínas, tanto de origem animal como vegetal, e pode aproveitar o momento para expandir ainda mais sua atividade agropecuária. Já exportamos alimentos para 215 países e somos os maiores exportadores de vários produtos, além dos tracionais café, açúcar e suco de laranja. Estamos nos destacando nas exportações de carne bovina, suína e de aves e já ocupamos a condição de maio-res exportadores do complexo soja”.

O ministro reconhece a existência de gar-galos no agronegócio brasileiro, mas lem-brou que não se fala mais nisso como custo Brasil. “Estamos ganhando a competição no mundo inteiro. Existem realmente áreas que devem ser melhoradas, mas já estão previstas no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], com investimentos signi-fi cativos, sufi cientes para incorporar novos modais no transporte de safras , substituin-do, por exemplo, o transporte rodoviário por ferrovias e portos”.

Agência Brasil

Agronegócio pode fechar o ano com superávit superior a US$ 60 bilhões

A primeira estimativa da safra de laranja realizada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgada no início do mês mostra produção de 292,7 milhões de caixas de 40,8kg da fruta no estado de São Paulo. Do total, 83,4% (244,2 milhões de caixas) são destinadas às indústrias pro-cessadoras de suco e 16,6% (48,5 milhões de caixas) para o mercado in natura.

A área ocupada com laranja no estado soma 620 mil hectares e a produtividade média é de 1,7 caixa/pé. O estado é o maior produtor nacional de laranja, com cerca de 75% do cultivo.

O levantamento é inédito e incluiu a fruta na lista de produtos estudados pela com-panhia. A intenção é expandir a pesquisa para os principais estados produtores de laranja. De acordo com o estudo, a colhei-ta foi antecipada em função das condições climáticas e mais de 80% da produção foi colhida entre junho e outubro deste ano. O deslocamento dos pomares para a região sudoeste do estado também foi observado, devido a terras mais baratas, melhores con-dições para o controle fi tossanitário e clima favorável.

O estudo foi feito por amostragem esta-tística, seguindo o critério de segmentação. Os dados foram coletados entre agosto e setembro deste ano, com informações referentes ao período da safra agrícola 2009/2010. A estimativa fi nal desta safra será realizada ainda em novembro.

Mais de 80% da safra paulista de laranja é destinada à indústria

Ampliação mundial do consumo de alimentos favorece o setor

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Anita de Souza Dias GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A madeira ainda é a princi-pal matéria prima empregada na fabricação de embalagem de frutas e hortaliças frescas. Ela é o resultado da atividade agrícola de produzir madeira, conhecida como silvicultura.

A embalagem de madeira de frutas e hortaliças tem sido muito atacada nos últimos anos por razões diversas: des-matamento, agressão ao meio ambiente, poluição, sujeira, transmissão de doenças, da-nos ao produto nela contido.

O plantio de árvores para a produção de madeira para qualquer atividade é muito be-néfi co para o meio ambiente: protege o solo, preserva e pe-reniza as fontes de água. Não existe mais embalagem de fl o-resta nativa, resultado do des-matamento.

A embalagem de madeira não é fonte de poluição. Ela permite o aproveitamento dos cortes menos nobres da ma-deira e, depois de utilizada, pode ser transformada em energia limpa e em chapas e painéis de madeira.

O sistema de comercializa-ção das caixas de madeira uti-lizado pelos “caixeiros” é uma grande fonte de poluição e su-jeira. Depósitos nas calçadas ou em terrenos sujos, empes-teados de ratos, sem nenhu-ma higiene são um exemplo de total desobediência às exi-gências legais e os grandes responsáveis pela má fama de poluição, sujeira e transmissão de doenças da embalagem de madeira.

A embalagem de madeira deveria ser encaminhada para reciclagem após a utilização No entanto, o comércio ilegal e a reutilização mantêm os “cai-xeiros” no negócio e implica a utilização de caixas sujas, que podem ser agentes de disse-minação de patógenos preju-diciais às frutas e hortaliças como de patógenos prejudi-ciais à saúde humana.

A qualidade da embalagem de madeira, assim como a da embalagem de papelão e de plástico varia com as caracte-rísticas de cada tipo. Hoje, a qualidade da grande maioria das embalagens de madeira é ruim, pois a madeira utilizada é áspera e pesada e o modelo e o tamanho das embalagens são indadequados para o pro-duto. Felizmente, existem em-balagens de madeira de boa qualidade muito utilizadas nas frutas e hortaliças importadas e agora fabricadas no Brasil. Elas são leves, lisas, limpas e descartáveis.

A manutenção da utilização de diferentes matérias primas, como madeira, papelão e plás-tico na fabricação de embala-gens de frutas e hortaliças é garantia de competição entre as matérias primas e as empre-sas fabricantes de embalagem proporcionando aos agentes de produção e de comercializa-ção uma embalagem de melhor custo-benefício.

A legislação federal mais recente, que regulamenta as embalagens de frutas e hor-taliças frescas, é a Instrução Normativa Conjunta SARC / Anvisa / Inmetro Nº 009, de 12 de novembro de 2002. Ela estabelece exigências simples e que tratam das medidas da embalagem, da sua integrida-de e higienização, da sua ro-tulagem e das obrigações do fabricante. Ela não proibe a embalagem de madeira.

A embalagem de madeira é uma embalagem reciclável por-que não existe tecnologia de higienização para ela, sendo

Especialistas afi rmam que este tipo de caixa não está e nem deve ser proibida

considerada uma embalagem descartável e não retornável.

A Lei nº 14.264, de 6 de fevereiro de 2007 da cidade de São Paulo, que regulamen-ta as embalagens de frutas e hortaliças, reforça a legislação federal em muitos aspectos e é mais restritiva em outros. Ela não proibe a embalagem de madeira, mas estabelece restrições para a sua utiliza-ção. Ela estabelece a exigên-cia de tratamento fi tossanitário para as caixas ou engradados de madeira, utilizadas para co-mercializar frutas e hortaliças na cidade de São Paulo. Ela admite a reutilização da emba-lagem de madeira, impossível pela não existência de tecnolo-gia de higienização da embala-gem de madeira. O tratamento fi tossanitário preconizado pela lei municipal é o mesmo que se dispensa às caixas de ma-deira destinadas à exportação, regulamentado pela legislação federal: Portaria nº 7, de 11 de janeiro de 2007 e Instrução Normativa SDA nº 12, de 7 de março de 2003.

A Instrução Normativa SDA nº 12, do Ministério da Agricul-tura, aprova o Regulamento para Habilitação e Credencia-mento de Empresas Públicas e Privadas para a Prestação de Serviços de Tratamentos Qua-rentenários e Fitossanitários no Trânsito Internacional de Ve-getais e suas partes.

A Portaria nº 7, de 11 de ja-neiro de 2007 ofi cializa a ado-ção pelo Brasil das diretrizes e das recomendações técnicas da Norma Internacional para

Medidas Fitossanitárias - NIMF nº 15, no âmbito da Convenção Internacional para a Proteção dos Vegetais, que regulamen-ta a certifi cação fi tossanitária das embalagens e suportes de madeira utilizados no comércio internacional.

O Anexo I da Portaria nº 7, do Ministério da Agricultura, es-tabelece o regulamento técnico para certifi cação fi tossanitária de embalagens e suportes de madeira utilizados no comércio internacional. Os itens I e II do Capítulo I do Artigo 6, estabe-lecem os objetos da Portaria: caixas, caixotes, caixas gran-des, engradados e gaiolas, paletes,plataformas, estrados para carga, madeiras de esti-va, apeação,lastros, escoras, blocos, calços, madeiras de arrumação, madeiras de aper-to ouseparação, cantoneiras, bobinas, carretéis e sarrafos. O § 3º do item II estabelece a isenção da exigência de certi-fi cação fi tossanitária para as embalagens e suportes con-feccionados na sua totalidade com derivados da madeira, sejam estes sufi cientemente industrializados, processados ou que no processo de fabrica-ção tenham sido submetidos ao calor, colagem e pressão ou qualquer combinação dos mes-mos, a exemplo de compen-sados, aglomerados de partí-culas ou de fi bras orientadas e folhas de pouca espessura que meçam seis milímetros ou menos.

A exigência do tratamento fi tossanitário está restrita, na legislação federal, ao comércio

internacional e o seu foco prin-cipal é a prevenção da entrada do besouro asiático, Anoplo-phora glabripennis Motschul-sky, uma das mais importan-tes pragas fl orestais, presente na China e nos EUA e ausente no Brasil. O tratamento fi tos-sanitário é feito por empresas credenciadas pelo Ministério da Agricultura, através de fumi-gação com brometo de metila (BM) e com calor – tratamento térmico (TM). Após a sua exe-cução é colocada na madeira a marca do IPPC (International Plant Protection Convention). A realização do tratamento fi tos-sanitário exige o preenchimento de uma solicitação ao Ministé-rio da Agricultura que examina fi sicamente toda a madeira do container ou carga solta para detectar vestígios de pragas de toda mercadoria de origem asiática e americana.

Conclusões

1ª A legislação federal e a municipal não proíbem a utiliza-ção de embalagem de madeira não retornável.

2ª A legislação municipal exige que as embalagens, com folhas de espessura superior a 6 mm, sejam submetidas ao mesmo tratamento fi tossa-nitário que as embalagens de madeira utilizadas no comércio internacional.

3ª A exigência de tratamen-to fi tossanitário para as emba-lagens de frutas e hortaliças utilizadas no mercado interno brasileiro não tem nenhum fundamento técnico e deve ser retirada.

4ª A embalagem de madei-ra deve obedecer às mesmas exigências das outras embala-gens descartáveis, como a de papelão.

5ª Os parágrafo 2 do Artigo 2º e do Artigo 3º da lei muni-cipal paulistana nº 14.264, de 6 de fevereiro de 2007 devem ser retirados da lei:

Artigo 2º § 2º As caixas de madeira,

além de previamente tratadas contra ameaças fi tossanitárias, não podem ser reaproveitadas senão depois de nova esterili-zação, devidamente certifi cada por técnico ou empresa habili-tados, sob pena de descarte.

Artigo 3º § 2º O tratamento fi tossa-

nitário a que alude o “caput” é o mesmo que se dispensa às caixas de madeira destinadas à exportação.

6ª O texto inicial do Artigo 3º e o seu parágrafo do Artigo 3º da lei municipal paulistana nº 14.264, de 6 de fevereiro de 2007, devem ser modifi cados para:

Art. 3º Não podem ingressar em território paulistano alimen-tos hortifrutícolas “in natura”, provenientes de outras regiões, destinados a estabelecimentos localizados no Município de São Paulo, que não obedeçam às exi-gências da legislação.

§ 1º As caixas plásticas retor-náveis assim como as caixas e embalagens recicláveis, de ma-téria plástica, papelão, madeira e outros materiais, empregadas no acondicionamento, transpor-te, distribuição e venda de ali-mentos devem ser fabricadas com matérias-primas que garan-tam o grau de pureza compatível com sua utilização, nos termos dos regulamentos técnicos cor-respondentes.

Anexo I

O tratamento fi tossanitário das embalagens de madeira é uma medida exigida no trânsito internacional de mercadorias.

Toda mercadoria que for deixar ou adentrar nos países signatários da OMC (Organiza-ção Mundial do Comércio) e que fazem uso de embalagem, suporte ou qualquer outro mate-rial confeccionado em madeira deve sofrer uma medida fi tossa-nitária que garanta a eliminação de quaisquer pragas quarente-nárias que possam existir na madeira.

Órgãos nacionais de defesa fi tossanitária de diversos paí-ses determinaram uma ampla variedade de pragas, chamadas de pragas quarentenárias, que podem ser transportadas junto com as embalagens de madei-ra, e, em muitas circunstâncias, estas pragas podem chegar ain-da vivas ao destino fi nal, cau-sando enormes prejuízos para as fl orestas e para a agricultura local.

Por esse motivo, vários pa-íses estão adotando procedi-mentos que garantam a segu-rança do patrimônio fl orestal e agrícola do país, criando barrei-ras fi tossanitárias para a entra-da de qualquer tipo de embala-gem de madeira.

Para regulamentar e estabe-lecer diretrizes para a certifi ca-ção sanitária das embalagens

de madeira utilizadas no comércio internacional foi editada em março de 2002 a Norma Internacional de Me-didas Fitossanitárias - NIMF nº 15, pela FAO (Food and Agriculture Organization), órgão da ONU (Organização das Nações Unidas) voltado para as questões relativas à alimentação e agricultura no mundo. Somente mercado-rias com as embalagens pos-suindo a marca do IPPC (In-ternational Plant Protection Convention) e que possuem certifi cado de tratamento fi -tossanitário podem adentrar no país de destino.

No ato da chegada, a mercadoria e as embalagens de madeira são submetidas a uma rigorosa inspeção pe-los órgãos sanitários locais que verifi cam vestígios da presença de qualquer praga ou de insetos vivos.

Caso seja observado que as embalagens não possu-am a marca do IPPC ou pre-sença de pragas quarentená-rias, a mercadoria fi ca retida na alfândega do país (em quarentena) até que se tome alguma providência como a realização do tratamento fi tossanitário (expurgo da carga) ou troca das embala-gens.

Os tratamentos fi tossani-tários internacionalmente re-conhecidos e que podem ser utilizados com o objetivo de reduzir o risco de introdução de pragas quarentenárias as-sociadas a embalagens e su-porte de madeira de madeira são, conforme a NIMF 15, são o Tratamento Térmico (HT) e a Fumigação por Bro-meto de Metila (MB).

Tratamento Térmico (HT): embalagens de madeira, seus suportes e material de acomodação são sub-metidos a um aquecimento progressivo, segundo uma curva de tempo/ temperatu-ra, mediante o qual o centro da madeira alcançará uma temperatura de 56º C, du-rante um período mínimo de 30(trinta) minutos. Fumiga-ção com Brometo de Metila (MB): embalagens de madei-ra, seus suportes e material de acomodação são subme-tidos à exposição do gás por 24 horas e tempo de aeração de 3 horas.

No fi nal do processo é emitido o Certifi cado de Ex-purgo, comprovando o cum-primento das exigências le-gais por período determinado em norma.

A embalagem de madeira para frutas e hortaliças frescas

LETÍCIA BENETTTI

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 B3

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOB4 JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 B5

Pesquisa revela números da produção de hortaliças no Brasil

Anita de Souza Dias GutierrezPaulo Roberto FerrariCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O trabalho “Acomodação da produção olerícola em São Paulo, 1990 – 2010” elabora-do pelo pesquisador do Insti-tuto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, Walde-mar Pires de Camargo Filho le-vantou números que envolvem o cultivo de hortaliças no país. A seguir, você acompanha os principais dados obtidos a par-tir da pesquisa.

1. A área ocupada com hor-taliças no Brasil é de 779 mil hectares e a produção de 17 milhões de toneladas. Algu-mas hortaliças dominam a pro-dução como o tomate (21%), a batata (18%), a melancia (10%), a cebola (7%) e a cenou-ra (4%). A melancia, o melão e o morango são considerados hortaliças nos levantamentos estatísticos de lavouras tem-porárias.

2. A área de produção de hortaliças no Brasil, entre 1990 e 2006, cresceu 5% e a produção cresceu 63%, em função do aumento da produti-vidade de 54%.

3. A produção brasileira de hortaliças cresceu 110%, en-tre 1999 e 2009, enquanto a população brasileira cresceu 25%, um aumento de oferta per capita de hortaliças de 85%.

4. A Secretaria da Agricultu-ra e Abastecimento do Estado de São Paulo acompanha a produção e a área de 54 horta-liças em cada município. A par-ticipação da produção paulista na brasileira caiu de 26% para 20% entre 1990 e 2006 – 137 mil hectares e 3,4 milhões de toneladas.

5. As hortaliças são divididas em grupos:

1º Raízes, bulbos e tubérculos: 40% da produção e 11 produ-tos principais2º Hortaliças frutos (legu-mes): 37% da produção, 11 produtos principais3º Hortaliças folhosas: 16% da produção4º Melancia, melão e moran-go: 7,5% da produção5º Outras hortaliças e condi-mentares: 6,2% da produção

6. A produção de hortaliças folhosas, de fl ores e condi-mentares, acontece em 5.642 unidades de produção agrícola ou propriedades rurais, que ocupavam 399.436 hectares em 2008. Houve uma queda de 49% na área de produção, entre 1996 e 2008. Alface, couve, repolho, couve-fl or e brócolis respondem por 74% da produção. A produção de acelga e de brócolis apresen-tou o maior crescimento, entre 1995 e 2007, de 164 e 143% respectivamente.

7. A produção de raízes, bulbos e tubérculos acontece em 6.543 unidades de produ-ção agrícola, que ocuparam 32.714 hectares em 2008. A área total de produção caiu para a metade entre 1996 e 2008.

A área média de produção de batata é de 19 hectares e de beterraba de dois hectares.

Estudo mostra principais culturas cultivadas no país, assim como a área de produção ocupada por elas

Batata, cebola e mandioca de mesa respondem por 84% da produção. A produção paulista, entre 1995 e 2007, de alho, cenoura, batata doce e man-dioquinha, diminuiu 57, 55, 26 e 11% , respectivamente.

8. A produção de hortaliças frutas acontece em 7.296 uni-dades de produção agrícola, que ocuparam 33.565 hecta-res. Aqui também a área total de produção caiu para metade, entre 1996 e 2008. A área me-dia de produção de repolho é de 2,8 hectares e a de espina-fre é de 2,0 hectares.

9. A produtividade cresceu entre 1995 e 2007, chegando a 61% na mandioquinha, 56% na alface, 55% na couve-fl or, 61% na mandioquinha, 53% no inhame-chinês. A queda de produtividade aconteceu em pouquíssimos produtos como a batata-doce (9%), o morango (26%).

Outras informações:www.iea.sp.gov.br – Banco de Dadoswww.cati.sp.gov.br – LUPA

www.ibge.gov.br - SIDRA

CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP

Estudo avalia relacionamento entre supermercados e consumidoresAnita de Souza Dias GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O estudo “Retratos do Varejo” foi realizado em conjunto entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados e as empresas de pesquisa Nielsen, Kantar WorldPanel e GfK . Os resultados mostram números do setor e o comportamento dos consumidores.

Como o brasileiro gasta?

• 53% da receita em despesas permanentes: habitação, serviços públicos, alimentação (13%) e bebidas dentro do lar e transporte.• O gasto médio mensal no supermercado é de R$ 405,32, sendo 72% com alimentos.• A maioria (84%) dos brasileiros se abastece em mais de três tipos de canal de vendas (au-tosserviço, porta a porta, farmácia e perfuma-ria, drogaria, atacados e outros).• A maioria (74%) dos consumidores não é fi el ao seu ponto de venda.• O autosserviço responde por 60% do valor das compras.

19,5

Descrição

Faturamento nominal R$

Número de lojas

Brasil

177 bilhões

78.311

Área de vendas em m2

% PIB

19,2 milhões

5,6

Estado de São Paulo

54,7 bilhões

15.306

4,9 milhões

1,7

% São Paulo

31,0

25,7

Número de check-outs 191.512 49.606 25,9

Número de funcionários 899.754 238.067 26,5

• As compras no autosserviço são feitas em supermercados de vizinhança (71%), em supermer-cados tradicionais(19%) e em hipermercados (10%).

• A frequência mensal média de compra nos autosserviços é de cinco vezes.

Existe diferença de comporta-mento entre as diferentes clas-ses de renda:

• AB – 82% fazem compra de carro e 71% dos gastos no autos-serviço• C – 41% fazem compra de car-ro e gastam mais no começo do mês• DE – 65% fazem compra a pé e 48% dos gastos no autossservi-çoClasse A• Existe diferença de comporta-mento entre regiões e classes de renda• Região Sul – 71% compram no autosserviço e 40% são da clas-se AB• Região NNE - 33% compram no autosserviço e 49% são da clas-se DE• O gasto médio mensal com fru-tas e hortaliças é de R$ 33,70. • Os consumidores que com-pram FLV gastam 20% mais que os outros.• Os supermercados lideram como o local de compra de FLV por 59% dos compradores, se-guido pela feira por 32%, pelo mercadinho por 29%, pelo saco-lão, varejão e quitanda por 27% e pelo hipermercado por 6%.

O que o supermercadista pensa?

• A maior preocupação é a carga tributária (70%).• A diminuição de perdas é con-siderada a estratégia mais impor-tante.• Qualidade e frescor das frutas, verduras e legumes é conside-rada como muito importante no relacionamento por 62% dos su-permercadistas, depois de quali-dade e frescor da carne, qualida-de no atendimento aos clientes e ter a loja limpa.

Evolução da população entre 2005 e 2009

• O número de domicílios cres-ceu 10%.• O número de indivíduos cres-ceu 2%.• A % de famílias menores de até duas pessoas cresceu de 29 para 31%.• A participação da população de mais de 45 anos vai crescer de 23% em 2005 para 30% em 2020.• As famílias sem fi lho cresce-ram 2%.• As classes C, D e E englobam 77% da população em 2009.

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOB4 JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 B5

Pesquisa revela números da produção de hortaliças no Brasil

Anita de Souza Dias GutierrezPaulo Roberto FerrariCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O trabalho “Acomodação da produção olerícola em São Paulo, 1990 – 2010” elabora-do pelo pesquisador do Insti-tuto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo, Walde-mar Pires de Camargo Filho le-vantou números que envolvem o cultivo de hortaliças no país. A seguir, você acompanha os principais dados obtidos a par-tir da pesquisa.

1. A área ocupada com hor-taliças no Brasil é de 779 mil hectares e a produção de 17 milhões de toneladas. Algu-mas hortaliças dominam a pro-dução como o tomate (21%), a batata (18%), a melancia (10%), a cebola (7%) e a cenou-ra (4%). A melancia, o melão e o morango são considerados hortaliças nos levantamentos estatísticos de lavouras tem-porárias.

2. A área de produção de hortaliças no Brasil, entre 1990 e 2006, cresceu 5% e a produção cresceu 63%, em função do aumento da produti-vidade de 54%.

3. A produção brasileira de hortaliças cresceu 110%, en-tre 1999 e 2009, enquanto a população brasileira cresceu 25%, um aumento de oferta per capita de hortaliças de 85%.

4. A Secretaria da Agricultu-ra e Abastecimento do Estado de São Paulo acompanha a produção e a área de 54 horta-liças em cada município. A par-ticipação da produção paulista na brasileira caiu de 26% para 20% entre 1990 e 2006 – 137 mil hectares e 3,4 milhões de toneladas.

5. As hortaliças são divididas em grupos:

1º Raízes, bulbos e tubérculos: 40% da produção e 11 produ-tos principais2º Hortaliças frutos (legu-mes): 37% da produção, 11 produtos principais3º Hortaliças folhosas: 16% da produção4º Melancia, melão e moran-go: 7,5% da produção5º Outras hortaliças e condi-mentares: 6,2% da produção

6. A produção de hortaliças folhosas, de fl ores e condi-mentares, acontece em 5.642 unidades de produção agrícola ou propriedades rurais, que ocupavam 399.436 hectares em 2008. Houve uma queda de 49% na área de produção, entre 1996 e 2008. Alface, couve, repolho, couve-fl or e brócolis respondem por 74% da produção. A produção de acelga e de brócolis apresen-tou o maior crescimento, entre 1995 e 2007, de 164 e 143% respectivamente.

7. A produção de raízes, bulbos e tubérculos acontece em 6.543 unidades de produ-ção agrícola, que ocuparam 32.714 hectares em 2008. A área total de produção caiu para a metade entre 1996 e 2008.

A área média de produção de batata é de 19 hectares e de beterraba de dois hectares.

Estudo mostra principais culturas cultivadas no país, assim como a área de produção ocupada por elas

Batata, cebola e mandioca de mesa respondem por 84% da produção. A produção paulista, entre 1995 e 2007, de alho, cenoura, batata doce e man-dioquinha, diminuiu 57, 55, 26 e 11% , respectivamente.

8. A produção de hortaliças frutas acontece em 7.296 uni-dades de produção agrícola, que ocuparam 33.565 hecta-res. Aqui também a área total de produção caiu para metade, entre 1996 e 2008. A área me-dia de produção de repolho é de 2,8 hectares e a de espina-fre é de 2,0 hectares.

9. A produtividade cresceu entre 1995 e 2007, chegando a 61% na mandioquinha, 56% na alface, 55% na couve-fl or, 61% na mandioquinha, 53% no inhame-chinês. A queda de produtividade aconteceu em pouquíssimos produtos como a batata-doce (9%), o morango (26%).

Outras informações:www.iea.sp.gov.br – Banco de Dadoswww.cati.sp.gov.br – LUPA

www.ibge.gov.br - SIDRA

CQH-CENTRO DE QUALIDADE EM HORTICULTURA DA CEAGESP

Estudo avalia relacionamento entre supermercados e consumidoresAnita de Souza Dias GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O estudo “Retratos do Varejo” foi realizado em conjunto entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados e as empresas de pesquisa Nielsen, Kantar WorldPanel e GfK . Os resultados mostram números do setor e o comportamento dos consumidores.

Como o brasileiro gasta?

• 53% da receita em despesas permanentes: habitação, serviços públicos, alimentação (13%) e bebidas dentro do lar e transporte.• O gasto médio mensal no supermercado é de R$ 405,32, sendo 72% com alimentos.• A maioria (84%) dos brasileiros se abastece em mais de três tipos de canal de vendas (au-tosserviço, porta a porta, farmácia e perfuma-ria, drogaria, atacados e outros).• A maioria (74%) dos consumidores não é fi el ao seu ponto de venda.• O autosserviço responde por 60% do valor das compras.

19,5

Descrição

Faturamento nominal R$

Número de lojas

Brasil

177 bilhões

78.311

Área de vendas em m2

% PIB

19,2 milhões

5,6

Estado de São Paulo

54,7 bilhões

15.306

4,9 milhões

1,7

% São Paulo

31,0

25,7

Número de check-outs 191.512 49.606 25,9

Número de funcionários 899.754 238.067 26,5

• As compras no autosserviço são feitas em supermercados de vizinhança (71%), em supermer-cados tradicionais(19%) e em hipermercados (10%).

• A frequência mensal média de compra nos autosserviços é de cinco vezes.

Existe diferença de comporta-mento entre as diferentes clas-ses de renda:

• AB – 82% fazem compra de carro e 71% dos gastos no autos-serviço• C – 41% fazem compra de car-ro e gastam mais no começo do mês• DE – 65% fazem compra a pé e 48% dos gastos no autossservi-çoClasse A• Existe diferença de comporta-mento entre regiões e classes de renda• Região Sul – 71% compram no autosserviço e 40% são da clas-se AB• Região NNE - 33% compram no autosserviço e 49% são da clas-se DE• O gasto médio mensal com fru-tas e hortaliças é de R$ 33,70. • Os consumidores que com-pram FLV gastam 20% mais que os outros.• Os supermercados lideram como o local de compra de FLV por 59% dos compradores, se-guido pela feira por 32%, pelo mercadinho por 29%, pelo saco-lão, varejão e quitanda por 27% e pelo hipermercado por 6%.

O que o supermercadista pensa?

• A maior preocupação é a carga tributária (70%).• A diminuição de perdas é con-siderada a estratégia mais impor-tante.• Qualidade e frescor das frutas, verduras e legumes é conside-rada como muito importante no relacionamento por 62% dos su-permercadistas, depois de quali-dade e frescor da carne, qualida-de no atendimento aos clientes e ter a loja limpa.

Evolução da população entre 2005 e 2009

• O número de domicílios cres-ceu 10%.• O número de indivíduos cres-ceu 2%.• A % de famílias menores de até duas pessoas cresceu de 29 para 31%.• A participação da população de mais de 45 anos vai crescer de 23% em 2005 para 30% em 2020.• As famílias sem fi lho cresce-ram 2%.• As classes C, D e E englobam 77% da população em 2009.

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOB6

Situação atual do setor hortifrutícolae tendências para novembro

Flávio Luis GodasChefe da Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp

Tendência

Quantidadescomercializadas

O volume ofertado no entreposto terminal de São Paulo (ETSP) registrou retra-ção de 0,56% no período de janeiro a outubro deste ano ante o mesmo período de 2009.

Foram comercializadas 2.585.081 toneladas em 2010 contra 2.600.081 ne-gociadas em 2009.

O quadro ao lado demons-tra os volumes comercializa-dos no ETSP:

Por setor de comercialização, houve crescimento nos setores de legumes (0,62%), verduras (0,80%) e diversos (1,87%). Os setores de frutas (-1,61%), fl ores (-1,37%) e pescados (-7,77%) apresentaram queda do volume comercializado.

As condições climáti-cas continuam registran-do, nesta época do ano, chuvas reduzidas e tempe-raturas mais amenas na região sudeste, ou seja, boas condições para a pro-dução de hortifrutícolas.

No setor de frutas, os citros (laranja, limão e tangerina) continuam apresentado redução do volume ofertado e perda de qualidade em função da estiagem, acarretando elevação dos preços pra-ticados. Os produtos de época, por outro lado, são ótimas opções de com-pra.

Legumes e verduras, preservadas as condições climáticas atuais, deve-rão continuar com preços em baixa já que o clima favorece a produção e a demanda apresenta retra-ção nesta época do ano. As folhas continuam com preços reduzidos e são óti-mas opções. Nestes dois setores, cerca de 80% dos produtos apresentam óti-ma qualidade, bons volu-mes e preços abaixo dos patamares habituais.

O setor de diversos, im-pulsionado pela queda de preços da batata e cebola, também deverá apresentar preços reduzidos e eleva-ção do volume ofertado.

O setor de fl ores já apre-senta elevação do volume ofertado e são muitas as variedades que atraem os consumidores. Os preços devem registrar ligeira re-tração.

Já o setor de pescados deve apresentar preços e volumes estáveis.

ARPMOCEDSEÕÇPO

OTUDORP .LABME )GK(OSEPORBMETES

OÇERP)$R(OIDÉM

ORBUTUOOÇERP

)$R(OIDÉM

AICNÊDNETSÊM/P

ORBMEVON

SATURF

LANOICANAXIEMA GK 00,1 32,3 32,2LEVÁTSE

UJAC GNE 00,3 14,9 47,8LEVÁSE

ALOBMARAC TXC 00,2 70,8 49,9 AXIAB

ÍAVAHOÃMAM GK 00,1 99,0 29,0 AXIAB

YMMOTAGNAM GK 00,1 20,1 98,0 AXIAB

AICNALEM GK 00,1 97,0 58,0 LEVÁTSE

OLERAMAOÃLEM XC 00,31 60,71 37,61 LEVATSE

MUMOCOGNAROM GK 00,1 12,5 99,5 LEVÁTSE

ARORUAOGESSEP GK 00,1 85,3 57,2 AXIAB

SEMUGEL

AGNAROMAROBÓBA GK 00,1 37,0 37,0 LEVÁTSE

ALEJNIREB KXC 00,21 85,9 41,21 LEVÁTSE

ARAC KXC 00,22 42,71 62,91 AXIAB

ARUONEC GK 00,1 08,0 98,0 AXIAB

UHCUHC KXC 00,22 04,41 67,51 AXIAB

ACOIDNAM KXC 00,32 16,11 33,41 LEVÁTSE

EDREVOÃTNEMIP KXC 00,11 51,21 39,01 AXIAB

ORUDAMETAMOT GK 00,1 00,1 92,1 LEVÁTSE

SARUDREV

AGLECA GNE 00,21 32,6 59,6 AXIAB

ANACIREMAECAFLA GNE 00,01 32,01 13,01 LEVÁTSE

APSERCECAFLA GNE 00,7 99,5 63,6 AXIAB

ASILECAFLA GNE 00,8 39,7 70,8 AXIAB

AHNILOBEC ÇMZD 00,6 45,7 39,7 LEVÁTSE

OBAN ÇM 00,3 66,3 28,3 AXIAB

OSILOHLOPER GNE 00,52 87,5 91,6 AXIAB

SOSREVID

MUMOCADAICIFENEBATATAB GK 00,1 95,0 96,0 LEVÁTSE

MUMOCATATAB GK 00,1 95,0 86,0 LEVÁTSE

ODATSEODALOBEC GK 00,1 68,0 17,0 AXIAB

OCNARBOVO XC 00,02 91,34 99,14 LEVÁTSE

SEROLF

AIRÉMORTSLAÇM 04,0 19,6 40,7 LEVÁTSE

OÃELEDACOBÇM 66,0 57,5 49,5 AXIAB

ETIELEDOPOCZD 63,0 99,4 09,4 AXIAB

MUMOCOVARCZD 52,0 29,8 17,8 LEVÁTSE

MUMOCOMETNASIRCTCP 05,1 50,11 53,11 LEVÁTSE

AILADÇM 44,0 71,5 42,5 LEVÁTSE

AICILERTSEZD 09,0 56,4 68,4 LEVÁTSE

LOSSARIGTCP 06,2 52,5 14,5 LEVÁTSE

SODACSEP

ARRATEB GK 00,1 94,2 83,2 LEVÁTSE

SABRABETESOÃRAMAC GK 00,1 86,3 70,3 AXIAB

AHNILAVAC GK 00,1 33,3 - AXIAB

ANIVROC GK 00,1 71,3 29,2 LEVÁTSE

ADAPSE GK 00,1 05,1 87,1 AXIAB

ABUJNAM GK 00,1 33,5 10,4 LEVÁTSE

ACSERFAHNIDRAS GK 00,1 76,1 25,1 LEVÁTSE

AIPÁLIT GK 00,1 18,3 77,3 LEVÁTSE

SADIZUDERSADATREFOSEDADITNAUQMOCSOTUDORP

SATURF MACNOPANIREGNAT,OÃMIL,AISRÉPADAMIL,AMILAJNARAL,OGIF

SEMUGEL OÃRRACAMMEGAV,AHNIUQOIDNAM,ATROTAHLIVRE

SARUDREV EDREVOHLIM,ORTNEOC

OCESOCOC,ONITNEGRAOHLASOSREVID

SODACSEP OLABOR,ODATNIP

PSEGAEC:ETNOF

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 B7

O projeto da Escola do Sabor, resultado da parceria entre a As-sociação Nossa Turma e a Cea-gesp, está implementando o seu trabalho com mais um produto: a beterraba.

O trabalho vem sendo aperfei-çoado a cada dia e já não existe mais a preocupação de conseguir o produto, pois a empresa Iguape garante a doação semanal. Na última avaliação de desempenho fi cou evidente o grande empenho das professoras em desenvolver novas atividades pedagógicas e das merendeiras em oferecer no-vos pratos para as crianças.

As informações sobre a be-terraba, suas receitas, propos-tas de brincadeiras estão sendo constantemente desenvolvidas pelas estagiárias do CQH - uma estudante de agronomia e outra de nutrição. Até descobriram que cozinhar beterraba com folha de hortelã tira o gosto forte da beterraba, que pode levar à sua rejeição.

Na Escola do Sabor, o assunto é a beterraba

As sugestões a seguir são algumas propostas de melhoria para a próxima fruta/hortaliça e que estão sendo adotadas para a beterraba:

• uma atividade pedagógica deve preceder e acontecer no mesmo dia da degustação do produto.

• a ingestão e a aceitação do pro-duto pelas crianças devem ser avaliadas a cada degustação.

• o envolvimento das mães no projeto se dará com o envio de uma amostra do produto acom-panhada de receita para utiliza-ção. As professoras devem refor-çar essa participação verifi cando com as crianças se houve apro-veitamento do produto em casa.

• a adesão das professoras ao projeto deve ser voluntária.

A utilização da beterraba per-mite uma economia de 43%, se comparada à cenoura, por exem-plo. A beterraba é rica em vita-mina C, o que permite uma alta taxa de absorção de seu ferro e o combate à anemia, um dos pro-blemas de saúde mais comuns

em crianças e que pode retardar o seu crescimento e torná-las fra-cas, anoréxicas, cansadas,com falta de apetite. A sua causa mais comum é a falta de absorção de ferro. Já temos as fotos de uma roça de beterraba e estamos montando os jogos que abordam todo o processo, do plantio ao consumo da beterraba.

Disponibilizaremos, também, às professoras, uma historinha com os três tipos de beterraba mais apropriados às diferentes formas de utilização: produção de açúcar e combustível, além da alimentação humana e animal. Pretendemos utilizar também a beterraba em pó como corante natural em massas e doces, por exemplo.

As crianças já irão colher a beterraba que elas mesmas plantaram na horta da Nossa Turma. A colheita deve acontecer no fi nal de novembro. Uma ex-posição organizada pela Nossa Turma mostrará os resultados e a tecnologia pedagógica utiliza-da no projeto Escola do Sabor. A exposição acontece no dia 9 de dezembro. Chegou a hora de escolher os produtos para o pró-ximo semestre escolar.

A mandioca e a beterraba já fazem parte do cardápio das crianças e seus familiares, pro-fessoras e merendeiras da Nos-sa Turma.

O limão Tahiti é o mais consumido no Brasil e trata-se na realidade de uma lima ácida, uma espécie diferente do limão Siciliano considera-do como o verdadeiro limão. O limão Galego, também con-siderado uma lima ácida, foi muito consumido anos atrás e quase desapareceu por cau-sa da “tristeza”, doença que ataca os citros.

O limão cravo, muito usa-do para porta-enxerto e ótimo para tempero, é o resultado do cruzamento entre o limão verdadeiro e a tangerina. Eles são utilizados como bebida, como tempero e foram duran-te milhares de anos a fonte de vitamina C e de prevenção de escorbuto nas viagens de exploração marítimas.

O limão foi o 12º produto mais comercializado na Cea-gesp em 2009, com um vo-lume de 83 mil toneladas e um movimento de R$ 67 mi-lhões.

Pesquisa: Bryan André Abe Takahashi Acadêmico em Agronomia da UNESP- Botucatu-SP Desenho: Bertoldo Borges Filho -CQH- Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Limões comercializados na Ceagesp

A fabricante de embala-gens Rigesa acaba de apre-sentar uma caixa de papelão especialmente desenvolvida para o segmento de Frutas, Legumes e Verduras. O novo modelo promete acondicionar perfeitamente produtos como pimentão, mandioquinha e maracujá.

De acordo com a empresa, entre os benefícios da emba-lagem estão a agilidade na montagem, a otimização do espaço de armazenamento das caixas, e a resistência ao empilhamento, umidade e choques externos, contribuin-do para a redução de perdas durante o acondicionamento e transporte do produto.

“O cliente recebe as em-balagens com o fundo cola-do, o que facilita a montagem manual e agiliza o processo de embalamento”, diz Vanes-sa Ushikoshi, especialista de desenvolvimento de negócios da Rigesa. “Esta nova emba-lagem é ideal para os setores atacadistas, mas também pode ser utilizada no varejo, como é o caso de supermerca-dos, garantindo perfeitas con-dições de higiene”, conclui.

Fabricante de embalagem lança caixa exclusiva para frutas e legumes

Caixa Pronta

O novo modelo pode ser adquirido no Caixa Pron-ta Rigesa, loja de embalagens para frutas, legumes e verduras. Localizada próxima à Ceagesp, disponibiliza caixas de papelão ondulado em pronta entrega, já mon-tadas e na quantidade desejada.

Dentro desse conceito de fornecimento de embala-gens, após o descarregamento dos produtos o produtor se dirige à loja e adquiere a quantidade de embalagens que precisa, já devidamente montadas no próprio local.

Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado.

O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo tem duração de quatro horas e fornece noções de fi siologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Inscreva os seus compradores no curso de Formação de especialistas em FLV.

Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825/ 3643-3827/ 3643-3890 - [email protected]

Ofereça a seu varejista

Page 16: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOB8

Cinto de segurança salva vidas

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Page 17: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010

Ceasas Brasil CC1JORNAL ENTREPOSTO

Caderno de Notícias

Índice Ceagesp registra elevação em outubro

Ferramenta desenvolvida pela Ceasa MG mapeia caminhos do abastecimento

As recuperações dos preços nos seto-res de verduras e legumes influenciaram a alta de 2,73% do Índice Ceagesp, bali-zador que acompanha a variação de pre-ços de produtos in natura comercializados no atacado. “Os preços desses setores estavam próximos ao custo de produção. Mesmo com esse aumento, a maioria dos produtos é ótima opção de compra para o consumidor”, analisa o economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), Flávio Godas.

No ano, o Índice acumula alta de 2,56% e, nos últimos 12 meses, elevação de 4,78%.

Com aumento de 10,55%, as prin-cipais altas no setor de Legumes foram para o quiabo (18%), a berinjela (24%), o tomate (18%), a mandioquinha (23%). As principais baixas foram para o pimentão verde (-11%) e para o pimentão amarelo (-28%). Já no setor de verduras as altas mais acentuadas foram do brócolis (26%), do milho verde (18%),da rúcula (26%), da escarola (18%) e da couve-flor (15%).

“A partir de novembro as condições climáticas – altas temperaturas e chuvas frequentes - devem influenciar negativa-mente a oferta de legumes e verduras. Os preços nesses setores devem continu-ar apresentando recuperação”, comenta Godas.

O setor de frutas também contribuiu para a alta do Índice, com o aumento de 2,59%. As principais altas foram do ma-racujá azedo (35%), do morango (14%), da laranja lima (13%) e do abacate (29%). As baixas mais acentuadas foram para a manga tommy (-12%), o limão (-11%), o mamão papaya (-7%) e a uva (-8%). “Para novembro espera-se um aumento signifi-cativo do volume ofertado de frutas para atender a maior demanda no final de ano. Mesmo com o aumento do volume ofer-tado, não há expectativa de redução de preços nesse setor”, explica Godas.

Outro setor a apresentar alta foi o de diversos, com 0,62%. Principais altas: batata comum (11%) e amendoim (5%). Principais baixas: cebola (-11%) e coco seco (-13%). O único setor a contabilizar retração foi o de pescado, com 2,83%. As principais quedas foram do atum (-20%), da corvina (-9%), do pintado (-6%) e do salmão (-6%). As principais altas foram do espada (19%) e do polvo (7%).

A merenda escolar das mais de 500 unidades escolares públicas de Campi-nas ganhou este ano 39% mais frutas, verduras e legumes. O programa, que é administrado pela Ceasa em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, tam-bém está implantando um trabalho para combater a obesidade na infância.

O trabalho inclui palestras, orientações aos educadores e cozinheiras e, segundo a central de abastecimento, tem o obje-tivo de desenvolver hábitos alimentares saudáveis nas crianças.

Só este ano as nutricionistas da Ce-asa fizeram mais de 150 palestras para alunos, pais e professores sobre o assun-to. Além dos cursos de reciclagem, as co-zinheiras estão participando de um traba-lho de avaliação e orientação nutricional.

Programa da Ceasa Campinas inclui mais hortifrutis na merenda escolar

Setor de frutas também contribuiu para aumento do balizadorQuais as trajetórias de um produto após o

momento da colheita? Quais caminhos podem ser mais rentáveis para os produtores rurais?

Um fluxograma elaborado por técnicos da CeasaMinas busca responder a essas pergun-tas, decifrando as várias alternativas de co-mercialização. A ferramenta funciona como um guia principalmente para os produtores rurais do setor de frutas, legumes e verduras (FLV). O trabalho foi elaborado pelo chefe do Depar-tamento de Operações da CeasaMinas, enge-nheiro agrônomo Gustavo Costa Almeida, e o orientador de mercado, Davi Benedito.

De acordo com Almeida, é necessário que o produtor conheça melhor o leque de comer-cialização, algo ainda desconhecido para mui-tos deles. “Além do produtor, os varejistas e atacadistas também serão beneficiados com a possibilidade de planejar até qual ponto podem chegar diante do trajeto de comércio exposto pelo fluxograma”.

O fluxograma vem para mapear o mercado e tem um caráter estratégico. “É preciso enten-der o que acontece com os produtos quando saem das lavouras até chegarem na mesa do consumidor”, destaca Gustavo ao classificar a importância do fluxograma para maior orienta-ção dos usuários da Ceasa.

As alternativas de comercialização de frutas e hortaliças por um produtor rural são muitas e podem trazer inovação à produção de muitos deles. Após ser colhido, os três principais desti-nos de um produto são as Ceasas, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o mercado varejista.

Dentro das Ceasas, o produtor tem como uma das opções a comercialização dentro do Mercado Livre do Produtor (MLP). Em ge-ral, esse espaço, também conhecido como “pedra”, é aberto apenas a agricultores dos próprios estados. O MLP, segundo Gustavo Al-meida, é marcado por vendas mais “picadas”, clientela ampla e diversificada, fazendo desse espaço uma fonte mais segura de comerciali-zação.

Outra alternativa é o mercado de lojas ata-cadistas nos entrepostos, caracterizado por vendas rápidas, em escala e com bons lucros. “Entretanto, a garantia de venda no setor de lojas é pequena, o que pode dar uma instabili-dade à comercialização do produtor”.

PAA

O PAA é uma parceria entre a Conab (Com-panhia Nacional de Abastecimento), e o pro-dutor rural, que garante a compra direta dos produtos que podem ser doados para diversos programas sociais. Os hortigranjeiros produzi-dos pelos produtores rurais são encaminhados diretamente para os beneficiados. O preço pago pela Conab é referente aos custos gastos na la-voura e a mão-de-obra o que dá a eles recursos financeiros suficientes para a sobrevivência e compatíveis com o mercado local. Os produtos destinados ao PAA beneficiam restaurantes po-pulares, escolas públicas, presídios, universi-dades e hospitais. Os bancos de alimentos de algumas centrais de abastecimento funcionam como elo logístico, no recebimento, seleção e encaminhamento das doações para entidades filantrópicas cadastradas.

Varejo

Já a venda direta para os super e hipermer-cados exige o atendimento de várias padrões de qualidade. É comum as grandes redes de varejo exigirem, por exemplo, identificação da origem dos fornecedores, além de produtos classificados e embalagens adequadas e regu-laridade na oferta. De acordo com Gustavo Al-meida, o lucro para quem investe na produção destinada a varejistas é grande, mas os inves-timentos são proporcionais aos ganhos. “É fun-damental que o produto seja bem selecionado, higienizado e em alguns casos até embalado ou processado”, explica.

No varejo encontramos setores diversos como sacolões, supermercados, feiras livre, condomínios, bares, lanchonetes, hotéis, cozi-nhas industriais, entre outros. Todos são esta-belecimentos destinados ao consumidor final, o que difere do PAA e da comercialização nas Ceasas.

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOC2

Meio AmbientePesquisa relaciona plantio direto com melhoria da qualidade da água

Apesar do amplo conheci-mento sobre as técnicas de manejo conservacionistas na agricultura, sua taxa de ado-ção ainda é muito baixa no mundo. O Sistema de Plantio Direto (SPD), por exemplo, foi exaustivamente pesquisado e teve sua eficácia no controle da erosão comprovada de di-versas formas. Sua adoção, entretanto, concentra-se nos EUA, Brasil, Argentina, Aus-trália e Canadá.

No Brasil, o ingresso do plantio direto foi impulsiona-do por uma complexa estrutu-ra social que promoveu a in-teração entre instituições de pesquisa e desenvolvimento, órgãos extencionistas, indús-trias de máquinas e insumos e o próprio produtor.

A intensa mecanização da agricultura, com ápice na dé-cada de 1970, potencializou a vulnerabilidade dos solos aos processos erosivos.

O estado do Rio Grande do Sul, um dos maiores produto-res de grãos à época, enfren-tava sérios problemas de ero-são e assoreamento de rios.

A preocupação dos pro-dutores, aliada à oferta de novas tecnologias e interes-se dos órgãos de pesquisa e extensão permitiu ao estado a ampla implantação do Sis-tema Plantio Direto. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, cerca de 87% das áreas produtoras de grãos no RS são manejadas sob o Sis-tema Plantio Direto.

Orientada pelo professor Gerd Sparovek, do departa-mento de Ciência do Solo (LSO), da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/ESALQ), a ecóloga Jane Siqueira Lino aplicou um mo-delo espacial de predição de erosão em grandes bacias hi-

drográficas do Rio Grande do Sul. O estudo, desenvolvido no Programa de Pós-gradua-ção em Solos e Nutrição de Plantas, observou a dinâmica espaço-temporal da produção de sedimentos em função das mudanças de uso e manejo do solo no RS, com objetivo de verificar a hipótese de que a evolução em área do SPD no Rio Grande do Sul reduziu a carga de sedimentos nas bacias. “Atualmente, a conci-liação entre o fornecimento de serviços ambientais e o supri-mento das demandas agríco-las passa pelo planejamento estratégico do uso do solo. As decisões que nortearão este planejamento devem estar embasadas por conhecimen-to comprovado dos critérios de restrição de uso, conserva-ção do solo e sustentabilida-de da produção. E a produção deste conhecimento deve vir da ciência do solo”, comenta a pesquisadora.

O RS como laboratório

No Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de grãos do país, hoje o SPD é adotado quase na totalidade das lavouras, tendo também aumentado muito ao longo dos anos. “Toda a produção de grãos se concentra na região noroeste do estado, enquanto que a metade sul é e sempre foi ocupada por pastagens naturais. Assim, a dinâmica de mudança de uso do solo no estado se concentra numa região, considerando as pas-tagens como áreas controle. Ou seja, o contexto histórico e espacial do estado faz dele um laboratório único para ava-liação da eficiência do plantio direto no controle da erosão em larga escala”, conta a

ecóloga. Tendo como base os Censos Agropecuários e rela-tórios da Associação Riogran-dense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (EMATER-RS), a pesquisadora mapeou o uso do solo nos anos de 1985, 1996 e 2006. Dados de car-ga de sedimentos foram ob-tidos de 23 bacias, para os mesmos períodos. A carga de sedimentos serviu como base de validação dos resul-tados estimados pelo modelo de erosão. Na prática, Jane habilitou um modelo de perda

de solo adaptado à larga es-cala, com intenção de prever impactos da erosão em dife-rentes cenários de mudança de uso do solo. “A principal forma de estimar taxas de erosão é por meio de mode-los. Contudo, grande parte deles foi desenvolvida na es-cala de parcelas experimen-tais. Logo, é preciso adaptar a obtenção dos parâmetros do modelo para uma grande área por meio da utilização de dados disponíveis em bases públicas, já que não é possí-vel fazer medições em campo

suficientes para uma área grande”, explica.

O teste do modelo de per-da de solo teve resultados sa-tisfatórios e destacou o uso e o manejo do solo como fato-res mais influentes na perda de solo por erosão. Assim, a pesquisa utilizou modelos de perda de solo adaptados a grandes áreas para estimar a erosão. “Identificamos que a carga de sedimentos em bacias não variou nas bacias com predomínio de pasta-gens entre os anos de 1985 e 2006. Por sua vez, nas ba-

cias agrícolas, onde houve au-mento da área manejada com plantio direto, houve diminui-ção da carga de sedimentos nos intervalos entre 1985 e 1996 e 1996 e 2006. Em 2006, com a máxima adoção de plantio direto, a carga de sedimentos das bacias com SPD se igualou à carga das bacias com menor proporção de área agrícola”, relata a au-tora da pesquisa. Na prática, a adoção do SPD apresentou uma redução média na carga de sedimentos de 82%, valor próximo da redução das taxas de erosão.

De acordo com a pesquisa-dora, modelos como o desen-volvido neste projeto podem subsidiar a tomada de deci-são, com potencial para ava-liação de serviços ambientais fornecidos pelos agricultores, reconhecendo seu papel na disseminação de técnicas de conservação do solo.

O sucesso na análise per-mite que os resultados sejam usados na modelagem de ce-nários futuros de mudança de uso do solo, inclusive poden-do prever os impactos des-tas mudanças. Além disso, pode subsidiar a avaliação de fornecimento de serviços ambientais relativos à quali-dade da água. “Por fim, o mo-delo permite ainda subsidiar a adaptação de sistemas de produção visando atender às novas exigências do mercado global, que cada vez mais tem considerado a sustentabilida-de da produção para conser-vação de recursos naturais e, entre eles, o solo tem apare-cido como crescente preocu-pação, já que dependem da sua conservação a manuten-ção tanto da produtividade agrícola quanto da qualidade ambiental”, conclui.

As mudanças climáticas afetarão mais os agricultores familiares que os grandes pro-dutores, disse o presidente do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimenta), Renato Maluf, ao participar de semi-nário sobre mudanças climáti-cas realizado nesta quinta-fei-ra (11).

De acordo com ele, o pla-no de mudanças climáticas não valoriza suficientemente a agricultura familiar, embo-ra ela seja mais vulnerável às mudanças das condições ambientais. “Estamos prepa-rando propostas para incluir

adaptações no plano de mu-danças climáticas. O conheci-mento das populações tradi-cionais será uma contribuição importante.”

“As mudanças climáticas afetam a produção de alimen-tos, sobretudo das populações rurais que produzem parte im-portante daquilo que consu-mimos, como os agricultores familiares”, disse Maluf.

Ao se referir aos conheci-mentos das populações tradi-cionais, Maluf assinala que se trata de usar práticas já apli-cadas por aqueles que vivem na região para amenizar os efeitos das mudanças climá-ticas no ambiente. Durante o seminário, especialistas dis-seram que a parcela mais po-bre é que mais sofre com as mudanças climáticas por viver em regiões mais vulneráveis, como encostas. “Mudanças como a dos regimes de chu-vas nos fazem pensar como nos prepararmos e melhorar as condições de vidas dessas populações para que possam resistir e não ficar tão vulnerá-

Mudanças climáticas prejudicam mais os agricultores familiares

veis”, diz a secretária executi-va do Comitê de Entidades no Combate à Fome e Pela Vida, Gleyse Peiter. O presidente do Conaea afirma que a discussão sobre as mudanças climáticas e as desigualdades sociais estão estreitamente ligadas. “A discussão de adaptação de vulnerabilidades climáticas é, ao mesmo tempo, um debate para enfrentar a desigualdade social e a pobreza”.

Em sua palestra, o coorde-nador-geral de Mudanças Glo-bais de Clima do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Do-mingos Gonzalez, disse que as alterações no clima já são uma realidade e agora é preciso discutir as adaptações neces-sárias para que as populações vulneráveis sofram menos. “O aquecimento global vai aconte-cer. Precisamos de um plano de adaptação que deve ser fo-cado na diminuição das vulne-rabilidades locais, como fortes chuvas e os ventos”.

Agência Brasil

Especialistas defendem a necessidade de discutir adaptações para que as populações vulneráveis sofram menos

CLIMA

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOC4 JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 C5

Algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em compensar os gases poluentes que emitem com a compra de créditos de carbono

Em setembro deste ano, a Ama-zônia perdeu 170 quilômetros qua-drados (km²) de fl oresta, de acordo com os números do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgados nesta quarta-feira (3) pela organização não governamen-tal Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia). O ritmo de derrubada foi 21% menor que o registrado pelos satélites em setembro do ano passado.

Em agosto, o Imazon também tinha apontado tendência de que-da do ritmo de desmatamento na região. Em 2010, a derrubada em agosto foi 23% menor que no mes-mo mês de 2009. Mato Grosso lide-rou o desmatamento em setembro, com 81 km² de fl orestas a menos (48% do total de desmatamento). O Pará vem em segundo lugar, com 31 km² desmatados, seguido por Rondônia (23 km²), Amazonas (19 km²) e Acre (12 km²). Em Roraima e no Tocantins, os satélites do Ima-zon registraram apenas 2 km² de novos desmatamentos em cada estado.

Além do corte raso (desmata-mento total de uma área), o sis-tema do Imazom também registra a degradação fl orestal, que inclui fl orestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e (ou) queimadas. Em setembro, a degra-dação avançou por 500 km², área 147% maior que a registrada no mesmo mês de 2009.

O monitoramento ofi cial do des-matamento na Amazônia é feito pelo Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais (Inpe), que ainda não divulgou os números de setembro. Este mês, o Inpe também deve anunciar a taxa anual de desma-tamento. A expectativa do governo é que o número seja o menor dos últimos 21 anos e fi que em torno de 5 mil km².Agência Brasil

Desmatamento na Amazônia mantém tendência de queda

O Brasil atingiu no ano passado mais um recorde de reciclagem de latas de alumínio. Foram reutiliza-das 98,2% das latas vendidas. Ao todo, 198,8 mil toneladas de alumí-nio, das 202,5 mil toneladas vendi-das, foram recicladas.

Os dados constam do balanço da coleta do material divulgado hoje (28) pela Abal ( Associação Brasilei-ra do Alumínio) e a Abralatas (Asso-ciação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade). Com o resultado, segundo as entidades, o Brasil conquista pela nona vez consecutiva o posto do país com maior índice de reciclagem de latas do mundo.

Na comparação entre 2009 com o ano anterior, a quantidade de la-tas recicladas aumentou 19,9%. Em 2008, foram reutilizadas 91,6% das latas vendidas pela indústria, o que representa cerca de 165 mil tonela-das.

Em 2009, a reciclagem das la-tas de alumínio movimentou R$ 1,3 bilhão. Deste total, R$ 382 milhões foram gerados só com trabalho de coleta do material.

“Se toda coleta de latas fosse feita por uma empresa só, ela es-taria entre as mil maiores do país”, complementou Henio de Nicola, presidente da Abal, em entrevista coletiva em São Paulo.

Com a reciclagem do alumínio das latas, também foram economi-zados 2,9 mil gigawatts-hora (GWh). Com esta energia, seria possível atender a demanda anual de uma cidade como Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que tem 1,2 milhão de habitantes.

Brasil recicla 98,2% das latas de alumínio vendidas

De olho nas exigências dos mercados internacionais por pro-dutos sustentáveis e em políticas tributárias que possam benefi ciar empresas que assumem compro-missos ambientais, um grupo de grandes empresários assinou um documento com sugestões ao go-verno para estimular a redução de emissões de gases de efeito estu-fa nos setores de energia, trans-portes e agropecuária.

A maioria das propostas su-gere medidas econômicas que estimulem a adoção de práticas mitigadoras de emissões, desde a concessão de incentivos fi scais a pedidos de linhas de crédito es-pecífi cas para atividades de baixo carbono.

“O Brasil tem papel de prota-gonista na construção de uma economia de baixa intensidade de carbono. Essa tarefa deve ser compartilhada entre esforços pú-blicos e privados em uma agenda de implementação de instrumen-tos econômicos e que incentive in-vestimentos e atividades que per-mitam a redução das emissões”, diz o documento, assinado por empresas como Vale, Suzano, Mon-santo, Camargo Correa e Natura.

Em 2009, o governo brasileiro assumiu um compromisso inter-nacional de redução das emis-sões nacionais de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020. No entanto, ainda não está defi nido como cada setor vai dimi-nuir sua fatia de emissões.

No último dia 26, durante reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, o gover-no prometeu entregar ainda este ano planos de redução para cin-co setores: energia, siderurgia, agricultura e para o combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

As sugestões apresentadas hoje pelas empresas contemplam as áreas de energia, transportes e agropecuária. De acordo com o Inventário Nacional de Emissões, energia e agropecuária são res-ponsáveis, respectivamente, por 19% e s 15% dos gases de efei-to estufa lançados pelo país na atmosfera. As emissões de trans-porte estão incluídas no setor de energia.

Entre as propostas da plata-forma Empresas pelo Clima, es-tão investimentos na efi ciência energética no setor industrial e a criação de linhas de crédito para fi nanciar projetos desse tipo.

No setor de transportes, a prin-cipal demanda é a diversifi cação do modal de transporte do país, com ampliação da infraestrutura ferro-viária e aquaviária. As empresas também defendem a “promoção da sustentabilidade na mobilidade urbana”, e sugerem investimentos em novos modelos de transporte público, como o BRT (sigla do in-glês Bus Rapid Transit).

Para o setor agropecuário, as empresas defendem, por exem-plo, o aumento de subsídios para a produção de matérias-primas para biocombustíveis e facilidades de crédito para que os produtores rurais adotem técnicas agrícolas que reduzem emissões de gases, como o plantio direto e a recupera-ção de pastagens degradadas.

Empresas querem incentivos �iscais para reduzir emissões de gases de efeito estufa

O Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado de créditos de carbono, ao estabele-cer quem deve regular esse comércio e como o crédito deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos ba-lanços das empresas. A conclusão é de uma série de estudos divulgada nesta terça-feira (9) e feita a pedido da BM&F Bovespa.

O mercado de créditos de carbo-no foi estabelecido pelo Protocolo de Quioto, que estabelece metas de re-dução da emissão de gases poluen-tes na atmosfera para os países de-senvolvidos. O acordo internacional também permite que as empresas desses países, para cumprir suas metas, “comprem” o gás poluente (carbono) que deixa de ser emitido por empresas “limpas” (isto é, que não emitem gases).

Como, pelo tratado, o Brasil não é obrigado a reduzir suas emissões, as empresas brasileiras podem desen-volver os chamados “mecanismos de desenvolvimento limpo” e vender créditos desse carbono não emitido

para empresas poluidoras de outros países. Além de vender créditos de carbono para o mercado internacio-nal, o Brasil também vem desen-volvendo um mercado interno, pois algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em, voluntaria-mente, compensar os gases poluen-tes que elas emitem, com a compra desses créditos.

Segundo os estudos encomenda-dos pela Bovespa, tanto para o mer-cado internacional quanto para o mer-cado doméstico, há a necessidade de haver regras mais específi cas para o comércio.Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no entanto, ainda não foi regulamenta-do. “Um país que é voluntário pode estar mais bem posicionado no ce-nário mundial se ele estabelecer me-canismos que demonstrem, efetiva-mente, que ele está se adequando,

Mercado de carbono precisa de regras claras para se desenvolver no Brasil, diz estudo

em termos nacionais, ao processo de redução de gases de efeito estu-fa”, disse.

Apesar disso, para o especialista em Energia do Banco Mundial Chris-tophe de Gouvello, o Brasil já deu o primeiro passo para estabelecer um mercado nacional de crédito de carbono, ao criar a Lei 12.187, que também prevê metas de redução de gases poluentes no país. “Estamos no início do caminho. O primeiro pas-so para um mercado de carbono no Brasil é ter metas. E o governo já tomou uma decisão muito corajosa, de anunciar ao mundo, suas metas”, afi rmou.

Os estudos também identifi caram a necessidade de uma maior partici-pação do setor público no mercado de crédito de carbono, com a elabo-ração de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo. Um dos es-tudos funciona como um guia para orientar o setor público a explorar essa área.

Agência Brasil

As mudanças no uso da terra e fl orestas que inclui o desmata-mento ainda são o principal fator responsável pelas emissões do Brasil, com 61% do total.

O desafi o agora será conter o desmate em outros biomas, prin-cipalmente no Cerrado, e reduzir as emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

O alto potencial de emissões do setor está ligado ao lança-mento, na atmosfera, de gases como o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) que são muito mais prejudiciais para o aqueci-mento do planeta que o dióxido de carbono (CO2).

A agropecuária, que é a se-gunda maior fonte de emissões, precisa ser tratada como um desafi o. A boa notícia é que já existe tecnologia para começar a discussão de como reduzir as emissões no setor, disse o con-sultor do Ministério do Meio Am-

biente, Tasso Azevedo.

Desmate no Cerrado e agricultura são desa�ios brasileiros para reduzir emissões

Setor produtivo também exige linha de crédito

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOC4 JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 C5

Algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em compensar os gases poluentes que emitem com a compra de créditos de carbono

Em setembro deste ano, a Ama-zônia perdeu 170 quilômetros qua-drados (km²) de fl oresta, de acordo com os números do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), divulgados nesta quarta-feira (3) pela organização não governamen-tal Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia). O ritmo de derrubada foi 21% menor que o registrado pelos satélites em setembro do ano passado.

Em agosto, o Imazon também tinha apontado tendência de que-da do ritmo de desmatamento na região. Em 2010, a derrubada em agosto foi 23% menor que no mes-mo mês de 2009. Mato Grosso lide-rou o desmatamento em setembro, com 81 km² de fl orestas a menos (48% do total de desmatamento). O Pará vem em segundo lugar, com 31 km² desmatados, seguido por Rondônia (23 km²), Amazonas (19 km²) e Acre (12 km²). Em Roraima e no Tocantins, os satélites do Ima-zon registraram apenas 2 km² de novos desmatamentos em cada estado.

Além do corte raso (desmata-mento total de uma área), o sis-tema do Imazom também registra a degradação fl orestal, que inclui fl orestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e (ou) queimadas. Em setembro, a degra-dação avançou por 500 km², área 147% maior que a registrada no mesmo mês de 2009.

O monitoramento ofi cial do des-matamento na Amazônia é feito pelo Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais (Inpe), que ainda não divulgou os números de setembro. Este mês, o Inpe também deve anunciar a taxa anual de desma-tamento. A expectativa do governo é que o número seja o menor dos últimos 21 anos e fi que em torno de 5 mil km².Agência Brasil

Desmatamento na Amazônia mantém tendência de queda

O Brasil atingiu no ano passado mais um recorde de reciclagem de latas de alumínio. Foram reutiliza-das 98,2% das latas vendidas. Ao todo, 198,8 mil toneladas de alumí-nio, das 202,5 mil toneladas vendi-das, foram recicladas.

Os dados constam do balanço da coleta do material divulgado hoje (28) pela Abal ( Associação Brasilei-ra do Alumínio) e a Abralatas (Asso-ciação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade). Com o resultado, segundo as entidades, o Brasil conquista pela nona vez consecutiva o posto do país com maior índice de reciclagem de latas do mundo.

Na comparação entre 2009 com o ano anterior, a quantidade de la-tas recicladas aumentou 19,9%. Em 2008, foram reutilizadas 91,6% das latas vendidas pela indústria, o que representa cerca de 165 mil tonela-das.

Em 2009, a reciclagem das la-tas de alumínio movimentou R$ 1,3 bilhão. Deste total, R$ 382 milhões foram gerados só com trabalho de coleta do material.

“Se toda coleta de latas fosse feita por uma empresa só, ela es-taria entre as mil maiores do país”, complementou Henio de Nicola, presidente da Abal, em entrevista coletiva em São Paulo.

Com a reciclagem do alumínio das latas, também foram economi-zados 2,9 mil gigawatts-hora (GWh). Com esta energia, seria possível atender a demanda anual de uma cidade como Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, que tem 1,2 milhão de habitantes.

Brasil recicla 98,2% das latas de alumínio vendidas

De olho nas exigências dos mercados internacionais por pro-dutos sustentáveis e em políticas tributárias que possam benefi ciar empresas que assumem compro-missos ambientais, um grupo de grandes empresários assinou um documento com sugestões ao go-verno para estimular a redução de emissões de gases de efeito estu-fa nos setores de energia, trans-portes e agropecuária.

A maioria das propostas su-gere medidas econômicas que estimulem a adoção de práticas mitigadoras de emissões, desde a concessão de incentivos fi scais a pedidos de linhas de crédito es-pecífi cas para atividades de baixo carbono.

“O Brasil tem papel de prota-gonista na construção de uma economia de baixa intensidade de carbono. Essa tarefa deve ser compartilhada entre esforços pú-blicos e privados em uma agenda de implementação de instrumen-tos econômicos e que incentive in-vestimentos e atividades que per-mitam a redução das emissões”, diz o documento, assinado por empresas como Vale, Suzano, Mon-santo, Camargo Correa e Natura.

Em 2009, o governo brasileiro assumiu um compromisso inter-nacional de redução das emis-sões nacionais de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020. No entanto, ainda não está defi nido como cada setor vai dimi-nuir sua fatia de emissões.

No último dia 26, durante reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, o gover-no prometeu entregar ainda este ano planos de redução para cin-co setores: energia, siderurgia, agricultura e para o combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado.

As sugestões apresentadas hoje pelas empresas contemplam as áreas de energia, transportes e agropecuária. De acordo com o Inventário Nacional de Emissões, energia e agropecuária são res-ponsáveis, respectivamente, por 19% e s 15% dos gases de efei-to estufa lançados pelo país na atmosfera. As emissões de trans-porte estão incluídas no setor de energia.

Entre as propostas da plata-forma Empresas pelo Clima, es-tão investimentos na efi ciência energética no setor industrial e a criação de linhas de crédito para fi nanciar projetos desse tipo.

No setor de transportes, a prin-cipal demanda é a diversifi cação do modal de transporte do país, com ampliação da infraestrutura ferro-viária e aquaviária. As empresas também defendem a “promoção da sustentabilidade na mobilidade urbana”, e sugerem investimentos em novos modelos de transporte público, como o BRT (sigla do in-glês Bus Rapid Transit).

Para o setor agropecuário, as empresas defendem, por exem-plo, o aumento de subsídios para a produção de matérias-primas para biocombustíveis e facilidades de crédito para que os produtores rurais adotem técnicas agrícolas que reduzem emissões de gases, como o plantio direto e a recupera-ção de pastagens degradadas.

Empresas querem incentivos �iscais para reduzir emissões de gases de efeito estufa

O Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado de créditos de carbono, ao estabele-cer quem deve regular esse comércio e como o crédito deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos ba-lanços das empresas. A conclusão é de uma série de estudos divulgada nesta terça-feira (9) e feita a pedido da BM&F Bovespa.

O mercado de créditos de carbo-no foi estabelecido pelo Protocolo de Quioto, que estabelece metas de re-dução da emissão de gases poluen-tes na atmosfera para os países de-senvolvidos. O acordo internacional também permite que as empresas desses países, para cumprir suas metas, “comprem” o gás poluente (carbono) que deixa de ser emitido por empresas “limpas” (isto é, que não emitem gases).

Como, pelo tratado, o Brasil não é obrigado a reduzir suas emissões, as empresas brasileiras podem desen-volver os chamados “mecanismos de desenvolvimento limpo” e vender créditos desse carbono não emitido

para empresas poluidoras de outros países. Além de vender créditos de carbono para o mercado internacio-nal, o Brasil também vem desen-volvendo um mercado interno, pois algumas empresas brasileiras têm mostrado interesse em, voluntaria-mente, compensar os gases poluen-tes que elas emitem, com a compra desses créditos.

Segundo os estudos encomenda-dos pela Bovespa, tanto para o mer-cado internacional quanto para o mer-cado doméstico, há a necessidade de haver regras mais específi cas para o comércio.Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no entanto, ainda não foi regulamenta-do. “Um país que é voluntário pode estar mais bem posicionado no ce-nário mundial se ele estabelecer me-canismos que demonstrem, efetiva-mente, que ele está se adequando,

Mercado de carbono precisa de regras claras para se desenvolver no Brasil, diz estudo

em termos nacionais, ao processo de redução de gases de efeito estu-fa”, disse.

Apesar disso, para o especialista em Energia do Banco Mundial Chris-tophe de Gouvello, o Brasil já deu o primeiro passo para estabelecer um mercado nacional de crédito de carbono, ao criar a Lei 12.187, que também prevê metas de redução de gases poluentes no país. “Estamos no início do caminho. O primeiro pas-so para um mercado de carbono no Brasil é ter metas. E o governo já tomou uma decisão muito corajosa, de anunciar ao mundo, suas metas”, afi rmou.

Os estudos também identifi caram a necessidade de uma maior partici-pação do setor público no mercado de crédito de carbono, com a elabo-ração de projetos de mecanismo de desenvolvimento limpo. Um dos es-tudos funciona como um guia para orientar o setor público a explorar essa área.

Agência Brasil

As mudanças no uso da terra e fl orestas que inclui o desmata-mento ainda são o principal fator responsável pelas emissões do Brasil, com 61% do total.

O desafi o agora será conter o desmate em outros biomas, prin-cipalmente no Cerrado, e reduzir as emissões de gases de efeito estufa na agropecuária.

O alto potencial de emissões do setor está ligado ao lança-mento, na atmosfera, de gases como o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O) que são muito mais prejudiciais para o aqueci-mento do planeta que o dióxido de carbono (CO2).

A agropecuária, que é a se-gunda maior fonte de emissões, precisa ser tratada como um desafi o. A boa notícia é que já existe tecnologia para começar a discussão de como reduzir as emissões no setor, disse o con-sultor do Ministério do Meio Am-

biente, Tasso Azevedo.

Desmate no Cerrado e agricultura são desa�ios brasileiros para reduzir emissões

Setor produtivo também exige linha de crédito

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOC6

Os produtores de abacate, que estão colhendo os frutos nesta época, estão sorrin-do de orelha a orelha, com o preço favorável da fruta e já pensam em aumentar as plantações.

Já a uva, um dos símbo-los do Natal brasileiro, vem sofrendo com as intempéries climáticas. Chuvas de vento e granizo que atingiram as áreas de produção levaram metade da safra ao chão e os produtores já contabilizam os prejuízos. Então, vamos sabo-rear a manga, já que o preço está bem atraente.

*****

No dia 11 de dezembro, às 9h, será realizada a tradi-cional missa de Santa Luzia, padroeira da Ceagesp. A ceri-mônia será celebrada pelo bis-po Dom João Mamede e pelo diácono Luiz Carlos de Laet. Durante a celebração haverá batizados e o coral Amigos do

Vamos nos animar?

CÁ ENTRE NÓS

Manelão*Colunista

Padre Kirano entoará canções natalinas.

O presidente do Sindicar, José Pinheiro, convida a to-dos para este momento reli-gioso onde sepultaremos os nossos fracassos e plantare-mos a esperança que nascerá junto com o novo ano.

*****

A Associação Nossa Tur-ma está com a lista das saco-linhas de Natal das crianças que frequentam a entidade. Quem quiser participar fa-zendo o kit que consiste em um calçado, uma roupa e um brinquedo novo é só ligar e fa-lar com Bruno ou Tiago para pegar o nome e o manequim da criança. Os telefones são 3643-3737 e 3832-3366

No dia 18 de dezembro, o presente será entregue às crianças numa grande festa natalina que ocorrerá no pátio do PBCF. Cantores interpre-

tando músicas infantis se apresentarão e o balé in-fantil do programa Raul Gil já confirmou presença. O som ficará por conta da DJ internacional Ana John.

Para que tudo isso pos-sa acontecer, agradecemos em primeiro lugar a Deus, que nos dá motivação para os nossos sonhos se tor-narem realidade, à dire-ção da Companhia, aos voluntários e permissioná-rios, ao Viva Condomínio, que está arrecadando brin-quedos no entorno do mer-cado, ao Rotary da Lapa, ao Instituto da Criança e a você, que mesmo no ano-nimato, não nos deixa per-der a esperança.

A festa começa às 16h e vai até as 20h. O ponto culminante será a chegada do Papai Noel, que este ano vem de helicóptero. A festa é aberta a toda a comunidade. Venha parti-cipar!

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Mercado de BH revela tradição mineiraPolo gastronômico de Minas Gerais reúne história e cultura do estado do Sudeste brasileiro

Belo Horizonte era uma jovem cidade de 31 anos quando um prefeito empreen-dedor resolveu reunir, num só local, os produtos destinados ao abastecimento dos seus 47.000 habitantes. Havia, nessa época, duas feiras: a feira da Praça da Estação e a feira da praça da atual rodovi-ária. Foi assim que o Mercado Central nasceu, em 7 de se-tembro de 1929.

O prefeito Cristiano Ma-chado reuniu os feirantes num terreno de 22 lotes, pró-ximo à Praça Raul Soares, centralizando o abastecimen-to da cidade. As barracas de madeira se enfileiravam nos 14.000 m2 do terreno desco-berto, circundado pelas car-roças que transportavam os produtos.

O mercado, então Mercado Municipal de BH, com sua ati-vidade intensa e movimento alegre, funcionou até 1964, quando o então prefeito Jorge Carone resolveu vender o ter-reno, alegando impossibilida-de de administrar a feira.

Para impedir o fechamen-to do espaço, os comercian-tes do local se organizaram liderados pelo Dico, como era conhecido o sr. Raimundo Pe-reira Lima, criaram coopera-tiva e compraram imóvel da prefeitura.

No entanto, uma dificulda-de aparecia no caminho: te-riam que construir um galpão

coberto, na área total do ter-reno; em cinco anos. Se não conseguissem, teriam que de-volver a área à prefeitura.

A tarefa não foi fácil. A cada dia novas dificuldades impediam o início da constru-ção. A 15 dias do prazo dado pela prefeitura, ainda faltava o fechamento.

Foi então que os Irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo, fundadores do Banco Mercantil do Brasil, decidiram, acreditar no empreendimento e investiram no projeto, finan-ciando a construção, confia-dos no valor do Mercado para a cidade e na amizade do ad-ministrador do mercado, sr. Olímpio Marteleto.

Foram contratadas quatro construtoras, cada uma res-ponsável por uma lateral, para que o galpão pudesse ser fe-chado no prazo estabelecido. Ao fim de 15 dias, os 14.000 m2 de terreno estavam total-mente fechados... Os asso-ciados, com seu empreende-dorismo e entusiasmo, viam seu esforço recompensado.

Decidiram-se, desde cedo, por um meio democrático de escolha de seu administra-dor, elegendo, a cada quatro anos, 31 conselheiros e esco-lhendo, entre eles, um diretor - presidente, um diretor finan-ceiro e um diretor-secretário.

Assim, bem organizado e com participação ativa dos comerciantes, o mercado, a

cada dia, ampliava suas ati-vidades, expandia seus ne-gócios e se transformava em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato e comida típica.

:: SERVIÇO ::

Mercado Municipal de Belo HorizonteAv. Augusto de Lima, 744 · CentroFones: (31) 3274 9434 | 3274 9473Horário de funcionamento:De segunda a sábado, das 7h às 18hDomingos e feriados, das 7h às 13h

GASTRONOMIA E TURISMO

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010

Transporte DD1JORNAL ENTREPOSTO

Caderno de Notícias

Nova fabricante chega ao Brasil para disputar mercado de caminhões

LANÇAMENTO

Da associação entre a Na-vistar, maior fabricante de ca-minhões dos Estados Unidos e a a Caterplillar, maior produ-tora mundial de equipamentos pesados, nasceu a NC2, que anunciou, no final de outubro, planos para ter uma fábrica de caminhões no Brasil com objetivo de ser uma das cinco maiores do setor no país até 2015, em um mercado domi-nado por marcas europeias.

A nova companhia, for-mada há cerca de um ano, vai investir US$ 200 milhões no Brasil para compras de equipamento, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, contratação e treinamento de funcionários. Investimento adicional para a construção de uma nova montadora até 2012 também está nos planos da empresa. “Já começamos a investir em projetos de expansão de longo prazo no Brasil, o que inclui a produção doméstica de caminhões nesse ano e o lançamento de uma novíssi-ma plataforma de cabine em cima do motor de última gera-ção em 2012”, disse o presi-dente da NC2, Al Saltiel.

Atualmente, a Navistar produz seus veículos em uma fábrica da Agrale em Caxias do Sul (RS), que receberá investimentos de US$ 10 mi-lhões para introdução de uma

Empresa norte-americana investe US$200 milhões no país e anuncia novo caminhão para 2011

nova linha de produção que abastecerá o mercado interno enquanto a fábrica própria da NC2 não fica pronta. “Esta-mos felizes por entrar no mer-cado brasileiro, que é um dos mercados prioritários em todo o mundo, e será o centro das nossas iniciativas de distri-buição futuras no Mercosul”, disse Saltiel durante coletiva de imprensa para anunciar as operações no Brasil. “A Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil são o melhor momen-to para começarmos nossas operações no Brasil”, comple-tou. Segundo Saltiel, o obje-tivo da NC2 é inicialmente ter um índice de nacionalização de componentes de 60%, que poderá chegar a cerca de 90% quando a fábrica própria, em local ainda não definido, esti-ver pronta.

Mercado Segundo a Anfavea, asso-

ciação que representa o se-tor, em setembro as vendas de caminhões no Brasil soma-ram 13.221 unidades, consi-derando todas as categorias de semileves a pesados, au-mento de 31% sobre o mes-mo mês de 2009. No acumu-lado do ano até setembro, as vendas foram de 112.142 unidades, 50,4% mais em re-lação a um ano antes. A NC2 trabalha com a expectativa de que o mercado brasileiro de caminhões, hoje domina-do por Ford, Iveco, MAN, Me-cerdes-Benz, Scania e Volvo, tenha vendas de 110 mil uni-dades este ano, chegando a 160 mil em 2015, após 90 mil unidades comercializadas em 2009.

Para estrear suas vendas no Brasil, a empresa lançará em 2011 o modelo semipe-sado DuraStar, vendido atual-mente nos Estados Unidos.

Os radares da cidade de São Paulo come-çam a multar ainda em novembro os veículos que não passaram pela inspeção veicular am-biental, obrigatória na capital paulista. No to-tal, 177 equipamentos têm o sistema de Lei-tura Automática de Placas e poderão fiscalizar a regra, de modo semelhante como acontece com o rodízio.

Os veículos serão flagrados sempre que passarem por um dos radares habilitados - o equipamento consegue identificar quem dei-xou de fazer a inspeção veicular ao cruzar a placa com a base de dados da Controlar, con-cessionária responsável pelo teste ambiental nos veículos. Apenas uma multa por dia será emitida.

A lei que regulamentou a obrigatoriedade da inspeção também determinou que no má-ximo quatro autuações sejam aplicadas por mês.

O valor da multa é de R$ 550. A data exata para o início das autuações depende de uma portaria conjunta das Secretarias do Verde e do Meio Ambiente e dos Transportes regula-mentando a fiscalização e a previsão é de que as multas comecem a ser aplicadas no máxi-mo até o fim do mês.

Radares vão multar quem não fez a inspeção veicular em SP

A Peugeot anunciou o recall de veículos ano 2010 dos modelos 207 (versões hatchback, Passion, Escapade e SW) e da picape Hoggar por causa de possíveis problemas na bomba de direção hidráulica. A convocação envolve 1.639 unidades do modelo 207 e apenas cin-co veículos Hoggar.

De acordo com a montadora, existe uma possível não conformidade da bomba de di-reção hidráulica. Ao longo do tempo, poderá haver endurecimento da direção e, em casos raros, poderá ocorrer vazamento do fluido de direção hidráulica, podendo causar princípio de combustão no compartimento do motor.

Este é o quarto recall envolvendo carros da “família” 207 da Peugeot anunciado este ano. Em abril, a fabricante convocou os pro-prietários do modelo por causa de problemas na tubulação de alimentação de combustível do sistema de partida a frio.

Os proprietários devem agendar o atendi-mento para verificação e, se necessário, subs-tituição da bomba de direção hidráulica.

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800 703 2424 ou pelo site www.peugeot.com.br

Peugeot anuncia recall dos carros modelos 207 e picape Hoggar

Desenvolvido para aplicação na mine-ração, construção e também em outras operações que necessitem de veículos preparados para terrenos fora de estrada, o Volvo FMX acaba de ser lançado para os mercados da América do Sul.

Apesar de ter sua produção na fábrica da Volvo de Curitiba (PR) prevista para o final deste ano, o modelo FMX foi lançado no Peru devido a fatores como a lideran-ça da marca no mercado peruano, onde a marca detém participação de 23% do seg-mento na faixa de 16 toneladas e de 30% entre os pesados. “A participação nos úl-timos três anos tem sido de 65%, apenas nos sites de mineração, sendo que os ca-minhões operam 24 horas por dia e con-tam com serviço de atendimento nas pró-prias minas”, disse o diretor geral da Volvo Peru, Rolf Smedberg, acrescentando que as vendas começam em novembro, mas as entregas no Peru somente a partir de fevereiro de 2011. Na Suécia, a produção do FMX começou na segunda quinzena de setembro.

Volvo lança caminhão para aumentar mercado no Brasil

A fabricante de caminhões sueca Scania afirmou em comunicado que negocia uma fusão com a empresa alemã MAN para dife-rentes projetos no setor industrial que envol-ve pesquisa, desenvolvimento, fabricação e fornecimento de veículos comerciais.

“Esse processo demonstrou que uma plena realização das potenciais sinergias exige uma cooperação mais estreita pela combinação das duas empresas, mantendo os valores originais da marca de cada uma das companhias”, disse a Scania, em comu-nicado.

Segundo a montadora sueca, a fusão ain-da está sendo estudada, pois a Volkswagen, que detém participação de ambas empre-sas, afirmou ter um novo plano para a Sca-nia expandir o mercado de caminhões, que atualmente tem como líder mundial o grupo Daimler seguido pela Volvo.

De acordo com jornais internacionais, a Volkswagen estaria planejando elevar sua fatia na Scania para entre 75% e 80% e, de-pois, transferir sua participação de cerca de 30% na MAN para a empresa sueca. Já a MAN afirmou estar em conversações ‘amis-tosas’ com a Scania.

Montadora Scania estuda fusão com a MAN

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOD2

A 26ª edição do Salão In-ternacional do Automóvel de São Paulo, realizada de 27 de outubro a 7 de novembro no Pavilhão de Exposições Anhembi, registrou a presen-ça de 750.283 visitantes do Brasil e exterior, que conferi-ram de perto as últimas novi-dades da indústria automotiva mundial. Segundo o presiden-te da Reed Exhibitions Alcan-tara Machado, Juan Pablo De Vera, o evento se consagrou como o maior do segmento de negócios realizado na capi-tal paulista em 2010.

“Os 180 expositores cor-responderam ao clima de festa da feira, superando as expectativas também na for-ma de recepcionar o visitan-te, com atrações originais e muita interatividade entre os automóveis expostos e o pú-blico”, ressalta o executivo.

“O Salão do Automóvel re-flete o anseio do consumidor que visita ao evento para ver os produtos que estão sendo lançados no mundo todo. O clima e o astral desta edição foram muito positivos, eleva-dos pela característica própria do povo e do bom momento que o país vive”, acrescenta o presidente da Anfavea (Asso-ciação Nacional dos Fabrican-tes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini.

De acordo com a entidade, a indústria de automóveis se prepara para contabilizar um crescimento de 8%, em rela-ção a 2009, Sem deixar de lado o apelo institucional, a exposição reafirmou o seu pa-pel de encontro de negócios. O evento deixou o legado de ótimas perspectivas de ven-das, segundo os dirigentes dos principais fabricantes que participaram da edição 2010, na qual foram apresentados 450 modelos (dos quais 40% são de novidades) de 42 mar-cas nacionais e de importa-dos, visando atender todos os gostos e desejos de todas as classes de consumidores.

O público recorde pode conferir de perto modelos compactos, mais econômicos em consumo de combustíveis, dotados de ampla gama de itens de segurança, produtos com crescente participação de componentes eletrônicos e capazes de assegurar maior conforto e funcionalidade ao ato de dirigir e transportar-se por automóvel.

Também fizeram muito su-cesso com os visitantes os veículos superesportivos e os diferentes carros de com-petição apresentados por fa-bricantes internacionais e um novo fabricante nacional des-se segmento.

O evento se consolidou também como plataforma de apresentação de carros con-ceito e de veículos híbridos e elétricos, em linha com as necessidades de redução de consumo de combustível e de emissões de dióxido de car-bono e com a economia de combustíveis fósseis.

Salão do Automóvel de SP recebe 750 mil visitantesMaior evento de negócios da cidade de São Paulo em 2010 apresentou 450 modelos de veículos de 42 marcas

TRANSPORTE PRIVADO

FOTOS: PAULO FERNANDO

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JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 D3

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Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOD4

As vendas de carros e cami-nhões leves subiram 13,4% em outubro, em meio a uma forte compra dos consumidores nor-te-americanos. Ford, Honda e Nissan divulgaram alta de mais de 15% nas vendas, enquanto a Chrysler informou que suas vendas subiram 37% sobre o mesmo mês de 2009, que havia sido particularmente ruim. No combinado de todas as montado-ras, as vendas de veículos leves totalizaram 950.165 unidades em outubro, acima dos 838.133 de outubro de 2009, segundo a Autodata Corp. Mais importante que isso, o ritmo de vendas anu-alizado, sazonalmente ajustado, subiu para 12,26 milhões de ve-ículos, o maior nível desde agos-to de 2009, quando o programa governamental de incentivo cash for clunkers (dinheiro por sucata) impulsionou as vendas de carros novos. Em outubro do ano pas-sado, o ritmo de vendas anual, sazonalmente ajustado, foi de 11,76 milhões.

Segundo Al Castignetti, chefe de vendas da Nissan na América do Norte, a indústria automotiva esperava que as vendas subis-sem para um nível maior nesta época do ano.

Toyota foi uma das poucas montadoras a registrar queda nas vendas nos EUA em outubro. Seu total de vendas recuou 4% ante o mesmo mês do ano passado, para 145.474 veículos. A empre-sa teve sua imagem prejudicada este ano pelos recalls causados por problemas de segurança.

A General Motors teve au-mento de apenas 4% nas vendas de veículos leves, em parte por causa da redução nas vendas para operadores de frotas, como empresas de aluguel de carros, segundo a empresa.

Venda de carros e caminhões leves sobe 13% em outubro

O futuro governo de Dilma Rousseff terá de equacionar um grave problema para garantir o dinamismo do setor agrícola nacional. “É a logística”, afirmou o vice-presidente da Socieda-de Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele. “Isso importa em substituir o transporte rodoviário, que é o mais caro, por transporte ferroviário, fluvial e marítimo. Esse é o grande pro-blema”.

Segundo o executivo, a produção agrícola brasileira é mais competitiva que a dos Estados Unidos ou da Argentina. Obser-vou, contudo, que na hora em que o produto sai da porteira da fazenda, o produtor começa a perder. O transporte é feito por caminhão, as estradas são ruins e o produto demora a chegar ao destino. “Ele perde tudo que ganhou produzindo bem quan-do põe o produto na estrada. O grande gargalo da agricultura é logística de transporte”.

Naegele citou a Ferrovia Norte-Sul, com extensão total de cerca de 6 mil quilômetros, cuja obra começou em 1987 e ainda não foi concluída. “Vai passar por estados altamente produtores, como Goiás e Tocantins, e o fim dessa ferrovia é o porto. Então, você começa a resolver o problema. Vai dar muito mais lucro, sem precisar aumentar preço. O produtor vai ganhar no transporte, porque o transporte rodoviário está ma-tando a galinha dos ovos de ouro, que é a produção agrícola brasileira”, disse Naegele.

Agência Brasil

A Honda planeja produzir em série um carro híbrido no Brasil em até dois anos, revelou o en-genheiro Alfredo Guedes nesta sexta-feira (12), quando a marca apresentou à imprensa dois veí-culos que já utilizam a tecnologia, vendidos no exterior. No país, a fabricação desse tipo de carro, que combina motor a combustão e elétrico, ainda esbarra na buro-cracia para homologações. Além disso, a montadora japonesa tem conversado com o governo brasileiro em busca de incenti-vos para esse lançamento. Isso porque a Honda não encara esse tipo de tecnologia como um nicho de mercado.

A montadora não revela qual automóvel da linha ganhará a tec-nologia. No entanto, há a possibi-lidade de ser o New Fit, visto que sua versão híbrida já foi lançada para o mercado europeu e japo-nês durante o Salão de Paris.

Os modelos híbridos começa-ram a chegar ao Brasil somente neste ano. O primeiro foi o Mer-cedes-Benz S 400 Hybrid. O ou-tro é o Ford Fusion Hybrid, lança-do recentemente.

A frota da cidade de São Paulo deve ultrapassar sete milhões de ve-ículos nos próximos dois meses. Em média, serão três carros para cada cinco habitantes da cidade, consi-derando uma população de 10 mi-lhões de pessoas, segundo estima-tiva prévia divulgada Censo 2010. Metade dessa frota, porém, pode ficar na ilegalidade: a estimativa é de que quase 60% dos veículos da cidade não passaram pela inspeção veicular e não poderão fazer o licen-ciamento de 2011.

No último ano, a cidade recebeu mais 27 mil veículos por mês. O au-mento foi de 4% em relação a 2009, mas de mais de 45% desde que o ro-dízio municipal foi criado, em 1997. O maior crescimento ocorreu entre carros, motos e veículos utilitários. O número de caminhões caiu 3,2%, de acordo com o Detran (Departa-mento Estadual de Trânsito).

Especialistas apontam dois fa-tores que explicam a frota ser tão grande em São Paulo: a má qua-lidade do transporte público e as vantagens oferecidas pelo governo federal para a compra do carro zero - uma estratégia para combater a cri-se econômica do ano passado.

Para setor agrícola, prioridade é investir em logística para substituir transporte rodoviárioNa avaliação de especialistas, atual modelo logístico acarreta perdas aos produtores rurais

Honda quer produzir carro híbrido no Brasil

Frota paulistana deverá ultrapassar 7 milhões de veículos em dois mesesOferta de crédito ao consumidor é um dos fatores que levam ao aumento da frota

A montadora japonesa Nissan anunciou no início do mês que entre os quase 600 mil veículos dos modelos da marca chama-dos para recall no mundo, 35,6 mil estão no Brasil. A convoca-ção começou no dia 16 e envolve o sedã Sentra, o modelo antigo da picape Frontier e os utilitários Xterra e Pathfinder.

Entre as Frontier, são convo-cadas 30.865. Nesses dois veí-culos será feita a troca da coluna inferior de direção, pois foi de-tectado que a cruzeta da coluna inferior de direção pode apresen-tar, em alguns casos, corrosão que limita os seus movimentos. Em casos extremos, se o veícu-lo continuar sendo dirigido, pode ocasionar a quebra da coluna in-ferior de direção, causando pos-síveis acidentes.

Já a falha detectada na Pa-thfinder pode afetar o funcio-namento do motor e, em casos extremos, a paralisação do mes-mo, causando possíveis aciden-tes. São chamadas 174 unida-des da Pathfinder 4.0 movida a gasolina.

No caso do sedã Sentra, a convocação inclui 186 unidades no Brasil, para substituição do conector do terminal positivo de bateria. A troca deste equi-pamento é necessária porque a montadora detectou mau funcio-namento no terminal, o que pode criar dificuldade para ligar o veícu-lo, e em casos raros, ocasionar a interrupção do funcionamento do motor em baixas velocidades, causando possíveis acidentes.

A Nissan ressalta que ne-nhum acidente foi registrado en-volvendo qualquer dos casos que levaram a esses recalls.

A troca dos componentes será realizada sem qualquer custo aos clientes, que deverão agendar os serviços na concessionária mais próxima ou de sua preferência.

Os telefones e endereços das concessionárias Nissan estão disponíveis no site www.nissan.com.br. Em caso de dúvidas, os clientes também podem entrar em contato pelo Serviço de Aten-dimento ao Cliente (0800-011-1090).

Nissan convoca 35,6 mil veículos para recall no Brasil

A montadora alemã Volkswa-gen confirmou apresentou o novo Golf Blue-E-Motion Electric, versão elétrica do hatch, no Salão do Au-tomóvel de Los Angeles, nos Esta-dos Unidos, realizado neste mês. O modelo é equipado com motor elétrico alimentado por 30 bate-rias de lítio-íon (situadas sob o porta-malas, sob os assentos tra-seiros e entre os assentos fron-tais), com capacidade de 26,5 quilowatts/hora.

A Volkswagen disse que o car-ro - com capacidade para trans-portar cinco adultos - terá autono-mia máxima de 93 milhas (cerca de 150 quilômetros). No entanto, a empresa destacou que a distân-cia real que o Golf elétrico poderá percorrer antes de necessitar re-carregar suas baterias dependerá de fatores como o uso do ar con-dicionado, por exemplo.

Volkswagen anuncia versão elétrica do Golf

JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 D5

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Page 29: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOD4

As vendas de carros e cami-nhões leves subiram 13,4% em outubro, em meio a uma forte compra dos consumidores nor-te-americanos. Ford, Honda e Nissan divulgaram alta de mais de 15% nas vendas, enquanto a Chrysler informou que suas vendas subiram 37% sobre o mesmo mês de 2009, que havia sido particularmente ruim. No combinado de todas as montado-ras, as vendas de veículos leves totalizaram 950.165 unidades em outubro, acima dos 838.133 de outubro de 2009, segundo a Autodata Corp. Mais importante que isso, o ritmo de vendas anu-alizado, sazonalmente ajustado, subiu para 12,26 milhões de ve-ículos, o maior nível desde agos-to de 2009, quando o programa governamental de incentivo cash for clunkers (dinheiro por sucata) impulsionou as vendas de carros novos. Em outubro do ano pas-sado, o ritmo de vendas anual, sazonalmente ajustado, foi de 11,76 milhões.

Segundo Al Castignetti, chefe de vendas da Nissan na América do Norte, a indústria automotiva esperava que as vendas subis-sem para um nível maior nesta época do ano.

Toyota foi uma das poucas montadoras a registrar queda nas vendas nos EUA em outubro. Seu total de vendas recuou 4% ante o mesmo mês do ano passado, para 145.474 veículos. A empre-sa teve sua imagem prejudicada este ano pelos recalls causados por problemas de segurança.

A General Motors teve au-mento de apenas 4% nas vendas de veículos leves, em parte por causa da redução nas vendas para operadores de frotas, como empresas de aluguel de carros, segundo a empresa.

Venda de carros e caminhões leves sobe 13% em outubro

O futuro governo de Dilma Rousseff terá de equacionar um grave problema para garantir o dinamismo do setor agrícola nacional. “É a logística”, afirmou o vice-presidente da Socieda-de Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele. “Isso importa em substituir o transporte rodoviário, que é o mais caro, por transporte ferroviário, fluvial e marítimo. Esse é o grande pro-blema”.

Segundo o executivo, a produção agrícola brasileira é mais competitiva que a dos Estados Unidos ou da Argentina. Obser-vou, contudo, que na hora em que o produto sai da porteira da fazenda, o produtor começa a perder. O transporte é feito por caminhão, as estradas são ruins e o produto demora a chegar ao destino. “Ele perde tudo que ganhou produzindo bem quan-do põe o produto na estrada. O grande gargalo da agricultura é logística de transporte”.

Naegele citou a Ferrovia Norte-Sul, com extensão total de cerca de 6 mil quilômetros, cuja obra começou em 1987 e ainda não foi concluída. “Vai passar por estados altamente produtores, como Goiás e Tocantins, e o fim dessa ferrovia é o porto. Então, você começa a resolver o problema. Vai dar muito mais lucro, sem precisar aumentar preço. O produtor vai ganhar no transporte, porque o transporte rodoviário está ma-tando a galinha dos ovos de ouro, que é a produção agrícola brasileira”, disse Naegele.

Agência Brasil

A Honda planeja produzir em série um carro híbrido no Brasil em até dois anos, revelou o en-genheiro Alfredo Guedes nesta sexta-feira (12), quando a marca apresentou à imprensa dois veí-culos que já utilizam a tecnologia, vendidos no exterior. No país, a fabricação desse tipo de carro, que combina motor a combustão e elétrico, ainda esbarra na buro-cracia para homologações. Além disso, a montadora japonesa tem conversado com o governo brasileiro em busca de incenti-vos para esse lançamento. Isso porque a Honda não encara esse tipo de tecnologia como um nicho de mercado.

A montadora não revela qual automóvel da linha ganhará a tec-nologia. No entanto, há a possibi-lidade de ser o New Fit, visto que sua versão híbrida já foi lançada para o mercado europeu e japo-nês durante o Salão de Paris.

Os modelos híbridos começa-ram a chegar ao Brasil somente neste ano. O primeiro foi o Mer-cedes-Benz S 400 Hybrid. O ou-tro é o Ford Fusion Hybrid, lança-do recentemente.

A frota da cidade de São Paulo deve ultrapassar sete milhões de ve-ículos nos próximos dois meses. Em média, serão três carros para cada cinco habitantes da cidade, consi-derando uma população de 10 mi-lhões de pessoas, segundo estima-tiva prévia divulgada Censo 2010. Metade dessa frota, porém, pode ficar na ilegalidade: a estimativa é de que quase 60% dos veículos da cidade não passaram pela inspeção veicular e não poderão fazer o licen-ciamento de 2011.

No último ano, a cidade recebeu mais 27 mil veículos por mês. O au-mento foi de 4% em relação a 2009, mas de mais de 45% desde que o ro-dízio municipal foi criado, em 1997. O maior crescimento ocorreu entre carros, motos e veículos utilitários. O número de caminhões caiu 3,2%, de acordo com o Detran (Departa-mento Estadual de Trânsito).

Especialistas apontam dois fa-tores que explicam a frota ser tão grande em São Paulo: a má qua-lidade do transporte público e as vantagens oferecidas pelo governo federal para a compra do carro zero - uma estratégia para combater a cri-se econômica do ano passado.

Para setor agrícola, prioridade é investir em logística para substituir transporte rodoviárioNa avaliação de especialistas, atual modelo logístico acarreta perdas aos produtores rurais

Honda quer produzir carro híbrido no Brasil

Frota paulistana deverá ultrapassar 7 milhões de veículos em dois mesesOferta de crédito ao consumidor é um dos fatores que levam ao aumento da frota

A montadora japonesa Nissan anunciou no início do mês que entre os quase 600 mil veículos dos modelos da marca chama-dos para recall no mundo, 35,6 mil estão no Brasil. A convoca-ção começou no dia 16 e envolve o sedã Sentra, o modelo antigo da picape Frontier e os utilitários Xterra e Pathfinder.

Entre as Frontier, são convo-cadas 30.865. Nesses dois veí-culos será feita a troca da coluna inferior de direção, pois foi de-tectado que a cruzeta da coluna inferior de direção pode apresen-tar, em alguns casos, corrosão que limita os seus movimentos. Em casos extremos, se o veícu-lo continuar sendo dirigido, pode ocasionar a quebra da coluna in-ferior de direção, causando pos-síveis acidentes.

Já a falha detectada na Pa-thfinder pode afetar o funcio-namento do motor e, em casos extremos, a paralisação do mes-mo, causando possíveis aciden-tes. São chamadas 174 unida-des da Pathfinder 4.0 movida a gasolina.

No caso do sedã Sentra, a convocação inclui 186 unidades no Brasil, para substituição do conector do terminal positivo de bateria. A troca deste equi-pamento é necessária porque a montadora detectou mau funcio-namento no terminal, o que pode criar dificuldade para ligar o veícu-lo, e em casos raros, ocasionar a interrupção do funcionamento do motor em baixas velocidades, causando possíveis acidentes.

A Nissan ressalta que ne-nhum acidente foi registrado en-volvendo qualquer dos casos que levaram a esses recalls.

A troca dos componentes será realizada sem qualquer custo aos clientes, que deverão agendar os serviços na concessionária mais próxima ou de sua preferência.

Os telefones e endereços das concessionárias Nissan estão disponíveis no site www.nissan.com.br. Em caso de dúvidas, os clientes também podem entrar em contato pelo Serviço de Aten-dimento ao Cliente (0800-011-1090).

Nissan convoca 35,6 mil veículos para recall no Brasil

A montadora alemã Volkswa-gen confirmou apresentou o novo Golf Blue-E-Motion Electric, versão elétrica do hatch, no Salão do Au-tomóvel de Los Angeles, nos Esta-dos Unidos, realizado neste mês. O modelo é equipado com motor elétrico alimentado por 30 bate-rias de lítio-íon (situadas sob o porta-malas, sob os assentos tra-seiros e entre os assentos fron-tais), com capacidade de 26,5 quilowatts/hora.

A Volkswagen disse que o car-ro - com capacidade para trans-portar cinco adultos - terá autono-mia máxima de 93 milhas (cerca de 150 quilômetros). No entanto, a empresa destacou que a distân-cia real que o Golf elétrico poderá percorrer antes de necessitar re-carregar suas baterias dependerá de fatores como o uso do ar con-dicionado, por exemplo.

Volkswagen anuncia versão elétrica do Golf

JORNAL ENTREPOSTO l Novembro 2010 D5

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Page 30: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

As montadoras de veículos nacionais pretendem discutir com o novo governo medidas para incentivar a exportação da indústria brasileira. O pre-sidente da Anfavea (Associa-ção Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, disse que é preciso dar condições para que as fábricas do país recu-perem sua competitividade no mercado global.

“O fundamental é criar as condições para que tenhamos competitividade”, disse ele, em entrevista coletiva conce-dida em São Paulo. “Sem dú-vida nenhuma, você tem uma série de fatores [relacionados à competitividade] que, pro-vavelmente, serão discutidos com o novo governo”.

Segundo Belini, as monta-doras de veículos compõem um dos setores da indústria nacional que teve suas ex-portações mais prejudicadas pela desvalorização do dólar ante o real e pela retração de algumas economias causada pela crise de 2008. Essa que-da das exportações, de acor-do com ele, tem colaborado para um déficit na balança comercial do setor e preocu-pado a Anfavea. “Ligou nosso farol amarelo”, disse Belini.

Neste ano, por exemplo, 17,5% da produção de veícu-los do país são exportados. Em 2005, segundo a Anfavea, este percentual era de 30,7%. Já os veículos importados, em 2005, correspondiam a 5% dos carros vendidos no país. Atualmente, eles representam 19,5%. “Não somos contra a importação, mas queremos exportar mais”, afirmou o pre-sidente da Anfavea.

Questionado sobre quais medidas seriam mais efica-zes para o estímulo à expor-tação, Belini disse que o se-tor automotivo ainda avalia a questão. Ele afirmou, porém, que o plano para incentivo a exportações de produtos ma-nufaturados deveria englobar medidas semelhantes às ado-tadas pelo governo federal no auge da crise de 2008 tais como redução de impostos e facilitação ao acesso de fi-nanciamentos.

Belini disse que o alto custo do crédito impacta no preço das autopeças, com-ponente importante na fabri-cação dos veículos nacionais. Ele observou que, no Brasil, o preço do aço, principal ma-téria-prima do setor, está até 40% mais alto do que em ou-tros países.

O crescimento das expor-tações, complementou Belini, seria importante não só para as empresas em si, mas tam-bém para a economia do país. Ele afirmou que as fábricas são algumas das grandes ge-radoras de emprego.

Por isso, justifica-se o in-centivo do governo. “Nós en-tendemos que a produção de manufaturados, que agrega valor e trabalho, é aquela que deve ter estímulo”, concluiu Belini.

Agência Brasil

Montadoras querem discutir com novo governo medidas de incentivo à exportação de veículos

Novembro 2010 l JORNAL ENTREPOSTOD6

Fabricantes querem que Dilma estimule crescimento das exportações nacionais

Page 31: Jornal Entreposto | Novembro de 2010

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