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Um jornal a serviço do agronegócio

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Page 1: Jornal Entreposto | Maio de 2012
Page 2: Jornal Entreposto | Maio de 2012
Page 3: Jornal Entreposto | Maio de 2012

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 144 | maio de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos-1,84%-1,68% -3,22% -7,00% 3,17% 2,29%BaixaBaixa Baixa Baixa Alta Alta

Índice Ceagesp - abril 2012

| Economia | pág.12

| Qualidade | pág.19

| Floricultura | pág.11

| Negócios | pág.18

Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022

Variedades de maçã comercializadas na Ceagesp

Dia das Mães movimenta comércio de flores nas Ceasas

Qual é o market share do ETSP?

Pescado

Agrofeira reúne setores agrícolas no interior de SP

Apas destaca importância do setor de FLV

Págs. 4 e 5

Págs. 6 e 7

SUPERMERCADOS

De acordo com um levantamento realizado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), 78% dos con-sumidores brasileiros consideram importante a quali-dade e o frescor de frutas, hortaliças e verduras (FLVs) quando procuram estes produtos nos supermercados.

Índice Ceagesp tem retração de 1,68%

pág. 24

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201202 Artigo

Turismo no siteAcesse e leia as dicas para a cidade das Cataratas do Iguaçu: www.jornalentreposto.com.br/turismo

Carolina de Scicco

Por Aluízio Borém*

É perturbador saber que cerca de 900 milhões de pessoas se en-contram famintas ou subnutridas. São também impressionantes os fatos de que a população mundial de 7,1 bilhões alcançará 9,1 bilhões no ano de 2050, correspondendo a um aumento de 43% em 42 anos, e que a oferta de alimentos vai ter que atingir quantidades bem supe-riores às atuais para atender a essa demanda. Diante desse quadro, a pressão sobre a agricultura para se produzir mais alimentos e de forma sustentável é enorme.

A fome não é fato novo na histó-ria mundial. O risco de o crescimen-to populacional não ser acompa-nhado pelo aumento da produção de alimentos foi estudado pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1768-1834) há aproxi-madamente 200 anos. As ousadas previsões de Malthus não se con-cretizaram até o presente comente em virtude do surgimento de novas fronteiras agrícolas e da inclusão de novas tecnologias ao sistema pro-dutivo. Neste terceiro milênio, mais uma vez faz-se necessário o desen-volvimento de novas tecnologias para ajudar a agricultura a produ-zir alimentos de forma sustentável e socialmente responsável.

Um exemplo disso é a prática da Agricultura de Precisão, caracteri-zada pela aplicação de forma varia-da de fertilizantes, defensivos agrí-

colas e outros insumos, conforme as necessidade das diversas áreas da uma mesma lavoura. A Agricul-tura de Precisão se refere ao geren-ciamento localizado de culturas e foi introduzida como prática em prol da produtividade. A tecnologia surgiu da observação de que os re-quisitos para aplicação de calcário variavam bastante para um mes-mo talhão e que seria importante a aplicação diferenciada no campo, de forma que o calcário pudesse sa-tisfazer a necessidade de cada local.

Este conceito, embora tenha sido utilizado por algum tempo, foi abandonado quando os equipa-mentos de tração mecânica passa-ram a predominar na agricultura. Hoje com a disponibilidade de mi-crocomputadores, sensores e siste-mas de rastreamento terrestres ou via satélites, a Agricultura de Preci-são passou a ser comum em muitas lavouras, contribuindo para a sus-tentabilidade da agricultura.

Com o aparecimento de siste-mas de informações geográficas e de rastreamento via satélite, o con-ceito de gerenciamento localiza-do de culturas pode ser estendido para o monitoramento de outras operações que não necessariamen-te aquelas de aplicações localizadas de insumos, mas também para o levantamento de mapas de fertili-dade de solos, o monitoramento de colheitas, ou de outras operações mecanizadas. Hoje pode-se defi-nir a Agricultura de Precisão como

um conjunto de técnicas que per-mitem o gerenciamento localizado de culturas. Uma outra tecnologia que muito tem contribuído para a sustentabilidade na agricultura é o Melhoramento Genético. O Melho-ramento é a arte, ciência e negócio de alteração genética das plantas para benefício do homem. Esta tec-nologia tem desenvolvido varieda-des mais tolerantes aos diferentes estresses bióticos que afetam as lavouras como pragas, doenças, se-cas, elevados níveis de alumínio to-xico no solo, dentre outras, que exi-gem menor aplicação de insumos.

As variedades melhoradas mais produtivas também tem sido apon-tadas como fator de sustentabilida-de da agricultura, pois permitem que uma mesma produção seja obtida em menor área, reduzindo a pressão pela adição de novas áreas ao sistema de produção agrícola.

Outras tecnologias estão sendo aprimoradas e a expectativa é que elas terão cada vez maior relevân-cia na agricultura. Dentre estas pode-se citar a nanotecnologia, bio-tecnologia entre várias outras. Em-bora os desafios para se alimentar o mundo sejam enormes as pers-pectivas são ainda maiores, pois já temos tecnologias para assegurar uma agricultura eficiente e ecologi-camente responsável.

*Membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável – CCAS

Agricultura sustentável e as tecnologias

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio março de 2011 03EditorialJORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 03

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201204 Evento

A Agrofeira Circuito das Fru-tas, que aconteceu de 28 de abril a 06 de maio na cidade de Louveira, promoveu o encontro entre empresas fornecedoras de serviços e insumos rurais e agri-cultores da região, aproximando o produtor de soluções para o seu negócio.

As feiras e festas municipais que celebram a colheita são im-portantes canais de demonstra-ção da qualidade da produção rural brasileira. Algumas acon-tecem há décadas no estado de São Paulo e todas incentivam a produção, colaborando na ma-

Agrofeira apresenta soluções para o campo

Daniel F. Micheletto, se-cretário de Agricultura e vice-presidente da Festa da Uva de Louveira, vem resgatando o foco principal das festas regio-nais da cidade a cada ano: o in-centivo à produção rural. Com o passar do tempo, os festejos para celebrar a safra de deter-minado cultivo perderam o ca-

nutenção de renda, informação e inserção de tecnologias no campo.

Realizada pelo Grupo de Mí-dia Entreposto e com o apoio da Coordenadoria de Assistên-cia Técnica Integral (CATI) e da Agrotec Tecnologia em ne-gócios, a primeira Agrofeira foi realizada durante a 45ª Festa da Uva e 2ª Expo Caqui de Louveira e vai, ao longo do ano, atuar den-tro das feiras e festas munici-pais, reunindo diversos setores indispensáveis ao agronegócio como insumos agrícolas, irriga-ção, equipamentos e tecnologia.

Os eventos criam oportuni-dade para que empresas forne-cedoras e produtores rurais da região possam desenvolver uma relação de negócios voltados à competitividade da qualidade no campo, novas tecnologias e a experiência com produtos e serviços que podem fazer a dife-rença no trabalho agrícola.

Para o ano de 2012 estão previstos mais três eventos: a Festa de Frutas e Hortaliças de Indaiatuba (maio), Festa do Mo-rango de Atibaia e Jarinu (junho e julho) e Festa do Morango de Jundiaí (agosto).

Secretário de Agricultura de Louveira resgata caráter inicial das festas regionaisAgrofeira Circuito das Frutas e mini usina de suco estão entre as iniciativas que orientam e apresentam soluções para o agronegócio

Evento reúne setores do agronegócio e colabora na manutenção de renda e distribuição de tecnologia

ráter inicial e se transformaram em grandes eventos populares, reunindo um público mais in-teressado nas apresentações musicais.

Micheletto explica que a Festa da Uva foi criada em 1956 e tinha três objetivos: divulgar a uva Niágara, característica da região de Louveira, realizar

uma confraternização entre produtores e a população e ce-lebrar a safra do ano.

Com a inclusão de apresen-tações de artistas conhecidos do grande público, o produtor rural se afastou dos eventos e a Prefeitura de Louveira quer resgatá-lo. “Este ano trouxe-mos uma mini usina de suco.

Essa iniciativa vai permitir que os agricultores possam produ-zir suco de uva e oferecer na merenda escolar”, explica o se-cretário.

A Agrofeira Circuito das Frutas também contribui para a volta dos agricultores às fes-tas regionais, reunindo empre-sas de diversos segmentos que

trazem soluções para o agrone-gócio. “Esse tipo de iniciativa precisa ser apresentada duran-te as comemorações da safra já que incentiva o produtor a me-lhorar e aumentar sua produ-ção”, afirma Micheletto. “A festa é para o trabalho realizado no campo e é nesse setor que deve estar o foco”, completa.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 05

Indaiatuba

AgrofeiraSindicato Rural e Secretaria

de Desenvolvimento incentivam a aproximação

do produtor e do consumidor fi nal nas festas regionais

“Estamos aqui para acrescentar tecnologia e capacitação ao dia a dia do agricultor familiar de maneira simples e e�iciente, unindo os setores público e privado”.

Osmar de Souza Pinto Consultor de Agronegócios da Elimar Máquinas e Equipamentos

Erika GrigoletoCoordenadora de Meio Ambiente Júnior da Geoblue e Ana Paula DaleffeGestora de negócios Artesiana (Grupo Aquor)

“O produtor ainda tem muita dúvida quanto às normas do governo, a instalação e a manutenção de poços e estamos aqui para atendê-los. A feira nos permite atingir os agricultores que precisam esclarecer essas questões”.

Rafael Capello Robles Diretor Técnico da RCR

“Pretendemos alcançar produtores rurais que ainda não possuem um sistema de irrigação e para atingir esse público precisamos desse contato direto que as festas regionais proporcionam”.

“Apresentamos na Agrofeira a nossa linha de agronegócios, que envolve indústria, serviços e distribuição. Pretendemos atender às necessidades do produtor através do nosso software, falando de tecnologia numa linguagem que eles possam entender e que simpli�ique os negócios no campo”.

João Henrique Dominicci Gestor de Novos Negócios Recta.DOS

Eduardo Dória Diretor TransFrigor

“Lidamos com uma importante etapa da cadeia do frio que trata do resfriamento no transporte de alimentos. Visamos atender ao agricultor que necessita de cuidados especiais na locomoção de frutas, verduras e legumes”.

Em entrevista coletiva con-cedida no dia 09 de maio na Pre-feitura de Indaituba, o presiden-te do Sindicato Rural, Wilson Tomaseto, o secretário de De-senvolvimento, Edmundo Du-arte e a assessora de Desenvol-vimento, Marta Leme do Prado falaram sobre a importância do incentivo ao consumo de produ-tos regionais na próxima Festa das Frutas e Hortaliças, que será realizada de 18 a 20 de maio, no pavilhão da Viber, localizado na Av. Tamandaré, s/n.

Duarte explicou que o foco da feira é a divulgação dos hor-tifrutis da cidade para os comer-ciantes e para a população. “Es-tamos no terceiro ano de feira e já podemos notar que o consu-midor exige do supermercadis-ta produtos que levam a marca de agricultores de Indaiatuba. A Festa das Frutas e Hortaliças possibilitou o contato entre o produtor e o consumidor �inal”, a�irmou o secretário.

A sintonia entre produtor, comerciante e população per-mitiu que diversas parcerias fossem �irmadas e alguns agri-cultores trabalham exclusiva-mente para determinado cliente varejista. “Quando adversidades climáticas destroem a planta-ção, os supermercados incenti-vam o replantio e não abando-nam o produtor. Essa parceria é de grande ajuda para o traba-lhador rural”, exempli�ica o pre-sidente do Sindicato Rural.

Durante a coletiva, o trio destacou a presença da Agro-feira, uma inovação no evento. “O pessoal da Agrofeira está aqui para nos auxiliar e trazer setores ligados ao agronegócio como irrigação, implementos agrícolas, outorga d’água e ma-quinário. Isso vai aumentar a qualidade da festa, incentivando a visita dos produtores rurais e tirando suas dúvidas”, comemo-ra Wilson. A festa terá, ainda, exposição de mini animais, in-centivando a participação das crianças, danças e shows de mú-sicos sertanejos locais.

recebe a próxima

Evento

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201206 APAS 2012

Os consumidores brasileiros consideram importante a quali-dade e o frescor de frutas, hor-taliças e verduras (FLVs) quando procuram estes produtos nos supermercados. De acordo com um levantamento realizado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), 78% possuem esta opinião.

O estudo divulgado no último dia 7, durante o 28º Congresso e Feira de Negócios em Supermer-cados da Apas, ainda revela que 97% dos consumidores estão satisfeitos com a qualidade dos FLVs comercializados. “O setor de hortifruti nos supermercados cresceu muito, assim como a va-riedade e a qualidade dos produ-tos”, disse o presidente da Apas, João Galassi.

O levantamento também mostra que 42% dos estabeleci-mentos frequentados pelos con-sumidores contam com seção de orgânicos e produtos naturais, no entanto, somente 20% dos consumidores adquirem estes produtos. “Os shoppers estão mais conscientes do que com-prar, aonde comprar e do que de-sejam. Isso é muito positivo”, co-mentou Galassi. Desde a edição de 2009, a feira da Apas dedica um espaço exclusivo para em-presas que comercializam FLVs.

Alguns dos mais tradicionais

Supermercados: 78% dos consumidores consideram qualidade do FLV importante

atacadistas da Ceagesp, como Benassi, Hetos/Frugal e Batista, participaram do evento. No ano passado, o setor supermercadis-ta registrou alta de 4,4% nas ven-das em relação a 2010. O fatura-mento foi de R$ 224,3 bilhões, volume que representa 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Na avaliação do dire-tor de Economia e Pesquisa da Apas, Martinho Paiva Moreira, um dado que chama a atenção é o crescimento das classes D e E. “A entrada desses consumidores mostra a consolidação do merca-do de consumo”.

Sustentabilidade

De acordo com a pesquisa da Apas, 74% dos brasileiros prefe-rem comprar itens de empresas que desenvolvem programas em defesa do meio ambiente. Os dados, apurados no terceiro tri-mestre de 2011, mostram que 46% dos clientes estão dispostos a pagar mais por produtos eco-logicamente corretos. “Registra-mos algumas mudanças no com-portamento dos consumidores e dos fornecedores, que agora têm percebido a importância da preocupação com a sustentabili-dade”, afirmou Galassi. Conforme o balanço da entidade, 90% dos supermercados paulistas ade-

riram à iniciativa que deixa de distribuir sacolas plásticas. So-mente no mês de abril, quando a medida entrou em vigor, houve a redução de 490 milhões de sa-colas plásticas, o que gerou uma economia de R$ 15 milhões aos supermercados.

Segundo Galassi, esse mon-tante será repassado em ações dos supermercados e à redu-ção de preços ao consumidor

final. “Claro que essa redução está sendo gradativa, visto que muitos supermercadistas estão usando esta verba economizada para investir em campanhas de conscientização”, disse Galassi.

Em âmbito nacional, a Abras (Associação Brasileira de Super-mercados) mantém um acordo com o Ministério do Meio Am-biente para reduzir em 40% o uso de sacolas plásticas até

2015, além da participação no desenvolvimento da Política Na-cional de Resíduos Sólidos, que destaca a necessidade de mos-trar a importância do descarte consciente.

“Este é o processo colabora-tivo mais importante que temos para os próximos anos na ques-tão do meio ambiente”, disse o presidente da Abras, Sussumu Honda. (V.C.)

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 07

Por meio de uma parceria firmada entre a Abras (Asso-ciação Brasileira de Super-mercados) e as 27 associações estaduais de supermercados e os Ministérios do Desenvolvi-mento Agrário (MDA) e Desen-volvimento Social e Combate à Fome (MDS), a partir de agora os supermercadistas terão a oportunidade de levar para suas lojas produtos adquiridos diretamente de pequenos pro-dutores rurais.

A iniciativa faz parte do programa Brasil Sem Miséria, que tem como objetivo princi-pal elevar a renda e melhorar o bem estar da população em condições de pobreza. Para as zonas rurais do país, o projeto

Parceria facilita comprar direto de pequenos produtores rurais

PROGRAMA BRASIL SEM MISÉRIA

prevê aumentar em quatro ve-zes o número de agricultores familiares atendidos pelo Pro-grama de Aquisição de Alimen-tos (PAA).

Consta ainda do plano o fo-mento de R$ 2,4 mil por famí-lia, ao longo de dois anos, para apoiar o aumento da produção e a comercialização excedente dos alimentos. O MDA manteve um estande na feira realizada pela Apas para demonstrar o funcionamento do programa. “É uma grande oportunidade para o supermercadista co-nhecer o que vem sendo feito pelo governo e, especialmente, as inovações que estão sendo criadas para facilitar e ampliar as compras da agricultura fa-

miliar”, disse Sussumu Honda, presidente da Abras.

Na abertura da feira, a mi-nistra do MDS, Tereza Campello, fez questão de esclarecer que o Brasil sem Miséria não busca ações filantrópicas por parte dos supermercadistas e, sim, fazer negócios para fomentar a inclusão de brasileiros que vi-vem na pobreza. “É uma parce-ria onde todos ganham porque os produtores serão incluídos, os varejistas terão à disposição mais produtos sustentáveis e o consumidor ganhará em qua-lidade. Assim, todos crescem de forma sustentável”, disse a ministra. Durante o evento da Apas, o MDA apresentou uma prévia da Rede Brasil Rural,

uma plataforma virtual, lança-da em março, que permite fazer buscas de produtos e empre-endimentos de comércios que reúne cooperativas de produ-tores rurais, fornecedores de insumos, consumidores públi-cos e privados, como forma de integrar o agricultor familiar ao mercado de consumo.

Cooperativas também pu-deram mostrar produtos orgâ-nicos, agroecológicos e agro-extrativistas, que podem ser disponibilizados para venda nos supermercados.

A ferramenta da Rede Brasil Rural deverá estar disponível, já para negociações, no Portal Abras, a partir de agosto deste ano. (V.C.)

APAS 2012

Page 10: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201208 Artigo

José Annes é engenheiro agrônomo, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal

Por José Annes

Os sete hábitos dos produtores sustentáveis

Há anos tenho observado que os opositores da agricul-tura brasileira apenas questio-nam os avanços cientí�icos da tecnologia até a biotecnologia, mas nunca na área da farmá-cia e na indústria automobilis-ta, por exemplo. Observem o que leva estas pessoas a serem contra algo que ajuda a empre-gar milhões de pessoas. Tirar a fome de milhares de pessoas e contribuir para preservação do meio ambiente?

Temos muitos bons exem-plos: plantio direto, que não re-move mais o solo, e que no pas-sado era taxado de contribuir para o assoreamento de nossos rios, e ao mesmo tempo hoje é o nosso pão de cada dia. Notem que a agricultura também pode cometer erros, mas não é vilã, precisamos de equilíbrio em tudo que fazemos, não há agri-cultura sem o rompimento das relações biológicas, como não há fabricação de carros sem impactos ao ar, as pessoas e ao solo.

As construções de edi�ícios

não usam o solo? As estradas, nossos caminhos para praias, os rios que são poluídos nas grandes cidades e assim por diante são exemplos de algo que não deveria ocorrer. Somos nós seres humanos que precisa-mos manejar nossas atividades para nos mantermos sustentá-veis. E digo a vocês, não tenha dúvidas ao a�irmar que somos os grandes heróis e temos a melhor agricultura do mundo, tanto do ponto de vista tecno-lógico como do ponto de vista ambiental.

Não está na hora de valo-rizarmos nosso maior bem (a agricultura), onde somos líde-res? A�irmações evasivas de-vem ser questionadas e respon-didas com ciência. Precisamos por tanto nos posicionar de forma contundente e gostaria de contribuir e ajudar nossos produtores que realmente são os grandes heróis e os grandes responsáveis pela sustentabi-lidade do campo. A primeira pergunta que devemos fazer é: o que é ser sustentável? Como devo fazer para ser sustentá-vel - palavra esta bonita, mas na

prática o que signi�ica? Aplicar menos agrotóxicos, produzir alimentos orgânicos? Essas dú-vidas nos remetem a algumas diferentes formas de pensar a agricultura.

Em minha visão, ser susten-tável é aliar os três pilares da sustentabilidade: social, econô-mico e ambiental. Analisando estes aspectos podemos chegar a constatações importantes que assim podemos chamar de “os hábitos sustentáveis dos produ-tores rurais” Essa tarefa pode demorar anos, mas tenham cer-teza que aqueles que venham a adotar, terão grande possibili-dade de sucesso.

O primeiro deles: é regulari-zar a propriedade quanto a as-pectos legais (ambiental). Com a pressão para diminuir o des-matamento – ônus que foi colo-cado nas costas da agricultura e que, há 30 anos, era um incen-tivo – precisa ser legalmente concedido e até mesmo evitado. O segundo é o planejamento e a gestão da propriedade. Onde quero chegar? Em quanto tem-po? Qual atividade mais rentá-vel nesta região?

Essas são perguntas que precisam ser respondidas para que o próximo hábito venha a ser implantado. Terceiro hábi-to: após a análise e implantação do plano é recomendável o in-vestimento em atividades que tenham retorno �inanceiro, que gerem divisas a curto, médio e longo prazo. O quarto hábito é a gestão dos aspectos sociais (valorização do ser humano, ou seja, incluí-lo no processo e nas atividades da propriedade). O quinto hábito, e não menos importante, é adotar práti-cas sustentáveis consagradas (plantio direto na palha, inte-gração lavoura-pecuária, mane-jo integrado, monitoramento e rastreabilidade). O sexto hábito é respeitar e valorizar áreas de preservação ambiental, preser-var rios e animais silvestres, além de utilizar tecnologias e�i-cientes, que minimizem os ris-cos ambientais e sociais. E, por �im, o sétimo hábito, e talvez um dos mais importantes: valorizar o consumidor e contribuir para ações educacionais junto a sua comunidade.

Fazendo uma analogia, po-

demos dizer que estamos se-guindo “Os Sete hábitos das pessoas altamente e�icazes”, li-vro este espetacular para nosso crescimento pro�issional e pes-soal, nos diz e mostra como po-demos ser e�icazes, e nada mais justo que adotarmos e implan-tarmos em nossas atividades, e por que não na agricultura.

Senhores, estas recomenda-ções, parecem impossíveis de serem cumpridas, mas não são! Temos muitos exemplos bons, de propriedades sustentáveis no Brasil, basta termos atitude e vontade de querer fazer. Esse é um desa�io lançado, aperfei-çoamentos são bem-vindos. O importante é seguir em frente e manter o agro cada vez mais forte e robusto. Mãos à obra meus amigos, pois a carroça com os bois está passando, agarrem e não desistam no pri-meiro obstáculo, a vida é feita de estradas sinuosas e de di�ícil acesso. Nunca desista de seus ideais. Até mais.

Page 11: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 09

Page 12: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201210 Artigo

Tradicionalmente, os meses de maio e junho concentram as duas mais importantes datas para o comércio de flores e plan-tas ornamentais no mercado in-terno brasileiro: o Dia das Mães (segundo domingo de maio) e o Dia dos Namorados (12 de junho). Destaca-se, nos últimos anos, uma tendência para maior participação relativa de outros eventos no calendário nacional do faturamento do setor, como, por exemplo, o Dia Internacio-nal da Mulher (8 de março), porém, com comportamento instável, dependendo do dia da semana em que caia essa data. Ou seja, como ainda se trata de comemoração essencialmente conduzida em ambientes pro-fissionais e comerciais (escri-tórios, escolas, lojas, postos de combustíveis, supermercados etc.), nos anos em que essa data cai em um domingo as vendas tendem a perder expressivida-de.

Essas informações ilustram o fato de que o consumo bra-sileiro dos produtos da flori-cultura ainda está baseado no modelo típico dos mercados emergentes, o qual se caracteri-za pelos seguintes fatores prin-cipais: baixo índice de consumo anual per capita (atualmente estimado em R$ 23, na média nacional); concentração de ven-

das em poucas datas especiais; compra de variedade limitada de itens; opção por elementos tradicionais e convencionais e reduzido valor de compra para usufruto pessoal, ou seja, prefe-rência centrada no ato de pre-sentear.

Mesmo contando com essa ordem de limitações, o setor florícola nacional tem expe-rimentado período de forte prosperidade e expansão de negócios. Contribuem para isso a centralidade de sua vocação para o abastecimento do mer-cado interno, que elimina a vul-nerabilidade aos percalços da debilitada economia dos mer-cados importadores internacio-nais e os indicadores favoráveis de desenvolvimento econômico nos campos do emprego, renda, ocupação, expansão imobiliária e estabilidade política e econô-mica.

Neste contexto, no período do Dias das Mães, o comércio brasileiro de flores e plantas es-pera confirmar bons resultados de vendas, ainda que não seja provável obter indicadores tão favoráveis como os dos últimos anos. Conforme estatísticas da Serasa Experian, as flores, nes-te ano, perderão a posição que vinham mantendo nos últimos anos de segunda colocada no ranking da preferência dos con-sumidores em relação às suas intenções para presentear as mães - inferiores apenas às rou-pas, sapatos e acessórios com

30% de participação, em média. De fato, segundo essa mes-

ma fonte, as flores em 2012 confirmam, por quatro anos seguidos, uma crescente perda anual de participação percen-tual relativa nas intenções de presentear as mães - de 19%, em 2009, para 18% em 2010; 16%, em 2011 e 11% em 2102 – . Contudo, espera-se que isso não venha a alterar significa-tivamente a performance das vendas desses produtos nessa data comemorativa.

No ano passado, por exem-plo, o comércio atacadista para o período do Dia das Mães atingiu patamar de crescimen-to médio no valor das vendas, no comparativo com o ano de 2010, entre 16% e 17% para as flores de corte e entre 14% e 15% para as flores envasa-das, ambos considerados resul-tados excepcionalmente bons pelas principais cooperativas de produtores do segmento. Para 2012, o aumento médio das vendas esperados nos prin-cipais mercados atacadistas é um pouco mais conservador, e deverá ficar em torno de 10% A composição das vendas con-tinuará sendo baseada no binô-mio: rosas vermelhas (corte) e orquídeas Phalaenospis (vaso), que tradicionalmente domina o mercado. Porém, aguarda-se neste ano, assim como ocorreu no anterior, uma maior pene-tração relativa de alstroemé-rias, lírios e begônias. Apenas

Consumo de flores em datas comemorativasno mercado permanente de flores e plantas ornamentais da Ceasa de Campinas deverão ser comercializados 60 mil dúzias de rosas e 2,1 milhões de vasos na semana que antecede a essa data. Para o mesmo período, a Ceagesp, em São Paulo, espe-ra movimentar cerca de R$ 10 milhões na comercialização de flores e plantas ornamentais, equivalentes a uma movimen-tação de 2,5 mil toneladas.

No varejo de flores e plan-tas envasadas, o principal fenô-meno observado ao longo dos últimos anos tem sido o do ex-cepcional crescimento da par-ticipação do canal supermer-cadista, o qual saltou de uma presença apenas marginal de há cerca de oito anos, para um ma-rket share próximo a 13% do suprimento global do mercado. Para o período do Dia das Mães de 2011 tanto as principais re-des super e hipermercadistas, quanto as floriculturas tiveram aumento de vendas da ordem de 15%. Neste ano, o cresci-mento do faturamento no perí-odo desta data deverá ficar em 10% sobre o ano anterior.

Também o Dia dos Namo-rados promete repetir essa performance, com crescimen-to médio de vendas estimado em 15%. Nesta oportunidade, as flores mais vendidas segu-ramente serão as rosas verme-lhas, especialmente na forma de buquês de 6, 8 ou 12 hastes. Diferentemente do que ocorre

no mercado norte-americano, o consumidor brasileiro não costuma comprar rosas nas co-lorações cor-de-rosa, pink ou de tonalidades rosadas e pastéis nesta data, tendo já sido cons-tatadas diversas experiências desastrosas de importações dessas mercadorias no mês de junho.

Tais resultados fortemente positivos foram aqui alinha-vados com a intenção de cola-borar com o amadurecimento técnico, profissional e comer-cial dos agentes da cadeia pro-dutiva da floricultura brasilei-ra, alertando também para a necessidade de diversificar as oportunidades de consumo de modo a favorecer uma melhor distribuição dos resultados ao longo do ano e um mais ade-quado planejamento de curto, médio e longo prazos. Para a consecução desse objetivo é necessário, contudo, dar ainda um passo além, fortalecendo os sistemas de geração, coleta e análise crítica de informações sobre o consumo e o mercado e abandonando por completo, desta forma, qualquer resquício da cultura meramente especu-lativa.

Antonio Hélio Junqueira *Marcia da Silva Peetz **

*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 11

A produção nacional de flores conta com cerca de 350 variedades e desde 2006, o seg-mento tem registrado altas de 8% a 12% em volume e de 15% a 17% em valor comercializa-do. Entre os principais fatores, destacam-se o aumento do con-sumo interno e a diversidade da produção, além da ampliação dos canais de venda, como os supermercados.

Comemorado no segundo domingo de maio, o Dia das Mães, é considerado a data mais significativa para o comércio, inclusive de flores e plantas or-namentais.

A Ceasa Campinas, que tem um mercado permanente de flores, movimenta uma mé-dia de quatro mil toneladas de produtos por mês, mas para o período que antecede o Dia das Mães, a gerente da central, Ana Rita Pires Stenico, acredita num crescimento de até 10% no vol-ume ofertado este ano em com-paração com 2011. “A economia vai bem, o mercado está aqueci-do e vem crescendo ano a ano”, opina. A Ceasa comercializa se-manalmente em torno de 40 mil dúzias de rosas, mas na semana do Dia das Mães são 60 mil dú-zias ofertadas, ou seja, 720 mil botões. Segundo Ana Rita, as rosas, em especial as vermelhas, ainda são as preferidas pelos consumidores.

Ceagesp

O estado paulista é respon-sável pela produção e comer-cialização de 70% das flores do país. Santa Catarina e Minas Gerais ficam com o segundo e terceiro lugares respectiva-mente.

Considerada uma das maio-res do mundo no gênero, a feira de flores do entreposto pau-listano da Ceagesp comercializa mais de 200 espécies de flores e plantas para todo o Brasil e também para outros países do Mercosul. Segundo dados da estatal, passam pelo entreposto cerca de quatro mil toneladas de flores de corte e de vaso por mês, que geram receitas de R$ 20 milhões no período.

Na central, 1.100 produtores comercializam plantas, flores, gramas, mudas, vasos, acessóri-os e artesanato em um espaço de 20 mil m². As unidades do interior da Ceagesp, nas cidades de Araçatuba, Bauru, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São

Dia das Mães movimenta setor de flores nas Ceasas

José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba também realizam suas feiras de flores.

Somente no primeiro tri-mestre deste ano, o setor de flores da estatal cresceu 27,9% em toneladas e o volume finan-ceiro passou de R$ 10.328,42 para R$ 13.205,25, comparado com o mesmo período do ano passado. Com as vendas na se-mana que antecede o Dia das Mães, o entreposto paulistano espera movimentar cerca de R$

10 milhões na comercialização de flores e plantas ornamen-tais.

“Com a condição climática favorável, há uma oferta maior de produtos para a data. Para este ano, a expectativa para o setor é movimentar cerca de 2,5 mil toneladas, somente na semana que antecede o Dia das Mães, o que representa cerca de R$ 10 milhões”, afirma o economista da estatal, Flávio Godas.

Segundo os comerciantes, o volume de orquídeas, tulipas e girassóis - as preferidas para presentear as mães - chega até triplicar na data.

Mas a campeã em vendas são as rosas, cujo maço da flor nacional com 30 botões sai a partir de R$ 20. Já as colombi-anas podem ser encontradas a partir de R$ 35 (20 botões) e as mini rosas por R$ 4 (24 botões). O girassol com 12 hastes custa a partir de R$ 7.

Os produtores de hortênsias do interior de São Paulo ganha-ram um aliado importante para a recuperação da rentabilidade e da produção da planta. Uma pes-quisa desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) identificou o vírus que estava atingindo as lavouras e diminuin-do a qualidade do produto.

Há pelo menos oito anos o produtor Ricardo Noda sofre com a infestação do vírus na sua plan-tação de hortênsia. Apareceram manchas escuras nas folhas e as flores também foram afetadas. “A bola tinha o dobro do tamanho. Agora, com o vírus, ela diminuiu. A qualidade também diminuiu”, afirma Noda.

Com visitas a propriedades, os pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas con-seguiram identificar a doença e tratar as plantas com uma técnica chamada termoterapia.

“Fizemos uma pesquisa e descobrimos que era uma doen-ça causada por um vírus. Daí co-meçamos a fazer o estudo para inativar esse vírus das plantas e só agora que os produtores estão conseguindo obter mudas para comercialização”, afirma Valdir Atsushi Yuki, pesquisador do IAC.

O processo para deixar toda a produção completamente livre de vírus é demorado. É preciso que todo o ciclo se complete, até as plantas ficarem em fase de venda completamente sadias. Por enquanto, as hortências prontas para comercialização ainda são portadoras de vírus, mas as no-vas mudas já crescem sadias. “As plantas apresentam maior vigor e os sintomas não aparecem mais. Também estamos conseguindo alcançar um maior rendimento das mudas”, afirma o técnico agrí-cola Silvio Gondo.

Enquanto os produtores não estão com toda a propriedade livre do vírus é preciso cuidado redobrado no manejo. Os instru-mentos utilizados para poda, por exemplo, não podem ser mistura-dos entre plantas sadias e infec-tadas. Elas também ficam sepa-radas nas estufas. Os produtores garantem que o esforço vale a pena. “ Com o melhoramento me-lhora a qualidade. O tamanho da bola que vai ser provavelmente o dobro do que é agora “, diz Noda.

Pesquisa ajuda a recuperar lucratividade das hortênsias

Vírus que atingia plantas foi identificado por pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas

Comércio

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201212 Produção

A Fiesp (Federação das In-dústrias do Estado de São Pau-lo), em parceria com o Icone (Instituto de Estudos do Co-mércio e Negociações Interna-cionais), elaborou as projeções para o agronegócio brasileiro na próxima década. O projeto que recebeu o nome de “Outlook Brasil 2022” analisou 16 produ-tos agroindustriais – entre eles milho, soja, carnes e fertilizan-tes – e traçou projeções para o consumo doméstico, produção, exportação, importação, esto-ques, área plantada e consumo de fertilizantes. Impactos futu-ros desses segmentos na eco-nomia e infraestrutura de trans-porte do país também foram mensurados.

Todos os resultados estão disponíveis no endereço www.fiesp.com.br/outlookbrasil.

“A Fiesp trabalha pelo de-senvolvimento do Brasil e, nes-te sentido, sempre atuou para garantir a integração e o cresci-mento dos diversos setores da economia”, explica Paulo Skaf, presidente da Fiesp. “Nosso Departamento do Agronegócio nasceu dessa visão e da neces-sidade de formular e propor políticas que levem em conta a interdependência natural entre a atividade agropecuária e a in-dústria de insumos e alimentos.

Assim, como resultado dessa iniciativa, idealizamos o Outlook que, com certeza, irá contribuir de forma muito positiva para o país, ao antecipar as ações ne-cessárias para promover o cres-cimento e a geração de empre-gos e riquezas para o Brasil.”

Destaque na balança comer-cial brasileira, a soja apresen-tará crescimento de 43% de suas exportações e a produção total atingirá a marca de 96,9 milhões de toneladas, puxada especialmente pelos ganhos de produtividade.

Segundo o estudo da Fiesp, a região Centro-Oeste Cerra-do consolidará sua posição de principal produtora, com 34% do total.

As projeções para os produ-tos da cesta básica, como o ar-roz e o feijão, por exemplo, são conservadoras. Mesmo com um tímido crescimento do consumo per capita, a produção projeta-da de arroz, que atingirá 14,1 milhões de toneladas em 2022, será insuficiente para atender o mercado interno.

O fato resultará em um défi-cit comercial de 679 mil tonela-das em 2022.

Já a produção de feijão deve aumentar 938 mil toneladas para atender a demanda domés-tica, o que também será insufi-ciente para fazer frente ao con-sumo. Sendo assim, daqui a dez anos, o Brasil continuará sendo importador líquido de feijão, ad-quirindo no exterior um volume de 114 mil toneladas.

Em contrapartida, as ex-portações de carne de frango, bovina e suína apresentarão incrementos significativos. O Brasil continuará sendo um grande fornecedor para o mer-cado mundial, aumentando a sua participação como o maior exportador de carnes de frango e bovina, além de disputar o ter-ceiro lugar em carne suína com o Canadá.

As exportações serão divi-didas da seguinte maneira: 5,9 milhões de toneladas de carne de frango, 2,7 milhões de tone-ladas de carne bovina e 700,2 mil toneladas de carne suína – um crescimento para o período projetado de 46%, 87% e 28%

respectivamente. Estima-se que, em dez anos, a produção desses três produtos juntos atingirá a marca de 32,9 milhões de tone-ladas.

Fertilizantes e logística

Para o setor de fertilizantes destaca-se a redução da depen-dência do Brasil em relação ao mercado internacional. Se atu-almente o país importa 71% da sua necessidade de nutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio), em 2022 esse percentual cairá para 56%.

O fato se deve à ampliação da capacidade de produção da indústria de fertilizantes, que crescerá 54% no período.

A importância da logística de transporte da produção futura foi alvo de análise. Para isso, o estudo projetou três diferentes cenários, com destaque para aquele que considera a inclusão da hidrovia Teles Pires Tapajós como alternativa ao escoamen-to da safra de grãos, principal-

Fiesp lança estudo com projeções do agronegócio para 2022

mente no Centro-Oeste Cerrado. Nessas condições, o fluxo total de transportes em ferrovias e rodovias seria reduzido em 4% e o transporte por hidrovias do-braria em 2022 em comparação a 2010.

Impactos

O Outlook Brasil também analisou a dinâmica do uso da terra. Os dados apontaram subs-tancial redução da necessidade de novas áreas para produção agropecuária, consequência dos ganhos de produtividade e da ampliação das lavouras sobre as pastagens, que cederão 5,4 milhões de hectares para a pro-dução de grãos.

Em termos econômicos, o trabalho mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos setores analisados apresentará incre-mento de 42% na próxima déca-da. Somente os produtos anali-sados responderão por 19% dos empregos, isto é, mais de 23 mi-lhões de pessoas em atividade.

Até meados de junho entra em funcionamento a primeira etapa da Plataforma de Gestão Agrope-cuária (PGA), sistema informa-tizado que vai unificar os dados sobre o trânsito do gado no país e integrar diversos mecanismos de controle, inclusive o sanitário. A sistema foi entregue no dia 18 de abril pela Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao Ministério da Agricultura.

A plataforma vai permitir maior controle sobre a movimen-tação dos rebanhos, com uma base de dados únicos, evitando a duplicidade de informações. Além disso, possibilitará ações rápidas em caso de ocorrência dos cha-mados eventos sanitários, como febre aftosa. A ideia é que todos os estados saibam antecipadamente qual movimentação de gado de-têm, a origem desses animais e o destino deles. Atualmente a ges-tão dessas informações é estadu-al, com sistemas informatizados diferentes. Em alguns estados, o processo ainda é manual.

“O maior beneficiado com isso é o consumidor, que vai ter infor-mações fidedignas em tempo real da origem de seu produto”, disse a presidente da CNA, Kátia Abreu. “Estamos iniciando com a carne, mas em breve, poderemos ter a alface, o leite e demais produtos produzidos no Brasil”, completou.

A atualização do sistema será feita por todos os envolvidos no processo, como produtores, ór-gãos de fiscalização e laborató-rios. A fiscalização se dará por amostragem, com auditorias. “Confiança será a palavra-chave para inserção dos dados no siste-ma”, ressaltou Kátia Abreu.

Para o ministro da Agricul-tura, Mendes Ribeiro Filho, o lançamento desse mecanismo de gestão é a garantia de que as informações serão organizadas a partir de agora. “A plataforma nada mais é do que todo mundo dizendo: Vamos organizar tudo e deixar de forma clara para explo-rar o nosso potencial e dar segu-rança para o consumidor. Preci-samos da máxima clareza de que está tudo certo.”

Inicialmente, a ferramenta vai englobar o controle online do trânsito de todos os animais do país. Depois, será ampliada para abranger a fiscalização do trânsi-to dos animais, a gestão de nor-mas para exportação de produtos de origem animal e o bloqueio no caso de eventos sanitários.

Plataforma de Gestão Agropecuária começa a funcionar em dois meses

PECUÁRIA

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 13

Brasil terá área e produção recordes na safrinha 2012Mato Grosso deve liderar a produção na segunda safra brasileira de milho 2012, com colheita estimada de 10,360 milhões de toneladas

O Brasil deve cultivar 6,767 milhões de hectares de milho segunda safra, também conhecida por safrinha, conforme a nova estimativa divulgada pela consultoria Safras & Mer-cado. Essa área supera os 5,987 milhões de hectares indicados em março.

De acordo com o ana-lista sênior de Safras & Mercado, Paulo Molinari, a safrinha 2012 confirma uma área recorde, supe-rando em 26,5% os 5,351 milhões de hectares cul-tivados na segunda safra 2011. O grande destaque em termos de área fica com o Mato Grosso do Sul, que irá cultivar 1,211 milhão de hectares, com uma expan-são de 56,6% frente aos 773,450 mil hectares culti-vados no ano passado.

“Estados tradicionais no cultivo de milho safri-nha, como o Mato Grosso e o Paraná, aparecem, res-pectivamente, com um in-cremento de área menor, de 32,8% e 16,3%”, comen-ta. Molinari afirma que a produção da safrinha pode chegar a 30,626 milhões de toneladas, volume nunca anteriormente alcançado, que está acima das 27,509 milhões de toneladas in-dicadas em março. “Esse volume, se confirmado, irá superar em mais de 34% as 22,837 milhões de tone-ladas de milho colhidas na safrinha 2011”, analisa.

O Mato Grosso deve li-derar a produção na segun-da safra brasileira de milho 2012, com colheita estima-da de 10,360 milhões de toneladas. “Esse volume esperado supera em mais de três milhões de tonela-das o obtido na safrinha do ano passado”, destaca. Para o Paraná, Molinari estima uma produção de 9,681 mi-lhões de toneladas, ante as 7,160 milhões de toneladas colhidas no ano passado. Já o Mato Grosso do Sul deve colher 5,449 milhões de to-neladas de milho.

A produtividade média estimada para a safrinha 2012 de milho é de 4.525 quilos por hectare, supe-rior à registrada no ano passado, de 4.267 quilos por hectare. “A maior pro-dutividade média da sa-frinha 2012 está prevista para o Paraná, de 5.354 quilos por hectare.

O Oeste do estado deve colher 5.700 quilos por hectare de milho, liderando o rendimento médio a ser registrado em todo o Cen-tro-Sul do Brasil”, sinaliza Molinari.

DIRETO DO CAMPO

Page 16: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201214 Agrícola

O inhame (Dioscorea spp.), também conhecido como ‘cará’ em algumas regiões do Brasil, constitui alimentação básica para mais de cem milhões de pessoas e representa, atualmen-te, uma das mais importantes culturas de raízes e tubérculos do mundo. Neste cenário, a Áfri-ca detém a hegemonia, sendo responsável por cerca de 96% da produção mundial de inha-me, onde destacam-se países como Gana, Costa do Marfim e Nigéria. Embora o Brasil possua registros de cultivo de inhame desde os primórdios da colo-nização e apresente condições edafoclimáticas favoráveis para o cultivo e exploração dessa cul-tura, sua participação no mer-cado mundial ainda é pequena, cerca de 0,5%.

Entre as espécies impor-tantes economicamente no ce-nário mundial, destaca-se D. cayenensis (inhame amarelo) e D. rotundata (inhame branco). Atualmente existem ainda con-trovérsias sobre a taxonomia dessas espécies.

Alguns pesquisadores as consideram como sendo duas espécies diferentes, enquanto outros consideram ambas como parte de um complexo de espé-cies.

Estas espécies são manti-das sob cultivo por comunida-des tradicionais em sistema de agricultura familiar, que vem sofrendo fortes pressões socio-econômicas ao longo dos últi-mos anos, colocando em risco a diversidade genética dos recur-sos vegetais mantidos nesses ambientes. Visto que existem

atualmente no Brasil poucas pesquisas relacionadas ao inha-me, a bióloga Lidinalva Resende Gomes da Silva procurou carac-terizar a diversidade genética de etnovariedades de Dioscorea cayenensis e D. rotundata prove-nientes de diversos municípios das regiões Sul, Sudeste e Nor-deste do país, utilizando marca-dores morfológicos e molecula-res. O estudo foi desenvolvido no programa de Pós-graduação da Esalq/USPE, sob orientação de Elizabeth Ann Veasey, pro-fessora do Departamento de Genética.

Para tanto foram visitadas 45 unidades familiares, num total de 22 municípios, sendo nove em Pernambuco e nove na Paraíba, dois em São Paulo e dois em Santa Catarina, abran-gendo 39 comunidades ou bair-ros. “Uma biblioteca genômica foi construída para a seleção de marcadores moleculares, como os microssatélites, que foram utilizados para estimar a diver-sidade genética, juntamente com os marcadores morfológi-cos, explica a autora do estudo.

Os resultados demonstra-ram elevada variabilidade gené-tica para ambos os marcadores, morfológicos e microssatélites, entre os acessos. “Observou-se que a maior parte dessa varia-bilidade encontra-se entre regi-ões e entre espécies, e que essa variabilidade encontra-se estru-turada no espaço, havendo alta e significativa correlação entre distâncias genéticas e distân-cias geográficas, bem como alta correlação entre ambos os mar-cadores”, explica. Tanto as aná-

lises de agrupamento, como as análises de coordenadas princi-pais, indicaram a separação dos acessos em dois grupos distin-tos: grupo I, com acessos cole-tados na região Nordeste e em sua maioria identificados como pertencentes à espécie D. rotun-data, e grupo II, com acessos co-letados na região Sudeste e em sua maioria identificados como pertencentes à espécie D. caye-nensis, sendo que os três aces-sos coletados na região Sul fica-ram ou na zona intermediária entre os dois grupos, ou em um dos grupos. “Diante desses da-dos pode-se inferir que no Bra-

O Ministério da Agricultura aprovou os requisitos fitossa-nitários para a importação de frutos de abacate produzidos no Chile.

As recomendações foram publicadas por meio da Instru-ção Normativa nº 9, e se refe-rem ao tipo Persea americana do fruto.

De acordo com a IN, os pro-dutos deverão estar lavados, escovados, encerados e livres de restos vegetais, impurezas e material de solo. O envio de-verá ser acompanhado do Cer-

Pesquisa caracteriza a diversidade genética do inhame

sil ocorre, aparentemente, uma separação entre as espécies em estudo, sendo que D. cayenensis ocorre principalmente na região Sudeste e D. rotundata ocorre predominantemente na região do Nordeste”, comenta a biólo-ga.

“O conjunto de informações geradas nesta pesquisa reforça a importância da identificação e caracterização da diversida-de genética dessas espécies ou desse complexo de espécies, trazendo subsídios para progra-mas de melhoramento no Brasil, bem como a grande importância dos agricultores tradicionais e/

ou familiares na conservação e geração de variabilidade des-sas espécies”, ressalta Lidinalva. Além disso, a pesquisadora veri-fica a necessidade de se realizar expedições de coleta a fim de preservar esses recursos gené-ticos por meio de práticas de conservação ex situ, em bancos de germoplasma, como in situ, dentro da visão de conservação in situ na propriedade rural, conhecida como conservação on farm. “A proposta é facilitar a utilização desses recursos em futuros programas de melhora-mento genético da cultura do inhame”, conclui.

Aprovada importação de abacate do ChileMapa. Os custos do envio das amostras e da análise fitossa-nitária serão do interessado em importar o produto chileno, que ficará depositário do res-tante da partida até a conclusão dos exames e emissão dos res-pectivos laudos de liberação.

A ONPF do Chile deverá co-municar à ONPF do Brasil qual-quer ocorrência de nova praga no território daquele país. No caso do descumprimento das exigências estabelecidas na Instrução Normativa, o produ-to não poderá entrar no Brasil.

tificado Fitossanitário, emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária – ONPF do país exportador, com uma Declaração Adicional garantin-do que o lote foi inspecionado e encontra-se livre de Pseudo-coccus calceolariae e Brevipal-pus chilensis.

As partidas dos frutos serão fiscalizadas no ponto de ingres-so no Brasil pela Inspeção Fi-tossanitária e estarão sujeitas à coleta de amostras para análise fitossanitária em laboratórios oficiais ou credenciados pelo

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 15Agrícola

As empresas de agrotóxicos terão até 1º de outubro deste ano para regulari-zar a rotulagem dos novos produtos, de acordo com determinação do Departa-mento de Fiscalização de Insumos Agrí-colas e Afins, do Ministério da Agricultu-ra. O ato foi publicado no Diário Oficial do último dia 23 de abril.

A inserção da faixa toxicológica co-lorida na bula dos agrotóxicos passou a ser obrigatória em janeiro de 2002 e, desde então, as empresas vêm se adap-tando.

Mas, a partir de agora, o Ministério da Agricultura, juntamente com a Anvi-sa, passa a fiscalizar o setor.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a penalidade para quem descumprir a norma pode variar do pagamento de multa à suspensão da produção. A alteração da rotulagem não é necessária para os produtos que já fo-ram rotulados e distribuídos.

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), repre-sentantes dos citricultores e da indús-tria de suco de laranja, respectivamente, assinaram no dia 18 de abril o estatuto de formação do Consecitrus. A criação do conselho, que terá como objetivo estabelecer políticas e diretrizes para a cadeia produtiva da citricultura, se ar-rastava por dois anos, em razão, de posi-ções divergentes entre os próprios pro-dutores e também entre os agricultores e a indústria. Cada entidade terá direi-to a indicar três representantes para o Consecitrus, que terá como superinten-dente o ex-secretário de Agricultura de SP, João de Almeida Sampaio Filho. A Faesp (Federação da Agricultura e Pecu-ária do Estado de São Paulo) foi excluída do acordo por exigir maior representati-vidade no conselho, bem como por vetar o nome de João Sampaio.

Entre janeiro e março desse ano, o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos), formado por agricultores, fabricantes - encaminhou para o destino ambiental-mente correto 9.481 toneladas de em-balagens vazias de agrotóxicos em todo o país. O volume representa um cresci-mento de 17% quando comparado ao mesmo período de 2011.

De acordo com o InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embala-gens Vazias), os maiores volumes desti-nados foram em Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais.

Diversas ações são desenvolvidas para conscientizar o homem do campo sobre a importância de realizar a corre-ta lavagem e devolução das embalagens no local indicado na nota fiscal. A mais recente é a campanha “Orgulho da Na-ção”, que será veiculada em rede nacio-nal até maio.

O Ministério da Agricultura publicou a Instrução Normativa nº 9, que autoriza a inscrição de 23 espécies frutíferas no Registro Nacional de Cultivares (RNC). O cadastro habilita as espécies e cultivares para o sistema produtivo formal, permi-tindo a produção, o beneficiamento e a comercialização.

De acordo com a Coordenação de Sementes e Mudas do órgão, como são variedades silvestres e exóticas de do-mínio público, é responsabilidade do Mapa inscrever sem a necessidade de mantenedor, pois essas culturas já se encontram em processo de exploração.

Entre as plantas que poderão ser ins-critas no RNC estão uva japonesa, gro-selha, umbu ou cajá, atemóia, jamelão, amora-preta e jambo.

Sem a inscrição das no RNC, os pro-dutores tinham dificuldades para co-mercializar suas mudas nos estabeleci-mentos comerciais.

A melancia desempenha impor-tante papel na alimentação huma-na, especialmente nas regiões tro-picais, onde o consumo é elevado. Seu fruto é consumido quase que exclusivamente in natura. Porém, também pode ser usado na confec-ção de sucos, geléias, doces, molhos e em saladas. Suas sementes, ricas em gordura, proteína, tiamina, nia-cina, cálcio, fósforo, ferro e magné-sio, também podem ser consumi-das, como ocorre na China, Índia e outros países.

As mini melancias apresentam frutos com peso que varia de um a três quilos, seguindo a tendência de redução do tamanho da família brasileira. Um fruto é adequado, em média, para duas a quatro pessoas, sendo facilmente armazenado na geladeira, ao contrário dos grandes frutos das melancias tradicionais.

Dessa forma, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (USP/Esalq), por meio da Casa do Produtor Rural (CPR), lançou, no dia 14 de abril, a cartilha “Cultivo

Empresas têm até 1º de outubro para regularizar rotulagem de agrotóxicos

Produtores e indústria criam conselho para fortalecer citricultura brasileira

Autorizada inscrição de 23 variedades frutíferas em cadastro oficial

Brasil destina mais de nove mil toneladas de embalagens de agrotóxicos

de Mini Melancia em Casa de Vege-tação”. A publicação tem como obje-tivo fornecer informações sobre o cultivo do fruto em casa de vegeta-ção, visando uma alternativa de ex-ploração comercial para o produtor.

Escrita pelo doutorando Ra-fael Campagnol, pelo graduando Rodrigo Pereira Diniz Junqueira e pela professora Simone da Costa Mello, do Departamento de Produ-ção Vegetal (LPV), a cartilha abor-da, com uma linguagem adequada ao produtor rural, as cultivares de mini melancia, condições climáti-cas, sistemas de cultivo, produção de mudas, sistemas de condução, poda, irrigação e manejo de pragas e doenças.

Com edição limitada, o material poderá ser retirado gratuitamente na Casa do Produtor Rural, de se-gunda a sexta-feira, das 08h às 12h e das 14h às 18h, no prédio da Pes-quisa, Cultura e Extensão Universi-tária da Esalq.Mais informações: [email protected] e (19) 3429.4178

Para incrementar o progra-ma Rede Brasil Rural, criado no final do ano passado pelo governo federal, e que consiste basicamente numa plataforma eletrônica, o Ministério do De-senvolvimento Agrário (MDA) pretende instalar, em breve, um comércio virtual para que os produtos da agricultura fami-liar sejam oferecidos e comer-cializados pela internet. Segun-do o secretário de agricultura familiar, Laudemir Muller, ain-da não há prazo para que esse comércio eletrônico comece a funcionar. Ele acredita, porém, que em alguns meses o novo sí-tio está disponibilizado ao pú-blico.

Explicou o secretário que o “consumidor final vai poder comprar, da sua casa, produ-tos da agricultura familiar”. Esses produtos também serão oferecidos com prioridade aos gestores municipais de ali-mentação escolar. A entrega dos produtos, constituído por produtos não perecíveis ou ar-tesanais, ficará a cargo dos Cor-reios, disse Muller.

A primeira etapa do progra-ma, segundo o secretário, con-siste em cadastrar os empre-endimentos familiares. “Hoje temos mais de 400 entidades

Venda de produtos da agricultura familiar será feita pela internet

diariamente em todo o país vêm da agricultura familiar. “Hoje, a agricultura familiar tem a capacidade de abastecer o país inteiro”, disse Muller.

cadastradas na Rede Brasil Ru-ral, que representam mais de 150 mil famílias”, disse ele.

Segundo ele, 70% dos ali-mentos que são consumidos

Esalq lança cartilha sobre mini melancia

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201216

Orgânicos: muito além dos alimentos

Beneficiando a saúde do consumidor e o meio-ambiente, os orgânicos são produzidos ou cultivados sem o uso de agro-tóxicos ou hormônios e adubos artificiais, além de obedecerem a uma série de outros requisi-tos, como as relações de traba-lho justas na cadeia produtiva. A Bio Brazil Fair, maior evento de negócios do setor, reunirá de 23 a 27 de maio em São Paulo centenas de empresas e pro-dutos com o selo orgânico, e a diversidade não se concentra apenas em alimentos e bebidas.

Produtos à base de com-ponentes naturais, extraídos de forma sustentável ou culti-vados sob preceitos ecológicos também ganham mercado em outros segmentos.

Na indústria do vestuário, por exemplo, a Será o Benedito cria linhas misturando algodão 100% orgânico a outros ma-teriais, como o couro vegetal, juta, além de reutilizar mate-riais descartados como lonas de caminhão, PET e material de vedação para a construção civil. Com processos de lavagem e tingimento também marcados pela sustentabilidade, a em-presa produz roupas, calçados, bolsas e chapéus, entre outros acessórios de visual arrojado. A marca foi lançada em um desfi-le em 1995, e hoje está presen-te em diversos distribuidores, inclusive nos Estados Unidos.

A Arte dos Aromas produz cosméticos sofisticados a partir de espécies amazônicas como o buriti, andiroba, açaí, entre outros cujas propriedades são cada vez mais estudadas e re-comendadas em pesquisas e universidades. Com a maté-ria prima extraída de forma sustentável, a empresa ainda oferece oportunidade de ren-da para famílias ribeirinhas da região amazônica, uma al-ternativa que pode evitar que tais comunidades recorram ao desmate e à venda de madeiras para sobreviverem. Sua linha hoje conta com dezenas de pro-dutos, diversos distribuidores e são inclusive exportados para a Europa.

Há na feira também uma fabricante de produtos de lim-peza biodegradáveis, elabora-dos a partir da babosa, ou Aloe Vera. No catálogo da Cassio-peia, soluções para todas as ta-refas domésticas: lava-roupas, desengordurante e multi-uso. Neste ano apresenta uma linha para limpeza industrial e lan-ça na feira um amaciante para roupas infantis.

Entre o setor de alimentos e bebidas, empresas grandes a pequenas, ano a ano, ampliam suas linhas, abarcando desde FLVs a grãos, óleos, bebidas, carnes, e mesmo alimentos com maior grau de processamento como molhos, vinhos, queijos,

refeições congeladas, e até so-pas ou macarrão instantâneo.

Com a redução dos mer-cados norte-americano e eu-ropeu, empresas brasileiras voltam seus olhos aos consumi-dores locais. A Native, pioneira em produção de açúcar orgâni-co, ampliou sua linha para su-cos, grãos e matinais orgânicos e lança uma linha de geléias com frutas e sabores típicos de regiões diferentes como Ásia, Europa, América do Sul, prepa-radas a partir de romãs, cran-berries, maracujá e yumberries orgânicos.

Supermercados investem em linhas próprias, com óti-mos resultados. A marca Taeq, do grupo Pão-de-Açúcar, outro expositor da Bio Brazil Fair, in-vestiu no conceito de saudáveis e as vendas de seu portfólio de orgânicos vem crescendo em média 30% ao ano. Para a feira, irá lançar uma linha de queijos orgânicos, começando com mi-nas frescal e ricota fresca e que deve ser complementada com mussarela e requeijão até o fi-nal do ano.

Com a ampliação da oferta os preços dos orgânicos, tradi-cional entrave para uma popu-larização ainda maior, tendem a reduzir. E tais fatores somados a uma consciência maior do consumidor, mais informado e exigente por produtos saudá-veis e ecológicos, impulsionam

SERVIÇO:BIO BRAZIL FAIR 2012, 8ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e AgroecologiaData: 24 a 27 de maioHorário: 11h às 20h Local: Pavilhão da Bienal do Ibirapuera Site: www.biobrazilfair.com.br

EVENTO DE NEGÓCIOS E ABERTO AO PÚBLICO

um crescimento constante do segmento como um todo. Entre empresários, representantes e militantes do setor, é unânime a ideia de que há um mercado imenso ainda a ser conquista-do.

Os números da própria Bio Brazil Fair confirmam essa per-cepção. De 160 expositores e 9 mil visitantes em 2004, sua 1ª edição, a Bio Brazil Fair rece-beu no ano passado um total de 216 expositores e 21,7 mil vi-sitantes, entre profissionais do setor e público em geral.

Paralelamente à Bio Brazil Fair acontece a NaturalTech 2012, 8ª Feira Internacional de Alimentação Saudável, Produ-tos Naturais e Saúde, desenvol-vida especialmente para o setor de produtos e serviços natu-rais, saudáveis e sustentáveis, tais como alimentos vegetaria-nos, probióticos e funcionais, suplementos alimentares, cos-méticos, spas, cromoterapia, aromatologia e muitos outros.

Cerca de 100 represen-tantes da classe produtora, entre pecuaristas e lideran-ças do setor, participaram de reunião realizada pela Confederação da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA), no dia 2 de maio, na sede da Associação Brasi-leira dos Criadores de Zebu (ABCZ), durante a 78ª Ex-poZebu, a maior mostra de gado zebuíno do mundo.

O encontro teve como objetivo discutir propostas para integrar um documen-to que será apresentado pela CNA durante a Confe-rência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho, no Rio de Ja-neiro (RJ).

Segundo o mediador da reunião, Sérgio Cordioli, a contribuição dos pecu-aristas enriqueceu o que já havia sido anotado em um primeiro encontro, em Brasília (DF), no dia 18 de abril. Divididos em grupos de trabalho, os pecuaris-tas apresentaram propos-tas para cinco temas: meio ambiente, inovação e tec-nologia, educação no meio rural, segurança alimentar e nutricional e erradicação da pobreza.

Sobre o tópico meio ambiente, os pecuaristas reivindicam remuneração pelos serviços prestados em termos de preserva-ção da biodiversidade. Até por essa condição é que os participantes sugeriram, também, a criação de um ranking global de países em relação à preservação do meio ambiente, para que a sociedade saiba como cada nação está lidando com o assunto. “A pecuária brasileira tem evoluído de forma sustentável, apoia-da em desenvolvimento tecnológico e aumento de produtividade, sem a ne-cessidade de ampliar área. E ainda podemos avançar muito mais. Isso é um gran-de diferencial”, comenta o presidente da ABCZ, Edu-ardo Biagi.

ECONOMIA VERDE

Pecuaristas definem propostas do setor para a Rio+20

Agroecologia

Page 19: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 17

Page 20: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201218 Qualidade

Qual é o market share do ETSP?

Todas as empresas usam a sua porcentagem de partici-pação no mercado, ou market share, como medida do seu de-sempenho numa região, para um determinado grupo de pro-dutos.

Como medimos o market share do Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Cea-gesp? Como conseguimos sa-ber se a nossa particpação no mercado está crescendo?

O estudo realizado no início do ano passado sobre O destino dos produtos comercializados mostrou que 56% do volume comercializado na Ceagesp vai para Região Metropolitana de São Paulo, 77% vai para o Esta-do de São Paulo (aqui incluído a Região Metropolitana de São Paulo) e 22% para os outros es-tados brasileiros.

O segundo passo foi o le-vantamento da evolução das populações do Brasil, do Estado de São Paulo e da Região Metro-politana de São Paulo, utilizan-do os dados do IBGE ( Instituto Brasileiro de Geogra�ia e Esta-tística). No período entre 1981 a 2011, a população brasileira cresceu 61%, passando de 121 milhões para 194 milhões de habitantes; a população paulis-ta cresceu 64% - de 25 milhões para 42 milhões de habitantes; a população da Região Metropo-litana de São Paulo cresceu 55% - de 13 milhões para 20 milhões de habitantes e a população paulistana cresceu 32% - de 9 milhões para quase 12 milhões de habitantes.

As estatísticas mostram que o ETSP está perdendo market share. Todos os números foram convertidos, tendo como base 100, o ano de 1981. É muito visível a diferença entre o cres-cimento da população brasileira e o crescimento do entreposto paulistano. Se considerarmos que o destino do produto é o mesmo praticado hoje, pode-mos calcular a evolução do con-

Sabrina Leite de OliveiraAnita de Souza Dias GutierrezCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Começamos pelo levanta-mento da evolução do volume comercializado pelo Entrepos-to Terminal de São Paulo da Ceagesp, entre 1981 e 2011, com os dados da SEDES (Seção

de Economia e Desenvolvimen-to) da companhia. O volume foi de 2.304.018 toneladas em 1981 para 3.234.362 toneladas em 2011 – um crescimento de 40%.

É possível veri�icar que en-tre 1999 e 2001, houve uma queda no crescimento e que a partir de 1999, o crescimento foi contínuo, chegando a 30% entre 1999 e 2011.

sumo per capita das frutas e hortaliças originárias do ETSP no Brasil e na Região Metropo-litana de São Paulo, o principal destino de nossos produtos. O abastecimento per capita da Região Metropolitana de São Paulo pelo ETSP caiu 11%, de

101 quilos em 1981 para 91 quilos em 2011 por habitante da Região Metropolitana de São Paulo.

Precisamos agora trabalhar os dados de evolução da pro-dução e de consumo de frutas e hortaliças frescas . O cresci-

mento da produção e do consu-mo superiores ao crescimento do volume no entreposto pau-listano da Ceagesp serão bons indicadores de maior diminui-ção do nosso market share e da nossa importância no abasteci-mento.

PESQUISA

77% do volume comercializado no entreposto paulistano da Ceagesp abastece a Região Metropolitana e o estado de São Paulo, enquanto 22% das mercadorias seguem para outras unidades da federação

l. Evolução do volume em toneladas no Entreposto Terminal de São Paulo, entre 1981 a 2011

ll. Comparação da evolução entre as populações brasileiras, paulistas, da RMSP e o volume do ETSP - com base 100

Tradicional produtora de maçãs, queijos e vinhos, a Rasip Agro Pastoril S.A, acaba de ingressar também no segmento de azeite de oliva, sob a marca Campos Gourmet. O lançamento do produto aconteceu durante a Apas 2012 – 28º Congresso e Feira de Negócios em Super-mercados, que ocorreu de 7 a 10 de maio, na Expo Center Norte, em São Paulo.

“Este é um mercado de grande potencial já que o Brasil é altamente de-pendente de importações. Realizamos um criterioso trabalho de pesquisa entre os produtores do exterior e escolhemos o que existe de mais premium para iniciar nossa importação. Estare-mos disponibilizando aos clientes três variedades, todos com acidez de 0,2%”, a�irma o diretor superin-tendente, Sérgio Barbosa, ao explicar que nesta etapa a Rasip atuará com produto importado e numa segunda etapa com produção própria, prevista para 2014.

O azeite de oliva Extra Virgem Campos Gourmet estará nos pontos de ven-da dos principais estados brasileiros, onde a Rasip já comercializa o Queijo Tipo Grana Gran Formaggio e de-rivados do leite sob a marca Campos de Vacaria. Para en-trar no ramo, a Rasip vem se preparando há pelo menos três anos no desenvolvimen-to e cultivo experimental de um hectare de oliveiras das variedades arbequina e ku-roneike, a primeira originá-ria da Espanha e a segunda, da Grécia. Em 2012, a Rasip deve colher as primeiras oli-vas e fazer o primeiro azeite da região. Após esta fase que comprova o potencial de produção das azeitonas, a Rasip plantará 30 ha e ainda neste ano inicia o segundo estágio da produção. Com-provando a viabilidade téc-nica, qualitativa e econômica numa terceira fase a área será ampliada. Este é um sonho antigo do fundador da Rasip. Apaixonado pela terra, Raul Anselmo Randon costuma dizer que “quando bem tratada, a terra devolve bons alimentos”.

Rasip entra no mercado

de azeite de oliva

LANÇAMENTO

Page 21: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 19

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Variedades de maçã comercializadas na Ceagesp

Qualidade

Fruteira típica de clima tem-perado, a cultura da maçã é uma das atividades que mais recebe investimento em tecnologia e qualidade no país. Segundo o CEPA/SC (Centro Socioeconô-mico e Planejamento Agrícola) , as cultivares mais produzidas, Gala, Fuji e Golden Delicious, são responsáveis por cerca de 95% da produção nacional.

Gala representa cerca de 46% do volume total produzi-do. Apresenta formato redon-do e alongado e cor vermelho-clara, muito doce, polpa bem �irme e ligeiramente ácida. Esta cultivar vem sendo gradativa-mente substituída por clones de coloração mais vermelha dos frutos, como a Royal Gala, Imperial Gala e Galaxy. Seus frutos são colhidos nos meses de janeiro e fevereiro.

A Fuji representa cerca de 45% da produção, tem sabor doce e ácido, redonda, de casca vermelha rajada, polpa dura, e textura suculenta. Seus clones Fuji Suprema e Kiku, que tam-bém tem frutos mais averme-lhados, produzem nos meses de abril e maio, sendo uma fru-

ta de sabor doce e muito sucu-lenta. A Fuji apresenta, ainda, a vantagem de ser mais resis-tente ao armazenamento que a Gala. A Golden Delicious atinge cerca de 6% da produção, de coloração vermelha com tons avermelhados

A Red Delicious de casca vermelho brilhante e escura, é a mais doce de todas e não

é muito ácida e são parecidas com as maçãs argentinas.

A Granny Smith, também conhecida como maçã verde, tem a casca verde e azeda.

A Eva foi desenvolvida em pesquisa de melhoramento genético do Iapar. É a mistura da Anna com a Gala. Tem for-mato cilíndrico, sabor doce e alta acidez. Outras cultivares plantadas são a Brasil, Anna e

Condessa que possuem baixa exigência em frio, o que as tor-na recomendáveis para plantio em regiões mais quentes e com produção entre dezembro e a primeira quinzena de janeiro.

Os programas de melhora-mento genético vêm criando cultivares com menor exigência em frio e resistentes a doenças, destacando-se a Imperatriz, Daiane, Baronesa, Catarina e

Joaquina, as últimas duas resis-tentes a sarna, importante do-ença fúngica que ataca folhas e frutos das macieiras. Em 2011, a maçã ocupou a quinta posição no ranking geral de produtos mais comercializados na Cea-gesp, com 135.125, 84 tonela-das, correspondendo a 4,2% e �icou na terceira posição en-tre as frutas, perdendo apenas para a laranja e o mamão.

Pesquisa: Sabrina Leite de Oliveira, Viviani Oliveira, Raphael A. GonçalvesDesenho: Bertoldo Borges Filho

O Valor Bruto da Produção (VBP), referente às 20 principais lavouras do país, deve somar R$ 211,24 bilhões em 2012. O cálculo é feito pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, e o resultado divulgado no dia (15), teve como base os dados do mês de abril.A estimativa atual é mais de R$ 10 bilhões me-nor do que o previsto no mês passado, quando o estudo mostrou um resultado de R$ 218,63 bilhões. Também é inferior ao obtido no ano passado, R$ 216,26 bilhões. Além das consequ-ências da seca no Sul terem sido graves, os pre-ços de alguns produtos caíram, o que interfere no VBP.

Segundo o ministério, o VBP caiu 20,3% no Sul. Será o primeiro ano em que o valor da pro-dução do Centro-Oeste será maior do que o do Sul desde o início da série histórica, em 1997.

As maiores quedas do VBP por produtos fo-ram: batata-inglesa (-40,5%), fumo (-52,2%), ce-bola (-9,3%), cacau (-10,9%), laranja (-14,3%), soja (-12,9%) e tomate (-4,7%). Essas reduções, de acordo com o ministério, ocorreram princi-palmente por causa dos preços menores regis-trados no período pesquisado. Os destaques em relação ao aumento do valor bruto são: algodão (30,4%), cana-de-açúcar (9,5%), feijão (4%) e milho (16,4%).

Valor das lavouras do país deve cair

A produção de café para a safra 2012 apon-ta um crescimento de 16% quando comparado à temporada anterior que foi de 43,48 milhões de sacas. Os números da segunda pesquisa da safra do café realizado pela Conab (Companhia Nacio-nal de Abastecimento) foram apresentados no dia 10, em Brasília.

“A expectativa é histórica e supera a safra 2002 de 48,48 milhões de sacas”, a�irmou o se-cretário do Ministério da Agricultura, Manoel Jú-nior. Ele acrescenta que apesar da estiagem ocor-rida na Zona da Mata (MG) e Rondônia, e a queda na área plantada do Paraná, a reação nos preços do produto tem estimulado os cafeicultores a promover uma melhora tecnológica na lavoura.

Alta bienalidade e o manejo agrícola têm pos-sibilitado a obtenção de elevada produtividade e um produto de boa qualidade. Entre as práti-cas agrícolas adotadas pelos agricultores está o emprego de cultivares melhoradas, controle de pragas e doenças, calagem, adubação, irrigação, desbrota e a poda.

De acordo com a Conab, a produção mantém um crescimento constante, demonstrando que a maior utilização da mecanização, aliada às ino-vações tecnológicas, às exigências do mercado à qualidade do produto são fatores extremamente importantes e necessários para o avanço e mo-dernização da cafeicultura.

Brasil espera colher safra recorde de café

Page 22: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201220 Transporte

O presidente da Anfavea (As-sociação Nacional dos Fabrican-tes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini, con�irmou que as montadoras irão investir US$ 22 bilhões até 2015. Belini e outros representantes do se-tor conversaram com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, so-bre o novo regime automotivo brasileiro, que dá incentivos a um maior conteúdo de compo-nentes nacionais nos carros. O novo regime vigorará entre 2013 e 2017.

“O grande esforço agora é em busca da competitividade do setor no Brasil”, disse Belini, após reunião com o ministro, realizada em abril. Segundo Be-lini, os investimentos previstos para o setor começarão a des-lanchar já neste ano, tanto nas

Montadoras vão investir US$ 22 bilhões até 2015, diz presidente da Anfavea

Agência Brasil montadoras quanto no setor de autopeças. Ele destacou que as desonerações e os �inanciamen-tos também deverão contribuir para o aumento da produção.

Os representantes das mon-tadoras pediram a Mantega mais atenção para o crédito no varejo para a venda de veículos para, assim, expandir-se a pro-dução. Belini ressaltou, porém, que é baixo o volume de recur-sos destinados pelos bancos pú-blicos federais para o �inancia-mento ao consumidor.

Para ele, existem ainda di�i-culdades no setor para a venda de caminhões e a renovação da frota. “Na realidade, a quanti-dade de postos que está sendo implementada no país é satis-fatória. Porém, os frotistas não têm a segurança de que a capila-ridade de postos será su�iciente para fornecer diesel [para os

caminhões]. Isso é uma questão que precisa ser resolvida”, disse.

No último dia 3 de abril, o governo anunciou um aumento de recursos do Tesouro Nacio-nal para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com o objetivo de estimular a produção den-tro do novo Plano Brasil Maior, além do novo regime automoti-vo brasileiro.

Entre as medidas para o se-tor, estão a redução das taxas de juros �ixas de 10% ao ano para 7,7% ao ano para ônibus e cami-nhões com produção nacional e o aumento do prazo total do �i-nanciamento de 96 meses para até 120 meses.

Os juros do Procaminho-neiro caem de 7% ao ano para 5,5%, mas, para os ônibus hí-bridos, a taxa de 5% ao ano foi mantida.

Como parte do pacote de medidas anunciado pelo gover-no federal para o estímulo ao in-vestimento econômico do país, o BNDES reduziu taxas e deixou de exigir valor de entrada para as aquisições. O programa Pro-caminhoneiro agora conta com taxa de juros de 5,5% ao ano. Anteriormente, esse índice era de 7%. Outra mudança é o �i-nanciamento total. Até então, o comprador precisava dar uma entrada de, no mínimo, 10% do valor.

Para o presidente da Confe-deração Nacional do Transporte (CNT), senador Clésio Andrade, as novidades são positivas para o setor, que se esforça para re-novar a frota de caminhões. Segundo dados da Agência Na-cional de Transportes Terres-tres (ANTT), existem quase 1,7 milhão de caminhões registra-dos no país. A média de idade dos mais de 780 mil veículos de transportadores autônomos é de 19,1 anos, enquanto a dos ca-

Caminhoneiros já podem �inanciar veículos com juros menores

minhões de empresas (900 mil) é de 8,4 anos.

“A CNT defende uma política de governo para a renovação da frota, seja por razões econômi-cas, para tornar mais e�iciente a atividade transportadora, seja por questões ambientais. Os novos caminhões com padrão Euro 5, obrigatórios desde este mês de abril, emitem muito me-nos poluentes”, conclui Andra-de. O prazo máximo de �inancia-mento, pelo Procaminhoneiro,

é de 96 meses. Os recursos do programa podem ser utilizados para �inanciar a aquisição não apenas de caminhões, como também chassis, caminhões-tra-tores, carretas, cavalos-mecâni-cos, reboques, semi-reboques e carrocerias para caminhões, no-vos ou usados, com idade de até 15 anos, de fabricação nacional.

O presidente da União Na-cional dos Caminhoneiros, José Araújo “China” da Silva, come-mora as facilidades anunciadas.

Financiar caminhões e equipamentos de transporte rodoviário de cargas está mais fácil no Brasil

“A taxa de 5,5% é a ideal, agrada os bancos e também os cami-nhoneiros, que poderão com-prar veículos novos e usados, melhorando o transporte feito atualmente no país. Isso, aliado ao �im da carte-frete, é o resul-tado vitorioso de uma luta que temos há anos em parceria com a CNT”, declara.

RendaO apoio �inanceiro do Proca-

minhoneiro está limitado a, no

máximo, uma unidade de cada componente (cavalo-mecânico, chassis e carroceria) por trans-portador autônomo e a, no má-ximo, três unidades de cada componente (cavalo-mecânico, chassis e carroceria) por em-presário individual ou micro-empresa.

Os bene�ícios podem ser aproveitados por pessoas �ísicas com renda anual igual ou infe-rior a R$ 2,4 milhões de reais; empresários individuais e mi-croempresas, do segmento de transporte rodoviário de carga, com receita operacional bruta anual igual ou inferior a R$ 2,4 milhões ou, ainda, sociedades de arrendamento mercantil ou bancos com carteira de arren-damento mercantil.

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que �i-nancia máquinas e equipamen-tos, foi prorrogado por mais um ano, até dezembro de 2013. Pelo programa, as taxas para compra de ônibus e caminhões tam-bém foram reduzidas, de 10% para 7,7%, e o prazo máximo de amortização foi estendido de 96 meses para 120 meses. O ní-vel máximo de participação do BNDES foi elevado de 80% para 100% para micro e pequenas empresas e de 70% para 90% (grandes empresas).

ELZA FIUZA /ABr

FABIO RODRIGUES POZZEBOM /ABr

Page 23: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 21

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201222 Meio Ambiente

O Fórum Brasileiro de Mu-danças Climáticas repudiou a decisão do relator do novo Có-digo Florestal, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que retirou, do texto aprovado pelo Senado, o Artigo 62, referente às áreas de preservação permanente (APPs) às margens de rios. Para Piau, o assunto deve ser tratado em outro momento, por meio de projeto de lei ou medida provi-sória.

O secretário do Fórum Bra-sileiro de Mudanças Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, também diretor da Coordenação de Pro-gramas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Co-ppe/UFRJ), avaliou que a reti-rada da proteção às APPs pode interferir na proposta brasileira de enfrentamento às mudanças climáticas. “Do ponto de vista do fórum, isso pode impedir o Bra-sil de cumprir o seu compromis-so em Copenhague, que é redu-zir o desmatamento, que já vem sendo feito”. Pinguelli alertou que a medida sinaliza em senti-do contrário para o setor rural. “Não acho isso bom. A forma do Senado era muito melhor”.

Na 15ª Conferência das Par-tes da Convenção do Clima (COP 15), realizada em dezembro de 2009, em Copenhague (Dina-marca), o Brasil assumiu uma posição de vanguarda entre os países em desenvolvimento. A meta voluntária brasileira es-tabelece a redução da emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020, em relação ao que emitia em 1990. Isso prevê, por exemplo, a redu-ção de 80% do desmatamento na Amazônia e 40% no Cerrado até 2020.

Pinguelli disse que a Câmara está tendo um papel “retrógra-do, de retrocesso, o que é de-plorável”. Ele espera que o go-verno brasileiro vete o parecer dado pelo relator, caso o texto do novo Código Florestal seja votado dessa forma, “de manei-ra a fazer recuar esse relatório”. A expectativa do ambientalista é que a matéria seja revertida, uma vez que o governo possui maioria no Congresso Nacional.

O secretário considerou ain-da que a iniciativa do relator tem um impacto ruim e uma mensagem negativa às vésperas da Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sus-tentável (Rio+20), prevista para junho próximo, no Rio de Janei-

Fórum de Mudanças Climáticas condena alteração no Código feita pela CâmaraAgência Brasil

ro. “Você imagina a situação do governo e da presidenta Dilma Rousseff, em particular, na re-presentação junto aos países que virão à Rio+20, com uma notícia de que houve um recuo na legislação sobre o desmata-mento”. Pinguelli lembrou que não se trata somente do proble-

ma do desmatamento e da mu-dança climática, mas também com a questão das águas. “Tem a ver, com a poluição das águas, que são necessárias para o con-sumo humano e a própria pro-dução agrícola. Eles estão dando um tiro no pé deles mesmos”.

Além disso, salientou que a

Sem citar pontos do texto do novo Código Florestal, apro-vado nesta quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados, o mi-nistro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse que algumas par-tes do relatório poderiam ser “consertadas”.

“Talvez alguma coisa ainda possa ser feita, mas não quero interferir no trabalho dos par-lamentares”, informou o minis-tro. Além de falar sobre a apro-vação do código pela Câmara, Mendes Ribeiro mencionou a responsabilidade da Embrapa em relação aos bons resulta-dos alcançados pela agricultura brasileira nos últimos anos.

“O que o Brasil colhe hoje é resultado das quase quatro décadas de conhecimento e

Partes do Código Florestal podem ser “consertadas”, diz ministro da Agricultura

medida estabelece a anistia dos que não cumpriram a legislação até 2008. “É outro sinal muito negativo, para que se continue a não cumprir a legislação, já que ela é impune”. Para Pinguelli, os que não cumprem a lei acabam ficando em posição vantajosa em relação aos que o fazem.

pesquisa. Nossa produção de grãos cresceu mais de 170% e a área plantada cresceu pouco mais de 50%. Isso é resultado de pesquisa”, disse o ministro.

Em tom de resposta às crí-ticas recentes sobre a agilidade e o futuro das pesquisas públi-cas no país, o ministro do De-senvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que não existe contraposição entre pesquisa pública e privada.

“Ninguém substitui o papel da pesquisa pública. A pesqui-sa privada sempre terá espaço e resposta mais imediata para atender ao setor, mas a pesqui-sa pública tem um papel estra-tégico, que deve estar alinhado com os projetos do país”, disse Vargas.

SUSTENTABILIDADE

A presidente Dilma Rousseff tem até dia 25 de maio para san-cionar ou vetar – parcial ou total-mente – o texto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 25. O texto do Congresso Nacional chegou no dia 7 à Casa Civil e tem prazo de 15 dias úteis para ser avaliado pela presidente.

O texto aprovado pelos depu-tados desagradou ambientalistas e não era a versão que o Palácio do Planalto esperava aprovar. Du-rante a tramitação no Senado, o governo conseguiu chegar a um texto mais equilibrado, mas a ban-cada ruralista na Câmara alterou o projeto e voltou a incluir pontos controversos.

Entre os pontos polêmicos da nova redação da lei florestal está, por exemplo, a possibilidade de anistia a quem desmatou ilegal-mente e a redução dos parâme-tros de proteção de áreas de pre-servação permanente (APPs).

Dilma tem até dia 25 para decidir sobre Código Florestal

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 23Meio Ambiente

Os resíduos secos do culti-vo de cana-de-açúcar no Brasil poderiam gerar mais energia do que a potência instalada da Usina de Itaipu. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos: Diagnóstico dos Resí-duos Urbanos, Agrosilvopasto-ris e a Questão dos Catadores, divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Apli-cada), o uso desses resíduos poderiam gerar 16.464 mega-watts por ano. O levantamento mostra que, entre 13 culturas agrícolas pesquisadas, a cana-de-açúcar foi a que gerou maior volume de resíduos, 201 mi-lhões de toneladas por ano, incluindo subprodutos como o bagaço que tem alto poten-cial energético e vinhaça com melhor aproveitamento como adubo na própria plantação.

O setor já é considerado au-tossu�iciente em termos ener-géticos, atendendo a mais de 98% da sua própria demanda de energia. Segundo o Ipea, ain-da existe grande potencial para geração de excedentes energé-ticos que ainda é muito pouco utilizado.

“Para viabilizar uma maior disponibilização dessa energia para a rede elétrica, entretanto, será necessário vencer várias barreiras de ordem técnica, econômica e regulatória, sen-do necessários mais incenti-vos econômicos para motivar

Resíduos da cana no Brasil poderiam gerar mais energia

os investimentos do setor pri-vado nessa área”, destacou o documento. Além do potencial energético, a queima do bagaço também soluciona o problema de destinação desse resíduo, que é muito volumoso e de di-�ícil transporte. No total das 13 culturas pesquisadas pelo insti-tuto, o volume de resíduos pro-duzidos chegou a 291 milhões de toneladas por ano. O Ipea analisou o potencial energéti-co apenas dos cultivos secos,

como o de cana-de-açúcar, mi-lho e soja, desconsiderando as culturas de banana, laranja e uva. “O aproveitamento desses resíduos, além de evitar poten-ciais impactos negativos causa-dos pelo descarte inadequado no ambiente, pode gerar mui-tos bene�ícios econômicos para o país”, destacou o estudo.

Os resíduos da agricultura, pecuária e �lorestas também poderiam atender às necessi-dades de energia elétrica do se-

tor e ainda ser comercializada no mercado. De acordo com o levantamento, na pecuária, as criações de bovinos, suínos e aves geram cerca de 1,7 bilhão de toneladas de dejetos por ano. Desse total, 365 milhões de toneladas de dejetos são produzidas a partir de criações con�inadas, que poderiam virar energia reduzindo os impactos sobre o meio ambiente. A cria-ção de bovinos responde por quase 90% deste volume.

O país da maior �loresta tropical do mundo tem uma economia �lorestal pequena, disse o presidente do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) e representante do Fórum Bra-sileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente, Rubens Gomes. Ele defende a criação de uma política nacio-nal para o uso e gestão de �lo-restas.

Sem uma política nacio-nal que seja cumprida à risca, o sistema �lorestal brasileiro �icou frágil, situação que con-tribui para que os investidos não realizem investimentos Floresta Amazônica brasileira, acrescentou Rubens Gomes. A solução, segundo o presidente do GTA, é compensar o vazio le-gal por meio do fortalecimento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado em 2006. Para Rubens Gomes, cinco anos de-pois da criação do órgão, o SFB ainda está longe de atender as expectativas depositadas pela sociedade brasileira em seu funcionamento.

Marcus Vinicius Alves, di-retor de concessão �lorestal e monitoramento do SFB, re-conheceu que os contratos de concessão vem apresentando “um incremento pequeno”. Disse, porém, que, embora mo-desto, esse crescimento vem sendo “gradual, constante e responsável”. Acrescentou que, desde as primeiras licitações, em 2008, até hoje, já foram concedidos 150 mil hectares em duas �lorestas públicas (Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, e Floresta Sara-ca-Taquera, no Pará).

“Há 20 dias lançamos mais dois editais de licitação para área remanescente de Saraca-Taquera e outro para Floresta Jacundá (Rondônia) e ainda vamos concluir outros três editais até julho. Se todos os contratos se concretizarem vamos ter, no �inal do ano, 1,3 milhão hectares de �lorestas contratadas”, explicou Marcus Vinicius. Outra questão consi-derada crítica por Marcus Vi-nicius é a falta de instrumentos econômicos, como subsídios e incentivos �inanceiros para a atividade �lorestal. “Precisa-mos de uma série de incentivos que, junto com repressão à ile-galidade, produziriam um salto quantitativo e qualitativo nas concessões”, disse.

Economia �lorestal no Brasil ainda

não atende às expectativasSetor autossufi ciente tem potencial para distribuir bioeletricidade

O desmatamento da Amazô-nia Legal em março atingiu 53 quilômetros quadrados, área 15% maior que a de março de 2011, quando foram desmata-dos 46 quilômetros quadrados. Os dados são do Imazon (Insti-tuto do Homem e do Meio Am-biente da Amazônia). Cerca de 60% do desmatamento ocorreu em Mato Grosso. O Pará está em segundo lugar, com 25% e Rondônia em terceiro, com 9%. Entretanto, houve redução de 22% do desmatamento acu-mulado entre agosto de 2011 a março de 2012, totalizando

760 quilômetros quadrados a menos de �loresta.

No período anterior (de agosto de 2010 a março de 2011), foram desmatados 969 quilômetros quadrados.

Na análise dos dados de �lo-restas degradadas na Amazônia Legal, o Imazon registra um ín-dice de 40 quilômetros quadra-dos. O número é 87% menor do que em março do ano passado, quando a degradação �lorestal somou 298 quilômetros qua-drados. Florestas degradadas são áreas não desmatadas, mas que apresentam problemas

como incêndio �lorestal ou ex-ploração madeireira de alta in-tensidade, prejudicando o solo.

Nesse caso, Mato Grosso também lidera o índice, com 67%, seguido pelo Amazonas, com 15%, Rondônia, com 10% e Pará, com 7%.

Também houve redução de 62% na degradação �lo-restal acumulada. No período de agosto de 2011 a março de 2012, foram 1.568 quilômetros quadrados. Enquanto que, no mesmo período anterior, o nú-mero registrado foi 4.111 qui-lômetros quadrados.

Desmatamento na Amazônia em março foi 15% maior

O desmatamento na Ama-zônia Legal foi responsável pela emissão de 3,6 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente. O Imazon faz um monitoramento paralelo ao do governo do desmatamento da região. O monitoramento o�icial na Amazônia é feito pelo (Inpe) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Segundo o Inpe, em março deste ano, foram desma-tados 59 quilômetros quadra-dos na Amazônia. Mato Grosso foi o estado campeão, com 33 quilômetros quadrados desma-tados.

Page 26: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201224 Ceasas do Brasil

Milho verde

9,8%

AlhoMamão Papaya

15,2%-32,1%

Abobrinha italiana 24,2%

Sardinha

16,1%

Os preços dos principais produtos comercializados na Ceagesp apresentaram queda de 1,68% em abril. “A grande maioria dos alimentos frescos, em frutas, legumes e verduras são opções de compra para os consumidores, devido a um ligeiro aumento do volume ofertado destes itens”, afirma o economista da estatal, Flá-vio Godas. No ano, o indicador acumula queda de 2,03% e, nos últimos 12 meses, o recuo é de 9,97%.

O setor de frutas, o mais re-presentativo da cesta de produ-tos balizados pelo índice, apon-tou baixa de 1,84%. Mamão papaya, kiwi estrangeiro e me-

lancia foram os responsáveis pela queda dos preços. As altas ficaram por conta da uva itália, do morango e do figo.

Outro setor a computar re-tração nos preços foi o de legu-mes, com 3,22%. As principais quedas foram registradas por ervilha torta, chuchu e jiló. Já as elevações dos preços fica-ram por conta de abobrinha italiana, abobrinha brasileira e quiabo.

O setor de verduras também registrou recuos nos preços, com 7%. A melhores ofertas foram do coentro, da couve-flor e do brócolis. E os aumentos foram do milho verde e da ce-bolinha.

Os setores de diversos e pes-cados apresentaram ligeira ele-vação nos preços, com 3,17% e 2,29%, respectivamente. Em diversos, as principais altas fo-ram do alho, da batata lisa e da canjica. Apenas o amendoim re-gistrou queda no preço. “Após a alta da cebola no mês passado, o preço do setor de Diversos se estabilizou. Já em Pescados, os preços foram majorados devi-do a grande procura no mês, em razão da Semana Santa”, ex-plica Godas.

Tendência

Com as quedas bruscas de temperaturas e leves geadas

Índice Ceagesp tem retração de 1,68% em abrilocorridas no final de abril, al-gumas leguminosas mais sen-síveis como tomate e as abo-brinhas italiana e brasileira, já teve queda do volume ofertado, perda de qualidade e elevação dos preços praticados na últi-ma semana do mês. “Esta deve ser a tendência para os setores de legumes e verduras.

No entanto, por ser esta uma época de demanda retra-ída, principalmente para as verduras, os preços não devem sofrer elevações acentuadas, exceto em casos pontuais, onde ocorram geadas mais severas e por períodos mais longos”, pre-vê Godas.

Segundo o economista, com

a entrada de produtos sazonais no setor de frutas como moran-go, tangerinas, pêras, manga, a expectativa é de ligeira queda dos preços praticados. E o setor de diversos deve seguir com vo-lumes ofertados estáveis e não deve apresentar oscilações de preços significativas.

Já o volume extraído de pescados dependerá muito das condições marítimas. “Normal-mente, o volume de extração é suficiente para atender a de-manda, levemente retraída nes-ta época do ano. Assim, tainha, camarões, pescadas, cações, além dos importados atum e salmão, deverão ser as opções do setor”, afirma Godas.

Elas são econômicas, am-bientalmente corretas e du-ram mais. As lâmpadas de LED (Diodos Emissores de Luz) - semicondutores que produ-zem uma luz brilhante quando carregados de eletricidade -, cada vez mais usadas na ilu-minação pública de grandes cidades, foram instaladas no novo sistema de iluminação do entreposto de Contagem.

Segundo a estatal, o proje-to, realizado com a companhia de energia do estado – Cemig -, vai substituir cerca de 15 mil lâmpadas e gerar uma econo-mia de 40% no consumo do sistema de iluminação da em-presa.

Na primeira etapa, serão atendidas as áreas comuns, que abrangem a iluminação de ruas, plataformas e testeiras dos pavilhões. Depois, serão atendidos todos os concessio-nários, sem qualquer custo para eles. Para a implantação, estão sendo investidos R$ 6,1

CeasaMinas prevê redução de 40% no consumo de energia

milhões, que serão reembol-sados pela CeasaMinas à Ce-mig com base na economia de energia obtida. Neste recurso, está incluída a aquisição e ins-talação dos LEDs, além do des-carte ecologicamente correto das lâmpadas atuais.

Além da economia de ener-gia, os benefícios previstos com a implantação do novo sistema também incluem a redução dos custos de manu-tenção devido à maior vida útil dos LEDs, que é de aproxima-damente 50 mil horas de fun-cionamento.

Para se ter ideia, as lâmpa-das de vapor de sódio, as mais utilizadas atualmente, duram até 32 mil horas, as de vapor de mercúrio, 12 mil horas, e as de vapor metálico - comuns em fachadas de prédios -, 10 mil horas.

As lâmpadas de LED pos-suem melhor reprodução de cores, não emitem raios ul-travioletas e infravermelhos,

propagam menos calor e, con-sequentemente, atraem menor quantidade de insetos. Sob o ponto de vista da sustentabi-lidade, o projeto permitirá que sejam evitadas as emissões de 600 toneladas de CO2 na at-mosfera por ano.

Economia

A CeasaMinas deu início ao seu projeto de redução do consumo de energia em abril de 2010, quando implantou um sistema de eficiência ener-

gética fornecido pela empresa Qualilight Energia. À época, fo-ram localizados os principais consumidores de energia do entreposto – as câmaras fri-goríficas são responsáveis por 60% do consumo.

Em seguida, começou a adequação para o melhor aproveitamento da energia. Segundo dados da companhia, entre maio de 2010 e dezem-bro do ano passado, o gasto com energia caiu cerca de 9%, o que representou uma econo-mia de R$ 1,219 milhão.

O projeto permitirá que sejam evitadas as

emissões de 600

toneladas de CO2

na atmosfera por ano

Page 27: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 25Ceasas do Brasil

Após um período de cons-cientização de produtores, lojis-tas e compradores a CeasaMinas começou a cumprir, na segunda quinzena de abril, as determi-nações da Instrução Normativa número 9. Neste primeiro mo-mento, apenas produtores de tomate e banana deverão seguir a nova legislação. Segundo a estatal, mais de 80% dos lojis-tas que vendem estes produtos já se adequaram à nova regra. Entre os produtores que traba-lham na companhia, este índice é de 78%.

Elaborada pelo Ministério da Agricultura, Inmetro e Anvisa, a Instrução Normativa número 9 determina que as frutas, verdu-ras e legumes sejam transporta-das em caixas plásticas padroni-zadas e sanitizadas ou ainda em caixas de madeira ou papelão de primeiro uso.

Para facilitar o cumprimen-to da legislação, a CeasaMinas inaugurou em 2011 um banco de caixas plásticas dentro da unidade de Contagem. Atual-mente, o banco pode higienizar 500 mil caixas por mês, mas esta capacidade será ampliada para 3.600.000 caixas mensalmente. A compra das caixas plásticas pode ser feita dentro do entre-posto de Contagem. Desde o início do ano, empresas homo-logadas montaram estandes no Mercado Livre do Produtor. Recentemente, fabricantes de caixas de madeira passaram a atuar no entreposto. O objetivo, segundo a empresa, é fazer com que não faltem caixas no merca-do neste momento de mudança de cultura.

As unidades de Uberlândia, Caratinga e Governador Vala-dares já contam com bancos de

caixa. Agora está em andamento a licitação para construir o ban-co que irá atender Juiz de Fora e Barbacena. “Estamos criando um ciclo virtuoso no sistema de abastecimento alimentar de Minas Gerais”, disse o presiden-te da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages.

Em todas as unidades onde os bancos de caixas plásticas foram implantadas, 100% dos produtores aderiram às emba-lagens. “Produtores e compra-dores não acreditavam que isso pudesse acontecer. Hoje em dia, o projeto se desenvolve bem e os produtores colaboram, pois per-ceberam como a ideia melhora a qualidade do mercado”, disse o presidente da Associação dos Produtores de Hortigranjeiros de Caratinga, Saturnino Braga.

Os bancos de caixas de Ca-ratinga e Governador Valada-

Produtores começam a utilizar novas embalagens na CeasaMinas

res foram inaugurados entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011. Em Uberlândia, o proces-so é mais antigo.

O banco, pioneiro no Brasil, entrou em operação em 2005 e tem alto índice de aceitação. Nos últimos dias, algumas melhorias começaram a ser feitas. A prin-cipal delas é a troca das caixas mais antigas, um processo que deve durar até o fim de junho.

Diálogo

Em reunião realizada no fi-nal de abril, a diretoria da Ceasa-Minas estabeleceu diálogo com produtores que comercializam no entreposto de Contagem. Em suas palavras de abertura do encontro, o presidente da esta-tal, João Alberto Paixão Lages, ressaltou que a empresa não tem a menor pretensão de pre-

judicar quem quer que seja. “A CeasaMinas está hoje cumprin-do a lei, referindo-se a Instrução Normativa nº 9, mas, mais que isso, está seguindo uma tendên-cia de modernidade, no que toca às embalagens plásticas”, disse.

O executivo disse ainda que nada será feito através de im-posição. “O que queremos é o diálogo permanente com quem está no dia-a-dia da Ceasa”, fina-lizou.

Os produtores que participa-ram da reunião ressaltaram que o consenso acerca do uso das caixas plásticas será mais fácil, se a única opção for a embala-gem plástica. Muitos deles afir-maram já estarem convivendo com as vantagens do seu uso e que tem o desejo de firmarem apoio à CeasaMinas para que a adesão seja total junto à catego-ria dos produtores.

Para comemorar o dia Mun-dial do Planeta Terra, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) promoveu, entre os dias 23 e 27 de abril, oficinas, debates e expo-sições que tratam de conceitos e práticas sustentáveis.

Durante toda a semana, os transeuntes que caminhavam na calçada da Torre do Relógio aprenderam que não é tão com-plicado adotar uma postura mais sustentável no dia a dia. A garo-tada da Associação Nossa Turma apresentou seus brinquedos re-cicláveis e Peri Pane, o “Homem Refluxo”, se vestiu com o próprio

lixo que acumulou durante a se-mana. Quem participou dos de-bates no auditório Nelson Loda também experimentou o café da manhã com receitas sustentáveis servido pelos funcionários do Banco Ceagesp de Alimentos.

Os debates contaram com profissionais convidados como Nuno Cepêda, diretor do Planet Earth Institute eTarso Mugnai Marraccini, diretor do Instituto Acquavita, além de funcionários da Ceagesp como Anita Gutier-rez, do Centro de Qualidade em Horticultura, e Rodrigo Frates-chi, da Coordenadoria de Susten-tabilidade.

Ceagesp realiza a Semana do Planeta Terra

Profissionais convidados e funcionários do entreposto

participam dos debates realizados no auditório

FÁBIO ALVIM

Page 28: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201226

Espaço ApespEspaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Mesmo com todos os per-calços enfrentados, os co-merciantes que atuam na Ce-agesp vem aumentando ano a ano suas vendas na Ceasa

Comerciantes da Ceagesp registram aumento nas vendas

Frutas Frutas

abr/11 | 145.115,00

abr/11 | 1 45.115,00

abr/12 | 147.440,54

abr/12 | 147.440,54

Variação | 1,60

Variação | 1,60

Legumes

Legumes

Verduras

Verduras

Diversos

Diversos

Flores Flores

Pescados

Pescados

abr/11 | 73.804,01

abr/11 | 7 3.804,01

abr/11 | 20.340,38

abr/11 | 20.340,38

abr/11 | 32.098,22

abr/11 | 32.098,22

abr/11 | 3.670,81

abr/11 | 3 .670,81

abr/11 | 4.278,66

abr/11 | 4.278,66

abr/12 | 74.400,19

abr/12 | 74.400,19

abr/12 | 19.841,62

abr/12 | 19.841,62

abr/12 | 32.857,57

abr/12 | 32.857,57

abr/12 | 4.710,63abr/12 | 4.710,63

abr/12 | 4.029,42

abr/12 | 4.029,42

Variação | 0,81

Variação | 0,81

Variação | 02,45

Variação | 02,45

Variação | 2,37

Variação | 2,37

Variação | 28,33

Variação | 28,33

Variação | 28,33

Variação | 28,33

paulistana. Os gráficos mos-tram que em relação a abril de 2011, a comercialização no mês passado se mante-ve com algumas variações.

Em termos de crescimento porcentual, o setor que mais chama a atenção é o de Flo-res, com aumento de 28%. Frutas, Legumes e Verduras

também apresentaram pe-queno crescimento em volu-me comercializado durante o mês de abril, embora em menor percentual em relação

às frutas. O setor de Diversos também apresenta pequeno crescimento do volume co-mercializado, assim como o setor de Pescados.

Page 29: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 27

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Page 30: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegóciomaio de 201228

Volvo comemora 85 anos Primeiro veículo da marca produzido em série saiu da linha de produção localizada em Gotemburgo, Suécia, sede mundial da corporação

Em 14 de abril de 1927, o gerente de vendas Hilmer Jo-hansson saiu da fábrica dirigin-do o primeiro carro da marca, o modelo ÖV4. Hoje, 85 anos depois, o Grupo Volvo é um dos maiores fabricantes de veículos comerciais do mundo.

No último dia 14 de abril, esse modelo passou pelos mes-mos portões para celebrar o aniversário da Volvo. Stefan Ja-coby, presidente e CEO da Volvo Car Corporation, e Olof Pers-son, presidente e CEO da Volvo Group, estavam na direção. “É um carro fantástico, mas é fá-cil perceber o quanto as coisas mudaram nos últimos 85 anos”, diz Jacoby.

Naquela época, a Volvo era apenas uma empresa que ini-ciava um projeto com um fu-turo incerto. Seus fundadores, Assar Gabrielsson e Gustaf Larson, não tinham experiên-cia direta com carros ou com a

indústria automobilística. Em seu primeiro ano de produção, a Volvo vendeu modestas 300 unidades.

No ano seguinte, quando a empresa começou a fabricar caminhões e ônibus, o negócio começou a decolar. O primeiro caminhão da Volvo tinha mo-tor a gasolina de 28hp e foi um sucesso logo de início. O mode-lo teve uma produção de 500 unidades. A marca percebeu, já neste período, que a chave do sucesso estava na exportação.

Empresa global

“Nossas raízes ainda são

muito importantes para nós. Cerca de 30 mil dos 120 mil funcionários do Grupo Vol-vo trabalham na Suécia, mas 95% de nossos produtos são vendidos fora do País”, destaca Persson. Na Volvo Car Corpo-ration, os números são pare-cidos. A empresa tem 14,5 mil empregados na Suécia de um total global de 21,5 mil. E mais de 80% do total de vendas da Volvo Car Corporation ocorre fora da Suécia. A Volvo tornou-se a maior montadora de cami-nhões da Europa em 1965, com a formação da Volvo Europa NV, com sede em Bruxelas, na Bél-gica. Esse foi o maior marco no desenvolvimento da empresa, que passou de uma organiza-ção sueca para uma montadora internacional de veículos com uma forte base européia.

Na década de 80, a Volvo tornou-se uma empresa verda-deiramente global, marcando presença em diversos países da Europa. Em 1980, iniciou a fa-bricação de caminhões no Bra-sil e, um ano depois, comprou a montadora norte-americana de caminhões White.

O Grupo Volvo e a Volvo Car Corporation são duas empresas com uma longa história com-partilhada. Em 1999, o Grupo Volvo vendeu seu negócio de carros. Desde então, as duas empresas vêm crescendo em direções diferentes.

A Volvo Car Corporation está somente no segmento de carros prêmium. O Grupo Volvo produz caminhões com as marcas Vol-vo, Renault Trucks, Mack e UD Trucks, além de ônibus, equi-pamentos de construção, siste-mas de propulsão para aplica-ções marítimas e industriais e componentes para motores de aeronaves. Atualmene, o Grupo Volvo é o segundo maior fabri-canrte de caminhões pesados do mundo e a maior empresa da Suécia. Tem fábricas em 20 países e organizações de vendas em 190 nações.

Primeiro caminhão da

montadora sueca fabricado

no Brasil

Modelo fabricado em 1927 passou

pelos mesmos portões da fábrica da

Volvo, 85 anos depois de seu

lançamento

ÖV4, o primeiro carro da Volvo, saiu da fábrica em 14 de abril de

1927

Memória

Page 31: Jornal Entreposto | Maio de 2012

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio maio de 2012 29

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

Programas exigidos por lei:

Entre em contato com nossos representantesFábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)www.jornalentreposto.com.br

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Ações de maio da Nossa TurmaNo dia 20 de maio, o festival gas-

tronômico de comida tropeira invade a Ceagesp, com a participação de 37 comi-tivas que disputarão para saber quem vai cozinhar no Barretão próximo ano. Mas o maior contemplado será o público que vai ter a chance de saborear este prato deli-cioso, além de se encantar com as histórias contadas pelos componentes das comiti-vas. O importante é você saber que a renda obtida será totalmente revertida para a As-sociação Nossa Turma. E o primeiro passo será a aquisição de uniforme para toda a garotada.

**No dia 22 é chegada a hora do camin-

honeiro conferir as inovações que as mon-tadoras vão apresentar na Femetran e ou-vir boas histórias contadas pelos amantes da boleia, que sempre dizem que seu ‘bruto’ é melhor que o dos outros!

**No dia 26, a Nossa Turma abre as portas de sua sede para toda a comunidade ser aten-dida na Ação Saúde, que contará com diver-sos profissionais da área da saúde. Haverá controle da hipertensão, teste de glicemia, além de atendimento de pediatras, cardiol-ogistas, nutricionaistas, massagistas e den-tistas. Quem comparecer ao evento poderá acompanhar palestras e concorrer ao sor-teio de uma camisa de um time de futebol profissional.

A organização é do Rotary Club Alto da Lapa e conta com o apoio de Correios, UBS Lapa, Faculdade São Camilo, além do Exér-cito Brasileiro, que montará uma barraca de campanha para o atendimento. Horário: das 9 às 16h

Nos quatro primeiros meses de 2012, as exportações do agronegó-cio totalizaram US$ 26 bilhões, um crescimento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2011.

Já as importações de tiveram incremento de 3%, atingindo a cifra de US$ 5,6 bilhões. O saldo comer-cial dos produtos do agronegócio considerados no agrupamento am-pliou-se de US$ 20,349 bilhões para US$ 20,835 bilhões.

Os dados divulgados pelo Mi-nistério da Agricultura, no dia 9 de maio, mostram que o crescimento das exportações no primeiro qua-drimestre do ano ocorreu, princi-palmente, em função do bom de-sempenho das vendas externas do complexo soja. As exportações do setor subiram de US$ 6 bilhões nos primeiros quatro meses de 2011 para US$ 8 bilhões no mesmo perí-odo de 2012, uma elevação de 27%.

O desempenho representou um crescimento de US$ 1,5 bilhão nas vendas do setor, montante que suplantou a elevação de US$ 648

milhões das exportações totais do agronegócio.

O destaque para esse cenário positivo levou em conta o aumento na quantidade exportada, no perío-do, dos três produtos do setor: soja em grão (36%); farelo de soja (8%) e óleo de soja (20%).

No primeiro quadrimestre os preços médios de exportação da soja em grão continuaram elevados, chegando a US$ 489 por tonelada, o que representou um aumento de 0,5% em relação ao mesmo período de 2011. No entanto, as cotações médias de exportação tanto do fa-relo de soja como do óleo de soja caíram 10% e 6%, respectivamente.

Na análise das exportações por países, cabe destacar o aumento das vendas para a China (36%); Hong Kong (30%); Emirados Ára-bes Unidos (42%); Tailândia (35%) e Índia (138%). Chamou atenção a elevação das vendas à China em 36%, resultado que elevou a parti-cipação do país de 14% para 18,6% no valor total exportado pelo Brasil.

Exportações do agronegócio somam R$ 26 bi

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