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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM TOPOGRAFIA E ESTRADAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE BREJO SANTO PARA ESTUDOS DE DRENAGEM DANILO REMO GOMES MAIA JUAZEIRO DO NORTE - CE 2018

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL

HABILITAÇÃO EM TOPOGRAFIA E ESTRADAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA ÁREA URBANA DO

MUNICÍPIO DE BREJO SANTO PARA ESTUDOS DE DRENAGEM

DANILO REMO GOMES MAIA

JUAZEIRO DO NORTE - CE

2018

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DANILO REMO GOMES MAIA

Aluno do Curso de Tecnologia da Construção Civil - URCA

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA ÁREA URBANA DO

MUNICÍPIO DE BREJO SANTO PARA ESTUDOS DE DRENAGEM

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Banca

Examinadora do Curso de Tecnologia da Construção

Civil, com habilitação em Topografia e Estradas da

Universidade Regional do Cariri – URCA, como

requisito para conclusão do curso.

Orientador (a): Professor Dr. Renato de Oliveira Fernandes

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2018

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CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA ÁREA URBANA DO

MUNICÍPIO DE BREJO SANTO PARA ESTUDOS DE DRENAGEM

Elaborado por Danilo Remo Gomes Maia

Aluno do curso de Tecnologia da Construção Civil - URCA

BANCA EXAMINADORA:

JUAZEIRO DO NORTE – CE

2018

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RESUMO

A caracterização morfométrica de áreas urbanas envolve detalhar perímetro, forma e

declividade. Tais estudos são importantes para assistência em novas pesquisas de

hidrologia e no desenvolvimento de projetos de drenagem, como na identificação de

manchas de inundação e na criação dos mapas de riscos. Este trabalho teve por objetivo

mapear e identificar as manchas de inundação com base nas características fisiográficas

da sede urbana do município de Brejo Santo/CE, localizada na sub-bacia do Rio Salgado.

O mapeamento foi realizado com o uso do Sistema de Informação Geográficas (SIG), por

meio do uso do software ArcGIS, com auxílio do Google Earth Pro. Os resultados obtidos

foram mapas de uso e ocupação do solo, mapa das classes de solos, mapa de declividade,

com grandes áreas planas com 58,7% e suave ondulado 34,7%. O mapa de MDE mostrou

que a área de estudo apresenta pontos de elevação entre 361 a 476 metros, com áreas mais

baixas localizadas nos bairros de São Francisco, Centro, Bela Vista e Eliseu Gomes de

Lucena. Com base no mapa de MDE, mapa de declividade, mapa de uso e ocupação do

solo e mapa das classes de solos foi possível elaborar um mapa do potencial risco de

inundação da sede urbana. O mapa do potencial risco de inundação revelou que a cidade

estudada apresenta mais de 30% da área com risco alto a altíssimo para inundação. O

risco de inundação na área em estudo foi fortemente influenciado pelas altas taxas de

urbanização e baixa declividade, principalmente nos bairros Centro, São Francisco, Bela

Vista e Eliseu Gomes de Lucena.

Palavras – chave: drenagem urbana, classificação do solo, geotecnologias.

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ABSTRACT

The morphomometriccaracterization of the urban areas involves to describ perimeter,

form and declivity. Such studies are important to help in researches on hydrology and

with development of drainage projects, like the identification of flood spots and maps of

risks. This study aims map and identify the flood spots based in the characteristics

physiographic od the urban area of Brejo Santo city, state of Ceará, localized in the sub-

basin of Salgado's River. The mapping was performed using the Geographic Information

System (GIS), using the softwere ArcGIS, with help of the Google Earth Pro. The results

founded was maps of use and occupation of ground, map of soil classes, map of declivity,

large flat areas with 58,7% and soft wavy with 34,7%. The MDE map showed that tha

area studed has elevation points between 361 to 476 metres, with areas more low in the

São Francisco, Centro, Bela Vista, and Elizeu Gomes de Lucena. Based on the MDE map,

declination map, land use and occupation map, and land class map was possible to create

a risks’ potential map and inudation of the urban area. This map that was created showed

that the city has more than 30% of areas with high and very high risks of inundation. The

inundation risk in the studied area was strongly influenced by high rates of urbanization

and low ductility, mainly in the neighborhoods Centro, São Francisco, Bela Vista and

Eliseu Gomes de Lucena.

Key - words: urban drainage, soil classification, geotechnologies.

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ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1: Mapa de localização da sede urbana de Brejo Santo/CE ............................... 23

Figura 2: Mapa de Modelo Digital de Elevação da sede urbana de Brejo Santo/CE .... 24

Figura 3: Mapa de declividade da sede urbana de Brejo Santo/CE .............................. 25

Figura 4: Mapa de uso e ocupação da sede Urbana de Brejo Santo/CE ...................... 27

Figura 5: Trecho Urbano da cidade ............................................................................... 28

Figura 6: Vegetação menos densa ................................................................................. 29

Figura 7: Mapa das classes de Solos da sede urbana de Brejo Santo/CE ..................... 30

Figura 8: Mapa de potencial risco a inundação da sede urbana de Brejo Santo/CE ..... 32

Figura 9: Planície de inundação no bairro São Francisco ............................................. 33

Figura 10: Planície de inundação no Bairro Centro ...................................................... 33

Figura 11: Planície de inundação no Bairro Bela Vista ................................................ 34

Figura 12: Bairro Sol Nascente ..................................................................................... 35

Figura 13: Bairro Aldeota ............................................................................................. 35

Figura 14: Bairro Araujão ............................................................................................. 36

QUADROS

Quadro 1: Infraestrutura e a Urbanização: problema e definição ................................ 15

Quadro 2: Valores de declividade ..................................................................................19

Quadro 3: Susceptibilidade a inundação ....................................................................... 21

Quadro 4: Notas de risco ............................................................................................... 21

Quadro 5: Escala de comparadores ............................................................................... 22

Quadro 6: Tipos de declividade do solo........................................................................ 25

Quadro 7: Chave de intepretação .................................................................................. 26

Quadro 8: Porcentagem de Risco .................................................................................. 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 8

2. OBJETIVO GERAIS ................................................................................................. 9

2.1. Objetivos específicos ................................................................................................ 9

3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 10

3.1 Risco a inundação ................................................................................................... 10

3.2 Bacias hidrográficas e sua morfologia .................................................................. 11

3.3 Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado ............................................................... 12

3.4 Consequências das inundações em áreas urbanas ............................................... 12

3.5 Medidas preventivas ............................................................................................... 13

3.6 Drenagem urbana: gestão e infraestrutura .......................................................... 15

3.7 O uso de Sistema de Informação Geográficas (SIG) para mapeamento de risco

ambiental ....................................................................................................................... 16

4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 17

4.1.1 Modelo Digital de Elevação ................................................................................ 18

4.1.2 Declividade ........................................................................................................... 19

4.1.3 Uso e ocupação do solo ........................................................................................ 19

4.1.4 Solos ...................................................................................................................... 19

4.1.5 Potencial a risco de inundação ........................................................................... 20

4.2 Área de estudo ......................................................................................................... 21

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 23

5.1 Modelo Digital de Elevação (MDE) ...................................................................... 23

5.2 Análise do mapa de declividade ............................................................................ 24

5.3 Uso e ocupação ........................................................................................................ 26

5.4 Mapa de solos .......................................................................................................... 29

5.5 Potencial de riscos de inundação ........................................................................... 31

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 37

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 38

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INTRODUÇÃO

A ocorrência de inundação é favorecida por determinadas circunstâncias

meteorológicas e hidrológicas e são geradas por condições ambientais que podem ser de

origem naturais ou artificiais. As condições naturais são quando a ocorrência é ocasionada

pela bacia em seu estado natural. Por outro lado, aquelas causadas pela interferência do

homem são as condições artificiais (TUCCI, 2002). Os padrões do tipo precipitação e

vazão constituem a caracterização de parte do ciclo hidrológico (TUCCI, 2005) que

apresenta impactos importantes na geração de cheias.

Segundo Milograna, (2009) as inundações em áreas urbanas são provocadas pelo

conjunto de eventos hidrológicos em zonas ocupadas com deficiências e sem parâmetros

de planejamento da ocupação do espaço urbano. Por essa razão, o mapeamento de

territórios inundáveis demonstra ser uma ferramenta fundamental para o direcionamento

das expansões urbanas e a disposição do uso e ocupação do solo, assim é possível

delimitá-las e designá-las para usos adequados (FIGUEIREDO, 2003).

Um dos maiores problemas no espaço urbano é o crescimento desordenado e sem

planejamento principalmente potencializando os riscos de inundação com prejuízos

sociais, ambientais e econômicos. Nesse sentido, o mapeamento de áreas que apresentam

riscos de inundações é considerado relevante, tendo em vista que o resultado destes

estudos podem promover o aprofundamento e a reflexão das melhores medidas a serem

tomadas para planejamento ambiental e assim somar-se a literatura existente sobre o

assunto em questão.

No município de Brejo Santo, em particular, a mancha urbana está em avançado

crescimento devido ao desenvolvimento do setor comercial e também por conta de obras

públicas, como as obras da TransNordestina e transposição do Rio São Francisco que

atraiu a população, mas por outro lado acarretam riscos de adensamento urbano

desordenado e consequentemente possíveis riscos de inundação. Assim, a definição de

regiões que poderão ser inundadas e suas consequências, sob determinadas condições

hidrológicas, pode gerar informações qualitativas e quantitativas importantes para a

tomada de decisão.

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2. OBJETIVO GERAIS

O objetivo geral da pesquisa é realizar a caracterização morfométrica da sede

urbana do município de Brejo Santo, Ceará, com auxílio de ferramentas e técnicas

computacionais para gerar informação para o mapeamento das áreas de inundações.

2.1. Objetivos específicos

● Elaborar mapas de localização, hipsômetrico, declividade, classes de uso e ocupação

do solo e mapa das classes de solos;

● Confecção de um mapa com áreas mais susceptíveis as inundações tomando como base

o Modelo Digital de Elevação (MDE), declividade, uso e ocupação do solo e as classes

de solos da região.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Risco a inundação

As inundações são fenômenos de natureza hidrometeorológica, têm sua grandeza

e periodicidade controladas por meio das particularidades de quantidade, intensidade,

distribuição da precipitação, e pelos atributos de infiltração da água no solo, além do seu

grau de saturação e por elementos morfométricos da bacia hidrográfica cujas

características são sujeitas a alterações humanas, dentre essas causas ainda há outras

causas que são incomuns no Brasil (CARVALHO et al. 2007; AMARAL; RIBEIRO

2009).

Os rios geralmente drenam suas cabeceiras, que são zonas que possuem uma

declividade maior originando escoamento com grande velocidade. No decorrer de um

evento de chuva as áreas planas e baixas são as mais favoráveis as inundações

principalmente pela baixa capacidade de escoamento das águas e por reunir as

contribuições de vazões de várias áreas (TUCCI, 2002).

De acordo com Vianna (2000) as cheias são ocorrências onde é possível examinar

margens extremas de vazão relacionadas a inundações de planícies ou terras adjuntas ao

principal canal das correntezas. Os danos em conjunto a decorrência das enchentes podem

ser amenizados através de medidas econômicas e políticas, contudo, não são extintas nem

evitadas por completo.

Nas áreas urbanas as transformações antrópicas influenciam nas enchentes. A

morfologia natural das cidades é adulterada pela construção de estradas, casas e prédios

que constantemente transfere ou muda a cobertura vegetal e as porções do solo o que

acarreta aumento da dimensão de superfícies impermeáveis, e essas modificações

também aumentam o escoamento superficial e de sua velocidade e reduzem a capacidade

de absorção e infiltração de água no solo (KONRAD, 2003).

Em vista disso, pode-se evitar a ocupação em áreas urbanas impróprias utilizando

o planejamento do uso dos solos das várzeas, devendo ser regulado no Plano Diretor

Urbano (PDU) das cidades (TUCCI, 2002).

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3.2 Bacias hidrográficas e sua morfologia

Tem-se como conceito de bacia hidrográfica, a área ou região de drenagem de um

rio principal e seus afluentes, onde as águas superficiais escoam paras os locais mais

baixos do terreno, gerando rios e riachos, visto que as cabeceiras as quais são formadas

pelos riachos de terrenos íngremes das montanhas e serras quando a água destes vão

descendo reúnem-se com a de outros e vai acrescentando ao volume dos primeiros rios

pequenos, sendo que estes seguem seus caminhos comportando água dos outros

tributários promovendo maiores rios até chegarem ao oceano (BARRELLA, 2001).

As classificações de bacias hidrográficas pela perspectiva da hidrologia são

classificadas em grandes e pequenas visando sua superfície total e seus efeitos de alguns

fatores essenciais na formação do deflúvio. Sendo que as microbacias detectam com

maior sensibilidade algumas alterações do que as bacias maiores. Essas diferentes

particularidades que são melhor sentidas pelas microbacias seriam em relação a

percepção às chuvas mais intensas, em relação a qualidade e quantidade de água do

deflúvio, e a cobertura vegetal com suas alterações no solo.

Por intermédio dessas diferenças é possível entender as delimitações espaciais e

distinções entre bacias hidrográficas e microbacias, portanto todos esses atributos são

importantes para elaboração e estruturamento de programas ambientais e seus

monitoramentos fazendo-se uso de sistemas de informações geográficos através de

mensurações e cálculos atribuídos pela hidrologia, topografia e cartografia. Em

consequência possibilitando encontrar um meio de adequação espacial de bacias

hidrográficas e microbacias (LIMA; ZAKIA, 2000).

Ainda sobre micro bacias os autores Mosca (2003) e Leonardo (2003), associam

o fator ecológico a estas, pois acreditam que a menor unidade do ecossistema o qual pode

ser considerada a ligação frágil de interdependência entre os fatores bióticos e abióticos,

levando em conta as alterações que podem prejudicar a dinâmica de seu funcionamento.

As atividades humanas se desenvolvem ao longo do território determinado como

bacia hidrográfica, ou seja, as áreas urbanas, agrícolas, industriais e de preservação

ocorrem na bacia. As formas de ocupação e o modo de utilização das águas que

convergem no local irão determinar as modificações e características dessa região

(PORTO, 2008).

Para conseguir verificar o uso e a função de toda e cada bacia é preciso que sejam

calculados determinados valores e índices. Essas medidas seriam, por exemplo, a área

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drenada pela bacia e rios constituintes, volumes das águas e das áreas drenadas de cada

rio, declividade, níveis das águas durante o ano, elaboração de mapas contendo valores

de precipitação, áreas vulneráveis a enchentes e a temporada destas, origem e volume dos

sedimentos suspensos, acidez das águas e proporção de sedimentos orgânicos. Através

dessas informações pode-se proporcionar estimativas sobre as alterações na dinâmica

provocado pela interferência do homem (CUNHA 2001).

3.3 Sub-Bacia Hidrográfica do Rio Salgado

Localizada ao sudeste do Estado do Ceará a Sub-bacia hidrográfica do Rio

Salgado, afluente da Bacia do rio Jaguaribe tem uma área de drenagem de 12,865 km²,

correspondente à 8,25% do território cearense, sendo o seu principal rio o salgado, é

composta por 23 municípios, e foi dividida em 5 microbacias em razão a sua abrangência.

Esta dispõe de um potencial de 447,41 milhões m³ em acumulação de águas superficiais

apresentando 13 açudes públicos, e a hidrografia da bacia ainda conta com importantes

tributários que são: o rio batateiras, rio granjeiro, riacho saco lobo, riacho dos macacos,

riacho dos carás, riacho dos carneiros, riacho missão velha, riacho Salamanca, riacho seco

e riacho dos porcos (COGERH, 2007).

Encontramos na Sub-Bacia do Salgado o sertão onde predomina a caatinga, suas

terras em sua maioria são usadas para a agropecuária onde para a preparação do solo se

utiliza técnicas rudimentares como as queimadas que acabam por deixar o solo

empobrecido e estéril. A bacia do Salgado conta com terrenos formados por 85% de

rochas cristalinas e 15% de rochas sedimentares, em vista que os principais aquíferos se

localizam na Bacia Sedimentar do Araripe com 11.000 km2 e encontra-se dividida em 3

sistemas de aquífero sendo esses classificados em inferior, médio e superior, contando

ainda com 2 aquicludes, um localizado em Santana e outro em Brejo Santo. A região do

Aquífero Médio conta com 2.700 km², onde estão os municípios de Crato, Juazeiro do

Norte, Barbalha, Jardim, Missão Velha, Milagres, Abaiara, Mauriti, Brejo Santo e

Porteiras (COGERH, 2007).

3.4 Consequências das inundações em áreas urbanas

As inundações são manifestações naturais que afetam populações em todos os

continentes por serem acontecimentos mais ocorridos em todo o mundo. Durante os anos

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1973 a 2002 foram notificados cerca de 240 casos na América do Sul, se destacando como

a terceira região que possui maior número de incidência de inundações (ISDR, 2003).

Dentre os desastres naturais vistos, as inundações apresentam-se frequentes no

Brasil (TUCCI & BERTONI, 2003), uma das causas são as construções mal projetadas

que reduz a seção de escoamento de rios e bloqueia o curso pelos sedimentos que ficam

no fundo dos rios e córregos além de pilares em locais impróprios agravando a situação,

acarretando constantemente alagamentos e transbordamentos por toda a extensão da bacia

(MILOGRANA, 2009).

Os resultados e danos dessas enchentes são sentidos pela população que ocupam

as planícies afetadas, essas consequências seriam interrupção no tráfego, perdas matérias,

transtorno nas disposições de saúde coletiva, no abastecimento de água e esgoto, e até

mesmo perdas humanas. Todos esses fatores afetam o bem-estar econômico e social da

comunidade inclusive podendo chegar a atingir as economias regionais e nacionais

dependendo do seu poder destrutivo (LIMA-QUEIROZ et al., 2003).

Geralmente as zonas atingidas por dilúvios são as habitadas em regiões mais

baixas onde os terrenos são íngremes ou onde há beiras de rios e córregos. A população

que se encontra na mancha de inundação tem mais riscos e danos por ser frequentemente

afetada, tendo os serviços públicos mais afetados (CÔRTES, 2009).

A região com bacias que possui grandes declividades e com áreas maiores de

recepção de águas pluviais também ocasiona elevadas vazões máximas de escoamento

superficial no exultório. Inclusive, as águas resultantes de locais acometidos obtêm alta

velocidade, conseguindo maior poder de conduzir materiais, intensificando sua

capacidade destrutiva (SANTOS, 2007).

Segundo o ISRD (2007), para analisar os riscos das inundações é preciso que seja

compreendida de forma quantitativa, qualitativa e minuciosa incluindo os fatores sociais,

econômicos, físicos, ambientais e suas repercussões. Tais avaliações faz uso detalhado de

todas as informações acessíveis a fim de indicar a ocorrência de possibilidades desses

episódios assim como suas prováveis consequências.

3.5 Medidas preventivas

Não é possível eliminar as consequências das enchentes, mas podem ser

minimizadas através de tomadas de decisão seguindo critérios políticos e econômicos. No

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entanto, é fundamental saber conviver com os dilúvios e com as estratégias aplicadas a

elas (VIANNA 2000).

Os métodos empregados para ter um monitoramento e melhor convivência com

as cheias se baseiam em empregar medidas estruturais e não estruturais. As estruturais,

seriam obras de infraestrutura com auxílio da engenharia para amenizar os efeitos dessas

ocorrências como, por exemplo, reservatórios, canais de desvio, e bacias de

amortecimento que são procedimentos ligados ao rio e a bacia hidrográfica, buscando

modificar a ligação entre precipitação e vazão.

Já as medidas não estruturais estariam relacionadas a organização, mapeamento e

outras táticas para diminuir os problemas gerados pelas inundações para ajudar a

população afetada, tais quais previsão e alerta de inundação, zoneamento de áreas

inundáveis, edificações resistentes às enchentes, dentre outras. Os conjuntos desses

recursos possibilitam minimizar os impactos já que na maioria dos casos terem o controle

total não é provável do ponto de vista físico e econômico (CPRM, 2004).

O mapeamento das áreas afetadas em conjunto ao aprimoramento dos recursos

empregados nesses casos é evidenciado como medidas não estruturais indispensáveis para

o melhor planejamento de municípios que crescem em proximidade aos rios. O espaço

urbano pode ser reorganizado e reestruturado através dos mapas de inundação, os quais

são de grande importância na implantação de novas instruções no processo de ocupação

nas cidades (OLIVEIRA et al., 2010).

Tendo em vista a procura por maneiras de combater os transtornos das inundações

urbanas, o modo de tomada de decisão deve ser pensado levando em consideração o risco

e as necessidades da inundação em questão para melhor escolha de possíveis alternativas,

pois de acordo com esses requisitos presentes no projeto bem como o nível de proteção

que será determinado pelas políticas inseridas nele, é que as expectativas serão mais bem

atendidas.

Também pode haver casos em que ocorrem problemas financeiros, sociais e

políticos levando a ter que ser feito modificações no propósito de proteção do projeto,

sendo essas temporárias ou ate mesmo definitivas a fim de atender a atual situação. Por

essas razões a análise dos perigos pode oferecer apenas uma convivência mais adequada

com a condição em vez de proporcionar uma escolha estratégica (PLATE, 2002).

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3.6 Drenagem urbana: gestão e infraestrutura

O processo de urbanização e o crescimento da população podem ocorrer em ritmos

desiguais, levando a formação de cidades com tamanho maiores que o esperado para a

população que contêm. A mancha urbana ocorreu de maneira mais rápida nos países em

desenvolvimento da America do Sul, onde o crescimento acelerado dos grandes centros

urbanos, articulados a determinadas estruturas políticas e econômicas, não foram capazes

de planejar uma cidade com devida infraestrutura para toda população.

De acordo com Tucci (2005) os principais problemas relacionados com a

infraestrutura e a urbanização nos países em desenvolvimento, com destaque para a

América Latina estão apresentados no quadro 1.

Quadro 1: Infraestrutura e a urbanização: problema e consequências

Problema Consequências

Grande concentração populacional em

pequenas áreas

Acarretando em deficiência de sistema de

transporte, falta de abastecimento e

saneamento, ar e água poluídos, além das

frequentes inundações.

Migração rural em busca de emprego Aumento da periferia das cidades de forma

descontrolada

Falta de planejamento do espaço A ocupação ocorre sobre áreas de risco,

como de inundações e de deslizamento, com

frequentes mortes durante o período chuvoso

Fonte: Tucci (2015)

O que vem acontecendo com grande parte dos municípios brasileiros é que esses,

conseguem apenas controlar as áreas de médio e alto valor econômico, com

regulamentação do uso do solo, onde estabelece a cidade formal. Uma ferramenta

essencial para o planejamento adequado da drenagem urbana é o Plano Diretor de

Drenagem Urbana (PDDrU).

O principal objetivo do PDDrU é criar os mecanismos de gestão da infra-estrutura

urbana, relacionados com o escoamento das águas pluviais, dos rios e arroios em áreas

urbanas. O PDDrU tem como principais produtos:

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• Regulamentação dos novos empreendimentos;

• Planos de controle estrutural e não-estrutural para os impactos existentes nas bacias

urbanas da cidade;

• Manual de drenagem urbana.

Através do PDDrU, constatou que o planejamento da ocupação do espaço urbano

no Brasil não tem considerado aspectos de drenagem urbana e qualidade da água, que

trazem grandes transtornos e custos para a sociedade e para o ambiente.

Ao longo de toda a história da humanidade sempre houve uma profunda ligação

das cidades com os cursos d’água, sendo estes determinantes para a sua própria existência,

na medida que constituíram fatores essenciais no processo de sedentarizarão das

populações (BAPTISTA, et al 2002).

O aumento das aglomerações urbanas, em particular a partir do século XIX,

trouxe dificuldades e desconforto resultantes da precariedade da infraestrutura

de controle da presença de águas nas cidades, tanto as do meio “natural”

(cursos d’água, áreas úmidas, lagos) quanto as águas de origem pluvial e as

águas servidas (BAPTISTA, et al 2002).

No Brasil, como tradicionalmente em todo o mundo ocidental, os recursos

financeiros correspondentes especificamente à drenagem urbana originam-se,

principalmente, dos orçamentos municipais. É importante ressaltar que a inadequação,

ineficiência ou ainda a inexistência da infraestrutura urbana afeta, profundamente, a

produtividade e qualidade de vida da população de modo geral.

3.7 O uso de Sistema de Informação Geográficas (SIG) para mapeamento de risco

ambiental

Técnicas de Geoprocessamento aliadas ao Sistema de Informação Geográfica

(SIG) se denotam como contributivos ideais no tocante a riscos e desastres, nesse ensejo,

na prevenção de acidentes ocasionados em áreas passíveis a inundações. Através da

interrelação entre os dados existentes e a elaboração de novos planos de informações,

podem-se identificar e gerenciar de forma mais eficiente os eventos de alagamento,

fornecendo prognósticos de inundação em áreas já urbanizadas e antecipando-se na

realização de medidas protecionistas e preventivas (RAMOS et al, 2013).

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Os SIG’s (Sistemas de Informações Geográficas) são definidos, conforme

Miranda (2005), como um sistema “automatizado” de coleta, armazenamento,

manipulação e saída de dados cartográficos. Este sistema evoluiu e se aperfeiçoou

principalmente com a produção de mapas digitais. De acordo com SANTOS et al, 2011

a década de 80 é conhecida pelo grande desenvolvimento tecnológico dos SIG‟s, devido

à introdução dos computadores, e a possibilidade de juntar dados espaciais coletados, com

os chamados dados matriciais, ou seja, dados que são inseridos no computador.

Atualmente, a grande disponibilidade de software de SIG, principalmente não

comercial, permite que essas ferramentas sejam utilizadas para o mapeamento de áreas

de risco. Entre os softwares livres nacionais, encontram-se o SPRING (Sistema de

Processamento de Informações Georreferenciadas) e o Terra View, desenvolvido e

disponibilizado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), também se

destaca o SAGA (Sistema de Análise Geo-Ambiental, que foi desenvolvido pelo

Laboratório de Geoprocessamento da UFRJ. Entre os softwares livres internacionais,

devem ser mencionados o gvSIG, desenvolvido pelo governo de Valência na Espanha e

disponibilizado pela Associación gvSIG, e, o software QGIS, desenvolvido e

disponibilizado pela OSGeo (Open Source Geospatial Foundation) (TRENTIN, 2013).

Ainda segundo Silva (2014) o software Google Earth, com o seu projeto de

constante atualização e inclusão de imagens de alta resolução espacial, tem

disponibilizado, para grandes áreas, principalmente áreas com concentrações

populacionais, coleção de séries de imagens de diferentes anos, o que auxilia muito na

identificação de determinados eventos.

De acordo com Nascimento (2016) o caráter preventivo do mapeamento das áreas

vulneráveis por meio das geotecnologias tem contribuído para disciplinar o uso adequado

do território e oferecido às equipes da defesa civil elementos básicos para desenvolver e

planejar as suas ações de contingenciamento, especialmente em áreas urbanas.

4 METODOLOGIA

A metodologia desse estudo inclui; consultas bibliográficas (artigos, livros, teses

e dissertações), elaboração de mapas temáticos, visita de campo e coleta de imagens de

satélites e imagens aéreas.

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Os mapas foram produzidos no software Arcgis 10.2 do Laboratório de

Geomorfologia e Pedologia – GEOPED/URCA, com Datum Sirgas 2000 em coordenadas

UTM para Zona 24S (IMAGEM ESRI, 2018). O modelo digital de elevação foi obtido

da Missão Topográfica Radar Shuttle (SRTM), tratados pelo projeto Topodata - Banco

de Dados Geomorfométricos do Brasil (VALERIANO, 2005; VALERIANO, 2009).

Outros dados de superfície foram obtidos do Zoneamento Geoambiental do Estado do

Ceará.

4.1.1 Modelo Digital de Elevação

A geração de Modelos Digitais de Elevação (MDE) é uma prática bastante recente

dentro das geotecnologias. Os primeiros modelos foram gerados a partir da digitalização

de dados topográficos coletados em campo (MELGAÇO et al, 2005).

O MDE é a reprodução de uma seção da superfície, dada por uma matriz de pixels

com coordenadas planimétricas e um valor de amplitude do pixel, compatível à elevação

(SILVA JR; FUCKNER, 2010).

Nos estudos relacionados aos recursos hídricos na maior parte dos casos requerem

dados físicos e topográficos que tradicionalmente eram obtidos nos mapas ou com

pesquisas de campo (TAVARES, 2005). Nesta mesma publicação o autor afirma que com

a evolução dos SIGs, estas informações estão sendo agregadas diretamente em formato

digital, permitindo a extração automatizada de dados fisiográficos, a partir dos Modelos

Digitais de Elevação (MDE).

Segundo Chaves (2002), o MDE é qualquer representação digital da variação

continua no espaço do relevo de uma determinada área. Simões (1993) descreve MDE,

como “uma ferramenta computacional destinada a gerar uma superfície representativa da

distribuição espacial de uma determinada característica, possibilitando sua análise,

manipulação e avaliação”.

A metodologia utilizada para a geração do Modelo Digital de Elevação

Hidrologicamente Consistente – MDEHC foi concebida em duas etapas, a saber:

A primeira, a elaboração do Modelo Digital de Elevação – MDE, utilizando o

módulo Topogrid do software ArcInfo e a segunda, o pós-processamento para a geração

do Modelo Digital de Elevação Hidrologicamente Consistente, utilizando o modulo

Spatial Analyst – Hidrology do software ArcGIS versão 10.2.

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19

4.1.2 Declividade

As classes de declividade adotadas neste trabalho seguiram as proposições da

Embrapa (1999) que estabeleceu 6 classes com notas correspondentes a sua

susceptibilidade onde podem variar desde um relevo plano com declividades de 0 a 3%

até um relevo com declividades superiores a 75%, caracterizando um relevo escarpado,

quadro 2.

Quadro 2: Valores de declividade

Declividade (%) Nota

0 – 3% (plano) 10

3 – 8% (suavemente ondulado) 9

8 – 20% (ondulado) 5

20 – 45% (fortemente ondulado) 3

45 –75% (montanhoso) 1

>75% (fortemente montanhoso) 1

Fonte: Santos, et al 2010

4.1.3 Uso e ocupação do solo

Para a elaboração do mapa foi usado o programa Google Earth Pro, para

verificação de alguns lugares que pudessem gerar dúvida quanto a sua classificação

dentro das classes elencadas. A partir da visualização da imagem de satélite, se deu o

início do mapeamento, dividindo cada objeto de acordo com cada classe, levando em

consideração a generalização dos objetos por sua maioria em alguns casos.

4.1.4 Solos

Para a elaboração do mapa de classes de solos, foram usadas as bases cartográficas

do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), na qual a partir disso foi feita a

classificação e recorte dos shapes referente da zona urbana da cidade de Brejo Santo.

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4.1.5 Potencial a risco de inundação

A aplicação da cartografia na identificação e diagnóstico de áreas de risco tem

sido bastante explorada em diversas cidades brasileiras, surgindo então várias

metodologias, as quais de modo geral, têm como base a combinação de dados e

informações referentes a aspectos geológicos (litologia), geomorfológicos (declividade,

hipsometria, etc.) e de uso do solo (tipologias de ocupação, tipos de vegetação etc.)

(HORA et al, 2009).

Dessa forma, a cartografia assume um papel importante na gestão do risco,

pois através dela é possível elaborar mapas associando os conhecimentos físico,

ambientais e sociais que interferem na dinâmica das inundações.

A confecção do mapa de potencial risco a inundação com base na

declividade, modelo digital de elevação e uso e ocupação do solo foi realizado através do

software ArcGIS 10.2. Os fatores determinados como importantes e que influenciam

diretamente no nível da água alcançado por uma enchente são: altitude, declividade, uso

do solo, precipitação e tipo de solo (SANTOS et al, 2010), ainda seguindo a metodologia

do autor citado, após a reclassificação das variáveis ambientais e determinação dos pesos

estatísticos do modelo, foi elaborado o mapeamento de risco de inundação para o da Zona

Urbana de Brejo Santo, no qual foram abordadas as seguintes classes de risco,

determinadas como:

• Baixo-baixíssimo risco;

• Médio-baixo risco;

• Alto-médio risco; e

• Altíssimo-alto risco.

Quanto menos susceptível, as notas se aproximam de 0, quanto mais

susceptível a inundação as notas se aproximam de 10, baseado na metodologia proposta

por Santos et al (2010). Os mapas foram reclassificados no software Arcgis com suas

respectivas notas de risco à inundação. Foi estabelecido notas de acordo com o grau de

susceptibilidade a inundações conforme a seguir, quadro 3.

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Quadro3: Susceptibilidade a inundação

Fonte: Santos, et al 2010

Os dados foram reclassificados da seguinte forma;

1. Dados espaciais de altitude

2. Dados espaciais de declividade

3. Dados espaciais de uso do solo

4. Dados espaciais de tipo do solo

Para o mapa representar de forma mais real as condições encontradas na Zona

Urbana de Brejo Santo, vamos ponderar os dados. Com este propósito, será utilizado o

método AHP proposto por Saaty (1977), através da decisão do problema em níveis

hierárquicos. Este método determina por meio da síntese dos valores dos agentes de

decisão, uma medida global para cada alternativa, priorizando-as ou classificando-as ao

finalizar o método (GOMES et. al., 2004). As áreas com potencial de risco a inundação

foram classificadas segundo (SANTOS et al, 2010), considerando os valores de 1 a 10,

quadro 4.

Quadro 4: Valores de risco

Risco Valor

Baixíssimo risco (1-2)

Baixo risco (2-4)

Médio risco (4-6)

Alto risco (6-8)

Altíssimo risco. (8-10)

Fonte: do autor

Foi utilizada a matriz de comparação par a par ou matriz de decisão, fazendo uso

da escala fundamental de Saaty (1977), apresentada no quadro 5. O método de elaboração

Susceptibilidade à inundação Notas

Grau de susceptibilidade

Menos susceptível 0

Mais susceptível 10

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da matriz faz uso de uma escala de comparação, em que se pode definir linearmente a

hierarquia de importância entre os fatores pré-definidos (altitude, declividade, uso do solo

e tipo de solo).

Quadro 5 - Escala de comparadores

Valores Importância Mútua

1/9 Extremamente menos importante que

1/7 Muito fortemente menos importante que

1/5 Fortemente menos importante que

1/3 Moderadamente menos importante que

1 Igualmente importante a

3 Moderadamente mais importante que

5 Fortemente mais importante que

7 Muito fortemente mais importante que

9 Extremamente mais importante que

Fonte: Saaty (1977), apud Rosot (2000), adaptado

A fase de escolha dos valores, com base na escala de comparadores, é considerada

um dos momentos mais importantes de todo o processo de construção do mapa de risco

de inundação, pois nessa fase define-se o grau de importância de cada fator.

4.2 Área de estudo

O município de Brejo Santo está localizado na região Sul cearense distante 505

Km da capital Fortaleza, de acordo com o censo 2017 do Instituto de Geografia e

Estatística Brasileira-IBGE tem 48.830 habitantes, com uma área territorial de 663,429

km², o município é constituído de 3 distritos: Brejo Santo Sede Urbana, Poço e São Felipe.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará - IPECE

(2016), apresenta clima Tropical Quente Semiárido Brando, Tropical Quente Semiárido,

com média pluviométrica de 895,89mm anual, inserida dentro da Sub-bacia do Salgado.

A sede urbana do município corresponde a uma área de 22,027 km² com uma

população de 28.055, cerca de 62,08% do total do município. A faixa urbana é dividida

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pela rodovia BR 116, organizada em 14 bairros, (Figura 1) rodovia essa que liga ao estado

de Pernambuco, principal entrada de caminhões de carga do estado.

Figura 1: Mapa de localização da sede urbana de Brejo Santo/CE

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O entendimento do comportamento hidrológico da bacia hidrográfica é

fundamental para o conhecimento da sua dinâmica interna, devendo sua análise partir do

levantamento das suas características morfométricas como área, forma, rede de

drenagem, geologia e geomorfologia.

As características do relevo como orientação dos rios; altitude mínima, média e

máxima; declividade mínima, média e máxima; relação de relevo; apresentam influência

direta sobre as inundações, por exemplo, as variações na declividade estão diretamente

relacionadas com a velocidade e o perfil de escoamento superficial da água.

5.1 Modelo Digital de Elevação (MDE)

A área de estudo apresenta pontos de elevação entre 361 a 476 metros (Figura 2),

exibindo cursos d’água nas áreas de menores elevação.

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Figura 2: Mapa de Modelo Digital de Elevação da sede urbana de Brejo Santo/CE

Os bairros que apresentaram maior altitude foram o Morro Dourado, Aldeota,

Araujão, Raimundo Fernandes e Renê Lucerna, em consequência os que apresentaram

menor altitude, foram a Bela Vista, Centro, São Francisco e Eliseu Gomes de Lucena,

bairros esses que possuem maior acumulo de habitantes.

5.2 Análise do mapa de declividade

Os mapas de declividade emergem como ferramenta de vital importância para a

análise do relevo, sendo uma forma de representação temática da distribuição espacial

dos diferentes níveis de inclinação existentes em um terreno amparando a análise da

paisagem (COLAVITE; PASSOS, 2012).

A declividade da zona urbana em estudo (Figura 3), apresenta grande parte plana

(0-3%) indicando uma área de 58,7% e suave ondulado (3-8%), com 34,7% influenciando

muito o risco de inundação, quadro 4.

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Figura 3: Mapa de declividade da sede urbana de Brejo Santo/CE

Os bairros que mostram maior declividade foram o Renê Lucerna e Araujão, com

valores variando de 8-75% (Ondulado a Montanhoso) de declividade, já os bairros com

menores níveis de inclinação foram o Centro e São Francisco, com declividade plana.

Quadro 6: Tipos de declividade do solo

Descrição Percentual da área %

Plano 58,7%

Suave ondulado 34,7%

Ondulado 6%

Forte-ondulado 0,4%

Montanhoso 0,2%

Fonte: do autor

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5.3 Uso e ocupação

As enchentes são potencialmente ampliadas pela urbanização especialmente

devido à impermeabilização dos solos. Deste modo, a identificação das formas de

ocupação do solo da área e sua mensuração é tarefa importante.

Lima et al. (2014) estabelece classificações para diferentes áreas de acordo com

suas características. Assim, foi determinado as áreas residenciais e de serviços, áreas com

instalações comerciais, áreas de lazer, área de uso industrial, vias de acesso e as outras

áreas. Dessa forma, totalizou-se em 6 subclasses. As áreas livres foram classificadas como

áreas desprovidas de construções, sendo subdivididas em 3 subclasses, a saber: vegetação

densa, vegetação menos densa e os solos desnudos.

O quadro 7 apresenta a chave de interpretação das imagens, que resume os

critérios seguidos na análise visual das imagens de satélite e consequente identificação

dos elementos, para a geração do mapa de padrões de uso e ocupação da área (Figura 4).

Quadro 7: Chave de intepretação

Camadas Subcamadas Critérios de interpretação

Áreas

construídas

Ocupação

Residencial,

serviços e Área

comercial

Coloração vermelha, textura levemente rugosa,

principalmente nas áreas de grandes edifícios, muito

sombreada, de tamanho grande e forma regular. Área

reconhecida e delimitada em visita de campo textura

levemente rugosa, principalmente nas áreas dos

grandes prédios, muito sombreada, de tamanhos

medianos a pequenos, porém concentradas em uma

determinada área e com forma regular.

Lazer

Coloração amarela, textura levemente rugosa,

principalmente nas áreas de árvores, pouco

sombreada, de tamanho mediano e forma regular.

Vias de acesso Coloração preta, textura lisa, sem sombreamento, de

dimensões variáveis e forma regular.

Áreas livres Vegetação

densa

Cloração verde escuro, textura muito rugosa, muito

sombreada, de tamanho grande e forma irregular

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Vegetação

menos densa

Coloração verde claro, textura pouco rugosa, pouco

sombreada, tamanho mediano e forma irregular

Solo desnudo

Coloração vermelho-alaranjado clara, textura lisa,

sem sombreamento, de dimensões variáveis, mais

presente em toda a paisagem

Fonte: Lima, et al, 2014

O mapa de uso do solo tem grande importância por demonstrarem a partir da

interpretação de imagens de satélites as áreas ocupadas por pastagem, agricultura,

vegetação natural nativa, cursos de rios e outras feições. Possibilitam também a indicação

de áreas de risco ou aquelas que já foram intensamente degradas em determinada região,

bem como a distinção entre variações ocorridas devido à evolução da paisagem e as

provocadas pelo homem.

Figura 4: Mapa de uso e ocupação da sede Urbana de Brejo Santo/CE

Fonte: do autor

A análise do uso do solo consiste em buscar conhecer a forma com que área de

interesse é utilizada, permitindo uma caracterização das interações antrópicas com o meio

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ambiente, se constituindo como uma representação espacial dessas interações (SANTOS

et al, 2011).

Foi usado para mapeamento da área o programa Google Earth Pro. Assim, foram

dividas 8 classes de mapeamento: corpo de água (3.5%), área residencial, comercial e

serviços, (28,7%) áreas de lazer (3,72%), outras áreas (0,4%), vias de acesso (2,09%),

vegetação densa (9,06%), vegetação menos densa (44,1%) e solo desnudo (7,62). Para a

diferenciação de cada classe foi preciso atribuir cores falsas a cada uma, para só assim,

poder identificar e diferenciar cada classe e o local no mapa em que cada uma se encontra.

A figura 5 e 6 mostram duas imagens aéreas que pode fazer a validação dos mapas para

a classe residencial, comercial e serviço e vegetação menos densa, respectivamente.

Figura 5: Trecho urbano da cidade

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 501723.29 / E 9171728.08 1:200

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Figura 6: Vegetação menos densa

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 502100.20 / E 9172526.45 1:100

5.4 Mapa de solos

A sede urbana é encontrada 2 tipos de solos: Argissolos Vermelho Amarelo e

Vertissolos, ambos são constituídos principalmente de argila, predomina a cor marrom

escura e é intercalada de lentes de argila cinza esverdeada (Figura 7).

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Figura 7: Mapa das classes de Solos da sede urbana de Brejo Santo/CE

O solo Argissolos Vermelho Amarelo são caracterizados por apresentarem perfis

profundos e muito profundos, bem estruturados e bem drenados; com sequência de

horizontes A, B e C, textura média e argilosa, sendo que o horizonte B possui acumulação

de argila com teores sempre mais elevados do que no horizonte A, implicando em

diferença nítida de textura entre eles (PEREIRA et al,. 2007). Destaca-se também que na

classe de solo Argissolos Vermelho-Amarelo a diferença de textura entre os horizontes A

e B (ocasionada pelo acúmulo de argila no horizonte B) dificulta a infiltração de água no

perfil, o que favorece os processos erosivos (CREPANI et al., 2001).

O solo Vertossolos, são profundos com perfis do topo A, C, argilosos e muito

argilosos, característicos pelos aspectos físico típicos que apresentam, como constituinte

principal, as chamadas argilas do grupo 2/1 (montmorillonita), que têm a propriedade de

provocar movimentos internos de expansão e contração da massa do solo, com isso

mostram-se extremamente duros e muito fendilhados (rachado) durante a estação seca,

tornando-se muito plástico e pegajoso nas épocas úmidas, quando a massa do solo se

expande (PEREIRA et al,. 2007).

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5.5 Potencial de riscos de inundação

O mapa de áreas de risco à inundação é um instrumento importante na prevenção,

controle e gestão das inundações. De acordo com Veyret (2007), assinalar o risco em um

mapa equivale a afirmar o risco no espaço em questão. O zoneamento e a cartografia que

o acompanham constituem a base de uma política de prevenção.

De acordo com Tucci (2003), com a utilização dos mapas de inundação é possível

definir o zoneamento das áreas de risco à inundação.

O mapa de potencial risco de inundação foi dividido em 5 categorias, classificando

as áreas em níveis de risco (Figura 8). As categorias consideradas foram: baixíssimo risco,

baixo risco, médio risco, alto risco e altíssimo risco de acordo com o quadro 4 e com seus

percentuais apresentados no quadro 8.

Quadro 8: Porcentagem de Risco

Risco Área (km2) Porcentagem (%)

Altíssimo risco 6.884 31,25%

Alto Risco 8.258 37,50%

Médio risco 4.260 19,34%

Baixo risco 2.306 10,46%

Baixíssimo risco 0.317 1,45%

Fonte: do autor

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Figura 8: Mapa de potencial risco a inundação da sede urbana de Brejo Santo/CE

A partir dos resultados da figura 8, percebe-se que a área de estudo está bem

dividida em relação ao potencial risco a inundação, onde a categoria de altíssimo risco se

encontra na área mais plana da cidade, como os bairros do Centro, São Francisco, Bela

Vista e Eliseu Gomes de Lucena, e com base no quadro 8 pode-se observar a porcentagem

de cada risco em relação ao tipo das categorias de risco da zona urbana da cidade.

Consequentemente esses bairros são percorridos por um curso d’água aumentando ainda

mais o potencial risco a inundação nessas áreas (Figuras 9,10 e 11).

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Figura 9: Planície de inundação no bairro São Francisco

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 502399.74 / E 9171517.11 1:100

Figura 10: Planície de inundação no Bairro Centro

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 501475.16 / E 9171148.78 1:100

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Figura 11: Planície de inundação no Bairro Bela Vista

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 501106.43 / E 9171452.08 1:100

A categoria de “Alto Risco”, apresenta maior número de bairros suscetível a

inundação. Tais bairros são: Taboqueiras, Capilé, Renê Lucena, Luiza Leite, Araujão,

Aldeota, Sol Nascente e Cabaceiras. Apesar desses bairros não estarem situados em

nenhum curso d’água, ainda podem apresentar uma potencial inundação (Figuras 12, 13

e 14).

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Figura 12: Bairro Sol Nascente

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 502426.71 / E 9172279.66 1:100

Figura 13: Bairro Aldeota

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 501646.93 / E 9172559.47 1:200

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Figura 14: Bairro Araujão

Fonte: Imagem aérea em 08/05/2017 24M 501646.93 / E 9172559.47 1:200

Através do mapa de risco a inundação da zona urbana da cidade de Brejo Santo

(Figura 8) que toma como base a declividade do solo, pode-se identificar as áreas mais

susceptíveis a inundação.

Com a sobreposição do mapa de risco a inundação com o de uso e ocupação do

solo é possível verificar que uma grande área residencial e comercial apresenta de alto a

altíssimo risco de inundação. Essa região é uma região de baixa altitude, com baixa

declividade e com intensificação do uso do solo por edificações.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo, constatou-se que as modificações na área urbana da cidade de Brejo

Santo, Ceará, foram provocadas principalmente pelas intervenções antropogênicas,

resultantes das formas diferenciadas de uso e ocupação do solo de forma desordenada.

Além disso, a baixa declividade do terreno dificulta o escoamento superficial da água

ocasionando uma área de 31,25% e 37,50% com altíssimo e alto risco de inundação,

respectivamente.

O auxílio das geotecnologias proporcionou o mapeamento mais detalhados da

zona urbana do município de Brejo Santos/CE e a caracterização morfométrica que

possibilitou identificar a declividade e elevação topográfica. O mapeamento também

identificou as áreas que potencialmente pode inundar devido a redução da velocidade de

escoamento superficial ocasionado pelas baixas declividades (terrenos planos) e baixas

altitudes.

O declive do terreno em conjunto com o mapa de uso e ocupação do solo urbano,

mapas das classes de solos e o modelo digital de elevação auxiliaram na identificação de

áreas suscetíveis às inundações em diferentes partes do perímetro urbano. Com base

nessas informações, e outros dados morfométricos, sugere-se, medidas preventivas e

ampliação dos estudos ambientais para permitir o melhor planejamento e gestão da

drenagem urbana do município em estudo.

A pesquisa proporcionou um diagnóstico preliminar, fornecendo subsídios para

futuros trabalhos na área, a fim de melhor analisar os impactos antrópicos com destaque

para a expansão urbana.

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REFERÊNCIAS

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conhecer para prevenir. Tominaga, L.K; Santoro, J; Amaral, R. (Organizadores).

Instituto Geológico, São Paulo, p. 40-53, 2009.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução do trabalho cientifico: elaboração de

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