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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICAS PARA REGISTRO NOTARIAL UTILIZANDO O GEORREFERENCIAMENTO VISANDO O PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM DESAPROPRIAÇÕES WANDENÚSIA DE OLIVEIRA SILVA Juazeiro do Norte - CE 2017

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CCT DEPARTAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PÓS-GRADUAÇÃO EM GERENCIAMENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICAS PARA REGISTRO NOTARIAL UTILIZANDO O GEORREFERENCIAMENTO VISANDO O

PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM DESAPROPRIAÇÕES

WANDENÚSIA DE OLIVEIRA SILVA

Juazeiro do Norte - CE

2017

WANDENÚSIA DE OLIVEIRA SILVA Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção Civil

URCA

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICAS PARA REGISTRO NOTARIAL UTILIZANDO O GEORREFERENCIAMENTO VISANDO O

PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM DESAPROPRIAÇÕES

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Regional do Cariri.

Orientadora: Profª. Ma. Janeide Ferreira de Alencar de Oliveira

Juazeiro do Norte - CE

2017

PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS E TÉCNICAS PARA REGISTRO NOTARIAL UTILIZANDO O GEORREFERENCIAMENTO VISANDO O

PLANEJAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM DESAPROPRIAÇÕES

Elaborada por: Wandenúsia de Oliveira Silva

Aluna do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento da Construção

Civil – URCA

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Prof. Ma. Janeide Ferreira Alencar de Oliveira

Orientadora

________________________________________________

Examinador interno

_________________________________________________

Examinador interno

Monografia aprovada em _____ /______ /_______, com nota _______.

Juazeiro do Norte – CE

2017

Dedico este trabalho a Deus, pela a

sabedoria que me concedeu. Dedico a ele

pela força е fé durante toda esta caminhada

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela vida, família e amigos. Peço-te que conduzas meu

caminho, para que eu seja feliz, de acordo com o Teu querer que é o melhor para

mim.

Agradeço a minha orientadora Professora Janeide por ter tido a paciência de

repassar seus conhecimentos e me orientar quando precisei.

Agradeço a todos os professores por me proporcionar o conhecimento, por me

proporcionar a educação no processo de formação profissional.

Agradeço aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio.

Agradeço aos meus amigos e colegas de trabalho pela contribuição valiosa e

vão continuar presentes em minha vida com certeza.

"Perseverança é o trabalho duro que você faz depois de ter se cansado de fazer o trabalho duro que você já fez."

Newt Gingrich

RESUMO

Os bens são divididos segunda a legislação brasileira em duas grandes categorias. Aos bens privados, aqueles que pertencem aos particulares e aos bens públicos aqueles que pertencem ao Estado. Os bens públicos são aqueles que pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público ou que esteja afetada a prestação de um serviço público. Os bens privados são regidos pelo Código Civil e pela as demais legislações no âmbito do direito privado. Tanto os bens públicos, quantos os privados são levados ao sistema imobiliário. Ora para a constituição do direito real, ora para a declaração dos direitos reais. O devido trabalho relata como tema fundamental o modo de operação estatal na propriedade denominado de desapropriação, bem como o Registro Público Imobiliário. As desapropriações feitas pelo poder público deixam como efeito áreas que não podem ser urbanisticamente regularizadas, ou seja, muitas vezes sobram terrenos, mas não podem ser aprovados como lotes por não possuir os critérios da legislação urbanística. Assim, são esclarecidos os principais conceitos que possui algum tipo de relação à desapropriação, além dos princípios e aspectos relativos ao Registro de Imóveis, com a intenção de oferecer uma melhor abordagem sobre o tema proposto.

Palavras-chave: Desapropriação. Poder Público. Registro Público.

,

RESUMEN

Los activos se dividen lunes a la legislación brasileña en dos amplias categorías. A la propiedad privada, los que pertenecen a los individuos y los bienes públicos pertenecientes al Estado. Los bienes públicos son los que pertenecen a una persona jurídica de derecho público o que se ve afectada la prestación de un servicio público. Los bienes privados se rigen por el Código Civil y las otras leyes de derecho privado. Tanto los bienes públicos, cuántos son llevados al sistema de propiedad privada. Ahora, para el establecimiento del derecho real, ahora para la declaración de los derechos reales. Los informes en papel debido como un modo principal tema de estado operativo en la propiedad llamada expropiación, y el Registro Público de la Propiedad. Expropiaciones realizadas por el gobierno dejan el efecto de las áreas que no pueda regularizarse la planificación urbana, que a menudo se deja encima de la tierra, pero no pueden ser aprobados como lotes no poseen los criterios de la legislación urbanística. Por lo tanto, los conceptos clave se aclaró que tiene alguna relación con la expropiación, además de los principios y aspectos del Registro de la Propiedad, con la intención de ofrecer una mejor aproximación al tema. Palabras clave: Expropiación. Poder público. Registro Público.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 9

1.1. Justificativa ................................................................................................... 10

1.2. Objetivos ...................................................................................................... 11

1.2.1. Objetivo geral ........................................................................................... 11

1.2.2. Objetivos específicos............................................................................... 11

1.3. Metodologia .................................................................................................. 11

2. REGISTRO DE IMÓVEIS ................................................................................... 12

2.1. Panorama Histórico do Registro de Imóveis No Brasil ................................. 14

2.1.1. Matrícula de imóvel ..................................................................................... 20

2.2. Sistema de Registro da França .................................................................... 21

2.3. Sistema de Registro da Itália ....................................................................... 22

2.4. Sistema de Registro da Inglaterra ................................................................ 22

2.5. Sistema de Registro da Alemanha ............................................................... 22

2.6. Sistema de Registro de Portugal .................................................................. 23

3. CADASTRO IMOBILIÁRIO ................................................................................. 25

4. GEORREFERENCIAMENTO DE IMOVEIS RURAIS E URBANOS ................... 30

4.1. Metodologia para georreferenciamento de imóveis rurais ............................ 33

4.2. Metodologia para georreferenciamento de imóveis urbanos ........................ 34

4.3. Procedimento para georreferenciamento de imóveis rurais ......................... 34

4.4. Procedimento para georreferenciamento de imóveis urbanos ..................... 36

5. DESAPROPRIAÇÃO .......................................................................................... 38

5.1. Desapropriação para reforma agrária .......................................................... 42

5.2. Perda da propriedade como modo de desapropriação ................................ 44

5.3. Intervenção do Estado na propriedade particular como modo de

desapropriação ...................................................................................................... 45

5.4. Desapropriação e da consequente aquisição da propriedade ..................... 48

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 50

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 51

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1. INTRODUÇÃO

Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos no Art. 1º

pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos,

ficam sujeitos ao regime estabelecido na Lei. (Lei nº 6.216, de 1973).

Cada imóvel possui uma matrícula individual e apresenta uma situação

jurídica do imóvel, confirmando o Direito de Propriedade. O Registro faz parte da

obtenção derivada e é o modo mais comum de aquisição de imóveis.

A desapropriação é a transferência compulsória da propriedade de bens

moveis ou imóveis particulares para domínio público, e tem que obedecer a função

da utilidade pública interesse social e a necessidade pública. Este processo ocorre

em varias etapas. A primeira etapa é através de um decreto, que é publicado no

diário oficial; em seguida o proprietário é notificado e logo é feito uma reunião com o

proprietário onde é realizada uma proposta acerca do valor do imóvel a ser

desapropriado, caso seja aceito esse valor a desapropriação é confirmada. Caso

não ocorra a negociação faz-se necessária ajuizar uma ação definirá, através de

perícia técnica, o valor da desapropriação.

O proprietário do imóvel precisa ser notificado dessa situação com

antecedência, e pode requerer em cartório certidões de desapropriação do imóvel

após a saída da publicação do decreto.

O processo de indenização funciona de forma prévia e justa. Em casos o

Estado tem conseguido pagar parceladamente, o que não é uma forma justa. Até

porque a desapropriação é feita de forma imediata após a efetivação, seja do ato

judicial ou do acordo administrativamente.

O valor do imóvel é apresentado ao proprietário primeiramente pelo o

Estado. O Estado faz uma avaliação técnica do valor da terra nua, edificações e

benfeitorias, caso existem, chegando a um valor provável de mercado para o imóvel

expropriado.

Se o proprietário não concordar com o valor do imóvel dado pelo o Estado,

será necessário uma ação judicial movida pelo ente expropriante e, nessa ação o

juiz vai decidir a cerca dos valores referentes à indenização pela desapropriação do

imóvel. O pagamento da desapropriação deve ser a vista como manda a lei, mas

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existem casos que o proprietário aceita o parcelamento do pagamento da

indenização.

Como a desapropriação observa os princípios da utilidade pública, do

interesse social e da necessidade é muito difícil uma alteração substancial por efeito

de superveniente promulgação de emendas à Constituição, mas nada impede que

possa haver uma reversão dessa desapropriação, ou seja, um desvio da função que

foi arguida para a desapropriação. Então tem-se a desapropriação sobre aqueles

princípios da utilidade da função, e esses requisitos eles são por uma forma

desviada pelo o estado, então essa ação pode reverter esse processo de

desapropriação.

Em regras as desapropriações abrangem, na maioria das vezes, inúmeros

imóveis provocando um custo bastante alto de levantamento topográfico que, só é

contratado para se confirmar as dimensões dos imóveis, já que os documentos

oficiais, (escrituras, matrículas) via de regra, descrevem os imóveis com medidas

diferentes da real. É essencial que se obtenham informações georreferenciadas dos

imóveis urbanos e rurais para uso no registro de imóveis, bem como nas

desapropriações.

1.1. Justificativa

A desapropriação é um processo bastante complicado, seja pela natureza

jurídica e burocrática que envolve custos elevados que oneram a administração

pública e pelo conflito que causa aos proprietários desapropriados, ou seja, pela

divisão de um elemento em duas partes entre o direito à propriedade e a segurança

da função social da propriedade urbana.

O presente trabalho tem por finalidade analisar a imissão do Poder Público

na retenção dos imóveis desapropriados. Para efeito, será enfatizada as abordagens

sobre o instituto da desapropriação, o início da justa e prévia indenização em

dinheiro e o pagamento da indenização expropriatória. Com essa, objeta-se

demonstrar os procedimentos sobre a desapropriação de imóveis.

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1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo informar os procedimentos para aquisição

de informações de imóveis urbanos e rurais para fins de registro público e

desapropriações.

1.2.2. Objetivos específicos

• Avaliar os principais conceitos referentes ao Registro Imobiliário;

• Analisar o georreferenciamento de imóveis rurais e urbanos;

• Analisar os principais pontos concernentes a desapropriação;

• Esclarecer sobre o momento consumativo da desapropriação e a importância

do Registro Imobiliário neste ato exclusivamente estatal.

1.3. Metodologia

Neste trabalho a pesquisa classifica-se como bibliográfica, pois teve como

subsídios para a coleta de dados de livros e outros Artigos referentes ao tema

proposto. Todo estudo teórico foi imprescindível para um melhor entendimento sobre

o assunto, na busca de avaliar as diversas informações necessárias a um pleno

conhecimento do território são espacialmente distribuídas.

O presente trabalho tem como foco principal a desapropriação procedimento

que é bastante complexo e oneroso, pois o mesmo tem conflitos tanto perante a lei

como perante as condições físicas do imóvel e interesses pessoais.

É com esse embasamento sobre a prática de desapropriação que se

pretende falar sobre pagamento da justa indenização, que é aonde se chega a uma

solução de modo amigável. Como decorrer de outros temas secundários que estão

ligados ao tema. Ressaltando ainda a importância da legalidade do imóvel e atual

situação diante de órgãos como o INCRA e leis cabíveis.

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2. REGISTRO DE IMÓVEIS

Em sociedades antigas já existia registro imobiliário. O registro é originado

de uma necessidade social básica de segurança e publicidade das transações

imobiliárias, de interesse tanto coletivo como individual. (MACHADO, 2010).

Serpa Lopes (1955) define registro como:

“A menção de certo atos ou fatos, exarada em registros especiais, por um oficial público, quer à vista dos títulos comuns que lhe são apresentados, quer em face de declarações escritas ou verbais das partes interessadas (Tratado dos registro público, v. 1, 1955, p. 17).”

Nas legislações antigas já se encontravam prescritas certas solenidades

para se transferir um imóvel. Todas as formas de transferências encontradas

visavam dar publicidade a essa transferência.

A compreensão do registro de imóveis é de fundamental importância, pois as

derivações dos diferentes sistemas de registro existente hodiernamente têm raízes

nas mutações do instituto ao longo da história. (MACHADO, 2010).

Um dos relatos mais antigos existentes na história da humanidade seja o

relato descrevido na Bíblia por Gênesis (capítulo 23, versículos 17 e 18):

"E confirmou, publicamente, a compra do campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente a Manre, o campo, a cova que nele estava e todo o arvoredo que no campo havia, que estava em todo o seu contorno ao redor. Assim, se confirmou a Abraão, em possessão, diante dos olhos dos filhos de Hete, de todos os que entravam pela porta da sua cidade."

Em legislações antigas pode se encontrar a consolidação de certas

solenidades que antecediam a transferência da propriedade imobiliária,

estabelecendo a publicidade de transações envolvendo imóveis, existindo certa

semelhança entre este procedimento e a atual organização.

Nas cidades-estado da Grécia Antiga, a venda de bens imóveis era cercada

de formalidades, feita na presença da autoridade pública, mediante sacrifícios ao

Deus (Zeus) e juramento perante magistrados e cidadãos. Posteriormente, na

própria Grécia, esse sistema se aperfeiçoou e foram criados dois tipos de registros:

o primeiro, destinado à menção dos vários terrenos, indicando a extensão, os limites

e o nome do proprietário; e o segundo, destinado a conter as indicações dos

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elementos essenciais do negócio ou do contrato que tivesse por objeto a

transferência da propriedade imobiliária. É, sem dúvida, a primeira manifestação

análoga ao atual sistema de registro imobiliário existente. (MACHADO, 2010).

Já entre os egípcios, a transferência costumava-se fazer através de dois

atos distintos: inicialmente, um cobrador de tributos, funcionário do faraó

encarregado de cobrar o imposto fundiário, inscrevia o nome do novo proprietário;

secundariamente um oficial público procedia à anotação dos nomes das pArtes

contratantes, conteúdo e data dos contratos. (MACHADO, 2010).

Em Roma, ou no Direito Romano, em princípio não existia, ou não se

reconhecia, a possibilidade de transferência de um direito. O direito e coisa se

confundiam, e a transferência da propriedade não representava a transferência do

domínio, mas a da própria coisa. Muito parecida hoje com a transferência da

propriedade de coisa móvel.

É importante frisar que os Romanos não admitiam a transmissão da

propriedade pelo simples efeito da convenção, exigiam o "traditio" como ato

integrativo.

A "traditio" era uma forma ficta de transferência como, por exemplo, a

indicação com um dedo, ou simplesmente a entrega das chaves da casa. No Direito

Romano, em princípio, a transferência da propriedade ateve-se no elemento

individual, deixando de parte as relações com terceiros, e as consequências sociais.

Faltava uma preocupação com a publicidade, tal como se apresenta hoje no seu

aspecto jurídico, talvez por não haver grande desenvolvimento do direito de garantia

de crédito vinculado à propriedade imobiliária.

Mas foi no século XIII, na França e na Bélgica, que o Registro Imobiliário

teve grande evolução, pois foi introduzido o uso de anotação das investiduras feitas

pelo senhor feudal em registros especiais, objetivando, além de outros pontos, coibir

fraudes e estelionatos. Esse costume passou dos bens feudais aos alodiais

(propriedade imóvel livre de foros, vínculos, pessoas e ônus).

Formas antigas de publicidade como mero corolário lógico do caráter

coletivo da propriedade, caráter comum às sociedades antigas. Porém, é inegável a

influência dessas antigas legislações ao direito moderno. (SERPA LOPES, 1955).

Após a Revolução Francesa, se instituiu a transcrição, e dois decretos

criaram as declarações imobiliárias e a inscrição para a validade das hipotecas.

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Assim, se passou a tornar o ato oponível em face de terceiros e sem prejuízo dos

direitos das partes, mas a publicidade permaneceu pessoal.

Mas, incrivelmente, apesar de já iniciada uma evolução no sistema de

registro imobiliário, o Código Civil Francês de 1805 abandonou a transcrição e esta

perdeu toda a sua eficácia sob o ponto de vista da aquisição da propriedade

imobiliária. Na teoria do Código de Napoleão, a transferência se realiza pela

exclusiva força do contrato de alienação, independentemente de qualquer condição

de publicidade. A transcrição passou a ter um papel secundário, mantida para as

doações e as substituições. Destas exigia-se o registro, para os efeitos da

publicidade. Depois alargaram-se os efeitos da transcrição para outros direitos reais,

hipoteca1, enfiteuse2, usufruto3, servidões4, anticrese5, etc.

Ao lado disso, crescia o Direito Germânico, que admitia a força probante do

registro, e que compreendia todos os demais atos que viriam a se desdobrar da

propriedade imobiliária, além da criação de livros com bases reais e não

simplesmente pessoais. O império colonial francês absorveu essa tendência, no

sentido da adoção do critério real dos livros imobiliários, como em Madagascar,

Marrocos, Tunísia e Indo-China. Com isso, e com a garantia oferecida pelo sistema

germânico, foi-se alargando o sistema de registros públicos no mundo.

2.1. Panorama Histórico do Registro de Imóveis No Brasil

Quando o Brasil foi descoberto, o Rei de Portugal, como descobridor,

adquiriu sobre o território o título originário de posse. Investido desse senhorio, o

descobridor, por meio de doações, feitas em cartas de sesmarias, primeiro pelos

donatários das capitanias, depois pelos governadores e capitães-generais, começou

1 Hipoteca: direito dado ao credor de receber um bem imóvel (ou de difícil mobilidade) como garantia do pagamento de uma dívida por pArte do devedor. 2 Enfiteuse: direito real em contrato perpétuo, alienável e transmissível para os herdeiros, pelo qual o proprietário atribui a outrem o domínio útil de imóvel, contra o pagamento de uma pensão anual certa e invariável; aforamento. 3 Usufruto: direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário (pessoa para quem foi constituído o usufruto) a capacidade de usar as utilidades e os frutos (rendas) do bem, ainda que não seja o proprietário. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos (rendas). 4 Servidões: direito real sobre imóvel alheio que se constitui em proveito de um prédio, chamado de dominante, sobre outro, denominado serviente, pertencentes a proprietários diferentes. 5 Anticrese: também chamada consignação de rendimentos, é um direito real sobre coisa alheia (Art. 1.506 CC), é o contrato em que o devedor dá ou destina ao credor os frutos e rendimentos de bem imóvel, conservando ou não a posse sobre a propriedade.

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a destacar do domínio público os tratos de terras que viriam a constituir o domínio

privado.

O registro das posses era feito pelos vigários das freguesias do Império,

definindo-se, portanto, as competências territoriais dos registradores. Desde os

antigos os registros eram feitos ressaltando o local onde o imóvel encontrava-se

situado.

Porém, a origem do Registro de Imóveis no Brasil surgiu a partir da edição

da Lei 1.237, de 1864, que criou o denominado Registro Geral, pois nele deviam

constar todos os direitos reais imobiliários.

Ainda nessa época, era muito comum a negociação de terras acontecerem

de modo tradicional ou por tradição. Onde o antigo proprietário repassava a posse

do imóvel de modo grosseiro e sem nenhuma garantia. Com o tempo o caráter

existente nesse tipo de venda foi desaparecendo, obrigando o vendedor a exercer

algo que lhe provasse a posse do imóvel. Com o decorrer dos anos houve-se a

necessidade da regularização da situação da posse dos proprietários, a transcrição

e registro da mesma passaram a ser necessária.

O Código Civil de 1916 incorporou o Registro Geral, mas mudou-lhe o nome

para Registro de Imóveis, evidentemente mais apropriado do que o anterior, com a

função de denominar o atual proprietário, afirmando o título de que a propriedade

imóvel se adquire pelo registro.

Ao contrário da Lei Imperial, não relacionou livros, mas apenas previu os

necessários, deixando esse ponto formal ao cuidado do regulamento.

No essencial, o Código manteve a necessidade da transcrição apara a

transferência da propriedade, mas lhe acrescentou algo para valorizá-la: a

transcrição gera uma presunção de domínio em favor do seu titular (Art. 859). Este

tem uma vantagem no exercício do direito: não precisa prová-lo como anteriormente.

Aproximando-se assim, mais ainda do sistema alemão, com a diferença, importante,

de que no sistema tudesco a presunção do domínio é absoluta.

O Registro Imobiliário no Brasil tem sua origem fixada pela Lei 601, de

18.09.1850 e seu Regulamento 1.318, de 30.01.1854, quando a posse passou a ser

reconhecida perante o Vigário da Igreja Católica. Por isso, essa lei passou a ser

conhecida por “Registro do Vigário” e se fazia na freguesia da situação do imóvel.

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A citada Lei 1.237 substituiu a tradição da coisa pela transcrição do titulo

como modo de transferência, continuando o contrato, antes dela, a gerar apenas

obrigações. Ampliou, assim, o registro para as transmissões de bens de raiz por atos

intervimos e constituição de ônus reais, firmando o principia de que a transmissão do

imóvel só se operava por via de Registro, na data deste e, embora não induzisse

prova de domínio, regulou a inscrição hipotecaria, quer legal, quer convencional,

declarando indispensável à transcrição, para validade contra terceiros. (MARQUES,

2016).

Quanto à transmissão de imóveis, por ações intervimos, no caso desses

países, onde o registro de títulos translativos da propriedade de imóvel, e a sua

tradição legal. Em referencia aos ônus reais, estatui o mesmo preceito:

“Para a hipoteca convencional produzir os efeitos do Art. 1.269, e necessário que seja inscrita no Registro Geral de Hipotecas e esses efeitos começam a existir da data da inscrição” (Art. 1.283 Consolidações da lei civil).

Geralmente os registros públicos presumem que os atos realmente foram

praticados com veracidade, ou seja, são analisados verdadeiramente. Contudo essa

suposição não é absoluta, mas relativa, ou seja, caso seja confirmada irregularidade,

o registro pode ser mudado ou retificado.

Uma forma de registro que se destaque entre os demais, é o Registro de

Torres por fornecer ao titular do imóvel um documento que não admite prova em

contrário. Este registro só pode ser aplicado atualmente no Brasil através de

processo sendo especificamente para imóveis rurais como se encontra entre os Arts.

277 a 288 da Lei nº 6.015/1973.

Segundo Marques (2016, p.16) o Código Civil vigente em 2002, em

01.01.1917, a transcrição do título hábil, no registro imobiliário da situação do

imóvel, passou a constituir exigência para a aquisição da propriedade imóvel (Art.

530). Aliás, o Código Civil dedicou a Seção VI do Cap. XI do Tit. III, “Do direito das

coisas”, ao Registro de Imóveis. São os seguintes os pontos culminantes da

codificação:

“a) que os direitos reais sobre imóveis, constituídos ou transmitidos, por atosintervivos só se adquirem depois da transcrição do referido título, no Registro de Imóveis (Arts. 532 a 676); b) que se presume pertencer o direito real à pessoa em cujo nome se inscreveu, ou transcreveu (Art. 859); c) que os atos sujeitos à transcrição não transferem domínio, senão da data em que se transcreverem (Art. 533)”.

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Houve grande progresso na matéria ao erigir-se a transcrição em troca da

tradição solene da transação, geradora do direito real para o adquirente, com a

transmissão do domínio. Entretanto, com o desenvolvimento socioeconômico e

jurídico do país, começaram a surgir as falhas e deficiências do sistema imobiliário.

Se o registro for elevado em diversa circunscrição, o ato não produz

qualquer conseqüência jurídica, ou seja, o ato é inexistente. Por outro lado, exigem-

se muitos documentos fiscais, nas escrituras de compra e venda, além de taxas

correspondentes. O Brasil real não concorda com o Brasil legal. Ha um infindável

combate entre os documentos públicos e os particulares.

O principal e mais transcendente esta na instituição da matricula para cada

imóvel em sua folha, na qual os registros e as averbações dos títulos que tenham

por objeto o imóvel matriculado são efetuados, cronologicamente, modificando

radicalmente a sistemática tradicional do registro, proporcionando o futuro

cadastramento imobiliária, aproximando-nos bastante do sistema cadastral

germânico, considerado o mais perfeito por todos os especialistas na matéria.

(GONÇALVES, 2011).

O sistema registral brasileiro e constitutivo só se adquire a propriedade com

o registro. E descentralizado com mais ou menos 3.200 Registros de Imóveis

distribuídos pelo Brasil, sendo o registrador um profissional do Direito, remunerado

pela parte sistema privatizado e seu ingresso dar-se-a por concurso publico

realizado pelo Poder Judiciário, que fiscaliza seus atos, que regula a atividade de

registro. Mas esse sistema ainda exige aperfeiçoamento (Serviços Notariais e de

Registro, Lei 8.935/94).

Quanto à natureza do direito a propriedade, doutrinariamente, ensina-se que

o direito a propriedade tem as seguintes características: absolutismo, exclusivismo e

perpetuidade. Gonçalves (2011, p. 170), define o direito a propriedade com base nas

mencionadas características:

O direito a propriedade e aquele que uma pessoa singular ou coletiva, efetivamente exerce numa coisa determinada, em regra perpetuamente, de modo normalmente absoluto, sempre exclusivo, e que todas as outras pessoas são obrigadas a respeitar.

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Quanto à exclusividade, entende-se que, o direito de um sobre determinado

bem exclui o direito de outro sobre o mesmo bem ou, ainda, no caso do condomínio,

onde os condôminos são, conjuntamente, titulares do direito, ha uma divisão

abstrata do bem, sendo cada qual possuidor de uma quota ideal. (MARQUES,

2016).

As evoluções que a propriedade particular tem passado no transcurso do

tempo são tamanhas que levam os juristas a defender numerosas concepções, a fim

de esclarecer sua natureza. Dentre estas, a propriedade não e um direito subjetivo

do proprietário, mas a função do detentor da riqueza; logo, tem este a incumbência

de gerir a coisa em prol do interesse coletivo. (GONÇALVES, 2011).

A função do registro de imóveis e a de definir o direito real, a partir de um

respectivo titulo, dando assim segurança às relações jurídicas instituídas com

relação aos imóveis. Ressalta-se a obra de Balbino Filho, (2000, p. 35).

O Registro seja uma fiel reprodução da realidade dos direitos imobiliários. A vida material dos direitos reais, bem como a sua vida tabular, deveriam se desenvolver paralelamente, como se a segunda fosse espelho da primeira. Com efeito, esta e uma ambição difícil de concretizar, mas em se tratando de um ideal, nada e impossível; basta perseverar.

Para Fioranelli (2001, p. 381):

A precisão do Registro Imobiliário no mundo dos negócios é vital para que nele existam, de forma irrepreensível, segurança e confiabilidade, verdadeiros pilares que hão de sustentá-lo. Sem essas bases sólidas, os negócios imobiliários, via de regra vultosos, estariam sujeitos a fraudes, prejuízos, decepções e irreparáveis danos aqueles que dele se valessem. Assim, a segurança e a confiabilidade transmitidas pelo registro é que proporcionam a estabilidade nas relações entre os participantes dos

múltiplos negócios realizados nessa área.

O Direito dos Registros Públicos, como regra jurídica autônoma surge como

“o complexo de normas e princípios que regulam a organização dos serviços de

registro”. No Brasil, temos desmembrados o Direito Notarial e Registral, com

especificações distintas, embora possuam finalidades semelhantes. Para Melo Jr,

(2003), “cada qual tem regime jurídico próprio, com estrutura e princípios

particulares”.

Primeiramente, para compreender o que o registro de imóveis faz é

importante saber quais são as funções dele, e elas estão definidas no Art. 1º da Lei

8.934/1994 que são: garantia publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos

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atos jurídicos, isso tudo relacionado a bens imóveis. Percebe-se que o registro de

imóveis possui uma cincuscrisão, ou seja, uma divisão territorial que significa que

não se pode escolher o registro de imóvel que se quer praticar os atos referentes a

aquele imóvel. Cada cArtório possui a sua competência o que é muito diferente do

tabelionato que é livre escolha do individuo.

Todos os atos praticados pelo o registro de imóveis estão dispostos no Art.

167 da Lei 6.015/1973, no inciso I que são todos os atos que são registrados e no

inciso II são todos os atos que são averbados nas matrículas do imóvel.

A função registral é regulada essencialmente pela Lei dos Registros Públicos

– Lei n° 6.015/1973, mediante o sistema de matrícula, em que o imóvel terá o seu

fólio real, no qual são registrados ou averbados todos os atos a este inerente.

(CENEVIVA, 2005).

O mais importante no registro de imóvel é o que diz o Art. 1.245 6 da Lei

10.406/02 do Código Civil, ou seja, em outras palavras quem não registra não é

dono.

O que é registrado na matricula do imóvel, geralmente são os atos mais

fortes, mais relevantes para o direito de propriedades, são normalmente os atos

constitutivos, transmissíveis modificativos de direito real. Por exemplo, uma compra

e venda a instituição de usufruto 7 e alienação fiduciária8.

As averbações são atos menos relevantes para o direito real, mais de

extrema importância para o direito de propriedade para os atos instintivos de direito

real. Por exemplo, cancelamento de hipoteca ou de alienação fiduciária, alteração do

nome de uma rua, certidões de casamento que são averbadas nas matrículas do

imóvel que dá uma publicidade do estado civil do proprietário.

Apresentado o título o registro o Oficial Registrador irá proceder à aplicação

dos princípios registrários ao caso concreto, surgindo a viabilidade ou não do acesso

ao fólio real. Uma das principais funções do registrador é a análise do título, também

chamada qualificação. (MELO, 2001).

6 Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. 7 Usufruto é o direito real sobre coisas alheias, conferindo ao usufrutuário (pessoa para quem foi constituído o usufruto) a capacidade de usar as utilidades e os frutos (rendas) do bem, ainda que não seja o proprietário. O usufrutuário tem direito à posse, uso, administração e percepção dos frutos (rendas). 8 Alienação Fiduciária é um modelo de garantia de propriedades, móveis ou imóveis, que se baseia na transferência de bens como pagamento de uma dívida, a pArtir de um acordo firmado entre o credor e o devedor.

20

Para a aquisição do bem do imóvel não chega ser um simples acordo de

pretensões entre o proprietário do bem e o transmitente. O título que explica pode-se

referir o contrato de compra e venda, só por si não basta para conduzir o domínio. É

necessário que essa mudança ficasse pronta para operar mediante o registro do

título no registro imobiliário.

Uma pratica brasileira que tem forte característica são os chamados

contratos de compra e vendas, que são feitas por órgãos particulares como

imobiliárias. O contrato de compra e venda é um contrato oneroso, ou seja, que

acarretam vantagens a ambas as partes, se o comprador paga pelo o imóvel o bem

vendido é recebido pelo o vendedor. Também é translativo, pois, procura ser

efetivado o direito real, a obtenção do imóvel, através de uma escritura pública

decisiva e corretamente registrada, no Cartório do Registro de Imóveis. O contrato

deve ser bilateral, pois, existe mais de uma parte interessada na consolidação do

negócio jurídico. O contrato também é solene, pois, em razão da lei ordenar forma

especial para a sua celebração, no qual pode ser por utensílio público como

particular, é mais comum a forma particular devida o custo ser menor e maior

ausência de complicação.

No sistema registral brasileiro só se adquire a propriedade com o registro.

2.1.1. Matrícula de imóvel

A matrícula é o documento mais importante do imóvel, é nela que consta

todo histórico quem foram os proprietários, todos os ônus, todas as ações, que

incidirem ou ainda incidem sobre aquele imóvel.

A primeira informação quando se pega uma matrícula é a descrição daquele

imóvel, onde ele está localizado, cidade, bairro, qual o nome da rua, qual a

metragem, quais são as características e quem são os confrontantes. E logo em

seguida vêm os registros e averbações.

Os registros são aqueles atos que estão previstos no Art. 167 inciso I da Lei

6.015/1973 que é a Lei de Registro Pública e as averbações que elas estão

previstas no Art. 167 inciso II da mesma Lei. Esse Art. 167 ele trás um rol taxativo

quanto aos atos que podem ser praticados nas matriculas do imóvel.

O registro é pegar um instrumento da compra e venda seja ele um contrato

de compra e venda para imóveis abaixo de trinta salários mínimos ou uma escritura

21

pública de compra e venda, no caso de imóvel de qualquer valor, mas com certeza,

aqueles acima de trinta salários mínimos precisam da escritura pública de compra e

venda. Então, se pega esse instrumento que gerou essa obrigação entre as partes

comprador e vendedor e leva ele a registro, naquele ato vai ser transferida a

propriedade. Portanto, não adianta fazer um contrato de compra e venda entre

comprador e vendedor e ir até o cartório reconhecer firma ou reconhecer a

assinatura e depois guardar esse contrato, isso não vai transferir a propriedade

daquele imóvel, nem tão pouco assinar a escritura pública de compra e venda e

também guardar. Não é a escritura pública que transfere a propriedade do imóvel, e

sim o registro dela lá na matrícula daquele imóvel. É com a matrícula atualizada que

se sabe se aquele imóvel é possível realizar um contrato de compra e venda para

negociar o imóvel.

2.2. Sistema de Registro da França

Na França, um decreto-lei de 1935 trouxe três pontos substanciais ao

registro:

• 1º - o alargamento do domínio da transcrição, para compreender todas

as transmissões imobiliárias causa mortis, inclusive os atos

declaratórios e as transmissões a um só herdeiro ou a um só legatário;

• 2º - exigibilidade, para certos atos, de que sejam autênticos ou, quando

particulares, que sejam depositados preliminarmente nos arquivos das

minutas de um notário, condição indispensável para a transcrição;

• 3º - um prazo, dentro do qual o registro terá que ser efetuado.

Assim deu o decreto-lei a chamada extensibilidade ao Registro Imobiliário,

oponibilidade a terceiros, organização material dos registros, não determinando a

obrigatoriedade da transcrição, mas se não transcritos, os títulos não produzem

eficácia contra terceiros. O registro da transmissão não é constitutivo, ou seja, não

possui eficácia entre os transmitentes e adquirentes, apenas em relação a terceiros.

22

2.3. Sistema de Registro da Itália

Na Itália de hoje, o sistema de Registro Imobiliário tem as seguintes

características:

• 1º - A transcrição é elemento essencial para a eficácia do ato a ela

sujeito, em relação a terceiros (no Art. 2.643 do C. Civil Italiano estão

indicados, dentre outros, os contratos translativos, modificativos ou

constitutivos dos direitos inerentes à propriedade imobiliária, não só os

referentes à transferência do próprio domínio, mas os também

referentes a direitos reais sobre o mesmo).

• 2º - Caráter de generalidade (todos os atos, inclusive sentenças são

sujeitos ao registro).

• 3º - Continuidade da transcrição (Art. 2.650, CCI).

2.4. Sistema de Registro da Inglaterra

A Inglaterra tem três sistemas diferentes em vigor atualmente:

a) O sistema dos terrenos não inscritos, em que a prova do título é admitida

por um conjunto de atos e documentos, na posse em geral do proprietário. Cada vez

que se dá a transmissão, mais um documento é juntado aos anteriores. É um

sistema confuso.

b) Sistema de registros regionais, praticados em algumas pArtes (Middle-sex

e Yorkshire), onde são feitas as inscrições dos atos de alienações.

c) Sistema de registro imobiliário geral (land register), no qual o registro é

provado por uma matrícula num órgão denominado Registro de Títulos (State's

register of titles). Curiosamente, não se pratica na Inglaterra o sistema de registro

denominado Registro Torrens, difundido na Austrália e em outros pontos do império

Britânico.

2.5. Sistema de Registro da Alemanha

Na Alemanha o sistema germânico de registro se apoia na especialidade. O

registro é o modo de se adquirir a propriedade e, depois de feito, coloca o adquirente

23

a salvo de qualquer ação reivindicatória por parte de titular de direitos não inscritos,

embora seja mantida a possibilidade de evicção por outras causas. Os principais

princípios são o da publicidade real e absoluta, da especialidade, da legalidade e da

força probante dos registros. A transferência do domínio se opera por força de dois

fatores: o consentimento abstrato perante o Oficial do Registro de Imóveis e a

inscrição, pouco importando a existência ou não do título ou a validade do título

originário (compra e venda, doação, etc.). Não se toma em consideração o título

casual, mas sim a manifestação de vontade conduzida por essa forma.

2.6. Sistema de Registro de Portugal

Em Portugal, o sistema se denomina Registro Predial, registro público, por

força do qual se tornam oponíveis a terceiros quase todos os fatos jurídicos

respeitantes a imóveis. O Titular do Registro se chama Conservador. O sistema

possui as seguintes características:

• Eficácia - que determina que existe presunção legal de que o prédio ou o

direito inscrito lhe pertence, de modo a eximi-lo de fazer qualquer prova em

Juízo, incumbido ao impugnante demonstrar o contrário. Diz o Art. 274 do

Código do Registro Predial: "Nenhum ato sujeito a registro produz efeito

contra terceiros senão depois da data do registro respectivo." No mesmo

sentido o Art. 951 do Código Civil Português.

• Compreensibilidade do Registro - No Direito Português estão sujeitos ao

Registro:

a) Os direitos reais sobre coisas imóveis;

b) Os ônus reais;

c) As ações reais sobre designados bens imobiliários e quaisquer outras

destinadas a haver o domínio e posse destes;

d) As transmissões de propriedade imobiliária por título gratuito ou

oneroso e todas as transmissões de bens ou direitos imobiliários;

e) A posse.

24

• Voluntariedade - Não existe obrigação de se inscrever os títulos; ocorre que

se não inscritos, são ineficazes e existe presunção de renúncia ao direito em

benefício do terceiro concorrente.

• Publicidade - Qualquer um pode facilmente se certificar do direito, pela

inspeção dos livros de registro.

• Especialidade - Individualização precisa do imóvel registrado.

• Legalidade - Toda a regulamentação se apoia em leis.

• Sucessividade - Existe sempre um encadeamento histórico e sucessivo nos

registros.

25

3. CADASTRO IMOBILIÁRIO

Em momentos de regularização de imóveis para aplicação de leis ligadas ao

meio ambiente, à reforma cadastral vem sendo aplicada nas diversas nacionalidades

tem tido um árduo caminho para conciliar o registro de imóveis com o cadastro

imobiliário.

A reforma ganhou maior importância por causa de alterações na Lei

10.267/2001. Com o Decreto 4.449/2002 que tem em vista o compartilhamento e

complemento de informações entre o INCRA que responsável pelo cadastro rural e o

registro de imóvel.

Os benefícios existentes são visíveis para o proprietário do imóvel, já que

cada um dos sistemas tem suas diferenças, porém os dois se complementam. Esse

complemento pode ser notado nas suas funções onde, o INCRA trás o cadastro do

imóvel descrevendo as características físicas do imóvel (rios, açude e área verde),

limite de área além de proporcionar benefícios ligados à linha de credito, já o registro

trás as informações legais do bem, além de dar condições legais para negociação e

identificação segura perante a lei.

O cadastro imobiliário é responsável pela descrição física do imóvel. O

cadastro deve exercer a função de proporcionar a garantia dos limites imobiliários,

dependendo da informação sobre quais são os seus limites legais.

O cadastro deve ser sempre atualizado trazendo informações legais sobre o

imóvel, assim proporcionando segurança nas transações imobiliárias e operações de

crédito imobiliário. Uma informação importante relacionada à disponibilidade do

cadastro é a regularização fundiária.

Para o cadastro imobiliário, implica também na modificação de seus

métodos e ferramentas, na melhora da qualidade dos serviços, no estabelecimento

de uma codificação única nacional para os imóveis e no apoio ao fortalecimento dos

profissionais de cadastro.

No Brasil, destacando-se o intercâmbio estabelecido pela lei 10.267/2001.

"Com a integração, o cadastro teria sempre atualizada a informação sobre a situação legal do imóvel, proporcionando segurança nas transações imobiliárias e operações de crédito imobiliário. O serviço seria aperfeiçoado pela redução de documentos a serem exigidos do proprietário ou detentor do imóvel e pelo melhor atendimento ao usuário"

26

O Cadastro de Imóvel Rural é expedido pelo INCRA, recomendados no

código do imóvel, nome do dono do proprietário, nacionalidade e dados do imóvel

(denominação do imóvel, município de localização, indicações para localização do

imóvel, área em hectares, etc.).

De acordo com site do INCRA para fazer o Cadastro do Imóvel Rural é

preciso ter:

a) Documentação do Imóvel

• Área Registrada:

✓ Certidão de Inteiro Teor da(s) matrícula(s) ou transcrição(ões),

relativa(s) ao imóvel objeto de atualização cadastral, expedida no

prazo máximo de 30 (trinta) dias (original, cópia autenticada ou

documentação eletrônica, conforme regulamentado pelas autoridades

competentes);

• Área de Posse a Justo Título:

✓ Escritura Pública, tais como Escritura de Compra e Venda, de Doação,

de Dação em Pagamento, de Permuta, de Divórcio e Partilha, de

Inventário e Partilha, de Divisão Amigável (original, cópia autenticada

ou documentação eletrônica, conforme regulamentado pelas

autoridades competentes);

✓ Título Judicial, como Carta de Sentença, Formal de Partilha, Carta de

Adjudicação, Carta de Arrematação, Mandados, entre outros extraídos

de autos judiciais (original, cópia autenticada ou documentação

eletrônica, conforme regulamentado pelas autoridades competentes);

✓ Título Expedido pelo Poder Público, como Título de Venda de Terras

Devolutas, Título de Legitimação de Terras Devolutas, Título de

Concessão de Direito Real de Uso, entre outros (original, cópia

autenticada ou documentação eletrônica, conforme regulamentado

pelas autoridades competentes);

✓ Certidão Expedida pela Junta Comercial ou pelo Cartório do Registro

Civil das Pessoas Jurídicas, relativa ao registro de atos como:

Constituição de Pessoa Jurídica, com incorporação do imóvel ao seu

patrimônio; Ata de Incorporação, Fusão, Cisão ou Transformação;

Extinção de Pessoa Jurídica, Redução do Capital ou Retirada de

Sócio, com pagamento de haveres em imóvel rural; entre outros

27

(original, cópia autenticada ou documentação eletrônica, conforme

regulamentado pelas autoridades competentes).

Observações:

✓ No caso de posse a justo título, o título não deve estar registrado. Se

estiver, será o caso de cadastro do imóvel como “Área Registrada”,

sendo necessária a apresentação da certidão de inteiro teor, conforme

previsto na especificação da documentação para “Área Registrada”.

✓ Para a configuração de posse a justo título, o título deve ser passível

de registro, com efeito translativo ou formalizador do domínio;

✓ Caso o título se refira a apenas uma parte do imóvel matriculado, deve

ser verificado se consta a delimitação da área adquirida: em caso

positivo, o cadastro deverá ser feito em separado, como imóvel

autônomo; em caso negativo, a área será considerada fração ideal e o

adquirente será cadastrado como condômino.

• Área de Posse por Simples Ocupação:

✓ Declaração expedida pela Prefeitura Municipal, pelo Sindicato Rural

do município de localização do imóvel, pela Embrapa ou pela Emater,

assinada em conjunto com o possuidor e os confrontantes, atestando

que o interessado exerce a posse sobre o imóvel. Deve constar, no

mínimo, a identificação do imóvel, a qualificação do possuidor e dos

confrontantes, a área ocupada e a data do início da posse.

b) Documentos da Pessoa

• Natural (pessoa física):

✓ Documento de Identidade, em que conste a naturalidade;

✓ CPF;

✓ Certidão de Casamento, se o estado civil for “casado” ou “divorciado”;

✓ Escritura Pública ou Contrato Particular de Constituição de União

Estável;

✓ Certificado de Igualdade de Direitos e Obrigações Civis, quando se

tratar de pessoa de nacionalidade portuguesa.

• Pessoa Jurídica:

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✓ Ato Constitutivo, Última Alteração Contratual ou Ata de Assembleia, em

que conste a relação dos sócios ou a identificação do titular de

empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) e a

designação do(s) administrador(es) atual(is) da pessoa jurídica;

✓ Documento de Identidade e CPF dos sócios e administradores.

No caso de áreas urbanas, o cadastro é feito pela a prefeitura. Então todos

os contribuintes do IPTU, isentos ou não pode cadastrar ou atualizar o seu cadastro.

Os documentos necessários para fazer a atualização são:

• CPF ou CNPJ do contribuinte;

• Documento que comprove a propriedade, a posse ou o domínio útil do

imóvel:

Para fazer atualização cadastral é preciso tirar certidão de matrícula

atualizada do registro do imóvel no cartório. A certidão deve conter seu nome

como proprietário ou possuidor do imóvel. O proprietário deve apresentar todos

os documentos que comprovem a posse ou de propriedade do imóvel. Caso o

contribuinte tenha dificuldades para comprovar a propriedade do imóvel a

solução é solicitar uma busca no Cartório do Registro de Imóveis da área onde

se localiza o imóvel.

Para imóveis alugado o titular do imóvel é quem deverá fazer a

atualização cadastral, seja ele o proprietário, o compromissário ou o possuidor a

qualquer título. No caso de imóvel financiado, seja qualquer caso de

financiamento o comprador é o responsável pela atualização cadastral.

Para o proprietário que estiver em processo de venda de seu imóvel

deve fazer a atualização cadastral. No momento de registrar a transação

imobiliária em cartório, os dados cadastrais do imóvel serão automaticamente

atualizados.

Já o proprietário que tem um imóvel com o documento em nome do

antigo proprietário deve apresentar um documento de posse ou de propriedade

em seu nome. Se não o fizer estará sujeito à multa.

No caso de espólio9 a atualização cadastral dos imóveis deve ser feito

por herdeiros (sucessores e o cônjuge meeiro) no qual será realizada em nome

9 Espólio significa patrimônio, isto é, todos os bens, direitos e obrigações deixadas por alguém que veio a falecer.

29

do espólio até que se conclua o inventário. Após o término do inventário, a

atualização cadastral do imóvel deverá ser refeita, já com o nome do novo

proprietário.

Para casos em que há “contratos de gaveta”, relativos à compra e venda

do imóvel o atual proprietário do imóvel deve fazer a atualização cadastral. Basta

que apresente um documento que esteja em seu nome e que comprove a

propriedade ou a posse do imóvel.

30

4. GEORREFERENCIAMENTO DE IMOVEIS RURAIS E URBANOS

Seguindo a Norma Técnica para Georreferenciamento de Imóveis Rurais e

Urbanos definida pelo INCRA (2013), e esta aplicada à Lei 10.267 de 28 de agosto

de 2001 e ao Decreto 4.449 de 30 de outubro de 2002, como também as instruções

normativas 24, 25 e 26 expedidas pelo INCRA.

O georreferenciamento é um procedimento moderno da agrimensura. Seu

uso não é em especial só do INCRA para o atendimento da requisição legal trazida

pela Lei n.° 10.267/200110, assim podendo por ser feito por qualquer pessoa ou

órgão particular que queira avaliar melhor ou decidir exatamente os limites de seu

imóvel. Agora para georreferenciar o imóvel deve ser realizado por um por

profissional de agrimensura ou agrônomo que possui todas as técnicas exclusivas

para a correta distinção da propriedade.

A indicação precisa de um ponto na parte externa da crosta terrestre chama-

se georreferenciamento. Este método aperfeiçoado consiste em tornar as

coordenadas conhecidas de um sistema de referencial adotado pelo país, tem sido

muito tem sido muito divulgado atualmente, devido à necessidade de se obter

demarcação real de uma estipulada área sem correr os riscos de sobreposição

desta.

O georreferenciamento é um método aperfeiçoado de detalhação dos

imóveis, no qual contribui para o controle tanto nos direitos reais a eles relativos

como no cadastro destes imóveis. O intuito do georreferenciamento de imóveis é a

localização exclusiva de um bem caracterizado no globo terrestre. Georreferenciar

uma casa, por exemplo, significa conseguir coordenadas geográficas reais dela;

georreferenciar uma propriedade como um terreno, consiste em apresentar seus

limites formando um polígono.

Quando se georreferencia um município ele passa a ter uma cópia virtual fiel

da cidade como é no real, ou seja, o município tem um mapa preciso com a

localização exata de todas as edificações, mobiliário urbano e infraestrutura viventes

sobre elas e do espaço urbano municipal, além de conseguir um perfil demográfico

largo de seus habitantes. Todas estas informações são utilizadas para planejamento

10 “A lei 10.267/2001 surgiu com a promessa de acabar com a apropriação indevida de terras públicas. Ela surgiu em conseqüência de uma demanda há muito reprimida. A pressão social por instrumentos que contribuíssem para a agilização de ações fundiárias fez com que se tornasse premente a elaboração do instituto legal ao qual nos referimos, bem como os regulamentos que se seguiram.

31

de políticas públicas das mais diferentes áreas, garantindo maior poder e qualidade

eficaz na gestão pública municipal, de maneira especial quanto aos investimentos,

políticas públicas fiscais e acesso do desenvolvimento.

O georreferenciamento para a sociedade significa que através da internet,

qualquer cidadão poderá clicar na imagem de seu imóvel e poderá obter acesso

alguns serviços como: emissão de segunda via de carnê de IPTU, uso e ocupação

do solo, certidões de débitos, emissão de segunda via de documentos, certidões

diversas relativas a planejamento urbano espacial, informações gerais sobre o

município, seus habitantes e imóveis, dentre outros serviços, instantaneamente.

Disseminar uma rede de referência de âmbito municipal com densidade de

um vértice a cada a 3 km² na área urbana e na, área rural um vértice a cada 16 a 50

km², conforme a densidade demográfica de interferências e do uso e ocupação do

solo, cujos elementos de referência em hierarquia de precisão são (NBR

14.166/1998):

• Marco geodésico de precisão;

• Marco geodésico de apoio imediato;

• Ponto topográfico principal;

• Ponto topográfico secundário;

• Ponto de referência fundiária;

• Ponto de esquina;

• Ponto de referencia de gleba ( área ainda não objeto de loteamento);

• Ponto de referência de segmento de logradouro;

Deve-se fazer o adensamento garantindo que os pontos de esquina não

fiquem a mais de 250 m de pontos topográficos secundários e a mais de 400 m de

pontos topográficos principais em área urbana.

Em glebas objeto de loteamento é necessário implantar uma base de, no

mínimo, dois pontos para apoio da estrutura do levantamento e a partir dos pontos

materializados dessa estrutura são medidos os pontos de divisa. Com base no

levantamento é feito o projeto do loteamento. Após sua aprovação devem ser

locadas as ruas, definindo-se as quadras e também os lotes. (MOREIRA, 2004).

Cada quadra deve ter, no mínimo, 2 pontos de esquina materializados,

diagonalmente. A partir desses pontos é possível fazer a locação e verificar se as

dimensões de cada face da quadra correspondem com a somatória das testadas

dos lotes e se estão de acordo com o projeto de loteamento aprovado. (MOREIRA,

2004).

32

Para o imóvel rural, os chamados marcos primordiais, referenciadores da

estrutura fundiária, serão implantados com o rigor dos pontos topográficos principais

(NBR 14.166/1998).

Os trabalhos de implantação da rede de referência podem usar as técnicas

convencionais de levantamento topográfico e geodésico ou as que utilizam o

rastreamento de satélites. (MOREIRA, 2004).

Os elementos da rede de referência devem ter suas coordenadas

geodésicas e plano retangulares, tanto no Sistema Transverso de Mercator – UTM,

RTM, LTM, adotado pelo sistema cartográfico brasileiro, como no Sistema

Topográfico Local.

Os levantamentos têm poligonais desenvolvidas seguindo as seguintes

fases (NBR 13.133/1994):

1) Planejamento, seleção de equipamentos e métodos; 2) Estabelecimento de pontos de apoio/controle; 3) Levantamento de detalhes; 4) Cálculos e ajustes; 5) Geração de original topográfico; 6) Desenho topográfico final; 7) Relatório técnico.

Independentemente da técnica utilizada, os levantamentos são classificados

segundo o INCRA, 2003, em:

• De controle: aqueles que fornecem o arcabouço de pontos diversos destinados à utilização em outros levantamentos de ordem inferior.

• Cadastrais: destinado ao levantamento dos limites definidores do imóvel

rural, de sua superfície topográfica, de seus acidentes naturais, Artificiais e culturais.

Para Idoeta e Marcouizos (1997), os valores ideais para as dimensões

radiais à origem, determinantes da área de abrangência do sistema são:

• De um modo geral: 80 km para um erro relativo máximo de 1:15.000;

• Para cartografia de âmbito municipal: 70 km para um erro relativo máximo de 1:20.000;

• Para cartografia, em áreas urbanas e especiais: 35 km para um erro relativo de 1:100.000.

Estes valores podem ser reduzidos em função do relevo do terreno. As

altitudes da maioria dos pontos do terreno, na dependência da sua configuração e

33

da finalidade do levantamento topográfico, devem estar a mais ou menos 150m de

desnível em relação à altitude média do terreno.

4.1. Metodologia para georreferenciamento de imóveis rurais

Segundo Moreira (2004) as tarefas de natureza fundiária são normatizadas

pelo INCRA e os dados georreferenciais devem ser alcançados a partir dos dados

fundamentais do Sistema Cartográfico Nacional e seus desdobramentos quando

homologados pelo IBGE. A infra-estrutura básica é:

• Cadeias geodésicas de triangulação de 1ª ordem;

• Redes geodésicas fundamentais ou secundárias;

• Poligonais geodésicas de alta precisão ou secundárias;

• Redes geodésicas estaduais estabelecidas a partir do rastreamento de sinais de satélites de posicionamento;

• Estações receptoras de sinais de satélites do GPS, da RBMC/IBGE;

• Estações receptoras de sinais de satélites do GPS, da Rede INCRA de Bases Comunitárias - GPS-RIBaC;

• Folhas de cartas gerais em escala topográfica que compõem os produtos finais do Sistema.

Para referenciar o implante de apoio geodésico quando não existirem, na

região, infraestrutura cartográfica e geodésica, necessita-se utilizar uma estação do

SGB ou mira de ordem compatível.

O rastreamento de satélites com receptores geodésicos se dá por

coordenadas do apoio geodésico, com as devidas técnicas de processamento para

aquisição de coordenadas e diminuição ao geóide.

Segundo o INCRA (2003), as poligonais dividem se em:

• Poligonais geodésicas de precisão – Tem por finalidade o transporte de

pontos de controle planimétrico a partir de vértices da rede fundamental

brasileira como definida pelo IBGE, ou que tenham sido determinados através

de técnica que permita classificá-lo como pertencente à classe P1.

• Poligonais geodésicas de apoio à demarcação - Tem por finalidade

implantar pontos de controle para levantamentos de imóveis rurais,

fornecendo coordenadas a partir das quais serão feitas as operações

topográficas de demarcação ou, ainda, apoio a outros levantamentos.

34

Deverão partir e chegar em pontos distintos com acurácia definida nas

classes P1 ou P2.

• Poligonais para fins topográficos - Tem por finalidade proporcionar o

levantamento de imóveis rurais, demarcando-o segundo anteprojeto de

parcelamento ou limites respeitados pelos confrontantes, fornecendo

coordenadas dos vértices e das divisas, permitindo a sua caracterização. Por

sua natureza topográfica poderá prescindir de reduções geodésicas em seu

cálculo. Deverão partir e chegar em pontos distintos com acurácia definida

nas classes P1 ou P2.

4.2. Metodologia para georreferenciamento de imóveis urbanos

Para imóveis urbanos o georreferenciamento será feito através do Sistema

Topográfico Local, já que as áreas envolvidas são menores e as áreas urbanas dos

municípios brasileiros inserem-se num quadrado de 100 km de lado. (MOREIRA,

2004).

A origem do STL deve estar posicionada, geograficamente no centro da

região, de modo a que nenhum ponto esteja a uma distância superior a 50 km da

origem (NBR 14.166/1998).

A dimensão máxima do plano topográfico é limitada a 70 km, a partir da

origem do STL, sendo que a dimensão máxima do plano topográfico é a metade da

diagonal de um quadrado de 100 km de lado, correspondente à área máxima de

abrangência do Sistema Topográfico Local (NBR 14.166/1998).

Tanto no caso dos valores ideais para a determinação da área de

abrangência do sistema como no de suas reduções em função do relevo do terreno,

novos planos tangentes devem ser estabelecidos, caracterizando sistemas

topográficos locais com origens distintas interligados entre si por pontos comuns e

com coordenadas geodésicas conhecidas. (MOREIRA, 2004).

4.3. Procedimento para georreferenciamento de imóveis rurais

Basicamente o georreferenciamento hoje é a garantia que o produtor rural

possui que á área dele não está superponde nenhuma outra que exista no local.

35

Através por medição por GPS o imóvel georreferenciado garante ao proprietário que

ele não vai ter nenhum problema de litígio futuro com o vizinho deles.

Hoje em dia qualquer proprietário rural com qualquer dimensão de área pode

fazer o georreferenciamento. Mas, só estão obrigados todos os produtores rurais

com áreas acima de 500 ha nos quais desejam vender seu imóvel, desmembrar,

remembrar ou parcelar seu imóvel.

O georreferenciamento compõem o Cadastro Nacional de Imóveis Rurais

com a finalidade de integrar como parte fundamental desse cadastro. Esse cadastro

anteriormente só existia de forma declaratória e não se sabia onde estavam os

imóveis e qual sua real dimensão. Já com o georreferenciamento se aliam essa

parte declaratória dos imóveis com a medição em campo. Então todas essas

informações compõem esse novo Cadastro Rural Nacional no qual o INCRA

gerencia e tem por finalidade fechar essa malha fundiária do país permitindo um

planejamento e gerenciamento de forma mais eficaz.

As consequências para os proprietários rurais que não realizam o

georreferenciamento a penalidade é que o produtor não consiga vender seu imóvel.

E se estiver negociado junto às instituições financeiras para liberação de créditos

para compras de maquinas ou de sementes para a produção rural os bancos

condicionam ao georreferenciamento. Portanto, se o produtor não possuir o

georreferenciamento legalizado pelo o INCRA consequentemente o banco não libera

dinheiro para esse produtor, mesmo para as áreas que não são obrigadas. Então o

banco hoje por garantia ele quer saber se o imóvel existe, se o imóvel está

regularizado e se o imóvel está sem problema nenhum junto ao INCRA.

O procedimento que o proprietário rural deve para realizar esse

georreferenciamento é primeiramente certificar da documentação do imóvel que ele

deseja regularizar. Portanto, só será possível georreferenciar as áreas certificando

junto ao INCRA os imóveis que possui matrículas que estejam devidamente

registrados no cartório. A partir da confirmação deste registro o proprietário deve

procurar um profissional na área de topografia, agrimensura ou cartografia que

esteja credenciado junto ao INCRA.

Todo esse cadastro está disponível no site do INCRA qualquer proprietário

rural pode ter acesso. Então o proprietário contrata o profissional, esse profissional

orienta o proprietário e realizam as medições e ao mesmo como proceder junto ao

órgão.

36

Atualmente o georreferenciamento é um selo de qualidade da terra uma ISO

da terra. O imóvel que possuir um georreferenciamento regular junto ao INCRA ele

consegue ser vendido pelo um valor maior, ou seja, ele agrega valor ao preço final

do imóvel, ele dá condição ao proprietário retirar crédito juntos aos bancos ou até as

instituições internacionais. Então isso dá uma garantia para quem possui o imóvel e

para quem está comprando. De todas as formas, inclusive para o governo é saber

onde estão esses imóveis e como estão esses imóveis para ele poder se planejar

melhor.

4.4. Procedimento para georreferenciamento de imóveis urbanos

Inicialmente deve-se fazer uma análise detalhada da documentação

existente do imóvel objeto do levantamento, tais como: escritura, documento do

Registro de Imóveis e plantas, para que seja possível a identificação das divisas e

seus confrontantes. (MOREIRA, 2004).

Atender as normas brasileiras NBR 13.133, NBR 14.166, NBR 14.645/1 e

NBR 14.645/2 e normas de órgãos oficiais como o IBGE e INCRA.

Relacionar alguns procedimentos para implantação do apoio topográfico

através de observações com GPS, porém, também devem ser consideradas outras

técnicas de levantamento. (BUENO, 1995).

Segundo Moreira (2004, p. 5) os procedimentos para georreferenciar um

imóvel urbano deve atender os seguintes pontos:

• Executar o levantamento topográfico planimétrico abrangendo as divisas, confrontantes, arruamento e elementos para amarração às plantas utilizadas como referência.

• Quando existir a rede de Referência Cadastral Municipal, o imóvel deve estar referenciado a ponto de esquina identificado com suas coordenadas geodésicas ou plano topográfico local. As informações sobre a origem do sistema topográfico local devem fazer parte do memorial descritivo.

• Não existindo a Rede de Referência Cadastral Municipal, ou outro sistema de referência, deve ser adotado um sistema arbitrário com, no mínimo, orientação para o Norte Magnético e anotação da data de sua observação para posterior determinação da declinação magnética e indicação do Norte Geográfico ou Verdadeiro. O imóvel deve estar referenciado a ponto de esquina e para evitar enganos de localização incluir as informações georreferenciadas da quadra, ou deve ser amarrado a no mínimo dois pontos da gleba original donde foi desmembrado desde que as distâncias a esses pontos não ultrapassem 500 m (NBR 14.166).

37

• Sempre que possível é recomendável que o perímetro de divisas do imóvel, também seja medido à trena, para controle de suas dimensões.

• O levantamento dos pontos de divisa é feito por irradiação polar, por processo de interseção a vante, com amarração do ponto através de dois ou mais vértices da poligonal com, no mínimo, uma série completa de medidas em cada vértice (NBR 14.645/1), ou seja: medida angular conjugada

e de distância recíproca, por rastreamento de satélites ou através de cálculo analítico por interseção de duas retas.

• Quando a divisa for uma via de terra ou com difícil identificação de seus limites, implantar pontos definidores da divisa em toda sua extensão e incluir no memorial.

• Quando a divisa ou pArte dela for um rio, ribeirão, acidentes naturais bem definidos, admite-se a descrição apresentando o ponto onde começa e onde termina o acidente natural e a respectiva distância.

• O memorial descritivo deve apresentar a área do imóvel e a descrição perimétrica com medidas angulares – rumos ou azimutes, lineares e se necessário as coordenadas, no plano topográfico local, dos pontos de divisa.

38

5. DESAPROPRIAÇÃO

O instituto da desapropriação é objeto de análise tanto no direito civil como

no direito administrativo, o que permite a constatação de conceitos variados sobre o

tema, de acordo com o enfoque de cada ramo da ciência jurídica. (FEDERIGHI,

1999).

De acordo com o mesmo autor, a desapropriação é tida como uma “forma

originária de aquisição da propriedade”, pois o instituto é examinado sob o enfoque

do Poder Público expropriante, que, com fundamento no interesso social ou utilidade

público, ocupa o pólo ativo da expropriação.

A desapropriação é um procedimento administrativo pelo o qual o Estado

transforma compulsoriamente uma propriedade privada em propriedade pública.

A desapropriação difere de outros instrumentos estatais de intervenção na

propriedade privada justamente pelo fato de implicarem uma alteração de

propriedade. Na desapropriação o bem muda de dono passa do domínio privado

para o domínio público.

É importante destacar o conceito trazido pelo Harada (2009), pois o autor

aborda o instituto de maneira completa, como se observa a seguir:

Podemos conceituar a desapropriação como um instituto de direito público consistente na retirada da propriedade privada pelo Poder Público ou seu delegado, por necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, mediante o pagamento prévio da justa indenização em dinheiro (Art. 5º, XXIV, da CF), por interesse social para fins de reforma agrária (Art.184, da CF), por contrariedade ao Plano Diretor da cidade (Art. 182, § 4º, III, da CF), mediante prévio pagamento do justo preço em títulos da dívida pública, com cláusula de preservação de seu valor real, e por uso nocivo da propriedade, hipótese em que não haverá indenização de qualquer espécie (Art. 243 da CF).

Na concepção civilista, a desapropriação, analisada no estudo do direito das

coisas, é usualmente definida como “forma de perda da propriedade”, pois o instituto

é focalizado sob o ponto de vista do proprietário, que tem a sua propriedade retirada

e transferida para o Poder Público, além do fato de a desapropriação estar elencada

no Código Civil brasileiro, no Art. 1.275, como uma das “formas de perda da

propriedade imóvel”. Conforme se depreende do trecho do entendimento na obra

Gonçalves (2012):

39

Trata-se de modo involuntário de perda do domínio. A desapropriação é instituto de direito público, fundado no direito constitucional e regulado pelo direito administrativo, mas com reflexo no direito civil, por determinar a perda de propriedade do imóvel, de modo unilateral, com a ressalva da prévia e justa indenização.

A desapropriação é apontada como forma originária de aquisição da

propriedade, o que significa dizer que ela é causa autônoma ou suficiente por si

mesma para gerar o título constitutivo de propriedade em favor do Poder Público,

sem relação de dependência com o título jurídico do proprietário anterior. (MELLO,

2011).

A desapropriação, por afetar a faculdade de dispor da coisa segundo a

vontade do proprietário, e ao impor sua transferência compulsória para o Poder

Público expropriante a fim de satisfazer o interesse público, atinge o caráter

perpétuo e irrevogável do direito de propriedade. (DI PIETRO, 2010).

A atividade expropriatória do Estado, que configura a mais drástica e direta

agressão a um direito fundamental, não pode ser exercida unicamente sob o

fundamento da realização do conceito indeterminado de interesse público. É papel

de a ordem jurídica esclarecer as situações e os fundamentos que justificam a

intervenção estatal no âmbito dos particulares, além de definir limites para o

exercício das prerrogativas públicas. (FURTADO, 2013).

A Constituição determina que a indenização deve ser prévia, ou seja, a

transferência da propriedade somente acontecerá após seu pagamento, apesar de

ser possível o pedido de imissão provisória na posse pelo Poder Público, de acordo

com o Art. 15 do Decreto-Lei no 3.365/418.

O poder expropriante que incumbe o Estado tem previsão na Constituição

Federal. O Art. V inciso 24 do texto de 1988 afirma que a desapropriação pode

encontrar três fundamentos diferentes:

• Desapropriação por interesse social,

• Desapropriação por utilidade pública;

• Desapropriação por necessidade pública.

40

Quando a desapropriação é por necessidade o Estado precisa urgentemente

dos bens propriado. Na desapropriação por necessidade pública aquisição do bem é

indispensável, é emergencial, é urgente.

Na desapropriação por utilidade pública não há um caráter emergencial, não

é indispensável à aquisição do bem, mas é conveniente.

Na desapropriação por interesse social a fundamentação é um caráter

punitivo, ou seja, há uma pena, uma sanção aplicada ao proprietário que descumpre

a função social do seu imóvel. São desapropriações por interesse sociais a

desapropriação feita pela a União para fins de reforma agrária e a desapropriação

feita por município para fins de políticas urbanas.

A característica principal da desapropriação é que representa uma forma

originaria de aquisição da propriedade, isto que dizer que quando um bem ingressa

no domínio público esse bem se livra se liberta de quaisquer ônus que o atingem. Se

o imóvel, por exemplo, era um objeto de uma hipoteca sendo desapropriada a

hipoteca desaparece e o crédito da instituição financeira se sub-roga no valor da

indenização. Todos os direitos de credores que tinham como garantia o bem

expropriado esses direitos se sub-rogam no valor da indenização.

É imperioso se atentar para o fato de que indenização justa não é aquela

que somente abrange o valor real e atual dos bens desapropriados, mas sim a que

abarca os danos emergentes e os lucros cessantes decorrentes da perda da

propriedade, pois o proprietário deixa de auferir a renda que dela originava. Não

pode se considerar justa a indenização que promova desfalque na economia do

desapropriado. (MEIRELLES, 2013).

Para que ocorra a desapropriação de determinada propriedade, o Poder

Público, através de decreto emitido por autoridade competente (Presidente da

República, Governador ou Prefeito, de acordo com o caso concreto), deverá declarar

a utilidade pública do bem que virá a ser expropriado. Cabe mencionar que utilidade

pública aqui abrange tanto a necessidade pública, como também o interesse social.

Destarte, tal declaração sobre a utilidade pública do bem, realizada através de

decreto, constitui a fase declaratória do procedimento de desapropriação.

“Na declaração expropriatória, o Poder Público declara a existência de utilidade pública ou interesse social para a desapropriação de determinado bem, pois são esses os pressupostos constitucionais que legitimarão a futura transferência da propriedade de tal bem para o seu domínio”. (ALEXANDRINO; PAULO, 2010, p. 930).

41

Após a expedição do referido decreto declaratório, surgem os seguintes

efeitos:

a) Ficam as autoridades administrativas autorizadas a penetrar nos

prédios compreendidos na declaração, podendo recorrer, em caso de

oposição, ao auxílio de força policial;

b) Início da contagem do prazo de caducidade da declaração;

c) Indicação do estado em que se encontra o bem objeto da declaração

para efeito de fixação do valor da futura indenização.

Depois de transcorrida a fase declaratória, onde a utilidade pública do bem e

a intenção de desapropriação são evidenciadas, inicia-se a fase executória, na qual

o Poder Público passa a agir efetivamente, tomando todas as medidas necessárias

para a realização concreta da desapropriação e, consequentemente, para a

aquisição da propriedade.

Na fase executória, a desapropriação poderá ser efetivada por duas

formas: por acordo amigável (administrativa ou extrajudicialmente) ou judicialmente.

Se houver acordo entre o expropriante e o expropriado sobre o montante da

indenização cabível, o procedimento encerra-se na via administrativa ou

extrajudicial, sem qualquer interferência do Poder Judiciário. Posteriormente, o

acordo celebrado entre as partes deverá ser formalizado através de escritura pública

ou de qualquer outro meio que a lei estabeleça. É assim que entende Gonçalves

(2011, p. 341): “A desapropriação pode efetivar-se amigavelmente, mediante acordo

entre expropriante e expropriado sobre o montante da indenização, consubstanciado

em escritura pública se o imóvel tiver valor superior ao legal”.

Não havendo acordo entre as partes, o Estado promoverá ação específica

em face do proprietário do bem, ocorrendo, nesse caso, o prolongamento do

procedimento expropriatório para uma fase judicial, a qual solucionará o conflito de

interesses entre o Poder Público e o expropriado.

É oportuno salientar que, de acordo com o Art. 9º, do Decreto-Lei

3.365/1941, a decisão do Poder Judiciário (na fase judicial) não poderá, no processo

de desapropriação, examinar a existência, ou não, da utilidade pública do bem. Além

disso, dispõe o Art. 20, do mesmo texto legal, que a contestação a ser oferecida pelo

42

expropriado poderá versar apenas sobre a impugnação do preço oferecido pelo

Poder Público ou sobre vício do processo judicial. Desse modo:

“[...] no mérito, as partes só poderão discutir o valor da indenização. Se o expropriado pretender discutir com o Poder Público questões sobre desvio de finalidade, inexistência de interesse social ou utilidade pública, dúvida na caracterização do proprietário etc., deverá propor nova ação, autônoma”. (ALEXANDRINO; PAULO, 2010, p. 933).

Portanto, qualquer outra questão que não aborde sobre o valor da

indenização deverá ser discutida em ação direta.

5.1. Desapropriação para reforma agrária

A desapropriação para reforma agrária é uma competência da União, só a

União pode desapropriar um imóvel rural com essa finalidade. A desapropriação

para reforma agrária recai sobre imóveis rurais que descumpre a função social.

Como é identificando se o imóvel é rural ou urbano? Como é que é feito para

saber se o imóvel está sujeito a desapropriação federal, para fins de reforma agrária

por ser rural ou a desapropriação municipal, para políticas urbanas se ele for

urbano?

A diferença entre imóvel rural e urbano varia de ponto para ponto, segunda a

doutrina os ramos de direitos criam as próprias realidades. Nada impede que o

imóvel seja rural para um ramo, e urbano para outro. Não há empecilho para que

isso aconteça.

O direito administrativo para diferenciar um imóvel rural de um urbano,

emprega basicamente o critério da destinação, ou seja, o que importa é o uso dado

ao bem e não a localização.

Já o direito tributário possui interesse também em diferenciar imóveis rurais

e urbanos para fins de tributação, por que o imóvel rural pague imposto para a

União, e o imóvel urbano pague imposto para o município como o IPTU. O Art. 32 do

CTN 11 o direito tributário emprega o critério da localização, importa saber onde o

imóvel está situado para definir se ele paga IPTU ou ITR. Se ele estiver localizado

11 O CTN - Código Tributário Nacional - é a Lei norteadora, no Brasil, da aplicabilidade dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos contribuintes, atuação dos agentes fiscalizadores e demais normas tributárias.

43

em área rural ele paga o imposto para a União e se ele estiver localizado em área

urbana ele pagará imposto IPTU para o município.

O direito tributário usa o critério da localização, já o direito administrativo usa

o critério da destinação, mesmo que o imóvel esteja localizado em uma área urbano,

no centro na cidade com uma área de grande concentração demográfica, se a

finalidade for rural, por exemplo, um terreno apenas para a plantação, embora esteja

localizado em uma área urbana pode ser desapropriado para reforma agrária. Nada

impede que o imóvel pague IPTU seja desapropriado para reforma agrária.

O imóvel rural cumpre sua função social quando atende simultaneamente

aos seguintes requisitos:

1. Que atendem o bem está de empregados e proprietários;

2. Que o imóvel atenda as exigências mínimas de produtividade;

3. O imóvel tem que cumpri a legislação ambiental;

4. Cumprir as legislações pertinentes as relações de trabalhos.

Faltando uns desses requisitos o imóvel desatende a função social e é

passível a desapropriação para reforma agrária.

Como toda desapropriação por interesse social para a fim de reforma agrária

uma desapropriação sancionatória, uma desapropriação punitiva e a pena prevista

no ordenamento jurídico brasileiro a quem descumpre a função social do imóvel

urbano é correr o risco de perder a propriedade sem receber a indenização em

dinheiro.

Na reforma agrária a indenização é justa, porque ressarce a perda integral

da perda patronial, a indenização é prévia por que é paga antes da perda da posse,

mas não é em dinheiro. A indenização na reforma agrária é em títulos das dívidas

agrária em TDA´s resgatável em até vinte anos. Mas, as benfeitorias úteis e

necessárias feito na propriedade são pagas em dinheiro.

Os títulos das dívidas agrárias são títulos de créditos como notas

promissórias sacadas contra a União. O proprietário deverá esperar a data de

vencimento para poder fazer o requerimento do levantamento daquele valor, é uma

punição decorrente do fato ilícito praticado pelo o proprietário ao descumpri uma

função social do seu imóvel.

Alguns imóveis são insuscetíveis para desapropriação para reforma agrária,

o que a doutrina chama de imunidade a desapropriação para reforma agrária.

44

Primeiro, são imunes os imóveis produtivos. A produtividade é a ferida a

pArtir para o atendimento dos módulos rurais fiscais definidos pelo o INCRA.

Segunda imunidade a desapropriação para reforma agrária também não

pode ser desapropriados com essa finalidade os bens que se enquadra na seguinte

condição: pequenas e médias propriedades rurais desde que o proprietário não

tenha outra.

5.2. Perda da propriedade como modo de desapropriação

A propriedade, direito mais importante e mais completo dos direitos reais,

confere ao seu titular o direito de usar, gozar e dispor da coisa, assim como de

reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha, conforme

preceitua o Art. 1.228 do Código Civil. Quando todos esses direitos se acharem

reunidos em uma só pessoa, diz-se que ela é titular da propriedade plena. A

propriedade será limitada quando algum ou alguns desses direitos se destacarem e

se incorporarem ao patrimônio de outra pessoa.

De acordo com o princípio da perpetuidade dos direitos reais, a propriedade

é um direito perpétuo, que não se extingue pelo seu não uso (desde que não possua

as características do abandono), mas apenas pelas formas previstas em lei. É essa

característica dos direitos reais que os distinguem dos direitos pessoais, os quais

possuem caráter eminentemente transitório.

Todavia, a perpetuidade da propriedade não possui caráter absoluto.

Existem casos em que o direito de propriedade se extinguirá com relação a

determinado titular. “Em realidade, a característica da perpetuidade dos direitos reais

não é absoluta, embora tenham mais estabilidade do que os direitos obrigacionais,

pois também se extinguem em determinadas circunstâncias” (GONÇALVES, 2011,

p. 37).

Visto desse modo, o Código Civil de 2002, em seu Art. 1.275, estabeleceu

alguns casos de perda da propriedade, tanto móvel como imóvel, quais sejam:

alienação, renúncia, abandono, perecimento da coisa e desapropriação. Os três

primeiros constituem modos voluntários de perda da propriedade, enquanto que,

perde-se a propriedade involuntariamente, pelo perecimento da coisa e pela

desapropriação.

45

É oportuno registrar que o referido Art. 1.275 do Código Civil não

estabeleceu um rol taxativo, de modo que existem outras causas de extinção da

propriedade. “De fato, o legislador não exaure as possibilidades de perda da

propriedade, arroladas de modo esparso nas leis civis” (FARIAS; ROSENVALD,

2009, p. 344). Assim, também são modos de perda da propriedade: a morte do

proprietário; o casamento pela comunhão universal (modo imediato de perda da

propriedade imobiliária para aquele que antes das núpcias possuía algum

patrimônio); a arrematação e a adjudicação; a usucapião; a acessão; e os casos de

propriedade resolúvel (quando o negócio jurídico que a constituiu subordina

expressamente sua duração ao implemento de condição resolutiva ou advento do

termo).

Diante do acima exposto, infere-se que a desapropriação como a mais

gravosa intervenção estatal na propriedade particular (e até mesmo pública, como

se vê adiante), onde ocorre a perda involuntária da propriedade por determinado

sujeito, de modo que a mesma é transferida para o patrimônio do Estado, mediante

prévia e justa indenização.

5.3. Intervenção do Estado na propriedade particular como modo de

desapropriação

O Estado Social de Direito pode ser compreendido como aquele que preza

pelo bem-estar social, que protege os direitos fundamentais e que é voltado para a

prestação dos serviços essenciais à coletividade. Para que esse bem-estar social se

concretize, o Estado Social pode, até mesmo, intervir na propriedade privada, de

modo a garantir “[...] as premissas necessárias ao surgimento de um regime

democrático de conteúdo tutelar dos fracos e dos mais numerosos” (SILVA apud

LENZA, 2009, p. 758).

Deste modo, o Estado Liberal, fundado pela ampla liberdade particular e

pela mínima intervenção estatal na propriedade, não mais caracteriza o atual

panorama Brasileiro. Hoje em dia, a atuação da Administração Pública deve ser

dirigida pelo princípio da superioridade do interesse público, na qual nos informa que

o interesse particular deve ceder ao interesse público, quando há conflito entre

ambos. Tal princípio, apesar de não se encontrar expressamente previsto na

46

Constituição Federal, pode ser plenamente percebido diante das opções adotadas

pelo legislador constituinte, o que o torna um princípio implícito. A supremacia do

interesse público é limitada apenas pelos direitos fundamentais, e os direitos deles

decorrentes, consagrados em nossa Carta Magna. Portanto:

“[...] existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular, deverá prevalecer o primeiro, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais expressos na Constituição, ou dela decorrentes” (ALEXANDRINO; PAULO, 2010, p. 188).

A desapropriação, na constituição prevista, constitui uma das formas mais

gravosas de influência do Estado na propriedade, onde, diante de um interesse

maior da coletividade, determinado bem é retirado do particular e incorporado ao

patrimônio estatal. Quando a utilidade ou necessidade pública, ou mesmo o

interesse social, incidirem sobre determinada propriedade privada, esta, conforme

nos informa o princípio da supremacia do interesse público, deverá ser retirada do

particular para atender à vontade coletiva que se mostrou evidente.

Existem outras modalidades menos gravosas de intervenção do Estado na

propriedade: a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, a

limitação administrativa e o tombamento. Tais modalidades classificam-se

como restritivas, por apenas retirarem algumas faculdades do domínio, enquanto

que a desapropriação classifica-se como modalidade de intervenção supressiva,

haja vista consistir em privar alguém da propriedade.

No entanto, a supremacia do interesse público sobre o interesse particular

não é o único fundamento que autoriza a desapropriação. Do mesmo modo, junto

com tal princípio, a função social da propriedade também constitui sustentáculo para

a referida forma de intervenção estatal na propriedade, conforme dispõe a

Constituição Federal, em seu Art. 5º, incisos XXII e XXIII, os quais estabelecem que

“é garantido o direito de propriedade” e que “a propriedade atenderá a sua função

social”, respectivamente.

Diante dos dispositivos constitucionais acima descritos, resalta-se que a

propriedade constitui um direito fundamental estabelecido pela Constituição Federal,

de modo que tal direito se revela na sociedade como um valor de extrema

importância, inerente à própria dignidade, individualidade e personalidade do

indivíduo. Assim, ensina-nos Marmelstein (2009, p. 138).

47

Quando um indivíduo possui uma propriedade e esta subtraída de modo

obrigado, seja por outras pessoas ou pelo Estado, o sentimento de rebeldia daí

decorrente atinge o interior de seu ser, afetando, inclusive, uma esfera acentuada de

sua dignidade.

Contudo, a propriedade, assim como qualquer outro direito fundamental, não

mais constitui um direito absoluto, exclusivo e de caráter individualista, como ocorria

no direito romano e como se mostrou após a Revolução Francesa. Não mais é

permitido a qualquer pessoa, pautada no direito fundamental constitucionalmente

previsto, utilizar-se da sua propriedade do modo como bem entender, ocasionando

prejuízo para toda a coletividade. Atualmente, diante dos ditames constitucionais

vigentes, para que ocorra a proteção da propriedade, esta deve atender a sua

função social, caso contrário, poderá o Estado intervir para forçar o seu atendimento.

Portanto, a desapropriação ocorre também nos casos em que a função

social de determinado bem não está sendo observada, inclusive permitindo a Carta

Magna, em alguns casos, que a indenização seja feita em títulos da dívida pública e

não em dinheiro, como modo de sanção a ser aplicada àquele que descumpre o seu

dever social para com a coletividade. De acordo com Marmelstein (2009, p. 140), ao

discorrer sobre a função social da propriedade:

“Há quem defenda, a meu ver com razão, que o direito de propriedade só faz sentido se conjugado com o princípio da função social. Cumprindo a sua função social, o direito de propriedade merece proteção estatal, já que a Constituição o consagra como direito fundamental. Por outro lado, não cumprindo a função social, esse direito deixar de merecer qualquer proteção por pArte do poder público, já que a Constituição exige que o uso da coisa seja condicionado ao bem-estar geral. O proprietário obriga-se a dar ao seu bem uma função social, sob pena de ver limitado – ou até suprimido – esse direito. Em outras palavras: a função social está de tal modo ligado ao direito de propriedade, que passa a ser um pressuposto deste direito. Sem função social, não mais existe propriedade legalmente protegida.” (MARMELSTEIN, 2009, p. 140).

Cabe mencionar que o Código Civil Brasileiro também reconheceu a função

social da propriedade em seu Art. 1.228, § 1.º, in verbis:

“O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e Artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”

48

Não resta dúvida, diante do dispositivo supracitado, que o ordenamento

jurídico pátrio a observância da função social da propriedade, para que haja a devida

proteção deste direito.

5.4. Desapropriação e da consequente aquisição da propriedade

Trata a desapropriação e da consequente aquisição da propriedade, com

relação ao modo aquisitivo da propriedade pelo Poder Público, pois não há a

permuta da mesma de um sujeito para outro, mas o Poder Público toma para si

propriedade de pessoas, sem que lhe tenha sido transmitida por alguém. Em ato

administrativo formal, o proprietário se vê obrigado a transmitir sua propriedade ao

Estado. “Em realidade, a desapropriação constitui um modo de transferência

compulsória, forçada, da propriedade, do domínio particular ou do domínio de outra

entidade pública de grau inferior, para a Administração Pública ou seus

concessionários” (GONÇALVES, 2011, 334).

Por se tratar de modo originário de aquisição da propriedade, ocorrendo a

desapropriação, o bem expropriado fica livre de quaisquer ônus que sobre ele

incidiam anteriormente. Além disso, também fica o bem impossibilitado de ser

reivindicado. Destarte, “[...] é indiferente ao poder público quem seja o proprietário

ou se existe eventual limitação voluntária à transmissão da propriedade”. (FARIAS;

ROSENVALD, 2009, 352).

A imissão definitiva na posse, a segunda teoria explicitada acima, também

não pode ser admitida como o momento consumativo da desapropriação. Não se

pode confundir a posse com a propriedade, institutos absolutamente distintos em

nosso ordenamento jurídico. A posse é uma situação de fato em que uma pessoa,

independentemente de ser ou de não ser proprietária, exerce conduta de dono sobre

determinada coisa. Deste modo, a posse definitiva não constitui elemento idôneo

para caracterizar a consumação da desapropriação, pois este instituto se restringe à

propriedade.

O terceiro entendimento supracitado foi o do trânsito em julgado da sentença

fixadora da indenização como momento consumativo da desapropriação. A

sentença, no processo de desapropriação, soluciona a lide, tendo o condão de

apenas decidir o mérito e fixar o valor da justa indenização a ser paga pelo

49

expropriante ao expropriado. Desta sorte, também não constitui o momento

consumativo da desapropriação o trânsito em julgado da referida sentença.

De acordo com o Art. 1.245 do Código Civil, a regra é a de que é pelo

registro do título aquisitivo que ocorre a aquisição do domínio do bem imóvel. Trata-

se, neste caso, de uma forma solene, estabelecida pelo referido diploma civil, para a

aquisição válida da propriedade imóvel, diante do relevante valor que a mesma

possui numa sociedade capitalista. Destarte, o princípio do consensualismo, que

impera os negócios jurídicos em geral, é excepcionado pelo formalismo quando se

trata de negociações imobiliárias.

Sendo assim a própria Constituição Federal, em seu Art. 5.º, inciso, XXIV,

quando abordou da desapropriação, distinguiu que tal ato torna-se por meio de

justa indenização, de forma que, em momento algum, o submeteu ao registro

público.

A desapropriação é ato unilateral de direito público, com reflexos no direito

privado, por via do qual a propriedade individual é transferida, mediante prévia e

justa indenização em dinheiro, a quem dela se utiliza, no interesse da coletividade.

(MONTEIRO, 2003, p. 171).

É por não haver a referida relação negocial entre as partes, que a doutrina

classifica a desapropriação como modo originário de aquisição da propriedade. Por

isso, o título anterior à desapropriação é irrelevante, visto que o imóvel

desapropriado se liberta de quaisquer ônus que anteriormente sobre ele incidiam.

“Dizer-se que a desapropriação ‘é forma originária de aquisição de propriedade significa que ela é, por si mesma, suficiente para instaurar a propriedade em favor do Poder Público, independentemente de qualquer vinculação com o título jurídico anterior ao proprietário [...]”’ (GONÇALVES, 2011, p. 335).

50

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo-se do fato de que as terras brasileiras têm origem pública, somente

será aceito legítimo proprietário aquele que comprovar que o título que iniciou a

cadeia dominial foi outorgado pelo Poder Público.

A desapropriação é um regime jurídico que, por si só, já oferece bastante

polêmica, pois conforma uma grave intervenção estatal em um direito fundamental

que é essencial à própria natureza humana, a propriedade.

A precisão de conferir a condição de legítimo proprietário tem grande valor

principalmente no processo de desapropriação. Com efeito, o pagamento da

indenização pelo desapossamento do bem imóvel é devido ao proprietário, aquele

que, segundo a legislação, adquiriu por justo título e boa-fé a dominalidade

patrimonial de determinado bem imóvel, bem assim, os direitos decorrentes dessa

condição.

É muito comum observar que os documentos oficiais de imóveis oferecem

descrições que não combina com a real situação. Um exemplo é quando são

assemelhado documentos de imóveis confinantes, verifica-se que para uma mesma

divisa obtém medidas diferentes. Na preparação do memorial descritivo do imóvel é

normal faltar à informação da origem do sistema de coordenadas utilizado, sistema

que normalmente é dispensável. É normal faltar também a informação sobre a

orientação dos rumos ou azimutes, se geográfica ou magnética, gerando

posicionamentos e descrições inconsistentes.

Entre as mais variadas correntes que buscam solucionar tal questionamento,

as que mais se destacaram foram a da consumação pela transcrição da sentença ou

acordo que fixa a indenização, e a da consumação pelo pagamento da justa

indenização.

Deste modo, chega-se à conclusão de que o correto é que o pagamento da

justa indenização configura o momento da consumação da desapropriação,

Entretanto, tal fato não significa que o referido registro é inútil e, portanto,

prescindível.

51

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