jornal entreposto | julho 2014

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Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Julho de 2014 ANO 15 - Nº 170 Circulação Nacional - Distribuição Autorizada no ETSP da Ceagesp www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva CITRICULTURA Galhos e folhas proibidos na comercialização dos produtos cítricos ESPECIAL Pequenos produtores mostram a importância da agricultura familiar Pág 6 Pág 16 /JornalEntreposto Hortaliça está cada vez mais presente na Ceagesp, em feiras-livres, supermercados e sacolões Págs 9 a 13 Alcachofra, sabor e saúde para todos

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Um jornal a serviço do agronegócio.

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Page 1: Jornal Entreposto  | Julho 2014

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Julho de 2014 ANO 15 - Nº 170

Circulação Nacional - Distribuição Autorizada no ETSP da Ceagesp

www.jornalentreposto.com.br Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva

CITRICULTURA

Galhos e folhas proibidos na comercialização dos produtos cítricos

ESPECIAL

Pequenos produtores mostram a importância da agricultura familiar Pág 6 Pág 16

/JornalEntreposto

Hortaliça está cada vez mais presente na Ceagesp, em feiras-livres, supermercados e sacolões Págs 9 a 13

Alcachofra, sabor e saúde para todos

Page 2: Jornal Entreposto  | Julho 2014

DESCUBRA QUEM QUER DE VOCÊ. COMPRAR

Há muito tempo um ditado popular diz: “anunciar é a alma do negócio”. Outro, “quem não é visto não é lembrado”. A comunicação se vale de vários meios, formas e veículos diferentes. O Anuário Entreposto é um desses.

O Anuário Entreposto é o meio mais tradicional e seguro de divulgação do mercado de abastecimento com uma forma física compacta, facilmente identificável e que condensa em suas páginas – de maneira simples, objetiva e direta – os fornecedores de produtos hortifrutícolas, proporcionando a pesquisa de mercado que o consultor necessita e/ou procura.

ESTEJA ENTRE OS MELHORESE OS MAIS LEMBRADOS

NÃO FIQUE DE FORA, ATENDA NOSSO REPRESENTANTEOU SOLICITE AGORA MESMO UMA VISITA.

11 3832.5681

http://bit.ly/1pahK6P

2 Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

Page 3: Jornal Entreposto  | Julho 2014

DESCUBRA QUEM QUER DE VOCÊ. COMPRAR

Há muito tempo um ditado popular diz: “anunciar é a alma do negócio”. Outro, “quem não é visto não é lembrado”. A comunicação se vale de vários meios, formas e veículos diferentes. O Anuário Entreposto é um desses.

O Anuário Entreposto é o meio mais tradicional e seguro de divulgação do mercado de abastecimento com uma forma física compacta, facilmente identificável e que condensa em suas páginas – de maneira simples, objetiva e direta – os fornecedores de produtos hortifrutícolas, proporcionando a pesquisa de mercado que o consultor necessita e/ou procura.

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3Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

Page 4: Jornal Entreposto  | Julho 2014

4 ÍNDICE Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

FRUTAS JUN JUL

ABACATE

KIWI

PINHA

BANANA-CATURRA

BANANA-PRATA

BANANA-MAÇÃ

CAQUI

COCO

FIGO

MORANGO

NÊSPERA

PÊRA

PINHÃO

LIMA LIMA PÉRSIA

TANGERIN.PONKAN

MIMOSA/MEXERICA

MAÇÃ IMPORTADA

KIWI IMPORTADA

PERA IMPORTADA

UVA IMPORTADA

HORTALIÇAS TUBEROSAS JUN JUL

BATATA-DOCE

BATATA-SALSA

CARÁ

CEBOLA

CENOURA

GENGIBRE

INHAME/TAIÁ

MANDIOCA/AIPIM

NABO

CEBOLA IMPORTADA

HORTALIÇAS FRUTOS JUN JUL

ABÓBORA SECA

ABÓBORA HOKAIDO

ALHO PORÓ

JILÓ

MAXIXE

PIMENTA

PIMENTÃO VERMELHO

TOMATE

HORTALIÇAS HERBÁCEAS JUN JUL

ALMEIRÃO

AGRIÃO

COUVE-BRÓCOLO

CHEIRO-VERDE

COUVE-MANTEIGA

COUVE-FLOR

COUVE-CHINESA

COUVE-RABANA

ESPINAFRE

MOSTARDA

MOYASHI

REPOLHO

RÚCULA

BROTO BAMBU

RADITE

FRACA - Pouca oferta na comercia l i zação dos produtos no mercado. Tendência de a l ta nos preços .

REGULAR - Oferta equi l ibrada dos produtos comercia l i zados no mercado. Tendência os preços estáveis .FORTE - Boa oferta dos produtos comercia l i zados no mercado. Tendência de ba ixa nos preços .

FRUTASPavilhão 2ª feira 3ª a 5ª feira 6ª feira Sábado

MFE-A

MFE-B/C

HF’S

6h às 20h 6h às 21h 6h às 20h

6h às 21h 6h às 20h 6h às 21h 6h às 18h

6h às 20h

VERDURASPavilhão 2ª feira 3ª a 5ª feira 6ª feira Sábado

MLP 6h às 21h 12h30 às 21h 12h30 às 22h 14h às 21h

ABÓBORASPavilhão 2ª à Sábado

MSC 8h às 20h

Pavilhão 2ª à 6ª feira Sábado

BATATAS, CEBOLAS E DIVERSOS

6h às 17h6h às 20hBP’s

PESCADOSPavilhão 3ª à Sábado

Pátio da Sardinha 2h às 6h

Pavilhão 2ª à 5ª feira 3ª e 6ª feira

FLORES

5h às 10h30MLP

2h às 14hPraça da Batata

Pavilhão 2ª à 5ª feira 6ª feira Sábado

AP’s 6h às 20h 6h às 21h 6h às 18h

LEGUMES

FRUTAS JUN JUL

ABACATE

KIWI

PINHA

BANANA-CATURRA

BANANA-PRATA

BANANA-MAÇÃ

CAQUI

COCO

FIGO

MORANGO

NÊSPERA

PÊRA

PINHÃO

LIMA LIMA PÉRSIA

TANGERIN.PONKAN

MIMOSA/MEXERICA

MAÇÃ IMPORTADA

KIWI IMPORTADA

PERA IMPORTADA

UVA IMPORTADA

HORTALIÇAS TUBEROSAS JUN JUL

BATATA-DOCE

BATATA-SALSA

CARÁ

CEBOLA

CENOURA

GENGIBRE

INHAME/TAIÁ

MANDIOCA/AIPIM

NABO

CEBOLA IMPORTADA

HORTALIÇAS FRUTOS JUN JUL

ABÓBORA SECA

ABÓBORA HOKAIDO

ALHO PORÓ

JILÓ

MAXIXE

PIMENTA

PIMENTÃO VERMELHO

TOMATE

HORTALIÇAS HERBÁCEAS JUN JUL

ALMEIRÃO

AGRIÃO

COUVE-BRÓCOLO

CHEIRO-VERDE

COUVE-MANTEIGA

COUVE-FLOR

COUVE-CHINESA

COUVE-RABANA

ESPINAFRE

MOSTARDA

MOYASHI

REPOLHO

RÚCULA

BROTO BAMBU

RADITE

SAZONALIDADEFRACA REGULAR FORTE

Indicador de boa oferta dos produtos comercializadosno mercado. Tendência de baixa nos preços.

#12#12

#12

Mudanças climáticas já causam queda da produtividade agrícola no mundo – Página 16Romances famosos disponíveis no Entreposto do Livro – Página 17Novas hortaliças e agricultura sustentável na Hortitec 2014 – Página 18Mercedes-Benz aprimora Atego, Axor e Actros – Página 19 Juros do crédito rural subiram menos que taxa Selic – Página 20

LEIA TAMBÉM...

#12

Diretora GeralSelma Rodrigues Tucunduva

Diretor ComercialJosé Felipe Gorinelli

Jornalista ResponsávelMaria Ângela Ramos

MTb 19.848

EdiçãoPaulo Fernando Costa /

Carolina de Scicco/Letícia Doriguelo Benetti /

Paulo Cesar Rodrigues

Editoração /ArtesLetícia Doriguelo Benetti

Projeto GráficoPaulo Cesar Rodrigues

Web MasterMichelly Vasconcellos

ColaboradoresAnita Gutierrez e Manelão

Periodicidade: Mensal

Distribuição: Gratuita

RedaçãoAv. Dr. Gastão Vidigal, 1946

Edsed II - loja 14ACEP 05314-000

Tel.: 11 3831.4875

[email protected]

Os artigos e matérias assinadas não refletem,

necessariamente, o pensamento da direção deste

jornal, sendo de inteira responsabilidade de que os

subscrevem.

#18

#17Romances

famosos disponíveis no Entreposto do

Livro

#19Mercedes-Benz aprimora Atego, Axor e Actros

Mudanças climáticas já causam queda da produtividade agrícola

no mundo #16

Novas hortaliças e agricultura sustentável

na Hortitec 2014

Juros do crédito rural subiram menos que taxa Selic

#20

Galeria de Fotos Femetran

Mercedes-Benz aprimora

Artigos: profissionais escrevem sobre eSocial, impostos e metas profissionais

A sucessão na agricultura deve ser um processo e não um fato

#8

#12

Pronatec Agro disponibiliza 10 mil

vagas para jovens agricultores

#17Seminário propõe estratégias para a

floricultura paranaense

Ferramenta de gestão facilita produção agrícola

#14R$ 50 milhões

para garantir preço da

laranja

#16

LEIA TAMBÉM...

#18

Page 5: Jornal Entreposto  | Julho 2014

5Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

O produtor tem um papel fundamental na segurança alimentar do nosso país. Por tudo que já avançamos até hoje, a fome no Brasil não persiste por falta de comida, mas por sua má distribuição

28.07 - Dia do agricultor

Agricultor, um heróiNão se constrói a paz com estômagos vazios

PARAbénS O crescimento do Brasil passa por este dia.ll A competitividade e a inserção de um país no contexto global depen-dem de investimentos em pesquisa e capacitação.O setor agropecuário brasileiro é reconhecido internacionalmente pela pro-dução tecnificada e sucessivos recordes de produtividade. Esse desem-penho é resultado da participação de instituições de pesquisa e universi-dades no processo de revolução da agricultura brasileira. Entretanto, o in-vestimento do Brasil em pesquisa e desenvolvimento é baixo – cerca de 1,09% do Produto Interno Bruto (PIB).Portanto, uma política agrícola consistente, que contemple a atualização tecnológica dos produtores e a adaptação das técnicas de produção, ga-rantirá produção competitiva no mercado internacional, com preços aces-síveis por alimentos seguros e de qualidade no mercado interno.

O que é preciso?Uma política de transportes, logística e armazenamento integrada, para diminuir custos e aumentar a qualidade final dos produtos.

ll A edição Maio/Junho da revista ESPM com o tema “Agrossociedades - o Brasil que deu certo”, traça um panorama e o papel do agronegócio na criação de centenas de novas cidades com um desenvolvimento maior que a média nacional, além de uma entrevista com Antonio Roque Duchen, profes-sor da Esalq, destacando que não se constrói a paz com estômagos vazios.

ll A sociedade homenageia di-versos profissionais pela importân-cia de suas atividades na qualida-de de vida das pessoas. O agricul-tor é um dos profissionais que mais merece ser reverenciado por todos. Ele é o principal responsável pelo nosso alimento. Além disso, tam-bém vem assumindo responsabili-dades de produzir agroenergia: re-novável e limpa, e fibras. Assim, 28 de julho é um dia especial. Todos deveriam parar um instante e dedi-car uma oração aos agricultores, es-tes heróis anônimos, presentes na vida da população urbana todos os dias. Foi em 28 de julho de 1960 que o presidente Juscelino Kubits-chek de Oliveira instituiu o DIA DO AGRICULTOR, durante a comemo-ração do centenário do Ministério da Agricultura. O MAPA comemo-ra, nesta data, 153 anos de ativida-des no Brasil.

Felizmente, a imagem do agri-cultor, em particular do brasileiro, está mais próxima da realidade. Tra-ta-se de um dos profissionais mais respeitados, que dedica sua vida para atender a principal necessida-de das pessoas: alimento de quali-

dade. É ele que trabalha muito, le-vanta cedo, com chuva ou frio, não tem sábado ou domingo, Natal, Ano Novo, Carnaval etc. Que depende muito do clima, das flutuações dos valores recebidos, que tem dificul-dade de acesso a crédito e seguro e, às vezes, ainda é taxado de des-truidor na natureza.

O agricultor atual é um profis-sional vocacionado que respeita os recursos naturais (solo, água, plan-tas, animais) e as pessoas, que tem que se preparar para produzir ca-da vez mais com menos terra, com sustentabilidade, utilizando tecno-logias modernas, estando bem in-formado e atualizado. Já em 1960, no decreto que instituiu o DIA DO AGRICULTOR, o presidente des-tacava que “o país deve grande par-te de prosperidade à economia agrí-cola” e que “é de justiça reverenciar aqueles que se dedicam ao cultivo da terra, transformando em rique-za dinamizada as dádivas naturais”. Não são muitas as pessoas que fa-zem o que os agricultores fazem. O êxodo rural é uma realidade. Atual-mente, apenas 15% da população brasileira vive na zona rural. Um agri-

cultor tem que produzir o suficiente para alimentar cada vez mais gen-te que vive na cidade. Sem alimen-tos, a população urbana não vive. Não há outra maneira de produzir a comida diária. Não se faz comida em fábricas!

A imagem do “Jeca Tatu”, do caipira, não se aplica mais aos agri-cultores. Nem a do “coronel”, pre-potente, explorador, ou do “chorão”, atrás das benesses governamen-tais; o agricultor brasileiro é um dos que menos recebe subsídios. Muito menos se aplica a imagem do des-truidor do ambiente. O agricultor, grande ou pequeno, sabe que seu sucesso depende do respeito aos recursos naturais, é um ecologista!

Os agricultores, em especial os agricultores brasileiros, são grandes heróis e merecem a homenagem de toda a sociedade.

José Otávio MentenPresidente do Conselho Cinetífico para Agricultura Sustentável (CCAS)

Fonte: www.diadocampo.com.br

Notas

Antonio Roque Duchen

Page 6: Jornal Entreposto  | Julho 2014

6 EsPECIaL Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

Produção familiar: o mais importante pilar da agricultura

Centro de Qualidade em Horticultura da CeagespThe Cambridge World History of FoodTradução – Anita de Souza Dias [email protected]

TRAbALho AgRíCoLA Agricultor familiar contabiliza mais de meio século de dedicação à vida no campo

Quando o então presi-dente do Brasil Jusce-lino Kubitschek instituiu 28 de julho como o Dia

do Agricultor, Luiz Gomes de Lima já atuava no campo. A vida sem-pre foi na lavoura e o senhor de 72 anos aprendeu o ofício ainda crian-ça. Desde então, acompanhou e vi-venciou os diversos momentos que a agricultura brasileira atravessou, inclusive o intenso êxodo rural que permeou o século XX.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, IBGE, entre os anos 1970 e 2006, a po-pulação brasileira praticamente do-brou. Já a participação na ativida-de agropecuária no mesmo perío-do passou de 19 para 8,8% da po-pulação total.

Um homem simples que resis-tiu e persistiu, vô Luiz hoje contabi-liza mais de meio século como pe-queno produtor rural na região sul de Minas Gerais. O caminho não foi fácil. Ao relembrar, os olhos ma-

rejam. Criado pelo pai, sem a mãe, via na lavoura uma razão existencial, plantando para sobreviver, venden-do o excedente. Da união com Ma-ria do Carmo Pereira, filha de bem--sucedidos pecuaristas, vieram os 10 filhos. A pecuária bovina foi, in-clusive, sua área de atuação prefe-rida. Mas, o revés bateu a porta há quase 30 anos, quando financiou 20 alqueires de batatas e, por con-ta dos altos juros, acabou perden-do tudo. Viraram empregados e as crianças tiveram que parar de es-tudar para ajudar na roça.

“Naquela época, a gente irri-gava as cebolas com o regador e carregar caminhões de milho dei-xavam as mãos em carne viva. Não tinha incentivo para estudar, o en-sinamento passado para os filhos era a lavoura”, relembra Ana, o fei-jão perdido da família, como costu-mava ser chamada pelo pai, já que “nunca foi muito da roça”. Hoje ela a representa nos módulos 26 e 27 do MLP, na empresa do seu ir-

mão Ismael no Entreposto Termi-nal de São Paulo, comercializan-do folhagens.

Mais urbana, Ana mora na ca-pital paulista há cerca de 25 anos. Deu continuidade aos estudos e ti-tulada Mestra, lecionou em univer-sidades. Largou tudo após o faleci-mento de sua mãe, dois anos atrás. “Meu irmão precisava de alguém na Ceasa e eu disse ‘eu vou’. Desde que me conheço por gente a família vende na Ceagesp e na Cantarei-ra, mas quando cheguei lá foi aque-la confusão, entrei no pavilhão er-rado, não sabia nem onde eu deve-ria ficar”, conta rindo de si mesma.

Na Lavoura, os irmãos de Ana contaram com o apoio e incentivo de um grande produtor de batatas, o Seu Clemente, para iniciar a plan-tação e comercialização de bróco-lis ninja no sul mineiro. Hoje, a prin-cipal cultura da região. A família tem sítios nas cidades de Munhoz, Ita-peva e Senador Amaral, as cultu-ras são variadas, além de criações.

Eles também abastecem os mer-cados do RJ e BH. Simples, a ca-sa da família, onde o pai ainda mo-ra – e não sai de jeito nenhum – dis-ta mais de 20 km em estrada vicinal do centro de Itapeva.

A agricultura familiar é um dos pilares mais importantes na agro-pecuária brasileira. No país existem 5 175 636 estabelecimentos rurais dispostos em uma área total de 333 680 037 hectares de terra. Os da-dos são do censo agropecuário, re-alizado pelo IBGE em 2006.

A simplicidade, união e o esfor-ço da “Família dos Valérios” - como são conhecidos no mercado -, di-mensiona a realidade da agricultu-ra familiar em um país ainda enrai-zado pelo conceito patronal, priori-zando as grandes propriedades ru-rais e monocultura de exportação. “Somos uma família de pequenos produtores, mas como somos vá-rios, dá para trabalhar por conta”, elucida a comerciante.

O Plano Safra disponibilizará

Danielle ForteDe Minas Gerais

Page 7: Jornal Entreposto  | Julho 2014

7Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

Produção familiar: o mais importante pilar da agricultura156,1 bilhão de reais para a agri-cultura empresarial durante o biê-nio 2014/15, enquanto os recur-sos destinados ao Programa Na-cional de Fortalecimento da Agri-cultura Familiar (Pronaf) somam 24,1 bilhões. Ainda assim, o valor aumentou mais de 12 vezes desde 2002, quando foi de dois bilhões. O Pronaf foi criado há quase 20 anos, quando pequenos produtores rei-vindicavam uma política pública es-pecífica.

Júlio, um dos filhos de Luiz, pro-duz brócolis, batata, milho e ervilha. O trator Massey Ferguson adquiri-do recentemente faz parte do Pro-grama Mais Alimentos, uma linha de crédito do Pronaf que financia in-vestimentos para a modernização de propriedades rurais familiares a juros subsidiados.

Quando a matriarca adoeceu, os produtores da família começa-ram a refletir sobre o uso de agro-tóxicos. Ano passado Júlio experi-mentou cultivar brócolis organica-

mente. Não deu certo. Com aspec-to fora dos padrões e sem valor no mercado, acabaram perdendo tu-do. Ainda assim, eles limitam o uso de agrotóxicos ao máximo e fazem o próprio adubo para a produção de mudas. Além disso, a água da chu-va é armazenada e utilizada para a irrigação. “Faltou água, faltou tudo”, comenta o produtor.

Preocupada com a preservação dos recursos naturais e entusiasta do segmento educacional e de pes-quisas, Ana sonha desenvolver uma escola agrícola voltada para a pro-dução sustentável: “quero ensinar a não tirar da natureza mais do que precisa”, explica. Enquanto isso, na educação de seu filho Miguel, se preocupa em oportunizar sua vivên-cia na ruralidade, com liberdade pa-ra conhecer e se um dia quiser atu-ar com isso. Miguel, aos nove anos, quer ser biólogo quando crescer. O motivo é simples, ele não quer co-nhecer apenas uma área da natu-reza, quer estudar todas.

Números: produção da agricultura familiar

*Censo agropecuário IBGE / 2006

87%

70%

46% 34%

58% 50%

59%

mandioca feijão milho arroz leite aves suínos

EsPECIaL

Família reutiliza água da chuva na plantação de cravos e astromélias l FotoS: DANIELLE FoRtE

Ana com produtores e funcionário no módulo da família no Mercado Livre do Produtor

Page 8: Jornal Entreposto  | Julho 2014

8 aRtIGos Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

llFinalmente o comitê gestor do eSocial atendeu à demanda da so-ciedade e formalizou um prazo viável para que os empregadores se adap-tem à essa nova realidade. Atos nor-mativos da Receita Federal e da Cai-xa Econômica Federal agora estão em sintonia com as apresentações e comunicados públicos desses ór-gãos, permitindo a todos falar a mes-ma língua.

Esse projeto do Governo Fede-ral, iniciado em 2010, irá monitorar eletronicamente, em tempo real, a fo-lha de pagamento e as obrigações-trabalhistas, previdenciárias e fiscais relativas à contratação e utilização de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício.

Dentre os resultados esperados destacam-se o aumento da arreca-dação espontânea; a participação do trabalhador no auxílio à fiscalização das obrigações trabalhistas e previ-denciárias; a redução de fraudes na

Mauro Negruni (*)

llA inflação normalmente provo-ca diferentes níveis de percepção. Quem almoça fora, por exemplo, tende a se preocupar com o valor da refeição nos restaurantes, enquan-to o preparo dos alimentos em ca-sa desloca o foco da análise para os preços de supermercados e feiras.

E os tributos, como saber seu impacto relativo no custo final de di-ferentes serviços e bens? Uma for-ma fácil de ao menos obter uma re-ferência a respeito é usar a tabela do Instituto Brasileiro de Planejamen-to e Tributação (IBPT) que retrata a carga tributária média para os pro-dutos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM).

Independentemente das justi-ficativas que levaram o governo a protelar a fiscalização punitiva da lei federal 12.741/12, que entraria em vigor no último dia 8 de junho, é inaceitável a invocação de empeci-lhos tecnológicos como causa prin-

cipal, pois em apenas meio período é possível implantar a nova a funcio-nalidade em soluções como o Mo-tor Tributário, há muito empregadas para o cálculo de tributos.

Até mesmo nos sistemas Enter-prise Resource Planning (ERP), que processam inúmeras operações, al-ternativas como esta têm demons-trado ser altamente viáveis, além de liberar importantes recursos huma-nos para atuar nas frentes vincula-das aos resultados.

Para o consumidor, por sua vez, a mudança de atitude começa pela exigência imediata de um direito que sempre foi seu: conhecer os impos-tos embutidos nos produtos e servi-ços, até mesmo para cobrar do Po-der Público o retorno condizente.

E deve ir muito além, repercu-tindo nos seus hábitos diante de flagrantes incongruências pratica-das nas gôndolas e prateleiras. Fi-cou mais fácil perceber, por exem-plo, que a carga tributária do suco de laranja é de 30,75%, enquanto

na água mineral de 1,5 litros soma 36,68%. Poderá ele também ques-tionar por que leva para casa um fei-jão preto tributado em 11,47%, ao passo que a lentilha, sua substitu-ta imediata em boa parte dos lares, é taxada em praticamente o dobro (20,11%).

O chamado ‘Imposto na Nota’, portanto, se assemelha ao voto: se bem utilizado, constitui ferramen-ta poderosa nas mãos do cidadão.

Independentemente do prazo extra ora concedido pelo governo para o início de punições aos seus infratores, configura um direito ex-temporâneo dado ao consumidor e, como tal, imediatamente deve ser respeitado. Façamos então a nos-sa parte, exigindo-o em toda com-pra desde já!

(*) Mauro Negruni é diretor de serviços da Decision IT e integrante do Grupo de Trabalho das empresas piloto do SPED.

concessão de benefícios previden-ciários e do seguro desemprego e a ampliação da produtividade dos ór-gãos fiscalizadores.

Os impactos desse sistema se-rão tão grandes quanto os da institui-ção da Consolidação das Leis Traba-lhistas, dos tempos de Getulio Var-gas. Não que novas leis sejam cria-das, mas com o “Big Brother” traba-lhista, a tendência é que o cumpri-mento das já existentes seja mais efetivo. Ou seja, acordos “informais” realizados entre patrões e emprega-dos devem ser reduzidos significati-vamente. Quanto aos prazos, ficou claro que a transmissão dos eventos do eSocial para as grandes e médias empresas - com faturamento anual superior a R$ 3,6 milhões - deve-rá ser feita seis meses contados do mês da disponibilização do ambien-te de testes, que, por sua vez, será li-berado no semestre seguinte ao da publicação do Manual de Orientação do eSocial versão 1.2 (MOS).

Em outras palavras, empregado-res ganharam, no mínimo, 12 meses para se preparar, o que permite se estabelecer um roteiro simplificado, a fim de tornar o menos traumática possível a fase de transição.

Independentemente de prazos, o

como aproveitar ao máximo os 12 meses que faltam?

primeiro desafio de qualquer organi-zação continua sendo o de sensibili-zar seus líderes sobre a importância do tema e das mudanças necessá-rias para a adaptação ao paradigma do “Big Brother” trabalhista.

Enviar e-mails, memorandos e comunicados até ajudam, mas não resolvem essa questão, pois nada substitui o “dedo de prosa”, o velho e bom “olho no olho”. Assim, se vo-cê quer mesmo mudar a cultura de sua empresa, crie grupos de estudo, promova encontros, palestras e de-bates com a participação de espe-cialistas externos.

O segundo passo é fazer um diagnóstico de conformidade. Sem ter plena ciência de como estão as coisas, não é possível saber o que deve ser mudado.

Isto é, cada empresa deve se submeter aos “exames” trabalhistas, previdenciários, tributários e tecnoló-gicos. Há ainda a análise da situação dos programas de medicina e segu-rança no trabalho.

Com os resultados dos diagnós-ticos em mãos, o terceiro desafio é dar prioridade para cada “não con-formidade” em função de riscos, im-pactos, custos e prazos. Há quatro possíveis estratégias básicas a ado-

Roberto Dias Duarte(*) Roberto Dias Duarte é sócio e presidente do Conselho de Administração da NTW Franchising, primeira rede de franquias contábeis do Brasil.

Imposto na nota jáARTIgo Adiamento no início de punições não deve desmobilizar o mercadoN

o início de maio tive a oportunidade de par-ticipar da cerimônia de abertura da Feira

APAS 2014, onde falou o prof. Vicente Falconi, renomado con-sultor, em gestão empresarial. A frase acima foi citada, por ele, em seu livro O Verdadeiro Poder e re-sume a importância do estabe-lecimento de metas, numa em-presa. Dentre os muitos pontos ressaltados, a definição de me-tas foi um dos aspectos que mais me chamou a atenção; não pelo fato em si, mas pela importância de estabelecê-las entre todos os colaboradores, da empresa.

Para Falconi, é importante não definir metas muito elevadas (inexeqüíveis) de maneira a não frustrar a equipe. Numa empresa, TODOS os funcionários devem ter metas. Dessa forma, todos se sentem participantes e capazes de contribuir para a evolução, do negócio. Perceber-se parte fun-damental da empresa é motiva-dor e saudável, disse ele.

Existem dois pontos funda-mentais para o estabelecimento de metas e suas concretizações,

Metas para todos!

quais sejam: no primeiro caso, conhecer a realidade da empre-sa, através de seus indicadores, como, por exemplo: desempenho do negócio, qualidade dos pro-dutos e motivação de seus co-laboradores, e, no segundo, ge-renciar as atividades, adequando a estratégia adotada, para alcan-çá-las, sempre que necessário.

Para que uma empresa cres-ça é preciso criar um cenário on-de o proprietário, os gestores e os demais colaboradores tenham claro o papel a desempenhar, a importância do comprometimen-to com suas responsabilidades e o conhecimento das metas.

Estabelecido o cenário aci-ma, cabe ao gestor constituir uma equipe competente e flexível, ca-paz de atender à demanda, com as ferramentas adequadas.

Celia Alas Médica veterinária Consultora em segurança e higiene de alimentos Especialização: Gestão da Qualidade em Alimentos [email protected] celular: 55 (11) 98747-6630

As metas são estabelecidas para estreitar a distância entre o real e o ideal.

Katsuya Hosotani

tar frente a tais ocorrências : aceitar, eliminar, reduzir ou transferir o risco.

Um exemplo bem fácil de enten-der é a decisão sobre férias fracio-nadas em períodos acima do legal-mente permitido. Algumas empre-sas podem aceitar esse risco, tendo consciência de seus impactos. Ou-tras, por sua vez, tendem a reduzi-lo a uma quantidade mínima de profissio-nais. Mas não se esqueça deque es-sa decisão deve ser tomada sempre pelo corpo diretivo de cada empresa.

Por fim, definido o que precisa ser feito e também qual a estraté-gia de atuação a seguir, a próxima etapa será estabelecer um plano de ação contendo uma lista de ativida-des a serem executadas, bem como os seus respectivos responsáveis, prazos e custos.

Há ainda algumas ações comuns à maioria das empresas, como “re-vogar” os acordos informais; defi-nir responsáveis pelas informações dos eventos do eSocial; estabelecer processos de obtenção dos dados desses eventos; implantar uma tec-nologia eficaz para integrar a comu-nicação entre empresas e escritório contábil; atualizar cadastro dos tra-balhadores, rubricas da folha de pa-gamentos e programas de medici-

na e segurança do trabalho; formali-zar planos de cargos e salários; atu-alizar e revisar contratos com pres-tadores de serviços; definir procedi-mentos de segurança da informação; estabelecer rotinas de contingência tecnológica.

Um ponto crítico é comum à maior parte das pequenas empre-sas. Como elas têm o processa-mento das informações tributárias e trabalhistas operado por escritórios contábeis, terão que implantar pro-cessos mais eficientes de troca de informações entre elas e seus con-tadores. Evidentemente isso passa pela mudança de procedimentos e a informatização de toda essa co-municação.

Mesmo para aqueles que têm a folha de pagamentos processa-da internamente, o fluxo de informa-ções entre os departamentos deverá passar por uma revisão, e claro, por sua automatização. Sem isso, o ris-co de dados incompletos ou errados na hora da transmissão dos eventos trabalhistas será muito alto.

Enfim, até dá para adaptar sua empresa às demandas do eSocial com o ano extra que se tem pela fren-te. Mas lembre-se, é fundamental co-meçar hoje mesmo.

eSocial:

Page 9: Jornal Entreposto  | Julho 2014

9

aLCaChofRaJulho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

Centro de Qualidade em HorticulturaAnita de Souza Dias Gutierrez

nÚMERoS CQH traça panorama da produção mundial, comercialização na Ceagesp

e apresenta o Comitê de Promoção e Desenvolvimento da Alcachofra da

Califórnia

Na Europa, Itália e França

se destacam no cultivo

Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Erick Cardoso - Estagiário estudante de Agronomia

Idalina Lopes [email protected]

ESPANHA

6%ESPANHA

0,08%ITÁLIA

1,56%

ITÁLIA

2,67%

MARROCOS

1,11%

MARROCOS

0,10%

ALGUNS PAÍSES SÃO GRANDESPRODUTORES, EXPORTADORESE IMPORTADORES

FRANÇA

27%

FRANÇA

27%

IMP

OR

TA

DO

QU

E C

ON

SU

ME

EX

PO

RTA

DA

SU

A P

RO

DU

ÇÃ

O1.629 mil ton

Produção mundialconcentrada em 3 países

EGITO ITÁLIA ESPANHA OUTROS

24% 22% 12% 27%

PERU, ARGENTINA,CHINA, MARROCOS,

ALGÉRIA, EUA, FRANÇAE TURQUIA

Produção Mundial

O Brasil não está entre os vinte países produtores

2%SOMENTE

DA PRODUÇÃOÉ EXPORTADA

Maiores exportadores

O volume de exportações não ultrapassam 32,58 mil ton

ESPANHA FRANÇA EGITO ITÁLIA

17%17%22%36%

92% das exportaçõesEstão centralizadas nestes quatro países

FRANÇA CANADÁITÁLIA

6%30%39%

HOLANDA

6%BÉLGICA

4%REINO UNIDO

3%

Maiores importadores

Seis países importam 96% de todo volume exportado

Page 10: Jornal Entreposto  | Julho 2014

10 aLCaChofRa Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

Centro de Qualidade em Horticultura da CeagespCláudio Inforzato Fanale Idalina Lopes [email protected]

DADoS A variação de oferta ao longo dos anos é grande e para 2014 a perspectiva é interessante

Comercialização na CeagespLILIAN UYEMA

A comercialização de alcachofra na Ceasa paulistana em 2013 foi feita por

17 atacadistas, sendo muito concentrada – o primeiro atacadista

responde por 51% do volume,os três primeiros por 84%e os outros 14 atacadistas

por 16% do volumeA oferta em 2013 foi concentrada nos meses

de setembro, outubro e novembro, época

de floração natural (63%). A produção nos

outros meses do ano exige indução do

florescimento. Fevereiro foi o mês de menor

oferta (0,5%) e nos outros meses a

proporção do volume

varia entre 2 a 6%.

Os dados do SIEM- Serviço de Informação e

Estatística da Ceagesp, obtidos a partir das

notas fiscais, mostram:

Eles mostram uma grande variação no volume

de oferta em relação à oferta média mensal,

com pico máximo em outubro (+ 200%) e

mínimo em março (-85%) e variação

e preço em função da demanda

– 16% acima do preço em março

e 27% e 26% abaixo em

setembro e outubro.O SIEM registrou até 2006 a quan�dade de alcachofra em número de cabeças e a par�r de 2007 em quilos. A variação de oferta ao longo dos anos é grande. Evoluiu de 455 mil em 2002 para 540 mil cabeças em 2006 – um crescimento de 19% e de 93 toneladas em 2007 para 90 em 2013 – uma diminuição de 4%. Houve

grandes variações de oferta – em 2006 a oferta foi de 540 mil cabeças e em 2012 de 110 toneladas. A perspec�va para o ano de 2014 é interessante,

apesar do abandono de algumas áreas porfalta de água para

irrigar.

$

Os dados do SIEM e da Cotação

de Preços da Ceagesp permitem

retratar o comportamento

médio por mês do preço e do

volume, em relação ao preço

e volume médios de cada ano

entre 2002 a 2013.

Variação % em relação ao preço e ao volume de cada mês de 2002 a 2013

-40

-30

-20

-10

0

10

20

-100

-50

0

50

100

150

200

Volume Preço

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

Evolução da oferta em toneladas de alcachofra de 2007 a 2013

80

85

90

95

100

105

110

115

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Page 11: Jornal Entreposto  | Julho 2014

11aLCaChofRaJulho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

ll O ‘California Artichoke Advisory Board’, organizado em 1960, é mais um exemplo do grande sucesso de um programa de trabalho, parceria público-privada, para a promoção e desenvolvimento institucional das frutas e hortaliças frescas, disponi-bilizado pelo governo federal ame-ricano e por alguns governos esta-duais como o da Califórnia. A partir de 1999 o ‘Board’ ampliou o seu fo-co de trabalho para pesquisa e de-senvolvimento, mantendo o seu tra-balho de promoção, como pode ser visto na página eletrônica http://ar-tichokes.org/

As leis americanas de promo-ção de produtos agrícolas estabe-lecem programas que funcionam co-mo mecanismos de auto-ajuda para que produtores e processadores po-derem provisionar fundos para pro-moção genérica e desenvolvimen-to de tecnologia dos seus produtos, sob a supervisão do governo.

Comitê de Promoção e Desenvolvimento da Alcachofra da California

O Comitê de Promoção e De-senvolvimento é uma entidade pú-blico-privada com poderes juridica-mente estabelecidos, organização para viabilizar o objetivo e direção executiva por representantes da ini-ciativa privada

Programas promocionais des-se tipo existem há décadas nos Es-tados Unidos, na Europa e na Aus-trália e têm tido uma enorme influ-ência nos destinos e no sucesso dos agronegócios dos países de-senvolvidos. A rápida globalização da economia e a enorme importân-cia, para o Brasil, da competitivida-de de sua produção com base agrí-cola, faz da criação de mecanismos ágeis de conquista e manutenção de mercados para os produtos agrí-colas uma imperiosa necessidade para os produtores brasileiros.

O Brasil precisa de uma “Lei de promoção de produtos agrícolas”, que garanta o estabelecimento e operação de um programa de pro-moção de um determinado produto agrícola e que inclui uma combina-ção de atividades de promoção, de

Centro de Qualidade em Horticultura da CeagespAnita de Souza Dias [email protected]

pesquisa e de informações de pro-dução e consumo, com provisão de fundos originária de contribuições obrigatórias de produtores e/ou de processadores e com a finalidade de manter ou expandir mercados e usos para o produto agrícola em questão.

O ‘California Artichoke Advisory Board’ foi organizado pelos produ-tores de alcachofra, para enfrentar desafios muito bem estabelecidos e muito semelhantes aos dos produ-tores brasileiros de alcachofra.

Alcachofra globosa(Cynara Scolymum)

Existem muitas variedades di-ferentes de alcachofra glo-bosa. Na Europa suas fo-

lhas são avermelhadas, nos Esta-dos Unidos a variedade mais en-contrada é a verde italiana.

A região de origem mais prová-vel da alcachofra globosa é o norte da África, onde ela ainda existe em estado selvagem. Ela se tornou sil-vestre na Sicília onde era coletada nos campos para consumo das fo-lhas e dos botões florais.

Os gregos e romanos começa-ram o seu cultivo e o consumo do seu botão floral e das suas folhas carnudas é registrado desde o tem-po do Império Romano.

A hortaliça no ‘The Cambridge World History of Food’Três hortaliças bem diferentes são chamadas de alcachofra: a francesa ou globosa, a de Jerusalém e a alcachofra chinesa

Alcachofra de Jerusalém(Helianthus tuberosus)

llÉ a raiz tuberosa do girassol americano. A grande peculiaridade é que o seu material de reserva é inulina e não amido como a maioria das outras raízes tuberosas.

A alcachofra de Jerusalém selvagem já era utilizada pelos índios americanos como alimento, em tempos pré-históricos.

O seu primeiro registro foi em 1605, perto de Massachusetts. Logo depois ela apareceu na França.

Ela nunca foi muito consumida, mas recentemente tem se tornado mais popular nos Estados Unidos.

O nome de alcachofra foi dado pelos holandeses que a importaram e consideraram os seus ao da alcachofra globosa.

Alcachofra chinesa(Satchis sieboldii)

llÉ também chamada de alcachofra japonesa, sendo cultivada no Japão e na China.

É uma raiz tuberosa, crocante e com sabor semelhante à alcachofra de Jerusalém.

Na Europa é também chamada de crosne, o mesmo nome da cidade na França, onde foi introduzida em 1822. Elas são consumidas depois de cozidas e utilizadas em outros pratos e sopas com outros vegetais.

NUTRIÇÃO

As alcachofras são uma boa fonte de vitamina C, fibra e atuam como tônico digestivo

zoom

Centro de Qualidade em Horticultura da CeagespThe Cambridge World History of Food - Tradução – Anita de Souza Dias [email protected]

Ele se tornou uma parte impor-tante da gastronomia italiana e foi importada pela Rainha da França Catarina de Médicis. As alcacho-fras só chegaram aos Estados Uni-dos no século XIX.

Hoje espanhóis, franceses e ita-lianos são os maiores apreciadores

de alcachofra no continente euro-peu e os grandesprodutores são a Califórnia, a Bélgica, a França e os países do Mediterrâneo.

As suas folhas e coração são consumidas de muitas maneiras e podem ser compradas frescas, ge-ladas, enlatadas e em conserva.

• 2. A solução tecnológica para problemas graves de pragas e doenças

• 3. Promover a união dos produtores e a cooperação para o sucesso da alcachofra – da produção ao consumo.

Entre na página eletrônica http://artichokes.org/ e conheça alguns dos trabalhos desenvolvidos pelo ‘California Artichoke Advisory Board’.

• 1. A necessidade de promoção genérica de alcachofra

Page 12: Jornal Entreposto  | Julho 2014

12 aLCaChofRa Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

llO Centro de Qualidade em Horticultura foi criado pela CEA-GESP em 1997 para operaciona-lizar o ‘Programa Paulista de Me-lhoria de Padrões Comerciais e de Embalagens de Hortigranjeiros’, que se transformou num progra-ma nacional, o Programa Brasilei-ro de Modernização da Horticul-tura. Um dos principais trabalhos do CQH continua sendo o desen-volvimento de normas de classifi-cação e de padrões de qualidade para as frutas e hortaliças frescas.

Agora é a vez da alcachofra. O primeiro passo é compreender os fatores que determinam a va-lorização e a desvalorização da alcachofra na comercialização – características de tamanho e de qualidade do lote e de cada uni-dade do produto. Ele permite tam-bém os principais desafios e pro-blemas enfrentados na comercia-lização – oriundos da produção e da pós-colheita.

Normas de classificaçãoCentro de Qualidade em Horticultura da CeagespErick Cardoso -Estagiário estudante de Agronomia

A alcachofra tem suas origens no Sul da Europa e Norte da Africa, tem nome cientifico de Cynara carduncu-lus, e pertence à família das astera-ceae que é a mesma do Girassol. É uma planta perene de ciclo produti-vo em torno de cinco anos, propaga-da por mudas via propagação vege-tativa onde as mudas são feitas a par-tir das plantas adultas.

Do centro da planta surge uma

haste floral alongada, onde são pro-duzidas as alcachofras, que são in-florescências grandes, do tipo capí-tulo, reunindo numerosas flores púr-puras e cobertas de grossas brác-teas membranáceas. A cor arroxe-ada é acentuada com a proteção do botão contra o sol.

A variedade produzida no Bra-sil para consumo in natura é a Ro-xa-de-São-Roque e a maior parte

da produção nacional está localiza-da no Município de Piedade-SP e também no sul do País.

O período normal de safra da al-cachofra é de outubro a dezembro. A produção em outras épocas do ano exige a indução do florescimen-to com a injeção de uma pequena dose de ácido giberélico, um hor-mônio vegetal, no centro da haste floral da planta.

QUALIDADE A variedade produzida no Brasil é a roxa de São Roque e o período da safra é de outubro a dezembro

A técnica permite a oferta da al-cachofra durante todo o ano. A es-colha do ponto certo de colheita não é fácil. O botão deve ser grande e bem fechado. Botões pequenos, sem reserva e sem valor comercial são o resultado da colheita antes do tempo. Botões rachados, abertos, com início da abertura da flor e sem valor comercial podem ser o resul-tado da colheita mais tardia.

Os estudos das normas de ou-tros países, as entrevistas com ata-cadistas, os levantamentos no mer-cado e na produção mostraram que as características que depreciam a alcachofra e que podem ser consi-deradas como defeitos –são podri-dão (causada por bactérias), pas-sado (colheita tardia), dano por frio (desprendimento da película fina de recobrimento das brácteas e per-da da coloração roxa e da turgidez), brácteas danificadas (brácteas com cortes ou lesões por insetos), mur-cho (perda de turgidez), falta de co-loração e deformado.

As normas de classificação exi-gem a caracterização mensurável de tamanho e de qualidade e per-mitem a premiação do bom produ-tor e diminuem os atritos comerciais.

Principais grupos varietais de alcachofra na Ceagesp

Grupos varietais

Roxo

Verde

Formato das brácteas

Extremidade arredondadda e bifurcada

Extremidade pontiaguda

Coloração das brácteas externas

Roxa com base esverdeada

Verde

Coloração da flor

Roxo-azulada

Roxo-azulada

Brácteas externas Brácteas internas

Flor em formação

Prato ou coração

Ápice

Brácteas

Base

Pedúnculo ou haste

MORFOLOGIA

Cabeça

Roxo

Ilust

raçõ

es:

Bert

old

o B

org

es

Filh

o

VERDE

[email protected]

Page 13: Jornal Entreposto  | Julho 2014

13aLCaChofRaJulho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

llA Comercial Agrícola Azul foi criada em 1968. Muito tradicional no mercado, a empresa comerciali-za alcachofra desde que foi inaugu-rada. No passado, ocupou a posição de maior atacadista da hortaliça no mercado da Ceagesp. Em 2013, fi-cou com o terceiro lugar.

Celso, permissionário, explica que chegou a conclusão de que é melhor para ele e para o produtor tra-balhar com quantidades menores. “Evitamos o desperdício no merca-

llEm pouco mais de uma déca-da de existência, a atacadista Nova Iguatemi construiu uma sólida ima-gem na Ceagesp. Os sete boxes da empresa são cuidadosamente ad-ministrados pelo permissionário Ru-bens Susumo Hiraoka. Até hoje, in-variavelmente, ele analisa todas as caixas que recebe no mercado e es-creve o preço a giz. Depois de fixado o valor, nenhum vendedor pode alterá--lo “São mais de 37 anos na Ceagesp. Eu bato o olho e sei o quanto aquele produto vale”, diz o comerciante.

Foram muitos anos de trabalho

Azul oferta alcachofra desde a inauguração do mercado

do e na roça”, afirma, comentando que no começo a alcachofra recebi-da vinha principalmente de São Ro-que. Atualmente, Piedade é a maior cidade fornecedora.

Trabalhando no entreposto des-de 1993, Celso assumiu os negó-cios após a morte do pai. “Meu pai começou trabalhando na antiga Co-operativa Agrícola de Cotia até deci-dir abrir uma empresa com mais um sócio”, explica. A atacadista oferece vasta variedade de legumes.

Nova Iguatemi apoia produtor ruralefetuando pagamento a curto prazo

até surgir a oportunidade de se tor-nar permissionário. “Fui funcionário por um bom tempo. Tenho experiên-cia em todas as etapas da comercia-lização”, afirma Susumo, que come-çou vendendo vargem e ervilha e ho-je ofere um grande mix de legumes.

No ano passado a empresa ficou em quarto lugar no comércio ataca-dista de alcachofra no entreposto paulistano. “Já cheguei a trabalhar com 20 agricultores de alcachofra. Hoje em dia, recebo mercadoria de apenas um”, comenta Rubens, rela-tando que muitos desistiram de pro-

Produtos da alcachofra

llA Cynara scolimus L. tem sido citada desde o século 4 a.C. como alimento e medicamento. Foi apre-ciada pelos antigos romanos como um vegetal suculento com efeitos benéficos para a digestão. Conhe-cida popularmente como alcacho-fra é uma Asteraceae, trazida para o Brasil pelos imigrantes europeus. Possui um papel importante na dieta mediterrânea, sendo utilizada na for-ma alimentar, medicinal e na indús-tria de bebidas.

Parte da planta com interesses medicinais é a folha e seus principais componentes químicos são os deri-vados fenólicos incluindo os ácidos cafeoilquínicos, flavonóidas, sesqui-terpenos em menor quantidade e vá-rios ácidos alifáticos e especialmen-te os hidroxiácidos.

As atividades farmacológicas da alcachofra são conhecidas des-de a antiguidade e foram testadas por uma infinidade de estudos clíni-cos. O extrato de alcachofra é utiliza-do para tratar problemas de dispep-sia, especialmente aquelas causa-das por problemas funcionais rela-cionados com o sistema biliar des-cendente. Suas folhas possuem pro-priedades colerética, diurética, hipo-coloesterolêmica bem como hepato-estimulante e hepatoregeneradora.

Relata-se que a cinarina é a prin-cipal responsável pela atividade co-logoga e colerética da droga. Esu-tods demonstraram a importância dos flavonóidas, não só na inibição da biossíntese e aumento da excre-ção do colesterol hepático como também na atividade anti-trombóti-ca a anti-arterosclerótica da planta. A literatura não apresenta toxicida-de aguda, subaguda ou crôncia pa-

ra o extrato de alcachofra. Pesquisas com o extrato não mostraram efeitos teratogênico, carcinogênicos ou tó-xicos para seres humanos, além de não mostrarem reações dermatoló-gicas ou oftálmicas na administração do extrato em animais.

No Brasil medicamentes à ba-se de alcachofra são enquadrados na Instrução Normativa no 5m de 11 dezembro de 2008/”Lista de medica-mentos fitoterápicos de registro sim-plificado”. Destaca-se o marcador e a dose diária recomendada: 7,5 a 12,5 mg de derivados e ácido cafeiolquíni-co expressos em ácido clorogênico.

O Martin Bauer Group já pro-duz o Extrato Finzelberg por mais de 130 anos com extrato seco de folhas (www.yumpu.com/pt/document/view/10334895/alcachofra-cyna-ra-scolymus-l-martin-bauer-group). A busca na Internet por ‘medicamen-tos a base de alcachofra’ mostra o grande número de medicamentos existentes no Brasil.

O Cynar é um bitter italiano pro-duzido com 13 ervas e plantas. A mais predominante entre essas é a alcachofra (Cynara Scolymus), ba-seando-se nisso, surgiu o nome. O cynar é marrom escuro, tem um gos-to misturado de amargo com doce (agridoce), tendo 16.5% de álco-ol. Lançado em 1995, o cynar é pro-duzido e distribuído pelo Campary Group. Pode ser bebido puro (ge-ralmente com gelo), ou como coque-tel (misturado com soda e limão ou rodelas de laranja, ou com Coca-Co-la, água tônica ou suco de limão). Eu-ropeus geralmente misturam o cynar com suco de laranja. O cynar é tam-bém descrito como digestivo (pt.wi-kipedia.org/wiki/Cynar).

xxxxxxxx A alcachofra é utilizada na fabricação de remédios e de bebida

llCom o fim da Cooperativa Agrí-cola de Cotia, em 1994, agriculto-res de alcachofra da região de Pie-dade decidiram dar preferência pa-ra algumas empresas ao escoar su-as produções. Atualmente, a ataca-dista Especialista é a maior distri-buidora da hortaliça na Ceagesp. Cinco vezes por semana o box é abastecido com mil caixas da plan-ta. “Há três anos, no pico da safra, chegamos a receber 10 mil caixas por dia”, lembra entusiasmado o vendedor André.

Carlos, outro funcionário, já foi dono de empresa no entreposto e hoje colabora nas vendas da Espe-cialista. “Sou expert na comercia-lização de legumes. Na época em que eu trabalhava na Cooperativa de Cotia, éramos obrigados a visi-tar a plantação e conhecer toda a cadeia. Foi uma ótima maneira de aprender”, avalia.

Nas últimas semanas, a Espe-cialista tem recebido alcachofra de nove produtores. Como o investi-mento é muito alto, os vendedores explicam que muitos agricultores pararam de produzir. “É um trabalho minucioso. Como o mercado bra-

Especialista é líder no comércio de alcachofra na Cesgesp

sileiro prefere alcachofra com co-loração arroxeada, é preciso prote-ger cada cabeça da luz solar direta”, explica André.

Até o ano passado a alcacho-fra era o carro-chefe da atacadista, mas o volume diminui a cada ano. “A minha geração consumia muito mais. Eu acredito que hoje não co-memos um terço do que comíamos. A alcachofra está muito ligada aos

imigrantes e com o passar dos anos fomos perdendo alguns costumes”, analisa Carlos.

Para Chiquinho, que trabalha há 25 anos na Ceagesp, o princi-pal diferencial da atacadista, além da especialização no comércio de alcachofra, é o conhecimento dos funcionários. “Conhecemos o que vendemos e sabemos como ven-der”, garante.

duzir por falta de mão-de-obra. Segundo Hiraoka, o segredo pa-

ra se manter estável no mercado é trabalhar com pagamentos a curto prazo. Tanto para receber quanto pa-ra pagar, ele prefere uma transação rápida. Dessa maneira, o empresário acredita que incentiva o produtor ru-ral e evita perdas.

Outra tática de mercado utilizada na Nova Iguatemi é comprar pouca quantidade de diversos produtos. A alta rotatividade do estoque garante o frescor dos alimentos.

Com tantos anos de funciona-mento na Ceagep, Celso acredita que o maior trabalho a ser desenvol-vido é manter a tradição da Agrícola Azul e se adaptar às tendências do mercado, como, por exemplo, em re-lação ao manuseio. “Os mercados da região Sul do país não aceitam mais caixas de madeira para trans-porte de hortifruti. As caixas plásti-cas, além de mais higiênicas redu-zem perdas. Estamos nos adequan-do aos poucos”, finaliza Celso.

Page 14: Jornal Entreposto  | Julho 2014

14 Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.brNEGÓCIos

llO processo de sucessão fami-liar em uma empresa agrícola não é simples. Muitos produtores rurais têm um grande desafio para encon-trar o seu sucessor, pois em mui-tos casos os filhos não querem se envolver na gestão da fazenda. Em outros, um processo de sucessão deficiente pode culminar na divisão da família ou na impossibilidade de constituição de sociedade entre herdeiros.

O tema é preocupante, já que o desafio da produção de alimen-tos no longo prazo é enorme, sen-do necessário, portanto, contarmos com uma produção agrícola susten-tável e eficiente.

Em muitos países de grande po-tencial agrícola, podemos obser-var um aumento na idade média do produtor. Segundo o Global Cen-sus Reports, na maioria dos países considerados desenvolvidos no se-tor mais da metade dos produtores tem mais de 55 anos. Nos EUA, por exemplo, a taxa de produtores ru-rais com mais de 65 anos aumentou em 20% nos últimos cinco anos. No Brasil, temos um cenário um pouco mais otimista, com uma média de 30% de produtores com idade su-perior a 55 anos, indicando que a geração atual de agricultores ainda estará na “ativa” por muito tempo.

A agricultura é uma atividade vo-látil de ciclo longo, que cunhou o di-tado “o olho do dono é que engorda o boi” (engorda mesmo!). Portanto, é um setor que se beneficia por ser majoritariamente gerido por famílias que têm “apego” à atividade e man-têm a visão de longo prazo. Assim, a transferência de experiência en-tre gerações é fundamental: a su-cessão na agricultura deve ser um processo e não um fato. A vivência

A sucessão na agricultura deve ser um processo e não um fatoARTIgo Profissionalismo e comunicação são fatores críticos para o sucesso do processo e garantia da sustentabilidade do negócio da família, ensina a especialista do Rabobank

do fundador, que muitas vezes se estende por mais de 30 ciclos agrí-colas, infelizmente não é transmiti-da no DNA. A única forma da ge-ração seguinte se beneficiar e ab-sorver essa experiência é possibili-tando uma convivência estruturada das duas gerações na gestão e na tomada de decisões, mesmo com os desafios que podem surgir du-rante este processo. A depender da idade que a segunda geração se junta à gestão, pode levar décadas até que de fato o bastão seja passa-do. Portanto, é recomendável que o processo seja conduzido de forma consciente e ativa.

Este período da “gestão conjun-

ta” deve preparar não só os herdei-ros para serem os futuros líderes, mas também a empresa para ser li-derada por outra geração e para ser tornar uma sociedade. Idealmente, os descendentes interessados em trabalhar no negócio da família de-veriam buscar alguma experiência de trabalho fora do negócio da fa-mília antes de se juntarem à opera-ção agrícola para, não só adquirirem referências que possam ajudar no aprimoramento da gestão, mas co-mo também para experimentarem a relação de subordinação em um ambiente não familiar.

Tal experiência favorece muito a separação de papéis de gestor,

acionista e membro da família, que será requerida no futuro. No entan-to, observamos que na maioria das vezes esta experiência prévia não acontece. Portanto recomendamos que haja cautela dobrada no pro-cesso de gestão conjunta.

Podemos identificar dois fato-res críticos que influenciam a taxa de sucesso do processo: profissiona-lismo e comunicação. É preciso ali-nhar as expectativas de carreira do novo gestor, definir formalmente as suas responsabilidades e os crité-rios de remuneração. Já na empre-sa é preciso trazer as informações que muitas vezes ficam “na cabeça do fundador” para um formato aces-

sível para a nova geração. Ou seja, investir na implementação de siste-mas e controles, organizar a infor-mação de forma que haja transpa-rência de custos e de resultados, através da contabilidade gerencial, e implementar algumas estruturas de governança, como reuniões de alinhamento e de planejamento e avaliação de resultados.

Outro ponto relevante é que, de-finir a sucessão patrimonial, a estru-tura jurídica societária, por si só não garante o futuro ou o sucesso da gestão conjunta. Acordos prévios sobre a interface da família com a empresa, sobre os papéis a serem desempenhados por cada mem-bro durante o processo e um pla-no de transferência da gestão são as ações que realmente ampliam as taxas de sucesso e que devem pre-ceder acordos jurídicos.

Nossa recomendação para mi-nimizar turbulências no processo de sucessão é que a geração atual e os futuros líderes do agronegócio este-jam atentos para implementar as bo-as práticas de governança e gestão que mencionamos, que vêm sendo amplamente discutidas no setor, mas que o cenário agrícola tem resistido a adotar. Utilizar as boas práticas é es-sencial para que a passagem do bas-tão seja perfeita, para que não seja um fato, mas sim que venha a ocor-rer depois de uma longa e harmonio-sa corrida conjunta. Assim podere-mos dizer que a sucessão foi um pro-cesso saudável, que contribuiu para a sustentabilidade da atividade e do negócio da família.

* Fabiana Ferreira Alves, gerente executiva responsável pela Consultoria do Rural Bank, Rabobank Brasil.

llUma ferramenta de planejamen-to específica para fruticultura e oleri-cultura lançada na Agrishow do ano passado está mudando o perfil do empreendedor rural em São Pau-lo. Trata-se do Produza Fácil Agri-

cultura, elaborado pelo Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas de São Paulo (Se-brae-SP) em parceria com a Fede-ração da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp)

O kit de apoio ao planejamen-to da produção agrícola, composto por uma brochura explicativa, tam-bém apresenta dicas e orientações com papéis adesivos para que o produtor consiga fazer seu plane-jamento de forma simples e rápida.

A ferramenta questiona o pro-dutor sobre quais são os produtos que produz, quais são seus com-pradores e o auxilia a escalonar sua produção para atender, de forma eficaz, os contratos de compra fir-mados. O Produza Fácil Agricultu-

ra também ajuda a deixar claro e visível para todos os envolvidos na produção as etapas a serem cum-pridas, desde o plantio até a co-lheita. Segundo especialistas do setor, o mercado exige do produ-tor rural compromisso do abaste-cimento em quantidade, qualidade e regularidade. Por isso, planejar a produção, dando ao comprador a segurança da entrega e o cumpri-mento do contrato de fornecimen-to, é relevante para a perenidade dos negócios.

No segundo semestre do ano passado, a ferramenta Produza Fá-cil Agricultura passou a ser aplicada na região de Bauru com grupos fe-chados da área de olericultura e, até o momento, o programa está sen-

do bem avaliado pelos agricultores. Aproximadamente 50% do gru-

po usam a ferramenta continuamen-te, especialmente aqueles que têm anotações controladas e gestão mais desenvolvida. “Os produtores de folhosas como alface e rúcula são os que mais se beneficiam, já que estas são culturas de ciclo cur-to e a renovação dos canteiros de-ve constante”, diz o consultor Mar-celo Rondon Bezerra, do escritório regional do Sebrae-SP em Bauru.

Desde a implantação da ferra-menta na área em que arrenda, o técnico em agropecuária Israel De-odato Braga, produtor de alface, rú-cula, cheiro verde, chicória, almeirão e couve no município de Torrinha, não vê mais perdas em suas hortas.

“Com a produção mais estável, pas-sei a plantar também brócolis ninja, repolho e couve-flor”, relata.

E os negócios do pequeno em-preendedor rural seguem em expan-são. “Ainda não forneço para Cea-sas, mas já vendo minha produção para as escolas, comerciantes e di-retamente em duas feiras-livres da cidade”, comemora.

Além do atendimento fechado a grupos de produtores, o Sebrae-SP também presta atendimentos pon-tuais com palestras e oficinas pa-ra grupos que demandam uma ne-cessidade coletiva, com temas que incluem aposentadoria rural, asso-ciativismo e cooperativismo, plane-jamento de safra, custo de produ-ção e negociação.

Ferramenta de gestão facilita produção agrícolaEMPREEnDoRISMo RURAL Kit de apoio ao produtor também garante qualidade e regularidade do abastecimento de alimentos

Danielle ForteDe Minas Gerais

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15Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

TECnoLogIA

llA Centrais de Abastecimento do Paraná – Ceasa - está adotan-do o sistema de webconferência para interagir diretamente com o seu público. A nova ferramenta de trabalho, que conta com apoio da Companhia de Tecnologia da In-formação e Comunicação do Pa-raná – Celepar, passa a ser ad-ministrada pela Divisão de Infor-mática – Divin, da Ceasa, e será um novo meio de gestão de inte-ratividade entre suas cinco unida-des no Estado, em Curitiba, Lon-drina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu, e seu público – agri-cultores, atacadistas, comercian-tes, varejistas, agrônomos, técni-cos agrícolas, estudantes e con-sumidores em geral. “Este no-vo aplicativo webcast, possibili-tará que você interaja conversan-do ao vivo com a empresa. É uma ótima ferramenta para propagar conteúdos e informações. É um sistema sem custos, de fácil ma-nuseio mas com uma importância muito grande nos dias hoje, quan-do se fala em custos e agilidade na área de tecnologia da informação. O objetivo dessa ferramenta é dar mais agilidade na tomada de”, ex-plica o Luiz Dâmaso Gusi, diretor presidente da Ceasa Paraná.

Na avaliação de Abdel Na-ser Haj Ahmad, diretor técnico da Ceasa Paraná, “o sistema ajudará na decisões que envol-va as gerencias da unidades e diretoria executiva da empresa”. “A webconferência será também usada como uma ferramenta de capacitação, de orientação e até mesmo que possa ser utilizada para um permissionários, ou pro-dutores rurais que atuam nas Ceasas do estado, agendando ou programando uma conversa com algum diretor da empresa”, explica Abdel Naser.

Ceasa Paraná instala aplicativo para webconferência

llA 1° Oficina de Elaboração de Cardápios Saudáveis do Banco de Alimentos da Ceasa-DF, realizada em junho, reuniu cerca de 30 co-zinheiras e representantes de en-tidades sócio assistenciais, como creches, casas de recuperação e espaço para idosos. O objetivo da ação foi estimular a alimentação sau-dável e balanceada nas instituições.

Segundo o gerente de Segu-rança Alimentar da Ceasa-DF, Na-talino Neto, o Banco de Alimentos busca qualificar as pessoas direta-mente envolvidas na definição e pre-paração das refeições para melhorar o aproveitamento dos produtos que

Banco de alimentos realiza oficina para elaboração de cardápios saudáveisALIMEnTAÇÃo Ceasa DF reuniu representantes de entidades sócio assistenciais

recebem e, com isso, evitar o desper-dício. “Um item muito comum aqui é o alface, mas algumas cozinheiras só sabem fazer a salada convencio-nal e acabam desperdiçando muito. Aqui, ensinamos a preparar com es-sa hortaliça sucos e outras receitas, tornando as refeições mais dinâmi-cas”, explicou o gerente.

O evento, ministrado pela nutri-cionista da Emater-DF Lidiane Ma-tos, ensinou aos participantes como preparar o cardápio diário, utilizando a alimentação para melhoras a qua-lidade de vida e cuidar da saúde dos seus beneficiários.

“Tudo é questão de planejamen-

to, essas medidas são importantes para que nos ajude na formação ali-mentar”, afirmou Lidiane. Um bom planejamento pode trazer muitas vantagens para a instituição, evitan-do desperdício com refeições ma-is equilibradas e mantendo o hábi-to saudável.

Entre os temas abordados está a importância de balancear as re-feições com alimentos energéticos, construtores e reguladores. Foi apre-sentada, ainda, a função de cada ti-po de alimento e regras para comer de tudo, sem exageros. “Geralmen-te, escolhemos a refeição pelo nosso gosto e com essa oficina percebi que

não estou errada em algumas delas. Também aprendemos muito mais so-bre as combinações dos alimentos”, destacou a cozinheira Julia Luciana, do espaço para idosos Asmac.

Maria Suely, membro da admi-nistração da Atividade Sócio Edu-cacional do Contra Turno Escolar no Gama, ressaltou que a oficina é fundamental para entidades que, co-mo a dela, não tem nutricionistas. “É ótimo! É um curso que nos ajuda no planejamento do cardápio da nossa instituição e acrescenta na alimen-tação das crianças”, declarou. A en-tidade de Suely atende crianças de 6 a 14 anos e algumas famílias.

llO prefeito de Campinas, Jonas Donizette, participou, no dia 14 de junho, da Inauguração do Varejão de FLV & P (Frutas, Legumes, Verduras e Peixes), que aconteceu no estacio-namento do Complexo Miguel Vicen-te Cury. A iniciativa tem o objetivo de garantir mais saúde e acesso a frutas, verduras e legumes com qualidade e preço justo à população.

Segundo o representante do executivo, a ação é importante, pois a população consome pouco alimen-tos saudáveis. “Quando colocamos

Inaugurado varejão de FLV e Peixe na Ceasa Campinas

uma feira com preço de atacado, fun-cionando aos sábados, trazemos mo-vimento para esta área que revitaliza-mos. A diferença é notável. Agora va-mos acrescentar, aos sábados, essa comercialização de alimentos de qu-alidade, por um preço acessível á po-pulação”.

O consumo médio atual de fru-tas, legumes e verduras no Brasil é menos da metade do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto isso, o sobrepeso e a obesidade atingem aproximada-mente 50% da população do país, in-clusive crianças e adolescentes. Este cenário, associado ao maior consu-mo de alimentos industrializados e ao sedentarismo, tem impacto na saúde e contribui para o aumento das Do-

enças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.

Para o presidente da Ceasa, Mário Dino Gadioli, a iniciativa faz par-te das ações das Ceasas em prol de uma campanha nacional de incenti-vo ao consumo de hortifrutigranjei-ros. “O consumo de frutas, verduras e legumes é fundamental para mudar esta realidade e garantir mais saúde e o bem-estar das pessoas. O com-promisso da Ceasa é preço justo e acessível à população, além de in-centivar uma alimentação saudável”.

Maria Zoteli, aposentada, com-prou verduras e achou a iniciativa ex-celente. “Achei ótimo, quero que o preço continue estável. Estou gos-tando, moro pertinho”, comentou.

Dez bancas de permissionári-os estarão abertas para atender à população com hortifrutigranjeiros e peixes de qualidade e preço jus-to. Os mesmos produtos comercia-lizados no atacado da Ceasa-Cam-pinas serão disponibilizados no es-paço. “Esta é uma iniciativa que vi-sa melhorar a alimentação da popu-lação ampliando o acesso e o con-sumo de frutas, legumes, verduras e peixe”, comentou o presidente da Ceasa Campinas, Mário Dino Ga-dioli. Segundo ele, o aumento na in-gestão destes gêneros pela popu-lação tem sido uma prioridade das políticas públicas de saúde em mu-itos países, inclusive no Brasil. “A Ceasa tem essa prioridade e está fazendo sua parte”, disse.

CEasas

VAREJo Iniciativa garante alimento de qualidade

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16 Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

llEles estão enfrentando dificulda-des com os produtores que enviam produto para a Ceagesp. Os produto-res alegam que os seus compradores, os atacadistas da CEAGESP, exigem que eles mandem a fruta com a folha. Os produtores gaúchos que desobe-decem a orientação da EMATER, cor-rem o risco de serem penalizados pela Defesa Sanitária, e prejudicam os ou-tros produtores e toda a citricultura.

A pinta preta é uma doença cau-sada pelo fungo Guignardia citricar-pa (Phyllosticta citricarpa), que ataca folhas, ramos e, principalmente, fru-

Proibido citros com folha na comercializaçãoFUngo Os técnicos da EMATER gaúcha estão orientando os produtores a colherem as mexericas (bergamotas) sem os galhos e folhas, por serem grandes transmissores de doenças, especialmente cancro cítrico

Engenheiro-agrônomo Paulo Lipp da EMATER - RS

tos de todas as variedades de laranjas doces, limões e tangerinas, à exceção da lima ácida ‘Tahiti’, na qual não são observados os sintomas. Produz le-sões na casca dos frutos, deprecian-do-os comercialmente para o merca-do de frutas frescas e a doença pode causar queda intensa de frutos.

A pinta preta atinge vários esta-dos brasileiros. Uma das principais formas de disseminação é através dos esporos do fungo contido nas folhas. Foi através desta maneira que a doença se espalhou por várias par-tes do Brasil. Por esta razão está proi-bido o transito interestadual de frutos de tangerinas, mexericas e outros cí-tricos com folhas e ramos.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Gabinete do ministroInstrução normativa

nº 1, de 5 de janeiro de 2009.....

“Art. 4º Frutos cítricos prove-nientes de UF com registro oficial de Guignardia citricarpa, ainda que apresentem sintomas da MPC po-derão transitar para outras UF, inclu-sive aquelas reconhecidas como li-vres de ocorrência da praga, desde que isentos de material vegetativo e originados de Unidades de Produção que adotem as práticas de Manejo In-tegrado preconizadas no § 2º, do art. 2º, do Anexo I, desta Instrução Nor-

Governo destina R$ 50 milhões para garantir preço da laranja

llO governo federal disponi-bilizou R$ 50 milhões para a reali-zação de leilões públicos de equa-lização dos preços da laranja. O va-lor foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (3) por meio da Portaria Interministerial nº 641, que define os critérios para subvenção nos arremates de laran-ja in natura durante a safra 2014/15.

“Com a publicação dessa por-taria, o governo poderá atuar para

MERCADo Ações visam auxiliar produtores de laranja quando o valor do produto no mercado estiver abaixo do mínimo estabelecido para este ano

Agência Brasil

CItRICULtURa

mativa, devidamente registradas pe-lo Responsável Técnico no Livro de Acompanhamento da certificação fi-tossanitária.

Parágrafo único. Para o trânsito, será exigido Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) ou Certificado Fi-tossanitário de Origem Consolidado (CFOC) com a seguinte Declaração Adicional: “Os frutos foram produzi-dos sob Manejo Integrado de Guig-nardia citricarpa e submetidos a pro-cesso de seleção para a retirada de folhas e partes de ramos”. (NR)Altera a Instrução Normativa nº 3 de 08/01/2008www.legisweb.com.br/legislacao/?id=77854

garantir o preço mínimo ao produ-tor de laranja, que atualmente é de R$ 11,45 a caixa com 40,8 kg”, ex-plicou o ministro da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, Neri Gel-ler, que assina a Portaria juntamente com os titulares das pastas da Fa-zenda, Guido Mantega, e do Plane-jamento, Orçamento e Gestão, Mi-riam Belchior.

De acordo com o secretário de Política Agrícola do Mapa (SPA/Mapa), Seneri Paludo, o Ministé-

rio da Agricultura tem acompanha-do os preços de mercado da laran-ja e, no momento que vai iniciar a colheita, está apto a aplicar os pro-gramas de apoio à comercialização do produto.

Os leilões serão realizados pe-la Companhia Nacional de Abaste-cimento (Conab), que utilizará co-mo mecanismos de apoio à comer-cialização o Prêmio Equalizador Pa-go ao Produtor (Pepro) e o Prêmio de Escoamento de Produto (Pep).

A diferença entre as duas modalida-des está em quem participa como arrematante dos prêmios. No Pep, os participantes são os beneficia-dores, agroindústrias e comercian-tes e, no Pepro, produtores e coo-perativas.

Na data da realização do leilão, o participante deverá estar adim-plente junto ao Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados do Se-tor Público Federal (Cadin) e pos-suir cadastro em situação regular no

Sistema de Cadastramento Unifica-do de Fornecedores (Sicaf). O pra-zo de comprovação de venda da laranja pelo produtor rural e pela cooperativa de produtores é de até 35 dias corridos da data da reali-zação do arremates.

O prazo limite para a comprova-ção da operação para fins de rece-bimento do prêmio será de até 120 dias corridos, contados após a data limite estabelecida para a venda da laranja em cada leilão.

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17Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

fLoREs

*Antonio Hélio Junqueira**Marcia da Silva Peetz

llEstima-se que o Estado do Pa-raná possua atualmente cerca de 160 produtores de flores e plantas ornamentais, quando não contabi-lizado entre eles os agentes pro-dutivos do setor de gramas espor-tivas e ornamentais. Este conjun-to de produtores cultiva uma área de 420 hectares, gerando um Va-lor Bruto da Produção (VBP) que atingiu, em 2012 – último dado disponível, segundo levantamen-tos do Departamento de Econo-mia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abas-tecimento do Paraná (Seab), – R$ 30.752.000,00, sem consi-derar o setor de gramas. No total nacional, a área paranaense cul-tivada representa 3,5%, o núme-ro de produtores, 2,7% e o Valor Bruto da Produção (VBP) de 2,1 % (novamente, sem considerar o setor de gramados).

Em termos de sistemas de produção, no Paraná, pouco mais de 356 hectares são cultivados a céu aberto (3,8% do total nacio-nal); 62 hectares são cultivados sob a proteção de estufas (2,7% do total brasileiro) e 2 hectares sob telados (0,6% do total nacio-nal no sistema).

O Estado do Paraná possui cin-co núcleos regionais de importân-cia econômica para o segmento de flores e plantas ornamentais: Apu-carana, Cascavel, Curitiba, Lon-drina e Maringá. Os municípios de Maringá, de Curitiba, de Cascavel e de Londrina lideram a produção paranaense, com porcentuais de

Seminário propõe estratégias para a floricultura paranaense

participação relativa de respectiva-mente: 25,06%, 20,94%, 13,12% e 10,41%. Em seguida vêm as ci-dades de: Guarapuava (5,08%), Apucarana (4,98%) e Paranaguá (4,71%). Cabe destacar que, em 2012, a produção de flores e plan-tas ornamentais contribuiu para a renda agrícola de 17 municípios do Estado do Paraná.

Nos anos anteriores esse nú-mero foi apenas um pouco mais ex-pressivo: 18 (em 2011) e 20 (em 2010). Em 2006, 22 municípios paranaenses mostravam ter na flo-ricultura uma de suas principais ba-ses de exploração econômica, con-tra apenas 13 cidades observadas em 1997. As principais espécies de flores e plantas ornamentais cul-tivadas no Estado do Paraná são: mudas de árvores para arborização

urbana (18,47%), crisântemos em vasos (14,22%), plantas ornamen-tais perenes para paisagismo e jar-dinagem (13,27%), outras plantas ornamentais, em geral (13,27%), orquídeas em vasos (8,30%) e ro-sas (6,51%).

No segmento das flores de corte destacam-se: crisântemos em maços (2,90%), flores diver-sas (5,32%) e gérberas (1,52%), entre outras. Também a produção de forrações, ou caixarias, são des-tacadas no Estado, especialmente de beijo americano (Impatiens sp.), com 3,50% de participação no to-tal do VBP paranaense.

Considera-se que o Es-tado do Paraná reúna as melhores condições para se consolidar como importante polo produtor de flores e plantas ornamentais, cujos pro-

dutos além de atender ao abaste-cimento do mercado local pode-rão representar importante contri-buição para a floricultura brasilei-ra, suprindo importantes centros de consumo, especialmente em plan-tas ornamentais para paisagismo e jardinagem, setor no qual o Paraná possui Know how e vocação.

Com o intuito de dar suporte à organização à floricultura parana-ense foi realizado, sob a coordena-ção técnica da Hórtica Consulto-ria e Inteligência de Mercado, com promoção e patrocínio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas do Paraná (SEBRAE PR), especialmente do Escritório Re-gional de Curitiba, o Seminário de Planejamento Estratégico do De-senvolvimento da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do

Estado do Paraná, o qual aconte-ceu durante todo o dia 08 de maio de 2014, no âmbito da HORTIFRU-TI BRASIL SHOW 2014, no inte-rior do pavilhão de exposições es-pecialmente montado para a oca-sião, na CEASA de Curitiba (PR). O HORTIFRUTI BRASIL SHOW é um evento anual promovido pe-la Associação Brasileira das Cen-trais de Abastecimento (Abracen) em parceria com o Governo do Es-tado do Paraná, em apoio e aliança estratégica com a Ceasa Paraná, Sebrae /PR e Emater/PR.

O referido Seminário teve co-mo objetivo principal sensibilizar e mobilizar agentes de toda a Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Orna-mentais no Estado do Paraná, pa-ra participarem das discussões e elaboração de propostas visando à consolidação de documento fi-nal direcionador das estratégias e diretrizes para o desenvolvimento da floricultura paranaense e contou com a elaboração e apresentação de diagnósticos da situação atual e perspectivas da floricultura esta-dual no cenário brasileiro.

Nos próximos meses, reuni-ões entre as instituições envolvi-das darão continuidade aos traba-lhos, dos quais, sempre traremos notícias atualizadas.

*Engenheiro agrônomo, doutor em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórti-ca Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Co-mercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.

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18 Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br

Visite o Entreposto do Livro e escolha o título do mês

llO Homem que matou Getúlio Vargas (Jô Soares)

Romance escrito por Jô Soa-res conta a história de Dimitri Bor-ja Korosec, assassino profissional que encontra com diversas figuras históricas entre 1897 e 1954. Di-mitri sempre está sempre no meio de algum acontecimento interes-sante. O autor constrói um rotei-ro geográfico para seu assassino e, através dele, conta 40 anos de história.

llExodus (Leon Uris)Neste romance épico, o es-

crito Leon Uris narra a saga do povo judeu rumo à conquista de um Estado próprio. Um so-nho acalentado por milênios e que só se concretizou depois de muita luta e sofrimento. Na obra, o autor imortalizou a luta de um povo que nunca pediu descul-pas por sua origem racial. Ape-nas exigiu o direito de viver com dignidade.

llSou Insensato (Cristovam Buarque)

Neste livro Cristovam Buarque reúne uma série dos seus já céle-bres artigos publicados na impren-sa ao longo dos anos e a seguir te-ce comentários, atuais, sobre seu conteúdo e as circunstâncias que lhes deram origem. Os assuntos? As ‘insensatas’ utopias de sempre - inclusão social, justiça, meio am-biente, desenvolvimento sustentá-vel e, naturalmente, educação.

llOs Piores Textos de W. Olivetto (Washington Olivetto)

Coletânea de artigos publica-dos pelo publicitário nos últimos 10 anos. O livro aborda temas como comportamento, viagens, marke-ting, futebol, religião, negócios (que ele entende muito bem), música, administração de empresas, sexo e também publicidade. Washing-ton Olivetto mostra em seus “pio-res textos” que a sua melhor habi-lidade é a de contador de história.

llCuba Libre (Elmore Leonard)Leonard se utiliza de um fundo

histórico — a explosão do couraçado Maine, em Havana, levou os america-nos a lutar contra a Espanha, ao lado dos rebeldes cubanos — para traçar a trajetória de um caubói extraviado, Ben Tyler, que, a pretexto de comer-cializar cavalos, na verdade faz con-trabando de armas. De certa forma, a obra é uma volta às origens do au-tor, que começou a carreira como es-critor de western.

CULtURa

EvENtos

PRoFISSIonALIzAÇÃo Cursos serão nas áreas de produção animal, bovinocultura de leite e de corte, fruticultura, horticultura, iLPF e agricultura orgânica

llO Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento, por meio do Pronatec Agro implementado pela Secretaria de Desenvolvimen-to Agropecuário e Cooperativismo (SDC), está disponibilizando 10 mil vagas voltadas para agricultores e famíliares, especialmente, jovens da área rural, além de trabalhadores ru-rais, técnicos do setor agropecuário recém-formados, estudantes de es-colas técnicas e de ensino médio.

O convênio é uma parceria com o Ministério da Educação (MEC) que investiu R$ 25 milhões somen-te para este ano, por meio do Pro-grama Nacional de Acesso ao Ensi-no Técnico e Emprego (Pronatec),

Pronatec Agro disponibiliza 10 mil vagas para jovens agricultores

para trazer oportunidades de estu-do para quem trabalha no campo.

Segundo o ministro da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, essa será uma grande opor-tunidade para o produtor rural de todo o país. “O Pronatec amplia a oferta de cursos de educação pro-fissional e tecnológica para os brasi-leiros. Agora, por meio do Programa, o Ministério da Agricultura também vai contribuir para a educação pro-fissional de agricultores, especial-mente os jovens da área rural”, dis-se. As 10 mil vagas são para a For-mação Inicial e Continuada (FIC) pa-ra diversos cursos.

Para o secretário de Desenvol-

vimento Agropecuário e Coopera-tivismo, Caio Rocha, a implantação do Programa visa apoiar a geração de emprego e renda no setor agro-pecuário por meio da capacitação em temas ligados à gestão das pro-priedades rurais e à adoção de tec-nologias sustentáveis nos sistemas de produção agropecuária. “Já te-mos diversos projetos de capacita-ção, inclusive para o médio produ-tor no âmbito da agricultura. O Pro-natec Agro vem para agregar ainda mais conhecimento para o produtor rural”, afirmou.Informações: [email protected] ou no telefone (61) 3218-2433.

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19Julho de 2014 Jornal Entreposto www.jornalentreposto.com.br

sItE

Manelão

llNo dia 27 de junho, folga da Co-pa do Mundo de Futebol, realiza-mos uma grande festa junina com a presença maciça da comunidade do entorno da Ceagesp. O som foi conduzido pela magia das mãos da DJ internacional Ana John. Ela inter-rompeu seu descanso preparató-rio para tocar nas baladas de Sam-pa e com maestria fez a pick-up vi-brar ao som do Arraial. O Mister e a Miss Caipirinha deixou pais e mães orgulhosos com o feito do seus fi-lhos. E todas as classes dançaram o ritmo caipira.

No final, me vestiram de noivo e a Maribel de noiva, mas o casamen-to não aconteceu porque o Padre se perdeu. Aí convidamos toda a gale-ra para participar da marcação da dança da quadrilha caipira. O corte-jo percorreu todo o pavilhão e o bai-lão foi pra lá de bom!

Recebemos a visita da líder in-digenista Ita Venâncio. Ela estava acompanhada de uma comitiva de mulheres de Angola e Guiné-Bis-

sau que vieram convidá-la para um seminário de antropologia no con-tinente africano.

O cantor Márcio Leme cantou músicas de seu próximo CD que lo-go estará sendo ofertado para a ga-leria de fãs que ele tem no mercado. A pedido da criançada ele cantou o sucesso do carnaval baiano “Lepo Lepo”. O povão gostou. Aí Ana John se despediu, pois ia alegrar uma ca-sa noturna nos Jardins. Em seguida, cantor Luigi entrou em cena cantan-do country americano. Atendendoa pedidos passeou pelo repertório de Raul Seixas, Renato Russo, Cazu-za e, no final, o grande sucesso de Rio Negro e Solimões: “O Cowboy Vai Te Pegar”.

Agradecimentos à Coordena-doria de Sustentabilidade da Cea-gesp, que pleiteou a liberação do espaço do PBCF junto à nossa ge-rência; à todas as empresas irmãs que contribuíram com grana e com gêneros alimentícios; às voluntárias da Nossa Turma que se uniram às professoras da creche Nossa Se-

Festa e Copa do Mundo na Nossa Turma

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

Programas exigidos por lei:

Entre em contato com nossos representantesFábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

Rio Acima é pioneira em pedidos onlinellHá 30 anos, um grupo de pro-dutores de agrião da região de Mo-gi das Cruzes, sentindo-se injusti-çados com os valores praticados pelos revendedores, criou uma em-presa dentro da maior Central de Abastecimento da América Latina, visando comercializar o próprio produto: a Rio Acima. Nos dias de hoje, já não produzem mais. “Che-gou um momento em que tivemos que optar por um lado”, conta Mau-rício Fraga, filho de um desses pro-dutores e atualmente responsável pela atacadista.

Comércio exclusivo de pimentas na AkirallPara assegurar o padrão dos produtos que comercializa na Ce-agesp, a empresa Akira Pimentas fornece sementes para produto-res parceiros que estão espalha-dos por diversas regiões do país. O longo tempo de relacionamen-to garante a qualidade do serviço.Keyla Mendes, que assumiu os ne-gócios do pai há cinco anos, expli-ca que a atacadista existe há mais de duas décadas. “Antigamente vendíamos verduras em geral, mas acabamos nos especializando no comércio de pimenta”, afirma.

K.K distribui hortifruti para restaurantesllHá mais de 30 anos no mercado da Ceagesp, a atacadista K.K. Co-mércio de Hortifruti oferece gran-de variedade de verduras, principal-mente folhagens. Lúcia Kuzuhara, fi-lha de permissionários, explica que o pai foi um dos pioneiros no culti-vo de nabo em Embu-Guaçu. “Anti-gamente não tinham muitos produ-tores naquela região. Foi através do trabalho da minha família que as plan-tações de nabo expandiram por lá”, conta orgulhosa. Hoje, a K.K conta com o apoio de uma distribuidora pa-ra atender restaurantes.

Campo Tenente abastece mercado de Manaus llQuando iniciou sua atividades na Ceagesp na década de 70, Sueo Kihoshita produzia hortaliças na re-gião do Vale do Paraíba, interior do estado de São Paulo. Hoje em dia, Sueo não produz mais: “Plantar é igual criação, tem que tratar. Com outros negócios e a dificuldade com relação a mão-de-obra eu pa-rei”, explica. Mesmo assim, a boa re-lação com o campo se mantém e os produtores que atuam em conjun-to com a Campo Tenente Comér-cio de Verduras contabilizam mui-tos anos de tradição.

Enflor Garden Fair acontece em Holambrall Com o objetivo de capacitar, profissionalizar e fomentar o mer-cado de flores e plantas, o 23º En-contro Nacional de Floristas (En-flor) e a 11ª Feira de Tecnologia em Jardinagem e Paisagismo (Garden Fair) acontecem entre os dias 20 e 22 de julho, a cidade de Holambra, interior de São Paulo.Além de cursos, palestras, oficinas exclusivas, a Enflor e Garden Fair apresentarão as últimas novidades e tendências do segmento, desde acessórios arte-floral, embalagens, flores e plantas a forrações.

nhora Assunção da comunidade 1010, no Rio Pequeno.

A Tia Eni, da Pastoral de Cate-quese da Paróquia São Mateus pre-parou o quentão e temperou o vi-nho quente. O Anísio e o Onofre e as respectivas esposas prepararam e serviram o cachorro-quente, que acabou rapidinho. As quituteiras de

plantão do Jardim Esmeralda Do-na Maria Morena, Maria Giarola e Isabel. Antes de abrir a massa do pastel da saúde da Dona Elza, que com certeza vai estar jóia para o próximo evento.

O Brasil não ganhou a Copa, mas o grande legado foi o fervor com que todos cantaram o nosso

Hino. A partir de agora a seleção vai mudar e toda a nação vai lutar para a vida melhorar.

No mês de agosto, no Barretão, a nossa torcida vai para a Comitiva Bully Bull’s e para a querida Comi-tiva Capiau, que promete que o fei-jão não vai queimar. Na disputa São Paulo, a Ceasa vai ganhar!

CÁ ENtRE NÓs

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20 Julho de 2014 Jornal Entrepostowww.jornalentreposto.com.br