edição 11 domingo, 11.03.2012 r$ 3,20 Órgão oficial da...

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1 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ ISSN 1679-0189 Ano CXII Edição 11 Domingo, 11.03.2012 R$ 3,20 Convertido ao cristianismo aos 19 anos, Youcef Nadarkhani e sua família sofreram com as perseguições religiosas no Irã, ao ponto de ser condenado a morte. Veja na página 14, o quanto a intolerância religiosa existe ainda hoje. Veja também a história dos batistas que foram defensores ferrenhos da liberdade religiosa que é tão cara a sociedade civil e ao Estado de Direito. No mês de junho deste ano, o Brasil receberá a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Seu objetivo é que pessoas de todo o mundo discutam como gerenciar, de maneira sustentável, o planeta. Aproveitando a ocasião, a Aliança Mundial Batista, lançou o desafio à Convenção Batista Brasileira para planejar um evento batista durante o período da Rio +20. Conheça mais sobre o assunto na página 10. O caso de Youcef Nadarkhani Batistas na Rio + 20 Esta é a mais nova equipe de missionários efetivos da JMM que assumiram o desafio de levar a Palavra de Deus ao mundo. No dia de Missões Mundiais, a JMM tem como meta aumentar a sua força missionária. A expectativa é passar dos atuais 719 missionários atuantes em 65 campos para 800 missionários em 80 campos até o ano de 2013. Para discutir sobre vocação missionária, a JMM promoverá o congresso SIM – Todos Somos Vocacionados. Saiba mais sobre os desafios da Junta de Missões Mundias e seu congresso nas páginas 8, 9 e 11. Missões Mundias mobiliza igrejas por vocacionados

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Page 1: Edição 11 Domingo, 11.03.2012 R$ 3,20 Órgão Oficial da ...batistas.com/OJB_PDF/2012/OJB_11.pdf · a intolerância religiosa existe ainda hoje. Veja ... a sua vida pela missão,

1o jornal batista – domingo, 11/03/12?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Rua Senador Furtado, 56 . RJ

ISSN 1679-0189

Ano CXIIEdição 11 Domingo, 11.03.2012R$ 3,20

Convertido ao cristianismo aos 19 anos, Youcef Nadarkhani e sua famíl ia sofreram com as perseguições religiosas no Irã, ao ponto de ser condenado a morte. Veja na página 14, o quanto a intolerância religiosa existe ainda hoje. Veja também a história dos batistas que foram defensores ferrenhos da liberdade religiosa que é tão cara a sociedade civil e ao Estado de Direito.

N o m ê s d e j u n h o d e s t e a n o , o B r a s i l receberá a Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20. Seu objetivo é que pessoas de todo o mundo discutam como gerenciar, de maneira sustentável, o planeta. Aproveitando a ocasião, a Aliança Mundial Batista, lançou o desafio à Convenção Batista Brasileira para planejar um evento batista durante o período da Rio +20. Conheça mais sobre o assunto na página 10.

O caso de Youcef Nadarkhani

Batistas na Rio + 20

Esta é a mais nova equipe de missionários efetivos da JMM que assumiram o desafio de levar a Palavra de Deus ao mundo. No dia de Missões Mundiais, a JMM tem como meta aumentar a sua força missionária. A expectativa é passar dos atuais 719 missionários atuantes

em 65 campos para 800 missionários em 80 campos até o ano de 2013. Para discutir sobre vocação missionária, a JMM promoverá o congresso SIM – Todos Somos Vocacionados. Saiba mais sobre os desafios da Junta de Missões Mundias e seu congresso nas páginas 8, 9 e 11.

Missões Mundias mobiliza igrejas por vocacionados

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2 o jornal batista – domingo, 11/03/12 reflexão

E D I T O R I A L

outros. Suas personalidades opostas deixa claro que não existe um perfil exato para o missionário, como também não existe uma regra de onde ele deve ser um missionário. Tanto Jesus, quanto seus dis-cípulos, falavam a respeito da salvação durante o seu caminho, ou seja, eles não usavam púlpitos ou grandes salões, onde estavam, ali era o local de pregar a men-sagem de Deus. Existe uma história real de uma senhora que mora na cidade do Rio de Janeiro e é uma grande missionária no seu bairro e até mesmo sem sair de casa. Todas as vezes que dona Odeth atende uma ligação e a pessoa do outro lado da linha observa que ligou para o lugar errado, ela respon-de imediatamente: “Não, não, você não ligou por aca-so, tudo tem a vontade de Deus...”. E assim começa um diálogo de evangelização. Ao sair de casa, mesmo com passos pequenos, faz questão

nos carnavais de todos os anos no Rio de Janeiro?

Quem respondeu que qual-quer um, está engano. Não são quaisquer pessoas que cumpre o ide do Senhor, são pessoas que escolhem acei-tar o chamado de Jesus para anunciar a salvação. É pre-ciso aceitar, depois buscar a orientação divina para poder ser usado pelo Espírito Santo. Qualquer um pode falar a res-peito da Bíblia, o próprio Dia-bo usou passagens bíblicas ao tentar Jesus nos seus últimos momentos na Terra. Entre-tanto, apenas quem tem o Espírito Santo consegue fazer a diferença através das suas palavras e ações. Foi assim que Jesus fez a diferença na sinagoga: “E maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autori-dade, e não como os escribas” (Mar 1.22).

Ao ler a respeito dos discí-pulos escolhidos por Jesus, é possível perceber o quan-to eram diferentes uns dos

Em toda a sua traje-tória aqui na Terra, Jesus ensina como deve ser um missio-

nário e quem deve ser um missionário. Toda a Bíblia é recheada de exemplos de missionários, mas o maior exemplo foi Jesus, que deu a sua vida pela missão, seu objetivo era mudar vidas através do Espírito Santo. Mas ele não fez a diferença sozinho, fez questão de cha-mar discípulos para acom-panhá-lo e também anun-ciar a mensagem de Deus. Mas então, hoje, quem deve ser um missionário na Cris-tolândia? Quem deve ser um missionário do outro lado do mundo, no Japão? Quem deve ser um missio-nário no meio dos índios do Amazonas? Quem deve ser um missionário para alcançar os espíritas do Rio Grande do Sul? Quem deve ser um missionário duran-te os Jogos Olímpicos de 2016, na Copa de 2014 e

de conversar com todas as pessoas que encontra e mes-mo quando não tem oportu-nidade de conversar, como a moça do caixa do mercado, deixa um folheto com a Pala-vra de Deus.

Ser um missionário é uma dádiva de Deus. Escolher ser um missionário é um gran-de prazer. Buscar a orienta-ção do Espírito Santo, assim como o entendimento da Palavra para a evangelização, é uma bela oportunidade de vida. Quando se quer ser um missionário, não existe obstáculos para tal, basta entender que o local, o meio, a circunstância para falar de Deus, pode estar onde você está. E mesmo que o local para a sua missão como mis-sionário esteja muito longe de onde você está hoje, não tenha medo, como diria a sábia Dona Odeth, “você não leu esta mensagem por acaso, tudo tem a vontade de Deus”. Deixe o Senhor agir na sua vida.

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Rua Senador Furtado, 56 - CEP 20270-020 - Rio de Janeiro - RJ).

Cartas dos [email protected]

OJB por e-mail• Agradeço a iniciativa

de enviar o OJB por e-mail. Como pastor batista, fiquei feliz com este avanço tec-nológico em nossa denomi-nação.

Márcio Sarraf de AlmeidaIgreja Batista Novo Hori-

zonte – SP.

Parabéns• Em virtude do envio on-

-line do presente semanário, edição 08 de 19.02.12, agra-deço e parabenizo seu conte-údo, com destaque oportuno ao editorial “Neste carnaval use armadura e não máscara” e Polícia Rodoviária Federal convoca os batistas para cam-panha “Uma luz para a vida”. Como se vê, a CBB patenteia--se no ideal em servir melhor.

Pr. Valmir Pinheiro Vieira

OJB baterá sucessivos recordes

• Parabéns pelo exce -lente layout desta edição, pela ousadia com que de-cidiram descortinar novos horizontes. Todo o entu-siasmo é justificado e, com a experiência da equipe agregando técnica e juven-tude na Redação, tenho a convicção de que OJB baterá sucessivos recordes. A sociedade brasileira tem muito a receber de um povo que conhece a Deus, vive a Palavra e agora, mais que antes, está decidido a com-partilhar a graça irresistível e maravilhosa do Senhor Je-sus. Em frente, enfrentando tudo em nome daquele que vive para sempre.

Pr Elias VieiraIBCP - Campo Grande / MS

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEPaschoal Piragine JúniorDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALMacéias NunesDavid Malta NascimentoOthon Ávila AmaralSandra Regina Bellonce do Carmo

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIARua Senador Furtado, 56CEP 20270.020 - Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 11/03/12reflexão

bilhete de sorocabaJULIO OLIvEIRA SANCHES

O livro possui uma “aura” que a to-dos atrai. Impos-sível viver e viver

bem sem a companhia silen-ciosa de bons livros. Bons livros, sim, pois existem livros maus. Foram concebidos, ma-turados e vieram a lume por mentes doentias e perversas. Outros há que abençoam, consolam, corrigem, orien-tam, educam e apontam o caminho a ser palmilhado. Cada livro tem uma história peculiar em si mesmo, além da história que relata. Nele, o autor ou autores abriram seus corações e revelaram os segredos da alma. Às vezes suas frustrações, em outras suas esperanças. Os segredos revelados se identificam com os daqueles que os leem. Nada mais belo do que uma biblioteca cujos livros foram criteriosamente selecionados, a nos convidar a descobrir os mistérios do ser humano.

Livros há que mudaram a história. Ajudaram na com-preensão da verdade. Ofere-ceram vigor para novas de-cisões. Impossível esquecer aquela velha Bíblia, escondi-da num velho baú de família. Sua leitura à noite, sob a luz tremulante da lamparina de querosene, levou-me a Jesus Cristo, como único mediador e Salvador. Apenas um verso, 1 Tim 2.5, sob o impacto e

Vilson Machado FilhoMembro da PIB em Vitória – ES.

“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1Coríntios 11.1).

Hollywood foi o centro das aten-ções no mês pas-sado. A cidade,

famosa por sua calçada es-trelada – a Calçada da Fama – fervilhou com o anúncio das grandes obras cinema-tográficas vencedoras das estatuetas de ouro. O Kodak Theatre esteve lotado com os grandes astros do cinema, em uma confraternização que atrai ano após ano os olhos de todo o planeta. Milhões de telespectadores de cente-nas de países acompanharam

direção do Espírito Santo me fez compreender que os meus ídolos prediletos, os “santos” da minha devoção e devoção familiar eram inúteis para a salvação tão desejada. Como a Bíblia era livro proibido na família, o sabor de sua lei-tura noite à dentro era mais saborosa. Eis a razão porque algumas correntes religio-sas, governos imperialistas e homens déspotas tem medo dos livros, especialmente da Bíblia.

Encontramos na história dos livros lances dramáticos. Há livros que foram corta-dos a canivete e queimados, Jer 36.23, numa tentativa de impedir que sua mensagem fosse divulgada. Livros há que foram comidos. Tinham o sabor do mel, Ez 3.1-2. Outros ao serem digeridos eram amargos, Apoc 10.9. Fazem parte dos livros que mexem com a nossa alma. Desafia-nos a mudar con-ceitos, valores, a vida como todo indivisível. São amargos no processo digestivo, mas necessários à saúde espiritual.

Há livros que são relíquias. Que o digam os mineradores de sebos. Verdadeiros tesou-ros, abandonados pela família que perdeu o seu chefe, são descobertos pelos caçado-res de obras raras. Encontrar tais tesouros significa alegria intensa.

o evento (inclusive eu) e, consequentemente, milhões de dólares circularam pelo tapete vermelho.

Afinal, como não se emo-cionar com os fabulosos fil-mes que a academia produz? Charlton Heston, Moisés em Os Dez Mandamentos (1956) e protagonista de Ben Hur (1959) e Kirk Douglas como Spartacus (1960) representam uma época onde os filmes bíblicos tinham espaço e pú-blico nos cinemas. Em 1965, Rodgers e Hammerstein nos encantaram com Julie An-drews em A Noviça Rebelde. E o que falar de Steven Spiel-berg, criador de verdadeiras obras de arte como A Lista de Schindler e Jurassic Park, ambos em 1993?

Há entre os críticos certa desconfiança. Como explicar

Que dizer dos livros que nos foram confiados por al-guém que ao chegar ao li-miar da vida, oferece-nos sua relíquia preciosa para que usufruamos do seu conteúdo. Ganhei uma Bíblia em dois volumes, edição de 1821, tradução do Padre Antônio Pereira Figueiredo, bilíngue, latim e português. O que im-pressiona no longo prefácio são as súmulas dos debates entre a Igreja católica e os jesuítas, sobre a veracidade do Códex Samaritano e outros Códex. Presente do general Jorge Pinheiro que a adquiriu em 1932 e a usou. São livros relíquias, guardados com ca-rinho e manuseados com cui-dado especial.

Mas que dizer dos livros que foram emprestados, às vezes surrupiados, pelas ove-lhas e amigos? De tais livros só restam o vazio nas estan-tes. Eram valiosos demais para serem devolvidos. Al-guns foram substituídos por edições posteriores. Outros, esgotados, perderam-se para sempre. Nem sempre temos o privilégio de ter um amigo chamado Carpo, 2 Tim 4.13, que conserva e nos devolve os pergaminhos antigos. Li-vros há que estão perdidos nas estantes empoeiradas. Abandonados por seus do-nos, porque a mensagem que transmitem aponta os erros

que Alfred Hitchcock e Char-les Chaplin nunca tenham ganhado um Oscar sequer? Será mesmo que as estatue-tas douradas refletem a total genialidade de uma película? E o que isto tem a ver com as nossas vidas?

Como em um filme, muitas vezes precisamos rever os nossos papeis. Fazemos mo-cinhos, vilões e, quantas ve-zes, somos coadjuvantes da vida. Devemos ser mocinhos, jamais vilões e, muito menos, coadjuvantes. Jesus nos disse através de João em sua Re-velação: “Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomi-tar-te da minha boca” (3.16). Não devemos ficar em cima do muro. Como crentes pre-cisamos ser os mocinhos. Ser sal da terra e luz do mundo.

que cometemos quando des-prezamos os preceitos do Senhor, 2 Crôn 34.14. Uma vez restaurados e colocada em prática a sua mensagem o avivamento ocorre. Hoje quando muitas igrejas aboli-ram o púlpito, não há mais lugar para se apoiar a Bíblia, ouvir sua leitura e mensa-gem. Precisamos reencontrar as Bíblias abandonadas nos templos.

Que valor extraordinário transmitia o livro do profeta Isaías lido por Jesus ao iniciar o seu ministério. A leitura do texto e o leitor do texto atra-íram a atenção do auditório, que hipnotizado pela mensa-gem fixou os olhos no prega-dor, Luc 4.17-20, aguardando a interpretação do texto lido. Jesus não citou os sábios de sua época, tampouco os fi-lósofos gregos, mas abriu o coração ao dizer: “Hoje se cumpriu esta escritura em vossos ouvidos” Luc 4.20. Mensagem contextualizada que fala por si.

Impressionante a “história” da “Menina que roubava li-vros” de Markus Zusak, tal a avidez por lê-los e saborear seus conteúdos. Mais impres-sionante ainda a descoberta de dois moradores da Cidade de Tapiraí/SP, que encon-traram numa das trilhas da mata que dá vida e beleza à Cidade, duzentos e quarenta

Levar a mensagem de boas novas àqueles que nas trevas se encontram. Neste filme, coadjuvantes não ganham premiações. Na Academia do Céu não há espaço para eles.

O nosso filme precisa ter um bom enredo. O que você tem escrito nas páginas da sua vida? O seu livro tem sido pre-enchido com capítulos precio-sos que glorifiquem a Deus? O capítulo da sua salvação já foi escrito? Não gaste as folhas da sua vida com futilidades, das quais se arrependerá ao chegar às páginas finais. Um bom filme tem sempre um bom final, que no nosso caso, é estar escrito no Livro da Vida dos salvos em Jesus.

O diretor do nosso filme é fundamental. Só o bom dire-tor pode visualizar a sua obra antes que ela chegue ao final.

e seis livros enterrados. A pequena Tapiraí, com seu clima ameno o ano todo. Pai-sagem exuberante, sua nebli-na que encanta, a sessenta e seis quilômetros de Sorocaba tornou-se manchete nacional. Alguém sepultou os livros da Biblioteca Municipal. Talvez cansado de retirar-lhes o pó, sem vê-los usados, resolveu enterrá-los. Nunca tal se ou-viu nem se viu! Livros foram queimados no passado. Con-fiscados. Tiveram suas distri-buições proibidas. Declarados heréticos pela Igreja. Peri-gosos, como o livro de São Cipriano. Mas nenhum deles foi enterrado, como defunto que aguarda a decomposição.

Livros não morrem com o tempo. Tornam-se gastos pelo uso, mas sempre serão preciosos aos seus leitores. Jamais enterre um livro, espe-cialmente a sua Bíblia. Não a abandone. A leitura sistemá-tica e a meditação constante dos preceitos sagrados deter-minam a diferença e o estilo de vida a ser vivenciado a cada novo dia. Como não há Artigo no Código Penal que criminalize o sepultamento de livros, o autor ou autores de tal façanha macabra jamais serão punidos. Mas, os que enterram a Bíblia receberão a punição por não usufruir a seiva da vida que sua mensa-gem transmite.

Ele sabe o que vai acontecer, como os atores atuarão, e fazer com que o filme seja uma verdadeira obra prima. Apenas ele, nenhum outro, sabe como escrever o capítu-lo da salvação. E como ele é bom nisso! Sabe exatamente em que momento do filme este capítulo será inserido, e muitas vezes passamos por tramas e enorme suspense até que este momento aconteça.

Como está o seu filme? Você, como imitador de Cris-to, já ganhou o Oscar? Jesus já habita na tela do seu co-ração? Quando você como cristão desempenhar o papel de Jesus, e Ele tiver o papel principal em sua vida, tenha certeza, o seu nome será gravado na eternidade da Calçada Celeste.

Bom filme!

Livros enterrados

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4 o jornal batista – domingo, 11/03/12

GOTAS BÍBLICASOLAVO FEIJÓ

Pastor, professor de Psicologia

A Guerra dos Pacificadores

reflexão

Em uma das “bem--aventuranças” que pregou, Jesus ensinou: “Bem-aventurados os

pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9).

A experiência da paz não é alguma coisa que se consiga com facilidade. Pelo con-trário, a construção de rela-cionamentos pacíficos tem gerado, não poucas vezes, lutas até entre irmãos. Por isso, Jesus nos disse: “Deixo--vos a paz, a Minha paz vos dou... Paz que o mundo não pode dar; que o mundo não pode tirar”. Esta promessa do Senhor faz todo o sentido, porque aquilo que mais o mundo quer fazer é tirar a nossa paz. O Mestre nunca prometeu “no mundo, vocês serão cercados por paz”. A

promessa de Jesus é: “no mundo tereis tribulações”.

Porque, então, a bem-aven-turança dos pacificadores? Qual a vantagem de ser “cha-mado filho de Deus”? Os “filhos de Deus” não estão no mundo para receber a paz. O mundo, pelo contrá-rio, declara guerra contra os filhos de Deus, criando am-bientes de tribulação. Nossa vocação é anunciar a paz de Cristo, “que excede a todo entendimento”. É este tes-temunho “pacificador” que nos caracteriza como filhos de Deus. Ao mesmo tempo, é este testemunho “pacifica-dor” que leva o mundo a nos odiar. Quando Paulo manda “se possível... tende paz com todos os homens”, ele está descrevendo a obra dos pa-cificadores. É a nossa guerra.

Edvar Gimenes de OliveiraPastor da IB da Graça, Salvador, BA

Há quem acredite que a história seja linear, isto é, que ela acontece de

maneira lógica, progressiva, com início, meio e fim. Fim feliz, de preferência, claro. Entretanto, a própria história nos mostra que as coisas não são bem assim. Pelo contrá-rio, vemos que ela se carac-teriza por avanços e retroces-sos, altos e baixos, rupturas e reatamentos, afirmações e negações, amor, alegria, raiva, tristeza, medo...

A história de cada um e das igrejas não é diferente. O “eu quero dizer agora, o oposto do que eu disse an-tes...” de Raul Seixas; ou o “esqueça o que escrevi; isso foi há muitos anos, tudo se renova, esqueça”, atribuído a FHC; ou o “quando a gente está na oposição, faz muita bravata”, atribuído a Lula; ou o “nossa cabeça pensa onde pisam nossos pés”, atribuído a Frei Beto, conquanto criti-cado por alguns como sendo sintoma de instabilidade, incoerência, incongruência, falta de integridade, até de esquizofrenia, está presente nas histórias de todos nós muito mais do que imagi-namos ou admitimos. Para-fraseando Paulo, o adulto não pensa, sente, fala ou age

como quando era menino (1 Cor 13.11).

Há três anos resolvi colocar em ordem cronológica, em pastas plastificadas, todos os esboços de sermões que fiz desde 2 ou 3 anos antes da minha chegada ao Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em 1979, quando não existiam microcomputa-dores. Enquanto arrumava, perguntei-me muitas vezes: como conseguia pregar com essa estrutura de esboço? Era assim que eu pensava há 35 anos? Percebi que acontece com o pensamento e senti-mento o mesmo que ocorre com o corpo: percebemos as mudanças quando olhamos nossas fotografias.

Quanto mais vivemos, lemos, interagimos e refle-timos, com honestidade e humildade, mais aprendemos que também a linearidade de pensamento, sentimento ou condições de vida, em qualquer de suas dimensões, é um mito. A vida é uma tensão saudável e permanen-te. Se a ausência de tensão, como escreveu Rollo May, é sinônimo de morte, a in-disposição para reflexão e dificuldade de adaptação são o aperitivo do fim, a ante sala do cemitério.

Mudamos, portanto, por-que somos seres vivos. Mu-damos para melhor e para pior e só nos damos con-ta disso muito mais pelos

samento com o pensamento, mesmo de pessoas, que te pareçam muito menos inte-ligentes e cultas do que tu.” E conclui: “Atenção, amigos, nós todos precisamos de matricular-nos na escola do diálogo e começar apren-dendo de verdade a ouvir. E fiquemos alertas para a ten-tação de achar formidáveis, geniais, os que falam de acordo com o que nós pen-samos. E de queimar como

desdobramentos, pelo de-senrolar da história, do que por uma suposta capacidade superior de avaliar o passa-do, diagnosticar o presente, planejar, projetar e controlar o futuro.

O importante, então, é não perdermos a disposição para refletir sobre a própria história e a história alheia, retificando ou ratificando referenciais de pensamento e conduta visando tornar nossa caminhada mais agradável ou, numa ideologia mais pessimista, menos descon-fortável. Se errarmos, que aprendamos com o erro e, em vez de ficar lamentando, prossigamos. Se alguém “me-xeu no meu queijo”, como diria Spencer Johnson, ficar amargamente paralisado ele-gendo bodes expiatórios, não modifica o fato.

Essa compreensão faz com que estudar, refletir comuni-tária e continuamente, seja algo que “não sai de moda”. Nossos patamares de pensa-mento e qualidade de vida podem ser diferentes, mas a interação é fundamental, inclusive com divergentes.

Em uma de suas mensa-gens no programa “Um olhar sobre a cidade”, no Recife, Dom Helder Câmara afir-mou: “Se és sincero e buscas a verdade e tentas encontrá--la como podes, ganharás tendo a honestidade e a mo-déstia de completar teu pen-

quadrados, caretas, os que têm a ousadia de discordar de nós. Adotemos como um de nossos lemas, queridos, se discordas de mim, tu me enriqueces”.

Se acharmos que não mais precisamos disso, lembre-mo-nos de que o aler ta paulino continua vigendo: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, que julga estar firme, cuide-se para que não caia” (1 Cor 10.12).

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5o jornal batista – domingo, 11/03/12reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

Seminarista Magno MacedoPresidente da Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro.

Você se acha incapaz?Que maravilha este sin-

toma, ainda bem que você não acredita na sua força. Quando acreditamos na nos-sa força, não temos a quem recorrer em caso de inse-gurança. Muitas das vezes não assumimos posições de liderança nas nossas igrejas por achar que não consegui-remos alcançar o objetivo, é justamente aí que Deus gosta de trabalhar, nas coisas que não acreditamos.

Desde quando nos conver-temos, temos ouvido e acre-ditado que Deus capacitou Moisés quando disse que tinha a língua presa, mudou Jeremias quando se achava uma criança, e transformou Isaías que tinha os lábios impuros. A partir de suas incapacidades, disseram sim, e viraram grandes líderes. O medo e a insegurança é tão grande dentro de nós, que passamos a achar que somos incapazes, acabamos esquecendo que a ação direta de Deus pode mudar essa história.

Lembre-se de uma coisa: Deus vai à sua frente, do seu lado, atrás, embaixo, em cima e dentro de você, mas quando vai à sua frente é para te guiar, do seu lado

para te acompanhar, atrás para lhe proteger, em cima para te governar, e dentro para que você reconheça que só Ele é Deus. Incapacidade é sinônimo de dependência e dependência é acreditar que com Deus, todos os objetivos serão alcançados pelo nome dele. Se o seu motivo é in-capacidade, fique tranquilo. Pois o Deus dos incapaci-tados agirá a partir de uma simples palavra sua: SIM.

Você tem medo de assumir cargos na Igreja?

Eu queria conhecer alguém que se recusou a assumir sua vaga na universidade por ter medo, também gostaria de conhecer algum militar que se recusou a subir de patente por medo de comandar uma tropa, de igual modo alguém que passou num concurso tão sonhado, e não entrou por medo de não dar conta do recado. Já imaginou isso? O que você falaria para essas pessoas? Uma coisa eu tenho certeza, se você faz diferente do que foi mencionado em cima, certamente você não terá medo nenhum de assu-mir qualquer função na sua igreja. Não é mesmo?

Certa vez uma jovem se re-cusou a entregar folhetos por ter medo de evangelizar, dias depois ela foi vista entregan-do panfletos de políticos. Ela entregava numa velocidade tão grande, que suas mãos

eram vistas apenas em forma de vulto. Eu fico imaginando, se a igreja pagasse R$ 50,00 para quem quisesse evange-lizar, até os ímpios evangeli-zariam os crentes.

Todos estes sintomas são perfeitos para refletir, se real-mente amo a Deus e ao meu próximo. Se realmente Deus está em primeiro plano na minha vida. Tudo que assu-mo como cidadão cumpridor dos meus deveres, não pode ser maior do que a minha satisfação de trabalhar para Deus. “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas as outras coisas vos serão acrescentadas”.

Você não tem tempo?Atenção. Muito cuidado

com esta frase “eu não tenho tempo”, ela pode ser peri-gosa demais. O ser humano estuda a vida inteira para ser alguém na sociedade, isso realmente toma muito tem-po, escola, cursos, pré-vesti-bular, pré-militar, faculdade, e quando é convidado para trabalhar em algum departa-mento da igreja, geralmente a frase que ouvimos é sem-pre a mesma “eu não tenho tempo”. E a primeira coisa que fazemos depois disso é orar a Deus, pedindo tempo para trabalhar na sua obra, justamente aí mora o perigo, porque a falta de tempo para fazer algo para Deus pode ser a grande quantidade de trabalhos e estudos.

Você não pediu tempo para trabalhar para Deus? Quem sabe parte do seu trabalho, ou parte do seu estudo pode ser sacrificada para o Senhor. Deus adora chamar os ocupa-dos. Gideão estava malhando trigo, Davi estava pastorean-do, Pedro estava pescando e você trabalhando em alguma empresa ou estudando para ser alguém na vida.

Parabéns! Você acabou de comprovar que você tem vocação para trabalhar em al-gum ministério, e todos estes sintomas não são por acaso. Tenho certeza que você fará coisas melhores para o reino de Deus, do que para você. Deus nunca vai desistir de você, Ele não só escolhe os capacitados, como também capacita os escolhidos. Pro-cure ser um escolhido.

Esta história foi contada na classe de homiléti-ca por Miranda Pinto. Zé Damião era um

jovem colono na fazenda do Coronel Ferreira. Certa vez, de cima de um morro, ele contemplou aquelas terras de bom pasto, centenas de vacas leiteiras, currais, casas, uma beleza de fazenda. O Ferreira tinha uma filha, Florisbela, não tão bonita, digamos, nem tão elegante no porte, mas era filha única. Quem se casasse com ela, acabaria sendo herdeiro de tudo o que Damião tinha ali diante dos olhos. No dia seguinte, o jovem colono passou pela venda, bebeu duas para ga-nhar coragem e foi para a sede da fazenda. Seu desejo era pedir a filha do Coronel em casamento. Quando ele chegou, o fazendeiro estava sentado em sua cadeira de balanço na varanda. Zé Da-mião apeou do seu cavalo, subiu as escadas, sentou--se em frente ao Coronel e começaram a conversar. Conversa vai, conversa vem, diz ele ao fazendeiro: “Seu Coronel, eu queria pedir sua filha em casamento”. “E você já tratou com ela?” pergunta o velho. “Bem, eu primeiro quero ter sua permissão para depois falar com a Flor”, diz Damião. “Pois então, meu jovem, está vendo aquele boi malhado ali no meio do pasto? Pega esse laço ai no baldrame, vai lá, laça aquele boi e traz ele aqui no pé des-sa escada. Se você fizer isso, eu lhe dou a permissão”. Zé Damião pegou o laço, atou a ponta na munheca da mão esquerda e de uma laçada só, acertou os chifres do boi. Assustado, o animal saiu dan-do pinotes, em disparada. Zé Damião ora corria, ora era ar-rastado de um lado para ou-tro em todas as direções do pasto. Quando passou pela porteira, alguém que vinha entrando perguntou: “Ei, Zé, para onde você está indo?” E o coitado do jovem, sem ter como soltar o laço, gritou: “Sei lá, pergunte ao boi”.

Essa história foi contada para ilustrar o estilo de pre-gação de alguns pregado-res que falam de improviso, sem preparo, sem direção. Não demonstram saber onde querem chegar nem como chegar. Gritam muito, dão

pulinhos, se sacodem no púlpito, abusam de frases de efeito ao microfone, mas se você perguntar para onde vão, eles responderão: “Per-gunte ao boi”, ou seja, per-gunte ao acaso. Eles mesmos não sabem para onde os leva o improviso. Esse estilo de pregação não raro é atribuído a uma revelação do Espírito Santo, como se o Espírito de Deus fosse responsável pela preguiça e falta de respon-sabilidade dos pregadores. Há dois estilos de pregação mais comuns: A preferida do Dr. Jerry Key, que ensinou homilética a dezenas de ge-rações no Seminário do Sul, é o sermão temático. O pre-gador escolhe um tema que considera relevante, procura e estuda textos bíblicos para fundamentar seus argumen-tos e prepara uma mensagem com introdução, dois ou três tópicos e conclusão. Há pre-gador que prefere esse esti-lo, pois lhe parece dar mais oportunidade à criatividade e à eloquência das ideias.

O pastor Carlos Novaes costuma pregar sermões te-máticos, sempre muito bem fundamentados na Bíblia. Ele gosta de levar seus ouvintes a, como ele diz, “lerem nas entrelinhas”. Outros pregado-res preferem o estilo expositi-vo, muito destacado pelo Dr. Karl Lachler, que foi profes-sor da matéria na Faculdade Teológica de São Paulo. O pregador escolhe um texto bíblico que contenha uma mensagem relevante para o seu auditório e expõe o con-teúdo daquele texto versículo por versículo ou palavra por palavra, para que os ouvintes entendam e aceitem as verda-des reveladas na Palavra de Deus. Ambos os estilos de pregação exigem pesquisa, trabalho, preparo e depen-dência de Deus.

Para mim, quer seja a men-sagem expositiva ou temáti-ca, o importante é que Deus fale através do pregador, como acentua o pastor An-tônio Mendes Gonçalves em artigo publicado neste Jornal em 19/2/2012. Ao término daquela aula, se um aluno perguntasse: “Afinal, o Zé Damião conseguiu se casar com a Florisbela?”. Espiritu-oso como sempre, Miranda Pinto teria respondido: “Per-gunte ao boi”.

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6 o jornal batista – domingo, 11/03/12 reflexão

Redação da CBB

Conhecida por fazer diversas tarefas ao mesmo tempo, esta é a mulher. Criada

por Deus para ser compa-nheira, sua natureza é deli-cada, mas guerreira. Pode no mesmo dia sorrir, chorar, gritar e tecer palavras doces, apenas mudando a face e o tom de voz. Cria filhos, edu-ca e ao mesmo tempo traba-lha. Manda e desmanda, mas é sábia no obedecer. Fala, fala, fala e fala mais um pou-co, afinal de contas, é me-lhor desabafar do que viver

reclusa com seu sentimento. Não queria falar... mas assim são os homens. Vive aqui, ali e acolá ao mesmo tempo e cumpre todas as tarefas, assim é a mulher.

Na sociedade pode ser uma presidenta, ou uma cientista, uma bióloga, uma jornalista, uma médica, uma mecânica, uma secretária, uma dona de casa, e qualquer tarefa de-senvolvida será feita com ex-celência. Sem medo de agir, tem demonstrado sua garra dentro de uma sociedade antes machista, hoje reconhe-cida por seus atos. Eficaz no cumprimento do seu dever,

não mede esforços para fazer o melhor, a perfeição é sem-pre sua meta principal. Um toque feminino é sinônimo de pensar nos detalhes, cada vírgula, cada canto, fazem parte da sua tarefa.

Na família é a rainha da casa. A mulher é assim, ágil no cuidado com os filhos e os filhos dos filhos. Mãe, esposa, filha, irmã, avó, bi-savó, mas sempre a querida da família. Defensora com unhas e dentes dos seus fa-miliares, luta, chora, sorri, vive a formatura com se fos-se a sua, vive o casamento como se fosse o seu, vive o

aniversário de 15 anos como se fosse o seu, vive as con-quistas como se fosse a sua. É amada, depois odiada e no mesmo instante, amada nova-mente. A queridinha da casa, sempre sabe onde os outros moradores podem encontrar seus pertences perdidos.

Dentro de si surgem senti-mentos diversos, sua tarefa diária é contê-los e expressá--los ao mesmo tempo. Sabe cuidar da sua beleza e sabe que a tem, mas prefere sem-pre melhorá-la. Como tam-bém sabe que sua vida es-piritual deve ser cuidada e conservada diariamente. Bus-

ca a Deus, ora a Deus, louva a Deus, dança a Deus, prega através de Deus, ensina sobre Deus, orienta por Deus. A mulher de fases é a constante filha, que não se cansa em se ajoelhar e orar ao Pai.

São todas estas mulheres que não nos cansamos de homenagear por seu dia no calendário, mas também por todos os seus dias nas nos-sas vidas, filhos, maridos, irmãos, amigos, pais, avós e bisavós. Todos aqueles que são cativados com sua sabedoria, sua dedicação, seu cuidado, seu alento, sua determinação.

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7o jornal batista – domingo, 11/03/12missões nacionais

Marize GomesRedação de Missões Nacionais

A grande campanha de oração e evan-gelização dos 100 Dias que Impacta-

rão o Brasil está recebendo grande apoio de nossas igre-jas. Compartilhada durante a 92ª Assembleia da Con-venção Batista Brasileira, nas últimas semanas de ja-neiro, encerramos o mês de fevereiro já com o compro-misso de 400 igrejas para a realização de vigílias de seis horas. O que significa que durante os 100 dias a partir do dia 23 de abril os céus receberão clamor do povo de Deus pela transformação de nossa Pátria e também por 100 mil voluntários para em julho proclamar a mensagem de salvação de Jesus com a MEGATRANS 2012.

Irmãos e igrejas têm pro-curado a sede de Missões Nacionais solicitando infor-mações de como participar desta grande campanha. Não podemos parar, se sua igreja ainda não se envolveu nesta mobilização histó-rica, não perca tempo. “É impressionante a resposta do povo de Deus. De forma unânime, os pastores têm respondido ao desafio de orar pelo Brasil”, declarou pastor Fernando Brandão que tem se reunido com líderes de diferentes estados nos últimos dias.

Visite o site www.sejaluz.com e informe-se melhor. Lá você pode se inscrever para participar dos 100 dias de oração, das Trans de julho e ainda fazer download de material para divulgação em sua igreja como, por exem-plo, cartaz, banner, imagens para Facebook, filmes pro-mocionais de 30 segundos e também adquirir produtos da campanha como camisa, pulseira, chaveiro, assim como o livro 100 Dias que Impactarão o Brasil, que é a base para esta campanha de oração. Ele traz reflexões sobre os temas de cada dia, indicação de leitura bíbli-ca e, claro, os pedidos de oração para cada um dos 100 dias. Líderes de todo o Brasil contribuíram com reflexões para este livro.

Ainda no site você não só encontrará depoimentos sobre os 100 Dias, mas poderá gravar o seu. Basta gravar um depoimento ex-plicando a todos porque devemos impactar o Brasil através da intercessão e evangelização. As ações ou relatórios de sua igreja

ou grupo de oração tam-bém poderão ser documen-tados aqui. Depois de gra-vado seu vídeo, publique no Youtube e encaminhe o link para o e-mail reda-cao@missoesnacionais .org.br.

Estamos convocando as igrejas para que façam o lançamento oficial da cam-panha no culto noturno do domingo, 22 de abril. Pre-parem uma ordem de culto especial, enfatizando a ora-ção e evangelização e desta forma envolva toda a sua igreja para fazer parte deste movimento que é um mar-co em nossa história. Uma história escrita por milhões de pessoas e desejamos que seu nome esteja entre eles. Igrejas como a PIB de Curiti-ba (PR), Memorial Batista de Brasília (DF), IB Liberdade e PIB São Paulo (SP) são algumas delas, mas dese-jamos que todas as nossas

igrejas estejam unidas neste propósito.

Nossas famílias, cidades e estados tem sofrido de-vido ao avanço das trevas, seja tragando vidas com envolvimento em drogas e tantas outras coisas que desagradam nosso Deus, com a corrupção envol-vendo até pessoas que se dizem “evangélicas”. Vive-mos em meio a toda sorte de mazelas, mas o poder transformador de nossa na-ção está no Senhor. E cabe a nós, seus filhos, clamar a Ele para que intervenha

e transforme a história de nossa nação. “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e per-doarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2 Crôn 7.14).

Você quer ver um Brasil tranformado, mais justo, sem violência, onde haja respeito pelo próximo, onde não se mate sem motivos, onde o bem comum seja re-almente buscado por nossas

autoridades ao invés do pró-prio bem? Cabe a cada um de nós promover esta trans-formação. Se não nos envol-vermos, se não decidirmos ser luz em um Brasil em trevas, se não clamarmos, se não anunciarmos, um Brasil melhor será apenas utopia.

Os primeiros tijolos de nossa muralha de oração já foram colocados, mas precisamos alargar e forta-lecer esta muralha para que esta batalha espiritual seja ganha na força e no poder de nosso Deus. Aguardamos por você.

SEJA LUZ

Este código ajudará você a divulgar esta campanha.

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8 o jornal batista – domingo, 11/03/12 notícias do brasil batista

Marcia PinheiroRedação de Missões Mundiais

Missões Mundiais tra-balha para levar a mensagem do Evan-gelho aos cerca de

3.000 povos não alcançados espalhados pelo mundo. Muitos são os planos e metas. Mas nada tão urgente quanto aumentar a força missionária. A expectativa é passar dos atuais 719 missioná-rios atuantes em 65 campos para 800 missionários em 80 campos até o ano de 2013.

Diante deste desafio, mais do que nunca a JMM conta com a disposição de pessoas prontas a dizer SIM ao cumprimento da

Grande Comissão. É preciso que cada um entenda sua vocação e que tem uma missão a cumprir dentro deste plano do Senhor para apresentar ao mundo a verdadeira paz. O tema vocação precisa, e deve, ser abordado entre pessoas de todas as idades, a fim de estimular o uso de dons e talentos para o Reino de Deus. Afinal, grandes são as necessida-des do mundo.

Para discutir sobre vocação, vem aí o SIM – Todos Somos Vocacionados, promovido pela JMM em parceria com a JMN. Preletores como Analzira Nas-cimento, Pr. Michel Piragine, Pr. Pedrão, Pr. Ed René, Fernan-dinho, entre outros, ajudarão

você a entender que é possível usar aquilo que sabe fazer para alcançar vidas.

Não se pode admitir uma ati-tude passiva diante de uma mul-tidão que caminha sem Cristo, a paz que liberta. Em todo o mundo, só o islamismo tem mais de 1,5 bilhão de seguido-res. A entrada de missionários tradicionais é proibida em vários países. Como enviar missionários a nações fechados à pregação do cristianismo? É necessário deixar tudo para seguir a um campo de Missões Mundiais? Para o missio-nário Humberto Chagas, que usa a medicina para falar de Cristo aos povos do Senegal, é preciso ter muita graça e coragem.

Vocação, cada um tem a sua

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9o jornal batista – domingo, 11/03/12notícias do brasil batista

Ele foi com tudo“Eu não deixei tudo, eu vim

com tudo, meu tudo é Jesus e eu vim com a minha profissão. Hoje estou aqui no Senegal, ser-vindo a Deus com minha profis-são, abençoando senegaleses”, diz o missionário Humberto Chagas.

Aquele que vai falar de Jesus em outra cultura é alguém pre-parado para atuar em diversos ministérios como evangelização, discipulado, ensino, visitação, atendimento médico… São mui-tas as oportunidades para se alcançar os povos sem Cristo.

Descubra a sua vocação e aju-de outras pessoas a entenderem e praticarem as suas também.

SIM – Todos Somos Vocacionados

O SIM é um congresso sobre vocação que será realizado no feriado de Corpus Christi, de 07 a 10 de junho, na Estância Árvore da Vida, Sumaré/SP. Caravanas serão recebidas a partir das 17h do dia 06 de junho. Os preletores são: Anal-zira Nascimento, Pr. Michel Piragine, Pr. Pedrão, Pr. Ed René, Pr. Fernando Brandão, Pr. Marcos Grava, Pr. Jarbas Ferreira, Pr. Adílson Santos, Professor Weliton Magela e o cantor Fernandinho.

O evento é uma grande opor-tunidade para se pensar e viver juntos o verdadeiro sentido da

vocação. Seu propósito também é manter um diálogo com quem deseja se envolver mais com o que Deus tem feito no mundo. O público-alvo é formado por jovens com idade entre 16 e 30 anos. Mas pessoas abaixo ou um pouco acima desta faixa etária também são bem-vindas ao SIM.

Como funciona a pré-inscriçãoVocê preenche o formulário

de pré-inscrição disponível no facebook.com/SIMTSV e reserva a sua vaga. Sua partici-pação no SIM estará garantida somente após a confirmação do pagamento da taxa de ins-crição.

Vocação, cada um tem a sua

Pr. Michel Piragine, líder de jovens da PIB de Curitiba, também estará no SIM

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10 o jornal batista – domingo, 11/03/12 notícias do brasil batista

Suzana de Azevedo GreenwoodCoordenadoria de Ação Social – CBB

Em junho próximo o Brasil estará hospe-dando a Conferência das Nações Unidas

em Desenvolvimento Sus-tentável, a Rio +20. Neste

Eugênio Reis de MatosPastor da PIB em Bilac, na cidade de Bilac, SP.

No dia 13 de fe-vereiro a Primeira Igreja Batista em B i l a c c o m p l e -

tou 50 anos de organização eclesiástica (13/02/1962 a 13/02/2012). A programação de comemoração por esta grande vitória aconteceu nos dias 11 e 12 de fevereiro. O trabalho da igreja iniciou-se em 1935, no bairro do Imbé, município de Bilac, em São Paulo, com um grupo de ir-mãos que se reunia na casa do Sr. Arseli.

Em 1939, passou a se reunir no bairro Afluente, na casa do irmão Antônio Serafim, sendo esses irmãos liderados pela Igreja Batista de Coroados, reunindo a família do irmão Antônio Serafim (filhos e ne-tos), sob a liderança do irmão Camilo Serafim (membro da Igreja Batista de Madureira, Rio de Janeiro). Deus aben-çoou este trabalho com a obra crescendo e vários batismos foram feitos.

Em 1950, assumiu a lide-rança deste trabalho o pastor João Miguel, pastor da PIB em Birigui. O trabalho con-tinuou se desenvolvendo, e até a organização em igreja, passaram pela congregação os

evento, pessoas de várias par-tes do mundo estarão discu-tindo como melhor gerenciar o nosso futuro de maneira sustentável.

Segundo o site do evento, “o objetivo da Conferência é assegurar um comprometi-mento político renovado com o desenvolvimento sustentá-vel, avaliar o progresso feito

pastores da saudosa memória, Anatole Pirilampo Moreira da Silva e William de Souza, que nos incentivaram na aquisição de um terreno na cidade, para construção do templo. O templo foi construído com o trabalho de irmãos e também da colaboração de pessoas da cidade.

Deus continuou abençoan-do o trabalho, e no dia 13 de fevereiro de 1962 foi orga-nizada, com 37 membros, a PIB em Bilac com o concílio que se segue. Presidente: Pr. William de Souza; Secretário: Pr. Nelson Nunes de Lima; Examinador: Pr. Henrique Cirilo Correa; Orador: Pr. João Gomes Ferreira; Ora-ção de Organização: Pr. José Domingues Menzes; Entrega da Bíblia: Pr. Geraldo Avila Gimenes. Que ficou assim constituída: Moderador: Pr. Nelson Nunes de Lima; Vice--moderador: Pancrácio Frias; Tesoureiro: Sebastião Serafim e Secretário: Siloé Serafim.

Vários pastores passaram pela nossa igreja, nos ajudan-do e contribuindo para que o Reino de Deus se expandisse aqui na nossa cidade e a maioria está em várias regi-ões do Estado de São Paulo.

Sempre contamos com a aju-da da Associação. Destacamos o pastor Francisco Gomes de Morais, na época, missioná-

até o momento e as lacunas que ainda existem na imple-mentação dos resultados dos principais encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes.

Os dois temas em foco na Conferência serão: a) a eco-nomia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e b) o quadro institucional para o desenvolvimento sus-tentável.”

Participação BatistaAproveitando a ocasião,

a Aliança Mundial Batista, órgão que une convenções batistas mundialmente, lan-çou o desafio à Conven-ção Batista Brasileira para

rio da Associação, que está em Guararapes e pastor Ely Xavier de Barros, atual secre-tário executivo da Associação. Pastores de tempo integral: Arsênio Santos de Lima Filho (1981-1984), Valmir Donizete Bertolino (1998-1999), Alex de Oliveira dos Santos (2001-2003), Alex Fabiano Alves da Cruz (2004-2010). Atual-mente, está conosco o pastor Eugênio Reis de Matos, que assumiu o pastorado da igreja em outubro de 2011.

Em períodos em que a igreja esteve sem pastor, assumiram a liderança os irmãos Pan-crácio Frias, Dercy Ramos Munhoz, José dos Anjos, Siloé Serafim e Eunice Serafim.

Deus continuou a aben-çoar o trabalho, e vimos a necessidade de ampliar a capacidade física da Igreja, ampliarmos o nosso patrimô-nio e construirmos o prédio de Educação Religiosa, com cinco salas, um salão social, uma cozinha, mais dois ba-nheiros, uma quadra e duas linhas telefônicas. Também adquirimos um terreno e construímos a casa pastoral, terminada em 1999.

A igreja participa no sus-tento missionário da Junta de Missões Mundiais, e também através de alguns irmãos, missionários da Junta de Mis-sões Nacionais. Hoje estamos

planejar um evento batista durante o período da Rio +20. Aceitando o desafio, a CBB está organizando um encontro para o dia 23 de junho, no Rio de Janeiro, no qual novamente discutiremos este assunto tão importante. Como nós, povo de Deus, podemos gerenciar bem o convívio do ser humano com o planeta que Deus entregou aos nossos cuidados? A terra pertence a Deus (Levítico 25.23), e Ele nos a confiou para dela cuidarmos (Gênesis 2.15). Estamos fazendo isto? Como filhos de Deus, como podemos cumprir esta nossa missão de maneira sábia e eficiente?

Fique atento! Logo teremos, no Jornal Batista, maiores

sustentando integralmente o nosso obreiro pastor Eugênio Reis de Matos e família.

Esta obra não é de homens e sim de Deus. Continuamos ca-minhando Rumo a um Novo Tempo. Registramos nossa gratidão a Deus pelas lutas que nos tem permitido passar nes-ses 50 anos e também pelas vitórias. A Deus toda honra, glória, força e poder.

Membros da igreja que, neste período, foram voca-cionados e capacitados pelo

informações sobre o nosso evento, e você poderá estar conosco formulando as nos-sas respostas. Para saber mais sobre toda a Conferência da ONU, confira: www.rio20.info/2012/. Encontre estudos bíblicos e artigos sobre este tema no www.batistas.com/acaosocial pelo link Dia Ba-tista de Ação Social.

Se você tem um projeto ambiental na sua igreja ou conheça alguma igreja que faça este tipo de trabalho, nos envie um depoimento para ser compartilhado no jornal. Conte sobre o projeto, qual o seu objetivo, quem ele tem alcançado e envie e--mail com fotos para [email protected]. Esperamos a sua história.

Senhor e hoje estão atuantes no ministério da causa do Mestre:

Pastor Levi Lopes – JMN em Minas Gerais (plantador de Igrejas).

Vilma Severina de Souza - formada pelo Ciem (RJ), estará atuando em Missões Regio-nais (Valparaíso e Guaraçaí).

Pastor Lutério Alves Ros-seto - hoje, pastor em Cle-mentina.

“...Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor.” I Sam 7.12.b.

RIO +20 e os batistas

PIB em Bilac comemora 50 anos

PIB em Bilac

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11o jornal batista – domingo, 11/03/12missões mundiais

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

Fa z e r m i s s õ e s n o mundo, seja em um país onde se possa fa lar abertamente

do amor de Deus ou em lugares em que ser crente é sinônimo de correr risco de vida, não é uma tarefa fácil. No esforço de anunciar Cristo, a paz que liberta, aos povos, a Junta de Mis-sões Mundiais desenvolve projetos nas áreas social, de saúde, de educação, en-tre outras. O objetivo maior é sempre o mesmo: alcan-çar vidas com o Evangelho do Senhor Jesus.

Para que isso aconteça, todos os 719 missionários da JMM estão envolvidos, direta ou indiretamente, com algum projeto. Atual-mente, Missões Mundiais desenvolve 186 projetos, sem contar aqueles cuja responsabilidade é de mis-sionários da terra.

“Hoje não se manda mais missionários para o cam-po sem alvos ou planos. Seu trabalho tem princípio, meio e fim”, explica o Ge-rente de Missões da JMM, pastor Lauro Mandira.

Segundo ele, além de pos-suírem um propósito evan-gelístico, os projetos têm como objetivo atender as pessoas em suas necessida-des essenciais, pensando no ser humano como um todo.

Os projetos da JMM aju-dam na missão evangeli-zadora dos povos, abrindo portas principalmente em regiões onde não se pode compartilhar abertamente o Evangelho. Projetos como o Água para os Sedentos, Por um Novo Haiti, ELA, Jee-van Sach, Socorro Opor-tuno ao Suicida, Pequenas Sementes , entre outros, atendem a um público em áreas de conflitos, de influ-ência de líderes religiosos e afligidas pela miséria e pela fome.

“Mostramos o nosso amor através de pequenos gestos, e isso conta muito. É uma forma fácil de se alcançar pessoas e de mostrar in-teresse por elas”, conta o pastor Lauro.

Os projetos deram uma nova direção à atuação de

Projetos resgatam vidas no mundo

Água para os Sedentos é desenvolvido no Sudeste da ÁsiaProjeto ELA anuncia Cristo a jovens chinesas

O projeto Por um Novo Haiti ajuda na reconstrução do país após o terremoto de 2010

Missões Mundiais, abrindo muitas portas e cr iando oportunidades. “É um tra-balho dinâmico em que todos os missionários estão envolvidos”, explica o pas-tor Lauro.

De acordo com o último relatório anual da JMM, cerca de 20 mil pessoas são atendidas pelos projetos de Missões Mundiais. O PEPE, por exemplo, tem um enor-me potencial evangelístico, pois cria oportunidades de contato com a comunida-de em torno das unidades socioeducativas do projeto.

Para interceder ou con-tribuir com os projetos da JMM, entre em contato com a Central do Adotante JMM: 2122-1901 (cidades com DDD 21) e 0800-709-1900 (demais localidades). Aces-se também o nosso portal

(jmm.org.br), curta nossa página no Facebook (fa-cebook.com/MissoesMun-diais) e siga-nos no Twitter

(@MissoesMundiais). En-volva-se e comprometa-se, pois o mundo precisa de Cristo, a paz que liberta.

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12 o jornal batista – domingo, 11/03/12 notícias do brasil batista

Cleverson Pereira do VallePastor da PIB Artur Nogueira - SP

Com o desejo de fazer o que Cris-t o o rdenou , o s membros da Pri-

meira Igreja Batista em Ar-tur Nogueira, SP, tem sido desafiado a levar o amor de Cristo a todo cidadão Nogueirense. O alvo é no período de 10 anos (2008-2018) alcançarem 10% da

população local para Cristo. Cada crente tem o desafio de evangelizar e discipu-lar uma pessoa por ano e treiná-la a fazer o mesmo.

Este sonho tem sido com-partilhado por mim, pastor Cleverson Pereira do Val-le, desde a minha posse em 2008. Temos realizado estudos bíblicos nos lares, treinamento de líderes, cujo objetivo é ver o sonho con-cretizado. Entendemos que precisamos ser uma igreja

que cresça em três direções, para cima (em relação a Deus), para dentro (comu-nhão interna) e para fora (alcance dos perdidos).

O ano de 2012 tem sido de bênçãos para a Igreja e o reino de Deus, no mês de janeiro realizamos batismos e no dia 25 de fevereiro mais quatro vidas desceram às águas confirmando sua pública profissão de fé em Cristo. Tive o privilégio de batizar minha filha Tifany Vitória, algo que trouxe muita alegria ao meu co-ração.

Neste ano a igreja vai participar dos 100 dias de oração pelo Brasil, já está agendado para o dia 21 de julho. Vamos orar das 18h até as 0h. Vamos realizar congresso missionário, re-ceber a igreja sobre rodas, enfim, o nosso desejo é ver o reino de Deus avançando aqui e no mundo todo. Pois, em Cristo somos mais que vencedores.

Batistas Nogueirenses sonham alto

Batismo na igreja em Artur Nogueira

Da esquerda para a direita - Pr.Cleverson,Tifany, Gabriela, Davi e Walmir

Alice Carolina Barbosa CirinoGerente de Ação SocialJunta de Missões Nacionais da CBB

Com as chuvas que atingiram o estado do Acre, trazendo consequências de-sastrosas em vários municípios, Missões Nacionais está arrecadando recursos

para o auxílio de irmãos que tiveram que deixar suas casas.

Na capital do Acre, Rio Branco, 45 bairros estão inundados. São mais de cinco mil pessoas enca-minhadas a um dos cinco abrigos montados pela prefeitura e pelo governo. Mais de 1,8 mil pessoas estão alojadas na casa de amigos ou parentes.

Pastor Ivanildo Oliveira, presidente da Conven-ção Batista Acreana, pede socorro aos batistas brasileiros. “Peço que todo o povo batista interceda pelo estado do Acre neste momento de calamidade pública. Algumas igrejas batistas da capital e outras do interior estão debaixo d’água”.

Para ajudar as vítimas das enchentes do Acre, Missões Nacionais abriu novamente a conta--corrente destinada a situações de calamidades. Deposite qualquer quantia utilizando os seguintes dados bancários:

Missões Nacionais lança campanha de ajuda às vítimas das enchentes

SOS Acre

JUNTA DE MISSÕES NACIONAISCNPJ: 33.574.617/0001-41BANCO BRADESCO (237)

AGÊNCIA 0226-7CONTA CORRENTE: 139500-9

Redação da CBB

Todo o povo cristão se entristeceu com a no-tícia da trágica morte do bispo anglicano,

Edward Robison, de 67 anos, junto com sua esposa Mirian Cavalcanti, uma professora aposentada, de 64 anos, ocor-rido no domingo 26, por volta das 22h na cidade de Olinda – PE. O bispo anglicano teve uma bela vida acadêmica, por 35 anos lecionou em diver-sas universidades, deixando

assim, um grande legado de conhecimento.

Filiou-se aos Gideões Interna-cionais e ao Rotary Club. Pas-sou a colaborar como articulista na imprensa escrita. Por 10 anos escreveu a coluna domini-cal “Evangelismo” no Jornal do Commercio, e, por dois anos a coluna “Panorama Evangélico”, do Diário da Noite. Escreveu, por cinco anos, para a revista Kerygma (São Paulo), e foi o mais antigo colaborador da revista Ultimato, encerrando 27 anos de contribuição.

Ao todo são mais de 1.000 artigos sobre Teologia e Ci-ência Política, publicados no Brasil e no Exterior. Atuou, também, na rádio e na televi-são, em programas religiosos e políticos, passando a dar conferências no país e no ex-terior, principalmente na área de Ética Social. Como convi-dado do Governo, pregou no Culto Semanal dos Deputados, na Capela do Parlamento da Suécia.

Robinson Cavalcanti escre-veu 13 livros, deixando seu

legado de ideias teológicas e ciências políticas também na literatura: Cristo na Universi-dade Brasileira; O Cristão, Esse Chato; Uma Benção Chamada Sexo; As Origens do Coro-nelismo; Igreja – Agência de Transformação Histórica; Igre-ja – Comunidade da Liberda-de; Libertação e Sexualidade; Cristianismo e Política; A Uto-pia Possível; A Igreja, o País e o Mundo; Igreja – Multidão Madura; Reforçando as Trin-cheiras; Anglicanismo – Iden-tidade, Relevância, Desafios.

Morre Bispo Anglicano

Bispo Robson Calvalcante

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13o jornal batista – domingo, 11/03/12ponto de vista

Rodrigo OdneyPastor da PIB em Pompéia, SP

Youcef Nadarkha-ni foi condenado a morte pelas cortes superiores do Irã.

Convertido ao Cristianis-mo aos 19 anos, ele e sua família sofreram e sofrem perseguição religiosa por apostasia da fé islâmica. Nesses últimos três anos, ele e a sua esposa foram de-tidos, ela condenada a pri-são perpétua e ele a morte por enforcamento. Todavia, devido a pressão internacio-nal ela foi absolvida e, por três vezes, a ele foi dado a oportunidade de continuar vivo, desde que negasse a fé em Cristo e retomasse a fé islâmica.

Eis um claro exemplo de que a intolerância e a per-seguição religiosa perdura até os dias de hoje. No site www.portasabertas.org.br você encontrará uma lista atual dos 50 países que em maior e menor intensidade se perseguem os cristãos. Segundo esta lista, o Irã é o quinto no mundo. Em 1º lugar está a Coreia do Norte, 2º o Afeganistão, 3º a Arábia Saudita, 4º a So-

mália. Esta observação me permite dizer que o caso de Nadarkhani é a ponta do iceberg da perseguição reli-giosa vivenciada em nossos dias. Quantos homens, mu-lheres e crianças tem sido cruelmente mortas porque professam a fé em Cristo?

O historiador batista, Dr. Zaqueu Moreira, em sua obra ‘Liberdade e Exclu-sivismo: ensaios sobre os batistas ingleses’, traz uma vasta documentação histó-rica do que representou, na gênese do movimento batista, a luta pela liberda-de religiosa num contexto em que a religião do Estado deveria ser arbitrariamente a religião de todos. Dentre diversos personagens his-tóricos, os batistas ergue-ram a voz profética e de-nunciaram veementemente toda e qualquer forma de perseguição e intolerância religiosa. Vejamos alguns manifestos:

Thomas Helwys, em sua obra: Uma Breve Declara-ção do Mistério da Iniqui-dade, publicado em 1612, diz: “E se o povo do rei for obediente e verdadeiros sú-ditos, obedecendo a todas as leis humanas feitas pelo rei, nosso senhor e rei nada

mais pode requerer; pois a religião dos homens para Deus é entre Deus e eles próprios; o rei não deve-rá responder por ela, nem pode o rei ser julgado entre Deus e os homens. Deixa que eles sejam hereges, Turcos, Judeus, ou que lhe apetecer, mas não compete ao poder terreno puní-los em qualquer medida”.

Leonardo Busher , em 1614, diz: “nenhum rei nem bispo pode ou é ca-paz de decretar a fé”. João Murton, em 1615, em suas Objeções Respondidas por meio de diálogos, endere-çada aos magistrados da Igreja, diz: “que nenhum homem deve ser persegui-do por causa de sua reli-gião, assim ele testifica sua aliança por Juramento, for-necido por Lei”. Diz ainda: “A vileza da perseguição do corpo de qualquer ho-mem, somente por causa de consciência, é contra a palavra de Deus e a lei de Cristo”. Eduardo Bar-ber, em 1641, diz: “Que nenhum homem deve ser forçado em matéria de Re-ligião,...”. Cristóvão Bla-ckwood, em 1644, diz : “Que liberdade religiosa não compromete lealdade

política, mas na realidade a encoraja, promovendo tranquilidade doméstica e política, é escriturística e reclama em favor da natu-reza espiritual do Cristia-nismo”. Dr. Zaqueu Mo-reira cita outros Batistas que ao longo da História foram defensores ferrenhos da liberdade religiosa que é tão cara a sociedade civil e ao Estado de Direito.

Walter B. Shurden, em sua obra Quatro Frágeis Liberdades: resgatando a identidade e os princípios batistas, sumariamente diz: “A Liberdade Religiosa é a histórica afirmação batista de liberdade de religião, liberdade para a religião e liberdade da religião, insis-tindo que César não é Cristo e Cristo não é César”.

A His tór ia ecoa a voz profética dos batistas no que concerne a liberdade não somente para si, mas para todos os homens. Este é o nosso posicionamento. Não menos importante e necessário, historicamente defendemos a exclusivida-de da pessoa e da obra de Cristo na redenção e sal-vação de todo ser humano que nele crer. A nossa fé é bíblica e cristocêntrica. A

ela nada tiramos ou acres-cen tamos . Cremos que Deus se revelou ao longo de toda história humana, mas a revelação salvífica de Deus, é o próprio logos encarnado. Consulte João 1 e Hebreus 1.1-4, dentre outros inúmeros textos bí-blicos.

Assim, neste momento em que o mundo presencia este ato de violência, de-vemos interceder em favor da família de Nadarkhani, de seus f i lhos e esposa. Este homem sem dúvida é contado entre aqueles que estão na Galeria da Fé de Hebreus 11, os quais o mundo é digno de tê-los. Nós batistas brasileiros ja-mais podemos perder de vista a liberdade religiosa que ao longo de séculos defendemos. Bem como, jamais podemos recuar na proclamação do Evangelho de Deus, porque cremos na exclusividade de Cristo para o perdão, salvação e vida eterna. Avancemos respeitando a l iberdade de consciência e fé, avan-cemos na proclamação do Evangelho, e que o Senhor nos conceda as milhares de vidas que estamos cla-mando.

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14 o jornal batista – domingo, 11/03/12 ponto de vista

Assim como já se fez um upgrade para a versão 2.0 de Deus, é possí-

vel observar ao longo dos últimos anos a construção de uma nova versão do que seja um cristão.

Você já parou para refletir sobre o que torna alguém cristão? Hoje ser cristão aca-bou se reduzindo a “ir na igreja”, mas me pergunto “Se Cristo morreu por sua igreja, nesta perspectiva ele morreu por tijolos, madeira e equi-pamento eletrônico?”. Nós não somos a igreja? Igreja passou a ser um local, não mais gente salva pelo pre-cioso sangue de Jesus Cristo. “Ir na igreja” passou a ser um ritual, um sacramento, se for é abençoado, se não for, é castigado.

Nesta linha de raciocínio podemos também observar que ser cristão tem sido tra-balhar na igreja. Quanto mais trabalho, mais sou abenço-ado, mais cresço na vida cristã, como se nossas obras fossem suficientes para pro-duzir crescimento cristão.

Mas também se tem redu-zido o ser cristão a frequ-ência aos cultos, ter certa crença ou ideologia, contri-buir financeiramente espe-cialmente para ser recom-pensado por Deus numa espécie de relação mercantil de “contribui ganha”, se não contribui é castigado.

Mas este upgrade de cris-tianismo também acabou por transformar a vida cristã numa espécie de ritual, em que o fiel procura seguir cer-tas práticas para conquistar as

bênçãos de Deus ou mesmo para evitar o seu castigo. As-sim, participar de eventos ou de cultos, ter um tempo diá-rio para ler um certo número de capítulos da Bíblia, orar a Deus, seria uma espécie de mandinga para ganhar o favor de Deus ou para evitar ter pesadelos à noite ou nas finanças pessoais.

Não tenho dúvidas de que o meu leitor esteja estranhan-do esta abordagem, pois, ao longo do tempo, nós, líderes evangélicos, fomos lançan-do versões beta deste tipo de cristianismo e incutindo na mente do cristão que ele poderia, com seus próprios esforços, agradar a Deus vi-vendo um cristianismo de obras e numa relação de tro-cas. É a herança pragmática do hemisfério do norte que

conseguiu reduzir cristianis-mo em trabalho, deixando de lado a sua essência, mas tam-bém a teologia da graça que indica que nossas obras não apenas não servem para nos salvar, como também, sendo imperfeitas (Isaías 64.6), não conseguem atingir os eleva-dos ideais de Deus.

Precisamos de uma refor-ma reconquistando a pers-pectiva bíblica em nossa concepção de cristianismo de modo que ser membro da igreja, trabalhar, contribuir financeiramente para a igre-ja, ir aos cultos, sejam fruto de uma vida íntima aos pés do Senhor e não agente pro-dutivo desta vida. Talvez por isso seja possível notar certo grau de carnalidade na vida eclesiástica. Ler a Bíblia, orar, devem ser fruto de in-

saciável sede de comunhão com Deus. Participar no culto público sendo resul-tado de uma vida diária de adoração no altar de Deus.

Que o sentido mercanti-lista seja substituído pelo ato de dar deliberadamente com alegria (2 Coríntios 9.7), sem restrições de porcenta-gem, pois afinal, ser cristão é negar-se a si mesmo e de-volver tudo a Deus, a quem pertencemos (Lucas 9.23). É reconhecer nossas imper-feições e incapacidade de alcançar os elevados ideais de Deus e nos sentirmos aga-salhados pela sua graça, nos entregando a ele como seus instrumentos, canais de seu poder, de seus atributos.

Nada mais do que sermos meros cristãos versão 1.0, a versão original e bíblica.

“Irmãos, não reduzamos a obra de Missões Mundiais a um dia do calendário anual, a levantamento de oferta nos meses de março e abril, mas reflitamos profundamente de acordo, pois somos coopera-dores de Deus. Faça de sua igreja um instrumento missio-nário de Deus para a reden-ção do mundo” (Waldemiro Tymchak, Revista OCEOM, Março 1988).

Estas palavras do pre-cioso pastor Waldemi-ro Tymchak, de sau-dosa memória, nos

fazem refletir sobre a nossa caminhada na estrada mis-sionária. Fazemos, muitas vezes, um reducionismo da obra de missões valorizan-do calendário, campanhas sazonais, em detrimento de um estilo de vida. A obra transcultural faz parte do DNA da Igreja de Jesus Cris-to. Recebemos a missão de anunciar aos povos a mara-vilhosa graça de Deus em Cristo pelo poder do Espírito

Santo. É a obra da dissemina-ção do evangelho de Cristo que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rom 1.16). Isto é precioso demais. Missões deve ser plantada no cora-ção da criança ao ancião. Podemos dizer que missões é a vida da Igreja. Deve estar no coração dos crentes. Con-cordo com o pastor Tymchak quando ele faz uma análise muito pertinente acerca do barateamento da teologia bíblica da missão. Não é ca-lendário, mas estilo de vida, pois a vida de Cristo em nós nos leva a amar e valorizar a obra transcultural.

A Igreja do primeiro século possuía um múnus missioná-rio. Detinha em seus arraiais o amor pela proclamação do evangelho de Cristo dentro e fora das fronteiras. O coração estava fervilhando de com-promisso com a mensagem da cruz. Jesus era o centro da vida e da obra da Igreja. O próprio apóstolo Paulo testemunhou aos irmãos em

Corinto: “Nada me propus a saber entre vós senão a Jesus Cristo e este crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1Cor 1.22,23). É impressionante a qualidade de excelência que eles possuíam acerca da obra missionária. A Grande Comissão não era teoria, analogia, mas literal, que os impulsionava de forma abrangente. Alguém já disse: “Não transformemos a Gran-de Comissão (Mat 28.18-20) na Grande Omissão”. Os nossos joelhos (oração), os nossos pés (ação evangelísti-ca) e as nossas mãos (sustento financeiro) devem estar à serviço da obra missionário 24 horas por dia.

Nestes dias chamados de pós-modernos somos convo-cados pelo Senhor para uma visão mais ampla, atitudes e ações cheias de amor a partir de uma obediência incondi-cional a Cristo. Deus requer de nós entrega sem reservas. Exige de nós compromis-so inadiável e inalienável a

partir da nossa comunhão profunda com o Senhor Jesus Cristo. Ele tinha uma missão: “Buscar e salvar o perdido” (Luc 19.10). A missão dele é a nossa missão. A sua obedi-ência ao Pai é a nossa obe-diência. Como precisamos voltar os nossos olhos para os evangelhos e vislumbrarmos o Cristo que deu a Sua vida por nós. Que andou por toda a parte fazendo o bem (At 10.38). Ele deve ser sempre a nossa mensagem. O nosso modelo. O estilo de vida seja do Cristão (individual), seja da Igreja (coletivo) deve ser sempre o de Cristo Jesus. Ele requer que sejamos seus amigos para fazermos o que Ele manda (João 15.13,14).

A Igreja que tem consciên-cia de que missões é um estilo de vida está intrinsecamente ligada a pessoa de Cristo. Para ela o viver deve ser sempre Cristo. O seu fazer deve ser o de Cristo. Ela deve se confor-mar com a pessoa de Cristo na Sua morte e na Sua ressur-reição. Missões como estilo

de vida vem com o compro-misso com Cristo. Ela está no mundo sendo embaixatriz de Cristo. Ela é constituída de cooperadores. Trata dos negócios de Cristo com amor e zelo, consciência de missão e responsabilidade diária. O seu olhar está em Cristo. O seu viver depende de Cristo. Sabe que deve anunciar o evangelho de Cristo a todo o mundo tendo a consciência do preço altíssimo a pagar. A obra de missões é sublime. Encantadora. Renovadora e inspiradora. Esta obra reve-la a supremacia de Cristo. Um empreendimento que visa anunciar às nações a grandeza, a sublimidade, a majestade de Deus Pai. Os povos devem se alegrar pela proclamação do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Que faça-mos, na linguagem do pastor Waldemiro, das nossas Igrejas instrumentos missionários de Deus para a redenção do mundo. E, acima de tudo, o façamos para a Sua glória.

Missões: um estilo de vida da igreja

OBSeRVATóRIO BATISTALOURENÇO STELIO REGA

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15o jornal batista – domingo, 11/03/12ponto de vista

Vilmar PaulichenPastor da PIB em Indaiatuba, SP.

É impressionante como as pessoas se com-portam no mês de fevereiro. Nos dias de

carnaval parecem caçadores de alegria. Vale tudo para “reabastecer” a alegria. É bom ser alegre, pois quem vive alegre, vive melhor. Cientes disso, dezenas, cen-tenas, milhares de pessoas saem “caçando” a alegria. Será que a alegria está no Rio de Janeiro, em Salvador ou em São Paulo?

Sou a favor da alegria, mas sou contra o carnaval. O desejo de alegrar-se faz par-te da nossa natureza, mas no carnaval, a satisfação desse instinto humano se desenvolve e se manifesta

da pior maneira possível. O problema do carnaval é que tudo é permitido, enquanto a Bíblia diz que nem tudo me convém (1Cor 6.12). Para Deus não importa só o momento, mas as condições da nossa alegria.

É difícil concluir que, nes-se mundo, seja possível vi-ver sempre alegre. Pensar na alegria como sentimento constante é um equivoco, pois todo cristão sabe que o mundo é mau. Nesse mundo há tempo para tudo, inclusi-ve para rir e chorar (Ecl 3.4). Exemplo disso foi Ló que “se afligia com o procedimento libertino dos que não tinham princípios morais” (2Ped 2.7). A alegria da libertina-gem entristecia Ló.

O pecado não tirou de nós o desejo de alegrar-se, mas corrompeu a maneira de

buscar a alegria. O pecado nos faz buscar alegria através do descontrole. Sou contra o carnaval porque intensifica o descontrole. São dias do “tudo pode”. Sem limites para bebida, sexo, drogas, cansaço, morte.

O carnaval estimula bus-car a alegria através do descontrole. A diversão do carnaval está no “descarri-lamento moral”, na possibi-lidade de quebrar as regras, libertar-se do sistema moral, rejeitando o princípio de que onde tudo é permitido não há diversão, nem liber-dade, pois a permissividade torna-se abuso e sempre invade o espaço e o direito alheio.

Quem peca é escravo do pecado, e o descontrole faz brotar as “sementes” de pe-cado que temos no coração

(Gál 5.19-21). O problema da alegria do carnaval é que, cedo ou tarde, traz tristeza, vergonha e morte (Rom 6.21). Quem aceita o governo do próprio cora-ção, prova o quanto é infeliz e escravo do pecado (2 Ped 2.19b). O Diabo quer que você se sinta culpado, pois a culpa produz o medo, e o medo nos afasta de Deus (1 João 4.18).

Você quer ser verdadeira-mente feliz? Quer ser ale-gre, mesmo que o mundo possa nos fazer chorar? O primeiro passo é pedir que Deus tire o pecado do teu coração. Enquanto isso não acontecer, ninguém perce-berá nossa alegria. O cora-ção limpo exala alegria pelo rosto (Prov 15.13).

O segundo passo é não entristecer o Espírito Santo

(Ef 4.30). Não existe alegria maior do que ver, ouvir e conviver com quem já tem a alegria eterna e deixa o Es-pírito Santo alimentar quem tem tristeza e amargura ter-rena (Gál 5.22,23).

Em terceiro lugar, viva com Jesus Cristo no cora-ção, seguindo seu exemplo. Reproduza por palavras e atitudes, tudo o que Jesus Cristo ensinou. Mediante sua Graça, o próprio Jesus se santificou por nós (João 17.19), e nós nos santifi-camos nele pela fé se nos arrependemos (At 3.19). Esse é o único caminho para ser verdadeiramente feliz, pois sem Jesus Cristo nada podemos fazer (João 15.5). A alegria do carnaval pode durar alguns dias, mas a alegria de Jesus Cristo dura para sempre.

Manoel de Jesus ThePastor e colaborador de OJB

A Convenção Batis-ta Brasileira, em Foz do Iguaçu, foi recheada de glo-

riosas mensagens. Deixare-mos de citar oradores, mas cremos que, poderíamos complementar com algo que sentimos falta. Que seria esse algo que faltou?

Esse algo que faltou, não foi nos oradores, mas, em nós. Esse algo é uma falta em nossas Assembleias Esta-duais, em nossas igrejas, em nosso viver diário. Cercados que estamos, por todos os lados, de más notícias, a exultação, em Cristo Jesus, citada por Paulo, em Filipen-ses 1.26, tem sido ausente em nós, e, por conseguinte,

em nossas celebrações. O único momento em que hou-ve exultação, de modo trans-bordante, como Paulo afirma no texto, foi na celebração dos batismos dos converti-dos na Cristolândia. Aliás, as notícias da Cristolândia têm sido a provedora de grande exultação em toda a deno-minação batista, nos últimos meses. Aqui, uma correção pode ser feita. Devemos nos gloriar em Cristo, pois é Ele que tem feito acontecer os maravilhosos fatos, na Cris-tolândia. Poderíamos nos gloriar em algumas pessoas, em algumas assembleias, como Paulo o faz em 2Co-ríntios 12.5. Talvez o arreba-tado em quem ele se gloria seja o apóstolo João, ele não menciona o nome, ape-nas o fato. Quando penso

nos últimos acontecimentos denominacionais, como na Assembleia de Foz, exulto nas mensagens, nas notícias, na camaradagem maravi-lhosa que uma Assembleia Convencional proporciona.

A falta de exultação em Cristo nos traz alguns pre-juízos. Ela nos leva a esque-cermos de algumas virtudes necessárias em nosso meio. Com a bênção da longevida-de do cidadão brasileiro veio um problema. Que fazer dos nossos idosos? Nada faze-mos, pois estamos assober-bados com mil problemas. Eles estão sofrendo, mas, se estivéssemos exultantes pela obra que Cristo fez em nossas vidas (isso é difícil em crentes de segunda e terceira geração), poderíamos pensar neles. Porque cinco ou seis

igrejas de uma região não se juntam para alugar uma casa e prover cuidados especiais aos seus idosos? Eles esta-riam por perto, facilitariam as visitas, os cuidados, o voluntariado. A alegria pelo que Cristo fez em nossas vidas nos libera das preo-cupações e dos problemas. E o projeto PEPE, por que não decolou ainda? Falta da liberdade que a exultação em Cristo produz, trazendo, pelo contrário, a focalização exagerada em nossas triste-zas e infortúnios.

Os abençoados resulta-dos na exultação em Cris-to são afirmados por Paulo em 2Coríntios. Em 7.4 ele afirma que tem alegria nas tribulações vendo os resulta-dos na vida dos coríntios. Ele faz declarações exultantes

acerca dos coríntios a Tito (7.14). Em 2 Coríntios 11 ele está exultante por superar todas as dificuldades, por amor a eles. Como vemos, a alegria é fundamental para que o sentimento de vitória, e a celebração exultante do que Cristo está fazendo em nossas vidas, igrejas e deno-minação, cada vez mais nos leve a buscarmos a frutifica-ção na vida espiritual.

Finalizando, lembramos apenas o relato de um livro que todos conhecemos. O que vemos no Céu, confor-me o livro de Apocalipse? Exultação, exultação, exul-tação. E se é isso que vamos vivenciar na eternidade, por que não começarmos ainda nesta vida? Como diriam os autores de hoje, exultação já!

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