universidade regional do cariri - urca prÓ...

64
UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ANÁLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE AURORA ANDRESSA PALOMA DAVID DE OLIVEIRA Juazeiro do Norte - CE 2017

Upload: donhan

Post on 26-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ANÁLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE AURORA

ANDRESSA PALOMA DAVID DE OLIVEIRA

Juazeiro do Norte - CE

2017

ANDRESSA PALOMA DAVID DE OLIVEIRA Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil

URCA

ANÁLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE AURORA

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Regional do Cariri.

Orientador: Prof. Me Jefferson Luiz Alves Marinho.

Juazeiro do Norte - CE

2017

ANÁLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM UMA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE AURORA

Elaborado por: Andressa Paloma David de Oliveira Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção

Civil – URCA

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Prof. Me Jefferson Luiz Alves Marinho

ORIENTADOR

________________________________________________ Examinador interno

_________________________________________________ Examinador interno

Monografia aprovada em _____ /______ /_______, com nota _______.

Juazeiro do Norte – CE 2017

Dedico a minha família e amigos.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS pela oportunidade de vida e por todos os benefícios

incalculáveis que me proporciona.

Ao meu orientador Prof. Me Jefferson Luiz Alves Marinho, pelo o incentivo,

presteza no auxilio às atividades e por acreditar nesse projeto.

Agradeço a todos os professores que fizeram parte da grade da pós-

graduação.

Agradeço todos que compõe o Departamento da Construção Civil da URCA -

Campus CRAJUBAR, que deram sua parcela de contribuição no percurso dessa

jornada.

Agradeço aos meus familiares pelo e incentivo e por acreditar em mim.

“Prédio também adoece... e, portanto, precisa ser tratado!”

Leonardo Guimarães

RESUMO

As edificações possuem um ciclo de vida útil, portanto existem condições que podem prolongar este tempo. Mesmo com tanta evolução tecnológica na construção civil, tem-se verificado um grande número de edificações novas com muitas patologias, que além de tudo compromete recursos financeiros em consertos que poderiam ser completamente evitadas. Em procura de oferecer uma obra segura, funcional e durável, este trabalho procura colaborar abordando e analisando revelações patológicas observadas numa edificação pública, baseando-se em vistorias realizadas no local e registros fotográficos dos problemas encontrados, onde são expostas as causas das anomalias, e são comentadas as providências que foram tomadas a fim de solucionar as patologias. Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento dos aparecimentos patológicos mais frequentes na EEEP Leopoldina Gonçalves Quezado já que a instituição tem menos do que cinco anos. Foi realizada um levantamento sobre as manifestações patológicas a partir dos dados analisados, foi possível verificar que as fissuras nas paredes onde há esquadrias são mais frequentes em quase todas canto de portas, mofo no forro e destacamento em lugares que tem muita vibrações como bibliotecas e auditórios, mofo nas paredes em locais que há contato com água como banheiros, problemas hidrossanitarios devido ao vandalismo e afundamento do piso do pátio este por ultimo foi a patologia mais encontrada cerca de 40% de todo piso que é intertravado tem esse tipo de patologias. Como conclusão, apresenta-se que as edificações públicas precisam de manutenção adequada com maior rigor e sempre buscar durabilidade, pois os custos de uma eventual intervenção posterior são maiores se comparados aos custos de uma execução bem-feita. Palavras-chave: Manifestações patológicas. Levantamento de dados. Manutenção.

ABSTRACT

The buildings have a life cycle, so there are conditions that can extend this lifespan. Even with so much technological evolution in construction, it is verified a large number of new buildings with many pathologies, which in addition compromises financial resources in repairs that could be completely avoided. Looking for a functional and durable safe construction, this paper seeks to collaborate by approaching and analyzing pathological revelations observed in a public building, Based on in situ surveys and photographic records of the problems found, where the causes of the anomalies are exposed and the measures that have been taken to solve the pathologies. This study aims to make a survey of the most frequent pathological findings in EEEP Leopoldina Gonçalves Quezado since the institution is less than five years old. A survey was made on the pathological manifestations from the analyzed data, it was possible to verify that the cracks in the walls where there are frames are more frequent in almost all doorstep, mold in the lining and detachment in places that have a lot of vibrations like libraries and auditoriums, Moldy walls in places where there is contact with water such as toilets, plumbing problems due to vandalism and sinking of the patio, this being the most common pathology, occurring in about 40% of the "blocket" pave. As a conclusion, it is presented that public buildings need adequate maintenance with greater rigor and always looking for durability, since the costs of a possible posterior intervention are greater if compared to the costs of a well executed execution. Keywords: Pathological manifestations. Data collection. Maintenance.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas de produção e uso das obras civis ................................................. 19

Figura 2. Localização da Escola ................................................................................ 44

Figura 3A. Afundamento de piso ............................................................................... 47

Figura 3B. Afundamento de piso ............................................................................... 47

Figura 4. Afofamento da porta ................................................................................... 48

Figura 5. Forro com macha e destacado ................................................................... 49

Figura 6. Sem torneira e vazamento na parte de saída para o esgoto ...................... 50

Figura 7A. Fissura junta a porta ................................................................................ 51

Figura 7B. Mancha de umidade e mofo na parede ................................................... 51

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e

uso das obras civis .................................................................................................... 21

Gráfico 2. Lei de evolução de custos, lei de Sitter ..................................................... 29

SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

1.1. Justificativa ................................................................................................... 14

1.2. Objetivos ...................................................................................................... 15

1.2.1. Objetivo Geral ........................................................................................ 15

1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................. 15

1.3. Problema ...................................................................................................... 15

1.4. Metodologia .................................................................................................. 16

2. PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................ 18

2.1. Origem das patologias ................................................................................. 19

2.2. Concepção: Planejamento, Projeto e Materiais ........................................... 21

2.3. Execução ..................................................................................................... 22

2.4. Uso: Manutenção ......................................................................................... 23

2.5. Causas das patologias ................................................................................. 23

2.6. Formas patológicas encontradas com maior freqüência .............................. 24

2.7. Desempenho de uma edificação .................................................................. 24

2.8. Vida útil de uma edificação .......................................................................... 25

2.9. Durabilidade ................................................................................................. 26

3. AS PATOLOGIAS RELACIONADAS AOS CUSTOS DA CONSTRUÇÃO......... 28

3.1. Diagnóstico, prognóstico e tratamento ......................................................... 30

4. MANUTENÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS ............................................................ 32

4.1. Planejamento ............................................................................................... 33

4.1.1. Os objetivos do planejamento ............................................................... 35

4.1.2. Vantagem do planejamento ................................................................... 36

4.1.3. A precisão do planejamento .................................................................. 37

4.1.4. Áreas de conhecimento do planejamento. ............................................. 38

4.1.5. Roteiro do planejamento ........................................................................ 41

5. ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 44

5.1. Histórico ....................................................................................................... 44

5.2. Visita preliminar ............................................................................................ 45

5.3. análise dos dados ........................................................................................ 45

5.4. Patologias agrupadas devido à ocorrência em ambientes ou elementos da própria edificação .................................................................................................. 46

5.4.1. Pisos ...................................................................................................... 46

5.4.2. Esquadrias ............................................................................................. 48

5.4.3. Forros .................................................................................................... 49

5.4.4. Instalações Hidrossanitárias .................................................................. 50

5.4.5. Paredes ................................................................................................. 50

6. ANÁLISE E SOLUÇÕES ................................................................................... 52

6.1. Afundamento do piso ................................................................................... 52

6.2. Afofamento de esquadrias ........................................................................... 52

6.3. Macha e destacamento do Forro ................................................................. 53

6.4. Instalações Hidrossanitárias com vazamentos ............................................ 53

6.5. Trincas e mofo em paredes .......................................................................... 54

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 55

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................... 57

ANEXOS ................................................................................................................... 60

Anexo A. ................................................................................................................ 61

Anexo B. ................................................................................................................ 62

Anexo C. ................................................................................................................ 63

Anexo D. ................................................................................................................ 64

13

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, o ritmo veloz na construção civil não é mais surpresa para os

profissionais da área. O ser humano vem adquirindo um conhecimento sobre a

construção de edifícios desde o início da civilização, visando sempre aprovar suas

necessidades e desejos. Com o grande avanço tecnológico no setor de técnicas e

materiais de construção, observa-se um alto número de edificações relativamente

novas apresentando diversos tipos de patologias. Os prazos para elaboração de

projetos e para execução são reduzidos constantemente, pois numa construção,

tempo sempre é fator determinante para a composição dos custos da obra. A

deficiência de um planejamento da obra, o uso inadequado de materiais, aliado à

falta de cuidados na execução e mesmo adequações quando do seu uso,

adicionado à carência de manutenção, tem criado despesas extras às edificações.

Esses fatos têm gerado gastos muito elevados nos reparos que poderiam

totalmente ser evitadas, ou pelo menos minimizados. A fase relativa à execução

quando não feita de maneira adequada impulsiona para que muitas etapas ou

procedimentos de engenharia sejam simplificados ou muitas vezes excluídos

propiciando o aparecimento de patologias. Mas, em alguns casos, as construções

apresentam problemas nos quesitos de durabilidade, conforto e segurança, sendo

necessário procurar soluções para esses problemas e melhorias dessas

construções.

É imprescindível que cada etapa do processo construtivo seja realizada de

maneira criteriosa para que os riscos de manifestações patológicas sejam

minimizados. O controle de qualidade dos materiais juntamente com a capacitação

da mão de obra é de suma importância e algo que é almejado na construção civil.

Conforme Verçoza (1991), as características construtivas modernas

favorecem muito o aparecimento de patologias nas edificações. Hoje, sempre se

está à procura de construções que sejam realizadas com o máximo de economia,

reduzindo assim o excesso de segurança, em função do conhecimento mais

aperfeiçoado e aprofundado dos materiais e métodos construtivos. Com o

conhecimento preciso sobre até que ponto pode-se confiar e utilizar um material

tem-se a redução do seu consumo. Mas, com isso, o mínimo erro pode gerar

14

diversas patologias. Klein (1999) ainda cita a má qualidade da mão de obra como

favorecimento do surgimento de patologias.

No Brasil, os construtores têm o dever de dar uma garantia de cinco anos

em suas construções, prazo previsto no Código Civil. E pouco se pesquisa para que

as patologias nesse intervalo de tempo.

O uso e manutenção adequada da edificação, também é uma condição

importante para a vida útil da construção. A falta de manutenção periódica faz com

que pequenas patologias, de baixo custo de recuperação, evoluam, comprometendo

a qualidade estética da obra.

Neste trabalho serão apresentadas e analisadas as manifestações

patológicas recorrentes na E.E.E.P. Leopoldina Gonçalves Quezado na cidade de

Aurora – Ceará por meio de observações, registros fotográficos e análise dos dados.

Com o objetivo de melhoria considerável na qualidade em edificações pública, o

presente estudo tem como escopo a análise de alguns problemas patológicos

detectados na obra em questão, propondo soluções, prevenções e procedimentos

para recuperá-la. Dessa forma, busca-se minimizar fatos ocorridos.

1.1. Justificativa

Este trabalho está baseado em patologias ocorridas em uma edificação de

instituição escolar pública. É importante enfatizar a conexão entre um bom

planejamento, projeto, execução e especificação dos materiais, adicionado com a

sua manutenção nas obras públicas. Em muitas obras que até pouco tempo foram

concluídas e que são consideradas novas há a necessidade de restauração, sendo

essa restauração uma obra de caráter emergencial. Esses problemas patológicos

consomem recursos financeiros altos e desnecessários, em que as reparações

poderiam ser inteiramente evitadas.

Com os resultados obtidos através deste trabalho tem-se como foco

proporcionar melhorias nos serviços prestados, de forma que sejam

economicamente mais acessíveis, de maior facilidade de manutenção, mais

seguros, funcionais, aumentando a vida útil e valorizando as construções de usos

comuns da população.

Ainda que este trabalho aborde análises e soluções de patologias de uma

edificação pública, serão analisados de modo parcial os problemas enfrentados por

15

técnicos do setor da construção civil e dos entraves em obras gerenciadas por

órgãos públicos.

Espera-se que os resultados alcançados neste trabalho possam contribuir

para um melhor entendimento das patologias e o quanto se pode evitar gastos que

não deveriam existir, enfatizando a importância da conexão entre o planejamento

adequado, cuidados na execução, especificação dos materiais, juntamente com o

uso e manutenção da obra, pois uma das formas para reduzir o número de falhas é

a divulgação delas, já que pode-se aprender a partir da análise das causas que

podem conduzir uma estrutura ao colapso ou a um funcionamento inadequado.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo proporcionar e avaliar algumas

definições de conceitos e casos sobre ocorrências patológicas encontradas na

estrutura da Escola Estadual de Ensino Profissionalizante Leopoldina Gonçalves

Quezado localizada na cidade de Aurora/CE, através de análises, inspeção visual,

diagnósticos e tratamento oferecendo sugestões para evitá-las.

1.2.2. Objetivos específicos

Revisar bibliograficamente os principais problemas patológicos e sugerir

procedimentos para a solução e prevenção.

Comprovar a importância da conexão entre o planejamento adequado,

cuidados na fase de projeto, execução e especificação dos materiais, junto

com o uso e manutenção da obra.

Abordar as recomendações para a manutenção das edificações;

1.3. Problema

Dentro do escopo deste trabalho busca refletir-se sobre o porquê de

apresentações de patologias em edificações com menos de cinco anos de uso.

Nas obras de engenharia civil, obras da iniciativa privada ou pública, o Código Civil,

obriga as construtoras a prestar serviços de garantia pelo prazo de cinco anos.

Contudo, é observado um grande número de edificações recém construídas que

apresentam diversos problemas patológicos, consumindo recursos financeiros

muitas vezes desnecessários. Com essas observações algumas respostas podem

ser citadas de forma mais resumida:

16

Verificar se algum erro na execução dos projetos;

Na execução sempre procurar mão-de-obra qualificada;

O contratante buscar seus direitos juntos aos órgãos competentes para que a

contratada arca com suas responsabilidades, caso haja, algum problema na

edificação no tempo estimado pelo o código civil.

Espera-se que os resultados obtidos no trabalho possam contribuir e

enfatizar a importância da relação entre o planejamento adequado, cuidados na

execução, especificação dos materiais, juntamente com o uso e manutenção da

edificação.

1.4. Metodologia

Esta pesquisa foi realizada fundamentada em um estudo de caso,

considerando alguns problemas patológicos detectados num edifício de uma

instituição escolar de Ensino Pública.

Primeiramente, foi feita uma revisão bibliográfica sobre Patologias das

Construções, Gestão da Qualidade, evidenciando sua importância. Procurou-se em

livros, artigos, periódicos e arquivos eletrônicos, fundamento para o desenvolvimento

e sustentação do assunto.

Em paralelo à revisão bibliográfica, examinou-se e verificaram-se alguns

problemas patológicos detectados através de várias visitas in loco e uma

investigação de dados e demonstrados através de levantamento fotográficos.

Também se procedeu à identificação de projetos da escola, além da análise

do entorno do meio implantado e a agressividade do meio de exposição.

Com o alvo de se identificar as manifestações patológicas, adotou-se como

metodologia a inspeção visual, na qual se procurou detectar as suas causas. Nas

verificações feitas a partir da inspeção visual, detectou-se um leque de

irregularidades: fissuras, trincas, rachaduras, deteriorização do concreto, infiltração

de água, eflorescências, manchas de ferrugem, corrosão. Complementou-se com

uma análise das suas intensidades, com a qual produziram-se documentos

fotográficos.

Em seguida, estes dados foram verificados sendo destacado seu diagnóstico

e prognóstico, quando foram identificadas as causas prováveis para a ocorrência

das patologias. Através desta análise, foram ordenadas propostas para a solução,

terapias, medidas preventivas e procedimentos que poderão ser seguidos pelos

17

gestores dos órgãos públicos para a solução destes problemas, evitando a sua

repetição com acréscimo considerável na qualidade dos serviços prestados.

18

2. PATOLOGIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A patologia nas construções é semelhante à Ciência Médica, já que estuda

os sintomas, formas de manifestação, origens e causas das doenças ou falhas que

ocorrem nas edificações (RIPPER et al.,1998; HELENE 2002).

Patologia, de acordo com os dicionários, é a parte da Medicina que estuda

as doenças. Conforme o dicionário MICHAELIS, significa:

“Med Ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças. P. descritiva ou P. especial: história particular de cada doença. P. externa: a que se ocupa das doenças externas. P. geral: a que define os termos, fixa-lhes as significações, determina as leis dos fenômenos mórbidos, investiga e classificam as causas, os processos, os sintomas etc. P. interna: a que se ocupa das doenças internas.”

Segundo Helene (2002), as patologias normalmente apresentam

características externas a partir das quais se pode conhecer sua origem, natureza e

os mecanismos dos acontecimentos envolvidos. Alguns problemas surgem com

maior intensidade, devido à falta de cuidados que geralmente são ignorados, seja no

projeto, na execução ou até mesmo na utilização.

As patologias são modificações estruturais e/ou funcionais causadas por

doença no organismo, ou seja, tudo que promove a degradação do material ou de

suas propriedades físicas e ou estruturais o qual esteja sendo solicitado. As

edificações também podem apresentar patologias, comparáveis às doenças: trincas,

rachaduras, fissuras, manchas, descolamentos, deformações, rupturas, corrosões,

oxidações, entre outros, assim chamada de Patologia da Construção. Também pode

ser entendida como o baixo ou o fim do desempenho da estrutura, em relação à

estabilidade, estética, servibilidade e, principalmente, durabilidade da mesma com

relação às condições que está submetida.

Para Souza e Ripper (1998) Patologia das Estruturas define-se como

“campo da Engenharia das Construções que se ocupa do estudo das origens,

formas de manifestação, conseqüências e mecanismos de ocorrência das falhas e

dos sistemas de degradação das estruturas". Este ramo de engenharia tem sua

importância devido à necessidade de prorrogar a vida útil das estruturas.

Manifestações patológicas apresentam-se na maioria das edificações, com

maior ou menor intensidade, variando o período e a forma de manifestação. É

importante a detecção precoce, visto que, o quanto antes for tratado, tende a

19

minimizar o comprometimento e o menor custo do tratamento. Em geral, observa-se

nas patologias, um descaso inconsequente, que leva a simples reparos superficiais

ou inversamente, a demolições ou reforços injustificados. Os dois extremos são

desaconselhados, visto que o conhecimento na área é considerando de grande

evolução e alto desenvolvimento de equipamentos e técnicas, sendo perfeitamente

possível diagnosticar e solucionar com êxito a maioria dos problemas patológicos.

Para o sucesso de um tratamento da patologia, é necessário um diagnóstico

adequado e completo, onde deve-se esclarecer todos os aspectos do problema,

como: sintomas, mecanismos, origens e causas.

Comumente, as manifestações patológicas aparecem de forma bastante

característica e com ocorrência bem estabelecida estatisticamente. Depois de se

conhecer as patologias, é possível identificar a origem e natureza dos problemas,

bem como suas consequências.

2.1. Origem das patologias

As patologias são originadas por falhas que incidem durante a realização de

uma ou mais das atividades do processo da construção civil. Conforme Helene “o

processo de construção e uso pode ser dividido em cinco etapas: planejamento,

projeto, fabricação dos materiais e componentes fora do canteiro, execução e uso”,

conforme Figura 1.

Figura 1. Etapas de produção e uso das obras civis

Fonte: HELENE, 2003, p. 24

20

As quatro primeiras etapas dispõem um tempo relativo curto, em relação à

quinta etapa (uso da edificação), sendo esta etapa a mais longa, pois envolve a

operação e manutenção das edificações, que geralmente são utilizadas por mais de

50 (cinqüenta) anos.

De acordo com Pedro et al. (2002), a origem das patologias pode ser

classificada em: congênitas, construtivas, adquiridas e acidentais.

Congênitas – São aquelas que surgem ainda na fase de projeto, e ocorrem

pela falta de observação das Normas Técnicas, também por falhas e

descuidos dos profissionais, que acabam tendo como conseqüência falhas no

detalhamento e execução inadequada das construções

Construtivas – o surgimento dessas patologias está relacionado na etapa de

execução da obra, e tem ocorrência no emprego de mão de obra

desqualificada, materiais não certificados e ausência de metodologia para

execução dos serviços.

Adquiridas – essas patologias aparecem durante a vida útil da edificação e

são causadas pela exposição ao meio em que se inserem.

Acidentais – São as patologias causadas pela ocorrência de algum

fenômeno atípico, resultado de uma solicitação incomum.

As manifestações patológicas referentes às fases de planejamento, projeto,

fabricação e construção surgem no período inferior a dois anos, porém durante a

utilização os problemas podem aparecer depois de muitos anos. Por isso, é muito

importante identificar em qual etapa surgiram os vícios construtivos, até mesmo para

a atribuição de responsabilidades civis (MACHADO, 2002).

Helene e Pereira (2007) afirmam que os processos de construção e uso

podem ser divididos em até cinco etapas, sendo elas: planejamento, projeto,

fabricação de materiais e elementos fora da obra, execução propriamente dita e uso.

Grande parte dos problemas tem origem nas fases de projeto e planejamento,

conforme mostra o gráfico 1. As falhas de planejamento e projetos são, em geral,

mais graves que as falhas da qualidade dos materiais e de má execução. Por isso,

recomenda-se dedicar mais tempo em fazer projetos mais detalhados e completos.

21

Gráfico 1 - Origem dos problemas patológicos com relação às etapas de produção e uso das obras civis

Fonte: HELENE, 2003, p. 25

Ainda em relação o gráfico acima, Souza e Ripper (1998) chamam a atenção

para algo importante nesta questão são várias as causas que dão origem a

problemas patológicos, portanto, tem-se o desejo de se procurar determinar qual

fase tem sido responsável, ao longo dos tempos, pela maior quantidade de erros.

Certas manifestações devem-se à necessidade de cuidados que muitas vezes

são ignorados, seja durante o projeto, a execução ou o uso. Como visto no gráfico 1,

a maior incidência de patologias originam-se nas fases de planejamento e projeto,

que geralmente, são mais graves que as falhas de qualidade dos materiais ou de má

execução. Prefere-se investir mais tempo no detalhamento e estudo da estrutura

que por falta de previsão, tomar decisões apressadas ou adaptadas durante a

execução.

2.2. Concepção: Planejamento, Projeto e Materiais

A etapa de concepção esta relacionada às três primeiras etapas:

Planejamento, Projeto e Definição dos Materiais. Projetar uma estrutura significa

resolver por completo os itens: segurança, funcionalidade e durabilidade.

Em nível de qualidade, exigi-se, para a etapa de concepção: planejamento

de projeto, satisfação do cliente, facilidade de execução, possibilidade de adequada

manutenção e de extensão da vida útil da obra. Visto que a execução deverá

atender especificações determinadas no projeto.

22

Souza e Ripper (1998), constataram que as falhas ocorridas durante as

primeiras fases, são as responsáveis por deixarem o custo da obra mais oneroso e

por causar maiores transtornos relacionado à obra. Ou seja, na construção civil,

quanto mais precoce ocorrer à falha, mais complexa será a solução. Quanto antes

detectado a falha, maior será a facilidade para a solução, a menores custos.

Ainda segundo os autores são várias as falhas possíveis de ocorrer durante

a concepção de uma edificação. Podem-se originar durante o desenvolvimento do

planejamento ou do projeto, ou na definição dos materiais. Muitas delas ocorrem

devido:

- Elementos de projeto inadequados (má definição das ações atuantes ou

da combinação mais desfavorável das mesmas, escolha infeliz do modelo

analítico, deficiência no cálculo da estrutura ou avaliação da resistência do

solo, etc)

- Falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem como com

os demais projetos civis;

- Especificação inadequada de materiais;

- Detalhamento insuficiente ou errado;

- Detalhes construtivos inexeqüíveis;

- Falta de padronização das representações (convenções);

- Erros de dimensionamento.” (SOUZA e RIPPER, 1998, P.24).

2.3. Execução

Após a conclusão da concepção, que espera-se tenha sido com sucesso,

segue à quarta etapa, a execução, que inicia-se com o planejamento da obra. Erros

podem ser originados em qualquer das atividades referentes a este processo. Nesta

fase podem ocorrer falhas ocasionadas por: falta de cuidados condições de trabalho,

desqualificação profissional de mão de obra, falta de controle de qualidade, má

qualidade de materiais e equipamentos, irresponsabilidade técnica e sabotagem.

Pode-se ocorrer problemas mais graves quando há uma deficiência na

fiscalização, juntamente com um fraco comando de equipes, somada à baixa

capacitação profissional do técnico (engenheiro ou arquiteto) e do mestre de obras.

23

2.4. Uso: Manutenção

Mesmo que as etapas anteriores sejam realizadas com sucesso, a obra

pode apresentar patologias originadas pelo uso, pois a má utilização da edificação

ou a falta de manutenção adequada pode implicar na qualidade e na segurança.

Toda obra possui um período de vida útil estimado. Porém, muitas vezes,

antes do término deste prazo, o nível de desempenho encontra-se abaixo dos limites

mínimos estimados. Um desses motivos é a falta de manutenção periódica fazendo

com que pequenas manifestações patológicas, evoluam para situações de baixo

desempenho das suas finalidades, com ambientes insalubres, de deficiente aspecto

estético, de possível insegurança estrutural e de alto custo de recuperação.

Souza e Ripper (1998) constataram que as falhas e problemas patológicos

ocorridos nesta etapa podem tem sua origem no desconhecimento técnico,

ignorância ou desleixo. Ocorre pelo uso inadequado das instalações, pela falta de

manutenção e até mesmo, devido à ausência total da mesma. Podem ser

interditados, com as possibilidades de manutenção e as limitações da obra.

Conforme a NBR 5674/1999, a responsabilidade pela manutenção de uma

edificação está atribuída ao proprietário, ou por algum contratado (empresa ou

profissional habilitado). É importante a manutenção periódica, pois pode evitar sérios

problemas patológicos ou até levar a própria ruína da obra.

2.5. Causas das patologias

São múltiplos os fatores que resultam aparições patológicas nas

construções. Machado (2002) descreve as principais causas:

Deficiência na execução dos projetos no que se refere às cargas atuantes,

dimensionamento incorreto das estruturas, e ainda materiais e processos com

descrições inadequadas;

Ações térmicas internas (gradientes térmicos originados pelo calor de

hidratação) e externas (variação sazonal de temperatura) atuando nas

estruturas de concreto armado;

Intemperismo, tais como variação de umidade, agentes atmosféricos diversos,

agressões ambientais, entre outros;

Utilização inadequada da construção (alteração da destinação, acréscimo das

solicitações).

24

2.6. Formas patológicas encontradas com maior freqüência

Segundo Lichtenstein (1985), estes problemas podem manifestar-se de

forma simplificada, sendo de fácil identificação e reparo evidente. Ou podem

apresentar-se também de forma complexa, requerendo uma análise individualizada.

As patologias que ocorrem com maior frequência são infiltrações, manchas, bolor ou

mofo, eflorescência, fissuras e trincas, corrosão da armadura, entre outras cujas

causas mais comuns serão apresentadas abaixo:

Infiltração - ocorre quando a quantidade de água é maior ela pode pingar, ou

até fluir resultando numa infiltração.

Manchas - A água ao atravessar uma barreira fica aderente, resultando daí

uma mancha.

Bolor - é o fungo em estágio inicial, quando, sobre diferentes superfícies, fica

uma camada em alto relevo na tonalidade acinzentada, que, limpando com

um pano úmido ou mesmo escovando, você consegue retirar. É muito comum

em madeira, fórmica, cerâmica e mesmo em tecidos.

Mofo - é o fungo em estágio avançado, que deixa uns pontinhos pretos; muito

difícil de sair quanto encontrado em superfícies fibrosas, principalmente

tecidos.

Eflorescência - Formações salinas nas superfícies das paredes, trazidas de

seu interior pela umidade. Apresenta-se com aspecto esbranquiçado à

superfície da pintura ou reboco; Criptoflorescência: Formação de cristais no

interior da parede ou estrutura pela ação de sais. Causam rachaduras e até a

queda da parede; Gelividade: Ação da água depositada nos poros e canais

capilares dos materiais que ao se congelar podem causar a desagregação.

2.7. Desempenho de uma edificação

Segundo Souza e Ripper (1998), por desempenho entendem-se o

comportamento em serviço de cada produto, ao longo da vida útil, e a sua medida

relativa espelhará, sempre, o resultado do trabalho desenvolvido nas etapas de

projeto, construção e manutenção. Em uma estrutura, para que um sintoma, seja

classificado como patológico, deve danificar algumas das exigências da construção,

seja ela de capacidade funcional, mecânica ou estética. Assim, observa-se que

existe uma forte relação entre a manifestação patológica e o desempenho da

edificação, na medida em que sua avaliação é relacionada com o comportamento da

25

estrutura em utilização. Logo, a análise das manifestações patológicas é função

também de dois aspectos fundamentais: tempo e condições de exposição, tornando-

a, assim, associada aos conceitos de durabilidade, vida útil e desempenho

(ANDRADE; SILVA, 2005).

2.8. Vida útil de uma edificação

A vida útil do material entende-se o período durante o qual suas

propriedades e resistências permanecem acima dos limites mínimos especificados

de funcionalidade, segurança e aparência exigíveis durante um período de tempo

exposto à condições ambientais esperadas, sem requerer altos custos imprevistos

para manutenção e reparo. A estrutura, no decorrer de sua vida útil, estará

naturalmente sujeita ao “desgaste”, devido à ação de cargas e sobrecargas,

estáticas, dinâmicas, vibrações, impactos, assim como a recalques diferenciados em

pontos da fundação com o decorrer dos anos, bem como erosão e cavitação por

ação de agentes sólidos e líquidos em reservatórios, canais, tanques. Isso leva a

definir “vida útil” como o tempo que a estrutura conserva seus índices mínimos de

resistência e funcionalidade. Prolongar este tempo ao máximo é um dos desejos de

quem trabalha com construções de edificações (HELENE, 2011).

Todo edifício tem um ciclo de vida útil, que pode variar de acordo com os

fatores como: a durabilidade dos materiais empregados na construção, das

condições de exposição, uso do mesmo e a existência de uma manutenção

periódica.

Segundo a ISO 13823/2008 entende-se por vida útil “o período efetivo de

tempo durante o qual uma estrutura ou qualquer de seus componentes satisfazem

os requisitos de desempenho do projeto, sem ações imprevistas de manutenção ou

reparo”. Observe-se que essa definição engloba o conceito de desempenho

formulado pela ISO 6241 e que só recentemente, em 2010, foi introduzido na

normalização brasileira através da NBR 15575.

Para a NBR 6118/2014, item 6.2, vida útil de projeto é o “período de tempo

durante o qual se mantêm as características das estruturas de concreto, desde que

atendidos os requisitos de uso e manutenção prescritos pelo projetista e pelo

construtor, conforme itens 7.8 e 25.4, bem como de execução dos reparos

necessários decorrentes de danos acidentais”.

26

Assim, considera-se que um material chegou ao fim de sua vida útil quando

suas propriedades, sob dadas condições de uso, se deterioram a tal ponto que a

continuação do uso desse material é considerada insegura ou antieconômica

(ANDRADE, 1992).

Souza e Ripper (1998) também definem vida útil: “por vida útil de um

material entende-se o período durante o qual as suas propriedades permanecem

acima dos limites mínimos especificados. O conhecimento da vida útil e da curva de

deterioração de cada material ou estrutura são fatores de fundamental importância

para a confecção de orçamentos reais para a obra, assim como de programas de

manutenção adequados e realistas”.

2.9. Durabilidade

Helene (2001) define durabilidade como sendo o resultado da interação

entre a estrutura de concreto, o ambiente e as condições de uso, de operação e de

manutenção. Portanto não é uma propriedade inerente ou intrínseca à estrutura, à

armadura ou ao concreto. Uma mesma estrutura pode ter diferentes

comportamentos, ou seja, diferentes funções de durabilidade no tempo, segundo

suas diversas partes, até dependente da forma de utilizá-la.

Para a NBR 6118/2014, durabilidade “consiste na capacidade de a estrutura

resistir às influências ambientais previstas e definidas em conjunto pelo autor do

projeto estrutural e o contratante, no início dos trabalhos de elaboração do projeto”.

No item 6.1 prescreve que “as estruturas de concreto devem ser projetadas e

construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na época do

projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto conserve sua

segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente à

sua vida útil”.

Isaia (2001) ensina que, no sentido estrito do termo, a durabilidade dos

materiais está ligada à sua capacidade de se conservar em determinado estado,

com a mesma qualidade ao longo de um dado tempo. De outra forma, é a

resistência de um material ou elemento da construção à deterioração ou

degradação. Este conceito, continua o autor, está intimamente conectado com o de

desempenho que é o comportamento de um produto em serviço (em utilização), sob

condições de real funcionamento ou uso, com pleno atendimento às exigências do

usuário.

27

De forma semelhante, para Neville (2001), a durabilidade significa que uma

dada estrutura de concreto terá desempenho contínuo satisfatório, para as

finalidades para as quais foi projetada, isto é, que manterá sua resistência e

condições normais de serviço durante a vida útil especificada ou esperada.

A durabilidade de um material é a capacidade do mesmo manter as suas

características estruturais e funcionais originais pelo tempo de vida útil esperado,

nas condições de exposição para as quais foi projetada. É fundamental que as

estruturas desempenhem as funções previstas, mantenham a resistência e a

utilidade esperadas, durante um período previsto. Portanto, o material pode suportar

o processo de deterioração ao qual se supõe que venha a ser submetido.

28

3. AS PATOLOGIAS RELACIONADAS AOS CUSTOS DA CONSTRUÇÃO

Conforme Prado (1998) é imprescindível um bom planejamento da obra para

se obter as seguintes finalidades: alcançar o êxito desejado, cumprir objetivos,

garantir a qualidade e segurança, sem custos onerosos e desnecessários. É

necessário “planejar a sua execução antes de iniciá-la e acompanhar sua

execução”. Traçar objetivos e metas, visar o sucesso do projeto e resolver

problemas de hoje, preparando-se para enfrentar os do futuro.

Para Amaral (2006), o planejamento anterior à execução da obra é muito

importante, no início ele interfere 85% (oitenta e cinco por cento) do custo do

produto final, pois nesse período ocorrem escolhas e determinações dos processos.

Os outros 15% (quinze por cento) estão relacionados à outras definições e decisões

tomadas depois da fase inicial do projeto.

É inquestionável que, em uma obra de construção civil, quanto antes for

diagnosticado um problema, melhor. Como numa fase de projeto, por exemplo, a fim

de se evitar patologias de ordem estrutural. O custo envolvido numa eventual

recuperação da estrutura, posterior ao término da construção é muito maior se

comparado à alguma intervenção em nível de projeto ou execução inicial. Diante do

total gasto para o erguimento de um empreendimento, os custos de projeto variam

de 3% a 10% desse valor (DAL MOLIN, 1988).

De acordo com Medeiros e Helene (2009), a manutenção e os reparos têm

se tornado questões difundidas e preocupantes em alguns países, principalmente

quando se analisa em termos de custos. Já que esses serviços exigem gastos de

bilhões acarretando grande impacto econômico, e chegando, até mesmo, a

representar 50% dos gastos feitos em construções em algumas situações.

Couto (2007) posiciona o fator de decisão entre ações de manutenção

preventiva e ações corretivas como sendo o aspecto financeiro. Contudo, a prática

tem demonstrado que os custos de prevenção não são tão expressivos em relação

aos custos de intervenção. De qualquer forma, o que realmente se busca é

assegurar um comportamento satisfatório de uma edificação durante um período de

vida útil planejado.

Os culpados pela execução de um projeto de edificação devem atentar para

as decisões que serão tomadas durante o processo construtivo, como a compra de

materiais, ou nas formas de execução.

29

Sobre as recuperação patológica pode-se afirmar que as correções são mais

fáceis de executar, mais duráveis e mais baratas, quanto mais rápido forem a

execução delas. Daiha (2004) ressalta que os custos de intervenção na estrutura,

para atingir certo nível de durabilidade e proteção, crescem exponencialmente

quanto mais tarde for essa intervenção e que a evolução desse custo pode ser

assimilada ao de uma progressão geométrica de razão 5, conhecida por “Lei dos 5”

ou regra de Sitter, representada no gráfico 2, que mostra a evolução dos custos em

função da fase da vida da estrutura em que a intervenção seja feita.

Para melhor demonstrar essa afirmação, apresentamos a "lei de Sitter", que

mostra os custos crescendo segundo uma progressão geométrica. Se as etapas

construtivas e de uso forem divididas em quatro períodos, que correspondem:

projeto, execução, manutenção preventiva (realizada nos cinco primeiros anos) e à

manutenção corretiva (realizada após o surgimento dos problemas), e considerado a

cada período corresponde a um custo, este seguiria uma progressão geométrica,

pois a lei de custos amplamente citada em bibliografias especificas da área, mostra

através do Gráfico 2, que adiar uma intervenção significa aumentar os custos

diretos.

Gráfico 2: Lei de evolução de custos, lei de Sitter

FONTE. Sitter, 1984 CEB RILEM (apud Helene, 2003, p. 27)

30

Em relação ao gráfico 2, para uma melhor interpretação dos períodos

mencionados pode ser descrito assim:

Projeto: As decisões, com a intenção de aumentar a proteção e durabilidade

da estrutura, feitas durante esta fase, resultam num custo correspondente no

gráfico como número 1 (um). Entre as decisões relacionadas à etapa de

projeto inclui: detalhes construtivos, especificação de técnicas e materiais.

Execução: Toda decisão realizada durante a execução, extra-projeto,

aumenta o custo em 5 (cinco) vezes, se considerado o custo caso a mesma

decisão fosse tomada durante a fase de projeto, visto que permitiria maior

facilidade de alteração. Apesar de eficaz a alteração determinada em nível de

obra, não pode mais propiciar a melhoria que já foram definidos anteriormente

no projeto.

Manutenção preventiva: As decisões feitas com antecedência, durante o

período de uso e manutenção da estrutura, pode ser 5 (cinco) vezes menor

se necessário uma medida corretiva. Também está associada a um custo de

25 (vinte e cinco) vezes superior se decidida na fase de projeto. Tendo em

vista que os problemas patológicos são evolutivos e tendem a agravar-se com

o passar do tempo, além de acarretar outros problemas associados a fase

inicial.

Manutenção corretiva: Corresponde aos trabalhos de diagnóstico,

prognóstico, reparo e proteção das estruturas com manifestações patológicas.

Esses trabalhos podem-se associar a um custo de 125 (cento e vinte e cinco)

vezes maior se comparada ao custo das decisões tomadas na fase de

projeto.

3.1. Diagnóstico, prognóstico e tratamento

O diagnóstico das patologias deve-se detectar e encontrar as manifestações,

e identificar em que etapa do processo construtivo teve origem. Deve-se detectar a

ascendência do problema e de quem foi a falha. Se o problema originou-se no

projeto, por falha do projetista; se a origem está na característica do material, aí foi o

fabricante que falhou; quando teve-se origem na execução, há falha na mão-de-

obra, na fiscalização ou na construtora, sendo omissos; durante o uso, houve falha

na operação e manutenção.

31

O prognóstico estará finalizado se consideradas as consequências do

problema no comportamento geral da obra.

Na terapia, estuda-se correções e soluções das patologias, desde pequenos

reparos à recuperação generalizada da estrutura (fundações, pilares, vigas e lajes).

Para obter êxito no tratamento, é necessário um bom estudo precedente, um

diagnóstico bem conduzido e conhecer as características e funcionamento do local a

ser tratado, para que ocorra a melhor escolha dos materiais e técnicas a serem

utilizadas neste procedimento.

Recomenda-se que, após uma intervenção, sejam tomadas medidas de

proteção, a partir de um programa de manutenção, considerando a vida útil prevista,

a agressividade e condições do ambiente e a natureza dos materiais.

32

4. MANUTENÇÃO DE OBRAS PÚBLICAS

De forma global, manutenção em construção civil é um conjunto de ações

utilizadas para prevenir danos ao longo da existência de uma edificação.

Resende (2004), diz que toda obra deve existir manutenção preventiva essa

é realizada de maneira rotineira, obedecendo a uma periodicidade estabelecida

previamente conforme as características de cada componente.

Em conformidade com Perez (1988), manutenção preventiva é realizada em

intervalos de tempo periódicos e pré-definidos a partir de aspectos técnicos, com a

função detectarem e corrigir defeitos, evitando a ocorrência de falhas.

De acordo com o Manual de Obras Públicas - Edificações que enumera

questões a serem consideradas para a manutenção de obras públicas, dentre elas

citam-se:

A área responsável pelas atividades de conservação/manutenção deverá

implementar um Sistema de Manutenção, de modo a preservar o

desempenho, a segurança e a confiabilidade dos componentes e sistemas da

edificação, prolongar a sua vida útil e reduzir os custos de manutenção;

O Sistema de Manutenção (SM) será configurado pelos seguintes pontos

essenciais: organização da área de manutenção, arquivo técnico da

edificação, cadastro dos componentes e sistemas da edificação e programa

ou plano de manutenção.

O arquivo técnico da edificação será constituído por todos os documentos de

projeto e construção, incluindo memoriais descritivos, memoriais de cálculo,

desenhos, especificações técnicas. Serão integrados ainda pelos catálogos,

desenhos de fabricação e instruções de montagem, manuais de manutenção

e de operação e termos de garantia fornecida pelos fabricantes e

fornecedores dos componentes e sistemas da edificação;

O plano ou programa de manutenção será fundamentado nos procedimentos

e rotina de manutenção preventiva recomenda pelas práticas de Projeto,

Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais e manuais de

manutenção dos fabricantes e fornecedores dos componentes e sistemas da

edificação, assim como na experiência adquirida pelo Contratante.

Todos os procedimentos e rotinas de manutenção preventiva utilizada

deverão ser continuamente avaliados, ajustados e complementados pelo

33

Contratante, de modo a permanecerem sempre atualizados ao longo da

evolução tecnológica e consistentes com as necessidades e experiência

adquirida na gestão do Sistema de Manutenção.

A execução de Serviços de Conservação e Manutenção deverá atender

também às seguintes Normas e Práticas Complementares:

Práticas de Projeto, Construção e Manutenção de Edifícios Públicos Federais;

Normas da ABNT e do INMETRO.

4.1. Planejamento

Para entender o que é um planejamento, primeiramente precisa-se saber

qual a sua definição. Segundo Nocêra (2010), podemos definir projeto como um

empreendimento a ser realizado dentro de determinado esquema, esboço ou risco

de obra a realizar. Porém de tanto fala em projeto, o termo projeto passou a juntar o

conjunto de ações, atividades, recursos matérias e humanos e tudo o mais

necessário para a execução daquilo que foi imaginado ou desejado.

Planejamento de uma forma ampla são a aplicação de conhecimentos,

habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do projeto a fim de atender os

seus requisitos. Ele pode ser mais bem explicado por meio dos processos que o

compõem, reunidos em cinco grupos que são: iniciação, planejamento, execução,

controle e encerramento (PMI, 2008).

Vargas (2005) lembra das mudanças que vêm ocorrendo, a indústria da

construção civil tem sido um dos ramos que mais vem passando por alterações

substanciais nos últimos anos. Com o crescente aumento de competividade, a

globalização do mercado, a demanda por construções mais modernas, a velocidade

com que surgem novas tecnologias, o aumento do grau de exigência dos clientes,

todos estes fatores contribuíram para que as empresas percebessem que investir

em gestão e controle de processo é extremamente importante. Pois sem esse

sistema e planejamento os empreendimentos perdem de vista seus principais

indicadores que são: o prazo, o custo e o lucro.

Desta maneira o processo de planejamento e controle exerce um papel

importante nas empresas por terem forte influência no resultado do produto final.

Contudo, não basta apenas planejar, isso não é o suficiente, definir previamente os

métodos, os prazos e os recursos a serem utilizados, sem que haja o monitoramento

da atividade e a comparação dos resultados reais com aqueles planejados.

34

Por isso ainda segundo Nocêra (2010), o planejamento pode ser dividido em

quatro etapas:

a) Planejar 1 - Nessa primeira parte, a equipe de planejamento da obra tem o

objetivo de atender a lógica construtiva do empreendimento, gerando

informações de prazo e metas físicas.

Estudar o projeto: Incluir a análise dos projetos, visitas técnicas ao local

da obra e identificação das interferências.

Definir metodologias: Envolve a definição dos processos construtivos, o

plano de ataque da obra, a sequencia das atividades, a logística de

recebimento de materiais e equipamentos.

Gerar o cronograma e as programações: Isso é coordenar as

informações de modo que a obra tenha um cronograma racional. Essa

etapa deve-se considerar as quantidades e as produtividades adotadas

no orçamento.

b) Desempenhar - Essa etapa é a materialização do planejamento, tudo que foi

planejado no papel entra no terreno da realização física.

Informar: Corresponde em explicar a todos os participantes do projeto,

o método a ser empregado, a sequência das atividades e as durações

planejadas para cada item.

Executar a atividade: Consiste na realização física do planejamento.

Para que o empreendimento seja gerenciado corretamente, é

necessário que o que foi planejado seja cumprido no campo, sem

grandes alterações de direção por parte dos executores.

c) Checar - Essa etapa é a aferição do que foi planejado com o que foi

efetivamente realizado. Essa função de verificação consiste em comparar o

previsto com o realizado e apontar as diferenças referentes a prazo, custo e

qualidade.

Aferir o realizado: Essa etapa consiste em levantar no campo o que foi

realizado no período.

Comparar o previsto com o realizado: Depois de aferir o que foi

efetivamente realizado, é necessário comparar, para saber se a obra

está de acordo com o planejado.

35

Todas as informações que possam ser usadas para reduzir um possível

desvio (atraso) devem ser coletadas e disponibilizadas. Além da constatação de um

desvio entre o real e o planejado, é necessário avaliar se o desvio foi pontual ou se é

uma tendência.

d) Agir - Caso os resultados obtidos no campo desviem do planejamento da

obra, deve-se programar ações corretivas, com o objetivo de prevenir as

causas do desvio. As causas do desvio devem ser investigadas e avaliadas.

Quanto maior for o tempo para detectar as causas do desvio, maior também

será o furo que o desvio causa no planejamento.

4.1.1. Os objetivos do planejamento

A principal função do planejamento, segundo Laufer & Tucker (1987) apud

Marchesan (2001), é controlar o empreendimento. O planejamento possui cinco

funções no seu processo:

Execução: é a primeira função do planejamento, e tem como função orientar

a maneira que segundo a qual os planos são especificados, e assim sendo, é

a forma de orientação e a de procedimentos para a qual se direciona a

produção;

Previsão: baseando-se em dados passados, como produtividade, qualidade

etc., projeta-se as realizações para o futuro. Alguns dados importantes da

previsão são o seqüenciamento e a programação;

Coordenação: o planejamento deve facilitar a comunicação entre níveis

gerenciais e as diversas partes envolvidas no projeto, bem como se manter

consistentes ao longo das várias fases do empreendimento. Devido ao alto

grau de interdependência entre as equipes de produção na construção civil, a

função de coordenação possui grande importância;

Controle: o controle envolve medir e avaliar o desempenho, bem como

mudar o caminho através de ações corretivas;

Otimização: envolve a seleção e avaliação de estratégias alternativas dentro

do empreendimento, com o objetivo de aumentar a exeqüibilidade, a

eficiência dos processos de produção utilizados.

O planejamento é utilizado por diversos intervenientes de um

empreendimento. Os mais comuns são os promotores do empreendimento, os

clientes, os usuários, os projetistas, os engenheiros do canteiro de obras, e também

36

os subempreiteiros. No entendimento geral, o planejamento cumpre os objetivos

específicos, e assim, as funções desempenhadas pelo planejamento podem ser

desdobradas levando-se em conta a necessidade de informação dos diversos

usuários do planejamento (MARCHESAN, 2001).

4.1.2. Vantagem do planejamento

Nocêra (2010) coloca que, para que o projeto seja executado dentro do

prazo estipulado é de suma importância que se faça o planejamento deste projeto. O

planejamento do projeto traz diversos benefícios:

Prazo de entrega – Finalização do projeto na data marcada.

Custo – Custo final de acordo com o planejado.

Técnico – O resultado do produto do projeto conforme o requerido.

Satisfação do cliente – Com cumprimento do prazo, com o custo e com a

qualidade do produto.

Para Nocêra (2010), a qualidade e o grau de benefícios obtidos com o

planejamento de um projeto são fatores ligados diretamente a eficácia da

implementação deste planejamento e ao acompanhamento da aplicação das

atividades planejadas. O implante dos processos de planejamento exige coragem e

acompanhamento adequado para disponibilizar a equipe de execução uma visão

clara de como e quando o trabalho deve ser feito, em que condições e em qual

custo. Senão, um planejamento impróprio ou não realista faz com que o projeto

desvie dos objetivos definidos, muitas vezes, causando prejuízo ou até tornado o

próprio projeto inadequado ou inaceitável.

Vargas (2005) coloca que a principal vantagem do planejamento de uma

obra é que não é um trabalho de grande complexidade e alto custo. Ele pode se

aplicado em empreendimentos de qualquer complexidade, orçamento e tamanho.

Nocêra (2010) aponta que o planejamento de um projeto trás benefícios para

a:

a) Alta administração

Aumento de produtividade e lucro com utilização eficiente e eficaz dos

recursos;

Retorno do investimento mais rápido e melhor, com entregas no prazo e custo

previstos;

Melhora da competitividade, obtida pelo aumento da satisfação dos clientes;

37

Melhoras da comunicação interna da organização;

Melhor previsibilidade dos resultados dos projetos;

Aumento da confiança na capacidade empresarial da organização;

Melhor capacidade de resposta às mudanças solicitadas pelo cliente.

b) Equipe de projeto

Permitir que cada membro da equipe saiba exatamente o que deve fazer,

quando fazer e como fazer;

Participar de uma equipe coesa, integrada e direcionada aos objetivos do

projeto;

Permitir a cada membro da equipe saber em qualquer momento onde está

(com relação aos grupos de gerenciamento do projeto) e quais suas funções

e atividades naquele momento;

Aumento da confiança de cada membro da equipe em poder executar e

completar o trabalho;

Aumento do orgulho profissional pela capacidade de desenvolvimento do

trabalho.

c) Cliente

Visualizar que a organização esta estruturada e preparada para o projeto e

possíveis mudanças no decorrer do mesmo;

Visualizar que o planejamento do projeto está claramente definido e atende às

suas necessidades. • Visualizar que os objetivos do projeto estão sendo

seguidos e atingidos;

Visualizar que os trabalhos do projeto estão sendo executados de acordo com

os requisitos;

Ter satisfação com o produto final do projeto e com todos os resultados

obtidos.

4.1.3. A precisão do planejamento

Ao se fazer um projeto, não se pode pensar isoladamente em cada etapa ou

em cada necessidade da obra. Deve-se sim, pensar na obra como um todo,

considerando todas interferências que uma etapa gera à outra. Atualmente, com as

demandas exigidas pelo mercado, este planejamento global deixou de ser uma

38

opção, par tornar-se uma necessidade. Bernardes (2001) destaca alguns motivos da

necessidade do planejamento como:

Melhorar a compreensão dos objetivos do empreendimento, aumentando a

probabilidade deles serem atendidos;

Definir todas tarefas a serem executadas, possibilitando que cada participante

do empreendimento possa identificar e planejar a sua parcela de trabalho;

Disponibilizar uma melhor coordenação e comunicação multifuncional,

produzindo informações para tomadas de decisões mais consistentes;

Evitar possíveis erros em projetos futuros, através da análise das decisões

atuais;

Melhorar o desempenho através da consideração de processos alternativos;

Criar padrões para monitoramento e controle do empreendimento;

Acumular experiência de gerência com os empreendimentos executados para

criar um processo de aprendizado sistemático.

O custo do processo de planejamento representa menos de 1% do valor

total do empreendimento, porém o benefício da tomada de decisão antes do início

da construção pode gerar uma economia da ordem de 25% do custo total do

empreendimento.

4.1.4. Áreas de conhecimento do planejamento.

Martins (2007) fala sobre a PMI, que divide as áreas de conhecimento do

planejamento de um projeto em diversas áreas:

a) Planejamento de integração do projeto.

A área de conhecimento em planejamento de integração de projeto inclui os

processos necessários à integração efetiva de todos os processos requeridos para

realização o objetivo do projeto dentro dos procedimentos definidos da organização.

Os processos de planejamento de integração incluem;

Desenvolver o termo de abertura do projeto;

Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto;

Orientar e gerenciar a execução do projeto;

Monitorar e controlar o trabalho de projeto;

Realizar o controle integrado de mudanças;

Encerrar o projeto ou a fase.

b) Planejamento de escopo do projeto

39

A área de conhecimento em planejamento de escopo do projeto trata

principalmente do que está ou não incluído no projeto e compreende os processos

necessários para garantir que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente

ele, para terminar o projeto com sucesso. Os processos de planejamento do escopo

incluem;

Coletar os requisitos;

Definir o escopo;

Verificar o escopo;

Controlar o escopo;

c) Planejamento de tempo do projeto

A área de conhecimento em planejamento de tempo do projeto inclui os

processos necessários para realizar o término do projeto no prazo definido.

Os processos de planejamento de tempo incluem;

Definir a atividade.

Sequenciar as atividades.

Estimar os recursos da atividade.

Estimar as durações da atividade.

Desenvolver o cronograma.

Controlar o cronograma.

d) Planejamento de custos do projeto

A área de conhecimento em planejamento de custos do projeto inclui os

processos necessários para terminar o projeto dentro do orçamento.

Os processos de planejamento de custos incluem;

Estimar os custos.

Determinar o orçamento.

Controlar os custos.

Planejamento da qualidade do projeto

A área de conhecimento em planejamento de qualidade do projeto inclui os

processos necessários para que as políticas de qualidade sejam implantadas e

atendam às necessidades do projeto. Os processos de planejamento da qualidade

incluem;

Planejar a qualidade.

Realizar a garantia da qualidade.

40

Realizar o controle da qualidade.

Planejamento de recursos humanos do projeto

A área de conhecimento em planejamento de recursos humanos do projeto

inclui os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto. Os processos

de planejamento de recursos humanos incluem;

Desenvolver o plano de recursos humanos.

Mobilizar a equipe do projeto.

Desenvolver a equipe do projeto.

Gerenciar a equipe do projeto.

e) Planejamento das comunicações do projeto

A área de conhecimento em planejamento das comunicações do projeto

inclui os processos necessários para garantir a geração, coleta, distribuição,

armazenamento, recuperação e destinação final das informações sobre o projeto de

forma oportuna e adequada. Os processos de planejamento das comunicações

incluem;

Identificar as partes interessadas.

Planejar as comunicações.

Distribuir informações.

Gerenciar as expectativas das partes interessadas.

Reportar o desempenho.

f) Planejamento de riscos do projeto

A área de conhecimento em planejamento de riscos do projeto inclui os

processos para identificação, análise, resposta, monitoramento e controle de riscos

do projeto. Os processos de planejamento de risco incluem.

Planejar o gerenciamento de risco;

Identificar os riscos;

Realizar a análise qualitativa de riscos;

Realizar a análise quantitativa de riscos;

Planejar respostas a riscos;

Monitorar e controlar os riscos.

41

g) Planejamento de aquisições do projeto

A área de conhecimento em planejamento de aquisições do projeto inclui os

processos para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados necessários de

fora da equipe do projeto para realizar o trabalho. Os processos de planejamento de

aquisições incluem;

Planejar as aquisições;

Realizar as aquisições;

Administrar as aquisições;

Encerrar as aquisições.

4.1.5. Roteiro do planejamento

O projeto de uma obra segue sempre passos bem definidos, que podem

sofrer algumas alterações de uma obra para outro, pôr nunca na forma como o

planejamento é estruturado. Os passos para a elaboração de um planejamento são

os seguintes:

Identificação das atividades

Nessa etapa se listam todas as atividades que irão integrar o planejamento,

são as atividades que compõem o cronograma de obra. É uma etapa de grande

importância, pois, se algum item ou serviço for esquecido, o cronograma ficará

incompleto, podendo causar atrasos na obra.

A omissão de uma atividade ou de uma série delas é um problema que pode

assumir proporções gigantescas no futuro. Se uma parte do escopo não for

contemplada no cronograma, a obra poderá ter atraso e aumento de custo.

Mattos (2010) reforça a importância do desmembramento de um projeto, não

é uma tarefa simples, exige leitura cuidadosa dos projetos, entendimento da

metodologia construtiva que será empregada e capacidade de representar tarefas

de campo sob a forma de pacotes de trabalho pequenos e compreensíveis.

A Microsoft (2013) define como o “escopo do projeto” o trabalho que deve

ser realizado para se obter um produto ou serviço com determinadas características

e recursos, é o conjunto de componentes que compõem o produto e os resultados

esperados do projeto. Ao se definir o escopo, determina-se o que será o objetivo do

planejamento. O que não for relacionado no escopo ficará fora do cronograma.

Para se planejar uma obra é preciso subdividi-la em partes menores. Mattos

(2010) explica que por meio das subdivisões, o todo é progressivamente

42

desmembrado em unidades menores e mais simples. As atividades do projeto são

divididas em forma de pacotes de serviços menores, até que chegue a um grau de

detalhamento que facilite determinar a duração de cada atividade.

Estas atividades são subdivididas obedecendo a uma sequência hierárquica,

uma atividade principal tem os seus subitens relacionados a ela. Vantagem em se

subdividir as atividades:

Criar uma sequência de trabalho lógica e organizada;

Individualizar as atividades que serão as unidades de elaboração do

cronograma;

Permitir o agrupamento das atividades em grupos correlacionados;

Facilitar o entendimento das atividades correlacionadas;

Facilitar a verificação final por outras pessoas;

Facilitar a localização de uma atividade dentro de um cronograma grande;

Facilitar a introdução de uma nova atividade;

Facilitar o orçamento, por usar atividades mais precisas;

Evitar que uma atividade seja criada em duplicidade;

Definições das durações

Todas as tarefas listadas no cronograma precisam tem uma duração

associada a ela, quanto tempo se gastará para se realizar esse serviço.

A duração das atividades corresponde à quantidade de períodos de trabalho

necessários para conclusão de cada atividade (HELDMAN, 2006).

Mattos (2010), sita dois tipos de duração de serviços, uma duração é fixa,

independe da quantidade de recursos humanos e equipamentos, e outra que a

duração do serviço é diretamente ligada a quantidade de recursos.

Desta forma a duração de cada serviço depende da quantidade de serviço,

da produtividade e da quantidade de recursos alocados. Essas três grandezas estão

diretamente relacionadas entre si.

Assim, cabe a equipe de planejamento definir a relação prazo/equipe mais

conveniente para atender ao prazo e aos custos da obra e adotá-la no cronograma.

Mattos (2010) coloca que a definição da duração dos serviços é de extrema

importância, pois possui os dados do qual o cronograma será gerado. Esta etapa é

uma das responsáveis pela obtenção do prazo do empreendimento. Durações mal

calculadas podem comprometer totalmente o planejamento.

43

Por mais bem elaborado que seja o planejamento, a duração é sempre uma

estimativa, está sempre sujeita a uma margem de erro.

Em função dessas incertezas Mattos (2010) lembra que é importante

controlar e não apenas planejar. No decorrer na obra ir ajustando o cronograma de

acordo com os imprevistos que forem aparecendo, podendo ocorrer até mesmo por

falha do planejamento inicial da obra.

44

5. ESTUDO DE CASO

Esse estudo tem como objetivo detectar os problemas patológicos existentes

na edificação da Escola Estadual de Ensino Profissional Leopoldina Gonçalves

Quezado na cidade de Aurora (Figura 2), interior do estado do Ceará, e que possui

24.566 habitantes de acordo com o censo de 2010 (IBGE). Depois será feito uma

análise e identificação dos mesmos.

Figura 2. Localização da Escola

Fonte: Adaptado pela autora (2017)

5.1. Histórico

A Escola Estadual de Ensino Profissional Leopoldina Gonçalves Quezado foi

fundada no dia 01 de março de 2012 e, é a octogésima escola das Escolas

Estaduais de Educação Profissionais do estado do Ceará. Está localizada na Rua

Marica Leite, S/N, Bairro Araçá na cidade de Aurora no Estado do Ceará. Esta

escola faz parte de um projeto instituído no Ceará a partir de 2008 e que vislumbram

45

a possibilidade de um futuro mais justo, mais equânime e com mais oportunidades

para os jovens cearenses, acenando para a materialidade da experiência de um

maior exercício de cidadania.

Atualmente são 115 Escolas Estaduais de Educação Profissional

funcionando em tempo integral e que organizam e integram o ensino médio à

educação profissional, configurando cenários de cidadania que articulam o direito à

educação e ao trabalho.

5.2. Visita preliminar

Para elaboração do check list definitivo visando à realização das vistorias em

toda a edificação escolar pertencente à amostra deste trabalho, primeiramente foi

criado um pré check list e efetuada uma visita preliminar para melhor entendimento

das ocorrências que poderiam ser encontradas. Tal inspeção possibilitou melhor

compreensão das tipologias a serem analisadas. Essa visita foi de grande

importância para adaptações e adequações para coleta dos dados.

A Escola Estadual de Ensino Profissional Leopoldina Gonçalves Quezado

possui uma estrutura muito bonita e moderna (Anexo A). A edificação para este

trabalho foi dividida em três blocos:

Bloco A: parte térrea da instituição que está apresentada no Anexo B.

Bloco B: parte do primeiro pavimento que está apresentada no anexo C.

Bloco C: parte dos laboratórios especifico da base técnica, quadra e refeitório

que está apresentada no anexo D.

5.3. análise dos dados

Os locais inspecionados denominados neste trabalho como ambientes,

podem ser compreendidos como sendo um dos itens a seguir:

Sala de aula e sala dos professores;

Sala de informática e biblioteca;

Sala de direção e sala de coordenação;

Banheiros;

Cozinha;

Despensa;

Depósito;

Corredor;

46

E por elementos para melhor entendimento são compreendidos como sendo:

Portas;

Janelas;

Torneiras;

Vaso sanitário;

Lâmpadas;

Centrais de ar;

Paredes;

Elementos em concreto armado.

Para coleta e análise dos dados, os ambientes ou elementos da edificação

escolar foram agrupados, conforme apresentados a seguir.

5.4. Patologias agrupadas devido à ocorrência em ambientes ou elementos

da própria edificação

Para o ajuntamento das patologias por ambientes ou elementos constituintes

da própria edificação foram analisados os itens a seguir:

Pisos

Esquadrias (Portas e Janelas)

Forros

Instalações Hidrossanitárias

Paredes

5.4.1. Pisos

Foram divididos nos tipos mais comuns de utilização em edificações

escolares, que são: pisos cerâmicos, piso industrializado e piso intertravado. As

manifestações patológicas foram agrupadas conforme as Figuras 3A e 3B.

47

Figura 3A - Afundamento de piso

Fonte: Arquivo do autor

Figura 3B - Afundamento de piso

Fonte: Arquivo do autor

48

A verificação dos dados obtidos no item pisos foi realizada através do

ajuntamento devido à ocorrência nos ambientes. Contudo, em alguns ambientes

onde era encontrado mais de um tipo de patologia em pisos, foi acatado como

apenas uma incidência nesse ambiente para ser gerado o total de patologia nesse

item. Foram verificados as doze salas de aulas e os laboratórios que possuem pisos

industrializados, assim como os banheiros que possuem piso em cerâmica, sendo

que não foi constatada a existência de patologias. Contudo, no pátio da escola que

possui piso intertravado, foi verificado afundamento no piso.

5.4.2. Esquadrias

Na edificação foi encontrada nas portas de madeiras a incidência de

problemas patológicos como apresentadas na Figura 4.

Figura 4 – afofamento da porta

Fonte: Arquivo do autor

49

Para a verificação das patologias em esquadrias (janelas e portas)

observou-se que nas janelas não haviam patologias. Nas portas de salas de aulas,

só as maçanetas das portas estavam danificadas, mas, isso provém do mau uso dos

alunos. No tocante às portas dos laboratórios, quase todas possuíam um afofamento

como mostra a figura acima. Verificando o dano percebeu-se que é decorrente do

contato com a água, uma vez que não há um declive do piso e a água se acumula

embaixo da porta.

5.4.3. Forros

Observou-se que os forros eram removíveis e em pvc, porém, em algumas

partes o forro era de laje. Para efeito deste trabalho os ambientes com forro em laje

não foram considerados para elaboração do total de problemas patológicos. As

patologias verificadas estão apontadas na Figura 5:

Figura 5 – Forro com macha e destacado.

Fonte: Arquivo do autor

50

À análise dos problemas patológicos em forros, foi realizada através da

situação na qual se encontravam. O local mais crítico da escola é a biblioteca na

qual foi constatado mofo e destacamento do forro.

5.4.4. Instalações Hidrossanitárias

Os problemas encontrados foram nas torneiras e nos mictórios que não

funcionavam ou possuíam algum problema no que se refere ao funcionamento. A

Figura 6 a seguir, apresenta alguns dos problemas encontrados.

Figura 6 – Sem torneira e vazamento na parte de saída para o esgoto

.Fonte: Arquivo do autor

5.4.5. Paredes

No item paredes, para o conjunto devido à ocorrência nos elementos

constituintes da própria edificação, foram verificadas as incidências de fissuração

junto às esquadrias (portas e janelas) e manchas de umidade e mofo nas paredes.

As Figuras 7A e 7B demonstram os problemas patológicos relatados.

51

Figura 7A – Fissura junta a porta.

Fonte: Arquivo do autor

Figura 7B - Mancha de umidade e mofo na parede

Fonte: Arquivo do autor

52

6. ANÁLISE E SOLUÇÕES

Com base no contexto da metodologia apresentada, procurou-se averiguara

as patologias encontradas na edificação, em especial o afundamento de pisos,

afofamento de esquadrias, machas e destacamento de forros, vazamento na

instalação hidrossanitária, trinca e machas nas paredes. Com isso, indicaram-se

soluções com a finalidade de recuperar ou diminuir essas patologias.

6.1. Afundamento do piso

Pisos às vezes afundam quando estão sobre terrenos instáveis. No caso da

edificação estudada o piso com patologias apresentadas foi o piso intertravado.

Esses blocos têm a capacidade de adquirem e resistir a movimentos de

deslocamento individual, seja ele vertical, horizontal ou de rotação em relação a

seus vizinhos. O intertravamento é fundamental para o desempenho e a durabilidade

do pavimento. Para que se consiga o intertravamento duas condições são

necessárias e indispensáveis: contenção lateral e junta preenchida com areia.

Verificando o problema do afundamento do piso do pátio da escola pode-se

observar que o problema foi na execução da obra. A base foi mal feita, ou seja, o

lançamento e a compactação do solo foram mal executados.

Como solução deve-se retirar esses blocos, verificar o subleito, organizar a

base com material granular com espessura mínima de 10 cm. Logo após deve ter

uma camada composta por material granular, com distribuição granulométrica

definida, proporcionando correto nivelamento do pavimento e permitindo variações

na espessura das peças de concreto. E para finalizar coloca-se uma camada de

revestimento para que possa suportar o tráfego de pessoas ou veículos.

6.2. Afofamento de esquadrias

As esquadrias de madeira podem possuir uma série de deformidade que

podem prejudicar não só a parte estética, como sua funcionalidade. É importante

advertir que elas passam por uma série de etapas até serem definitivamente

instaladas e que todo cuidado é necessário. Alguns agentes patológicos que podem

danificá-las como os carunchos, fungos e térmitas.

Ao verificar as portas da Escola observou-se que as do térreo quase todas,

possuíam o mesmo defeito, o afofamento na parte inferior. Esse problema surgiu

porque a água da chuva invade os ambientes, pois, não há uma declividade dos

ambientes para o pátio. Então a madeira se expande com a umidade, inchando e

53

depois ocorrendo à saturação que pode se manifestar de duas formas. A primeira é

com água livre que será absorvida pelas fibras da esquadria, provocando a ação de

fungos. A segunda é com a com a madeira seca sofrendo com a umidade, o que

pode causar fissuras e truncamento na esquadria.

A solução para esse tipo de patologia é primeiramente corrigir o declive do

piso para evitar o contato da água com a madeira. Outra forma é reforçar a pintura

da madeira para impermeabilizar.

6.3. Macha e destacamento do Forro

Se tratando de agilidade de execução, os pré-fabricados são eficazes em

muitas obras. Além de atenderem às estruturas, em concreto ou aço, e fachadas

com painéis de concreto, os pré-fabricados também servem às vedações internas,

sendo encontrados nas paredes e, largamente, nos forros de drywall.

Frisa-se, entretanto, que o trabalho tem de ser realizado por um profissional

especializado no sistema, pois os desníveis aparecem facilmente. As patologias

mais comuns do forro em drywall, além do mofo em locais de maior umidade ou

onde as tubulações hidráulicas falham e vazam, são as pequenas fissuras nas

juntas. As rupturas podem acontecer devido à movimentação das estruturas, mas na

maioria das vezes ocorre devido à colocação feita sem os cuidados técnicos

necessários.

A solução para esses tipos de patologias no forro da biblioteca é retirar a

placa e colocar outra com os cuidados técnicos e consertar o telhado para que água

da chuva não entre em contato com forro.

6.4. Instalações Hidrossanitárias com vazamentos

No banheiro masculino, existe um mictório que possui vazamento do sifão

que interliga o aparelho à tubulação de esgoto. Segundo os responsáveis pela

manutenção do edifício, o vandalismo é bastante frequente nos banheiros da

edificação. Assim como apresentado a figura 6, nos banheiros masculinos existem

várias cabines de bacia sanitária que não possuem canoplas de acabamento nas

válvulas de descarga devido ao mau uso dos alunos que acabam quebrando a

válvula de descarga.

A solução é bem simples, apenas o conserto da tubulação e a colocação da

válvula de descarga. E para combater o vandalismo, os funcionários das escolas,

alunos e pais interessados devem empregar medidas preventivas e diretas. Sugere-

54

se que seja criado um programa que ensine aos alunos a valorizar sua escola e

tratá-la com respeito. Mostre-lhes vários atos de vandalismo e eduque-os sobre as

implicações legais e morais de destruir o patrimônio público.

6.5. Trincas e mofo em paredes

As fissuras se formam com mais facilidade ao redor de vãos de portas e

janelas pela concentração de tensões. Em outras palavras, há uma acentuada

redução da seção resistente da parede pela inserção da abertura daí a importância

do emprego de vergas, contravergas ou outros dispositivos que absorvam essas

tensões, introduzidas por cargas verticais, recalques, deformações higrotérmicas etc.

Nas portas não foram usadas as vergas, por isso há esse tipo de fissura. O

certo é usar as vergas e contra-vergas instaladas nas esquadrias, ultrapassando

cerca de 30cm para fora do vão, absorvendo as deformações que resultam em

fissuras nas aberturas.

Outra patologia encontrada foi o mofo na parede do laboratório encostado ao

banheiro. Inicialmente deverão ser sanados os problemas causadores da umidade e

mofo. Faz-se necessário tratar o problema, verificar se não há tubulação com

vazamento. Uma alternativa para encontrar a causa do problema é despejar algum

líquido com corante para verificar onde exatamente está ocorrendo o vazamento da

água. Caso ainda não seja possível visualizar a causa deste vazamento,

recomenda-se consultar alguma empresa especializada em tubulação hidráulica.

55

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscando contribuir com o progresso das edificações públicas, deixando-as

mais seguras, funcionais e duráveis, foram abordadas neste estudo de caso,

manifestações patológicas detectadas em uma instituição pública.

No presente trabalho foram investigadas as patologias, suas manifestações

e suas possíveis causas, elaborando-se: um check-list, prognóstico e medidas

preventivas. Alguns procedimentos foram recomendados para a sua recuperação e

outros para evitar a sua reincidência.

As patologias mais claras encontradas no estudo foram afundamento do piso

intertravado, onde constatou-se que cerca de 40% do piso tem esse tipo de

patologia.

Com o desenvolvimento deste estudo de caso, ficou evidente, que houve

causas Intrínsecas e extrínsecas para a manifestação das patologias apresentadas.

É notório citar como causas e consequências: negligências no plano de

manutenção, derivando numa degradação acelerada da estrutura e falhas de

construção, pois a edificação não foi feita como recomenda as normas técnicas da

ABNT.

Desta forma, conclui-se que para um sistema de manutenção seja realizado

corretamente é necessário conhecer os possíveis problemas ou mostras patológicas

que as edificações estão sujeitas fornecendo parâmetros para melhoria das

intervenções necessárias, pois antes que o problema seja assinalado, algumas

medidas preventivas poderão ser realizadas para que os componentes ou elementos

não atinjam um nível de desempenho inferior ao limite especificado.

Através de pesquisa cientifica e estudo a literatura técnica sobre o tema

pode-se obter informações sobre a umidade nas edificações e quais as alterações

que a mesma pode realizar nos elementos construtivos e nos materiais constituintes

dos mesmos. As manifestações patológicas acarretadas pela umidade são muito

comuns no mundo da construção e estas podem gerar danos elevados, gerando

gastos enormes em recuperação e reparo, que poderiam ser evitados com medidas

preventivas simples.

É notório concluir que a prevenção é a melhor solução. Corrigir erros na fase

de projeto é primordial. A escolha de materiais empregados e tipos de sistemas

construtivos podem evitar o surgimento de patologias de umidade, assim como uma

boa impermeabilização.

56

Um programa de manutenção preventiva nas edificações é de imensa

importância para garantia da sua vida útil, sendo que tal providência busca reduzir

os recursos físicos e financeiros.

57

8. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

______. NBR 15575. Edificações habitacionais — Desempenho, 2013. ______. NBR 5674. Manutenção de edificações Procedimento, 2012. ______. Projeto de estruturas de concreto — Procedimento, 2014. AMARAL, Daniel Copaldo...[et al]. Gestão de desenvolvimento de Produtos – Uma Referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006. ANDRADE, C. Manual para Diagnóstico de obras deterioradas por corrosão de armaduras. São Paulo, Pini 1992. ANDRADE, T.; SILVA, A. J. C. Patologia das Estruturas. In: ISAIA, Geraldo Cechella (Ed.). Concreto: ensino, pesquisa e realizações. São Paulo: IBRACON, 2005. 153 BERNARDES, M. Método de Análise do Processo de Planejamento da Produção de Empresas Construtoras através do Estudo de seu Fluxo de Informação: Proposta baseada em Estudo de Caso. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, 1996. Dissertação de Mestrado. COUTO, J. P.; COUTO, A. M. Importância da revisão dos projectos na redução dos custos de manutenção das construções. In: CONGRESSO CONSTRUÇÃO 2007, 3, 2007, Coimbra, Portugal. Universidade de Coimbra, 2007. NEVILLE, A. Consideration of durability of concrete structures: past, present and future. Materials and Structures. Nova Iorque, 2001. DAIHA, K. C. Estudos da agressividade ambiental nas estruturas de concreto armado. Monografia (Graduação). Curso de Engenharia Civil. Um ivers idade Salvador – UNIFACS, 2004 DAL MOLIN, D.C.C. Fissuras em estruturas de concreto armado: análise das manifestações típicas e levantamento de casos ocorridos no estado do Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1988. HELDMAN, Kim. Gerência de Projetos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2006. HELENE, P. A nova NB 1/2003 (NBR 6118) e a Vida Útil das Estruturas de Concreto. [S.I.]: [s.n.], [20,40], p. 02. HELENE, Paulo Roberto Lago; PEREIRA, Fernanda. Rehabilitación y mantenimiento de estructuras de concreto. São Paulo, 2007. ______. Introdução da vida útil no projeto das estruturas de concreto NB/2001. WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES. Novembro. 2001. São José dos Campos. http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=patologia. Acessado no dia 10 de outubro de 2016.

58

https://www.comprasnet.gov.br/publicacoes/manuais/manual_construcao.pdf. acessado no dia 03 de novembro de 2016. http://cidades.ibge.gov.br/v3/cidades/municipio/2301703. Acessado em 21 de outubro de 2016. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDZATION (ISO). General Principles on the Design of Structures for Durability. ISO 13823. Geneva: ISO/TC, 2008. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Performance standards in buildings: principles for their preparation and factors to be considered, ISO 6241. London, 1984. ISAIA, G. C., (2001). Durabilidade do concreto ou das estruturas de concreto? Reflexões sobre o tema. WORKSHOP SOBRE DURABILIDADE DAS CONSTRUÇÕES. Novembro. São José dos Campos. KLEIN, D. L. Apostila do Curso de Patologia das Construções. Porto Alegre, 1999 - 10° Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias. LAUFER, A.; TUCKER, R. L. Is construction planning really doing its job ? A critical examination of focus, role and process. Construction Management and Economics, London, n. 5, p. 243-266, 1987 LICHTENSTEIN, N. B. Patologia das Construções: procedimento para formulação do diagnóstico de falhas e definição de conduta adequada à recuperação de edificações: São Paulo: Escola Politécnica da USP, 1985. Dissertação (M estrado em Engenharia Civil) – Universidade de São Paulo, 1985. MACHADO, A. de P. Reforço de estruturas de concreto armado com fibras de carbono. São Paulo: Pini, 2002. MEDEIROS, M. H. F.; HELENE, P. R. L. Durabilidade e proteção do concreto armado Revista Téchne, São Paulo, 2009 MARCHESAN, P. R. C. Modelo integrado de gestão de custos e controle da produção para obras civis. 2001. 163f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil)- Universidade Federal do Rio grande do Sul. Porto Alegre, 2001. MARTINS, José C. Cordeiro. TÉCNICA PARA GEREMCIAMENTO DE PROJETOS DE SOFTWARE. Editora Brasport (2007). MATTOS, Aldo Dórea. Planejamento e controle de obras. São Paulo. Editora Pini (2010). Microsoft,http://www.microsoft.com/brasil/msdn/tecnologias/carreira/gerencprojetos.mspx, acessado em 12 de novembro de 2016.

59

NEVILLE, A. Consideration of durability of concrete structures: past, present and future. Materials and Structures. Nova Iorque, 2001. NOCÊRA, Rosaldo de Jesusl. Planejamento e controle de obras. 2° edição. Editora RJN (2010). PEDRO, E. G.; MAIA, L. E. F. C. ; ROCHA, M. O.; CHAVES, M. V. . Patologia em Revestimento Cerâmico de Fachada. Curso de Pós-Graduação do CECON, Especialização em Engenharia de Avaliações e Perícias. Síntese de Monografia. Belo Horizonte, 2002. PEREZ, A. R. Manutenção dos edifícios. Tecnologia das Edificações. PINI, São Paulo. 1988. p. 611-614. PMBOK® - Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 4ª edição EUA: PMI - Project Management Institute, 2008. PRADO, Darci. Planejamento e Controle de Projeto. Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1998. Série Gerencia de Projetos, Vol. 2 RESENDE, M. M. Manutenção preventiva de revestimentos de fachada de edifícios: limpeza de revestimentos cerâmicos. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004. RIPPER, T; MOREIRA DE SOUZA, V. C. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo, Pini, 1998. SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto. São Paulo: Pini, 1998. 255 p. VARGAS, Ricardo, GERENCIAMENTO DE PROJETOS, 6° edição. Editora Brasport (2005). VERÇOZA, Enio José. Patologia das edificações. 1° Edição - Porto Alegre: Sagra, 1991.

60

ANEXOS

61

Anexo A.

62

Anexo B.

63

Anexo C.

64

Anexo D.