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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL GERENCIAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SOLIDOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL DO MUNICIPIO DE ICÓ CEARÁ MARIA SOCORRO OLIVEIRA Juazeiro do Norte - CE 2017

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

GERENCIAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SOLIDOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL DO MUNICIPIO DE ICÓ CEARÁ

MARIA SOCORRO OLIVEIRA

Juazeiro do Norte - CE

2017

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MARIA SOCORRO OLIVEIRA Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil

URCA

GERENCIAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SOLIDOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL DO MUNICIPIO DE ICÓ CEARÁ

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Regional do Cariri.

Orientadora: Profª. Ma. Janeide Ferreira de Alencar de Oliveira

Juazeiro do Norte - CE

2017

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GERENCIAMENTO E DESTINO FINAL DE RESÍDUOS SOLIDOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL DO MUNICIPIO DE ICÓ CEARÁ

Elaborada por: Maria Socorro Oliveira

Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil – URCA

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Prof. Ma. Janeide Ferreira Alencar de Oliveira

Orientadora

________________________________________________

Examinador interno

_________________________________________________

Examinador interno

Monografia aprovada em _____ /______ /_______, com nota _______.

Juazeiro do Norte – CE

2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por conceder a serenidade para aceitar o que não

posso mudar e coragem para mudar o que posso mudar e a sabedoria para

perceber a diferença.

Agradeço aos professores pela paciência na orientação, e incentivo que

tornaram possível а conclusão desta monografia.

Agradeço aos amigos е colegas, pelo companheirismo е pelo apoio

constante.

Agradeço à minha família, por sua capacidade de sempre acreditar em

mim.

Em especial agradeço aos meus ex-alunos do 3º Ano do curso Técnico

em Agrimensura da Escola de Estadual de Educação Profissional Deputado José

Walfrido Monteiro, que prontamente foram a campo coletar dados.

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RESUMO

Os Resíduos de Construção Civil (RCC) são gerados em taxas muito altas nas

construções, reformas ou demolições. Essas taxas elevadas fazem com que, muitas

vezes, esses resíduos sejam aqueles com maior participação na massa total de

resíduos gerados em uma cidade. A grande quantidade de RCC gerados nos

municípios traz prejuízos ambientais, sanitários e econômicos, decorrentes da sua

má gestão. O presente estudo tem como objetivo conhecer e discutir os papéis dos

principais atores envolvidos na gestão dos RCC, bem como avaliar a qualidade e

propor melhorias para o sistema de gestão existente. Para atingir os objetivos

propostos, foram utilizadas visitas de campo e capturas de imagens. A partir dos

procedimentos metodológicos adotados na pesquisa foi possível verificar diversos

problemas da gestão de RCC na cidade de Icó-CE, como a desorganização do

sistema de coleta e transporte por caçambeiros, que favorece o descarte clandestino

de entulho. Problemas relacionados à logística, má fiscalização e disciplinamento da

atuação dos caçambeiros, bem como ações/descaso da população foram alguns

fatores que ajudaram a concluir que a atuação desses agentes deve ser priorizada

na gestão de RCC em Icó-CE. Com relação à reciclagem, foi possível concluir que a

estrutura pública e privada destinada a esse fim não existe na cidade, principalmente

devido à atuação inadequada de carroceiros e caçambeiros e empresas de

terraplanagem que também prestam serviços de bota-fora. Outro fator que contribuiu

para a avaliação negativa de Icó quanto à gestão de RCC foi a grande deficiência no

que diz respeito às medidas relacionadas a não-geração e à minimização dos RCC.

A partir da percepção dos atores, também foi possível concluir que a privatização

das áreas públicas de triagem e reciclagem de RCC de Icó pode ser uma alternativa

importante para o fortalecimento da gestão desse tipo de resíduo no município.

Palavras chave: Resíduos de Construção Civil, Gestão de Resíduos Sólidos, Meio

Ambiente.

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ABSTACT

Civil Construction Waste (RCC) is generated at very high rates in construction,

renovation or demolition. These high rates often mean that these residues are those

with the largest share of the total mass of waste generated in a city. The large

amount of RCC generated in the municipalities brings environmental, health and

economic damages, due to its poor management. The present study aims to know

and discuss the roles of the main actors involved in the management of RCC, as well

as evaluate the quality and propose improvements to the existing management

system. To achieve the proposed objectives, field visits and image captures were

used. From the methodological procedures adopted in the research, it was possible

to verify several problems of the management of RCC in the city of Icó-CE, such as

the disorganization of the system of collecting and transportation by barracudas,

which favors the clandestine disposal of rubble. Problems related to logistics, bad

supervision and discipline of the action of the workers, as well as actions / population

neglect were some factors that helped to conclude that the performance of these

agents should be prioritized in the management of RCC in Icó-CE. With regard to

recycling, it was possible to conclude that the public and private structure destined

for this purpose does not exist in the city, mainly due to the inadequate performance

of carmen and baitboats and earthmoving companies that also provide boot-off

services. Another factor that contributed to Icó's negative assessment of the

management of RCC was the great deficiency regarding measures related to non-

generation and minimization of RCC. From the perception of the actors, it was also

possible to conclude that the privatization of the public areas for sorting and recycling

RCC of Icó can be an important alternative to strengthen the management of this

type of waste in the municipality.

Key words: Civil Construction Waste, Solid Waste Management, Environment.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Conhecimento da Destinação Correta do RCC ..................................... 48

Gráfico 2 – Destino Dado aos Entulhos Produzidos nas Obras do Município de

Icó/CE ...................................................................................................................... 48

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Resíduos da Construção Civil ................................................................. 21

Figura 2 – Fluxograma de Reciclagem de RCC ....................................................... 22

Figura 3 – Usina de Reciclagem na Cidade de Guarulhos ....................................... 26

Figura 4 – Vista Superior da Cidade de Icó/CE ........................................................ 41

Figura 5 – Aterro ...................................................................................................... 43

Figura 6 – Resíduos Depositados as Margens da CE 82 .......................................... 43

Figura 7 – Obstrução de Via ..................................................................................... 44

Figura 8 – Despejo de Bota-Fora Inapropriado ........................................................ 44

Figura 9 – Deposito de Bota-Fora Irregular .............................................................. 45

Figura 10 – Obstrução de Via no Centro da Cidade ................................................. 45

Figura 11 – Degradação do Meio Ambiente ............................................................. 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Alternativas para a Destinação do RCC ................................................ 26

Quadro 2 – Gestão de Resíduos: Européia .............................................................. 29

Quadro 3 – Gestão de Resíduos: França ................................................................. 30

Quadro 4 – Gestão de Resíduos: Alemanha ............................................................ 31

Quadro 5 – Gestão de Resíduos: Holanda ............................................................... 32

Quadro 6 – Gestão de Resíduos: Dinamarca ........................................................... 33

Quadro 7 – Gestão de Resíduos: Estados Unidos da América ................................ 34

Quadro 8 – Gestão de Resíduos: Japão .................................................................. 38

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LISTA DE TABELA

TABELA l - Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo ........... 19

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas

AQUA - Alta Qualidade Ambiental

CERE – Centro de Referência Educacional Padre José Alves

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

GBC - Green Building Council

HQE - Haute Qualite Environnementale

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LEED - Leadership in Energy and Environmental Design

NBR – Norma Brasileira de Regulamentação

NR – Norma Regulamentadora

ONG – Organização Não Governamentais

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos

PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica

RCC - Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil

RCD - Resíduo de Construção e Demolição

SAD - South American Datum

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12

1.1. Objetivos ...................................................................................................... 16

1.1.1. Objetivo Geral .......................................................................................... 16

1.1.2. Objetivos específicos............................................................................... 16

1.2. Justificativa .............................................................................................. 17

2. GESTÃO DE RESÍDUOS SOLIDOS .................................................................. 19

2.1. Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil ................................. 20

2.2. Gestão dos resíduos em canteiro de obra ................................................... 22

2.3. Aterros da Construção Civil .......................................................................... 25

2.4. Usinas de Reciclagem .................................................................................. 25

2.5. Comparativo de Experiências Internacionais ............................................... 28

3. SUSTENTABILIDADE ........................................................................................ 37

3.1. Responsabilidade Ambiental na Construção Civil ........................................ 37

4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ........................................................... 40

4.1. A pesquisa e Sua Natureza .......................................................................... 41

4.2. O Cenário Espacial da Pesquisa .................................................................. 41

4.3. Procedimentos de Coleta de Dados ............................................................. 42

4.4. Questionário ................................................................................................. 43

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................. 48

5.1. Caracterização da Pesquisa ........................................................................ 48

5.2. Análise dos Dados ....................................................................................... 48

5.3. Resultados e Discussão ............................................................................... 48

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 51

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53

APÊNDICE ................................................................................................................ 54

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca apresentar os problemas decorrentes da

evolução da construção civil. Em todos os ramos da economia o que mais tem

capacidade de elevar a taxa de crescimento do produto e do emprego a curto e

longo prazo é a construção civil, mas por outro lado comporta-se ainda como grande

gerador de impactos ambientais, quer seja pelo consumo de recursos naturais, quer

pela modificação da paisagem ou pela geração de resíduos. Partindo dessa questão

o setor da construção civil encontra-se diante de uma enorme problemática em que

aborda a seguinte questão; como conciliar a produção desse setor, direcionando-o

para uma proposta de sustentabilidade ambiental e preservação da natureza?

No município de Icó, Ceará, essa questão não é diferente, existe o

mesmo descaso que há em outros municípios brasileiros, percebe-se que não é uma

prática da população destinar nos locais adequados os resíduos provenientes desse

processo, considerando que a prática de gerenciamento e destino final nas

construções é de suma importância assim como a reutilização dos materiais

reduzindo a agressão ao meio ambiente.

A função da construção civil é abrir caminho para o progresso, então

aceitar o desafio de utilizar prática sustentável que acompanhe o crescimento global,

torna-se um compromisso com o mundo. Esse setor é um dos responsáveis por

manter o equilíbrio entre a sociedade e o mundo, porém, mesmo não sendo tão

perceptível é uma atividade extremamente poluente e com um produto final que

consome muito recurso natural. Assim, o fato de novas tecnologias que podem

reduzir o impacto ao meio ambiente, tem que ser visto com bons olhos, pois

algumas obras influenciam no ecossistema podendo alterá-lo drasticamente ou até

mesmo provocar sua extinção.

A problemática dos resíduos sólidos da construção civil, sempre esteve

presente no Brasil, no entanto, nas duas últimas décadas vem recebendo maior

atenção devido à grande quantidade que é produzida e que não é dada a destinação

adequada aos resíduos gerados nas construções e eles acabam sendo depositados

clandestinamente em terrenos baldios, áreas de preservação permanente, vias e

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logradouros públicos, tendo em vista que a preservação ambiental é hoje um dos

maiores problemas mundiais.

A reciclagem de resíduos sólidos da construção civil está se tornando

uma prática comum adotada por grandes empresas, as políticas públicas, vêm

apoiando o manuseio e incentivando novas tecnologias para reciclagem. Vários

municípios brasileiros já trabalham com essas atividades, reutilizando os resíduos

sólidos conhecidos como “bota-fora de obra” usando-os como sub-base de

pavimento, aterros, confecção de telhas e tijolos ou contratando empresas

especializadas em coletas e transporte dos resíduos da construção civil. Só no

Ceará há dezoito empresas que atuam nessa área. Esse processo reduz as chances

de depósitos inadequados representando um custo menor, permitindo um

reaproveitamento desses materiais, antes dispensados. A reciclagem é uma

excelente alternativa para diminuir o impacto ambiental, mas infelizmente as cidades

do interior dos estados pouco usam essa prática, como é o caso da cidade de Icó-

Ceará.

Sabe-se que ações isoladas não irão solucionar os problemas gerados

pelo setor, no que se refere à coleta e destinação dos resíduos, porém deve-se

tentar reduzir a saída desse material. Mesmo que a redução e geração de resíduos

seja uma ação essencial, ela é limitada, pois envolve custos e muitas vezes novas

tecnologias e muitas empresas preferem empregar a política do comodismo.

A construção civil por mais que auxilie no desenvolvimento

socioeconômico, causa impactos ambientais, pois o lixo produzido por construtoras,

tais como tijolos, blocos, cerâmicos, concretos, rochas, madeiras, ferros, etc., não

têm o devido destino final e sua reutilização é ignorada. Esse é exatamente o

problema, por pensar pequeno é que muitas cidades se tornaram um caos em se

tratando de infraestrutura.

A preocupação ambiental vem sendo destaque em vários noticiários, bem

como manchetes de jornais, o assoreamento de rios e córregos está cada vez mais

comum, bem como doenças endêmicas. No município de Icó-Ceará observa-se

vários problemas; um sistema de drenagem precário que só piora com o acúmulo de

resíduos sólidos que são depositados nos esgotos próximos aos logradouros.

Portanto, constata-se que inúmeras irregularidades vêm se realizando.

Podemos citar como exemplo, a bacia do Rio Salgado, onde ocorre não somente

depósitos frequentes de matérias provenientes de resto de construção, como todo

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tipo de lixo até carcaça de animais mortos deixando claro que não há um

gerenciamento de resíduos sólidos bem como coleta regular e seletiva, reciclagem,

unidades de triagem de resíduos, compostagem manual ou mecanizada.

A situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de manejo

adequado dos resíduos, definindo uma política para a gestão e o gerenciamento,

que assegura melhoria no nível de qualidade de vida tanto do rio como da população

local, provendo práticas recomendadas para a saúde pública e que proteja o meio

ambiente contra as fontes poluidoras.

É somente criando uma política em que trate diretamente das diretrizes, a

serem aplicadas, injetando não somente recursos financeiros no município, como

também um trabalho de conscientização, para que se possa garantir de fato a

constância e a eficácia nesse campo, tendo uma maior mudança acompanhando o

planejamento integrado unificando questões ambientais, urbanas, tecnológicas,

políticas, sociais e econômica, já que todos estão interligados.

A resolução nº 307, de 05/07/2002, do Conama (Conselho Nacional do

Meio Ambiente), determina que é de responsabilidade do gerador do resíduo de

construção e demolição, seja eles empresas públicas, privadas ou pessoa física,

pequeno ou grande os geradores de volumes deve haver preocupação com o meio

ambiente. Com essa resolução, define-se a responsabilidade do poder públicos e

agentes privados e o descumprimento da resolução da condição legal para

aplicação da Lei 9.605/1988 que define os crimes ambientais.

Segundo a Resolução nº 307 do Conama os resíduos de construção são

classificados em quatro categorias:

Classe A - São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados de construção, pavimentação e pré-moldados. Classe B - São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plástico, papel/papelão, metal, vidros, madeira e outros. Classe C - São resíduos onde não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis para reciclagem. Ex.: gesso. Classe D - São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção ou demolição, tais como: tinta, solvente, óleo, de clínicas radiológicas e outros.

A partir da Resolução nº 307 do Conama verificou-se a necessidade da

elaboração uma lei que auxilie na situação atual do entulho nos municípios.

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A Lei nº 12.305/10, que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos

(PNRS) é nova e contém ferramentas importantes para permitir o avanço necessário

ao País na defrontação dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos

provenientes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

Esta política trabalha a prática de hábitos de consumo sustentável e

contém instrumentos favorável ao incentivo à reciclagem e à reutilização dos

resíduos sólidos, bem como a destinação ambientalmente adequada dos dejetos, ou

seja, ela compartilha a responsabilidade dos geradores de resíduos, tanto dos

proprietários de empresas quanto, o cidadão e titulares de serviços de manejo dos

resíduos sólidos. O lixo (resíduos sólidos) que produzimos é uma questão ambiental

e, como tal, não pode ser depositado em qualquer lugar.

O ambiente é direito de todos e sua preservação é responsabilidade

comum de todos. Pensando em como um todo, criou-se a, lei que estabelece metas

importantes que irá contribuir para a eliminação dos lixões, impondo que seja

elaborado o Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e assim colocar o Brasil

em patamar de igualdade aos principais países desenvolvidos no que diz respeito a

inclusão de projetos sustentáveis.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e o CONAMA -

Conselho Nacional do Meio Ambiente, na Resolução nº307 do CONAMA, estabelece

obrigações para os geradores e para os municípios. Para o gerador, salienta que ele

deve ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. Além disso, o gerador é

responsável pela implantação de programas de gerenciamento de resíduos da

construção civil nos seus empreendimentos. Isso envolve o estabelecimento de

procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados

dos resíduos.

O Brasil ainda é iniciante, comparado com outros países no quesito

gerenciamento de resíduos sólido. Há empresas da construção civil que sim,

trabalham e fazem a gestão de resíduos em canteiro de obra e desenvolvem ações

planejadas para redução da geração de resíduos. O trabalho de separar e acomodar

os resíduos gerados por construtoras ainda não é realizado de forma adequada e

integrada às atividades produtivas do canteiro de obra.

O surgimento de métodos e procedimento em obra para a gestão

diferenciada dos resíduos é fundamental para assegurar o descarte adequado.

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Ações, quando executadas amplamente por empresas do setor, reduzem de forma

significativa os impactos ambientais, causados pela disposição inadequada dos

resíduos e contribui para evitar a necessidade de soluções emergenciais. A Gestão

Corretiva é a situação típica da maioria dos municípios brasileiros, com ações de

caráter não preventivo, repetitivo, custoso e, principalmente, ineficiente.

Então cabe ao município definir no seu plano diretor uma política

municipal para resíduos da construção civil, incluindo sistemas de pontos de coletas

bem como sua distribuição, cabendo à empresa criar estratégias de gerenciamento

destes resíduos.

Reconhecendo a necessidade de fazer uma avaliação para haver uma

possível redução e um correto destino adequado destes resíduos, foi realizado este

trabalho com o propósito de alertar os profissionais da área da construção civil,

gestores municipais, bem como população no correto gerenciamento dos resíduos

das construções. É preciso uma participação efetiva da gestão municipal e também

a dos moradores para frear os impactos ambientais decorrente dessa prática no

município de Icó/CE.

1.1. Objetivos

1.1.1. Objetivo Geral

Contribuir para a redução de materiais depositados em lugares

inadequados e reutilização dos mesmos na própria construtora.

1.1.2. Objetivos específicos

Analisar a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente e comparar

com o gerenciamento aplicado na cidade de Icó - CE;

Verificar a importância de um plano de gerenciamento de resíduo sólido da

construção civil eficaz;

Conhecer o plano de resíduo sólido do município de Icó - CE;

Analisar a gestão de resíduo sólido em estudo de caso.

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1.2 Justificativa

A justificativa deste trabalho está baseada no fato que a indústria da

construção civil gera grande quantidade de resíduos, devido às práticas utilizadas e

isso acaba gerando grandes volumes de resíduos que pode ser observado desde a

produção de insumos, que caracteriza a geração anterior à própria etapa construtiva,

que por vezes são postos em lugares inadequados, contribuindo para o desequilíbrio

ambiental.

O assunto abortado requer um olhar especial já que é um dos grandes

problemas a ser enfrentado atualmente pelas organizações, que é o gerenciamento

de resíduos sólidos da construção civil.

A preocupação com a limpeza e a saúde pública da cidade, além da

preservação do meio ambiente que depende de um sistema de gerenciamento de

resíduos que adeque as construções o espaço físico e urbano.

No Brasil, grande parte dos resíduos sólidos gerados não chega a ser

coletado e o destino final para aqueles coletados, na maioria dos municípios, é o

"lixão". Para que haja uma sensibilização por parte de empresários e moradores foi

trabalhado o tema na cidade citada, tendo como apoio parte da população,

objetivando tocar moradores e gestores municipais para que se tenha uma

infraestrutura básica para se morar.

O objetivo deste trabalho é revelar como um gerenciamento adequado

dos resíduos sólidos pode contribuir tanto para a preservação ambiental quanto

financeiramente aos municípios e população e isso só será possível se trabalharmos

o tema com a população, investir em tecnologias e oferecer recursos para a

destinação correta dos resíduos sólidos provenientes de obras. .

Os resíduos provenientes de construções representam um percentual

elevado nas áreas urbanas, por isso, a necessidade de alertar quanto ao

gerenciamento dos resíduos da construção civil apontando soluções corretas.

A construção e a reforma de edificações, demolições, obras viárias,

materiais de escavação, dão origem aos resíduos. A investigação da sua origem é

importante para a quantificação e a qualificação dos volumes gerados. O resíduo

gerado em novas construções é oriundo de quatro fases: a fundação, a estrutura e

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alvenaria, o revestimento e o acabamento, sendo que os resíduos devem ser

diferenciados em função do tempo, da atividade e da quantidade gerada.

A proposta tem como finalidade a implantação de uma gestão de resíduos

em canteiros de obras, enfatizando os principais fundamentos da preservação do

meio ambiente. As empresas precisam se destacar positivamente e adotar práticas

ecologicamente corretas. Sabe-se que os investimentos são caros, mas o retorno

será satisfatório, contudo, não se pode cobrar mudanças por parte das construtoras;

a população também deve colaborar, pois uma simples reforma que é feita em uma

residência gera uma boa quantidade de entulhos e se não for direcionado para um

local adequado ou reutilizado de forma correta, ele pode afetar o meio ambiente.

Verificando a coleta e destinação final destes resíduos através de

imagens capturadas em câmera fotográfica, os procedimentos propostos terão uma

importante contribuição para a redução de bota-fora da construção civil colocados de

forma inapropriada nos arredores da cidade e consequentemente a redução da

degradação ambiental na região.

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2. GESTÃO DE RESÍDUOS SOLIDOS

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT:

Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT, 1987)

De acordo com as normas há uma classificação para os diversos tipos de

resíduos sólidos onde temos:

Urbano;

Industrial;

Resíduos de serviços de saúde;

Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários;

Resíduos agrícolas;

Entulho;

Resíduos Radioativos.

Conforme a tabela a seguir, teremos os responsáveis pelo gerenciamento

dos tipos de resíduos.

TABELA l - Responsabilidade pelo gerenciamento de cada tipo de resíduo

TIPOS DE LIXO RESPONSÁVEL

Domiciliar Prefeitura

Comercial Prefeitura

De Serviços Prefeitura

Industrial Gerador (indústrias)

Serviços de saúde Gerador (hospitais etc.)

Portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários

Gerador (portos etc.)

Agrícola Gerador (agricultor)

Entulho Gerador*

Radioativo CNEN Obs.: (*) a Prefeitura é corresponsável por pequenas quantidades (geralmente menos que 50 kg/dia), e de acordo com a legislação municipal específica Fonte: JARDIM et al. (1995)

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2.1. Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil

O CONAMA diz que a reutilização dos resíduos depende muito do

material a ser tratado dividindo-os em classes, enquanto a união europeia define em

três categorias.

Segundo o Conama e a lista europeia:

As soluções tecnológicas para a Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil – RCC depende do tipo de resíduo a ser tratado. A resolução brasileira do CONAMA define resíduos da construção civil como sendo Classe A e os resíduos equivalentes da Nr. 17 01, lista europeia de resíduos, definindo-os: os seguintes resíduos:

1- De construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 2- De construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; 3- De processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

Conforme a classificação dos resíduos selecionados, poderão ser

transformada em matéria prima, tanto na fonte de geração ou em uma usina de

reciclagem. Na figura 1, abaixo ilustra o processo de reciclagem.

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Figura 1- Reciclagem de Resíduos da Construção Civil – RCC

Fonte: Portal resíduos sólidos, 2014

Após a coleta seletiva, os resíduos passam por um processo de

trituração. Nesta fase, as frações se encontram misturadas e os resíduos têm pouco

valor agregado. Somente após a separação das frações é que se pode dar uma

destinação adequada aos novos materiais.

De acordo com o tamanho fracionado, onde eles serão classificados em

areia, brita, pedrisco, bica corrida e outros, a partir daí eles poderão ser

comercializados como matéria prima secundária.

Em um terceiro momento, a matéria prima poderá servir para fabricar

produtos de base para a construção civil como tijolos, blocos de cimento, britas, etc.

A seguir, é apresentado na Figura 2 um esquema de reciclagem dos

RCC.

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Figura 2 – Fluxograma de reciclagem de RCC

Fonte: Lima; Lima, 2009

2.2. Gestão dos resíduos em canteiro de obra

A minimização dos impactos causados pelos resíduos sólidos requer um

sistema de gestão que integre diversos fatores, entre eles, definição, sua forma de

geração, acondicionamento, sistemas de coleta e de disposição, utilização e

destinação final e a quantificação destes resíduos.

A metodologia adotada na gestão de resíduos da construção civil gera um

conjunto de atividades relativas para a realização de tarefas dentro e fora dos

canteiros, apontando definições.

A Resolução N° 307, em seu Art. 2°, adota as seguintes definições:

I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

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II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;

III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;

IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia;

V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos;

VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;

VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à transformação;

VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima ou produto;

IX - Aterro de resídua classe A de preservação de material para usos futuros: é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas técnicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, visando à preservação de materiais segregados de forma a possibilitar seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente; (nova redação dada pela Resolução 448/12)

X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à disposição final de resíduos.

XI - Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010; (nova redação dada pela Resolução 448/12)

XII - Gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável. (nova redação dada pela Resolução 448/12). (RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307/2002)

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A Resolução CONAMA nº 307/2002, instrumentos que determinam a

responsabilidade do gerador do RCD (Resíduo de Construção e Demolição). Pode-

se citar como resumo principal da Resolução 307 os seguintes itens:

1) É pressuposto dessa resolução, além disso, que a responsabilidade pelos

resíduos é do gerador;

2) Municípios e Distrito Federal devem implementar a gestão dos resíduos da

construção civil no Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção

Civil, onde serão incorporados o Programa Municipal de Resíduos da Construção

Civil e Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, oriundos de

geradores de pequenos volumes, a partir de 05/07/ 2003;

3) Grandes geradores de RCD (normalmente acima de 1 m3) devem

implementar seus projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, para

estabelecer os procedimentos necessários ao manejo e destinação ambientalmente

adequados dos resíduos, a partir de 05/07/2004.

Em se tratando das normas técnicas vale salientar que:

As normas técnicas, integradas às políticas públicas, representam importante instrumento para a viabilização do exercício da responsabilidade para os agentes públicos e os geradores de resíduos. Para viabilizar o manejo correto dos resíduos em áreas específicas, foram preparadas as seguintes normas técnicas:

• Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15112:2004 – possibilitam o recebimento dos resíduos para posterior triagem e valorização. Têm importante papel na logística da destinação dos resíduos e poderão, se licenciados para esta finalidade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.

• Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15113:2004 – solução adequada para disposição dos resíduos classe A, de acordo com a Resolução CONAMA nº 307, considerando critérios para preservação dos materiais para uso futuro ou disposição adequada ao aproveitamento posterior da área.

• Resíduos sólidos da construção civil - Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação – NBR 15114:2004 – possibilitam à transformação dos resíduos da construção classe A em agregados reciclados destinados à reinserção na atividade da construção. (SindusCon-SP, 2005)

Portanto, o aspecto principal da NBR 15112 define requisitos para a

aplicação de agregados reciclados em obras de engenharia, também define pontos

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de entrega que são equipamentos públicos de pequena dimensão, pois serão

destinados a resíduos de pequenos geradores.

A NBR 15113 define as áreas onde são empregadas técnicas de

disposição de resíduos da construção civil classe A e de resíduos inertes no solo,

visando à preservação de materiais segregados, de forma a possibilitar o uso

desses materiais no futuro, conforme princípios de engenharia para confiná-los ao

menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente.

A NBR 15114 refere a áreas de reciclagem de resíduos da construção

civil, onde fala que, qualquer empreendimento que trabalhe com reciclagem de

resíduos da construção civil deverá ter o licenciamento ambiental, procedimentos

este similar ao estabelecido para outras atividades industriais.

As áreas de reciclagem deverão atender a NBR 15114/2004 e as

condições nela estabelecidas, onde os equipamentos e a instalação devem ser

dotados de sistemas de controle de vibrações, ruídos e poluentes atmosféricos, todo

material recebido deve passar por uma triagem para que se tenha um controle de

recebimento de resíduos, sabendo assim sua origem, quantidade e qualidade.

2.3. Aterros da Construção Civil

De acordo com Moreira; Cunha (2008):

Tratam-se de áreas de disposição de resíduos Classe A e de resíduos inertes no solo, objetivando o seu estoque de forma que permita a sua futura utilização, bem como a utilização da área ao final do aterro. São empregados princípios de engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem que haja danos ao meio ambiente e a saúde pública (MOREIRA; CUNHA, 2008).

2.4. Usinas de Reciclagem

São estabelecimentos privados ou públicos, porém destinados à

transformação de resíduos Classe A em agregados reciclados (PINTO, 2005).

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Figura 3 – Usina de reciclagem localizada na cidade de Guarulhos

Fonte: Maurício Burim, 2013

O Quadro 1 a seguir apresenta algumas alternativas para destinação de

alguns tipos de resíduos.

Quadro 1 – Alternativas para destinação dos RCC

TIPOS DE RESIDUOS CUIDADOS REQUERIDOS DESTINAÇÃO

Blocos de concretos, blocos

cerâmicos, argamassas,

outros componentes

cerâmicos, concreto, tijolos e

assemelhados.

Privilegiar soluções de

destinação que envolvam a

reciclagem dos resíduos, de

modo a permitir seu

aproveitamento como

agregado.

Área de transbordo e triagem,

áreas para reciclagem ou

aterro de resíduos da

construção civil licenciadas

pelos órgãos competentes; os

resíduos classificados como

classe A (blocos, telhas,

argamassa e concreto em

geral) podem ser reciclados

para uso em pavimentos e

concretos sem função

estrutural.

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Madeira Para uso em caldeira, garantir

separação da serragem dos

demais resíduos de madeira

Atividades econômicas que

possibilitem a reciclagem

destes resíduos, a reutilização

de peças ou o uso como

combustível em fornos ou

caldeiras.

Plásticos (embalagens,

aparas de tubulações, etc.)

Máximo aproveitamento dos

materiais contidos e a limpeza

da embalagem.

Empresas, cooperativas ou

associações de coletas

seletiva que comercializam ou

reciclam esses resíduos.

Papelão (sacos e caixas de

embalagens) e papeis

(escritório)

Proteger de intemperes. Empresas, cooperativas ou

associações de coletas

seletiva que comercializam ou

reciclam esses resíduos.

Metal (ferro, aço, fiação

revestida, arames etc.)

Não há Empresas, cooperativas ou

associações de coletas

seletiva que comercializam ou

reciclam esses resíduos.

Serragem Ensacar e proteger de

intemperes

Reutilização dos resíduos em

superfícies empreguinadas

com óleo para a absorção e

secagem, produção de

briquetes (geração de

energia) ou outros usos.

Gesso em placas cartonadas Proteger de intemperes É possível a reciclagem pelo

fabricante ou por empresas de

reciclagem.

Gesso de revestimentos e

artefatos

Proteger de intemperes E possível o aproveitamento

pela indústria gesseira e

empresas de reciclagem.

Solo Examinar caracterização

previa dos solos para definir

destinação

Desde que não estejam

contaminados, destina a

pequenas áreas de

aterramento ou em aterro de

resíduos da construção civil,

ambos devidamente

licenciados pelos órgãos

competentes.

Telas de fachadas e proteção Não há Possível reaproveitamento

para a confecção de bages e

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sacos ou até mesmo por

recicladores de plástico.

EPS (poliestireno expandido –

exemplo isopor)

Confinar, evitando dispersão Possível destinação para

empresas cooperativas ou

associações de coletas

seletivas que comercializam,

reciclam ou aproveitam para

enchimento.

Materiais, instrumentos e

embalagens contaminadas

por resíduos perigosos

(exemplos: embalagens

plásticas e de metal,

instrumentos de aplicação

como broxas, pinceis,

trinchas, e outros materiais

auxiliares como panos, trapos,

estopas, etc.)

Maximizar a utilização dos

materiais para a redução dos

resíduos a descartar.

Encaminhar para aterros

licenciados para a recepção

de resíduos perigosos.

Fonte: Lima; Lima, 2009

2.5. Comparativo de Experiências Internacionais

Em comparação ao modelo de gestão de resíduos sólidos no Brasil com

outros países, e perceptível a diferença significativa aos aspectos que trata a

questão ambiental, para isso e necessário o conhecimento de como esses outros

países enfrentam os problemas. A seguir os quadros de modelos de gestão, na área

de resíduos sólidos na Comunidade Europeia, França, Dinamarca, Holanda,

Alemanha, Estados Unidos e Japão.

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Quadro 2 - Gestão de Resíduos: Comunidade Européia

HIERARQUIA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Estados-Membros

Conselho das Comunidades Europeias

Diretrizes para a Gestão de Resíduos

Minimizar: ênfase em tecnologias de produção industrial limpas

Reciclar / reutilizar

Tratamento / incineração, com aproveitamento energético (eletricidade / calefação)

Disposição final de “resíduos últimos” em aterros sanitários

Comunidade Europeia - formada pelo Conselho de Ministros dos Estados-Membros, é o agente responsável pela formulação de diretivas.

Os Estados-Membros responsabilizam-se pela elaboração de planos contemplando as diretivas de forma independente e de acordo com as peculiaridades de seus países.

Esses planos têm prazo estabelecido para serem apreciados pela Comunidade Europeia, que pode ou não os aprovar.

Um Estado-Membro pode se responsabilizar diretamente pela investigação e pesquisa a respeito de um resíduo específico, como vem ocorrendo, por exemplo, na França (pneus usados), Itália (eletroeletrônicos) e Alemanha (resíduos de construção e demolição)

Diretiva do Conselho da Comunidade Europeia (1975) relativa a resíduos: trata-se de um texto conhecido por “Diretiva Quadro”, onde estão definidos vários artigos que explicitam as diretrizes para a elaboração de planos de gestão dos estados-membros. Esta diretiva foi reformulada em 1990 e fixa 5 eixos prioritários para a gestão de resíduos: 1. prevenção na geração de resíduos (pelas tecnologias e pelos novos produtos) 2. revalorização

3. otimização da eliminação final 4. regulamentação do transporte 5. ação reparadora

Discorre ainda sobre a aplicação da legislação comunitária e sobre a gestão de resíduos numa comunidade sem fronteiras internas.

Convenção da Basiléia (1993): controle dos movimentos transporte de resíduos perigosos.

Os Estados-Membros devem atingir as metas propostas pela Comunidade Europeia de forma autossustentável. No entanto, existem vários fundos destinados a países da comunidade que apresentam dificuldades em elaborar e implementar parte ou todo o conjunto do plano, entre os quais destacam-se dois: Fundos Estruturais: Fundo Social Europeu, Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e Fundo de Garantia Agrícola Fundo de Coesão: tem por objetivo promover a coesão social e econômica entre os Estados-Membros, sendo este destinado aos países da comunidade cujo PIB é menor que 90% da média dos Estados-membros da comunidade.

Alguns fundos podem ser destinados a países em desenvolvimento, que não fazem parte da Comunidade Européia.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 3 - Gestão de Resíduos: França

HIERARQUIA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Comunas

Cantões (várias comunas)

Arrondissements (vários

cantões)

Departamentos (Estados)

Regiões Administrativas

Governo Central

Diretrizes para a Gestão de Resíduos Minimização da produção

Classificação seletiva

Recuperação e reconversão

Tratamento (biológico ou incineração)

Disposição final

Governo Central Ministério do Meio Ambiente Ministério da Indústria Agentes responsáveis pela política de resíduos no país função normativa e articulação interinstitucional

Coletividades Locais (Regiões Administrativas) Planejamento, suporte para a abertura de centros de estocagem são assistidos por comissões constituídas por: Serviços do estado Agências Conselho regional Organizações profissionais Associações de proteção do meio ambiente Personalidades qualificadas

Departamentos Planificação e controle de instalações Indústrias Produtor: responsável pelo tratamento instalações de tratamento: investimento e valorização

Estabelecimentos Públicos ADEME: agência de meio ambiente e do controle de energia - pesquisa, suporte para o preparo de regulamentações tecnológica, vistorias, conselho e difusão Agências de Água (6): ajuda aos investimentos (tratamento) e ajuda para eliminação (produtores)

Legislação de Resíduos Lei de 1975

• estabeleceu a política de resíduos Princípios de que o poluidor pague - responsabilidade do produtor Criação da ANRED (Agência Nacional para a Recuperação e Eliminação de Resíduos)

Lei de 1992 Prioriza a valorização de resíduos Aplica noção de “resíduos últimos” Atua desde a base (eco produtores) Combate à inflação de embalagens Valoriza os resíduos Organiza o transporte de resíduos Informa ao público

Lei de 1995 Transfere a planificação dos departamentos para as coletividades locais Amplia a extensão da tabela de resíduos industriais especiais (estocagem e tratamento) •define uma política de reabilitação de sítios poluídos

Os departamentos devem ser autossuficientes, entretanto existe a possibilidade de ajuda financeira às comunas que acolham novas instalações em seu território. Este auxílio é oriundo dos fundos de modernização da gestão de resíduos.

A ADEME também pode ajudar financeiramente as comunas a manterem operações exemplares Agências de Água, como a do Sena Normandia, podem ajudar financeiramente as atividades relacionadas aos resíduos especiais, tais como: desenvolvimento de tecnologia própria, estudos para alternativas de gestão de resíduos, meios de eliminação (transporte e tratamento nas instalações coletivas convencionadas pela agência).

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 4 - Gestão de Resíduos: Alemanha

HIERARQUIA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS MECANISMOS DE

FINANCIAMENTO

Municípios / Distritos Região Administrativa Estado Governo Central

Diretrizes para a Gestão de Resíduos Minimização: ênfase em tecnologias de produção industrial limpas Reciclagem / reutilização Tratamento / incineração com aproveitamento energético

Disposição final em aterros

Federal (Governo Central) Normativo e legislativo, elabora as diretrizes gerais, através dos ministros que têm interface com o assunto. Elabora o planejamento ambiental e a fiscalização.

Estado Também tem função normativa e legislativa; detalha as diretrizes gerais da federação, podendo torná-las mais restritivas e tem caráter fiscalizador.

Regiões Administrativas Congregadas em uma diretoria com vários departamentos, responsabilizam-se pela análise, regulamentação, aprovação de planos e fiscalização

Distritos e Municípios

Elaboram planos para a contratação de projetos e se

responsabilizam pela coleta e disposição de resíduos. Os

municípios se responsabilizam pela coleta

de resíduos e os distritos pelo tratamento e disposição final

Lei de 1949 - Organização Territorial: lei federal fixando toda a organização territorial atual Lei de 1986 (Abfallgezetz-AgfG): lei federal de resíduos. Foi revisada em 1990 e em 1992. Esta lei é detalhada em cada estado, tornando-a, muitas vezes, mais restritiva.

A coleta, a disposição e a reciclagem de resíduos são de competência dos municípios / distritos. Embora exista uma tendência que caminha em direção da privatização, a função reguladora / fiscalizadora, repousará sempre sobre o poder público.

A responsabilidade pública em matéria de resíduos industriais é bastante reduzida; em princípio, o produtor é o responsável pela disposição.

O estado limita-se a planejar a organização do manejo dos resíduos industriais, podendo em alguns casos ser acionista de instalações de tratamento, em parceria com a iniciativa privada.

O gerador, o transportador e

o receptor de resíduos industriais perigosos devem assegurar que a disposição

final adequada está garantida.

As estruturas para o gerenciamento de resíduos devem ser autossustentáveis.

Existem

financiamentos para as atividades

ligadas à remediação de

sítios degradados. Nesses casos,

50% fica a cargo do estado e 50% a

cargo dos municípios ou ainda, 50% a

cargo do estado e 50% a cargo da

indústria.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 5 - Gestão de Resíduos: Holanda

HIERARQUIA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Municípios Províncias Governo Central

Diretrizes para a Gestão dos Resíduos

Minimização: ênfase em tecnologias de produção industrial limpas Reciclagem / reutilização

Tratamento / incineração, com aproveitamento energético (eletricidade / calefação) Disposição final em aterros sanitários

Governo Central Ministério da Habitação, Planejamento Espacial e Meio Ambiente: é o agente coordenador da política de resíduos.

Ao governo central e ao provincial cabe a elaboração de plano plurianual para gestão de resíduos perigosos e aos municípios compete a elaboração de planos regionais para os demais tipos de resíduos.

Faz parte ainda da estrutura de planejamento, um conselho consultivo sobre resíduos (Waste Consultation Board).

Na Holanda parte do gerenciamento de resíduos conta com a participação do setor privado (parceria público-privado) onde basicamente, o setor público detém a propriedade das instalações e o setor privado se encarrega da operação das mesmas.

Lei de 1995 - Environmental Management Act Este texto contempla e estabelece normas para todas as atividades relacionadas com resíduos sólidos, entre as quais destacam-se: Elaboração de planos de gerenciamento de resíduos Requisitos de qualidade ambiental Tributação sobre impactos ambientais Licenças para abertura de estabelecimentos Provisões financeiras.

As estruturas responsáveis pela coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos na Holanda são autossustentáveis (taxas pagas pelos munícipes e usuários do sistema).

Na Holanda, adotam-se taxas ambientais diferenciadas para cada tipo de tratamento de resíduos, de acordo com a atual política de gestão. Assim, a taxa paga para a disposição em aterros é maior que para a incineração, e normalmente há incentivos nos casos de reciclagem e/ou reutilização.

A taxa ambiental constitui-se num “desincentivo” às práticas de disposição direta em aterros, e seus recursos financiam um fundo de investimento para os programas / projetos de tratamento de resíduos priorizados pela política, inclusive educação ambiental, que no país é uma atividade sistemática e permanente.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 6 - Gestão de Resíduos: Dinamarca

HIERARQUIA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS

MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Municípios Distritos Governo Central

Diretrizes para a Gestão de Resíduos Minimização: ênfase em tecnologias de produção industrial limpas Reciclagem / reutilização Tratamento / incineração, com aproveitamento de energia (eletricidade / calefação) Disposição final em aterros sanitários

Governo Central, através do Ministério do Meio Ambiente: é o agente coordenador da política de resíduos na Dinamarca, tendo o papel normativo.

Os municípios se responsabilizam pelo gerenciamento dos resíduos industriais e municipais.

O papel normativo e fiscalizador está a cargo da agência de proteção ambiental da Dinamarca (EPA).

A Dinamarca privilegia a participação de empresas públicas no gerenciamento de resíduos sólidos.

O distrito é responsável pelo licenciamento de instalações industriais e de tratamento e disposição final de resíduos e também agente fiscalizador

Os municípios atuam conjuntamente e constituem empresas públicas para o gerenciamento de resíduos, desde a coleta até a destinação final

A Dinamarca conta com vários textos legais, contemplando a questão dos resíduos sólidos, destacando-se os seguintes:

Armazenamento de resíduos (1990)

Disposição, planejamento e registro de resíduos (1993) Lei modificada de proteção do meio ambiente (1994) Resíduos de aplicação na agricultura (1995) Embalagens de cervejas e refrigerantes (1991).

As soluções para a reciclagem / reutilização de pneus e baterias, onde ainda não há legislação específica, funcionam sob o chamado “acordo de cavalheiros” (voluntary agreement) entre a indústria e o governo. A tendências desse tipo de instrumento é de expansão em toda a Comunidade Europeia.

As estruturas responsáveis pelas atividades relacionadas ao gerenciamento de resíduos sólidos são autossustentáveis. A taxa de coleta, tratamento e disposição final de resíduos domiciliares é cobrada junto com o imposto predial e constitui um valor único, (em torno de US$ 350,00 / ano) para cada unidade habitacional.

As taxas ambientais, cobradas de forma diferenciada para cada tipo de tratamento de resíduos, como na Holanda, financiam um fundo de investimento para os programas / projetos de tratamento de determinados resíduos, inclusive educação ambiental.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 7 - Gestão de Resíduos: Estados Unidos da América HIERARQU

IA POLÍTICA

ARRANJOS INSTITUCIONAIS

INSTRUMENTOS LEGAIS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO

Municípios Condados Governo Estadual

Governo Federal

Diretrizes para a Gestão de Resíduos Redução na fonte Reciclagem/compostagem tratamento/ Combustão Aterro sanitário

Governo Federal: responsável pela elaboração de leis Agências Federais: interpretam as leis do congresso e prescrevem os padrões mínimos de gerenciamento de resíduos, a serem seguidos em todos os estados EPA (Environmental Protection Agency): estabelece os critérios para aterros sanitários e para as instalações de tratamento. É o agente fiscalizador HEW (Health, Education, and Welfare): estabelece padrões para armazenamento de resíduos, enquanto o DOD (Department of Defense), através do Corpo de Engenheiros das Forças Armadas, encarrega-se da proteção das vias navegáveis

Os condados se responsabilizam pela coleta, tratamento e disposição de resíduos

Outros departamentos, como o de Comércio, dos Transportes e de Energia, também participam de forma indireta na tomada de decisões na área de resíduos. Em nível local, várias pessoas estão envolvidas nas decisões sobre resíduos sólidos: funcionários de empresas, grupos organizados, cidadãos, agências reguladoras, operadores de aterros sanitários, representantes de sistemas de coleta, indústrias de recuperação, grupos ambientalistas etc.

Legislação Estadual Os estados desenvolvem planos específicos Estatuto e Regulamentação Federal Lei de 1965 (SDWA - Solid Waste Disposal): criou o Conselho de Qualidade do Meio Ambiente, abrigando todas as agências federais Emenda de 1970 (ACRA Lei de conservação e recuperação de recursos): incentiva a reciclagem, a participação da população no controle da poluição e cria a EPA (Environmental Protection Agency)

Em 1976, novos textos legais são elaborados, enfatizando a recuperação e conservação de recursos e a EPA apresenta uma série de princípios para o gerenciamento de resíduos. Leis de 1980: I) Compensação e responsabilidade sobre o meio ambiente, principalmente no que diz respeito aos resíduos perigosos II) Política e regulamentação de utilidade pública - relacionada ao levantamento de custos para venda de energia a partir dos resíduos. Fechou usinas de compostagem e os estados criaram novas agências para o controle das atividades do lixo Lei de 1984 (HSWA): estabelece novos padrões para os resíduos sólidos perigosos

Nos Estados Unidos da América, todas as atividades devem ser autossustentáveis. Nas esferas governamentais, o orçamento é sustentado por fundos formados pela cobrança de taxas: Taxa de propriedade Taxa de vendas (comércio) Taxa de serviços municipais Taxa de arrecadação especial (não orçamentária). Outros recursos são oriundos de emolumentos dos usuários e de arrecadação dos programas de recuperação. Existem várias opções de financiamento para abertura de negócios relacionados aos resíduos: empréstimos da iniciativa privada, “leasing”, entre outros.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

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Quadro 8- Gestão de Resíduos: Japão

HIERARQUIA

POLÍTICA ARRANJOS

INSTITUCIONAIS INSTRUMENTOS LEGAIS MECANISMOS DE

FINANCIAMENTO

Municípios Províncias (Estados)

Regionais (poder misto: províncias e municípios) Governo Central

Diretrizes para a Gestão de Resíduos

Preservação do meio ambiente Proteção à saúde pública Restrições a descargas de resíduos Classificação apropriada Estocagem, coleta, transporte, reciclagem, disposição final de resíduos

Governo Central Ministério da Saúde e do Bem-Estar: Agente coordenador e executor da política nacional de resíduos Função normativa, fiscalização e de articulação interinstitucional Província Planejamento e fiscalização Fornece aos municípios técnicas adequadas de gerenciamento Coloca em prática a política de resíduos do ministério da saúde e do bem-estar Município Gerencia de forma adequada os resíduos (coleta, transporte e disposição de resíduos domiciliares) em sua área de administração, de acordo com o plano anual de disposição elaborado em conjunto com as províncias Propaga os conceitos de lizampe

Gerenciamento e Limpeza pública: Lei n. 137/1970, com emendas em 1974, 1983, 1987, 1991 e 1992 Objetivos: preservação do meio ambiente e proteção da saúde pública, através do gerenciamento adequado de resíduos, e conservação do meio ambiente.

Contempla, entre outros: Classificação dos resíduos Deveres do cidadão Deveres das empresas Deveres do governo (regional e nacional) Planejamento local e regional (resíduos) Criação de centros de gerenciamento de resíduos Contratos entre empresas e prefeituras fiscalização Assistência e subsídios Regulamento penal

As estruturas regionais (municípios e províncias) devem ser autossustentáveis, podendo em alguns casos específicos receberem subsídios do governo nacional para a construção de instalações de tratamento de resíduos especiais. Esses subsídios na maioria das vezes são requisitados devido à ocorrência de sinistros que venham a afetar as instalações.

Normalmente, as instalações são mantidas por taxas, fundos de cooperação das empresas e outras formas de contribuição que os governos de províncias e o governo central se esforçam para obter.

Fonte: Schalch; Leite, 2002

A realidade de cada país é diferente, porem o trato com o gerenciamento

da gestão de resíduos passa por diretrizes muito semelhantes. Cada um ao seu

modo coordena de forma satisfatória as questões vinculadas ao tema dos resíduos,

o Brasil deverá levar em conta as experiências bem-sucedidas de outras nações

para construir uma proposta eficiente e adequá-las à nossa realidade.

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Todos os países citados priorizam a prevenção, através da redução do

volume de resíduos na fonte enfatizando o desenvolvimento de tecnologias nas

linhas de produção e análise do ciclo de vida de novos produtos a serem colocados

no mercado; a reciclagem e a reutilização dos resíduos; a transformação através de

tratamentos físicos, químicos e biológicos, destacando a incineração com

aproveitamento de energia, como meio de redução do volume de resíduos.

Segundo Schalch ; Leite (2002):

A conquista alcançada da gestão e gerenciamento dos resíduos, só foi possível nos países em questão devido, ao planejamento e monitoramento das atividades devido à definição dos papéis de cada um dos agentes envolvidos. Conforme foi apresentado nos quadros que resume os modelos de gestão nas Comunidades Européia, França, Dinamarca, Holanda, Alemanha, Estados Unidos e Japão. A objetividade permanente nas informações, em todas as etapas do processo de planejamento é o rumo certo para o preciso controle social, a sensibilização e a capacidade de intervir na tomada de decisão em relação às questões ambientais. Aliados como as ONG's e a mídia desempenham um papel predominante na divulgação da informação à sociedade, enfatizando que, embora haja terceirização das atividades, o estado sempre está presente assumindo um papel de fiscalizador. Duas tendências parecem estar se firmando como prática de gestão de resíduos na Europa: a) a mudança de foco da regulamentação formal para o estabelecimento do "acordo de cavalheiros" que é o resultado da organização dos atores na solução de um determinado problema; b) a responsabilidade do produtor (indústria) sobre o resíduo gerado pelo produto ao final de sua vida útil - é o caso de pneus, baterias e veículos usados etc. No ritmo que está à tendência para os próximos anos é que aumentem os custos com o gerenciamento de resíduos, que se deve ao crescente populacional e que deverá resultar em normas cada vez mais rígidas, em especial ao tratamento e à destinação final dos resíduos sólidos (SCHALCH; LEITE, 2002).

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3. SUSTENTABILIDADE

A palavra sustentabilidade esta em destaque. Há quem diga que é

modismo, porém o que se percebe é que praticas sustentável vêm ajudando o meio

ambiente. Mas para entender o que é e como funciona vamos a sua definição.

Segundo Reinaldo Dias “Sustentabilidade é um termo usado para definir

ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres

humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações”.

A sustentabilidade está diretamente ligada ao desenvolvimento

econômico e material levando em conta o meio ambiente, é importante usar os

recursos naturais de forma consciente para que eles se mantenham no futuro.

Seguindo esse raciocínio, a humanidade pode garantir o desenvolvimento

sustentável.

Esse conceito de sustentabilidade permite a exploração de áreas ou o uso

de recursos naturais, contato que seus responsáveis minimizem os impactos

causados ao meio ambiente que é representado pelas comunidades humanas e

toda a biosfera e tudo que nele existe. A princípio, pode parecer complicado e, em

muitos casos, economicamente inviável. Os investimentos só são vistos em longo

prazo.

De acordo com o site www.atitudessustentaveis.com.br:

As ideias de projetos empresariais que atendam aos parâmetros de sustentabilidade, vem sendo recebidas de bom grado na área da construção civil, pois o que se percebe é que, ao ajudar o planeta se tem também uma economia, muitas empresas que antes viviam sofrendo com o desperdício de materiais provenientes de construção, hoje estão reutilizando-os.

3.1. Responsabilidade Ambiental na Construção Civil

A partir dos anos 80, programas de gestão ambiental começaram a ser

vistos pelas empresas como algo que tinha que implantado para atender as

necessidades imposta pelo sistema. No decorrer do tempo, notou-se um avanço

significativo na própria economia impulsionando novos investimentos que traziam

vantagem e competitividade acirrada no mercado.

A Questão ambiental passou a ser prioridade nessas organizações.

Atualmente, os gestores introduzem em suas empresas programas preventivos e de

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reciclagem de resíduos assim como medidas para reduzir o consumo de energia e

de água, no processo de construção e manutenção.

Nos últimos anos, varias iniciativas foram criadas, com o olhar voltado a

gestão ambiental sempre com o intuito de orientar as empresas de todos os setores

no seu desenvolvimento.

Vários investimentos têm impulsionado à construção sustentável com o

objetivo de preservar o meio ambiente. Uma destas iniciativas é o desenvolvimento

de sistemas de certificação ambiental para edificações sustentáveis como a

Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design),

A primeira versão do sistema LEED™ (versão 1.0) foi desenvolvida pelo USGBC em 1998 e também é conhecida como “Projeto Piloto”. Em março de 2000 foi lançada a versão 2.0 (LEED 2.0 Reference Guide), e em 2002 foi apresentada a versão 2.1, seguida pela versão 2.2. Finalmente, no início de 2009, entrou em vigor a versão 3, com significativas mudanças no sistema de pontuação e ponderação.

O LEED versão 3 (2009) não é uma reconstrução total da versão anterior, mas sim uma reorganização dos atuais sistemas de classificação para edifícios comerciais e institucionais, juntamente com os principais avanços atuais na área. O LEED 2009 inclui três grandes modificações para o sistema de classificação: harmonização, ponderação de créditos e regionalização (USGBC, 2008).

Os créditos passam a ter diferentes ponderações em função de seu impacto ambiental e de diferentes preocupações com a saúde humana. Com a ponderação de créditos revista, o LEED agora oferece mais pontos a estratégias que terão maior impacto positivo sobre os fatores considerados de maior importância: eficiência energética e reduções de CO2. Os impactos das categorias foram priorizados, e aos créditos foram atribuídos valores baseados no modo pelo qual cada um contribuiu para atenuar o impacto. Como resultado, o LEED 2009 passou operar em uma escala de 100 pontos (USGBC, 2008).

O sistema certifica edifícios a partir de uma lista de pré-requisitos e então atribui crédito com base em uma lista de objetivos pré-selecionada. Quatro diferentes níveis de certificação de edifícios verdes são concedidos (Certificado, Prata, Ouro e Platina), com base em um total de pontos obtidos em seis categorias. (BUENO; ROSSIGNOLO, 2010, p.46).

Pode-se também destacar duas certificações relacionadas à construção

sustentável: AQUA e PROCEL.

A AQUA (Alta Qualidade Ambiental);

A Alta Qualidade Ambiental (AQUA) é definida como sendo um processo de gestão de projeto visando obter a qualidade ambiental de um empreendimento novo ou envolvendo uma reabilitação.

A obtenção do desempenho ambiental de uma construção envolve tanto uma vertente de gestão ambiental como uma de natureza arquitetônica e técnica. Um dos métodos mais confiáveis para tanto é se apoiar numa organização eficaz e rigorosa do empreendimento. Esta é a razão pela qual

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o referencial técnico de certificação estrutura-se em dois instrumentos, permitindo avaliar os desempenhos alcançados com relação aos dois elementos que estruturam essa certificação: o referencial do Sistema de Gestão do Empreendimento (SGE), para avaliar o sistema de gestão ambiental implementado pelo empreendedor, e o referencial da Qualidade Ambiental do Edifício (QAE), para avaliar o desempenho arquitetônico e técnico da construção (Fundação Carlos Alberto Vanzolini, 2008).

A implementação do Sistema de Gestão do Empreendimento permite definir a Qualidade Ambiental visada para o edifício e organizar o empreendimento para atingi-la, ao mesmo tempo em que permite controlar o conjunto dos processos operacionais relacionados às fases de programa, concepção e realização da construção. (BUENO; ROSSIGNOLO, 2010, p.48).

Não podemos deixar de falar da certificação PROCEL que é o plano de

ação que monitora o consumo de energético, trabalha em parceria com governo

acompanhando a racionalização o consumo de energia nas edificações no Brasil.

No entanto, pode-se afirmar que a garantia da sustentabilidade de um

projeto e mesmo com a sua exploração provem recursos e bem-estar econômico e

social.

Nesse contexto, a produtividade vai além da ideia de uma boa produção

ou de ser eficiente. A empresa que não atenta para questões ambientais pode se

considerar decadente, por não estar de acordo com a resolução 307 do CONAMA.

No Brasil, as políticas públicas voltadas ao gerenciamento de Resíduos

de Construção Civil orientam as empresas geradoras de resíduos a adotar métodos

de gerenciar e programar medidas que visem à redução da quantidade de resíduos

produzidos. Estas medidas, infelizmente ainda não são adotadas por algumas

empresas que ainda lutam em não acompanhar o progresso; elas não consideram

como ações primordiais que visa o meio ambiente, a explicação encontrada é a

demanda de tempo e capital para investir em novas tecnologias. O que se vê nas

empresas é que a praticidade com que são descartados os resíduos é que conta.

O gerador de resíduo é responsável pela implantação de programas de

gerenciamento de resíduos da construção civil nos seus empreendimentos. Isto

envolve uma tomada de decisão, baseados nos procedimentos necessários para o

manejo e na destinação correta dos resíduos.

O que compete aos municípios, é determinar a implementação do Plano

Diretor a gestão dos resíduos da construção civil, e colocá-lo em prática, havendo

uma fiscalização por parte do órgão responsável, e o seu não cumprimento será

passível de multa. Desta forma as empresas construtoras irão se adaptar ao que

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exige o município de modo a garantir a destinação ambientalmente correta dos

resíduos de construção civil.

4. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Encontra-se, neste capítulo, todas as etapas do processo de investigação.

A pesquisa refere-se a um estudo descritivo, de caráter exploratório, para avaliar o

problema da Educação Ambiental voltado para o gerenciamento do lixo da

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construção civil gerado no município de Icó-CE. A metodologia da pesquisa

qualitativa apresentou-se como abordagem adequada para contemplar os aspectos

de caracterização da realidade local.

Na avaliação da pesquisa realizada na cidade, foram observadas as

questões subjetivas e objetivas presentes no tema da pesquisa. Para as primeiras

questões, utilizaram-se para a coleta de dados; observações de campo e análise do

material fotografado utilizado à sensibilização. Para as questões objetivas, buscou-

se quantificar os principais indicadores de geração de resíduos sólidos na região.

4.1. A pesquisa e Sua Natureza

Tendo em vista o objeto de estudo: Contribuir para a redução de

materiais depositados em lugares inadequados e reutilização dos mesmos na

própria construtora na cidade de Icó-CE. A presente pesquisa é de natureza

exploratória e explicativa. A pesquisa exploratória busca levantar informações sobre

um determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as

condições de manifestação desse objeto, e assim criando uma porta de entrada para

a pesquisa explicativa, já que com os dados em mão será fácil ter uma explanação

de tudo que ocorre não no só no município mais também se terá uma visão geral da

situação atual do país.

4.2. O Cenário Espacial da Pesquisa

O local escolhido para este estudo foi cidade de Icó/CE que tem 278 anos

de história, possui cerca de sessenta e sete mil, cento e noventa e sete habitantes

(67.197) em dois mil e quinze (2015) IBGE, censo 1015.

A cidade está localizada ao sul do Ceará com coordenadas 06º24’03’’S

38º51’43’’O (SAD 69), sua área é de 1.871,980 km², sua elevação é de 153m.

Figura 4 – Vista superior da cidade de Icó/CE

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Fonte: Google Earth (2017)

A pesquisa parte inicialmente com um levantamento de estudos

bibliográficos, constituído de livros, revistas, e redes eletrônicas, a fim de um maior

aprofundamento sobre o tema.

Posteriormente, para a coleta de dados, utilizou-se a visita em campo

onde se analisou e registrou através de imagens parte de materiais provenientes de

obras, conversa informal com a população, assim como consulta à Secretaria de

Infraestrutura do município para maiores informações e esclarecimento acerca do

assunto e o que foi visto na pesquisa exploratória. Vale ressaltar que a secretaria

não quis nos fornecer dados relacionados à essa questão, apenas informou que há

uma fiscalização, porém muitos dos entulhos são depositados em lugares

inadequados no período da noite, e não tem como se fazer esse acompanhamento.

Outro pondo indagado foi com relação ao bota-fora jogado às margens do Rio

Salgado, um dos principais rios do estado do Ceará, que sofre com o descaso, tanto

da população, quanto dos governantes da cidade.

4.3. Procedimentos de Coleta de Dados

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A aplicação dos questionários não foi possível, pois houve recusa por

parte do secretário de infraestrutura da cidade, e algumas empresas procuradas não

quiseram nos atender, então o que foi possível, foi à conversa informal com

moradores e a tirada de fotos.

Depois de coletados os dados foi feito uma leitura e análise do material

para organizar as ideias, e logo, verificar os elementos essenciais à pesquisa.

4.4. Questionário

O questionário usado durante as entrevistas foi elaborado pela própria

autora, com base na sua percepção cotidiana e assim facilitar a coleta de

informações junto à comunidade. As perguntas tiveram o objetivo de buscar

informações para o descaso da destinação dos resíduos sólidos da construção civil

e verificar o conhecimento da população sobre a destinação correta.

Foram aplicadas seis perguntas, partindo do tema do trabalho, as

entrevistas fossem conduzidas da mesma forma e obtiveram o resultado esperado,

durante todas as entrevistas foi usado o mesmo critério de avaliação para as

respostas das questões referentes à gestão dos resíduos. Isto é, foi considerada

resposta positiva para as ações adotadas pelos moradores, negativas para as ações

não adotadas pelos moradores.

A seguir, a foto ilustrativa do terreno que foi executado um levantamento

planimétrico, deixando perceptível que não há um local apropriado para depositar o

restante do material, a explicação dada pelo proprietário é que, o material está

sendo armazenado para posteriormente ser utilizado como aterro.

Figura 5 – Aterro

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Foto: A autora (2016)

Diferente do que foi visto na imagem anterior, o proprietário não teve o

devido cuidado ao fazer o depósito do entulho armazenando assim, na lateral da CE

82, trecho que liga os municípios de Iguatu e Icó – CE.

Figura 6 – Resídua depositada as margens da CE 82

Foto: A autora (2016)

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Nessa imagem, nota-se que o descaso da própria população que acabou

obstruindo parte da rua. Esse fato ocorre devido à falta de um local apropriado para

o armazenamento do material.

Figura 7 – Obstrução de via

Foto: A autora (2016)

Em uma das visitas foi constatado o momento exato em que um senhor

estava a depositar o bota fora de uma construção em local inapropriado.

Figura 8 – Despejo de bota-fora em local inapropriado

Foto: A autora (2016)

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Nessa situação aqui apresentada a população depositou o entulho na

lateral do colégio CERE – Centro de Referência Educacional Padre José Alves.

Figura 9 -- Deposito de bota-fora irregular

Foto: A autora (2016)

Na zona urbana não é diferente, armazenam o material nas calçadas

atrapalhando o trajeto de veículos e pedestres.

Figura 10 – Obstrução de vias no Centro da Cidade

Foto: A autora (2016)

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A imagem a seguir mostra o acesso e às margens do Rio Salgado,

demonstrando a falta de conscientização e respeito por parte de empresas e

população.

Figura 11 – Degradação do Meio Ambiente

Foto: A autora (2016)

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5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo será feita uma avaliação das informações obtidas durante

a pesquisa, ou seja, serão discutidas as informações coletadas.

5.1. Caracterização da Pesquisa

A pesquisa foi realizada no perímetro urbano do município de Icó/CE,

tendo como locais mais específicos os canteiros de obras, logradouros públicos e os

locais de destinação dos resíduos da construção civil, desde a geração até o destino

final.

O que se pode verificar é que boa parte dos entrevistados não tinha

conhecimento da destinação correta dos entulhos.

Com relação ao órgão público, os gestores do município deixam a

desejar, notou-se que há um descaso por parte da secretaria de obras e

infraestrutura.

5.2. Análise dos Dados

Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa,

conforme a aplicação do questionário, a fim de quantificar o conhecimento dos

moradores em relação a destinação correta dos resíduos sólidos. Os entrevistados

foram selecionados aleatoriamente, a pesquisa foi realizada por amostragem, haja

vista que não foram entrevistados todos os moradores do município.

5.3. Resultados e Discussão

A partir do questionário apresentado em Apêndice pode-se observar que

o perfil dos entrevistados é formado por moradores que desconhecem a política de

resíduos da construção civil. Quanto às questões referentes à gestão do município,

há falhas no sistema quanto a forma de gerenciamento dos RCC, o resultado

encontra-se no gráfico 01:

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Gráfico 01: Conhecimento da destinação correta dos resíduos da construção civil

Fonte: A autora (2017)

O Gráfico 01 mostra que mais de metade (80%) dos entrevistados não

conhecia a política da destinação dos resíduos da construção civil e outros (20%)

conheciam esporadicamente. Este resultado revela que no município não ocorrendo

a destinação adequada para os RCC.

Quanto à questão referente ao destino dado aos resíduos produzidos nas

obras no município, o resultado encontra-se no gráfico 02:

Gráfico 02: Destino dado aos entulhos produzido nas obras no Município de Icó/CE

Fonte: A autora (2017)

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O Gráfico 02, mostra que (10%) reutiliza os resíduos nas obras; enquanto

que nada era levado pelo tele entulho (0%), e uma pequena parcela era levado pela

coleta municipal (15%) e era destinada conforme necessidade encontrada (aterro),

(75%) dos resíduos estavam sendo destinados em local inadequados. Este

resultado revela que no município necessita da implantação de mecanismos de

gerenciamento dos RCC. Assim, mostra que há carência de responsabilidade

ambiental.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho, elaborado através de pesquisa bibliográfica e de campo,

traz muitos resultados, que poderão ser usados para implantação de programas e

formas de gerenciamento dos RCC no município de Icó/CE.

A verdade encontrada é uma realidade dolorosa, onde as perspectivas de

mudanças são poucas, devido ao descaso dos gestores deste município. Não foi

possível constatar que a cidade tem um Plano Diretor atualizado já que não foi

possível ter acesso a esses documentos ou informações.

A evolução é um processo, e como todo processo, acontece de forma

gradual. Não se deve desmerecer o que já foi alcançado, o que causa preocupação

é que, ainda não há um engajamento de todas as empreses de pequeno, médio e

grande porte, portanto ainda estamos longe de ser considerados exemplos de

conduta ambiental. Tem que haver uma motivação e sensibilização de todos

incluindo a população, já que, políticas públicas são falhas.

O lixo da construção civil não é um problema apenas do Brasil, na Europa

há um desperdício de materiais, tais como concreto, pedras e recursos minerais

valiosos.

Com os avanços da sociedade, acelerou o processo da construção civil

aumentando significativamente o número de edificações e consequentemente

gerando uma grande produção de resíduos, principalmente entulhos nos canteiros

de obras, afetando, em especial as áreas urbanas.

Em 2002, inicia-se no Brasil a implementação de políticas públicas,

normas e especificações técnicas, direcionados a resolução dos problemas

resultantes do manejo inadequado dos resíduos.

Com o agravamento dos impactos ambientais, em especial nas áreas

urbanas, onde se tem uma preocupação maior devido ao crescimento populacional.

Partindo dessa problemática foi implantada a Resolução do CONAMA de N 307/02 e

suas atualizações, que, em seu primeiro artigo estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, disciplinando as

ações necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais.

Nos dias atuais embora se tenha bastante conhecimento para que sejam

reutilizados os RCC, mesmo assim a maioria dos resíduos são lançados em aterros

ou em muitos casos simplesmente lançados em locais conhecidos por “bota fora”.

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Diante desta situação, buscou-se identificar a realidade do tratamento dado aos

entulhos da construção civil no Município de Icó-CE, através de pesquisa de campo

que revela, entre outros, que neste município não há destinação correta dos

resíduos sólidos da construção civil. Na realidade, como se pode perceber, a

questão ambiental está inserida num contexto maior, e enquanto essa realidade não

mudar, não será possível dar a essa questão o tratamento que merece.

O trabalho mostrou que se não houver uma intervenção imediata, os

efeitos colaterais que futuramente podem ocasionar danos bem maiores do que

ocorre atualmente, o que se vê hoje na cidade do Icó é que uma simples chuva

ocasiona uma inundação e isso, se deve também ao fato de uma má distribuição

dos resíduos provenientes da construção civil.

Foi verificada a falta de políticas por parte dos órgãos públicos quanto à

obrigatoriedade da destinação correta dos RCC.

O desenvolvimento deste trabalho, bem como o levantamento de dados e

suas análises demonstra as formas como estavam sendo gerenciados os resíduos

da construção civil, em especial na cidade de Icó/CE. Os mesmos não estavam

recebendo o destino adequado e, tampouco, tratamento necessário para impedir a

degradação da natureza.

Diante dos resultados, sugere-se maior envolvimento do setor público,

atualização do Plano Diretor e apresenta-lo a população, com orientações especiais

ao setor da construção civil bem como a população. Posteriormente, advertência aos

que não cumprirem a Resolução do CONAMA Nº 307/02 (e suas alterações) e,

finalmente, multas de acordo com as possibilidades legais. A sugestão enfim, cabe

em primeiro lugar, aos grandes geradores deste tipo de entulhos (empresas

construtoras) para, finalmente, ser levada aos demais geradores de entulho de

construção civil, objetivando um ambiente cada vez mais saudável.

O tema Gerenciamento de resíduos sólidos é, sem dúvida, uma

preocupação crescente e motivadora para todas as empresas públicas e privadas

que buscam manter um alto desempenho e competitividade no mercado cada vez

mais globalizado assim não agravando o meio ambiente e reconhecendo-o como um

elemento vital para o desenvolvimento e o crescimento do planeta.

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REFERÊNCIAS

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CONAMA, Resolução. “Resolução 307: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil”. 2002. Disponível em: < www.mma.gov.br/port/Conama/legiabre.cmf-307> Acesso em: 13 Mai 2016. DIAS, Reinaldo. “Sustentabilidade: origem e fundamentos; educação e governança global; modelo de desenvolvimento”. 2. ed. – editora Atlas, 2015. EARTH Google. Disponível em: https://www.google.com.br/intl/pt-PT/earth Acesso em: Fev. 2017. JARDIM, Niza Silva et al. “Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento integrado”. São Paulo: IPT: CEMPRE, 1995. LIMA, Rosimeire Suzuki; LIMA, Ruy Reynaldo Rosa. “Guia para elaboração de projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil”. 1 serie. Paraná, 2009. MOREIRA, Eduardo Henrique; JUNIOR, Nelson Boechat Cunha; JUNIOR, Geraldo Landim Linhares. Gerenciamento de resíduos sólidos para a construção: Alternativas para a destinação de resíduos da construção civil. 3º Ed. Belo Horizonte: SINDUSCON – MG, 2008. PINTO, Tarcísio de Paulo. “Gestão ambiental de resíduos da construção civil: A experiência do SINDUSCON-SP”. São Paulo. 2005. PROGUARU, Progresso e Desenvolvimento de Guarulhos S/A. Disponível em: <http://www.proguaru.com.br/site/recicladora> Acesso em: Dez 2016. PRS, Portal Resíduos Sólidos. Disponível em: <http://www.portalresiduossolidos.com/definicao-de-residuos-da-construcao-civil-no-brasil/ >. Acesso em: Dez 2016. SCHALCH, Valdir; LEITE, Wellington Cyro de Almeida. GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Disponível em: <http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGTGA/Apostila_Gestao_e_Gerenciamento_de_RS_Schalch_et_al.pdf> Acesso em: Jan 2017.

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APÊNDICE

QUESTIONARIO INFORMATIVO

1) Você tem conhecimento da destinação correta dos resíduos sólidos

provenientes da construção civil?

( ) SIM ( ) NÃO

2) Você sabe que é de responsabilidade dos órgãos públicos municipais a retirada

dos entulhos depositados em ruas?

( ) SIM ( ) NÃO

3) Já ouviu falar em plano diretor?

( ) SIM ( ) NÃO

4) Já fez alguma obra na sua casa?

( ) SIM ( ) NÃO

5) Reutilizou o material?

( ) SIM ( ) NÃO

6) Sabe o que é sustentabilidade?

( ) SIM ( ) NÃO