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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS TABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO TÚLIO FERRAZ SAMPAIO COMPARATIVO DA TUBULAÇÃO DE PVC E FERRO FUNDIDO PARA ADUTORAS JUAZEIRO DO NORTE - CE 2016

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL –

HABILITAÇÃO EM EDIFÍCIOS

TABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

TÚLIO FERRAZ SAMPAIO

COMPARATIVO DA TUBULAÇÃO DE PVC E FERRO FUNDIDO PARA ADUTORAS

JUAZEIRO DO NORTE - CE

2016

TÚLIO FERRAZ SAMPAIO

COMPARATIVO DA TUBULAÇÃO DE PVC E FERRO FUNDIDO PARA ADUTORAS

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Comissão Examinadora do

Curso de Tecnólogo da Construção Civil

com habilitação em Edifícios, da

Universidade Regional do Cariri – URCA,

como requisito parcial para obtenção do

título de Tecnólogo em Engenharia Civil.

Orientador: Professor Esp. Vangivaldo de

Carvalho Filho.

JUAZEIRO DO NORTE - CE

2016

TÚLIO FERRAZ SAMPAIO

COMPARATIVO DA TUBULAÇÃO DE PVC E FERRO FUNDIDO PARA ADUTORAS

BANCA EXAMINADORA

PROF. ESP.Vangivaldo de Carvalho Filho (ORIENTADOR)

PROF.MESTRE. Jefferson Luiz Alves Marinho (AVALIADOR)

PROF.ESP. Paulo Ricardo Evangelista (AVALIADOR)

DATA DE APROVAÇÃO: _____ DE _________________ DE 2016

Dedico a todos que sempre estiveram ao meu

lado durante estes anos de luta incentivando-

me a nunca desistir dos meus sonhos.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar forças para enfrentar essa batalha.

A minha família pelo apoio.

Aos colegas da faculdade por dividirem os bons momentos.

Aos professores que destinaram parte da sua vida a minha aprendizagem.

A todos que cooperaram direta ou indiretamente na obtenção desse titulo.

“Sonhos determinam o que você quer. Ação

determina o que você conquista.”

(ALDO NOVAK)

RESUMO

O presente trabalho aborda a comparação da utilização de tubulações de

PVC e ferro fundido em adutoras, destacando os aspectos referentes ao custo,

características e comportamento dos materiais, objetivando destacar qual o melhor

material para aplicação. Procurando analisar as características dos materiais, os

custos, facilidade de manuseio na execução e identificar vantagens e

desvantagens, levando em consideração os aspectos da instalação, como:

diâmetro do tubo, cargas externas, custo de instalação e manutenção, qualidade da

água, quantidade de água, pressão da água e as particularidades do terreno. Para

isso é analisado os tipos de adutoras e os aspectos de projeto citados acima.

Através do estudo de caso é feito um comparativo, sobre todos os aspectos, entre

os dois materiais. Além da questão econômica, outro foco deve ser a qualidade

desse material e a segurança no contato com a água de consumo humano. Por

conseguinte, a pesquisa realizada conclui-se que a tubulação de ferro fundido

apresenta economia a longo prazo, pois possui uma vida média maior e menor taxa

de reparos.

Palavras-chave: tubulação, PVC, Ferro Fundido.

ABSTRACT

This paper deals with the comparison of the use of PVC pipes and cast iron water mains, highlighting the aspects related to cost, characteristics and behavior of materials, aiming to highlight what the best material for application. Looking analyze the characteristics of materials, cost, ease of handling implementation and identify advantages and disadvantages, taking into account aspects of installation, such as pipe diameter, external loads, cost of installation and maintenance, water quality, quantity water, water pressure and the terrain characteristics. For this is analyzed types of water mains and design aspects mentioned above. Through a comparative case study is done on all aspects between the two materials. Beyond economics, another focus should be the quality of the material and safety in contact with water for human consumption. Consequently, the survey is concluded that the cast iron pipe has a long-term savings, since an average life major and minor repairs rate.

Keywords: Pipe, PVC, Cast Iron.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Variação mensal dos vazamentos reparados entre 2002 e 2007. __________ 39

Figura 2 - Taxa de quebras por material da tubulação. ___________________________ 39

Figura 3 - Taxas de quebra segundo faixas de pressão. _________________________ 40

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características do PVC e ferro fundido. ______________________________ 38

Tabela 2 - Custos estimados para reparo de quebras e substituição de tubulações. ____ 41

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO _______________________________________________________ 11

1.1 OBJETIVO GERAL_______________________________________________________ 13

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS _______________________________________________ 13

1.3 METODOLOGIA _________________________________________________________ 13

2. JUSTIFICATIVA ______________________________________________________ 14

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________ 15

3.1. ADUTORAS _____________________________________________________________ 15

3.1.1. LINHAS ADUTORAS _________________________________________________ 17

3.1.2. DIMENSIONAMENTO DE ADUTORAS ___________________________________ 17

3.2. REDES DE DISTRIBUIÇÃO _________________________________________________ 19

3.2.1. RESERVATÓRIOS _____________________________________________________ 19

3.3. TUBULAÇÔES _____________________________________________________________ 20

3.3.1. HIDRÁULICA APLICADA AS TUBULAÇÕES ______________________________ 22

3.3.2. TUBULAÇÕES EMPREGADAS EM LINHAS ADUTORAS ___________________ 24

3.3.3. MÉTODO BASEADO NA VARIAÇÃO LINEAR DOS CUSTOS DAS

TUBULAÇÕES ______________________________________________________________ 25

3.3.4. TUBULAÇÕES DE PVC (POLI VINIL CLORETO) __________________________ 26

4. DISCURSO DOS RESULTADOS _________________________________________ 38

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________ 41

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________________ 42

11

1. INTRODUÇÃO

Na Europa e nos Estados Unidos é cada vez maior o uso de tubos de PVC na

distribuição de água em adutoras e redes de distribuição. Porém, no Brasil, ainda se

usam vastamente as tubulações de ferro fundido em adutoras e redes de

distribuição de água.

A tubulação de PVC apresenta vantagens em sua utilização, como por

exemplo, pouco peso, alta resistência à corrosão, coeficiente de atrito muito baixo,

facilidade de manuseio, baixa condutividade térmica e elétrica e cor própria e

permanente, além de menor custo de aquisição. Enquanto que os tubos de ferro

fundido proporcionam as seguintes vantagens: elevada resistência ao calor, elevada

resistência à pressão interna, dentre outras. O PVC novamente se manifesta como

uma boa opção quando a questão é segurança no contato com a água de consumo

humano, onde proporciona uma grande produtividade na instalação e

estanqueidade, evitando perdas de água e contaminação do lençol freático no caso

de uso em esgotos, e vida útil bem maior.

Tendo em vista que a construção civil vem se preocupando em procurar

processos mais eficazes e eficientes com menores custos e com foco maior no meio

ambiente, a tubulação PVC é uma ótima opção para substituir a tubulação de ferro

fundido. A sua montagem simples otimiza o tempo e facilita o trabalho, além de ter

baixo custo.

Um exemplo da utilização de tubos PVC que tem chamado bastante atenção

é a fabricação dos mesmos, já no local de instalação, com vários quilômetros de

extensão sem a presença de juntas, através do deslocamento da máquina à medida

que o conduto ia se formando. Ocasionando em economia na quantidade de juntas

necessárias e de mão-de-obra.

Na escolha do tipo de material, além da comparação da qualidade e custo-

benefícios, deve-se levar em consideração as despesas de operação e implantação

tendo como foco principal a parte econômica e a qualidade. Em vista da parte

12

econômica é de suma importância o cálculo do diâmetro, pois minimiza o custo de

implementação e operação.

Outros fatores importantes que também devem ser observados para escolha

do PVC e do ferro fundido são: pressões de trabalho, cargas externas, qualidade da

água, quantidade de água e particulares do terreno. Visando se ter uma tubulação

com conservação por um período bem significante para a obra.

No entanto, os materiais em questão por si só não garantem vida útil

prolongada, para isso acontecer se faz necessário que a instalação seja bem

planejada, para que a água transportada possa chegar ao seu destino com

qualidade, para um atendimento bem desejado.

As adutoras são conduções do sistema de abastecimento e tem como função

conduzir água entre unidades que nomeiam a rede de distribuição. Elas não lançam

a água diretamente aos consumidores, entretanto pode haver derivações que são as

sub-adutoras. Podendo ser consideradas de tal maneira como à natureza da água

transportada, bruta ou tratada. E tubulação é o conjunto de tubos e conexões

assentados com a finalidade de transportar um determinado fluido ou sólido de um

ponto a outro.

Para a definição de qual tipo de material utilizar pelo requisito de pressão da

água estudos sobre qual o tipo de adutora a serem utilizadas serão necessárias. As

adutoras podem ser por gravidade em conduto livre, por gravidade em conduto

forçado.

13

1.1 OBJETIVO GERAL

Analisar e comparar as tubulações de PVC e ferro fundido nas construções de

adutoras.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as principais características das tubulações de PVC e ferro fundido

na construção de adutoras.

Fazer um comparativo entre as tubulações de PVC e ferro fundido,

destacando as vantagens e desvantagens de cada um.

Destacar o tipo de tubulação mais viável para a construção de adutoras.

1.3 METODOLOGIA

O presente trabalho contempla uma metodologia de análise bibliográfica das

qualidades dos materiais PVC e Ferro Fundido, visando uma comparação e análise

de qual o melhor material para utilização em adutoras.

O embasamento teórico do trabalho foi desenvolvido no tópico 3 deste

trabalho. Para o desenvolvimento deste estudo foi realizado através de pesquisa

bibliográfica, a qual foi desenvolvida a partir de materiais publicados em livros,

artigos, dissertações, teses e NBRs.

14

2. JUSTIFICATIVA

O tema presente foi escolhido em vista da grande procura da construção civil

por materiais mais econômicos e que viabilizem a execução do serviço, partindo da

comparação entre as tubulações de PVC e ferro fundido, destacando as vantagens e

desvantagens de utilização.

As linhas adutoras tem um grande valor para o sistema de abastecimento,

sendo que se houver alguma interrupção em seu funcionamento afetam todas as

demais unidades, comprometendo assim o próprio atendimento para a população

que depende direto ou indiretamente desse atendimento, pois está sujeito a esperar

o tempo necessário para o restabelecimento do fluxo, que pode ser contornado

imediato ou demorar dias para esse recebimento de água normalizar, causando

transtornos à população, como paralisação das unidades escolares, outros

departamentos público e até mesmo particular, pois sem água fica impossível

trabalhar, se alimentar, lavar e outras demandas que necessitam desse atendimento

para funcionarem. Portanto, a análise não será somente com base no valor

financeiro entre os dois matérias, mas também nas qualidades dos mesmos para

que se evite transtornos na rede.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. ADUTORAS

As adutoras podem ser originadas equivalendo às canalizações que

conectam a estação elevatória à rede de distribuição, pois o sistema de distribuição

é composto pelos reservatórios e redes de distribuição. De acordo com o

Departamento Nacional de Obras contra a Seca (DNOCS, 2012), os açudes de

grandes e médios portes oferecem sustentáculo ao abastecimento de água nas

regiões, entretanto a localização geográfica destes mananciais torna a recepção da

demanda centrada e de escassa abrangência.

As adutoras são conduções do sistema de abastecimento e tem como função

conduzir água entre unidades que nomeiam a rede de distribuição. Elas não lançam

a água diretamente aos consumidores, entretanto pode haver derivações que são as

sub-adutoras. Podendo ser consideradas de tal maneira como à natureza da água

transportada, bruta ou tratada.

Se tratando da energia para a circulação da água Tsutyia (2006, p. 64),

orienta que:

Sob o ponto de vista hidráulico, em adutoras por gravidade, recalque ou mista. a) Adutoras por gravidade: transportam a água de uma cota mais elevada para a cota mais baixa; b) Adutoras por recalque: transportam a água de um ponto a outro com cota mais elevada, através de uma estação elevatória e podem ser de único recalque ou recalque múltiplo e; c) Adutoras mistas: possui trechos por gravidade e trechos por recalque.

Dessa forma é necessário que se faça um estudo mais aprofundado sobre

qual a mais eficaz e econômica para as adutoras.

Nesse contexto as adutoras por gravidade em conduto livre ocorrerá quando

a água escoar continuamente em declive, sustentando uma superfície acessível sob

o efeito da pressão atmosférica. Sendo assim, os condutos não trabalham com

seção total. Já na adutora por gravidade em conduto forçado a força interna

permanentemente superior à pressão atmosférica admite à água mover-se, seja em

16

acepção descendente seja em acepção ascendente. Adutora por gravidade em

conduto forçado quando no local da captação deve estar em um nível inferior, que

não permita a adução por gravidade, sendo imprescindível o serviço de equipamento

de recalque. Sendo assim descrever que a adução é realizada em condutos

forçados por recalque.

Com o intuito de minimizar as despesas de implantação das adutoras,

recomenda-se que a mesma seja implantada preferencialmente em ruas e terrenos

públicos para que se possa impedir traçado onde o terreno é rochoso, pantanoso e

de outras características não apropriadas, também não se deve realizar trechos de

adução horizontal, mas se o terreno apresentar aspecto horizontal, o conduto

precisa proporcionar alternadamente perfis ascendentes e descendentes, nos

trechos ascendentes com declividade não inferior a 0,2% e trechos descendentes

com declividade não inferior a 0,3%. Porém, quando a inclinação do conduto for

maior a 25%, tem-se a precisão de empregar blocos de fixação para oferecer o

equilíbrio ao conduto.

Com o passar dos tempos à vida útil do ferro se apresenta baixa e esse

material exibe desvantagens como: ferrugem, condução de calor, além do fenômeno

da incrustação, ou seja, redução da seção transversal devido ao acúmulo de

resíduos em suas paredes internas. Dessa forma, nas últimas décadas, o Policloreto

de Vinila, mais conhecido como PVC, recebeu grande valor pelos consumidores e

encanadores, substituindo, a partir da década de sessenta, os tubos de ferro

fundido.

Tornando-se apreciada a mais comum das famílias de tubos e conexões, o

PVC, que compõe a maioria das instalações de água fria no Brasil e se posiciona

como absoluto no que se refere a esgoto. No caso, são usados tubos brancos, que

têm espessura de parede menor que a dos tubos marrons, que são específicos para

abastecimento e distribuição de água.

17

3.1.1. LINHAS ADUTORAS

O transporte que acontece com água até chegar às casas, prédios, fazendas

e demais destinos é realizado por meio de linhas adutoras, as quais são definidas

por Azevedo (1998, p. 12) da seguinte forma:

Linhas adutoras são as canalizações principais destinadas a conduzir água entre as unidades de um sistema público de abastecimento que antecedem à rede de distribuição e que interligam a captação e tomada de água à estação de tratamento de água, e esta aos reservatórios de um mesmo sistema. Define ainda que suas derivações, caso sejam necessárias, destinadas a conduzir água até outros pontos do sistema, são denominadas de sub-adutoras.

Sendo então o conjugado de encanamentos, peças exclusivas e obras de arte

designada a gerar a movimentação da água de um abastecimento urbano da

captação a estação de tratamento, da estação de tratamento e do reservatório a

rede de distribuição, do reservatório de distribuição diretamente à rede de

distribuição, fazendo assim com que a água circule nas tubulações.

3.1.2. DIMENSIONAMENTO DE ADUTORAS

A dimensão das instalações de uma adutora de recalque ou estações

elevatórias são sistemas que de acordo com Gomes (1999, p. 23), é composto por

bombas e tubulações, utilizadas para pressurizar um determinado líquido, a fim de

conduzi-lo a um determinado ponto, superando perdas de cargas e desníveis

topográficos. Daí a importância de ser pensado e calculado nos mínimos detalhes,

para se evitar futuros transtornos no que tange os cuidados com a adutora.

Dessa forma o critério fundamental para dimensionar uma adutora é o da

velocidade máxima, pois não pode ultrapassar 2 m/s, equivalente a 7200 m/h. Então,

este limite é instituído para evitar a sobrepressão elevada quando existe suspensão

do fluxo; os balanços na tubulação que diminuem a vida útil; a perda de pressão

demasiada já que a mesma é diretamente adequada à velocidade da água. Assim,

18

habitua-se também constituir um limite mínimo de velocidade para impedir a

deposição de partículas que possam encontrar-se presentes na água. Normalmente,

0,5 m/s é suficiente (Gomes, 1999).

Dessa forma o projeto de uma instalação de recalque envolve o

dimensionamento das tubulações de recalque e de sucção com suas coerentes

estimativas da eficácia do conjunto elevatório. Todavia, um projeto desse porte faz-

se necessário que se tenha uma visão mais ampla no sentido técnico e econômico,

inclusive no que tange o dimensionamento hidráulico da tubulação de recalque, pois

é de suma importância o planejamento minucioso desse tipo de trabalho.

Em se tratando desse dimensionamento destinado para a adutora, as

despesas de operação e implantação tem sua variação financeira. Para Gomes

(1999, p. 29),

O dimensionamento hidráulico de um conduto sobre pressão consiste em determinar a velocidade média da circulação da água (V), a vazão (Q), o diâmetro do tubo (D) e a perda de carga do sistema (hf). No entanto, só se dispõem de duas equações básicas, a da continuidade e a da perda de carga (que geralmente é em função da vazão e do diâmetro). A vazão geralmente é um parâmetro conhecido do projeto, restando três variáveis (V, D, hf), para só duas equações.

Sendo o foco principal o econômico, deve-se, portanto ser empregado um

método bem planejado a fim de tornar mínimos os custos do projeto, porém não

podendo esquecer jamais que deve ser de boa qualidade.

Dessa forma, torna-se imprescindível definir um diâmetro excelente para a

tubulação de recalque, de maneira tal que se consiga uma ótima minimização de

custo de implantação e operação. Essas cotações de implantação vão desde o custo

dos tubos, das peças de conexão, do conjunto motor-bomba, até o custo com

escavação e montagem. É sabido da existência de vários métodos desenvolvidos

para se calcular o diâmetro economicamente ideal para os condutos.

19

3.2. REDES DE DISTRIBUIÇÃO

Sendo um conjunto de peças específicas, uma rede de distribuição designa-

se a transportar a água até os alvos das instalações como residências, prédios e/ou

nos mais diversos pontos de consumo público, continuamente e de forma segura.

Geralmente são organizadas por dois tipos de canalização, principais e secundárias.

Então sendo as canalizações principais, de máximo diâmetro, fornecem as

secundárias de mínimo diâmetro e as mesmas se vinculam espontaneamente aos

pontos de consumo.

De acordo com Tsutyia (2006, p. 22), as redes de distribuição são

classificadas conforme seu traçado e sentido de escoamento nas tubulações

secundárias, dentre elas possuem as ramificadas, malhadas e mistas. Dessa forma

fica sabida da grande importância que tem a canalização para que água chegue a

seu destino com qualidade.

Faz-se necessário saber a importância de que as redes de distribuição devem

ser arquitetadas de modo adequado, considerando as particularidades da região e

as necessidades da população, e demandam uma equipe sucessivamente acabada

para atuar e aperfeiçoar quando necessário. Tal equipe tem ampla responsabilidade

com a saúde das pessoas que se beneficiam da água tratada.

A rede de distribuição é construída para impedir que a pressão eficaz mínima

e a pressão estática máxima não excedam os limites aconselhados e

preestabelecidos.

3.2.1. RESERVATÓRIOS

Empregados para a capitalização da água, os reservatórios apresentam como

desígnio conservar uma compressão mínima ou fiel da rede, objetivando assim

20

acolher todas as demandas emergenciais, como incêndios e rupturas da rede, e

atender a variação de consumo.

Sempre tendo consciência de que o gasto de uma comunidade está ligado a

múltiplos fatores como, climas, hábitos de higiene, qualidade da água, cobrança

(água medida ou não). Sabendo que para uma mesma população, o consumo pode

mudar de acordo com as horas do dia ou com a época do ano, chamados

respectivamente de variação horária e diária.

Dessa forma o reservatório de distribuição consente acolher a essas

variações de acordo com Tsutyia (2006, p. 28),

Os reservatórios de distribuição de água podem ser classificados dependendo da sua configuração e sua posição com relação à rede de distribuição. Com relação a sua configuração podem ser enterrados, semienterrados, apoiados ou elevados, as razões que determinam a escolha entre eles são normalmente pressões, vazões, volumes a armazenar e fatores econômicos. Com relação a sua posição em relação à rede de distribuição têm os de montante, quando está localizado entre a captação e a rede de distribuição, e o de jusante, quando está localizado após a rede de distribuição.

Portanto, nesse último caso, ganha a água de consumo mínimo e ajuda a

abastecer a cidade durante as horas de consumo máximo. Daí a importância de se

planejar com bastante cuidado e atenção os reservatórios.

3.3. TUBULAÇÔES

Na busca por tecnologias mais hábeis e dinâmicas no meio da construção

civil a cada dia, são ampliadas as novidades tecnológicas com o intuito de

aperfeiçoar os processos, suavizar prazos e diminuir os custos. Com tudo isso a

inquietação acerca de como esse processo todo possa acontecer sem prejudicar o

meio ambiente também vem sendo estimulada em torno de todos os procedimentos

executados.

Dessa forma o processo da construção civil convencional ocorre por meio de

um processo de industrialização, originando assim, inovações acerca de

construções e instalações. Sendo assim, diversos fornecedores de materiais de

21

construção optam pelo aperfeiçoamento, a fim de simplificar os serviços em campo e

dinamizando assim a produção.

Portanto as tubulações reais proporcionam uma maior resistência ao declive e

isso não pode ser abandonado na maioria dos casos, sob pena de deslizes

consideráveis. Já para uma tubulação real, pode ser considerada essa equidade

com um dos membros acrescido de uma altura correspondente ao detrimento de

pressão por conta da fricção com a tubulação. Logo, essa parcela é

denominada perda de carga.

Torna-se imprescindível que a preferência pelas peças das tubulações esteja

apropriada para se conseguir um extraordinário dimensionamento de um sistema

adutor. Contudo para se apresentar um resultado eficaz da escolha das tubulações é

imprescindível considerar vários fatores como, diâmetros, custos dos tubos,

pressões de trabalho, cargas externas onde poderão agir a propósito das

tubulações, custos de instalações, manutenção, qualidade da água a ser

transportada e particularidades do terreno onde os condutos serão instalados.

Dessa forma uma tubulação em irrigação pode, segundo a sua finalidade, ser

nomeada como adutora, ramal ou lateral. Sabendo que a adutora é aquela tubulação

que parte da bomba até a área a ser irrigada. Geralmente é a tubulação de maior

diâmetro, sendo os ramais aquelas tubulações que transportam água para os

diversos setores a serem irrigados. E a lateral é aquela tubulação onde estão

conectados os emissores, sejam eles aspersores, gotejadores ou microaspersores,

logo pode-se deduzir que uma lateral tem vazão variável. Sendo no primeiro trecho

regida a vazão que atende a todos os emissores e no segundo trecho, após o

primeiro emissor, é conduzida a vazão total menos a vazão do primeiro emissor. No

último trecho é conduzida a vazão do último emissor apenas.

Segundo Misawa (1975, p. 335), as condições a que os materiais

empregados nas tubulações devem obedecer alguns critérios como a condição de

qualidade, quantidade e pressão da água que será utilizada. Somente assim poderá

se alcançar o sucesso almejado. Contudo é bom saber que uma tubulação em

irrigação pode, segundo a sua finalidade, ser nomeada como adutora, ramal ou

lateral.

22

Compreendendo que a adutora é aquela tubulação que vai da bomba até a

área a ser irrigada. Normalmente é a tubulação de maior diâmetro. Já os ramais são

aquelas tubulações que transportam a água para os distantes setores a serem

irrigados. Todavia, faz necessário saber que a lateral é aquela tubulação onde estão

conectados os emissores, sejam eles aspersores, gotejadores ou microaspersores.

Como pode ser deduzida, uma lateral possui vazão variável. No primeiro trecho é

conduzida a vazão que atende a todos os emissores. No segundo trecho, após o

primeiro emissor, é conduzida a vazão total menos a vazão do primeiro emissor. No

último trecho é conduzida a vazão do último emissor apenas.

3.3.1. HIDRÁULICA APLICADA AS TUBULAÇÕES

O termo “Instalações hidráulicas” faz referência a instalações de dutos, a fim

de adaptar a direção de fluídos, aonde o tipo de instalação altera de acordo com o

escoamento e com a sua finalidade, de acordo com Claro (1999, p. 103), os tipos

mais comuns e considerados são o abastecimento de água e o sistema de esgoto.

Porém, é possível citar mais três itens de grande relevância: sistemas de prevenção

de incêndio, recolhimento de águas pluviais e a distribuição de gás. Portanto nestes

estudos a ênfase será voltada para abastecimento de água.

Já de acordo com Landi (1993, p. 73),

As mais antigas instalações existentes datam de três a seis mil anos atrás, mostrando grande qualidade das mesmas, encontradas em forma de ruínas através de escavações no vale do Rio Indus, na Índia. A estrutura conhecida atualmente é bem diferente da existente no passado. O sistema hidráulico possuía em alguns lugares um sentido distinto do comum, que seria o cuidado com o corpo e conceitos de saneamento como pré-requisito para saúde, higiene e conforto. No Egito, o sistema de distribuição das águas do Nilo, por diques, caracterizava o aspecto social e a distribuição de terras. Já o Império Romano, que atingiu grandes realizações em vários setores da sociedade, principalmente na parte de infraestrutura, com construções como estradas, pontes, aquedutos e linhas fortificadas, teve como execução mais relevante dentre estas obras, os aquedutos.

Pode-se perceber que as instalações se perpetuam ao longo dos anos, e que

vem se aperfeiçoando cada vez mais com estudos voltados a essa temática.

23

Sendo assim as bases que duas equações fundamentais necessariamente

precisam para poder conduzir o transporte da água por meio de condutos forçados,

são apreciadas como a equação da continuidade e equação da energia. Então para

a água, que é precisamente incompressível às pressões que operam nas redes de

abastecimento, a equação da sequência constitui que, para um escoamento fixo, a

vazão (Q) conservar-se constante ao longo de um conduto. Todavia, para alguma

seção do conduto verifica-se onde: Q – vazão na tubulação, m³/s; A – área da seção

transversal da tubulação, m²; V – velocidade média de circulação da água, m/s. A

Equação 1 da energia aplicada a fluidos incompressíveis estabelece que em um

escoamento permanente, entre duas seções de um conduto (de 1 para 2), a soma

das energias de pressão, potencial e cinética na seção 1, é igual à soma destas

mesmas energias na seção 2 mais as perdas de energia produzidas entre as duas

seções (Landi, 1993).

(1)

Portanto a hidráulica de tubulações proporciona aspectos práticos que

submergem ao diagnóstico do declive de líquidos incompressíveis em condutos

forçados e uniformes, em regime estável levando em consideração as espécies de

escoamento que tratam de vazão, velocidade, diâmetro e perda de carga.

Dessa forma, compreende-se por via forçada aquela na qual o líquido escorre

por completo, sendo assim, na maioria das vezes as vias de seção circular são

conhecidas por tubos ou tubulações. Uma via é dita uniforme quando a sua seção

transversal não transforma com o seu comprimento. Sendo assim, a hidráulica

aplicada as tubulações, oferece aspectos práticos que submergem ao julgamento do

escoamento de fluidos incompressíveis em vias forçadas e uniformes, em regime

constante levando em estima as condições de escoamento que tratam de vazão,

velocidade, diâmetro e perda de carga.

24

3.3.2. TUBULAÇÕES EMPREGADAS EM LINHAS ADUTORAS

Em conformidade com os estudos de Alambert Júnior (1997, p. 18), tubulação

é o conjunto de tubos e conexões assentados com a finalidade de transportar um

determinado fluido ou sólido de um ponto a outro. Dessa forma faz-se necessário um

olhar mais minucioso e adequado no momento da seleção das tubulações e de seus

componentes quando se deseja um bom dimensionamento de um sistema adutor.

Contudo para uma adequada seleção de tubulações precisa-se analisar

determinados fatores que estão envolvidos nesse processo de seleção das

tubulações, tais como: custo dos tubos, diâmetros, pressões, cargas externas que

poderão atuar sobre as tubulações, manutenção, custo de instalação, qualidade da

água a ser transportada e características do terreno onde serão instalados os

condutos.

Os materiais que são geralmente empregados em linhas adutoras são ferro

fundido, revestido ou não internamente; aço soldado; concreto armado simples ou

protendido; ferro dúctil; PVC; fibra de vidro; plástico; polietileno e materiais especiais

como o P.R.F.V – poliéster reforçado com fibra de vidro. Portanto os materiais em

uso por si só não garante vida útil prolongada, para isso acontecer se faz necessário

que a instalação seja bem planejada, para que a água transportada possa chegar ao

seu destino com qualidade, para um atendimento bem desejado.

As condições a que os materiais empregados nas tubulações devem

obedecer, segundo Misawa (1975,0p. 238) são:

a) Qualidade da água: dependendo do tipo de água transportada, é importante o uso de materiais que não alterem sua qualidade; que não sejam facilmente dissolvidos e que, com a dissolução na água, não provoquem danos aos usuários da água; b) Pressão da água: materiais que permitam a obtenção de tubos com espessuras de paredes desejadas e que consigam resistir tanto aos esforços internos quanto externos; c) Quantidade de água: materiais que permitam a obtenção de tubos de diâmetros ou seções de escoamentos desejados, que não permitam grande rugosidade relativa ao decorrer do tempo; que não permitam a sensível alteração da seção de escoamento ao decorrer do tempo; que permitam a confecção de juntas com o mínimo de vazamentos e que provoquem o mínimo de trincas, corrosões e arrebentamentos pelas ações internas e

25

externas; d) Economia: a escolha de materiais, que satisfazendo condições técnicas, sejam de menor custo; sejam resistentes aos choques que ocorrem durante a fase de carga/descarga e assentamento; que permitam cortes e furos com relativa facilidade; materiais mais leves que facilitem o transporte e assentamento; materiais que permitam o menor número de juntas ou conexões; mais duráveis e que permitam menor custo na operação e manutenção.

Portanto é preciso que todas as atenções sejam voltadas para essas

recomendações a fim de que se possa realizar um trabalho com qualidade e

eficiência, podendo dessa forma fazer com que se possa ter uma tubulação com

conservação por um período bem significante para a obra.

Sendo assim para determinar o diâmetro interno de uma tubulação também

tem que se avaliar as perdas de pressão que sucedem ao longo dessa tubulação,

com objetivo de determinar qual deve ser a pressão na entrada para que seja

possível entregar no final da adutora a vazão correta, na pressão certa.

3.3.3. MÉTODO BASEADO NA VARIAÇÃO LINEAR DOS CUSTOS DAS

TUBULAÇÕES

Os custos de uma tubulação ainda continuam sendo uma grande

preocupação para as construtoras, pois demanda um orçamento bastante

significativo as tubulações empregadas nas adutoras. Um dos métodos mais usados

e que é bastante simples e parte do princípio, aprovado por Mendiluce (1996, p. 34):

O custo da tubulação varia linearmente com o seu diâmetro, ou seja: C(D) = l D (6) em que: C(D) é o preço da tubulação por metro de comprimento ($/m); D o diâmetro normalizado do tubo, em metros; l é o custo do tubo, por metro de comprimento, e por metro de diâmetro ($/m x m). O custo total do sistema de recalque é composto de duas partes distintas: uma referente aos custos de implantação do sistema, e a outra se refere aos custos operacionais, que, em grande parte, corresponde à energia gasta pela instalação de bombeamento para recalcar a vazão de projeto.

E ainda completa Porto (1998, p. 46),

O custo de implantação da tubulação de recalque pode ser dado pela equação 2.5, sendo L o comprimento total da tubulação, ou seja: Cinstalação = l D L (7) A potência, em Kw, requerida pelo conjunto motor bomba, para elevar uma vazão Q de água, a uma determinada altura manométrica "Hman" é dada por: η Q Hman 8,91 P = (8) Q é dada em m³/s,

26

a altura manométrica, que corresponde à altura 1 Jaques Antoine Charles Bresse, engenheiro francês.

Todo esse trabalho necessita de um olhar minucioso, pois a demanda é

bastante significativa em quantidade de tubulações e para que a obra tenha

qualidade faz-se necessário que o material também tenha qualidade. Precisa unir

quantidade a qualidade.

3.3.4. TUBULAÇÕES DE PVC (POLI VINIL CLORETO)

Nos dias atuais é possível se deparar com uma diversidade de produtos

expostos no mercado, porém a confecção desses produtos tão diferentes só é

possível por causa da versatilidade do PVC. Produto bem conceituado devido à

ampla quantidade de benefícios, como versatilidade, leveza, estética, economia em

escala, durabilidade e sustentabilidade, contraídas com o uso do PVC, também

proporciona grande destaque no cenário atual, tanto no Brasil quanto mundialmente.

Deve ser ressaltado que só o setor da construção civil absorve 73% da sua

produção total. O PVC é utilizado neste setor principalmente na área de

infraestrutura e de construções e arquitetura.

Portanto sempre foram procuradas para a infraestrutura, alternativas para

captação, tratamento, distribuição de água e saneamento, que são elementos

essenciais para a sobrevivência e saúde humana. Dessa forma, novamente o PVC

se manifesta como uma boa opção, pois é totalmente seguro no contato com a água

de consumo humano, onde proporciona uma grande produtividade na instalação e

estanqueidade, evitando perdas de água e contaminação do lençol freático no caso

de uso em esgotos.

Ainda tem um grande aliado a seu favor, as instalações feitas com PVC têm

um menor custo de manutenção e uma vida útil bem maior. Aproveitar-se mais nesta

área de instalações de água e esgoto, instalações elétricas, drenagem de águas

pluviais, poços tubulares e telecomunicação. Tendo como fundamental vantagem

para estes casos à soldagem química, facilitando assim a instalação, estabilidade

27

dimensional, resistência mecânica e rugosidade superficial, isolamento elétrico,

resistência à corrosão, resistência química e leveza, facilitando o transporte.

Uma instalação de adutoras ou de rede de água com tubos de PVC rígido é

feita com abertura de valas, assentamento e junção dos tubos. Assim as juntas das

tubulações podem ser de solda ou elásticas. As orientações descritas a seguir são

sugeridas para tubos de PVC com juntas elásticas. A execução do trabalho é

precedida de projeto executivo, e deve levar em conta características do tubo e

orientações específicas do fabricante.

No caso das construções, o PVC é famoso pelo sucesso de seu bom

emprego na confecção de tubos e perfis em instalações em geral, entretanto a cada

dia, são requisitadas soluções arquitetônicas mais sofisticadas e modernas por

engenheiros e arquitetos. Dessa forma, existiu uma ampliação da utilização do PVC

e este proporciona agora um quadro muito maior de produtos resultantes dele, que

tem o desígnio de proteger, revestir e decorar. Pode-se apresentar como um bom

exemplo disso o sucesso feito pelas esquadrias de PVC, que deu início a sua

aplicação na década de sessenta, e hoje comandam o mercado europeu e norte-

americano.

Segundo Claro (1999, p. 79), nas últimas décadas, o Policloreto de Vinila,

mais conhecido como PVC, ganhou grande importância para consumidores e

encanadores, substituindo, a partir da década de sessenta. Dessa forma foi

apreciado como a mais comum das famílias de tubos e conexões, o PVC, compõe a

maioria das instalações de água fria no Brasil e se apresenta como absoluto no que

se refere a esgoto. No caso, são usados tubos brancos, que têm espessura de

parede menor que a dos tubos marrons, que são específicos para abastecimento e

distribuição de água.

As tubulações de PVC, usadas na adução e distribuição de água, podem ser

classificadas em: linha PBA, linha PBS e linha DEFOFO. Sendo assim as linhas PBA

e PBS são fabricadas na cor marrom. Essas linhas têm como principal diferença os

sistemas de união dos 19 tubos e conexões, enquanto que as tubulações da linha

PBA são conectadas por meio de juntas elásticas (ponta e bolsa dotada de anel de

28

borracha), já os tubos e conexões da linha PBS são ligados por meio de juntas

soldáveis (executadas com a utilização de solvente apropriado).

Os estudos de Tigre (2012, p. 21) mostram que,

As linhas PBA e PBS podem ser encontradas nas dimensões de DN 50 até DN 270 e nas classes 12, 15 e 20, para pressões de serviço de 60, 75 e 100 mca, respectivamente. Os tubos da linha DEFOFO são fabricados na cor azul, com diâmetros nominais de 100 a 500 mm, em uma classe única de pressão de 100 mca (1 MPa) à temperatura de 20°C, possuem diâmetros equivalentes ao dos tubos de ferro fundido, inclusive suas conexões são fabricadas com este material e as juntas são elásticas.

Sendo assim, Gomes (1999, p. 48) deixa sua contribuição quando,

Cita como desvantagens a resistência mecânica dos tubos, que diminui com o tempo e com o aumento da temperatura; a vida útil dos tubos, bem menor para aqueles que são instalados sobre o terreno e expostos ao sol, quando comparados com os que são instalados enterrados, sem contar com certa facilidade de rompimento dos engastes rápidos das tubulações portáteis.

É imprescindível a observação de todos esses detalhes para que se possa

tomar as medidas cabíveis. Torna-se necessário saber que alguns tubos PVC são

fabricados com dimensões especiais, para suprirem tubulações de ferro fundido ou

para utilizar as conexões de ferro fundido existentes no mercado e com alta

resistência.

3.3.4.1. CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL (PVC)

Esse material tem uma caracterização baseado em Policloreto de Vinila

(PVC), produzido por meio do sal e especialmente do petróleo, sendo um dos

plásticos mais versáteis existentes e por este motivo, é um dos materiais mais

utilizados e estudados. De acordo com Nunes (2006, p. 41),

Os estudos sobre o histórico deste material mostram que, o Monômero de Cloreto de Vinila (MVC) foi sintetizado pela primeira vez , em 1835, em laboratório por Justus Von Liebig. Sua descoberta fez-se por meio da reação do dicloroetileno com hidróxido de potássio em solução alcoólica.

Brandão (2010, p. 32) afirma que Victor Regnault, em 1839, fez observações

verificando que quando se expunha uma ampola fechada contento o MVC à luz

solar, ocorria à formação de um pó branco. Porém, esse pó não era o PVC, tratava-

29

se de poli (cloreto de vinilideno). Sendo que em 1872, E. Baumann sintetizou o

Policloreto de Vinila (PVC).

Os dois processos principais para obtenção do PVC são a polimerização em

suspensão e a polimerização em emulsão. As diferenças entre os dois aparecem

nas características e no tamanho dos grãos de PVC obtidos, onde estes são

utilizados de acordo com os resultados que se desejam obter com o PVC e suas

aplicações.

Sendo assim antes de modificar o PVC num produto final, são congregados a

ele aditivos, pois a sua característica principal é a necessidade e capacidade de se

combinar a uma enorme variedade de aditivos. Isto se deve a alta polaridade,

proveniente do grande teor de cloro presente na sua estrutura molecular. Essa

combinação é chamada de composto, permitindo-lhe passar por um adequado

processamento e ser moldado num determinado produto. Com a escolha e a

dosagem adequada dos componentes desta mistura, pode-se obter um polímero

adequado às necessidades e características de uma aplicação específica. Assim, o

Policloreto de Vinila pode ter suas propriedades e características modificadas,

dentro de um amplo campo, podendo variar desde um material rígido a um bem

flexível, tornando-o um material polimérico versátil dentro da categoria dos

Termoplásticos.

Os processos de produção do PVC acontece da seguinte forma: uma mistura

de sal marinho ou sal gema a água, sendo dissociado, originando cloro, hidróxido de

sódio e hidrogênio. Então por meio da eletrólise do sal é extraído o cloro que reage

com o etileno, obtendo o dicloroetano. Por pirólise (aquecimento em forno a alta

temperatura), o dicloroetano é decomposto, sendo feita a polimerização do

Monômero de PVC.

Dessa forma o PVC se torna o segundo termoplástico mais vendido no mundo

todo, com um processo mundial de resina maior que 35 milhões de toneladas no ano

de 2005, sendo a capacidade mundial de produção de resinas de PVC estimada em

cerca de 36 milhões de toneladas ao ano. Dessa demanda total, 21% foram

consumidos na América do Norte (principalmente nos Estados Unidos), 20% na

China, 18% nos países da Europa Ocidental e 5% no Japão. O Brasil foi responsável

30

pelo consumo de cerca de 2% da demanda mundial de resinas de PVC (Nunes et al,

2006).

Sendo assim, essas informações apontam o potencial de crescimento da

demanda de resinas de PVC no Brasil, sendo que o consumo per capita, na faixa de

4,0 kg/hab/ano, ainda é baixo se confrontado com o de outros países. Dessa forma

fica sabido que o consumo de PVC em alguns países tem uma demanda grandiosa,

sendo que em outros, mesmo estando abaixo da média mundial, há um grande

potencial de crescimento (Nunes et al, 2006).

Perante o exposto o PVC apresenta qualidades muito atraentes, que permite

que ele seja empregado em uma gama muito grande de produtos. Uma delas é o

caso de ele ser durável quimicamente, porque conserva as características

organoléticas de produtos por ele embalados, por conta da sua inércia química,

possibilitando seu emprego na indústria médico-hospitalar, alimentícia e industrial de

uma maneira geral, pois apresenta boa resistência a ácidos e bases. Ele também

não é inflamável, não inflama sozinho e nem é facilmente queimado, por causa do

cloro existente em sua molécula, sendo, desta forma, extensivamente empregado

para isolar e proteger cabos elétricos. Possui propriedades de barreira, se tornando

ideal para indústria de alimentos, por apresentar baixa permeabilidade ao oxigênio e

ao gás carbônico.

Contudo fica sabido que os produtos fabricados com PVC evidenciam uma

vida útil longa, permitindo a sua aplicação em bens duráveis. Bem como tem um

elevado valor energético, proporciona apropriada recuperação de energia. Sendo

utilizado nos atuais sistemas de valorização energética de resíduos, constituindo

emissões muito controladas, também pode prover calor e energia na indústria,

residências ou em outros lugares. Por ser um termoplástico, é completamente

reciclável e pode modificar-se na grande maioria dos procedimentos industriais de

transformação, como injeção, extrusão, calandragem, sopro, entre outros. Além do

que, ainda apresenta excelente relação custo / benefício, resistência à luz e bom

isolamento acústico e térmico.

Diante do exposto faz-se necessário saber que suas características também

podem ser conseguidas por meio de diversos aditivos, como pigmentos,

31

plastificantes, estabilizantes térmicos, entre outros. Pois é enorme a facilidade do

PVC em incorporar outros materiais em sua composição. Todas as suas

características juntamente com suas propriedades vêm ganhando o gosto em

variados segmentos, em especial o da Construção Civil e Arquitetura. Vale ressaltar

que o PVC no mundo, fica em terceiro lugar no consumo de plásticos e que o setor

da Construção Civil corresponde por mais de 50% do consumo deste material.

3.3.4.2. NORMAS TÉCNICAS (PVC)

São tamanhas as normas técnicas que existem para os produtos

confeccionados com PVC e sua funcionabilidade. Os que são feitos para os fins de

instalações hidráulicas mais importantes segundo Nunes (2006, p. 53) são:

ASTM F-794: Especificação de tubos e conexões de poli (cloreto de vinila) para drenagem por atração com base em diâmetro interno controlado,

NBR 5626: Instalação predial de água fria, NBR 5647: Sistema para adução e distribuição de água – Tubos e conexões de PVC 6,3 com junta elástica e com diâmetros nominais até DN 100,

NBR 5648: Sistemas prediais de água fria - Requisitos para tubos e conexões de PVC 6,3 PN 750 kPa, com junta soldável – Requisitos,

NBR 5674: Manutenção de edificações - Procedimento,

NBR 5683: Tubos de PVC - Verificação da resistência à pressão hidrostática interna,

NBR 5685: Tubos e conexões de PVC - Verificação do desempenho da junta elástica,

NBR 5687: Tubos de PVC - Verificação da estabilidade dimensional,

NBR 5688: Sistemas Prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação para tubos e conexões de PVC, tipo DN – Requisitos,

NBR 6483: Conexões de PVC - Verificação do comportamento ao achatamento,

NBR 7231: Conexões de PVC - Verificação do comportamento ao calor,

NBR 7362: Sistemas enterrados para condução de esgoto,

NBR 7367: Projeto e assentamento de tubulações de PVC rígido para sistemas de esgoto sanitário – Procedimento,

32

NBR 7371: Tubos de PVC - Verificação do desempenho da junta soldável,

NBR 7665: Sistema para adução e distribuição de água - Tubos de PVC 12 DEFOFO com junta elástica – Requisitos,

NBR 8160: Instalações prediais de esgotos sanitários,

NBR 9822: Execução de tubulações de PVC rígido para adutoras de redes de água - Procedimento.

Dessa forma as tubulações e conexões de PVC tendem a ser soldáveis ou

roscáveis, cada um desses apresenta um processo executivo diferente. Porém para

tirar o brilho das superfícies a serem soldadas (ponta do tubo e bolsa da conexão)

serão usadas lixa d’água, a fim de aperfeiçoar a aderência na soldagem. Para a

limpeza das superfícies, para eliminar as impurezas que podem impedir a ação do

adesivo, limpar as superfícies lixadas com solução limpadora. Esta ação também

prepara o PVC para a soldagem. Todo esse processo tem que ser seguido a risca

para não comprometer a segurança das tubulações, promovendo assim um

excelente resultado nas instalações.

3.3.5. TUBULAÇÕES DE FERRO FUNDIDO

Sobre ferro fundido se tem muita história pra contar, pois foi descoberto em meados

do ano 500 (DC) e foi primeiramente negociado em 1388. Sendo uma liga metálica mais

barata empregada em aplicações tribológicas. Sendo o ferro um dos mais extraordinários e

mais difundidos metais do mundo moderno. É empregado em praticamente tudo. Seu uso

com fartura ocorre na crosta terrestre, além disso é possível sua existência em grande

quantidade também no núcleo do planeta. É sabido que não existem jazidas de ferro nativo,

em estado de metal puro, como as de ouro e prata, sendo extraído de numerosos minérios

como a hematita, a magnetita, a limonita e a pirita. Dessa forma o que se tem o habito a

chamar de ferro é o metal puro, sendo então uma liga de ferro e carbono, isto é, uma

associação do metal de ferro com quantidades de carbono em sua composição (Francklin,

2009).

O ferro, portanto, é apenas um constituinte básico: um pouco de carbono (ou

outro elemento químico) já modifica profundamente suas propriedades físicas.

33

Também a presença de magnésio na quantidade apropriada faz com que se

formem, no ferro fundido, estrias grossas de grafita, como também pode aparecer

em forma de veios finos ou como bolinhas ou nódulos. E é esta microestrutura que

determina a resistência do material. Geralmente, a disposição de ferro fundido é

realizada pela comparação visual de micrografias óticas com cartões de código da

norma ISO-945. Necessariamente, uma comparação visual simples é subjetiva e

não pode ser automatizado em um ambiente industrial (Francklin, 2009).

As tubulações de ferro fundido proporcionam uma alta resistência às pressões

positivas e negativas, às cargas externas e aos choques constatados durante o

transporte e assentamento. Também apresenta o fenômeno de envelhecimento que

se manifesta na formação de incrustações na parede interna, no momento em que a

água é transportada proporciona baixo pH. Aumentando assim, a rugosidade,

resultante da redução gradativa da vazão de escoamento. Diâmetros comerciais: 50

a 1200 m.

De acordo com os estudos de Landi (1993, p. 18), a vida útil do ferro é baixa e

esse material apresenta desvantagens como: ferrugem, condução de calor, além do

fenômeno da encrostação, ou seja, redução da seção transversal devido ao acúmulo

de resíduos em suas paredes internas. É preciso uma atenção especial em relação

a este tipo de tubulação.

Conforme Moreira (2013, p. 211),

Os ferros fundidos são, basicamente, ligas do sistema ternário Fe-C-Si contendo teores de carbono acima de 2%. Sua microestrutura pode apresentar parte do carbono sob a forma de grafita ou a de cementita (Fe3C). Em ambas as formas, os ferros fundidos apresentam ductilidade insuficiente para operações de conformação mecânica.

De acordo com Francklin (2009, p. 18),

Os ferros fundidos são classificados de acordo com a cor da sua fratura em somente três tipos: cinzentos, brancos ou mesclados. Uma análise microestrutural mostra que os ferros fundidos cinzentos apresentam a grafita (C) em sua constituição, os ferros fundidos brancos apresentam carbonetos (Fe3C, o M3C ou M7C3) e os mesclados, uma mistura das duas fases.

Em meio às ligas de ferro-carbono, os ferros fundidos constituem um bando

de ligas de valor essencial para a indústria, não só por causa das qualidades

34

essenciais ao próprio material, como também pelo episódio de, mediante ao

ingresso de elementos de liga, aproveitamento de tratamentos térmicos adaptados e

ter sido viável ao seu emprego em atenções que de certa maneira, eram

característicos do aço. Com tudo isso, a papel de suas características intrínsecas e

também pela probabilidade de se acrescentar elementos de liga contorna os ferros

tratáveis termicamente ocasionando categorias de materiais com emprego em

aplicações que eram específicas dos aços.

Dessa maneira, os elementos produzidos em ferros fundidos só podem ser

alcançados pelas técnicas de fundição. Garantindo também que os ferros fundidos

são distribuídos de acordo com a forma em que o carbono se apresenta na

microestrutura.

São consideradas como características fundamentais para o ferro fundido que

se apresentam no estado bruto de fundição, suas qualidades mecânicas

determinadas pela microestrutura, mais precisamente, pela forma em que o carbono

encontra-se combinado: no formato de grafita proporciona dureza baixa, baixa

resistência mecânica e boa usinabilidade; no formato de cementita, proporciona

dureza elevada, alta resistência mecânica e ao desgaste e baixa tenacidade.

É importante saber que os ferros fundidos são distribuídos de acordo com a

forma em que o carbono se apresenta na microestrutura: ferro fundido branco –

microestrutura em que todo o C está na forma de cementita (Fe3C); ferro fundido

mesclado – microestrutura em que o C está na forma de cementita, próximo à

superfície, e de grafita no núcleo; ferro fundido cinzento – microestrutura em que a

maior parte do C está na forma de veios de grafita; ferro fundido nodular ou ferro

fundido dúctil – microestrutura em que a maior parte do C está na forma de grafita

esferoidal e ƒ ferro fundido vermicular – microestrutura em que a maior parte do C

está na forma de grafita vermicular, que é uma forma intermediária entre a grafita em

veios e a em nódulos.

Dessa forma Chiaverine (2005, p. 45) afirma que,

O ferro fundido pode ser classificado de acordo com a forma de suas partículas de grafita. Os elementos que influenciam na estrutura são o carbono e o silício. O carbono determina a quantidade de grafita que se pode formar, e o silício é o elemento grafitizante, favorecendo a decomposição do carboneto de ferro; sua presença independente do teor de

35

carbono pode fazer um ferro fundido tender para cinzento ou para branco. O manganês sempre presente tem efeito oposto ao do silício, isto é, estabiliza a cementita e assim contrabalanceia de certo modo a ação grafitizante do silício.

Assim as tubulações de ferro fundido proporcionam elevada resistência a

cargas externas e a corrosão que atribui uma grande resistência a ataques químicos

e a temperaturas elevadas e são geralmente aproveitados nas seguintes situações:

em locais de trânsito pesado e pouco recobrimento; em casos da tubulação ser

assentada a grande profundidade, acima dos limites de carga dos outros materiais;

nos casos de tubulação aparente; em casos de passagem de obstáculos, vãos de

pontes, rios e estruturas sujeitas a trepidação; em casos de grande declividade.

No que diz respeito às juntas ele apresenta projeto muito simples, extinguindo

quaisquer riscos de falha humana no processo de montagem, originando juntas

totalmente estanques e resistentes à pressão. Também evidencia oposição a golpe

de aríete e possível aumento de pressão, dessa forma o isolamento acústico, na

qual este material restringe a transmissão transversal dos ruídos e as juntas

providas de anéis de borracha eliminam o contato entre tubos e conexões, opondo-

se à propagação das ondas sonoras.

Pode-se também apresentar outras vantagens como: aversão ao fogo, pois é

totalmente incombustível, colaborando desta forma para a não propagação do fogo;

resistência mecânica, resistência aos acidentes de manuseio e estocagem, tais

como choques, quedas, etc. Por tudo isso é avaliado como um material seguro, pois

não apresenta perigo de contaminação em caso de acidente com transporte e

estocagem; é integralmente reciclável e quimicamente estável em todo seu ciclo de

vida, além de não ser necessário tratamento nos resíduos de fabricação.

Em se falando de ligas Fe-C-Si, o estudo da solidificação dos ferros fundidos

é baseado no diagrama ternário Fe-C-Si. Portanto, para teores de Si de até 3%, os

cortes pseudobinários do diagrama Fe-Si-C são bastante idênticos ao diagrama Fe-

C. Sendo assim, sucede uma redução da quantidade de C do ponto eutético e uma

pequena alteração das temperaturas que representam o equilíbrio. Dessa forma a

solidificação dos ferros fundidos onde apresenta grafita pode ser analisada com o

diagrama estável Fe-C considerando-se ao invés de carbono, uma grandeza

denominada carbono equivalente (CE) (Moreira, 2013).

36

3.3.5.1. CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL (Ferro Fundido)

Sendo o ferro fundido uma liga metálica, composta de ferro e carbono com

teor de 2,2 a 4,5%, seu processo de fabricação é caracterizado para tubos e

conexões. Como citado por Garcez (1969, p. 301),

Os tubos são fabricados através de um recozimento em fornos contínuos, seguida por centrifugação do metal fundido em formas, sendo posteriormente aplicadas pinturas de proteção do metal. Já as conexões são produzidas através de fundição em areia, passando por usinagem para retirada de rebarbas e limpeza.

Em análise ao seu uso na construção civil, podem ser destacados dois tipos,

os designados a condutos livres (tipo esgoto) e os designados a tolerar pressão

interna (tipo pressão). Os tipos esgoto são produzidos com ponta e bolsa, já os tipos

pressão são determinados com ponta e bolsa, com flanges e com juntas especiais.

Sendo assim o ferro fundido proporciona as principais características à

resistência a corrosão, que confere uma grande resistência a ataques químicos e a

temperaturas elevadas, apresenta projeto muito simples das juntas, abolindo

quaisquer riscos de falha humana durante a montagem, determinando juntas

totalmente estanques e resistentes à pressão. Podendo também apresentar

resistência a golpe de aríete e possível aumento de pressão; isolamento acústico,

onde este material limita a transmissão transversal dos ruídos e as juntas providas

de anéis de borracha eliminando o contato entre tubos e conexões, opondo-se à

propagação das ondas sonoras.

Dessa forma o ferro fundido, também no seu estado líquido ganha benefício

de elementos no banho metálico, que tendem aumentar a velocidade de

resfriamento do metal, e consequentemente, esferoizar à grafita. Este processo é

chamado de “esferoidização”. Onde posteriormente a este tratamento, se faz

necessária a introdução de outros elementos químicos para reduzir o “efeito de

coquilhamento”, sendo um processo chamado de “inoculação”. No qual o magnésio,

cério, cálcio, bário, ítrio e as terras raras são os principais elementos que beneficiam

a esferoidização da grafita. Porém, o processo mais comum e mais econômico

usado para a fabricação do ferro fundido nodular é o tratamento com magnésio,

tendo como método mais usual o processo “sandwich”.

37

3.3.5.2. NORMAS TÉCNICAS (Ferro Fundido)

As peças fabricadas em ferro fundido precisam ser padronizadas segundo

normas nacionais e internacionais, tais como a ASTM (American Society for Testing

and Materials), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), DIN (Deutsches

Institut für Normung), BS (British Standard), ISO (International Organization for

Standardization) e AWWA (American Water Works Association).

Então os tubos, conexões, válvulas e acessórios de canalização em ferro

dúctil têm como principais normas:

Normas ABNT NBR 6589/1986 – Peças de ferro fundido cinzento

classificadas conforme a resistência à tração;

NBR 8583/1984 – Peças de ferro fundido cinzento classificadas

conforme a dureza Brinell;

NBR 6916/1981 - Ferro fundido nodular ou ferro fundido com grafita

esferoidal;

NBR 7560 – Tubo de ferro fundido dúctil centrifugado com flanges

roscados ou soldados;

NBR 7663 - Tubo de ferro fundido dúctil centrifugado para canalizações

sob pressão;

NBR 7674 – Junta Elástica para tubos e conexões de ferro fundido

dúctil;

NBR 7675 – Conexões de ferro fundido dúctil;

NBR 7676 – Anel de borracha para juntas elástica e mecânica de tubos

e conexões de ferro fundido;

NBR 9651 - Tubos e Conexões de Ferro Fundido para Esgoto;

Norma ASTM (A 48M) – Correlação entre espessura da peça e corpo-

de-prova fundido separado;

DIN – 1691- 1985 – Propriedades dos flocos de ferro fundido cinzento;

DIN - 1693 - Ferro fundido nodular com grafita não ligado e liga de

baixo teor.

38

4. DISCURSO DOS RESULTADOS

Com base nas características analisadas do PVC e do ferro fundido foi

elaborada a Tabela 1 com as vantagens de se utilizar cada material e para uma

melhor visualização e comparação de ambos. Além de que foi extraída de uma

pesquisa analisada na Região Metropolitana de São Paulo as Figuras 1 e 2 com a

variação mensal dos vazamentos reparados e quebras em tubulações de PVC e

ferro fundido em distribuição de água para critério de comparação também.

Tabela 1 - Características do PVC e ferro fundido.

CARACTERÍSTICAS

PVC FERRO FUNDIDO

Elevada resistência à corrosão ou oxidação

Elevada resistência à pressão interna

Boa durabilidade Reduzida dilatação térmica

Baixa condutividade térmica e elétrica Estabilidade dimensional

Baixo peso Elevada resistência ao calor

Facilidade de manuseio Elevada resistência mecânica

Rapidez e facilidade de execução das juntas

Elevada resistência aos efeitos de fadiga mecânica e térmica

Baixa resistência ao escoamento Resistente à exposição prolongada à radiação ultravioleta e à ação do tempo

Pouca acumulação de detritos Maior confiabilidade em informação de desempenho sob uso prolongado

Boa flexibilidade e elasticidade Incombustível em temperaturas elevadas

Maior segurança na execução das juntas

Baixa transmissão acústica

Baixo custo relativo de aquisição

Fonte: O autor (2016)

39

Figura 1 - Variação mensal dos vazamentos reparados entre 2002 e 2007.

Fonte: Sabesp (fev./2008).

Figura 2 - Taxa de quebras por material da tubulação.

Fonte: Sabesp (fev./2008)

Com o desenvolvimento de novas técnicas implantadas na fabricação,

principalmente, do ferro fundido com a camada interna de proteção contra corrosão,

a partir de 1973, o índice de vazamento e quebras de tubulações caíram. Porém,

pode-se observar na Figura 1 que nos meses de inverno o índice de vazamentos na

tubulação de ferro fundido aumenta. Em contrapartida, a taxa de quebra visualizada

na Figura 2 tem maior índice na tubulação de PVC comparada com o Ferro fundido.

40

Deve-se considerar também que as tubulações das adutoras trabalham sob

pressão da água e que essa força interna pode ocasionar quebras ou rachaduras

que impliquem em vazamento. Para tanto foi realizado um estudo e constatado que,

conforme Figura 3, a tubulação de ferro fundido apresenta uma maior resistência a

pressões internas.

Figura 3 - Taxas de quebra segundo faixas de pressão.

Fonte: SARZEDAS (2009, p. 92)

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de mais barata e de fácil instalação, o PVC a longo prazo se torna

mais caro em decorrência da sua taxa de quebra e da necessidade constante de

mão-de-obra para reparos. Como as adutoras consistem em abastecer a população

e não pode haver impedimentos que acarretem na paralização da mesma, a

tubulação de ferro fundido se mostra mais adequada, pois, mesmo com um alto

índice de vazamento em alguns meses do ano, a ocorrência de quebras é menor.

Sarzedas (2009, p. 104) também analisou o custo de reparo e a vida média

das tubulações. Podendo-se verificar pela Tabela 2 que o PVC apresenta uma vida

média de 46 anos e o ferro fundido 80 anos. A mesma verificou também que o custo

de reparo do PVC é R$ 1.850/unidade e do ferro fundido R$ 2.300/unidade.

Confrontando essas duas informações conclui-se que mesmo a um custo maior e

com vazamentos mais frequentes em algumas épocas do ano, o ferro fundido seria

a melhor opção de escolha frente ao PVC, pois com durabilidade maior e baixa taxa

de quebra, a longo prazo sua aquisição se torna mais barata do que o PVC já que

seu tempo de substituição é quase o dobro.

Tabela 2 - Custos estimados para reparo de quebras e substituição de tubulações.

Fonte: SARZEDAS (2009, p. 100).

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