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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIV Edição 02 Domingo, 11.01.2015 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

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Page 1: Ano CXIV R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira …batistas.com/OJB_PDF/2015/OJB_02.pdf · edição do “Cantor Cristão”, em 1991, com 16 hinos, em Recife -

1o jornal batista – domingo, 11/01/15?????ISSN 1679-0189

Ano CXIVEdição 02 Domingo, 11.01.2015R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Page 2: Ano CXIV R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira …batistas.com/OJB_PDF/2015/OJB_02.pdf · edição do “Cantor Cristão”, em 1991, com 16 hinos, em Recife -

2 o jornal batista – domingo, 11/01/15 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

“A mentira ou a verdade” OJB 22/12/2014

• O prezado Carlos Hen-rique Falcão afirma em seu tema que “Temos persona-gens bíblicas que usaram o expediente da mentira como solução do seu pro-blema”. Cita Abraão, Isaque e Raabe. Diz que: “A men-tira será sempre mentira e tem sua origem no próprio diabo”; faz referência a Jó 8.44. Gostaríamos de saber do autor: se o que eles fize-ram foi mentira, então foi o diabo que usou Abraão e Isaque para agirem de modo a evitar que os egípcios e os

habitantes de Gerar os ma-tassem? Foi também o diabo que inspirou Raabe a atuar de modo a preservar a vida dos espias israelitas? Se eles mentiram, então o diabo (se-gundo o articulista) operou contra si mesmo, em favor da causa de Jesus Cristo?

Diante disso, como en-tender o ensino do Senhor Jesus em Mateus 12.25-26? Aguardamos a explicação do autor, para nosso esclare-cimento em continuação de seu artigo.

Jurandyr Salvador Amân-cio, pastor da Igreja Batista Central em Casa Verde - SP

O Jornal Batista um século depoisQuando O Jornal

Batista surgiu, em 10 de janeiro de 1901, os Batistas

brasileiros deram, naquele momento, o exemplo de como deveria ser o baliza-mento dos passos a seguir. É bom lembrar tal fato para que não percamos o fio da meada, depois de mais de um século decorrido, quando estamos diante de tantas alternarivas oriundas de vozes dissonantes.

Nossos grandes editores do final do Século XIX fo-ram Zacarias Clay Taylor (1850/1919) e Salomão Luz Ginsburg (1867/1927). O primeiro, não somente lan-çou o primeiro Jornal Batista brasileiro, “Echo da Verdade”, 1886, na Bahia, como tam-bém publicou nossos primei-ros livros: “A Bíblia sobre o Batismo”, “O Manual de Ecle-siologia” e “Cristo nos Evan-gelhos”; o segundo lançou o Jornal “As Boas Novas”, em 1894, na cidade de Campos - RJ, como publicou a primeira edição do “Cantor Cristão”, em 1991, com 16 hinos, em Recife - PE.

Ambos, Zacarias e Salo-mão, encerraram as ativida-des jornalísticas e livrescas que tinham, na Bahia e na cidade de Campos, e doaram o acervo patrimonial, máqui-nas, papel, tipos, guilhotina e outros utensílios, bem como o dinheiro de assinaturas e publicidade, para montar a nova tipografia no antigo Dis-trito Federal, a cidade do Rio de Janeiro, e dar início a um novo jornal que viesse a ser o

elo de unidade da obra Batista no Brasil: “O Jornal Batista”.

Homens notáveis, gigantes da fé, como Zacarias e Salo-mão, tinham a mente e o co-ração voltados para a melhor maneira de ver o crescimento da obra Batista. Um novo jornal que pudesse alcançar os estados, os municípios, as igrejas, as famílias, as bibliote-cas, com uma mensagem que informasse os propósitos e os objetivos dos Batistas.

Assim nasceu “O Jornal Batista” e a “Casa Publica-dora Batista”. Um homen notável, W. E. Entzminger (1859/1930), e outro, The-odoro Rodrigues Teixeira (1871/1950), que viria a ser considerado o preceptor por excelência dos Batistas brasi-leiros, na análise do teólogo W. C. Taylor (1886/1971), assumiram a direção daquele hebdomadário que, fiel às di-retrizes que lhe foram dadas, não se desviou nem para a direita e nem para a esquerda.

Na sequência dos anos, ou-tros foram ocupando os lugares daqueles pioneiros. De Casa Publicadora Batista, passamos para Junta de Escolas Domi-nicais e Mocidade (J.E.D.M.), e depois para Junta de Educa-ção Religiosa e Publicações (JUERP). O jornal teve vários diretores dos quais menciona-mos os que, na nossa opinião, foram os principais: W. E. Ent-zminger, Theodoro Rodrigues Teixeira, Moysés Silveira, Almir dos Santos Gonçalves, José dos Reis Pereira, Nilson Dimarzio, Salovi Bernardo e Sócrates Oli-veira de Souza.

No último decênio do Sé-culo XX veio o debacle geral de nossa instituição respon-sável pela literatura adquiri-da e enviada para as nossas igrejas. A mudança estrutural verificada em nossa JUERP na década de sessenta, um parque gráfico ultrapassado, a inflação fora de controle, as mudanças do dinheiro (cruzeiro, cruzeiro novo, cru-zado, real), tudo contribuiu para a desestabilização de nossa JUERP.

O alvorecer do século trou-xe para a denominação novas perspectivas com a reestrutu-ração de nossa Convenção, de nossas Juntas, de nosso Conselho Geral, de nossos quadros dirigentes, com o aproveitamento de novos lí-deres como Oliveira de Araú-jo, Paschoal Piragine Junior, Josué Mello Salgado e Luiz Roberto Silvado (que che-gou a uma vice-presidência da Aliança Batista Mundial). Com a chegada dessses notá-veis líderes chegou também o executivo, pastor Sócrates Oliveira de Souza, o viabiliza-dor de todas as reformas que foram implementadas.

Para o melhor desenvolvi-mento do trabalho uma nova Editora foi criada em 31 de janeiro de 2007 chamada “Convicção Editora”. Ela foi o primeiro passo para dar novo direcionamento às nossas pu-blicações. No primeiro ano editou os seguintes livros: “Academia da Alma”, de Isra-el Belo de Azevedo; “O Aper-feiçoamento dos Santos na Integração das Gerações”, de

João Falcão Sobrinho e “100 anos da Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira” de Zaqueu Moreira de Oliveira.

“O Jornal Batista”, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira desde 1909, me-diante proposta do pastor Francisco Fulgêncio Soren, que passou a ser editado sob a égide do Conselho Geral da Convenção desde a década de noventa do Século XX, tem hoje uma tiragem de papel reduzida, que atende seus fiéis assinantes, quase todos batistas da melhor ida-de. E para gáudio dos Batistas de um modo geral, a edição “on-line” alcança cerca de 250.000 Batistas não só no Brasil, como no mundo in-teiro.

O Jornal Batista não perdeu a visão da missão que o fez surgir. Tem se posicionado sempre quando a contingên-cia política, religiosa, ética o exige. Não passamos em brancas nuvens quando um posicionamento incisivo re-quer uma demonstração de apoio ou repúdio. O exem-plo que citamos foi a ma-nifestação contundente por ocasião dos debates sobre o Decreto 8.243, de 23 de maio de 2014.

Assim agindo, O Jornal Ba-tista entra no seu 114º aniver-sário. Fiel à sua origem, fiel à sua denominação. Não se desviou nem para a direita e nem para a esquerda. Prosse-gue na sua jornada pela graça e pela misercórdia inexaurível de Deus. (O.A.A.)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 11/01/15reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIVEIRA SANCHES

Tendo como divisa Romanos 6.22, sur-ge o desafio de total submissão a Cristo.

A nossa natureza pecamino-sa rejeita e abomina qual-quer submissão a alguém. O pecado nos faz rebeldes e promove rebeldia contra a ação de Cristo em nosso viver prático. O título é o tema da Convenção Batista Brasileira (CBB) para o ano de 2015. Isto significa que teremos à disposição um ano inteiro para nos sub-metermos integralmente a Cristo. A Bíblia na Lingua-gem de Hoje traduz o texto oferecendo mais clareza ao entendimento: “Mas agora vocês foram libertados do pecado e são escravos de Deus. Por isso, a vida de vocês está completamente dedicada a Ele, como re-sultado terão a vida eterna” (Rm 6.22).

Éramos escravos do peca-do. Como escravos, estáva-mos sujeitos às ordens de satanás. Seguir a natureza pecaminosa e atender aos seus reclamos é natural. O pecador sem Cristo não tem escolha. Ou serve ao pecado ou serve ao peca-do. Como consequência, o pecado paga elevado salá-rio aos seus servos, que é a morte, como deixa claro Romanos 6.23. Vemos esta realidade todos os dias em nossa sociedade. Mortes prematuras, assassinatos, roubos, corrupção desen-freada, violência crescente que atinge a todos, a detur-pação dos valores familiares e a exaltação à imoralida-de, são algumas das muitas ações do pecado no viver humano.

Todas as políticas de res-tauração do individuo se tornam inócuas, pois não

conseguem atuar na nature-za pecaminosa, não mudam o íntimo das pessoas. São “boas”, mas interiormente continuam más e a praticar o mal.

A experiência com Cristo nos liberta do pecado. A ação do Espírito Santo nos torna nova criatura, de acor-do com o que diz II Coríntios 5.17. Em Cristo há um novo ser que passa a agir sob o comando do Espírito Santo, tendo como alvo levar cada salvo ao “Estado de varão perfeito até atingirmos a estatura de Cristo” (Ef 4.13). A mudança de status é tão admirável e maravilhosa que deixamos de ser escra-vos do pecado para sermos escravos, por decisão livre, de Deus.

A escravidão a que nos submetemos a Cristo gera a profunda alegria espiri-tual. A santidade passa a

ser modus vivendi do novo escravo sob o domínio do novo Senhor. Antes o ser-viço ao pecado era triste e eivado de sofrimentos; não havia esperança. Nenhum vislumbre de melhoria de vida.

Agora em Cristo a vida nos sorri. Servimos com re-dobrada alegria e gratidão. Nenhum serviço é pesado. O louvor, a gratidão e a ale-gria gerados pela salvação nos induzem ao servir com submissão. O texto afirma que a vida do salvo está to-talmente dedicada a Cristo. A vida deixa de ser preciosa para os interesses pessoais. Envolta na alegria de servir a Cristo, como menciona Atos 20.24, nos submetemos integralmente ao Senhor que nos resgatou.

O tema há que ser refleti-do com carinho e sabedo-ria durante todo o ano de

2015 pelos salvos. A práti-ca dessas verdades vai dar a Igreja mais salvos servindo com amor, sem reclama-ções. Vai dar a cada salvo a necessidade de refletir sobre como estou sendo sensível ao comando do meu Senhor. Sou escravo. A vontade do Senhor é a minha vontade, pois escra-vo não tem domínio sobre sua própria vontade. Vai dar à Convenção Batista Brasileira, em seus múlti-plos departamentos e aos seus líderes, a necessidade de repensar alguns progra-mas, alguns planejamentos, deixar de lado o orgulho do “eu insubstituível” para ceder lugar ao Senhor da Causa. Quais as ordens que Ele tem para seu povo em 2015? Escravos não discu-tem, apenas obedecem. Você está disposto a viver a praticidade do tema?

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4 o jornal batista – domingo, 11/01/15

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

O Pai sabe: nós, não

reflexão

“Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes” (Mt 6.8).

Antes de nos ensinar a oração conhecida como Pai Nosso, Je-sus achou por bem

nos ensinar uma verdade profunda sobre a relação entre nossas necessidades e a provisão pelo Senhor. Ele disse: “(...) O vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes” (Mt 6.8).

Cada um de nós sente onde lhe dói e o que lhe falta. E é natural que apresente suas necessidades a Deus. Porque “Toda boa dádiva vem do

Senhor”. Um dos benefícios de conversar com o nosso Pai sobre as faltas que sentimos é o de desenvolver intimidade com Ele e o de declarar Sua soberania e providência.

Ao dizer que o “Pai sabe o que vos é necessário” Jesus nos declara que o Senhor, na realidade, sabe e sempre soube daquelas coisas de que precisamos. Nós é que não sabemos. A postura que aprofunda nossa vida espiri-tual é a de apresentar nossos pedidos ao Senhor e, depois, descansar. Repousar na certe-za de que Ele nos dará aquilo que, exatamente, nos esteja faltando, com poder e com amor. Ao orar, é bom não es-quecer que nós não sabemos, mas o Pai sabe.

Cleverson Pereira do Valle, colaborador de OJB

Os paulistas cla-maram por chu-va durante muito tempo. A falta da

chuva trouxe preocupação para todos. A água come-çou a faltar, algumas cida-des começaram a racionar e tomar medidas enérgicas por causa da crise hídrica. O que seria o racionamento de água? É economizar água, usar com inteligência, usar com prudência. A água é de fundamental importância para a sobrevivência do ser humano, não dá para pensar na extinção da água do pla-neta. Sem água, o homem não sobrevive.

O principal culpado da crise hídrica é o próprio ho-mem, o descuido da natureza leva a terríveis consequên-cias. Quando voltamos para as Escrituras sabemos que Deus fez tudo perfeito. O mandato cultural é claro, o homem devia administrar a terra, zelar por ela. Quando seguimos os preceitos bíbli-cos, andamos com a consci-ência tranquila, mas, quando desobedecemos, sofremos.

Os paulistas estavam preo-cupados com a falta de chu-va, várias cidades do estado de São Paulo ficaram em alerta. Eu resido na região metropolitana de Campinas, uma cidade de 48 mil ha-bitantes, e aqui a Prefeitura criou medidas emergenciais

para economizarmos água. No final de novembro, a chu-va tão esperada começou a cair, passamos a torcer por mais água vinda dos céus. Os reservatórios antes secos, agora já começam a encher. A chuva é muito bem-vinda, esperamos com alegria as gotas de água caídas do céu.

A chuva serve para regar a terra, para encher reser-vatórios que irão abastecer milhões de pessoas. Deus de-seja derramar chuvas de bên-çãos sobre a vida daqueles que o buscam. Ele deseja que cada pessoa conheça o Plano de Salvação através de Jesus Cristo. Deixe a chuva do céu cair sobre a sua vida, deixe Deus derramar bênçãos sem medidas sobre você.

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

Havia em uma Igre-ja, em certa ci-dade, um senhor chamado José .

Desde a sua conversão ele se mostrara um cristão dedi-cado. De maneira especial, o senhor José gostava de co-locar o seu velho automóvel - um fusca 1972 - a serviço da Obra de Deus. Para levar pessoas à Igreja, ele subia morros, descia vales, andava pelas ruas de terra esburaca-das da periferia e transpunha lamaçais. Também usava seu carro para transportar cestas básicas e divulgar os eventos da Igreja. Agindo assim, ele se sentia útil e feliz. O Cria-dor abençoou o senhor José de modo que ele progrediu bastante. Pôde, inclusive, trocar de carro, adquirindo um veículo novinho em folha, importado. Mas, foi então que algo aconteceu. José passou a não disponibilizar mais seu automóvel para os trabalhos da Igreja. “As crianças vão su-jar o estofamento e os buracos

estragarão os amortecedores”, dizia ele. “Tenho de proteger o meu investimento”. Aos poucos, o senhor José foi deixando de participar das atividades religiosas e de ter comunhão com os irmãos. Meses depois, parou até de frequentar a Igreja. Nos do-mingos pela manhã, na hora da celebração na Igreja, o senhor José podia ser visto na frente de sua casa, lavando o seu carro novo.

Essa história veio do livro “Lições de Fé”, do escritor Marcelo Aguiar. Por acaso, algum leitor conhece alguém que tenha agido assim como o senhor José? Ou tenha se sentido como o próprio José? Por ser um nome popular, muitos “Josés” também são vistos em Presidente Vences-lau, em São Paulo, no Rio de Janeiro, e em diversas cidades do Brasil e do mundo com o comportamento observado na narrativa inicial, infelizmente. De maneira sutil ou de manei-ra escancarada, essa bondade é a que encontramos na so-ciedade interesseira de hoje. Porém, nada é absoluto. Ra-

ríssimas exceções conseguem manifestar bondade sem que haja alguma outra intenção escusa no ato.

Há muito tempo contei neste espaço a história de um grande amigo, bondo-so de coração. Diante da dificuldade de uma família e sem qualquer condição financeira, a acolheu em uma pequena casa de sua proprie-dade que estava sem inqui-linos com o compromisso de cobrar-lhe o aluguel seis meses depois. Findo o prazo, dez meses após a acolhida, resolveu começar a cobrança pela hospedagem. Dirigiu--se ao local e ouviu do pai daquela família o relato de que não poderia ainda quitar tal débito. Explicou-lhe que estava com um dos filhos bem doente. Sensibilizado, ainda coube a esse amigo um empréstimo de R$ 150,00 para a compra de remédios. Incrível, não?!

Infelizmente, as boas ações hoje ocorrem apenas como atos compensatórios. Barga-nhas. Bondade não é moeda de troca. A benevolência

genuína é algo que fazemos com os nossos próprios re-cursos, com o suor do nosso trabalho, com a alma des-nuda e prestativa. Os desa-visados não compreendem, por exemplo, que no campo político, bondade não exis-te. Bondade por dinheiro ou obrigação não agrada ao Criador. Devemos praticá--la, seja para quem for, pela transformação da nossa natu-reza em algo melhor e honra-do, você não acha? A exímia bondade existe sim. Bon--da-de: eis uns dos motivos porque o mundo ainda não acabou. Existe muita gente fantástica, gente boa, por aí, graças a Deus. Bondade é a grande oportunidade para testar a nossa alma. Isso é como “ouro cristalizado” diante do Criador. Reflita: pode-se passar a maior di-ficuldade, passar por algo terrível, horrendo, porém, Deus sempre manda um anjo bondoso para ajudar. Pode ser um parente, um amigo, um conhecido ou até uma pessoa nunca vista antes, não é mesmo? Que maravilha.

Encerro com uma velha história da internet: Moffat, um grande missionário da África, gostava de contar uma história como prova de que a Palavra de Deus tem poder para transformar o homem em algo melhor, bom. Um africano estava triste e de cabeça baixa e Moffat en-tão perguntou se alguém havia morrido: “Ninguém morreu”, disse o homem. É que o nosso cachorro comeu uma página da Bíblia”. Mo-ffat então disse: “Isto é tão sério? Eu lhe arranjo outra folha igual”. Mas o homem exclamou: “Oh, eu não me preocupo com a Bíblia, mas porque agora nosso cachorro não vai mais avançar em nin-guém e nem vai lutar com os chacais”. Prosseguindo falou: “Ele vai ficar tão manso, tão bondoso, como o povo que crê neste livro; todos os nos-sos guerreiros se tornaram tão pacíficos como as mulheres por causa da influência da Bí-blia e agora o meu cachorro está estragado”. A bondade perfeita de Cristo alegra o Criador. Sigamos o Mestre.

A chuva chegou

Bondade por interesse

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5o jornal batista – domingo, 11/01/15reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

“No último dia 23 de dezembro o pastor João Falcão Sobrinho deixou a temporalidade e assumiu a eternidade. Foi seu querer, foi sua busca constante. Alcançou o prêmio da so-berana vocação. Talvez pudéssemos chamá-lo de “Senhor Cooperação”; sua marca indelével. Em to-dos os seus escritos vamos encontrar sua continuada mensagem de cooperação.

Em um texto que tivemos a oportunidade de com-partilhar com ele, anotei: “A cooperação é um tema inesgotável porque abrange a totalidade de vida cristã e da vivência da Palavra de Deus. Cooperação inicia no Gênesis com a criação, continua com a vinda do Salvador ao mundo e se projeta diante do trono do Cordeiro, onde multidões incontáveis de remidos es-tão louvando a Cristo pelos milênios sem fim”. Agora o “Senhor Cooperação” tam-bém está diante do trono louvando para sempre ao Senhor. Até breve “Senhor Cooperação”. – Sócrates Oliveira de Souza, diretor-executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB)

O último voo do Falcão

João Emílio Cutis, pastor da Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ

Foi na madrugada do dia 23 de dezembro que nosso querido pas-tor emérito recebeu o

esperado abraço. Aquele a quem serviu durante longos anos, decidiu por convocá-lo para deixar o kronos e entrar no kairós. Agora, o escritor das “Parábolas Vivas” viverá novas histórias, nas quais todos os finais serão felizes. O autor das Parábolas está diante do Autor da vida.

O pastor Falcão foi um homem com múltiplas ha-bilidades. Falava e escrevia bem. Mas algo que sempre me chamou a atenção foi a rara mistura de doutrinador e evangelista. Talvez por-que possuísse duas grandes paixões: a Bíblia e as almas perdidas. A primeira vez que o ouvi pregar fiquei intriga-do. O tempo que lhe estava disponível era curtíssimo. Um “finalzinho de culto”. Ele rapidamente apresentou Jesus como Salvador e fez um apelo. Naquela época já era um ancião, mas estava vivaz, teve presença de espírito,

leitura do ambiente, rapidez de raciocínio. Pessoas co-meçaram a levantar as mãos atendendo ao chamado. Fui embora do culto maravilha-do com “aquele velhinho da cabeça branca que pregou”. Refletindo depois, a analogia que fiz foi a do pregador e o centroavante goleador. Mui-tas vezes o atacante fica ali, meio que sumido no jogo, mas de repente o disparo em velocidade e o chute cer-teiro. A cantoria já estava meio enfadonha, parecia que

não iria acontecer mais nada de novo, mas o evangelista aguardava uma oportunidade para lançar uma flecha de vida. Ele não poderia “per-der viagem”. Até hoje sou influenciado por aquela noite de pesca maravilhosa.

A faceta do doutrinador se mostrou evidente ao longo do seu pastorado. Basta con-versar com algumas de suas ex-ovelhas para perceber clareza na compreensão das doutrinas fundamentais do Novo Testamento. Como

amante das escrituras tinha prazer de discorrer sobre temas bíblicos. Sua aptidão para o ensino não se limitou às lições orais. Foi profícuo escritor. Escreveu muito. Seus livros, estudos e artigos aben-çoam milhares de pessoas.

Mas havia outro aspecto muito interessante que o ca-racterizava: era uma figura que inspirava. Inspirava jo-vens ao pastorado. Inspirava casais a uma vida de compa-nheirismo e amor devotado. Inspirava crentes à santidade de vida. Sua simples presen-ça influenciava positivamen-te. Era uma presença forte. Com ele por perto parece que as pessoas se sentiam desestimuladas a fazer o que era errado.

Mas há um aspecto de sua conduta que me vejo na obri-gação de expor. Quando deixou o pastorado para se aposentar, a Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ concedeu ao pastor Falcão o título de pastor emérito. Com isso, frequentemente eu sou abor-dado por alguém pergun-tando sobre como era nossa relação. Lembro-me de um jovem pastor que, falando baixinho, me perguntou: “E a presença do Falcão, não te atrapalha?”. Imediatamente respondi: nunca. O pastor Falcão jamais atrapalha. Ele sempre ajudou. Viveu co-migo, na prática, o que sem-pre ensinou nos seus anos de magistério teológico. Era homem de ética ilibada. Só fazia comentários a meu res-peito que fossem positivos. Dono de uma perspicácia rara soube dar-me bons con-selhos, sempre que solicitei. Não foi intrometido, incon-veniente, nem oferecido. Nunca teve necessidade de ressaltar seus feitos para se mostrar superior a mim. De-cidiu ir a Irajá somente se convidado por mim.

Quando implantei algumas mudanças, em momentos em que muitos ressaltavam que “No tempo do pastor Falcão não era assim”, ele me disse: siga em frente. É isso mesmo. Uma ocasião me citou o seguinte adágio: “Vassoura nova varre os can-tos. Prossiga, pois a Igreja precisa disso”.

Certa vez vivemos uma si-tuação curiosa. Ele havia me dado uma sugestão. Quando a implantei um irmão ligou para sua casa dizendo que minha atitude era uma sandi-

ce. O irmão esperava que o pastor Falcão me convences-se que eu estava errado. Eu e ele ficamos sorrindo do caso.

Por fim, preciso destacar o que considero a moldura de ouro de sua vida: casamento. Seu relacionamento conju-gal com dona Zênia foi um primor. Juntos eram a mão e a luva, a corda e a caçamba, a fronha e o travesseiro, o colar e o pescoço. Era algo tão emblemático que não é incomum, em uma conversa com algum casal da Igreja, alguém citar pastor Falcão e dona Zênia como exemplos de vida. Ali eu pude ver com clareza o que é um pastor que tem em sua escala de valores Deus em primeiro lugar, sua família em segundo e a Igreja em terceiro. Estes foram os grandes amores de João Fal-cão Sobrinho: Jesus, família e Igreja. Necessariamente nesta ordem. Ele foi um servo de dona Zênia. Considerava tudo como secundário, se “Zênia” precisasse dele.

Mas o Falcão voou. Voou para casa. Voou para o Pai, para o descanso. Vou para fi-car perto do seu maior amor: Jesus Cristo.

“O Senhor tomou para si na madrugada do dia 23 de de-zembro o querido pastor João Falcão Sobrinho. Ele faleceu em casa aos 84 anos. O pastor Falcão foi um dos grandes líderes Batista, cuja vida integra e exemplar tornou-se um referencial para muitos crentes. O pastor Falcão é admi-rado por sua coerência, moralidade e espiritualidade. Ele ajudou gerações a ver a Igreja com outros olhos. Suas aulas de aconselhamento pastoral, eclesiologia e evangelismo não deixaram a chama apagar em muitos corações. Seu senso pastoral, prático e equilibrado fez dele um exemplo para muitas gerações. Uma vida preciosa.

Missões Nacionais registra suas considerações a este grande servo de Deus e pede ao Senhor que conforte o coração da sua esposa, irmã Zênia, e de toda família en-volvida com o Reino de Deus: os filhos pastores Donaldo Benício e Carlos Henrique e a filha pedagoga, Sílvia Néli; ambas as noras, Edinéa e Glaucieide, e o genro, Aristeu, também líderes em suas Igrejas; e sete netos e um casal de bisnetos”. – Junta de Missões Nacionais

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vida em famíliaGilson e Elizabete Bifano

6 o jornal batista – domingo, 11/01/15 reflexão

As primeiras lembran-ças de que tenho de O Jornal Batista es-tão ligadas a pessoa

do irmão “Tiãozinho”.Tiãozinho era da Igreja

Batista Vinte e Dois de No-vembro. Posso lembrar-me perfeitamente o lugar que o Tiãozinho sentava-se no san-tuário da Vinte e dois, como chamamos a querida Igreja, situada no bairro do Fonseca, em Niterói - RJ.

Tiãozinho ia toda a semana na filial da JUERJ, na Avenida Amaral Peixoto, em Niterói, e pegava os exemplares de O Jornal Batista para vender aos seus fiéis leitores.

Mais tarde, quando semi-narista, o irmão Sebastião Aguiar me presentou com uma grande quantidade de O Jornal Batista e eu fiz um belo arquivo de assuntos para minha futura vida pastoral. Depois, O Jornal Batista foi importante em meu ministé-rio. Quantas vezes O Jornal Batista me apoiou divulgan-do os eventos da Juventude Batista do estado do Rio de Janeiro ( JUBERJ).

Lembro-me que uma vez, encontrei com o pastor Reis Pereira e ele já me conhecia. Ele me disse, com a forma-lidade que lhe era peculiar: “Se ainda existisse a torre no Jornal Batista, o irmão seria uma delas”. Para quem não sabe o que era a torre, trata-va-se de uma Coluna da pri-meira página sempre desta-cando uma figura importante da denominação. Eu, como jovem, ainda deslumbrado com algumas coisas, fiquei todo orgulho. Hoje, de co-ração, não significaria nada.

Desde 1998, quando eu e minha esposa, Elizabete Bi-fano, criamos o Ministério Oikos, O Jornal Batista tem sido fundamental em nossa caminhada no trabalho com famílias. O Jornal Batista sem-pre me apoia neste ministério missionário com famílias. Não pedi, mas fui convidado pelo pastor Sócrates, diretor-exe-cutivo da Convenção Batista Brasileira (CBB) para ser um colunista do O Jornal Batista, junto com minha esposa. Es-crever para o Jornal Batista é

um braço importante da minha ação ministerial. Hoje, tenho a responsabilidade e o privilégio de participar quinzenalmente do conteúdo deste semanário de nossa denominação. Todas as vezes que escrevo, penso nos seus milhares de leitores.

Como é gratificante andar por este Brasil e ouvir de-poimentos de tantas pessoas falando da bênção que tem recebido de Deus através dos pensamentos colocados so-bre família nas colunas quin-zenais. Já ouvimos relatos de esposas, pais, avós, pastores, maridos, mães e filhos.

Uma vez minha esposa compartilhou em um de seus escritos sobre a experiência vivida com o casamento de nossa primeira filha, Susan-ne. Uma pessoa que estava sofrendo tanto por casar sua filha, naqueles mesmos dias, disse para o pastor: “Mas, a irmã Elizabete Bifano, com este artigo, parece que entrou aqui em casa e viu como esta-va o meu coração. Como fui abençoada”. Este fato nos foi contado por um pastor amigo.

Mas, além de abençoar pessoas, casais e famílias, tenho sido muito abençoado também através de O Jornal Batista. Uma dessas bênçãos se chama Lindsey Batista Colombani, de São José dos Campos - SP. Toda semana, irmão José Jorge, pai de seu genro e líder da Associação Batista local, comprava o exemplar de O Jornal Batista, lia e repassava para o Batista.

Um dia, Lindsey Batista, líder da Igreja Batista Jardim das Indústrias, na mesma ci-dade, resolveu organizar um retiro de casais. Por nos co-nhecer somente através dos escritos de O Jornal Batista, convidou o casal Bifano para ser o preletor. Aceitamos o convite e a partir dali nasceu uma profunda amizade entre nossas famílias. Hoje, Batista, como eu o chamo, é um dos meus melhores amigos. So-mos como irmãos de carne.

Por isso e por muito mais, louvo a Deus pelo O Jornal Batista, por tudo que ele re-presenta para minha vida, minha família e para o meu ministério.

Geraldo Terto, pastor, colaborador com OJB

“Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano. Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes” (Sl 92.12; 14).

Terceira idade ou a melhor idade. Qual é a diferença da pala-vra idoso para pala-

vra velho? Velho é sem uso, desgastado. Idoso é expe-riente, amadurecido. Nunca devemos chamar um idoso de velho. O idoso precisa ser visto como um recurso e não como um fardo.

Crescimento de idosos no Brasil: no começo do século passado a média de vida no Brasil era de 32 anos, hoje é 75 anos e a faixa que mais cresce é de 80 anos. Segundo o IBGE, no ano 2020 o Brasil terá mais idosos do que crian-ças. Será que a sociedade e o governo estão preparados para essa nova realidade? A maioria dos idosos - 83% - possui casa própria. O restante - 17% - não têm onde morar. De acordo com o Portal 3ª Idade, “Em um relatório preparado pela Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Brasil não possui infraestrutura de abrigo para população idosa. Segun-do o relatório, alguns asilos vi-sitados são depósitos de idosos abandonados onde os internos vivem sem família ou contato com a comunidade”. E nossas igrejas, estão preparadas para receber tanto idoso? Dias atrás, fui ao culto em uma Igreja que pastoreei; o som era tão alto que não pude ficar no salão. O ideal, em futuro próximo, é organizar igrejas batistas para a terceira idade.

De um modo geral, as pes-soas que não se preparam para envelhecer, quando en-velhecem é um desastre. Eu comparo a moça que vai para o casamento pensando em não

ter filho. A falta de preparo para as grandes mudanças leva à pessoa à depressão, uma das principais doenças da po-pulação idosa. O idoso deve reconhecer suas limitações: muitas coisas que fazia antes agora não podem mais, doen-ças que só aparecem com a idade, cabelos grisalhos, rugas, ser chamado de avó/avô, etc.

O que é qualidade de vida?Será que qualidade de vida

é ter uma confortável casa para morar, um bom plano de saúde, boa aposentadoria, carro com motorista particu-lar ou viajar para o exterior quando quiser?

Eu conheci uma senhora, de mais de 50 anos, que ti-nha tudo isso e era muito infeliz; o prédio onde mo-rava, no Centro de São José dos Campos -SP, tinha um apartamento por andar, mo-rava sozinha, mas era cerca-da de pessoas para servi-la, dois dias por semana passava tardes/noites nos luxuosos bingos da cidade com suas amigas; tinha medo de tudo e de todos; para sair de casa um taxi, conhecido, deveria está em frente do seu prédio.

Qualidade de vida é vida produtiva, como diz Salmos: “Os justos na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14). O propósito de Deus é que vivamos em comunhão com Ele e com o próximo. O após-tolo Paulo diz: “Em tudo dai graças” (Ef 5.20). Aí está a di-ferença do idoso crente para o não crente. Somos aben-çoados por Deus para aben-çoar os outros. Nem sempre temos saúde, mas podemos conviver com a enfermidade. Não devemos permitir que alguma dificuldade tire nossa alegria de viver. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5b). Jesus disse: “No mundo tereis tribulações, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo”. Com Jesus somos mais que vencedores.

Devemos estar satisfeito com o que temos e com o que somos. O apóstolo Paulo nos dá um excelente testemunho: “Sei passar falta e sei também ter em abundância: em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tan-to em ter fartura, como em passar fome. Posso todas as coisas naquele que me forta-lece” (Fp 4.12 e 13).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a qualida-de de vida na terceira idade pode ser definida como a ma-nutenção da saúde em todos seus aspectos: físico, social, psíquico e espiritual.

Algumas sugestões práticas:

Cuidado com a saúde: tome suco em vez de refrigerante, use adoçante em vez de açú-car, se poder coma peixe em vez de carne vermelha, use azeite de oliva, se poder coma pelo menos duas frutas dife-rentes por dia e coma verdura, muita verdura.

O lazer para o idoso é de suma importância: O idoso precisa sair da rotina: fazer caminhada diária; fazer parte de grupo da terceira idade da igreja ou do bairro. Exercitar a mente com leituras, trabalho manual, jogos, exercícios físi-cos, trabalho voluntário etc.

Há várias armadilhas para enganar o idoso: se usa a in-ternet não abra e-mail desco-nhecido, chamada telefônica a cobrar altas horas da noite dizendo que um dos parentes foi acidentado, empréstimos consignados, compras em longo prazo, cartão de cré-dito enviado pelos correios, medicamentos oferecidos na TV que serve para quase tudo. Por fim, um conselho de um ex-presidente dos Estados Uni-dos, Thomas Jeffersor: “Não compreis objetos que não precise pelo simples fato de ser barato”.

Nota: autorizo o uso total ou parcial do texto: pastor Terto.

O Jornal Batista em minha vida

Qualidade de vida na terceira idade

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7o jornal batista – domingo, 11/01/15missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

O pastor Charles e Priscila Ramos a t u a m c o m o mi s s ioná r io s ,

em Florianópolis - SC, há três anos. Eles têm testemu-nhado sobre o quanto Deus tem abençoado a obra que realizam na cidade. Recen-temente, mais nove pessoas foram batizadas na Igreja que eles lideram. Estas vidas

são fruto do intenso traba-lho evangelístico que eles têm realizado. Os batismos foram realizados em uma cachoeira do município de Águas Mornas - SC. Após a celebração, cerca de 60 pessoas, entre membros, visitantes e familiares das pessoas batizadas, se reu-niram para o almoço – o que representou mais um momento significativo de comunhão. “O culto de ceia, realizado no mesmo

Redação de Missões Nacionais

Há dois anos os missionários Jo-sivaldo e Valde-lina Beda estão

em Camaçar i - BA, de -senvolvendo um trabalho de evangelismo entre os surdos. Direcionados por Deus, eles começaram a visitar os lares da cidade, em busca de surdos com os quais pudessem com-partilhar a Palavra.

Com o tempo, Deus foi colocando, aos cuidados dos missionários, vidas se-dentas de Cristo. Pessoas foram libertas, salvas e, hoje, fazem parte da Igreja em Libras de Camaçari - BA. E o trabalho que antes era realizado na casa de Josivaldo e Valdelina co-meçou a crescer, passando a ocupar um salão doado pela Segunda Igreja Batista de Camaçari - BA, que é a Igreja-mãe do trabalho com surdos na cidade.

Com uma colheita cada vez mais abundante – visto que os obreiros têm pra-t i cado a evangel ização discipuladora - no último aniversário de dois anos da Igreja também houve a ce-lebração de sete batismos. Os testemunhos de vida, de cada pessoa batizada, impactaram os visitantes e houve conversões. Entre as sete pessoas que se rende-ram a Cristo na noite dos batismos, estava a mãe de um jovem que foi liberto

do homossexualismo e es-tava se batizando naquele dia.

“Em todo momento eu pude ver a unidade que eles (os missionários) estão formando entre o grupo de surdos. Verdadeiramente, a evangelização discipula-dora tem acontecido ali. As pessoas têm cuidado umas das outras e aprendido a Pa-lavra de Deus. Esse conceito de ‘agregar e aperfeiçoar’ vemos ali na Igreja em Li-bras. Eles realizam o traba-lho dos Pequenos Grupos Multiplicadores (PGMs) e é como vemos em Atos 5.42, com muita comunhão. E os batismos representaram um momento muito boni-to”, relata Marília Manhães, coordenadora do Ministé-rio com Surdos de Missões Nacionais, que visitou este campo missionário do perí-odo dos batismos.

Inves t i r no minis tér io com surdos é de grande importância. A Igreja tem a missão de compartilhar o amor de Cristo com to-dos e isso inclui grupos de pessoas que muitas ve-zes cons ideradas como excluídas da sociedade. Muitos cristãos surdos ou ouvintes têm sido desper-tados para este trabalho, mas é necessário que mais pessoas sejam preparadas. Escreva para [email protected] para ter informações sobre treinamentos e cursos de capacitação para a obra entre os surdos.

Batismos e avanço do Evangelho em Santa Catarina

Mais nove pessoas foram batizadas

Trabalho com surdos

em Camaçari – BA segue avançando

Comunhão e crescimento do número de pessoas alcançadas

domingo, após o batismo, foi uma festa. Os batizados e a Igreja estavam muito felizes por aquele momen-to tão especial”, contam os missionários.

Interceda por este minis-tério, a fim de que mais vidas sejam alcançadas e transformadas pelo poder de Cristo. Pastor Charles e Priscila têm o objetivo de iniciar mais uma congre-gação na grande Florianó-polis.

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8 o jornal batista – domingo, 11/01/15 notícias do brasil batista

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9o jornal batista – domingo, 11/01/15notícias do brasil batista

Deus seja louvado por esta grande data114 anos; como passa o tempo...E nosso Jornal sempre avançandosempre circulando e anunciandoo doce Evangelho do Senhor JesusTudo clareando, espargindo luz cumprindo a missão a nós destinada: “sair semeando a Sua Palavra mostrando ao pecador como se prostrar aos pés da sua cruz”Jesus é o caminho, a verdade e a vida não se vá ao Pai se não for por Ele É a nossa força, nosso esconderijo, nossa proteção, nossa fortaleza está assentado ao lado de Deus

IIToquem anjos, flautas, violinos agradeçam muito ao nosso Deus divino por essas tantas graças tão bem recebidas por sermos portadores das suas mensagens tão alvissareiras e maravilhosas por nós conhecermos a Sua verdade,que foram saídas da boca de Deus...

IIIW,E. Entzminger foi seu fundador, outros o seguiram e estão seguindo levantando sempre a grande bandeira da santa Palavra da libertaçãodo coração do homem que é pecador...

IVParabéns a todos que colaboraram na sua jornada tão vitoriosa Batam muitas palmas, fiquem celebrandoseu aniversário muito faustamente Batistas do mundo e servos de Deus varas da sua videira e interessados em dar muitos frutos na sua seara em ficar espalhando as suas sementes pelo mundo afora sem temor ou medo e sempre fazer a sua vontade para ter no céu a felicidade de ouvir de Deus no seu paraíso “Muito obrigado”, venham tomar posse das suas coroas; seus nomes estão no Livro da Vida o seu galardão já foi separado!

Deus seja louvado pelos 114 anos de O Jornal Batista

O meu Jornal

D’Israel, colaborador de OJB, membro da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro

José Renê Toledo, diretor-executivo da OPBB-MG

Dia 10 de janeiro é sempre uma data importante: dentre os vários acontecimentos comemorados neste dia, um se sobressai: é o aniversario do querido O Jornal Batista.

Nosso querido semanário é fator de unidade denominacio-nal. Tenho o privilégio de ser seu assinante desde 1966, por-tanto, há 48 anos ele se tornou minha companhia semanal. Desde os tempos do querido Almir Gonçalves e suas “facetas da vida cristã” ele tem feito sua parte para manter a unidade denominacional. No tempo do extraordinário José dos Reis Pereira, eu aguardava ansiosamente sua chegada para ler seus extraordinários editoriais e suas “Torres”, que a cada semana tinha uma ênfase ou homenageava uma figura de expressão de nossa Convenção. Suas matérias e notícias sempre são de grande relevância para a nossa querida denominação.

Hoje, milhares de pessoas recebem o exemplar por e-mail, mas eu continuo sendo assinante e o recebendo impresso. O que lamento é o fato de ser pouco lido. Al-guns colunistas ou colaboradores são de extraordinária qualidade: a Coluna de Gilson Bifano, por exemplo, de-veria ser leitura obrigatória, especialmente pelos pasto-res. Os “bilhetes de Sorocaba” são de uma profundidade e seriedade extraordinária. Também deveria ser leitura obrigatória. As Parábolas do pastor Falcão certamente farão falta. A piedade e espiritualidade em cada frase faziam muito bem a todos nós. Os artigos de Lourenço Stelio Rega também sempre nos conduzem a repensar nossos comportamentos.

Na verdade, cada pagina do nosso querido aniversariante, deve ser devorada por cada batista. Gostaria de desafiar cada colega, cada irmão, a se tornar um assinante, um leitor de nosso querido O Jornal Batista.

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10 o jornal batista – domingo, 11/01/15 notícias do brasil batista

Natan Alves David, historiador, membro da Segunda Igreja Batista de Araucária - PR

Existem pessoas que em sua trajetória de vida marcam defini-tivamente de modo

positivo todo o lugar por onde passam e as pessoas com as quais se relacionam, refulgin-do o caráter de Cristo forjado em suas vidas e deixando sua marca na história. São estes, por excelência, raros. Othon Ávila Amaral, sem o risco de cometer saudosismos, se enquadra perfeitamente nesta definição. Servo fiel, convertido ao Evangelho do Senhor na Campanha Nacio-nal de Evangelização no ano de 1965, é apaixonado pelas letras, encantando pelas sub-jetividades da escrita e ávido por encontrar nos entremeios das palavras, a oportunidade de entender seus significados. Othon Ávila Amaral é mem-bro correspondente da Aca-demia Anapolina de Filosofia, Ciências e Artes, membro ho-norário da Academia Pedralva de Letras e Artes, cooperador da Academia Valenciana de Letras, membro fundador da Academia de Letras e Artes de Mesquita e tem seu nome homenageado na biblioteca principal da Igreja Batista Be-tel de Mesquita - RJ.

Destacou-se em nossa denominação como um exí-

mio cooperador, um servo que disponibilizou os talen-tos que Deus lhe concedeu para edificar grande obra na história Batista brasilei-ra. Suas descobertas, fru-tos de longos períodos de pesquisas, o tornaram um dos maiores conhecedores de nossa história. José Reis Pereira, exponencial pastor batista e historiador por excelência, cravou ao dizer que Amaral “É desses que mergulham num livro ou numa coleção de jornais e são capazes de esquecer-se do almoço ou do jantar”. Um desafio a ser lançado é questioná-lo sobre algum fato importante de nossa trajetória. Com certeza ele terá a resposta encaminha-da imediatamente, pois é um homem que tem a satisfação de conhecer o passado, que se maravilha com suas descobertas e tem grande prazer em repassar seu conhecimento. Nobre de espírito, um homem de caráter, um estudioso apai-xonado por história, por jornalismo, por política e por futebol, sente-se hon-rado em permitir uma boa conversa construtiva. Ser-viu como secretário de O Jornal Batista por 17 anos, da Convenção Batista Flu-minense por cinco anos e também foi secretário na Assembleia da Convenção Batista Brasileira, no ano

do centenário batista, em 1982, em Salvador, capital da Bahia.

Fazendo parte atualmente do Conselho Editorial do presente periódico, edificou inúmeras vidas com suas belas publicações. Sua obra principal, “Marcos Batistas Pioneiros”, é destes livros

que, todo apaixonado por história dos Batistas brasilei-ros deve ter em sua bibliote-ca particular, pois narra de forma contundente e com ricas fontes bibliográficas e históricas, grandes episódios e personagens que constru-íram a denominação Batista no Brasil. Seu papel como

estudioso serve de exemplo para muitos que se sentem compromissados em deixar um legado importante para a Igreja brasileira. Othon Ávila Amaral encontra-se ao lado de grandes eruditos ba-tistas, como Asa Routh Crab-tree, José Reis Pereira, Irland Pereira de Azevedo, Betty Antunes de Oliveira, Israel Belo de Azevedo e Zaqueu Moreira de Oliveira, sendo esses alguns dos principais nomes da nossa literatura. Aqueles que têm o privilégio de conhecê-lo, com certeza sentem-se honrados por te-rem partilhado ao seu lado grandes fatos e edificantes discussões.

O legado que Amara l consolidou em sua vida como membro batista ati-vo é louvável. Seu caráter simples, a defesa genuína da fé cristã e seu grande empenho aos estudos his-tóricos o credenciam como um notável exemplo. Infe-lizmente, dada conjuntura social atual de um mundo pós-moderno sem tempo para conceder valor aos estudos do passado, fazem com que vez mais o núme-ro de estudiosos da nossa história sejam reduzidos. Nossa gratidão e reconheci-mento a Othon Ávila Ama-ra l , homem único, com valor imensurável, que por sua excelência é substan-cialmente raro.

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11o jornal batista – domingo, 11/01/15missões mundiais

Willy Rangel Redação de Missões Mundiais

Comemoramos, nes-te mês de janeiro, 114 anos de O Jor-nal Batista. Poucos

são os jornais que come-çaram a ser publicados no início do século XX, como OJB, que ainda continuam em circulação. Porém, nos-so O Jornal Batista é mais do que uma simples publi-cação oficial e informativa, ele inspirou, inspira e con-tinuará inspirando pessoas com suas mensagens refle-xivas, artigos questionado-res e notícias dos campos missionários.

“Essa deve ter sido a visão dos que criaram O Jornal Batista. Tinham a certeza de que a formação doutrinária não pode estar restrita a palavras. É preciso formular e deixar por escrito o que cremos e o que precisamos para crescer na fé e na vida cristã”, diz o pastor Hans Udo Fuchs, coordenador da JMM para a África e leitor de OJB. “E lá se vão 114 anos de palavras de ensino, exortação, edificação e en-corajamento, louvor e ado-ração. Agradeço a Deus por tantas bênçãos”, acrescenta.

O pastor Hans destaca também que “A palavra es-crita é mais poderosa do que a falada, não entra por um ouvido e sai por outro, pois pode ser lida e relida, gravando-se melhor na men-te e no coração. E alcança mais gente”.

Tanto alcança que foi atra-vés de uma matéria de Mis-sões Mundiais publicada em 2003 em O Jornal Batista que o hoje missionário mo-bilizador Diego Santana de Oliveira, na época com 16

anos, conheceu o Projeto Radical África.

“O Jornal Batista foi uma das ferramentas através da qual eu tive o privilégio de ser voz de Deus em alguns países na África”, relata Die-go. “Naquele ano eu li uma matéria muito desafiadora que falava sobre a neces-sidade urgente de pregar o Evangelho em alguns paí-ses na África. Foi quando conheci melhor o Radical África, no qual jovens a partir de 18 anos que se sentiam chamados por Deus poderiam se apresentar à JMM para ser voz de Deus em vilarejos no interior de alguns países africanos, vi-vendo em equipe e com al-gumas limitações por causa das circunstâncias adversas desses locais”, explica.

Mesmo sem ter comple-tado 18 anos, Diego entrou

com contato com a JMM e pediu para que anotas-sem seu nome, pois den-tro de pouco tempo ele se apresentaria para o Radical África.

“Três anos mais tarde, eu estava em treinamento e compondo a quarta tur-ma do Radical África. Para honra e glória do Senhor, tivemos a oportunidade de ser testemunhas de pessoas que entregaram suas vidas a Cristo através do trabalho que desenvolvemos”, afirma Diego, que serviu no Níger durante dois anos, de 2007 a 2009. “Hoje não estou mais em uma aldeia africa-na, mas é muito gratificante saber que alguns daqueles irmãos continuam se reu-nindo em suas casas para estudar a Palavra de Deus. Isso me encoraja a cada dia querer entender e viver o

meu chamado e ser voz de Deus às nações”, completa.

O Jornal Batista também ajuda os crentes a desco-brirem como podem servir melhor ao Reino através da vocação de cada um. Foi pensando nisso que, para 2015, Missões Mun-diais está promovendo na Campanha o tema “Meu Chamado, voz de Deus às Nações”.

“Sabemos que precisamos de um mensageiro para le-var a cada batista os desa-fios e a realidade dos cam-pos missionários. Louvo a Deus, pois o Jornal Batista tem sido, ao longo dos anos, não apenas um veículo de comunicação, mas também um mensageiro dos campos cuja voz alcança os cora-ções e colabora com o des-pertamento de nossos vo-cacionados para interceder,

ofertar e compreender a sua vocação”, diz o pastor Ruy Oliveira Jr., coordenador da JMM para as Américas.

Também foi através de uma matéria publicada no “Mensageiro dos campos”, como definiu o pastor Ruy, que o dentista, pastor e mis-sionário Paulo Pagaciov co-nheceu a obra missionária mundial.

“Eu tinha 14 anos quando vi um O Jornal Batista pela primeira vez. Morava em Sorocaba - SP e fiquei en-cantado com a página onde havia notícias dos campos missionários. A primeira parte que lia era a seção de Missões Estrangeiras. O relato dos missionários me fascinava. Nem sonhava em ser missionário, queria mesmo ser dentista”, lembra o pastor Pagaciov.

“Quando chegava a época da Campanha de Missões Estrangeiras, que depois mudou para Missões Mun-diais, eu ficava na expecta-tiva de aparecer um missio-nário em nossa Igreja, um daqueles que eu já conhe-cia por causa de O Jornal Batista. Até que apareceu o jovem casal José Calixto e Suely Patrício, que iria para a Venezuela nos meses seguintes. E através de O Jornal Batista passei a acom-panhar a trajetória deles”, relata Pagaciov.

“Mal sabia que, após cur-sar odontologia, faria tam-bém teologia, o chamado missionário se confirmaria e iria para o campo. E que, além de leitor, passaria a ser notícia nas páginas de Missões Mundiais, a mesma seção que me encantava na adolescência. Mal sa-bia que, mais de 40 anos depois daquela visita do pastor Calixto e acompa-nhando sua vida pelo O Jor-nal Batista, trabalharíamos juntos no campo, ele como orientador pastoral e eu como coordenador da JMM para a Europa. Hoje não folheio as páginas, pois O Jornal Batista evoluiu, e se-manalmente abro a edição online no meu computador e vejo as notícias missioná-rias dos colegas que estão em outros campos. Dou graças ao nosso Deus pelo O Jornal Batista, porque ele faz parte da minha vida missionária”, conclui o pas-tor Pagaciov.

O Jornal Batista e os campos missionários

Diego Santana, à direita, com a quarta turma do Radical África

Pastor Hans Udo FuchsPastor Paulo PagaciovPastor Ruy Oliveira Jr.

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12 o jornal batista – domingo, 11/01/15 notícias do brasil batista

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13o jornal batista – domingo, 11/01/15notícias do brasil batista

Zaqueu Moreira de Oliveira, pastor

N o dia 17 de de-zembro de 1914, em Solidão, hoje Landri Sales, no

Piauí, nasceu Zilda Moreira de Oliveira, filha de Rita Moreira e Zacheu Martins Moreira, que era líder ba-t is ta no Norte do Piauí, sendo também diácono e apreciado pregador leigo. Zilda estudou em Corrente, no Sul do mesmo estado, e se casou com o pastor J. J. de Oliveira Filho, no dia 16 de novembro de 1934. Com o esposo, seguiu em lombo de burros em 1937 para o campo missionário, já com os dois primeiros fi-lhos, ambos com menos de dois anos de idade. Atuou nas cidades de Nativida-de, Porto Nacional, Pedro Afonso e Babaçulândia, todas no hoje estado do Tocantins. Onde chegava, fundava uma escola, pois nos referidos locais nada existia na área educacio-nal, assim como não havia energia elétrica, telefones, calçamento, carros, médi-cos e outros produtos do desenvolvimento. Tudo era difícil, pois existia perse-guição contra protestantes, contrariando os princípios constitucionais de liberda-de de consciência e sepa-ração entre Igreja e Estado.

Havia muita dificuldade para alugar uma casa, pois os padres proibiam seus fiéis de servir aos protestan-tes, os quais eram conside-rados “satânicos”. Às vezes as próprias autoridades e os líderes políticos locais se movimentavam para preju-dicar o trabalho dos missio-nários. Até a compra de ali-mentos era problemática, pois os donos de quitandas não queriam se compro-meter por vender algo aos crentes. Mas a Obra era de Deus, pelo que o trabalho prosseguia e várias igrejas foram organizadas e seus membros alimentados es-piritualmente, enquanto o nome de Cristo era anun-ciado com ousadia.

O último campo de atua-ção da referida missionária teve como sede a cidade de Carolina, no Maranhão, embora o trabalho se esten-desse para o então estado de Goiás. Foi neste período que Dona Zilda cumpriu um de seus sonhos para ampliar mais ainda as suas atividades, fazendo um cur-so prático de enfermagem. Ela tinha um dom especial nessa área, pelo que passou a atender enfermos de Ca-rolina - MA, Filadélfia - GO e locais vizinhos, mas prin-cipalmente pessoas que se deslocavam de lugares dis-tantes nas matas do sertão maranhense e tocantinense,

para buscar tratamento na cidade mais importante da região. O único médico na cidade tinha confiança no seu trabalho, e ele mesmo encaminhava muitos desses sertanejos para a casa do pastor Oliveira Filho, onde eram bem recebidos, orien-tados e medicados, pois os filhos, que moravam em capitais, providenciavam amostras grátis de remédios e mandavam para o trabalho missionário. Lembro-me das filas imensas de doentes que havia diariamente em frente da casa, e a forma carinhosa como eles eram atendidos, sem esquecer o testemunho cristão e o anúncio do Evan-gelho. Às vezes, o tratamen-to precisava ter continuida-de, pelo que alguns doentes ficavam hospedados na casa da missionária por um, dois ou mais meses. Recordo-me também da gratidão expres-sa por vários enfermos, que ao retornar a Carolina leva-vam presentes para agradar a enfermeira, os quais eram constituídos de produtos agrícolas e frutas.

Vítima de câncer, consta-tado em janeiro de 1974, dona Zilda precisou se des-locar para o Recife, onde residia seu f i lho, pastor Zaqueu, a fim de ter o ne-cessário acompanhamento médico. Embora de início tivesse recebido o veredic-to de continuar vivendo

apenas poucos meses, ali permaneceu por quase dois anos e meio, enfrentando as dificuldades com cora-gem e fé extraordinária. Nesse período, ela conti-nuou seu ministério através de aconselhamento pes -soal, de correspondências e de orações. Interessante que quando estava prestes a nos deixar, mesmo so-frendo dores atrozes, minha mãe pedia oração aos que a visitavam, não por ela própria, mas em favor dos campos missionários e, es-pecialmente, pela continui-dade do trabalho realizado através da Junta de Missões Nacionais (JMN).

Finalmente, em 17 de maio de 1976, com 61 anos de idade, ela foi para a pre-sença do Pai. Como parte de sua cerimônia fúnebre na Igreja Batista da Capun-ga - PE, eu tive a oportuni-dade de abrir a Bíblia no capítulo dos heróis da fé em Hebreus, e dizer que Zilda Moreira de Oliveira, minha amada mãe, deixou--nos para gozar as delícias celestiais, mas as suas obras aqui permaneceram, não só nas escolas que fundou, como nas pessoas que aju-dou física e espiritualmente e, sobretudo, na vida dos filhos que encaminhou com muito amor e sabedoria nos caminhos do Senhor. Na verdade, como aconteceu

com Abel, como descreve Hebreus 11.4, ela conti-nuou vivendo através do que construiu como profes-sora, enfermeira e missio-nária, além do que deixou com seus descendentes, que até hoje prosseguem levan-do adiante a mesma mensa-gem de salvação, fé e amor. Na ocasião de sua partida, o então executivo da JMN, pastor Samuel Mitt (O Jornal Batista, 11/07/1976, p. 4-5), escreveu: “O nome de Zilda Moreira de Oliveira há de ficar na história dos Batistas do Brasil. Pela ajuda presta-da aos filhos da Pátria, pela inspiração que deixou, pela dedicação com que serviu a Jesus, pela participação na obra como esposa, mãe e missionária, o seu nome há de ser lembrado com muita gratidão a Deus. Pode-se dizer a respeito dela, com toda a certeza: ela cumpriu a missão”.

Esta foi minha mãe. Na sua simplicidade, ela se contentava com o pouco que possuía materialmen-te, mas era rica em dons e amor. Rica da graça de Deus. Por isso viveu ser-vindo, refletindo Missões até o seu último momento aqui na terra. Ela era uma “Árvore plantada junto às correntes de águas, que dá seu fruto no tempo certo e cuja folhagem não murcha” (Sl 1.3). Aleluia!

Missionária Zilda Moreira de Oliveira: 100 anos de nascimento

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14 o jornal batista – domingo, 11/01/15 ponto de vista

Senhor, esta é a afirma-ção segura de Davi, teu servo, rei de Is-rael, homem segundo

o teu coração. Davi estava absolutamente certo da sua declaração de fé. Ele foi pas-tor e sabia das implicações da tarefa. Sabia que era um pastor deficiente, cheio de falhas, limitações e deforma-ções. Eu me identifico com ele nessa condição humana. Na sua declaração de fé, ele deixa claro que Tu és o pastor perfeito, benigno em todas as Tuas obras e estás perto, mui-to perto, de todos os que Te invocam e o fazem de verda-de. De que aqueles que estão debaixo de Tua proteção têm toda a Tua provisão. Tu és inesgotável em Ti mesmo. Tens recursos inesgotáveis. De nada têm falta os que Te obedecem, os que se sub-metem ao Teu pastoreio. Tu és o modelo de pastor, pois nos amas profundamente em Cristo Jesus, o “Filho-Pastor”

Iracy de Araújo Leite, secretária da Convenção Batsita Brasileira

São exatamente qua-tro horas. Debruça-da em minha varan-da, contemplando o

belo arvoredo que se esten-de ao longo das avenidas, pensando, pensando, eis que algo chama a minha atenção, o ressurgir do dia.

O céu estava lindo, enfei-tado de luz, que começava a se espalhar por todo o hori-zonte. Que espetáculo. Tudo era tão tranquilo, tão de man-sinho, que contagiou a minha alma ansiosa e apressada.

O dia surgia lentamente acompanhado pela orques-tra afinada dos pássaros cantores. Quem os desper-tou ainda escuro? Quem cochichou no seu ouvidi-nho anunciando: “Acor -dem, o sol está raiando!?”. Quem puxou a pontinha das folhas que os acolhia de modo confortável?

Bem, eu sei que luzes e cânticos formavam um conjunto harmonioso e belo anunciando o res -surg i r de um novo dia , trazendo consigo a gran-diosa mensagem de paz,

que deu a Sua vida na cruz para nos salvar perfeitamente e que afirmou: “Eu sou o Bom Pastor e dou a minha vida pe-las ovelhas” (Jo 10.11).

O Senhor é o meu pastor e não me faltará o essen-cial para viver dignamente. O Senhor me sustenta com a Tua graça e esta graça é melhor do que a vida. Tenho experimentado ao longo dos anos Tuas misericórdias e a Tua graça, Teu favor que não mereço. O Teu amor é tão profundo e, portanto, incomparável. Os Teus juízos e propósitos são perfeitos. Tu me fazes descansar na Tua fidelidade. Ainda que eu seja infiel, Tu permaneces fiel, pois não podes negar-Te a Ti mesmo, como descreve II Ti-móteo 2.13. Tu me conduzes às águas tranquilas e refrige-ras a minha alma. O mesmo rei Davi diz no Salmos 16.11 que na Tua presença há de-lícias perpetuamente. Andar com o Senhor é andar no

de alegria e de esperança para minha alma.

Oh! A pressa de Deus é tão tranquila, que não tem pressa. Nem adianta ficar angustiada, o dia chegará, sem sair do trilho, sem atri-to, sem estresse, o dia vai chegar em toda sua plenitu-de. É um presente de Deus, use-o com sabedoria.

Como é bom ficar al i , parada por alguns momen-tos, sentindo Deus, con-templando sua atuação no universo, tempos e tempos, sem cortes, sem transtor-nos, tudo acontecendo sob o seu comando, no mo -mento certo, sem nenhuma dúvida.

Estávamos nós dois, Ele e eu a meditar no seu poder profundo, nas l ições de vida que me passava, no valor da fé, da esperança, na sua atuação na vida dos que O buscam. Quem pode imaginar a beleza desse encontro? Quem desejaria que este momento termi-nasse?

Assim, enquanto estava absolvida nesse encanto, o astro rei prosseguia es-palhando seus raios lumi-nosos, empurrando a noite para o outro lado, obedien-

descanso, na confiança, sem ansiedade, e na certeza do Teu cuidado paternal. Tu me guias pelas veredas da justiça que está em Cristo, Teu Filho Amado. Na verdade, Tu és a minha justiça. Fui justificado por Tua graça e essa me bas-ta. Pela graça sou o que sou e a Tua graça não é vã para comigo, como diz I Coríntios 15.10.

Senhor, meu Pastor, mes-mo que eu ande por cami-nhos perigosos, Tu estás co-migo me dando proteção e me corrigindo. Tu queres que eu ande por caminhos cer-tos na Tua presença. Tu me guardas dos meus inimigos, dos que desejam atingir-me, derrubar-me. Tu me livras do poder do inimigo da minha alma. Tu me ensinas a amar os meus inimigos com o Teu amor em Cristo Jesus. Tu me unges, aprovas em Cristo e fazes transbordar o meu cá-lice. Como tenho sido aben-çoado por Ti. Posso indagar,

te ao comando de Deus, do-minava todo o firmamento, pois é dia. É vida, é luz, as cores têm novo brilho, a natureza toda acorda ao

extasiado, como o salmista: “Que darei ao Senhor por todos os Seus benefícios para comigo? (Sl 116.12). Sei que é apenas graça, graça maravi-lhosa derramada sobre mim por meio de Cristo Jesus. Essa graça me basta, pois o poder do Senhor se aperfeiçoa na minha fraqueza. Aliás, nas minhas fraquezas me glorio para que sobre mim repouse o poder de Cristo Jesus, Teu Filho tão amado, como relata II Coríntios 12.9-10.

Sim, o Senhor é o meu Pas-tor e nada me faltará, pois a Tua bondade e a Tua miseri-córdia me seguirão todos os dias da minha vida e a casa do Senhor, na eternidade, está preparada para mim e para todos os que O amam, e o Senhor enxugará minhas lágrimas e não haverá mais luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram, segundo Apocalip-se 21.4. Tenho certeza desta verdade porque Jesus a pro-

comando do Pai, do Senhor dos senhores.

É dia também para minha alma que se sente, nesse encontro, mais cheia de esperança no

meteu categoricamente em João 14.1-2. Como Paulo, “Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (II Tm 1.12). Nada devo temer, pois o Senhor está comigo nas circunstancias mais difíceis. Nada, absolutamente nada, me poderá separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.38-39). Esta é a minha segurança absoluta. É a minha âncora inabalável. O Senhor é o meu Pastor, Aquele que cuida de mim. Não temerei o que me possa fazer o homem. Sei que nada acontece se Tu não quiseres. Diz o profeta Jeremias: “A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nEle” (Lm 3.24). Esta é a minha convic-ção. Confio no Senhor como o meu Pastor. Louvado seja o Senhor, o meu Pastor, Aquele que é a minha suficiência todos os dias.

Deus tão grandioso que nos ensina a crer, a confiar no seu poder eterno, a cantar de ale-gria porque, após a noite, virá sempre um novo dia.

O Senhor é o meu pastor

É madrugada

Ao filiados à Ordem dos Pastores Batistas do BrasilO presidente da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, pastor Es-

tevam Fernandes de Oliveira, em cumprimento ao que preceitua os Capítulos IV e V e Capítulo VII Artigo 31 do Estatuto desta Organiza-

ção, convoca seus filiados para a Assembleia Geral Anual, a realizar- se nos dias 4 e 5 de fevereiro de 2015.

Com destaque para os seguintes assuntos a serem tratados: Apresentação dos relatórios do Diretor Executivo e Conselho Fiscal Reforma do Estatuto e Regimento Interno Eleição da DiretoriaLOCAL: Espaço Cultural da FAURGS - Rua São Pedro, 663 - Centro – Gramado - RS.Dia 04/02/2015 – Horário de 9 às 17h. Dia 05/02/2015 – Horário de 9 às 17h.INSCRIÇÃO SOMENTE PELO SITE: https://e-inscricao.com/opbb/assembleia2015 (Copie o link e cole em seu navegador) Valor da Inscrição é de R$75,00 (Setenta e Cinco Reais) se pago até o dia 26/12/2014

ou R$95,00(Noventa e Cinco Reais), após esta data. Só terão acesso ao local das reuniões os inscritos, devidamente identificados e com a

taxa de inscrição paga. (TODOS OS FILIADOS PAGAM ESTA TAXA - VAGAS LIMITADAS)

Rio de Janeiro 20 de Dezembro de 2014

Estevam Fernandes de Oliveira Presidente

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

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15o jornal batista – domingo, 11/01/15ponto de vista

No âmbito regional e mesmo nacional, a visão funcional de uma Convenção

deve ter como compromisso ser contextualizada, dinâmica, sinérgica em vez de entrópica e, muito mais, ter como foco o ser-viço à igreja local. Não há como termos uma Convenção sem partirmos da igreja local – ela é o ponto de partida e de chegada do que seja uma Convenção.

Diversas variáveis necessi-tam, portanto, ser consideradas. Hoje penso que podemos des-tacar a questão se devemos nos ocupar prioritariamente com as instituições convencionais ou com áreas de atuação. Temos aqui um conceito diferente do que seja Convenção.

A visão institucional é estru-tural, linear, burocrática e nem sempre permite a comunicação entre as instituições e organiza-ções que compõem uma Con-venção. Consideramos a orga-nização por meio das famosas caixinhas de um organograma

que se constitui na estrutura convencional. Cada um no seu espaço delimitado juridicamen-te pelos estatutos e regimentos. Cada um protegendo o seu espaço de modo a termos uma estrutura, mas nem sempre um sistema que se comunica entre si unindo os objetivos e capacitações para alcançar o alvo comum que deveria ser o cumprimento da missão da Convenção. Em geral, não há sinergia ampla neste modelo de funcionamento. As Juntas ou Conselhos são organizados em volta das instituições ou organi-zações. O tempo das reuniões e a própria estruturação destas Juntas ou Conselhos seguem a dinâmica institucional, jurídi-ca e gerencial para dar conta dos relatórios funcionais das respectivas instituições ou or-ganizações que por eles são administradas. Os executivos devem cuidar dos seus espaços e atribuições institucionais de modo a fazer com que a insti-tuição que dirigem deem certo

e superávit. A agenda de cada um acaba sendo impermeável e, em geral, não leva em conta todo o sistema convencional.

Se partirmos da igreja local, considerando a sua missão, teremos de redesenhar este conceito de Convenção de modo a organizá-la por áre-as de atuação, isto é, levar a Convenção a se ocupar em como deverá servir a igreja local em suas áreas de atua-ção, tais como evangelização/missões, educação religiosa/edificação/discipulado, louvor, assistência/ação social, educa-ção teológica e ministerial para a formação de ministros para variadas áreas de atuação, etc.

Assim, por exemplo, a per-gunta será: como Convenção, como conseguiremos alcan-çar as necessidades da igreja local no campo da educação religiosa, edificação de vidas e discipulado? Qual o perfil de líderes devemos formar para atender as demandas da igreja local diante deste mundo em

constante mutação e ameaça-dor aos princípios éticos e bíbli-cos? Como podemos auxiliar a igreja local a alcançar este país que está se embriagando com o ateísmo e com uma religião de mercado? Como ajudar a igreja local a alcançar este mundo cada vez mais carente de Deus, da salvação e de uma vida com sentido?

A partir disso organizar o fun-cionamento convencional para alcançar estas áreas de atuação da igreja local de modo que, por exemplo, as instituições teológicas passarão a discutir os melhores meios de alcançar os alvos para si propostos. As Juntas ou Conselhos mantene-dores dos seminários irão se ocupar em avaliar o desempe-nho institucional. Sem dúvidas, o Conselho Fiscal vai avaliar as condições e saúde financeiro--patrimonial das instituições, que continuarão a ser adminis-tradas, mas agora focando áreas de atuação da Convenção.

A Convenção deverá ter con-selhos de áreas que vão cuidar de fomentar ações que enri-queçam e priorizem as áreas de atuação indicando para as instituições e organizações os objetivos a serem cumpridos dentro de um cronograma de ação dirigido por um planeja-mento sistêmico e estratégico.

Como exemplo, citamos a área de educação teológica e ministerial, como estamos construindo em São Paulo, com um Conselho de Educa-ção Teológica e Ministerial (CETM) que tem, entre suas finalidades, discutir estrategi-camente ações da área que alcancem em toda região, promover o despertamento vocacional, levantamento de recursos para bolsas de estu-dos, promover encontros para a

discussão de temas estratégico da área, etc. As instituições re-gionais de ensino teológico são administradas por conselhos mantenedores que seguem a filosofia de educação teológica do estado e as políticas de ação discutidas e decididas pelo CETM, prestando também a este Conselho breves relatórios informativos do andamento das instituições administradas. Em outras palavras, os Conselhos mantenedores acompanham de perto as instituições de en-sino, deixando para o CETM a ocupação estratégica da área.

Esse jeito de ser Convenção altera fundamentalmente o seu conceito pois, em vez de termos o foco centralizado em instituições ou organizações, teremos uma Convenção cen-tralizada no cumprimento de sua missão voltada diretamente para a igreja local por meio da sensibilidade e áreas de atua-ção em que as suas instituições estarão interligadas sistemica-mente em um foco unificado.

Com isso poderíamos avan-çar muito mais ao lado da igreja local no cumprimento de sua missão, pois muitas vezes como Convenção so-mos considerados como um organismo independente e até superior à igreja local como se vivêssemos em uma estrutura piramidal. Além disso, uma Convenção, por meio do seu Conselho Geral dividido em conselhos de áreas, poderia ter maior ocupação na discussão de temas estratégicos em vez de se ocupar com situações gerenciais, que seriam objeto de organismos específicos.

Quem sabe um dia ainda conseguiremos visualizar um novo momento e um conceito diferente e mais funcional para as nossas Convenções.

OBSERVATóRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

Um jeito diferente e funcional de ser Convenção

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