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1 ISSN 1679-0189 Ano CXV Edição 06 Domingo, 07.02.2016 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Pés no Arado: Projeto missionário da Juventude Batista Brasileira “Bota amor, que é AMOR que faz a diferença” Confira a matéria nas páginas 08 e 09

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1o jornal batista – domingo, 07/02/16?????ISSN 1679-0189

Ano CXVEdição 06 Domingo, 07.02.2016R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Pés no Arado: Projeto missionário da Juventude Batista Brasileira

“Bota amor, que é AMOR que faz a diferença”Confira a matéria nas páginas 08 e 09

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2 o jornal batista – domingo, 07/02/16 reflexão

E D I T O R I A L

“Pés no Arado”, mais que um projeto missionário

“Pés no arado” é um projeto m i s s i o n á r i o desenvolvido

pela Juventude Batista Brasi-leira, que arregimenta jovens no período de férias escola-res para trabalhar na evange-lização de algumas regiões do Brasil, com apoio das Igre-jas locais. Esta iniciativa tem dado resultados maravilho-sos. É gratificante observar o amor e a dedicação destes jovens que, voluntariamente, participam do Projeto.

Chama a minha atenção o fato de alguns deles nem saberem perfeitamente o que é um “arado”* ou qual a sua utilidade, mas a disposição de trabalhar por uma ou duas semanas na evangelização de pessoas que ainda não tive-ram um encontro verdadeiro com Jesus.

Entendo que esta operação missionária é mais do que um Projeto, pois tenho vis-

to o comprometimento de adolescentes e jovens que voltaram com suas vidas to-talmente transformadas em relação a área espiritual e o ao envolvimento nas Igrejas, que passaram a testemunhar e falar de Jesus através de diversas estratégias. Vejo também outros que ao parti-ciparem descobrem a voca-ção, a chamada de Deus para a obra missionaria através da preparação como pastor, educador, músico ou uma carreira profissional que lhe permita trabalhar em regi-ões difíceis com o objetivo de falar de Jesus. Ou seja, colocar os pés no “terreno arado” para semear a boa semente é muito mais que ir ao campo, é permitir-se ser usado como instrumento de Deus para levar o Seu amor a outros, da maneira como Ele planejou. Ele conhece nossos dons, talentos, inquietações e limites. Mesmo assim, quer

contar conosco para partici-par do que Ele tem feito no mundo.

Tem uma canção da Deise Jacinto, que diz “Dar não é tirar daquilo que sobrar, dar é entregar ao outro o que antes era seu. Dar é o resultado de um coração grato a Deus por toda vida e Sua companhia. É se permitir ser usado, aos outros ajudar e sonhos reali-zar aqui. É se entregar a tudo o que Deus sonhar”.

É impossível ser constran-gido pelo amor de Deus, ter um encontro verdadeiro com Cristo e não desejar semear a boa semente nos corações sedentos pelo verdadeiro sentido da vida. Quando re-cebemos gratuitamente esse amor e a salvação, e entende-mos o real sentido disso, per-cebemos que nos doarmos ao outro é simplesmente tor-nar prático o “Eis-me aqui”. Não é preciso esperarmos um projeto missionário para

agirmos de forma amorosa com o próximo, ou doar um pouco do nosso tempo ape-nas para ouvir alguém. As pessoas precisam de atenção, de afeto. Jesus tinha carinho e cuidado com os que Ele encontrava. E, hoje, Ele conti-nua cuidando de cada um de nós. Então, que possamos ser agentes transformadores em nosso tempo, que possamos priorizar o amor ao próximo. Afinal, como está escrito na camisa dos voluntários do “Pés no Arado” 2016, “Bota amor, que é AMOR que faz a diferença!”.____________*Arado é um instrumento que serve para lavrar (arar) os campos, revolvendo a terra com o objetivo de descom-pactá-la e, assim, viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes das plantas. Expõe o subsolo à ação do sol, aju-dando a aumentar a tempera-tura e apressar o degelo.

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTEVanderlei Batista MarinsDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOPaloma Silva Furtado(Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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3o jornal batista – domingo, 07/02/16reflexão

(Dedicado ao leitor Rubem Melendez Filho, de Brasília - DF)

Sob o título “Aleluia, rock n’ roll”, os repór-teres Sérgio Martins e Raquel Carneiro pu-

blicaram na Revista “VEJA” (18 nov 2015, p. 85-91) uma extensa e inusitada reporta-gem sobre o “gospel rock” (roque santeiro) contempo-râneo.

Eles apresentaram os astros dos três mais novos grupos: 1) - No “Loop Session”, o vocalista Mauro Henrique, batista emprestado à Igreja Apostólica “Renascer” e à “Oficina G3”, o cantor ad-ventista Leonardo Gonçal-ves e o vocalista católico Guilherme de Sá, da banda “Rosa de Saron”; esse trio cultiva “uma sonoridade mui-to diversa” da que existe no “gospel rock” tradicional; 2) - No “Arrais”, duo formado pelos irmãos adventistas pas-tor Tiago e teólogo André, o som ainda é produzido ao estilo popular americano, o chamado “Nashville Sound”; 3) - No “Salzband”, liderado pelo guitarrista Ulysses Melo, da Igreja Evangélica “Sara Nossa Terra”, de Brasília, ele se afasta do característico som da hinodia evangélica.

Na opinião dos repórteres da “VEJA”, essa música é parte do “grande balaio de gatos”, batizado como “gos-

pel”; outrora combatida, mas hoje cada vez mais aceita pelas Igrejas protestantes, evangélicas, pentecostais e neopentecostais, incluindo as tradicionais.

Segundo dados do IBGE, a população dita evangélica é de 45 milhões de brasileiros; muitos são aficionados do “rock”.

O adventista Leonardo Gonçalves observou que a maioria dos jovens da atual geração, de 16 a 24 anos, nascida entre 1990 e 2015, não tem raízes nas Igrejas “evangélicas”; gostavam do “rock” antes de se converte-rem e continuam a cultivá-lo.

Os roqueiros querem pregar a mensagem evangélica com a música roqueira, mesmo viciada pelo satanismo (Ver: OJB, 07 agosto 2011, p.14).

O Batista Mauro Henrique (1982), vocalista, compo-sitor, multi-instrumentista e produtor, que introduziu o “metal rock” na “Ofici-na G3”, recordou que “Foi praticamente enxotado de uma Igreja quando o pastor descobriu que sua banda iria tocar “rock and roll” em vez de hinos sacros”.

Leonardo Gonçalves (1979) afirmou que continuará in-cluindo música profana em seus “shows”, para garantir seu contrato com a gravadora.

Guilherme de Sá (1980) personifica as novas tendên-cias do “rock” católico, em

sua tentativa de penetrar na Renovação Carismática; ele pretende que a Banda “Rosa de Saron” esteja “salvando o rock nacional”.

Os irmãos Arrais, Tiago e André, confessaram a in-fluência do “rock” sobre o grupo adventista.

Ulysses Melo está mais próximo do “rock” do que da hinodia evangélica, porque é a música que a juventude escuta.

No Brasil, na década de 70, foi elaborada uma estratégia para conquistar o público evangélico. A “Polygram” e a “Sony Music” criaram de-partamentos para conhecer e ter contato permanente com os letristas e compositores evangélicos (ver: OJB, 07 abril 2013, p.3). Maurício Soares, diretor da “Gospel Music” da Sony, por sua vez, revelou que a música popular de Luan Santana lembra a sonoridade das produções da “Hillsong”, porque um produtor de sua gravadora conhece bem o mercado evangélico.

Na década de 80, surgi-ram as bandas “Rebanhão” e “Oficina G3”. Desde 1990, a “Hillsong”, gravadora austra-liana, tem servido de referên-cia a músicos brasileiros, pro-fanos e religiosos. As grava-doras estão aliciando jovens evangélicos, especialmente os filhos de empresários e funcionários de alto escalão,

para gravar música pretensa-mente evangélica.

Os roqueiros cristãos no Brasil penetram nas emisso-ras de rádio evangélicas e nas redes sociais da internet.

Os repórteres da “VEJA”, acima citados, assinalaram outra mudança no roque santeiro: Em vez de falarem explicitamente de Deus e religião, os letristas usam alusões e metáforas. Eles não se distinguem, pela atitude e impressão visual, dos roquei-ros mundanos: Não ostentam cruzes ou outros símbolos religiosos, exibem tatuagens e cabelões, não se importam em qual Igreja realizarão seus “shows”. Preferem cantar em teatros e falar pouco de religião. Nas apresentações do grupo paulistano “Oficina G3” e do quarteto brasiliense “Salzband”, a plateia pode dançar.

O que significa esta nova fase do roque santeiro no Brasil, tão bem acolhida pela mídia profana? Cremos que esta nova fase significa:

1) Que os meios de co-municação social (jornais, revistas, cinema, televisão, rádio, internet, redes sociais, etc.) estão aliados na busca do público evangélico para expandir e, de certo modo, controlar este setor do mer-cado;

2) Que, independentemen-te das divisões denominacio-

nais religiosas, a eles inte-ressa que aceitem um estilo homogêneo (e hegemônico) de música de entretenimento, baseado no “rock”;

3) Que a hinodia evangéli-ca se adapte a esse estilo;

4) Que o mundanismo, a sensualidade, o consumismo e o satanismo contido na música de “rock” não impeça de ser consumida nos lares evangélicos;

5) Que essa música não encontre resistência por parte dos pastores e músicos evan-gélicos;

6) Que as gravadoras pas-sem, em breve, a exigir dos músicos evangélicos a inclu-são de música profana em seus repertórios;

7) Que a juventude evan-gélica continuará a ser o alvo principal e primordial da indústria fonográfica;

8) Que essa música faça parte de um plano para alijar a propaganda evangélica do meio musical;

9) Que essa música roquei-ra contribua para modificar a cultura e os costumes dos Evangélicos.

Essa nova fase está num processo de maturação.

Mídia profana e o roque santeiro

MÚSICAROLANDO DE NASSAU

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4 o jornal batista – domingo, 07/02/16

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Cristãos de pés sujos

reflexão

“Depois deitou água em uma bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido” (Jo 13.5).

Faltava um dia para a última Festa da Páscoa que Jesus passara aqui na Terra. No meio do

jantar com os discípulos, o Mestre surpreendeu todos eles: “Em seguida pôs água em uma bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha” (Jo 13.5).

O primeiro ensino deste episódio inusitado deve ser aquele que o próprio Jesus enfatizou: “Eu dei o exemplo, para que vocês façam o que eu fiz” (Jo 13.15). O lava pés confirmou o ensino anterior

do Senhor: “O mais impor-tante deve ser como o menos importante” (Lc 22.26).

A cerimônia de lavar os pés de alguém, entretanto, somente se tornou um gesto de hospitalidade porque, no tempo de Jesus, as estradas eram sujas e as sandálias não protegiam da poeira. Só não sujava os pés quem não saísse para a rua. Aqui, então, uma segunda lição. Cristão que obedece a or-dem do “ide”, sempre terá os pés sujos – Sujos dos lugares onde foi em busca dos pecadores separados do Cristo. Cristão de pés lim-pos só faz sentido no corpo de cristão insensível, que fica na “igreja” e pouco se interessa com o destino dos necessitados.

Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pastor, colunista de OJB

Esta pergunta é muito fácil de responder: A Igreja local. É a Igreja com os fundamentos

do Novo Testamento que faz a obra missionária. Os primeiros missionários, Paulo e Barnabé, foram enviados pela Igreja de Antioquia (At 13.1-2). É a Igreja que está comprometida com o cum-primento da Grande Comis-são (Mt 28.18-20; At 1.8). As Juntas missionárias são o reflexo das Igrejas Batistas do Brasil. Não são as Juntas que primeiro fazem a obra de Missões, mas a Igreja com-prometida com o ensino de Jesus sobre a expansão do Reino de Deus. As organi-zações missionárias são as servas que servem ao Se-nhor através da autoridade da Igreja local. A razão delas existirem é a Igreja local com a missão dada pelo Senhor Jesus.

Fazer missões é um privilé-gio, mas também uma grande responsabilidade para a Igre-ja local. Esta é a sementeira missionária. É a que fomenta a visão missionária, que vis-lumbra os campos que estão brancos para a ceifa. Ela tem o DNA da visão multiplica-dora. As Juntas missionárias são fruto da Igreja local. A Comunidade do Reino tem algumas funções essenciais no contexto da obra missio-nária: Orar, semear a visão, contribuir, enviar e acom-panhar através das organi-zações missionárias. Nas Escrituras vemos claramente a natureza missionária da Igreja.

Há uma pergunta perti-nente aqui: E a Igreja do Novo Testamento não é de abrangência universal? Esta indagação é feita e respon-dida pelo saudoso pastor Waldemiro Tymchak:

“Não há, pois razão para a existência de uma igreja confinada dentro de quatro

paredes do seu templo, ou simplesmente limitada a tra-balhar nas fronteiras da cida-de ou do estado. O evange-lho tem dimensões mundiais. Fazer missões é um dever da igreja e do crente. O trabalho missionário começa “a partir da porta da igreja para fora” e termina nos confins da terra. Aliás, esse princípio da uni-versalidade é coerente com o texto de Apocalipse, quando, perante o trono do Cordei-ro, haverão de comparecer representantes de todos os povos, raças, tribos e nações da terra”.1

Es ta anál ise do pastor Tymchak é precisa. A Igreja local é vital no cumprimento da Grande Comissão deixada pelo Senhor Jesus Cristo. Não é possível fazer Missões, na perspectiva bíblica, fora da Igreja local. Os obreiros de Deus estão na seara chama-da Igreja. Ela é o Corpo vivo de Cristo, cujos membros são interdependentes (I Co 12.12-27). Os membros da comunidade da graça devem ser proclamadores do Evan-gelho de Cristo em todo o mundo. O tema do Lausanne II, em Manila, Filipinas, foi: “A Igreja toda, proclamando todo o Evangelho, ao homem todo e em todo o mundo”. Aqui está o compromisso da Igreja com a missão integral ordenada por Jesus Cristo nos Evangelhos, em Atos e nas epístolas.

A Igreja tem uma grande responsabilidade na expan-são da obra missionária em Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra, como descreve Atos 1.8. Nos contextos próximos e distan-tes. Essa expansão está ligada à Obra do Espírito Santo. Ele é vital para o crescimento qualitativo e quantitativo da Igreja de Cristo em todo o mundo. Missões é a missão

1 TYMCHAK, Waldemiro e AZE-VEDO, Juarez. Missões em Ques-tão. Rio de Janeiro: Junta de Mis-sões Mundiais da CBB, 1997, p. 44.

da Igreja. As Juntas missioná-rias são apenas facilitadoras no cumprimento da ordem de Jesus de anunciar o Seu Evangelho em todo o mundo. Como Igreja, devemos fazer uma obra imperativa, proati-va, criativa e propositiva. É o Espírito Santo que nos dá a capacidade para fazermos missões na perspectiva do Deus missionário revelado em toda a Escritura.

O missiólogo Johannes Blauw nos fornece elementos de convencimento quanto à obra de missões empreendi-da pela Igreja, pela comuni-dade de Cristo.

“Enquanto é dia a comuni-dade de Cristo pode e deve proclamar os feitos de Deus e assim, por sua vez, chamar os homens das trevas para a luz, da alienação para a verdadeira comunhão com Deus e com o homem, da situação de crepúsculo e de falta de misericórdia, para sua alegria.

Enquanto houver neste mundo homens e mulheres em trevas, sem Deus e sem misericórdia, há de durar a tarefa missionária da Igreja Cristã. Mas ela só pode com-pleta-la quando permanece poderosamente cônscia de ter, ela mesma, participado da mesma treva e alienação e que desde então é chamada a proclamar aos outros os feitos maravilhosos do Deus de luz, comunhão e mise-ricórdia. Não existe outra ‘teologia de missão’ e outro oráculo a não ser este”.2

A Igreja, portanto, é um corpo constituído de dons e talentos a serviço da obra missionária. É a comunidade adoradora, da aprendizagem, comunhão, do serviço ou da diaconia e da expressão como sal da terra de luz do mundo (Mt 5.13-16). É a co-munidade de discípulos que oram, investem, acompa-nham e vão. É a comunidade 2 BLAUW, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. São Paulo: ASTE, 1966, p. 136.

Quem faz missões?

da graça derramada e do amor pródigo. É a comuni-dade do Pai que atrai em Seu amor, salva em Cristo, Seu Filho e santifica e ministra poder pelo Seu Espírito. A Igreja é a comunidade mis-sionária, comprometida com a evangelização dos povos. Alguém disse que Igreja só é Igreja quando o é para fora. Ela não é a comunidade que espera o pecador, mas é aquela que busca o que está perdido e morto em seus de-litos e pecados. É a comuni-dade invasora e catalisadora.

Sim, a Igreja que faz mis-sões é a Igreja de Atos em sua expansão do oriente ao ocidente, cheia do Espírito Santo; de Romanos, vivendo a justificação pela fé na Obra de Cristo; de Coríntios, bus-cando a unidade do Corpo de Cristo no sábio uso dos dons a partir do dom do Es-pírito; de Gálatas, pregando a liberdade em Cristo, a vida de Cristo em nós, em contra-posição ao legalismo, a reli-gião meramente exterior; de Efésios, proclamando o plano Salvador de Deus em Cristo na História; de Filipenses, uma Igreja comprometida com a vida do missionário,

seu sustento e seu cuidado, expressando a alegria em Cristo; e de Tessalonicenses aguardando com discerni-mento a volta de Cristo, não apagando o Espírito, orando sem cessar e sendo sempre grata por tudo ao nosso Deus e Pai.

O Senhor Jesus quer que a Igreja cumpra muito bem a sua missão de fazer Missões. A obra missionária deve ser feita com prazer em Deus e para Sua glória. Espera-se que a Igreja local e as Juntas missionárias sejam parceiras no cumprimento do Ide de Jesus. Cumpram muito bem suas respectivas funções, tra-balhando juntas em oração, serviço, cumplicidade, inte-gridade e responsabilidade. Igreja e Juntas incansáveis em fazer o bem à semelhança de Jesus (At 10.38). Cuidando excelentemente bem dos seus obreiros dentro e fora do Brasil. Alinhadas no Espírito para fazerem toda a Obra de Deus, à maneira dEle. Igreja e Juntas glorificando a Deus na execução do trabalho missio-nário a fim de que o Brasil e o mundo conheçam Jesus Cris-to como Salvador e Senhor para a Glória de Deus Pai.

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5o jornal batista – domingo, 07/02/16reflexão

nem andemos dando soco no ar, mas sejamos sal da terra e luz para o mundo.

Inicia-se mais um ano, e como sempre acontece neste período, às pessoas fazem inúmeros planos para o novo ano, uns querem o carro, a casa, as noivas sonham em casar, os estudantes sonham com a aprovação em vesti-bulares e concurso público, o empreendedor abrir seu próprio negócio, o desempre-gado quer arrumar um em-prego, e o devedor planeja quitar sua dívida, e por aí vai.

Em meio à análise de tantos planos e projetos para o novo ano, afinal de contas, como as pessoas veem você? Qual legado você está deixando, e o que levará para o futuro?

Certa vez em uma entre-vista a rede BBC, o repórter perguntou a John Sttot, “Re-verendo, como você gostaria de ser lembrado”? De imedia-to, ele respondeu: “Quero ser lembrado como um cristão medíocre, que foi resgatado, e teve o desejo de expandir, relatar e viver a Palavra de Deus”.

Rompa com os prazeres deste mundo, saia da sua zona de conforto, sirva a

Deus com todas as suas for-ças, honre a Deus com sua vida, liberte-se de seus ví-cios e pecados, propague a salvação, largue suas redes e siga a Jesus, seja sal da terra e luz do mundo, seja um cooperador, ajudador, companheiro, dileto, notá-vel amigo, como foram os irmãos de Romanos 16 para Paulo. Deixe heranças vivas, deixe legados prósperos, deixe marcas de valor, para que no futuro digam como canta o Grupo Logos:

“Quero pisar sobre estas marcas de valor, pagar o pre-ço de alguém que se dispôs atender a mesma voz que hoje chama e diz: “Segue--me!”. Não importa o que eu tenha que deixar quero levar comigo minha tão peque-na fé pra repartir por onde Deus me permitir andar. Seu amor”.

Por fim, trago ainda as be-las palavras de Robinson Ca-valcante “A vida passa rápi-do. Não é a duração da vida o mais importante, mas sim a capacidade de transformá-la em algo significativo”. Então, coloque ai na sua lista para esse ano, serei um cristão autêntico. Amém.

Hamarsom Rodrigues de Sousa, membro da Igreja Batista em Taquari - Teresina-PI

Fazendo a leitura rá-pida do texto de Ro-manos 16 é provável que não percebamos

muitas coisas, a não ser uma diversidade de nomes estra-nhos, porém, o apóstolo Pau-lo prestou saudações honro-sas a companheiros que lhe deixaram boas marcas. Ele escreveu a epístola que esta-va sendo levada por Febe a Roma, e ali ele fazia menção específica a seus cooperado-res, exemplos de homens e mulheres que se deixaram ser usados por Deus no au-xílio da Obra de Cristo, feita por Paulo.

Um belo exemplo encon-trado são os de Pricila e Aqui-la, considerados por Paulo como seus cooperadores, e que chegaram a arriscar suas próprias cabeças pela vida do apóstolo. Em plena persegui-ção aos cristãos mantinham uma Igreja dentro de sua residência em Roma. Perce-ba algo importante, naquele tempo era muito perigoso apenas ser um cristão, ima-

Edson Alves, pastor da Primeira Igreja Batista em Vila Farrula, em São João de Meriti - RJ

Quando estamos diante de uma situação adversa temos a tendência

de supervalorizar tal condi-ção. “Estou passando por um problemão”, dizemos. Não tardamos em destacar que estamos em condição desfa-vorável. E alguns até dizem: “Tudo está contra mim”.

Infelizmente, temos tal ten-dência. Às vezes acabamos de superar uma situação des-sas e estamos lá novamente a murmurar e lamentar. Os amigos de Jó não perderam tempo em deixá-lo desconfor-tável em relação a sua fé em Deus. Os discípulos no barco com Jesus logo entraram em desespero, mesmo com o

gine ter uma Igreja dentro de sua casa. Quantos hoje têm a liberdade religiosa, concedida pela Constituição, e simplesmente não pregam a Obra da Cruz, alegando desculpas esfarrapadas.

Andronico e Júnia, “no-táveis entre os apóstolos”, foram companheiros de pri-são de Paulo, irmãos que sofreram com ele as dores do cárcere por pregar o Evange-lho de Cristo. Hoje, existem pessoas nas Igrejas que se autodenominam crentes, que têm vergonha até de expor para o meio em que vivem que são cristão.

Ampliato foi chamado de, “dileto amigo no Senhor”, o primeiro pensamento que me vem à mente é que ele era re-almente um grande amigo de Paulo, alguém de confiança, era talvez aquele com quem Paulo desabafava e chorava, falava de suas tristezas e me-dos, era aquele que Paulo dizia, senta aqui e me ouve. E você, alguém pode te chamar de dileto amigo?

Trifena, Trifosa e Persides trabalhavam pregando a res-surreição de Cristo, a sau-dação de Paulo a elas não demonstra um sentimento

Mestre a bordo. Sim, muitas vezes cedemos em relação a fé e admitimos que somos vulneráveis a certas situações.

Aquilo que é possível po-demos fazer tranquilamente, Deus nos deu capacidade para pensar e agir em deter-minadas situações, mas quan-do é algo que foge da nossa capacidade de domínio, de entendimento, quando esta-mos limitados por certas cir-cunstâncias, o que fazemos? Qual a atitude a tomar?

Só há uma coisa a fazer, entregar tudo nas mãos do Senhor. Mas isso implica em admitir que não somos autossuficientes. Que não so-mos tão bons assim o quanto parece. E não podemos relu-tar. Às vezes dizemos e até cantamos “Tudo Entregarei”, mas não saímos da murmu-ração. Alguns só reclamam, comentam o problema com

vago, mas sim que elas se es-meram se afadigam no labor do Senhor, davam o sangue pela obra. E Você o que tem oferecido a Deus? Onde tem posto o seu melhor?

Enfim, ele saúda Rufo, a qual considera “eleito no Se-nhor”, e também à sua que-rida mãe, “A qual tem sido verdadeira mãe para mim”, a saudação de Paulo a Rufo é um das mais belas decla-rações que um colaborador poderia receber do apóstolo, era pra alguém apreciado, a impressão que fica é de que Paulo considerava Rufo um cristão de destaque, um salvo em Cristo.

Observando o legado dos irmãos acima, creio que ho-diernamente também po-demos deixar boas marcas, ações, reações e expressões do tipo. Dar a outra face, pedir perdão, perdoar, ter uma grande fé em Cristo, crer incondicionalmente na cruz, ser um cristão autentico defi-nirão quais marcas deixare-mos para nossos filhos, para o pastor, o irmão, para o ami-go, para o seu inimigo, para o seu chefe ou subordinado e também para a sociedade. Assim, não corramos à toa,

várias pessoas e não se colo-cam aos pés do Senhor, não suplicam, não clamam. Mas Jesus tem interesse em ouvi--lo, mesmo sabendo das tuas angústias. “Que queres que te faça”? Perguntou ao cego. É óbvio que Jesus sabia a sua necessidade, mas Ele queria ouvir. E Jesus quer te ouvir, o que tens a pedir? Qual é a tua necessidade? O que te atormenta? Fale com Deus, não perca tempo. Ele é o Deus do impossível.

Não deixe nada atrapalhar a sua confiança em Deus. Ele é grande, poderoso e miseri-cordioso. Ele pode todas as coisas. Confie plenamente no que o Senhor Deus podes fazer por ti. Peça perdão pe-las tuas faltas, deixe o Espírito Santo te encher, e tenha uma vida plena com Deus. Com certeza sua alegria e esperan-ça serão restauradas.

Cleverson Pereira Do Valle, pastor, colaborador de OJB

Vivemos em um mun-do cheio de dificul-dades. Muitas pes-soas estão sofrendo,

chorando, estão tristes e sem esperança. Famílias estão en-lutadas, muitos estão desem-pregados, em uma cama de hospital, outros estão presos.

Há uma grande desconfian-ça pela maioria dos brasilei-ros quanto ao futuro político. No passado, uma frase foi muito repetida: “A esperança venceu o medo”, hoje a frase que fica é: “O medo destruiu a esperança”.

Não tem coisa pior do que falta de esperança, as pessoas ficam desconfiadas, não têm segurança, não tem certezas.

Há sempre uma interrogação, será que vai melhorar?

Em meio a dúvidas e ques-tionamentos não podemos ficar quietos. Como cristãos devemos apresentar Jesus Cristo, a nossa esperança. A Bíblia diz que Jesus é a nossa esperança, Ele já esteve neste mundo e discipulou homens. E através do exemplo dEle, es-ses homens treinaram outros e o Evangelho chegou até nós.

A solução para um mundo em crise é Cristo. Ele veio bus-car e salvar o homem perdido.

Coloque sua esperança em Jesus, não coloque em algo passageiro. Leve esperança para os que não têm esperan-ça. Só através de Jesus Cristo as pessoas podem voltar a sor-rir novamente. Ele prometeu o céu para os que creem nEle.

Leve esperança

O nosso Deus é grande

Que legado você está deixando ao longo de sua vida?

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6 o jornal batista – domingo, 07/02/16

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7o jornal batista – domingo, 07/02/16missões nacionais

Redação de Missões Nacionais

Em São Paulo, a equipe da Cristolândia vol-tou a fazer mutirão de limpeza contra a den-

gue. Desta vez, missionários e alunos estiveram nas ruas de Itaquaquecetuba, varren-do e retirando objetos que impedem a água escorrer. E assim, eles ajudaram de forma preventiva, impedindo a formação de poças em um período de grande ocorrên-cia da doença.

“Nós entendemos que o nosso projeto nasceu para servir e servir com exce-lência. Que o nome do Se-nhor Jesus seja glorificado em tudo”, declarou o pastor Humberto Machado, missio-nário coordenador do Projeto

Redação de Missões Nacionais

Com o objetivo de impactar ainda mais vidas no Amazonas, a Junta de Missões

Nacionais (JMN) está promo-vendo outra viagem missioná-ria ao Amazonas. De 13 a 18 de agosto, os participantes te-rão a oportunidade de visitar comunidades ribeirinhas do estado. O objetivo da viagem é realizar ações de compaixão e graça, bem como evange-lização e multiplicação de discípulos nas comunidades.

Após serem recebidos no aeroporto de Manaus - AM, os voluntários serão levados para o barco ‘O Missionário’, que os levará para as comuni-

Cristolândia no estado de São Paulo.

Na outra vez que esteve nas ruas, também realizan-do limpeza para prevenir a dengue, a equipe atuou em Guarulhos - SP, onde também existe uma unidade do projeto. Pastor Humberto também esteve com eles e, depois, em sua página do Facebook, destacou o fato de homens que um dia foram apontados como “pessoas que sujam as ruas” agora es-tão recuperados das drogas, experimentando nova vida em Cristo, e promovendo limpeza das vias.

Louvamos a Deus pelas vi-das recuperadas pelo Projeto Cristolândia, e também por ações como esta que além de ajudarem a população, con-tribuem para a propagação

dades. Durante a navegação, eles também participarão de um congresso missioná-rio, que os preparará para as ações evangelísticas.

As atividades realizadas junto aos ribeirinhos incluem aborda-gem direta (evangelismo pesso-al), visitas às casas, atendimento odontológico, atividades com as crianças, entre outras.

O investimento necessário para participar da viagem é de R$ 1.600,00 e não inclui a passagem aérea. Entretanto, o valor cobre alimentação (café da manhã, almoço e jantar), acomodação no bar-co e todas as despesas com transporte do aeroporto de Manaus até os lugares progra-mados, bem como o retorno ao aeroporto de Manaus.

do verdadeiro Evangelho, que une fé e obras.

Interceda pela Cristolândia. Para apoiar este Projeto com ofertas, escreva para [email protected] ou faça contato com

Para participar, é necessário também estar vacinado contra febre amarela e tétano. Os organizadores também soli-citam carta de recomendação do pastor da Igreja de cada voluntário, que deverá ser en-viada para o e-mail: [email protected]

Para mais informações, entre em contato com:Daniela Goldman: (21) 2107-1811 / (21) 96421-9490 (WhatsApp)Pastor Renato Ouverney: (21) 2107-3861Pastor Hélio: (92) 99391-1598 (WhatsApp) – Missionário coordenador do Projeto no barco ‘O Mis-sionário’ em Manaus

a Central de Atendimento de Missões Nacionais: Rio de Janeiro: (21) 2107-1818 / Outras Capitais e Regiões Metropolitanas: 4007-1075 / Demais localidades: 0800-707-1818.

Cristolândia SP volta a fazer mutirão de limpeza nas ruas

Equipe promovendo limpeza nas ruas

JMN organiza mais uma viagem missionária para o Amazonas

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8 o jornal batista – domingo, 07/02/16 notícias do brasil batista

Paloma Furtado, jornalista

Com base no tema “Pra você, o amor”, fundamentado em João 3.16, a Juventu-de Batista Brasileira (JBB) realizou mais um Pés no Arado, projeto missionário

que acontece anualmente em uma região do país. Para 2016, o local escolhido foi Ilhéus, na Bahia, e aconteceu entre os dias 02 e 12 de janeiro. Cerca de dez estados foram representados por 87 jovens que participaram da iniciativa, que traz a proposta de levar o amor e a Palavra de Deus através de ações evangelísticas e sociais. Além dos voluntá-rios inscritos, a JBB contou também com a parceria da Juventude Batista Baiana (JUBAB) e apoio da Juventude Batista Grapiunense (JUBAG) e pastores e membros das Igrejas locais que abriram as portas para receber o Projeto.

“A recepção dos pastores e das Igrejas que receberem as equipes foi maravilhosa. ‘Entraram de cabeça’ no Projeto e se dedicaram ao máximo para receber e atender os missionários. Apesar de toda dificuldade de falta d’água na região, todos os voluntários estavam focados e dispostos a amar e servir o povo baiano. Durante o tempo em que eu percorri as bases, algo que percebi de forma muito clara é que este era o tempo escolhido por Deus para estarmos na Bahia desenvolvendo este Projeto e com o tema proposto para este ano: “Pra você, o amor!””, destaca Daiane Lacerda, coorde-nadora do “Pés no Arado” 2016.

No período do treinamento os participantes tiveram como Igreja-base a Igreja Batista Memo-rial de Ilhéus, que além de sediar o treinamento e o “Culto da Vitória”, também recebeu grupos de voluntários. Além desta, também receberam equipes as Igrejas: Memorial em Sambaituba (Pastor Abraão Silva); Igreja Batista Ebenézer – Congregação no bairro Mambape - (Pastor Robson Alves); Igreja Batista Betânia em Itabuna (Pastor Herval); Igreja Batista em Itajuípe (Pastor Elias Moreira); e Igreja Batista Sinai em Almadina (Pastor Robson Santos).

Nos dois primeiros dias os voluntários passam por um período de capacitação, quando aprimo-ram suas habilidades e ouvem testemunhos com a intenção de encorajá-los para a saída ao campo. Este ano, dentre outras oficinas, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir as experiências do pastor Cézar Queiroz, da Junta de Missões Mundiais (JMM), que anteriormente estava com sua família no deserto do Atacama, na cidade de Iquiqui, no Chile, desenvolvendo um trabalho missionário, e agora atua como mobilizador da JMM na Bahia.

A palavra do pastor Cezinha, como é carinhosa-mente conhecido, foi baseada no texto de Jeremias 1.5 e Mateus 3.3, quando enfatizou a responsa-bilidade de levar o Evangelho de Cristo a outros.

“Nós fomos chamados para preparar o caminho, assim como João Batista fez. Preparar o caminho é preparar o coração para a chegada de alguém especial, é preparar o ambiente e as pessoas para que elas venham receber a Cristo”, afirma pastor Cézar Queiroz.

A coordenação das oficinas de estratégias para evangelismo e também a divisão dos grupos e os locais para onde cada equipe iria foram or-ganizadas pela equipe de Missões da JBB, que

coordenou todo o Projeto através dos jovens Ronan Lima, Kryslla Coelho e Daiane Lacerda. Para auxiliá-los em relação aos trabalhos desen-volvidos nos campos foram escolhidos 12 líderes, que durante os oito dias em que estiveram nos bairros propostos para cada equipe, orientaram os voluntários em relação as atividades que ali seriam desenvolvidas. Cada líder, segundo Ronan Lima, foi escolhido por Deus antes mesmo do Projeto iniciar.

“Quando pensamos nos líderes para o “Pés”, a gente ora e lê várias vezes a lista de inscri-tos. Vemos alguns nomes conhecidos, outros indicados, gente que já foi ao Projeto e gente que vai de primeira. O grande lance é perce-bermos o movimento de Deus no Reino e nos atentarmos que aquela é a oportunidade de al-guém. Neste ano, todos trabalharam em duplas. Inicialmente, não era essa a ideia, mas olha o movimento aí. É Ele quem direciona os líderes, quem monta as equipes e une as “famílias”, destaca Ronan Lima.

Alguns desses líderes, inclusive, participaram pela primeira vez do Projeto, como é o caso da voluntária Suzana Diks, de Mesquita – RJ.

“Tive muitos medos, mas me apoiei na seguran-ça dos céus! Então, me entreguei a isso. Descobri uma liderança que nunca vivi, uma liderança verdadeira e realmente significativa. De repente, minha experiência precisou ser reinventada e viver isso foi maravilhoso. A cada ação via o agir de Deus, aprendi a treinar a fé, a compartilhar de verdade, a superar dificuldades e desafiar a galera. E fazer isso com outra pessoa liderando junto foi sem igual!”, afirma Suzana.

Após o treinamento, os grupos dividem-se e seguem para os campos. Logo na chegada acon-tece algo muito especial, que é a conversa entre a equipe para que venham conhecer um ao outro. Neste momento são formadas as “famílias”, como os voluntários do “Pés” normalmente chamam os seus grupos, afinal, convivem e compartilham cada segundo deste período de oito dias, o que gera intimidade, companheirismo e amor, como ressalta Kryslla Coelho, uma das líderes da equi-pe que hospedou-se na Igreja Batista Sinai em Almadina.

“Em um dos nossos devocionais conversamos sobre João 17.20-21, onde está registado que Jesus orou pedindo a Deus que desse união àqueles que haveriam de crer na mensagem dos discípulos. No versículo é mostrado que essa união tem como propósito mostrar que Jesus foi enviado por Deus como prova de amor. Ficou claro que só podería-mos mostrar o amor dEle à cidade de Almadina se antes esse amor estivesse visível entre nós”, relata a voluntária carioca.

Cada “família” traz suas próprias características e atua de modo diferente no campo, apesar das propostas de atividades serem iguais para todas as equipes. Cada bairro e Igreja possui o seu perfil, necessidade e desafio, assim como cada participante tem sua habilidade e personalidade específicas, o que torna o trabalho completamente flexível, como exemplifica Barbara Evelin, que foi uma das líderes da equipe que trabalhou em Itajuípe, a “Família Aliança”.

“Em uma das noites, refletindo sobre como foi o dia, nos questionamos se os nossos planos eram os de Deus e nos dispusemos diante dEle, ajoelhados, unidos em oração, a viver o que Ele quisesse. E se essa fosse a vontade dEle mudaríamos tudo. E aí tudo começou a mudar, até o nosso dia de folga. Foi lindo ver que os planos de Deus jamais podem ser frustrados. Vimos a ação de Deus em cada detalhe”, ratifica a líder Beatriz.

Em Itabuna, por exemplo, dentre todas, a grande dificuldade que a “Família Palmas D’água” encon-trou foi a escassez de recursos hídricos. Liderados por Izabel Xavier e Suzana Diks, os voluntários lidaram com desafios que não faziam parte de suas rotinas, como comenta Izabel:

“No primeiro momento ficamos apreensivos pela falta d’água por conta do trabalho com a comunidade. Mas colocamos essa situação na presença do Senhor em oração, e na mesma noite teve uma chuva abençoada, e no dia seguinte o pastor, em contato com a prefeitura, conseguiu um carro-pipa para abastecer a caixa d’agua, e assim conseguimos realizar as atividades. Vale ressaltar que não chovia na localidade há algum tempo, e segundo a palavra do pastor Herval, foi só o grupo do “Pés no Arado” chegar que a chu-va começou. Em todo tempo o Senhor mostrou o Seu cuidado e sentimos que o nosso trabalho estava alegrando o coração dEle”, acrescenta a cearense Izabel Xavier.

Ratificando que a realidade dos bairros selecio-nados para as ações são bem diferentes e que cada equipe vive experiências únicas, é possível citar o que viveram os participantes do “Pés” que atuaram em Mampabe, na Congregação da Igreja Batista Ebenézer. A “Família Linda Ebenézer” relata que teve água de sobra, contudo, enfrentaram muitas dificuldades para a realização das atividades nos primeiros dias do Projeto, como conta o voluntário capixaba Aleksander de Souza.

“No início foi difícil. Por um lado estava o medo, por conta de não conhecermos o bairro e pelas notícias que tivemos de lá. Parecia ser bastante perigoso. Por outro lado, a falta de saber ao certo o que fazer diante dessa realidade, quais ações realizar, como e onde nos deixou aflitos. Difi-culdades essas que rapidamente foram vencidas. Deus claramente orientou nossa família ao que devíamos fazer e percebemos que esse medo não era necessário, diante do carinho que recebemos de todos os moradores”, diz Aleksander de Souza.

“Bota amor, que é AMOR que faz a diferença”

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9o jornal batista – domingo, 07/02/16notícias do brasil batista

O Pés, segundo quem participa, é uma experiên-cia que mexe com a mente, alma e coração. Cada voluntário é tratado em áreas específicas da vida e cresce com os vários ensinamentos que adquire, tanto na convivência com os demais participantes, como nas ações realizadas. Em 2016 a “Família Sambaítuba” foi um desses exemplos.

Hospedados em um local de difícil acesso à internet e sinal telefônico, em um mundo total-mente tecnológico, quando a maioria dos jovens está completamente imersa nas redes sociais, ficar mais de uma semana longe do celular pode ter sido um grande desafio para os que compuseram esta equipe, mas um desafio que valeu a pena, como declara o participante Deglier Vasconcelos, morador de São João de Meriti – RJ.

“Foi uma experiência ímpar. De uma forma invo-luntária, não perdemos nosso tempo e não fomos interrompidos pelas redes sociais. Podendo, assim, nos dedicarmos de modo integral ao Projeto”, ressalta o participante.

Como já citado, o Projeto “Pés no Arado” é comple-tamente flexível, e cada ano conta com as surpresas de Deus. Em 2016, a princípio, seriam oito equipes espalhadas por Ilhéus. Após o início do Projeto, definiu-se que o número seria cinco. Foi quando Deus

surpreendeu a liderança do Projeto e presenteou a coordenação com mais um campo. Ou seja, seriam seis “famílias” em vez de cinco. Fernanda Novaes e Rafael Nascimento, ambos do Rio de Janeiro, coor-denaram esta sexta equipe, que ganhou o nome de “Família Resgate”, e fez história no Pés 2016 através da composição da música tema deste ano, “Pés no Arado”, composta pelos voluntários Rafael Nascimen-to e Diego Jami. Confira a letra da canção:

PÉS NO ARADO(Rafael Nascimento e Diego Jami)

Perdido estava eu andando por aí sem rumo, sem esperança Buscando encontrar a voz que outrora ouvi E enfim me derramar Sinto que o teu amor me alcançou E dessa graça sou refém Nada pode me tirar desse lugar Eu fui resgatado Coloquei meus pés no arado Eu não vou mais resistir Meu chamado vou cumprir Tua voz me chama Eu vou seguir teus passos hoje aqui Espalhando teu amor pelas nações Tua voz me chama Eu vou seguir teus passos hoje aqui Espalhando teu amor

“Bota amor, que é AMOR que faz a diferença”Ao encerrar o oitavo dia de atividades, incluindo

o dia de folga, quando os voluntários aproveitam para descansar e aproveitar um pouco das belezas da cidade, os jovens se reuniram novamente na Igreja Batista Memorial de Ilhéus para celebrar o tão aguardado “Culto da Vitória”. Essa noite é de-dicada para o compartilhar do testemunho de cada equipe. É um momento muito emocionante, pois além de reencontrar os amigos de caravana – que são separados após o treinamento - os voluntários têm a oportunidade de se despedir dos pastores e irmãos das Igrejas que acolheram os grupos.

Como você pôde perceber, o Projeto missionário “Pés no Arado” vai muito além de evangelismo e ações sociais, embora essa seja a proposta inicial. É a demonstração prática do amor de Deus derrama-do na Cruz pelos seus filhos. “Há muito pra fazer, não há mais tempo pra olhar pra trás...”, parafra-seando a música da banda “Quatro por Um”, “Eu tenho um chamado”, não olhe para trás, olhe para o futuro e para o quanto Deus deseja usar a sua vida, apenas disponha-se a ser canal de bênçãos nas mãos dEle. Ele não espera que você tenha técnicas específicas de evangelismo para o Ide. É claro que é importante a capacitação, porém, o fundamental você já tem, que é a Bíblia, onde encontram-se as palavras de Vida Eterna, que podem transformar a vida de muitos que estão ao seu redor.

Envolva-se com Missões, envolva-se com o que Deus está fazendo no mundo. Coloque o Projeto “Pés no Arado” diante de Deus, e coloque-se tam-bém à disposição. O local do próximo “Pés” ainda não foi divulgado, mas quem sabe em 2017 você também não seja um desses voluntários. Você terá os próximos meses para pensar, orar e organizar-se financeiramente. Fique de olho no site da Juventude Batista Brasileira (http://www.juventudebatista.com.br/) e na página no Facebook (https://www.facebook.com/juventudebatistabrasileira). Lá você encontra todas as novidades. Que Deus abençoe a sua vida!

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10 o jornal batista – domingo, 07/02/16 ponto de vista

Edvar Gimenes de Oliveira, pastor da Igreja Batista da Graça, SSA e presidente da Convenção Batista Baiana

A corrupção foi perce-bida como o maior problema do Brasil em pesquisa feita

pelo Datafolha em novembro de 2015. Ela é endêmica no país. Com ela não apenas convivemos pacificamen-te, mas também a servimos quando rimos do “jeitinho brasileiro” e o enaltecemos como patrimônio cultural. Mas, desde que a “Operação Lava Jato” ocupou a mídia, confirmamos que, em vez de rir, deveríamos chorar. Ela deve ser combatida e, jamais, enaltecida.

Gerson, o canhotinha de ouro da Seleção Brasileira

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

A cansada ex-profes-sora se aproximou do caixa da farmá-cia. Sua perna es-

querda doía e ela tinha espe-rança de não ter-se esquecido de nenhuma de suas pílulas: Para pressão alta, vertigem e um monte de outras doenças. Agradeço a Deus por estar aposentada, ela pensava. Não tenho mais energia para ensinar. Chegando à fila do caixa, ela percebeu a apro-ximação de um homem com quatro crianças e a esposa grávida. A professora não poderia deixar de notar a tatuagem em seu pescoço. Esteve na prisão, pensou. Ela continuou examinando. Sua camisa branca, cabeça ras-pada e calças largas e velhas induziram-na a imaginar: Ele é membro de alguma gangue. A professora ten-tou deixar o homem passar antes dela. “Você pode pas-sar primeiro”, ela ofereceu. “Não. A senhora primeiro”, ele insistiu. “Não. Você tem

de Futebol de 1970, popula-rizou a frase “O importante é levar vantagem em tudo, certo?”. Agora, está mais do que evidente o prejuízo des-se tipo de filosofia de vida. O patrimônio público é o que mais tem sofrido. Ele tem sido dilapidado, como se não fosse de ninguém, quando é fruto do nosso trabalho, dos nossos elevadíssimos impostos.

É triste ver cofres públicos sendo arrombados por aque-les que foram por nós eleitos, por aqueles que são muito bem pagos para administrá--los em favor do bem da co-letividade. Mais triste ainda, é aqui e ali ouvirmos sobre malversação no uso dos dí-zimos e ofertas devolvidos à Igreja e compartilhado com órgãos denominacionais.

as crianças com você”, dis-se a professora. “Devemos respeitar as pessoas mais velhas”, retrucou o homem. E dito isto, gesticulou in-dicando o caminho para a professora. Um leve sorriso cintilou em seus lábios quan-do ela passou na frente dele. A professora decidiu que não poderia deixar o momento passar em branco, virou para trás e perguntou: “Quem lhe ensinou suas boas manei-ras?”, O rapaz respondeu: “A senhora, professora Simpson, na terceira série...”.

Essa pequena narrativa, de Paul Karrer, tem uma versão similar no Livro “Motivado para vencer”, volume 2, de D. D’Cartio. Olhando com profundidade em cada uma de suas linhas, vê-se que não se trata apenas de “boas maneiras”. Pode-se observar que a mensagem claramente também nos dá a resposta para a mudança do mundo: A professora Simpson fez algo de bom e, talvez, não acreditasse mais em ver os frutos do seu trabalho. Assim somos nós! Vemos tantas

Malversação do dinheiro alheio, especialmente dos dízimos e ofertas, é um tipo de corrupção que também precisa ser combatido.

Alegra-nos ouvir de gente empenhada no combate à corrupção. Alegra-nos quan-do Batistas se destacam no combate a este câncer social, como é o caso de Deltan Dallagnol, procurador-chefe da força tarefa da Operação Lava Jato. Membro de Igre-ja Batista, se apresenta no twitter como “seguidor de Jesus” e tem desempenhado sua função com reconhecida competência. Tem sido um dos líderes do projeto de lei de iniciativa popular, co-nhecido como “10 medidas contra a corrupção”.

Esse projeto apartidário merece todo apoio de nossas

desgraças acontecerem que passamos a desacreditar em alguma solução.

Como chegar ao amanhã? O escritor D. D’Cartio res-ponde: “Primeiro é preciso querer chegar lá. Em seguida, devemos escolher as pousa-das onde descansar e refletir a respeito do próximo cami-nho a percorrer. Depois, a cada passo do caminho, per-guntar o que fazer com as pe-dras encontradas na estrada, nas margens e no horizonte. Olhar alternadamente no futuro e a um metro dos pés. Finalmente e sempre: Sentir e caminhar, caminhar e sentir, sentir e caminhar”.

Para a grande imprensa, o ano político de 2015 “é despudorado”, como nos assegura o grande colunis-ta José Roberto de Toledo, do Jornal “O Estado de São Paulo”. Um trecho de seu ar-tigo na véspera do Natal de 2015, página A5 - Política - dizia: “Os deputados trocan-do tapas ao vivo na - onde mais? - Comissão de Ética. Temos 36 pedidos de impe-achment contra a presidente

Igrejas. Se aprovado, ele não eliminará a corrupção, pois ela brota em corações que não aprenderam a “buscar o Reino de Deus em primeiro lugar”, mas possibilitará que seja menos atraente pelas pe-nas a que serão submetidos os que com ela se envolve-rem.

Igrejas, Associações e Con-venções Batistas do Brasil estão comprometidas com o levantamento de um milhão e quinhentas mil assinaturas. Quando escrevo este texto, já estamos em 1 milhão. Leve sua Igreja a cooperar, seguin-do os seguintes passos:

1) Acesse a página: http://www.combateacorrupcao.mpf.mp.br/10-medidas;

2) Imprima o formulário para coleta de assinaturas;

3) Consiga que pessoas de

da República, dezenas de parlamentares arrolados na lista de Janot, seis inquéritos no STF contra o presidente do Senado, pedido de afasta-mento da Câmara, centenas de mandados contra figurões da República, detenção de banqueiro, condenação em série de empreiteiros, pa-cotes de dinheiro jogados pela janela... Quando tudo é escandaloso, nada mais escandaliza”. Como cristão e cidadão de bem, sinto muita vergonha disso tudo. Choro pelo país que vamos deixar pra outras gerações! Uma pena.

Mesmo com tantas notícias de roubalheiras, não pode-mos desistir. Como cristão ainda tenho fé de que algo novo e ousado vai mudar tudo que está aí. Não são os homens que têm nas mãos as rédeas dos acontecimen-tos. Nenhum dos políticos “sem-vergonha” que estão governando o Brasil ficarão impunes. Se alguém adminis-trou de maneira irresponsável não tem que ser apenas pas-sado por processo de Impea-

sua família, Igreja, escola, trabalho, etc., assinem;

4) Entregue os formulários preenchidos, pessoalmente ou pelos correios, para o Mi-nistério Público Federal, cujo endereço está disponível na internet.

Finalmente, entenda como a corrupção funciona lendo, por exemplo, “Dr. Corrup-ção”, da Editora Artem Vi-vendi; estimule sua Igreja a pregar mensagens e fazer es-tudos bíblicos sobre corrup-ção. Isso estimulará pessoas a não cederem à tentação de serem corruptas e a serem “Irrepreensíveis e sinceras, filhas de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp 2.15)

chment. Tem quer ser preso imediatamente para servir de exemplo. Cadeia e devo-lução do dinheiro roubado, pois, ao que tudo indica, mi-lhares de trabalhadores serão demitidos neste ano de 2016 por causa das trapalhadas na economia. Aqueles que se aproveitaram do povo, que agiram como verdadeiros tiranos contra a Nação, terão que prestar contas. Eles só estão no poder por permis-são do Criador e o aviso é claro: Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. Seja em Brasília, em Presidente Venceslau ou quaisquer ci-dades do país, que nenhum político se esqueça da razão por que foi eleito. Todas as vezes em que alguém está fazendo alguma coisa erra-da, Deus está do outro lado. Deus é aquele que vê tudo. Seremos julgados também e, principalmente, pelas coisas quer fizermos às escondidas. O grande alerta é esse: Quem usou de má-fé e mentiu aos eleitores, que pague o dano que causo. Essa é a minha grande esperança para 2016.

Departamento de Ação Social da CBB - Faces da Missão

Os Batistas e o combate à corrupção

Ainda queima a esperança...

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11o jornal batista – domingo, 07/02/16missões mundiais

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

O fluxo migrató-rio de refugiados tem s ido uma das prioridades

de Missões Mundiais, que vem acompanhando a crise humanitária deflagrada há cerca de três anos. Milhares de pessoas saem de seus paí-ses, principalmente do Norte da África e Oriente Médio, fugindo da fome, miséria, perseguição e conflitos. O destino da maioria dessas pessoas é a Europa, porém também tem crescido o fluxo de refugiados que vêm bus-

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

Investimento na capaci-tação de missionários e coordenadores tem feito parte do dia a dia da Jun-

ta de Missões Mundiais para que a tarefa de levar a men-sagem da esperança em Cris-to aos povos e nações não alcançados continue sendo cumprida com excelência.

No dia 15 de fevereiro acon-tecerá no templo da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro a solenidade de formatura do Master of Theological Studies, curso de teologia com ênfase em missões. Dois represen-tantes da família JMM estarão se formando na ocasião: Os pastores Paulo Pagaciov, mis-sionário em Portugal e coor-denador da JMM na Europa, e

car asilo no Brasil.Por ser o nosso país destino

de muitos desses refugiados e serem eles provenientes de regiões onde o islamismo é a religião majoritária, Mis-sões Mundiais programou para este ano uma série de seminários para capacitar as Igrejas brasileiras a receber e evangelizar estas pessoas que fogem de seu país em bus-ca de esperança. É o Movi.Mente. O primeiro evento acontecerá na Segunda Igreja Batista de Rio Bonito - RJ nos dias 19 e 20 de fevereiro.

Este primeiro Movi.Mente terá a participação de pre-letores como a missionária

Renato Reis de Oliveira, coor-denador do Cuidado Integral do Missionário. Também estão no mesmo curso, porém, se formarão mais à frente, os mis-sionários Luis César Queiroz e Vládia Soares.

O Master of Theological Studies é uma parceria das Juntas de Missões Mundiais e Nacionais da Convenção Batista Brasileira e do Sou-theastern Baptist Theologi-cal Seminary com apoio da International Mission Board (IMB, agência missionária da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos).

Para o pastor Renato Reis, há mais de 20 anos atuando na Junta de Missões Mundiais e que desde abril de 2015 está à frente da nova coorde-nação do Cuidado Integral do Missionário, algumas das

Anna Thaís, que esteve no Norte da África e ainda em uma nação de maioria islâ-mica no Leste Europeu, e o missionário Caleb Mubarak, que também atuou no Norte da África e em breve retor-nará ao Oriente Médio. O terceiro preletor é Moussa, atuante em um ministério com refugiados que vivem no Brasil, especialmente os oriundos do Oriente Médio. Ele já recebeu refugiados em sua própria casa.

A importância da realização por Missões Mundiais com a Igreja local de um evento como o Movi.Mente é justifi-cada pela escolha do Brasil por

teses escritas pelos forman-dos poderão ser muito úteis ao ministério exercido por Missões Mundiais.

“Eu escrevi sobre o proces-so seletivo da Junta de Mis-sões Mundiais, e outro aluno escreveu sobre o cuidado do missionário aposentado”, ressalta o pastor Renato Reis. “Houve também um colega que dissertou sobre um pro-grama de qualidade de vida para o missionário brasileiro transcultural”, acrescenta.

Participe deste momento especial para Missões Mun-diais e os Batistas brasileiros. A cerimônia de formatura do Master of Theological Studies acontece na segunda-feira, 15 de fevereiro, às 19h, na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (Rua Frei Caneca, 525, Estácio).

muitos refugiados, que encon-tram aqui uma opção para fugir principalmente de conflitos em seus países de origem.

“Quando eles chegam ao Brasil, poucos sabem o que enfrentarão. Por outro lado, a Igreja também não sabe como ajudá-los da melhor maneira. Assim, ambos os lados costumam ficar perdi-dos entre boas intenções”, afirma o coordenador dos Voluntários Sem Fronteiras, Cláudio Elivan, que apoia a organização do seminário.

“Como Missões Mundiais trabalha em várias regiões de origem de refugiados, entendemos que Deus nos

dá esta responsabilidade, de ajudar a Igreja brasileira a melhor recebê-los e a amá--los”, ressalta.

Este é apenas o primeiro Movi.Mente, que começa no dia 19 de fevereiro às 19h30. Para participar deste seminário, você deve fazer sua inscrição diretamente com a SIB Rio Bonito. Se a sua Igreja tem interesse em receber um seminário sobre refugiados, escreva para [email protected].

Visite também www.misso-esmundiais.com.br/refugia-dos, com informações sobre refugiados e projetos da JMM nessa área.

Capacitação de Igrejas para receber e evangelizar refugiados

Formatura marca conclusão de capacitação missionária

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13o jornal batista – domingo, 07/02/16

09 a 11

SetembroPaixão pela Juventude Ceará

23 a 25 Setembro

Paixão pela Juventude Espírito Santo

A partir de um conjunto de estratégias, a JBB realiza a Conferência Paixão Pela Juventude com objetivo de gerar mobilização nacional pela construção e fortalecimento de ministérios de juventude relevantes para comunidade onde a igreja está inserida. A cada dois anos, um movimento de liderança que gera transformação, ideias em movimento, rodas de conversa, trocas de experiência através do potencial que os líderes brasileiros possuem. Celebramos a criatividade e a mistura cultural que enriquece e movimenta a caminhada de líderes que estão dispostos a investirem sua vida no ministério com juventude. Com o tema Utilidade Pública, o PPJ 2016 promete muitas surpresas para a liderança de todo o Brasil. Não fique de fora dessa!

25 a 28 Julho Geração Desafio

Esse projeto é um para adolescentes, e tem o objetivo de promover possibilidades de serviço em uma experiência missionária por meio de atuação em projetos sócio-missionários construídos em parceria com as juventudes estaduais e igrejas locais. Em breve, teremos mais informações!

JBB

Estamos com novidades por aqui! É tanta coisa acontecendo que anda até difícil parar e compartilhar, porque pensar e estruturar cada detalhe dessa próxima temporada JBB tem sido nossa prioridade nesse momento. E não custa lembrar que 2015 foi um ano onde tantas coisas bonitas aconteceram e, por isso, ainda estamos recuperando o fôlego.

Mas agora, a pausa é muito justa pra vir até aqui, já estava ansiosa para te contar sobre 2016. A JBB acredita nos adolescentes e jovens e motivados em nossa vocação desenvolvemos vários programas para essa galera. Temos acompanhado adolescentes e jovens sendo transformados, líderes e pastores sendo desafiados, ministérios sendo revolucionados, e com fé acreditamos que nossos próximos programas vão gerar encorajamento, renovo, persistência, perseverança, experiência com Deus, relacionamentos, compromisso com o Reino e salvação. Vem com a gente. Pra ficar por dentro, nos acompanhe nas nossas redes sociais:

Em uma próxima edição, você fica sabendo sobre

outros Projetos pra 2016.

www.juventudebatista.com.br

[email protected]

facebook.com/juventudebatistabrasileira

15 a 19 Fevereiro

1o Módulo – Pós Graduação

Estamos lançando em parceria com a Faculdade Batista do Rio de Janeiro, no Seminário do Sul, nosso curso de Pós Graduação em Ministério com Juventude.

O curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Teologia e Ministério com Juventude vista capacitar líderes e cristãos em geral para uma atuação cotidiana diferenciada junto aos adolescentes e jovens nos mais diversos no ministérios eclesiásticos.

Para mais informações, bit.ly/1PkWeNi

11 a 13

Novembro 29+ 2016

Novembro é mês para jovens solteiros ou casados com mais de 29 anos se encontrarem em algum canto do Brasil. Após Búzios e Maceió, outra cidade vai nos receber entre os dias 11 e 13/11. Save the date: você não pode ficar de fora desse encontro.

Temporada JBB 2016

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04 Março

Juventude, Fé e Teologia – Rio de Janeiro

Criar oportunidade de diálogo para construção de respostas contextualizadas e fundamentadas na Palavra e disseminar os valores éticos inegociáveis da nossa fé misturado com boa música.

19 Março Escola de Pais

A Escola de Pais é mais um programa da Juventude Batista Brasileira. Percebemos a urgente necessidade de proximidade com os pais e as famílias dos adolescentes. A ideia é que possamos refletir, conversar, ensinar, aprender, compartilhar, descobrir, motivar e encorajar os pais a partir de um diálogo eficiente, abordando temas de grande relevância e que fazem parte do cotidiano e do universo dos Adolescentes.

24 a 31 Julho

Congresso da Juventude Batista Latino Americana – Cancún - México

A cada dois anos, a juventude batista da américa latina se encontra. Em 2016, o México vai receber essa galera para um encontro que promete transformar vidas. Se liga nas nossas redes social que você vai encontrar mais informações.

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14 o jornal batista – domingo, 07/02/16 ponto de vista

Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

Hoje, pregando em várias Igrejas, es-crevendo bastan-te, um blog, dois

sites, apoiando Igrejas, famí-lias e pastores com filhos au-tistas, falando semanalmente na Cristolândia São Paulo, lembro-me dos antigos car-navais. Todos passados em acampamentos para a juven-tude, ora como palestrante, ora como mero participante.

Em 1993, pastoreando a

Juvenal Mariano de Oliveira Netto, membro da Primeira Igreja Batista em São Pedro da Aldeia - RJ

Não exis te cr ise para os donos de academia, para os personal trainers,

para os esteticistas e nem para os cirurgiões plásticos, devido ao mercado crescen-te, formado, na sua maioria, por pessoas em busca de um corpo perfeito; pessoas acre-ditando que os seus maiores problemas serão solucionados ou amenizados na medida em que investirem pesado nele.

Com o valor extremado que se tem dado a aparên-cia física, ao visual, muitos têm se equivocado na in-terpretação da imagem que vê diante do espelho. Este simples objeto é muito limi-tado para lhe outorgarmos a autoridade de nos informar quem somos, na íntegra, pois o que ele consegue transmitir para quem se depara diante dele é uma simples imagem externa. Se fôssemos uma fru-ta, esta imagem representaria apenas a casca dela. O corpo físico apenas não representa o homem na sua magnitude; não somos apenas um corpo; existe por detrás desta figura

PIB de Mauá, realizamos, a convite da irmã Yara, secretá-ria de Educação de Itaporan-ga, um retiro evangelístico. Em 1997 nos transferimos para Ebenézer, e continua-mos a experiência. No meio do ano, ia ao prefeito, pedia as dependências da Escola para nos abrigarmos, ginásio de Esportes, e cozinha muni-cipal. Um coral apresentava musicais dramatizados, com foco evangelístico. Doze novas Igrejas nasceram. Em três delas, com a ajuda dos irmãos americanos, foram

visível uma mente com poder de raciocínio, que comanda todo este corpo e, além dis-to, um espírito, que a Bíblia chama de fôlego de vida. Este espírito é a nossa essência e o responsável por tudo que somos , segundo Gênesis 2.7.

O grande problema não é quando o espelho nos revela traços do envelhecimento da nossa pele, quando nos revela magreza, obesidade ou qual-quer outro tipo de deformidade física; muito pior do que isto é quando a imagem refletida e interpretada pela nossa men-te é conflituosa, insinuando inépcia, covardia, limitação extrema ou até mesmo uma deformidade em nossa forma de pensar e ver as coisas, esta é muito pior que a primeira.

A autoimagem tem sido um divisor de águas para a vida de muita gente, pessoas com o mesmo grau de capacidade dentro de um grupo tomado como referência, mas que agem como se fossem sempre inferiores em tudo. O que pre-cisa estar bem claro para todos é que a visão proporcionada pelo espírito do homem, que alguns interpretam como alma, por estar ligada diretamente as emoções, pode interferir no corpo com muito mais eficá-cia do que o inverso. Prova

construídos templos. Em In-diana, pequenina cidade do interior paulista, há uma vi-brante Igreja, e um belo tem-plo, construído pelos irmãos dos USA, fruto do trabalho de 2010, onde preguei no ano passado.

A partir dessa experiên-cia passei a acreditar que, o melhor, no carnaval, em vez de nos isolarmos, é sair para enfrentar o inimigo, no seu próprio território. Além de novas Igrejas, e cerca de mil conversões, o povo de Deus volta revigorado es-

disto é o que diz Salomão: “O coração alegre é bom re-médio, mas o espírito abatido faz secar os ossos. O Espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito aba-tido quem o pode suportar” (Pv 17.22; 18.14). Tenhamos certeza de uma coisa, nem sempre a autoimagem é real e confiável, como prova desta tese citarei dois exemplos mui-to claros na Bíblia.

O primeiro trata-se de um homem chamado Gideão. Deus mandou um anjo para lhe informar que ele havia sido escolhido para liderar a Israel contra um dos seus inimigos da época, os Midia-nitas, por ser um homem va-lente. A sua autoimagem até então não testificava, pois ele se considerava uma pessoa frágil, sem expressão, vindo de uma família extremamen-te humilde, portanto, na sua visão, incapaz de cumprir a missão lhe imposta. Deus teria se equivocado na Sua escolha? Quem sabe o anjo não o confundiu com outro homem? Leia Juízes 6.

O segundo exemplo está descrito no livro de Núme-ros, capítulo 13, onde narra à história de 12 homens que são enviados para fazerem um reconhecimento da ter-

piritualmente. É oportuno lembrar o belo exemplo dos jovens da PIB de Belém do Pará, que em vez de férias, estão na Cristolândia de São Paulo, por dois meses, em treinamento, para iniciarem a Cristolândia de Belém. É uma experiência radical, como a JMN denomina tal expe-riência.

Finalmente, julgamos que, em vez de condenar os car-navalescos, saíamos ao seu encontro, e, crendo no poder de Cristo para salvá-los da condenação eterna.

ra a ser conquistada pelos Israelitas. Os 12 escolhidos retornaram com um relató-rio contraditório, pois dois afirmavam que era possível conquistar a terra, apesar dos grandes desafios, entretanto, os demais tiveram uma au-toimagem muito negativa, afirmando o seguinte: “...E éramos aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos” (Nm 13.33 b). A autoimagem deles era tão pessimista que além de se verem como gafanhotos, acreditavam que os inimigos também o viam assim.

Deus prova para Gideão que a sua autoimagem estava total-mente equivocada, prova disto é que ele liderou e venceu um grande exército inimigo, demonstrando, na prática, ser um homem valente, guerreiro, líder capaz de realizar proezas nas mãos de um Deus que também é capaz de tratar a nossa baixa autoestima.

Segundo, Deus também prova para aqueles dez ho-mens enfermos na alma, que se achavam meros gafanho-tos, que as suas autoimagens também estavam enganadas. Venceram os gigantes que ha-bitavam a terra e se cumpriu o que o próprio Deus lhes

prometera. O homem para Deus jamais vai sequer se assemelhar a um gafanhoto, pois ele é a menina de seus olhos, primazia da criação, de acordo com Zacarias 2.8.

Portanto, em primeiro lu-gar, não supervalorize a ima-gem que você recebe rela-cionada ao seu corpo físico, pois você poderá um dia chegar à conclusão de que tudo isto não passa de vaida-de, conforme diz Eclesiastes 12.8. Segundo, não confie totalmente na imagem que o espelho te mostra em relação ao seu eu interior. Existe um percentual muito grande de pessoas que, assim como Gideão; os Espias; Moisés, quando foi chamado para libertar o seu povo; e muitos outros personagens Bíblicos, precisam ser tratados quanto as suas autoestimas e, talvez, necessitem que o próprio Deus lhes mostre quem na verdade são: Filhos do Altís-simo; coerdeiros com Cristo, fortes; competentes; versados no conhecimento; perseve-rantes; instruídos em sabe-doria; resilientes e mais que vencedores, tudo isto tendo uma autoimagem através de uma mente cativa ao senho-rio de Cristo, não andando por vistas, senão por fé.

Carnavais de Deus

Você confia no seu espelho?

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15o jornal batista – domingo, 07/02/16ponto de vista

Ebenézer Soares Ferreira, diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói - RJ

José dos Reis Pereira nas-ceu em 04 de fevereiro de 1916, em Pirai, estado do Rio de Janeiro. Seus

pais, Clóvis da Silva Pereira e Rita de Cássia Braga Pe-reira, transferiram-se para São Paulo pouco tempo do seu nascimento. Assim, sua formação intelectual foi no Estado de São Paulo. Seu nome completo era José dos Reis da Silva Pereira.

Foi casado com a professo-ra Darcília Moreira Pereira, desde 10 de abril de 1943. Desse consórcio, nasceram os filhos Clóvis e Helena.

Era bacharel em Ciências e Letras pelo Ginásio do esta-do de São Paulo, em 1935; bacharel em Teologia, pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Rio de Ja-neiro, em 1940; licenciado em Letras Neolatinas pela Faculdade Nacional de Fi-losofia, Rio de Janeiro, em 1941; licenciado em Letras, pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1958.

Foi ordenado ao ministério Batista em 29 de dezembro de 1941, assumindo logo o pastorado da Igreja Ba-tista do Rocha, no Rio de Janeiro, em cujo pastorado permaneceu até sua morte. Concomitantemente à Igreja Batista do Rocha, pastoreou outras Igrejas: Vieira Fazenda (1946), Vila Rosali (1961), Copacabana (1961), Todos os Santos (1969) e Riachuelo (1982).

Foi pastor interino das Igre-jas: Vieira Fazenda, Copa-cabana, Grajau (Hoje, Bom Retiro), Anchieta e Quinze de Novembro.

Foi professor de Literatura e Francês no Colégio Batista Shepard, de 1942 a 1943. Foi professor titular de História Eclesiástica no Seminário Te-ológico Batista do Sul do Bra-sil, de 1944 a 1978 (34 anos) onde, por vários anos, lecio-nou também História das Religiões, Velho Testamento, Grego I, Psicologia Pastoral, Administração Eclesiástica, Homilética, Ministério Pasto-

ral e Português. E também foi professor no IBER – Instituto Batista de Educação Religiosa –, de 1962 a 1963.

Como jornalita, foi diretor responsável do “Ariel”, órgão de alunos do Ginásio do Esta-do de São Paulo, 1933-1934. Foi redator de “A Voz da Mo-cidade”, órgão da Assembleia da Mocidade Batista Carioca, 1937-1938. Foi redator de “O Jovem Batista”, órgão da Assembleia da Mocidade Batista Brasileira, 1939-1946.

Foi redator de “O Batista Federal”, que depois pas-sou a se chamar “O Batista Carioca”, órgão oficial da Convenção Batista do Distri-to Federal, hoje, Convenção Batista Carioca, 1943-1947. E também foi diretor de “O Jor-nal Batista”, órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, de 1964 a 1988.

Outras atividades denominacionais

Foi presidente, por quatro vezes, da Convenção Batista do Distrito Federal, que se tornou depois Convenção Batista Carioca: 1948, 1949, 1970, 1971. Foi secretário da Convenção Batista Brasileira: 1945, 1946, 1948, 1951, 1957, 1958, 1970, 1975 e vice-presidente da Conven-ção Batista Brasileira: 1954, 1956, 1961, 1962, 1975, 1977.

Foi orador da 63a Assem-bleia da Convenção Batista Brasileira, em Belém, PA, em 1981; orador no culto gratulatório do centenário da Primeira Igreja Batista do Brasil, em 15 de outubro de 1982, Salvador, BA.

Foi secretário-geral da Jun-ta Executiva da Convenção Batista Carioca: 1952-1964. Foi diretor do Acampamento Batista Carioca: 1964-1980. Foi presidente da Ordem dos Pastores Batistas Cariocas: 1944-1954; presidente da Ordem dos Ministros Batistas do Brasil: 1962-1974, 1976-1977.

Foi membro do Conse-lho Geral da Aliança Batista Mundial: 1970-1980 e vice--presidente da Aliança Batista Mundial: 1980. Foi redator do Regimento Interno da Conven-ção Batista Brasileira: 1949; re-

lator da Comissão de Reforma dos Estatutos da Convenção Batista Brasileira: 1954.

Foi membro da comissão revisora da tradução da Bí-blia (Novo Testamento) pela Imprensa Bíblica Brasileira: 1945. Foi membro da co-missão revisora do “Cantor Cristão”: 1962. Foi relator da “Comissão dos 13”, GT encarregado de estudar a questão doutrinária pela Con-venção Batista Brasileira: 1964-1965. Foi membro--secretário da comissão coor-denadora da I Campanha das Américas: 1966-1970.

Foi relator do grupo de trabalho nomeado pela Con-venção Batista Brasileira para estudar a reestruturação de-nominacional: 1969-1972. Foi também relator do grupo de trabalho encarregado pela Convenção Batista Brasileira de redigir uma Declaração de Fé: 1977. E foi presidente da Fundação Batista Wlasek Filho: 1972.

Autor dos Livros “O após-tolo da Amazônia”, “Sal da terra”, “Da Ceia do Senhor à transubstanciação”, “Men-sagem da cruz”, “Ele tinha o mundo no coração”, “Mobi-lização dos válidos”, “Breve história dos batistas”, “His-tória dos batistas no Brasil”. E dos opúsculos “Dueto ou duelo?”, “Pode o cristão ser comunista?”, “A vida espi-ritual do jovem crente”, “O problema religioso da mo-cidade”, “Que é uma igreja batista?”, “Súplica do jovem pastor”.

Fez as traduções de “Certo ou errado?”, de T. B. Maston; “O Espírito Santo na experi-ência cristã”, de James Crane; “Guardas das Fontes”, de Peter Marshall; “Como falar de sexo a seus filhos”.

Buffon declarou: “Le style c’est l’homme meme” (O estilo é o próprio homem). Reis Pereira tinha um estilo peculiar, límpido e agradá-vel. Todos os que o liam re-conheciam que seus escritos revelavam sua preocupação pelo aticismo vernacular, em-bora escrevesse, na maioria das vezes, usando o método currente calamo.

Admirava-se-lhe, não so-mente o estilo fulgurante,

como também o cabedal de conhecimentos que de-monstrava quando liberava sua pena, ora produzindo magníficos editoriais em “O Jornal Batista”, ora legando--nos crônicas admiráveis de suas viagens pelas terras de além-mar.

Por mais de meio século ele empunhou a pena que, qual espada, era brandida em muitas pugnas, na denomina-ção, na defesa dos cristalinos princípios bíblicos.

Ele bem conhecia o valor da pena. Como os latinos po-deria repetir: “Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permane-cem). Uma pena na mão de um destro escritor é como uma espada. Daí já ter excla-mado o poeta:

“Não cora o livro de om-brear c’o sabre, não cora o sabre de chamá-lo irmão”. (Castro Alves)

Reis Pereira era o que po-demos chamar de escritor fecundo e facundo. Encheu páginas e mais páginas de “O Jornal Batista”, do qual foi redator por 24o anos (Antes de ser redator desse Jornal, já cooperava muito com ele) e de outros periódicos, como “O Jovem Batista”, “O Cri-sol”, “O Batista Carioca”, “A Pátria Para Cristo”, “O Campo é o Mundo”, “Admi-nistração Eclesiástica”, “Re-vista Teológica”, “Revista de Jovens e Adultos” (atual “Fé e Ação”), etc.

Reis Pereira era detentor de uma cultura invejável, a par de uma memória prodigiosa que o faziam respeitável, quer na cátedra, onde ponti-ficou como mestre abalizado, quer no púlpito ou em con-ferências teológicas, onde sempre se distinguia.

Seu opulento cabedal cul-tural foi forjado, ao longo dos anos, pela dedicação diuturna à leitura de obras dos clássicos, de ficcionistas, biógrafos e de historiadores e teólogos renomados.

Quando se criou a Acade-mia Evangélica de Letras do Brasil, há 54 anos, seu nome foi escolhido como patrono da cadeira de número 37.

O conhecimento de línguas neolatinas propiciou-lhe opor-

tunidade de ser intérprete em várias ocasiões. Assim é que, em 1950, nós o vimos interpre-tando o pastor francês, doutor Mac Boegner, na Capela do Se-minário do Sul, e, por ocasião do lançamento da Campanha das Américas, interpretando o pastor Ronchi, da Itália, no estádio Caio Martins.

Reconhecendo-lhe a vas-ta cultura, o Seminário Te-ológico Batista do Sul do Brasil, cujo quadro de pro-fessores integrou durante 37 anos, sendo, nos três últimos anos, professor do Curso de Mestrado, concedeu-lhe, em março de 1990, o título de Mestre em Teologia. Justa homenagem a um grande mestre!

Em virtude de seu style soigné era, por muitos, o pri-meiro a ser lido quando “O Jornal Batista” era recebido nos lares.

Não é sem razão que se vê figurar na “Enciclopédia Del-ta Larrouse” o verbete Pereira (José dos Reis da Silva), para homenagear um dos homens Batistas mais cultos de nossa geração. (*)

Muito se esperava ainda de sua pena rutilante, de sua cátedra segura e abalizada, de sua vida de intelectual cristão. No entanto, aprouve ao Senhor levá-lo aos taber-náculos eternos, para receber o galardão prometido.

Deixou-nos um modelo intelectual correto, pertinaz e profícuo. Seu nome é emble-ma de cultura. Como disse al-guém, Reis Pereira está vivo, flui imorredouramente na vida de tantos quantos dele receberam ensinamentos, mensagens, escritos, pala-vras, exemplos. Sua pena, en-quanto livros houver, falará, àqueles que desses fizerem uso, da vida de um homem de Deus, de um modelo de intelectual, de um intelectu-al-modelo.

Reis Pereira é imortal, já que imorredoura é sua obra de intelectual cristão.

(*) Outro verbete impor-tante que ali aparece é Soren (João Filson), que é nome de um “monstro sagrado”, como já se referiu a ele o pastor Irland Pereira de Azevedo.

José dos Reis PereiraGrande pastor, jornalista, escritor e líder

A propósito do seu centenário

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