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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFICAÇÕES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO WIBERTSAN RORIZ DA SILVA ALVES ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO ARARIPE JUAZEIRO DO NORTE/CE 2017

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT

DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL HABILITAÇÃO EM EDIFICAÇÕES

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

WIBERTSAN RORIZ DA SILVA ALVES

ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO

ARARIPE

JUAZEIRO DO NORTE/CE

2017

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WIBERTSAN RORIZ DA SILVA ALVES

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ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO

ARARIPE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Edificações da Universidade Regional do Cariri – URCA, como requisito para conclusão de curso.

Orientador: Prof. Dr. Renato de Oliveira

Fernandes

JUAZEIRO DO NORTE/CE

2017

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WIBERTSAN RORIZ DA SILVA ALVES

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ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL NA CHAPADA DO

ARARIPE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Comissão Examinadora do Curso Tecnologia da Construção Civil com habilitação em Edificações da Universidade Regional do Cariri – URCA, como requisito para conclusão de curso.

Aprovada em / / , Nota

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Renato de Oliveira Fernandes

(Orientador) Universidade Regional do Cariri (URCA)

Prof. Jefferson Heráclito Alves de Souza

Universidade Regional do Cariri (URCA)

Prof. José de Anchieta Almeida Santana

Universidade Regional do Cariri (URCA)

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A Deus,

Ao meu esposo e minha filha pela

compreensão, carinho e amor. Ao meu

pai e minha mãe, meu irmão, sobrinhos

e minha avó pelo apoio e paciência.

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AGRADECIMENTOS

Certamente estes parágrafos não irão atender a todas as pessoas que

fizeram parte dessa importante fase da minha vida. Portanto, desde já, peço

desculpas aqueles que não estão presentes entre essas palavras.

Reverencio o Professor Dr. Renato de Oliveira Fernandes pela orientação

deste trabalho e, por meio dele, eu me reporto a toda comunidade docente do Curso

de Tecnologia da Construção Civil com Habilitação em Edifícios da instituição

Universidade Regional do Cariri – URCA.

Agradeço ao professor Jefferson Heráclito Alves de Souza pela

paciência, dedicação e oportunidade de ver na prática os conhecimentos obtidos na

sua disciplina e principalmente no tema intitulado deste trabalho, já que, foi na visita

técnica que coletei informações necessárias para construir meu estudo de caso,

ficando notável meu comprometimento acadêmico.

A todos os colegas e amigos gostaria de externar minha satisfação de

poder conviver com eles durante o curso, viagens, visitas técnicas e estágios.

Agradeço aos responsáveis pelo Complexo Eólico Ventos do Araripe III

que contribuíram para concretização dos resultados alcançados neste trabalho, por

toda atenção, recepção e conhecimento que foi permitido.

Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento a minha

família, pois acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio,

em particular ao meu esposo e minha filha pela compreensão, carinho e amor, ao

meu pai e minha mãe, meu irmão, sobrinhos e nem por isso menos importante minha

avó. Tenho muito orgulho de ter meus pais e minha família.

Agradeço sobretudo a Deus que nos momentos mais difíceis me

confortou e me deu forças para alcançar meus objetivos.

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“A verdadeira viagem de descobrimento

não consiste em procurar novas

paisagens, mas em ter novos olhos”.

(Marcel Proust)

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RESUMO

O cenário energético nacional tem exposto a necessidade de renovação devido aos diversos impactos ambientais, aumento no preço de combustíveis fosseis e a crise hídrica que agrava com a redução do nível de água nos reservatórios. O presente trabalho tem por objetivo avaliar o potencial da energia eólica como fonte alternativa de energia renovável e sustentável em substituição a energia hídrica. Além disso, o estudo busca identificar quais características proporcionam a Chapada do Araripe às condições necessárias para a implantação de parques eólicos. A pesquisa se baseia em revisões bibliográficas sobre o tema e um estudo de caso no Complexo Eólico Ventos do Araripe III, localizado no município de Simões, Piauí. Os resultados mostram o grande crescimento da energia eólica na matriz energética brasileira e discute como a instalação de parques em regiões interioranas, apesar de ainda pouco convencional, minimiza significativamente os impactos ambientais através da redução de resíduos sólidos, emissão de dióxido de carbono e contribui positivamente para a modernização da região, tornando-o mais sustentável.

Palavras-chave: energia renovável; energia eólica; sustentabilidade na Chapada do Araripe; potencial eólico.

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ABSTRACT

The national energy scenario has exposed the need for renewal due to the diverse environmental impacts, increase in the price of fossil fuels and the water crisis that aggravates with the reduction of the level of water in the reservoirs. The objective of this work is to evaluate the potential of wind energy as an alternative source of renewable and sustainable energy replacing hydroelectric energy. In addition, the study seeks to identify which characteristics provide the Chapada do Araripe with the necessary conditions for the implementation of wind farms. The research is based on bibliographical reviews on the subject and a case study in the Wind Complex of the Araripe III, located in the municipality of Simões, Piauí. The results show the great growth of wind energy in the Brazilian energy matrix and discusses how the installation of parks in interior regions, although still unconventional, significantly minimizes the environmental impacts through the reduction of solid waste, emission of carbon dioxide and contributes positively to modernize the region, making it more sustainable.

Keywords: renewable energy; wind energy; sustainability at Chapada do Araripe; wind potential.

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LISTA DE FIGURAS

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Figura 1: Matriz Energética Brasileira ........................................................................ 19

Figura 2: Evolução da participação das fontes renováveis na matriz energética e

projeções futuras ....................................................................................................... 20

Figura 3: Geração de energia quanto a matriz energética......................................... 21

Figura 4: Evolução do crescimento populacional e da demanda de energia per capita

..................................................................................................................................22

Figura 5: Repartição da oferta interna de energia ..................................................... 23

Figura 6: Partes do Aerogerador ............................................................................... 28

Figura 7: Aerogerador Onshore ................................................................................. 29

Figura 8: Estrutura do aerogerador ........................................................................... 30

Figura 9: Aerogerador Offshore ................................................................................. 31

Figura 10: Evolução da geração e a importação líquida de energia elétrica do

Subsistema Nordeste – 2001-2015 (1.000 MW médios) ........................................... 34

Figura 11: Divisas estaduais (linha grossa) e limites municipais (linha fina) da

Chapada do Araripe .................................................................................................. 39

Figura 12: Detalhe do transformador ......................................................................... 45

Figura 13: Subestação .............................................................................................. 45

Figura 14: Torres de transmissão .............................................................................. 46

Figura 15: custo de capital para cada tipo de fonte em função da potência .............. 47

Figura 16: Complementariedade entre a geração hidrelétrica e eólica ..................... 51

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LISTA DE TABELAS

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Tabela 1: Geração elétrica por região e UF no Brasil em 2015 (GWh) ..................... 23

Tabela 2: Usinas Eólicas autorizadas pela Aneel ...................................................... 25

Tabela 3: Geração de energia eólica por estado 2016 (MW Médio) ......................... 25

Tabela 4: Típicos custos fixos e variáveis de tecnologias avançadas de energia ..... 48

Tabela 5: Contribuição dos custos de cada componente do sistema de energia eólica

..................................................................................................................................49

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LISTA DE SIGLAS

ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica

Abradee – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia

ACR – Ambiente de Contratação Regulada

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BBC – Corporação Britânica de Radiodifusão

BEN – Balanço Energético Nacional

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica

CENEA – Energias Renováveis e Meio Ambiente

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

EPE – Empresa de Pesquisa Energética

EUA – Estados Unidos da América

GE – General Electric

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

M&O – Operação e Manutenção

MME – Ministério de Minas e Energia

MRE – Mecanismo de Realocação de Energia

ONS – Operador Nacional do Sistema

ONU – Organização das Nações Unidas

PE - Pernambuco

PI - Piauí

PIT – Teste de Integridade de Estacas

PLD – Preço de Liquidação das Diferenças

PPA – Plano Plurianual

PROEOLICA – Programa Emergencial de Energia Eólica

SI – Sistema Integrado

SIN – Sistema Interligado Nacional

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13

1.1. Justificativa ..................................................................................................... 15

2. OBJETIVOS ..................................................................................................... 17

2.1. Geral ................................................................................................................ 17

2.2. Específicos ...................................................................................................... 17

3. ENERGIA EÓLICA ........................................................................................... 18

3.1. Matriz energética brasileira ............................................................................ 19

3.1.1. Consumo de Energia Elétrica ........................................................................ 21

3.1.2. Evolução no setor de Energia Eólica ............................................................ 24

3.2. Sustentabilidade ............................................................................................. 26

4. CONSTRUÇÃO CIVIL E O SETOR EÓLICO NO NORDESTE ........................ 32

4.1. Leilões de energia........................................................................................... 34

4.2. Geração de energia no Nordeste ................................................................... 35

4.3. Custo com implantação de Energia Eólica ................................................... 36

5. METODOLOGIA ............................................................................................... 39

5.1. O potencial eólico da Chapada do Araripe ................................................... 39

5.2. Estudo de caso ............................................................................................... 41

5.3. Obras de construção civil do parque eólico ................................................. 43

5.4. Geração de Energia ........................................................................................ 45

6. RESULTADO E DISCUSSÃO .......................................................................... 47

7. CONCLUSÃO ................................................................................................... 49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................... 50

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1. INTRODUÇÃO

Os recursos naturais proporcionados pelo meio ambiente para

sobrevivência da humanidade como, agua, minérios e combustíveis fosseis tornam

escassos devido ao crescimento acelerado da população que demanda um consumo

maior em diversos setores, tal como o setor energético. A relação existente entre

crescimento acelerado populacional e consumo, demandou a exploração excessiva

dos recursos naturais, sequenciando catástrofes que se agravam ao decorrer do

tempo.

A compreensão dos problemas gerados pela exploração dos recursos

naturais tornou-se evidente no momento que eclodiram deslizamentos, furacões,

terremotos, incêndios e demais consequências adversas, desestabilizando o

equilíbrio ambiental. Foi diante do cenário catastrófico que o homem percebeu a

necessidade da geração sustentável, gerando tecnologia e ações de impactos

mínimos, quanto aos GEE’s, resíduos sólidos e a redução dos recursos naturais.

Na busca para solucionar os desafios ambientais, o setor elétrico tendeu a

prática sustentável através da renovação energética para ampliar a oferta de energia

renovável, diversificando a matriz energética e contribuindo para geração de energia

limpa, agregando valores socioambientais e econômicos.

A energia eólica pode ser considerada uma das mais promissoras fontes

naturais de energia, principalmente porque é renovável, limpa, amplamente

distribuída globalmente e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis

fósseis, auxilia na redução do efeito estufa. Em países como o Brasil, que

possui uma grande malha hidrográfica, a energia eólica pode se tornar

importante no futuro, visto que ela não consome água, recurso que ficará

cada vez mais escasso e controlado (LEITE, 2013, pág.33).

Esse conjunto de ações apresentam a melhoria relacionado à qualidade de

vida da população, diminuição dos impactos, ampliando os direitos de garantir acesso

a modernos serviços, segurança elétrica e ao desenvolvimento sustentável da

sociedade. Logo, a integração da energia eólica nos segmentos de consumo elétrico

auxiliaria nas ações sustentáveis e práticas que visem o crescimento econômico sem

agredir o meio ambiente e também colaborando para o desenvolvimento da

sociedade.

Outra adversidade que favorece a renovação energética, quanto ao

fornecimento, transmissão e distribuição de energia, é a economia onde as elevadas

taxas de imposto como o ICMS incidem sobre o valor total da conta de fornecimento,

porém, as tarifas são essenciais para o fornecimento de energia elétrica sem os

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quais não haveria como viabilizar o acesso ao produto. Por outro lado, a

competitividade pela implantação de energia eólica poderá proporcionar modacidade

tarifaria, reduzindo esses custos gerados.

A energia eólica é uma oportunidade de desenvolvimento, gerando

emprego com a implantação dos parques eólicos, pois as instalações requer

numerosa mão de obra, industrialização na região para produção de componentes

que constituam os aerogeradores, viabiliza o abastecimento de energia em pequena

escala para abastecer residências ou em grande escala para alimentar as matrizes

elétricas e as usinas descentralizadas e autônomas.

Em razão dos benefícios gerados pelo setor eólico, estudos em

localidades com predominância do potencial de fluxo de ar revelaram as regiões com

dimensões consideráveis, área de terra elevada e parcialmente plana. A região da

Chapada do Araripe beneficiada por essas características, também revelou

vantagens quanto à medição dos ventos em toda sua extensão, logo resultando em

investimentos para inserção do Complexo Eólico - Ventos do Araripe III.

A construção civil é um dos principais agentes que contribuíram para o

cenário atual, o que evidência a necessidade de mudança, com a adoção de novas

tecnologias para gerar construções sustentáveis. Com base nisso, é possível

imaginar que a Chapada do Araripe possui não apenas atenção com o meio

ambiente, mas também uma enorme responsabilidade diante da comunidade local e

propagando desenvolvimento para regiões circunvizinhas garantindo o crescimento

da economia.

Assim sendo, tal estudo apresenta informações como, características

técnicas apresentadas no estudo de caso, eficiência da geração de energia dos

parques eólicos e condições econômicas, sociais, tecnológicas e ambientais.

Acrescentando-se que os investimentos no setor energético, embora estejam em

meio à consolidação, precisam expandir-se ainda mais a fim de gerar grande

resultados para garantir segurança e produtividade em termos de infraestrutura.

O trabalho propõe apresentar as propriedades para o desenvolvimento

regional, utilizando a Chapada do Araripe como estudo de caso, considerando a

energia eólica como aporte a matriz energética brasileira que indica cuidados quanto à

geração de energia proveniente das hidrelétricas.

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1.1. Justificativa

Tendo em vista os problemas que se agravam como deslizamentos de

terra, terremotos, tempestades e tsunamis devido à exploração excessiva dos

recursos naturais, foram de relevância para o trabalho apresentar a uma

periodicidade de discursos em prol da preservação dos benefícios fornecidos pelo

meio ambiente, a água, o sol e o vento permitem ao ser humano instrumenta-las de

forma sustentável a serem utilizadas, respeitando o percurso e tempo de cada

elemento.

São muitas as tecnologias que transformam a energia oriunda de fontes

primárias em outras formas passíveis de atender alguma necessidade humana. No

entanto, nem todas são competitivas. (BEZERRA, 2015, pag. 05)

A geração de energia elétrica permuta por meio da sustentabilidade,

diminuir o lançamento de dióxido de carbono (CO2) gerado pela queima de

combustíveis fosseis e resíduos sólidos pela construção de grandes hidrelétricas e

usinas nucleares. Com isso, os empreendimentos de energia eólica se torna

promissora para complementar a geração de energia das hidrelétricas, pois devido a

crise hídrica a região do Nordeste se encontra no sexto ano consecutivo de

escassez de chuvas, logo que o volume de água tem fundamental importância para

geração de energia por essa fonte, devido à vazão.

Como consequência das condições hidrológicas desfavoráveis, houve

aumento nas emissões de gases de efeito estufa (GEE). No que tange às

emissões oriundas das usinas que compõem o Sistema Interligado Nacional

(SIN) - despachadas de forma centralizada pelo Operador Nacional do

Sistema Elétrico (ONS), observou-se crescimento de 34,4% em relação aos

níveis de 2013. Ainda assim, o Brasil permanece na liderança entre os países

com maior participação das fontes renováveis em sua matriz e,

consequentemente, baixos níveis de emissões (EPE, 2015, pág.8).

Dessa forma, Martins et al. (2008, pág.3) afirmam que, “contudo, o vento

pode ser empregado como uma fonte alternativa de energia por meio da conversão

de sua energia cinética em outras formas de energia, especialmente eletricidade” ,

com isso o abastecimento de energia elétrica apresenta preocupação quanto à crise

hídrica que prevalece no sexto ano consecutivo, assim sendo a pressão atmosférica

e aumento da radiação solar provocando a evaporação nos reservatórios de água,

ocasionam o aumento no fluxo de ar.

Com a predominância de ventos a oportunidade de geração de energia

eólica transforma a energia potencial dos ventos em energia mecânica, gerando

eletricidade e expectativas quanto à segurança energética. No entanto, o vento é um

recurso natural que não tem limite, capaz de suprir as necessidades de consumo

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energético sem cuidados á questão de racionamento, podendo direcionar essa fonte

como um maior aproveitamento.

Segundo Gondim et al. (2015, pág.38), “inúmeras empresas foram

atraídas para o Ceará, instalando suas usinas de geração de energia elétrica

tomando como base o uso da força dos ventos, o que tornou o Estado um dos mais

bem sucedidos produtores de energia por meio da matriz eólica”, apresentando um

quadro de desenvolvimento econômico, gerando emprego na construção das novas

instalações das fabricas e na produção dos próprios materiais.

Por finalidade, a Chapada do Araripe contêm os benefícios para geração

de energia eólica devido ao potencial dos ventos encontrados em toda sua extensão,

contribuindo para consolidação da matriz energética, com isso o estudo de caso no

parque Eólico Santo Augusto VIII localizado no município de Simões – Piauí

proporcionou compreensão ao tema desse trabalho, tendo a tecnologia eólica como

uma fonte promissora para o desenvolvimento sustentável, econômico e ambiental.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Analisar o aproveitamento da energia eólica e desenvolver argumentos

esclarecedores a respeito da participação da energia eólica num aspecto geral para

contribuir com a matriz energética e como alternativa sustentável.

2.2. Específicos

Relatar o crescimento da energia renovável no Brasil e em especial o sistema

eólico;

Mostrar o desenvolvimento da fonte eólica para a economia, infraestrutura, meio

ambiente e diversos setores da sociedade;

Apresentar um estudo de caso na Chapada do Araripe, parque eólico Santo

Augusto VIII localizado no município de Simões – PI.

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3. ENERGIA EÓLICA

A importância da energia eólica implica em mais um meio de contribuir para

as fontes renováveis. O termo eólico vem do latim aeolicus, que retrata Éolo, deus dos

ventos na mitologia grega. A energia eólica é utilizada desde a antiguidade para mover

os barcos impulsionando a vela, moagem de grãos ou fazendo funcionar a

engrenagem de moinhos (SANCHES, 2015).

Com o desenvolvimento da eletricidade e decorrência de adversidades no

meio ambiente, possibilitou a utilização remota dos aerogeradores para obtenção de

energia limpa com objetivo de contribuir para uma matriz energética limpa e para o

desenvolvimento sustentável, evitando a emissão de dióxido de carbono na

atmosfera. O vento impulsiona o conjunto de hélices, ocorrendo à rotação no próprio

eixo, transformando a energia cinética em energia mecânica, gerando eletricidade

capaz de abastecer os setores residenciais, comerciais e industriais.

De acordo com Dutra (2008), um sistema eólico pode ser construído em

três aplicações distintas, são elas: os sistemas isolados, sistemas híbridos e sistemas

interligados a rede.

No entanto não é em qualquer lugar que se podem construir parques eólicos com vista à produção de energia elétrica, pois nem todos apresentam características do regime de ventos favoráveis à sua instalação de parques eólicos em condições de rentabilidade econômica (JERVELL, 2008).

Segundo Alves (2010), o estado do Ceará deveria ser tomado como

exemplo a ser seguido por outros estados brasileiros na busca por uma matriz

energética diversificada, quando da criação de uma instituição (CENEA), voltada à

circulação de negócios e pesquisas na área de energias renováveis. Toda a

comunidade local, onde os parques eólicos são instalados, são favoráveis a instalação

dos mesmos (GONDIM et al., 2016).

Entre os principais benefícios socioeconômicos trazidos pelas energias

renováveis podem ser citados, conforme Simas e Pacca (2013): a inovação

tecnológica e o desenvolvimento industrial; a geração distribuída e a universalização

do acesso à energia; o desenvolvimento regional e local, especialmente em zonas

rurais; e a criação de empregos.

Desse modo, a maioria das construções dos parques eólicos ocorre em

litorais, já que os ventos tendem a ser mais fortes e constantes. Porém, estudos feitos

no estado do Piauí, concluíram que determinadas regiões como, a Chapada do

Araripe são propicias à implantação de produção de energia como a eficiência de

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parques localizados em regiões litorâneas (CARDOSO et al., 2016).

3.1. Matriz energética brasileira

A transformação da energia disponibilizada pela natureza para formas de

utilização é realizada mediante o emprego da tecnologia, logo, o aproveitamento

dessa energia é utilizado em prol do atendimento das necessidades humanas, onde

a energia disponível no Brasil provém das seguintes fontes:

Energia Hidráulica

Energia Termelétrica

Energia Biocombustível

Energia Eólica

Energia Solar

Energia Nuclear

Biomassa

Carvão Mineral

Gás Natural

Petróleo

A matriz energética consiste na origem dessas fontes que são comumente

agrupadas em fontes renováveis (que não se esgotam, a exemplo do sol e do vento)

e em fontes não renováveis (que são finitas, tais como o petróleo e o urânio)

evidenciando a descrição de toda a produção e consumo de energia do país no qual

é verificada a fonte de produção até ao setor de consumo.

O uso da energia no Brasil é impulsionado pelo expressivo crescimento

demográfico, devido à urbanização acelerada, processo de industrialização onde se

torna notável o desenvolvimento e a construção da infraestrutura de característica

energética. Assim, para administrar o consumo de energia importantes instituições

trabalham de forma complementar como o Balanço Energético Nacional (BEN), que

é elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), publicado pelo Ministério

de Minas e Energia (MME), é um documento que disponibiliza a descrição detalhada

da matriz energética brasileira, utilizado para as atividades de planejamento e

investimento no setor privado e pelo governo.

O Brasil detém inúmeras oportunidades para alavancar a sustentabilidade

energética no país, por ter condições vantajosas de recursos energéticos renováveis

e a oportunidade de transformar suas riquezas naturais em energia. A necessidade

por um recurso energético de baixo impacto ambiental e diminuição de custos, molda

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a demanda de consumo energético, por ser um insumo de grande importância para o

país as fontes renováveis estão diversificando a matriz energética brasileira, onde

suas fontes projeta-se nos seguintes setores como se pode observar na figura 1, a

oferta interna de energia.

Figura 1: Matriz Energética Brasileira

Fonte: EPE (2017)

Observa-se que no decorrer dos tempos houve uma grande participação

das fontes não renováveis na matriz energética do país, como também, identifica-se

que este tipo de fonte de energia ainda se apresentará de forma bastante

significativa nas projeções para o futuro, conforme mostra figura 2.

Figura 2: Evolução da participação das fontes renováveis na matriz energética e projeções futuras

Fonte: Tolmasquim et al. (2007)

A geração e transmissão de energia estão presentes como um dos pilares

para o desenvolvimento energético, onde contribuem com as atividades econômicas

e os esforços para atender a demanda de consumo que são necessários para

fomentar o fornecimento elétrico. Contudo, a região do Nordeste tem participação

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para geração de energia elétrica, formada pelo setor hidrelétrico, termelétrico, eólico

e solar, ilustrado na figura 3.

Figura 3: Geração de energia quanto a matriz energética

Fonte: ONS (2015)

3.1.1. Consumo de Energia Elétrica

A energia é essencial para o desenvolvimento econômico de um país,

sendo responsável por abastecer nossas indústrias, residências, comércios e meios

de transportes, da mesma forma o Brasil continuará precisando de grande

quantidade de energia para manter sua economia em funcionamento devido ao

aumento no consumo de energia elétrica, pois apesar de estagnado o país gera

índices de produção elevados.

“Nos próximos dez anos, a demanda total de energia do país deverá

crescer 5,3% ao ano, chegando a 372 milhões de tep em 2020. A indústria e o setor

de transportes continuarão a ser os principais responsáveis por esse consumo, com

cerca de 67% do total” (TOLMASQUIM, 2012, pág.250).

Ainda segundo Tolmasquim (2012), o consumo de energia demanda um

aumento exacerbado, devido ao crescimento populacional e a inovação tecnológica

que surgi a cada dia como novos meios de comunicação, eletrodomésticos, robótica

e o setor automobilístico que inova com os avanços da bateria elétrica, assim, todos

esses meios requer uma geração de energia maior, tendo por seus objetivos a

diminuição dos gases poluentes lançados no meio ambiente.

Para melhor compreensão da demanda de consumo, a figura 4 apresenta

a evolução da demanda de energia per capita em decorrência do crescimento

populacional estimado para o país.

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Figura 4: Evolução do crescimento populacional e da demanda de energia per capita

Fonte: Tolmasquim et al. (2007)

O Brasil precisa aumentar sua disponibilidade de energia para garantir

maior progresso econômico e, assim, ter meios de melhorar as condições de vida da

população. Conforme já discutido, precisaríamos, possivelmente, no mínimo, dobrar

o consumo per capita e ao mesmo tempo atender o crescimento natural da

população (algo em torno de 1% ao ano) (GOLDEMBERG e MOREIRA, 2005,

pág.217).

Segundo Matias (2014, pág.1379) no caso das hidrelétricas há boas

possibilidades de interligar vários países da América Latina, principalmente Argentina

e Venezuela, aumentando portando o suprimento nacional. A importação de gás da

Bolívia e da Argentina é outra solução que está em execução e poderá ser ampliada.

Contudo, a única solução permanente que poderá manter um desenvolvimento

sustentado, não durante 20 ou 30 anos, mas durante muitas décadas, é o uso de

fontes renováveis de energia, como por exemplo, a inserção de complexos eólicos.

Ao passo que, as aplicações das fontes renováveis ocorrem, o Brasil por

comportar diversidade quanto ao potencial dos recursos naturais, eólico e solar para

geração de energia limpa torna o momento oportuno para investimentos no setor

elétrico, cumprindo a demanda de consumo de energia. A figura 5 apresenta em

detalhamento o uso das energias geradas e consumidas no Brasil para 2014 e 2015,

onde estão decompostas nos segmento.

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Figura 5: Repartição da oferta interna de energia

Fonte: EPE (2016)

Dessa forma, o consumo de energia elétrica nos estados brasileiros

aumenta, em razão do consumismo acelerado e tem estabelecido a região Nordeste

como 3º maior consumidor de energia elétrica do país, como esta ilustrada na tabela

1.

Tabela 1: Geração elétrica por região e UF no Brasil em 2015 (GWh)

Fonte: Anuário Estatístico de Energia Elétrica (2016)

A energia elétrica dos aparelhos residenciais são diariamente moldados

de acordo com a necessidade de consumo, a exemplo de maior demanda de

energia é nas regiões que predomina os altos níveis de temperatura como no

Nordeste, com mínima de 22º e máxima de 40º, principalmente no segundo

semestre do ano onde a escassez de chuvas prevalece assim, o uso diário de ar-

condicionado ou climatizador faz-se um aumento no consumo/custo elétrico. Para

determinar o consumo de energia de cada aparelho, o resultado será obtido

aplicando a seguinte equação 1.

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(1)

Onde:

k: quilowatt/hora t: tempo em que o produto permanece ligado, P: potência do aparelho (encontrado nos manuais e na etiqueta do aparelho) Obs.: Todo aparelho possui uma potência que é dada em watts (W), e quanto mais tempo ligado maior o consumo de energia elétrica.

3.1.2. Evolução no setor de Energia Eólica

A abundância dos combustíveis fósseis após a 2ª Guerra Mundial e a

competitividade das usinas hidrelétricas e termelétricas até o início da década de 70,

contribuíram para a estagnação das pesquisas do uso do vento para produção de

energia elétrica (FARIAS e SELLITO, 2011, pág.12). Porém, durante a crise

energética que ocorreu em 2001 no Brasil devido a irregular administração de

energia elétrica em adição a escassez de chuvas resultando nos baixos níveis de

água nos reservatórios, os empreendedores perceberam a oportunidade de

investimentos promissores na energia eólica.

Com os avanços da energia eólica que consequentemente expande o

setor elétrico decorrente dos investimentos de implantação dos aerogeradores, as

maquinas continuam com a mesma finalidade de transformar a energia existente em

energia usual, como exemplo a geração de eletricidade. Na antiguidade os moinhos

tinham como função a moagem de grãos e bombeamento de água, a evolução

tecnológica e a busca por uma produção menos impactante ao meio ambiente

culminaram na remodelagem dos moinhos em aerogeradores, utilizando a energia

potencial dos ventos transformando em energia mecânica onde o gerador a

transformaria em eletricidade como já mencionado.

“É importante observar que este potencial de geração energética excede

em mais de quatro vezes a geração de energia total do país atualmente, mostrando

que a energia eólica poderia ser não somente complementar como substituir a

geração de energia a partir de recursos não renováveis” (ORTIZ, 2011, pág.4).

Segundo Ortiz e Kampel (2011), os ventos predominantes na região

Nordeste beneficiam a geração de energia eólica devido ao potencial resultante da

ocorrência de analises.

A instalação das turbinas eólicas em torres impõe a necessidade da adoção

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de cuidados para evitar problemas decorrentes da fragilidade desses

terrenos. Outra restrição deve-se ao impacto visual decorrente da presença

dessas turbinas em áreas consagradas ao turismo. Ainda, deve-se considerar

a necessidade de estudos prévios com respeito às rotas de migração das

aves, de forma a evitar que as turbinas eólicas sejam obstáculos aos

movimentos migratórios das mesmas (BERMANN, 2008, pág.26).

Segundo Simas e Pacca (2013, pág.105), o Proinfa, instituído em 2002,

foi o principal motor para impulsionar o desenvolvimento do mercado eólico no

Brasil. Como a primeira política pública efetiva voltada ao setor, proporcionou um

ambiente com poucos riscos para o investimento em uma tecnologia ainda pouco

conhecida no país. Contudo, a aplicação da tecnologia sempre em inovação conduz

os diversos setores como a energia eólica, nos modernos designs das hélices

contribuindo para eficiência da rotação quanto à leveza do material utilizado, redução

dos ruídos ocasionados pelo movimento das hélices e aos custos de produção.

A referida inovação tecnológica aos materiais utilizados na construção dos

aerogeradores já estão sendo difundidos no mercado, por exemplo, o

empreendimento Ventos do Araripe III em operação na Chapada do Araripe compete

dos benefícios como a redução de ruídos devido ao material mais leve utilizado na

produção das hélices, assim a sustentabilidade e inovação tecnológica articulam o

desenvolvimento do setor eólico.

A proposito o aumento nos investimentos de implantações dos parques

eólicos culminaram em promissores projetos eólicos em alguns estados do Brasil, a

Tabela 2 exibe a relação das usinas eólicas autorizadas pela ANEEL.

Tabela 2: Usinas Eólicas autorizadas pela Aneel

Fonte: MME (2006)

A partir do sucesso destes empreendimentos e com os dados das 10

estações anemométricas, a COELCE, em Convênio de cooperação técnica

com a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), em parceria com

o Governo da Alemanha e no âmbito da Secretaria de Infra-estrutura

(SEINFRA), foi projetado o parque eólico do Porto do Mucuripe, na Praia

Mansa, em Fortaleza, com 1,2 MW (FONTENELE e SOUZA, 2004, pág.3).

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Dados mais atuais ilustrados na tabela 3 diagnosticam que os estados

brasileiros onde há produção de energia eólica, apresentam no ano de 2016 um

enorme progresso quanto à geração de energia elétrica resultante das usinas

eólicas. O potencial dos ventos predominantes no país evidencia a região do

Nordeste dispondo dos estados de maior geração de energia eólica, Rio Grande do

Norte, Ceará, Bahia, Piauí e a Paraíba.

Tabela 3: Geração de energia eólica por estado 2016 (MW Médio)

Fonte: http://conexaoplaneta.com.br/wp-content/uploads/2017/06/geracao-energia-eolica-cresce- 55- por-cento-brasil-4-conexao-planeta.jpg

3.2. Sustentabilidade

A maior parte dos estudos envolvendo essas temáticas se apoia em uma

perspectiva de desenvolvimento sustentável. Isso fica claro no trabalho de Hermosilla

et al. (2009), ao argumentar que o incremento do interesse em buscar inovações que

possibilitem um desenvolvimento sustentável tem permeado diversas esferas que

passaram a acreditar na possibilidade de se alcançar o desenvolvimento econômico

em uma perspectiva de conhecimento e respeito à dependência em relação ao meio

ambiente. Para os autores, a relação entre inovação e sustentabilidade poderia

contribuir para o desenvolvimento de maneiras limpas de consumo e produção, em

busca de otimização dos recursos ambientais.

A relação entre os temas ocorre em um momento de crescente discussão

nos ambientes acadêmicos e profissionais sobre sustentabilidade, em busca de uma

concepção mais humana, ética e transparente, na forma de condução dos negócios e

atividades que influenciam a vida dos seres humanos.

O primeiro grande passo global no âmbito do desenvolvimento sustentável foi

a realização da Conferência de Estocolmo em 1972 (UN Conference on the

Human Environment), onde se percebeu uma necessidade de reaprender a

conviver com o planeta. Porém, o desenvolvimento sustentável passou a ser

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a questão principal de política ambiental, somente, a partir da Conferência

das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92)

(MIKHAILOVA, 2004, pág.26).

Em decorrência da Conferência de Estocolmo em 1972, diversos eventos

continuaram acontecendo, reafirmando o proposito de desenvolvimento sustentável,

sendo abordando a economia como agregado importante para erradicação dos

impactos ao meio ambiente, assim alguns dos eventos nos quais participaram

governantes e chefes de estado tentando assegurar condições de vida melhor para

o planeta foram:

Rio 92

Agenda 21

Conferencia em Kyoto

Conferencia Rio +10

Conferencia Rio +20

Esses eventos resultaram na criação de documentos que estruturou o

desenvolvimento de estudos aonde conduziu a discussão para perspectivas mais

ampla, pois a sustentabilidade não se restringe apenas ao meio ambiente, mas, ao

desempenho econômico resultante da competitividade de inovação.

Diversos instrumentos desenvolvidos para serem utilizados por empresas

inovadoras são inserida na dinâmica de inovação, sustentabilidade e economia, a

energia eólica se destaca como uma das mais competitivas e promissoras fontes de

energia renovável, principalmente em decorrência dos avanços tecnológicos onde

busca cada vez mais reduzir esses impactos.

3.3. Aerogeradores: Onshore e Offshore

Os aerogeradores são similares aos moinhos utilizados na antiguidade

destinados a moagem de grãos das plantações no campo e no acionamento de

bombas de água, a inovação tecnológica adaptou os moinhos para fins de geração

da eletricidade. Desde então, as turbinas intituladas também como aerogeradores

apresentam suporte para a estrutura dos parques eólicos com a função de gerar

energia limpa, através do movimento das hélices proveniente da velocidade dos

ventos se faz girar o rotor, transmitindo a rotação ao gerador, por sua vez transforma

a energia mecânica em energia elétrica.

As instalações dos parques eólicos são distintas, tal como Onshore

ambiente terrestre e Offshore ambiente marítimo, em ambas as formas de

instalação, o princípio de funcionamento é semelhante, ou seja, em uma explicação

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simplificada, pás são movimentadas através da força do vento de forma

descentralizada, a fim de potencializar a geração de energia e reduzir os impactos

existentes com a geração de fontes não renováveis. A geração e transmissão de

energia esta associada a capacidade de produção elétrica ou a finalidade de

distribuição

Segundo Alves, os aerogeradores são constituídos pelos principais

componentes pás/hélices, rotor, nacele, caixa de transmissão, anemômetro, gerador

e torre, conforme mostra a figura 6.

Figura 6: Partes do Aerogerador

Fonte: Site Atlantic Energias (2017)

Assim, as funções dos principais componentes constituintes de um

aerogerador serão descritos a seguir:

Pás: Assim como asas de aviões, as pás das turbinas eólicas são formadas por

diferentes perfis de aerofólios para garantir maior retirada de energia do vento.

Possuem diversas formas dependendo da aplicação. Geralmente são feitas de

fibra de vidro reforçadas com polímeros, porém a fibra de carbono começa a

parecer em instalações offshore, onde as cargas de vento são maiores. Materiais

mais leves contribuem para um momento de inércia baixo, o que simplifica os

sistemas de engrenagens (ALVES, 2015, pág.10).

Rotor: É o principal componente das turbinas eólicas, nele efetua-se a

transformação da energia cinética dos ventos em energia mecânica de rotação.

Ele é composto pelo cubo e pelas pás. Todo o conjunto é conectado a um eixo

que transmite a rotação para o gerador. A maioria dos rotores modernos possuem

três pás, pois o seu comportamento é mais suave e fornece oscilações menores

de torque no eixo, o que simplifica a transmissão mecânica (ALVES, 2015, pág.9).

Torre: As torres sustentam e elevam a altura desejada o conjunto do rotor e

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nacele. Possuem pelo menos 20 metros de altura, porém tipicamente variam de 1

a 1,5 vezes o diâmetro do 12 rotor. São feitas de tubos de aço, treliças ou

concreto (ALVES, 2015, pág.11).

Nacele: É o compartimento que abriga todos os internos do aerogerador, além de

sistema de extinção de incêndio, sistemas de processamentos de dados e

sistema de refrigeração. Os 11 diversos sensores do aerogerador são instalados

na parte superior da nacele. Em instalações offshore, pode ser montado na

plataforma para aproximação via helicóptero (ALVES, 2015, pág.10).

Caixa multiplicadora ou de transmissão: É o elemento mais pesado de um

aerogerador. Converte a baixa rotação do rotor, geralmente de 15 a 220 RPM, em

uma mais alta, entre 1200 e 1800 RPM, para que o gerador possa produzir

energia. Comumente em três estágios, diversos tipos de sistemas de transmissão

foram elaborados, desde transmissão por correias, acoplamentos simples de

engrenagens de dentes retos até sistemas planetários mais complexos, sendo

esses mais usados em turbinas acima de 2,5 MW de potência (ALVES, 2015,

pág.11).

Gerador: Converte a energia mecânica do eixo em energia elétrica. Podem ser

síncronos ou assíncronos, dependendo da turbina e seu uso. Grande parte dos

aerogeradores ligados a rede usam geradores síncronos, pois podem ser ligados

diretamente a rede, possuem alta eficiência e permitem melhor controle do fator de

potência de carga. Porém necessitam manter a velocidade de rotação constante,

para evitar instabilidade (ALVES, 2015, pág.11).

Anemómetro: para medir velocidade e intensidade dos ventos e sensor de

direção, que capta a direção do vento. O controle de yaw, ou guinada, e o controle

de pitch, ou de passo de pá, recebem informações dos sistemas e atuam,

respectivamente, no posicionamento do aerogerador, para que o mesmo fique

perpendicular ao vento, e no ângulo de ataque das pás (ALVES, 2015, pág.11).

A tecnologia Onshore (Figura 7), tem sido a mais utilizada no Brasil, pois

tem um custo de instalação mais baixo em relação à Offshore. A turbina eólica

Onshore pode ter uma variação de altura entre 30m e 150m a depender da

necessidade de geração e distribuição de energia ou para melhor aproveitamento da

variação dos ventos.

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Figura 7: Aerogerador Onshore

Fonte: http://goo.gl/C9Katu

A aerodinâmica e a tecnologia utilizadas no conjunto também visam à

redução de ruídos e a um menor impacto ambiental, sobretudo na questão

atinente aos pássaros. A estrutura do conjunto e a fixação na base são

calculados individualmente, tendo por fatores diversas variáveis como as

condições climáticas médias da região, o tipo de solo, o tamanho da torre, o

diâmetro do rotor e o potencial de geração da localidade (SILVA e VIEIRA,

2016, pág70).

Os aerogeradores Onshore (figura 8) são utilizados nas instalações de

parques eólicos no Brasil devido ao potencial de dos ventos predominantes em

ambiente terrestre e a eficiência quanto à etapa de fundações para manejo do solo.

Figura 8: Estrutura do aerogerador

Fonte: http://www.esab.com.br/br/pt/news/latest/images/eolica1.png

Segundo o site da ABRADEE (2017) a eletricidade é transportada através de

cabos aéreos, ou seja, cabos visíveis por não estarem enterrados, sendo

revestidos por camadas isolantes e fixados em grandes (e altas) torres de

metal. Chamamos a todo esse conjunto de cabos e torres, portanto, de rede

de transmissão de energia elétrica. As Transmissoras de energia costumam

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administrar as Linhas de Transmissão com as maiores voltagens; contudo, há

também redes de menor voltagem dentro das próprias distribuidoras de

energia elétrica, isso para permitir que as distribuidoras possam levar a

energia de voltagens menores e mais seguras aos clientes de sua área de

concessão (ABRADEE, 2017).

Portanto, a administração do conjunto de operações citado pela

Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica - ABRADEE, se da pelas

importantes instituições que trabalham de forma complementar para gerenciar, e

contabilizar a energia elétrica para todo o país, como exemplo tem a ONS

responsável por gerenciar e contabilizar a demanda de energia negociada pelas

concessionárias integrantes do sistema elétrico, considerando todos os cálculos

resultantes da produção.

Quanto aos aerogeradores Offshore (figura 9) assemelha-se à Onshore,

no entanto, as turbinas Offshore localizam-se em região marítima, geralmente

localizada em alto- mar, com distância mínima de 20km da costa. Essa distância do

Litoral enseja algumas dificuldades para a viabilização dessa prática.

Figura 9: Aerogerador Offshore

Fonte: https://goo.gl/FzTrv3

O primeiro critério a ser considerado é o elevado custo de instalação e

manutenção, já que, é necessária uma complicada logística para transporte e

instalação das torres, das turbinas e do cabeamento subterrâneo desde a localização

da turbina até a costa, superando as adversidades como a variação da ductilidade do

terreno, das marés, dos ventos e a proteção da biodiversidade local.

Outro fator é a corrosão e a deterioração do material utilizado, tendo em

vista o contato constante com as águas salinas e as intempéries mais acentuadas.

Apesar dessas variáveis negativas, os pontos positivos devem ser considerados,

devido à magnitude à que se propõe. O parque eólico Offshore contrapõe as

dificuldades apresentadas na outra modalidade, como o tamanho das turbinas que

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pode ser maior e, por consequência, gerar uma quantidade energética também

maior.

Interessante também é observar a influência do aquecimento global no

Ceará, já que há uma alteração considerável nas correntes marinhas e, por

conseguinte, nas correntes de ar que afetam diretamente a produção vinda de tal fonte

energética, isso ocorre devido ao enfraquecimento da frente de ar fria que não

consegue deslocar a massa de ar quente estacionada em determinado ponto. Assim,

inexiste ou se torna ineficaz a corrente de convecção que deveria ocorrer e

movimentar as pás e o rotor para que gerassem energia.

4. CONSTRUÇÃO CIVIL E O SETOR EÓLICO NO NORDESTE

Considerando que o potencial hidrelétrico remanescente economicamente

viável no Nordeste encontra-se próximo do seu esgotamento a expansão dessa fonte

de geração elétrica na Região está comprometida. Essa assertiva é corroborada pelo

Plano Decenal de Expansão de Energia 2024, elaborado pela Empresa de Pesquisa

Energética (EPE, 2015), já que nesse estudo não consta nenhum projeto de

hidrelétrica previsto para o Nordeste no horizonte até 2024. Assim, a tendência é o

incremento paulatino da participação da fonte eólica na matriz de geração de energia

elétrica da Região nordestina em razão desta ser, atualmente, a segunda alternativa

mais competitiva, perdendo apenas para as grandes hidrelétricas, e também por ter

dezenas de projetos já contemplados nos últimos leilões, previstos para entrar em

operação nos próximos anos.

Na Região Nordeste, os projetos eólicos em implantação e os projetados com

construção ainda não iniciada totalizam 7,5 GW. Considerando o preço médio

do investimento de R$ 4,6 bilhões/MW, verificado no 8º. Leilão de Energia de

Reserva (último com usinas eólicas aprovadas), estima-se que os projetos

eólicos em andamento e previstos para o Nordeste demandarão recursos da

ordem de R$ 35 bilhões nos próximos anos, representando enormes

oportunidades em toda a cadeia produtiva (BEZERRA e SANTOS. 2017,

pág.5).

Dessa forma o desenvolvimento da economia fomenta todo o mercado da

região do Nordeste, especulando as expectativas no âmbito da geração de energia

eólica, apresentando os investimentos na construção de parques, vinculado com os

baixos custos com o meio ambiente relativo à emissão de gases poluentes e

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resíduos sólidos. Logo, a figura 10 apresenta a evolução da geração e importação de

energia elétrica do subsistema do Nordeste no período de 2001 a 2015, devido à

necessidade de reforço para suprir a demanda de consumo da região.

Figura 10: Evolução da geração e a importação líquida de energia elétrica do Subsistema Nordeste –

2001-2015 (1.000 MW médios)

Fonte:https://www.bnb.gov.br/documents/80223/1095131/4_Solar.pdf/c5a490d5-84a5-47a4-9e89-

bbeb907d9c9c

Entretanto, o exato entendimento da competitividade da energia eólica no

Brasil requer a análise dos fatores de capacidade dos projetos que estão sendo

contratados. Neste sentido, verifica-se que a intensidade e a regularidade dos ventos

brasileiros têm possibilitado a contratação de projetos com fatores de capacidade

bastante superiores aos verificados internacionalmente (DANTAS e ROSENTAL,

2015, pág. 119).

Segundo o Atlas do Potencial Eólico do Brasil (Feitosa et al., 2001), o

potencial eólico do Brasil alcança 143 GW, dos quais cerca da metade no Nordeste.

Esse montante foi estimado tendo por base velocidades médias de vento igual ou

superior a 7 m/s a 50 metros de altura. Considerando alturas maiores, com torres que

normalmente ultrapassam 80 metros, estima-se que o potencial eólico do Brasil seja

muito superior à atual capacidade instalada de geração de energia elétrica do País,

de cerca de 150 GW.

Espera-se, assim, que o Brasil e a Região Nordeste em particular,

obtenham com o passar do tempo, gerar inovações no campo da geração eólica,

consolidando o processo de internalização dessa tecnologia no País.

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4.1. Leilões de energia

O leilão de energia elétrica ocorre por um processo licitatório, promovido

pelo poder público, onde se busca obtenção de energia para o futuro. Essa geração

futura, pode se dar através da construção de novas usinas, ou mesmo usar energia

de usinas já em funcionamento (ABRADEE, 2007).

Sem os leilões, portanto, seria difícil para o setor elétrico conseguir equilibrar oferta e consumo de energia e, consequentemente, aumentar-se-iam os riscos de falta de energia e de racionamento. Os leilões de energia elétrica ao definirem os preços dos contratos definem também a participação das fontes de energia utilizadas na geração, o que impacta na qualidade da matriz elétrica de nosso país em termos ambientais (mais ou menos energia hidrelétrica, nuclear, eólica, queima de combustíveis, biomassa, etc.), bem como no valor das tarifas pagas pelos consumidores (ABRADEE, 2007, p. 2)

Para controle e regulamentação do Estado, todos os leilões de energia

passam da Agência reguladora do setor elétrico, a ANEEL (Agência Nacional de

Energia Elétrica), sendo esta é ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME).

As inovações no setor energético seccionam os ramos do setor energético.

Corrêa (2015) elenca que as contratações de energia seguem o sentido de expansão

de energia, tendo que a energia velha, que é das usinas já em funcionamento, e a

energia nova, que são as usinas em execução ou com pouco tempo de uso, viabilizem

o custo na geração, distribuição e consumo elétrico. Sendo a energia velha com uso

para o ano seguinte a contratação, e a energia nova, com o propósito de uso para o

futuro.

Com o surgimento da Lei 12.783 de 2013, parte considerável da energia

“velha”, proveniente de empreendimentos hidroelétricos com mais de trinta anos,

passou a ser comercializada com preços regulados pela ANEEL e com montantes

contratados pelo regime de cotas nas distribuidoras. Com efeito, esses agentes

passaram a não poder mais participar dos leilões do ACR.

Segundo o Ministério de Minas e Energias, a grande diferença entre a

chamada energia velha e a energia nova, é que, as usinas que já produzem energia

a muito tempo estão com seus custos de construção pagos e estáveis, enquanto

que,as geradoras de energia nova, gastaram muito mais para sua construção e

começo de geração, sendo que estes custos ainda não foram amortizados, por tal

fato, a energia nova se torna em sua geração mais onerosa do que a energia velha.

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4.2. Geração de energia no Nordeste

A oportunidade encontrada nos ventos da região do Nordeste deliberou

uma vasta ascensão para a instalação de parques eólicos distribuídos no território, o

tema do trabalho salienta a região da Chapada do Araripe como um polo potencial

de geração de energia eólica. De acordo com Rafael Barifouse e Mariana Schreiber

do site BBC Brasil (2015, pág.1), há hoje no país 322 usinas, com capacidade de

produção de 8,12 gigawatts, o equivalente à usina hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, a

segunda maior em operação no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Energia

Eólica (Abeeólica). Essa fonte de energia responde atualmente por 5,8% da matriz

nacional e abastece 6 milhões de residências.

No período de 2015, o gráfico 3 ilustra a quantidade de parques eólicos

operantes segundo a ABEEólica (2015), sendo que as instalações foram ampliadas,

em virtude não apenas para suprir as necessidades vistas com a crise hídrica, mas

também considerando as vantagens nos investimentos com retorno satisfatório na

implantação dos empreendimentos, tomam-se como exemplo de crescimento da

inserção eólica os estados do Pernambuco, Piauí que no ano de 2016 iniciaram as

operações de 14 novos parques na região da Chapada do Araripe, o

empreendimento Ventos do Araripe III apresentou interesse quanto ao

desenvolvimento da região e a geração de energia eólica na localidade transmitindo

segurança energética e renda para os moradores.

Gráfico 3. Quantidade de parques eólicos por estado no Nordeste e representação

percentual.

Fonte: Elaboração ABEEólica, 2015.

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Acrescenta-se também, que segundo SCHMIDT e DEZEM (2017) em

2010, a Casa dos Ventos começou a construir seus próprios parques eólicos e hoje

se envolve em muitas partes do processo dos leilões para obtenção de contratos de

longo prazo para o fornecimento de energia e para o desenvolvimento e operação

dos parques.

Segundo Barifouse e Schreiber (2015), "O vento brasileiro está

predominantemente localizado na parte setentrional do Nordeste, com potencial

identificado de 300 gigawatts". Ainda conforme os autores, de acordo com Braga o

ministro da Minas e Energia à BBC Brasil, "Esse potencial tem se revelado cada vez

mais eficiente, levando a um investimento significativo nessa região”.

Além de ter uma velocidade bem superior à necessária para geração de

energia, o vento na região é unidirecional e estável, sem rajadas, isso significa que a

energia é produzida o tempo todo. O empresário Mário Araripe criou um império

formado pela energia eólica Casa dos Ventos que desenvolveu quase um terço da

capacidade atual e planejada no Brasil e pelos aproximadamente 170.000 hectares

em terras que detém no Nordeste (SCHMIDT e DEZEM, 2017).

4.3. Custo com implantação de Energia Eólica

Os investimentos no setor de energia eólica apresentam custo de capital

para cada tipo de fonte em função da potência, assim analisa-se que quanto menor

a potência, os investimentos reduzirão. Além disso, nota-se que a energia com maior

investimento é a fotovoltaica e a mais barata é a energia eólica.

Dados da Revista Brasileira de Energias Renováveis (2016) ilustrados na

figura 15 relaciona os custos de cada fonte renovável em função da potencia

equivalente:

Figura 15: Custo de capital para cada tipo de fonte em função da potência

Fonte: Revista Brasileira de Energias Renováveis (2016)

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Castro et al (2010) afirma que a diminuição dos custos de investimento no

desenvolvimento de parques eólico vai além da fabricação e distribuição dos

equipamentos, e ainda recebe forte influências das cargas tributarias e dos custos de

capital.

Kennedy (2005) aponta como custos de capacidade, aqueles relativos ao

custo de capital instalado e aos custos fixos de administração e operação, que

abarcam todos os custos incidentes a cada tipo de geração de energia. A tabela 5

ilustra os custos incidentes no sistema eólico são custos de capacidade, custo fixos

de administração e operação (M&O) e custos fixos comuns.

Tabela 4: Típicos custos fixos e variáveis de tecnologias avançadas de energia

Na tabela 4, Kennedy (2005) aponta que os custos de capacidade e os

custos fixos são superiores ás outras fontes de energia, distinto dos custos de (M&O)

administração e operação dos parques eólicos e a inexistência dos custos de

variáveis. Por conseguinte, a análise dos custos de instalação da energia eólica

subtraída dos custos de instalação, transformando à longo prazo uma geração de

energia mais barata em relação aos diversos setores de energia.

Não existe um único valor de preço e de custo de energia para o parque eólico. Ambos dependem da localização, do tamanho e da quantidade de turbinas, além de serem influenciados por políticas de incentivo ou subsídios concedidos pelos governos (SALLES,2004, p. 29).

Complementando á analise de custos e variáveis de tecnologias

avançadas, Salles (2004) retrata projeções para custos por eficiências das tecnologias

da energia eólica (tabela 5), relacionando os custos da tecnologia eólica no período

de 2000.

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Os estudos decorrentes para implantação de projeto como o parque eólico

analisa amplamente a viabilidade das vias de acesso, abatendo custos que elevariam

o valor da obra, entretanto, as áreas despovoadas resultaram na contratação de mão

de obra, que por ventura beneficiara o desempenho e capacidade da construção

promovendo uma suma importância para as comunidades próximas as áreas em obra.

Tabela 5: Contribuição dos custos de cada componente do sistema de energia eólica

Fonte: Salles (2004)

Paralelamente a análise de custo e desenvolvimento a energia eólica, os

fatores sociais e ambientais a literatura estabelece relação com uma nova visão de

planeta e o crescimento da demanda por energia, minimizando os impactos

ambientais e impostos recorrentes da geração/transmissão/geração de energia.

Os fatores sociais, políticos e ambientais relacionados ao sistema setorial

da energia eólica possuem características especificas decorrentes do dinamismo

tecnológico e político relacionado ao local ou região em que determinado projeto está

ou será implantado (ABRAMOWSKI & POSORSKI, 2000; NASCIMENTO et al., 2012).

Dutra e Szklo (2008) pontuam que, qualquer análise e setores

energéticos deve seguir uma linha de pensamento focada no ambiente o qual se

estuda. No caso do Brasil, têm-se diversos fatores específicos que se apresentam

como problemáticas ao ambiente como, fatores fiscais, logísticos, de implementação

e de transmissão. Para Amarante et al. (2001), as áreas de serras e chapadas que se

estendem ao longo da costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio de

Janeiro, a distância de até 1000 km da costa com velocidades médias anuais de 6,5

m/s até 8m/s.

Do mesmo modo, Martins et al. (2008) aponta que, especialmente no Brasil,

a demanda por energia elétrica está em razão da melhoria do padrão vida da

população e como parte de uma cultura socioambiental dos países desenvolvidos e

em desenvolvimento, onde a energia eólica tem sido incluída essencialmente às

políticas governamentais e ao planejamento energético.

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5. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho comtempla a pesquisa bibliográfica,

através de bibliografias, artigos científicos, livros e relato de dados estudados que

apresentará o que vem sendo difundido e utilizado nos últimos tempos quanto a

inovação da tecnologia eólica, desde o uso dos antigos moinhos aos atuais

aerogeradores. O desenvolvimento do trabalho também apresenta a pesquisa

descritiva como aspecto para melhor compreensão do tema intitulado energia eólica,

expondo o setor eólico brasileiro e dando ênfase ao potencial dos ventos na região

do Nordeste em especial na Chapada do Araripe.

Neste sentindo, para melhor contato com o tema ocorreu uma visita

técnica ao parque eólico Santo Augusto V III localizado no município de Simões -

Piauí, onde se fez como estudo de caso deste trabalho, agregando as características

técnicas e os ganhos socioambientais na localidade do empreendimento. O

Complexo Eólico Vento do Araripe III foi projetado para a Floresta Nacional do

Araripe, porém, ao identificar os efeitos mais significativos do potencial dos ventos

na Chapada do Araripe o projeto foi habilitado para as devidas instalações na divisa

dos estados Ceará, Pernambuco e Piauí.

Em outras palavras o crescimento quanto a expansão de produção da

energia eólica no Brasil e Nordeste, consistirá em identificar a necessidade de

complementariedade da geração de energia das hidrelétricas que tem o

abastecimento agravado devido a escassez de chuvas anualmente. Tendo a

diversificação da energia eólica na matriz energética brasileira com a captação dos

ventos através dos aerogeradores, o fornecimento de energia atenderá a carência da

demanda de consumo de eletricidade com as atividades diretas e indiretas assim

como mão de obra e na manutenção das turbinas.

5.1. O potencial eólico da Chapada do Araripe

A Chapada do Araripe esta localizada na divisa dos estados do Ceará,

Pernambuco e Piauí, sua área é de 7500 km2 e as características devido ao

potencial encontrado nos ventos é por sua altitude que varia de 1000 a 700m, tendo

suas coordenadas geográficas: 38º30’ a 40º55’ de longitude Oeste de Greenwich e

7º07’ a 7º49’ de latitude sul. Suas características são de ventos constantes e

regulares, fazendo com que a região seja promissora com a expansão da energia

eólica.

O perímetro que compõe a Chapada do Araripe é formado por 36

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municípios listados na figura 11, onde a numeração da figura corresponde à listagem

da tabela.

Figura 11: Divisas estaduais (linha grossa) e limites municipais (linha fina) da Chapada do Araripe.

Legenda:

Ceará Pernambuco Piauí

1. Campos Sales 1. Araripina 1. Alegrete do Piauí

2. Assaré 2. Ipubi 2. Fronteiras

3. Altaneira 3. Bodocó 3. Padre Marcos

4. Farias Brito 4. Exu 4. Francisco Macêdo

5. Potengi 5. Moreilândia 5. Marcolândia

6. Salitre 6. Serrita 6. Caldeirão Grande do Piauí

7. Araripe 7. Trindade 7. Simões

8. Santana do Cariri 8. Ouricuri 8. Caridade do Piauí

9. Nova Olinda 9. Curral Novo do Piauí

10. Crato 10. Paulistana

11. Barbalha

12. Missão Velha

13. Abaiara

14. Jardim

15. Porteiras

16. Brejo Santo

17. Jati

18. Penaforte

Fonte: http://www.wikiaves.com.br

Nas latitudes que cobrem a Chapada do Araripe, o regime de vento é

condicionado pela circulação dos ventos Alísios. A privilegiada localização geográfica

da Chapada refere-se a características excelentes a meteorologia eólica regional, já

que, o fluxo de ar prevalece constante durante todo ciclo anuário.

O momento atual intitulado como crise hídrica privilegia a Chapada como

um todo para formação desses ventos, pois, a pressão atmosférica, radiação solar,

umidade do ar e a evaporação influenciam diretamente nas características do vento

produzindo um potencial eólico sobre a essa região montanhosa que é a Chapada do

Araripe.

A capacidade de implantação de energia eólica só vem crescendo nos

últimos anos no Nordeste do Brasil, tendo em vista que a Chapada do Araripe devido

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aos excelentes ventos impulsiona a geração de energia limpa, onde o potencial

encontrado nesses ventos pode abastecer cerca de 400 mil residências, sendo a

energia gerada apenas por um parque eólico.

Dentre as fontes de energia na matriz energética brasileira 5,4%

corresponde a energia eólica (EPE, 2015). Diante dessa informação, o

desenvolvimento da energia eólica na Chapada do Araripe apresentará uma

conjuntura contribuinte ao país a alcançar os objetivos de aumentar a segurança

energética, reduzir as emissões de gases de efeito estufa, geração de resíduos e

criando oportunidades de empregos, consolidando a economia energética regional

como um todo.

5.2. Estudo de caso

No desenvolvimento dessa pesquisa foi realizada uma visita técnica ao

“maior complexo eólico da América Latina” Áldrin (2017)1, localizado no alto da

Chapada do Araripe, o Complexo Eólico Ventos do Araripe III, ao passo que a visita

aconteceu no parque portado como referencia para o estudo de caso foi o Parque

Eólico Santo Augusto VIII no município de Simões-PI.

O complexo é constituído de 14 parques eólicos com 105 aerogeradores

operantes e cada máquina gera 2 MW, totalizando a geração por parque até 210 MW,

assim, cada parque eólico tem a capacidade de beneficiar 400 mil residências de

médio porte.

A produção de energia do complexo está produzindo uma vez e meia a

capacidade da barragem de Boa Esperança – Guadalupe/ PI, não havendo a

necessidade de desalojar nenhum morador, sendo que a comunidade continua

vivendo ao lado dos aerogeradores. Entretanto, se antes da inserção dos parques

eólicos existira uma pequena atividade agrícola como a plantação de mandioca

predominante nessa região, logo subsistira. Outra atividade que não há interferência

é na agropecuária, pois os animais pastoreiam normalmente e convivem com as

maquinas instaladas.

Quando o projeto de energia eólica chegou à Chapada do Araripe não se

tratou apenas de geração de energia, mas, como projeto de transformação de

comunidade, vida e distribuição de renda, visando diminuir as carências da região. O

empreendimento eólico trouxe benefícios sociais, além da oferta de emprego e

1 Nota de Rodapé Joseh Áldrin é técnico em edificações e esta fala foi retirada da visita técnica realizada no dia 26 de setembro de 2017 ao Parque eólico Santo Augusto VIII.

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desenvolvimento da economia local, incluindo também a regularização fundiária das

terras arrendadas de pequenos proprietários até programas relacionados à saúde,

educação e qualificação profissional das comunidades locais.

No que concerne à localização para implantação do projeto eólico a Casa

dos Ventos está a mais de 6 anos na região, realizando medição dos ventos. Existe

uma torre meteorológica com mais de 100 metros de altura, com o objetivo de fornecer

estrutura para montagem de equipamentos meteorológicos que coletam dados para

analise especifica da área estudada.

O complexo eólico Ventos do Araripe III implantado a borda da Chapada do

Araripe, região concebida com um grande projeto, que não tinha onde conectar, fazer

escoamento de energia para outras regiões, porém o suporte para almejar um recurso

foi o alinhamento do grupo Casa dos Ventos a Chesf comprando parte dos projetos

da região, onde companhias e grupos empresariais fizeram um seccionamento em

uma linha de união de 500KV, o maior distribuidor e investidor de linhas de

transmissão do mundo, dessa forma decidiram seccionar essa linha de São João do

Piauí a Milagres.

Esse consórcio desligou essa linha 3 vezes em meses alternados

ocorrendo fechamento de uma chave fazendo com que haja escoamento por outro

meio e abastecimento por outro ponto, conforme ocorria-se o desligamento dessa

energia ocorre o desligamento e a conexão da subestação gigante, que inclusive foi a

primeira subestação por um consórcio privado no Brasil podendo escoar mais de 1200

Mpa, assim as redes seccionadas, começaram a conectar Ventos Araripe I que são

duas linhas da Queiroz Galvão (com carga e outra evasiva) e o circuito de Ventos do

Araripe III, sendo que vai conectar também a Serra do Inácio.

Essa energia é conectada no sistema e por base em leilões. A compra da

energia ocorre através de leilões que podem ser acompanhados pelo site da Aneel,

onde também podem ser observados os leilões ao longo dos anos, leilões

cadastrados, quem ganhou, o maior vencedor e toda uma estatística para saber qual

o estado está gerando, participando mais, verificando todo um histórico da energia.

Com base com o que se vence nos leilões, são chamadas de Projetos com

PPA’s (projetos de dados) e a partir daí, segue-se para as construções onde há um

cronograma acompanhado pela Aneel que faz uma previsão anual, com base no

crescimento da economia a engenharia da Aneel existe a EPE (Empresa de Pesquisa

Energética) que funciona como um tipo de gerência, analisando condições em

termos de transmissão, distribuição e geração e a demanda pela energia.

Com base no crescimento da nossa energia, com a demanda e os gráficos

onde tem-se o estudo de estatística, tendo como referência o passado e futuro é que

ocorrem os leilões. Podendo haver também o mercado livre de energia, onde há

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energia “sobrando” onde as comercializadoras compram a energia, sendo que, por

exemplo, dia 22 de setembro o MW custava R$ 535,00. Os leilões entram com o valor

de R$ 120,00 o MW da energia, o estado por sua vez paga em média R$ 150,00 o

MW de acordo com as correções e tributos.2

Já Mario Araripe, de acordo com o mercado, vende a energia cerca R$

530,00 a R$ 800,00. Todos esses números são comprovados pela economia, antes

da energia ir para a execução do leilão economia faz uma modelagem financeira onde

ocorre a previsão financeira de se investir nesse projeto, diagnosticando o retorno e

período, fazendo-se então, a projeção de tal empreendimento.3

A inserção de um empreendimento como a energia eólica deve-se notar

que não ocorre apenas o investimento da engenharia civil, precisa da visão em relação

o menor recolhimento de imposto, logística (para analisar se o projeto pode ser

implantado em determinado ponto), o custo operacional e manutenção local,

agregando todos esses elementos a construção civil o custo da implantação, sendo

12% na engenharia elétrica, a construção civil retêm 10%, cerca de 70% está

destinado aos aerogeradores e os setores administrativos, projetos e o setor

socioambiental detêm variância de 10% de participação.

5.3. Obras de construção civil do parque eólico

Segundo informações coletadas na visita técnica a execução do parque

eólico foi de acordo com o que estava especificado nos projetos. Sendo que as

especificações do aerogerador são estabelecidas pelo fabricante da máquina,

padronizando a carga total a ser gerada, o desempenho da velocidade, onde se

encontra as variáveis descritas na criação de tabelas e planilhas, cargas cíclicas,

sondagem do solo e outras particularidades calculistas como, o dimensionamento das

sapatas e o tipo de fundação.

Vale ressaltar que, na instalação dos aerogeradores requer-se uma

atenção em vários parâmetros desde o projeto inicial até a geração de energia, onde

detalhes como na parte dos cálculos são essências, por exemplo, as fundações dão

suporte de fixação ao aerogerador. Assim sendo, as fundações executadas foram

2 Nota de Rodapé Joseh Áldrin é técnico em edificações e esta fala foi retirada da visita técnica realizada no dia 26 de setembro de 2017 ao Parque eólico Santo Augusto VIII. 3 Nota de Rodapé Joseh Áldrin é técnico em edificações e esta fala foi retirada da visita técnica realizada no dia 26 de setembro de 2017 ao Parque eólico Santo Augusto VIII.

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distintas no complexo eólico variou de acordo com cada projeto, como:

Fundação Profunda

Fundação Mista

Fundação Direta

Nesse empreendimento com base na sondagem, as fundações profundas

foram executadas do tipo estacas raízes devido aos esforços do vento que se tornam

consideráveis, pois as rotações das hélices fazem com que ocorra uma variação no

movimento do aerogerador instigando os pontos de profundidade quanto à carga de

recobrimento. Toda etapa exigiu uma quantidade de corpo de prova, nas estacas, por

exemplo, para observar e analisar as adições, tempo, temperatura e qualidade da

água.

Há também o engastamento da estaca raiz com a armadura, com isso

existem os screws and bolts que são conjuntos de parafusos. Nesse caso, 140

parafusos foram utilizados, sendo 70 internos e 70 externos. Além disso, esses screws

and bolts são compostos por 2 grandes anéis garantindo uma armação conforme as

especificações do fabricante (bem como a espessura desses parafusos).

As realizações dos testes a seguir asseguraram que a fundação estava

apta a ser aterrada para que o projeto prossegue-se com o hasteamento da torre.

Teste de Carga

Teste de Arrancamento

Ensaio de Integridade (PIT)

A resistência característica do concreto (fck) do tronco da base é de 30 mpa

e no pedestal de 40 mpa, onde a diferença ocorreu na armadura que apresentou maior

quantidade de aço, já que, esta sofrerá com a carga acíclica dos ventos. A torre esta

firmada em cima do graute com fck variante de 50 a 70 mpa, onde será inadmissível

algum tipo de desnível, pois ao lado dos aerogeradores há um transformador para

inibir os efeitos de vibrações.

Resumidamente os processos existentes na construção civil para fundação

são topografia, cálculo, projeto, maquinário, e mão de obra. Esse empreendimento

finalizou a concretagem da 1º base até o aterro da última no período de 11 meses,

com alterações de projeto. Segundo o técnico Joseh Áldrin, “ por volta de 6 anos atrás,

essa etapa da construção decorreria num período de 2 anos para ser concluída, pois

a velocidade da obra depende da capacidade da empresa, execução e máquinas

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operantes”.4

Uma das qualidades desse complexo eólico que diferencia das instalações

litorâneas é referente ao tipo de solo, já que, as regiões praianas são caracterizadas

pela dificuldade de remoção de leito, ocasionando um aumento no tempo e custo da

obra.

5.4. Geração de Energia

A energia gerada por cada aerogerador no parque eólico na localidade da

Chapada do Araripe Simões – PI equivale a 690 volts e através de cabos subterrâneos

que estão conectados ao transformador que são dimensionados e instalados

individualmente ao lado de cada aerogerador, onde a tensão será elevada para 34500

volts. Essa energia elétrica que passa pelos 156 aerogeradores é conduzida através

dos 1600 postes instalados para subestação.

Os parques são dimensionados por 34 circuitos, evitando sobrecargas e

perdas elétricas, visando diminuir custos e aumentar os lucros. A divisão através dos

circuitos facilita no desligamento apenas de um circuito sem ser preciso desligar o

parque como um todo.

Ao falhar alguma das máquinas pode-se monitorar e operar a grandes

distâncias em qualquer lugar do mundo, onde a GE pode manusear esse tipo

operação, por exemplo, dos EUA. Caso o problema não seja solucionado, serão

acionados os responsáveis pela máquina na qual será encaminhando um técnico para

verificação e solução do problema.

Figura 12: Detalhe do transformador

4 Nota de Rodapé Antônio Evandro é responsável pela operação e manutenção do parque eólico e esta fala foi retirada da visita técnica realizada no dia 26 de setembro de 2017 ao Parque eólico Santo Augusto VIII.

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Fonte: O autor (2017)

Há uma subestação coletora-distribuidora (figura 13) no parque que recebe

a energia do transformador, elevando a tensão para 230000 volts enviando para as

torres de transmissão (figura 14) associadas ao SI de energia elétrica, após vai para

outra subestação que eleva novamente essa tensão para 500000 volts, pois vai

percorrer uma distância maior.

Figura 13: Subestação

Fonte: O autor (2017)

Figura 14: Torres de transmissão

Fonte: O autor (2017)

A energia elétrica é entregue em pontos próximos aos consumidores

denominados de subestações. Nestes locais, por meio de transformadores a tensão

elétrica é tratada e rebaixada a valores que podem ser transmitidos até os

consumidores finais.

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6. RESULTADO E DISCUSSÃO

De acordo com os dados coletados na visita ao parque Santo Augusto VIII

(Ventos Araripe III) foram investidos 2,7 bilhões de reais na sua construção, onde teve

um aporte de um consórcio formado por um conjunto de instituições. Sendo assim,

observa-se que de fato a energia eólica tem tido papel fundamental na expansão no

setor de energia elétrica.

O desenvolvimento do setor eólico se deve também ás questões

ambientais que são abrangentes, agrupando as reduções de gastos do país como,

custos com combustíveis e ambientais em relação à emissão de CO2 que incidirá em

torno de 1,26 toneladas por MW de capacidade de energia eólica instalada por ano.

Dessa forma, a sustentabilidade fomenta as expectativas do mercado energético e

socioambiental amortizando os custos e gastos gerados.

Se por um lado, alguns países administram suas políticas econômicas

regionais e nacionais de modo há atingir um equilíbrio fiscal, comercial, ambiental e

pormenor evitar que ocorra o desabastecimento de energia, devido às crises

econômicas inibe os investimentos em vários setores, incluindo a energia eólica. Por

outro lado, no Brasil, na região do Nordeste especialmente sucede a inovação da

energia elétrica através da energia eólica que supriria o abastecimento das

hidrelétricas, por conta da grave crise hídrica.

Os dados apresentados na figura 16 mostram o potencial de geração de

energia elétrica através da velocidade dos ventos e da vazão do Rio São Francisco

onde existem algumas hidrelétricas. Apesar da conversão para energia elétrica

depender de outros fatores tecnológicos, a disponibilidade do vento se mostra mais

abundante durante todo o ano e principalmente no segundo semestre que é o período

menos chuvoso no Nordeste e a disponibilidade de água é mínima.

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Figura 16: Complementariedade entre a geração hidrelétrica e eólica

Fonte: www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/pdf

Atualmente a principal fonte de energia elétrica do Nordeste provém das

hidrelétricas, condição que pode vi a se tornar preocupante, visto que, para geração

desta energia é necessário a abundância de água e dados meteorológicos mostram

que nos últimos anos a quantidade de chuvas ficou abaixo da média, tornando

preocupante a geração de energia através das hidrelétricas. Assim sendo, o potencial

da Chapada do Araripe pode se tornar uma oportunidade para suprir estas condições

climáticas adversas dos últimos anos.

Segundo Simas, (2013, p.99) “recentemente, as preocupações ambientais

se tornaram o maior motor para busca de alternativas mais limpas de produção de

energia. Entre essas alternativas, a energia eólica é uma que despertou significativa

atenção durante as últimas décadas”.

Além disso, a inserção dos parques eólicos fomenta a economia do Piauí e

regiões circunvizinhas incentivando a instalação de fabricas na produção de

componentes para os aerogeradores e cursos especializastes no setor eólico,

gerando renda e desenvolvimento, logo por ser uma energia limpa contribuirá para

diminuição de impactos ambientais gerados pelas fontes de energia não renováveis.

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7. CONCLUSÃO

A revisão bibliográfica sobre a energia eólica no Brasil e Nordeste mostrou

as vantagens ambientais, econômicas e sociais. Para facilitar a compressão da

tecnologia empregada foi feito uma visita técnica ao maior complexo eólico da América

Latina, localizado na Chapada do Araripe no município de Simões, Piauí.

Verificou-se nessa pesquisa a necessidade de inovação sustentável quanto

à energia elétrica, sintetizando não apenas os custos diretos, mas os impactos

ambientais causados por fontes de geração de energia e a crise hídrica que se abate

pela região do Nordeste e que compromete o abastecimento de energia elétrica. A

escassez de chuvas combinada com as altas taxas de evaporações nos reservatórios

na região semiárida impulsiona a energia eólica como suprimento para a geração e

fornecimento de energia elétrica.

Como visto, os investimentos para os projetos eólicos estão sendo

difundidos cada vez mais pela possibilidade do alto retorno financeiro e pela crise

energética atual. A probabilidade de produção e implantação de novos projetos

aumenta em face da perspectiva de lucro, e cria oportunidades de cidades gerarem

mais emprego, renda, educação e saúde com as construções dos parques eólicos.

O complexo eólico Ventos do Araripe III, estudo de caso, apresenta muitos

fatores que contribuem para implantação de parques eólicos, como localização

topográfica e a excelente velocidade dos ventos que são características da região da

Chapada do Araripe. A infraestrutura moderna montada para geração de energia

eólica na Chapada do Araripe mostra como a globalização da tecnologia pode

proporcionar mudanças econômicas em regiões mais afastadas dos grandes centros

urbanos e ao mesmo contribuir de forma significativa para segurança energética do

Brasil e de um futuro mais sustentável.

Pode-se afirmar que os objetivos deste estudo foram alcançados, onde as

limitações impostas para o conhecimento do tema não impossibilitaram a

compreensão do caso. A partir dos resultados obtidos foi possível reunir

conhecimentos sobre o setor de energia eólica, especialmente para o Nordeste,

descrever a tecnologia empregada e o sistema financeiro que reage a instalação e

operação dos parques eólicos. O estudo de caso se mostrou um exemplo de sucesso

no qual os investimentos em recurso humanos e tecnológicos possibilitam o

aproveitamento do grande potencial eólico que pode ser proporcionado.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (BRASIL). Atlas de energia elétrica do Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica. – Brasília: ANEEL, 2008. Disponível em: http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas3ed.pdf. Acesso: 05/09/2017.

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