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Na Ucrânia, Rússia e Bielo-Rússia o número de igrejas e frentes missionárias é maior do que o número de pastores e líderes. Há um grande clamor pela presença de pastores para assumirem os trabalhos nessas igrejas. Hoje, os batistas brasileiros mantêm, com suas ofertas e orações, um missionário em cada Estado da Ucrânia. São 25 missio- nários locais no país coordenados pelos pastores Lyubomyr Matveyev e Anatoliy Shmilikhovskyy (pág. 11). Campos do Leste Europeu clamam por líderes Outubro, um mês histórico O mês de outubro é rico em comemorações históricas, temos no dia 31 de outubro a memorável Reforma Protestante, veja nas páginas 4 e 5 reflexões sobre o espírito batista na Reforma. Em 15 de outubro foi o aniversário da Primeira Igreja Batista da Bahia, a qual faz registro por sua história escrita pelos primeiros missionários no Brasil e como impulso na missão evangelística no país (pág. 13). Nas páginas 8 e 9 você encontrará a história de Willian Buck Bagby e Ana Luther Bagby, o casal que chegou ao Brasil em 2 de março de 1881 e fazem parte deste grupo de missionários. 1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 44 Domingo, 28.10.2012 R$ 3,20

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Na Ucrânia, Rússia e Bielo-Rússia o número de igrejas e frentes missionárias é maior do que o número de pastores e líderes. Há um grande clamor pela presença de pastores para assumirem os trabalhos nessas igrejas. Hoje, os batistas brasileiros mantêm, com suas ofertas e orações, um missionário em cada Estado da Ucrânia. São 25 missio-nários locais no país coordenados pelos pastores Lyubomyr Matveyev e Anatoliy Shmilikhovskyy (pág. 11).

Campos do Leste Europeu clamam

por líderes

Outubro, um mês histórico

O mês de outubro é rico em comemorações históricas,

temos no dia 31 de outubro a memorável Reforma Protestante,

veja nas páginas 4 e 5 reflexões sobre o espírito batista na

Reforma. Em 15 de outubro foi o aniversário da Primeira Igreja

Batista da Bahia, a qual faz registro por sua história escrita

pelos primeiros missionários no Brasil e como impulso na missão evangelística no país

(pág. 13). Nas páginas 8 e 9 você encontrará a história de Willian

Buck Bagby e Ana Luther Bagby, o casal que chegou ao Brasil em 2

de março de 1881 e fazem parte deste grupo de missionários.

1o jornal batista – domingo, 28/10/12?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 44 Domingo, 28.10.2012R$ 3,20

Page 2: Edição 44 Domingo, 28.10.2012 R$ 3,20 Órgão Oficial da ...batistas.com/OJB_PDF/2012/OJB_44.pdf2 281012 reflexão EDITORIAL nização de igreja com doutri-na bíblica, fundou colégios,

2 o jornal batista – domingo, 28/10/12 reflexão

E D I T O R I A L

nização de igreja com doutri-na bíblica, fundou colégios, investiu na educação cristã, e foi marcada pela própria história da nação brasilei-ra. Esta história precisa ser conhecida, principalmente pelas novas gerações.

A organização da Primeira Igreja Batista da Bahia se fez marco histórico, e hoje tem o nome de Primeira Igre-ja Batista do Brasil, situada em Salvador. O registro da construção da igreja ficou em Ata: “Ata de organização da Primeira Igreja Batista da Bahia. No dia 15 de outubro de 1882 da Era cristã, estan-do nesta cidade da Bahia, no lugar denominado Canela, às 10:00 horas de manhã, os abaixo assinados, membros da Igreja Batista de Santa

tista. Como o órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, noticia os acontecimentos da denominação, assim como as ações missionárias, além de expandir reflexões sobre assuntos da atualidade. O Jornal Batista, além de meio de comunicação, se coloca como registro histórico. Por essas razões, esta edição em especial, está rica em trechos dos fatos notáveis que escre-veram os batistas brasileiros.

Nas páginas 8 e 9 você en-contrará a história de Willian Buck Bagby e Ana Luther Bagby, o casal que chegou ao Brasil em 2 de março de 1881 e escreveram um cami-nho de grandes conquistas. Construíram uma família em terras brasileiras e foi esta fa-mília que trabalhou na orga-

O mês de outubro é rico em comemo-rações históricas, temos no dia 31

de outubro a memorável Reforma Protestante, um mo-vimento reformista cristão liderado por Martinho Lutero em 1517. Em 15 de outubro foi o aniversário da Primeira Igreja Batista da Bahia, a qual faz registro por sua história escrita pelos primeiros mis-sionários no Brasil e como impulso na missão evange-lística no país. Também faz parte desta história a família Bagby, que doou toda uma vida para a missão do evan-gelho no Brasil.

Esta edição de O Jornal Ba-tista, que fecha o mês de ou-tubro, não deixa de registrar tais marcos da trajetória ba-

Bárbara, na província de São Paulo, tendo-se retirado da-quela província para esta, uniram à igreja batista, fazen-do a sua instalação legalmen-te. São os seguintes: Sr. Antô-nio Teixeira de Albuquerque, Sr. Zachary Clay Taylor, Da. Catharina Taylor, Sr. William Buck Bagby, Da. Anna Luther Bagby”. Na página 13 desta edição o leitor encontrará a história da PIB da Bahia, igreja que completou neste mês 130 anos de caminhada.

O Jornal Batista agradece a colaboração do pastor Fran-cisco Bonato Pereira e do irmão Othon Ávila Amaral, pessoas que contribuíram com este jornal e acreditam que certas histórias precisam ser eternizadas devido ao seu grau de importância. (AP)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

Parabéns ao trabalho com crianças

• Quero parabenizar ao Jornal Batista pela matéria referente as Crianças. Lem-bro-me bem quando ouvi da Missionaria Margarida Le-mos Gonçalves (já na glória), que precisávamos investir na preparação de líderes para trabalhar com as crianças do nosso Brasil.

Com a extinção dos Co-légios Batistas, ficou uma lacuna vazia na preparação de cidadãos para a Pátria Terrena e Pátria Celestial. Sabem de uma coisa. Hoje não vemos preparação de líderes para trabalhar com as crianças como havia no pas-sado. Se percebemos estamos dando alguns passos para trás e as Igrejas não estão

conseguindo o objetivo de educá-las porque é pouco o tempo que elas (as crianças) passam nas Igrejas.

Creio que as Escolas ainda são a maior fonte de evan-gelismo que possa existir. Não existe nada melhor e de maior volume de assistên-cia, do que ter todos os dias, crianças aprendendo que Cristo é o único Salvador.

Oxalá, que os que estão à frente das lideranças de nossas organizações possam pensar nisso, e que no futuro possamos ter homens e mu-lheres edificados, transfor-mados e crendo que Só Jesus Cristo é a Única Esperança.

Rosana Brelaz BatistaColégio Estadual Batista

Beatriz Rodrigues da SilvaTocantínia - Tocantins

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 28/10/12reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

Tudo contribuiu para a realização do culto que agrada a Deus e faz bem àqueles

que cultuam. Começou e terminou à hora preestabe-lecida. Introito coral. Ora-ções, hinos e cânticos sem heresias doutrinárias. Leitura bíblica e participação ativa da congregação. O som sem ruído, sem ferir os tímpa-nos dos ouvintes. Os que receberam salários naquela semana contribuíram com alegria. Ninguém depositou os dízimos do Senhor em conta própria em represália ao pastor. Tampouco enviou para sustentar programas de pessoas que não creem o que a Igreja prega. Deus ama ao que oferta com alegria. Não houve pequenas “men-sagens” dos denominados “levitas” durante os cânticos. Os instrumentistas ensaiaram com antecedência. Até o ba-terista tocava com pauta mu-sical. Não houve destaque da bateria sobre os violinos e demais instrumentos. Har-monia e ritmo perfeitos. O regente, bem trajado, condu-ziu o povo com alegria, sem malabarismos, ao encontro do Senhor. O pastor pregou

com unção. Mensagem sim-ples fundamentada na Bíblia. O povo gosta de Bíblia. Não contou piadas. Não mandou os salvos rasgar da Bíblia textos, que segundo os “te-ólogos” modernos não são inspirados, mas sim interpo-lações. Mensagem simples e bem preparada. Com inicio, meio e fim. Significa que gastou tempo na prepara-ção da mensagem de trinta minutos. O auditório tinha certeza que ocorreu estudo na preparação da mensagem. Aliás, o pastor é PASTOR. Nada de filosofias humanas, ou citações de supostos “te-ólogos alemães”. Apenas a palavra. Ele havia aprendido quando seminarista e se-guia com fidelidade a reco-mendação paulina: “Prega a Palavra” (II Tim. 4.2). O povo comparecia ao templo para ouvir a Palavra de Deus. Não anunciá-la seria trair a confiança dos salvos que um dia o convidaram para pastoreá-los. Os não salvos que acorriam ao culto eram instados ao arrependimento e a fé em Cristo, como único Salvador e Senhor.

Encerrado o culto com a bênção, ninguém saiu corren-

do para ver o “Fantástico”. À porta o pastor e alguns líderes cumprimentavam o povo. Na cantina outros aproveitavam para saborear saborosos lan-ches, preparados com amor e carinho. Abraços, conversas, comentários positivos sobre a igreja, o culto, o ministério e os desafios do reino. Até os namoradinhos se compor-tavam com dignidade. Não houve “crente” esperando outro para pedir satisfação ou agredir os mais fracos. Todos sabiam que a igreja é lugar de alegria, crescimento espiritual e expansão do Reino de Deus. O rebanho vivia em perfeita harmonia. Não havia segre-dos só conhecidos pela lide-rança. Os relatórios financei-ros, liberados a todos, diziam que havia responsabilidade na administração das coisas santas. Todos conheciam e sabiam onde eram aplicados os dízimos e ofertas, pois os relatórios prestados nos cultos administrativos, pelos tesoureiros, eram claros e transparentes. Igreja feliz, salvos alegres e comprometi-dos com o Evangelho em sua totalidade.

Como ocorriam todos os domingos uma irmã oferecia

“carona” a alguns jovens, que eram deixados ao longo do trajeto. A alegria do culto continuou no carro. Cânticos, risos, alegria e companhei-rismo cristão. Mas, o guarda de trânsito não conhecia tal verdade, não havia partici-pado do culto e desconfiou do grupo. A cena é a mesma de sempre: Carro parado, ve-rificação da documentação. Farol baixo, farol alto, seta pra esquerda, seta pra direi-ta, pisca-pisca, pisa no freio, tudo normal. O guarda não se conformou. Algo estava errado com o grupo. Muita alegria!!! Vamos ao teste do bafômetro! Mas seu guarda: “estamos vindo do culto e da Igreja”. O guarda não acre-ditou. O teste deu negativo para espanto do guarda. O grupo aproveitou para falar de Jesus ao guarda e a razão de tamanha alegria que os salvos sentem ao cultuar ao Senhor, sem exageros ou descontrole emocional. O culto continuava após o seu término.

Hoje não são muitos os salvos que desfrutam de tal privilégio. São muitos os que deixam os templos aborre-cidos. Quizombas com “ir-

mãos”. Ausência de mensa-gem. O púlpito não cumpriu o seu papel. Mensagens “eru-ditas” sem conteúdo bíbli-co. Povo faminto de ouvir a Palavra de Deus. Barulho ensurdecedor. Algazarra, palmas em excesso, surdez dos ouvintes e ausência de compromisso da Igreja em cumprir o seu papel.

O culto que continua, ini-cia-se antes do salvo chegar ao templo, continua no tem-plo e após deixar o santuário. Desafia os não salvos, leva os salvos à santificação e até desperta suspeita no guarda que está atento ao trânsito. Como explicar? Simples! Bas-ta que o culto seja apenas culto com adoradores que adoram em Espirito e em ver-dade. O mundo suplica por cultos assim. Os verdadeiros salvos os desejam e Deus sente prazer em recebê-los. Tais cultos geram no salvo o desejo de voltar no culto seguinte. A comunhão entre os salvos cresce a cada dia e antecipa um pouco do céu numa terra tão sofrida pela ausência da verdadeira co-munhão com Deus. Há quan-to tempo você não participa de um culto assim?

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Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

No último dia de outubro, a cristan-dade protestante, celebra mais um

aniversário da Reforma Pro-testante, cujo nome central é Martinho Lutero. Em 1328, data de exatidão não confir-mada, nascia em Hipswell, na província de Yorkshire, Inglaterra, um menino que recebeu o nome de João Wyclif. Mente brilhante, tornou-se um conferencista erudito em Oxford, e passou a ensinar que as Escrituras era a única lei da Igreja. Ne-gava ser bíblico que a Igreja tivesse um centro de onde partiria mandamentos para a cristandade. Cometeu grave sacrilégio, diante da igreja predominante, quando, tra-duzindo as Escrituras para o idioma inglês, colocou-a ao alcance do povo. Criou um grupo de pregadores que iam, demonstrando pobreza,

Pr. Edemilson Benedito de OliveiraMissionário dos ERCoordenador Estadual dos ER

Prevenção é o melhor remédio. Segundo informações do IBGE 92% dos municípios

brasileiros estão envolvidos com drogas e o estado não sabe como resolver o pro-blema.

Muitas vezes começa com drogas legalizadas como ci-garro e bebidas alcoólicas seguindo, após essas, drogas ilícitas. A situação já é consi-derada pandemia e a conse-quência disso é o aumento da violência, com destruição de famílias inteiras, super lota-ção de delegacias e presídios, super lotação de hospitais pú-blicos por causa de acidentes e brigas, o que tem provoca-do déficit no atendimento para medicina preventiva. E o estado continua gastando milhões para “apagar incên-dio”, dito popular, e claro sem resultado visível por que a solução está em investir na prevenção. Como diz o ditado: “prevenir é melhor que remediar”. Mas melhor

embora não como voto, por todos os lugares pregando a salvação e o sacerdócio de todos os que crerem. Ao negar a transubstanciação, provocou forte oposição. As classes menos favorecidas se sublevaram contra a ordem, e, ele nada tendo a ver com isso, foi denunciado como culpado, e seus pregadores foram presos.

O rei Carlos IV, do Santo Império Romano, obteve o estabelecimento do arce-bispado de Praga, e fundou a terceira universidade do mundo, em Praga, e ali se encontrava um dos adep-tos de Wycliff, o sacerdo-te João Huss, ordenado em 1401, vindo a ser reitor da universidade, e também o pregador na Capela de Be-lem, em Praga. Em 1415 João Huss foi queimado como herege. Huss exaltava a Bí-blia, denunciava a corrupção do clero, e seu movimento foi envolvido por interesses políticos, provocando uma

mesmo é seguir a orientação do sábio Salomão quando diz: “Ensina o menino no caminho que ele deve andar, e quando se envelhecer não desviará dele” (Prov. 22.6).

Seguir esta orientação é sem dúvida a coisa mais acer-tada a se fazer, mesmo por-que, há que se obedecer a Pa-lavra. Ensinar desde menino resulta em bênçãos, porque assim fazendo serão incuti-das em sua mente e coração valores temporais e eternos. Mas voltando ao “Instruir o menino”, de Provérbios 22.6, o princípio da instrução na infância é comprovadamente eficaz, com poucas exceções. Os valores morais, éticos, sociais fazem do menino um cidadão de bem, os va-lores espirituais, além disso, fazem dele um cidadão dos céus. Por um bom cidadão podemos entender aquele que cumpre seus deveres e obrigações não onerando o estado, resultado menos violência, menos presídios, menos dependência quí-mica, menor a necessidade de clínicas de recuperação, melhor será a convivência social e melhor será também a qualidade de vida, saúde.

grande luta, e ele se tornou uma figura central da liber-tação da Boêmia. Os segui-dores valdenses, lolardos, taboristas, e utraquistas, do movimento, deram origem aos morávios. No mapa da República Tcheca temos as três regiões chamadas “terra dos morávios”, e em Pra-ga, temos o bairro chamado Monte Tabor, onde viveram os taboristas. Dos morávios tivemos o maior avivamento da história pós-apostólica. Nas três vezes que passei perto da Igreja onde Huss pregava, produziu-me forte emoção. Hoje o templo é apenas peça arquitetônica histórica, e paga-se cinco reais para visitá-la.

Lutero também decidiu debater com o clero superior de Roma, defendendo-se das acusações de herege, e alimentando a esperança de que pudesse convencê-los. Lembrados do que aconte-cera com Huss os príncipes alemães o impediram de ir a

O cidadão dos céus é aquele que foi resgatado das trevas do pecado, liberto da morte eterna para a maravilhosa luz de Cristo e vida eterna com Deus, anunciador das boas novas do evangelho de Cristo.

A organização Embaixa-dores do Rei, da Convenção Batista Brasileira, tem como lema “Construir meninos para não remendar homens”, por isso prepara o menino moral, física e espiritualmen-te, e tem moldado e transfor-mado a vida de meninos ao longo dos últimos 64 anos, e desses tem saído bons pais de família, ótimos profissionais nas mais diversas áreas de atuação no mercado, pas-tores, missionários e líderes denominacionais exempla-res. Hoje se faz necessário a implantação de novas embai-xadas, a revitalização das já existentes que necessitam de ajuda (liderança capacitada, investimento das igrejas), a dinamização e fortalecimento das que estão em plena atua-ção. O tempo é hoje! Igrejas clamam, a sociedade está em desespero, o Estado não tem solucionado o problema das drogas e da marginalidade de

Roma, e com isso salvaram--lhe a vida, o que podemos concluir que, indiretamente, Huss salvou a vida de Lutero.

A separação que a Igreja Romana faz entre secular e sagrado, dando primazia ao sagrado (padres, ordens religiosas, autoridades ecle-siásticas), diferencia-se do protestantismo, onde a ocu-pação secular fica em igual-dade com o sagrado, o que, segundo Max Weber, levou o protestantismo a tornar as nações que a ele aderiram, mais adiantada que as de-mais. Ao mesmo tempo, o protestantismo de Missão, diferenciando-se do protes-tantismo de Migração, pas-sou a acreditar que, basta a conversão ao protestantismo, para afastar seu seguidor da miséria. Ocorre que, num país onde as oportunidades, por muito tempo, só era pos-sível nas grandes metrópoles, esse pressuposto não foi pos-sível torna-se realidade, em nosso Brasil.

menores em várias camadas da sociedade. Deus quer que façamos a obra enquanto é dia. O que você tem feito ou o que pretende fazer? Se você sabe fazer o bem e não o faz comete pecado.

Por isso eu conclamo a você a se engajar nesse mi-nistério, através dos Embai-xadores do Rei você pode

Os heróis que antecederam a Reforma, algum princípio ou outro, herdaram dos ana-batistas, e os batistas atuais também, todavia, isso é ig-norado pela maioria batista. Aliás, ser batista, tem hoje, pouca importância até para os batistas, mormente pela juventude, pouco interessa-da no seu passado histórico. Hoje, não temos nenhum monumento de pedras tirado do fundo mar, conforme os israelitas tiveram, mas, tirar os olhos dos princípios que herdamos de nossos antepas-sados, e que custou a vida de milhares deles, causa-me tristeza e muita dor. O que nos torna fracos hoje, é não termos homens como Balta-zar Hubmayer, Wycliff, Huss, Tchendorff, Lutero, Calvino, e tantos outros, mas temos certeza que, quando eles forem necessários, ressusci-tarão em outros que perso-nificarão os mesmos ideais. Deus é o mesmo, ontem, hoje e sempre. Amém.

mudar a realidade da sua vizinhança, bairro, cidade, estado e do país. Não transfi-ra a responsabilidade. Deus o tirou das trevas para sua ma-ravilhosa luz, para que você proclame as suas maravilhas. Ele quer usar você. Procure a coordenação dos Embaixado-res do Rei da sua associação ou do seu estado.

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5o jornal batista – domingo, 28/10/12reflexão

Almir de OliveiraPastor da PIB em Cruzeiro do Oeste, PR

A Reforma Protestan-te dividiu a história do mundo em duas partes: O Antes e

o Depois da Reforma! Te-mos agora na presente his-tória a liberdade de Culto, a Autonomia das Religiões e Igrejas, a liberdade de ex-pressão religiosa, antes sufo-cada e combatida de forma veemente. Devemos isso hoje, a homens de Deus do passado, muitos dos quais pagando com a própria vida a verdade que defendiam, ou seja, a pureza do Evan-gelho apresentado na Bíblia Sagrada.

A Reforma Protestante deu origem a formação das De-nominações Confessionais de variadas ênfases doutrinárias. Porém, unificadas, na doutri-

na da Salvação mediante a fé em Jesus Cristo, tendo a au-toridade da Bíblia como sua regra de fé e prática. A partir da Reforma o livre arbítrio se valoriza e as formas de expressão religiosa ganham força. É inegável a marca que a Reforma Protestante deixa na história do mundo!

Poderíamos mencionar muitos Reformadores e Pré--Reformadores. Todos fo-ram importantes e indispen-sáveis. Com a sua vida e voz marcaram o seu tempo, sendo arautos da verdade que culminou no dia 31 de outubro de 1517, à 495 anos atrás, quando Martinho Lutero, um monge alemão, o personagem destacado da Reforma Protestante afixou na porta da Igreja de Wittem-berg 95 teses em que expôs seus protestos com o obje-tivo de repensar e debater alguns pontos relacionados

a fé, a Igreja, a doutrina e etc... Lutero apontava a ne-cessidade de uma Reforma, ou seja, um debate com esse objetivo. No entanto sofreu severa perseguição. Mas, foi protegido pela providência de Deus que usou Príncipes da Alemanha para ajudá-lo dos constantes perigos de morte.

Martinho Lutero aos 20 anos de idade tornou-se pro-fessor na Universidade de Wittemberg onde ensinava sobre os livros da Bíblia, re-cebendo o grau de Doutor em Teologia. Experimentou um encontro real e marcante com Cristo ao estudar na Bíblia o livro de Romanos, onde descobriu o ensino da justificação pela fé, sem as obras da Lei. Esse ensino marcou a sua conversão, recebendo pela fé, o Senhor Jesus, como o seu Único Salvador.

Junto a Martinho Lutero podemos ainda destacar outros Reformadores tais como: João Huss, Hub-maier, Erasmo, Calvino, Zwinglio, Guilherme Far-rel e Melancton. Inclusive Melancton foi um grande aliado de Lutero. Esse jovem de apenas 21 anos, profes-sor de Grego e Hebraico na Universidade de Wittem-berg contribuiu em muito para o sucesso da Reforma Protestante. Podemos dizer que Melancton foi o Teólo-go da Reforma e Lutero o Proclamador, o porta-voz que Deus usou para pro-clamar a verdade, à séculos abafada, reprimida e relega-da ao esquecimento.

Em abril de 1521, Lutero precisou comparecer pe-rante a Dieta de Worms, ou seja, uma assembléia geral, para defender os pontos que margeavam a Reforma

Protestante. Na Dieta de Worms, Lutero com a Bí-blia na mão corajosamente respondeu: “Não posso e não quero retratar coisa al-guma, porque não é seguro para o cristão falar contra a sua consciência. Aqui es-tou. Não posso fazer de ou-tro modo. Deus me ajude. Amém.”

Deus preservou a vida de Lutero e ele continuou o seu trabalho pregando a verdade registrada na Bíblia, sendo pela mão de Deus um instru-mento para o surgimento de uma Reforma que marcou a história da humanidade. Lutero à cinco séculos atrás levantou essa bandeira e hoje também nos juntamos a ele para continuar a proclamar: “Sola scriptura” (Só a Bíblia Sagrada), “Sola gratia” (Só a Graça de Jesus), “Soli Deo Glória” (Só a Deus Glória), Amém.

Também disponívelem versão

acompanhada daBíblia Sagrada.

(versão Almeida Corrigida)

l

a))

152 páginasColoridas e ilustradas destacando

personagens, lugares e o contexto dos livros da Bíblia, estimulando a criança

a estudar a Palavra de Deus.

“Instrui o menino em que caminho deve andar, e, até quando envelhecer, não se

desviará dele” Pv. 22:6

www.geograficaeditora.com.br@geograficaed/geograficaeditora

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6 o jornal batista – domingo, 28/10/12 reflexão

Pr. Araúna dos SantosVitória, ES

A recomendação bí-blica, sintetizada pelo apóstolo Pau-lo, quando escre-

veu sua carta aos cristãos de Roma, é simples: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem--se pela renovação de suas mentes, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradá-vel e perfeita vontade de Deus” (Rom. 12.2). Através dos séculos de revelação bíblica, a Palavra de Deus a Israel e à Igreja foi sempre esta: “Olhai para mim, e sereis salvos ...” (Is. 45.22). Todavia, a tendência à acul-turação tem estado presente no cotidiano do povo de Deus, na história. Profetas do passado e pregadores do presente têm sido vocacio-nados por Deus para alertar israelitas e cristãos sobre o cuidado necessário no relacionamento sociocultu-ral. O escritor da carta aos hebreus cristãos enfatizou: “Deixando todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia, corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé” (Heb. 12.1). E o pro-feta Jeremias já havia pro-clamado: “Não aprendais o caminho das nações...” (Jer. 10.2). E explicado: “Os cos-tumes religiosos das nações são inúteis.” (Jer. 10.3). Vi-ver com sabedoria o aqui e o agora, para não se afastar do propósito de Deus e firmar-se na realização ple-na da vontade do Senhor são os grandes desafios da fé bíblica, da fé cristã.

O processo de contextua-lização requerido por mui-tos entre o povo de Deus é perigoso, nisto que, em sua atualização da fé, o cristão, a igreja, pode perder Jesus de vista, o Jesus de Naza-ré, o Cristo da fé. A ação iconoclasta, destruidora de tradições, pode ir além dos costumes passageiros, des-truindo também princípios bíblicos fundamentais e su-praculturais. Uma vez. John Stott advertiu pregadores evangélicos para “não sacri-ficar a revelação no altar da relevância”. No desejo de ser relevante para a cultura, muito sutilmente, o cristão sucumbe a esta pressão. O.S. Hawkins, que pasto-reou, por longos anos, três das maiores igrejas batistas norteamericanas, escreveu categórico: “Há uma nova tendência evangélica, pro-pagada por alguns pastores, que não seria reconhecida

por nossos pais apostóli-cos que foram mordomos do Novo Testamento” (The Pastor’s Prime - pág. 41). O autor estava se referindo à contextualização do Evan-gelho levada a extremos em que os costumes das cultu-ras humanas falam mais alto do que os princípios da fé, segundo a revelação bíbli-ca. E esclarece: “O evange-lho do Novo Testamento en-sina a autonegação. A nova tendência “gospel” esposa a autoestima, autorealiza-ção. O Evangelho do Novo Testamento está focalizado em Cristo e seu plano de redenção. A nova tendência “gospel” está focalizada no homem e em seu desejo de felicidade na vida. Essa nova tendência evangéli-ca tem uma antropologia defeituosa. Ela tende a ver o homem como alguém, basicamente, bom e amigo de Deus e que, simplesmen-te, se afastou da igreja em razão de seus métodos ina-dequados e ultrapassados”. Há cristãos que buscam uma igreja segundo os seus próprios critérios.

É famoso nos meios teo-lógicos o livro de Richard Niebhur - Cristo e Cultura – que discute cinco posi-ções da igreja na dinâmica da fé em sociedade. Sem dúvida o tema precisa de considerações firmadas em bases razoáveis do trata-mento adequado do texto bíblico – que se construiu num período, mais ou me-nos aceito, de dezesseis séculos de revelações de Deus – e também de uma compreensão da cultura, em sua dimensão psicossocial, política e econômica e suas manifestações sob a influ-ência da natureza humana contaminada pelo pecado, com forte atuação satâni-ca – “O mundo todo está sob o poder do Maligno” (I João 5.19). Niebhur levanta questões e as responde com o testemunho de pensado-res bíblicos e históricos, buscando um entendimento de Cristo e também de Cul-tura, mas sempre valorizan-do a supremacia daquele sobre esta.

Atribui-se a Karl Barth, teólogo protestante da pri-meira metade do século XX, uma af i rmação que sugere a importância da leitura do jornal diário ao lado da Bíblia, para as de-vidas aplicações no púlpi-to. Mas, o que se tem visto e ouvido vai além dessa informação necessária. Há uma tendência de amoldar--se ao mundo, à cultura, aos costumes. Cristãos e igrejas sofrem a pressão, e

sucumbem à tentação, de repetir e assumir compor-tamentos e padrões de pen-samentos que significam a forte influência secular na expressão da “fé” – que pa-rece não objetivar o Jesus de Nazaré nem o Cristo da fé, mas um persona-gem aculturado – O Cristo contemporâneo, a Igreja pós-moderna, o Evangelho Gospel. John MacArthur, o pastor e escritor norteame-ricano, em seu livro “The Truth War” (A Verdadeira Guerra) chama a atenção de seus leitores para essa tendência em que a Igreja perde o foco do Jesus Cris-to – “autor e consumador de nossa fé” – para criar seu próprio Cristo e seu próprio Evangelho atua-lizado, mais afinado com a filosofia pós-moderna, herdeira do humanismo não cristão, que cultua o prazer, a superficialidade, as incertezas, o consumis-mo, a rapidez, o entreteni-mento e o vazio, principal-mente do Deus pessoal da Bíblia que fala, expõe sua vontade,além de ouvir nos-sas preces e nos “coroar de bênçãos”, como desejam os “gospels”.

O foco da Igreja deve ser Jesus – o revelado pela Bí-blia – e não os homens e seus modelos. Através de séculos de história, não foi difícil para cristãos e igrejas

se enganarem com “as as-tutas ciladas do Diabo”. O acessório acabou sendo o principal, e o desnecessário tomou o lugar do essencial. Em sua oração pelos crentes e pela igreja em Colossos, Paulo, o apóstolo, assim se expressou: “Por essa ra-zão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do co-nhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. E isso para que vocês vi-vam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus e sendo fortalecidos com todo o poder, de acordo com a força de sua glória, para que tenham toda a perseverança e paciência, com alegria...” (Col. 1.9-11 ). O alvo dessa oração é o essencial para a igreja.

Igrejas e seus pastores, especialmente estes, que são seus líderes espirituais, precisam refletir sobre a pergunta sugerida por Paul McKaughan: “A quem estou seguindo?” (in Mensagem da Cruz - nº 154). Ele expli-ca a importância da lideran-ça. “Os líderes são os que influenciam, dando o exem-plo aos olhos de todos. Os líderes se tornam pessoas especiais. Eles podem con-

tribuir para que coisas mui-to boas ocorram”. Também, James Hunter, autor do livro “Como tornar-se um líder servidor”, assim conceitua liderança: “Habilidade de influenciar pessoas para trabalharem, entusiastica-mente, visando atingir ob-jetivos comuns, inspirando confiança por meio da força de caráter”. Ele acrescenta: “Liderar significa conquistar as pessoas, envolvê-las de forma que coloquem seus corações, mentes, espíritos, criatividades e excelências a serviço de um objetivo”. O que caracteriza bem a palavra liderança é a capa-cidade de influenciar outros para o bem (ou para o mal), de acordo com um objetivo comum. Assim, pastores e líderes nas igrejas precisam saber para onde estão con-duzindo o povo de Deus. Se estão com o foco em Jesus Cristo – cabeça da Igreja – e Sua Palavra revelada, ou se estão se deixando levar por modismos, contextu-alizações secularizadas e, igualmente, se perdendo nesse emaranhado de novi-dades “gospels”, trazendo o mundo (a cultura deste sé-culo) para a igreja ao invés de penetrar o mundo com a mensagem do verdadeiro Evangelho – a significativa contracultura cristã. Que o Senhor da Luz nos ilumine, nos esclareça!

Na vida temos dilemas;Alguns, muito complicados.Dia a dia, temos problemasQue precisam ser solucionados.

Ser velho ou ser idoso?Este é um dilema perfeito!Entender isto é imperiosoPara se poder viver direito.

O idoso tem planos constantes,Tem alegria, fé e suavidade;O velho é sempre implicanteE vive somente de saudades!

O idoso tem paixão pela vida,Ele tem projetos de porte;O velho tem a visão falidaE só vê aproximação da morte!

O idoso pensa forte no “amanhã”Seu calendário é futurista;O velho vive uma vida vã:Só tem o “ontem” em sua lista.

O idoso declara que sonhaE luta para ver algo realizado;O velho leva uma vida tristonhaE deita – não quer ser incomodado!

Idoso é quem tem muita idadeMas sempre lutou e resistiu;Velho é quem não tem vitalidadeE vive pelos cantos, pois desistiu!

Idoso é aquele que ainda aprende- está sempre em busca do saber;Velho é apático e desaprende,não ensina e não quer se envolver.

Idoso é alguém que exercitaMúsculos, cérebro e sua visão;O velho vive que nem parasitaSentado e quer tudo à mão!

E então: ser velho ou idoso?Esta é uma seríssima decisão!Ser velho é viver bem choroso,Ser idoso é viver a realização!

Eu lutarei para ser um idosoE ter uma vida de resultados...E um dia afirmarei orgulhoso:Agi, insisti – Hoje estou gratificado!

Pra você, idoso, viver muito mais,Leia sempre o eterno evangelho:Você terá segurança e muita pazE nunca, jamais será um velho!

Igrejas que estão perdendo o foco

Velho ou idoso?Pr. Noélio DuarteMembro Titular da Academia Evangélica de Letras do Brasil (AELB)

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7o jornal batista – domingo, 28/10/12missões nacionais

Tiago MonteiroRedação de Missões Nacionais

A campanha Em um Brasil em Trevas, Seja Luz teve gran-des repercussões

em igrejas batistas de todo o país. Movimentos de oração, congressos e outras ações de apoio à obra missioná-ria permearam nas agendas eclesiásticas, desenvolven-do uma postura de avanço contra as trevas que assolam a nação.

O clima missionário en-volveu os irmãos de Gover-nador Valadares, MG, com a realização do Congresso Missões Brasil. O evento foi mais uma ação de apro-ximação da JMN que gerou grandes expectativas de de-senvolvimento de projetos na região. O evento aconte-ceu na primeira semana de setembro, na Primeira Igreja Batista da cidade. Para os cerca de 800 participantes, representando mais de 16

No estado do Rio de Janeiro, a Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu, li-

derada pelo pastor Edgard Barreto Antunes, fez questão de dar à celebração de seus 90 anos de fundação um tom missionário. As festividades tiveram 90 horas de dura-ção, com início no dia 21 de setembro e conclusão no dia 24. Parte do culto de encer-ramento ficou por conta da JMN, sendo representada pe-los pastores Fernando Bran-dão e Cleber Souza, gerente regional da JMN para o RJ, e pelo Coral da Cristolândia. “Não há um programa sequer da igreja que não tenha mo-mento missionário”, afirmou

igrejas batistas, o congresso foi também o pontapé ini-cial para o mês de Missões Nacionais.

Participaram da progra-mação o coral da Cristolân-dia RJ e o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN. Além disso, oficinas sobre os principais desafios missionários (crianças, tribos urbanas, plantação de igre-jas, entre outros) do Brasil levaram capacitação aos presentes. Acima de tudo, como afirma o pastor da Primeira Igreja Batista de Governador Valadares, pas-tor Bruno Jorge Rodrigues Magalhães, “fomos desper-tados e desafiados para uma nova postura cristã diante dos desafios. A PIBGV está vibrando e com certeza va-mos avançar. Somos gratos à JMN pelo privilégio que nos concedeu de recebermos este maravilhoso congresso”.

Durante o evento, houve ainda um encontro da li-derança local com o pastor Fernando Brandão. Em um

o pastor Edgard, e comple-tou: “Tenho dito à igreja que tenho o privilegio de estar em todas as assembleias da CBB e conheço esse coral, o testemunho dos irmãos. A presença do coral pra mim é uma coisa que estava no meu coração há muito tempo, mas queria trazê-lo no momento mais nobre. E não há mo-mento melhor que este”.

A igreja recebeu uma pla-ca da JMN em gratidão a Deus pela vida dessa grande parceira que tem mantido a visão de alcançar vidas em todo o Brasil. A homenagem foi passada às mãos do pastor Edgard pelos pastores Cleber Souza e Diego Machado, líder da Cristolândia Rio.

café da manhã, preparado com muito carinho pela Igre-ja, pastores discutiram ações para o progresso do Reino de Deus na cidade, em especial a abertura de uma Missão Ba-tista Cristolândia para dar res-posta ao crescimento de usu-ários de drogas na região. O pastor José Ângelo de Souza, coordenador da Associação Central Riodocense, afirmou que os pastores estão tão en-tusiasmados com a proposta de combate às drogas que já estão buscando parcerias para viabilizar esse sonho. O pastor Sebastião Arsênio (IB Esplanada), um dos 19 pastores participantes do con-gresso, também falou da ne-cessidade da abertura de uma Cristolândia, confirmando a alegria dos colegas. “Nós, os pastores da Associação, ficamos vibrantes e eufóricos com a ideia da implantação da Cristolândia em Valada-res, principalmente porque nossa cidade é bem marcada pela presença do crack e ou-tras drogas”.

Como tem sido feito nos últimos anos, Missões Nacionais conclamou as igre-

jas para a realização das 24 horas de oração pela Pátria, iniciadas às 20h do dia 11 até as 20h do dia 12 de outubro. Em São Paulo, a jornada foi realizada na Primeira Igreja Batista do Brás com a participação de 25 igrejas e cerca de

250 pessoas, liderada pelos gerentes regionais, pastor Exequias e Maria Helena Santos.

“Oramos pela campanha 2012, pelos missionários e seus projetos, pastores, igre-jas e todos os assuntos rela-cionados à obra missionária nacional. Foram momentos de muita alegria e depen-dência de Deus”, declararam nossos gerentes.

Avançando para ser luz em meio às trevas

24 horas de oração pelo

Brasil

Aniversariando com a JMN

Cristolândia nos 90 anos da PIB Nova Iguaçu

Momento de oração

Foto: Selio Morais

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8 o jornal batista – domingo, 28/10/12 notícias do brasil batista

Othon Ávila AmaralMembro do Conselho Editorial de OJB

Willian Buck Bagby e Ana Luther Bagby, respectivamente com 26 e 22 anos chegaram à cidade do Rio de Janeiro no dia 2 de março

de 1881 trazendo no coração as lembranças de seus pais, de seus familiares, de seus amigos, de suas igrejas, de instituições educacionais, de universidades e de seminários, enfim de tudo quanto desfrutaram nos poucos anos de suas vidas para darem início a uma epopeia marca-da por conquistas memoráveis. Para recordar as conquistas do casal Bagby em nossa Pátria mencionaremos alguns momentos extrema-mente belos e emotivos de vidas tão singulares e tão submissas à vontade de Deus. Tudo o que realizaram foi movido pelo amor. Foi o amor de um pelo outro e o amor deles para com Deus e de Deus por eles que alimentou os sonhos e as realizações de cada um. Foram 120 anos de suas vidas à causa do Evangelho! Recapitule-mos, pois, epopeia tão grande e tão cheia de ensinamentos e lições.

Início de um grande amor“Estava na igreja, quando notei, logo na pri-

meira reunião, um moço muito simpático, cujo olhar cruzou com o meu. Após o encerramento dos trabalhos tive o prazer de ser-lhe apresentada. A mim, a Convenção pareceu ser curta demais e enquanto nos preparávamos para o nosso retorno, queixei-me às companheiras o quanto lamentava não ter tido oportunidade de conhecer melhor um certo pregador. E eis que, para surpresa nos-sa, um bilhete me chega às mãos, solicitando um encontro imediato. Ouvimos alguém bater. As companheiras saíram apressadamente da sala e, pela primeira vez na vida, vi-me à frente de um namorado. O moço, cujo nome era William Bagby, formara-se na Universidade de Baylor. Era pregador e sabia muito bem como conduzir uma conversa. Colocou sua cadeira em frente à minha e, fitando-me com olhar penetrante, pôs--me tão à vontade, que abri meu coração como nunca fizera antes. Suponho que dominei a con-versa, pois falei-lhe do meu desejo, ou melhor, de minha determinação de ser missionária em um país estrangeiro, possivelmente na Birmânia. Contei-lhe que gostava muito de poesias e que já havia até escritos algumas. Dei-lhe um exemplar do Central Baptist,o jornal que meu pai dirigira no Estado do Missouri, e que publicara uma de minhas poesias”.

A propósito de uma fotografia“Sua fotografia está tão boa que quando a olho

é como se estivesse perto de você. A única res-trição que poderia fazer é a expressão um tanto triste que geralmente não é a que você costuma apresentar. Talvez você estivesse pensando nos

seus três anos em Louisville ou talvez aparecesse diante de seus olhos a imagem de uma pálida birmanesa, o que lhe fez pensar na minha longa permanência entre elas, tão distante de tudo o que amo na terra. Será que você não se flores-cente igreja de cidade, com ela ao seu lado? Nesse caso, suponho que você sorrisse, pois sem dúvida seria bem mais fácil e agradável, esquecer-se de mim e amar alguém que julgasse certo e permanecer na América e viver ao seu lado para sua felicidade. Espero que isto seja mesmo uma suposição tola, pois nem por um momento posso aceitar a ideia de que você pu-desse se esquecer de mim. Mas, de outro lado, penso também quão doloroso será a separação a que você terá de sujeitar (se de fato me ama de verdade). No entanto, bem pode ser o plano de Deus que fiquemos separados. Só ele sabe?”

O General Hawthorne interfere nos planos de Ana Luther

Imagine! O General Hawthorne deseja que eu siga imediatamente ao Brasil como missionária! Ele diz que o povo lá é simpático, o governo favorável à evangelização e que o clima do país é agradável. Você se lembra do interesse que o Sr. Zacarias C. Taylor falava do Brasil? Papai concorda plenamente comigo em que esse seja o meu campo de trabalho, o mesmo acontecen-do com mamãe e com a tia Addie. Parece que o dedo de Deus está mesmo apontando nessa direção. Agora, a questão: quando deverei ir? Sei que me sentiria mais feliz se imediatamente entrasse nessa atividade que sempre tive receio de adiar. Todavia, não desejo absolutamente in-terferir em nenhum de seus planos. Eles acham que eu posso ir só, mas pensam que seria muitas vezes melhor se eu fosse já casada. Quanto ao sustento, o General Hawthorne acha que poderá conseguir os recursos. Por intermédio de Mary, mandei um bilhete no qual peço que você vá se encontrar com esse senhor em Bryan. Sei o quanto isso será difícil e talvez esteja pedindo demais. Ele, porém, está tão ansioso de falar-lhe, estando mesmo disposto a ir visitá-lo, se souber onde poderá encontrar você. Parece que tudo é obra da Previdência, não acha? Sr. Bagby, de maneira alguma desejo alterar os seus planos e quero que fique bem claro que o que eu disse é meramente uma apresentação do assunto no que tange a mim e aos amigos. Estou de pleno acordo em manter nossa primeira decisão. Estou pronta a ir sozinha e esperá-lo como estou pronta a ir com você, isto é, farei conforme você achar melhor...

A decisão de W. B. Bagby“A sorte está lançada!” – a decisão feita. Tanto

quanto está em mim para fazê-lo, estou pronto a seguir para o Brasil, logo que a Junta nos queira enviar. Não é um mero impulso, tampouco um capricho que me levou a decidir, porém sincera e cuidadosa consideração, de joelhos. Confio que o nosso Pai me esteja guindo. O Dr. Carrol visitará as igrejas batistas das diversas associa-ções do Texas a fim de apresentar o nosso caso, e o General Hawthorne fará o mesmo no Leste do Estado.

Se alcançarem o ideal que alimentam, isto é, se conseguirem os meios para o nosso sustento por alguns meses, e promessas para o futuro, escreverão ao Dr. Tupper, Secretário da Junta de Richmond, solicitando que seja designada uma Comissão de irmãos daqui para nos examinar, o que será econômico, evitando despesas de viagem à Richmond, e para fazer sem demora, nossa nomeação para o Brasil”.

Saudades do lar paterno“Você não pode calcular quantas saudades eu

sinto de casa. Todas as tardes, especialmente à hora do crepúsculo, elas me assaltam e me

envolvem de tal maneira, que te-nho de fazer um esforço enorme para suportá-las. Foi assim ontem à noite, e eu cho-rei quase todo o tempo enquanto aguardava a pas-sagem do ano. Eu já sabia que isso ia acontecer, mas de modo algum o u s a r i a v o l t a r atrás porquanto muito claramen-te via a mão de D e u s . P o r é m , não estou dizen-do com isso que me sinto infeliz. Geralmente es-tou alegre e bem disposta. Aprecio imensamente a companhia do Sr. Bagby. Ele re-úne todas as qualidades que eu poderia desejar numa pessoa. Está sempre pronto a qualquer sacrifício em favor de meu bem estar e, constante-mente, de diversos modos expressa o seu amor”.

48 dias de viagem – 12/01/1881 a 02/03/1881

Após viagem de 48 dias de Baltimore, estamos ancorados esta noite nas águas quietas do Rio. É o mais lindo panorama que os meus olhos já contemplaram. Não posso descrever a beleza desta aureola de montanhas, enroupadas de verde e entremeadas de vilas e capelas. Nun-ca vi a baia de Nápoles nem a (Golden Horn) de Constantinopla, mas esta certamente deve ser rival das paisagens encantadas do mundo. Olhando, porém, esta noite para o lindo pano-rama de luzes cintilantes à beira do mar, ao lado das montanhas confundindo-se com as estrelas, entristece-se o meu coração por haver aqui mi-lhares de almas sem Deus e sem esperança, sob a sombra triste de um eclipse! Ó Deus, concede que a tua verdade, como está em Cristo Jesus, encha esta terra, de Norte a Sul, do Atlântico aos Andes”.

Quase cinquenta anos depois“América Latina, eu te amo! Aqui já gastei

dois terços de minha vida; aqui nasceram os meus filhos e neto; e os meus filhos espirituais. Aqui espero morrer e ir para o céu, e certo estou que lá encontrarei uma multidão inumerável de toda a parte destas terras do Centro e Sul das Américas, naquele dia! Sim, nesta hora solene e histórica do quinquagésimo ano do trabalho batista entre os povos da América Latina, emo-ções inefáveis fazem transbordar o meu coração quando olho em retrospecto para os longos anos desde aquele dia quando nós dois, eu e a minha esposa, sozinhos embarcamos num pequeno navio de vela lá em nossa terra natal, para em-preendermos uma viagem para um novo mundo debaixo do Cruzeiro do Sul. Nunca tínhamos visto um brasileiro, nem um argentino, nem um chileno. Não conhecíamos nenhuma alma em toda a América do Sul. Ninguém havia de dizermos “Bem vindos” ao chegarmos a longín-qua baia do Rio de Janeiro. Nada sabíamos das línguas latinas. Era esta uma terra desconhecida para nós. Não sabíamos o que nos esperava. Só sabíamos que o nosso Deus havia de dirigir os nossos pés, e escolher a nossa sorte. E que ma-ravilhas temos visto e estamos de dia em dia e de hora em hora. Graças a Deus pelo passado, pelo presente e pelo futuro!

Há 130 anos os Bagbys deixaram suas marcas

Sr. e Sra. Bagby no Brasil

Os filhos Bagby (da esquerda para a direita) Helen (Sra. W.C. Harrison), Arminho (S.M. Sowell), Alice (Sra. Smith Harley), T.C. Bagby, Albert I. Bagby

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9o jornal batista – domingo, 28/10/12notícias do brasil batista

Há 130 anos os Bagbys deixaram suas marcasAs duas

primeiras igrejas batistas da

América do Sul“ H a v i a d u a s

igrejas batis tas quando os Ba -gbys chegaram – ig re jas es tas compostas de es-trangeiros e para os estrangeiros. A primeira destas, a da Guiana Bri-tânica, (igreja de chineses), foi or-ganizada por um dos maiores he-róis de nossa fé, Lough Fook, que veio de Cantão, China, em 1864, e voluntariamente se tornou escravo para se a longa

viagem de Cantão a Demerara e ensinar o Evan-gelho, aos pobres “coolies” chineses de lá! Deus abençoou os esforços e sacrifícios deste nobre batista chinês e em poucos anos aquela pequena igreja de escravos cresceu e se tornou uma orga-nização forte, com duzentos membros. Edificou três capelas e enviou um de seus membros, Tso Sune, como missionário à China. A segunda foi a de Santa Bárbara, na Província de São Paulo, organizada pelos norte-americanos, em 1871”.

A Igreja Batista Vernacular“Para organizar a Primeira Igreja Batista da

Bahia, em Salvador, os dois casais americanos pediram suas cartas de transferência à PIB de Santa Bárbara e o ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque saiu com carta de transferência da Igreja Batista da Estação. Assim nasceu a Primeira Igreja Batista da Bahia. Bagby foi escolhido como moderador e Albuquerque como secretário. A Igreja adotou a Confissão de Fé de New Hams-phire, posteriormente adotada pela Convenção Batista Brasileira, com o nome de Declaração de Fé das Igrejas Batistas do Brasil”. “A Primeira Igreja Batista da Bahia, é propriamente reconhe-cida como a primeira Igreja batista nacional do Brasil, porque foi organizada com o fim definitivo de pregar o Evangelho ao povo brasileiro e todos os seus cultos eram realizados no vernáculo”.

As Igrejas fechadasConheço, pelo menos três igrejas, que o missio-

nário W. B. Bagby trabalhou para que elas cerras-sem suas atividades e seus membros procurassem outras igrejas. A primeira foi a Igreja Batista da Estação, em Santa Bárbara. Ele teria sugerido a “dissolvência da Igreja”. Foi a Igreja da Esta-ção quem tomou a profissão de fé do ex-padre Antonio Teixeira de Albuquerque e o batizou e consagrou ao pastorado no dia 20 de junho de 1880. A segunda foi a Igreja Batista de Santos. Em junho de 1903 o missionário Bagby presidiu sessão da Igreja que votou o seu encerramento. “Porém aqueles irmãos fervorosos e ativos não permitiram o encerramento do trabalho batista na sua cidade que não tinha nenhuma outra igreja evangélica”. Menciono ainda a Igreja Batista de Campinas que perdeu alguns anos de sua histó-ria. Sua organização inicial foi em dezembro de 1900 e sua reorganização em outubro de 1907.

Colégios fundados pelos BagbysDuas notáveis instituições fundadas por D. Ana

Bagby e Harley Smith e sua esposa, Alice Bagby Smith, respectivamente em São Paulo e Porto Alegre foram os colégios batistas. O primeiro

em janeiro de 1902 e o segundo em fevereiro de 1926. As duas instituições funcionam até os nossos dias. Observem que estamos apenas registrando instituições que foram idealizadas e concretizadas pela família Bagby. É bom men-cionar que o Colégio de Porto Alegre, fundado por Harley e Alice, teve quase que em seguida a excelente cooperação de W. C. Harrison e Helen Bagby Harrison que, de 1928 a 1939, dedicaram suas vidas ao colégio. O sonho tríplice de Harri-son era Hospital, Colégio e Convenção.

William Buck Bagby e a vida públicaFoi muito interessante descobrir que em São

Paulo existe uma loja maçônica cujo nome foi uma homenagem ao missionário William Buck Bagby. Na relação de brasileiros que foram membros da referida loja encontramos nomes referenciais na vida pública brasileira: Aristides Lobo; Benjamin Constant, “O Pai da Repúbli-ca”; Carlos Gomes; Evaristo da Veiga; Joaquim Gonçalves Ledo; Gioia Júnior, poeta e filho do ex-padre Raphael Gioia Martins que teve como preceptor batista Emilio W. Kerr; Joaquim Nabu-co, fundador da Academia Brasileira de Letras; Mário Covas, nosso contemporâneo; Nilo Peça-nha, Presidente da República; Quintino Bocayu-va; Rui Barbosa; Lamartine Babo; Silva Jardim.

A tragédia na Família BagbyQuase ninguém conhece os filhos de Babgy

e Ana Bagby, que acarretaram profundos sen-timentos à vida de seus pais. O primeiro foi Wilson que, num pique-nique na praia José Menino, em Santos, com um grupo de cerca de 70 alunos e funcionários do Colégio Progresso e membros da PIB de São Paulo saiu com mais três alunos num barco e à medida que se afastavam da praia a embarcação naufragou e foi um esfor-ço extraordinário de Wilson para tentar salvar o companheiro, Luís que não sabia nadar, foi por ele arrastado e ambos sucumbiram. D. Ana teria dito a seguinte frase na sua oração: “Senhor, se levaste para ti a alma de nosso filho, permite que tenhamos o seu corpo intacto”. Foi o que aconte-ceu. Sete anos após esta tragédia que aconteceu no 7 de setembro de 1912 a família Bagby sofreu outro abalo com o desaparecimento de Oliver, que no Estados Unidos cursava o último ano de medicina. Era plano dele ser médico missioná-rio. Em fevereiro de 1919, deixou suas malas arrumadas, desapareceu da Faculdade, sem que nunca mais fosse descoberto seu paradeiro. Um dia as filhas de Helena Babgy estavam vendo o álbum da família quando surgiu o retrato de Oliver. Então disse a primeira, Alicinha: “Cada vez que mamãe vê este retrato ela chora, por-que ele era estudante de Medicina na América do Norte (...) Nunca mais ninguém o viu, mas vovó, quando era viva, sempre tinha esperança de um dia encontrá-lo”.

A pedrada que deixou marcas“Bagby levantou-se e começou o sermão, mas

foi o mais curto que jamais pregou, pois uma pedra o jogou no chão e ele foi removido da sala, inconsciente. Antes de recuperar os sentidos o relógio bateu meia noite, porém, os ouvintes estavam à sua espera. A perseguição resultou em conversões... Taylor não estava presente na reu-nião, porém, ao contemplar o ferimento na testa de Bagby, no dia seguinte, declarou com franca inveja: “Bagby, essa ferida é a coisa mais linda que já vi. Como desejava estar ali também. Pre-feriria ter uma ferida adquirida como você obteve esta, a usar a coroa de qualquer rei da Europa”.

Quase cinco séculos dedicados ao Brasil“William Buck Bagby (58 anos e sete meses);

Ana Luther Bagby (62 anos); Tecê Bagby (45 anos); Alice Bagby Smith (48 anos e sete meses);

Helena Bagby Harrison (35 anos e 6 meses); Alberto Bagby (35 anos e 4 meses) e Samuel Bagby (4 anos). Cônjuges: Frances Bagby (45 anos); Harley Smith (46 anos); W. C. Harrison (34 anos); Thelma Bagby (35 anos) e Sara Bagby (4 anos). Total geral: 448 anos! Acrescentando ainda a presença da família Bagby na Argentina temos: Ermine Bagby Sowell (36 anos); Sidney Sowell (50 anos) e Ane Sowell Margrett (27 anos), totalizando 113 anos que juntando o Brasil com a Argentina são 581 anos dos Bagby na América do Sul! É possível que depois da data das informações acima outros descendentes tenham vindo cá para a América Latina.

Sepultados no BrasilÉ notável saber que tanto William Buck Bagby

quanto Ana Luther Bagby morreram e foram se-pultados entre nós. Ele em Porto Alegre e ela em Recife. O Dr. Bagby, como era chamado, des-cansou no Senhor no dia 5 de agosto de 1939. D. Ana Bagby descansou no Senhor no dia 23 de dezembro de 1942. Na Igreja da Capunga, foi realizado o culto in memorian, presidido pelo Pastor José Munguba Sobrinho. Pregou o Pastor John Mein. De sua mensagem conforta-dora destacamos: “O homem propõe, mas Deus dispõe. No Norte começou o casal Bagby o seu trabalho, no Sul o concluiu, permanecendo ele ali para aguardar a ressurreição. D. Ana ficará entre nós. Norte e Sul ligam assim as mãos na morte de seus pioneiros”.

A República e seus benefíciosEstávamos no regime do Império e da união

da Igreja e do Estado. Não havia verdadeira liberdade de consciência. Os sacerdotes roma-nos gozavam de todos os privilégios de poder tirânico quase absoluto. De repente, como de um relâmpago do céu sereno, proclamou-se a República. Tudo se mudou imediatamente. O General que proclamou a República escolheu como ministros do governo provisório homens de sentimentos liberais e de ideias esclarecidas e adiantadas, - como Rui Barbosa, Demétrio Ribei-ro, Aristides Lobo, Quintino Bocayuva e outros. Estes ministros aconselharam o General Deodoro a proclamar a separação da Igreja e do Estado, a secularização dos cemitérios, o casamento civil e outras grandes reformas. Em poucos anos, sim meses, o sentimento público mudou notavelmen-te em referência à religião, como também em referência ao Evangelho e à Bíblia. As salas de culto se enchiam. Principiamos as reuniões nas ruas e praças públicas. O número de crentes ia aumentando em toda a parte e logo todo mun-do reconhecia a transformação nas ideias e nos sentimentos do povo a respeito dos evangélicos. Bem escreveu Quintino Bocayúva: “No regime antigo estes ministros evangélicos não tinham influência, mas agora as palavras deles cravam-se no solo brasileiro onde caem”.

Os filhos Bagby (da esquerda para a direita) Helen (Sra. W.C. Harrison), Arminho (S.M. Sowell), Alice (Sra. Smith Harley), T.C. Bagby, Albert I. Bagby

General A. T. Hawthorne

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10 o jornal batista – domingo, 28/10/12 notícias do brasil batista

Eliana C. Freire

No dia 15 de se-tembro de 2012, os filhos de Ma-r i a d a s D o r e s

Cardoso, de 92 anos, e Se-bastião Clementino Cardo-so, de 98 anos, organizaram um culto de gratidão à Deus em comemoração aos 70 anos de casamento de seus pais (Bodas de Vinho).

O casal foi membro da Igreja Batista de Mantenó-polis (ES), Igreja Batista de Morro Grande (SP) e atual-mente congregam na Igreja Batista do Jardim Rincão (SP). Ambos tiveram suas vidas dedicadas na obra do Senhor, onde constituíram família com 7 filhos, 20 netos e 14 bisnetos, entre eles: pastores, diáconos e levitas.

O evento aconteceu em uma chácara, com a presen-ça de familiares e amigos. O culto ocorreu pela manhã, com cânticos e hinos diri-gidos pela família, momen-to de honra de seus filhos

e, após a palavra pastoral, houve troca de alianças com renovação de votos. Duran-te toda tarde, houve confra-ternização abençoada entre os irmãos.

Carta de HonraNós, seus filhos, quere-

mos agradecer a Deus pela oportunidade de honrar--lhes, diante de nossos fi-lhos, netos, irmãos e ami-gos. Honrar pela vida que nos deram, provisão, prote-ção e o amor com que nos criaram. Reconhecemos os sacrifícios e renúncias de seus sonhos para nos dar um lar. Lar equilibrado, vendo em vocês exemplo de servos, salvos em Cristo Jesus.

Honrar-lhes pela sabedo-ria de nos consagrar a Deus bem cedo,ensinando-nos a Palavra do Senhor em casa e na Igreja. Reconhecemos que Deus os separou como levitas, nos deu a oportuni-dade de crescermos em Sua Casa e no momento oportu-no, fomos salvos.

C o m p r o f u n d a g r a t i -dão honramos vocês pelo sustento em oração, pois através delas recebemos bênçãos e livramentos até hoje. Pedimos perdão pelas marcas deixadas; marcas emocionais e até mesmo físicas. Somente hoje, como

pais, compreendemos este amor incondicional. Nos esforçaremos para seguir seu exemplo. “Meu pai e minha mãe”: como família, testemunhamos que vive-mos bênçãos decorrentes da sua obediência a Deus.

Com estas palavras quere-

mos honrar e reverenciá-los com muita gratidão pela maior e melhor herança que pais podem deixar para seus filhos: a salvação e a vida eterna com o Senhor.

Com amor e carinho, Euzi, Neuza, Leudes, Eudir, Ele-cir, Edilon e Eliana.

Maria das Dores Cardoso e Sebastião Clementino Cardoso

celebram Bodas de Vinho

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Missionários em Portugal testemunham Evangelho de Cristo

Pr. César Corsete com membros da IB Portimão

11o jornal batista – domingo, 28/10/12missões mundiais

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

Os missionários César e Eliane Corsete têm en-frentado muitos

desafios para testemunhar o Evangelho de Cristo em Por-tugal, onde atuam na cidade de Portimão, mas louvam a Deus por conseguirem anun-ciar a mensagem da salvação em Jesus.

Nossos missionários têm in-vestido no trabalho com ido-sos, faixa etária que o casal considera um “desafio mis-sionário na Europa”. Segundo dados oficiais, Portugal é o país europeu com uma das maiores taxas de envelheci-mento da população.

“Isso é visível nas ruas das cidades, onde os idosos ca-minham ou conversam nas praças. Graças a Deus, eles também estão nas igrejas, mas muitos ainda precisam

Ailton de FariaRedação de Missões Mundiais

Hoje, os batistas brasileiros man-têm, com suas o f e r t a s e o r a -

ções, um missionário em cada Estado da Ucrânia. São 25 missionários lo-cais no país coordenados pelos pastores Lyubomyr Matveyev e Anatoliy Shmi-likhovskyy, missionários de Missões Mundiais no Les-te Europeu. No total, eles coordenam cerca de 130 autóctones em nove países daquela região.

Segundo o missionário Lyu-bomyr, é costume na Ucrâ-nia, como também em ou-tros países vizinhos, realizar batismos no mês de agosto.

“É nesse mês que come-ça a colheita dos campos. Ou seja, colheitas física e espiritual estão ligadas uma a outra. Infelizmente, aqui no Leste Europeu, colhemos mais no físico do que no es-piritual. No entanto, no dia 5 de agosto, realizamos dois batismos na Igreja Batista em Kiev, Ucrânia”, conta o missionário.

Eles estão muito felizes, pois a igreja tem batizado pessoas há três anos conse-cutivos, cumprindo assim a missão de Jesus Cristo e

da graça do Pai”, diz o mis-sionário.

“Temos pedido ao Senhor que nos dê estratégias para al-cançar os idosos, e já sabemos

crescendo como parte de seu corpo.

Deus está interessado não somente em nossos frutos, mas em nosso envolvimento, compromisso e crescimento. Para Lyubomyr, é impossível para uma árvore dar frutos sem antes crescer, enraizar no solo fértil e em águas pro-fundas. E completa: “Deus espera de nós, seus filhos, que cresçamos cada vez mais para depois, no tempo apro-priado, dar nossos frutos. Cada crente deve compre-

que a principal delas é o amor incondicional por essas pes-soas, que já deram tanto de si e que, em muitos casos, estão abandonadas”, acrescenta.

ender que o crescimento espiritual tem que fazer parte da sua vida”.

Na Ucrânia, Rússia e Bielo--Rússia o número de igrejas e frentes missionárias é maior do que o número de pastores e líderes. Na Ucrânia e na Rússia, por exemplo, há 700 igrejas em cada país sem a presença de um pastor que a lidere. Isto quer dizer que muitos pastores assumiram ministérios em mais de uma igreja. Há um grande clamor pela presença de pastores

Batismos

Três novas irmãs em Cris-to estão se preparando para serem batizadas pelo pastor

para assumirem os trabalhos nessas igrejas.

Pastores voluntáriosDe 12 a 15 de setembro,

dois pastores do Rio de Ja-neiro, João Emílio Cútis Pe-reira (PIB de Irajá) e Wander Gomes (PIB do Recreio) esti-veram em um acampamento cristão em Kóbren, Bielo--Rússia. Eles ministraram a 80 pessoas e aos autóctones daquela região. Segundo o missionário Lyubomyr, as palavras desses servos do Se-

César e estão recebendo discipulado todas as sema-nas.

“Este é um preparo cui-dadoso de ensino, pois elas eram católicas e não veem a necessidade do batismo”, conta o missionário. “Temos ensinado a importância de obedecer à ordenança do Senhor, e por isso pedimos que orem por elas. Seus no-mes são Diana, Fernanda e Dulce”, acrescenta.

País em crise

O pastor César também pede oração por Portugal, por causa da grande crise que afeta o país. Segundo ele, há uma necessidade urgente da pregação do Evangelho.

“Os evangélicos em Por-tugal não chegam a 1% da população. Os descobridores do Brasil precisam descobrir Cristo, o Salvador”, diz o missionário.

nhor despertaram o chamado ministerial e os desafiaram a continuar a tarefa entregue a cada um.

“Eles falaram poderosa-mente aos nossos corações. Nos motivaram a trabalhar nosso caráter e modo de vi-ver; provocaram lágrimas de arrependimento, conver-sas de desabafo e pedido de aconselhamento. Com isso, foram renovadas nossas forças físicas, psicológicas e espirituais. Louvamos a Deus e agradecemos à JMM e aos pastores João Emílio e Wander Gomes pelo apoio ao nosso trabalho”, finaliza o missionário Lyubomyr Ma-tveyev.

Campos do Leste Europeu clamam por líderes

Pr. Lyubomyr

Pr. Lyubomyr (de preto) com líderes da Convenção Batista Ucraniana

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12 o jornal batista – domingo, 28/10/12 notícias do brasil batista

Marcos Vinicio Dias Ribeiro e Pr. Rômulo Vinicius Dias

A Igreja Batista de Cubatão, em Itape-runa, no Noroeste Fluminense come-

morou os seus 65 anos de or-ganização com uma grande festa. Entre os dias 27 a 29 de julho realizou uma série de conferências evangelísticas para a grande celebração. Na sexta-feira, a Igreja recebeu o pastor Josias Ribeiro (IB Parque dos Ipês) e banda. Foi uma noite muito especial. No sábado e no domingo, a Igre-ja recebeu a Família Davs de Vitória (ES). Foram dois dias marcados pela ação do Espí-rito Santo sobre toda a Igreja.

HistóricoTudo começou há quase

80 anos atrás, quando José Rodrigues da Cunha e Maria Rita da Cunha, chegando para aquela região onde a terra era cortada por mata, resolveram adquirir terras para criar os fi-lhos, com certeza iriam erguer um santuário ao Deus que co-meçavam ouvir falar d’Ele. O casal comprou as almejadas terras e construíram a primeira casinha para abrigar os filhos. As novas do Evangelho che-garam até eles e foram salvos pela misericórdia de Deus, e batizados em nome de Jesus.

No início foi muito difícil, os irmãos caminhavam vários quilômetros à pé, e alguns à cavalo para irem à Igreja em São Felipe, onde foram bati-zados. Depois mais tarde se tornaram membros da Igreja Batista de São Domingos e, posteriormente, junto com outros irmãos de Itaperuna, organizaram a Primeira Igreja

Batista em Itaperuna. Lá fica-ram por algum tempo até que um ponto de pregação foi instalado na casa dos irmãos José e Maria Rita. As almas começaram a aceitar a Jesus, e eles cumpriram o que vo-taram, construíram uma casa para a realização dos cultos. Esta casa ficou conhecida como Congregação da PIB de Itaperuna. A Congrega-ção começou a crescer e os irmãos viram a necessidade de se organizarem em Igreja.

No dia 29 de julho de 1947 foi organizada a Igreja Batista de Cubatão, com 30 membros: João Rodrigues da Cunha, Es-dras Manoel Rodrigues, José Albino Sobrinho, Neemias Gomes da Silva, Francisco Rodrigues da Cunha, Celso Ernesto Dias, Manoel Gomes da Silva, Ester Gomes da Silva, Rute Gomes da Silva, Daniel Gomes da Silva, João Monteiro da Silva, Aristeu José Ferreira, Francisco Januário de Souza, Manoel Gomes dos Santos, Carolina Faria Gomes, Maria Rodrigues da Silva, Noemia Rodrigues da Cunha, José Ro-drigues Filho, Zita Coutinho Picanço, Margarida Ferreira da Silva, Maria Rita da Cunha, Rosa Rodrigues Duarte, Franci-lino José Meireles, Jacinto José Ferreira, Pedro Silva, Rosalina Silva, Rita Fernandes Moreira, Rosa da Costa Cunha, Adelina Cassiano e Ana Gomes da Silva.

A Igreja viva do Senhor flo-rescia para honra e glória do Seu Santo Nome. Não tendo aquele primeiro templo ca-pacidade para abrigar o povo que ali ia para adorar a Deus, resolveram construir um novo templo. Muitas batalhas foram travadas, mas a vitória sempre

sorriu no seu final.Durante 65 anos de vida,

a Igreja tem realizado o tra-balho do Senhor para Sua honra e glória: Cultos nos lares, vigílias, campanhas evangelísticas com o saudoso Pr. David Gomes, Pr. Chock (EUA), Pr. Josué P. Brum, Pr. Waxuel P. Rodrigues, Pr. Anderson Clayton, Pr. João Neto, Pr. Heitor Antonio da Silva, Pr. Leopoldo Tadeu do Vale, Pr. Wilson Macedo, Pr. Marcos Salomé, Pr. Zezinho, entre outros grandes homens de Deus que colaboraram para o crescimento da Igreja.

Vários outros pastores aqui deram o seu valor para que a obra continuasse: Pr. Nilo de Cerqueira Bastos até 10.06.1962; Pr. Darcy José dos Santos (09.09.1962 – 14.07.1963); Pr. Abelar Su-zano de Siqueira (14.07.1963 – 14.09.1969; Pr. Teobaldo da Silva Fraga (22.03.1970 - 28.10.1973); Pr. Delphino Eugênio Vieira (02.12.1973 – 03.07.1981); Pr. Ges-sy Fructuoso (03.07.1981 - 29.07.1982); Pr. Francisco Quirino da Costa (29.07.1982 – 29.08.1990); Pr. Mizael Pimentel (12.01.1991 –

30.12.1994); Pr. José Guilher-me Souza e Silva (30.12.1994 – 31.12.1998) e o atual Pr. Rômulo Vinícius Dias que tomou posse em 02.01.1999.

A Igreja Batista de Cubatão continua com sua obra em crescimento. Já foi construída a Congregação da Capelinha (um bairro em Itaperuna), e também foi comprado um ônibus para locomoção dos irmãos. Hoje, alguns mem-bros fundadores da Igreja já estão na glória, seus fi-lhos continuam juntos com os demais aqui na vida de combater o bom combate a caminho para o céu.

A Igreja Batista de Cubatão com seus 65 anos de lutas e vitórias, continua pregando o amor de Cristo, indicando aos homens o caminho para Deus. Em 2009, com a posse do pastor Rômulo Vinícius Dias, que além de ser pastor, é advogado e diretor do Seminá-rio Teológico Batista de Itape-runa (SETEBI), a Igreja passou por algumas transformações. A Igreja recebeu como Ministra de Música, a irmã Nilciene Pereira Bastos Dias e aceitou o desafio de construir um novo templo. Com a contratação do

arquiteto, o projeto foi aprova-do e colocado em prática. Tudo ficou novo: o santuário, novos banheiro, salas para as crianças, berçário e gabinete pastoral climatizados. Enfim, um grande desafio. No dia 11/11/2011, o templo foi consagrado a Deus com a presença do pastor Már-cio Antunes (PIB Pádua). Foi um dia de grande alegria, pois estava sendo dedicado a Deus o novo santuário, sem nenhu-ma dívida.

No IX Congresso da ABENF (Associação Batista Extremo Norte Fluminense) o templo foi apresentado à denomina-ção. Nesses 65 anos, a Igreja teve o privilégio de consagrar ao Ministério Pastoral, os pas-tores Carlos Augusto Cunha (hoje, secretario executivo da OPBB do Espírito Santo) e Silvio Santana Messias. Hoje foi dado início ao mais novo desafio da Igreja: Construir uma quadra poliesportiva nas dependências do terreno da Igreja para servir como local para a prática esportiva, bem como também servirá como um salão social para festivida-des. Dessa forma, a Igreja se prepara para a celebração dos 70 anos de organizada.

IB de Cubatão completa 65 anos com vitórias e muitos desafios

IB Cubatão em celebraçãoPr. Rômulo Vinicius Dias da IB em Cubatão celebra as vitórias

Pr. Francisco de Assis Pereira de Lima

A Egreja Baptista de Tabua (Vila Pastor Salvador Borges) tem a honra de nes-

te tempo celebrar e agrade-cer ao nosso Deus por uma história linda e de grande relevância, de uma igreja comprometida com a prega-ção séria do Evangelho e que sempre esteve e continuará a serviço do Reino de Deus. Ela é a 4ª igreja batista orga-nizada no município de São Fidélis.

As celebrações terão iní-cio no dia 09 de novembro,

com as presenças do Pr. Fernando Brandão (Diretor Executivo da JMN), orador da abertura; e do Conjunto Vocal Integração que per-manecerá nos três primeiros dias de celebração. Mas não para por aí, as manifesta-ções de gratidão seguirão no dia 10 com a presença do Pr. Levi Azevedo da Costa, da IB Jardim do Senhor, e no dia 11 receberemos o Pr. Samuel Meira Moutta (ex-pastor da igreja e atual Gerente de Expansão Mis-sionária da JMN).

Nas semanas seguintes de novembro as celebrações continuarão e adentrarão

todo o ano de 2013, com presença de ex-pastores que ainda estão em atividade e intercâmbios com as igrejas filhas. Entre os dias 20 e 23 de março/2013, a igreja sediará a Assembleia anual da Associação Batista Cen-tro Fluminense (ABACENF), que terá como orador oficial o Pr. Antônio Mendes Gon-sales, da PIB de Atibaia (SP), e como orador substituto o Pr. Lúcio Figueira Senra, da PIB de Aperibé (RJ). Ain-da com data a confirmar, teremos um culto com a presença da Diretoria da CBF, pois vale lembrar que em 1928 a igreja sediou a

Assembleia da Convenção Batista Fluminense.

Serão dias de gratidão, ex-posição bíblica, adoração, homenagens e muito mais.

Todos os batistas brasileiros, a começar pelas lideranças, os membros de sempre, ex-pas-tores, irmãos e amigos já são nossos ilustres convidados.

A Egreja Baptista de Tabua completa 100 anos em novembro

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13o jornal batista – domingo, 28/10/12notícias do brasil batista

A PIB da Bahia (1882): 130 anos da expansão do cristianismo

batista no Brasil

Pr. Francisco Bonato PereiraMembro do IAHGP - Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano

Os membros da Igreja Batista em Santa Bárbara (1871), na Pro-

víncia de São Paulo, cla-maram aos patrícios nos Estados Unidos para envia-rem obreiros para pregar o Evangelho de Cristo neste país continental. O clamor foi atendido com a chegada ao Brasil dos casais Anna Luther e William Buck Ba-gby (1881) e Kate e Zaca-rias Clay Taylor (1882). Em Santa Bárbara, tornaram-se membros da Igreja Batista de Santa Bárbara (1871), e passaram a estudar a língua portuguesa com o pastor Antonio Teixeira de Albu-querque, que era membro da Igreja Batista da Estação (1879).

Olhando o mapa do Brasil, os casais Bagby e Taylor ora-ram e escolheram a cidade de Salvador (BA), para iniciar a semeadura do Evangelho, para início da obra da pro-clamação do Evangelho de Cristo, para onde se deslo-caram em junho de 1882, acompanhados do brasileiro Antonio Teixeira de Albu-querque e da sua família

(Betty Antunes de Oliveira - Centelha em restolho seco).

Alugaram um edifício an-tigo, que servira de prisão religiosa (ALJUBE), situado na parte alta da cidade de Salvador, o qual foi refor-mado para servir-lhes de residência e de um local para os cultos, acomodando no salão principal duzentas pessoas. Iniciaram a divul-gação do Evangelho debaixo de perseguição e agressões.

Estabelecidos no local, os missionários resolveram organizar a Primeira Igreja Batista da Bahia, hoje de-nominada Primeira Igreja Batista do Brasil, na cidade de Salvador, Província da Bahia, em 15 de outubro de 1882, no lugar denominado Canela, tendo como mem-bros os missionários norte--americanos Zachary Clay Taylor, Catharina Taylor, William Buck Bagby, Anna Luther Bagby, e o brasileiro Antônio Teixeira de Albu-querque, os quatro primeiros com cartas de transferên-cia da IB Santa Barbara e o último com carta da IB Estação. A ata do evento, la-vrada por Teixeira, descreve o acontecimento histórico nos seguintes termos: “Ata de organização da Primei-ra Igreja Batista da Bahia. No dia 15 de outubro de 1882 da Era cristã, estando

nesta cidade da Bahia, no lugar denominado Canela, às 10:00 horas de manhã, os abaixo assinados, membros da Igreja Batista de Santa Bárbara, na província de São Paulo, tendo-se retira-do daquela província para esta, uniram à igreja batista, fazendo a sua instalação le-galmente. São os seguintes: Sr. Antônio Teixeira de Al-buquerque, Sr. Zachary Clay Taylor, Da. Catharina Taylor, Sr. William Buck Bagby, Da. Anna Luther Bagby. (…) Depois de instalada a igreja, com os cinco membros su-pra mencionados, adotamos unanimemente a Confissão de fé, chama-se “The New Hampshire”, confissão de fé como praticada geralmente pelas igrejas batistas missio-nárias. Adotamos o seguinte pacto: o Sr. Bagby foi eleito por unanimidade de votos – moderador – o Sr. Antônio Teixeira de Albuquerque – idem – secretário. O nome foi intitulado: 1ª Igreja Ba-tista na Bahia. Por unanimi-dade de votos foi designado o 2º domingo de cada mês para Ceia do Senhor, depois da pregação às 11:00 horas da manhã. Foi designado que haveria reunião da igre-ja para oração e negócios da igreja. Encerrada a sessão, tem em seguida: o culto, pregação do evangelho e ce-

lebração da Ceia do Senhor. Eu secretário a escrevi e as-sino-me. Antônio Teixeira de Albuquerque. Bahia, 10 de maio de 1883” (REILY, Dun-can A. História documental do protestantismo no Brasil. São Paulo: ASTE, 2003).

Organizada a base do tra-balho na Bahia, inclusive com penetração no interior do Estado, os missionários voltaram os olhos para outros pontos da pátria brasileira. Dois grandes centros lhes chamam a atenção. O Rio de Janeiro, sede do Governo Im-perial, com sua grande massa populacional e Pernambuco, que com sua capital Recife, um grande centro comercial e cultural por excelência, desde a Capitania de Du-arte Coelho. A partir dessa base na Bahia, o trabalho dos batistas, na divulgação do cristianismo evangélico, se expande para o Rio de Janei-ro, para Alagoas e para Per-nambuco. Na PIB da Bahia serão consagrados os primei-ros obreiros nacionais: “(...) Foram ali [no Casarão do AL-JUBE] consagrados os missio-nários nacionais. O primeiro deles, um verdadeiro após-tolo e mártir, João Gualberto Batista, que hoje descansa na mansão dos justos, consagra-do ao ministério em 1883, e o velho Antonio Marques, que ainda está entre nós. (...)”

(BARRETO, Archiminia. Os primeiros batistas na Bahia. OJB, 23.06.1921, p. 9).

Consolidada Igreja, Ba-gby entendeu ser tempo de expandir a obra, mudando para o Distrito Federal, a Capital do Brasil (1884), onde encontrou uma senho-ra membro do Tabernáculo Batista, de Londres. Organi-zou a PIB do Rio de Janeiro (DF), em 24 de agosto de 1884, tendo como mem-bros o casal William Buck Bagby e Anne Luther Bagby, Mary O´Rourke e Elizabeth Williams. Surgia a quarta igreja batista no Brasil.

Na mesma época Antonio Teixeira de Albuquerque desejou levar mensagem do Evangelho de Cristo a família e aos amigos de Rio Largo e de Maceió, partiu para a província. Enviou, antes, alguns textos de sua autoria, a respeito da sua concepção do Evangelho e um dando as razões porque deixara o sacerdócio cató-lico romano – “Três razões porque deixei a Igreja de Roma”, os quais causam grande impressão naqueles que os leram. O missio-nário Zacarias Taylor e o pastor Antônio Teixeira de Albuquerque organizaram, em 17 de maio de 1885, a Igreja Batista de Maceió, com dez membros.

14 anos de bênçãos em Artur NogueiraCleverson Pereira do VallePastor da PIB em Artur Nogueira

Nos dias 27 e 28 de outubro acontece-rão as festividades de comemoração

do 14º ano de organização da Primeira Igreja Batista em Ar-tur Nogueira. Os batistas mar-cam presença há 140 anos no Brasil, o início foi em Santa

Barbara do Oeste-SP. Hoje só no estado de São Paulo somos mais de 200.000 membros es-palhados nos 1.100 templos. No Brasil já ultrapassamos à casa de 1.500.000 batistas reunidos em mais de 10.000 templos.

Aqui em Artur Nogueira o movimento batista teve início com a iniciativa do Valdir Pommer e família, por volta de 1987. Em 24 de outubro

de 1998 ela foi organizada em igreja através da Primeira Igreja Batista em Cosmópolis, SP. Nestes 14 anos os batistas nogueirenses tem investido em vidas, mostrando amor e compaixão a exemplo do nosso Mestre Jesus.

Cremos na Bíblia como nossa única regra de fé e prá-tica, entendemos que só te-mos acesso ao céu através de Jesus Cristo, as nossas igrejas

são autônomas, isto é, cada igreja batista toma as suas próprias decisões. Ensinamos que todos os membros do corpo de Cristo, ou seja, a igreja, tem acesso direto a Deus. Não precisamos de intermediários, Jesus Cristo é o nosso mediador entre Deus e os homens.

Defendemos o direito que temos de pregar o evangelho de forma livre, isto é, a nossa

liberdade religiosa. Outra característica dos batistas é a separação de igreja e estado. O nosso desejo é ver pessoas felizes e completas através do evangelho de Cristo. Este evangelho transforma, liberta e salva a pessoa do abismo eterno.

Agradecemos a Deus pela oportunidade de servir ao próximo. Temos grandes de-safios pela frente.

Anna Luther BagbyAntonio Teixeira de Albuquerque Kate Crawford Taylor William Buck BagbyZacarias Taylor

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14 o jornal batista – domingo, 28/10/12 ponto de vista

O texto está em Ma-teus 26.36-46. Deus se agrada quando somos

obedientes a Ele. O substan-tivo obediência quer dizer: “Cumprimento, acatamento, acato, respeito, subserviên-cia, apoio, submissão, con-sentimento, obtemperação, aquiescência, condescen-dência, complacência, dis-ciplina, sujeição, fidelidade, fieldade, lealdade, constân-cia, preito, deferência, vas-salagem, dedicação, ade-são, tributo, subordinação, jugo, preito de obediência, torre, mensagem” (Dicioná-rio Analógico – Francisco

Ao longo dos anos tem sido possível observar que muita gente acaba trans-

formando o seu modo de ver a vida e o Cristianismo como se fosse o único e infalível modo de aceitar ou rejeitar as outras pessoas.

Há quem acredite que é necessário ter a experiência cristã certa, desde que essa experiência certa seja o que essa mesma pessoa legitima como experiência válida. Talvez seja uma maneira de “ouvir a voz de Deus” ou mesmo outras experi-ências (sem aqui discutir a sua legitimação teológica e bíblica) tais como falar em línguas, ser batizada no Es-

Azevedo). Observe quantas implicações dessa palavra. Ela tem todas estas conota-ções. É impressionante o seu alcance. Fala-se muito em obediência, mas são poucos os obedientes.

Jesus foi obediente até à morte e morte de cruz. A proporção da Sua obediência ao Pai deve ser imitada por nós. Não foi uma obediência condicional, mas incondi-cional. Na verdadeira obedi-ência não há barganha, mas entrega sem reservas. Uma vez que se coloca a mão no arado não se pode olhar para trás. Jesus se deixou pregar na cruz fazendo toda a von-

pírito Santo, ser ministrador do Espírito para a vida dos outros, etc.

Mas há também quem acre-dite que o que legitima a vida de uma pessoa é estar envol-vida no trabalho da igreja e em toda a sua formalidade, não importa necessariamente a sua vida pessoal, pois afinal está salva e agora deve pregar que Cristo salva e isso é tudo.

Também tem os que defen-dem certos pontos doutriná-rios ou de práticas de vida de modo que se alguém crê de forma diferente está excluída da comunhão.

Sem dúvida ter experiência com Cristo, estar envolvido com a obra de Deus e buscar a doutrina compatível com os

tade do Pai. Toda a Trindade estava envolvida no sacrifício vicário.

A experiência no Getsema-ni é a do descando/trabalho (vv.36-38). Do compartilha-mento da tristeza de Jesus com os discípulos mais pró-ximos, mais íntimos. Foi no jardim do Getsemani (gath shemen), um lagar de azeite, onde se prensava as azei-tonas, que Jesus teve a luta entre fazer a Sua vontade e a vontade do Pai. Esta é a nos-sa luta. Sim, foi num jardim a leste de Jerusalém, além do vale de Cedrom. Era um retiro favorito frequentado por Cristo e Seus discípulos,

ensinos bíblicos não podem ser atitudes desprezadas.

Mas, ainda que tenhamos tudo isso, de nada adianta se não tivermos amor. E amor, muito mais do que uma pa-lavra deve ser algo que se concretize com ações que germinem em respeito, bon-dade, benignidade, humilda-de, mansidão, paz, alegria, domínio próprio e isso envol-ve construir relacionamentos fortes e saudáveis, mesmo havendo discordâncias. Aliás, estas atitudes lembram muito as características do fruto do Espírito (Gálatas 5.22,23) e das bem-aventuranças (Mateus 5).

Precisamos de ordem e decência, pois Deus não é de confusão (I Coríntios

o qual se tornou a cena da agonia de Jesus, da traição de Judas e do aprisionamento do Senhor. É muito interessante o contraste entre o Jardim do Éden onde o primeiro Adão desobedeceu a Deus e o Jardim do Getsemani onde o segundo Adão obedeceu.

O local é a antessala do Calvário, do Gólgota. Jesus foi prensado pela vontade do Pai. Ao Pai agradou moê--lo fazendo-O enfermar (Is. 53.10). Foi da vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-O sofrer até à morte em nosso favor, em nosso lugar. Na verdade, não somos maiores do que o nosso Mestre. É no

14.33,40), mas isso não pode legitimar que classifiquemos outros irmãos que também foram salvos por Jesus como crentes de “quinta categoria” ou inferiores.

Tenho observado crentes e líderes que marginalizam irmãos em Cristo somente porque não pensam como eles ou não alcançaram o elevado nível da experiência cristã como eles. Julgam, de-tratam, excluem, agem com arrogância e altivez. Se Deus tivesse agido dessa mesma forma nem vivos estaríamos, afinal as suas misericórdias se renovam a cada manhã (Lamentações 3.22-24).

Não podemos compactuar com o pecado, com a here-

sofrimento que muitas vezes aprendemos a obediência. Como discípulos, devemos ser obedientes sempre. É o custo do discipulado, da relação com Jesus. A obra suficiente de Cristo basta como motivação para a nos-sa obediência, para a nossa diaconia. Precisamos passar pela experiência do Jardim onde Jesus sofreu. Que o Senhor nos livre de ficarmos sonolentos, absortos em nós mesmos, vivendo de forma egoísta. Aprendamos a obedi-ência com Cristo Jesus, nosso Senhor, que a Si mesmo se ofereceu por nós na cruz do Calvário.

sia, com a indolência, com a frieza espiritual, mas também não podemos marginalizar as pessoas, discriminá-las. Uma coisa não dispensa a outra. Afinal Paulo nos ensina de que de nada adiantaria falar em línguas, profetizar e até socorrer os pobres, se não houver amor.

Assim, ainda que possamos ter títulos, ser dedicados ao tra-balho eclesiástico ou mesmo denominacional, julgar ter a doutrina certa, ter conceitos éticos ou morais certos, ter experiências espirituais espeta-culares, de nada adianta se não agirmos como Deus – tendo o amor e o respeito como molas impulsoras de nossa convivên-cia neste mundo.

Page 15: Edição 44 Domingo, 28.10.2012 R$ 3,20 Órgão Oficial da ...batistas.com/OJB_PDF/2012/OJB_44.pdf2 281012 reflexão EDITORIAL nização de igreja com doutri-na bíblica, fundou colégios,

15o jornal batista – domingo, 28/10/12ponto de vista

Isaias Andrade Lins FilhoPastor da IB dos Mares, BA

Como prometi aos amados leitores, estamos neste ar-tigo, encerrando a

série de estudos com a fina-lidade única e exclusiva de abençoar o povo de Deus, e estaremos usando o mesmo texto que nos deu a base para analisar algo sobre os Dons Ministeriais. Efésios 4.11 e 12, que diz: “E Ele mesmo deu uns para após-tolos e, outros para profetas, e outros para evangelistas e, outros para pastores e mestres, querendo o aper-feiçoamento dos santos, para a edificação da obra do mi-nistério, para edificação do corpo de Cristo”.

Estamos concluindo neste artigo os estudos desta série abençoada, onde procura-mos mercê da graça do Se-nhor, compartilhar com os queridos leitores sobre esses aspectos e essas dádivas es-pirituais que têm no decur-so dos séculos, servindo ao Corpo de Cristo com o fito de promover tão somente edificação e capacitação. Vamos aos dois últimos Dons Ministeriais:

4. PASTORESEste é o mais conhecido

dos Ministérios e, o dom sempre mencionado na igre-ja, pois emerge da própria igreja a necessidade insubsti-tuível da existência deste Mi-nistério, haja vista que, sendo a igreja o rebanho de Deus, carece de ser apascentada.

No Novo Testamento, aparecem três palavras que caracterizam o Ministério Pastoral e, a respeito delas tecerei alguns comentários, pois veremos o Pastor Pres-bítero conforme nos ministra a Palavra do Senhor em Atos 20.17, e Tito 1.5, o Pastor

Epíscopos “bispos” aquele que dirige, que supervisiona, que preside, nos termos de I Timóteo 3.1 e Tito 1.7, e o Pastor como apascentador de ovelhas, “ποιмεν”.

A sublime missão do pastor é zelar, cuidar da sã doutrina, combater todo e qualquer tipo de distorção e de here-sia, é o que nos ensina Paulo quando escreveu a Epístola de Tito, no capítulo 1.9-11, tendo ainda a responsabili-dade de ensinar a Palavra de Deus e exercendo a direção da igreja local, vide os textos de I Tessalonises 5.12; e I Timóteo 3.1-5.

A responsabilidade do ser-vo que é dotado do Dom Mi-nisterial de Pastor, tem ainda de ser exemplo de caráter e de alguém comprometido com a sã doutrina, é o que Paulo o apóstolo continua a ensinar em Tito 2.7-8, tendo também o pastor a grande responsabilidade de envidar esforços, objetivando que as suas ovelhas e os crentes ge-rais da igreja, sejam constan-tes e permaneçam debaixo da graça do Senhor.

Sua tarefa é assim descrita em Atos 20.28-31: Salvaguar-dar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres, os quais surgem dentro da igreja, todos os dias e em todos os momen-tos. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, ten-do como modelo o Senhor Jesus que é o Bom Pastor (João 10.11-16; I Ped. 2.25; 5.2-41).

Segundo o NT, a igreja local era dirigida por um gru-po de pastores (Atos 20.28; Fil 1.1). Os pastores eram escolhidos, não por política, mas segundo a sabedoria do Espírito concedida à igreja enquanto eram examinadas as qualificações espirituais do candidato.

O pastor é essencial ao propósito de Deus para sua igreja. A igreja que deixar de selecionar pastores, sim-ples piedosos e fiéis, que na verdade sejam preparados para a obra, não será pasto-reada segundo a mente do Espírito conforme I Timóteo 3.1-7. Devemos ter muito cuidado, porque a Igreja de Cristo, não pode ficar vul-nerável às forças destrutivas de Satanás e do mundo é o que diz a Palavra em Atos 20.28-31. Temos de estar alertas, porque, caso con-trário, campeará uma dis-torção da Palavra de Deus, e os padrões do evangelho serão relegados e abando-nados. Basta que leiamos II Timóteo 1.13,14 e, se este cuidado não for observado, as ovelhas dos rebanhos da igreja e seus familiares não serão doutrinados, ministra-dos, conforme o propósito de Deus, vide os textos de I Timóteo 4.6,14,16; 6.20,21. Este Dom Ministerial é fun-damental para evitar que muitos se desviem da ver-dade e se voltem para as fábulas tolas de que Paulo fala em II Timóteo 4.4.

Acontece que, se por outro lado os pastores forem piedo-sos, comprometidos com a obra e o Senhor da obra, os crentes serão nutridos com as palavras da fé e da sã dou-trina, e também haverão de ser disciplinados de acordo com o propósito da piedade que tanto se reclama nos dias atuais (I Tim. 4.6,7).

5. DOUTORES OU MESTRES

Por fim, apreciando este último dos Dons Ministe-riais, posso salientar que os Mestres ou Doutores são essenciais no cumprimen-to do propósito do Senhor para a sua Igreja e para o seu povo. Os Mestres são servos

vocacionados pelo Espírito e que atendem ao chamado de Jesus, para exercitar, expor e proclamar a Palavra de Deus, com a finalidade de edificar a Igreja que é o Corpo de Cristo, é o que se depreende da leitura da Bíblia conforme Efésios 4.12.

A Igreja não pode deixar se descuidar, nem tampouco rejeitar a ministração dos servos e servas que desem-penham com raro zelo e cui-dado, ensinos fiéis à Escritura Sagrada e à sua revelação. Os Mestres ou Doutores têm a sublime missão conferida pelo Espírito Santo de preser-var e defender a integralida-de do Evangelho, cujo zelo doutrinário, é lhe confiado nos termos do que o apóstolo dos gentios menciona em II Timóteo 1.11-14.

É bem verdade que são denominados de Mestres ou Doutores, não porque estudaram mais do que as demais pessoas, vez que esse título não é de caráter cultural, como são os títulos nos campos universitários e acadêmicos, essa classifica-ção, não pode deixar de ser entendida como alguém, ser-vo ou serva do Senhor, que recebe do Espírito Santo uma capacitação sobrenatural e que é precedida de uma cha-mada específica para a obra, tendo o mestre ou doutor graça e unção para o exer-cício do ministério. Como os demais dons ministeriais, este também tem o fito de edificar, de solidificar, de abençoar a igreja do Senhor, primando pela firmeza da verdade revelada pela Pala-vra de Deus.

Este Dom Ministerial tem um lugar todo especial no desenvolvimento do Reino, de tal modo que esses que exercitam esse ministério es-tão e devem estar sempre em constante atividade, e nunca

devem estar calados, mas voltados e preocupados com a educação cristã do povo de Deus, se prestam a Ministrar sob as mais diversas formas e maneiras, tanto através de palestras, aulas, seminários, pregações e outros meios, usando também daqueles inclusive que a tecnologia dos dias atuais oferece, para que os integrantes do Corpo de Cristo, da Igreja de Jesus, sejam enriquecidos de co-nhecimentos, de preparo, de consistência nos ensinos pro-clamados sobre a Palavra de Deus e, posso, sem nenhuma dúvida citar, sem desmerecer os demais servos que são do-tados deste dom ministerial, as figuras conhecidas e mara-vilhosas de Russel Shedd e de Luiz Sayão como exemplos e expressão do exercício, da notada e sentida evidência deste dom.

A finalidade da atuação deste dom ministerial, bem como dos demais acima referidos, é aperfeiçoar os santos, e capacitá-los para desenvolver o trabalho do Senhor. O desejo do após-tolo Paulo é que “o homem seja perfeito e capacitado para toda a boa obra...”. Para levar a efeito este Ministério de Mestres ou Doutores, não basta simplesmente dizer que vai ensinar e ministrar, mas tem de haver a “unção de mestre”, da mesma forma que o Pastor, o Profeta, o Evangelista e o Apóstolo, têm de ter também uma un-ção específica para o exercí-cio do dom.

Finalizo trazendo à memó-ria e à consideração de todos a exortação para a Igreja, muito conhecida, quando em II Timóteo 2.15 Paulo diz: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergo-nhar e, que maneja bem, a Palavra de verdade”.

Teologia PráTica

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