agroguia ed. julho 2012

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INFORME PUBLICITÁRIO 1 Agro Guia | Julho 2012 AGRO EVENTOS Expointer, Interconf, Agrinsumos & Induspec e Congresso Mundial de Avicultura AGRO ENTREVISTA Walter Horita, presidente da Aiba, fala sobre a evolução do oeste baiano INFORME PUBLICITÁRIO PUBLICAÇÃO MENSAL | JULHO 2012 | EDIÇÃO 05/ANO 01 João Sampaio Filho, empresário rural, presidente do Cosag/Fiesp e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Marfrig AGRO PERFIL Uma vida entre o campo e os grandes centros de decisões

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Suplemento agrícola mensal do Jornal Folha de S. Paulo

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INFORME PUBLICITÁRIO

1Agro Guia | Julho 2012

AGRO EVENTOSExpointer, Interconf,Agrinsumos & Induspec e Congresso Mundial de Avicultura

AGRO ENTREVISTAWalter Horita, presidente da Aiba, falasobre a evolução do oeste baiano

INFORME PUBLICITÁRIO

PUBLICAÇÃO MENSAL | JULHO 2012 | EDIÇÃO 05/ANO 01

João Sampaio Filho, empresário rural, presidente do Cosag/Fiesp e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Marfrig

AGRO PERFILUma vida entre o campo e os grandes centros de decisões

Informe PublIcItárIo

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Índice

Agro Agenda 6

Agro Agricultura 20

16Agro Entrevista

21Agro Pecuária

12Agro Eventos

PARA ANUNCIAR NO GUIA

Editor-Chefe

Redação

Colaborador

Apoio Comercial

Projeto Editorial

Diagramação e Edição de Imagens

Capa

Carlos Alberto da SilvaMTB 20.330

Béth Mé[email protected]

André [email protected]

Paulo [email protected]

Simone [email protected]

Nathã Carvalho

Carlos Alberto da Silva

Gutche AlborghetiVinicius Gallo BalsysJuliana VizzáccaroMaria Teresa

Vinicius Gallo Balsys

Foto Carlão da Publique

(11) 3063.1899 / Al. Itu. 1063 - 2° andar -CEP: 01421-001 - Jardins - São Paulo/SP

www.publique.com | [email protected]

PRESIDENTE E FUNDADOR:Carlos Alberto da Silva

[email protected]/gpubliqueSlideshareslideshare.net/grupopubliqueYou Tubeyoutube.com/GrupoPublique

Gerente ComercialMarcela Marchi

[email protected](011) 3224-4546

Contato ComercialLarissa Ayumi Yokomizo

[email protected](11) 3224-4545

Representante ComercialSonia Maciel

[email protected]

Mirian [email protected]

tel: (11) 3021-1644

Informe Agro Econômico 36

38Agro Educação

8Agro Mensagens

10Agro Datas Comemorativas

30Agro Lavoura

34Agro Artigo

26Agro Perfil

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Informe PublIcItárIo

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7 a 9/8Agrinsumos & Induspec Expo&Business – São Paulo (SP), tel. (11) 3017-6807 - www.agrinsumoseinduspec.com.br

7 a 9/8II Congresso Andav (Fórum de Distribuição de Insumos Agropecuários) – São Paulo (SP), tel. 3017-6888 - [email protected]

7 e 8/8IX Congresso Brasileiro de Marketing Rural e Agronegócios – São Paulo (SP), tel. (11) 3812-7814 - www.abmra.com.br

7 a 11Agroleite 2012 – Castro (PR), tel. (42) 3234-8084 - www.agroleitecastrolanda.com.br

29/7 a 03/8 19ª Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água – Lages (SC) - www.rbmcsa.com.br

30/8Simpósio SAE Brasil de Máquinas Agrícolas 2012 – Porto Alegre (RS), tel. (54) 3223-8677 – www.saebrasil.org.br

30 a 31/8Simpósio de Fruticultura: Oportunidades e Desafios no Setor – Piracicaba (SP) - www.fealq.org.br / www.gelqesalq.com.br

30/7 a 2/86ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale – Londrina (PR), tel. (43) 3025-5223 - www.rtrigo2012.com.br

1 a 3/84º Simbras - Simpósio Brasileiro de Agropecuária Sustentável / 1º Congresso Internacional de Agropecuária Sustentável – Porto Alegre (RS) - www.simbras-as.com.br

3º Simpósio sobre Sanidade em Citros – Unesp Jaboticabal (SP), tel. (16) 3209-1303 – www.funep.org.br

Confira os eventos de 29 de julho a 2 de setembro

Agro Agenda

3 a 5/8Agrifam 2012 – Feira da Agricultura Familiar e do Trabalho – Lençóis Paulista (SP), tel. (14) 3262-9990 – www.agrifam.com.br

5 a 9/824º World´s Poultry Congress (WPC 2012) – Salvador (BA), tel. (19) 3243-6555 - www.wpc2012.com.br

6/8Congresso Brasileiro do Agronegócio – São Paulo (SP), tel. (11) 3854-8060 - www.abag.com.br

9 a 12/8 40ª Exposul – Rondonópolis (MT), tel. (66) 3423-2990 www.exposuleuvou.com.br

14 a 166º Simpósio Nacional do Morango e 5º Encontro de Pequenas Frutas Nativas do Mercosul – Pelotas (RS), tel. (53) 3275-8208 – www.cpact.embrapa.br

16 a 26/857ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro – Barretos (SP), tel. (17) 3321-0000 - www.independentes.com.br/festadopeao

17 a 19/84ª Exposição Ouro Minas do Cavalo Árabe – Araxá (MG), tel. (11) 3674-1744 - www.abcca.com.br

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Informe PublIcItárIo

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18 a 26/8 Expogenética – Uberaba (MG), tel. (34) 3319-3900 - www.abcz.org.br/expogenetica

25/8 a 2/935ª Expointer - Parque de Exposições Assis Brasil – Esteio (RS) - tel. (51) 3288-6223 - www.expointer.rs.gov.br/siteexpo

26 a 30/8Congresso Nacional de Milho e Sorgo – Águas de Lindóia (SP), tel. (19) 3202-1754

27/8Congresso Brasileiro de Fertilizantes – São Paulo (SP) – www.anda.org.br

28 a 31/8Fenasucro e Agrocana – Ribeirão Preto (SP) - www.fenasucroeagrocana.com.br

Agro Agenda

Tomamos conhecimento do Informe Publicitário Agro Guia e temos interes-se em receber o informativo. Representamos o setor de Suínos e Aves, liga-dos à agroindústria, através do Sindicarne (Sindicato da Indústria da Carne de Santa Catarina) e da Acav (Associação Catarinense de Avicultura). Cinthya Mônica da Silva Zanuzzi, engenheira agrônomaFlorianópolis (SC)

Perdi a edição do Agro Guia de junho 2012, como posso conseguir um exemplar, se possível por algum link, ou mesmo impresso?Joaquim de Oliveira Mattosinho, Lins (SP)

O Agro Guia circula no último domingo de cada mês, encartado na Folha de São Paulo. A próxima edição, que será publicada dia 29 de julho, po-derá ser encontrada nas grandes bancas de jornais e revistas de Florianó-polis. Quanto às edições anteriores, enviaremos o pdf.

Agro Mensagens

Caros Leitores,Acompanhe, nesta edição, várias matérias interessantes sobre o Agro.Na capa, trazemos um grande amigo: João Sampaio Filho, empresário rural, presiden-te do Cosag/Fiesp e vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Marfrig, um dos líderes da ala jovem do agronegócio que se divide entre o campo e os grandes centros de decisões.Também destaco a entrevista de Walter Horita, presidente da Aiba, que fala sobre a evolução do oeste baiano.Boa leitura a todos.

Agro Editorial

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Carlos Alberto da SilvaEditor

Informe PublIcItárIo

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Agro Datas Comemorativas

12/8 Dia do Cortador de CanaInstituído em 2007, a data é uma homenagem à atividade dos trabalhadores do corte de cana, que ajudou a projetar a cultura no noroeste paulista e no Brasil.

18/8 Dia Nacional do Campo Limpo Criado pela Lei nº 11.657/16.4.2008, reconhece a importância da mobilização dos envolvidos no programa de logística reversa das embalagens de defensivos agrícolas pela conscientização ambiental na agricultura. O InpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado. Nos últimos dez anos foram mais de 202 mil toneladas recicladas.

19/8 Dia Nacional da Aviação AgrícolaFoi criado pelo Decreto N° 97.669/19.4.1989. A atividade, presente em todo território nacional, tem muitas utilidades, com destaque nas pulverizações, em especial nas culturas de soja, arroz, algodão, milho, cana, banana e pastagens.

27/8 Dia do Peão de BoiadeiroInspirado no trabalho de manejo do gado nas fazendas, o rodeio esportivo surgiu como evento há mais de 50 anos no Brasil. As primeiras festas do peão aconteceram em Paulo de Faria e Barretos (1956). O que era um desafio virou passatempo e transformou-se em festa do peão.

28/8 Dia da Avicultura (avicultor)Responsável pela criação de aves para produção de alimentos, desponta na agropecuária por ser considerada a mais dinâmica e tecnificada. Seu desenvolvimento começou no final dos anos 50, na Região Sudeste, principalmente, em São Paulo. Em 1970 houve o deslocamento para a região Sul.

29/9 Dia Nacional do Vaqueiro Criado o Projeto de Lei nº 11.7979/09, a data comemora a primeira passeata de vaqueiros realizada no Brasil, em União (PI). Figura representativa da cultura brasileira, especialmente do sertão nordestino, é formada pela fusão de diversas raças.

Informe PublIcItárIo

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Agro Eventos/Balanço

A Megaleite (9ª Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite), realizada de 1º a 8 de julho, em Uberaba (MG), foi palco de debates sobre os desafios do setor e mostrou o avanço genético das principais raças leiteiras do país. A estimativa é de que passaram pela feira cerca de 40 mil pessoas. Parti-ciparam da pista de julgamento mais de mil animais das raças leiteiras.Os 12 leilões de animais e genética Girolando, Gir Leiteiro e Holandês movimentaram R$ 9.221.580, cres-

Os organizadores da 53ª Exposição Agropecuária de Araçatuba, realizada de 6 a 15 julho, em Araçatuba (SP), es-timam faturamento de R$ 50 milhões com a venda de animais em leilões, negócios nos estandes e eventos de entretenimentos paralelos.O evento reuniu cerca de 2 mil animais das raças de corte e de leite. A Rural Eventos estima a presença de 300 mil visitantes, 70% atraídos pelos shows, seguido pelo rodeio e atrações para-lelas. Em razão dos resultados deste

Megaleite: recordes e leilões em alta

Expo Araçatuba fatura 50 milhões

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cimento de 27,6%, mesmo com um leilão a menos em relação a 2011. O torneio leiteiro reuniu mais de 100 animais das raças Girolando, Gir Lei-teiro, Holandês, Guzerá e Sindi. A Megaleite 2012 registrou três recordes nacionais no 23º Torneio do Girolan-do. Botique JM Monte Alverne, alcan-çou média diária de 86,850 quilos de leite, a novilha BB Milk Emerson Nu-gget Jaguar FIV registrou média diária de 59,733 kg e a vaca ¾ Girolando Jo-simar M. obteve média de 78,273 kg.

ano, os organizadores da Expo Gené-tica, feira de animais elite, prenhezes, sêmen e aspirações, realizada pelo se-gundo ano consecutivo, planejam au-mentar a quantidade de pavilhões em 2013. “Praticamente todos os criadores que participaram este ano confirma-ram presença no que vem. Temos de aumentar o espaço para receber novos interessados”, informa Manoel Afonso de Almeida Filho, vice-presidente do Siran (Sindicato Rural da Alta Noroes-te) e organizador dessa mostra.

Informe PublIcItárIo

13Agro Guia | Julho 2012

Agro Eventos/Balanço

De 4 e 5 de julho, a 7ª Suinfest (Feira Mi-neira de Suinocultura), reuniu em Ponte Nova (MG), polo nacional de criação de suínos, 2 mil visitantes. Com foco no consumidor, a proposta do evento foi traçar seu perfil, estimular reflexões para o futuro e colaborar com a busca de novas oportunidades de mercado para o produto da região. Cerca de 60 empre-sas expositoras apresentaram novidades em produtos, serviços e tecnologias. Além disso, a feira mineira propiciou a realização de contatos e negócios, opor-tunidades de conhecimento e trocas de experiências com o setor.

A 83ª Semana do Fazendeiro teve avaliação positiva da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Viçosa (MG), onde o even-to foi realizado. O pró-reitor e coorde-nador da Semana, Gumercindo Souza Lima, estima faturamento de R$ 4 mi-

O maior evento indoor da cadeia pe-cuária de corte do mundo, a Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne) encerrou sua 18ª edição com balanço positivo. Recebeu cerca de 30 mil pessoas, reuniu 250 empresas expo-sitoras e abrigou mais de 4 mil animais. Contou com a participação de 25 raças bovinas, além de ovinos, gado

Foco no consumidor

Recorde de visitantes

Balanço positivo

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Gir Leiteiro e equinos Mangalarga.A venda de animais nos 13 leilões realizados (ante 8 de 2011), bateu recorde de faturamento e quantidade de lotes comercializados. Foram 8974 lotes arrematados e movimento de R$ 17.571.435,00. Uma novidade foi a venda virtual de animais de produção, de criatórios consagrados. (SR)

lhões, recorde de visitantes – 100 mil – e mais de 2000 mil pessoas do meio rural: 1080 agricultores em 210 cur-sos, 320 na Troca de Saberes, 250 jo-vens na 4ª Semana da Juventude Rural e cerca de 350 mulheres no workshop A Mulher Rural.

Informe PublIcItárIo

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Mais uma vez, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), será palco da 35ª Expointer, que este ano ocor-rerá de 25 de agosto a 2 de setembro. Uma das principais atrações é o Con-curso Freio de Ouro (dias 25 e 26), a mais disputada prova funcional entre as raças equinas, a Crioula, tradicio-nal do Rio Grande do Sul. A mostra de 2012 terá mais de 400 eventos, entre exposições de 151 raças (bovinos de corte e de leite, gado misto, bubalinos, equinos, ovinos, suínos, ca-prinos, pássaros, aves, chinchilas e coe-lhos.), além de julgamentos e leilões de animais. Também estão programados show de máquinas, Feira de Agricultura Familiar, Expoargs (Exposição de Arte-sanato do Rio Grande do Sul), Prêmio Gerdau Melhores da Terra, palestras téc-nicas, cursos, fóruns e seminários.

De 7 a 9 de agosto, ocorrerá em São Paulo, no Transamérica Expo Center, a 2ª Agrinsumos & Induspec Expo&Business. Estão previstos estandes de mais de 35 marcas expositoras em uma área de 3.000 metros quadrados. Estima-se a presença de cinco mil profissionais do setor e do agronegócio. Os destaques da programação são os debates de assuntos estratégicos sobre o setor, no II Congresso Andav (Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários), e sobre marke-ting rural, no IX Congresso da ABMR&A, realização da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio.

Em 2011, a Expointer reuniu mais de 4.000 animais de 150 raças, cer-ca de 3000 expositores, mais de 390 eventos paralelos e o faturamento superou R$ 850 milhões, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, organizadora da mostra.

Vem aí a a Expointer 2012

Agrinsumos & Induspec

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Informe PublIcItárIo

15Agro Guia | Julho 2012

De 5 a 9 de agosto, será realizado no Centro de Convenções de Salvador (BA) o 24º Congresso Mundial de Avicultura, o WPC 2012, que deverá reunir 9 mil pessoas. O evento comemora os 100 anos da WPSA (World’s Poultry Science Association) e contará com exposição de produtos e serviços de grandes empresas do setor avícola de todos os continentes. Temas das principais áreas da produção

De 16 e 26 de agosto de 2012, Barretos (SP), receberá a 57ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, maior evento do gênero da América Latina. A festa terá competidores do mundo in-teiro, os principais músicos do cenário sertanejo universitário e de raiz, além de atividades culturais – como concurso de berrante e Queima do Alho (prato típico dos tropeiros) –, além de outras atrações.

De 11 a 13 de setembro, Goiânia (GO) sediará a Interconf – Confe-rência Internacional de Confinado-res, iniciativa da Assocon (Associa-ção Nacional dos Confinadores) e o Canal Rural. O evento discutirá a evolução da cadeia da carne e seus impactos nos processos produtivos. A palestra de abertura terá Mailson da Nóbrega.O setor frigorífico e produtivo no Brasil e no mundo, tema o painel do dia 11, terá, com a participação de Nancy Mor-gan (EUA) e Claus Deblitz (Alemanha).

O segundo painel debaterá O mercado consumidor de carne no Brasil e no Mundo. No dia 12, o tema será Relação Produtor/ Frigorífico. À tarde, ocorrerá a Mesa Redonda Final da Interconf 2012. Com mediação do jornalista Mauro Za-falon, participarão do debate Antônio Jorge Carmadelli, presidente da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Ex-portadoras de Carnes), Eduardo Biagi, presidente da ABCZ (Associação Brasi-leira dos Criadores de Zebu), e Sussumo Honda, presidente da Abras (Associa-ção Brasileira de Supermercados). (AC)

Avicultura em pauta

Maior rodeio da América Latina

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Agro Eventos/Destaques

de ovos e frangos e pintos de corte serão debatidos por especialistas em avicultura técnica e científica mundial.

O grupo os Independentes, organizador da festa, estima público de, aproximada-mente, um milhão de pessoas.

INFORME PUBLICITÁRIO

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Nos últimos 30 anos, o oeste baia-no passou da condição de uma nova fronteira agrícola para uma das regi-ões mais produtivas do País, graças ao esforço de agricultores que souberam tirar proveito do seu enorme poten-cial. Entre esses pioneiros estava a fa-mília Horita, que emigrou do norte do Paraná em busca de novos horizontes. Em 1984, os irmãos Walter, Wilson e Ricardo adquiriram 1.210 hectares de terras em São Desiderio e, gradativa-mente, transferiram seus negócios e a própria família para a Bahia. O Grupo Horita é composto de seis fazendas, localizadas em quatro mu-nicípios, com uma área total de 150 mil hectares, dos quais, 85 mil culti-

vados com soja, algodão e milho. É presidido por Walter Horita, o quarto dos cinco fi lhos de Satoshi e Ayako Horita. Além de dirigir os negócios da família, ele também preside a Aiba (Associação de Agricultores e Irrigan-tes da Bahia) e a Copagro (Coopera-tiva dos Produtores Agrícolas de Roda Velha), e já presidiu a Abrapa (Asso-ciação Baiana dos Produtores de Al-godão) e a Fundação Bahia. “Nossa família se dedica à agricultura há muito tempo, antes mesmo de emi-grar do Japão para o Brasil. Para se ter uma ideia de como a atividade agríco-la está arraigada em nossa família, em japonês, Horita signifi ca algo próximo a ‘cultivar a terra’”, explica.

A conquista do oeste baianoFo

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Por Paulo Roque

Agro Entrevista

Informe PublIcItárIo

17Agro Guia | Julho 2012

Agro Guia – Por que a família Horita escolheu o oeste baiano?Walter Horita – Nós viemos para cá por causa da fartura de terras bara-tas e das condições naturais. A re-gião tem um regime de chuvas mui-to bem definido e uma localização estratégica, no coração do Brasil. A luminosidade também é espetacu-lar, favorecendo muito o cultivo. O risco de geada é zero e muitos rios e lençóis freáticos banham a região. Tudo isso compen-sa com folga o fato de a terra aqui não ser naturalmente fértil. Hoje, não há melhor lugar para plantar, simulta-neamente, soja, algodão e milho do que o oeste da Bahia, que é líder mundial de pro-dutividade nessas três culturas. O mercado já per-cebeu isso, o que tem sido provado pela valorização das terras. A primeira vez que pus os olhos no cerrado baiano, no início dos anos 1980, não tive dúvida de que esta região – então desacredi-tada – um dia se notabilizaria como o grande celeiro do Brasil. Era jovem e estudava engenharia de produção me-cânica na Universidade de São Paulo, em São Carlos (SP), e não pensei duas vezes para traçar o meu destino aqui. Esse sentimento era dividido com os meus irmãos, Wilson e Ricardo, e o

meu pai, o mais entusiasta de todos, que vislumbrava uma grande revolu-ção na região no prazo de 20 anos.

Agro Guia – Atualmente, qual é a estrutura com que conta o Grupo Horita?WH – O Grupo Horita compreende seis principais unidades produtivas, localizadas no cerrado da Bahia, que, juntas, totalizam 150 mil hec-

tares de área e 85 mil hectares de lavouras. As fazendas Aca-lanto, Sagarana, Ventura, Queru-bim, Timbaúba e Centúria, que produzem, simul-taneamente, soja, algodão e milho em sistema de ro-tação de culturas, estão localizadas nos municípios de São Desidério, Correntina, Luís Eduardo Maga-lhães e Formosa do Rio Preto. Da área total cultiva-da, a soja ocupa

46 mil ha, o algodão, 30 mil ha, e o milho, 9 mil ha. Na safra 2012 / 2013, pretendemos plantar 42 mil ha de soja, 34 mil ha de algodão e 10 mil ha de milho. As fazendas contam com estruturas de beneficia-mento e armazenamento de grãos de última geração. Somadas, têm capacidade de armazenar 150 mil t de grãos e beneficiar até 180 mil t de algodão em caroço.

“Não há melhor lugar para plantar, simultaneamente, soja, algodão e milho do que o oeste da Bahia, que é líder mundial de produtividade nessas três culturas”

Agro Entrevista

Informe PublIcItárIo

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Agro Guia – Quais foram as melho-rias que o agronegócio levou para o oeste baiano e para o Estado da Bahia como um todo? WH – Os municípios do oeste baiano cresceram em função do agronegócio. Quando chegamos aqui, Barreiras era a principal cidade da região, mas não tinha nem 50 mil habitantes – hoje tem 130 mil. Alguns municípios, como Luís Eduardo Magalhães, nasceram justamente por causa desse movimen-to e, mesmo sendo o mais novo, já tem 60 mil habitantes e é um dos que mais cresce no Brasil. São Desidério é o maior produtor de soja do Norte e Nordeste, o maior produtor brasileiro de algodão e o maior PIB agrícola do Brasil. Tudo isso se reflete em saúde, infraestrutura, educação empregos, enfim, em qualidade de vida. A re-gião deve seguir a mesma tendência do agronegócio brasileiro e continuar como um dos principais polos agríco-las do País.

Agro Guia – Em sua opinião, quais ainda são os grandes gargalos que prejudicam o agronegócio na região?WH – Os gargalos regionais são, basi-camente, os mesmos que os nacionais,

como muitas coisas que ainda faltam ou que poderiam melhorar, tais como um modelo mais eficiente de logística, com melhores estradas e mais investi-mentos em portos e em novos modais. Mas, sobretudo, os produtores preci-sam de segurança jurídica. O Brasil tem algumas leis que servem como referências mundiais, mas que estão descoladas da realidade do campo. São leis que se sobrepõem e que, em sua execução, dependem da subje-tividade de cada agente fiscalizador. É preciso ter maior clareza, porque o produtor quer e precisa trabalhar em conformidade com a legislação.

Agro Guia – Qual é o balanço que você faria sobre a Bahia Farm Show?WH – A Bahia Farm Show já é uma das quatro maiores feiras agropecuárias do País – e isso é algo para se comemorar. Ela cresce e se consolida a cada nova edição. Neste ano, apesar das expecta-tivas pouco positivas provocadas pela estiagem no Estado, o público cresceu 32% e a estimativa de negócios cap-tados foi de R$ 597 milhões. A expli-cação para isso é que o produtor do oeste baiano conhece bem as “regras do jogo” do agronegócio. Ele sabe que

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Agro Entrevista

Informe PublIcItárIo

19Agro Guia | Julho 2012

é preciso investir em tecnologia para reduzir o impacto dos problemas cli-máticos em suas lavouras. Sabe que a atividade agrícola é feita a céu aberto e, portanto, envolve fatores sobre os quais ele não tem nenhum controle. E também entende que, se quiser conti-nuar na atividade, vai ter de fazer o ne-cessário para isso. Hoje, a Bahia Farm Show é a grande vitrine de tecnologia agrícola das Regiões Norte e Nordes-te e, desde que ela deixou de ser uma franquia da Agrishow, tem sido organi-zada pela Aiba.

Agro Guia – Considerando a tendên-cia atual, que cada vez mais aponta para a sustentabilidade, o que tem sido feito na região nesse sentido?WH – O produtor agrícola tem uma consciência ambiental e social muito apurada, e entende que os seus maio-res ativos são sua terra e sua reputa-ção, e que o mercado globalizado não aceita mais determinadas falhas, tanto no exercício da agricultura, como no relacionamento com os seus empre-gados e as comunidades no entorno. Hoje, utilizamos boas práticas agronô-micas, como plantio direto e rotação de culturas, que impactam positiva-mente na produtividade das nossas lavouras e nos alinham à tendência mundial da agricultura de baixo car-bono. Exemplo disso é que nossa re-gião é líder nacional em recolhimento de embalagens vazias de agroquími-cos, o que denota uma forte consciên-cia ambiental.Mas, a grande demonstração da preo-cupação do produtor do oeste baiano com a sustentabilidade ambiental é a marcha rumo à adequação e à regu-larização ambiental na região. Graças

à iniciativa da Aiba, a Bahia deu um grande salto, com o Plano de Adequa-ção e Regularização Ambiental dos Imóveis Rurais, que nasceu de uma demanda da entidade junto às secre-tarias de Meio Ambiente e de Agri-cultura do Estado. Foi uma tarefa her-cúlea, cuja elaboração do arcabouço legal demandou três anos de trabalho intenso. Esse plano serviu de modelo para outras iniciativas semelhantes no Brasil, contribuindo para o programa nacional “Mais Ambiente” e para a inclusão do CAR (Cadastro Ambiental Rural) no texto do novo Código Flo-restal. Foi graças a ele que o governo entendeu que precisava modernizar a legislação estadual para dar mais qua-lidade à gestão ambiental, e reviu a le-gislação no fim do ano passado. Hoje a Aiba participa, junto à Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia, da elaboração de um estudo piloto visan-do ao desenvolvimento de um modelo de licenciamento e regularização am-biental de propriedades rurais, tendo como meta a qualidade ambiental por bacia hidrográfica.

“Hoje o produtor agrícola tem uma consciência ambiental e social muito apurada, e entende que os seus maiores ativos são sua terra e sua reputação”

Agro Entrevista

Informe PublIcItárIo

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CAFÉVendas externas em baixaSegundo balanço do Ce-Café (Conselho dos Expor-tadores de Café do Brasil), em junho foram exporta-das 1.881.914 de sacas de 60 kg de café, volume 31 % (848.091 sacas) in-ferior ao do mesmo mês de 2011 e 11% (229.908 sacas) abaixo do regis-trado em maio. A receita alcançou US$ 407,785 milhões, queda 43,3% no comparativo.Os embarques bra-sileiros do ano-safra 2011/2012 totalizaram 29.768.744 sacas, 15% inferior (-5.241.753 sa-cas) às 35.010.497 sacas embarcadas no ano-sa-fra anterior. Já a recei-ta, totalizou US$ 7,841 bilhões, crescimento de 5,6% (US$ 417,551 mi-lhões) no comparativo.Levantamento da Safras & Mercados estima que, até 12 de julho, foram colhidos 46% da safra, cerca de 25,31 milhões de sacas.

CANA-DE-AÇÚCARMoagem menorSegundo a Unica (União da Indústria de Cana de Açúcar), do início da sa-fra 2012/2013 até 1º de julho, a moagem totali-zou 128,31 milhões de t, ante 177,70 milhões de t no período anterior. No acumulado, a produ-

ção de açúcar alcançou 6,69 milhões de t, ante 9,40 milhões de t no mesmo período de 2011. Já a produção de etanol, somou 4,82 bilhões de litros (3,36 bilhões de li-tros do hidratado e 1,46 bilhão de litros anidro). A Copersucar estima a produção de açúcar, na safra 2012/2013, na re-gião centro-sul (que res-ponde por cerca de 90% da moagem total), em 30,5 milhões de t. E pre-vê a produção de etanol em 21,5 bilhões de litros, ante 20 bilhões de litros no mesmo comparativo.Em junho, as exporta-ções do complexo sucro-alcooleiro renderam US$ 15,42 bilhões, segundo a Secex (Secretaria de Co-mércio Exterior).

SOJABom desempenho externoNo acumulado de 12 meses, o complexo soja obteve o melhor desem-penho nas exportações do agronegócio, com US$ 27,37 bilhões, con-tribuindo com 28,3% das vendas externas.Com a colheita pratica-mente encerrada, a cultu-ra da soja apresentou que-da de 8,95 milhões de t: de 75,32 milhões de t co-lhidas na safra 2010/2011 para 66,37 milhões de t na atual safra. A redução, segundo a Conab, é atri-

buída às condições cli-máticas adversas causadas pelo fenômeno “La Niña”.

MILHOExportações em baixaDe acordo a Secex, em junho, o Brasil registrou baixo desempenho nas exportações. No perío-do, foram embarcadas 134,4 mil toneladas, queda de 18% em rela-ção a maio. No acumu-lado do ano (janeiro a ju-nho), as vendas externas de milho totalizaram 1,8 milhão de t, ante 2,8 mi-lhões de t, no mesmo pe-ríodo de 2011. O maior importador foi a Tunísia, com 29,4 mil toneladas, seguido por Marrocos (27,2 mil t) e Costa Rica (27,0 mil t).

ALGODÃOColheita em ritmo lentoSegundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abasteci-mento), divulgado no co-meço de julho, a colheita de algodão prossegue em ritmo lento nas princi-pais regiões produtoras, em razão do excesso de chuvas anormais neste período do ano. Até a data, teriam sido colhi-dos 5,0% a 8,0% da área total cultivada, conso-lidada em 1.396,0 mil ha, ante 1.400,3 mil há na safra anterior, queda de 0,3%.

Agro Agricultura/Commodities

Informe PublIcItárIo

21Agro Guia | Julho 2012

renderam US$ 7,6 bi-lhões. No total, o Bra-sil possui 6,6 milhões de hectares cultivados com eucaliptos, pinus

SUÍNOSMercado em quedaEm junho, segundo a Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportado-ra de Carne Suína), o Brasil exportou 43.913 toneladas e faturou US$ 108,40 milhões. No mês, as vendas exter-nas caíram 16,76% em volume e 28,75% em receita, na comparação com junho de 2011. A Ucrânia, com 11.938 t, passou a ocupar a posição de primeiro importador da carne suína brasileira, segui-da pela Rússia (11.623 t) e Hong Kong (7.313 t). De janeiro a junho, o País exportou 268,78 mil t, crescimento de 0,72% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita caiu 6,52%, ficando em US$ 687,35 milhões.

FRANGOSVolume aumenta e receita caiDe janeiro a junho, as exportações brasileiras de carne de frango tota-lizaram 1,987 milhão de toneladas, 3,07% de cres-cimento em relação ao mesmo período de 2011, que foi 1,928 milhão de t. Segundo a Secex (Se-cretaria de Comércio Exterior), a receita caiu 4,51%: US$ 3,8 bilhões, ante US$ 3,999 bilhões na mesma comparação.Em junho, foram expor-tadas 307,1 mil t, 7,28% inferior ao mesmo mês de 2011. Já a receita, totalizou US$ 551,8 mi-lhões, queda de 21,25% em relação ao mesmo mês do anterior.As previsões da Ubabef (União Brasileira de Avi-cultura) apontam para exportações de 4 mi-lhões de t em 2012.

BOVINOSFase positivaSegundo a Abiec (As-sociação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), no acumula-do de janeiro a junho o Brasil embarcou 557,395 mil toneladas, aumen-to de 2,5% em relação ao mesmo período de 2011, que foi 543,78. Já o faturamento, alcançou US$ 2,641 bilhões, ante os US$ 2,595 bilhões, no mesmo comparativo, crescimento de 1,78%. A Abiec prevê amplia-ção da vendas para o mercado asiático, em especial para Hong Kong, cujos embarques totalizaram 103,033 mil toneladas e renderam US$ 393,035 milhões, aumento de 18,26% em volume e 31,94% em faturamento, no com-parativo entre o período analisado nos dois anos.

US$ 40 BIlhõeS é o fatu-ramento da avicultura bra-sileira que responde por 10% da renda do agrone-gócio nacional.

R$ 53 BIlhõeS foi o movimento do setor de florestas plantadas, em 2011. No período, as exportações brasileiras

R$ 18,2 BIlhõeS foi o faturamento do mercado pet, em 2011. que res-ponde por cerca de três milhões de empregos.

AGRO NÚMeROS

R$ 200 MIlhõeS é o va-lor anunciado pelo Mapa para financiar a suinocul-tura (produtor agroindús-tria, cooperativa e varejo)

Agro Pecuária/Commodities

e teca. Atividade em-prega 4,7 milhões de pessoas de forma dire-ta e indireta, segundo o Mapa. (BM)

INFORME PUBLICITÁRIO

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A adubação e o manejo corretos das pastagens trazem grandes melhorias nos índices de produtividade. Mas, essas estratégias não resolvem o pro-blema de alimentação do gado du-rante a seca, porque, nesse período, as gramíneas estão com baixo nível de proteína (menor 4%) e baixa di-gestibilidade (menor 50%), e o con-sumo de nutrientes insufi ciente para o ganho de peso. Segundo Haroldo Pires de Queiroz, difusor de Tecnologia da Embrapa Gado de Corte, os criadores têm muitas dúvidas sobre a importância da suplementação mineral para o gado, no período da seca. “O pecua-rista deve se conscientizar que é ne-cessário e imprescindível suplemen-tar o animal”, orienta.

No período de seca, a pouca disponi-bilidade de pasto de qualidade e em quantidade adequada afeta o cres-cimento dos bovinos, muitas vezes até regredindo de peso, o chamado efeito sanfona. A reprodução das fê-meas é também diminuída pela fraca nutrição, segundo Stefan Mihailov, presidente da Phibro no Brasil. “Por isso, é necessário e essencial a su-plementação com proteinados, para complementar o que o capim não oferece durante a seca”, explica.A mineralização é essencial para os bovinos e deve ser feita durante os 365 dias do ano, esclarece Juliano Sabella, zootecnista e gerente de Marketing da Tortuga. “O que va-ria é o tipo de suplemento mineral a ser utilizado nas diferentes fases

Suplementação do gado na secaA oferta de minerais, proteína, e energia evita perda de peso nessa época do ano

Por Simone Rubim

Agro Pecuária/Nutrição

Informe PublIcItárIo

25Agro Guia | Julho 2012

de vida do animal, época do ano e objetivos de produtividade que se deseja alcançar”, observa.É importante garantir a produção e qualidade das forragens, que depen-de do gênero, espécie e cultivar, ida-de fisiológica, propriedades químicas e físicas do solo, condições climáticas e manejo submetido. Deficiências de nutrientes específicos podem limitar o ganho de peso do animal.Segundo pesquisa da Embrapa, é ne-cessário manter a oferta de minerais, e ainda suplementar com proteína e

energia, que não estão disponíveis na pastagem, na época seca. Uma das opções mais econômicas para o pecuarista é vedar o pasto, entre fevereiro e março, para utilizar nos meses de maio e junho.O criador tem algumas opções para manter o peso do animal criado a pasto com até mesmo pequenos ganhos. Uma delas, sugerida pela Embrapa Gado de Corte, consiste na suplementação do gado, duran-te 150 dias, período médio da seca. Confira na tabela.

Outra opção, segundo Queiroz,, é pro-duzir forragem para o animal confina-do. O produtor deve ter uma área iso-lada e começar a prepará-la no verão. O início do plantio deve ser realizado entre os meses de setembro e outubro, e as culturas utilizadas podem ser mi-lho, sorgo, cana ou capim (Tanzânia ou Mombaça), para colheita em maio. Essa silagem deve ser oferecida para o gado com o complemento de sal mine-ral. Ainda em confinamento, a segunda opção é fornecer a silagem mais ração (4 kg/dia/cabeça), neste caso o animal

Agro Pecuária/Nutrição

ganhará 1 kg/dia. “Estas condições per-mitem que o animal não perca peso e o produtor possa ter custo x benefício favorável”, afirma o pesquisador.A integração lavoura/pecuária é mais uma tecnologia disponível para os pe-cuaristas. É uma maneira tão eficaz quanto os processos de feno em pé e confinamento, porém, o custo é mais mais alto, porque o criador deve ter, além das condições utilizadas na pe-cuária, o domínio da técnica, além de mão de obra, necessária para o proces-so na lavoura.

Peso do animal (período de seca)

até abateTipo de Suplementação Ganho peso

400 – 450 kg Mistura mineral completa

+ ureia (proporção 1x1)

Insignificante: 0,33 gr/dia. Manutenção de

peso

400 – 350 kgMistura mineral completa (sal proteico + farelos de

soja + milho)

Pequeno ganho de peso: 100 a 200 gr/dia

300 – 350 kg ani-mais mais jovens

Mistura balanceada com-pleta + ração

(sal mineral + farelo de soja + milho)

Ganho de peso – quase 1 kg/dia

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Ele é considerado um dos mais atuan-tes entre os que integram a jovem lide-rança do agronegócio brasileiro. Aos 46 anos de idade, o paulistano João de Almeida Sampaio Filho, além de pro-dutor rural, já esteve à frente de diver-sas entidades ligadas ao agronegócio. Descendente de famílias de produtores rurais, do lado da mãe, pecuarista e, do pai, produtor de café e de cana-de-açúcar, com propriedades no Paraná, São Paulo e Mato Grosso, sempre teve contato com o campo. Estudou em São

Paulo – Colégio Santo Américo (ensi-no médio) e Economia nas Faculdades Associadas Álvares Penteado (Faap) –, mas passava as férias no interior. “Sempre tive consciência que o meu fu-turo profi ssional estaria ligado ao agrone-gócio. E isso não apenas porque minha família é do setor rural, mas por convic-ção e prazer em estar envolvido com as coisas do campo. Tanto que fi z estágio na Bolsa de Mercadorias do Estado de São Paulo, particularmente no pregão de boi e café. Formado, fui morar e trabalhar em

Entre o campo e a cidade

Por Paulo Roque

Agro Produtor/ Agro Perfi l

Assim é a vida de João Sampaio Filho, estar próximo aos centros de decisões relacionados à negociação dos produtores rurais e administrar os negócios da família

Informe PublIcItárIo

27Agro Guia | Julho 2012

Jaciara (MT), em uma propriedade rural da família, onde desenvolvemos pecu-ária e o cultivo de seringueira”, conta Sampaio. Hoje, mantém as seringueiras e dá continuidade às tradições familia-res com negócios na pecuária de corte, cana-de-açúcar e laranja.

TrajetóriaSua trajetória em entidades ligadas ao agronegócio foi bastante intensa e o envolvimento com as entidades asso-ciativas foi rápido. “Meu objetivo era estar mais próximo dos centros de de-cisões relacionados às condições de negociação dos produtores e tam-bém estar bem in-formado sobre as atividades.”Atuou como presi-dente da Associa-ção dos Produtores de Borracha de Mato Grosso, entre 1994 e 1998, ano em que se mudou para Barretos, São Paulo. Fez parte da Comissão Nacio-nal da Borracha da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), da Câmara Setorial de Borracha Natural do Mapa (Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento). Em 2002, passou a ocupar a presidência da Sociedade Rural Brasilei-ra, cargo do qual se afastou ao aceitar o convite do governador José Serra para assumir a cadeira de secretário de Agri-cultura do Estado. Atualmente, é vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (desde 2004), vice-presidente da Associação Paulista dos Produtores

de Borracha, conselheiro da Abag (As-sociação Brasileira do Agronegócio) e preside o Cosag/Fiesp (Conselho Supe-rior do Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo). Além disso, é membro do conselho de administração de algumas empresas e participa de ou-tras entidades do setor rural.Quando secretário paulista de Agricul-tura mereceu destaque seu trabalho focado na defesa sanitária animal e ve-getal, com o objetivo de buscar o risco sanitário zero. À época, enfatizava a instalação de um projeto de emissão de guias de trânsito animal por computa-

dor e outro abran-gendo a criação de corredores sanitá-rios que interligas-sem São Paulo com os Estados de Mato Grosso do Sul, Pa-raná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Vale destacar que, no último mês de junho, assumiu a vice-presidência de Relações Ins-titucionais do Grupo Marfrig,

uma das maiores empresas globais de alimentos à base de carnes bovi-na, suína, de aves e peixes, presente em 22 países nos cinco continentes. Seus produtos são consumidos, hoje, em mais de 140 países. “No Marfrig , meu empenho é contribuir para aju-dar a empresa a ser reconhecida pela seriedade com que trata a produção, o relacionamento com os produtores e o mercado, a preocupação ambiental e o respeito aos clientes e aos fornece-dores”, descreve o seu novo desafio.

“O investimento em genética também é uma prioridade, hoje, com o objetivo de produzir mais e melhor em menos tempo e a custos inferiores”

Agro Produtor/ Agro Perfil

Informe PublIcItárIo

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Agronegócio e pecuáriaSampaio encara o agronegócio bra-sileiro com otimismo moderado, em função dos grandes desafios do setor produtivo e, também, porque tais de-safios não dependem exclusivamente dos produtores para ser vencidos. “O Governo tem participação decisiva nessa questão”, enfatiza. E destaca a pecuária de corte como uma atividade que, segundo ele, passa por um momento de transi-ção, em que o ganho de eficiência é essencial, envolvendo desde ga-nhos de qualida-de em termos de pastagens, como nas técnicas de criação – confi-namento, inte-gração lavoura pecuária, etc. “O investimento em genética tam-bém é uma priori-dade hoje, com o objetivo de produ-zir mais e melhor em menos tempo e a custos inferiores. O setor enfrenta, atualmente, custos elevados e o aumen-to de produtividade é a chave para o crescimento. Isso é importante até por-que a carne bovina concorre com outras atividades e é preciso ser rentável para valer o investimento”, diz Sampaio, res-saltando que considera o momento atual de um grande salto de competitividade e expansão. “Temos totais condições para isso, porém, sem esquecer as difi-culdades ligadas aos custos elevados. O mercado também precisa ser mais bem trabalhado pelo setor produtivo.

SustentabilidadePara ele, sustentabilidade é funda-mental. E explica: “não é um mo-dismo, mas uma prática, e nisso o Brasil tem grandes oportunidades para oferecer ao mundo produtos sustentáveis. Considero esse aspec-to um diferencial único, que temos de utilizar mais e melhor”. Prova disso, segundo Sampaio, foi a rea-lização da Rio+20 e a participação brasileira.“A sensação geral é de que se espe-rava mais da Conferência. Porém,

ressalto que o País conseguiu mostrar os avanços em produção agro-pecuária susten-tável, em relação ao bioma amazô-nico, energias re-nováveis, queima da cana, plantio de florestas. Tal-vez o Brasil seja o único, na Rio+20, que mais tenha feito a lição de

casa em termos de sustentabilidade. Se não, um dos mais”, enfatiza.E destaca o exemplo do Brasil para o mundo, com a criação e aprova-ção do Código Florestal. E acentua que “claramente não é o código dos sonhos do setor produtivo, mas foi o possível e necessário para o agronegócio assumir o desafio de produzir mais alimentos e de ma-neira mais sustentável. Os próxi-mos anos serão vitais para colocar a legislação em prática e trabalhar para a revisão dos excessos”.

Agro Produtor/ Agro Perfil

“Talvez o Brasil seja o único, na Rio+20, que mais tenha feito a lição de casa emtermos de sustentabilidade. Se não, um dos mais”

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Agro Lavoura/Sanidade

O algodão é cultivado em todo o País, com área total de 1.401.004 de hectares e produção de 5.059.618 toneladas. O Brasil é o quinto maior produtor de algodão em pluma e detém o quarto maior parque produtivo de confecção do mundo. Em 2011, a cadeia pro-dutiva do algodão mo-bilizou 30 mil empresas, responsáveis por 1,7 mi-lhão de empregos diretos e indiretos. As exporta-ções brasileiras de plu-ma, de US$ 548 bilhões, propiciaram um saldo na balança comercial nos dois primeiros meses do ano de US$,545 bilhões. Aqui, são cultivadas duas espécies. O her-

báceo Gossypium hir-sutum L. var. latifolium Hutch, de ciclo anual, responsável por mais de 90% da produção nacional, plantado nas regiões Norte-Nordeste (Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Gran-de do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e Sudeste (São Paulo, Paraná e Minas Gerais). E o algodoeiro arbóreo Gossypium hirsutum L. var. Marie-Galante Hu-tch, conhecido regio-nalmente como algodão mocó e cujo plantio é restrito a alguns Estados do Nordeste.

Os inimigos do algodãoO controle das pragas e doenças representam os maiores custos de produção da cultura

Pequenos e grandesA Região Nordeste foi grande produtora até meados de 1980, po-rém, com a introdução da praga conhecida por bicudo (Anthonomus grandis Boheman), o sis-tema de produção, que era frágil, sucumbiu e o algodoeiro deixou de ser cultivado na maioria dos municípios produtores. Atualmente, é cultivado por pequenos produto-res em sistema agroe-cológico ou orgânico, colhido a mão, e tem mercado garantido, em razão da elevada quali-dade de fi bra e preço. É comercializado por em-presas da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e

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Infestação de curuquerê

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Agro Lavoura/Sanidade

São Paulo, e exportado principalmente para a Europa. No Sudeste e Centro-Oeste, o sistema de produção caracteriza-se pelo uso intensivo de insumos modernos (fer-tilizantes, defensivos agrícolas, etc.), emprego de maquinários da semea-dura à colheita, comercialização da pluma diretamente com as indústrias têxteis e de óleo, exigindo cultivares de alto rendimento de pluma e com características tecnológicas que aten-dam às exigências das indústrias do Brasil e dos mercados importadores da América Latina, Ásia e Europa.

Pragas O controle de pragas do algodoeiro é um dos fatores que mais onera os cus-tos de produção. Em muitas situações são registradas 12 a 16 pulverizações ou mais nas lavouras, o que corres-ponde a um consumo anual de cerca de 10 toneladas de inseticidas. No Brasil, estima-se que a fauna de artrópodes associada à cultura do algodão inclua 259 espécies, mas somente 12 de insetos e três de ácaros assumem o status de praga. Dentre as espécies de insetos, ape-nas o pulgão, Aphis gossypii Glover (Hemiptera: Aphididae); o bicudo, Anthomonus grandis Boheman (Co-leoptera: Curculionidae), e o curu-querê, Alabama argillacea (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae), são pra-gas-chave, porque exigem a adoção de medidas de controle para con-tenção dos surtos populacionais. No Centro-Oeste, os percevejos cas-tanhos, Scaptocoris castanea Perty e Atarsocoris brachiariae Becker (He-teroptera, Cydnidae), e a lagarta-das-

-maçãs, Heliothis virescens (Fabri-cius) (Lepidoptera: Noctuidae), que atacam respectivamente as raízes e as estruturas reprodutivas do algo-doeiro, são também consideradas pragas-chave. As mudanças no sis-tema de cultivo, nas últimas déca-das, têm acarretado o surgimento de outras pragas, como as lagartas do gênero Spodoptera. A Embrapa Algodão sugere a utili-zação do MIP (Manejo Integrado de Pragas), que consiste na utilização simultânea de diferentes estratégias de forma econômica e harmoniosa com o meio ambiente. Dentre es-tas, destacam-se: a amostragem de pragas e de seus inimigos naturais; a manipulação de cultivares; o contro-le biológico por parasitoides, preda-dores e patógenos; o controle cultu-ral; o controle climático e o controle químico por meio de inseticidas e acaricidas seletivos.

Manejo de doençasAs doenças consideradas de maior importância são: mancha-de-ramu-lária, causada pelo fungo Ramularia areola (Atk.); ramulose, pelo fungo Colletotrichum gossypii South. var. cephalosporioides Costa; doença--azul, pelo vírus Cotton leafroll dwarf virus; mofo-branco, pelo fun-go Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary; e meloidoginose, pelo nematoide Meloidogyne incognita (Kofoid & White) Chitwood.

Mancha-de-ramulária: Considerada a principal enfermidade da cultura no Cerrado brasileiro, os sintomas iniciais são lesões de formato angu-

Informe PublIcItárIo

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Agro Lavoura/Sanidade

lar com coloração branco-azulada na face inferior das folhas mais ve-lhas. O uso de maneira alternada de fungicidas é fundamental, mas não tem sido suficiente, o que reforçou a busca por cultivares tolerantes ou resistentes a essa doença. A Embrapa Algodão desenvolveu um conjunto de linhagens imunes à ramulária, com destaque para a CNPA GO 2007-419, CNPA GO 2007-423, CNPA BA 2007-3447 e CNPA BA 2007-3601.

Ramulose: Os primeiros sintomas ocorrem nas folhas mais novas, na forma de manchas necróticas cir-culares ou alongadas. As principais fontes de transmissão são sementes infectadas e restos de culturas conta-minados. O método mais eficaz para o seu manejo é a adoção de sistema de plantio direto, principalmente pela rotação de culturas. Na maioria das vezes, o controle químico a úni-ca medida adotada.

Doença-azul ou mosaico-das-ner-vuras: Tem esse nome em razão dos sintomas acentuados nas folhas mais novas, de cor verde-escura a azula-da. Para o agente causal desta virose foi proposta a nomenclatura Cotton leafroll dwarf virus, CLRDV. O vírus é transmitido pelo pulgão (Aphis gossypii Hemiptera: Aphididae). Al-gumas cultivares possuem alto nível de resistência a ambas as viroses, como DeltaOPAL, BRS 286, NuO-pal, LDCV 03, LDCV 09 e LDCV 22. Outras cultivares praticamente imunes à doença-azul são sensíveis à virose “atípica”, como FMT 701 e FM 993. Por sua vez, cultivares mui-

to sensíveis à doença-azul podem ter um bom nível de resistência à virose “atípica”, como FM 966.

Mofo-branco: Ataca, geralmente, áreas cultivadas com feijão nas safras anteriores, sob irrigação com pivô central. Tem surgido, também, em cultivos de sequeiro. Seu manejo é difícil, não existe cultivares resisten-tes e o controle químico nem sempre é eficaz. Mas devem ser adotadas in-tegração de medidas, como controle biológico e químico durante a con-dução da lavoura, rotação de cul-turas com plantas não hospedeiras, além de outras práticas.

Meloidoginose: O algodoeiro é atacado por várias espécies de ne-matóides. No Brasil, apenas três espécies causam danos, dentre as quais a principal é o nematóide-das-galhas Meloidogyne incógnita. O manejo se baseia no trinômio: rotação de culturas, cultivares re-sistentes e nematicidas.

Texto elaborado a partir de trabalho exclusi-vo para o Agro Guia, realizado pelos pesqui-sadores Carlos Alberto Domingues da Silva, Francisco de Sousa Ramalho e Nelson Dias Suassuna, da Embrapa Algodão.

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33Agro Guia | Julho 2012

Você sabia que...Apesar da necessidade em produ-zir mais alimentos, a taxa de cres-cimento da irrigação é considerada muito baixa?

A agricultura é a atividade econômica que mais pode ser afetada pelas mudanças cli-máticas, mas o Brasil pode se ver como líder na busca por soluções. A demanda por alimentos é crescente e a irrigação tem grande possibilidade de expansão, pois apenas 5% das áreas são irrigadas, e, mes-mo em tão pouco espaço, é responsável por 35% da produção nacional. A partir de agora, a produtividade apenas não bas-ta, é preciso buscar a sustentabilidade de uma produção agrícola muito maior que a atual. O potencial brasileiro de hectares irrigáveis é de quase 30 milhões. Será ne-cessário ampliar bastante as áreas irrigadas para alimentar a população.Estudos da FAO – Organização para a Alimentação e Agricultura da ONU - in-dicam que a produção agrícola mundial terá que crescer cerca de 60% para dar conta da demanda de alimentos da po-pulação mundial em 2050. Vale lembrar que hoje o agronegócio é responsável por 33% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros.A taxa de crescimento de novas áreas ir-rigadas no Brasil não é compatível com o crescimento da demanda por alimentos. Algumas soluções apontadas pelo Minis-

(34) 3318.9000 | www.pivotvalley.com.br

tério da Integração Nacional visam au-mentar o suprimento de água para irriga-ção, com medidas inovadoras de gestão dos sistemas, com a construção de novos reservatórios de acumulo de água e in-corporação ao suprimento dos sistemas das águas de aquíferos subterrâneos e de esgoto (reuso). Ainda assim, será neces-sária a adoção de ações que aumentem a produtividade da água em áreas irriga-das, a criação e difusão de políticas de fomento, incentivos e certifi cações.Equacionar produção, recursos naturais e fi nanceiros será o grande desafi o para a sustentabilidade dos sistemas agrope-cuários brasileiros.

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Evolução do crescimento anual no período de 1970-2006

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Sem sustentabilidade econômica não existe sustentabilidade ambiental

Terminou um dos gran-des encontros das or-ganizações mundiais, a conferência Rio + 20, com representantes de diversos países, chefes de Estado, organizações não-governamentais e empresas discutindo as questões de sustentabi-lidade. No geral, fi cam os parabéns ao Brasil e, particularmente, ao Rio de Janeiro, pois o evento funcionou, transcorreu sem grandes sobressal-tos, tirando uns poucos problemas até normais considerando o volume de culturas, de grupos exóticos, e as diferenças de interesses existentes.Ao contrário de muitos, houve avanços interes-santes, principalmente porque foram plantadas iniciativas que trarão frutos, tanto por organi-zações privadas quanto públicas, cidades, esta-dos e países. Estas inicia-tivas se materializaram através de convênios, parcerias, memorandos. E foram muitas. Também pessoas se conheceram e estabeleceram redes de contatos, que resul-tarão em muitas ações visando ao crescimento da sustentabilidade.Apesar de o documento fi nal ter decepcionado

Por Marcos Fava Neves, especial para o Agro Guia

*O autor é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP, Campus Ribeirão Preto (SP), e coordenador científi co do Markestrat.

Agro Artigo

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alguns, por não conter metas quantita-tivas e alocações orçamentárias, vale ressaltar que sua própria existência mostra um consenso e que realmente existe a preocupação na sociedade em caminharmos para um modo mais sus-tentável de vida e de produção. Elabo-rar um documento com tantos povos e interesses é um grande desafio.Para dizer qual a mensagem principal que foi tirada da conferência é preciso resgatar um conceito. A sustentabilida-de vem sendo tratada num tripé que envolve os três P’s, na língua inglesa. São as palavras profit (lucro) que é a di-mensão econômica; people (pessoas), representando a dimensão da inclusão, principalmente; e planet (planeta), re-presentando a preservação ambiental. Recentemente foi adicionadaa palavra proactiveness (proatividade), como uma quarta dimensão, para se ter mais dinamismo e menos discurso. A Rio + 20 deixa uma mensagem de racionalidade muito importante. Se os países ou as organizações privadas e públicas não acertarem o pilar da eco-nomia, que é o gerador de renda, os ou-tros pilares, ambiental e de pessoas, que são mais de perfil distribuidor da renda gerada, não acontecerão na magnitude desejada. Ou seja, sem o pilar econômi-co, os outros caem por terra.No caso do Brasil, tem-se um evidente contraste, pois de um lado o mundo necessita e dá claros sinais para que o país produza muito mais alimentos e biocombustíveis para saciar a deman-da crescente vinda da Ásia, abrindo uma grande oportunidade de negó-cios e de desenvolvimento ao Brasil. Mas outra parte, principalmente a que já usou seus recursos para promover

elevado grau de desenvolvimento, deseja que o País seja o grande pilar ambiental do planeta, uma imensa floresta, deixando de usar seus re-cursos para o necessário desenvolvi-mento social. Se for a economia lá e o ambiente aqui, é preciso ter uma grande compensação financeira. A mensagem é que é necessário ser mais racional e menos emotivo e in-fluenciável em questões que coloquem limitações ao crescimento brasileiro, como as grandes restrições ambien-tais vindas do Código Florestal, as so-licitações de demarcações de vastas extensões de terras para minorias, as restrições trabalhistas que se avolumam e outros tipos de restrições colocadas diariamente para quem produz. Esta é a principal ameaça ao desenvol-vimento e expansão do agro, o gran-de gerador de renda do Brasil. Sem racionalidade e levado pela emoção das influências de fora e também de arcaicos grupos internos que pregam a obsolescência, o Brasil corre o risco de não gerar a renda adicional neces-sária e para promover a distribuição de renda, inclusão e desenvolvimento social e ambiental.

“Se for a economia lá e o ambiente aqui, é preciso ter uma grande compensação financeira.”

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A conclusão do semestre trouxe a di-vulgação do Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013. O financiamento do produ-tor rural é uma tradição desde os anos 70 e ganhou o formato atual nos anos 90 e, mais recentemente, o aumento dos financiamentos para investimento.A fonte original de recursos foi o dire-cionamento para o financiamento agrí-cola a taxas controladas e abaixo do mercado de ¼ dos depósitos a vista nos bancos. Estes recursos receberam vários complementos, como fundos capitali-zados por recursos fiscais, cooperativas, poupança rural, BNDES e outros. O crédito rural direcionado também re-cebe, atualmente, a complementação do financiamento com recursos livres, captados a taxas de mercado, mas cujo custo está se aproximando das taxas subsidiadas na medida em que o custo do dinheiro diminui no Brasil.Os recursos irão financiar o custo da sa-fra a ser plantada a partir de outubro e colhida até meados de 2013. Algumas linhas financiam a aquisição de máqui-nas agrícolas e outros investimentos, en-quanto outras financiam a estocagem da colheita até a comercialização posterior.A novidade foi mais uma redução das taxas. Os créditos mais representativos terão taxas fixas de 5,5% ao ano, uma redução importante em relação ao cus-to anterior de 6,75%. O financiamen-

to específico para o médio produtor possui taxas ainda menores, de apenas 5,0%, dirigidas para aqueles com ren-da bruta de até R$ 800 mil por ano.O total de recursos programados para a nova safra cresceu 7,5%, mas esta referência diz pouco, pois o importan-te é o montante realmente aplicado. O total desembolsado gira em torno de 90%, proporção que caiu este ano e permite ao crédito direcionado ex-pandir acima de 7,5%, caso se au-mente a proporção realmente aplica-da do plano de safra em 2013.A agricultura como um todo se benefi-cia do aumento dos recursos e da que-da das taxas, mesmo com o limite de R$ 800 mil por produtor para custeio e R$ 1,6 milhão para a estocagem. Este limite permite plantar 400 hec-tares de milho, ou mais, a depender do custo regional. Somente os produ-tores acima do porte médio precisam complementar seu financiamento com o crédito rural livre.O crédito rural direcionado cresceu de aproximadamente 35% do PIB agropecuário, em 2000, para mais de 40% após 2005 e passou a oscilar em torno de 50% depois de 2009. O cres-cimento dos depósitos a vista contri-buiu com 5 pontos percentuais do PIB agropecuário e as demais fontes com os 10 pontos restantes, com destaque

Financiando a safra 2013

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para as linhas do BNDES para investi-mento em máquinas desde 2009.Apesar da maior oferta de crédito, a influência do clima predomina sobre cada safra. Algumas das maiores expan-sões vieram dos plantios realizados em 2000 e 2002, quando os montantes e o crescimento do crédito rural eram me-nores, enquanto o pico da expansão do crédito em 2009 coincidiu com a maior quebra de safra em uma década.Em ambos os casos, a expansão e a quebra se concentrou nas grandes la-vouras de soja, milho e algodão, cultu-ras empresariais (à exceção do milho) que utilizam maquinário e maiores extensões de terra. Estas culturas usam menos crédito direcionado, dado o li-mite por produtor, e mais capital pró-prio ou crédito rural livre bancário. Os recursos a taxas mais baixas vão de encontro às necessidades dos produtores que melhor se enqua-dram nos limites de crédito. As duas maiores quebras este ano foram jus-tamente nas safras de arroz e feijão (-13% e -16), enquanto apenas a segunda safra de milho mostrou de-sempenho espetacular.A evolução climática deve ser mais favorável para a próxima safra. A pri-mavera tende a trazer chuvas modera-das e temperaturas em elevação. Um verão potencialmente muito chuvoso coloca riscos, mas a falta de chuvas e temperaturas amenas em algumas regiões na última safra (como no Sul) não deve se repetir.O comportamento dos preços tam-bém tende a ser mais favorável. A principal cultura brasileira, a soja, desfruta de preços altos exatamente pela quebra da safra brasileira (e ar-gentina). Outra cultura fundamental, o milho, registrou preços no mínimo justamente pelo sucesso da segunda safra. Porém, o preço internacional do

milho subiu fortemente desde o início de junho pela perspectiva que o clima excessivamente seco e quente atrapa-lhe a safra americana.Estas duas culturas são mais empresa-riais e sujeitas ao limite por produtor. Portanto, o complemento virá do cré-dito rural livre, o qual se tornou mais relevante após 2005 e passou por expressivo crescimento em 2009. O crédito rural livre representa hoje 2% do PIB agropecuário e possui ampla capacidade de expansão. A pecuária teve as suas linhas para aqui-sição de matrizes prorrogadas. O semes-tre correspondente à safra da pecuária registrou recuo expressivo de preço pelo fraco consumo doméstico e exportações voláteis diante de uma boa oferta. A en-tressafra traz a escassez de pastagens e animais terminados e o preço geralmen-te sobe. O aumento da atividade de con-finamento na entressafra gera demanda por financiamentos, o que está fora do foco do plano de safra e, tipicamente, é atendido pelo crédito rural livre.O aumento dos recursos programados para a safra 2012/2013 cresce mais ou menos em linha com o PIB brasileiro, medido em reais, o qual deve se expan-dir em torno de 8% até meados do ano que vem contra 7,5% do plano de safra. O PIB agropecuário, até pela queda de 8,5% no primeiro trimestre, deve apre-sentar expansão bem superior ao PIB total. Portanto, o montante de recursos realmente aplicado deve crescer mais que o aumento dos recursos programa-dos, assim como deve crescer o com-plemento do crédito rural livre.

Para outros relatórios e informações acesse: [email protected]

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Safras & MercadosCurso de Gestão Estraté-gica na Comercialização de Arroz, 3 de agosto, Cachoeira do Sul (RS). Direcionado a produto-res, operadores, traders, corretores e profissionais envolvidos na administra-ção rural e na comercia-lização de commodities. Tel. (51) 3224-7039

Centreinar• Curso de Classificação e Análise de Grãos, de 13 a 17 de agosto, em Viçosa (MG).Realização do Cen-treinar (Centro Nacional de Treinamento em Arma-zenagem), campus Uni-versidade Federal de Viço-sa. Tel. (31) 3891-2270 / 8380, e-mail: ([email protected])• Capacitação e Qualifi-cação de Classificadores de Milho, Soja e Trigo, de 20 a 31 de agosto, em Viçosa (MG). Credenciar técnicos agrícolas, enge-nheiro agrônomo, agrí-cola e de alimentos no Ministério da Agricultu-ra, tornando-os aptos e legalmente habilitados a realizar a classificação de milho, soja e trigo. Tel. (31) 3891-2270

Embrapa Gado de LeiteProdução de Leite a Pasto: Técnicas para Produção

de Leite a Baixo Custo na Propriedade, em Coronel Pacheco (MG), de 14 a 17 de agosto. Destinado a estudantes, produto-res de leite e técnicos. Tel. (32) 3249-4910 / 7484

Funep11º Curso de Capacita-ção Técnica de Auxiliar do Médico Veterinário, Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Ex-tensão, de 11/8/2012 até 25/11/2012, campus da Unesp, Jaboticabal (SP). Tel. (16) 3209-1303 (even-tos) ou (16) 3209-1300

ABCZCertificação para coleta de imagens, de 22 a 23 de agosto, apoio ABCZ (Asso-ciação Brasileira dos Cria-dores de Zebu), Parque de Exposições Fernando Cos-ta, em Uberaba (MG). Tel. (34) 3319-3930, e-mail: (u l t [email protected])

Trevisan Escola de NegóciosMBA Gestão de Negócios Rurais, início 18 de agos-to, campus Ribeirão Boni-to (SP). Todas as questões que influenciam na com-petitividade da proprieda-de rural e impõe àqueles que atuam no setor um gerenciamento mais pro-

fissional, pautado na bus-ca por conhecimentos e práticas capazes de otimi-zar o uso do espaço. Tel. (16) 3344-3238, e-mail: [email protected]

IAC12º Curso à distância Tó-picos da Cultura da Cana--de-açúcar, de 6 de agosto a 26 de outubro, com 60 vagas para biólogos, en-genheiros agrônomos e agrícolas e estudantes. Au-las semanais, via internet, em site específico para o curso, às segundas-feiras. Estão previstas quatro au-las práticas presenciais, em locais a serem defini-dos nas regiões paulistas de Piracicaba e Ribeirão Preto. Tel. (19) 2137-0633, e-mail: ([email protected]). Inscrição: www.infobibos.com/cur-socana/

FUMVETManejo da Alimentação de Nelore Elite, orga-nizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Univer-sidade de São Paulo, dia 1º de setembro, em Ribeirão Preto (SP). Pa-lestrante: professor Luís Felipe Prada e Silva. Tel. (19) 9890-6689, e-mail: [email protected]

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