universidade regional do cariri - urca centro de...

43
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO ALTERNATIVAS INOVADORAS DE BAIXO CUSTO NO TRATAMENTO DA ÁGUA: ESTUDO DE CASO DA APLICAÇÃO DA SEMENTE DE MORINGA COMO COAGULANTE EUDIANE CAXIADO ALVES JUAZEIRO DO NORTE, CE 2017

Upload: others

Post on 26-Mar-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO CIVIL: EDIFÍCIOS

PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

ALTERNATIVAS INOVADORAS DE BAIXO CUSTO NO TRATAMENTO DA

ÁGUA: ESTUDO DE CASO DA APLICAÇÃO DA SEMENTE DE MORINGA COMO

COAGULANTE

EUDIANE CAXIADO ALVES

JUAZEIRO DO NORTE, CE

2017

Page 2: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

EUDIANE CAXIADO ALVES

ALTERNATIVAS INOVADORAS DE BAIXO CUSTO NO TRATAMENTO DA

ÁGUA: ESTUDO DE CASO DA APLICAÇÃO DA SEMENTE DE MORINGA COMO

COAGULANTE

Projeto apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso ao Curso de Tecnologia da Construção Civil em Edifícios da Universidade Regional do Cariri, como requisito para obtenção do Grau de Tecnólogo da Construção Civil com habilitação em Edifícios.

Orientador: Rodolfo José Sabiá

JUAZEIRO DO NORTE, CE 2017

Page 3: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

EUDIANE CAXIADO ALVES

ALTERNATIVAS INOVADORAS DE BAIXO CUSTO NO

TRATAMENTO DA ÁGUA: ESTUDO DE CASO DA APLICAÇÃO DA

SEMENTE DE MORINGA COMO COAGULANTE

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

Prof. PhD. Rodolfo José Sabiá (Orientador)

Universidade Regional do Cariri (URCA)

___________________________________________

Prof. Dr. Renato de Oliveira Fernandes (Avaliador)

Universidade Regional do Cariri (URCA)

____________________________________________

Prof. Me. Miguel Adriano Gonçalves Cirino (Avaliador)

Universidade Regional do Cariri (URCA)

DATA DE APROVAÇÃO: ______ DE ________________DE 2017.

Page 4: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser o autor da minha vida e um socorro presente na hora da angústia, a minha mãe Roseana Caxiado, a minha avó, Maria Caxiado e ao meu esposo Maciel Alves.

Page 5: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, Criador de tudo, paciente orientador que não me

deixou desanimar diante das dificuldades.

A minha família, minha mãe, minha avó e meu esposo e aos meus amigos,

pelo amor, incentivo e apoio incondicional, por acreditarem na minha capacidade, e

pela paciência e compreensão com relação a minha ausência, em momentos em

que me dedicava aos estudos, pois sempre fizeram entender que a dedicação no

presente é necessária para se construir um futuro.

A Universidade Regional do Cariri pela oportunidade de fazer o curso, por ter

me proporcionado a experiência de ser bolsista de Estágio e posteriormente de

Iniciação Científica, e de proporcionar encontros com pessoas, companheiros, e

colegas que certamente marcaram a minha jornada.

Ao meu orientador, Rodolfo José Sabiá, pela orientação e confiança, e pela

atenção dedicada a este trabalho, pelo encaminhamento e incentivo para realização

de ensaios.

Ao professor, Renato de Oliveira Fernandes pelo apoio e pelo empenho em

ajudar na obtenção de coagulante para realização dos ensaios e pelo material

disponibilizado para pesquisa.

A toda a equipe do Laboratório de Engenharia Ambiental e Sanitária do

Instituto federal do Ceará, pelo acompanhamento e dedicação aos ensaios, em

especial a bolsista Ana Paula Bueno Zuza, pela disponibilidade em me orientar.

A todos que contribuíram direta ou indiretamente com а minha formação

acadêmica, os meus sinceros agradecimentos.

Page 6: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

“Se consegui enxergar mais longe é porque procurei ver acima dos ombros dos gigantes.”

(Isaac Newton)

Page 7: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

RESUMO

A disponibilidade de água é motivo de preocupação para as presentes e futuras

gerações, pois este recurso natural, indispensável a vida, está cada vez mais

escasso devido o crescimento populacional, a poluição das fontes hídricas e a

degradação ambiental, por isso é necessário se pensar em alternativas de

tratamento de água que preservem a qualidade da mesma. A semente de moringa e

o mandacaru se apresentam como soluções inovadoras no tratamento da água,

garantindo a sustentabilidade, uma vez que são coagulantes naturais

biodegradáveis que não oferecem riscos a saúde humana, que demandam poucos

ou nenhum recursos financeiros para tratar a água, diferentemente dos coagulantes

químicos, e assim podem reduzir problemas ligados a qualidade da água. Diante

destes fatores o presente trabalho teve como objetivo apontar os benefícios da

utilização de alternativas inovadoras na purificação da água, como estas soluções

naturais auxiliam no tratamento da mesma assim como utilizar a semente de

moringa para avaliação de alguns parâmetros de qualidade da água, como verificar

a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização dos valores do pH e

análise dos teores de condutividade elétrica, onde estes parâmetros foram

verificados antes e após o tratamento para que pudessem ser analisados

comparando os resultados obtidos. Nos ensaios foram utilizadas águas de três

barreiros distintos localizados na cidade de Crato, Ceará, Brasil. Os resultados dos

ensaios se mostraram eficientes na remoção de cor e turbidez, com 96% e 96,9%,

respectivamente, de capacidade de remoção na avaliação das melhores amostras,

já com relação ao pH, este parâmetro se manteve estável, sofrendo poucas

alterações, e apresentou resultados aceitáveis para todas as amostras de água, a

condutividade elétrica por sua vez apresentou grandes alterações nas suas faixas de

teores, mas ainda assim se mantiveram nas faixas ideais em relação a determinadas

concentrações de soluções coagulantes. Conclui-se então que os coagulantes

naturais possuem potencial na substituição dos coagulantes químicos no tratamento

da água.

Palavras-chaves: Coagulantes Naturais; Moringa; Mandacaru; Tratamento de Água.

Page 8: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tratamento de água por meio da tecnologia do ciclo completo...............20

Figura 2 – Moringa com vagens...............................................................................26

Figura 3 – mandacaru................................................................................................27

Figura 4 – Preparação da solução a base de semente de moringa..........................30

Figura 5 – Condições iniciais das amostras brutas.................................................. 33

Figura 6 – Condições das amostras após tratamento com solução a base de

moringa.......................................................................................................................31

Figura 7 – Percentual de remoção de turbidez com uso de solução a base de

semente de moringa...................................................................................................38

Figura 8 – Percentual de remoção de cor com uso de solução a base de semente de

moringa...................................................................................................................... 39

Page 9: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Forma física preponderante representada pelos parâmetros de

qualidade....................................................................................................................15

Tabela 2 – Contaminantes naturais da água.............................................................19

Tabela 3 – Padrões de qualidade para os corpos d´água da classe 1, referentes à

água doce...................................................................................................................31

Tabela 4 – Parâmetros iniciais analisados nas amostras de água bruta...................33

Tabela 5 – Padrões de qualidade de corpos d´água de diferentes classes, referentes

à água doce................................................................................................................36

Tabela 6 – Parâmetros de qualidade analisadas na amostra A para diferentes

concentrações............................................................................................................36

Tabela 7 – Parâmetros de qualidade analisadas na amostra B para diferentes

concentrações............................................................................................................37

Tabela 8 – Parâmetros de qualidade analisadas na amostra C para diferentes

concentrações............................................................................................................37

Page 10: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

LISTA DE SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas

OMS Organização Mundial da Saúde

FUNASA Fundação Nacional da Saúde

ETA Estação de Tratamento de Água

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

uT Unidade de Turbidez

NTU Unidade Nefelométrica de Turbidez

uH Unidade de Hazen

uC Unidade de Cor

ml Unidade de Volume Mililitros

l Unidade de Volume Litros

ml/l Mililitros/litros

μS/cm Microsimens por cm

Page 11: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13

2.1 Geral ................................................................................................................. 13

2.2 Específico ......................................................................................................... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14

3.1 Padrões de Potabilidade da Água..................................................................... 15

3.1.1 Cor ................................................................................................................ 16

3.1.2 Turbidez ....................................................................................................... 16

3.1.3 Condutividade Elétrica ................................................................................. 17

3.1.4 PH ................................................................................................................ 18

3.2 Tratamento de Água ......................................................................................... 18

3.2.1 Sedimentação e Decantação ........................................................................ 20

3.2.3 Filtração ........................................................................................................ 21

3.2.4 Coagulação .................................................................................................. 21

3.2.5 Floculação .................................................................................................... 22

3.2.6 Desinfecção .................................................................................................. 23

3.3 Enquadramento de Corpos de Água ................................................................. 23

3.4 Métodos Alternativos de Baixo Custo Para o Tratamento da Água .................. 24

3.4.1 Moringa Oleifera ........................................................................................... 25

4. METODOLOGIA ................................................................................................... 29

4.1 Padrões de Qualidade da Água Estabelecidos Pela Resolução CONAMA nº

357, de 17 de março de 2005.................................................................................... 30

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 32

5.1 Análise dos Parâmetros de Qualidade das Amostras A, B e C. ........................ 34

5.2 Resultados das Análises para a Remoção de Cor e Turbidez .......................... 37

6. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 39

7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 41

Page 12: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

12

1. INTRODUÇÃO

Recurso natural indispensável à vida, á agua é um bem que vem sendo cada vez

mais escasso devido à estiagem, ao aumento da demanda, o processo de poluição

dos corpos hídricos e de degradação ambiental, entre outros fatores. É importante

destacar que a quantidade e a qualidade da água são dois aspectos importantes, de

modo que a qualidade da água é uma característica de extrema importância para se

evitar danos ao meio ambiente e a saúde humana.

A qualidade da água é tão importante quanto a sua qualidade já que a alteração

da qualidade da água agrava a escassez, podendo transmitir doenças, dentre outros

problemas. Para se garantir água de boa qualidade é necessário que análises sejam

feitas considerando-se parâmetros físicos, químicos e biológicos, conforme Portaria

nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, e que esses

parâmetros estejam de acordo com as características de uso de cada água como

estabelecido pela resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005.

Dentre os processos de tratamento de água, o uso de coagulantes químicos é

comumente adotado para se garantir a potabilidade da água, porém alguns destes

produtos químicos, como o sulfato de alumínio e o cloreto de ferro, causam danos à

saúde e ao meio ambiente se associados ao processo de coagulação.

Diante desta abordagem é possível a utilização de coagulantes que não

comprometam o meio ambiente e a saúde humana? Qual o coagulante capaz de

atender aos parâmetros de qualidade de acordo com a resolução CONAMA nº 357,

de 17 de março de 2005?

Dentro desse contexto os coagulantes naturais tem se destacado em relação aos

coagulantes químicos, sendo utilizados em substituição ou em conjunto com tais

produtos químicos, de modo que esta solução natural é biodegradável e poderá ser

viável, sobretudo para locais que enfrentam um cenário ambientalmente degradado

e onde a população dispõe de poucos recursos financeiros, como o semiárido

brasileiro que apresenta indicadores econômicos baixos.

Tratar a água de forma artesanal e com baixos custos vem sendo uma alternativa

viável para preservação da qualidade da água (NETO, 2017). Um exemplo é a

utilização da semente de moringa e do extrato retirado do mandacaru, cacto

abundante no Nordeste Brasileiro, que atuam como coagulantes naturais no

processo de tratamento de água a fim de se preservar os recursos hídricos.

Page 13: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

13

2. OBJETIVOS 2.1 Geral

O trabalho proposto consiste em investigar como a semente de moringa auxilia

no processo de coagulação no tratamento da água. O estudo busca avaliar a

eficiência da semente de moringa no processo de tratamento de água.

2.2 Específico

Avaliar a qualidade da água (barreiro) antes do tratamento proposto;

Verificar a dosagem ótima de semente de moringa para amostras de

águas distintas;

Avaliar parâmetros físico-químicos das amostras de água após a

inserção da semente de moringa;

Page 14: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Recurso necessário à vida de todos, a água sofre com efeitos relacionados ao

crescimento demográfico e a urbanização. Conforme as Nações Unidas, até 2050 a

população mundial pode atingir de 8 a 11 bilhões, sendo que a população mundial

atual está estimada em sete bilhões (ANDREOLI, 2012). O rápido crescimento

populacional tem acentuado o aumento da poluição, devido á redução da qualidade

da água, e a demanda por água, já que quanto maior o consumo, maior a produção

de efluentes (ANDREOLI, 2012).

Com relação à demanda por água, segundo a ANA (2016), o Brasil possui

grande disponibilidade hídrica, sendo que em média cerca de 260.000 m³/s de água

passam pelo território brasileiro, das quais 205.000 m³/s estão no Rio Amazonas,

restando apenas 55.000 m³/s para os demais locais do país. Mas este recurso é

distribuído de forma heterogênea, como por exemplo, no Nordeste, que apresenta

reduzida oferta de água.

No entanto, a qualidade da água é tão importante quanto à disponibilidade da

mesma já que a contaminação deste recurso acarreta em problemas, como

transmissão de doenças. De acordo com dados da OMS, cerca de 2,2 milhões de

pessoas morrem de diarreia todos os anos, onde a maioria são crianças com menos

de cinco anos (SNSA, 2008).

Ademais a diarreia é a sétima causa de mortes em todo o mundo e a principal

causa de morbidade em seres humanos, com quatro bilhões de casos por ano, e

ainda estima-se que aproximadamente metade da população que vive em países em

desenvolvimento tenha um episódio de diarreia (FUNASA, 2014).

Considerada como infraestrutura básica para as cidades, a ausência de

saneamento básico tem relação direta com esses fatores uma vez que essa

atividade está relacionada ao abastecimento de água potável, a coleta e tratamento

de esgoto, dentre outras funções (KRONEMBERGER et al., 2011). Segundo o

ranking de saneamento do Instituto Trata Brasil à região Nordeste, possui índices

assustadores, pois apenas 71% das pessoas tem acesso à água tratada e 21% tem

coleta de esgoto na região Nordeste, conforme dados de 2011(NADER, 2017).

Água com qualidade e em quantidade adequadas e a destinação apropriada dos

efluentes proporcionam melhorias na condição de vida de todas às pessoas (SNSA,

2008). Sabendo que a mudança na qualidade afeta a oferta de água, de acordo com

Page 15: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

15

a Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, toda a água

destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade.

3.1 Padrões de Potabilidade da Água

Toda água destinada ao consumo humano deve estar livre de contaminação

física, química e biológica para que atenda aos parâmetros de potabilidade. Os

parâmetros de qualidade da água são caracterizados como: características físicas

associadas à presença de sólidos suspensos na água, características químicas

interpretadas através da matéria orgânica ou inorgânica presente na água e

características biológicas identificadas pela presença de seres na água, que podem

ser vivos ou mortos (VON SPERLING, 1996).

Abaixo estão descritos os principais parâmetros de qualidade, conforme a

Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, sendo que

dentre eles somente forma analisados na metodologia deste referido trabalho, os

parâmetros cor, turbidez, PH e condutividade elétrica. Na tabela 1 abaixo, estão

representados todos os parâmetro de qualidade.

Tabela 1: Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade.

Fonte: Von Sperling, 1996.

Page 16: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

16

3.1.1 Cor

A cor é um parâmetro físico de qualidade da água, que é produzida pela reflexão

da luz em partículas minúsculas de dimensões inferior a 1 μm – denominada

coloides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos húmicos e fúlvicos) ou

mineral (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês) (FUNASA, 2014).

A cor é um parâmetro que quando tem origem industrial pode apresentar ou não

toxicidade, já na sua forma natural não apresenta risco direto à saúde humana, mas

consumidores podem questionar sua confiabilidade devido a sua aparência e, além

disso, na cloração da água que contenha matéria orgânica dissolvida, responsável

pela cor, pode ocorrer a geração de produtos potencialmente cancerígenos (VON

SPERLING, 1996).

Na interpretação de resultados esse parâmetro pode se apresentar como cor

aparente e cor verdadeira. No valor da cor aparente pode estar incluída uma parcela

de turbidez, que se deve ao fato do tamanho das partículas, e quando esta é

removida por centrifugação, sedimentação ou filtração, obtém-se a cor verdadeira

(VON SPERLING, 1996).

A unidade de medida da cor é uH (Unidade Hazen) que equivale a uC (Unidade

Cor), unidade usada na metodologia do presente trabalho. Os valores máximos de

cor verdadeira da água segundo a resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de

2005, variam de acordo com as classes, onde a classe 1 admiti um valor máximo de

30 uH e as classes 2 e 3 o limite imposto é de 75 uH. Já a Portaria nº 2914, de 12 de

dezembro de 2011, do Ministério da Saúde admiti até 15 uH de cor aparente.

Para remoção de cor os métodos utilizados são à base de coagulação e

floculação, onde os coagulantes e os auxiliares de floculação utilizados e as

dosagens variam de acordo com as características da água e da finalidade a qual

esta água está destinada.

3.1.2 Turbidez

A turbidez é um parâmetro físico de qualidade da água, que pode ser definida

como o parâmetro que representa o grau de interferência com a passagem de luz

através da água, conferindo uma aparência turva a mesma (VON SPERLING, 1996).

Page 17: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

17

Diferentemente da cor, que é causada pela presença de substâncias dissolvidas, a

turbidez é provocada por partículas em suspensão, sendo reduzida por

sedimentação (FUNASA, 2014).

A turbidez quando é de origem natural não traz inconvenientes sanitários diretos,

mas esteticamente é desagradável, e os sólidos em suspensão podem abrigar

microorganismos patogênicos, já quando a origem é antropogênica, a turbidez

também pode associar-se a microorganismos patogênicos e a compostos tóxicos

(VON SPERLING, 1996). Ademais esse parâmetro pode prejudicar a fotossíntese

em corpos d’água por interferir na penetração da luz (VON SPERLING, 1996).

A unidade de medida da turbidez é uT (Unidade Turbidez) que equivale a NTU

(Unidade Nefelométrica de Turbidez) unidade usada na metodologia do presente

trabalho. Os valores máximos de turbidez da água segundo a resolução CONAMA nº

357, de 17 de março de 2005, variam de acordo com as classes, onde a classe 1

admiti um valor máximo de 40 uT e as classes 2 e 3 o limite imposto é de 100 uT. Já

a Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde admiti até 5

uT de turbidez.

Na remoção de turbidez, a sedimentação simples pode ser adotada visto que as

partículas que provocam a turbidez são mais fáceis de serem separadas por se

tratar de sólidos em suspensão. Utiliza-se decantadores e se necessário faz-se uso

da filtração.

3.1.3 Condutividade Elétrica

A condutividade elétrica é um parâmetro físico de qualidade da água, que indica

a capacidade de transmitir a corrente elétrica em função da presença de substâncias

dissolvidas, que se dissociam em ânions e cátions (FUNASA, 2014). Ou seja, quanto

maior a concentração de iôns maior a condutividade elétrica.

A atividade iônica de uma solução depende de sua temperatura (aumenta cerca

de 2% a cada ºC), onde o padrão da temperatura para realização de leituras de

condutividade é 25 ºC. Vale destacar que a condutividade elétrica é inversamente

proporcional ao índice pluviométrico, ou seja, quanto maior o valor da condutividade

elétrica menor o valor do índice pluviométrico, e vice-versa (ESTEVES, 1988).

A condutividade elétrica deve ser expressa em unidade de resistência (mho ou S)

por unidade de comprimento (geralmente cm ou m), na metodologia do presente

trabalho foi utilizado μS/cm (Microsimens por cm). Os teores de condutividade

Page 18: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

18

elétrica variam de 10 a 100 μS/cm, para águas naturais, enquanto que para

ambientes poluídos por esgoto doméstico os valores chegam a 1000 μS/cm

(FUNASA, 2014).

3.1.4 PH

O pH é um parâmetro químico de qualidade da água, que representa a

intensidade das condições ácidas ou alcalinas do meio líquido, através da medição

da presença de íons hidrogênio (H+). O valor do pH é calculado em escala

antilogarítmica, variando numa faixa de 0 a 14, onde para faixas inferiores a 7, a

água se encontra em condições ácidas, e para valores acima de 7 a água se

encontra em condições alcalinas (FUNASA, 2014).

As alterações do pH podem ter origem natural (dissolução de rochas, absorção

de gases da atmosfera, oxidação da matéria orgânica, fotossíntese) ou de origem

antropogênica (despejos domésticos e despejos industriais), (VON SPERLING,

1996).

Com relação aos valores do pH, a Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março

de 2005, estabelece valores nas faixas de 6 a 9 para todas as classes de água,

assim como Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde

admiti os mesmos valores.

Este parâmetro é importante em várias etapas do tratamento da água

(coagulação, desinfecção, controle de corrosividade, remoção da dureza) e pode ser

utilizado para o controle da operação de estações de tratamento de água

(coagulação e graus de incrustabilidade/corrosividade). Frequentemente o pH

precisa ser corrigido antes e/ou depois da adição de produtos químicos no

tratamento, onde os diferentes valores de pH estão ligados com as faixas de

atuação ótima de coagulantes (VON SPERLING, 1996).

3.2 Tratamento de Água

Tratar a água consiste em separar os sólidos suspensos ou dissolvidos da parte

líquida da água e esse processo acaba por remover as partículas de impurezas de

origem física, química e biológica que podem contaminar a água (S; PATERNIANI,

2017). Os parâmetros que garantem à qualidade da água estão dispostos na

Page 19: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

19

Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011, do Ministério da Saúde, como já

abordado.

As impurezas da água podem se encontrar nas formas dissolvidas ou em

suspensão (TELLES, COSTA, 2010). Onde as principais impurezas, por sua vez,

encontradas nas águas superficiais (açudes, barreiros, rios, lagoas e etc.) são os

sólidos dissolvidos em suspensão, os gases dissolvidos, compostos orgânicos

dissolvidos e matéria em suspensão, como, por exemplo, microorganismos

(bactérias, algas e fungos) e colóides. (FRANCISCO; POHLMANN; FERREIRA,

2011). Abaixo estão dispostos os cincos tipos básicos de contaminantes naturais da

água, conforme tabela 2:

Tabela 2: Contaminantes naturais da água.

Fonte: Telles, Costa, 2010.

Segundo VON SPERLING (1996) quando se avalia a qualidade da água é

importante reconhecer os sólidos presentes nas mesmas onde, todos os

contaminantes da água contribuem com os sólidos presentes na água, com exceção

dos gases, por isso os sólidos são analisados separadamente dos parâmetros de

qualidade da água, e são classificados pelas suas características químicas e físicas

(estado e tamanho).

Com relação ao tamanho dos sólidos, os sólidos presentes na água podem ser

considerados como sendo sólidos suspensos ou dissolvidos onde o primeiro pode

ser classificado como as partículas passíveis de retenção por processo de filtração e

Page 20: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

20

os sólidos dissolvidos são constituídos de partículas que mesmo após a filtração

permanecem em solução (FUNASA, 2014).

O conhecimento da forma dos sólidos e dos gases é importante, pois vale frisar

que nos processos de tratamento de água, os sólidos em suspensão são removidos

por métodos e processos diferentes dos utilizados para remoção de sólidos

dissolvidos (VON SPERLING, 1996).

No processo de tratamento de água além de serem considerados os sólidos

como impurezas que afetam a qualidade da água, diversos outros parâmetros

também devem ser pesados sabendo que estes alteram as características da água.

Portanto a escolha do processo ou as técnicas utilizadas para o tratamento da

água depende das características da mesma, dos custos dos vários processos

disponíveis e do tipo de problema na qualidade. A tecnologia de tratamento de água

geralmente utilizada no Brasil é a do tratamento do ciclo completo, utilizada nas ETA

(ACHON; BARROSO; CORDEIRO, 2013). Conforme ilustra a figura 1 abaixo.

Figura 1: Tratamento de água por meio da tecnologia do ciclo completo

Fonte: http://server.pelotas.com.br/sanep/tratamento/. Acesso em: 17 de novembro de 2017.

No tratamento do ciclo completo a água é submetida a processos de decantação,

filtração, coagulação e floculação, que serão melhor exploras a seguir, juntamente

com outras etapas como a desinfecção, comum a todas as tecnologias de

tratamento, (SNSA, 2008) e a sedimentação.

3.2.1 Sedimentação e Decantação

Page 21: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

21

A sedimentação é um processo físico muito comum no tratamento de água,

responsável por separar as partículas sólidas, através das forças gravitacionais,

depositando essas partículas de densidade maior que as da água, numa superfície.

Geralmente a água apresenta materiais que não podem ser removidos facilmente

por sedimentação simples sendo necessário o uso de coagulantes que formem

flocos que facilitem a sedimentação (RICHTER, 2009).

Após a sedimentação dos flocos formados, podem ser retirada parte das

impurezas presentes na água, esta operação pode ser chamada de decantação,

onde os flocos contidos na água depositam-se no fundo da superfície, e a água

decantada, ou seja, mais limpa, é conduzida para filtração (SNSA, 2008).

3.2.3 Filtração

A filtração é o processo mais importante no processo de tratamento de água,

podendo ser implantado independentemente de outras e etapas, como na filtração

lenta, ou precedido pela coágulo/floculação, como na filtração direta. Normalmente

os filtros são classificados como sendo lentos ou rápidos devido ao processo de

limpeza e as taxas de trabalhabilidade, sendo os filtros rápidos os mais utilizados, já

que operam as taxas superiores a 40 vezes a taxa com que operam os filtros lentos

(RICHTER, 2009).

Processo físico, químico e dependendo do caso, biológico, a filtração consiste em

separar as impurezas encontradas na água, por meio de um meio poroso, com o uso

de vários materiais como a areia, material comumente utilizado para esta finalidade,

areia de granada e carvão ativado granular, sendo que o tamanho dos grãos

interferem na remoção da matéria em suspensão e na qualidade do desempenho

hidráulico (RICHTER, 2009).

3.2.4 Coagulação

Muito usado nas estações de tratamento, é um processo que faz uso de

coagulantes químicos para desestabilizar as impurezas presentes na água e os

contaminantes dissolvidos, para que formem partículas sólidas, que de certa forma

não poderiam ser removidas por sedimentação, filtração ou flotação (RICHTER,

2009).

Page 22: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

22

O tratamento de água no Brasil utiliza coagulantes químicos, nas estações de

tratamento de águas, geralmente o sulfato de alumínio de grande disponibilidade e

eficiência comprovada, porém apresentam desvantagens associadas aos custos de

aquisição relativamente altos, a ineficiência em baixa temperatura da água e os

prejuízos causados a saúde pública (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012).

A coagulação é a alteração físico-química de determinadas partículas da água,

caracterizada pela cor e turbidez, produzindo partículas que posteriormente podem

ser removidas por um processo de separação, como a sedimentação. A coagulação

assim como a floculação possui um papel de destaque dentre os processo de

tratamento de água, no que diz respeito à preparação da decantação ou da flotação,

e em seguida, da filtração (RICHTER, 2009).

Devido a sua importância em relação a outras etapas de tratamento, a

coagulação tem sido alvo de estudos, e a aplicação de novos conceitos juntamente

com novos coagulantes, vem a contribuir com a tecnologia de tratamento de água,

sendo possível auxiliar o engenheiro na identificação de deficiências de diversos

processos para que se possa aperfeiçoar o processo de tratamento de água como

um todo, a partir da coagulação-floculação (RICHTER, 2009).

Com relação às tecnologias atuais empregadas na remoção de sólidos

suspensos na água o uso de coagulantes, como a semente de moringa, surgem

para melhorar a eficiência dos processos e reduzir o uso de coagulantes químicos.

Sendo que o uso de auxiliares químicos não é recomendável para pequenas

comunidades, já que comprometem a sustentabilidade do sistema, por não serem

biodegradáveis (S; PATERNIANI, 2017).

Assim, o presente trabalho, teve como objeto de estudo avaliar a semente de

moringa, como coagulante natural para o tratamento de água de barreiro, para

atender a pequenas comunidades carentes de recursos financeiros, como o

semiárido brasileiro.

3.2.5 Floculação

Processo responsável por juntar partículas coaguladas, formando flocos maiores

que possibilitam sua separação por sedimentação e/ou filtração de água,

caracteriza-se por ser o processo mais utilizado na remoção de substâncias

responsáveis pela produção de turbidez e cor na água (RICHTER, 2009).

Page 23: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

23

Nos tanques de floculação, ocorre a aglutinação de microflocos que acabam por

formar flocos, que ao saírem dos tanques devem estar adequados ao tipo de

processo de remoção, ou seja, devem ter densidade e tamanhos adequados à

técnica a ser utilizada (RICHTER, 2009).

Nos floculadores, que são compostos por algumas câmaras, a velocidade da

agitação da água vai diminuindo gradativamente de modo que não se desfaça os

flocos formados, que ao saírem dos floculadores serão conduzidos para os

decantadores (SNSA, 2008).

3.2.6 Desinfecção

Muitos seres vivos são encontrados na água na escala microscópica e

macroscópica, e apresentam valor considerável no tratamento de água, sendo a

maioria benéfica, como alguns micro-organismos que são importantes no controle da

qualidade da água e na autopurificação de um corpo d’água. Porém algumas

espécies apresentam malefícios como sabor e odor na água, doenças, corrosão de

estruturas de concreto ou de metais etc. (RICHTER, 2009).

A desinfecção tem como objetivo, exatamente, remover organismos patogênicos

da água que não tenham sido eliminados durante o processo de tratamento, e faz

uso de alguns produtos como o cloro gasoso, hipoclorito de cálcio, hipoclorito de

sódio, dióxido de cloro, ozônio e radiação solar, onde o cloro e seus componentes

são os desinfetantes mais utilizados no Brasil (SNSA, 2008).

3.3 Enquadramento de Corpos de Água

A qualidade da água está associada ao seu uso, sendo assim quando se faz a

análise da água deve-se associar o uso aos requisitos mínimos exigidos para cada

tipo de finalidade.

Os padrões de qualidade da água, para que a mesma possa atender as suas

diversas finalidades de uso, devem ter embasamento em legislações que

estabeleçam requisitos em função do uso previsto, como a Resolução CONAMA nº

357, de 17 de março de 2005, que apresenta padrões de qualidade dos corpos

receptores e outros padrões que objetivam a preservação dos corpos d’água

(TELLES, COSTA, 2010).

Page 24: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

24

Segundo esta resolução, somente as águas doces da classe quatro não estão

aptas para serem utilizadas em Estações de Tratamento de Água, mas dependendo

da tecnologia adotada, a água de qualquer qualidade pode ser tratada, tornando-a

potável, o que afeta o processo são os custos associados (LIMA, 2015).

De acordo com o Art. 4 da resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005

as águas doces podem ser classificadas em:

I - Classe especial: águas destinadas ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. II - Classe 1: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção das comunidades aquáticas em terras Indígenas. II - classe 2: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à aquicultura e à atividade de pesca. III - classe 3: águas que podem ser destinadas ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; e à dessedentação de animais. IV - classe 4: águas que podem ser destinadas à navegação e à harmonia paisagística.

3.4 Métodos Alternativos de Baixo Custo Para o Tratamento da Água

No início do século XX, os surgimentos das técnicas de coagulação química e da

cloração se tornaram atraentes quanto ao desenvolvimento urbano, no entanto

representantes da OMS, procuravam tecnologias sustentáveis, simples e eficientes

sempre visando o bem-estar da população (S; PATERNIANI, 2017).

O uso de agentes químicos no tratamento de água não garante o bem-estar da

população visto que estes são motivos de preocupação e especulações devido à

possibilidade de esses elementos químicos poderem deixar alguns resíduos na água

que podem ser nocivos e por em risco a saúde de quem a consumir, além de

Page 25: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

25

tornarem o processo de tratamento de água mais caros, como é o caso do sulfato de

alumínio e cloreto de ferro (S; PATERNIANI, 2017).

No Brasil, a demanda por água de boa qualidade e a ausência dos recursos

financeiros para sistemas de abastecimento tem estimulado pesquisas que

aperfeiçoem métodos de coagulação e floculação, e, assim, a utilização de

coagulantes no tratamento da água (RICHTER, 2009).

Os coagulantes quando obtidos de fontes naturais são altamente biodegradáveis,

não oferecem riscos a saúde, apresentam menor custo e ainda são suscetíveis de

fornecer água tratada sem alteração de pH (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012). Tendo

em vista a degradação ambiental e o esgotamento dos recursos naturais, se a planta

a qual é retirada o coagulante é de região extrativista, pode-se tornar uma iniciativa

de desenvolvimento sustentável. (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012).

A utilização de coagulantes naturais em sistemas de tratamento de água para

pequenas comunidades retratam bem a ideia abordada uma vez que os polímeros

naturais podem ser produzidos in loco, diferentemente dos coagulantes químicos,

que comprometem a sustentabilidade do sistema tornando a comunidade

dependente da obtenção externa do coagulante químico, além da necessidade de

mão de obra qualificada para operação do sistema (S; PATERNIANI, 2017).

Assim em pequenas comunidades, onde não há recursos financeiros para avaliar

a qualidade da água é de extrema importância encontra procedimentos que

consigam por meio de soluções simples e viáveis, baseadas em experiências,

garantir água de qualidade sem por em risco à saúde humana, contribuindo com as

populações rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas do Brasil (S; PATERNIANI,

2017)

Alguns coagulantes naturais apresentam eficiência comprovada na filtração e

purificação da água, além de reduzir o uso de coagulantes químicos como a

semente de moringa que vem sendo utilizada no tratamento da água.

3.4.1 Moringa Oleifera

No Brasil, a Moringa oleifera também conhecida vulgarmente como “lírio branco”

foi implantada em 1950 no Nordeste, nos estados do Maranhão, Piauí e Ceará

(HENRIQUES et al., 2014) é um arbusto ou árvore de pequeno porte que pode ser

facilmente propagada, como mostra a figura 2.

Page 26: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

26

Figura 2: Moringa com vagens.

Fonte: http://www.newtimes.co.rw/section/read/76660/. Acesso em: 19 de novembro de 2017.

A semente da moringa possui propriedades coagulantes efetivas que não são

tóxicas aos humanos e animais e quando comparada a coagulantes químicos, esta

apresenta uma série de vantagens no que se refere à produção de baixo volume de

lodo, baixo custo, não alterando PH da água, e diminuindo a turbidez e a cor. (LO

MONACO et al., 2013).

Segundo estudos feitor por Paterniani et al. (2009) o uso da solução de Moringa

Oleifera no tratamento de água apresentaram 95 % de remoção da turbidez da água

e 90% de remoção de cor aparente, em média, nos processos de sedimentação e

filtração lenta (S; PATERNIANI, 2017).

Isso se deve ao fato de que a semente de moringa é composta por grande

quantidade de proteínas, que é o composto de maior importância no processo de

clarificação da água. É também relatado que a moringa possui uma proteína

catiônica dimérica de alto peso molecular que desestabiliza as partículas da água

que acabam a floculando para logo em seguida sedimentarem (GALLÃO;

DAMASCENO; BRITO, 2006).

Com relação ao uso da semente de moringa, seguindo na direção da

potabilidade, esta pode se dar em usinas de concreto que produzem água residuária

que necessita de tratamento antes do reúso. No processo tradicional estas se

utilizam de produtos químicos que podem ser substituído por este recurso natural

que contribui para o desenvolvimento de um ciclo sustentável na produção de

concreto, reduzindo os resíduos gerados. A água não tratada ainda tem a

Page 27: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

27

possibilidade de ser utilizada em diferentes atividades como, descargas de bacias

sanitárias, lavagem de carros e na própria produção de concreto (NETTO, 2015).

A semente de moringa tem se destacado também pela sua eficiência em relação

ao seu uso com outras finalidades, como as suas folhas e vagens que podem ser

consumidas como verduras cruas e cozidas, respectivamente, e suas sementes

maduras que quando torradas servem para fabricação de farinha (S; PATERNIANI,

2017).

Além disso, a moringa possui excelentes propriedades nutricionais que superam

as de outros alimentos, como, por exemplo, a moringa possui mais cálcio que o leite,

mais vitamina C que a laranja, mais vitamina A que a cenoura e mais potássio que a

banana, tornando-a assim, atraente em relação à agregação de valores (S;

PATERNIANI, 2017).

Com relação ao tratamento de água a semente de moringa atua como agente

coagulante, auxiliando na formação de flóculos, podendo ser empregada no

tratamento primário, já que proporciona aumento da eficiência dos decantadores na

remoção de sólidos em suspensão (ALFONSA et al., 2010).

Outro polímero natural capaz de tratar a água são os cactos, onde o seu uso é

recente em comparação a moringa (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012). O mandacaru

é um cacto abundante no Nordeste do Brasil, mas também pode ser encontrado em

outras regiões, um recurso natural barato que torna viável a sua aplicação na

purificação da água de modo sustentável e minimizando a agressão ao meio

ambiente (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012).

Figura 3: Mandacaru.

Fonte: https://www.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/Northeast/Sergipe/Caninde_de_Sao_

Francisco/photo1226458.htm. Acesso em: 19 de novembro de 2017.

Page 28: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

28

Este cacto ainda possui aplicação viável como auxiliares de coagulação e

floculação, apresentando boa eficiência em relação à turbidez da água. Devido a

estes fatores o seu uso em Estações de Tratamento de Água pode ser realizado e

ainda o tempo de floculação e decantação é reduzido em comparação a coagulantes

químicos, tornando o processo mais rápido e gerando uma produção maior de água

tratada (ZARA; HELENA; FELIPE, 2012).

Porém o uso desse cacto como agente coagulante no tratamento de água ainda

é recente em comparação a outros coagulantes, como a moringa. Mas assim como a

moringa possui valores de agregação quando utilizados para alimentação para gado

e devido a sua capacidade de armazenamento de água (LENZ; ZARA; THOMAZINI,

2017).

O mandacaru também pode ser aplicado no tratamento de água de forma

artesanal e com custo quase zero. Nesse contexto uma técnica surgiu no cariri do

Ceará, pelo químico Sávio Aires, que segundo ele trata-se de uma alternativa

inovadora que limpa a água de barreiros e lugares onde a qualidade da água não é

boa, ou seja, com elevada turbidez, cor amarelada e presença de matéria orgânica,

mas esse tratamento pode tornar a água apta para o consumo.

Segundo a pesquisa de Sávio Aires (2017), o processo se dá em dois

procedimentos, as águas que estão represadas por dois anos e aquelas de quatro a

seis anos de armazenamento. Isso ocorre, pois há uma quantidade de concentração

de matéria orgânica diferente em cada água.

Na primeira situação para cada litro de água basta apenas um grama de

mandacaru, já no segundo caso, o processo é repetido, mas usando dois gramas do

cacto e a mesma quantidade de cal, e após dez minutos ocorre o processo de

floculação onde partículas muito pequenas são agregadas, formando flóculos, para

que possam decantar-se.

Ainda é relevante destacar que o lodo e os dejetos do mandacaru resultantes

desta técnica, podem ser usados posteriormente como adubo para a terra. E não há

nenhuma evidência de que o mandacaru cause efeitos secundários nos seres

humanos, tendo em vista que o uso de tecnologias de tratamento de águas não

pode interferir na qualidade da vida. Assim esta é uma solução ambientalmente

correta e acessível para o sertanejo que tenta driblar a seca do nordeste brasileiro.

Page 29: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

29

4. METODOLOGIA

Para realização deste trabalho, foram coletadas três amostras de águas

superficiais. Cada amostra conteve dois litros de água bruta, uma delas foi coletada

num barreiro no Sítio Romualdo (Fazenda Riacho Seco) e as demais em barreiros

distintos no Sítio Brea, distrito de Ponta da Serra (Fazenda Centauro) no município

do Crato – CE.

A solução coagulante foi preparada no mesmo dia da realização dos ensaios,

pois o armazenamento da solução pode causar ineficiência no tratamento da água.

Para a preparação da solução foi utilizada um coagulante natural, a semente de

moringa, onde foi considerado 10g e posteriormente 20g de polpa de semente de

moringa para 1 l de água destilada, conforme (VENDRAMINI, 2015).

Na preparação da solução as cascas da semente, como mostra a Figura 4 na

etapa I, foram retiradas manualmente restando apenas à parte branca da semente

(figura 1, etapa II) que foi pesada em balança analítica, da marca Mettler Toledo

AB204 (Figura 4, etapa III) para logo em seguida ser processada no liquidificador

juntamente com a água destilada, (Figura 4, etapa IV) posteriormente a solução foi

filtrada com um filtro de papel de café que foi adicionado no filtro de membrana de

laboratório (Figura 4, etapa V) para finalmente se obter a solução pronta (Figura 4,

etapa VI).

Figura 4: Preparação da solução a base de semente de moringa.

Fonte: O autor, 2017.

Page 30: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

30

Os ensaios, em escala de bancada, foram realizados no Laboratório de

Engenharia Ambiental e Sanitária do Instituto Federal do Ceará, em Juazeiro do

Norte – CE, no mês de novembro de 2017.

Os equipamentos que foram utilizados para realização dos ensaios foram:

turbidímetro de bancada digital processado da marca Adamo de 220 v, utilizado para

analisar a turbidez, condutivímetro de bancada – mCA – 100 da marca Ms Tecnopon

de 220v, para medir a condutividade elétrica, aparelho de espectrofotometria UV/VIS

190 – 110 nm UV – 1600 da marca Pró-Análise, usado para determinação da cor, e

medidor de pH – mPA – 210 da marca Ms Tecnopon, para verificação do pH.

4.1 Padrões de Qualidade da Água Estabelecidos Pela Resolução CONAMA nº

357, de 17 de março de 2005.

Através dos ensaios buscou-se analisar se a semente de moringa seria eficiente

em tratar a água, e para isso foram analisados os parâmetros físico-químicos de cor

verdadeira (analisada pelo método da absorbância), turbidez, condutividade elétrica

e pH da água das amostras brutas e das amostras tratadas com o coagulante a fim

de comparar os resultados.

Também foi analisado se os parâmetros avaliados atendiam aos valores exigidos

pela resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, que estabelece valores

permitidos para cor e turbidez e uma média entre os valores adotados para o pH, de

acordo com o uso previsto dos corpos d’água superficiais para cada classe, como

mostra a seguir:

Tabela 3: Padrões de qualidade para os corpos d´água da classe 1, referentes à água doce

Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005.

Parâmetro Unidade

Padrão para Corpos d´Água

Classe 1

Cor Aparente

Turbidez

pH

uH

uT

-

30

40

6,0 a 9,0

Page 31: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

31

Vale ressaltar que uT equivale a NTU e no projeto os resultados dos ensaios de

turbidez estão em NTU, assim como uH é equivalente a UC e os ensaios feitos

apresentam o parâmetro cor em UC.

Para a medição dos teores da condutividade elétrica serão adotados valores na

faixa de 10 a 100 μS/cm, como determinado pela FUNASA (2014) para águas

naturais, pois não existe um padrão de condutividade elétrica estabelecido por a

legislação (MARONEZE et al., 2014).

O uso previsto para cada água vai depender da classe a qual cada água se

adequa, e as classes de água e sua respectiva finalidade estão dispostas na

Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Para avaliar os parâmetros

de qualidade deste trabalho serão adotados os valores da tabela 4, supondo que os

corpos hídricos da classe um, se caracterizam melhor com a água tratada das

amostras.

De acordo com o Art. 4° da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de

2005, as águas da classe I são aquelas que têm como finalidade: o abastecimento

para consumo humano, à preservação do equilíbrio natural das comunidades

aquáticas e à preservação dos ambientes aquáticos.

Page 32: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

32

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na realização dos ensaios, primeiramente buscou-se verificar as condições das

amostras brutas, onde a amostra A corresponde a água coletada no Sítio Romualdo

e as amostras B e C correspondem às águas coletadas em barreiros distintos do

Sítio Brea, distrito de Ponta da Serra. Como mostrado na figura 5 e como pode ser

comprovado pela tabela 5, as condições das amostras não apresentaram resultados

satisfatórios visualmente, pois apresentam cor elevada e turbidez também elevada.

Figura 5: Condições iniciais das amostras brutas.

Fonte: O autor, 2017.

As amostras de água bruta (A, B e C) utilizadas foram analisadas para

verificação de parâmetros iniciais conforme apresentado na tabela 5, que traz os

parâmetros (cor aparente, turbidez, pH e condutividade elétrica) adotados neste

projeto para avaliação das condições da água.

Tabela 4: Parâmetros iniciais analisados nas amostras de água bruta.

Fonte: O autor, 2017.

Amostras Cor Aparente Turbidez pH Condutividade

Elétrica

Amostra A

Amostra B

Amostra C

582 UC

5064,5 UC

13309,5 UC

27,5 NTU

309,5 NTU

924 NTU

6,73

6,50

7,08

5,28

23,82

53,57

Page 33: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

33

Após a análise das amostras brutas foram adicionadas as amostras A, B e C a

solução coagulante de semente de moringa, utilizando inicialmente 10 g/l de

solução, que não apresentou resultados satisfatórios, pois os valores encontrados

para os parâmetros analisados não estavam de acordo com os valores

estabelecidos pela resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, sendo

então necessário testar outras dosagens, como a solução de 20g/l, que apresentou

bons resultados.

A dosagem adequada de solução a ser utilizada de acordo com VENDRAMINI

(2015) é de 8ml/l com tempo de decantação de 70 minutos, esta dosagem foi

inicialmente adotada para a realização nos ensaios apresentados neste projeto, mas

não foram obtidos resultados satisfatórios e o motivo para isto, talvez se deva ao fato

de que não se sabe sobre as características da água bruta utilizada por

VENDRAMINI (2015).

Sendo assim outras dosagens forma testadas. Para a concentração de 10g/l,

analisou-se para a amostra A as seguintes dosagens: 50ml/l, 75 ml/l e 90ml/l, por se

caracterizar como sendo a água que apresentou menores valores para cor e

turbidez. Já para as amostras B e C foram analisadas as seguintes dosagens:

50ml/l, 125ml/l e 150ml/l pois estas água apresentaram os maiores valores de cor e

turbidez e se assemelham, apresentaram características semelhantes com relação

ao seu estado bruto.

Quanto às amostras com concentração de 20g/l, para a amostra A foram

adotadas as dosagens de 75ml/l, 150ml/l e 300ml/l, e as dosagens para a água B e

C foram de 150ml/l, 300ml/l e 600ml/l.

Para a simulação do tratamento foram utilizados agitadores magnéticos com

aquecimento da marca Solab SL – 91, para formação de flóculos, que agitavam as

amostras enquanto as dosagens iam sendo adicionadas simultaneamente, por um

período de um minuto para mistura rápida e dez minutos para mistura lenta,

simulando um jar test.

O Jar test é um equipamento bastante utilizado para realização de ensaios com

coagulantes, que tem como uma de suas funções, auxiliar na formação de flocos.

Mas tal equipamento não pôde ser utilizado, pois necessita de grandes volumes de

amostras para realização de ensaios, além do fato de que foram testadas seis

dosagens diferentes, para cada amostra, de solução, o que exige um volume ainda

Page 34: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

34

maior, e tal volume não pôde ser coletado, pois a água utilizada nos ensaios era

proveniente de barreiros, que não continham grandes volumes de água.

Após a agitação, as amostras foram retiradas dos agitadores para sedimentarem

por setenta minutos, para as amostras com solução de 10g/l, e quarenta minutos

para a solução coagulante de 20g/l, visto que neste intervalo de tempos a maioria

dos sólidos suspensos já havia decantado diferentemente da primeira concentração

de água adotada.

Com os flóculos sedimentados, as amostras foram filtradas, restando apenas o

sobrenadante, para em seguida medir a cor, turbidez, pH e condutividade elétrica,

sendo que visualmente as amostra apresentaram bons resultados, como mostra a

figura 6, abaixo:

Figura 6: Condições das amostras após tratamento com solução a base de moringa.

Fonte: O autor, 2017.

5.1 Análise dos Parâmetros de Qualidade das Amostras A, B e C.

Com relação aos parâmetros de qualidade da água, forma utilizados os valores

dos padrões de qualidade de corpos d’água da classe 1, conforme a tabela 5 abaixo,

adaptada da resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Com exceção

apenas, da condutividade elétrica, onde os valores adotados estão de acordo com a

(FUNASA, 2014).

Page 35: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

35

Tabela 5: Padrões de qualidade de corpos d´água de diferentes classes, referentes à água doce.

Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005

Parâmetro Unidade

Padrão para Corpos d´Água

Classe

1 2 3 4

Cor Verdadeira

Turbidez

pH

uH

uT

-

30

40

6,0 a 9,0

75

100

6,0 a 9,0

75

100

6,0 a 9,0

-

-

6,0 a 9,0

Com relação à análise das amostras, o pH de modo geral, sofreu poucas

variações de valores, mesmo sendo utilizado várias dosagens diferentes da solução

de semente de moringa, como 10g/l e 20g/l. O pH de todas as amostras se

mantiveram na faixa ideal que é de 6,0 a 9,0.

Na análise da cor, com relação às concentrações utilizadas para as amostras A,

B e C, nenhuma das amostras apresentou resultados adequados (até 30 uH para

águas da classe I e 75 uH para águas das classes II e III) de acordo com a tabela 5,

considerada para análise dos resultados.

Tabela 6: Parâmetros de qualidade analisadas na amostra A para diferentes concentrações.

Fonte: O autor, 2017.

PARÂMETROS

Amostra A

10g/l

50ml/l

10g/l

75ml/l

10g/l

90ml/l

20g/l

75ml/l

20g/l

150ml/l

20g/l

300ml/l

Cor Verdadeira (uH)

Turbidez (uT)

pH

Condutividade (μS/cm)

1.319,5

117,5

6,62

7,22

1.157

118,5

6,46

7,37

1.109,5

115,5

6,60

8,05

142

11,45

6,84

11,21

179,5

10,55

6,71

15,69

1.249,5

10,35

6,69

23,91

Com relação ao parâmetro turbidez da amostra A, se considerarmos que o valor

ideal é de até 40 unidades nefelométrica de turbidez (NTU) como estabelecido pela

CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, é possível verificar pela tabela 6 que

todos os valores descritos satisfazem a todas as condições das dosagens com 20g/l

de solução coagulante.

Page 36: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

36

Já os valores adotados para a condutividade elétrica, estes devem estar numa

faixa de 10 a 100 μS/cm, conforme (FUNASA, 2014) e com relação a para a amostra

A, assim como a turbidez, todos os valores descritos satisfazem as condições das

dosagens com 20g/l de solução coagulante.

Tabela 7: Parâmetros de qualidade analisadas na amostra B para diferentes concentrações.

Fonte: O autor, 2017.

PARÂMETROS

Amostra B

10g/l

50ml/l

10g/l

125ml/l

10g/l

150ml/l

20g/l

150ml/l

20g/l

300ml/l

20g/l

600ml/l

Cor Verdadeira (uH)

Turbidez (uT)

pH

Condutividade (μS/cm)

6.019,5

521

6,58

24,11

5.672

435

6,55

23,71

5.687

494,5

6,53

23,65

5.209,5

350,5

6,62

31,44

7.929,5

559

6,63

37,87

4.682

231

6,62

45,14

No que diz respeito à análise da amostra B, esta foi à única amostra que não

apresentou resultados satisfatórios para a turbidez em nenhuma das dosagens

utilizadas como está representado na tabela 7, e o motivo talvez esteja relacionado

com o fato de que esta amostra possua uma determinada concentração de materiais

dissolvidos, que para a remoção necessitam de outro tipo de tratamento já que a

moringa auxilia na formação de flóculos dos sólidos suspensos.

A condutividade elétrica, por sua vez, apresentou resultados satisfatórios para

todas as concentrações de soluções coagulantes da amostra B, em todos os

ensaios.

Tabela 8: Parâmetros de qualidade analisadas na amostra C para diferentes concentrações.

Fonte: O autor, 2017.

PARÂMETROS

Amostra C

10g/l

50ml/l

10g/l

125ml/l

10g/l

150ml/l

20g/l

150ml/l

20g/l

300ml/l

20g/l

600ml/l

Cor Verdadeira (uH)

Turbidez (uT)

pH

Condutividade (μS/cm)

2.459,5

106,5

7,25

49,95

2.609,5

161,5

7,18

48,97

782

118

7,25

48,29

1.602

55,1

7,22

55,70

529,5

29

7,19

58,17

854,5

86,5

7,08

61,41

Page 37: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

37

Já a amostra C, apresentou resultados positivos para a turbidez quando adotada

a dosagem de 300ml/l de solução coagulante com concentração de 20g/l de

semente de moringa, já que o valor obtido não ultrapassa as 40 unidades

nefelométrica de turbidez (NTU) como representado pela tabela 5.

A amostra C assim como a amostra B, também apresentou bons resultados para

a condutividade elétrica para as diferentes dosagens de solução coagulantes em

todas as amostras.

5.2 Resultados das Análises para a Remoção de Cor e Turbidez

As análises feitas mostram que o uso da solução a base da semente de moringa

se mostrou satisfatório em reduzir a turbidez das amostras A, B e C como mostra a

figura abaixo.

Figura 7: Percentual de remoção de turbidez com uso de solução a base de semente de moringa.

Fonte: O autor, 2017.

Assim como a turbidez, o parâmetro cor também apresentou resultados

satisfatórios para as amostras estudadas após o uso da solução a base da semente

de moringa, embora os valores encontrados para este parâmetro não atenda a

resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005, ainda assim, houve melhorias

consideráveis, no que se refere à redução de cor de todas as amostras tratadas com

relação as amostras brutas, conforme a figura 8.

62,4%

25,4%

96,9%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Amostra A Amostra B Amostra C

Percentual de Remoção de Turbidez das Amostras Tratadas (considerando os melhoresresultados)

Page 38: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

38

Figura 8: Percentual de remoção de cor com uso de solução a base de semente de moringa.

Fonte: O autor, 2017.

Os resultados obtidos através dos ensaios assemelham-se com os estudos feitos

por Paterniani et al. (2009) onde, o uso da solução de Moringa Oleifera no

tratamento de água apresentaram 95 % de remoção da turbidez da água e 90% de

remoção de cor (S; PATERNIANI, 2017) e segundo os resultados das figuras 7 e 8,

houve redução de 97% de turbidez e 96% de remoção de cor, para a amostra C.

Vale destacar que a dosagem ótima obtida com a realização destes ensaios foi

de 300ml/l para a amostra A, 600ml/l para a amostra B e 300ml/l para a amostra C

quando adotado 20g/l de concentração da solução coagulante a base da moringa,

visto que com essa concentração o tempo de decantação foi o mais favorável e os

resultados dos parâmetros de qualidade foram satisfatórios a partir da utilização

destas dosagens.

75,6%

7,5%

96%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Amostra A Amostra B Amostra C

Percentual de Remoção de Cor das Amostras Tratadas (considerando os melhoresresultados)

Page 39: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

39

6. CONCLUSÃO

A pesquisa avaliou o tratamento de água com o uso da semente da moringa e os

resultados obtidos mostraram que a solução coagulante obtida da semente de

moringa é uma alternativa possível para o tratamento de água, removendo as

partículas sólidas em suspensão, uma vez que apresentaram resultados satisfatórios

para remoção de turbidez e cor, estabilização dos valores do pH e manutenção das

faixas ideais a condutividade elétrica.

Obteve-se, uma redução da turbidez e cor verdadeira de 97% e 96% com tempo

de decantação de 40 minutos, respectivamente. Os valores de pH se mantiveram

estáveis e dentro dos valores adequados de potabilidade. Os teores de

condutividade para uma concentração coagulante de 20ml/l se mostraram

satisfatórios.

A semente de moringa, avaliada nessa pesquisa, como também o mandacaru,

sugerido pela literatura técnica e não avaliado em laboratório nessa pesquisa,

podem ser considerados um insumo promissor no processo de

coagulação/floculação da água, visto que o emprego destes coagulantes podem

apresentar bons resultados.

Diante destes fatores são notórios os benefícios associados à semente de

moringa e ao mandacaru no tratamento de água considerando alguns parâmetros

físico-químicos, como a cor, a turbidez, o pH e a condutividade elétrico. Além disso,

este tratamento se mostra viável no que se refere à facilidade de implementação em

pequenas comunidades e a preservação do meio ambiente, contribuindo com a

sustentabilidade, diferentemente dos coagulantes químicos.

Ainda, recomenda-se estudos e pesquisas mais específicas e aprofundadas

sobre a utilização destes tipos de coagulantes naturais para que se possa implantar

esta alternativa de tratamento de água da forma mais adequada e eficaz possível

em ETAs (Estações de Tratamento de Água) ou voltados para atender as

necessidades de comunidades carentes sem acesso a água potável.

A utilização de agentes coagulantes biodegradáveis, deste tipo, no processo de

tratamento da água pode proporcionar atenuação nos problemas ligados à qualidade

da mesma, principalmente em locais de escassez dos recursos financeiros. Além

disso, a utilização da semente de moringa, como demostrado sobre a sua

competência neste trabalho, e o mandacaru são alternativas de relevante

Page 40: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

40

importância para propostas ligadas a eficiente utilização dos recursos hídricos e

melhoria nos métodos convencionais de purificação.

Page 41: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

41

7. REFERÊNCIAS

ACHON, C. L.; BARROSO, M. M.; CORDEIRO, J. S. Resíduos de estações

de tratamento de água e a ISO 24512: Desafio do Saneamento Brasileiro.

Revista Engenharia Sanitária e Ambiental. ABES., v. 18, n. 2, p. 115–122, 2013.

ALFONSA, P. et al. Utilização de Extrato de Sementes de Moringa como Agente

Coagulante no Tratamento de Água para Abastecimento e Águas Residuárias.

n. 12, 2010.

ANA, A. N. D. Á. Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil: informe 2016 /

Agências Nacional de Águas - Brasília, 2016.

ANDREOLI, C. V. ET. A. A Relação da Qualidade e Quantidade da Água. p. 493–

510, 2012.

DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE

SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE, M. Portaria no 2914, de 12 de dezembro

de 2011 (Ministério da Saúde). p. 23–24, 2016.

ESTEVES, F. D. A. Fundamentos de Limnologia. 2º Edição. Rio de Janeiro:

Interciência, 1988.

FRANCISCO, A.; POHLMANN, P.; FERREIRA, M. Tratamento

Convencional de Águas para Abastecimento Humano: Uma Abordagem

Teórica dos Processos Envolvidos e dos Indicadores de Referência. II

Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, n. 1, p. 1–9, 2011.

FUNASA. Manual De Cloração De Água Em Pequenas Comunidades Utilizando

O Clorador Simplificado Desenvolvido Pela Funasa. p. 40, 2014.

FUNASA. Manual de controle da qualidade da água para técnicos que

trabalham em etas. v. 2 ed. p. 112, 2014

GALLÃO, M. I.; DAMASCENO, L. F.; BRITO, E. S. Avaliação Química e Estrutural

da Semente de Moringa. Revista Ciência Agronômica, v. 37, n. 1, p. 106–9, 2006.

HENRIQUES, J. A. et al. Potencial de uso da Moringa oleifera Lamarck na

Clarificação de Água para Abastecimento em Comunidades Difusas de Áreas

Semiáridas. p. 76–83, 2014.

KRONEMBERGER, D. M. P. et al. Saneamento e Meio Ambiente. Atlas do

Page 42: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

42

Saneamento Ambiental, v. 4° edição, 2011

LENZ, G. F.; ZARA, R. F.; THOMAZINI, M. H. Estudo Preliminar da Remoção de

Turbidez de Água Bruta Utilizando Polímero Obtido do Cacto Mandacaru

(Cereus jamacaru). p. 14–16, 2017.

LIMA, N. M. Aplicação da Moringa Oleífera no Tratamento. p. 0–56, 2015.

LO MONACO, P. A. V et al. Efeito da Adição de Diferentes Substâncias

Químicas no Extrato de Sementes de Moringa Utilizado como Coagulante no

Tratamento de Esgoto Sanitário. Engenharia Agrícola, p. 1038–1048, 2013.

MARONEZE, M. M. et al. Característica de Parâmetro de Qualidade da Água na

Área Portuária de Barcarena. Revista Ambiente e Agua, v. 9, n. 3, p. 445–458,

2014.

NADER, H. Reunião Regional SBPC Cariri. 2017. Jornal da Ciência, publicação

mensal, Junho - Junho 2017 / no.776

NETO, C. G. Tese Mostra Eficiência da “árvore da vida” no Tratamento de

Águas. Jornal da Unicamp, 2015.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA. Resolução nº 357, de

17 de Março de 2005, p. 23–24, 2005.

RICHTER, C. A. Água Métodos e Tecnologia de Tratamento. 1º Edição. São

Paulo: Editora Blucher, 2009. 340 p.

S, J. E.; PATERNIANI, T. Tecnologias de tratamento de água para pequenas

comunidades e comunidades rurais. Editora Ana Elisa de Arruda, 2017.

SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Transversal: Lodo

Gerado Durante o Tratamento de Água e Esgoto: Guia do Profissional em

Treinamento: nível 2 / Ministério das Cidades. Brasília: Ministério das Cidades,

2008. 90 p.

VENDRAMINI, D.; BEZERRA, J. F. Estudo do Uso do Coagulante Natural

Moringa Oleifera Lam em Uma ETA. n. 1, p. 1–10, 2015.

VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das águas e ao Tratamento de

Esgotos, v1, 2º Edição Revisada. Belo Horizonte DESA-UFMG, 243 p, 1996

ZARA, R. F.; HELENA, M.; FELIPE, G. Estudo da Eficiência de Polímero Natural

Extraído do Cacto Mandacaru (cereus jamacaru) Como Auxiliar nos Processos

Page 43: UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE …wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=alternativas_inovadoras_de... · a sua capacidade de redução da turbidez e cor, estabilização

43

de Coagulação e Floculação no Tratamento de Água. p. 75–83, 2012.