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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 39 Domingo, 23.09.2012 R$ 3,20 O povo batista brasileiro tem mais um motivo para estar em festa. Uma das mais recentes dádivas do Pai Eterno foi a aprovação e recomendação do Mestrado Profissional em Teologia da FTBP (Faculdade Teológica Batis- ta do Paraná) pela CAPES (MEC). É um momento histórico para os batistas brasileiros: o primeiro mestrado de uma instituição batista aprovado e recomendado pelo governo brasileiro (página 8). Como uma bela homenagem, a primeira neta do pastor Manoela Avelino de Souza, se recorda de momentos especiais com seu avô e reflete sobre seus sonhos con- cretizados que abençoou e continua abençoando muitas vidas. Além de observar a necessidade atual de se ter pastores com a essência do evangelho puro de Cristo: “Precisamos resgatar mais pastores com a simplicidade e autenticidade de Manoel Avelino de Souza” (página 12). 50 anos sem você Manoel Avelino de Souza, meu avô FTBP tem seu curso de Mestrado em Teologia reconhecido pelo MEC Pela 19ª vez, a IB do Bacacheri, em Curitiba (PR), realizou o congresso Crescer Missionário, visando novamente proporcionar momentos de refrigério para os 110 missionários que participa- ram do evento. Segundo o pastor Roberto Silvado, um dos objetivos do congresso é “afirmar o valor que os obreiros têm para Deus e sua igreja, como são amados e importantes no plano de Deus”. Seguindo o exemplo, a PIB de Porto Alegre (RS) realizou pela primeira vez o Crescer Missionário, abençoando 34 missionários que atuam no esta- do. Na capital gaúcha também houve, além das palestras, atendimento médico e odontológico, massagem e outros serviços (página 7). Crescer Missionário 2012

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1o jornal batista – domingo, 23/09/12?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 39 Domingo, 23.09.2012R$ 3,20

O povo batista brasileiro tem mais um motivo para estar em festa. Uma das mais recentes dádivas do Pai Eterno foi a aprovação e recomendação do Mestrado Profissional em Teologia da FTBP (Faculdade Teológica Batis-ta do Paraná) pela CAPES (MEC). É um momento histórico para os batistas brasileiros: o primeiro mestrado de uma instituição batista aprovado e recomendado pelo governo brasileiro (página 8).

Como uma bela homenagem, a primeira neta do pastor Manoela Avelino de Souza, se recorda de momentos especiais com seu avô e reflete sobre seus sonhos con-cretizados que abençoou e continua abençoando muitas vidas. Além de observar a necessidade atual de se ter pastores com a essência do evangelho puro de Cristo: “Precisamos resgatar mais pastores com a simplicidade e autenticidade de Manoel Avelino de Souza” (página 12).

50 anos sem você Manoel Avelino de Souza, meu avô

FTBP tem seu curso de Mestrado em Teologia reconhecido pelo MEC

Pela 19ª vez, a IB do Bacacheri, em Curitiba (PR), realizou o congresso Crescer Missionário, visando novamente proporcionar momentos de refrigério para os 110 missionários que participa-ram do evento. Segundo o pastor Roberto Silvado, um dos objetivos do congresso é “afirmar o valor que os obreiros têm para Deus e sua igreja, como

são amados e importantes no plano de Deus”. Seguindo o exemplo, a PIB de Porto Alegre (RS) realizou pela primeira vez o Crescer Missionário, abençoando 34 missionários que atuam no esta-do. Na capital gaúcha também houve, além das palestras, atendimento médico e odontológico, massagem e outros serviços (página 7).

Crescer Missionário 2012

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2 o jornal batista – domingo, 23/09/12 reflexão

E D I T O R I A L

mo que a obra demore a ser concluída, a mensagem de Deus será anunciada. E este anúncio poderá ser de várias formas, com o investimento financeiro, apoiando um mis-sionário, agindo na própria igreja, promovendo projetos missionários, cuidando da educação cristã dos novos convertidos, incentivando o discipulado. A igreja missio-nária tem ações ilimitadas.

Entretanto, o compromisso em evangelizar deve come-çar pelo pastor da igreja, que com sabedoria precisa orientar suas ovelhas. Fazer missões começa com o en-tendimento bíblico do dever do cristão, tal dever ensinado pelo bom pastor. O líder que instrui, investe no reino de Deus, age com compromis-so com a Palavra de Deus. Líderes que só incentivam programações, festas e cons-

fluentes, que intrigou uma visitante que ao entrar no grandioso templo se depa-rou com uma interminável construção, que já durava meses. O chão ainda sem piso e milhares de cadeiras de plástico improvisadas. A jovem visitante curiosa per-guntou ao seu tio, membro da grandiosa igreja: “Porque nunca terminam a constru-ção da igreja? Pela quanti-dade de membros, dinheiro não deve ser o problema”. A resposta foi uma agradável surpresa: “Nossa igreja tem como meta investir 50% das entradas em missões”.

Com esta igreja é possível aprender uma grande lição. Apesar de ter um objetivo grandiosa, construir um tem-plo majestoso, a principal missão da igreja, fazer mis-sões, não ficou para trás, mas se tornou prioridade. Mes-

Se tem um papel que é fundamental para a Igreja, é fazer missões. Há a necessidade da

Igreja de Cristo amar mis-sões, a começar pelo pastor, contagiando e se espalhando por cada membro do corpo. As ações precisam começar com o amor, transformando em atitudes concretas. Fazen-do como está em Atos 5.42: “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”.

Cada igreja, como parte do Corpo de Cristo, tem como função explanar as boas novas da salvação. Amar missões é assumir o compromisso de levar o evangelho a toda parte. Como acontece com uma igreja de grande porte em uma capital brasileira, mui-to rica, com membros in-

truções, pensando apenas no agir terreno e esquecem do que vem dos céus, ou seja, da parte de Deus. Mais belo do que ver belos templos, é ver belos e feios templos repletos de pessoas rendidas a Deus.

Linda mesmo é a igreja que evangeliza as crianças com uma linguagem apropriada, e que de tanto cuidar com carinho das crianças, alcan-çam os pais pelo trabalho genuinamente cristão. Linda é a igreja que pensa nas ne-cessidades da comunidade local e investe em cursos profissionalizantes e aulas de língua estrangeira, fazen-do assim a missão integral. Linda é a igreja que cuida de pessoas. Sem dúvida alguma a Igreja de Cristo, espalhada por toda a Terra, precisa amar missões em todos os senti-dos. (AP)

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 23/09/12reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

Confesso que não sei. Por mais que tente não consigo compreender e uti-

lizar todos os mecanismos que compõem a oração. Sinto-me, às vezes, frustrado com o meu desconhecimen-to quanto ao orar. As inú-meras explicações que leio sobre vida de oração não me convencem e tampouco definem com precisão sobre o que é orar, segundo o pa-drão ensinado e vivido por Jesus.

Consola-me a declaração de Paulo ao dizer que o Es-pírito Santo intercede por nós com gemidos inexpri-míveis. O Espírito conhece as nossas fraquezas, sabe que não sabemos orar como convém e por esta razão se dispõe a auxiliar-nos na difi-cílima tarefa de orar (Rom. 8.26). Tal certeza aumenta a minha incapacidade em compreender o mistério da verdadeira oração. Para que o Espirito exerça o seu papel de intercessor é necessá-rio que a minha oração se encaixe no padrão divino. Não pode ser oração como mera repetição de palavras. Jesus deixou claro que não é o muito falar que produz a oração verdadeira. Não é o repetir a mesma oração de todos os dias. Fazer os mes-mos pedidos de sempre, que servirão ao Espírito como instrumento de intercessão. Jesus afirma que Deus sabe o que preciso antes mesmo que o peça. O que dificulta ainda mais a vida de oração. Razão simples, pois me apa-nho repetindo os mesmos pedidos, os mesmos agrade-cimentos de sempre. Cada oração para ser válida há que trazer no seu bojo algo completamente novo. O que não é fácil.

Entendo o desespero dos discípulos de Jesus ao vê-Lo orar. Havia no semblante do Mestre algo que transcendia ao ambiente. Sua expressão de paz, tranquilidade, ale-gria e comunhão íntima com o Pai, os impressionaram

de tal modo que desejaram orar como Jesus orava. Surge então o pedido: “Senhor, ensina-nos a orar..” (Luc. 11.1).

Estavam cansados das lon-gas orações dos fariseus em pé nas esquinas, nas praças e nas sinagogas. Mas sem re-sultados mensuráveis para a vida prática. Algumas dessas orações os ouvintes as sa-biam de antemão o começo, o meio e o fim. Eram orações que não tinham como objeti-vo chegar ou saber o querer de Deus para a situação. Visavam o orador e seu bem estar. Estavam inseridas no grupo dos consoladores de viúvas que Jesus condena com veemência. “Ai de vós escribas e fariseus, hipócri-tas! Pois devorais as casas das viúvas sob pretexto de prolongadas orações” (Mat. 23.14). Orações com objeti-vos abomináveis são abomi-náveis ao Senhor.

Quando a oração é colo-cada como moeda de tro-ca entre o peticionário e o Criador, não há resposta. Pois, foge ao padrão divino. Deus não faz troca. Não tra-balha com a melhor oferta do mercado espiritual. Não negocia bênçãos e privilé-gios. Não revela interesse pela importância social de quem ora. É difícil orar livre de todo esse agir humano contaminado pelo pecado. Tal verdade está comprova-da na parábola do fariseu e do publicano (Luc. 18.9-14). Ambos oraram. O fariseu pintou um quadro duvidoso da sua dignidade espiritual. Fez comparações e denegriu o publicano diante de Deus. Oração não respondida, pois estava fora do padrão divino. Em forma de “agradecimen-tos” muitas orações hoje seguem o mesmo protótipo. Sou melhor. Não cometo tais e tais pecados. Sou o maior e pertenço a melhor Igreja do mundo. Creio que Deus derrama uma lágrima e despacha: “oração nega-da”. O publicano apenas reconheceu seu estado de

miserável pecador. Não pe-diu nada, apenas misericór-dia. Deus escreveu: “Pedido atendido”. Como é difícil orar. Ainda não aprendi, pois não sei orar.

Outro fator que dificul-ta a oração advém quando oro por terceiros. Ao fazê-lo fica claro que desejo o bem da pessoa que é objeto de minha oração. Que ela se converta. Que não case com determinada pessoa, que a fará infeliz. Que o casamento seja restaurado. Que a igreja seja abençoada, diminuindo ou erradicando as picuinhas entre seus membros, entre ovelhas e pastor. Que vidas sejam salvas. Neste caso a minha oração esbarra no muro intransponível do livre arbítrio, que o próprio Deus

deu a cada pessoa. Eu sei que Deus quer o resultado da minha oração em todos os itens. Mas, não pode atender--me. O Senhor apenas diz: “desejo realizar o que você me pede, mas não posso. A pessoa ou igreja objeto de sua oração não quer a minha intervenção. Não posso fazer nada”. A oração fica na fila de espera, caso a pessoa ou instituição mude o seu agir eu atenderei, diz o Senhor.

Deus não quebra os seus princípios. A oração perde a sua eficácia. A Bíblia está re-pleta de exemplos compro-batórios desta verdade. Oro por um genuíno avivamento em terras brasileiras. Mas, será que o povo de Deus quer um avivamento? Canto com sinceridade: “a começar

em mim quebra corações...”. Mas, um exame introspecti-vo revela que meu coração quer, mas do meu jeito. Sou obrigado a concluir que não sei orar. Não quero aprender a orar. Não estou disposto a gerar as condições para que a oração seja a razão de ser do meu caminhar diário. Minha natureza estigmati-zada pelo pecado, má por excelência, não me deixa orar com verdadeiro cora-ção. Eu não sei orar como Jesus orou. Resta-me apenas o consolo da oração dos discípulos: “Senhor, ensina--me a orar”. Ou a oração do publicano: “Senhor tem misericórdia de mim”. Até que eu aprenda a orar como Jesus orou.

www.sanches.blog.br

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4 o jornal batista – domingo, 23/09/12 reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Nilson DimarzioPastor, colaborador de OJB

Foi muito feliz a Junta de Missões Nacionais na escolha do tema para a Campanha que

ora se desenvolve entre os batistas brasileiros. Isto, por enfatizar a um tempo a situa-ção moral e espiritual do país e a missão da igreja.

Analisemos, em primeiro lugar, a situação do país, em vários aspectos. O Brasil encontra-se mergulhado em trevas, tanto do ponto de vista intelectual, quanto no aspecto moral e espiritual. No que tange ao nível inte-lectual do nosso povo, em que pesem os progressos ob-tidos ultimamente, ainda es-barramos com uma taxa altís-sima de analfabetos. São 16 milhões, segundo estatística recente. E além destes, que não sabem juntar duas letras, existem em grande número, os analfabetos funcionais, ou seja, aqueles que leem mal e não entendem o que leem. O nível de escolaridade é ainda muito baixo em grande parte da população, e o ensino dei-xa muito a desejar, porque o

investimento em Educação é muito pequeno em relação à demanda. Na verdade, o país ainda não se despertou para as grandes possibilidades que uma educação levada a sério proporciona, em termos de progresso e desenvolvi-mento.

E que dizer-se da situação moral? Como é triste ver o nosso querido país cons-tantemente envolvido com falcatruas, mensalões, nego-ciatas e vultosos desvios do dinheiro público! Sendo que esses crimes são praticados por aqueles que deveriam ser um exemplo de honradez para o povo que os elegeu. Tal situação já fora apontada pelo grande político brasi-leiro Rui Barbosa, ao assim se expressar: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a de-sanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. E, além da desonestidade, muito se po-deria dizer sobre o problema da imoralidade campeando

por toda parte, com apoio total da mídia, incentivando o homossexualismo, o amor livre, a prostituição, a infi-delidade conjugal. E outro problema não menos grave, e que amedronta a população, é a violência nas escolas, nas estradas, nos bancos e por toda parte, provando que, de fato, o Brasil é um país mergulhado em trevas. São trevas morais e espirituais, decorrentes da ignorância da revelação que Deus faz em sua Palavra, sobre o seu amor que perdoa e redime o pecador que confia em Jesus Cristo como Salvador e o se-gue e o serve como Senhor. E que o pecador que entrega sua vida a Cristo, pela fé, ex-perimenta o maior milagre, que é a transformação espi-ritual que Jesus denomina de novo nascimento (João 3.3).

Portanto, nem tudo está perdido. Temos uma boa notícia para o Brasil. O qua-dro tétrico que está diante de nossos olhos pode ser rever-tido. O Evangelho é boas no-vas de salvação. E a missão da igreja é proclamar essa mensagem de esperança aos brasileiros, de norte a sul, de leste a oeste. E proclamar a mensagem de salvação é ser luz no meio das trevas. Esta é a missão da igreja, vale dizer, de cada crente, de cada um de nós. Como disse alguém, discorrendo sobre o tema de Missões: “Seja luz onde você estiver cada dia”. Aproveitando as oportunida-des que surgem espontâne-as, e as que você possa criar, no contato com as pessoas ao seu redor. Valorizando mais o evangelismo pessoal, dedicando tempo para falar do amor de Deus às pessoas sem Cristo e sem salvação, estaremos dando a melhor contribuição para abençoar o Brasil. “Assim brilhe a vos-sa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mat. 5.16).

Há pessoas que pa-recem padecer de uma síndrome do pavor. Vivem as-

sustadas, desejando passar para os outros o seu sentimen-to de pânico. A internet está lotada de internautas apavo-rados mandando mensagens assustadoras, geralmente con-tando casos escabrosos. Há pessoas que acreditam pia-mente nessas histórias e estão sempre à caça de mensagens apavorantes a fim de repassá--las à sua lista de correspon-dentes. No momento e até dia 21 de dezembro, vamos ter que suportar os terroris-tas virtuais com mensagens amedrontadoras sobre o fim do mundo, até com depoi-mentos de cientistas falando coisas como alinhamento do sol com o centro da galáxia, erupções solares, ejeção de “massa coronal” do sol em imensas quantidades, que chegarão à terra em segun-dos e provocarão terremotos, colapso total na transmissão de energia elétrica em todo o planeta, transbordamento da massa vulcânica do centro da terra provocando tsunamis, incêndios nas cidades e nas florestas, inversão catastrófica dos polos norte e sul, tudo isso ilustrado em vídeos reple-tos de efeitos especiais pro-duzidos em computador para causar maior pânico. Será tudo tão rápido e fulminante, dizem, que a humanidade será apanhada de surpresa e não terá tempo nem para perceber o que está aconte-cendo, muito menos para se defender.

A data de 21 de dezembro não foi escolhida a esmo, mas é o dia quando termina o “calendário maia”, dando lu-gar às previsões catastróficas. O pior é que muitos crentes vão acreditar nessas falácias, como muitos acreditaram, anos atrás, que o “alinhamen-to dos planetas do sistema so-lar” ia trazer o fim do mundo. Houve até um pastor batista que começou a percorrer as igrejas pregando o apocalipse por conta daquele fenômeno. Alguém ainda se lembra? Depois veio a passagem do milênio, 1999 para 2000. Quanta bobagem rolou na internet, nos púlpitos e na mídia por conta da ignorân-cia bíblica de pessoas que chegavam a dizer: está escri-

to na Bíblia que “a um mil chegará, mas de dois mil não passará”. Esse alarmismo por causa do “calendário maia” é tão ridículo como o do “alinhamento dos planetas”, o da passagem do milênio e de outras invencionices que começaram lá no segundo século, quando Montano, de quem surgiu o movimento herético do Montanismo, marcou dia e hora para o fim do mundo. Os crentes, porém, do mais iletrado ao mais erudito, que confiam na Bíblia e a conhecem, não se deixarão abalar por essa nova onda de terrorismo virtual e seguirão confiando na so-berania de Deus sobre todo o universo, inclusive sobre suas vidas.

Querida irmã, amado ir-mão, não se avexe, como diz o nordestino (ou não se vexe, para ficar com Antônio Hou-aiss), não se deixe dominar pela dúvida nem pelo medo com esses pérfidos anúncios de catástrofes. No momento quando Deus quiser e deter-minar, este mundo vai mes-mo perecer, como lemos em Mateus, em 2 Pedro e em tan-tas outras escrituras bíblicas, mas os salvos estarão a salvo de todas as calamidades. Pode ser amanhã de manhã, pode ser em 21 de dezembro ou em qualquer outro dia de qualquer outro mês ou ano, mas o dia e a hora, nem cien-tistas, nem profetas podem saber, pois “o Pai reservou à sua própria autoridade”, como disse o Senhor à Igreja (Atos 1.7).

Diante de tantas “profecias” de catástrofes que se avizi-nham, duas coisas devemos ter em mente: Primeira: Santi-ficação! Busquemos viver um viver santo a fim de estarmos preparados para receber o Se-nhor vindo sobre as nuvens com poder e glória ou para irmos ao seu encontro. Que ele nos encontre, Igreja, com os trajes da alma lavados no sangue do Cordeiro. Segun-da: Proclamação! Enquanto pregamos o evangelho, não somente selamos a porta do inferno para milhares e mi-lhões de pessoas, mas tam-bém antecipamos a glória e apressamos a vinda do Ama-do. Leia sua Bíblia, busque viver em comunhão com o Pai e terrorismo nenhum lhe causará qualquer temor.

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5o jornal batista – domingo, 23/09/12reflexão

Caminhos da Mulher de Deus

Zenilda Reggiani CintraPastora e jornalista, Taguatinga, DF

Ando esses dias en-volvida com tudo o que diz respeito ao casamento da

minha filha. Linda, como só os olhos de uma mãe podem ver, Fernandinha experimen-ta todas as emoções deste momento, que também são vividas por mim, em parte, e digeridas, algumas com certa dificuldade, diante da presença do Senhor.

Lógico que, como todas as mães às quais me sinto uni-da nesta hora, recordo-me

dos momentos significativos que tive com ela até aqui, a começar de sua gestação, durante a qual andava com muita alegria nas ruas de Pirassununga, SP, onde ti-vemos o nosso primeiro mi-nistério. Foi lá que comecei a interceder por sua vida e a imaginar o que seria o seu futuro e a suplicar a Deus que a sua bênção a acom-panhasse.

Ela cresceu, estudou, en-frentou suas próprias difi-culdades para amadurecer, formou-se e, paralelamente, habilitou-se, também, para louvar a Deus por meio da dança com cursos próprios

na área. Que alegria é para nós, os seus pais, vê-la adorar ao Senhor com o seu corpo, usado para glória de Deus!

Uma das minhas grandes alegrias foi quando ela e seu noivo, o Vitor, colocaram em seu convite de casamento o mesmo versículo que eu e o Fernando, seu pai, usamos no nosso há quase 25 anos atrás: “E lhes darei um mesmo co-ração, e um só caminho, para que me temam todos os dias para seu bem e bem de seus filhos, depois deles”(Jeremias 32.39).

Com todas os problemas naturais de um casamento, e os sobrenaturais, Deus tem

nos sustentado com a sua gra-ça e o amor. Embora muitos usem o versículo quase como um talismã, sempre foi para nós um compromisso e uma promessa. O compromisso é o de sempre buscarmos ao Senhor e a promessa de que, fazendo isso, ele nos daria companheirismo, objetivos comuns, abençoaria o nosso lar com a sua presença e também nossas vidas como casal e a nossa descendência. Que maravilhosa essa graça de Deus sobre nós!

Ver a mesma fé brotando no coração dos nossos filhos nos traz muita alegria e certe-za de que Deus os abençoará

e, em certa medida, sopra um novo fôlego para as etapas futuras que virão em nossos próprios casamentos, reno-vando os nossos compromis-sos e as promessas de Deus.

Expressando o amor de seus corações, minha filha e seu noivo têm usado algumas vezes um trecho de um poe-ma de Myrtes Mathias, que o Fernando declamou em nosso casamento. “Só pode ser Deus/ que a esta altura do caminho/ deu-me você, inteirinho,/ só para amar e querer bem/ Tão na medida exata/ que no meu abraço/ não sobra espaço para mais ninguém”. Que assim seja!

www.geograficaeditora.com.brwww geograficaeditora com br

Hináriopara o Culto Cristão

Este hinário, é o fruto de intenso trabalho, de consulta e pesquisa junto às igrejas e aos

ministros de música, maestros, instrumentistas e músicos, que

buscam a cada dia, através da música, levar mais e mais

pessoas a apresentarem-se diante de Deus com

verdadeiro louvor.

@geograficaed/geograficaeditora

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6 o jornal batista – domingo, 23/09/12 reflexão

Macéias NunesMembro do Conselho Editorial de OJB

Com relativa frequên-cia, numa saudável prática jornalística que vem dos pri-

mórdios, O Jornal Batista publica correspondência de leitores discordando de afir-mações ou opiniões deste ou daquele autor, fato que em última análise milita a seu fa-vor como o centenário órgão oficial de uma denominação que prima pelo respeito aos valores democráticos, no conjunto dos quais se desta-ca o direito à livre expressão, à ampla defesa e ao contradi-tório. Não há texto imune a críticas, ainda mais quando se trata de opinião. Ainda

Pr. Araúna dos SantosVitória, ES

“Esperei com paciência no Senhor e Ele ouviu o meu clamor...” (Salmos 40.1).

Características de nosso tempo, facili-dades na vida e ra-pidez de resultados

têm sido a busca dos seres humanos, controlados pelo desejo de bem-estar e a pres-sa em sua obtenção. O corre--corre diário na realização de objetivos mediatos projeta--se para outras experiências da vida, e comportamentos ansiosos são verificados até mesmo na dimensão religio-sa do viver. Deus se transfor-ma em pessoa mágica que traz “bênçãos prodigiosas” em tempo recorde e a fé se manifesta como palavra po-derosa, por meio da qual se decreta a materialização de sonhos. Afastar infortúnios para longe de si, evitar os males e aflições do mun-do e sobrepujar as “hostes malignas” que lutam contra a prosperidade humana se apresentam como objetivos do Evangelho e “promessas de Deus” para felicidade de

que o jornal tentasse um amplo consenso com base na provável convergência da média dos leitores na direção de um suposto pensamento único sobre a totalidade dos temas abordados, é claro que isso ainda ficaria no campo da utopia. Tentar agradar a todos, como é notório, é o primeiro passo rumo à perda da autodeterminação e da respeitabilidade, para dizer o mínimo.

O Cardeal de Richelieu se gabava de encontrar, se ne-cessário, num texto de sete linhas no máximo, abordan-do genericamente um tema inócuo qualquer, crimes su-ficientes para mandar o autor para a forca. Dependendo do ponto de vista pessoal, dos interesses em jogo e do pano

seus filhos, aqui e agora. A vida cristã, assim entendida, é um grande negócio. O ho-mem entra com a fé, e tão somente a fé, e Deus faz tudo o que este deseja para o seu bem-estar, imediatamente.

Parece ter sido diferente a experiência do salmista, segundo seu testemunho no livro de Salmos 40. Ele diz: “Esperei com paciência no Senhor...”. E o escritor aos Hebreus, de forma seme-lhante, afirma: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova do que se não vê” (Heb. 12.1). Também as experiências de Abraão e Moisés apontam para uma atitude de confiança e um comportamento coerente de esperança, fortalecimento e descanso nas promessas de Deus e seus propósitos para além de suas vidas e inte-resses pessoais. Heróis da fé ao tempo da Antiga Aliança, Abraão e Moisés souberam esperar anos e anos a fio, até que a palavra de Deus se cumprisse em suas vidas. E isso não os livrou de difi-culdades, problemas, adver-sidades e tudo o mais que a vida no mundo nos reserva, como esclareceu Jesus Cristo,

de fundo ideológico, tudo que se diga ou se escreva é passível de contestação. É essa uma das razões pelos quais o direito à livre expres-são precisa ser defendido a todo custo, considerando que qualquer um, por mais “politicamente correto” que seja, pode ser alvo de críti-cas quanto ao que expressa. Sendo assim, todos tem, no mínimo, o mesmo direito de serem criticados, ainda que mais não seja pelo fato de se considerar que o que foi dito está abaixo de qualquer crítica. A fórmula voltaireana de discordar do que se diz garantindo o direito de dizê--lo não é pura retórica.

Não é suprimindo o pen-samento que não me agrada que combaterei melhor os

o Messias: “No mundo tereis aflições...” (João 16.33).

A crença de que a vida tem que nos reservar apenas o bem, o bom e o belo e fazer-nos experimentar es-sas “bênçãos” o mais rápido possível, o mais intensamen-te, e tantas vezes mais, essa crença, não tem fundamen-tação bíblica nem prática. O ensino das Escrituras Sagra-das do Cristianismo é que a vida no mundo contaminado pelo pecado traz sofrimentos e aflições. E as experiências de autênticos heróis da fé,

argumentos que o definem, assim como não é retirando a pessoa da fotografia, no estilo stalinista, que apagarei sua presença da vida e da história. No caso de OJB – e provavelmente de outros ór-gãos confessionais – não raro o leitor que tem garantido o seu direito democrático de discordar é o mesmo que, em virtude dessa mesma dis-cordância, sugere cassar o direito do eventual oponente a ser publicado. Em geral, essa atitude deriva da no-ção ingênua de que há, no nível das ideias, consensos obrigatórios que precisam ser preservados de todo e qualquer questionamento. Acontece que seja qualquer for a posição sobre um tema qualquer, ela pode ser ques-

seguidores de Jesus Cristo e homens tementes a Deus (leia Hebreus 11), revelam que na dor, no sofrimento, na angústia, na enfermidade, nas carências, nas injusti-ças – enfim nos “males” da vida – há também um Bem a ser vivenciado, uma “Ben-ção” a ser experimentada, uma Presença a ser sentida e um Crescimento Pessoal a ser atingido. Suportar a dor, o sofrimento, é também um ato de fé e não somente extirpá-los, afastá-los, bani--los da experiência (leia a

tionada. Mais: ela precisa ser questionada, até pelo fato de que sem isso acaba perdendo em significação e relevância. Pior do que ser contestado é ser ignorado.

Entre todos os valores e direitos humanos que se deve defender a pleno risco, a li-berdade paira soberana. Na democracia real, a liberdade de expressão não tem pre-ço. Ela é a garantia de que as demais liberdades serão preservadas, pelos simples fato de que, focalizadas por ângulos diferentes, as coi-sas acabarão sendo vistas como realmente são e que só assim se poderá perceber também “a diferença entre o justo e o ímpio; entre quem serve a Deus e quem o não serve”(Mal. 3.18).

confissão de Paulo em II Cor. 12.1-10).

A promessa maior da Pala-vra de Deus é: “...e Eu estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mat. 28.20). A presença de Deus, por seu Espírito San-to, na vida de Seus filhos, os faz fortes, animados e esperançosos em todas as circunstâncias, mesmo em meio a grandes tempestades. “Esperei com paciência no Senhor e Ele ouviu o meu clamor...” em Seu Tempo, segundo Seus Propósitos.

Convocação Para Reunião Ordinária do Conselho da UMHBB

Na qualidade de presidente da União Missionária de Homens Batistas do

Brasil - UMHBB, em cumprimento ao que preceitua o Estatuto da União

Missionária de Homens Batista do Brasil, convoco a diretoria, membro do

conselho, presidentes e diretores executivos das Uniões Missionárias de

Homens Batistas estaduais para a reunião ordinária do conselho da UMHBB,

a ser realizada no dia 13 de outubro de 2012, às 19h30, no templo da Con-

gregação Batista em Vitória do Jarí no Amapá.

Dailson Oliveira dos Santos

Presidente da UMHBB

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7o jornal batista – domingo, 23/09/12missões nacionais

Ana Luiza MenezesRedação da JMN

Pela 19ª vez, a IB do Bacacheri, em Curi-tiba (PR), realizou o congresso Crescer

Missionário, visando no-vamente proporcionar mo-mentos de refrigério para os 110 missionários que participaram do evento. Segundo o pastor Roberto Silvado, um dos objetivos do congresso é “afirmar o valor que os obreiros têm para Deus e sua igreja, como são amados e impor-tantes no plano de Deus”.

De fato, os obreiros sen-tiram-se valorizados e re-vigorados após os dias em que receberam cuidados especiais por meio de pa-lestras, momentos de lazer, atendimento odontológi-co, entre outros. “Foi uma ótima oportunidade para aliviar as tensões do dia a dia e para refletir sobre nosso trabalho e atividade. Pudemos trocar experiên-cias com missionários e absorver atividades que se-rão úteis em nosso campo”, afirmou Andrea Kozoroski Flores, missionária em Blu-menau (SC).

O congresso também tem sido válido para que os membros da igreja não per-cam a visão mais realista de quem são os missionários, “pessoas de carne e osso com necessidades e poten-cial como eles”, destacou o pastor Silvado, acrescen-tando que outro objetivo dessa iniciativa da IB do Bacacheri é estabelecer vínculos com missioná-rios a fim de que os irmãos orem, se comuniquem com eles, visitem os campos e contribuam com o sustento.

Seguindo o exemplo dos irmãos de Curitiba, a PIB de Porto Alegre (RS) realizou pela primeira vez o Crescer Missionário, abençoando 34 missionários que atuam no estado. Na capital gaú-cha também houve, além das palestras, atendimento médico e odontológico, massagem e outros serviços.

“Os missionários que par-ticiparam, saíram motiva-dos a continuar na obra de evangelização do Rio Grande do Sul”, afirmou o pastor Walter Azevedo, coordenador regional de Missões Nacionais no esta-do. Ainda de acordo com ele, todos os participantes voltaram revigorados, es-timulados e com as “ba-

terias recarregadas” para o campo. Concordando, o pastor Fernando Olivei-ra, missionário que atua em Pelotas (RS), declarou: “No Crescer, pude sentir o cuidado de Deus sobre a minha vida.”

O pastor Robson Scardi-ni, missionário em Flores da Cunha – cidade situada na serra gaúcha, definiu o Crescer como uma oportu-nidade de recuo estratégi-co: “Os missionários, em sua maioria, estão fora de sua terra natal. O missio-nário é um ser humano e é bom que, como qualquer outra pessoa, possa em meio às lutas tirar um tem-po para ver que não está só no mundo, no sentido de ver que existem irmãos que se preocupam com ele enquanto um ser humano”.

Além de receberem cuida-dos por parte das igrejas de Curitiba e Porto Alegre que os acolheram, os obreiros aproveitaram também para fazer promoção missionária e participaram do culto de lançamento da campanha 2012 de Missões Nacionais em ambas as igrejas. Para somar à celebração na IB do Bacacheri, o Coral Cris-tolândia esteve presente no lançamento, que teve mensagens desafiadoras e irmãos dispostos a serem luz em meio às trevas. “Foi a primeira vez que recebe-mos este coral abençoado por Deus. A missionária Sora ia Machado t rouxe uma palavra desafiadora e os integrantes do coral, com suas histórias de vidas transformadas pelo poder de Deus, eram manifesta-ções encarnadas do poder de Deus na vida de todo aquele que crê”, declarou o pastor Silvado. Ainda de acordo com ele, a presen-ça dos missionários e do coral Cristolândia no cul-to aumentou ainda mais a paixão da igreja pela obra missionária.

O pastor Daniel Eiras, gerente regional de Missões Nacionais para o Sul do Brasil, definiu o Crescer como um instrumento de apoio à família missionária, e destacou que a expecta-tiva de todos é que mais igrejas, em outras regiões do país, sintam-se estimu-ladas pelo exemplo da IB do Bacacheri, deixando-se serem bênçãos para que mais missionários sintam o cuidado do Senhor por suas vidas.

Crescer Missionário 2012Demonstração de amor pela obra

Soraia, coordenadora da Cristolândia, deixou uma palavra para a igreja

Missionárias em uma das oficinas oferecidas na capital gaúcha

Durante o culto na IB do Bacacheri

Missionários da JMN na PIB de Porto Alegre

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8 o jornal batista – domingo, 23/09/12 notícias do brasil batista

Walmir VieiraDiretor Geral da CBC

A Convenção Batis-ta Carioca realizou, de 24 a 27 de julho de 2012, de terça

a sexta-feira, com sessões às 14h (reuniões deliberativas) e às 19h (reuniões inspirativas), no templo e dependências da Primeira Igreja Batista em Jacarepaguá, sua 108ª Assem-bleia anual. A Assembleia teve 320 inscritos, mas cer-ca de 1.500 líderes cariocas marcaram sua presença em, pelo menos, uma das suas oito sessões.

A Assembleia foi realizada sob a égide do novo Estatuto que reestruturou a Convenção, dando maior integração, segu-rança e dinamicidade, tanto à sua estrutura quanto às suas organizações cooperantes. O orador oficial foi o pastor Eraldo Sena Campos, pregan-do significativo e desafiador sermão, sob o tema: “Ser como Cristo, praticando a Bíblia”. Pregaram também o pastor Nilton Antônio de Souza, da Junta de Missões Nacionais, eleito novo Diretor Geral da Convenção Batista Carioca, que tomará posse no dia 25 de setembro de 2012, e o pastor Elias Werneck, pastor titular da Igreja hospedeira, que come-

Pr. Dr. Jaziel Guerreiro MartinsDiretor da Faculdade Teológica Batista do Paraná

O povo batista bra-sileiro tem mais um motivo para estar em festa.

Deus tem nos abençoado de muitas maneiras, o que nos tem alegrado muito. Uma das mais recentes dádivas do Pai Eterno foi a aprovação e recomendação do Mestrado Profissional em Teologia da FTBP (Faculdade Teológica Batista do Paraná) pela CAPES (MEC). É um momento históri-co para os batistas brasileiros: o primeiro mestrado de uma instituição batista aprovado e recomendado pelo governo brasileiro. Foram inúmeras as lutas: as exigências gover-namentais, a preparação, a contratação de doutores em Teologia, a planilha orçamen-tária, o projeto, a visita da co-missão da CAPES, a expecta-tiva do resultado, e assim por diante. Apenas quem trabalha com educação e se engaja em um grande projeto como esse

morava 90 anos de fundação e ofereceu a CBC uma recepção de alto nível.

Estiveram presentes à As-sembleia, trazendo palavras e representando suas organiza-ções: Pr. Sócrates de Oliveira (Executivo da CBB), Pr. Fernan-do Brandão (JMN), Pr. Antonio Galvão (JMM) e Profa. Nancy G. Dusilek (Diretoria da CBB).

As sessões da Assembleia foram todas abrilhantadas com ótimas, variadas e edificantes participações musicais das di-versas igrejas batistas cariocas, convidadas pela Associação de Músicos Batistas Cariocas (AMBC).

A Convenção Carioca está ampliando seu trabalho de Missões Urbanas, agora com 12 capelães e 200 voluntários atuando em capelania (pastoral) hospitalar, prisional, portuária, e nas duas novas áreas dos en-lutados (cemitérios) e esportiva. Está reorganizando e tomando as providências necessárias para preservar e dinamizar seu Colégio Batista Shepard, além de consolidar a integração e o aprimoramento das demais ins-tituições e investir fortemente na capacitação e união de suas igrejas cooperantes.

A Assembleia recebeu seis novas igrejas totalizando, ago-ra 492 igrejas e 118 congre-gações cooperantes. O Rio

é que conhece a extensão de todas as circunstâncias que envolvem um programa de Mestrado reconhecido pelo MEC.

Durante a visita da Co-missão ouvimos elogios dos conselheiros da CAPES que estiveram aqui em Curitiba por três dias. Manifestaram apoio total e inconteste, o que se verificou no relatório por eles enviado ao MEC, o que ocasionou a aprovação do programa. Não houve nenhu-ma recomendação adicional à Faculdade Teológica Batista do Paraná em mudar qualquer item do projeto. Sabemos que temos muita coisa a desenvol-ver e a melhorar, pois ago-ra nos serão exigidas várias coisas que não são exigidas para um curso de graduação, como por exemplo, um cor-po docente composto de um bom número de professores doutores em teologia de tem-po integral e muita produção acadêmica dos professores em nível nacional e inter-nacional. A FTBP também precisa apoiar seus docentes em Congressos, Conferências

de Janeiro é a maior cidade do mundo, em número de igrejas batistas. Entretanto, a Assembleia relacionou oito igrejas que se encontram com acentuados problemas de prin-cípios e doutrinas, divergentes da prática batista; estas igrejas serão acompanhadas durante o novo ano convencional e haverá um parecer sobre a sua permanência no rol de igrejas cooperantes, na próxima As-sembleia.

no Brasil e no Exterior, bem como um investimento maior e mais específico em termos de biblioteca. E, para tudo isso precisamos de dinheiro! Solicitamos oração e apoio dos batistas brasileiros para que a gestão tenha muita efi-cácia em conduzir a institui-ção, especialmente no início do curso, que exige muito da questão financeira.

Aqui fica manifesta a gra-tidão à Convenção Batista Paranaense através de seu Conselho Educacional, que aprovou as medidas neces-sárias solicitadas pela dire-ção da Faculdade. Também não se poderia esquecer do nosso povo batista brasileiro, em particular os pastores, especialmente do campo paranaense, que oraram in-cessantemente pela aprova-ção desse projeto. Também agradecemos às diversas li-deranças da denominação em nível nacional, especial-mente ao pastor Paschoal Piragine Junior, presidente da Convenção Batista Brasileira e ao pastor Sócrates Oliveira, diretor geral da CBB, bem

Os trabalhos foram condu-zidos pelo Presidente pas-tor Edson Peterle Vieira. A diretoria eleita para o novo ano convencional (agosto de 2012 a julho de 2013) ficou assim constituída: Presidente: Pr. Dejalmir da Cunha Wal-dhelm; 1º Vice-Presidente: Pr. Eraldo Sena Campos; 2º Vice-Presidente: Pr. Anto-nino Melo Santos; 3º Vice--Presidente: Pr. Josué da Silva Andrade; 1ª Secretária: M.M.

como ao pastor Roberto Sil-vado, presidente da Conven-ção Batista Paranaense, que sempre tiveram o sonho de ter uma casa batista prepa-rando seus mestres. Agora os batistas podem optar por uma instituição confessional batista para fazerem seu mes-trado. Também não se pode deixar de agradecer ao Pr. Dr. Antônio Renato Gusso, coordenador do projeto e agora do curso aprovado, pelo empenho, dedicação, visão e trabalho incessante. Acima de tudo e, sobretudo, a Deus toda a glória, honra e louvor. Sem ele e sem os dons com os quais Ele nos habilita, jamais teríamos con-quistado esta vitória.

Do Mestrado Profissional em Teologia o MEC exige o mesmo nível acadêmico e científico de um mestrado oferecido por toda e qualquer universidade brasileira. A diferença do Mestrado Pro-fissional é a forma em que ele é oferecido: ao invés de termos aulas semanais ou quinzenais durante o semes-tre todo, temos aulas em sis-

Ilazy Ildefonso de Oliveira; 2º Secretário: Dc. Miquéas Antô-nio dos Santos; 3º Secretário: Pr. João Fraga Filho.

A liderança batista carioca sente-se feliz por estar vi-vendo um novo momento e com a perspectiva de expe-rimentar um novo tempo de maior santidade, comunhão, cooperação e realizações para a glória de Deus, na maravilhosa e necessitada cidade do Rio de Janeiro.

temas modulares por duas ou três semanas (em março e em agosto). Há necessariamente um acompanhamento dos professores com os alunos via sistema midiático, para maior interação aluno-pro-fesor-instituição-programa. A reflexão em um Mestrado Profissional, segundo o MEC, é sobre a praticidade, vamos ter duas linhas de pesquisa: 1) Leitura e Ensino da Bíblia, que enfatiza a Hermenêutica, a Exegese, a Homilética e o Ensino; 2) Organização e Cuidado Pastoral, que enfa-tiza o Ministério Pastoral e suas várias vertentes.

Pedimos ao povo batista brasileiro que esteja sempre em oração por nós e por este novo ministério que exer-ceremos a partir de agora, preparando mestres para os nossos seminários e facul-dades teológicas. Queremos servir ao Brasil Batista dando a contribuição que Deus, neste momento histórico, exige de nós. Aos interessa-dos, dentro de alguns dias, surgirão novas informações no site www.ftbp.com.br .

Convenção Batista Carioca realiza abençoada Assembleia em clima de paz, esperança e gratidão

FTBP tem seu curso de Mestrado em Teologia reconhecido pelo MEC

Pr. Edson Peterle Vieira dá posse à nova Diretoria

CBC homenageia PIB de Jacarepaguá

Plenária com o Pr. Nilton Antônio de Souza no canto esquerdo

Pr. Eraldo Sena Campos orador oficial da 108ª Assembleia

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9o jornal batista – domingo, 23/09/12notícias do brasil batista

Pr. Edemilson Benedito de OliveiraCoordenador Estadual dos ER MG

Os Embaixadores do Rei de Minas Gerais tem feito um trabalho in-

tensivo e produtivo, conheça agora as ações desenvolvi-das.

Apresentação dos Embaixadores do Rei na 81ª Assembleia da

Convenção Batista MineiraDia 28 de julho de 2012 os

Embaixadores do Rei fizeram uma apresentação na 81ª Assembleia da Convenção Batista Mineira, em Divinó-polis, com a participação de 65 meninos representando 5 igrejas.

Encontro de CoordenadoresDia 04 de agosto, nas de-

pendências do Sítio do Irmão José Luiz em Santa Luzia realizamos um encontro de coordenadores de associação para avaliação do andamento do trabalho dos ER no estado e elaboração do calendário 2013 com a participação de 11 líderes representando 6 associações.

Caminhada ecológica no parque Sapucaia em Montes Claros

Dia 14 de agosto a Embai-xada da IB Canaã, em Montes Claros, realizou uma cami-nhada ecológica no parque Sapucaia em Montes Claros.

Mini Olimpíada em Divinópolis

Dia 02 de junho realizamos uma Mini Olimpíada nas dependência do Batalhão do Corpo de Bombeiros da cidade de Divinópolis, com a participação de 60 pessoas representando 04 igrejas. Foi o primeiro evento na ação de revitalização do ministério na associação OESTE de Minas.

Capacitação para Conselheiro de ER

no CBM-BHDia 1 a 16 de junho rea-

lizamos mais um curso de capacitação para conselheiro de Embaixadores do Rei nas dependências do CBM – BH com a participação de 18 alu-nos representando 07 igrejas.

Capacitação para Conselheiro de ER em Pouso Alegre

Dia 22 a 24 de junho re-alizamos outro curso de ca-pacitação para conselheiros nas dependências da PIB de

Em Minas Gerais Embaixadores do Rei em Ação

Pouso Alegre com a partici-pação de 09 alunos represen-tando 09 igrejas, pela graça de Deus estamos vendo o trabalho com os Embaixado-res do Rei ressurgir no Sul de Minas.

Encontro de Embaixadores do Rei na IB Canaã em Montes Claros

Dia 28 de julho aconteceu um encontro de Embaixado-res do Rei na Igreja Batista Canaã em Montes Claros com a participação de 40 meninos.

Nova embaixada na cidade de Santa VitóriaMais uma Embaixada em

funcionamento na cidade de Santa Vitória. O missionário pastor Givanildo começou um projeto com meninos numa escola próximo a con-gregação e pela graça de Deus os meninos e os pais já come-çaram a frequentar os cultos, a Embaixada está ajudando no processo de implantação da igreja na cidade.

Encontro de Embaixadores do Rei na IB Monte Moriah

em Montes ClarosDia 04 de agosto aconteceu

um encontro de Embaixa-dores do Rei na IB Monte Moriah, em Montes Claros, com a participação de 70 meninos.

Capacitação para Conselheiro de ER na PIB de Juiz de Fora

Dia 10 e 11 de agosto re-alizamos mais um curso de capacitação de conselheiros nas dependências da PIB de Juiz de Fora.

NovidadesMais uma vez Minas Gerais

saiu na frente. A UMHBM comprou um veículo para uso do ministério dos Em-baixadores do Rei, esse será utilizado para dar suporte ao ministério na realização de eventos e para visitas do missionário nas igrejas e as-sociações do estado. Portanto agora a CBM é a primeira Convenção a ter um casal de missionário com tempo inte-gral dedicado ao ministério com os ER e um veículo para dar suporte ao trabalho.

Vale a pena investir na Or-ganização Embaixadores do Rei, e se a sua igreja ainda não tem uma Embaixada você poderá gastar muito tempo remendando homens. Por isso o lema da organiza-ção continua atual: “Cons-truindo meninos, para não Remendar homens”.

Apresentação na Convenção Juramento as Bandeiras

Entrada do Parque na caminhada ecológica Hora do almoço

Final da Caminhada Estudo da Biblia

Reunião de Coordenadores CICER Pouso Alegre

Entrada na Convenção em Divinópolis Alongamento 6h30 manhã

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10 o jornal batista – domingo, 23/09/12 notícias do brasil batista

Nilo Tavares SilvaPastor, Ministro de Evangelismo da IB Central em Abolição, RJ

“Todos os que creram esta-vam juntos e tinham tudo em comum” (Atos 2.44).

Comple tamos 50 a n o s . Q u a n t a s coisas acontece-ram. Quantas vi-

das passaram pela IBCA, e ainda passarão! Celebre-mos a Deus por todas es-sas bênçãos. Dizem que a verdadeira arte da memória é a arte da atenção, então compartilho com os leitores um breve histórico da Igreja Batista Central em Abolição no Rio de Janeiro.

Queremos recordar a his-tória a partir do trabalho dos batistas no Brasil, e em especial no Rio de Ja-neiro. A Primeira Igreja Batista no Rio de Janeiro foi organizada em 1884; ela por sua vez organizou em 1911, a Primeira Igre-ja Batista em Madureira. Os irmãos de Madureira organizaram então a Igreja Batista em Osvaldo Cruz no ano de 1922. Já em 1928, a Igreja Batista no Tauá foi organizada pelos irmãos de Osvaldo Cruz. Por fim, Tauá organiza a Primeira Igreja Batista em Inhaúma no ano de 1933. Inhaúma organizou em 1942 a Igreja Batista de Abolição em Pi-lares, sendo interinamente pastoreados pelo pastor Walfrido Monteiro, da Igre-ja de Inhaúma.

Pastor Walfrido, além de interinamente pastorear a Igreja Batista de Abolição, em 1962 participou da or-

ganização da Igreja Batista Bom Pastor, que em Ata da Sessão Regular de 10 de fevereiro de 1963, passa a adotar o nome de Igreja Batista Central em Abolição.

Recordamos também, ainda que de maneira bre-ve a história dos pastores que deixaram sua marca na Igreja. O pastor e professor Walfrido Monteiro, elei-to como pastor provisório quando da inauguração da Igreja, o pastor Jogli Alves Feitosa, pastor Eliasir Ro-drigues, Ovidio Rodrigues Dantas, Jocelino Antonio de Proença, Ademar José Barbalho da Silva, Joaze Gonzaga de Paula, tendo na atualidade como pastor da Igreja Batista Central da Abolição, o pastor Sergio Leite dos Santos, atuando há 28 anos na denominação batista, além de ser um dos conselheiros da Convenção Batista Carioca. Destaco também outro ilustre pastor que faz parte da membresia da Igreja: O pastor Adilon Joaquim da Silva.

A Igreja têm em fidelidade a Palavra de Deus anun-ciado aos moradores da Abolição que “Só Jesus Cris-to Salva”. Através de seus 30 membros, a diaconia, o anúncio, a comunhão, e o testemunho têm sido conhecidos naquele bairro tão tradicional do grande Méier, na Cidade do Rio de Janeiro. Em 2011, chega um reforço para a obra evange-lística na igreja da Abolição: O pastor Nilo Tavares Silva, oriundo da Igreja Batista em Praça do Carmo, numa rela-ção de amor e parceria que só as igrejas Batistas sabem fazer dando continuidade

a obra evangelística para Glória de Deus.

Em 2012 celebramos 50 anos com: Motivação, Dis-ponibilidade, Investimento e Perseverança, sabendo que muito trabalho ainda precisa ser feito no bairro da Abolição, e contamos com as orações de todo povo batista, por essa pe-quena igreja cinquentenária em relação a seu tamanho, e membresia, mas igreja gigante, usada de maneira poderosa quando olhamos pela ótica espiritual, pela ótica de Deus.

IB Central em Abolição celebra Jubileu de Ouro

Convocação de Concílio e Ordenação ao

Ministério PastoralA Primeira Igreja Batista de Campo Grande - RJ, sediada à Rua Ferreira Borges,

54 – Campo Grande – RJ, em Assembleia Geral Ordinária, decidiu por unanimidade convidar os pastores e igrejas para o concílio Examinatório com vistas ao ministério pastoral do irmão HÉRISSON SIMÕES GONÇALVES. O Concílio Examinatório está convocado para o dia 06 de outubro de 2012 (sábado) às 9 horas, na sede da Igreja. Sendo aprovado o candidato, a sua ordenação ao ministério pastoral ocorrerá no dia 21 de outubro de 2012 às 9h45min, no mesmo endereço. Contando com a presença de todos, antecipadamente gratos, nos despedimos.

Em Cristo Jesus,

Pr. Carlos Elias de Souza SantosPresidente

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11o jornal batista – domingo, 23/09/12missões mundiais

Ailton de FariaRedação de Missões Mundiais

Na África do Sul exis-tem 11 idiomas re-conhecidos oficial-mente e dentre eles

não está a língua portuguesa. Na Província do Cabo, apesar da população portuguesa ser expressiva, não há progra-mas nessa língua nos veículos de comunicação. É na Igreja Portuguesa do Cabo que o casal missionário Pr. Cléber e Gleicimara Balaniúc desen-volve seu trabalho de Missões Mundiais. Esta é uma igreja multirracial, formada por an-

Redação de Missões Mundiais

No dia 3 de setem-bro, os coordena-dores de Missões Mundiais para a

África, pastores Ruy Olivei-ra e Marcos Peres, além do coordenador do PEPE (pro-grama socioeducativo) para a África Ocidental, missioná-rio José Ricardo Nascimento Santos, visitaram a Libéria, onde se encontraram com a liderança da convenção batista do país africano.

Os coordenadores foram recebidos pelo presidente da convenção batista libe-riana, Pr. Olu Q. Menjay, que visitou a sede da Junta de Missões Mundiais, no Rio de Janeiro, em maio. A visi-ta, em retribuição à ida de Menjay ao Brasil, serviu para firmar parcerias em apoio evangelístico e possível im-plantação do PEPE no país.

O grupo de brasileiros ex-pressou alegria por estar na Libéria, um lugar com gran-des oportunidades para se apresentar o amor de Jesus.

Os liberianos, por sua vez, se mostraram muito

golanos, portugueses vindos da Ilha da Madeira, moçambi-canos, xhosa, afrikaners (esses dois últimos são das etnias sul-africanas) e brasileiros. Os cultos são em português com tradução para o inglês e os louvores são cantados em diferentes idiomas.

Outros missionários brasi-leiros que por ali passaram conseguiram, por um período de sete anos, manter um pro-grama de rádio de 15 minutos semanalmente. Nesse perí-odo muitas visitas de líderes batistas brasileiros – como Pr. Clemir Fernandes e Nancy Dusilek – passaram pela rádio

interessados no PEPE, pro-grama socioeducativo e evangelístico promovido por Missões Mundiais em parceria com igrejas em comunidades carentes. O PEPE contribui para a for-mação emocional, social, educacional e espiritual de crianças de 4 a 6 anos atendidas pelo projeto.

O Pr. Menjay, que também é vice-presidente da Aliança Batista Mundial, apresentou um projeto de construção de uma gráfica para impres-são de material para escola bíblica e publicações infor-mativas, educativas e inspi-

deixando a Palavra de Deus ao povo de expressão portu-guesa. No entanto, no início de 2011, a rádio passou por modificações e tiraram do ar vários programas, incluindo o do casal Cléber e Gleicimara que, nesse período, alcançou muitas famílias. Sabendo da abrangência desse programa, os missionários estão em ne-gociação para retomá-lo com mais tempo no ar.

Outra grande necessidade na África do Sul é o treina-mento de liderança batista. O casal missionário já trabalhou com várias turmas, plantando a semente do Evangelho em

diferentes terrenos. Também há um grupo bom de crianças e jovens que são desafios para nossos missionários. Segundo o Pr. Cléber, os jovens crentes têm sido bombardeados com teorias, filosofias e doutrinas que vão contra o que cremos. Com isso, eles procuram res-ponder, através da Palavra de Deus, a razão da nossa fé.

“As lutas são constantes, mas as vitórias conquistadas em Cristo nos levam a continuar firmes, semeando e divulgan-do a Palavra de Deus”, disse o missionário.

Muitas pessoas já passaram pela Igreja Portuguesa do

Cabo e a maioria, por não ser da África do Sul, sempre está indo de um lugar para o ou-tro. Nos últimos quatro anos, muitas famílias angolanas que fugiram da guerra, retornaram para Angola. Com isso, a mé-dia de frequência nos cultos tem sido de 80 pessoas.

“Na igreja trabalhamos com multiministério, treina-mento de liderança, ministé-rio com casais e juventude. Estamos preparando nossos irmãos e líderes batistas lo-cais para continuar levando a mensagem de Cristo, a Paz que liberta”, finaliza o Pr. Cléber Balaniúc.

Missões Mundiais no ar

Coordenadores para a África visitam a Libéria

Igreja Portuguesa do Cabo Casal missionário Pr. Cléber e Gleicimara Balaniúc

rativas, o que também ser-viria como mais uma fonte de renda para a convenção liberiana.

Quando esteve no Brasil, em maio, o Pr. Menjay falou sobre o Ricks Institute, esco-la fundada em 1887 e manti-da pelos batistas liberianos. A instituição, considerada uma das melhores de toda a África, atende 625 alunos atualmente. O Pr. Menjay também ficou impressionado com o trabalho desenvolvi-do pelos batistas brasileiros e agradeceu a Junta de Mis-sões Mundiais pela ajuda na evangelização da Libéria.

Pr. Olu Q. Menjay visitou JMM em maio

Missionário José Ricardo Nascimento apresenta o PEPE à líderes da Convenção Batista Liberiana

Missões Mundiais visitou a Libéria no início de setembro

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12 o jornal batista – domingo, 23/09/12 notícias do brasil batista

Sua 1ª neta - Silvia Regina Prado de Souza DiasMembro da PIB de Niterói, RJ

A essência não pode se perder...

Em 27 de setembro de 1962 meu avô querido partiu para a eternidade e sua meta

aqui na Terra quase se con-cretizou totalmente – a cons-trução de um novo templo da Primeira Igreja Batista de Ni-terói. Os diáconos da época e outros membros da nossa Igreja resolveram inaugurar o Salão Nobre no segundo andar, que já estava quase totalmente pronto, com o seu corpo presente. Nunca havia presenciado uma cerimônia tão grandiosa, embora triste. Quantas coroas enfeitavam aquele Salão, quem estiver vivo e que presenciou, se lembrará do que estou fa-lando.

Fui submetida a uma cirur-gia cardíaca agora em agos-to em um hospital em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, bem em frente à Quinta da Boa Vista e ali pude pensar muito no meu avô e lembrar que por lá ele havia passado muitas vezes, ora de bonde, ora de ônibus, indo em dire-ção ao Seminário Teológico

do Sul do Brasil, na Tijuca, onde era professor de várias matérias, ou também para ir à Casa Publicadora Batista na Praça da Bandeira. Fiquei chorosa e me lembrando de tantas coisas que meu avô fazia e o contato pessoal que só eu pude aproveitar, pois estava na adolescência e também estudava no Colégio Batista de Niterói, instituição de ensino que nasceu por desejo do meu avô, que era diretor geral. Quantas pes-soas estudaram lá! Quantos conheceram a Cristo através daquele colégio.

Ah! Que saudade! Estando ali naquele hospital pude voltar ao passado e recordar vivências com o meu avô Avelino, que me batizou. Por ter que ficar de repouso apro-veitei para assistir alguns pro-gramas evangélicos e fiquei desapontada e observando que quase já não há mais pastores que pregam a es-sência do Cristianismo. Hoje se vê muito o “evangelho da prosperidade” e muita coisa material. Não podemos dei-xar a essência do evangelho puro de Cristo se perder no meio do trabalho televisivo. Precisamos resgatar mais pastores com a simplicidade e autenticidade de Manoel Avelino de Souza.

50 anos sem você Manoel Avelino de Souza, meu avô

Pr. Manoel Avelino

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13o jornal batista – domingo, 23/09/12

Pr. David e Barbara AraujoMissionários na Missão Batista Bom Clima Macedo, Guarulhos, SP

No domingo, 19 de agosto de 2012, às 17h, alegra-mo-nos na pre-

sença de Deus, comemoran-do o segundo aniversário da Missão Batista Bom Clima Macedo em Guarulhos, SP. Foi um culto memorável e maravilhoso. Tivemos a presença de algumas igrejas batistas de Guarulhos repre-

sentada por vários irmãos: IB da Vila Barros - Coral di-rigido pelo Pr. Maurício; IB Central - Coral dirigido pelo Pr. Benjamin; Ministério de Louvor da IB Ponte Grande - dirigido pela irmã Suelen.

Ouvimos palavras de sau-dação dos pastores: Pr. Luiz Carlos (Executivo da Asso-ciação Batista de Guarulhos e cidades vizinhas), Pr. Nil-ton Antunes (PIB de Guaru-lhos - Igreja Cooperadora), Pr. Luiz Antônio (IB Central de Guarulhos - Igreja Coo-peradora), Pr. Arsênio Lima

(IB Ponte Grande - Igreja Cooperadora), Pr. Maurí-cio (Dirig. do Coral da IB Vila Barros), Pr. Benjamin (Dirig. Coral da IB Central). Hinos e cânticos elevaram nosso coração ao trono da Graça de Deus. Pr. Arsênio de Lima nos trouxe a men-sagem oficial. Os Missioná-rios, Bárbara e Pr. David, receberam emocionante homenagem das igrejas re-presentadas e cooperadoras e Missão. Alguns visitantes de primeira vez ouviram a Palavra do Senhor. Ape-

sar de não termos tido re-presentante da PIB Penha, SP, a mesma tem sido uma das cooperadoras com a Missão Batista Bom Clima. Que benção a ajuda dos irmãos Gilberto e Sérgio, documentando nosso culto. Após o lindo culto, houve a confraternização de todos, e saboreamos um delicioso bolo confeccionado pela irmã Zulmira, participante da Missão.

Entendemos que a obra missionária é feita através de cooperação mútua entre

igrejas batistas, com a Fren-te Missionária, e não a ve-mos como “miojo” (instan-tâneo). Este culto foi mais um belo exemplo de amor e cooperação das Igrejas com a Missão Batista Bom Clima Macedo. Valeu muito a pre-sença de todos os irmãos, por se alegrarem conosco. Deus os abençoe em suas lidas, famílias, ministérios.

Precisamos que conti -nuem orando por nós. Mui-to obrigado queridos irmãos Batistas por esse apoio que temos recebido de vocês.

notícias do brasil batista

Missão Batista Bom Clima Macedo comemora aniversário

Coral celebra junto com a MissãoIrmãos de diversas igrejas batistas comemoram o 2º aniversário da Missão

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14 o jornal batista – domingo, 23/09/12 ponto de vista

Por algum tempo en-fatizamos que nos-sa única missão era evangelizar o mundo

perdido. A política, como outras atividades cotidianas relacionadas à vida material ficaram de lado. Parece-me que o assunto tem se inverti-do em alguns círculos evangé-licos. Fala-se até na existência de uma espécie de loteamen-to eleitoral. Os mais afoitos falam em currais eleitorais, coronelismo evangélico, uma reprise evangélica do mundo eleitoral do nordeste.

Precisamos retomar o as-sunto lançando alguns re-ferenciais para que o povo

Temos constatado seja pela mídia ou pelas informações de ir-mãos de confiança

e pastores sérios, o enrique-cimento de elementos que estão na liderança pastoral, profética ou da Palavra. Pa-rece-me contraproducente este tipo de coisa. A histó-ria do ministério profético revela o chamado da parte de Deus e a seriedade dos homens chamados, que ser-viam ao Senhor na Sua total dependência. Eram pastores e profetas extremamente ricos porque a riqueza deles era Cristo. Tozer foi muito sábio ao dizer que “não é absoluta-mente mais feliz aquele que tem Deus mais alguma coisa do que aquele que só tem o Senhor”. Os ministros ricos são os que recebem o seu sustento digno, sem explorar o povo, cuidam muito bem da família e não acumulam bens. O seu bem maior é o Senhor.

Os levitas não possuíam terras, mas o Senhor. Confia-vam na suficiência do Senhor

evangélico brasileiro possa se conscientizar de sua real posição na participação da vida política de nossa na-ção. A igreja está separada do Estado, mas como cida-dãos vivemos inseridos num contexto político do qual não podemos fugir e não há como negligenciar essa nossa responsabilidade ética.

Alguns critérios práticos para a escolha de nossos can-didatos neste próximo pleito eleitoral:

1. PROMESSAS DOS CAN-DIDATOS. É comum o dito “político promete, mas não cumpre”. Muitas promessas são mirabolantes e não pas-

em quaisquer circunstâncias. Paulo deixou, ao morrer, os seus pergaminhos (II Tim. 4.13). Os pastores ricos dei-xam a herança espiritual/ética para os seus filhos. O seu legado espiritual é visível pelas ovelhas, sua esposa e seus filhos. Os homens de Deus são abnegados, des-prendidos, liberais em con-tribuir, amorosos, solidários e que buscam a profundi-dade da vida de Cristo pela Palavra. Eles estão mortos para si mesmos e vivos para Deus, o Pai que os supre sempre. O apóstolo Paulo era um homem rico porque a sua confiança não estava em bens, mas no Senhor. Outro obreiro valoroso foi Hudson Taylor, médico-missionário na China, quando disse: “A obra de Deus, feita à manei-ra de Deus tem o sustento de Deus”. Eles não estavam focados no acumulo de pro-priedades, mas no resgate de vidas preciosas. Não viam cifrões, mas pessoas valiosas. Não estavam preocupados

sam de frases publicitárias para conquistar o eleitor. Avalie a compatibilidade das promessas com a sua capaci-dade de realização.

2. VIDA PESSOAL DO CANDIDATO. Considere a história do candidato, suas realizações, seu relaciona-mento familiar. Qual valor o candidato dá ao indivíduo? Como ele convive com o poder - é autocrático, frou-xo, democrata? Dialoga ou é cratomaníaco, megalômano? É oportunista só lembrando dos eleitores na época da eleição?

3. CANDIDATOS EVAN-GÉLICOS. “Crente sempre

com a fama, mas com a he-rança de um testemunho fiel.

Os pastores pobres, por sua vez, são medíocres. Vivem explorando o povo com al-tíssimos salários, mordomia, carros sofisticados, casas lu-xuosas e contas bancárias extravagantes. Vivem viajan-do. Não cuidam do povo. Não cheiram as ovelhas de Cristo. É triste ver elementos no ministério que fazem do povo fonte de lucro para o seu bel prazer e da sua família. Elementos egoístas, avarentos e comprometidos com o ter como um fim em si mesmo em detrimento do ser em Cristo Jesus. Os pas-tores pobres o são de amor, solidariedade, cuidado, afeto e confiança no Senhor. Eles acumulam bens para a sua “aposentadoria”. Conheço companheiros de ministério que têm várias proprieda-des. Deviam ser empresá-rios, donos de imobiliárias e fazendeiros. Eles buscam a glória pessoal e não a glória de Deus. São ditadores im-

vota em crente!?!?” Será que isso sempre vale a pena? Confessemos, estamos can-sados de votar em candidatos evangélicos e geralmente ne-nhuma influência cristã exer-cem. Aliás, tem havido muito escândalo. Sem dúvida nossa prioridade deve ser votar em candidatos evangélicos, mas também deles exigir pronta e efetiva atuação parlamentar dentro dos padrões bíblicos. Chega de ingenuidade e de-magogia política.

4. ESTATÍSTICAS. Não po-demos nos enganar com os dados estatísticos que nos dão uma falsa ilusão de que a maioria sempre tem a razão.

placáveis. Na verdade, man-dam na Igreja. Não dialogam com o povo. A Igreja que lideram não é de Jesus, mas deles. Como diz Paulo, “são inimigos da cruz de Cristo e o fim deles é a perdição; o deus deles é o estômago; e a glória que eles têm baseia-se no que é vergonhoso; eles se preocupam só com as coisas terrenas” (Fil. 3.18,19).

São pessoas comprometi-das com a teologia da prospe-ridade e com a imagem pes-soal. São megalomaníacos. Usam de vaidade. Eles têm um palavreado típico de gen-te que não está nem aí para as necessidades dos outros. São profissionais de púlpito. Talentosos na comunicação. São elementos sem coração, sem fé e sem discernimento espiritual. Vivem de aparên-cia. Não pregam a Palavra, mas suas palavras, suas con-vicções ou seus achismos. E a família vive em crise profun-da porque basta dar conforto. Judas nos dá a medida certa desses elementos pobres: “Ai

Devemos ter plena consci-ência em quem estamos vo-tando, isto deve ser a baliza principal. Devemos votar num candidato não pela sua posição nas estatísticas, mas pelas suas qualidades. Seja-mos sensatos!

Enfim, além de tudo, deve-mos orar antes de votar. De-vemos também orar depois de votar, seguindo a admo-estação de Paulo: exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade (I Timóteo 2.1-3).

deles! Pois seguiram pelo ca-minho de Caim, e por causa de lucro se lançaram ao erro de Balaão e foram destruídos na rebelião de Coré. Eles são rochas ocultas e participam de vossas refeições comuni-tárias, banqueteando-se con-vosco, sem escrúpulos. São pastores que apascentam a si mesmos. São como nuvens sem água, levadas pelos ven-tos. São como árvores sem folhas nem fruto, duplamente mortas, cujas raízes foram ar-rancadas. São como as ondas bravias do mar, espumando suas próprias indecências, estrelas fora de curso, para as quais a escuridão das tre-vas tem sido reservada para sempre” (Judas 11-13). Esta é a pura realidade dos pastores pobres. Só serão tornados ricos pela manifestação do Senhor em suas vidas a partir de um profundo arrependi-mento e mudança radical de vida. Que o Pai seja glorifi-cado nos homens comuns chamados por Ele para um trabalho extraordinário.

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15o jornal batista – domingo, 23/09/12ponto de vista

Pr. Araúna dos SantosVitória, ES

Somos servos de Deus, cooperadores, pelo Espírito Santo, na ex-tensão de seu Reino

na terra. A partir do alista-mento e envolvimento de ou-tros homens, cujos corações se abrem para a Sua Palavra que pregamos, concede-nos o Senhor da Seara o privi-légio de sermos úteis à Sua causa, o que nos traz alegria espiritual.

Tenho pensado, ao avaliar a vida eclesiástica e denomi-nacional, que é exatamente nesse fazer a obra de Deus que, de maneira sutil, o Dia-bo – nosso adversário – tem logrado algumas vitórias em suas batalhas contra o reino de nosso Senhor. Diante de certos expedientes utilizados, iniciativas e atividades e pro-gramas e realizações, já me surpreendi a pensar: Isso é obra de Deus ou manobra de homens? Eis a questão!

Aprecio a teologia de Hen-ry Blackaby com quem tive o prazer de estudar a Bíblia, du-

rante uma semana inteira, em Glorieta, no Acampamento da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos. Autor do divulgado livro de estudos devocionais “Conhecendo Deus e Fazendo a Sua Von-tade”, Blackaby alerta para o fato de que é o próprio Deus quem convida a nos juntar-mos a Ele para fazer, junto com Ele, a Sua obra no mun-do, do jeito que Ele mesmo faz, simplesmente seguindo--O, passo a passo, por onde nos conduzir. E é nisso que está a nossa dificuldade ou a tentação do Diabo. Somos apressados. Somos orgulho-sos de nossa “capacidade”. Temos conhecimento dos métodos, a ciência, a tecno-logia. Só precisamos mesmo é da “bênção de Deus”. E Ele nem sempre é tão apressado quanto nós pelos resultados imediatos – “...um dia para o Senhor é como mil anos ...”, já ensinava o apóstolo Pedro aos ansiosos pela vinda do Senhor (II Ped. 3.8). É preciso aprender a esperar em Deus, como o salmista (Sal. 40.1). É dEle ainda a iniciativa em

tudo o que diz respeito ao Seu reino. Ele é “O Deus que Age” a seu tempo, segundo Ernest Wright, e “não anda por atalhos”, de acordo com Júlio Sanches de Oliveira. A fé nos faz esperar em Deus. A submissão a Ele como “O senhor da Seara” nos faz se-guir suas orientações.

Quando reflito sobre igre-jas e obras denominacionais, desfilam diante de mim algu-mas lembranças: quantas ini-ciativas, quantos programas, quantos projetos, quantas decisões que mais parecem ser manobras de homens do que obras de Deus – ação entre amigos. É preciso ter muito cuidado ao empregar o nome do Senhor Deus em certos empreendimentos e expedientes que têm chega-do a ser motivos de vergonha para o Evangelho.

O Senhor é capaz de fa-zer a Sua obra sem a nossa “ajuda”. Custa-nos crer nessa verdade bíblica em razão de nosso orgulho, estrelismo e ativismo. Mas, graças a Deus que Ele faz a Sua obra apesar de nós. Há diferenças visíveis

entre as obras de Deus e as manobras dos homens. Estas “massageiam o ego”, glori-ficam instituições e projetos humanos, destacam “perso-nalidades”, enquanto aquelas honram apenas o Pai, o Filho e o Espírito Santo – a plenitu-de da Deidade. “Porque dEle e por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória, pois a Ele, eternamente. Amém” (Rom. 11.36).

Vale a pena lembrar a dire-ção continuada do Senhor na histórica libertação do povo de Israel da escravidão do Egito. Ele, o Senhor, conduzia o povo, indo adiante deles, durante o dia através de uma nuvem e à noite através de uma coluna de fogo (Êxodo 13.17-22). Deus determinava o ritmo da longa caminhada, não a pressa do povo. E Ele os conduziu pelo caminho mais longo, mais demorado, sem buscar atalhos para chegar a Canaã. Os fins não justificam os meios. Deus, o Senhor, sabe das coisas!

Precisamos estar alertas para distinguir a real motiva-ção de tantos “eventos” que

buscam nossa adesão e coo-peração. Precisamos aprender a perguntar: “Obra de Deus ou Manobra de Homens?”. E a resposta deve acontecer à luz da própria Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – que deve ser nossa única regra de Fé e Prática. Ela tem os registros que caracterizam as obras divinas, a verdadeira obra do Espírito Santo. Para nos ajudar em diferenciar as ações puramente huma-nas das ações de inspiração divina, recomendo a leitura do texto bíblico em Tiago 3.13-17 (entre outros), onde ficam bem caracterizadas a sabedoria que vem da carne, do Diabo, e a sabedoria que vem do Espírito de Deus. A primeira manifesta amarga inveja e ambição egoísta, a outra, a sabedoria que vem do alto, é pura, pacífica, amá-vel, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. Depois, é só conferir na prática eclesi-ástica e denominacional para se ter a resposta à indagação: obra de Deus ou manobra de homens???

Departamento de Ação Social da CBB

Mauro JaquesPastor Geral da PIB em Alvorada, RS

Fala-se muito hoje so-bre o termo acessibili-dade. Jornais, revistas tem noticiado e incen-

tivado sobre a importância do tema e sua relevância. A lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, estabe-lece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mo-bilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urba-no, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação.

Sou deficiente físico há 40 anos. Já entrei em igrejas nor-mais, projetadas para pessoas “normais”. Percebi em todas vezes que pela busca da es-tética muitas são adornadas com pisos lindos, caros, mas totalmente escorregadios; banheiros lindíssimos, mas sem rampa e entrada para cadeiras de rodas. Não se imagina que um dia um defi-ciente físico pode ali resvalar e sofrer um sério acidente. Trabalhamos na perspectiva de que a igreja é projetada para a maioria, com duas pernas saudáveis, que talvez nunca necessitarão se sentir uma exceção, que no fundo não é bem vinda.

Pensar no que a referida lei implica dentro dos arraiais

da igreja leva a sérias refle-xões sobre aquilo que, como instituição, declara como importante. Quando se fala em evangelismo se faz com base na normalidade. Nossos cultos, templos, bancos, ba-nheiros são projetados para receber pessoas que possam usufruir de forma natural, sem necessidade de ajustes.

Olhar para a Palavra do Senhor e ver o quanto Jesus se importou com as mino-rias, nos leva a uma tomada de atitude. É claro que não é bom ser deficiente físico, seria melhor andar com as duas pernas, segurar com os dois braços, enxergar, ouvir, mas com as mais variadas formas que temos para in-clusão e que continuam se

desenvolvendo, com o apoio das pessoas cada vez mais conscientes, acima de tudo com respeito e justiça, po-demos ter uma vida digna, de pessoas que mesmo com todas as lutas enfrentadas no dia a dia podem se alegrar com cada pequena vitória.

A mais triste das deficiên-cias não é a cegueira, nem a surdez, nem as deficiências físicas ou intelectuais, a mais triste das deficiências para a condição da existência huma-na é a deficiência emocional. Como é triste a pessoa que não é capaz de se comover com as lutas e dificuldades do seu semelhante. Vivemos em uma sociedade de pessoas solitárias, que mesmo vivendo no meio da multidão se sen-

tem sós e sem nenhuma boa perspectiva de vida.

Pensar em acessibilidade é pensar de maneira nobre, bíblica, sentindo por aque-les que vivem de batalha em batalha um amor pare-cido com o que Cristo teve pela humanidade. Não pode existir prazer maior do que ver alguém com alguma ne-cessidade especial entrar em nossos templos, acompanhar os cultos, entregar a vida para Jesus e frutificar. Isso ain-da é um tabu para nós, mas creio profundamente que é possível. O deficiente não procura pessoas que sintam pena dele, mas procura pes-soas que criem meios para que possam viver uma vida normal e digna.

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