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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL DCC TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROGRAMA UM MILHÃO DE CISTERNAS NO ABASTECIMENTO EM UMA COMUNIDADE RURAL EM MAURITI-CE APARECIDA CAMILE PEREIRA DA SILVA JUAZEIRO DO NORTE - CE 2019

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL – DCC

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROGRAMA UM MILHÃO DE CISTERNAS NO

ABASTECIMENTO EM UMA COMUNIDADE RURAL EM MAURITI-CE

APARECIDA CAMILE PEREIRA DA SILVA

JUAZEIRO DO NORTE - CE

2019

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APARECIDA CAMILE PEREIRA DA SILVA

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO PROGRAMA UM MILHÃO DE CISTERNAS NO

ABASTECIMENTO EM UMA COMUNIDADE RURAL EM MAURITI-CE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a

Banca Examinadora do Curso de Tecnologia da

Construção Civil, com habilitação em Edifícios da

Universidade Regional do Cariri – URCA, como

requisito para conclusão do curso.

Orientador: Prof. Me. Synardo Leonardo de Oliveira Pereira

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2019

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Dedico ao meu irmão Luís Cauã, por toda luz

enviada à minha vida e a nossa família. Por ser meu

ponto de paz, meu ombro amigo. Por ter um coração

tão puro e inocente, por todo amor... Obrigada por

despertar em mim os mais sinceros sentimentos!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente e principalmente, agradeço à Deus! Por me dar abrigo na

tempestade, conforto em meio ao desespero. Por construir pontes onde eu via muros,

estradas onde eu via o fim. Sem ti nada seria possível!

À minha família, por todo apoio, confiança e incentivo. Em especial aos

meus avós (paternos e maternos), minhas tias: Ilma, Cícera, Izônia e Lurdes, agradeço

coletivamente, mas com uma estima pessoal por cada uma. À minha mãe Ilza, por ser

meu exemplo de fé e força. Por me incentivar a lutar pelos meus sonhos e me ensinar

a ser uma pessoa de bem. Obrigada por sonhar e lutar comigo! Ao meu pai Luís, que

não mediu esforços em me ajudar, seu apoio foi de uma importância imensurável!

Ao meu irmão Luís Cauã, por ser luz na minha vida, por todo amor e

tranquilidade que me traz, pelo significado que deu a minha vida! À minha irmã

Carolaine, quando penso no caminho que percorri lembro de você, da nossa história...

não foi fácil chegar até aqui, mas eu estive ao lado da mulher mais forte que conheço,

sou muito grata por ter você! À minha prima de sangue e irmã de coração, Fernanda

Brito, obrigada por ser tão boa comigo, por estar comigo e me ajudar na realização

desse trabalho, pelos momentos de descontração e cumplicidade... Você é muito

importante para mim!

Aos meus amigos: Adaiza Mourão e Taísa Felix (Feliz) “minha dupla de

três”, com quem vivi momentos inesquecíveis. Sou eternamente grata por ter vocês

na minha vida, por cada momento, cada palavra... a amizade de vocês tornou essa

caminhada mais leve, propiciou um colorido diferente à minha vida! Jaiane Andrade

(a pessoa mais bondosa que conheço), Elane Nunes você foi a pessoa que Deus

colocou na minha vida para que esse momento acontecesse, sou muito grata por ter

você! Leandro Galdino e Isaac Sampaio, obrigada por serem tão incríveis!

Por fim, agradeço ao meu orientador prof. Synardo Pereira, por ter aceitado

me orientar e me conduzir no desenvolvimento desse trabalho. E a todos os

professores do curso de Tecnologia da Construção Civil, da Universidade Regional do

Cariri – URCA.

A todos, o meu muito obrigada!

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“Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus,

estará com você por onde você andar”. (Josué 1:9)

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RESUMO

A crise hídrica é um problema recorrente em todo o mundo, precisamente no

semiárido do Nordeste brasileiro, por se tratar de uma região com índice pluviométrico

inferior a 800 mm de chuva ao ano. A distribuição desuniforme da água que afeta

diretamente essa região, fez com que as organizações da sociedade civil tomassem

a iniciativa de implementar em 1999 o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC).

Esse programa é composto por etapas que englobam a mobilização, capacitação e

formação das famílias e a construção de cisternas de placas de concreto, que

armazenam 16 mil litros de água, captada por calhas através de telhados dos

domicílios rurais. Diante disso, é importante, dentre outros fatores, preservar e

armazenar a água de chuva, para que nos períodos de estiagem os impactos sejam

menores. Este estudo objetivou avaliar a eficácia, eficiência e efetividade do P1MC na

comunidade de estudo, sistematizar os resultados dessa iniciativa no semiárido,

através de pesquisa bibliográfica e aplicação de questionários, tomando como estudo

de caso uma comunidade rural localizada na cidade de Mauriti, no Sul do estado do

Ceará. Pensando na conscientização e colaboração das famílias beneficiadas pelo

P1MC, a pesquisa buscou apurar como as famílias estão se comportando com o

manejo da água da chuva e com as mudanças após a implementação do programa.

Os resultados obtidos permitem concluir a ineficiência do programa, na comunidade,

dado que abrange uma pequena quantidade de beneficiados, além dos problemas

relacionados ao estado físico das cisternas, que impossibilitaram que as mesmas

fossem utilizadas.

Palavras-chave: Captação; Armazenamento; Cisternas; P1MC.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Ciclo Hidrológico ...................................................................................... 15

Figura 02: Distribuição da Água no Mundo ............................................................... 16

Figura 03: Consumo de água .................................................................................... 17

Figura 04: Levantamento da seca no Brasil, de 2015 a 2017 ................................... 18

Figura 05: Mapa de Delimitação do Semiárido Brasileiro .......................................... 19

Figura 06: Esquema de Sistema de Captação de Águas Pluviais ............................. 22

Figura 07: Execução física do Programa Cisternas (ações de acesso à água para

consumo humano e de acesso à água para produção de alimentos) ....................... 26

Figura 08: Sistema de Abastecimento de Água (SISAR) .......................................... 30

Figura 09: Cisterna de concreto com tela de arame .................................................. 31

Figura 10: Cisterna com tela de alambrado .............................................................. 32

Figura 11: Cisternas de placa .................................................................................... 32

Figura 12: Cisternas de tijolos ou alvenaria .............................................................. 33

Figura 13: Cisterna de cal ......................................................................................... 34

Figura 14: Cisternas de polietileno ............................................................................ 34

Figura 15: Cisternas de Vinil ..................................................................................... 35

Figura 16: Localização da área de estudo ................................................................ 36

Figura 17: Comunidade Sítio Curtume ...................................................................... 37

Figura 18: Fatura SISAR da comunidade .................................................................. 38

Figura 19: Cisterna enxurrada da comunidade ......................................................... 39

Figura 20: Etapas de abordagem quantitativas ......................................................... 40

Figura 21: Cisterna de placas da comunidade .......................................................... 42

Figura 22: Quantidade de pessoas por residência .................................................... 43

Figura 23: Percentual de residências com cisternas ................................................. 44

Figura 24: Tipos de cisternas nas residências .......................................................... 45

Figura 25: Cisternas para produção na comunidade. ................................................ 45

Figura 26: Problemas apresentados nas cisternas ................................................... 47

Figura 27: Usos da água armazenada nas cisternas para consumo ......................... 47

Figura 28: Percentual de moradores que considera a água armazenada suficiente em

períodos de estiagem ................................................................................................ 48

Figura 29: Percentual de utilização de outras fontes para abastecer as cisternas .... 49

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Figura 30: Outras fontes de água .............................................................................. 49

Figura 31: Percentual de melhorias para a família após a construção das cisternas 51

LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Resumo das atividades que compõem a tecnologia social .................... 23

Quadro 02: Estrutura da entrevista ........................................................................... 41

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Números de cisternas construídas dados consolidados até abril de 2019

.................................................................................................................................. 25

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LISTA DE SIGLAS

ANA Agência Nacional de Águas

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AP1MC Associação Programa Um Milhão de Cisternas

ASA Articulação Semiárido Brasileiro

CAGECE Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará

CODEVASF Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e

Parnaíba

ECP Estado de Calamidade Pública

EMATERCE Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

GESAR Gerência de Saneamento Rural

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

MDSA Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário

MMA Ministério do Meio Ambiente

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

OSCID Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

P1+2 Programa Uma Terra e Duas Águas

P1MC Programa Um Milhão de Cisternas

PCPR Programa de Combate à Pobreza Rural

PDA Programa Água Doce

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos

PSJ Projeto São José

SDA Secretaria de Desenvolvimento Agrário

SDLR Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional

SESAN Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

SINGREH Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SISAR Sistema Integrado de Saneamento Rural

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SOHIDRA Superintendência de Obras Hidráulicas

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a cultura

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SUMÁRIO

1.1 Considerações Iniciais ........................................................................ 12

1.2 Objetivos ................................................................................................. 14

1.2.1 Geral ................................................................................................ 14

1.2.2 Específicos ....................................................................................... 14

2.1 Águas no Brasil ....................................................................................... 17

2.2 Convivência com o semiárido ................................................................. 19

2.3 Captação e armazenamento de água de chuva ..................................... 20

2.4 Programa de Formação e Mobilização Social para a convivência com o

semiárido: um milhão de cisternas rurais (P1MC). ....................................... 22

2.5 Programas de convivência com o semiárido, no estado do Ceará ..... 26

2.5.1 Projeto São José .............................................................................. 26

2.5.2 Sistema Integrado de Saneamento Rural - SISAR........................... 28

2.6 Cisternas ............................................................................................. 30

3.1 Área de estudo ....................................................................................... 36

3.2 Procedimento de campo ......................................................................... 39

3.2.1 Levantamento de dados sobre as cisternas ..................................... 41

4.1 Quantidade de pessoas por residência................................................... 43

4.2 Percentual de residências com cisternas ................................................ 43

4.3 Tipos de cisternas nas residências ......................................................... 44

4.3.1 Cisternas para consumo .................................................................. 46

4.4 Finalidade da água armazenada nas cisternas ...................................... 47

4.5 Disponibilidade de outras fontes de água ............................................... 48

4.6 Mudanças após a construção das cisternas ........................................... 50

4.7 Participação das famílias na construção das cisternas .......................... 51

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INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

A água é um recurso essencial à vida no planeta. Porém, é fonte esgotável

e sua falta aumenta gradativamente em todo o mundo. Apesar de considerado a maior

potência hídrica do planeta, a distribuição desse recurso no Brasil, é desuniforme. No

semiárido, por tratar-se de uma região com baixas incidências pluviométricas e

variações climáticas a disponibilidade de água na região é significativamente afetada.

A região semiárida brasileira possui extensão total de 982.563,3 km², dessa

área a região Nordeste concentra em torno de 89,5% abrangendo 1.262 municípios,

dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco,

Alagoas, Sergipe, Bahia e a região setentrional de Minas Gerais (IBGE, 2014).

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD) 2015, a região Nordeste ocupa o maior percentual de habitantes vivendo

em áreas rurais com um total de 26,88% da população. Segundo Dantas et al. (2015),

na maior parte da zona rural não existe sistema de abastecimento de água coletivo.

Devido essa realidade, algumas pequenas comunidades são abastecidas por

cisternas que captam água de chuva e, em alguns casos recebem água através de

carros-pipa (AMORIM; PORTO, 2006).

A utilização dessas técnicas alternativas de captação, armazenamento e

distribuição de água de chuva tem sido a solução para a escassez de água nas

comunidades residentes nas zonas rurais. Com destaque para a construção de

cisternas, uma alternativa interessante, de simples acesso e bastante econômica.

Muitas cisternas presentes no semiárido foram construídas por meio do

Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido:

Um Milhão de Cisternas (P1MC). O P1MC surgiu em 1999, desenvolvido pela

Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), com convênios firmados em 2000 e 2001 entre

o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Agência Nacional de Águas (ANA),

tornando-se assim, ação pública do Governo Federal a partir de 2003, por meio do

Termo de Parceria N° 001/2003, firmado entre o Ministério do Desenvolvimento Social

(MDS) e a (AP1MC) Associação Programa Um Milhão de Cisternas (ASA, 2019).

O Programa tem como objetivo geral contribuir mediante um processo

educativo para a transformação social, visando a preservação, o acesso, o

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gerenciamento e a valorização da água como um direito essencial da vida e da

cidadania, ampliando a compreensão e a prática da convivência sustentável no

semiárido. Uma iniciativa que busca garantir o acesso a água de qualidade,

beneficiando as comunidades com a construção de cisternas, com capacidade para

armazenar 16 mil litros de água, volume suficiente para abastecer uma família de até

seis pessoas, podendo chegar a oito meses nos períodos de estiagem (ASA, 2019).

Apesar de todo o avanço e mobilização proporcionados pela política,

segundo Silva et al. (2016) inúmeras comunidades rurais ainda sofrem com a falta de

chuva na região Nordeste, sendo, portanto, em épocas de estiagem, dependentes do

abastecimento por carros-pipas, ou diretamente de fontes hídricas, das quais não se

tem dados sobre a qualidade da água distribuída. Ainda acontece de muitas

localidades economicamente e socialmente carentes não serem beneficiados, ou até

mesmo não atingir a todos de uma mesma comunidade, devido à sistemática de

distribuição das cisternas.

Sabendo que nos últimos anos o programa sofre com cortes de verbas

devido a uma redução brusca nos convênios (MDS, 2016), o número de construção

das cisternas nas zonas rurais vem diminuindo e a fila de espera pelo benefício

aumenta gradativamente. Faz-se necessário assim, uma melhoria no programa, para

que o mesmo se torne mais econômico e venha a suprir todas as comunidades que

necessitam do benefício.

No entanto, pode-se concluir, de maneira geral, que o programa juntamente

com a prática de captação de água de chuva, tem atuado significativamente na vida

das famílias do semiárido brasileiro, garantindo o suprimento para atividades básicas

do dia a dia, auxiliando na produção de alimentos e criação de animais além de

diminuir o desperdício de água, com a reutilização da água da chuva.

Como estudo de caso para a aplicação da metodologia desse trabalho, será

avaliada a implementação do P1MC em uma comunidade da zona rural do município

de Mauriti – Ceará, uma das comunidades contempladas com o programa.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

Analisar a eficácia da implantação do P1MC como sistema de captação e

armazenamento de água de chuva para as famílias rurais da comunidade Sítio

Curtume, localizada no município de Mauriti, sul do estado do Ceará.

1.2.2 Específicos

• Abordar e discutir a importância da captação e reutilização das águas

pluviais nas zonas rurais;

• Apresentar os tipos de cisternas mais construídos no semiárido, o material

e as técnicas utilizadas;

• Avaliar a eficiência do uso da água armazenadas nas cisternas do P1MC

na comunidade Sítio Curtume do município de Mauriti-CE.

• Avaliar a efetividade os efeitos dos componentes programáticos do P1MC:

mobilização, controle social, capacitação e cisternas, na comunidade em

estudo;

• Verificar o cumprimento das metas do P1MC na comunidade em estudo.

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A ÁGUA E SUA IMPORTÂNCIA

A água é uma substância simples, que pode ser encontrada no estado

líquido, gasoso ou sólido. No estado líquido, encontra-se em reservatórios, lençóis

subterrâneos, mares, rios, oceanos, poços e outros. Já no estado gasoso é

encontrado por meio de vapor d’água e umidade. Quando está no estado sólido

encontra-se na forma de gelo e neve. A hidrologia é a ciência que estuda a ocorrência,

a distribuição e a circulação da água na Terra (MARQUES et al., 2017).

Já o movimento constante da água é denominado ciclo hidrológico, ou ciclo

da água que é a circulação fechada da água entre a superfície terrestre e atmosfera,

fenômeno global impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à

gravidade e à rotação terrestre (SILVEIRA, 2001 p.35).

A Figura 01 apresenta um esquema do ciclo hidrológico, identificando os

processos do ciclo.

Figura 01: Ciclo Hidrológico

Fonte: MMA, adaptado (2012)

A água é utilizada pela humanidade para diferentes fins, com isso, para

o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos

Hídricos (UNESCO, 2018) a água doce é o recurso mais importante para a

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humanidade é um fator facilitador ou limitador de qualquer desenvolvimento social,

tecnológico, econômico e ambiental.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o volume total de água

na Terra não aumenta nem diminui, é sempre o mesmo. No entanto, seu uso tem

aumentado e as previsões é que aumente até 2050, o que resultará em mais de 45%

da população sem água suficiente para suprir as necessidades básicas (ONU, 2019).

Os dados da Agência Nacional da Água (ANA, 2019) apontam que a água

ocupa aproximadamente 70% da superfície do nosso planeta, e estima-se que 97,5%

da água existente no mundo e salgada e não adequada ao consumo direto ou

irrigação. Dos 2,5% de água doce, a maior parte (69%) é de difícil acesso, pois está

concentrada nas geleiras, 30% são águas subterrâneas (armazenadas em aquíferos)

e 1% encontra-se nos rios, como mostra a Figura 02 a seguir.

Figura 02: Distribuição da Água no Mundo

Fonte: UNESCO (2018)

Quanto ao consumo diário, a Organização das Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a cultura – UNESCO (2018), afirma que é muito variável ao

redor do mundo, o que está fortemente relacionado com o nível de desenvolvimento

do país. Como pode-se observar na Figura 03 a seguir, dentre todas as atividades o

consumo agrícola é predominante, consumindo cerca de 70% do recurso disponível

no planeta.

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Figura 03: Consumo de água

Fonte: UNESCO (2018)

2.1 Águas no Brasil

Segundo dados do IBGE, o Brasil possui uma extensão territorial de

8.515.767,049 km², com uma estimativa de projeção da população de 210.320,533

milhões de habitantes, sendo considerado o quinto maior do mundo, tanto em

extensão territorial, quanto em população (IBGE, 2012; 2019).

Quanto a recursos hídricos, para a ANA (2019), estima-se que o país

possua 12% da água doce disponível no planeta, no entanto devido a localização

geográfica sua distribuição é desigual. Enquanto a região Norte, com apenas 5% da

população concentra 80% dessa água disponível, a região do Nordeste possui mais

de 45% e menos de 3% dos recursos do país.

De acordo com o Relatório de Conjuntura Recursos Hídricos (2018), em

média, cerca de 260 mil m³/s de água escoam pelo território brasileiro. Já a

disponibilidade hídrica superficial é em torno de 78.600 m³/s. O total anual de chuva

no país varia de menos de 500 mm na região semiárida do Nordeste, a mais de 3.000

mm na região Amazônica. Essas análises são feitas, tomando-se como referência o

ano hidrológico, que ocorre de outubro a setembro na maior parte das bacias do Brasil

(ANA, 2018).

No Brasil, em janeiro de 1997, entrou em vigor a Lei nº 9.433/1997, também

conhecida como Lei das Águas, cujo instrumento legal instituiu a Política Nacional de

Recursos Hídricos (PNRH) e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos

Hídricos (SINGREH), com a finalidade de colocar em prática a Política Nacional,

dando suporte técnico e institucional para o gerenciamento de recursos hídricos no

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país. A lei objetiva assegurar a disponibilidade de água em padrões de qualidade de

uso à atual e às futuras gerações, além de prevenir e defender contra eventos

hidrológicos de origem natural ou do uso inadequado da água (BRASIL, 1997).

Contudo, mesmo com todas as políticas de recursos hídricos criadas no

Brasil, milhares de pessoas não tem acesso à água de qualidade. Seja por

investimentos insuficientes em saneamento básico ou por catástrofes naturais, como

é o caso da seca, que assola principalmente o Nordeste do país. A Figura 04 mostra

o gráfico de eventos da seca do período de 2015 a 2017, onde é possível observar

que 2017 foi o ano mais crítico quanto aos seus impactos.

Figura 04: Levantamento da seca no Brasil, de 2015 a 2017

Fonte: ANA (2018)

De acordo com a ANA (2018) foram quantificados 2.551 eventos da seca,

cerca de 38 milhões de pessoas afetadas e 51% (2.839) municípios decretaram

Estado de Calamidade Pública (ECP). Diante desse atual cenário, sabendo das

iniciativas, que a princípio tinham como perspectiva “combater à seca”, emerge a

“convivência com o semiárido”, buscando novas alternativas tecnológicas que

objetivam o desenvolvimento do semiárido brasileiro (MORAIS, 2016).

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2.2 Convivência com o semiárido

O semiárido ocupa uma área de 1,03 milhão de km², referente a 12% do

território nacional (com uma população estimada em 27 milhões de habitantes), desse

total 9,6 milhões (36,88%) vivem no meio rural. Abrange 1.262 municípios brasileiros,

considerando a delimitação atual divulgada em 2017 (Resolução 115, de 23 de

novembro de 2017, da Sudene), como é possível acompanhar na Figura 05.

Figura 05: Mapa de Delimitação do Semiárido Brasileiro

Fonte: Sudene (2017)

Como mostra a figura anterior, a maior parte do semiárido situa-se no

Nordeste do país, se estendendo pela parte setentrional de Minas Gerais, ocupando

cerca de 18% do território do estado. Com um clima quente e seco – as temperaturas

médias anuais variam de 26ºC a 28ºC e insolação superior a 3 mil horas/ano (IBGE

2010; ASA, 2019).

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Segundo a ASA (2019), o semiárido brasileiro é considerado o mais

chuvoso do planeta, no entanto sua precipitação é concentrada em poucos meses do

ano e sua distribuição é irregular em todo semiárido, chovendo em média, de 200 a

800 mm anuais, associada a uma alta taxa de evapotranspiração é o que resulta no

fenômeno da seca. De acordo com informações do Semiárido Caderno de Debates,

publicado pela ASA em abril de 2019, sem rios perenes, a água da chuva é a principal

fonte de abastecimento do semiárido. Dependentes dela grandes, médios e pequenos

açudes, as cisternas e demais tecnologias para abastecimento humano e produção

agrícola, além do Rio São Francisco único a cruzar a região.

De acordo com a ANA (2018) da chegada dos portugueses aos dias atuais,

o semiárido enfrentou 72 secas: 40 anuais e 32 plurianuais. No entanto, a convivência

com o semiárido, segundo Silva et al. (2006) vem se caracterizando como uma

perspectiva cultural, uma vez que as iniciativas socioeconômicas e tecnológicas

mostraram-se adaptáveis a região de maneira simples e eficiente, contrária às

intervenções públicas de combate à seca. Com essas políticas e sistemas que tentam

mitigar os impactos da seca, torna-se possível construir ou resgatar relações de

convivência entre os seres humanos e a natureza, minimizando o êxodo rural (Lima,

2013).

Com isso, nota-se, portanto, uma mudança de postura no enfrentamento

da seca. Como ressalta Silva (2006), é uma mudança paradigmática no que se refere

ao entendimento dessa problemática no semiárido. A ASA (2019) lembra que, o

semiárido é a maior referência mundial no abastecimento de populações difusas a

partir da captação e manejo de água de chuva.

2.3 Captação e armazenamento de água de chuva

Existem várias alternativas para armazenamento de água, sendo as mais

conhecidas e aprovadas ao longo dos tempos a construção de açudes, poços

tubulares e amazonas, microbarragens, barragens subterrâneas, entre outros. Além

destas, destacam-se as cisternas, tecnologias simples e de fácil acesso, geralmente

implantadas a poucos metros das residências e próximas das cozinhas, para facilitar

o manejo.

A captação de águas pluviais é uma prática milenar conceituada,

desenvolvida por diversos povos no mundo todo. Segundo Gnadlinger (2000), há

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2.000 anos no deserto de Negev, hoje território de Israel e da Jordânia existia um

sistema integrado de captação. Gnadlinger (2006) destaca sua aplicação em larga

escala por todo o semiárido brasileiro e sua importância para o abastecimento no

semiárido.

Apesar de ser uma técnica milenar, para Andrade Neto (2004), torna-se

uma tecnologia moderna quando associada a novos conceitos e técnicas construtivas.

Zanella (2012) complementa afirmando que apesar de considerada moderna, é de

baixo custo e simples de aplicar. As cisternas representam a solução mais econômica

em relação às alternativas de combate à escassez de água na região semiárida, além

de se tratar de uma alternativa bastante eficaz, que permite obter água de boa

qualidade (FIESP/CIESP, 2010). De acordo com Silva et al. (2006) é um método que

proporciona benefícios imediatos, que se enquadram perfeitamente no modo de vida

dos moradores do campo, como as cisternas do programa P1CM.

Para compor um sistema de aproveitamento de água de chuva o

reservatório é o componente mais oneroso e deve ser dimensionado com bastante

critério, podendo ser construído com diversos materiais como: concreto armado, fibra

de vidro, geomembrana de PVC ou de PEAD (polietileno), ferrocimento, aço

inoxidável, alvenaria de tijolo e em placas pré-moldadas(CASA EFICIENTE 2010,

p.42).

O Manual de Orientações Técnicas para Elaboração de Propostas para o

Programa de Melhorias Sanitárias Domiciliares da Fundação Nacional de Saúde –

FUNASA (2013) relata sobre as águas armazenadas nas cisternas e indica suas

principais utilizações:

A água de chuva, geralmente nos pequenos municípios, é de ótima qualidade e o armazenamento em cisternas com capacidade de até 16 mil litros pode garantir o suprimento de água para uma família de 5 pessoas, por 6 a 8 meses. Essa água poderá ser utilizada para cozinhar, lavar alimentos, beber e escovar dentes (FUNASA, 2013).

A Figura 06 a seguir, mostra um esquema de sistema de captação de águas

pluviais, como todo sistema de captação de água da chuva (1), a água é captada do

telhado (2) e conduzida por calhas (3), passa por tubulações (4), conduzidas até os

reservatórios (5) para filtragem e armazenamento e em seguida disponível para

consumo humano, como ilustra o esquema da Figura 06. Não se deve esquecer que

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cada sistema é dimensionado de acordo com a área de captação e os índices de

chuva da região onde será instalada.

Figura 06: Esquema de Sistema de Captação de Águas Pluviais

Fonte: Casas e Arquitetura, adaptado (2016)

2.4 Programa de Formação e Mobilização Social para a convivência com o

semiárido: um milhão de cisternas rurais (P1MC).

O P1MC foi idealizado, em 2001, pela rede de organizações denominada

Articulação no Semiárido Brasileiro – ASA e se origina de um processo de

contraposição social às decadentes práticas de abastecimento de água observadas

no sertão semiárido. Tornou-se, assim, ação pública do Governo Federal a partir de

2003 e incluído no programa Governamental Fome Zero, por meio do Termo de

Parceria 001/2003. Institucionalizou-se sob responsabilidade da Secretaria Nacional

de Segurança Alimentar e Nutricional – SESAN, do Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome – MDS e da Associação Programa Um Milhão de Cisternas

(AP1MC), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

representante da personalidade jurídica da ASA, cujo programa é ampliado e

fortalecido.

De modo geral, a construção das cisternas representa uma das etapas, não

sendo, portanto, seu único objeto. O programa é composto por etapas como

mobilização, capacitação e formação das famílias, que simbolizam conquista e

1

3

2

2

2

2

4

5

2

3

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autonomia, o que segundo Morais (2016), difere o P1MC de iniciativas anteriores que

visaram apenas à implementação e entrega de obras.

A seguir, o Quadro 01 mostra o resumo das atividades que compõem o

programa.

Quadro 01: Resumo das atividades que compõem a tecnologia social

ATIVIDADES OBJETIVOS META

Mobilização, seleção e

cadastramento das

famílias

Encontro de Mobilização

Territorial/Regional

1 encontro para cada meta de

até 1.000 cisternas

Mobilização de comissão municipal

para a seleção dos beneficiários

1 encontro para cada meta de

até 1.000 cisternas

Cadastramento das famílias 1 encontro para cada meta de

até 1.000 cisternas

Capacitações

Capacitação de Famílias em

Gestão da Água para o Consumo

Humano

Todos os beneficiários

Capacitação para a Construção das

Cisternas

1 capacitação para cada 500

cisternas

Implementação da

tecnologia Cisterna de Placas de 16 mil litros Todos os beneficiários

Fonte: MDS, adaptado (2015)

A mobilização é o eixo fundamental da ação do programa, incluir a

participação das famílias em cada etapa do processo faz parte dos princípios

metodológicos que orientam a ação do P1MC. O processo de mobilização tem início

com a articulação da comissão municipal, instâncias legítimas de controle social dos

programas da ASA, responsáveis por de selecionar as famílias, organizar os eventos

e acompanhamento das construções com as equipes técnicas das organizações

executoras da ação. Esta comissão é formada, no mínimo, por três organizações

sociais com atuação no município (ASA, 2019).

Já a etapa das capacitações são momentos direcionados à formação dos

diversos atores que participam do programa: famílias, comissões municipais,

pedreiros e pedreiras. Aqui, visa conhecimento e práticas do grupo, agregando novos

conhecimentos, na perspectiva da construção coletiva (ASA, 2019).

A fase da implementação do projeto, que é a construção da cisterna

propriamente dita, onde os envolvidos na construção, as famílias beneficiadas e os

pedreiros envolvidos são capacitados pelo próprio programa (MDS, 2015). Assim, a

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mão de obra é escolhida preferencialmente na própria comunidade, barateia custos,

gerando oportunidades de trabalho e movimentando a economia local.

O programa visa atender a uma necessidade básica da população que vive

no campo: acesso à água de qualidade. Melhorar a vida das famílias que vivem na

região semiárida, contribuindo mediante um processo educativo, para a transformação

social, visando sua preservação, ao acesso, ao gerenciamento e à valorização como

direito essencial da vida e cidadania, ampliando a compreensão e a prática da

convivência com o semiárido (ASA, 2019).

Diante dos objetivos e metodologias que complementam o programa,

Poletto (2001) e Schistek (2001) abordam os seguintes resultados alcançados com o

programa:

• Acesso à água de qualidade para um número cada vez maior de famílias

rurais do semiárido;

• Melhora na qualidade de vida de toda a família e, em especial, de

mulheres e crianças;

• Redução das doenças provenientes da ingestão de água contaminada,

vindas em muitos casos de fontes duvidosas;

• Contribuição para diminuir a dependência das famílias em relação aos

grandes proprietários de terra e aos políticos locais, que usam o acesso à água como

meio de promoção política.

De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA),

no total, o programa já entregou mais de 1,3 milhão de cisternas a maioria nos estados

do semiárido. Conforme relata o MDS (2019), o Programa Cisternas vai receber um

reforço de R$ 108 milhões, com esse recurso deverão ser instaladas 5.286 cisternas,

beneficiando escolas rurais e propriedades de agricultores familiares. A seguir, a

Tabela 01 mostra o número de cisterna construídas, com dados consolidados de 2003

a abril de 2019.

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Tabela 01: Números de cisternas construídas dados consolidados até abril de 2019

PROGRAMA CISTERNAS

REGIÃO

ESTADOS

CISTERNAS

PARA

CONSUMO

(UNID)

CISTERNAS

PARA

PRODUÇÃO

(UNID)

CISTERNAS

NAS

ESCOLAS

(UNID)

SE

MIÁ

RID

O

Alagoas 49.198 12.635 506

Bahia 297.621 68.295 1.408

Ceará 250.586 30.796 963

Minas Gerais 65.330 13.160 426

Paraíba 111.031 12.769 917

Pernambuco 156.966 36.591 1.063

Piauí 68.026 12.043 460

Rio Grande do Norte 79.367 13.656 465

Sergipe 22.180 3.130 230

Maranhão 1.162 766 298

Total 1.101.467 203.841 6.736

Fonte: MDS, adaptado (2019)

Os dados apresentados na Tabela 01 mostram que a Bahia é o estado mais

beneficiado. Em seguida, encontra-se o estado do Ceará que é o segundo mais

contemplado. Já o estado de Maranhão, somente a partir de 2018 algumas

localidades começaram a ser contempladas com o programa, devido isso, apresenta

o menor número de cisternas construídas na região (MDS, 2018). Como se pode

observar, até abril de 2019, haviam sido construídas 1.101.467cisternas, atingindo

mais que a meta original.

Contudo, apesar de atingida a meta, devido uma brusca redução do ritmo de

execução dos convênios no ano de 2015 e no primeiro semestre de 2016, resultou um

atraso na execução das metas programadas (Figura 07). Com isso, em 2017 os

resultados foram ligeiramente inferiores aos de 2016. No entanto, em 2017 o programa

foi premiado entre as melhores políticas públicas globais de combate à desertificação.

E em 2018, de acordo com avaliação, as cisternas de consumo humano, indicaram

impactos positivos na redução da mortalidade infantil (MDS 2017; 2018).

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Figura 07: Execução física do Programa Cisternas (ações de acesso à água para consumo

humano e de acesso à água para produção de alimentos)

Fonte: SESAN/MDSA (2017)

Como é possível observar no gráfico, o ano de 2014 foi o que mais entregou

cisternas de água para consumo humano com um total de 111.46 construídas. Já em

2015, houve uma baixa na construção das cisternas para consumo, enquanto as

cisternas de produção de alimentos apresentam maior execução, com 48.782

construídas.

Importante destacar que no semiárido, mesmo com todo esforço

governamental ao longo dos últimos anos, ainda cerca de 360 mil famílias não

dispõem de solução adequada para garantir mesmo um acesso mínimo à água de

qualidade para consumo humano enquanto no meio urbano o índice de atendimento

com rede de água atinge em média 93,1% dos domicílios no Brasil (MDS, 2017).

2.5 Programas de convivência com o semiárido, no estado do Ceará

2.5.1 Projeto São José

Diante dos esforços voltados à solução da escassez hídrica na região

semiárida, tanto no âmbito nacional, quanto estadual, Teixeira e Gomes (2012),

destaca:

Governos tem procurado implementar políticas que visam o enfrentamento desse problema, com a criação de políticas de desenvolvimento regional que

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objetivam a sustentabilidade das atividades econômicas, sociais e ambientais, mas com intervenções em pequena escala e que apresentam impactos ambientais mais leves ou locais.

E com esse intuito, o Governo do Estado do Ceará criou em 1995 o Projeto

São José (PSJ), que através de investimento em infraestrutura básica, visa apoiar os

pequenos produtores, criando oportunidades de emprego, reduzindo as

desigualdades sociais. O projeto tem como público-alvo os grupos mais carentes,

organizados por interesses comuns e representados por suas entidades associativas

que tenham ação local em grupos com até 7.500 habitantes. É um Programa de

Combate à Pobreza Rural (PCPR), tem atuação em 177 dos 184 municípios do Ceará.

O principal objetivo do projeto é melhorar as condições de vida de famílias carentes

da zona rural do estado, elevar a qualidade de vida e aumentar a geração de emprego

e renda da população beneficiada (CEARÁ, 2010).

O projeto abrange ações nas áreas de eletrificação rural, sistemas

comunitários de abastecimento de água, mecanização agrícola, habitação rural em

áreas de assentamento e projetos produtivos (CEARÁ, 2010). Essas ações foram

inicialmente coordenadas pela Secretaria de Desenvolvimento Local e Regional –

SDLR e atualmente pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário – SDA e contam com

parceria de dez secretárias de estado e suas entidades representativas, destacando-

se entre elas a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ematerce),

Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), e Companhia de Água e Esgoto do

Estado do Ceará (Cagece) (CEARÁ, 2012).

Os investimentos no projeto são realizados a partir de demandas da própria

comunidade que elege suas prioridades, participando da elaboração do subprojeto

técnico. O recurso para financiamento do PSJ é proveniente de uma parceria entre o

governo do Estado e o Banco Mundial, sendo 90% com a participação do governo do

estado, dos quais 15% do Tesouro do Estado e 75% de empréstimos contraídos junto

ao Banco Mundial (CEARÁ, 2012).

Em 2002, foi criado o PSJ II, que tinha como objetivo dar mais

oportunidades econômicas e sociais ao homem do campo, direcionado para o

fortalecimento da infraestrutura básica e da organização da agricultura familiar. Até

2011, o projeto beneficiou cerca de 88.833 famílias, através de 1.637 sistemas de

abastecimento domiciliar construídos e 44 em execução (CEARÁ, 2012).

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Em 2012, por estar na sua terceira fase de atuação, o PSJ passou a se

chamar PSJ III, tendo nova configuração, com uma estimativa de que

aproximadamente de 25 mil famílias fossem atendidas com sistemas de

abastecimento do ano de 2010 a 2012 (CEARÁ, 2012). Com o objetivo de modernizar

a agricultura faz parte dessa edição, o programa de mecanização agrícola que prevê

atender 180 comunidades rurais em todo o estado. Após o ato da entrega dos

equipamentos, as responsabilidades de gerenciamento e manutenção passam a ser

das associações comunitárias. A iniciativa do PSJ III atendeu mais de 66 mil famílias

e investiu R$ 344.745.049,70, reafirmando o compromisso em ampliar os

investimentos no setor (CEARÁ, 2019).

Em 2019, está sendo idealizado o PSJ IV, com ações voltadas à inclusão

produtiva (setores da ovinocaprinocultura, bovinocultura leiteira, apicultura e suporte

forrageiro), assistência tecnica e sistema de abastecimento d’água (mananciais ou

águas profundas poços artesianos), visando apoiar a agricultura familiar de forma

sustentável e inovadora (CEARÁ, 2019).

2.5.2 Sistema Integrado de Saneamento Rural - SISAR

O Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISAR) é uma organização

não governamental, sem fins econômicos, formada pelas associações comunitárias

que possuem sistemas de abastecimento de água e esgoto, pertencentes à mesma

bacia hidrográfica. Nasceu em 1996, em Sobral (zona norte do estado), e desde então

vem sendo desenvolvido no Ceará. A gestão do sistema é compartilhada entre a

Associação comunitária e o SISAR, uma federação de associações que, através de

contribuição mensal, financia uma estrutura responsável pela manutenção de seus

sistemas e capacitação social.

Presente nas oito bacias hidrográficas do Ceará e atuando em 152 dos 184

municípios do estado, o SISAR conta com1.041 sistemas instalados e beneficia mais

de 700 mil pessoas de todo o estado. Cada uma das sedes é responsável pela

administração dos sistemas de sua região, ao total são 8 Sisares no estado: Fortaleza,

Juazeiro do Norte, Acopiara, Quixadá, Crateús, Russas, Itapipoca e Sobral. Com o

sucesso do modelo esses números tendem a crescer, atendendo um maior número

de famílias no meio rural (SISAR, 2019).

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O SISAR foi um dos principais vetores de implementação do Projeto São

José no interior do estado e seu sucesso fez com que, a partir de 2001, o modelo de

gestão passasse a ser replicado em outras regiões do Ceará. Apostando no modelo

de gestão do sistema a CAGECE, com uma gerência responsável por todas as

ações de saneamento na zona rural do estado, Gerência de Saneamento Rural

– GESAR, replicou o modelo de gestão da SISAR.

Neste modelo de gestão, a operação do sistema é de responsabilidade da

comunidade, através de sua associação comunitária, que paga a energia elétrica

consumida pelo sistema e o operador, por meio de um valor enviado ao SISAR para

que forneça todo o suporte à associação no gerenciamento do sistema. O operador

é um colaborador da comunidade, que recebe uma gratificação pelo seu

serviço de importante papel para o sucesso do funcionamento do sistema

(SISAR, 2017).

Por não dispor de fundo reserva para reposição dos ativos ao final de sua

vida útil, a tarifa é para cobrir a reposição de equipamentos (como ocorre com bombas

e medidores ao final de sua vida útil) e a conservação periódica das estruturas

(reforma de captação, unidades de tratamento e reservatórios de água).

Para cobrir cada parcela dos custos a cobrança é segregada em duas

partes:

• SISAR: o custo total é coberto pela tarifa, o padrão é a cobrança de um

valor mínimo equivalente a 10 m³/mês;

• Associação local: o custo é por rateio, onde:

1. Operador: a remuneração é definida pela comunidade como um valor

fixo mensal por domicílio (R$/ligação);

2. Energia do sistema: dividida entre moradores de forma proporcional ao

volume consumido (medido);

3. Administração da associação: é um valor fixo mensal (taxa

associativa).

Além disso, existe uma diferenciação por categoria de usuário (residencial

e comercial/público).

Diante disso, as instalações e serviços de água e saneamento da rede

SISAR disponibilizam preços acessíveis às comunidades mais pobres, onde os custos

de água e saneamento não deverão ultrapassar 5% do rendimento da renda familiar,

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ou seja, estes serviços não deverão afetar a capacidade das pessoas adquirirem

outros bens e serviços essenciais, incluindo alimentação, habitação, serviços de

saúde e educação (SISAR, 2017).

A Figura 08 a seguir, mostra a implementação da estrutura física do SISAR.

Figura 08: Sistema de Abastecimento de Água (SISAR)

Fonte: Ceará (2019)

2.6 Cisternas

A cisterna consiste num reservatório fechado para armazenar a água da

chuva, para consumo humano e de pequenos animais, além de outras finalidades.

Trata-se de uma técnica de caráter permanente destinada a captar, preservar e reduzir

as perdas de água de chuva oriundo do escoamento superficial. garantem água para

consumo humano, tendo em vista que as zonas rurais do semiárido brasileiro são

áreas com recursos hídricos escassos (SILVA et al., 2016).

Segundo Relatório publicado pela FUNASA (2013) os tipos de cisternas

variam conforme o material e técnicas utilizadas. No semiárido os tipos de cisternas

mais conhecidas e construídas são: cisterna de concreto com tela de arame, cisterna

com tela de alambrado, cisterna de placas, cisterna de tijolos ou alvenaria, cisterna de

cal, cisternas de polietileno e cisterna de vinil (surgida recentemente). A FUNASA

adverte para evitar o uso de reservatórios que contenham amianto (fibra mineral

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natural). Segundo Gnadlinger (2001) cada tipo apresenta suas características

próprias, vantagens e desvantagens, no entanto, destinada a mesma finalidade.

A cisterna de concreto com tela de arame (Figura 09) trata-se de um tipo

de tecnologia de ferrocimento, que se destaca por sua alta resistência e pouca

utilização de materiais, além de apresentar grande segurança contra rachaduras e

vazamentos. Este tipo de cisterna não precisa ser enterrado e é construída na

superfície do solo com dois metros de altura (GNADDLINGER, 2001).

a) detalhe construtivo b) visão geral.

Fonte: IRPAA (2009)

A cisterna com tela de alambrado (Figura 10) é um modelo aperfeiçoado

da cisterna apresentada anteriormente, com a eliminação da fôrma, sem abdicar da

segurança que o material oferece.

Sobre um fundo cimentado é construída uma armação de arame de aço

(diâmetro do arame até 5 mm), a qual é enrolada várias vezes com telas de arame

(GNADLINGER, 2001).

Figura 09: Cisterna de concreto com tela de arame

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a) colocação da tela de alambrado b) fixação da argamassa

Fonte: IRPAA (2009)

As cisternas de placas de cimento (Figura 11), fabricadas com placas de

concreto e arame liso rebocada por dentro e por fora são até hoje as mais construídas

em todo semiárido brasileiro. Este tipo de cisterna com uma capacidade de armazenar

16.000 l é comum em todo Nordeste, originalmente em comunidades de pequenos

agricultores, sendo construída sobretudo pelo P1MC (GNADLINGER.J, 2015).

a) montagem das placas b) acabamento

Figura 10: Cisterna com tela de alambrado

Figura 11: Cisternas de placa

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As cisternas de tijolos ou alvenaria ficam também cerca de dois terços

debaixo do chão, como a cisterna de placas de cimento. Ela exige uma escavação

maior, para que se possa trabalhar na parte externa da parede (GNADLINGER, 2001).

São construídas a partir de materiais como cimento, tijolos e cal e podem ser circulares

ou retangulares, como mostra a Figura 12 a seguir.

Fonte: XICLIVISTA (2011)

As cisternas de cal (Figura 13) ficam praticamente na sua totalidade

debaixo da terra, sendo que muitas vezes só uma pequena parte da cúpula superior

aparece na superfície. A terra é escavada na medida exata do tamanho da cisterna,

as paredes são de tijolos e tem 20 cm de espessura. Para seu levantamento usa-se

em geral argamassa de cal pura. Já o reboco interno é aplicado camadas de

argamassa de cal com um pouco de cimento (GNADLINGER, 2001).

Figura 12: Cisternas de tijolos ou alvenaria

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a) cisterna de cal enterrada b) corte da cisterna de cal enterrada

Fonte: IRPAA (2009)

De acordo com a Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São

Francisco e Parnaíba (CODEVASF), as cisternas de polietileno (Figura 14) são

utilizadas no Programa Água para Todos, possuem capacidade para armazenar 16

mil litros de água de chuva, apresentam uma tecnologia moderna já testada e

aprovada em países como México, Austrália e Indonésia. Essas cisternas,

apresentam um material resistente e de rápida execução, além das vantagens nas

condições de armazenamento, que impedem a incidência de luz solar e evitam a

proliferação de algas que podem causar danos à água (CODEVASF, 2018).

Fonte: EcoD (2013)

Figura 13: Cisterna de cal

Figura 14: Cisternas de polietileno

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As cisternas de vinil (Figura 15) pretendem apresentar solução prática e

baixo custo, sendo sua montagem bastante simples. Confeccionado em PVC para

armazenar água potável, o produto não apresenta trincas ou rachaduras com o uso,

evitando vazamentos. Sua cobertura evita a passagem de luz e a entrada de insetos

e sujeiras, o que permite melhor conservação da água. São oferecidas ao mercado

em diversas medidas e atendem a pequenos e grandes volumes. O modelo padrão

tem capacidade para 8 m³, porém tem capacidade para volumes maiores projetados

sob encomendas (CRUZEIRO, 2013). Segundo o Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (INCRA, 2013), todo o material utilizado é aprovado pela Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Fonte: INCRA (2013)

A Embrapa Semiárido, ASA e outras organizações se propuseram a suprir

a deficiência de água para diferentes usos no meio rural: consumo humano, animal e

produção agrícola, sendo as cisternas domiciliares rurais que captam e armazenam

água da chuva, o método considerado mais econômico.

Figura 15: Cisternas de Vinil

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METODOLOGIA

O presente trabalho objetiva um estudo de caso de natureza descritiva.

Para seu desenvolvimento foram realizadas pesquisas bibliográficas, através de livros

e artigos científicos. Também compõem essa temática fotodocumentação e

entrevistas, na forma de aplicação de questionários aos moradores da comunidade

Sítio Curtume, Mauriti – CE.

3.1 Área de estudo

O município de Mauriti ocupa uma área territorial de 1.049,488 km², com

uma população estimada de 47.962 habitantes e densidade demográfica

42,15 hab/km². Desse total, mais da metade, aproximadamente 52,63% vive na zona

rural. Encontra-se a 491 km de distância da capital, Fortaleza. Localizado na

microrregião do Barro, no Sul do Ceará a uma latitude de 7°23’21” sul, longitude

38°46’28” oeste e com uma altitude de 374m. Possui clima quente semiárido e índice

médio pluviométrico menor que 1.000 mm/ano e seu período chuvoso ocorre de

fevereiro a abril (IBGE, 2010; MAURITI, 2019).

As delimitações do município são: ao norte com o município do Barro; ao

sul, Brejo Santo; a oeste, Milagres e à leste, estado da Paraíba (IPCE, 2017). A Figura

16 a seguir, mostra a localização do município de Mauriti – CE no mapa.

Figura 16: Localização da área de estudo

Fonte: Cruz (2019)

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37

O Sítio Curtume, comunidade de estudo é localizado no distrito São Miguel

e está a 28 km da sede do município de Mauriti. Abrange 133 famílias,

aproximadamente 455 pessoas. A Figura 17 mostra a comunidade do sítio Curtume.

Figura 17: Comunidade Sítio Curtume

Fonte: Google Earth (2019)

A comunidade foi contemplada com o programa cisternas para consumo e

produção, todas financiadas pelo P1MC, parceria ASA e MDS. A agricultura é prática

predominante nessa comunidade, que depende rigorosamente das chuvas que, em

muitos casos, não são suficientes para assegurar a safra. Isso resulta em grande

deslocamento dos moradores para grandes centros urbanos (São Paulo, Rio de

janeiro, Bahia entre outros), em busca de trabalho para garantir o sustento de suas

famílias, pois apenas uma pequena parte dos moradores conta com projetos de

irrigação em suas propriedades privadas.

Em 2013, foi dada a ordem de serviço para a construção de poços

profundos operados pelo SISAR na comunidade, contando com os recursos do PSJ

III, um investimento de 128,3 mil reais (CEARÁ, 2013). Atualmente, no que

regulamenta a lei municipal nº 1.556/2019 nos termos da lei nº 11.445/2007, a

prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário

em todas as localidades de pequeno porte do município de Mauriti pertencem a gestão

do SISAR (MAURITI, 2019).

No entanto, vale destacar que durante as entrevistas de campo, foi

constatado que o SISAR foi instalado depois das construções das cisternas de placas

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do P1MC. Esse sistema, entrega a montagem da estrutura física para que a

Associação Comunitária dos Agricultores e Produtores do Sítio Curtume promova o

acompanhamento da gestão. A Figura 19 apresenta uma fatura da conta do

fornecimento de um dos moradores da comunidade do Sítio Curtume, onde o custo

total é coberto pela tarifa, o padrão é a cobrança de um valor mínimo equivalente a 10

m³/mês:

• Operador: R$ 3,00 por ligação;

• Energia do sistema: R$ 1,70;

• Administração do sistema: R$ 1,00 a taxa administrativa.

Figura 18: Fatura SISAR da comunidade

Fonte: Autora (2019)

O resultado dessa parceria atua significativamente na convivência com o

semiárido. Os moradores mostram-se bastante satisfeitos com o sistema na

comunidade, pois acabou com os problemas da falta de água para os moradores e

apesar da necessidade de pagamento de uma tarifa pelos serviços, o projeto

melhorou a qualidade de vida na comunidade e propiciou aos moradores retornar à

prática da pecuária, minimizando o êxodo rural.

Desde o surgimento dos programas do governo que visam “convivência

com o semiárido” a comunidade tem sido contemplada com todos. Inicialmente o

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39

P1MC (cisternas para consumo), em seguida o sistema de abastecimento do SISAR,

atualmente no início de 2019 chegou à comunidade as cisternas de produção do

Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que prometem uma cisterna com maior

capacidade de armazenamento destinada para a produção agrícola.

São cisternas do tipo enxurrada e possuem capacidade de armazenar 52

mil litros de água, que permitem o desenvolvimento de quintais produtivos e a criação

de pequenos animais. Além da tecnologia implementada, a família recebe também um

conjunto de materiais importantes para a produção, como sementes, mudas, carro de

mão, enxada, arame e ração, entre outros, para formação de hortas, pomares,

apriscos ou galinheiros, conforme sua preferência e vocação produtiva (MDS, 2019).

Até outubro de 2019, havia apenas uma cisterna de produção construída

na comunidade (em fase de acabamento), como é possível observar na Figura 19. De

acordo com a pesquisa alguns moradores mostraram interesse em ter a cisterna e

outros afirmaram estar participando do processo de seleção.

Figura 19: Cisterna enxurrada da comunidade

Fonte: Autora (2019)

3.2 Procedimento de campo

O trabalho de campo é o resultado da realização de visitas aleatórias a 70

das 133 residências existentes na comunidade do Sítio Curtume. Para a coleta de

dados foram feitas entrevistas aos moradores da comunidade com aplicação de

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questionários, objetivando obter informações que visam avaliar o P1MC na

comunidade de estudo.

A Figura 20 a seguir aborda as etapas quantitativas dos procedimentos para a

obtenção dos resultados dessa temática.

Figura 20: Etapas de abordagem quantitativas

Fonte: Autora (2019)

Para o desenvolvimento dessa pesquisa, o questionário estruturado por

nove perguntas e espaço para observações destinadas ao estado físico das cisternas

e/ou recomendações sobre o programa. Ainda compõem essa temática,

levantamentos dos dados das cisternas (área de captação) e das residências (área

de contribuição), fotos do local estudado e aplicação de questionário com nove

perguntas de suma importância para o desenvolvimento desta pesquisa.

A estrutura do questionário foi desenvolvida partindo dos pressupostos de

convivência com o semiárido do P1MC, com o roteiro de entrevista mostrado no

Quadro 02.

Tabulação

dos dados

em planilha

Aplicação de

questionários

Gráficos dos

resultados

Discussão

dos

resultados

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41

Quadro 02: Estrutura da entrevista

PRESSUPOSTOS DO P1MC QUESTÃO CENTRAL

Abastecer uma quantidade suficiente de 5

pessoas por residência Quantidade de moradores por residência

Universalizar o acesso a água a todas as

famílias pobres do semiárido brasileiro

Tipo de cisterna para coleta de água da chuva

na sua residência

O projeto pressupõe a cultura de estoque de

água para diversos usos como: consumo

humano, produção de alimentos e servir aos

animais

Na sua residência qual a finalidade da água

armazenada pela cisterna?

Mediante a prática do exercício da

corresponsabilidade, fortalecer a cidadania

exercitando uma metodologia participativa e

democrática

Após a implementação das cisternas, ocorreu

alguma mudança na comunidade?

Garantir o envolvimento das famílias na

execução e manutenção das ações do

programa

Qual a participação das famílias na construção

das cisternas?

Fonte: Autora (2019)

Nas visitas à comunidade, foi possível observar que as residências variam

de tamanho e por consequência a área de contribuição dos telhados também, no

entanto as cisternas têm tamanho padrão do P1MC. Diante disso, será considerado

uma amostra de três tamanhos frequentes de residências na comunidade, dimensões

medidas com auxílio de uma trena no ato das visitas realizadas. As medidas

consideram uma casa pequena, uma média e uma grande, para assim analisar a

eficiência do sistema de captação do programa.

A escolha dessa comunidade para estudo, associa-se à busca por

informações que permitam esclarecer a eficiência do programa na comunidade e sua

importância, apesar de atualmente existir um sistema de abastecimento no local. Para

a coleta dessas informações foram aplicados questionários, com perguntas dirigidas

aos adultos da residência visitada.

3.2.1 Levantamento de dados sobre as cisternas

De acordo com Brito et al. (2007), a maioria dos telhados das residências

do meio rural não possuem tamanho ou qualidade adequada para captar o volume de

água necessário às famílias durante os períodos de estiagem. Na comunidade, as

residências variam de tamanho, sendo estas representadas nos seguintes tamanhos:

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pequena com 35 m², média com 80 m² e grande com 160 m². No entanto, para esse

estudo considerou-se as tecnologias sociais dimensionadas pelo P1MC, com

capacidade de armazenamento padrão (Figura 21).

As cisternas do P1MC têm 1,80 metros de altura e 10 metros de diâmetro

capacidade para armazenam 16 mil litros de água, quantidade suficiente para

abastecer uma família de no máximo seis pessoas. São cisternas domiciliares feitas

com placas de cimento pré-moldados e foram implementadas na comunidade pelo

P1MC (ASA, 2019).

Figura 21: Cisterna de placas da comunidade

Fonte: Autora (2019)

Nessas cisternas toda a água da chuva é captada através do telhado

conduzida pelas calhas e desce por canos, levando a água até a cisterna onde é

armazenada. Para o sucesso desses processos é indispensável que a localização da

cisterna esteja próxima da residência, devendo o local selecionado não comprometer

a estrutura da cisterna, nem a qualidade da água.

Além disso, há outros elementos essências para compor o sistema de

captação de água de chuva em todas as cisternas do P1MC são instaladas bombas

manuais para retirada da água, placas de identificação, calhas, tampas, coadores,

telas de proteção para evitar acidentes com crianças e o acesso de pequenos animais

e cadeados para garantir que a porta permaneça sempre fechada (ASA, 2019).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, são apresentados e analisados os resultados das

informações coletadas durante a visita de campo.

4.1 Quantidade de pessoas por residência

As informações colhidas na pesquisa de campo apontam que do total de

entrevistados, 30% das residências são compostas por quatro pessoas e 29% por

três, como pode ser observado na Figura 22. Dentre as famílias entrevistadas na

comunidade, o número de pessoas por residência varia entre um e cinco. É importante

ressaltar que nos pressupostos do P1MC, a ASA (2019) recomenda que uma cisterna

do programa tem capacidade suficiente para abastecer uma família de seis pessoas

durante oito meses do ano.

Figura 22: Quantidade de pessoas por residência

Fonte: Autora (2019)

4.2 Percentual de residências com cisternas

A Figura 23, mostra a quantidade de entrevistados que dispõem de cisterna

na sua residência. Com os dados coletados, é possível observar que a maioria não

conta com a tecnologia na residência. Das 70 residências visitadas, 47 (67% das

5

12

20

21

12

70

0 20 40 60 80

1

2

3

4

5

Total

NÚMERO DE RESIDÊNCIAS

ME

RO

DE

PE

SS

OA

S

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44

residências) não possuem cisternas, enquanto apenas 23 (33% das residências)

possuem cisternas.

Muitos moradores da comunidade relatam o fato de não haver espaço

necessário no terreno para a implementação das tecnologias, uma vez que as

cisternas devem ser construídas ao lado da residência, preferencialmente próximo as

cozinhas, para facilitar e diminuir a sobrecarga de trabalho nas atividades domésticas.

Além disso, todas as tecnologias são georreferenciadas, ou seja, são coletadas as

coordenadas geográficas de longitude e latitude que permitem a localização exata da

mesma (ASA, 2019). Brito et al. (2007) recomenda evitar construir as cisternas

próximo a árvores, fossas, currais, depósitos de lixo ou outros pontos que possam

colocar em risco a qualidade da água e/ou comprometer a estrutura da cisterna.

Figura 23: Percentual de residências com cisternas

Fonte: Autora (2019)

4.3 Tipos de cisternas nas residências

O P1MC foi o primeiro programa de convivência com o semiárido a

contemplar a comunidade do Sítio Curtume. No entanto, pode-se considerar que

poucos moradores tiveram acesso à tecnologia, pois apenas 23 dos 70 entrevistados

possuem cisterna para consumo em sua residência e apenas um dispõe da cisterna

para produção (P1+2), conforme é demonstrado na Figura 24 abaixo.

2333%

4767%

Possui cisterna Não possui cisterna

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Figura 24: Tipos de cisternas nas residências

Fonte: Autora (2019)

A cisterna para produção contemplou a comunidade recentemente, no

início de 2019 quando começou o processo de seleção para implementação da

tecnologia social. Devido a isso, até o final desta pesquisa, havia apenas uma cisterna

para produção construída (em fase de acabamento). No entanto, alguns dos

entrevistados relataram estar participando do processo seletivo e outros se mostraram

interessados em ter as cisternas. Como é possível verificar na Figura 25, dos

entrevistados 27 mostraram interesse e 10 afirmaram já estar frequentando as

reuniões de mobilização promovidas pelo programa, uma das etapas necessárias

para receber a cisterna.

Figura 25: Cisternas para produção na comunidade.

Fonte: Autora (2019)

23

1

0

5

10

15

20

25

P1MC P1+2

mer

o d

e ci

ster

nas

Tipo de cisternas

10

27

0

5

10

15

20

25

30

Particpando da seleção Interessados

mer

o d

e m

ora

do

res

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As cisternas do P1+2 possuem uma maior capacidade de armazenamento,

além da proposta de proporcionar autonomia do sertanejo, tanto no consumo como

para a geração de renda, incentivando os agricultores a cultivar em seu próprio quintal.

O programa não visa apenas a implementação da tecnologia, com isso, além das

cisternas entregam sementes para garantir aos agricultores plantio de qualidade, sem

modificação genética e com maior produtividade, também dispõe de outros artigos

para ajudar na produção do plantio (MDS, 2019).

Essa proposta de apoio à produção agrícola, torna-se um atrativo aos

moradores da comunidade. Muitos idealizam não só irrigar hortaliças e fruteiras, como

também garantir uma pequena safra de feijão e milho em suas próprias propriedades,

desprendendo-se do trabalho em terras de “grandes proprietários”, proporcionando

autonomia e liberdade para cultivo próprio.

4.3.1 Cisternas para consumo

Quanto ao estado físico das tecnologias para consumo, alguns moradores

relatam que as cisternas apresentaram problemas (vazamentos e rachaduras), falta

de tubulação para compor o sistema de captação (Figura 26). Os moradores afirmam

que apesar de consertadas as cisternas, os vazamentos persistiram e devido essa

problemática, muitos nunca utilizaram a cisterna e outros não a utilizam mais.

Certamente problemas de má execução e falta de fiscalização após a implementação

das tecnologias, como parte das obras públicas do país.

Com isso, fica demonstrada a ineficiência do programa, haja vista que, com

a ausência de fiscalização das cisternas muitos moradores não sabem o que deve ser

feito e ficam com as cisternas apenas ocupando espaço, sem nenhuma utilidade.

Os dados da Figura 26 mostram que, dos entrevistados 34% afirmam que

as cisternas apresentaram vazamentos, enquanto 14% relatam ter consertado as

cisternas que, no entanto, persistiram no problema. Durante os processos de

construção 7% dos entrevistados afirmam que as tubulações não foram suficientes

para montar o sistema de captação e por isso nunca utilizaram as cisternas. Com as

informações supracitadas, do percentual total de 55% dos empecilhos que

impossibilitam utilizar as cisternas, 24% alegam não ser mais necessário utilizá-las,

pois atualmente a comunidade é abastecida pelo SISAR. O percentual de 21%

compõe os moradores que alegam nunca ter armazenado água nas cisternas. Sendo

assim, apenas 10% (do total de entrevistados), utilizam a cisterna na comunidade.

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Figura 26: Problemas apresentados nas cisternas

Fonte: Autora (2019)

4.4 Finalidade da água armazenada nas cisternas

Com uma capacidade de armazenar 16.000 mil litros, essa quantidade

permite que, em residências com até seis moradores o consumo seja de 8,9 litros por

pessoa por dia, sendo suficiente para satisfazer as necessidades de consumo humano

e doméstico de cada um dos seis moradores por oito meses (ASA, 2019). A Figura 27

mostra as principais atividades realizadas com a água armazenada nas cisternas.

Figura 27: Usos da água armazenada nas cisternas para consumo

Fonte: Autora (2019)

34%

7%

14%

24%

21%

10%

55%

Vazamento/Rachadura Falta de tubulação Cisterna consertada

Não utiliza Nunca utilizou Utilizam

Consumohumano

Consumodoméstico

Consumoagrícola

Criação deanimais

Outros

10%

34%

30%

24%

2%

Finalidade da água

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Conforme relatos, na comunidade 34% da água armazenada nas cisternas

é destinada ao consumo doméstico (limpeza da casa em geral, lavar roupas e outros).

Enquanto 30% utilizam para atividades agrícolas (aguar plantações, fruteiras e

hortaliças), outros 24% afirmam utilizar à água para criação de animais, os mais

citados pelos moradores foram animais de pequeno porte (porco e galinha). Quanto

ao percentual de água destinado a consumo humano (10%), não há nenhum relato

que utilizam a água para beber, então engloba apenas usos de higiene pessoal.

Utilizando a água das cisternas para essas atividades, muitos moradores relatam que

utilizam menos a água do abastecimento local (SISAR) e assim não há aumento na

tarifa mensal.

4.5 Disponibilidade de outras fontes de água

De acordo com os dados obtidos na pesquisa de campo, no que se refere

a garantia de água nos períodos de estiagem, 74% dos entrevistados afirmam que a

água armazenada nas cisternas é suficiente para suprir a demanda das atividades

residuais ao qual a água da cisterna é destinada. Em contrapartida, 26% dos

moradores relatam que a água captada durante os períodos chuvosos não é suficiente

para os períodos de estiagem (Figura 28) e com isso, abastecem as cisternas com

água do poço para garantir água para as atividades diárias, caso ocorra algum

problema no abastecimento local.

Figura 28: Percentual de moradores que considera a água armazenada suficiente em períodos

de estiagem

Fonte: Autora (2019)

74%

26%

Suficiente Não suficiente

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Dos entrevistados, 52% afirmaram que usam outros métodos além da água

da chuva, mais precisamente água do poço para abastecimento das cisternas. Os

outros 48% relatam que esperam o período das chuvas para abastecê-las (Figura 29).

Figura 29: Percentual de utilização de outras fontes para abastecer as cisternas

Fonte: Autora (2019)

Além das cisternas do P1MC, ao serem questionados sobre outra possivel

fonte de água na residências (Figura 31), a maioria dos moradores, ou seja, 81%

afirmaram ser abatecidas apenas pelo SISAR. Enquanto 14% são abastecidos por

poços artesianos do governo e 5% dispõem de outras fontes que ajudam no

abastecimento da residência.

Figura 30: Outras fontes de água

Fonte: Autora (2019)

48%

52%

Água da chuva Poço local

81%

14%

5%

Poços SISAR Poços artesianos Outros

Fontes de água

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4.6 Mudanças após a construção das cisternas

Atualmente, os moradores da comunidade relatam não haver problemas

relacionados à falta de água. Para os entrevistados, as cisternas do P1MC são de

grande utilidade, no entanto, beneficiaram poucas residências na comunidade, não

resolvendo os problemas da falta de água na localidade. Com o SISAR, os problemas

da falta de água foram erradicados, possibilitando-os uma nova vida. Para os

moradores, ambos os projetos são de total relevância para a comunidade, pois um

complementa o outro, agora tem água suficiente para uso diário e para os

beneficiados, um local para armazená-la.

Essa capacidade de se reinventar, atribuindo uma nova finalidade às

cisternas, denotam que o programa, apesar de ineficiênte causou efeitos positivos na

comunidade, uma vez que, com os processos de mobilização e formação das famílias,

mostraram que é possível conviver com o semiárido, adaptando-se as mudanças e

buscando uma nova esperança de vida.

Desde o surgimento do programa percebe-se uma mudança significativa

na comunidade, possibilitando a organização comunitária com a formação da

associação dos agricultores da comunidade, que passaram a integrar as ações em

benefício da melhoria do processo produtivo e da própria comunidade. Devido a essa

mobilização, os moradores estão sendo contemplados com ações do governo, o que

mostrando que a metodologia participativa produziu efeitos significativos na

comunidade.

Segundo os moradores, antes do programa as condições eram precárias,

mesmo com poços comunitários. A distribuição era desigual e sempre havia algum

problema que impossibilitava o acesso a água. Hoje, os moradores relatam a

facilidade em tudo. Os resultados da pesquisa, mostram 100% de satisfação dos

moradores com o P1MC na comunidade.

Os moradores relatam, que após a construção das cisternas, minimizou o

trabalho das mulheres as quais muitas vezes tinham que se deslocar para outras

localidades em busca de água. Aumentando, em alguns casos, a frequência escolar

e o interesse pelos estudos das crianças e adolecentes. Para outros, a cisterna passou

a ser um meio de adquirir renda mensal.

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Os resultados mostram que o programa é eficaz, causando efeito positivo

na vida dos beneficiados. A Figura 31 representa o percentual de melhorias para as

famílias contempladas com o programa, de acordo com os entrevistados. Para os

moradores, a principal melhoria que o P1MC proporcionou está associada ao tempo

livre (46%) uma vez que estes afirmam dispor de tempo para descansar ou se dedicar

a outras atividades diárias. Outro fator a ser considerado é a saúde (21%) dos

moradores relatam que os problemas de saúde foram minimizados, principalmente os

relacionados à insalubridades, decorrentes da exposição à radiação solar, que

segundo eles, causava muitas dores de cabeça e mal estar. Diante das melhorias,

15% compõe os beneficiados que relataram perceber maior frequência e interesse

escolar dos filhos, considerando que não há mais necessidade de se deslocar em

busca de água.

Figura 31: Percentual de melhorias para a família após a construção das cisternas

Fonte: Autora (2019)

4.7 Participação das famílias na construção das cisternas

As capacitações do P1MC são momentos direcionados à formação dos

diversos atores que participam do programa: famílias, comissões municipais e

pedreiros(as). Incluir a participação das famílias em cada etapa do programa faz parte

dos objetivos do P1MC. Além de promover cursos de pedreiros(as) para capacitar as

próprias pessoas da comunidade, também fazem parte do curso momentos reflexivos,

46%

21%

18%

15%

Tempo Saúde Renda Mensal Frequência escolar

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que visam discutir os conteúdos centrais da proposta de convivência com o Semiárido.

Estas capacitações são destinadas a agricultores/as familiares com interesse em

desenvolver uma nova atividade para complemento de renda, agregando novos

conhecimentos, na perspectiva da construção coletiva (ASA, 2019).

Para muitos dos entrevistados a participação na construção das cisternas foi o

que impossibilitou a aquisição do benefício na residência, pois algumas atividades da

etapa de construção requerem esforços braçais e muitas residências eram compostas

por idosos e mulheres.

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53

CONCLUSÕES

O P1MC é pioneiro no esforço de implementar os pressupostos da convivência

com o semiárido e incorporar a participação das famílias e a tecnologia social às ações

na zona rural, o que certamente influenciou outros programas. Além das cisternas, a

comunidade foi contemplada com os poços do SISAR responsável por grande parte

do abastecimento da comunidade. Quando não chove, os moradores que dispõem

das cisternas afirmam abastecê-las com água do poço e usam a água para práticas

pecuárias e domésticas. Assim, evitam disperdício de água e possibilitando uma

influência nas práticas de convivência sustável, permitindo aos moradores a

capacidade de se habituar às mudanças no semiárido.

Com a metodologia participativa e reflexiva, as reuniões promovidas pelo P1MC

compostas por processos formativos que ampliam reflexões sobre o direito à água e

possibilidades de convivência com o semiárido podem ser identificadas, na

capacidade dos moradores de atribuir utilidade para a tecnologia agregando-a ao

SISAR e se reiventando na utilização da água, o que mostra a efetividade do

programa, uma vez que, as cisternas compõe uma das etapas do programa, não a

única.

No entanto, o estudo permite concluir a ineficiência do programa na

comunidade, sabendo que o P1MC visa beneficiar o maior número possível de

comunidades rurais do semiárido com a construção de cisternas de placas, na

comunidade estudada poucas residências foram contempladas com o benefício, os

principais relatos dos moradores se relaciona a falta de espaço em seus quintais. Além

disso, no que se refere ao estado físico das cisternas, a maioria apresentou

problemas, alguns deles tidos como irreparáveis, fazendo com que as mesmas fiquem

apenas ocupando espaço sem nenhuma utilidade. Assim, percebe-se que o programa

se constitui em uma ação que prioriza a construção da cisterna e se ausenta da

manutenção, do reparo e fiscalização após sua implementação.

Apesar das melhorias necessárias é percebido que o programa tem produzido

impactos positivos na qualidade de vida dos beneficiados, pois a entrega das cisternas

compõe uma das etapas do programa e não a única. Com os processos de

mobilização e formação das famílias, fortaleceu a organização comunitária e formou

a associação dos agricultores da comunidade que passou a atuar em função de

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melhorias, principal responsável por engajar a comunidade nos programas de

convivência com o semiárido.

Contudo, a implementação das cisternas propriamente dita, não surtiu efeitos

na comunidade. No entanto, suas etapas programáticas foram de fundamental

importância para seu desenvolvimento. Fortaleceu a organização comunitária,

propiciou a chegada de novos programas e recuperou a autoestima dos agricultores,

atribuindo-lhes características resistentes e proporcionando-lhes possibilidades de se

reinventarem diante das adversidades.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO APLICADO Questionário aplicado aos moradores da comunidade Sítio Curtume, Mauriti-ce.

Aplicador (a): Aparecida Camile Pereira da Silva Graduanda do curso Tecnologia da Construção Civil – Edifícios, Universidade Regional do

Cariri (URCA).

1. Total de pessoas na residência? ______________________________________________________________ 2. Em sua residência tem cisterna? ( ) sim ( ) não Se não, por qual motivo: _______________________________________________________________ 3. Qual o tipo de cisterna? ( ) cisterna de placa (P1CM) ( ) cisterna calçadão(P1+2) ( ) outra fonte de água. Qual? _______________________________________________________________ 4. Na sua residência a água armazenada pela cisterna tem qual finalidade? ( ) consumo humano ( ) consumo doméstico ( ) consumo agrícola ( ) criação de animais ( ) outra finalidade. Quais? _______________________________________________________________ 5. A água das cisternas é suficiente para abastecimento em período de seca? ( ) sim ( ) não 6. Além da água da chuva é utilizado outro método para abastecer as cisternas? ( ) sim ( ) não Se sim, quais? _______________________________________________________________ 7. Após a construção das cisternas, você acha ocorreu alguma mudança na comunidade? ( ) sim ( )não Comente: _______________________________________________________________ 8. Na sua comunidade, qual a participação das famílias na construção das cisternas? Comente:

9. Se houvesse a possibilidade, você gostaria de ter outra cisterna? ( ) sim ( ) não Se sim, qual tipo? se não, qual alternativa você indicaria?

*OBSERVAÇÕES:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________