agroguia ed. março 2012

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Agro Agenda 1 Agro Guia | Março 2012 AGRO EVENTOS Avesui, Agrishow e Tecnoshow Comigo AGRO AGENDA Circuito Feicorte, Campo Grande, Londrina e Expozebu ENTREVISTA Rodrigo Rodrigues mercado financeiro descobriu a agricultura José Carlos Grubisich é sucesso como executivo e como criador AGRO PERFIL Verdana Agropecuária Compromisso com a excelência na raça Nelore AGRO PERFIL Verdana Agropecuária Compromisso com a excelência na raça Nelore INFORME PUBLICITÁRIO PUBLICAÇÃO MENSAL | MARÇO 2012 | EDIÇÃO 01/ANO 01

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Encarte impresso do setor agropecuário. Adjunto do Jornal Folha de S. Paulo todo último domingo do mês.

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Agro Agenda

Informe PublicitárioPB 1Agro Guia | Março 2012

Agro EvEntosAvesui, Agrishow e Tecnoshow Comigo

Agro AgEndACircuito Feicorte, Campo Grande, Londrina eExpozebu

EntrEvistARodrigo Rodriguesmercado financeiro descobriu a agricultura

José Carlos Grubisiché sucesso como executivo

e como criador

Agro PErfilVerdana AgropecuáriaCompromisso com a excelência na raça Nelore

Agro PErfilVerdana AgropecuáriaCompromisso com a excelência na raça Nelore

Informe PublIcItárIo

Publicação Mensal | Março 2012 | edição 01/ano 01

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Informe PublIcItárIo

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Índice

Agro Agenda 6

Agro Agricultura 24

18Agro Entrevista

42Agro Pecuária

46Agro Produtor

8Agro Eventos

Agro Econômico 52

PArA AnUnCiAr no gUiA

Editor-Chefe

Redação

Colaborador

Apoio Comercial

Projeto Editorial

Diagramação e Ediçãode Imagens

Capa

Carlos Alberto da Silva - MTB 20.330

Béth Mélo - [email protected]é Casagrande - [email protected] Roque - [email protected]

Nathã Carvalho

Carlos Alberto da Silva

Gutche AlborghetiVinicius Gallo BalsysHumberto OgawaJuliana Vizzáccaro

Humberto Ogawa

Foto de Carlão da Publique

(11) 3063.1899 / Al. Itu. 1063 - 2° andar -CEP: 01421-001 - Jardins - São Paulo/SP

www.publique.com | [email protected]

PRESIDENTE E FUNDADOR:Carlos Alberto da Silva.

[email protected]/gpubliqueSlideshareslideshare.net/grupopubliqueYou Tubeyoutube.com/GrupoPublique

Contato Comercial

Larissa Ayumi [email protected]

(11) 3224-4545

Representante Comercial

Sonia [email protected]

Mirian [email protected]

tel: (11) 3021-1644

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Informe PublIcItárIo

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Agro Agenda

26 a 31/3ENAAG (4º Encontro Amazônico de Agrárias) – Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém (PA), tel. (91) 8203-9924 - www.ena-ag-ufra.webnode.com.br

27 a 30/3Femec – Feira de Máquinas, Equipamentos e Implementos Agrícolas – Parque de Exposições do Camaru, Uberlândia (MG), tel. (34) 3292-8800 - www.femec.com.br

28 a 30/317ª Fenicafé (Feira Internacional de Irrigação em Café) – Pica Pau Country Club, Araguari (MG), tel. (34) 3242-8888 - www.fenicafe.com.br

29/3 a 1/4Semana Crioula Internacional – Parque de Exposições Visconde

Confira os principais eventos pelo Brasil afora, do período de 26/3 a 10/5

de Ribeiro Magalhães, Bagé (RS), tel. (53) 3242-8888 - www.ruralbage.com.br

29/3 a 1/43° Congresso & 3° Derby Brasileiro de Vaquejada – Parque Rufina Borba, Bezerros (PE), tel. (11) 3864-0800 - www.abqm.com.br

30/3 a 1/41ª Grande Exposição & Encontro de Criadores do Cavalo Lusitano – Marco Zero Agronegócios, Araçoiaba da Serra (SP), tel. (11) 3729-4439 - www.associacaolusitano.com.br

2 a 4/4AveSui América Latina 2012 / Feira Biomassa & Bioenergia / AveSui

Reciclagem Animal – Expo Center Norte, São Paulo (SP), tel. (11) 2118-3133 - www.avesui.com / www.feirabioenergia.com.br

3 a 5/4Interleite Sul 2012 – Centro de Eventos Plínio de Nés, Chapecó (RS), tel. (19) 3432-2199 - www.interleite.com.br/sul

5 a 15/4ExpoLondrina (52ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina) – Parque de Exposições Ney Braga, Londrina (PR), tel. (53) 3378-2000 - www.srp.com.br

9 a 13/4Tecnoshow Comigo 2012 – Centro Tecnológico Comigo, Rio Verde (GO), tel. (54) 3611-1525 - www.tecnoshowcomigo.com.br

10 a 13/4 Semana Internacional Brazil Alimenta (Vinotech, Envase Brasil, Techlac e MultiAgro) – Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS), tel.

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7Agro Guia | Março 2012

Agro Agenda

(54) 3452-9135 - www.vinotech.com.br / www.expomultiagro.com.br

11 a 12/4Simpósio Nacional de Microrganismos em Agroenergia – Embrapa Agroenergia, Brasília (DF), tel. (61) 3448-4246 - www.cnpae.embrapa.br

12 a 22/4Expogrande 2012 (74ª Exposição Agropecuária de Campo Grande) – Parque de Exposições Laucídio Coelho, Campo Grande (MS), tel. (67) 3345-4200 - www.acrissul.com.br

16 a 22/422º Congresso Brasileiro da ABQM – Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, Avaré (SP), tel. (11) 3864-0800 - www.abqm.com.br

18 e 19/4Circuito Feicorte NFT – Goiânia (GO) – Centro de Convenções de Goiânia, tel. (11) 5067-6770 - www.agrocentro.com.br/circuitofeicorte

20 a 29/443ª Expo Agro (Exposição Agropecuária Industrial

e Comercial de Itapetininga) – Recinto de Exposições Acácio de Moraes Terra, Itapetininga (SP), tel. (15) 3272-2251 - www.expoagrodeitapetininga.com.br

21/4Mega Leilão Estância Bahia 10012 – Água Boa (MT) tel. (66) 3468-6600 - www.estanciabahia.com.br

21/4Dia de Campo PMGZ Corte – Estância Sofia, Cuiabá (MT) tel. (34) 3319-3915 - www.pmgz.org.br

21 e 22/4 Caballiana – Quality Resort & Convention Center, Itupeva (SP), tel., (11) 3031-7587 - www.caballiana.com.br

24 a 27/4Fiema Brasil (Feira Internacional de Tecnologia para o Meio

Ambiente) – Parque de Eventos, Bento Gonçalves (RS), tel. (53) 3055-3225 - www.fiema.com.br

28/4 a 10/5 78ª ExpoZebu – Parque de Exposições Fernando Costa, Uberaba (MG), tel. (34) 3319-3900 - www.expozebu.com.br

30/4 a 4/5Agrishow 2012 (19ª Feira Internacional de Tecnologia em Ação) – Pólo de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Centro, Leste Anel Viário, km 321, Ribeirão Preto (SP), tel. (11) 3060-5000 - www.agrishow.com.br

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Agro Eventos/Destaques

Em 2012, a AveSui América Lati-na será realizada de 2 a 4 de abril, no Expo Center Norte, em São Pau-lo (SP). O evento é organizado pela Gessulli Agribusiness e tem como objetivo promover maior interação dos envolvidos com os setores de aves e suínos, para ampliar a possibi-lidade dos negócios gerados na feira. O Painel Conjuntural, dia 2 de abril, abre o 11º Seminário Internacional de Aves e Suínos da AveSui 2012, que prossegue até o dia 4. A pro-posta é apontar as tendências e os caminhos para a avicultura e a sui-nocultura nacional. Os palestrantes são Mário Sérgio Cutait, presidente da International Feed Industry Federation; José Garcia Gasques, do Mapa (Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento); Cí-cero Bley, da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional; e José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados.

Programação técnica consistente é a tônica da Avesui 2012

Biomassa & Bioenergia e AveSui Re-ciclagem Animal, eventos paralelos à mostra, são duas feiras de negócios idealizadas para unir as duas cadeias produtivas. A ABRA (Associação Bra-sileira de Reciclagem Animal) e a Gessulli Agribusiness realizarão o I Painel de Reciclagem Animal: ciclos de produção, potencial econômico, comercialização e gestão sustentável dentro da programação dos seminá-rios técnicos. Segundo Andrea Gessulli, diretora da AveSui América Latina 2012, de-vido ao perfil técnico-informativo do painel, a preocupação maior na preparação foi agregar discussões variadas para levar aos congressistas as tendências mundiais e o que pode ser aplicado em soluções práticas nas empresas dos segmentos de aves, sui-nos e agrícolas.

www.avesui.com

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9Agro Guia | Março 2012

Agro Eventos/Destaques

Organização confirma 780 expositores e espera 150 mil compradores

Agrishow 2012: venda de ingressos já começou

Agrishow.

Demonstrações de má-quinas e equipamentos agrícolas, rodadas de negócios e visitas téc-nicas são os principais destaques da Agrishow 2012 (19ª Feira Inter-nacional de Tecnologia Agrícola em Ação).O evento será realiza-do de 30 de abril a 4 de maio de 2012, em Ribei-rão Preto (SP), e a Reed Exhibitions Alcantara Machado, a organizado-ra, espera receber cerca de 150 mil comprado-res. A venda de ingressos já disponível pelo site do evento (www.agrishow.com.br), no ícone in-gresso rápido.Os principais players da indústria brasileira e mundial estarão na maior feira de tecnolo-gia da América Latina. A organização confir-mou 780 expositores e a espera superar o fa-

turamento de R$ 1,755 bilhão, obtido em 2011. “Com a crescente im-portância do agrone-gócio para a economia brasileira, é grande a probabilidade de supe-rarmos os volumes de negócios registrados na edição passada”, afirma o diretor da Agrishow, José Danghesi.Os expositores se pre-param para apresen-tar muitas novidades. A Agrale exibe o novo caminhão da marca: o modelo 8700. Já Pinhei-ro Máquinas Agrícolas, expõe trituradores de galhos, colhedora de milho e sorgo, carreta cafeeira e ensiladeira. A XCMGBrasil traz carre-gadeiras, motonivelado-ra, guindaste, etc.No setor de irrigação, os destaques são a Fo-ckink (pivôs centrais fixos, rebocáveis e line-

ares) e Valmont (softwa-re Valley BaseStation2, para monitoramento e controle de pivôs e es-tações remotas, além do Valley Irrigação de Precisão, para aplica-ção precisa da água em diferentes partes da área irrigada). Dentre os fabricantes de máquinas e equipa-mentos estão a Rontan (sinalizadores acústicos e visuais; GKN do Bra-sil Ltda. (cardans agrí-colas para aplicação em todos os implemen-tos); Borrachas Vipal (linha de reforma, ban-das, lonas e manchões para reparos de pneus); Gates Brasil (correias e mangueiras para auto-móveis). Panegossi (pe-ças para tratores e má-quinas); e Pirelli (pneus agrícolas radiais).

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Agro Eventos/Destaques

De 9 a 13 de abril, a cidade goiana de Rio Verde se transforma no maior polo de tecnologia do Estado, por conta da Tecnoshow Comigo 2012, evento que chega à sua 11ª edição como referên-cia em oportunidades de negócios e na divulgação de produtos, serviços, tecnologias e novidades para o setor.A feira também se destaca pelas ações voltadas para a preservação do am-biente e pelo alto nível da programa-ção técnica e das palestras com reno-mados profissionais e especialistas. Para esta edição, a expectativa de Antonio Chavaglia, presidente da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoes-te Goiano), promotora do evento, é de receber 75 mil visitantes e reunir mais de 400 empresas em um espaço de 60 hectares, no CTC (Centro Tec-nológico Comigo).Em 2011, a feira recebeu 70 mil vi-sitantes e faturou mais de R$ 500 milhões, o dobro do registrado em 2010. Contou ainda com 400 exposi-tores dos setores de máquinas e equi-pamentos agropecuários, de insumos (sementes, defensivos, etc.), de plots agrícolas com vários experimentos,

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de instituições financeiras, de pesqui-sas/ensino, de animais de diferentes raças e espécies.Em 2012, a feira estará mais alinhada com os princípios de sustentabilidade e dará continuidade ao projeto Circui-to Ambiental, com o tema Inteligência Emocional. A ideia é conscientizar o visitante sobre o papel de cada um na preservação do meio ambiente. Durante o evento, ocorrerá a cerimô-nia de premiação da 5ª edição do Prê-mio Gestão Ambiental Rural Comigo, no dia 13 de abril.

reciclagemEm parceria com a CoopRecicla (Co-operativa de Reciclagem do Sudoeste Goiano), a Comigo vai disponibilizar Pontos de Entrega Voluntária na feira. O material recolhido será prensado e vendido para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os resíduos orgânicos dos restau-rantes e das baias dos animais serão transformados em adubo orgânico e destinados ao projeto de paisagismo da Tecnoshow do próximo ano.

www.tecnoshowcomigo.com.br

vem aí a tecnoshow Comigo 2012Feira se consolida apoiada no tripé tecnologia, negócios e sustentabilidade

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11Agro Guia | Março 2012

show equestre A 2ª edição da Caballiana será nos dias 21 e 22 de abril, no Quality Resort & Convention Center, em Itupeva (SP). Além de seminários, palestras e mesas redondas com especialistas e representantes das raças equinas, o evento terá a parti-cipação da indústria do cavalo.Uma novidade é o Show Eques-tre, na noite do sábado, 21/4, no Centro Hípico de Excelência Serra Azul, com apresentações de atre-lagem, arquearia, equoterapia, volteio e prova de equitação de trabalho. (B.M. / A.C)

Como o foco nas questões ambien-tais, a 78ª ExpoZebu programou várias reuniões para debater sobre pecuária sustentável, de 28 de abril a 10 de maio, em Uberaba (MG). No evento, a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), organizadora da mostra, também vai definir uma comissão para a Rio +20, que ocorre em junho, no Rio de Janeiro.

ExpoZebu abre debate para questões ambientais na ExpoZebuExposição deste ano terá 28 leilões de varias raças

Atrelagem: Parelha das Fazendas Interagro

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Agro Eventos/Destaques

A associação confirmou 38 leilões, de genética das raças nelore, gir, ta-bapuã, brahman, guzerá, sindi e gir leiteiro, além de jumentos pega e marchador. Em 2011, os 44 remates movimentaram R$ 53,131 milhões com a venda de 1.491 lotes. Mesmo com a menor oferta, a ABCZ tem boa expectativa, em razão do aqueci-mento do mercado para os zebuínos.www.abcz.org.br

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Agro Eventos/Balanço

Expodireto fatura r$ 1,1 bilhãoDebates sobre tecnologia marcaram a 13ª Expodireto Cotrijal, realizada de 5 a 12 de março, em Não Me Toque (RS). O evento recebeu mais de 185 mil pessoas, crescimento de 15% em relação a 2010, e faturou R$ 1,106 bilhão, um novo recorde. “Acerta-mos ao antecipar a feira para a pri-meira semana de março, em razão da colheita da soja, e isso nos ajudou muito. Os produtores aproveitaram as oportunidades de negócio e a res-posta positiva, das comercializações, surpreendeu”, avaliou Nei César Mâ-nica, presidente da mostra.Segundo Mânica, a participação de 71 países e 105 importadores resultou em negócios superiores a R$ 102 milhões.A 14ª Expodireto Cotrijal já tem data marcada: será de 4 a 8 de marçode 2013.

Qualidade diferenciadaO Festleite Tropical 2012, realização da Tropical Genética e do Grupo Estância Bahia, reuniu shopping de animais, leilões, palestras técnicas e debates. O evento aconteceu nos dias 10 a 12 de fevereiro, em Uber-lândia (MG). Um dos destaques da programação foi o Megaleilão da pecuária leiteira, com oferta de 1012 animais das ra-ças Gir Leiteiro e Girolando. Segun-

do Vicente Nogueira, Joaquim Lima, Milton Neto e Milton Almeida Ma-galhães Júnior, diretores da Tropical Genética, mais de mil pessoas dispu-taram os lotes. O recorde de preços foi a venda de 50% da doadora 5/8 Girolando, Celeste Durhan, por R$ 120 mil.

Carne de cordeiroUma das atrações da Feinco 2012 (9ª Feira Internacional de Caprinos e Ovinos), realizada em São Paulo (SP), de 12 a 16 de março, foi a Co-zinha Interativa Feinco/Savana. No local, renomados chefes nacionais e internacionais prepararam suas receitas que foram apreciadas por muitos visitantes. A além de apontar novidades e ten-dências gastronômicas, a Cozinha Interativa “oferece, aos criadores e empresários do setor, a oportunida-de de degustação de pratos à base de carnes ovinas e caprinas, enquanto discutem negócios, necessidades e conceitos sobre produtos de qualida-de”, explica Robson Leite, diretor da Savana e idealizador do espaço.Leilões, julgamentos de várias de ovi-nos e caprinos, workshops, palestras completaram as atrações da Feinco 2012 que recebeu a visita de criado-res de várias partes do Brasil.

Evento recebeu 185 mil visitantes e contou com a presença de 71 países e 105 importadores

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13Agro Guia | Março 2012

Agro Eventos/Balanço

Circuito nft feicorteA primeira etapa do Circuito Feicor-te NFT 2012, realizada em Cuiabá (MT), nos dias 7 e 8 de março, re-cebeu 1.243 profissionais da cadeia produtiva da carne. Segundo os orga-ni zadores do evento, 88% desse to-tal são produtores de Estado e respon-dem por um rebanho de 11 milhões de cabeças. Dos que passaram pelo evento, 687 assistiram ao programa de palestras e workshops.Realização da Feicorte em parceria com a NFT Allianc, o circuito tem o formato de feira de negócios integrada com workshops. O objetivo é levar in-formações para o produtor e fomentar o relacionamento e os negócios entre empresas e profissionais do setor.

O públicou prestigiou o workshop

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Agro Eventos/Balanço

A pressão de seleção aplicada ao melhoramento genético do Gir Leiteiro vem possibilitando positi-vos avanços zootécnicos quanto à produtividade da raça, muito em virtude da utilização das meto-dologias científicas aliadas com a profissionalização da pecuária se-letiva atual. Esta constante pode ser averiguada nas exposições agro-pecuárias e mais precisamente no caso do Gir Leiteiro, nos concursos leiteiros pelo país afora, vitrines consolidadas do progresso genéti-co do que vem sendo selecionado diariamente nas propriedades. Du-rante a quarta exposição regional de Gir Leiteiro de Avaré, realizada entre 07 e 11 de março, organi-zada pela a APCGIL - Associação Paulista dos Criadores de Gir Lei-teiro - toda esta evolução pôde ser conferida por quem acompanhou o torneio leiteiro oficial da APCGIL na exposição. Algumas matrizes se destacaram através de suas médias de produção diária e assim, ocu-pando uma vaga numa seleta lista

Por Nathã Carvalho

de atuais recordistas em produção leiteira em concursos oficiais nas três categorias de competição: Fê-mea jovem para animais de até 36 meses; Vaca Jovem para matrizes com idade entre 36 e 48 meses e Vaca Adulta para vacas com idade acima de 48 meses. Exposta por Amilcar Farid Yamin, selecionador na Agropecuária Co-rona, “Isa SL. Fortunato”, uma fi-lha de Sansão na doadora FESTA TE KUBERA (Nefrita x Barbante) venceu o campeonato fêmea jo-vem com a média de 38.793 kg/dia. Conforme a lista de atuais re-cordistas fornecida pela ABCGIL, a matriz passa ocupar o segundo lu-gar entre as fêmeas com idade até 36 meses, ficando atrás apenas do

Concurso leiteiro de Avaré destaca recordistas gir leiteiro

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15Agro Guia | Março 2012

Informe PublIcItárIo

Agro Eventos/Balanço

recorde obtido pela “Valia FIV JMMA”, durante a Exposição Agropecuária de Brasília em 2010. No campeonato vaca adulta, a Emapa teve mais um exemplo de produções próximas às das recordistas de produção. “C.A. Alessandra”, uma filha do C.A.Oscar na C.A. Isa (C.A. Hulha x Everest) exposta por Joaquim J.C Noro-nha , conquistou o título de grande campeã do torneio leiteiro do evento com a expressiva média de 53.640kg de leite/dia, passando a figurar no segundo lugar entre as matrizes de maior produção, sendo superada apenas pela mo-cha “Iaiá TE Vila Rica” de Dilson Cordeiro de Menezes na Fenagro 2011.

Conheça as médias diárias das recordistas de todos os tempos

Da esquerda para direita: Joaquim José da Costa Noronha, melhor criador, Carlos Alberto da Silva, presidente da APCGIL e Eduardo Falcão de Carvalho, melhor expositor da Emapa-Avaré 2012.

Campeonato fêmea Jovem

1 - Sampa FIV da Palma (Jaguar x Estrela de Brasília) – Expoconquista 2012 – 40, 387kg – Gilberto F. Ramos

2 – Valia FIV JMMA (Sansão x Edra F. Mutum) – Brasília 2010 – 39,047kg – José Mário Miranda Abdo

3 – Isa SL. Fortunato (Sansão x Festa TE Kubera) – Avaré 2012 – 38,793kg – Amilcar Farid Yamin

Campeonato vaca jovem:

1 – Insistência TE BJS (Teatro x Coraça BJS) – Fenagro 2011 – 50,197kg – José Geraldo V. de Almeida

2 – Via FIV JMMA (Sansão x Solução de Brasília) – Megaleite 2011 – 49,393kg – José Mário M. Abdo

3 - Hássea FIV F. Mutum (Teatro x Dejua TE F. Mutum) – Feileite 2011 – 48,390kg – Léo M. Ferreira

Campeonato vaca adulta:

1 – Iaiá TE Vila Rica (Meteoro x Fada Vila Rica) – Fenagro 2011 – 59,163kg – Dilson C. de Menezes

2 – C.A Alessandra (Oscar x C.A Isa) – Avaré 2012 – 53,640kg – Joaquim J.C. Noronha

3 – Fécula F Mutum (Sansão x Palma F. Mutum) – Uberlândia 2011 – 52,793kg – Léo M. Ferreira

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Agro Entrevista

o mundo financeirodescobriu a agricultura

Rodrigo Rodrigues,Diretor de operaçõesda Agrifirma.

Por Paulo Roque

Diretor de operações de uma das mais importantes empresas de investimentos agrícolas do País, a Agri-firma, Rodrigo Rodrigues, 37, engenheiro agrônomo formado pela Esalq-USP – Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz (com MBA em gestão de negócios), destaca-se dentro da jovem liderança do agronegócio brasileiro. Sua experiência na bem su-cedida carreira de empresário do setor levou-o a ser escolhido, por duas gestões consecutivas, como co-ordenador do Comitê Agroprodutores Corporativos da ABMR&A – Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio.Ele fala, em entrevista especial para o Agro Guia, sobre a trajetória da empresa no setor produtivo, nas fazendas do oeste da Bahia, e sobre a desco-berta da agricultura pelo mercado financeiro e das consequências da resolução da AGU – Advocacia Geral da União –, de limitar a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil. O objetivo da Agrifirma é captar e empregar capital e experiência para desen-volver fazendas produtivas e rentáveis.

Agro Guia - Como você define a Agrifirma?Rodrigo Rodrigues – A Agrifirma é uma empre-sa que compra e desen-volve terras e transfor-ma em áreas agrícolas pastagens degradadas e áreas de cerrado. Exe-cuta todo processo de licenciamento ambien-tal, considerado o mais complexo e moroso dentro desse tipo de ati-vidade, isto é, compra, licencia, transforma e opera. Hoje, gerimos quase 70 mil hectares no oeste da Bahia, nos municípios de Luiz Edu-ardo Magalhães, Barrei-

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19Agro Guia | Março 2012

Agro Entrevista

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ras, Correntina e Jabo-randi, distribuídos em quatro fazendas: Campo Aberto, Bananal, Rio do Meio e Arrojadinho. As duas últimas carregam os nomes dos rios que as cortam. Encontram--se em operação 16 mil hectares com soja, algo-dão, milho e café.

Agro Guia – Em sua opi-nião, o que faz a dife-rença na Agrifirma?RR – A empresa é jovem, surgiu em 2008 e, hoje, nosso café natural é cer-tificado pela UTZ Cer-tified – um dos maiores programas de sustenta-bilidade para esse pro-duto no mundo –, e foi considerado pela Abic (Associação Brasileira das Indústrias de Café) – Abic o café mais susten-

tável do Brasil e o melhor da Bahia em qualidade. O algodão que produzimos é certificado pelo PSOAL – Programa Sócioambiental da Produção do Algodão.E estamos buscando obter o ISO 14000 para todas nossas áreas – selo de qualidade ambiental.

Agro Guia – Quem são os investidores?RR – A Agrifirma é uma empresa de capital e con-trole brasileiros, com dois grupos de investidores: o brasileiro, através do Fundo Brasil Agronegócio, gerido pela BRZ Investimentos, e o estrangeiro, mi-noritário, com 180 sócios.

Agro Guia – A resolução da AGU – Advocacia Geral da União, de restringir a aquisição de terras brasi-leiras por estrangeiros, afetou a empresa?RR – Sim, não só na Agrifirma, mas muitos investi-mentos deixaram de ser feitos, principalmente nos setores sucroenergético e de papel e celulose. Por conta disso, de acordo com estudo sobre a resolu-ção da AGU, realizado pela Agroconsult e pela MB Agro, a pedido da ABMR&A, só de 2010 para 2011 deixaram de entrar no Brasil R$ 25 bilhões em inves-timentos destinados à expansão da agricultura bra-sileira. O mundo tem uma demanda muito grande de alimentos e, para atendê-la, principalmente com relação ao mercado de commodities, segundo este estudo, nos próximos 10 anos, o país terá que ex-pandir sua área plantada em cerca de 11,2 milhões de hectares, o que vai demandar, só no setor produ-tivo, investimentos de R$ 93,5 bilhões.

Agro Guia – E o investidor brasileiro? RR – O brasileiro ainda não tem a cultura de investir na agricultura, considerada uma das maiores indús-

“Hoje, gerimos quase 70 mil hectares nooeste da Bahia”

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“O brasileiro ainda não tem a cultura de investir na agricultura”

trias do país e um dos últimos setores a receber o mundo financeiro. Não é uma indústria fácil, pois faltam veícu-los com alta governança corporativa, através dos quais o mercado possa acessar o real valor dessa nova classe de ativos que é a terra e tudo o que nela se produz. O mercado é sobera-no e está vendo uma grande oportuni-dade, pois, aqui, temos a tecnologia tropical desenvolvida por brasileiros e considerada a melhor do mundo. Na verdade, a primeira que deu certo de maneira ampla e sustentável. Temos gente, terra e água, mas nos falta capi-tal. E o mundo nos pede que façamos nossa parte como real no celeiro dele.

Agro Guia – Você vê diferença em in-vestir na agricultura, com relação a outros setores? RR – Primeiro, nessa questão de proi-bir o estrangeiro de investir em terras, a lei não é clara, pois barra as pessoas sérias e abre espaço para aventurei-ros. Nesse tipo de investimento, todas as divisas e o desenvolvimento ficam no Brasil, social, profissional e econô-

mico. O solo, o empreendimento e as divisas geradas ficam aqui. Destaco o lado social, a agricultura é grande ge-radora de mão de obra e de grandes oportunidades de desenvolvimento. Falo de lugares, antes pobres, no Bra-sil, que passaram por transformações como, por exemplo, a exploração do cerrado, que mudou o centro-oeste brasileiro e o oeste da Bahia.

Agro Entrevista

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Agro Agricultura/ Commodities

Confira o cenário e as tendências para os principais produtos agrícolas

Um giro pelo mercado

MilHotransgênico avançaO cultivo de milho trans-gênico (safra e safrinha) está crescendo no Brasil. Em 2010/2011, do total de sementes comerciali-zadas, 64% eram trans-gênicas. O pesquisador da Embrapa Milho e Sor-go, de Sete Lagoas (MG). José Carlos, prevê um avanço maior do mate-rial geneticamente mo-dificado, com 70% das sementes adquiridas em 2011/2012. O sexto levantamento da Conab estima uma safra total de 61,703 mi-lhões de toneladas do milho, crescimento de 7,5%. No entanto, a sa-fra de verão deve alcan-çar 35 milhões/t, abaixo da previsão anterior de 39 milhões/t. A queda é creditada aos problemas climáticos que afetaram a produtividade.

AlgodÃode olho na ÁsiaPela estimativa da Abra-pa (Associação Brasi-leira dos Produtores de Algodão), a área culti-vada com algodão deve crescer 6%, na safra

de 2012, e alcançar 1.469.732 hectares, ante 1.393.689 milhão/ha no ano anterior. Segundo o presidente da entidade, Sérgio De Mar-co, o setor está atento à forte demanda da China e da Índia, que devem focar na produção de alimentos e manter a área de cultivo, “o que vai gerar mercado para o algodão brasileiro”.Segundo a Abrapa, de janeiro a novembro de 2011, o Brasil expor-tou 646.619 mil /t, ante 474.172 mil/t em 2010. China, Coréia do Sul e Indonésia foram os três maiores compradores do Brasil.

soJAExpectativa de reduçãoPara a safra 2011/2012, a previsão da Conab é de 68,749 milhões/t, re-dução de 8,7% em rela-ção à anterior, em razão das condições climáti-cas.A Abiove (Associação Brasileira das Indús-trias de Óleos Vegetais) também prevê queda no faturamento das ex-portações brasileiras do

complexo soja (grão, fa-relo e óleo), que devem chegar a US$ 21,13 bilhões, em 2012, ante US$ 24,15 bilhões em 2011.Em volume, a estima-tiva é de aumento na exportação da soja em grão, de 32,98 milhões/t (2011), para 34 milhões /t, em 2012.

CAnA-dE-AÇÚCArEm recuperaçãoA colheita de cana-de- açúcar 2012/2013 do centro-sul do Brasil deve atingir 521 milhões/t, su-ficientes para uma pro-dução de 32,56 milhões /t de açúcar e 22,29 bi-lhões de litros de etanol.A Unica (União da In-dústria de Cana-de-Açú-car) prevê a recuperação na produtividade média dos canaviais. Com isso, a expectativa é de au-mento de 7%, em rela-ção à safra anterior, que ficou abaixo de 70 / t/ha, ante a média do centro-sul, de 84 t/ha.No ano passado, o Brasil exportou 25,36 milhões de toneladas de açú-car, ante 28 milhões em 2010, redução de 9,4%.

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r$ 7 BilHÕEs é a movimento financei-ro anual dos mais de 1.000 distribuidores de insumos associados à Andav – Associação Nacional dos Distribui-dores de Insumos Agrí-colas e Veterinários.

r$ 41,7 MilHÕEs foi o lucro líquido do Miner-va em 2011, mais que o dobro dos R$ 20,8 mi-lhões de 2010. Os US$ 350 milhões captados, em fevereiro de 2012, vão garantir o pagamen-to das dívidas até 2017.

r$ 30 MilHÕEs é o total dos investimentos da Brasil Foods em uma fábrica de queijos e ou-tros derivados lácteos, em Itumbiara, GO, com produção voltada para as regiões Norte e Nor-deste. (B.M)

Agro Agricultura/ Commodities

CAfÉforça nas exportaçõesO café respondeu por 12,4% das exportações brasileiras do agrone-gócio em janeiro deste ano. Em receita, cresceu 1,64% e alcançou US$

605 milhões, ante US$ 595,4 milhões no mes-mo mês de 2011.Segundo o relatório mensal do Departamen-to do Café, do Mapa (Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abas-

tecimento), o consumo brasileiro de café em 2012 é estimado em 20,4 milhões de sacas, o que significa um au-mento de 3,5% em re-lação a 2011 (19,7 mi-lhões de sacas).

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Agro Agricultura/Fitossanidade

Agronegócio brasileiro perde, anualmente,R$ 1,269 bilhão coma doençaO mofo-branco é uma doença fúngica, cau-sada pelo fungo Scle-rotinia sclerotiorum, e ocorre em várias cultu-ras econômicas de fo-lhas largas, como soja, feijão, algodão, giras-sol, colza, ervilha, er-vilhaca, canola, nabo forrageiro, tomate, entre outras, com perdas sig-nificativas para o agro-negócio brasileiro. No caso da soja, aparece com mais intensidade em regiões com temperaturas mais baixas e também no cerrado, em altitudes su-

periores a 700 metros.Segundo o pesquisador Mauricio Meyer, da Em-brapa Soja, as maiores áreas de soja afetadas pelo mofo-branco estão no centro-sul/sudoes-te de Goiás e oeste da Bahia. Mas a doença também ocorre em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Estima-se que, na safra 2010/2011, 2,7 milhões de hectares de soja foram infestados, de uma área plantada de 24 milhões de ha. “Esses números devem crescer na safra atual”, informa Mayer.

Redução da safraO pesquisador da Em-brapa estima que quase 50 % da área cultivada com soja em Goiás, de um total de 2,2 milhões/ha, foram comprometi-das pelo mofo-branco. “Dependendo das con-dições climáticas, ocor-re, em média, redução de 15% da safra. Mas, em algumas lavouras, isoladamente, ouvi rela-to de perdas de 60% na produtividade”, conta.O professor e pesquisa-dor da UPF – Universi-dade de Passo Fundo, RS, Erlei Melo Reis, e outros especialistas afir-mam que cada 1% de plantas afetadas pelo mofo-branco reduz 6,7 kg em 1000 kg de grãos de soja/ha. Com base na ocorrência da doen-ça, que abrange cerca de 3 milhões de ha (es-timativa) no Brasil, e na média de rendimento de 2.795 kg/ha na sa-fra 2011/2012 (Conab, 2012), é possível perce-ber o potencial de per-das (perda=R$/hectare). “No caso de incidên-cia média de 30 plan-tas doentes, no total de 100 plantas avaliadas, em 1000 kg, a redução chegou de 201 kg/ha. Portanto, levando em conta a média de ren-

Lavoura atacada pela doença: perdas elevadas para o produtor

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Por Béth Melo

Alerta ao mofo-branco da soja

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Agro Agricultura/Fitossanidade

Dicas para o controle

• Escolha variedades com arquitetura favorá-vel ao arejamento (por-te ereto, folhas peque-nas e menor quantidade de galhos), para ajudar na penetração do fungi-cida e favorecer a seca-gem da umidade.• Utilize sementes cer-tificadas e tratadas com uma mistura de um fun-gicida de contato e um fungicida sistêmico. • Faça a rotação/suces-são com culturas não hospedeiras e cobertura com plantio direto.• Cuide da limpeza de máquinas, veículos e equipamentos que tra-fegam na lavoura e que possam carregar as es-truturas do fungo que dissemina a doença.• Realize o monitora-mento contínuo das la-vouras (principalmente em áreas com histórico da doença).• A partir do início do florescimento, que coincide com condi-ções ambientais favo-ráveis, recomenda-se o controle químico orien-tado por um engenhei-ro agrônomo.

Fonte: Embrapa Soja e Universidade de Passo Fundo

dimento brasileira, as perdas alcançam 562 kg/ha, ou seja, 9,4 sa-cas/ha”, calcula.Reis lembra que, to-mando por base o pre-ço médio da saca de 60 kg de soja, na região de Não Me Toque, RS, que é R$ 45,00 (Cotri-jal, 2012), os prejuízos chegam a R$ 423,00/ha. “Considerando uma área de 3 milhões de ha, o agronegócio brasileiro perde, anualmente, R$ 1,269 bilhão com a do-ença”, estima. No entanto, explica, a in-cidência pode ser maior. “É comum identificar cultivos, principalmente em Goiás, onde predo-mina o cultivo de soja irrigada, com incidências entre 80% a 100%. Em lavouras com 80% de in-cidência o produtor pode perder R$ 1.123,59/hec-tare”, alerta.

DificuldadeO pesquisador da Em-brapa aponta como pro-blemas a dificuldade de identificação da doença no início e o alto custo do controle. “São necessárias pelo menos duas aplicações com fungicida especí-fico. Cada uma custa R$ 100 a R$ 110 por hecta-

re”, observa.Além disso, explica, às vezes a decisão de controle ocorre quando a doença já instalada, e o nível de eficiência do fungicida cai dras-ticamente. “O produ-tor deve ficar atento à presença do fungo na lavoura (pequenos cogu-melos de 1 cm de altu-ra), próximo à época da floração, em condições chuvas e clima fresco, para realizar o tratamen-to químico, com fungici-das específicos.

Segundo Reis, da UPF, uma vez introduzido, o mofo-branco é de difícil erradicação. “Os escle-ródios podem sobreviver na superfície do solo por até 14 meses e, enterra-dos a 10 cm, podem es-tender a sua viabilidade até 35 meses, nas condi-ções ambientais da re-gião do planalto médio do Rio Grande do Sul.”Há também, o controle biológico, mas, segundo

Sintomas e sinais do mofo-branco em soja.

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Colaborou com as informações a equipe da área de Fitopatologia da Universidade de Passo Fundo: Erlei Melo Reis (do Programa de Pós Graduação em Agronomia); Ricardo Brustolin (mestrando); Roberto Luis De Rossi (mestrando); e Lucas Pedron (aluno da graduação em agronomia).

Pesquisas Desde a safra 2008/2009 a Embrapa Soja, em parceria com 15 institui-ções, coordena uma rede de pes-quisas de controle do mofo-branco. Além de experimentos sobre o ma-nejo da doença, como plantio direto, a rede já realizou, em várias regiões, ensaios com 10 fungicidas químicos e quatro com controle biológico. Segundo Mayer, três fungicidas regis-trados pelo Mapa (Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento) para o controle químico da doença, com os princípios ativos procimido-na, fluazinam e tiofanato metílico. Já existem algumas variedades que toleram mais a doença e a expectati-va é que, dentro de cinco a oito anos, o mercado tenha cultivares resisten-tes ao mofo-branco. As pesquisas para o desenvolvimento de plantas resistentes começaram há dois anos. Na UFP, há vários anos o pesqui-sador Erlei Melo Reis desenvolve estudos relacionados com o mane-jo integrado da doença, biologia do fungo, epidemiologia, controle químico com fungicidas, etc. No momento, ele está orientando o en-genheiro agrônomo Ricardo Brusto-lin, que desenvolve várias pesquisas com o mofo-branco e que serão apresentados na defesa do seu mes-trado e doutorado.

o pesquisador da Embrapa, esse método só funciona no sistema de plantio direto e é feito com formulação à base de fungos inimigos naturais do mofo-branco. “O contro-le biológico pode contribuir com cerca de 40% de efici-ência”, diz.Na opinião de Reis, medidas isoladas são pouco eficientes no controle do mofo-branco, por isso, recomenda o Ma-nejo Integrado de Doenças (MID), que atende as exigên-cias de sustentabilidade da agricultura.Esse manejo deve considerar, entre outras práticas, o uso de sementes sadias e certifi-cadas, aumento do espaça-mento entrelinhas, rotação de culturas com plantas não suscetíveis (milho, sorgo, mi-lheto), plantio direto.

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Escleródio germinado formando os corpos de frutificação do fungochamado apotécios.

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Agro Agricultura/ Irrigação

A seca, no Rio Grande do Sul e no Centro-Sul, com reflexo na redução da produtividade das lavouras de mi-lho, soja e cana-de-açúcar, sinaliza a necessidade cada vez maior da utili-zação de irrigação como fator de re-dução do risco climático. “Estima-se que o Brasil possui, atu-almente, 5 milhões de hectares irri-gados, mas o potencial de irrigação é de 30 milhões, respeitando os re-cursos hídricos e contribuindo para a preservação dos biomas, ao intensifi-car o uso da terra.” A afirmação é de Marcelo Borges Lopes, diretor presi-dente da Valmont e vice presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Abimaq (Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos). “O produtor precisa investir em tec-nologia, para atender à demanda crescente de alimentos”, argumenta Borges. “Com o uso da irrigação, é possível multiplicar a produção em até três vezes.”Ele recomenda a realização de ações de médio prazo, organizadas em um plano central, de forma a garantir a

Potencial pouco aproveitadoTecnologia pode multiplicar a produção por três

evolução sincronizada de diversas atividades que precisam ser desen-volvidas para a expansão da agricul-tura irrigada.“Precisamos entender que irrigação não é remédio e não pode ser lem-brada apenas no momento de crise”, alerta e informa que um projeto de ir-rigação tem um tempo de maturação longo, superior a um ano. Conforme explica, existem três entra-ves à expansão da agricultura irriga-da: licenciamento ambiental, disponi-bilidade de energia elétrica (falta de disponibilidade de carga e de rede de distribuição) e acesso ao crédito. Na questão ambiental, ele acredita que o código florestal, que está pres-tes a ser votado, deve ajudar, “mas é preciso simplificar os processos de obtenção da outorga de uso dos re-cursos hídricos”.Existem linhas de financiamento es-pecíficas para a irrigação. Borges con-sidera que os custos e os prazos são condizentes com a atividade. O pro-blema vivido por muitos produtores no Brasil, irrigantes ou não, é o acesso ao crédito. (B.M)

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37Agro Guia | Março 2012

NORTE14.598.000 ha (49,4%) 108.000 ha 0,7% da Área Potencial2,4% da Área Atual Irrigada

SUDESTE4.229.000 ha (14,3%)1.587.000 ha37,5% da Área Potencial35,6% da Área Atual Irrigada

NORDESTE1.304.000 ha (4,4%)985.000 ha73,5% da Área Potencial22% da Área Atual Irrigada

CENTRO OESTE4.926.000 ha (16,7%)550.000 ha 11% da Área Potencial12% da Área Atual Irrigada

SUL4.507.000 ha (15,2%)1.225.000 ha27% da Área Potencial28% da Área Atual Irrigada

FONTES: MI, 2003; IBGE, Censo 2006

ÁREA POTENCIAL29.564.00 HA

ÁrEA PotEnCiAl PArA dEsEnvolviMEnto sUstEntÁvEl dA irrigAÇÃo no BrAsil (fora dos biomas protegidos)

Agro Agricultura/ Irrigação

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você sabia que...A maioria dos alimentos que fazem parte do seu dia-a-dia é produzida através da agricultura irrigada?

E porque não dizer que muitos ali-mentos só vão para sua mesa por causa dela? Culturas de ciclo curto como o to-mate, o alface e outras hortaliças, só são viáveis com o uso da irrigação. Mas sua importância não pára por aí. Atualmente, a alimentação é assegu-rada por uma agricultura moderna e eficiente que requer investimentos em produtos industriais (insumos, máqui-nas, etc.) para melhorar a produtivi-dade e intensificar a produção. Nesse contexto, a irrigação, quando bem implementada e utilizada, supre as demandas hídricas das plantas, redu-zindo o risco de perda da produção, garantindo a disponibilidade do ali-mento e melhorando a qualidade do produto final. Há estudos que com-provam melhora de qualidade em fru-tas e legumes em regime controlado de irrigação e fertilizantes. Outra van-tagem é o aumento da produtividade média das principais culturas brasilei-ras como o arroz, o feijão, o café, o

milho, a soja e o trigo.A agricultura irrigada pode melhorar ainda mais a disponibilidade e qua-lidade do alimento que vai para sua casa, mas é pouco utilizada no Brasil. Hoje, possuímos cerca de 30 milhões de hectares de terras aptas a implantá--la, mas pouco mais de 5 milhões de hectares a utilizam. Mesmo assim, esse pequeno volume de terras irriga-das é responsável por mais de 40% do valor da produção agrícola.

Fontes:apresentação BNDES Jan 2012 abertura e concei-tuação; http://www.agr.feis.unesp.br/csei.pdf

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39Agro Guia | Março 2012

Agro Agricultura/ Mecanização

Pulverizadores autopropelidosTecnologia garante alto rendimento operacional e controle da operação

Há várias tecnologias no mercado para tornar os pulverizadores auto-propelidos mais eficientes e preci-sos nas operações de aplicação de agroquímicos, protegerem o meio ambiente, aumentar a produtividade, reduzir o custo das aplicações e ga-rantir a eficácia.O engenheiro agrônomo Mano-el Ibrain Lobo Júnior, consultor em tecnologia de aplicação, cita como novidades sistemas de injeção direta de agroquímicos, sistemas eletrôni-cos para seleção de pontas de pul-verização em função das mudanças climáticas, pilotagem automática do equipamento, além de sensores para detecção de plantas daninhas, para aplicação de nitrogênio, para contro-le da altura da barra de pulverização.

Segundo Lobo Júnior, há, em operação no Brasil, cerca de 7.000 são pulveriza-dores autopropelidos. São mais de 30 modelos, fabricados ou importados.Devido à boa fase agrícola atual no Brasil e às facilidades de financia-mento rural, afirma, até mesmo os médios produtores, com áreas de tamanho entre 300 a 500 hectares,

também estão optando pela compra dos pulverizadores autopropelidos. “Essa boa época para agricultura está alavancando a venda desses grandes pulverizadores (2.000 litros - 3.000 litros) e atualmente são comerciali-zados cerca de 1.500 a 2.000 equi-pamentos ao ano no Brasil”, calcula.

Pacote de soluçõesA Jacto inaugura uma nova fase em pulverização com o Uniport 3030 (foto), que integra soluções veiculares e soluções para pulverização e tec-nologia embarcada, oferece controle, gestão e informação da operação de pulverização com foco na qualidade, eficiência, economia, produtividade e redução do impacto ambiental.Segundo Robson Zófoli, diretor comercial da Jacto, o sistema de motor com transmissão inteligente permite ajustar a potência e garan-te igual distribuição do torque em cada roda, com menor consumo de combustível. A máquina também tem um sistema de pulverização que permite controlar a abertura e fechamento de cada bico, com pre-cisão na aplicação.O controle de aplicação pela estação meteorológica embarcada no veículo permite a análise instantânea das con-dições de aplicação. “Se a umidade, a pressão e a temperatura não forem ideais e que possam causar uma eva-poração do agroquímico na aplica-ção, o operador terá essa informação, evitando perda para o meio ambiente e custos para o produtor.” (B.M.)

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Agro Agricultura/ Armazenagem

Equipamentos de Primeiro Mundo e problemas de TerceiroA safra anual deve superar 157 milhões de toneladas de grãos (Conab) e os ar-mazéns comportam menos de 140 mi-lhões de toneladas. O déficit brasileiro de armazenagem de grãos é um dos gargalos da agricultura e, de acordo com estimativas do setor, corresponde a 20% da capacidade estática.Segundo Denise Deckers do Amaral, vice-presidente da Associação Brasi-leira de Pós-Colheita, “o Brasil ainda está distante desse ideal”.Os silos disponíveis no mercado ofe-recem condições de armazenagem adequada, de forma a manter a du-rabilidade, as qualidades biológicas, químicas e físicas dos grãos após a co-lheita, além de reduzir perdas. Muitas estruturas possuem design e projeto avançados e são fabricadas em aço galvanizado, oferecendo maior dura-bilidade e resistência aos esforços de vento e das intempéries.De acordo com Jader Picanço Ribei-ro, executivo principal de armazena-gem da Casp, os modelos de silos da empresa são projetados para assegu-

Alta tecnologia

rar a integridade dos grãos, com me-lhor qualidade e menor perda. “Os silos armazenadores, assim como os transportadores e as máquinas de limpeza, garantem maior eficiência e estão em constante evolução”, diz. O secador de colunas, por exemplo, permite a secagem do produto com maior teor de impurezas com baixo consumo de energia, o que resulta na redução de custos no processo. De acordo com Ribeiro, o equipamen-to também agiliza o processamen-to de grãos e contribui com o meio ambiente, pois diminui a emissão de partículas no ar. A Casp possui duas unidades (Amparo-SP e Cuiabá-MT).

“Os silos arma-zenadores, assim como os trans-portadores e as máquinas de lim-peza, garantem maior eficiência e estão em cons-tante evolução”

Casp/Divulgação

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41Agro Guia | Março 2012

Agro Agricultura/ Armazenagem

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Secagem racionalEm 2011, a GSI Brasil voltou a fabri-car sistemas de armazenagem no país, na sua unidade de Marau (RS). O des-taque é o secador Process Dryer, pro-duzido com o conceito de secagem racional e menos agressivo aos grãos, possibilitando uma operação simples e segura, segundo Sidney Del Gaudio, presidente da empresa.Gaudio destaca, como principais ca-racterísticas do Process Dryer, redu-ção de emissão de partículas, baixo nível de ruído e menor consumo de energia por tonelada seca.

Além disso, explica, o princípio de secagem é baseado na alta vazão específica de ar (volume de ar por volume de grãos), o que possibilita a remoção de até 10 pontos percentu-ais de umidade em um único passe e com resfriamento no secador. “As-sim, o grão fica menos tempo no se-

“Assim, o grão fica menos tem-po no secador e quebra menos, o que é muito valorizado, prin-cipalmente, na cadeia produtiva do arroz”

cador e quebra menos, o que é muito valoriza-do, principalmente, na cadeia produtiva do ar-roz”, conta.O acesso do produtor às tecnologias de ar-mazenagem é feito pe-las principais linhas de crédito oferecidas pelo mercado, e incentivados pelo governo, entre elas, Moderinfra, Moderagro, Prodecoop, Pronaf–Mais Alimentos, BNDES–Au-tomático, BNDES-PSI e Pronamp Rural. (B.M)

GSI Brasil/divulgação

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Agro Pecuária/Raças do Mês

Principal raça bovina criada no país, a nelore tem importante papel no desenvolvimento da pecuária de corte brasi-leira. Originária da Ín-dia, a ongole chegou ao Brasil, em 1874, através do Barão de Paraná e, em seguida, por Manoel Ubelhart Lemgruber, de Carmo, RJ. Entre 1900 e 1920, os brasileiros co-meçaram a buscar ani-mais na Índia, que eram levados à província de nelore, antes de serem

O Nelore a é a base do rebanho do corte brasileiro e responde por aproxima-damente 80% da produção nacional de carne, além de constituir um impor-tante patrimônio para a genética bovina.

o sangue forte da pecuária

embarcados para o Bra-sil. Daí, o nome nelore – o gado ongole destinado aos brasileiros.Graças ao nelore, a pe-cuária de corte deu um salto e, hoje, o Brasil é o maior exportador de car-ne bovina do mundo. Os pecuaristas procuram, cada vez mais, tecno-logias para aumentar o desfrute, a produtividade e a lucratividade de seus rebanhos, e escolhem o nelore como base. Hoje a raça está em todas as

regiões do país. Para o presidente da ABCZ – Associação Brasileira dos Criado-res de Zebu, Eduardo Biagi, Duda Biagi, “o Brasil só detém o maior rebanho comercial e é o maior exportador de carne bovina do mun-do, graças ao nelore, que é imbatível como raça produtora de carne no mundo tropical”,De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),

O Nelore é a principal raça bovina do Brasil

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43Agro Guia | Março 2012

Agro Pecuária/Raças do Mês

“O Nelore está em todas as regiõesdo país”

atualmente, o rebanho bovino nacional tem 215,2 milhões de cabe-ças, 80% (172 milhões) de animais de corte. André Locatelli, gerente executivo da ACNB (As-sociação dos Criadores de Nelore do Brasil), cal-cula que 80% dos ani-mais de corte são nelo-re, ou seja, cerca de 137 milhões de cabeça. Ele arrisca a dizer que existe mais de um milhão de criadores que têm liga-ção com a raça.

Atualmente, a ACNB está focada na difusão dos resultados obtidos com o uso da genética selecionada. “De 10 anos para cá, estamos nos aproximando, cada vez mais, do pecuaris-ta, consumidor dessa

genética, no sentido de conscientizá-lo dos seus benefícios e das suas vantagens”, diz Locatelli.Duda Biagi lembra que, com relação à seleção e melhoramento da raça, “os avanços foram enor-mes, como o aumento do peso, da precocida-de no ganho de peso, da diminuição da idade ao primeiro parto, sem que a raça perdesse as suas características principais: rusticidade, adaptação ao clima e ao sistema de cria a pasto, a cria fácil e as tetas pequenas”.

FocoLocatelli explica que o principal foco da ACNB é fazer o link entre a ge-nética, a produção de carne e o atendimento às exigências do merca-do consumidor. “Temos o Programa de Qualida-de Nelore Natural, que propõe oferecer ao mer-cado consumidor um produto diferenciado, em função de a carne ter origem conhecida e um sistema de produ-ção controlado.É justamente a produção de carne a pasto, a base de capim”, acrescenta. Duda Biagi vê o futuro da raça com otimismo. “Acredito que às raças zebuínas, principal-

mente a nelore, está reservado um papel fun-damental no aumento de produção que será necessário implementar para atendermos à de-manda, dos próximos 30 a 40 anos, de ali-mentar os 9 bilhões de habitantes. Da pecuária brasileira depende gran-de parte deste desafio, e a raça nelore está pron-ta para atendê-lo.” (P.R)

Locatelli, da ACNB: benefíciose vantagens da genética selecionada.

Duda Biagi : “Imbatível como raça produtora de carne no mundo tropical.”

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Agro Pecuária/Commodities

BovinosEstagnação do consumoPrevendo uma tendência de cres-cimento do PIB (Produto Interno Bruto) nacional de 3,2 % a 3,5% ao ano, e um cenário ainda de retração dos mercados dos Estados Unidos e da Europa, 2012 deve a seguir o mesmo caminho do ano anterior. A análise de Rafael Souza Ballaben e Eduardo Sandrini Simprini, con-sultores da Markestrat, considera o grau de endividamento da classe C brasileira, chegando ao limite de expansão de consumo, e que tem sustentado os preços das carnes no mercado interno.Os consultores apostam em uma de-manda crescente mundial por carne, na casa de 2% ao ano, por conta da melhora da renda da população, mas prevêem uma estagnação no con-

sumo mundial da carne bovina, na casa dos 55 milhões de toneladas. “O novo salário mínimo aprovado para janeiro, de R$ 622,00, com rea-juste acima da inflação, será um fator estimulador do consumo de carnes no mercado interno, porém, as mu-danças na economia global têm um poder de impactar mais os setores, em especial o de pecuária decorte”, avaliam.

sUÍnosdemanda aquecidaEm 2012, a demanda por carne suína deve continuar aquecida e a expectativa da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína) é de crescimento moderado na oferta, no máximo, 2%. “O setor aposta na recuperação dos preços e na leve redução dos custos; a recomposição das margens de comercialização deverá trazer retorno de rentabilida-de”, prevê o presidente da entidade, Pedro Camargo Neto.Em 2011, a produção de suínos cresceu 4,9% relação ao ano ante-rior, de 3,24 milhões t para 3,50 mi-lhões t, impulsionada pelo aumento de produtividade e do peso médio de abate. O mercado interno absorveu 84,7% da oferta em relação a 83% em 2010. A disponibilidade interna cresceu 6,7%, igualando-se ao po-

Pedro Camargo Neto da Abipecs afirma que a con-corrência da União Euro-peia tende a persistir no mercado internacional de suínos

Mercado da Pecuária

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Agro Pecuária/Commodities

tencial de consumo, estimado em 15 kg per capita. No ano passado, ocorreu o avanço das exportações para a Ásia. Hong Kong, o maior importador, absorveu 107,50 mil t, 32,42% acima do mes-mo período de 2010. “A crescente abertura do mercado asiático às exportações de carne su-ína do Brasil deve representar fato relevante em 2012, com boas pers-pectivas nos próximos anos. Os pre-ços médios internacionais deverão permanecer firmes, devido à conti-nuidade do crescimento da deman-da na Ásia”, projeta Camargo Neto, que faz um alerta: “a concorrência da União Europeia tende a persistir, sobretudo na Rússia”.

AvEsCenário positivoCom 13,058 milhões e toneladas, 6,8% acima do volume obtido em 2010, que foi de 12,23 milhões/t, o Brasil alcançou um recorde histórico na produção de frango, de acordo com os números da Ubabef (União Brasileira de Avicultura).O País é o terceiro colocado no ranking mundial de produtores, atrás dos Estados Unidos (16,757 milhões/t) e da China (13,2 milhões/t), uma diferença de 142 mil t do segundo.Para 2012, a expectativa do setor é

que o País ocupe a segunda posição como produtor mundial de frango.A demanda interna cresceu e ab-sorveu 69,8% da produção. O con-sumo per capita de carne de fran-go avançou de 44 kg para 47,4 kg, 7,5% acima do ano anterior. O con-sumo per capita de ovos também aumentou, na faixa de 9,2%, de 148,8 unidades (2010), para 162,5 unidades (2011).As exportações de carne de fran-go alcançaram 3,942 milhões/t e responderam pela receita de US$ 8,853 bilhões, expansão de 3,2% e 21,2%, respectivamente. Os embar-ques totais da avicultura brasileira (carnes de frango, peru, pato, ou-tras aves, material genético e ovos) somaram, em 2011, 4,118 milhões de toneladas, um avanço de 2,3%, e responderam pelo faturamento de US$ 8,853 bilhões, aumento de 19,7%. (B.M)

“Para 2012, a expectativa do setor é que o País ocupe a segunda posição como produtor mundial de frango”

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José Carlos Grubisich, 54, sucesso como executivo de grandes empresas, também é sucesso na pecuária de corte. Em menos de 10 anos na atividade, já é considerado um dos principais melhoristas da raça nelore no Brasil. Desde que deixou sua cidade natal, Itatinga, no interior de São Paulo, com 14 anos – para cursar o “Científico”, em Botucatu e, em seguida, engenharia química, na Escola Superior de Química Osvaldo Cruz, na capital do Estado –, a vida lhe pre-parou uma sucessão de desafios. Como executivo, desenvolveu grande parte de sua carreira na Rhodia e no Grupo Rhône-Poulenc, onde ocupou diferentes cargos: presidente e CEO do grupo no Brasil; presidente da Rhodia para o Bra-sil e América Latina; em Paris, presidente mundial da Rhodia Fine Organics e vice presidente mundial e membro do Comitê Executivo do Grupo Rhodia. Também foi presidente e CEO da Braskem e liderou o processo de consolidação da empresa como Pe-troquímica Brasileira de Classe Mundial. De julho de 2008 a janeiro de 2012, foi presidente da ETH Bioenergia S/A, empresa da Organização Odebre-cht, focada na produção integrada de etanol e na energia de cana-de-açúcar.

Compromisso coma excelênciaUm dos mais importantes executivos do Brasil levou para o cam-po sua experiência e profissionalismo e, através de um projeto de bases empresariais sólidas e sustentáveis, é hoje, um dos melhores selecionadores da raça nelore.

Por Paulo Roque

Agro Produtor/ Agro Perfil

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Informe PublIcItárIo

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José Carlos Grubisich eBruno Grubisich. C

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No início deste ano, mais um desa-fio: assumiu a presidência da Eldo-rado Brasil Celulose, do grupo J’S Holding, um projeto agroindustrial que, só na primeira fase de implan-tação, no município de Três Lagoas (MS) estão sendo investidos R$ 6 bilhões. É a maior linha de produ-ção de uma única unidade montada no mundo e o objetivo é produzir 5 milhões de toneladas de celulose a partir desse ano até 2021.Quando retornou ao Brasil, em 2002, para assumir a Braskem, Gru-bisich criou, em Itatinga, a Verdana Agropecuária. Em função de uma antiga paixão pela raça nelore que, somada aos seus anos de experiên-cia como executivo internacional, fez do novo empreendimento um projeto empresarial de bases sóli-das, pautada em um trabalho alta-mente profissional.Mas foi em 2006 que tomou a de-cisão de buscar o que há de melhor em mento genético. “Acredito mui-to que as pessoas fazem a diferença em qualquer projeto empresarial e

que conhecimento e competência são coisas fundamentais”, diz ele. Para obter uma seleção superior a cada geração, foi procurar apoio, conheci-mento e experiência de homens que revolucionaram a genética da raça Nelore. “Foi a possibilidade de entrar no nível dos que estavam na ponta da pirâmide da seleção genética brasilei-ra”, revela.Confessa que, também, teve sorte: “o quarto animal do meu projeto pecuá-rio, a GRUB 04, Absoluta da Verdana, transformou-se numa fêmea excepcio-nal, foi campeã em várias pistas e Re-servada Grande Campeã da ExpoZebu 2009. De certa forma, me deu o selo de qualidade”. Absoluta, de acordo com Grubisich, é considerada um dos melhores investi-mentos já realizados na genética brasi-leira nos últimos anos. Foi arrematada no Leilão de Liquidação da Fazenda Mata Velha, pelo condomínio forma-do pela HRO, de Sylvio Propheta, e Comapi, de Reinaldo Bertin, por R$ 2,42 milhões. O interessante é que Absoluta é resultado de um embrião

Agro Produtor/ Agro Perfil

Fazenda Glória do Rio Verde, Camapuã - (MS)

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Absoluta da Verdana.

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comprado de Sylvio Propheta, quan-do Grubisich iniciou seu trabalho de seleção, por um valor 35 vezes menor. A Verdana Agropecuária ocupa duas fazendas no município de Itatinga: a Estância Boa Vista, com 196 hecta-res, dirigida à seleção do gado nelo-re PO, dividida entre o manejo das doadoras e os animais de exposição. Na na fazenda Bosque do Rio Novo, com 220 hectares é feita a manuten-ção das receptoras. Faltava integrar o rebanho de elite a um Programa de Produção de Touros Melhoradores para colocá-los à dis-posição dos criadores de gado comer-cial da base da pirâmide da pecuária brasileira. Seu filho, Bruno Grubisich, passou mais de ano procurando o lu-gar ideal para esse projeto. A busca acabou quando ele cruzou a entrada do município de Camapuã (MS), co-nhecido como a capital brasileira do bezerro de qualidade. Encontrou o que queria na Fazenda Glória do Rio Verde, uma propriedade de 2.200 hectares, com 11 km às margens de estrada asfaltada que vai para Águas Claras e 2 km esbarrando nas águas do Rio Verde. Segundo José Carlos Grubisich, na Verdana, o compromisso com a exce-lência em tudo que se faz é constante. “Seleção rigorosa do melhor, mane-jo adequado e nutrição de qualidade contribuem para que o rebanho evo-lua de geração em geração. É preciso medir os resultados. Por isso, a opção por trabalhar com o Programa de Me-lhoramento Genético Embrapa/Gene-plus”, acrescenta.Finalmente, destaca um dos fatores que levaram seu projeto, em tão pou-co tempo, a conquistar o respeito e o

reconhecimento dentro da pecuária brasileira: “testar os animais no limite para garantir ao cliente a certeza de levar para casa reprodutores com ge-nética consistente e que possam in-crementar o lucro de seus criatórios”.

“Seleção rigorosa do melhor, manejo adequado e nutrição de qualidade contribuem para que o rebanho evolua de geração em geração. É preciso medir os resultados. Por isso, a opção por trabalhar com o Programa de Melhoramento Genético Embrapa/Geneplus”

Agro Produtor/ Agro Perfil

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Mineiro de Bambuí, o ex-ministro da Agricul-tura, Alysson Paolinelli, 75, é considerado um dos grandes responsá-veis pelo sucesso do agronegócio brasileiro. Transformou o cerra-do em maior produtor de alimentos do País e inspirou a criação da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Foi mi-nistro no período de 1973 a 1979.Tudo começou entre os anos de 1960 e 1970, quando foi professor e diretor da então Escola Superior de Agricultura de Lavras, atual Univer-sidade Federal de Lavras, onde também formou-se em Agronomia. Na épo-ca, o Brasil era importa-dor de alimentos: trigo,

leite, carne, arroz e fei-jão, algodão e até carnes de frango.

Em 1971, o governador de Minas, Rondon Pa-checo, o convidou para assumir a Secretaria de Agricultura do Estado, com apoio para realizar as mudanças que achas-se necessárias. Foi mon-tado todo um aparato nas áreas de pesquisa, extensão, crédito rural, apoio à produção, arma-zenamento, industriali-

zação, comercialização, abastecimento internoe exportação.Com a criação do Pro-grama Integrado de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, futu-ra Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), com total autonomia técnica, administrativa e finan-ceira, surgiu um novo conceito de pesquisa, que envolvia outras en-tidades, universidades, empresas privadas e produtores rurais. Em dois anos, a Epamig já contava com 352 pro-jetos. Através dessas mu-danças, foi possível, diz Paolinelli, “a quase aven-tura de enfrentar a con-quista dos cerrados mi-neiros, iniciada, no ano agrícola de 1971/1972,

Sua atuação como ministro da Agricultura mudou o agronegócio nacional. A ocupação do Cerrado e o fortalecimento da pesquisa agropecuária transformou o Brasil de importador a um dos maiores produtores de alimentos do mundo

Alysson Paolinelli

o grandetransformador

Agro Produtor/ Agro História

“a nossa tecnologia tropical, considerada a melhor do mundo, é a mais conservacionista e sustentável”

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pelo Triângulo Mineiro, pelo Alto Paranaíba e pelo Noroeste do Estado. Foi criado o PADAP (Projeto Integrado de As-sentamento Dirigido do Alto Paranaíba), “que se tornou referência e le-vou o governo do Japão a fazer uma joint venture com o governo do Brasil, criando o Prodecer e a Campo, até hoje em ope-ração”, conta orgulhoso.1973, último ano de mandato presidencial do general Garrastazu Médici, o então minis-tro da Agricultura, Cirne Lima, inspirado pelo tra-balho desenvolvido em Minas, propôs a mudan-ça da lei de estruturação da pesquisa agrícola no país. Assim, no dia 26 de abril, foi criada a Em-brapa, em substituição ao DNPA (Departamen-to de Pesquisa Agrope-cuária), que tinha mais recursos, mas não fun-cionava com autonomia administrativa e finan-ceira, e só contava com 35 projetos. Cirne Lima renunciou, três meses depois, assumiu Moura Cavalcanti, mas o pro-jeto Embrapa ficou no papel.Em 1974, o general Er-nesto Geisel ocupa o governo e convida Pao-linelli para o Ministério da Agricultura, com a

função de estruturar a Embrapa e avançar na ocupa-ção do cerrado. “Aí, vencemos a burocracia e colo-camos a Embrapa para funcionar. Foram contratados mais de mil profissionais e criadas 14 novas institui-ções estaduais de pesquisa agropecuária. Enviamos, numa primeira leva, 1532 profissionais ao exterior para fazer pós-graduação. Foi o maior programa de pós-graduação do país”, relembra o ex-ministro.Os que voltavam fortaleciam o trabalho com novas ideias. Ao invés de copiar, começaram a desenvol-ver tecnologias próprias para o Brasil.

“E, assim, foi criada a nossa tecnologia tropical, considerada a melhor do mundo, é a mais conserva-cionista e sustentável que a maioria das tecnologias de outras regiões do mundo”, conta Paolinelli, lem-brando que essa foi a grande força para a ocupação e o desenvolvimento do cerrado brasileiro, transfor-mando, principalmente o Centro-Oeste e o oeste da Bahia nos maiores polos brasileiros de produção agropecuária. (P.R)

Paolinelli relembra o início da ocupacão do cerrado mineiro.

Agro Produtor/ Agro História

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Informe PublIcItárIo

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A agricultura e a pecuária são

vocações naturais do Brasil e

viram crescer nos últimos anos

a influência de aspectos financeiros, os

quais se combinam agora com os fun-

damentos de cada cultura. Nessa e nas

próximas edições, você terá acesso a

análises econômicas e financeiras do

agronegócio na Coluna Agro Original,

disponibilizadas pelos economistas do

Banco Original do Agronegócio. Sejam

bem-vindos e boa leitura.

A agricultura registra vários preços no

máximo dos últimos 20 ou 30 anos. O

motivo é a demanda crescente que exige

expandir a oferta rapidamente sob o ris-

co da mudança climática. O uso do mi-

lho para produção de etanol nos Estados

Unidos retirou área plantada de outras

culturas e reduziu os estoques globais de

grãos, exatamente quando o mundo pre-

cisa de mais estoques para se proteger

das frequentes quebras de safras pelas

oscilações de clima.

O Brasil não registrou quebra de safra

expressiva nos últimos anos e se benefi-

cia do prêmio nos preços agrícolas para

compensar o risco climático. A pecuária

também registra preços mais altos e to-

das as suas etapas – cria, recria e engor-

da a pasto ou no confinamento – mos-

tram margens mais satisfatórias.

Outra parcela dessa boa fase se relaciona,

por incrível que pareça, com o ambien-

te financeiro predominante do pós-crise

de 2008. O juro muito baixo nos Estados

Unidos, Europa, Reino Unido e Japão

acelera o crescimento nos países consu-

midores de alimentos e valoriza as suas

taxas de câmbio. Consequentemente, o

consumo de commodities passou a cres-

cer mais rapidamente nos últimos anos.

O maior exemplo é o aumento contínuo

do preço do petróleo, na medida em que

a Ásia expande o produto e precisa de

mais energia. O preço elevado do pe-

tróleo passou a influenciar a cotação do

milho, pois os Estados Unidos concentra

a produção de milho e usa 40% de sua

safra para a produção de etanol. A com-

petição por área plantada exige a valo-

rização de outras culturas, como a soja,

mesmo que esta cultura esteja espalhada

pelas Américas do Norte e do Sul.

A pecuária se beneficia de outra manei-

ra desse ambiente. O aumento da renda

per capita permite a migração para uma

dieta mais rica em proteínas. A pecuária e

a produção de aves e suínos são os bene-

ficiários desta mudança de alimentação.

O Brasil possui o maior rebanho de cor-

te do mundo, atrás apenas da Índia que

não faz uso comercial. A proporção atual

de matrizes e a produtividade (bezerros

por fêmea) permitem expandir o rebanho

brasileiro muito mais rapidamente que

os outros produtores, especialmente se

considerarmos que os grandes rebanhos

nos Estados Unidos e na União Européia

diminuem de tamanho por motivos cli-

máticos e ambientais.

O Brasil também possui área de pasta-

gens e oferta de água e sol suficientes

para sustentar o aumento do rebanho,

o que nos torna o único país capaz de

aumentar em larga escala a produção de

carne. Esta habilidade nos permite cap-

turar mais de 40% do aumento espera-

do no comércio internacional de carne

bovina, bem acima da atual participação

de 21% nas exportações globais.

A situação econômica e financeira in-

ternacional inspira cuidados também. O

quadro de juros muito baixos no exterior,

o qual ainda perdura por mais três anos,

leva à diversificação dos investimentos

financeiros na direção de vários ativos,

entre eles as commodities agrícolas. Esta

INFORME AGRO ECONÔMICO

Page 53: AgroGuia Ed. Março 2012

Informe PublIcItárIo

53Agro Guia | Março 2012

diversificação cria uma trajetória para os

preços agrícolas que muitas vezes reflete

movimentos financeiros, como a queda

das bolsas, ou mesmo a oscilação do va-

lor do dólar no mundo.

Esse aspecto financeiro e a mudança cli-

mática criam riscos adicionais para a agri-

cultura, riscos que são a contraparte das

boas margens registradas em várias cultu-

ras. Esta margem elevada por um ambien-

te arriscado aconselha o uso de instru-

mentos de proteção, através de produtos

financeiros específicos para o agricultor.

O Brasil se viu relativamente imune, até

o momento, de grandes quebras de safra

ao nível nacional, mas não há motivos

para acreditar que a nossa região é me-

nos suscetível aos efeitos da mudança

climática. Perdas de safra em alguns es-

tados mostram como os riscos estão pre-

sentes no mundo todo.

A pecuária é menos suscetível às osci-

lações dos ativos financeiros, mas al-

gumas atividades em ascensão, como

a engorda pelo uso do confinamento,

sofrem com as alterações dos preços

agrícolas por mudanças nos fundamen-

tos – climáticos ou não – e oscilações

de alguns ativos financeiros.

Algumas transformações brasileiras

também influenciam o agronegócio. A

valorização do câmbio - a qual pode

se acentuar quando a economia estiver

superavitária em petróleo - reduz a renta-

bilidade da agricultura e da pecuária. O

processo de queda rápida da taxa de juros

valoriza ativos em geral e o preço da terra

deve acelerar o seu movimento de alta, o

que vai forçar o deslocamento de algumas

atividades para regiões mais distantes.

As transformações brasileiras e o am-

biente financeiro global impõem desa-

fios, especialmente para a pecuária. A

produção de bovinos precisa ser menos

extrativista e mais intensificada, com es-

pecial atenção para a manutenção da

rentabilidade, tradicionalmente aperta-

da. Em outras palavras, a pecuária terá

de liberar áreas de pastagens para a agri-

cultura – hoje as pastagens representam

quatro vezes a área agrícola-, para gerar

a metade do valor da agricultura.

O momento do agronegócio é positivo

em vários aspectos, assim como a sua

perspectiva de médio prazo, pois a re-

composição dos estoques de grãos sob

o risco climático vai demandar anos. Da

mesma forma, a migração da população

para uma dieta de proteínas possui fôle-

go para décadas. O desafio é a gestão de

um negócio complexo como o agrone-

gócio, num ambiente em que riscos tão

distintos como oscilações financeiras e

climáticas podem afetar a operação.

O Brasil se destaca por fatores naturais

favoráveis ao agronegócio, se destaca

também pela expertise dos empresários

do campo e seu espírito empreendedor.

Para outros relatórios e informações finan-

ceiras do agronegócio acesse

www.bancooriginal.com.br

Equipe Econômica do Banco Original

do Agronegócio

[email protected]

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