jornal da força sindical ed 89 março 2014

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ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 23 – N o 89 – março de 2014 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical pág. 3 Centrais exigem direitos e qualidade de vida As Centrais Sindicais vão dar um recado curto e grosso para o governo: se não negociar a Pauta Trabalhista, o País vai conviver com uma onda de protestos e ‘sardinhadas’ O movimento sindical promoveu em março uma série de atividades culturais e palestras em repúdio aos 50 anos da ditadura militar, que se instaurou no País em 64, e homenageou com diploma as vítimas do golpe Por isso, no dia 8 de março, elas decidiram priorizar a aprovação do projeto da igualdade Os veículos Fiat Doblò serão usados no trabalho de mobilização sindical pág. 12 pág. 14 págs. 8 e 9 Jaélcio Santana Arquivo Força Sindical Trabalhador repudia golpe militar Mulheres têm mais estudo que homens, mas ganham menos Estaduais do Centro-Oeste recebem carros 0 km

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Destaques: tudo sobre os atos de repúdio do 50 anos do golpe militar; os preparativos da 8° Marcha da Classe Trabalhadora por Mais Direitos e Qualidade de Vida; cresce o número de sindicato filiados à Força Sindical; evento 'Março Mulher' lembra conquistas e aponta caminhos da luta das mulheres por igualdade; Central critica bloqueio norte-americano à Cuba; profissionais da enfermagem realizam ato pela jornada de trabalho de 30 horas; e muito mais.

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ÓRGÃO OFICIAL DA FORÇA SINDICAL Ano 23 – No 89 – março de 2014 – DISTRIBUIÇÃO GRATUITA – www.fsindical.org.br – www.twitter.com/centralsindical

pág. 3

Centrais exigem direitose qualidade de vida

As Centrais Sindicais vão

dar um recado curto e grosso

para o governo:se não negociar

a Pauta Trabalhista,o País vai conviver

com uma onda de protestos e ‘sardinhadas’

O movimento sindical promoveu em março uma série de atividades culturais e palestras em repúdio aos 50 anos da ditadura militar, que se instaurou no País em 64, e homenageou com diploma as vítimas do golpe

Por isso, no dia 8 de março, elas decidiram priorizar a aprovação do projeto da igualdade

Os veículos Fiat Doblò serão usados

no trabalho de mobilização sindical

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págs. 8 e 9

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Trabalhador repudia golpe militar

Mulheres têm mais estudo quehomens, mas ganham menos

Estaduais do Centro-Oeste recebemcarros 0 km

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www.fsindical.org.brmarço de 2014jornal da força sindical — no 88

Melquíades de Araújo, Antonio de Sousa Ramalho, Eunice Cabral, Levi Fernandes Pinto, Almir Munhoz, João Batista Inocentini,Paulo Roberto Ferrari, Carlos Alberto dos Reis, José Lião,Wilmar Gomes dos Santos, Abraão Lincoln Ferreira da Cruz,Antonio Silvan Oliveira, Carlos Antonio Figueiredo Souza, Terezinho Martins da Rocha, Valdir de Souza Pestana, Maria Augusta C. Marques, Fernando Destito Francischini,Francisco Soares de Souza, Gidalvo Gonçalves Silva, Luiz Carlos Gomes Pedreira, Rubens Romão Fagundes, Nilton

Rodrigues da Paixão Jr., Nilton Souza da Silva (Neco),Geraldino dos Santos Silva, Anderson Teixeira, Arnaldo Gonçalves, José Pereira dos Santos, Paulo José Zanetti, Maria Auxiliadora dos Santos, Jefferson Tiego da Silva, Aparecido de Jesus Bruzarrosco, Adalberto Souza Galvão,Ruth Coelho Monteiro, Helena R. da Silva, Luiz Carlos Anastácio,Hebert Passos Filho, Carlos C. Lacerda, Elmo Silveira Léscio,Walzenir Oliveira Falcão, Valdir Pereira da Silva,Milton B. de Souza Filho, Jamil Dávila e Eliana Aparecida C. Santos

FORÇA SINDICAL NOS ESTADOS (presidentes)

AC – Luiz Anute dos Santos; AL – Albegemar Casimiro Costa;AM – Vicente de Lima Filizzola; AP – Moisés Rivaldo Pereira;BA – Nair Goulart; CE – Raimundo Nonato Gomes; DF – Carlos Alves dos Santos (Carlinhos); ES – Alexandro Martins Costa; GO – Rodrigo Alves Carvelo (Rodrigão); MA – José Ribamar Frazão Oliveira; MG – Luiz Carlos de M. Faria; MS – Idelmar da Mota Lima; MT – Manoel de Souza; PA – Ivo Borges de Freitas; PB – Evanilton Almeida de Araújo; PE – Aldo Amaral de Araújo; PI – Vanderley Cardoso Bento; PR – Nelson Silva Souza (Nelsão); RJ – Francisco Dal Prá; RN – José Antonio de Souza; RO – Francisco de Assis Pinto Rodrigues;RR – José Nilton Pereira da Silva; RS – Marcelo Avencurt Furtado;SP – Danilo Pereira da Silva; SC – Osvaldo Olavo Mafra;SE – Willian Roberto C. Arditti; TO – Carlos Augusto M. de Oliveira

ESCRITÓRIO NACIONAL DA FORÇA SINDICAL EM BRASÍLIA:SCS (Setor Comercial Sul) – Qd 02 – Edifício Jamel Cecílio – 3o andarSala 303 – ASA Sul – 70302-905 – Fax: (61) 3037-4349 – Fone: (61) 3202-0074

DIRETORIA EXECUTIVA:

DIRETOR RESPONSáVEL: João C. Gonçalves (Juruna) JORNALISTA RESPONSáVEL: Antônio Diniz (MTb: 12967/SP)

EDITOR DE ARTE: Jonas de Lima REDAçãO: Dalva Ueharo e Val Gomes REVISãO: Edson Baptista Colete ASSISTENTES: Fábio Casseb e Rodrigo Lico

é uma publicação mensal da central de trabalhadores FORÇA SINDICALRua Rocha Pombo, 94 – Liberdade – CEP 01525-010

Fone: (11) 3348-9000 – São Paulo/SP – Brasil

e x p e d i e n t e

youtube.com/user/centralsindicalfacebook.com/CentralSindical flickr.com/photos/[email protected] twitter.com/centralsindicalfsindical.org.br

ASSESSORIA POLÍTICA: Antonio Rogério Magri, Hugo Martinez Perez, João Guilherme Vargas, Marcos Perioto

FUNDADOR: Luiz Antonio de Medeiros PRESIDENTE: Miguel Eduardo Torres

SECRETÁRIO-GERAL: João Carlos Gonçalves (Juruna) TESOUREIRO: Ademir Lauriberto Ferreira

e d i to r i a l a r t i G o 8 ª m a r c h a da s c e n t r a i s

Um ano repleto de desafios,que vai exigir muita

disposição para a lUtaA Força Sindical e as de-

mais Centrais já come-çaram a convocar os traba-lhadores para a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora por direitos e qualidade de vida, manifestação marcada para 9 de abril na capital de São Paulo. A mobilização tem o objetivo de retomar a luta da ‘Agenda da Classe Traba- lhadora’, documento aprovado pelo mo- vimento sindical que reúne propostas para desenvolver o País com soberania e valorização do trabalho.

O ato visa também pressionar o governo federal e o Congresso a abrir negociação sobre os itens da Pauta Trabalhista, que reúne as reivindica-ções mais imediatas dos trabalha-dores, as quais a presidenta Dilma Roussseff nega-se terminantemente a negociar com as Centrais Sindicais. Os trabalhadores querem negociar bandeiras como a redução da jorna-da de trabalho, a revogação do Fator Previdenciário, o fim do projeto de lei que amplia a terceirização, a correção da tabela do IR e reajuste digno para os aposentados, entre outras.

Estas reivindicações, fundamentais para os trabalhadores, já foram entre-

gues ao presidente da Câ-mara e ao governo federal, porém não houve retorno. Por sermos tratados com descaso pela presidenta é que decidimos radicalizar. Além desta manifestação, outras serão deflagradas pelo País até recebermos o sinal verde para iniciar as negociações.

Mas as propostas das Centrais Sin-dicais ultrapassam a Pauta Trabalhista. Reivindicamos também a redução dos juros, investimentos em infraestrutura e no transporte público de massa e combate à desindustrialização do País.

Além destes, temos outros desafios: fazer boas campanhas salariais tendo em mente a luta por aumentos reais de salário, impedir a regressão de direitos e também participarmos ativamente das eleições gerais deste ano.

A respeito das eleições, o movimento sindical precisa se conscientizar de que a conjuntura política, mais do que nunca, exige que os trabalhadores aumentem a sua bancada nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados e Senado. Só assim podere-mos aprovar os projetos fundamentais e de interesse dos trabalhadores.

A Constituição Federal garante o direito de ir e vir das pessoas. A circulação no território brasileiro

é livre. Não existem na Carta Magna limitações à livre movimentação dos indivíduos.

O porto de Suape foi construído com o apoio de diversos governos, empresas e trabalhadores. Os trabalhadores suaram as suas mãos e rostos com trabalho, dedicação e sonhos. Os trabalhadores de Suape sonham com um futuro melhor. Sonham em manter o bem-estar das suas famílias.

Mas os trabalhadores de Suape não sonharam, nem esperavam, que o seu direito de ir e vir pudesseser limitado por uma cobrança de pedágio. Eles, hoje,para entrarem no porto de Suape em veículo próprio, com o objetivo de trabalhar, precisam pagar pedágio. E não existe alternativa. Eles precisam pagar, obrigatoriamente, pedágio. Alguém pode alegar: os trabalhadores podem se utilizar do transporte público para ter acesso ao porto de Suape. Sim, mas existe oferta suficiente e com qualidade que garanta eficiência e bem-estar na locomoção dos trabalhadores para o porto?

Existe outro argumento: os governos anunciaram diversas obras para melhorar a oferta do transporte público para o acesso ao porto de Suape. Estas obras estão prontas? Se não, quando serão entregues?

Direitos são conquistados com diálogo. Como presidente da Força Sindical-PE, estou, desde janeiro, dialogando com empresas e trabalhadores sobre o direito de ir e vir em Suape. Espero que o diálogo incentive empresas e governos a encontrarem solução. Cobrar pedágio sem garantir alternativa para circulação, e diante da ausência de incentivos, possibilita que o direito de ir e vir dos trabalhadores não mais exista.

direito de ir e vir em suape

salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda e o fim do projeto de lei que trata da terceirização.

Porém, aceita conversar quando a meta é cortar benefícios. Estão na mira do Pla-nalto iniciativas como a redução do valor do seguro desemprego e dificultar o seu pa-gamento, descaracterizar a Lei 12619/12, que regulamenta a profissão de motorista, manter a política de aviltar o reajuste das contas do FGTS, mudar a Previdência para retirar direitos, acabar com a lei que define o reajuste anual do salário mínimo e am-pliar a terceirização da mão de obra, entre

outras medidas.

dinheiro para o patrão“O governo tira o dinheiro

dos aposentados e dá para os empresários, colocando os tra-balhadores em último plano”, denunciou o presidente da Fe-deração dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de São Paulo (Fetiasp), Melquía-des de Araújo.

“Enquanto a presi-denta Dilma Rousseff se recusa a negociar a Agenda da Classe Tra-balhadora (documen-to unitário que reúne as reivindicações do movimento sindical para desenvolver o País com democracia e soberania) com as Centrais, trata com pompa e circunstância os grandes em-presários”, reage o deputado federal Pau-lo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Segundo os representantes das Cen-trais, os trabalhadores precisam ocupar as ruas, divulgar a Agenda Trabalhista e mos-trar o descaso com que governo e empre-sários têm tratado as reivindicações uni-tárias específicas e gerais do movimento sindical, como a reforma agrária, a ratifica-ção da Convenção 158 da OIT e a amplia-ção dos investimentos em educação, saú-de, moradia e mobilidade urbana.

Ao provocar o adiamento da reunião entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e representantes de gran-

des grupos empresariais, que seria realiza-da na capital paulista, a sardinhada promovi-da pela Força Sindical mostrou ser possível o movimento sindical sair vitorioso das lutas por garantia e ampliação de direitos, desde que mantenha a unidade, organiza-ção e mobilização.

A sardinhada de 11 de março foi um ato preparatório para a manifestação unitária de 9 de abril, por direitos e qualidade de vida, denominada 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, organizada pelas Centrais Sindicais. A concentração será na Praça da Sé, de onde os manifestantes sairão em passeata até o vão livre do Masp, na Avenida Paulista.

“Num ano repleto de eventos impor-tantes, como a Copa do Mundo e as elei-ções gerais no País, os trabalhadores vão mostrar que nada vai afastá-los do objeti-vo de pressionar patrões e governo para manter e conquistar direitos”, alertou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Enquanto governo e empresários banqueteiam, o povo come sardinha. Não conversar com os trabalhadores é um crime que o go-verno está cometendo. Exigimos trata-mento igual”, completa.

ataqueO que mais tem irritado os sindicalis-

tas é o fato de o governo fa-zer vistas grossas às reivindi-cações dos trabalhadores, ao mesmo tempo em que age com disposição para cortar direitos. Exemplos: o Planalto foge da discussão sobre a re-dução da jornada de trabalho, sem o corte nos salários, re-vogação do Fator Previdenciá- rio, a manutenção da fórmu-la que reajusta anualmente o

trabalhadores lutam pordireitos e qualidade de vida

Durante a sardinhada, Paulinho da Força criticou o governo pela falta de diálogo

Juruna: “Governo e empresários se banqueteiam, enquanto o povo come sardinha”

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Araújo: “Governo tira dinheiro dos aposentados e dá para os empresários”

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Aldo Amaral, Presidente da Força Sindical de Pernambuco

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Miguel Eduardo Torres Presidente da Força Sindical

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O Sintepav (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial)

da Bahia reivindica, para 35 mil trabalhadores, reajuste de 15%, cesta básica de R$ 350 e valorização das horas extras, além de outros pleitos. O presidente Adalberto Galvão, o Bebeto, disse que a categoria espera “uma negociação justa, equilibrada e com avanços”.

O Sindicato dos Metalúrgicos do Estado da Paraíba negocia, para 50 mil trabalhadores,

O sintracomos (sindicato dos trabalhadores na Construção

Civil) de santos e região, presidido por Macaé Marcos Braz de oliveira, representa 25 mil empregados do setor predial da Baixada santista e litoral e 10 mil operários da montagem e manutenção industrial, principalmente de Cubatão. além de reivindicar aumento real e plr, pedem mais segurança no trabalho e transporte para os funcionários da indústria, entre outros.

o sindicato dos trabalhadores nas Empresas de refeições Coletivas de Cubatão, Baixada santista e litoral (sintercub), presidido por abenésio santos, luta por aumento real, vale-refeição, cesta básica e plr.

o sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba e região (sindicom) reivindica, para 60 mil comerciários, aumento real, plr, 40 horas e avanços sociais. “Queremos salários melhores e mais benefícios para a categoria”, diz o presidente ariosvaldo rocha, o ari.

após 4 dias de greve, motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região aprovaram o reajuste salarial de 9,28%, abono de r$ 300 e aumento de 10,5% na cesta básica. o presidente do sindicato (sindimoc), anderson teixeira, disse que “a categoria continua mobilizada para conquistar mais direitos”.

aumento real, PLR, 40 horas e mais benefícios. “Além das reuniões e assembleias, contamos

com a distribuição de jornal para mobilizar a categoria e aumentar a pressão”, diz Francisco de Assis da Silva, presidente do Sindicato.

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Distribuidoras de Cerveja e Bebidas no Estado de Goiás, presidido por Marcelo Seixas, conquistou para os 120 funcionários da Refrigerantes Jaó um reajuste de 12,5%, cartão de alimentação de R$ 50

“o crescimento do setor tem de ser com-partilhado pelos trabalhadores”.

Alimentação A Fetiasp (Federação dos Trabalhadores

nas Indústrias de Alimentação de SP) e Sindicatos filiados preparam para mais de 100 mil trabalhadores em laticínios e usi-nas de açúcar a luta por aumento real e PLR. Diretor da entidade, Carlúcio da Ro-

cha, afirmou que as Secreta-rias da Federação ajudam na mobilização, organização e intercâmbio de informações sobre a realidade e as reivindi-cações comuns e diferencia-das da categoria nos diversos setores e empresas.

O Sintraconst (Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-trias da Construção Civil do Rio de Janeiro), presidido por

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doras de serviço em telecomunicações, aumento real, aumento do piso por fun-ção e assistência médica/odontológica com participação dos trabalhadores de apenas 1%. “Nosso objetivo é repetir o sucesso da campanha anterior”, diz o presidente Almir Munhoz.

Carlos Antonio Figueiredo Souza, negocia para 200 mil trabalhadores reajuste de 15%, tíquete-assiduidade de R$ 300 e au-mento nos valores do tíquete-alimentação.

O Sintetel (Sindicato dos Trabalhado-res em Telecomunicações em SP) nego-cia, para 40 mil trabalhadores de presta-

dores da indústria farmacêu-tica no Estado de São Paulo. “Outro dado positivo é que este setor (indústria farma-cêutica) vem contabilizando aumento no faturamento e na quantidade de medicamentos vendidos”, completa.

Os 370 mil trabalhadores na construção civil de São Paulo querem aumento real de 5%, corre-

ção dos pisos, 40 horas, proi-bição de mão de obra terceiri-zada, vagas para portadores de deficiência e garantia na Con-venção Coletiva da comissão de trabalhadores e represen-tantes sindicais nos canteiros de obras, entre outras. O presi-dente do Sintracon-SP, Antonio de Sousa Ramalho, disse que

Mobilização vai

Ao fechar a pauta exigindo aumento real de 5%, o presidente da Fequimfar

(Federação dos Químicos), Sér-gio Luiz Leite, o Serginho, ava-liou que os trabalhadores em geral, e os químicos em parti-cular, vão precisar de muita mo-bilização para arrancar ganho real dos patrões, que devem endurecer as negociações nas Campanhas Salariais do primei-ro semestre em função do baixo cresci-mento econômico.

O cenário, porém, apresenta aspectos que podem ajudar as negociações. Por exemplo, o alto índice de emprego tende a estimular o trabalhador a ir à luta por ganho real, ao mesmo tempo em que pode desencorajar as empresas a cortar pessoal”, admitiu Serginho, cuja Federa-ção negocia em nome de 15 mil trabalha-

superar desafiosSe o baixo crescimento econômico e a inflação alta podem dificultar as negociações nas Campanhas Salariais do primeiro semestre, por outro lado a redução do desemprego tende a estimular os empregados a ir à luta por ganho real de salário e incremento de benefícios sociais na Convenção Coletiva

Carlúcio: as secretarias da Federação ajudam na mobilização e organização das categorias

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Ramalho quer que o crescimento daconstrução civil seja compartilhadocom os trabalhadores

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Bebeto aguarda negociações justas, equilibradas, com avanços e aumento de 15%

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Ari: “Queremos melhores salários e mais benefícios para a categoria”

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Após uma greve de quatro dias, motoristas de ônibus de Curitiba conquistam reajuste de 9,28%

Construção reivindica 15% de aumento salarial

Sindicato exigemais segurançano trabalho

e quinquênio. Seixas luta agora com os 7 mil trabalhadores de empresas da AmBev e Coca-Cola e com 2 mil do setor de água.

A Fenespospetro (Federação Nacional dos Frentistas), presidida por Francisco Soares de Sousa, o Chico Frentista, apoia as campanhas de março em Brasília, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. “Reivindicamos aumento real, vale-refeição, cesta-básica, convênio médico, seguro de vida e estabilidade aos trabalhadores com dois anos para a aposentadoria”, disse Chico, reafirmando também a luta nacional pela regulamentação da categoria.

Trabalhadores em telecomunicações reivindicam aumento real e reajuste do piso por função

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www.fsindical.org.brjornal da força sindical — no 89 março de 2014

t r a B a l h a d o r f i l i a ç ã o

Este ano, os grandes desafios do movi-mento sindical brasileiro estarão con-centrados na luta por reivindicações

antigas que constam da Agenda da Clas-se Trabalhadora, na luta por ganhos reais de salário nas Campanhas Salariais, no enfrentamento dos patrões – que buscam cortar direitos trabalhistas – e também participar como pro-tagonista nas eleições gerais deste ano.

As Centrais Sindicais de-fendem um desenvolvimento econômico sustentável, sobe-rano, com distribuição de ren-da e inclusão social, para as-segurar a todos os brasileiros os frutos do crescimento da economia. Assim, os trabalha-dores repudiam a política de arrocho nos salários dos servidores públi-cos e nos benefícios dos aposentados, os ataques à lei de recuperação do poder de compra do salário mínimo e a tese de que os salários desestabilizam a economia.

Além disto, o movimento sindical exi-ge que o governo mude a política de au-mentar juros para combater a inflação, porque a medida promove uma brutal transferência de renda de toda a socie-dade para os rentistas. Tal política causa danos ao setor produtivo, que deixa de

AForça Sindical chega neste mês de março aos seus 23 anos com mais de 2 mil entidades sindicais filiadas, representan-do mais de 10 milhões de trabalhadores na base, distribuí-

dos em todos os setores da economia. O atual presidente, Miguel Torres, justifica este crescimento: “A Força é uma referência para os Sindicatos, Federações e Confedera-ções por priorizar a negociação nas rela-ções entre capital e trabalho”.

Priorizar o diálogo em detrimento do con-fronto levou a Central a disputar e ganhar um espaço importante no cenário sindical brasileiro, ao se tornar uma das protagonis-tas no acordo com o governo federal que resultou na lei de valorização do salário mí-nimo, recuperação do poder aquisitivo dos salários e melhores condições de trabalho.

“Hoje estamos na frente das principais lutas para emplacar a Pauta Trabalhista, que formula um projeto de desenvolvimento para o País com de-mocracia, distribuição de renda e valorização do trabalho”, obser-vou Miguel Torres.

Carteira assinada – “Temos um expressivo aumento de carteiras assinadas no País. É fundamental, portanto, investir não somen-te em Campanhas Salariais, mas na sindicalização destes novos companheiros, incentivando a participação por intermédio de ati-vidades esportivas e culturais e dos novos instrumentos de comu-nicação, como, por exemplo, as redes sociais”, disse Sérgio Luiz Leite, o Serginho, 1º secretário-geral da Força Sindical.

“Este resultado expressivo é fruto do trabalho de filiação reali-zado por todo o País, e também da forte atuação da Força Sindical como porta-voz das reivindicações dos trabalhadores”, comemora o secretário de Relações Sindicais, Geraldino dos Santos Silva.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Aparecida de Goiânia-GO, com uma base de 9 mil servidores, tam-bém se filiou à Força. O presidente da entidade, Paulo Bento, diz que a filiação “contribui para fortalecer as negociações”.

A Força também recebeu a filiação do Sindicato da Construção Civil de Governa-dor Valadares-MG, que representa 30 mil trabalhadores. “Buscamos a unidade e queremos estar numa Central forte”, expli-cou o presidente do Sindicato, Mizael Silva.

Manter o protagonismoem ano de Copa e eleições

Central representamais de 10 milhõesde trabalhadores

A mobilização dos trabalhadores por mais direitos, aumento salarial e respeito pela

Convenção Coletiva provocou greves e manifestações de protesto no País. Os agentes penitenciários do Estado de São Paulo cruzaram os braços por reajuste salarial de 20,64% e contra as péssimas condições de trabalho.

Durante 15 dias os ônibus não circularam em Porto Alegre, pois os condutores fizeram greve e conquistaram aumento salarial de 7,5%. E,

com uma paralisação de quatro dias, os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba fizeram acordo: 9,28% de aumento de salários.

No Maranhão, a greve atingiu os policiais federais, os agentes da Penitenciária de Pedrinhas e os enfermeiros do Hospital Djalma Marques Socorrão. O policiais federais do Piauí também pararam para exigir melhores condições de trabalho.

Para exigir o cumprimento do acordo coletivo de

Greves por direitos e salários pipocam no Paístrabalho, os 5 mil trabalhadores da Companhia Siderúrgica Pecém, localizada no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará, fizeram uma greve de 12 dias.

Os estivadores podem fazer greve nacional em abril no caso de o governo não atender a pauta de reivindicação da categoria. A Força Sindical-RJ e as demais Centrais protestaram no Rio de Janeiro contra as práticas antissindicais da Nissan nos Estados Unidos.

distrito federalSindicato dos Técnicos do Trabalho do DF

espírito santo

Sindicato dos Servidores Ativos e Inativos da Câmara de Vila Velhamato Grosso do sul

Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de NaviraíSindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Conservação e Asseio de Dourados

minas GeraisSindicato da Construção Civil de Governador ValadaresSindicato dos Metalúrgicos de BarbacenaSindicato dos Práticos de Farmácia e dos Empregados no Comércio de Drogas, Medicamentos

e Produtos Farmacêuticos de Belo HorizonteSindicato dos Metalúrgicos de Conselheiro LafaieteSindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de ContagemSindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de DivinópolisSindicato dos Trabalhadores em Agricultura Familiar de IbiáSindicato dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação de IturamaSindicato dos Práticos de Farmácia e dos Empregados no Comércio de Drogas, Medicamentos

e Produtos Farmacêuticos de Juiz de ForaSindicato dos Vigilantes e Transporte de Valores de Juiz de ForaSindicato dos Mototaxistas de Montes ClarosSindicato dos Servidores Públicos de Pingo D´Água

paráFederação dos Mototaxistas e Motofretistas do Pará (Belém)Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais de BelémSindicato dos Servidores Públicos de Concórdia do ParáSindicato dos Motociclistas de São Miguel do Guamá

paraíBaColônia de Pescadores Z-2 Presidente Epitácio (Cabedelo)

paranáSindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário de Marumbi

pernamBucoSindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Municipais do Sertão de Pernambuco (Floresta)Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada de Jaboatão dos GuararapesSindicato dos Empregados do Comércio de PetrolinaSindicato dos Servidores Públicos Municipais de SalgueiroSindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários Urbanos de Passageiros do Recife e

Regiões Metropolitanas, Mata Sul e Norte de Pernambuco (Recife)

piauíSindicato dos Servidores Públicos Municipais de Hugo NapoleãoSindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santa Luz

rio de JaneiroSindicato dos Empregados das Empresas Operadoras de Planos de Saúde, Planos Odontológicos

e Seguradoras de Planos de Saúde do RJ (Rio de Janeiro)Sindicato dos Jornalistas do Sul Fluminense (Barra Mansa)Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Gonçalo

rondôniaSindicato dos Servidores Públicos Municipais de Vale do ParaísoSindicato dos Servidores Públicos Municipais da Administração Direta e Indireta, Fundações e

Autarquias do Município de Governador Jorge TeixeiraSindicato dos Trabalhadores em Educação de Machadinho D´Oeste

são pauloSindicato dos Empregados no Comércio de ArarasSindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Motéis, Restaurantes, Bares, Lanchonetes, Fast-food

e Similares em CatanduvaSindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fabricação de Álcool de IpaussuSindicato dos Empregados no Comércio de Hotéis, Bares e Restaurantes e Similares de LimeiraSindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares de Piracicaba e RegiãoSindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rio Grande da SerraFederação dos Empregados do Comércio Hoteleiro e Similares de SP (São Paulo)Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar de Sorocaba e Região

tocantinsSindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (Palmas)Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Intermunicipal de Porto Nacional

Novos filiados

Miguel disse que a Força Sindical tornou-se uma referência por priorizar a negociação

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Serginho: “Temos que investir na sindicalização dos novos companheiros”

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Ruth promete muita luta para derrubar o projeto de lei que visa proibir as manifestações

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• Fim do Fator Previdenciário;

• Jornada de 40 horas semanais, sem redução salarial;

• Fim do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização;

• Regulamentação da Convenção 151 da OIT;

• Ratificação da Convenção 158 da OIT;

• Correção da tabela do IR na fonte;

• Reajuste digno para os aposentados;

• Mais investimentos em saúde, educação e segurança;

• Transporte público de qualidade;

• Reforma Agrária;

• Igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

pAUtA trAbAlhiStA

investir na produção, o que compromete o emprego e o salário.

Diante destas dificuldades, os trabalha-dores deflagraram uma série de greves por salários, melhores condições de trabalho e cumprimento de Convenções Coletivas. Em paralelo, decidiram deflagrar protestos

no País em defesa de suas ban-deiras de lutas. Ciente da força dos trabalhadores, o governo federal ensaia passar pelo Con-gresso uma lei para restringir as manifestações públicas, que in-variavelmente sempre são con-tra o próprio governo. “Trata-se de um projeto de lei. Vamos lutar para derrubar esse projeto no Parlamento”, indigna-se Ruth Coelho Monteiro, secretária da Cidadania e Direitos Humanos

da Força Sindical.

trabalho decenteSegundo ela, os representantes dos

trabalhadores precisam pressionar os governos federal, estaduais e municipais para que acatem as teses do Trabalho De-cente para promover o desenvolvimento nacional com democracia, soberania e distribuição de renda.

Criado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o conceito de Trabalho

Decente inclui a liberdade sindical e o re-conhecimento efetivo do direito à nego-ciação coletiva; eliminação de todas as formas de trabalho forçado; abolição total do trabalho infantil; e eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação.

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Apesar de ter mais estudoELAS gAnhAM MEnoS

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No ano passado, as mulheres eram maioria entre os estu-dantes nas escolas secun-

dárias e nas universidades brasi-leiras. No ensino médio, elas eram maioria em 15%, a diferença che-gou a 36% de mais mulheres com ensino superior do que homens, conforme dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo IBGE. Apesar disso, o rendimento médio mensal delas era equiva-lente a 72,9% do dos homens, no mesmo período, revelando que a diferença salarial voltou a crescer depois de 10 anos de declínio.

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, os debates nos Sindi-catos filiados à Força Sindical des-tacaram que “é preciso apressar

no Congresso a aprovação do Projeto de Lei 6653, que tra-ta da igualdade entre os sexos nas relações de trabalho e cria a Comissão Interna de Promoção da Igualda-de (Cipi)”, declarou a secretária de Políticas para a Mulher da For-ça Sindical, Maria Au-

xiliadora dos Santos. Segundo ela, à Cipi caberá promover a igualdade de gênero e o combate às práticas e políticas discri-minatórias nas relações e no ambiente de trabalho. “Os patrões reduzem o salário das mulheres para aumentar o seu lucro. Temos de lutar com intensidade pelo de-senvolvimento do País com valorização do trabalho e distribuição de renda, sem qualquer tipo de discriminação”, afirmou Auxiliadora.

Além da luta pela igualdade, as mulheres querem eliminar a violência contra elas,

tarefa árdua por tratar-se de uma prática cotidianaque está arraigada na tradição machista que domina as relações de gênero. Tanto que uma estimativa dá conta haver mais de 50 mil assassinatos de mulheres no Brasil, segundo estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas

Aplicadas (Ipea), realizado entre 2009 e 2011, divulgado pelo sítio www.vermelho.org.br

Segundo o levantamento, o total de óbitos equivale a um assassinato a cada hora e meia. Ainda de acordo com o Ipea, o número de mortes de mulheres não foi alterado nos períodos compreendidos entre cinco anos antes da Lei Maria da Penha (aprovada em

Elas ainda estão submetidas à barbárie2006) e os cinco anos posteriores à Lei. Continua hoje em 5,2 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres.

Fora as mortes, ocorrem os estupros. Foram mais de 50 mil registros no País, em 2012, o que corresponde a um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Em média, são seis ataques por hora, diz o Ipea.

Atos são realizados no Brasil por Sindicatos filiados à Força Sindical

fator previdenciário – Além de ganhar menos, as mulheres são mais prejudicadas na hora da apo-sentadoria. O Fator Previdenciário, que achata o valor do benefício em torno de 30% para os homens, pode reduzir em até 40% o valor mensal da aposentadoria das trabalhado-ras. Por isto, a pauta de reivindica-ções das mulheres inclui também itens como a redução da jornada de trabalho com a manutenção dos salários e a consolidação do espaço feminino na política brasileira.

Aos 82 anos da conquista do di-reito ao voto, elas estão muito mal representadas no Parlamento. As mulheres ocupam 9% das vagas na Câmara e 13% das do Senado. Já a Confederação Sindical Internacional (CSI) lançou uma campanha interna-cional que busca

comprometer homens e mulheres sindicalis- tas a modificar as práticas sindicais de forma a garantir mais mulheres em cargos de direção, informou a presidenta-adjunta da CSI e presidenta da Força Sindical-BA, Nair Goulart.

Auxiliadora quer rapidez doCongresso na apreciação do projeto de lei que trata da igualdade

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Nair: garantir mais mulheres em cargos de direção nas entidades políticas e sindicais

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Metalúrgicos de Guarulhos

Agentes Autônomos-SP

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Costureiras de Fortaleza/CE Eletricitários de São Paulo Recife-PE

Químicos de Sorocaba

Gráficos de Osasco Itajaí-SC

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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A Secretaria Nacional de Saúde e Segu-rança no Trabalho da Força Sindical está

organizando uma série de eventos e ações para o “28 Abril, Dia Mundial em Memó-ria das Vítimas de Acidentes do Trabalho”. Seus representantes partici-parão, em Brasília, entre os dias 10 e 13 de novembro, da “4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador”.

Arnaldo Gonçalves, secre-tário Nacional de Saúde e Se-gurança no Trabalho da Cen-tral, lembrou que, durante a ditadura militar (1964/1985), para fugir da repressão as reuniões realizadas no Sindi-

cato dos Metalúrgicos de Santos, que ele presidia, tratavam do tema segurança e, deste modo, garantia-se a mobilização para enfrentar também o arrocho salarial.

“Hoje, os principais objetivos são avançar os debates e ações conjuntas com as Secretarias estaduais e lutar para que todas as entida-des filiadas à Força tenham um departamento de saúde e segu-rança do trabalhador”, disse ele. Para o secretário, é fundamental também aumentar a pressão social sobre as empresas que não consideram a saúde e a se-gurança do trabalhador parte do processo produtivo.

Central organiza o 28 de abril

ac i d e n t e d e t r a B a l h o a m i a n to

As 55 cruzes que o Sin-dicato dos Trabalhado-res na Construção Civil,

Montagem e Manutenção Industrial de Santos e Região (Sintracomos) colocou em frente a portaria da empresa Usiminas, em fevereiro, sim-bolizaram mais uma batalha da guerra que os trabalhadores vêm travando contra os aci-dentes de trabalho.

Cada cruz representava a morte de um homem ou uma mulher de 1993 até hoje. Suas vidas acabaram durante o expedien-te de trabalho na siderúrgica, localizada em Cubatão, que sucedeu a Cosipa.

O cenário na Usiminas é assustador, pois são quase três mortes por ano. A mais recente foi em 29 de janeiro, quando um soldador, de 58 anos, da empreiteira Delta Engenharia, sob um calor de cerca de 40 graus (com sensação térmica supe-rior a 50 graus), com roupas e equipamen-tos pesados e muitas horas de trabalho, caiu de uma plataforma de 30 metros.

Para o presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Olivei-ra, “esta insegurança no trabalho é inadmis-sível”. Macaé já levou o assunto ao Ministé-rio Público do Trabalho (MPT). Disse que vai denunciar o caso à OIT, comunicar o problema à Fiesp e reivindicará

do governo federal a abertura de concurso público para a contrata-ção de mais fiscais do Ministério do Trabalho para a região.

“A situação deveria ser vista como uma “questão de Estado e, mais, de direitos humanos”, suge-re o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Jorge Nazareno, o Jorginho, ao contabilizar 90 acidentes graves ou fatais na base territorial da entidade desde 2013.

Macaé lembra que, na década de 1980 (na época Cosipa), cerca de 2.500 pes-

soas foram afastadas por leucopenia, uma redução no sangue do número de leucóci-tos (glóbulos bancos), responsáveis pelas defesas do organismo.

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Cada uma das 55 cruzes postas em frente à portaria da Usiminas simboliza um trabalhador morto

Trabalhadores usaram a criatividade para pressionar os vereadores a aprovar o projeto que proíbe a utilização do amianto

pressionar as Assembleias Legislativas a aprovar leis que proíbam a utilização do pro-duto em cada Estado.

A França baniu o mineral há 18 anos. Outros 65 paí-ses fizeram o mesmo. Estão na lista os Estados Unidos e todas as nações da União Europeia. Chile, Argentina e Uruguai também baniram a fabricação de produtos com

amianto. “A meta da Confederação Sin-dical Internacional (CSI) é acabar com o amianto em toda a América Latina”, ex-plicou Gonçalves.

Esta também é a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com departamento do Ministério da Saúde, em torno de 2,5 mil trabalhado-res brasileiros morreram por exposição ao amianto de 2000 a 2010. Foram cerca de 1.300 mortes por neoplasias malignas da pleura (membrana que reveste o pulmão) e o restante por placas pleurais, pneumo-coniose e mesotelioma.

Avança a luta pelo banimento no PaísU sado na fabricação de

materiais de construção – como telhas de fibroci-

mento e caixas d’água –, e de peças automotivas, o amianto (ou asbesto) foi banido do mu-nicípio de São José dos Pinhais por decisão da Câmara Muni-cipal, atendendo reivindicação dos trabalhadores, entre os quais os metalúrgicos. “Agora o palco da luta será transferi-do para a Assembleia Legislativa, onde o movimento sindical vai exigir a aprovação de um projeto de lei que estenda a proibi-ção para todo o Estado”, declarou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba, Gerson Luiz Vuicik, o Tainha.

Por ser altamente cancerígeno, o as-besto sofre ataques da Força Sindical e de outras Centrais que lutam pelo seu banimento do País. Nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul já há restrições ao uso do amianto. O secretário de Saúde e Segu-rança no Trabalho, Arnaldo Gonçalves, disse ser tarefa das Centrais Sindicais

Uma cruz para cadatrabalhador morto

Macaé denunciou a insegurança no trabalho no Ministério Público e vai levar o caso à OIT

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Arnaldo propõe investir em departamentos de saúde e segurança no trabalho

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No País, ainda são desconhecidos os dados de mortes no trabalho de 2013, porém, no ano anterior, ocorreram 2.884 acidentes fatais, conforme dados divulgados pela Previdência Social. O total, no en-tanto, está subestimado porque refere-se apenas aos trabalhadores contratados pelo regime da Con-solidação das Leis dos Trabalho (CLT).

Até agora, o Brasil contabilizou sete acidentes fatais em obras dos estádios para a Copa do Mun-do de 2014. Dois no Itaquerão (Corinthians), um no Estádio Nacional de Brasília e quatro na Arena da Amazônia (Manaus).

Em grandes obras, ocorreram outros acidentes fa-tais: um operário morreu no estádio do Palmeiras, um perdeu a vida na ampliação do aeroporto de Viraco-pos, em Campinas, e morreram dois trabalhadores na linha 5 (Lilás) do Metrô de São Paulo.

Números de acidentes fatais são subestimados

Pôr a vida do trabalhador em primeiro lugar é um conceito básico, mas que

muitas vezes é esquecido pelas empresas quando o assunto é segurança no trabalho. O alerta é da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, que participou do Encontro Estadual de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) realizado na Fiergs, em Porto Alegre.

“Somente unindo forças conseguiremos vencer o fantasma que nos assola, que são os acidentes de trabalho. É preciso criar unidades de trabalhadores que se preocupem com a segurança e buscar os direitos dos trabalhadores. O que nos interessa é a preservação da vida e a dignidade de todos”, afirmou o diretor do Sindicato, Valcir Ascari.

O titular da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, Flávio Zacher, ressaltou o papel importante que o Rio Grande do Sul cumpre nesse segmento. “Não podemos medir esforços quando se trata daquilo que é o mais importante para qualquer pessoa, que é a sua saúde e a sua vida”, observou Zacher. O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, destacou que o País deverá gerar 1,5 milhão de empregos até o final do ano. “O aumento do emprego provoca o desenvolvimento em cadeia”, disse ele.

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Unir forças paracombater acidentes

Tainha conseguiu banir o amianto do município de São José dos Pinhais

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Valcir Ascari e Manoel Dias participaram do evento

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Os 50 anos do golpe de 1964, que transformou o Brasil numa ditadura

militar por mais de duas décadas, foram lembrados por centenas de pessoas que lotaram o Teatro Cacilda Becker, em São Bernardo do Campo, no dia 1º de fevereiro. Foram homenageados cerca de 600 trabalhadores e sindicalistas que lutaram contra a ditadura e sofreram perseguições.

As vítimas da ditadura, ou seus familiares, receberam diplomas de reconhecimento por sua luta em defesa da liberdade e da democracia. O objetivo dos organizadores do ato foi mostrar à sociedade que as atrocidades cometidas pelos militares e civis ligados à repressão política não podem ser esquecidas, pois milhares de pessoas

tiveram seus sonhos interrompidos durante a ditadura.

“Devemos levara história deste período para as nossas bases”, comentou opresidente da ForçaSindical, Miguel Torres. “Os responsáveis por crimes devem ser punidos”, completou o secretário-geral da

Central, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Cinquenta anos depois, é preciso evoluir na democracia pelo sangue dos que morreram”,discursou, emocionado, João Vicente Goulart,filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelos golpistas no dia 1º de abril de 1964.

As Centrais Sindicais redigiram carta aos trabalhadores e ao povo brasileiro recomendando, entre outras coisas, identificação, julgamento e responsabilização de agentes públicos e civis envolvidos em perseguições e torturas; e identificação das formas de colaboração pública e privada na repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical.

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Ato homenageiatrabalhadoresvítimas da ditadura

Em visita à Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), representantes da Força Sindical criticaram o embargo econô-

mico imposto ao país caribenho pelos Esta-dos Unidos. Em nota oficial divulgada recen-temente, a Central brasileira destacou que o bloqueio imposto pelos norte-americanos é injusto porque impediu o desenvolvimento de Cuba e freou o avanço social do povo.

Ao manipular a correção do saldo das contas do Fundo de Garantia do Tem-po de Serviço (FGTS), o governo fede-

ral prejudicou cerca 45 milhões de pessoas, que acumulam uma defasagem em torno de 100%, de 1999 até 2014. Por isso, o So-lidariedade ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF), em fevereiro, reivin-

Central critica bloqueionorte-americano à Cuba

Mudança da correção das contas chega ao stF

Rodrigo Carvelo, Neco, Serginho, Camila Talliffer (secretária-geral da Brascuba) e Ernesto Freire (secretário de Relações Internacionais da CTC)

“Pudemos constatar que o bloqueio econômico au-mentou a pobreza dos cubanos, que querem ser donos do seu próprio desti-no e livres para empreender as mudanças necessárias visando o desenvolvimento econômico, com justiça so-cial, e a melhoria das condi-ções de vida dos trabalhado-res e da sociedade cubana”, destacou o secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, Nilton Souza da Silva, o Neco.

Segundo ele, a direção das duas Centrais Sindicais estão negociando um convênio por meio do qual dirigentes sindicais brasi-leiros poderão estudar na Escola Nacional de Quadros Sindicais Lázaro Peña, da CTC, em Havana. Além de Neco, fizeram parte da delegação brasileira o 1º secretário da Força, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, e o presidente da Central-GO, Rodrigo Alves Carvelo.

dicando mudança imediata na forma de cál-culo da remuneração do Fundo de Garantia.

A proposta é que a atualização monetária das contas se dê pela inflação, e não mais pela Taxa Referencial (TR) mais 3% de ju-ros. “Protocolamos o documento no STF pedindo que o Tribunal nos dê uma liminar para que, de agora em diante, o Fundo seja corrigido pela inflação”, explicou o presiden-

Um outro mundo é possível com tra-balho decente foi tema da oficina das Centrais Sindicais, que foi uma das

atividades do Fórum Social Mundial temá-tico, realizado em Porto Alegre de 21 a 26 de janeiro, com o tema “Crise Capitalista, Democracia, Justiça Social e Ambiental”.

Na oficina, que reuniu representantes de trabalhadores de várias regiões do mundo, o centro dos debates – coorde-nado pelo secretário-geral da Força Sindi-cal, João Carlos Gonçalves, o Juruna – foi a liberdade sindical e práticas antissindi-cais. O presidente da Força Sindical-RS, Cláudio Janta, destacou ser fundamental a unidade das Centrais para os trabalhado-

O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de São Paulo (SinSau-deSP) levou milhares de trabalhado-

res da enfermagem às ruas para reivindicar a jornada semanal de 30 horas. A manifes-tação foi realizada em 13 fevereiro, no vão livre do Masp, na avenida Paulista.

“Os trabalhadores da saúde de São Pau-lo mostraram sua mobilização, unindo-se às centenas de manifestantes vindos de todo o Brasil representando entidades sin-dicais de vários Estados e de diferentes Centrais”, avaliou o presidente do SinSau-deSP, José Lião de Almeida. Após o ato, os trabalhadores da enfermagem e dirigentes saíram em passeata pelo centro de São

Conquistar a liberdade sindical é o objetivo profissionais realizam ato pela semana de 30 horasf Ó r u m s o c i a l e n f e r m aG e m

res conquistarem suas bandeiras de lutas.Para o professor da Universidade Fede-

ral do Paraná, Sandro Lunardi, “não existe democracia sem democracia no ambien-te de trabalho, liberdade de negociação e respeito ao direito de greve”. Segundo ele, inexiste, de maneira clara, uma legislação que promova a criminalização dos patrões quando praticam atos antissindicais.

Juruna lembrou que as reivindicações re-lacionadas com a liberdade sindical e direito de greve e de negociação fazem parte da Agenda da Classe Trabalhadora, elaborada pelas Centrais Sindicais. “A organização no local de trabalho também consta da nossa pauta de reivindicações”, declarou ele.

Paulo. O secretário-geral da entidade, Jo-aquim José da Silva Filho, disse que cerca de 1,7 milhão de profissionais poderão ser beneficiados no País com a redução da jornada.

americana – Os trabalha-dores do setor de enferma-gem de Americana vão tra-balhar 30 horas por semana, sem redução salarial, depois de a Câmara ter aprovado pro-jeto de lei que institui o bene-fício, informou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais da cidade, Toni-

te nacional do Solidariedade, o deputado fe-deral Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Segundo cálculos do Partido, um tra-balhador que tinha no FGTS, no ano de 1999, R$ 1 mil, teve, no final de 2013, R$ 1.340,47 na conta. Caso o índice de cor-reção fosse outro, esse mesmo trabalha-dor teria, na mesma data, R$ 2.586,44. Ou seja, quase o dobro. Paulinho revelou que a soma devida aos trabalhadores por cau-sa da correção pela TR pode chegar a R$ 300 bilhões. “É o maior roubo da história do nosso País”, acusa o deputado.

objetivos da adin – A Adin tem dois objetivos: suspender a correção do FGTS pela TR daqui para a frente e derrubar para sempre a legislação que prevê a aplicação da taxa. Caso aceito, esse segundo pedi-do abre espaço para a definição de uma nova forma de cálculo – como o reajuste por um determinado índice inflacionário –, mas não garante uma devolução automáti-ca das diferenças devidas.

A legislação determina que o FGTS seja corrigido pela TR. Desde 1999, a taxa tem perdido para a inflação – o que leva a uma corrosão do poder de compra do dinheiro que o trabalhador tem no Fundo.

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Trabalhadores da enfermagem protestaram no vão livre do Masp e depois saíram em passeata

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nho Forti. “O mérito foi dos profissionais da Saúde, que lutaram muito para conquistar a semana de 30 horas”, declarou.

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www.fsindical.org.brjornal da força sindical — no 89 março de 2014

Os frentistas do Distrito Federal resolveram paralisar as atividades

em 28 postos de Santa Maria e do Recanto das Emas, no dia 7 de fevereiro, para protestar contra a violência. De acordo com o presidente do Sindicato da categoria, Carlos Alves dos Santos, o Carlinhos, uma única unidade de Santa Maria foi assaltada 12 vezes no mês de janeiro. “Assalto virou rotina em posto de gasolina”, denunciou.

Ao todo, 800 dos 5,9 mil frentistas aderiram à greve, afirmou Carlinhos, ao revelar que 160 postos foram assaltados só em janeiro. “Tem muito trabalhador sendo agredido e pedindo demissão. Tem muita gente ficando com síndrome do pânico”, afirmou o dirigente.

Por e-mail, a Polícia Militar informou que se reuniu com representantes dos postos de combustíveis, e que intensificou as ações para reduzir a violência nesses estabelecimentos.

Operação tartarugaPara Carlinhos, o aumento da

violência nos postos de combustíveis pode estar relacionado à operação tartaruga deflagrada pelos policiais militares do DF, o que enfraqueceu o policiamento ostensivo. Os PMs cobram aumento do salário, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios aos que estão em atividade e reformados. O governador Agnelo Queiroz reuniu a cúpula da segurança pública do DF para pedir que eles cobrem da tropa o cumprimento das atividades.

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Somente com a implementação de um conjunto de ações políticas o

País será capaz de reduzir as altas taxas de rotatividade da mão de obra, que cresceram de 52% em 2003 para 64% em 2012, levando-se em consideração o período de um ano de empresa. A demissão rápida de trabalhadores é usada pelos patrões para reduzir custos, principalmente na construção civil, onde a rotatividade atingiu 115% no período, agricultura 92%, comércio 64% e serviços 60%.

Para o presidente da Fequimfar, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, o movimento sindical precisa pressionar o governo para ratificar a Convenção 158 da OIT, que impede a demissão imotivada, além de exigir do Congresso a regulamentação do Artigo 239 da Constituição, que pune com imposto adicional aquelas empresas que promovem a rotatividade acima da média do setor.

“A luta inclui, ainda, a redução do tempo de desemprego para diminuir o custo gasto com o desempregado. Temos de ter claro que a rotatividade no mercado de trabalho causa prejuízos ao País porque aumenta o dispêndio para pagamento do seguro-desemprego”, disse Serginho.

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Giro da mão de obra prejudica a sociedade

Frentistas fazem greve contra a violência

ODia Internacional do Trabalhador, o 1º de Maio, teve origem nas

lutas operárias pela redução da jornada de trabalho ain-da no século XIX. Mais de 100 anos depois, o corte da carga semanal de trabalho se mantém como a princi-pal bandeira de luta do mo-vimento sindical brasileiro. A conquista deste objetivo fará a sociedade ‘Avançar na Democracia com Desen-volvimento Social’, tema do Dia do Trabalhador.

Com uma carga menor de horas traba-lhadas, o empregado terá mais tempo para o estudo, a qualificação, o lazer e o conví-vio familiar. Por isso, no Dia do Trabalhador, a ser realizado na Praça Campo de Bagatel-le e nas capitais e grandes cidades do País, a Força Sindical vai propor a intensificação da luta de massa pela conquista das princi-pais bandeiras das Centrais Sindicais.

Os sindicalistas vão reafirmar a posição

Encabeçada por Silvio José Campos, a chapa 1, da For-ça Sindical, venceu a elei-

ção para comandar o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Re-donda. Na disputa com a chapa da CUT/Intersindical/Conlutas, a chapa 1 contabilizou 73,08% dos votos, enquanto a oposi-ção obteve 10,59%.

“O Sindicato dará prossegui-mento à política deflagrada pelo ex-presidente Renato Soares, de priorizar a luta por aumento real de salário e melhores con-dições no ambiente de trabalho para os metalúrgicos”, afirmou Campos.

Além das reivindicações específicas da categoria, o presidente adiantou que o Sin-dicato intensificará as negociações com o Congresso, e com as empresas, para con-quistar a redução da carga semanal de tra-balho, sem o corte nos salários.

Para ele, será importante a integração do Sindicato dos Metalúrgicos na luta geral das Centrais Sindicais, que pleiteiam a re-

reduzir a jornada para avançar na democracia

Força sindical venceeleição em Volta redonda

Na festa do ano passado, o tema foi garantir direitos e avançar nas conquistas

Luis Carlos Barbosa, Geraldino, Manoel e Miguel Torres

Sílvio Campos vai receber a Presidência das mãos de Renato Soares

de revogação do Fator Previdenciário, de derrubada de projeto de lei que amplia a terceirização e de correção da tabela do Imposto de Renda na fonte. Fazem parte ainda, da pauta, a redução dos juros, pa-gamentos das perdas do FGTS, reajuste digno para os aposentados, transporte pú-blico de qualidade e mais investimentos na saúde, educação e segurança pública, entre outras reivindicações.

vogação do Fator Previdenciário, o comba-te à ampliação da terceirização, a correção da tabela do Imposto de Renda na Fonte, a igualdade salarial entre homens e mulheres e 180 dias de licença-maternidade.

“O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda é uma entidade combativa, que se notabilizou pelas lutas trabalhistas e pelo combate contra a ditadura militar”, destacou o presidente da Força, Miguel Torres.

O Distrito Federal (DF), e mais os qua-tro Estados da Região Centro-Oeste, receberam, cada um, um Fiat Doblò

zero quilômetro da Força Sindical Nacional em evento realizado em março, na cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso. “Com os carros, os sindicalistas de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e o DF terão facilitado o trabalho de or-ganização e mobilização dos traba-lhadores”, afirmou o presidente da Central, Miguel Torres.

“O carro é um instrumento de trabalho, e será usado para visitar Sindicatos e em eventos como as-

“Só conseguiremos manter as con-quistas e ampliar direitos com uni-dade, seriedade e muito trabalho”,

destacou o recém-eleito presidente Cláudio Magrão de Camargo Crê, durante a cerimô-nia de posse da diretoria que vai comandar a Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo nos próximos quatro anos.

Magrão disse que as atividades da Fede-ração levarão em conta os objetivos espe-cíficos, como a organização da campanha salarial dos Sindicatos filiados. No caso das demandas nacionais, como redução da jornada, fim do Fator Previdenciário e revogação do projeto da terceirização, a Federação estará junto na luta com a Força

Estaduais da região Centro-Oeste são beneficiadas Diretoria toma posse para mandato de quatro anosd o B l Ò f e d e r a ç ã o

Sindical e demais Centrais. A representa-tividade da diretoria eleita foi comprovada pelo comparecimento de 1.800 trabalhado-res, dirigentes sindicais e familiares na so-lenidade de posse, assim como delegados dos 52 Sindicatos filiados à entidade, ao ato realizado em Jundiaí.

Compareceram também ao evento o go-vernador Geraldo Alckmin, o deputado fe-deral Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (So-lidariedade-SP), o deputado estadual Davi Zaia e o secretário de Emprego e Relações de Trabalho, Tadeu Moraes de Souza.

Alckmin ressaltou a importância do tra-balho sindical da Federação, representati-vo, organizado e combativo.

Carlinhos: trabalhadores

pararam as atividades em

28 postos de combustíveis

sembleias, promoção de cursos de quali-ficação e mobilização das bases”, resumiu Geraldino dos Santos Silva, secretário de

Relações Sindicais da Força Sindical. Na abertura do evento, o presidente da For-ça Sindical-MT, Manoel de Souza, desta-

cou: “Num Estado com 141 muni-cípios, temos de percorrer grandes distâncias, e com os veículos novos poderemos melhor atender aos inte-resses do trabalhador, intensificar a luta pela manutenção de direitos e avançar nas conquistas”.

“A entrega dos carros foi um com-promisso assumido pela gestão ante-rior, do companheiro Paulinho”, expli-cou Miguel Torres, ao lembrar que os Estados da Região Nordeste já rece-beram os veículos.

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jornal da força sindical — no 89

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repressão, miséria e violência

Desde que assumiu a Pre-sidência da República, em setembro de 1961, João Goulart exerceu uma gestão

marcada pela sombra de um golpe. Em seu governo, Jango se aproximou dos movimentos sociais criando condições para o crescimento do movimento sin-dical. Tanto que, durante sua Presidên-cia, foi criado o Comando Geral dos Tra-balhadores (CGT), formado, sobretudo, pelos comunistas ligados ao PCB e pe-los trabalhistas ligados ao antigo PTB.

Mas, apesar dessa sua postura, Jan-go não era socialista. Delineado nas chamadas Reformas de Base, o pro-jeto de Jango incluía apoiar pequenos capitalistas, o que geraria uma relativa quebra de monopólios.

A ameaça ao poder do grande ca-pital, entretanto, não apenas inco-modou a elite brasileira, que viu a possibilidade de perder seu sistema de privilégio, como também, e prin-cipalmente, dado o contexto dual da Guerra Fria (capitalismo versus comu-nismo), fez com que os Estados Uni-dos da América encarassem a condu-ção do governo brasileiro como uma afronta aos seus interesses políticos, sociais e econômicos.

revolta dos marinheirosEm março de 1964 a situação cami-

nhava para decisões extremas. O fa-moso Comício da Central do Brasil, na capital fluminense, no dia 13 de mar-ço, a revolta dos marinheiros da Ma-rinha do Brasil, em 25 de março, e a

palestra que Jango realizou, em 30 de março de 1964, no Automóvel Clube do Rio de Janeiro, foram tentativas do presidente em estabelecer uma rede de apoio.

Mas a manipulação estadunidense o deixou de mãos atadas. Além de ter bancado campanhas eleitorais de políticos simpáticos a sua economia, e uma intensa campanha anticomu-nista na grande imprensa, os EUA orientaram deliberadamente militares brasileiros a promover o golpe, posi-cionando uma divisão da Marinha dos Estados Unidos, a Quarta Frota, em direção ao Brasil, caso Jango resistis-se e houvesse a necessidade de in-tervir militarmente.

A data estabelecida para o golpe foi 4 abril de 1964. Poucos dias antes, contudo, em 31 de março, o general Olímpio Mourão Filho, comandante do IV Exército, resolveu se antecipar, partindo com suas tropas de Juiz de Fora (MG) para o Rio de Janeiro às três horas da manhã. Desta forma, em 1º de abril de 1964, uma reunião entre Armando de Moraes Ancora, coman-dante do I Exército, e Amauri Kruel, comandante do II Exército, com a pre-sença do general Emílio Garrastazu Médici, decidiu pela união das tropas na deflagração do golpe.

Apesar da pressão do Exército, foi no Congresso Nacional que o golpe se efe-tivou. Auro Soares de Moura Andrade,

presidente do Senado, declarou vaga a Presidência do Brasil, ape-sar de João Goulart estar no País

em plena vigência do mandato. O pre-sidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, foi empossado como presidente provisório.

Atraso políticoNaquela madrugada de 31 de março

para 1º de abril de 1964 iniciava-se, no Brasil, um período de atraso político e desigualdade social que perdurou por 21 anos, submetendo o País ao mais longo período de exceção de sua his-tória republicana.

A ditadura militar suprimiu, com base na violência institucionalizada, os direi-tos democráticos e civis, perseguindo, ameaçando, prendendo, torturando, ou mesmo assassinando, milhares de cidadãos. Tal prática do terror serviu à implantação de uma política econô-mica de austeridade e arrocho salarial que aprofundou a miséria e a violência.

Por isso, hoje, 50 anos depois do golpe, a sociedade brasileira se esfor-ça para explicitar as atrocidades que a ditadura cometeu contra o povo e, es-pecialmente, contra os trabalhadores. As Centrais Sindicais brasileiras, por meio de sua participação na Comissão Nacional da Verdade, vêm à público exigir, do Estado, Verdade, Memória, Justiça e Reparação1.

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical

Na madrugada de 31 de março para 1º de abril de 1964 iniciava-se, no Brasil, um período de atraso político e desigualdade social que perdurou por 21 anos,

submetendo o País ao mais longo período de exceção de sua história republicana.

por: Corolina Maria Ruy*

Golpe militar:

1 Trecho da carta das Centrais Sindicais brasileiras aos trabalhadores e ao povo brasileiro apresentada no Ato Sindicato “Unidos Jamais Vencidos”, de 1º de fevereiro de 2014.