universidade regional do cariri - urca pÓs-graduaÇÃo...

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL DIOGO SOUZA AIRES ALENCAR SEGURANÇA NO TRABALHO NORMAS REGULAMENTADORAS PERTINENTES À SEGURANÇA DO TRABALHO APLICADAS DENTRO DAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL JUAZEIRO DO NORTE 2016

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

DIOGO SOUZA AIRES ALENCAR

SEGURANÇA NO TRABALHO

NORMAS REGULAMENTADORAS PERTINENTES À SEGURANÇA DO

TRABALHO APLICADAS DENTRO DAS INDÚSTRIAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

JUAZEIRO DO NORTE

2016

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DIOGO SOUZA AIRES ALENCAR

SEGURANÇA NO TRABALHO

Normas Regulamentadoras Pertinentes à Segurança do Trabalho Aplicadas

Dentro das Indústrias de Construção Civil

Monografia apresentada como requisito parcial para a

obtenção do grau de especialista em Gerenciamento

da Construção Civil pela Universidade Regional do

Cariri – URCA.

Orientadora: Profa. Me. Thaisi Caroline Tavares de

Oliveira

JUAZEIRO DO NORTE

2016

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA – CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

SEGURANÇA NO TRABALHO

Normas Regulamentadoras Pertinentes à Segurança do Trabalho Aplicadas

Dentro das Indústrias de Construção Civil

DIOGO SOUZA AIRES ALENCAR

Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de

especialista em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Regional do

Cariri – URCA e aprovada em:_______________________

Banca Examinadora:

______________________________________________________________

Orientador (a)

Profª Me. Thaisi C. Tavares de Oliveira (Faculdade Maurício de Nassau - Petrolina,

PE)

______________________________________________________________

Examinador (a)

Prof° Me. Jefferson Luiz Alves Marinho (URCA)

_______________________________________________________________

Examinador (a)

Profª Me. Janeide Ferreira Alencar de Oliveira (URCA)

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A minha família, pela compreensão, e aos amigos e

orientadores pelo apoio e incentivo durante o

período de realização do Curso. Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o grande Mestre e Senhor das nossas vidas. Aos colegas de curso,

companheiros de caminhada.

Agradeço aos meus familiares, pelo apoio e compreensão em mais uma

jornada.

Aos amigos e a todos aqueles que direta ou indiretamente ajudaram na

concretização deste trabalho.

Aos professores que, com sua experiência de vida, passaram de forma

humilde seus conhecimentos.

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“É necessário sermos pessoas de valor,

antes mesmo de sermos pessoas sucesso”.

Albert Einstein

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RESUMO

O setor da construção civil tem apresentado crescimento expressivo na economia nacional. Entretanto, observa-se que o sistema produtivo (canteiro de obras) não evoluiu na mesma proporção quanto às dimensões competitivas de produtividade, qualidade, e, principalmente, no âmbito da segurança do trabalho. Diante deste cenário o presente estudo teve como objetivo apresentar, com base em revisões bibliográficas pertinentes à segurança do trabalho em canteiros de obras, uma estratégia de ação preventiva de acidentes de trabalho na construção civil. A metodologia trata-se de uma revisão bibliográfica, utilizando como fonte artigos científicos pesquisados em bases como: scielo, periódicos da CAPES, LILACS e google acadêmico, visando coletar relatos da gerência e dos operários, a percepção da segurança no trabalho em um canteiro de obras. Baseando-se em tópicos como: causas de acidentes, sugestões para melhorar a segurança, satisfação no cargo, treinamento, principais riscos, frequência de ocorrência de acidentes leves e quase acidentes, principal prioridade, carga de trabalho e nível de conscientização quanto à segurança. Dentro desse contexto, foi possível notar a relação formal e distante existente entre empresa e trabalhador e a sua interferência negativa no desenvolvimento de atitudes que exigem confiança recíproca, uma vez que a troca de informações, o conhecimento e as relações interpessoais, como as ligadas à segurança do trabalho, passam a ser fundamentais. Com isso, o alto grau de informalidade existente entre os trabalhadores fortalece a cultura do machismo e o surgimento do mea culpa no desenvolvimento das atividades, o que aumenta a ocorrência de acidentes, observação caracterizada tanto pelos trabalhadores quanto pelos empresários.

Palavras-chave: Acidentes de trabalho, Saúde ocupacional, Normas.

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ABSTRACT

The construction sector has shown significant growth in the national economy. However, it is observed that the production system (construction site) not evolved at the same rate as the dimensions of productivity, quality, competitive and, above all, safety. In this scenario the present study aims to present, based on bibliographical revisions pertaining to occupational safety at construction sites, a strategy of preemptive action of occupational accidents in construction. The methodology it is a bibliographical revision, using as source scientific articles researched on how CAPES journals scielo, LILACS and google scholar, aiming to collect reports of management and workers, the perception of safety at work in a construction site, based on topics such as: causes of accidents, suggestions for improving security, job satisfaction, training , main risks, frequency of occurrence of accidents and near-accidents, top priority, workload and level of awareness about the safety. Within this context, it was possible to note the formal and distant relationship between company and employee and their negative interference in the development of attitudes that require mutual trust, since the exchange of information, knowledge and interpersonal relationships, such as those related to work safety, become essential. With that, the high degree of informality between workers strengthens the culture of machismo and the emergence of the mea culpa in the development activities, which increases the occurrence of accidents, characterized by both the workers and the employers. Keywords: Accidents at Work, Occupational Health, Standards.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8

2. ACIDENTE DE TRABALHO ............................................................................... 10

2.1. Causas ......................................................................................................... 12

2.2. NR5 - Criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em

canteiros de obras da construção civil ................................................................... 16

2.3. Norma Regulamentadora NR-18 .................................................................. 18

3. SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................ 22

3.1. Identificação de riscos na construção civil ................................................... 24

3.2. Sinalização de segurança em obras de construção civil segundo a NR-18 . 24

4. PREVENÇÃO COMO ESTRATÉGIA NA MITIGAÇÃO DE ACIDENTES NO

TRABALHO ............................................................................................................... 26

4.1. Equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI/ EPC) ........................ 27

4.2. Dificuldades para implantação de proteções coletivas ................................. 28

4.3. Principais EPI’s utilizados na construção civil .............................................. 28

4.4. Cursos e Palestras ....................................................................................... 31

4.5. Promoções e Divulgações ............................................................................ 31

4.6. Inspeções ..................................................................................................... 32

4.7. Sinalização de Segurança ............................................................................ 32

4.8. Padronização ............................................................................................... 33

5. ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................... 34

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 37

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 40

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1. INTRODUÇÃO

A segurança de Trabalho é parte integrante do processo de produção e um

dos objetivos permanentes de uma empresa. Visa a preservar o seu patrimônio

humano e material, de clientes e de terceiros e a continuidade das atividades em

padrões adequados de produtividade com qualidade de serviço com objetivo

principal de reduzir e/ou neutralizar os acidentes de trabalho (ROUSSELET, 2016).

Os acidentes de trabalho acarretam em grandes consequências sociais e

econômicas, por serem potencialmente fatais e incapacitantes e acometerem, em

especial, pessoas jovens e em idade produtiva (DIREITONET, 2016).

No ramo de construção é acentuada a probabilidade de um trabalhador se

acidentar, adoecer e até mesmo morrer, sempre figurando este setor nos primeiros

lugares entre vários ramos de atividades, quanto aos índices de acidentes

(CONSTRUÇÃO CIVIL, 2016).

O setor de construção civil, ciente da sua responsabilidade pelas estatísticas

apresentadas aos acidentes de trabalho, já caminha na busca de soluções efetivas

para essa grave questão, através de ações educativas e de programas especiais de

prevenção, que visam o maior controle e a melhoria das condições e do ambiente de

trabalho na construção. Nessa perspectiva, deve haver mudanças significativas no

sentido de resultarem uma redução dos números e da gravidade de acidentes de

trabalho na área de construção civil. Tais mudanças podem se tornar mais efetivas

quanto melhor e mais integrado for o trabalho conjunto de profissionais,

trabalhadores, governo, entidades e a sociedade em geral, em prol não somente do

desenvolvimento organizacional, mas, sobretudo, do desenvolvimento humano (OIT,

1996).

O alto índice de acidentes provocados no subsetor de edificações fez com

que se buscasse o aprofundamento no estudo das medidas de proteção deste

trabalhador, além de se analisar as normas e procedimentos constantes na NR – 18

(RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005). No qual estabelece diretrizes de ordem

administrativa e planejamento de organização, que objetivem a implementação de

medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas

condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. Bem

como, tomar conhecimento de quando se deve adotar a CIPA dentro de canteiros de

obra, tomando base a NR-5, NR-9 ou NR-18(BRASIL, 1978).

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Por meio do presente estudo, procura-se obter conhecimentos necessários à

implantação segura de canteiro de obras, de uma forma clara e simples, dispondo

sobre os procedimentos corretos de trabalho dentro das normas de segurança. A

elaboração de um plano de prevenção contra acidentes no setor de edificações deve

contemplar, entre outras medidas, inspeção prévia do local, descrição técnica das

medidas de prevenção nas obras, obrigatoriedade de treinamento no local da obra e

divulgação geral do plano a todos os trabalhadores que realizem as tarefas na obra

ou serviço (RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005).

Deste modo, este trabalho se justifica pelo fato de que a segurança no

trabalho tem sido alvo de grande preocupação, haja vista as estatísticas de

acidentes dos últimos anos.

Nos anos 2004, 2005, 2006 e 2007 foram registrados no Brasil,

respectivamente, 465.700; 491.711; 512.232 e 653.090 acidentes de trabalho. Sem

dúvida, é uma perda elevada, de produtividade e um enorme desperdício dos

recursos públicos e privados (ALVES, 2010).

No que se refere à construção civil, o número de acidentes de trabalho,

registrado aumentou de 28.875 para 31.529, para os anos de 2004 e 2006,

respectivamente (PET CIVIL, 2010).

Nesse sentido, este trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica com base

em levantamentos realizados pelos acidentes de trabalhos na construção civil, esta

revisão caracteriza-se como exploratório e descritivo.

Objetiva-se assim, apresentar, com base em dados bibliográficos pertinentes,

uma estratégia de ação preventiva de acidentes de trabalho na construção civil,

utilizando ainda como base as concepções pertinentes de trabalhadores da área.

Tendo como objetivos específicos: apresentar o conceito de acidente de trabalho;

identificar as principais causas de acidentes de trabalho na construção civil;

identificar as concepções de trabalhadores e engenheiros acerca da segurança do

trabalho nos canteiros de obra e por fim identificar as principais ações que podem

prevenir os acidentes de trabalho na construção civil.

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2. ACIDENTE DE TRABALHO

Segundo o artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991 (BRASIL, 1991),

“acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da

empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente”. Pode

causar desde um simples afastamento, a perda ou a redução da capacidade para o

trabalho, até mesmo a morte do segurado. São elegíveis aos benefícios concedidos

em razão da existência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais

do trabalho: o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, no

exercício de suas atividades.

De acordo com o nível de gravidade o acidente de trabalho pode ter reflexos

de menor ou maior abrangência sob o estado de saúde do trabalhador (Figura 1).

Figura 1. Nível de gravidade dos acidentes sofridos pelos trabalhadores.

FONTE: FUNDACENTRO (1981) apud DALCUL (2001).

De acordo com TRABALHO SEGURO (2016) também são considerados

como acidentes do trabalho:

a) O acidente ocorrido no trajeto entre a residência e o local de trabalho do

segurado;

b) A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo

exercício do trabalho peculiar a determinada atividade;

c) A doença do trabalho, adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Sem lesão

Com lesão leve (sem afastamento do trabalho)

Com lesão incapacitante (com afastamento do trabalho)

ACIDENTE

Incapacidade temporária

Morte

parcial

total Incapacidade permanente

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Antigamente os trabalhadores eram vítimas de acidentes mais violentos,

como membros decepados ou mesmo morte. Com o desenvolvimento tecnológico, o

perfil desses acidentes mudou, passando a incluir o estresse, a LER (Lesão por

Esforço Repetitivo) e infartos (PEDUZZI, 2009).

De acordo com o Ministério da Previdência Social - MPS (2016) não são

consideradas como doença do trabalho a doença degenerativa; a inerente a grupo

etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por

segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que

resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.

Ainda de acordo com MPS (2016) equiparam-se também a acidente do

trabalho:

I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única,

haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para perda ou redução da

sua capacidade para o trabalho, ou que tenha produzido lesão que exija atenção

médica para a sua recuperação;

II – o acidente sofrido pelo segurado no local e horário do trabalho, em

conseqüência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro

ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por

motivo de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou

de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do

uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos

decorrentes de força maior;

III – a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no

exercício de sua atividade;

IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de

trabalho, na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da

empresa; na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar

prejuízo ou proporcionar proveito; em viagem a serviço da empresa, inclusive para

estudo, quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação

da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive

veículo de propriedade do segurado; no percurso da residência para o local de

trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive

veículo de propriedade do segurado.

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Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para

o trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem

alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado pelo

segurado. O empregado será considerado no exercício do trabalho no período

destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras

necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este (PREVIDÊNCIA

SOCIAL, 2013).

Segundo Moraes (2013) para que o acidente, ou a doença, seja considerado

como acidente do trabalho é imprescindível que seja caracterizado tecnicamente

pela Perícia Médica do INSS, que fará o reconhecimento técnico do nexo causal

entre o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na

conclusão da Perícia Médica, o médico-perito pode decidir pelo encaminhamento do

segurado para retornar ao trabalho ou emitir um parecer sobre o afastamento.

2.1. Causas

Causas de acidentes são aquelas que ocasionaram os fatos, no momento

ocorrido. Anteriormente à ocorrência são identificados os riscos ou perigos de

acidentes (ZÓCCHIO, 1996, p. 69).

A literatura aponta Heinrich (1959, apud DALCUL, 2001) como o criador do

primeiro modelo sobre as causas dos acidentes, o qual identificou que a ocorrência

de lesões é resultante de acidentes que, por sua vez, decorrem de ato inseguro ou

de condições inseguras de trabalho, gerados pelo comportamento das pessoas.

Deste modo, pode-se afirmar que a gênese principal dos acidentes de trabalham

advém do próprio homem, levando-se em consideração que comportamento é

oriundo do ambiente social em que tal pessoa vive.

Assim, os estudos de Heinrich atribuem os acidentes de trabalho à falha

humana, seja esta de cunho administrativo, técnico ou de esforço físico excessivo.

A construção civil comporta uma grande parte dos empregos no país, sendo

empregadas pessoas do sexo masculino, em quase a totalidade das vagas

disponíveis, é considerada, também, uma das mais perigosas dentre todos os

setores. Esse setor lidera as taxas de acidentes de trabalho fatais, não fatais e anos

de vida perdidos (RINGEN, 2016). As principais causas ocupacionais de morte na

construção civil situam-se os acidentes de trabalho (SOROCK et al., 1993;

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BURCKHART et al., 1993; JACKSON, et al., 2002). Dentre outras enfermidades de

risco elevado entre esses trabalhadores, encontram-se os sintomas músculo

esqueléticos, dermatites, intoxicações por chumbo dentre outras.

As razões apontadas para a ocorrência destes problemas de saúde na

construção civil são o grande número de riscos ocupacionais, como o trabalho em

grandes alturas, o manejo de máquinas, equipamentos e ferramentas perfuro

cortantes, instalações elétricas, uso de veículos automotores, posturas anti

ergonômicas como a elevação de objetos pesados, além de estresse devido à

transitoriedade e a alta rotatividade (SANTANA; OLIVEIRA, 2004).

A FUNDACENTRO (1980) admite dois tipos de causas de acidentes:

a) causas objetivas– englobam as causas que se vinculam aos métodos e

utensílios de trabalho. São as condições inseguras de trabalho que colocam em

risco as máquinas, os equipamentos e a integridade física e mental do trabalhador.

b) causas subjetivas– englobam as causas que dependem da pessoa do

trabalhador. São os atos inseguros que, conscientes ou não, podem provocar algum

dano a ele ou mesmo às máquinas e aos materiais e equipamentos.

Considerando especificamente a construção civil a FUNDACENTRO relaciona

ainda os principais fatores que levam a atos inseguros ou a condições inseguras

neste setor (Quadro 1).

Quadro 1. Fatores responsáveis pelos atos e condições inseguras na construção

civil.

Situação Fatores

Atos

inseguros

Inadaptação entre homem e função: muitas vezes indivíduos são

colocados a desenvolver atividades específicas de determinada função

para as quais não se encontram preparados, isto é, não há coerência

entre a atividade e as condições do indivíduo para executá-la.

Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-

los: muitos dos atos inseguros são resultantes do desconhecimento,

por parte dos trabalhadores, dos riscos a que ficam expostos durante a

realização de determinadas atividades.

Desajustamento: muitos indivíduos não se enquadram, não se

acostumam ou mesmo, não aceitam determinadas situações de

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trabalho, impossibilitando seu ajuste às condições existentes, mesmo

que estas sejam adequadas.

Condições

inseguras

No canteiro de obras: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares,

excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e limpeza, instalações

impróprias ou com defeitos, falta de sinalização, etc.

Na maquinaria: localização imprópria, falta de proteção em partes

móveis e pontos de agarramento, defeitos, etc.

Na proteção do trabalhador: insuficiente ou totalmente ausente,

roupas e calçados impróprios., equipamento de proteção com defeito.

FONTE: FUNDACENTRO, 1980.

Em pesquisa realizada por Ponte et al., (2008) ele classificou diversos tipos

de serviços e seus principais riscos de acidentes, estes podem ser vistos no Quadro

2.

Quadro2. Etapas de diferentes serviços desenvolvidos em obras de construção civil

e os principais acidentes mais comuns associados aos mesmos.

TIPOS PRINCIPAIS RISCOS

Demolição

Serviço bastante complexo, devendo ser realizado seguindo um método determinado de modo a não prejudicar a estabilidade do conjunto e a segurança da equipe de demolição

Queda, soterramento, falta de Equipamento de Proteção Individual e incêndio decorrente de materiais combustíveis existentes

Demolição por uso de

explosivos

Ocorre nos grandes centros urbanos e locais com topografia acidentada. Os trabalhos de desmonte, a frio ou a fogo que antecedem à fundação são frequentes, trazendo grandes riscos aos trabalhadores, como também aos moradores vizinhos

Projeção de pedras em consequência das explosões e colapso em estruturas em construções vizinhas durante a implosão, incluindo ainda o perigo implícito no manuseio dos explosivos

Montagem do

canteiro de obra

Conjunto de instalações que dá apoio à administração de obra e aos trabalhadores, para a construção de uma edificação

Choque elétrico e a falta de Equipamentos de Proteção Individual e incêndio

Escavação

Desabamento de terra, bombeamento (casos de rebaixamento do lençol d’água), distância entre trabalhadores em escavação manual e raio de ação da escavadeira

Fundação

Parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente (abaixo) a carga da edificação ou ainda, o plano sobre o qual assentam os alicerces de uma construção

Os riscos envolvidos são por falta de escoramento por taludes, má utilização de campânula (câmara usada para compressão e/ou descompressão de trabalhadores), queda, lançamento de partículas sólidas, etc

Continua...

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Continua...

Trabalhos em concreto

armado (fase estrutural)

Esse trabalho se divide nas seguintes fases: formas, escoramentos, armação de aço, concretagem e desforma

Prensagem e/ou corte de mãos e dedos, queda de pessoas/peças/ferramentas, choques elétricos, tombamento de materiais, madeiras com pregos expostos, escorregamento, falta de proteções nas pontas dos vergalhões (aço), falta de proteção individual e/ou coletiva das pessoas e os incêndios ocorridos principalmente no coletor de serragem da serra circular

Revestimentos e acabamentos

Falta de proteções adequadas (p. ex. proteções de quadro fixo de tomadas energizadas, de quedas de pessoas e materiais, de todas as aberturas de lajes, de periferias, de instalação de plataformas principal e telas, entre outras), explosão, incêndio, intoxicação, falta de sinalização e advertência, projeção de fragmentos e quedas

Instalações em geral

Compreendem o seguinte: instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, de gás, de elevadores, de ar condicionado, de exaustão e de ventilação, assim como, canalizações em geral

Os riscos mais evidenciados nestas operações são: choque elétrico, uso de adorno (pulseiras, correntinhas e canetas de corpo metálico, etc.), contusão, corte e/ou ferimentos, vazamentos d’água e de gás, queda, falta de sinalização e tantos outros

Máquinas e equipamentos

Os mais utilizados são: guindaste (grua, sobre esteira ou rodas), betoneiras, compressores, máquinas de dobrar, cortar ferro e virar chapas, serra circular de bancada, guinchos e torres, bombas, vibradores, talhas, etc

Os principais riscos são: quebra de partes móveis, projeção de peças ou partículas, ruptura de cabos e/ou amarras, operadores não habilitados, corte e/ou prensagem de mãos e dedos, falta de manutenção preventiva, choque elétrico, incêndio, falta de envelope de proteção em partes móveis de máquinas

Quadro criado pelo autor. FONTE: Pontes et al., (2008).

Para erradicação dos acidentes de trabalho Melo apud Mesquita (1999)

enumera as seguintes medidas de proteção de riscos, como sendo as mais

importantes com relação ao trabalho:

a) Seleção médica e profissional;

b) Exames médicos periódicos;

c) Rodízio ou limitação do tempo da exposição;

d) Limpeza: higiene pessoal e das roupas;

e) Equipamentos de proteção individual (EPI).

Dalcul (2001) destaca ainda a tendência de uma constante preocupação com

as transformações e o desenvolvimento tecnológicos sem que o mesmo aconteça

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em relação à mão de obra, que é considerada desqualificada e trabalha em

precárias condições.

Os baixos investimentos em prevenção de acidentes de trabalho são também

justificados por algumas características peculiares da construção civil (DALCUL,

2001), vejamos:

a) A execução dos produtos, de grande durabilidade, requer alto valor de

investimento e a tendência é economizar ao máximo nas suas etapas. Uma

das etapas em que esta preocupação está constantemente presente é a de

segurança, ainda mais quando o setor e/ou empresário sofre maiores

pressões em função da política econômica do governo no tocante a

financiamentos, definição de juros e distribuição de renda;

b) O produto final (edificação) é fixo e cada obra requer a montagem de uma

fábrica (canteiro de obras) em local diferente, o que, além de dificultar a

aplicação de processos repetitivos e contínuos contribui para elevar o grau de

risco de acidentes de trabalho. Da mesma forma, o aumento da insegurança

está, intimamente, ligado ao grande contingente de intervenientes ao longo do

processo produtivo, dificuldade de vulto na manutenção das equipes de

trabalho e na continuidade das tarefas.

Ainda de acordo com Dalcul (2001) a sequência de realização das atividades

do processo de execução de uma edificação pode variar de acordo com o tipo de

sistema construtivo utilizado.

2.2. NR5 - Criação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em

canteiros de obras da construção civil

A Norma Regulamentadora Nº 5, trata da Comissão Interna de Prevenção de

Acidentes (CIPA), a mesma foi alterada em 2000, trazendo consigo muitas

inovações para a maior parte dos setores industriais. A construção civil – por ter

características particulares – deve atender alguns dispositivos paralelos à NR-5, o

que pode tornar a tarefa um pouco confusa para quem não estiver familiarizado com

as normas e portarias do Ministério do Trabalho (CIPA, 2009). Assim, a assessoria

de segurança oferece orientação sobre a forma correta de constituição da CIPA nas

empresas da construção civil.

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O objetivo da NR5 é a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do

trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a

preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador (SECONCI, 2014).

No entanto à empresa deve estar atenta a qual NR (NR5 ou NR9) deve

atender para a criação da CIPA. Esse disposto é estabelecido de acordo com a

quantidade de funcionários contratados no canteiro de obras.

Numa empresa com uma única obra com 70 funcionários aplica-se o disposto

na NR-18.

“18.33.3 A empresa que possuir 1 (um) ou mais canteiros de obra ou frente de trabalho com 70 (setenta) ou mais empregados em cada estabelecimento, fica obrigada a organizar CIPA por estabelecimento. 18.33.7 Aplicam-se às empresas da indústria da construção as demais disposições previstas na NR 5, naquilo em que não conflitar com o disposto neste item.”

Porém deve-se levar em consideração que, de acordo com a NR-18 a

constituição da CIPA é obrigada somente a partir de 70 (setenta) empregados no

caso de um único local de trabalho. Se formos aplicar o disposto na NR-05, essa

necessidade de CIPA seria a partir de 51 empregados (Grupo C-18a – CNAE

41.20.4).

Para empresa com várias obras com CIPA centralizada, deve-se atender o

disposto (NR18)

“18.33.1 A empresa que possuir na mesma cidade 1 (um) ou mais canteiros de obra ou frentes de trabalho, com menos de 70 (setenta) empregados, deve organizar CIPA centralizada. 18.33.2 A CIPA centralizada será composta de representantes do empregador e dos empregados, devendo ter pelo menos 1 (um) representante titular e 1 (um) suplente, por grupo de até 50 (cinqüenta) empregados em cada canteiro de obra ou frente de trabalho, respeitando-se a paridade prevista na NR 5.”

Já para empresas com uma obra e 52 empregados, deve-se aplicar o disposto nos

itens 18.33.1 e 18.33.2, sendo a CIPA composta por 1 TITULAR e 1 SUPLENTE

para os representantes dos Empregados e do Empregador.

Uma CIPA de 4 membros, 2 representantes eleitos pelos Empregados e dois

representantes escolhidos pelo empregador.

Dessa forma percebemos que o profissional TST – Tecnólogo – Eng°

Segurança – deve observar com atenção que, dependendo do número de

empregados e do número de canteiro de obras, a CIPA deve ser constituída

observando o disposto na NR-05 e na NR-18. Interessante observar que, de acordo

com o item se o canteiro de obras estiver com menos de 70 empregados está

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obrigado de constituir uma CIPA nos moldes da NR-05, qual seja: A partir de 51

empregados (TST, 2015).

2.3. Norma Regulamentadora NR18

A atual NR-18, publicada pela Portaria n°4, de 04/07/95, trouxe várias

modificações na legislação que estava em vigor, particularmente no que se refere ao

planejamento das Medidas Preventivas a serem estabelecidas para a realização dos

trabalhos na Indústria da Construção.

A décima oitava norma regulamentadora, cujo título é “Condições e Meio

Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção”, estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento e organização, com o objetivo de implementar

procedimentos de aspecto preventivo relacionados às condições de trabalho na

construção civil (DOSC12, 2016).

Segundo Oliveira et al., (2009) a NR-18 tem sua existência jurídica

assegurada, em nível de legislação ordinária, através do inciso I do artigo 200 da

CLT, transcrito abaixo: “Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições

complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as

peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre medidas

de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de

construção, demolição ou reparos”.

Os comandos constantes da Norma Regulamentadora NR -18 não se dirigem

exclusivamente aos empregadores cujo objeto social é a construção civil e que,

portanto, enquadram-se nos Códigos de Atividade Específica constantes do Quadro

I da Norma Regulamentadora - NR 4 (BRASIL, 1978). As obrigações se estendem

aos empregadores que realizem atividades ou serviços de demolição, reparo,

pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de

pavimentos ou tipo de construção, de urbanização e paisagismo,

independentemente de seu objeto social.

Juntamente com esta NR, a NR-7 e a NR-9 também determinam Programas

referentes à Saúde Ocupacional e à Prevenção de Riscos Ambientais que, com ela,

se relacionam integralmente.

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Segundo a NR-18, é obrigatória a comunicação à Delegacia Regional do

Trabalho, antes do início da implantação do Canteiro de Obras, das seguintes

informações:

1. Endereço completo da obra;

2. Endereço completo e qualificação (CEI, CGC ou CPF) do contratante,

empregador ou condomínio;

3. Tipo da Obra;

4. Datas previstas para o início e a conclusão da obra;

5. Número máximo previsto de trabalhadores na obra, sendo que o número

máximo de trabalhadores inclui os subempreiteiros com previsão de utilização nos

serviços.

São obrigatórios também a elaboração e o cumprimento do PCMAT

(Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção -

PCMAT), nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando

os aspectos constantes na Norma e outros dispositivos complementares de

segurança (BRASIL, 1978).

Além disso, ele deve contemplar as exigências contidas na NR-9 – Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. Assim, fica estabelecida a

obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregados

e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PPRA, visando à

preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,

reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos

ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em

consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais (BRASIL, 1978).

O PCMAT deve ser mantido no estabelecimento, à disposição do Órgão

Regional do Ministério do Trabalho. Este Programa deve ser elaborado e executado

por profissional legalmente habilitado na Área de Segurança do Trabalho e sua

implementação é de responsabilidade do empregador ou condomínio (BRASIL,

1978).

O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas neste

campo, devendo estar articulado com o disposto nos demais NR, em especial com o

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, previsto na NR-7

(SOBES, 2005).

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A NR 18 estabelece ainda a obrigatoriedade e a implementação, por parte de

todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados,

do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, com o objetivo

de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços

informar à empresa contratada os riscos existentes e auxiliar na elaboração e

implementação do seu PCMSO, nos locais de trabalho onde os serviços estão

sendo prestados (BRASIL, 1978).

Além disso, a NR-18 instituiu os Anexos I e II, com o objetivo de reunir dados

para traçar um panorama estatístico do setor da Construção Civil. O Anexo I fornece

dados sobre o acidente e o acidentado, que levarão às ações prevencionistas, tanto

do governo quanto do empregado e do empregador. Ações nesse sentido diminuem

os gastos, principalmente a longo prazo, evitam desperdício e possibilitam maior

produtividade.

O Anexo II da NR-18 é um formulário que precisa ser preenchido por todas as

empresas que se classificam nas atividades da indústria da construção, inclusive

aquelas sem mão-de-obra própria.

O órgão responsável pela verificação do cumprimento das Normas

Regulamentadoras é o Ministério do Trabalho e Emprego, através de médicos,

enfermeiros, engenheiros e técnicos lotados nas Delegacias Regionais de Trabalho

de todo o país. A ação antigamente era basicamente punitiva. Nos últimos anos a

atuação do TEN (Termo de Notificação) está centralizada na orientação, antes das

ações punitivas. Se a empresa não corrige as irregularidades dentro dos prazos

estipulados no Termo de Notificação, ela é atuada pela infração e fica obrigada ao

pagamento de uma multa (RAZENTE, 2005).

As etapas da construção obrigam a fiscalizações periódicas, em curtos

intervalos de tempo, pois são comuns as modificações dos riscos. Isto tem causado

algumas dificuldades à fiscalização de Segurança e Medicina do Trabalho nas

atividades de construção (RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005).

A NR-18, Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da

Construção, trata de todos os aspectos relacionados com os trabalhos executados

em serviços de construção civil.

De acordo com RAZENTE (2005), no entanto, “como costuma suceder com

as normas e regulamentos de caráter exaustivo ou genérico, alguns aspectos são

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tratados com pouca profundidade, equivocadamente, ou mesmo deixados

completamente de lado”.

A lei determina que a empresa é obrigada a fornecer aos trabalhadores,

gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação.

Determina também, que cabe aos empregados usar em obrigatoriamente os

Equipamentos de Proteção Individual, assim como os demais meios destinados à

sua segurança (GUIATRABALHISTA, 2016).

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora – NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Entende-se, como Equipamento Conjugado de Proteção Individual todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (GUIATRABALHISTA, 2016).

Os EPI’s devem ser adquiridos, guardados e distribuídos criteriosamente sob

controle, quer de Serviço de Segurança, quer de outro setor competente. A

conservação dos EPI’s é outro ponto chave para a segurança do empregado e para

a economia da empresa (RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005).

A empresa pode cobrar do empregado o valor correspondente do EPI

perdido, desviado ou danificado propositadamente.

Todos os equipamentos de proteção individual (EPI), só podem ser utilizados

se possuírem impresso no produto o número de CA (Certificado de Aprovação)

fornecido pelo Ministério do Trabalho (RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005).

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3. SEGURANÇA DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

De acordo com Cardella (1999), a função segurança é um conjunto de ações

que têm por finalidade reduzir a frequência e a intensidade da manifestação dos

perigos.

A indústria da construção civil é uma das áreas mais antigas de atuação do

homem e com o passar dos anos, só tem evoluído e expandido cada vez mais. A

segurança no trabalho é um tema hoje de grande preocupação que leva a maiores

estudos e debates, principalmente na área da construção civil (MOSAICO, 2013).

Conforme Zocchio (2002) existem dois tipos de segurança, a primeira é a

segurança concreta que se caracteriza pelas condições segura de trabalho e pelo

ambiente de trabalho, tendo a empresa obrigação legal de oferecer aos seus

funcionários para prevenir acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A segunda

é a Segurança Abstrata que é caracterizada pela sensação e sentimento dos

trabalhadores quanto à proteção que é dada contra acidentes e doenças

ocupacionais.

Contudo, muitos dos acidentes que acabam acontecendo nos canteiros

poderiam ser evitados, se fossem seguidas as normas e usados os equipamentos

coletivos e individuais de segurança. Dessa forma, Ogliari (2012) afirma que deve-se

garantir um trabalho coletivo junto aos operários a fim de reduzir esse índice e

mudar a realidade da segurança do trabalho na construção civil.

A busca pela minimização dos riscos deve ser contínua. Podendo ser

confirmado com Grohmann, (2007):

Apesar de todo avanço tecnológico, qualquer atividade envolve certo grau de insegurança. A falta eficaz de sistema de segurança acaba causando problemas de relacionamento humano, produtividade, qualidade dos produtos e/ou serviços prestados e o aumento de custos.

Com base nas pesquisas realizadas pode-se afirmar que boa parte dos

acidentes podem ser evitados, principalmente, a partir da conscientização dos

indivíduos (empregador/empregado). De total e perfeito entendimento do valor

maior que deve ser atribuído à existência, um trabalho consciente consolidará a

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qualidade de vida no trabalho como parte integrante da qualidade de vida dos

indivíduos (DALCUL, 2001).

Figura 2: Conscientização do indivíduo e do grupo para prevenção de acidentes.

FONTE: DALCUL, 2001.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na sua norma 18-R

estabelece que o custo direto do acidente é o total das despesas decorrentes das

obrigações para com os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício do

trabalho, como as despesas com assistência médica e hospitalar aos acidentados e

respectivas indenizações, sejam estas diárias ou por incapacidade permanentes.

Além de ser uma obrigação legal para a empresa, a segurança do trabalho é

também uma atividade de valor técnico, administrativo e econômico para a

organização e de inestimável benefício para os empregados, suas famílias e para a

sociedade (ZOCHIO, 2002).

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3.1. Identificação de riscos na construção civil

Análise de risco é um método sistemático de exame e avaliação de todas as

etapas e elementos de um determinado trabalho para desenvolver e racionalizar

toda a sequência de operações que o trabalhador executa; identificar os riscos

potenciais de acidentes físicos e materiais; identificar e corrigir problemas

operacionais e programar a maneira correta para execução de cada etapa do

trabalho com segurança (SILVA, 2013).

É de fundamental importância verificar os riscos eminentes de uma

construção civil. Segundo Zocchio (2002), tudo começa com a existência dos

perigos e riscos de acidentes e quando os mesmos não são controlados

representam enormes riscos para os próprios componentes dos locais que estão a

executar os trabalhos. O autor usa a classificação que esta prevista no MTE Portaria

N.º 25, de 29 de Dezembro de 1994.

Rousselet (1997), afirma que a identificação dos riscos deverá ser feita pelos

próprios trabalhadores da obra, e, ao serem identificados, deverão ser listados e,

posteriormente, as medidas preventivas devem ser tomadas.

Para que esses riscos e perigos sejam eliminados ou, pelo menos,

minimizados devem ser cumpridas as determinações elementares contidas em

disposições normativas específicas da norma regulamentadora preventiva para as

atividades da construção civil (OGLIARI, 2012).

3.2. Sinalização de segurança em obras de construção civil segundo a NR-18

De acordo com a NR-18 o canteiro de obras deve ser sinalizado com o

objetivo de:

a) identificar os locais de apoio que compõem o canteiro de obras;

b) indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;

c) manter comunicação por meio de avisos, cartazes ou similares;

d) advertir contra perigo de contato ou acionamento acidental com partes móveis

das máquinas e equipamentos;

e) advertir quanto a risco de queda;

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f) alertar quanto à obrigatoriedade do uso de EPI, específico para a atividade

executada, com a devida sinalização e advertência próximas ao posto de

trabalho;

g) alertar quanto ao isolamento das áreas de transporte e circulação de

materiais por grua, guincho e guindaste;

h) identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;

i) advertir contra risco de passagem de trabalhadores onde o pé-direito for

inferior a 1,80 m;

j) identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas

e radioativas.

De acordo com Borges (2011) é obrigatório o uso de colete ou tiras refletivas

na região do tórax e costas quando o trabalhador estiver a serviço em vias públicas,

sinalizando acessos ao canteiro de obras e frentes de serviços ou em movimentação

e transporte vertical de materiais. A sinalização de segurança em vias públicas deve

ser dirigida para alertar os motoristas, pedestres e em conformidade com as

determinações do órgão competente.

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4. PREVENÇÃO COMO ESTRATÉGIA NA MITIGAÇÃO DE ACIDENTES NO

TRABALHO

A partir de estudos realizados com análise voltados aos acidentes de trabalho

que acontecem no subsetor de edificações da Indústria da Construção Civil, nota-se

a necessidade de propor uma estratégia de prevenção. Segundo o SEBRAE (2016)

este subsetor foi escolhido por apresentar características de atraso tecnológico,

onde o índice de acidentes de trabalho é visto como um dos maiores da indústria

nacional. A pesquisa contou com a participação de empresários e trabalhadores do

setor no Rio Grande do Sul e a partir das informações obtidas, elaborou-se uma

proposta para a prevenção dos acidentes.

De acordo com Cerattoet al., (2014) as oportunidades para desenvolver

soluções inovadoras e tecnológicas são identificadas a partir das necessidades

relacionadas com os processos gerenciais de Planejamento, Execução,

Monitoramento/Controle e encerramento de Projeto de Edificações em construtoras

de pequeno, médio e grande porte.

As Fases de Execução e Monitoramento / Controle do Projeto de Edificações são consideradas as mais críticas do sistema de produção devido aos riscos associados ao planejamento e à complexidade do projeto. Com base nessas informações foi identificada, também, a necessidade de desenvolver tecnologia que fornece suporte ao processo de auditória do trabalho (checklistdos requisitos das NRs), agilizando a implantação de ações preventivas de acidentes de trabalho. Isto é, observa-se que o sistema produtivo da construção civil carece de soluções tecnológicas e inovadoras baseadas em práticas da Engenharia de Produção e Engenharia de Segurança do Trabalho (CERATTO et al., 2014).

Razente (2005) cita meios de fornecer segurança ao trabalhador da

construção civil, com base nas normas regulamentadoras 18 e 6, dentre eles: a

realização de cursos e palestras, Inspeções, utilização de sinalização de segurança

e padronização. A seguir vai-se falar da importância de cada uma destas atitudes

com base nas informações desta autora.

De acordo com Moreira (2012) para que seja possível a construção de um

plano é necessário que, precocemente, seja realizado uma análise das condições de

trabalho e avaliação dos riscos com o objetivo de saber-se como a empresa está no

momento em relação ao que se intenciona mudar. Um exemplo básico, no caso da

segurança no trabalho, seria:

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O diagnóstico inicial para se conhecer as características da empresa, de seus

trabalhadores, bem como do ambiente de trabalho;

Mapeamento dos processos de produção e das atividades relacionadas para

que se conheça suas principais etapas;

Avaliação dos riscos para identificação das fontes de perigo e estimar os

riscos a elas associados;

Identificação das medidas preventivas existentes e sua eficácia no que se

relaciona à proteção coletiva e individual, organização do trabalho, higiene e

conforto;

Conhecimento dos indicadores de saúde, indicados pelas queixas dos

trabalhadores, acidentes ocorridos, doenças diagnosticadas e causas mais

frequentes de ausência ao trabalho;

Identificação dos requisitos legais e outros, a fim de verificar-se a situação em

que a empresa encontra-se em relação à legislação e aos acordos e/ou

contratos firmados;

Elaboração do mapa de riscos.

4.1. Equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI/ EPC)

Além de capacitado o trabalhador precisa utilizar adequadamente os EPI’s

necessários para desenvolver a função.

De acordo com Norma Regulamentadora nº 6, Equipamento de Proteção

Individual– EPI é todo dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado,

destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no

trabalho.

Segundo Silva et al. (2004), é de obrigação da empresa exigir o uso dos

EPI’s, orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, conservação e

substituir imediatamente, quando danificados ou extraviados, higienização e

manutenção periódicas. Consta na NR-6, que é obrigação da empresa “fornecer aos

empregados, gratuitamente, o EPI deve ser adequado ao risco, em perfeito estado

de conservação e funcionamento”.

Como em qualquer outra atividade, ao receber o EPI, periodicamente e antes

do início dos trabalhos estes devem ser inspecionados.Segundo Coelho (2010) o

registro deve ser feito a cada inspeção e em situações de desgaste ou dúvidas

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quanto à resistência, o equipamento deverá ser descartado e inutilizado, evitando

usos indevidos.

Quanto aos equipamentos de proteção coletiva(EPC), estes são dispositivos

utilizados no ambiente de trabalho para proteger os trabalhadores dos riscos

inerentes aos processos, tais como o enclausuramento acústico de fontes de ruído,

a ventilação dos locais de trabalho, a proteção de partes móveis de máquinas e

equipamentos, a sinalização de segurança, dentre outros. O uso deste tipo de

equipamento só deverá ser feito quando não for possível tomar medidas que

permitam eliminar os riscos do ambiente em que se desenvolve a atividade, ou seja,

quando as medidas de proteção coletiva do ambiente não forem viáveis, eficientes e

suficientes para atenuá-la dos riscos (PANTALEÃO, 2012).

4.2. Dificuldades para implantação de proteções coletivas

O grande problema é que nem sempre é possível fazer uso de proteções

coletivas por uma série de fatores, os mais comuns são (PROLIFE ENGENHARIA,

2016):

Impossibilidade técnica: Ás vezes o local não comporta a instalação de

proteções coletivas.

Inviabilidade técnica: Ás vezes a instalação de proteção coletiva até é

possível, mas, é inviável. O motivo mais comum é por que o ambiente de

trabalho na construção civil é mutável, por isso, nem sempre vale a pena

investir em uma benfeitoria que não ficará de forma permanente.

Um bom exemplo acontece com o risco de queda de matérias, usam-se as

plataformas de proteção para evitar que os objetos caiam sobre os funcionários. Se

fosse possível fazer uma área coberta em todo perímetro da obra seria dispensável

o uso do capacete. Como tal proteção é possível, porém, inviável, o uso do capacete

de segurança se faz obrigatório (WALDHELM NETO, 2014).

4.3. Principais EPI’s utilizados na construção civil

A construção civil se difere dos outros setores industriais por possuir

características próprias, sendo que uma das principais é a pouca importância das

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máquinas e tecnologias para a obtenção da qualidade do produto, dependendo esta,

quase que exclusivamente, da mão-de-obra utilizada (BOZZA, 2010).

De acordo com informações obtidas através da Medicina e segurança do

Trabalho (2016) a grande dependência que a construção civil tem da mão-de-obra

utilizada deveria contribuir para que este fosse um setor desenvolvido no aspecto de

segurança no trabalho, porém o que se nota é que este continua sendo um dos

setores industriais com maior percentual de acidentes.

Os EPIs são imprescindíveis para manter a segurança do trabalhador, sendo

que estes são apresentados segundo Normas Regulamentadoras (FIRETTI, 2013).

Dentre tantos EPIs, na construção civil utiliza-se com maior frequência os EPI’s

listados abaixo:

Capacete de segurança: Usado para fornecer proteção para a cabeça contra

impactos causados pela queda de objetos e materiais.

De acordo com Waldhelm Neto (2014) o uso de capacete de segurança

também é obrigatório para trabalhos de construção civil, pois reduz os efeitos de

impactos de objetos contra a cabeça. Ao mesmo tempo em que também diminui a

gravidade de ferimentos, protegendo também contra a radiação solar, porém a

radiação ultravioleta acelera o processo de degradação do material e, desta forma,

diminuem a vida útil do EPI. Firetti (2013) diz ainda que o capacete deve ser

guardado em local seco e seguro e sua higienização deve ser feita com água e

sabão, não devendo ser utilizados solventes ou produtos químicos (que

enfraquecem o material). Para dar mais segurança ao uso do capacete e evitar

quedas do mesmo, deve-se utilizar a jugular que, trata-se de um item adicional, que

é uma fita que ao se passar por baixo do queixo evita que o capacete caia no caso

da pessoa inclinar-se bruscamente.

Protetor auditivo tipo plug: Muito usado para controlar a exposição ao ruído.

Protetor auditivo tipo concha: Utilizado para controlar a exposição ao ruído.

Os profissionais que atuam operando máquinas que possam haver

escapamento de partículas sólidas no ar preferem tal equipamento de

proteção, pois dificulta do plug a entrada de sujeira na audição.

Botina de segurança: Proporciona segurança aos pés contra canos ou

injurias físicas causadas por pregos e outros, proteção contra queda de

objetos (bico de aço), evita que o trabalhador seja vítima de escorregões

(FIRETTI, 2013).

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Existem diversos tipos de calçados específicos para diferentes objetivos de

proteção: PV ou PU com solado de borracha natural possuem palmilhas

antiperfurantes e anticortantes de aço, mais utilizada na construção civil (SUPER

GUIA DE PROTEÇÃO, 2012).

Máscara para poeira: Proteção contra poeiras provenientes de corte de

tijolos, cerâmicas, etc. Proteção contra o pó proveniente de madeira.

Máscara para produtos químicos: Usada por todos os atingidos pelo pó

de cimento gerado na betoneira. Muito usada também para proteger

contra os químicos na pintura.

Cinto de segurança: Indicado para proteção em trabalho em altura. Vale

lembrar que trabalho em altura é todo trabalho acima de 2 metros de

altura (NR 35.1.2). Existem diversos modelos de cinto de segurança,

abaixo segue os diferentes modelos:

Cinto de segurança tipo paraquedista com fixação peitoral, abdominal,

dorsal e lateral: ideal para trabalhos suspensos com longa duração.

Cinto de segurança tipo paraquedista com três pontos de ancoragens:

indicado para descida e resgate do trabalhador em espaços

confinados, deslocamento seguro em altura, prevenção e parada de

queda.

Cinto de segurança tipo paraquedista, com quatro pontos de

ancoragem, confeccionado em fita de material sintético (poliéster):

indicado para deslocamento seguro em altura, posicionamento,

prevenção e parada de queda.

Cinto de segurança tipo paraquedista com quatro pontos de

ancoragem: indicado para trabalhos em ambientes confinados.

Cinto de segurança tipo paraquedista, com fixação peitoral e dorsal:

indicado para deslocamento, prevenção e parada de queda.

Cinto de segurança tipo paraquedista, com fixação dorsal: indicado

para prevenção e parada de queda.

Luva de raspa: Para proteção em trabalhos onde haja risco de corte ou para

trabalhos com risco de lesão. Muito usado no carregamento de ferros e

vergalhões

Luva de látex: Muito usado por pedreiros para evitar contato com cimento,

argamassa, etc. O ponto negativo desse EPI é a resistência que é baixa.

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As luvas para proteção das mãos dos trabalhadores também se constituem

outro importante item para os trabalhos em altura, pois os riscos mecânicos (de

corte, perfuração ou abrasão) estão presentes na maioria das atividades. Outros

riscos também podem ser identificados em casos específicos, porém pouco

frequentes para tarefas que envolvam altura. São eles: químicos, biológicos e

térmicos (FIRETTI, 2013). Faz- se necessário, também, observar o tamanho da mão

do trabalhador para que sua habilidade não seja alterada e para que a segurança

esperada seja obtida adequadamente (SUPER GUIA DE PROTEÇÃO, 2012). As

atividades em altura também expõem os pés dos trabalhadores, principalmente em

quedas de objetos.

Viseira de proteção: Serve para proteção contra partículas em projeção.

Muito usado em serras circulares, lixadeiras e policortes.

Óculos de proteção: Serve para proteção contra partículas em projeção.

Tem uma desvantagem perante a viseira. Os lados dos óculos têm pequenos

espaços que podem permitir a passagem das partículas.

4.4. Cursos e Palestras

Para Simões (2010) cada especialista existente na empresa pode-se ministrar

um treinamento de segurança através de cursos rápidos, que devem ser preparados

ou adaptados pelo Serviço de Segurança, de acordo com as características e

necessidades da empresa. Os assuntos específicos podem ser tratados em

conferência, com os grupos interessados e da maneira mais ilustrativa possível, com

apresentação de dados, cartazes, filmes e slides, de preferência com debates,

levando o grupo a uma conclusão satisfatória do assunto tratado, em favor dos

objetivos de segurança do trabalho.

4.5. Promoções e Divulgações

Criação de um programa permanente de promoção e divulgação de assuntos

prevencionistas, com a finalidade de desenvolver o espírito de prevenção de

acidentes entre todos os empregados, além de campanhas especiais que serão

levadas a efeito de acordo com a necessidade (FERNANDES, 2003).

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A política definida de Segurança do Trabalho é uma forma de a empresa da

restabilidade às suas atividades prevencionistas, isto é, mesmo com novos

profissionais, a segurança não perderá a sua sequência, pois tudo deverá ser feito

obedecendo às diretrizes básicas já estabelecidas para a prevenção de acidentes

(RAZENTE; THOMAS; DUARTE, 2005).

Tudo o que se faz será para aperfeiçoar a prática da prevenção de acidentes,

mas não se deve fugir dos princípios básicos, da filosofia, da linha de conduta que a

empresa adotou (SIMÕES, 2010).

4.6. Inspeções

As inspeções de segurança têm como objetivo levantar e indicar problemas

que comprometem a Segurança do Trabalho. As inspeções de segurança iniciam

um processo e recomendam providências imediatas ou desencadeiam outras

medidas a serem tomadas a médio ou a longo prazo, dependendo da complexidade

do problema levantado. Bem conduzidas, sob procedimentos administrativos claros

do ponto de vista operacional elas possibilitam a determinação e a aplicação dos

meios preventivos antes da ocorrência de acidentes, ajudam a se fixar nos

empregados a mentalidade da segurança e higiene do trabalho, encorajam o próprio

empregado a agir como inspetores de segurança do seu serviço e divulgam e

consolidam entre os empregados, o interesse da empresa pela segurança do

trabalho (RAZENTE et al., 2003).

4.7. Sinalização de Segurança

O canteiro de obras deve ser sinalizado com objetivo de identificar os locais

de apoio que compõem o canteiro de obras (BORGES, 2011). Além de identificar as

saídas por meio de dizeres ou setas, manter a comunicação através de avisos,

cartazes ou similares, advertir contra o perigo de contato ou acionamento acidental

com partes das máquinas e equipamentos, advertir quanto ao risco de queda, alertar

quanto à obrigatoriedade do uso do EPI, específico para a atividade executada, com

a devida sinalização e advertência próximas ao posto de trabalho, identificar

acessos, circulação de veículos e equipamentos de obras, advertir contra risco de

passagem de trabalhadores onde o pé-direito for inferior a 1,80 m (um metro e

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oitenta centímetros) e identificar locais com substâncias tóxicas, explosivas e

radioativas (IBIDEM).

4.8. Padronização

Para Razenteet al., (2005) a padronização das atividades visa, basicamente,

estabelecer regras comuns para as atividades inerentes àquela obra ou serviço, de

modo que se faça de forma econômica e vantajosa, com a racionalização do

trabalho e da redução de risco de erro ou acidentes.

Ainda de acordo com os autores supracitados os procedimentos de trabalho,

enfocando aspectos desorganização, limpeza e segurança, além das descrições

técnicas de cada atividade ou função, também são parte integrante do planejamento

preventivo. Fazer certo da primeira vez significa economizar energia física para

realizar a tarefa estabelecida; fazendo da maneira errada, certamente se gastará

três vezes mais energia, além de aumentar o custo operacional previsto (mão-de-

obra mais material) para a mesma tarefa.

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5. ANÁLISE DOS DADOS

As apreensões no que diz respeito à segurança e prevenção de acidentes de

trabalho, são pautadas como destaque, seja na identificação das causas dos

acidentes e seus responsáveis, seja na identificação das justificativas, para não

investir em sua prevenção, quando o correto é identificar as causas e quantificar os

investimentos necessários à supressão dos acidentes.

De acordo com as Leis e Normas vigentes no Brasil, as práticas de

Segurança e Saúde no Trabalho são condicionadas aos processos ambientais e

comportamentais de todos os envolvidos em um ambiente industrial da construção

civil, desde operadores até a direção da empresa. Para a prevenção de acidentes de

trabalho é fundamental a participação de empresários e gerentes na implantação e

manutenção de práticas, oferecer condições psicológicas e físicas e, meios de

educação.

No entanto, há um grande empasse, uma vez que, de acordo com as

pesquisas realizadas para construção deste, nota-se que o nível de escolaridade da

maior parte dos trabalhadores (serventes) que atuam na construção civil, ainda, não

é o ideal, fazendo com que os mesmo, em muitos casos, tenham dificuldade até

para identificaras sinalizações escritas existentes nas obras, passando a fazê-lo

mais por condicionamento de memorização do que por conhecimento e leitura.

Porém, de acordo com Razente (2005) o índice dos que leem e escrevem tem

sobressaído nos últimos anos, criando assim uma expectativa de melhora em longo

prazo. Com isso, não se pode negar, que a qualificações das pessoas para a

prevenção de acidentes devem ser levadas em consideração, sem dúvida é um

ponto importante para a minimização dos acidentes de trabalho, sem falar que deve-

se considerar essa fator no preparo e na execução de qualquer obra.

As condições de trabalho geralmente não se repetem entre uma obra e outra.

A disposição e as adaptações que se fazem em cada local, dependem diretamente

dos tipos de trabalho a serem executados, das máquinas e ferramentas disponíveis,

da organização do trabalho e de outros elementos. As precauções e hábitos de

segurança do trabalho adquiridos em um local, com frequência são inadequados e

inaplicáveis em outra obra, o trabalhador se propõe a executar um serviço, muitas

vezes sem treinamento nenhum, sem conhecimento dos riscos os quais estarão

expostos numa obra de construção civil, não cumprem as normas de segurança do

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trabalho, dessa forma, arriscam a própria vida e vida de outras pessoas (RAZENTE

et al., 2005).

Com base nas revisões bibliográficas lidas, o que foi percebido é que,

geralmente, os trabalhadores estão sempre correndo contra o tempo, pois as

realizações das obras devem ser executadas em período de tempo pré-estabelecido

pelas construtoras, como consequência, o trabalhador se sente obrigado a dobrar o

turno, seja com redução de intervalo legal, de onze horas entre duas jornadas de

trabalho sucessivas, ou generalizando o expediente de horas extras ou contratando

mão-de-obra adicional sem qualquer planejamento.

Dados revelam que em 2011, conforme o último levantamento do órgão

federal foi registrado 177 óbitos nos canteiros de obras espalhados pelo Brasil. O

número é 28,26% maior do que o registrado no ano anterior, quando 138

profissionais morreram. Em 2010, o número de mortos era de 124, mais de 40%

menor do que o apontado dois anos depois (BARONI, 2013).

Diante desses dados alarmantes, pode-se afirmar que muitos dos acidentes

ocorridos nas construções poderiam ser prevenidos através de estratégias básicas,

como por exemplo, a conscientização do uso dos equipamentos de segurança e,

principalmente, da capacitação de todos os profissionais envolvidos na obra, desde

o engenheiro até o pedreiro. De acordo com a UOL notícias (2013) é essencial

também seguir a risca todas as normas técnicas do setor. E, mediante a qualquer

irregularidade, é importante que os profissionais envolvidos questionem os

responsáveis e até se neguem a continuar o trabalho em lugares inseguros.

Outro fator importante que deve ser levado em consideração é o aumento de

empregos na área citada, em 2006, a Construção Civil tinha 1,6 milhão de

funcionários com carteira assinada. Em 2013, esse número tinha praticamente

dobrado para 3,5 milhões, esse fator é altamente influenciador no aumento dos

acidentes nas obras de construções civil (BARONI, 2013). No entanto, muitos

desses profissionais são lançados no mercado de trabalho, porém não passam por

qualificações específicas, não são orientados e nem participam de palestras

instrutivas, etc. Infelizmente, por meio das previsões bibliográficas lidas, constata-se

que grande parte dos operários dispensa atenção aos riscos mais visíveis e aos

riscos ligados às suas funções.

Nesse sentido, é imprescindível a participação profissionais de áreas distintas

de conhecimento, para por em prática as estratégias e implementação de planos de

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ação. De acordo com trabalho realizado por Dalcul (2001) após a assimilação das

alternativas de prevenção, definidas pela equipe multidisciplinar, e supridos os

recursos necessários para a implementação da(s) estratégia(s) escolhida(s), as

ações devem voltar-se para um trabalho de conscientização, de todos

envolvidos/intervenientes no processo de execução, com relação à importância da

segurança no trabalho. Com o comprometimento de todos, pode-se constituir um

ambiente de trabalho, em que pese a integração das áreas e das funções, para a

concretização das medidas interdisciplinares de prevenção dos acidentes de

trabalho (DALCUL, 2001).

Em trabalhos realizados por Alonso, (2013); Souza, (2013); Moraes, (2012),

no setor da construção civil, especificamente, no canteiro de obras, foi identificada

como oportunidade a carência de Tecnologia de Informação dando suporte ao

processo de gestão de desempenho do sistema produtivo. As oportunidades são

relacionadas com as próprias características dos processos executados no projeto

de uma edificação: Engenharia de Operações, Meio Ambiente, Qualidade e

Engenharia de Segurança do Trabalho, entre outros.

De modo geral, observa-se que à exigência referente ao uso é semelhante ao

de fornecimento, ou seja, as empresas que fornecem EPI’s, na sua maioria, também

exigem o uso dos mesmos. Porém, cabe ressaltar que esta pesquisa foi realizada

por meio de entrevistas e para obter um diagnóstico mais claro da realidade da

exigência e utilização dos EPI’s é necessários que se realizem pesquisas de

observação “in loco”, isto é, nos canteiros de obras.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando a vida e a saúde são o destaque vale salientar que, as leis são

criadas com o intuito de proteger o bem jurídico mais importante já previsto na

legislação desde a constituição Federal de 1988. Mais do que respeitar a legislação,

seguir à risca as normas e diretrizes estabelecidas significa dizer que o

estabelecimento está comprometido não apenas com o crescimento de seus

associados, mas, principalmente, com a garantia de condições ideais de trabalho.

Com isso a obrigatoriedade do cumprimento das Normas Regulamentadoras,

evidencia o grau de comprometimento das empresas da construção civil em relação

à segurança dos seus colaboradores e o respeito pelo meio ambiente.

A Segurança do Trabalho surge na perspectiva da realização de manter o

trabalho mais organizado e seguro, garantido não somente evitar os acidentes, mas,

consequentemente, manter e/ou aumentar a produtividade num ambiente mais

agradável onde os trabalhadores sintam-se seguros e executem suas funções de

forma eficiente e quantitativa e qualitativamente. Outra perspectiva da Segurança do

Trabalho é proporcionar melhoria na relação entre patrão/empregado e até mesmo

entre os funcionários e essa perspectiva se baseia na certeza de que ambientes

confortáveis e seguros garantem mais estabilidade emocional aos funcionários.

Nesse sentido, a empresa deve adotar uma cultura prevencionista no dia-a-

dia a fim de mitigar os acidentes de trabalho, para isso é necessária uma análise dos

possíveis riscos oferecidos pelas atividades da construção civil, com isso ponderar

se o trabalho é seguro antes de executá-lo e considerar que acidentes podem

ocorrer com qualquer um e a qualquer momento.

Acredita-se que a empresa que conhece seus riscos e conscientiza seus

funcionários, ajuda a evitar muitos acidentes.

Nessa premissa, infere-se que o uso dos equipamentos de proteção individual

(EPI) e coletivos (EPC) são imprescindíveis quando se objetiva evitar consequências

negativas em casos de acidentes, o uso dos EPIs e EPC’s vão além de prevenção

quanto aos acidentes, os mesmos também devem ser utilizados a fim de prevenir o

trabalhador à exposição de doenças ocupacionais que podem comprometer a

capacidade de trabalho e de vida dos profissionais durante e depois da fase ativa de

trabalho.

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No entanto, Medeiros e Rodrigues (2016) salientam que a situação atual

aponta para a existência de uma falsa sensação de segurança presente nos

canteiros de obra, por parte dos operários. Os poucos riscos identificados, o fato de

se julgarem suficientemente conscientizados, a percepção de que ocorrem poucos

acidentes e de que eles são os principais culpados pelos mesmos, são indícios de

um perfil comum na indústria da construção civil brasileira.

Os mesmos autores acreditam que isto se dá em decorrência de que em

muitas atividades industriais, o que não exclui a Construção Civil, reina a ignorância

sobre alguns processos e seus incidentes. Os trabalhadores ignoram o

funcionamento exato do processo industrial, pois têm apenas “dicas” de um saber

descontínuo. Não existe um conhecimento coerente, nem sobre o próprio processo,

nem sobre o funcionamento das instalações, pois não existe formação destinada aos

trabalhadores. O saber circula a nível dos engenheiros e dos escritórios de projetos.

Contudo, as Normas Regulamentadoras surgem com o propósito de modificar

esses paradigmas, por meio de regras estabelecidas e que devem ser adotadas nos

diversos setores, como por exemplo, a NR-18 estabelece diretrizes de ordem

administrativa, de planejamento e organização pode ser aplicada com o objetivo de

implementar procedimentos de aspecto preventivo relacionados às condições de

trabalho nos canteiros de obras. Podendo ser usado como instrumento de gestão de

segurança, saúde, higiene do trabalho e qualidade de vida para os trabalhadores,

com a intenção de reduzir o número de acidentes e doença do trabalho.

Em alguns aspectos a norma é limitada e não resolvem todos os

problemas relacionados à segurança e saúde do trabalho, não abordando questões

voltadas às relações do trabalho, educação, qualificação dos trabalhadores,

alimentação, remuneração, precarização dos contratos de trabalho e terceirização,

que são fatores fundamentais para que haja uma interação harmoniosa do

trabalhador com a produção no canteiro de obras (ZARPELON et al., 2008).

Medeiros e Rodrigues (2008) acreditam que a ausência, na maioria das

vezes, de um trabalho educativo intensifica esse problema, uma vez que

impossibilita o conhecimento dos operários aos riscos a que estão se expondo e das

suas consequências de exposição à curto e longo prazo. Isso não é novidade, uma

vez que também é pertinente ao caráter funcional da concepção de um EPI, que ao

ser capaz de neutralizar possíveis condições insalubres do ambiente de trabalho,

deve, no entanto, não interferir no desenvolvimento das tarefas laborais do operário.

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Sendo inadequado, poderá causar tantos danos até maiores do que o próprio risco

que procura combater.

Para que este novo conteúdo paradigmático estabeleça a ruptura

desejada, é preciso que ele seja compartilhado com os trabalhadores, com o corpo

técnico das empresas, com as instâncias públicas de regulação e com as entidades

sindicais, transformando-se em fundamentos mais efetivos na construção de

consensos e compromissos destes diferentes atores sociais na construção de uma

efetiva política pública de prevenção dos acidentes de trabalho (PESSOA, 2014).

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