[sindae] gota d'água - ed. n.45 - dezembro 2014

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Saneamento básico é direito do cidadão, não ambiente de negócios E xistem fortes sinais a indicar que o Governo de Rui Cos- ta vai optar pelo caminho das parcerias público-privadas (PPP) na área de saneamento básico. Caso isso ocorra, o Sindae e demais entidades chamarão a sociedade, de novo, para o campo de batalha. Essas parcerias, como se sabe, são um disfarce de privatização, e foi a luta contra a privatização da Embasa, sobretudo nos governos César Borges e Paulo Souto, que a classe trabalha- dora e a população baiana encamparam vigoroso combate contra ela, impedindo sua venda para multinacionais e grandes empreitei- ras nacionais que queriam, como ainda querem, transformar a água numa mera mercadoria, deixando de lado o fato de que água é um bem essencial à vida e direito humano fundamental. A mesma Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) que está escolhendo agora, via Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), as empresas que rmarão PPP para a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos em 106 municípios baianos, estuda outras duas parcerias, uma para o controle das perdas de água e outra para o tratamento de esgoto sanitário nos 13 municípios da Região Metropolitana de Salvador. Estuda sem consultar quem deveria ser a maior interessada, a Embasa, que opera os serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em 364 municípios do estado. Procura-se manter o maior sigilo em torno desses estudos. Sendo este o esboço da gestão, é evidente que levará ao en- fraquecimento da Embasa, ao mesmo tempo em que receberá aplausos da iniciativa privada. O atual secretário de Desenvolvi- mento Urbano, Manuel Ribeiro Filho, um ex-diretor da OAS, gos- ta de pronunciar as palavras “ambiente de negócio”, típica do seu ex-cargo. Talvez, por não enxergar esse ambiente na Embasa, te- nha afastado a direção da empresa das consultas às PPP’s em ela- boração em sua Secretaria. Sequer tem poupado críticas a ela nos mais diferentes eventos que participa, ignorando deliberadamen- te o fato de que nos últimos oito anos a Embasa avançou mais na universalização do que em toda a sua história, sem comprometer seu equilíbrio econômico-nanceiro e demonstrando que é pos- sível conciliar eciência com foco social. Fala-se, nos bastidores, que a empresa Revita (Grupo Solvi) deve abocanhar a maior fatia das PPP dos resíduos sólidos. E mais: que a a Odebrecht Ambiental está "lutando muito" para car com a PPP das perdas de água, o mesmo fazendo a OAS em relação a PPP do esgotamento sanitário. Já temos uma emblemática PPP, a do emissário submarino de Jaguaribe, fruto de um contrato assinado nos últimos dias do governo Paulo Souto (dezembro de 2006) com a Odebrecht/Foz do Brasil. Seu valor inicial, prevendo remuneração de R$ 738 mi- lhões ao longo de 15 anos, foi reduzido para R$ 619 milhões no começo do governo Wagner, depois de forte pressão da socieda- de civil organizada. A “gordura” cortada de R$ 119 milhões iria para onde? Tal PPP, muito menor do que as que estão sendo es- tudadas, é responsável por uma forte sangria no caixa da Embasa. Temos outras PPP pelo Brasil, todas sob um mesmo enre- do: seja em Pernambuco, seja em Minas Gerais ou Paraná, onde quer que sejam, todas beneciam largamente a iniciativa privada. Dá-se às empresas a parte boa, deixando a podre com o Estado. Temos ainda o exemplo de São Paulo: o governo abriu o capital da Sabesp, colocando ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Resultado: distribuiu R$ 3,8 bilhões de dividendos aos sortudos acionistas/especuladores e agora, na pior crise de abastecimen- to de água de toda a história da Grande São Paulo, pediu R$ 3,5 bilhões ao governo federal para realizar obras visando amenizar o drama. Cadê o dinheiro do especulador na conta do prejuízo? Enm, são todos modelos de privatização, que atentam contra o interesse público em favor do privado. Outro exemplo: em Minas Gerais, para viabilizar a abertura de capital da companhia estadual de (COPASA), foi criada uma subsidiária técnica, COPANOR, para atuar na área mais decitária do estado, deixando as áreas superavitárias com a COPASA, que passou a atuar nelas com a visão de transformar o saneamento em atividade altamente rentável para os acionistas privados, numa clara manobra para socializar os prejuízos e privatizar os ganhos. A Bahia passou a ter uma Política Estadual de Saneamento Bá- sico em 2008. Ela prevê o Sistema Estadual de Saneamento Básico, o Plano Estadual de Saneamento Básico e o Sistema Estadual de Informação em Saneamento Básico. Passados seis anos, nada saiu do papel.Anal, são medidas estruturantes, que organizam a ativida- de, que visam assegurar o planejamento, qualidade e eciência nos serviços. Só se fala em medidas estruturais, ou seja, obras, obras e obras, o banquete de empreiteiras e o clientelismo político. Na reforma do governo, aprovada por Rui Costa, juntou-se a Embasa e a Cerb numa mesma secretaria, a de Infraestrutu- ra Hídrica e Saneamento. Foi uma boa opção integrar os atores do saneamento. E agora foi anunciado o secretário dessa pasta, Cássio Peixoto, oriundo da Bahia Pesca. Foi chefe de gabinete do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, cargo do qual foi exonerado, segundo a imprensa, após discutir com empresas privadas projetos milionários. Lamentamos a indicação. É mais um tocador de obras. As entidades que subscrevem este documento estão atentas a todo o desenrolar das peças desse tabuleiro e vão lutar contra qualquer ameaça de privatização da área.Vamos continuar na de- fesa intransigente do saneamento público, com qualidade, eciên- cia e universal. Saneamento é saúde, é vida, não se conjuga com ambiente de negócios. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Seção Bahia Associação Movimento Paulo Jackson Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento Federação Nacional dos Urbanitários Grupo Ambientalista da Bahia Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia

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Page 1: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

Saneamento básico é direito do cidadão, não ambiente de negócios

Existem fortes sinais a indicar que o Governo de Rui Cos-ta vai optar pelo caminho das parcerias público-privadas (PPP) na área de saneamento básico. Caso isso ocorra, o

Sindae e demais entidades chamarão a sociedade, de novo, para o campo de batalha. Essas parcerias, como se sabe, são um disfarce de privatização, e foi a luta contra a privatização da Embasa, sobretudo nos governos César Borges e Paulo Souto, que a classe trabalha-dora e a população baiana encamparam vigoroso combate contra ela, impedindo sua venda para multinacionais e grandes empreitei-ras nacionais que queriam, como ainda querem, transformar a água numa mera mercadoria, deixando de lado o fato de que água é um bem essencial à vida e direito humano fundamental.

A mesma Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur)

que está escolhendo agora, via Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), as empresas que fi rmarão PPP para a gestão e gerenciamento de resíduos sólidos urbanos em 106 municípios baianos, estuda outras duas parcerias, uma para o controle das perdas de água e outra para o tratamento de esgoto sanitário nos 13 municípios da Região Metropolitana de Salvador. Estuda sem consultar quem deveria ser a maior interessada, a Embasa, que opera os serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário em 364 municípios do estado. Procura-se manter o maior sigilo em torno desses estudos.

Sendo este o esboço da gestão, é evidente que levará ao en-

fraquecimento da Embasa, ao mesmo tempo em que receberá aplausos da iniciativa privada. O atual secretário de Desenvolvi-mento Urbano, Manuel Ribeiro Filho, um ex-diretor da OAS, gos-ta de pronunciar as palavras “ambiente de negócio”, típica do seu ex-cargo. Talvez, por não enxergar esse ambiente na Embasa, te-nha afastado a direção da empresa das consultas às PPP’s em ela-boração em sua Secretaria. Sequer tem poupado críticas a ela nos mais diferentes eventos que participa, ignorando deliberadamen-te o fato de que nos últimos oito anos a Embasa avançou mais na universalização do que em toda a sua história, sem comprometer seu equilíbrio econômico-fi nanceiro e demonstrando que é pos-sível conciliar efi ciência com foco social.

Fala-se, nos bastidores, que a empresa Revita (Grupo Solvi)

deve abocanhar a maior fatia das PPP dos resíduos sólidos. E mais: que a a Odebrecht Ambiental está "lutando muito" para fi car com a PPP das perdas de água, o mesmo fazendo a OAS em relação a PPP do esgotamento sanitário.

Já temos uma emblemática PPP, a do emissário submarino

de Jaguaribe, fruto de um contrato assinado nos últimos dias do governo Paulo Souto (dezembro de 2006) com a Odebrecht/Foz do Brasil. Seu valor inicial, prevendo remuneração de R$ 738 mi-lhões ao longo de 15 anos, foi reduzido para R$ 619 milhões no começo do governo Wagner, depois de forte pressão da socieda-

de civil organizada. A “gordura” cortada de R$ 119 milhões iria para onde? Tal PPP, muito menor do que as que estão sendo es-tudadas, é responsável por uma forte sangria no caixa da Embasa.

Temos outras PPP pelo Brasil, todas sob um mesmo enre-

do: seja em Pernambuco, seja em Minas Gerais ou Paraná, onde quer que sejam, todas benefi ciam largamente a iniciativa privada. Dá-se às empresas a parte boa, deixando a podre com o Estado. Temos ainda o exemplo de São Paulo: o governo abriu o capital da Sabesp, colocando ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Resultado: distribuiu R$ 3,8 bilhões de dividendos aos sortudos acionistas/especuladores e agora, na pior crise de abastecimen-to de água de toda a história da Grande São Paulo, pediu R$ 3,5 bilhões ao governo federal para realizar obras visando amenizar o drama. Cadê o dinheiro do especulador na conta do prejuízo? Enfi m, são todos modelos de privatização, que atentam contra o interesse público em favor do privado.

Outro exemplo: em Minas Gerais, para viabilizar a abertura de capital da companhia estadual de (COPASA), foi criada uma subsidiária técnica, COPANOR, para atuar na área mais defi citária do estado, deixando as áreas superavitárias com a COPASA, que passou a atuar nelas com a visão de transformar o saneamento em atividade altamente rentável para os acionistas privados, numa clara manobra para socializar os prejuízos e privatizar os ganhos.

A Bahia passou a ter uma Política Estadual de Saneamento Bá-

sico em 2008. Ela prevê o Sistema Estadual de Saneamento Básico, o Plano Estadual de Saneamento Básico e o Sistema Estadual de Informação em Saneamento Básico. Passados seis anos, nada saiu do papel. Afi nal, são medidas estruturantes, que organizam a ativida-de, que visam assegurar o planejamento, qualidade e efi ciência nos serviços. Só se fala em medidas estruturais, ou seja, obras, obras e obras, o banquete de empreiteiras e o clientelismo político.

Na reforma do governo, aprovada por Rui Costa, juntou-se

a Embasa e a Cerb numa mesma secretaria, a de Infraestrutu-ra Hídrica e Saneamento. Foi uma boa opção integrar os atores do saneamento. E agora foi anunciado o secretário dessa pasta, Cássio Peixoto, oriundo da Bahia Pesca. Foi chefe de gabinete do ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, cargo do qual foi exonerado, segundo a imprensa, após discutir com empresas privadas projetos milionários. Lamentamos a indicação. É mais um tocador de obras.

As entidades que subscrevem este documento estão atentas

a todo o desenrolar das peças desse tabuleiro e vão lutar contra qualquer ameaça de privatização da área. Vamos continuar na de-fesa intransigente do saneamento público, com qualidade, efi ciên-cia e universal. Saneamento é saúde, é vida, não se conjuga com ambiente de negócios.

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental/Seção BahiaAssociação Movimento Paulo Jackson

Associação Nacional dos Serviços Municipais de SaneamentoFederação Nacional dos Urbanitários

Grupo Ambientalista da BahiaSindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia

Page 2: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

Proposta do PPR da Embasa é aprovada por ampla maioria

CATEGORIA DECIDE: EM JANEIRO TEM ELEIÇÃO PARA CONSELHO DE

ADMINISTRAÇÃO DA EMASAPÁGINA 2

50 ANOS DEPOIS, CUBA E ESTADOS UNIDOS REATAM RETALIAÇÕES. FALTA ACABAR COM EMBARGO CRIMINOSO

PÁGINA 2

QUE VENHA 2015

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXVIII – Nº 45 – 22 de dezembro de 2014

www.sindae-ba.org.br

AC

ESSE

A V

ERSÃ

O D

IGIT

AL

Foram duas semanas de assembleias na capital e interior e de forma tranquila, por ampla maioria os (as) trabalhadores (as) aprovaram a pro-posta da empresa para o Programa Participação nos Resultados (PPR). O modelo de distribuição do benefício seguirá o do último programa e o seu pagamento está previsto para acontecer entre abril e maio do próximo ano. A categoria quer, agora, ajustar o mais rápido possível o calendário de negociação do próximo programa, com mudanças nas metas e nos critérios de distribuição. PÁGINAS 5 e 6

EDITAL DE CONVOCAÇÃO

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – SINDAE, convoca os associados funcionários da EMASA – Empresa Municipal de Águas e Saneamento S.A., com Sede no Município de Itabuna, para a eleição do (a) representante dos (das) empregados (as) no Conselho de Administração da EMASA que serão realizadas nos dias 08 e 09.01.2015, no horário das 08h30min às 17h30min horas, estando aberto o prazo para inscrição nos dias 29 e 30.12.2014, através de fi cha e documento descrito na própria fi cha. As inscrições serão recebidas na Secretaria deste Sindicato, sito à Rua General Labatut, n.º 65 – Barris – Salvador – Bahia, das 08h30min às 17h30min horas ou por meio eletrônico através do e-mail [email protected].

Salvador, 12 de dezembro de 2014.

Danillo Libarino AssunçãoCoordenador Geral

CAB

CANDEIAS

ILHÉUS

PORTO SEGURO

LAURO DE FREITAS

Uma jornada vitoriosa assegurou di-versas conquistas este ano, mas é tempo de olhar pra frente, sabendo que inúme-ras batalhas terão de ser travadas em 2015, que começa sob novo governo estadual. Nesta edição mapeamos alguns dos prin-cipais desafi os que a categoria tem a en-frentar. VEJA O BALANÇO DE NOSSOS DESAFIOS PÁGINAS 3 e 4

Page 3: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

2

Cuba e Estados Unidos

reatam relações. Falta acabar

com embargo comercial

Eleição de representante no Conselho de Administração

da Emasa será em janeiro

Mensagem da Diretoria

Os presidentes dos Estados Unidos e Cuba, Barack Obama e Raul Castro, respectivamente, anunciaram na sema-na passada o restabelecimento das rela-ções diplomáticas que estavam cortadas entre os dois países há mais de 50 anos. Essa decisão ocorre depois de media-ções feitas pelo Canadá e mais recente-mente o papa Francisco. Ela veio acom-panhada da troca de presos, em especial a libertação dos últimos dos cinco an-titerroristas cubanos, Gerardo Hernan-dez, Antônio Guerrero e Ramon Labañi-no, encarcerados desde 1998.

Desde 1962 o povo cubano sofre com um embargo econômico crimi-noso imposto pelos norte-americanos, após uma fracassada invasão à ilha ca-ribenha, visando derrubar o regime im-plantado por Fidel Castro.

A retomada das relações diplomáti-cas não é tudo, pois o embargo continua e o seu fi m depende de decisão do con-gresso norte-americano. Ele impede que Cuba mantenha comércio com vários países, punindo empresas que tenham relações com a ilha, além de proibir o envio de alimentos. Segundo o governo cubano, até 2010 as perdas causadas pe-lo embargo já superavam os US$ 104 bilhões, mais que o triplo do Produto Interno Bruto (PIB) da ilha, e tem im-pacto em setores sensíveis como saúde, alimentação e educação.

O embargo econômico existe de forma ampla desde 1962, mas as primei-ras medidas começaram em 1960, um ano após Fidel Castro assumir o pode através de uma vitoriosa revolução. Ele é seguidamente condenado pela co-munidade internacional: a Assembleia Geral da ONU votou pela 23ª vez pe-la sua condenação. Ao todo, 188 países assinaram a resolução pela "necessidade de terminar o embargo econômico, co-mercial e fi nanceiro imposto pelos Esta-dos Unidos contra Cuba".

A representação dos (das) trabalha-dores (as) no Conselho de Administra-ção da Emasa (Itabuna) será escolhida em eleição a ser realizada nos dias 8 e 9 de janeiro próximo, conforme decisão tomada em assembleia na última quinta (18), na sede da empresa. As pessoas in-teressadas devem se inscrever entre os dias 29 e 30 deste mês, podendo ser can-didato (a) quem for fi liado (a) ao Sindae. Este, aliás, foi o único critério defi nido na assembleia para a candidatura do (da) re-presentante no Conselho. A inscrição de-ve ser encaminhada à Secretaria do Sindi-

cato. Espera-se uma grande participação da categoria no processo eleitoral, até porque a escolha do (da) representan-te no Conselho de Administração é uma das maiores conquistas do último acor-do coletivo. É preciso muita refl exão nes-se momento, para que a escolha recaia sobre um (a) trabalhador (a) que tenha compromisso na defesa dos interesses da categoria. Afi nal, o (a) representante desempenhará uma função estratégica, servindo como mais um instrumento pa-ra fortalecer a nossa luta por um sanea-mento de qualidade.

Chegamos ao fi nal de mais um ano e o sentimento compartilhado é sempre os que remontam ao clima natalino: prosperidade, felicidade,

paz, harmonia, saúde etc. Com esse espírito festivo, nos despedimos desse ano sabendo que ainda há muito o que fazer e conquistar no ano vindouro. O ano de 2014 foi de transformações, aprendizado, desafi os e oportunidades. Em 2015, garantir o saneamento básico como bem público e com empresas públicas for-talecidas, sem terceirização ilegal e sem qualquer ameaça de privatização dos serviços, são algumas das nossas metas, todas visando a melhoria da qualidade na prestação dos serviços para a sociedade.

Desejamos a todos (as) trabalhadores (as) um ano novo de muita saúde, paz e prosperidade, além de mais engajamento na luta pelos nossos direitos, para avançarmos mais e garantir novas conquistas. Esperamos poder contar sempre com a confi ança dos trabalhadores (as) em nossas ações que estão sempre ali-nhadas com o objetivo de trazer avanços para a categoria dos profi ssionais em água, esgoto e meio ambiente da Bahia. O nosso muito obrigado aos funcioná-rios (as) do nosso Sindicato que tem contribuído para que continuemos reali-zando cada vez mais uma gestão de sucesso frente aos desafi os citados. Desde já, agradecemos mais uma vez e reiteramos os nossos votos de sucesso.

Diretoria Executiva do SINDAE

Page 4: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

2015 está chegando com grandes desafios para a nossa categoria

BALANÇO/CONTEXTUALIZAÇÃO

EMASA

Existe previsão no acordo coletivo em vigor, mas o sonho de ter planos de saúde, odontológico e de cargos e salá-rios fi cou mesmo para 2015 na Emasa (Itabuna). São três das maiores conquistas da luta travada este ano, mas que ainda estão aguardando implantação. Mas a re-lação do que fi ca para se avançar na em-presa ainda é grande, incluindo desde a melhoria da qualidade do fardamento até as condições de segurança no transporte.

A empresa ainda tem de melhorar bastante as condições das estações de tratamento de água e esgotamento sani-tário, implantar o pagamento do adicio-nal de moto condutor (30%), o que vem descumprindo a lei, e regularizar o paga-mento do adicional de insalubridade. Ela paga a uma parte do pessoal, deixando de lado trabalhadores (as) no mesmo setor, desempenhando atividades iguais, sem o referido adicional.

Apesar disso, o clima na empresa é de expectativa com a eleição do (da) primeiro (a) representante de trabalha-dores (as) no Conselho de Administra-ção, prevista para os dias 8 e 9 de janeiro próximo. Foi outra conquista obtida no atual acordo coletivo, juntamente com a eleição de três representantes sindicais de base. O acordo também reduziu de 13 para 4 a quantidade de pisos salariais, reduzindo injustiças na remuneração do quadro funcional.

SAAE’S

As condições de trabalho são bem

precárias na maioria dos Saae’s e o que im-pede a melhoria é a forte ingerência políti-ca de prefeitos e vereadores nessas autar-quias. Essa ingerência provoca “queda de caixa”, deixando faltar recursos para con-tratação de novos (as) empregados (as), melhoria salarial e das instalações e equi-pamentos, além de investimentos em segu-rança e saúde do trabalho. É necessário se fazer muito para reverter o atual cenário de muitos Saae’s.

Algumas autarquias convivem com alta taxa de inadimplência, o que, aliada à falta de reajuste tarifário anual por inte-resse político (para fi car bem com a so-ciedade), deteriora a condição fi nanceira delas. É basicamente o caso de Itapetin-ga e Itororó: nesse último, ainda vigora o “vale água”, que garante descontos aos usuários, e mesmo nesse grupo de be-nefi ciados se verifi ca alta inadimplência. Além disso, o consumo de água não é cobrado de vários órgãos públicos, in-cluindo os municipais.

Ainda por ingerência política, não é realizado concurso público na maio-ria das autarquias, apesar de ser obriga-ção legal. Muitos (as) trabalhadores (as) têm vínculo precário de emprego, como prestadores (as) de serviço, fi cando sem direito a FGTS, décimo-terceiro salário, previdência social etc. Muito grave tam-bém é a quantidade de trabalhadores (as) terceirizados (as). O quadro de pessoal é defasado e as condições de saúde e se-gurança são as piores possíveis (não for-necem EPI’s nem possuem Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA)). Poucas instalam Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa’s). O pa-

gamento de obrigações legais, a exemplo dos adicionais de insalubridade e pericu-losidade, é outra irregularidade gritante.

Nesse campo de difi culdades, acres-centa-se ainda que alguns Saae’s fi rmam acordos coletivos mas os descumprem. O de Valença, por exemplo, ainda não conce-deu a Gratifi cação de Incentivo à Produti-vidade (GIP), embora prevista no acordo. Esse benefício é pago regularmente no Saae de Alagoinhas, um dos que, em com-paração aos demais, apresenta melhores condições de trabalho. Apesar de tantos problemas, neste ano o Sindicato passou a representar trabalhadores (as) de duas novas autarquias: Paratinga e Jaborandi.

CETREL S/A, CETREL LUMINA, DAC E FOZ JAGUARIBE

Empresas do mesmo grupo (Ode-brecht), a Cetrel S/A, Cetrel Lumina e DAC trazem para 2015 problemas se-melhantes e que vão nortear a nossa luta. Nelas se faz urgente a revisão dos planos de cargos e salários, bem como das tabelas salariais, uma vez que é quei-xa geral que os salários estão abaixo dos praticados no mercado. Também é ne-cessário o estabelecimento de metas ra-zoáveis, além de maior transparência, no programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A falta de transparência e informa-ções deixou empregados (as) desnor-teados durante a concessão do último benefício do programa na Cetrel S/A, onde houve redução em torno de 50% do valor. Um outro campo de batalha a

O ano chegou ao fi m, marcado por uma jornada vitoriosa que assegurou bons acordos coletivos e muitas (e importantes) conquistas para a categoria. Mas é preciso olhar pra frente e nesse horizonte sabemos que

existem muitos desafi os a serem superados. A categoria tem de se unir, fi car mais fortalecida e nisso é impor-tante atentar para a necessidade de fi liação de cada trabalhador (a). Chegamos a 2015 sob novo governo,

com a Embasa e a Cerb juntas numa mesma secretaria, e isso traz esperança de que sirva de alento para o setor. Ao mesmo tempo, temos de fi car alertas, pois ainda persistem as ameaças de privatização, especialmen-te através das parcerias público-privadas. A seguir, um rápido panorama dos desafi os que vamos enfrentar ao

longo do próximo ano nas empresas e autarquias que o Sindicato representa.

3Encarte da edição de nº 45/2014

Page 5: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

ser perseguido é a escolha de represen-tantes sindicais nessas empresas.

Na Foz Jaguaribe, também integran-te do mesmo grupo econômico, o pa-norama não é muito diferente, embora tenha algumas peculiaridades. Além da falta de representante sindical, é preciso conquistar a revisão do plano de cargos e salários e da tabela salarial (os salários são baixos) e também avançar em bene-fícios. A empresa resiste em conceder o que já rotineiro em diversas companhias, a exemplo dos auxílios creche, material escolar e fi lho especial.

CERB

Não se sabe o que vai mudar na re-lação da Cerb com o seu quadro fun-cional em 2015, em função do novo go-verno que toma posse em primeiro de janeiro. Mas de uma coisa a categoria sa-be: existe muito a se conquistar, e para isso está preparada, sobretudo para ver concretamente os ganhos do novo plano de cargos e salários aprovado ao fi nal de várias greves e manifestações este ano, e que saiu junto com o acordo coletivo de trabalho. Vamos lutar para se ocorra, até porque agora a Cerb compartilha a mes-ma secretaria que a Embasa e todos (as) exigem um tratamento adequado.

Ninguém ainda teve acesso ao plano de cargos e esse mistério continua nas mesas da Secretaria de Administração do Estado, onde há meses está sendo anali-sado. Ele é instrumento fundamental para valorizar e motivar o quadro de pesso-al, mas até agora a empresa só assumiu o pagamento dos reajustes negociados na época do acordo coletivo (falta uma par-cela a ser paga em março). Também falta a revisão da tabela salarial e a implantação da promoção por antiguidade.

Ainda no que se refere à motivação, há anos a empresa não concede ganho real de salário, só se permitindo a repor a infl ação medida pelo IPCA, e mesmo assim de forma parcelada. Alia-se a isso o fato de que os salários estão baixos. Sempre alegando falta de recursos, pois depende do tesouro estadual, a Cerb deixa até mesmo de oferecer uma diária digna aos que se aventuram na estrada para realizar algum serviço.

Existem ainda casos de perseguição praticados por algumas chefi as, alvo cons-

tante de denúncias ao Sindicato. Além de elevado número de pessoal terceirizado ilegalmente (a empresa precisa realizar urgentemente outro concurso público), a maioria dos cargos de gerência é pre-enchida por pessoas estranhas ao quadro funcional, numa burla ao acordo coletivo. Há, ainda, médico e engenheiro do traba-lho terceirizado, além de assistentes so-ciais, além de inúmeras diaristas.

O pessoal de campo tem uma re-clamação que atravessa anos: falta segu-rança para as equipes e as condições no ambiente de trabalho são péssimas. Um “trailer”, quente, dentro do mato, se tor-na insalubre e mesmo periculoso, sendo dividido por vários empregados. Muitos tomam banho ao ar livre e não existe compartimento adequado para se arma-zenar alimentos.

A luta que vai se arrastar no ano que vem também será por uma melhor gra-tifi cação de férias, como já fazem inúme-ras empresas. Vamos manter a cobrança para implantação da comissão que vai discutir esse assunto, bem como me-lhorias no PPD. É preciso corrigir defi -ciências no plano de saúde e, ao mesmo tempo, reduzir o valor pago por aposen-tados (as). Muitos que chegam à aposen-tadoria estão preferindo aderir ao Plan-serv diante dos extorsivos valores do plano de saúde oferecido pela empresa.

EMBASA

Em que pese muitos avanços obti-dos ao longo dos últimos anos, é exten-sa a lista de pendências que levaremos para o próximo ano com a Embasa, ago-ra transferida da Secretaria de Desen-volvimento Urbano (Sedur) para a re-cém criada Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS). São tan-tas que será necessária uma forte mo-bilização da categoria para superá-las, a começar pela correção da tabela salarial e dos desvios de função. Não se pode esquecer ainda que ainda precisamos lu-tar para garantir mais avanços em nosso acordo coletivo.

Se já houve a mudança no mode-lo de distribuição proporcional para o misto, o Programa de Participação nos Resultados (PPR) ainda precisa ser alvo de várias modifi cações. O objetivo é de avançar sempre, até chegarmos num va-lor linear, igual para todos (as), confor-

me já se manifestou a maioria dos (das) trabalhadores (as). Cobraremos o esta-belecimento de metas de execução mais condizentes e pela maior transparência no acompanhamento dessas metas.

A terceirização ilegal é gritante e mesmo os concursos públicos realiza-dos até agora não foram sufi cientes nem mesmo para diminuí-la. Essa forma de trabalho precarizado também traz enor-mes despesas e muito infl uencia no atin-gimento de metas do PPR. Há locais de trabalho em que empregados (as) pró-prios (as) são chefi ados por terceiriza-dos. Desse modo, vamos cobrar novo concurso, que também servirá para su-prir a carência de vagas.

O setor de saúde e segurança é um problema crônico e volta e meia é mo-tivo de denúncias em razão de prejuízos causados, tanto aos (às) empregados (as), quanto à empresa. A Embasa se arris-ca ao não cumprir metas estabelecidas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fi rmado com o Ministério Público do Trabalho, deixando que o perigo seja uma constante no ambiente de trabalho. Há defi ciência de treinamentos, assim como é preciso garantir a todos (as) os equipamentos de proteção individual e coletiva. Atravessaremos de um ano para o outro na expectativa de que seja regu-larizado o pagamento dos adicionais de periculosidade e insalubridade. Enfi m, é necessário que a empresa coloque em execução uma efetiva política de saúde e segurança do trabalho.

Também existem desafi os contidos no plano de saúde e odontológico, deven-do a operadora melhorar a qualidade do serviço e ampliar o leque de clínicas, hos-pitais e profi ssionais credenciados, espe-cialmente no interior do estado. Porém, o maior desafi o será arrancar da Embasa um plano de autogestão, que seguramen-te signifi cará menos dores de cabeça para o quadro funcional e reduzirá as despesas dela com o atual plano privado.

Outro olhar é preciso dar para tra-balhadores (as) aposentados (as), que necessitam de uma preparação para en-carar a aposentadoria, recebendo a de-vida assistência de quem tantos anos de trabalho dedicou à empresa. Aos (às) aposentados (as) também é necessário assegurar o plano de saúde em condi-ções que eles (elas) possam suportar.

4 Encarte da edição de nº 45/2014

Page 6: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

5

“O verdadeiro resultado de nossas lutas não é o êxito imediato, mas a união cada vez mais ampla dos trabalhadores.Karl Marx

Participação dos trabalhadores(as) na aprovação da proposta do PPR na Embasa

FEIRA DE SANTANA CRUZ DAS ALMAS

EUNAPÓLIS

PAULO AFONSO

SEABRA

SANTO ANTONIO DE JESUS

IPIRÁ

ITABUNA

ITABERABA

TEIXEIRA DE FREITASSANTO AMARO

POJUCA

ITAMARAJU

RIO VERMELHO

PEDRA DO CAVALO

ALAGOINHAS

SERRINHA

Page 7: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.45 - Dezembro 2014

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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IDADE DA PEDRAQuando todos (as) pensavam estar re-

solvida a questão da previdência social para aposentados, em relação aos recolhimen-tos atualizados incluindo os ganhos com os dissídios de 2001 e 2003, eis que surge ou-tro problema: a previdência informou que a Cerb utilizou um formulário que caiu em desuso há 12 anos. Por isso não atualiza os valores dos benefícios que estão sendo pa-gos ou que virá a pagar em decorrência dos reajustes salariais resultantes dos dissídios.

ITAPARICAOs (as) empregados (as) do escritório

da Embasa em Itaparica fi zeram festa de con-fraternização na última sexta (19), mais uma vez recorrendo à famosa “vaquinha”. Tiveram apoio de empregados (as) da terceirizada Am-biente, que também participaram dos comes e bebes. Evitaram de novo a festa na unidade regional de Santo Antônio de Jesus, a ser rea-lizada nesta segunda (22), pois têm de pagar o transporte (R$ 15,00 por pessoa).

CRIME DE FEMINICÍDIOPassou no Senado, e aguarda votação

na Câmara dos Deputados, projeto de lei que inclui o crime de feminicídio no Código Penal. Com isso, matar uma mulher por mo-tivação de gênero passa a ser um agravante do homicídio e levar a uma pena de 12 a 30 anos de prisão. O projeto considera razões de gênero a violência doméstica e familiar, a violência sexual, a desfi guração ou mutila-ção da vítima ou o emprego de tortura ou qualquer meio cruel e degradante. Mais de quatro mil mulheres foram assassinadas no Brasil de 2000 a 2010.

MAIS EMPREGOS - IForam 2.904 o número de empregos,

com carteira assinada, registrados na Bahia em novembro, conforme indica o Cadas-tro Geral de Empregados e Desemprega-dos (Caged), do Ministério do Trabalho. É o terceiro melhor desempenho em rela-ção aos estados do Nordeste. Reverteu a queda registrada em outubro e foi menor que a quantidade registrada em novembro do ano passado (7.962). Os municípios que mais abriram vagas de trabalho foram Salva-dor, Camaçari e Brumado. Mais uma vez, o grande destaque na geração de empregos foi o setor de comércio.

MAIS EMPREGOS - IIAinda de acordo com o Caged, o Brasil

registrou um saldo de apenas 8.381 vagas de emprego no mês passado, uma redução de 87,9% em relação a novembro do ano passa-do (69.361 postos de trabalho). O mercado de trabalho acumulou a geração de 938.043 empregos formais nos 11 meses de 2014. É o menor resultado para o acumulado anual até novembro desde 2003. Naquele ano, na série ajustada, o Brasil chegou ao fi m de no-vembro com a geração de 860.887 postos.

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Na Embasa “gata” utiliza veículocom documentação irregular

No EL-Serrinha, veículos da MS Cons-trutora são disponibilizados para prestação de serviço a sociedade com licenciamento vencido. O fato foi identifi cado durante visi-ta de rotina na unidade e a irresponsabilidade não para por aí. Lá também foram encontra-das motocicletas utilizando reboque (“carreti-nha”) para transporte de ferramentas em de-sacordo com o previsto pela resolução 274 do Conselho Nacional de Trânsito (CON-TRAN). Numa possível fi scalização quem fi ca prejudicado mais uma vez será o trabalhador que usa do veiculo para as suas atividades la-borais. A restrição também está prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Como já anunciado em boletins anteriores, o Sindicato tem buscado parcerias com órgãos de trânsi-to para coibir práticas como essa.

ART. 139 CTB (DA LEI 12009/09)

§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos infl amáveis ou tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do gás de cozinha e de galões contendo água mine-ral, desde que com o auxílio de side-car, nos ter-mos de regulamentação do Contran.

Por ampla maioria, está aprovada a proposta do PPR na Embasa

De forma tranquila e por ampla maioria, tra-balhadores (as) da Embasa aprovaram a propos-ta do Programa de Participação nos Resultados (PPR) encaminhada pela empresa. No resultado parcial computado até a tarde da última sexta (19), foram 645 votos a favor e 26 contra, mais 24 abstenções, depois de duas semanas de assem-bleias realizadas na capital e interior. O modelo de distribuição do benefício seguirá o do último programa e o seu pagamento está previsto para acontecer entre abril e maio do próximo ano.

As últimas assembleias foram realizadas na semana passada, no interior, com a maioria aprovando a proposta por unanimidade. Mas seja no interior, seja na capital, o sentimento da categoria é de ajustar com a Embasa, já nos próximos dias, o calendário de negociação do próximo programa, com mudanças nas metas e nos critérios de distribuição.

O modelo de PPR aprovado nas assem-bleias segue o mesmo que resultou da mediação entre o Sindicato e a Embasa, junto ao Ministério Público do Trabalho, no primeiro semestre des-

te ano. O benefício será pago de uma única vez, seguindo o modelo misto: de um total de R$ 23 milhões* que serão distribuídos, cerca de 12,5 % será linear (igual), garantindo um patamar de R$ 600,00 para cada um nessa parcela, e o restante será proporcional à remuneração. Antes, a em-presa só aceitava o modelo proporcional.

Discutida e aprovada pela categoria des-de o ano passado, a mudança do modelo pro-porcional de distribuição para o misto ocorreu após vários protestos e paralisações, exigindo muita mobilização e resistência de todos (as). Esse novo modelo permite maior justiça na di-visão do benefício do PPR, aumentando a par-cela a ser paga para quem ganha menos. Até porque é um prêmio pelo atingimento de me-tas, que só é possível acontecer pelo esforço conjunto da categoria.

* Valor apenas para fi ns de ilustração da forma de cálculo. Folha do décimo terceiro em 2013: 18 milhões de reais. Valor estimado da folha do décimo para 2014 é de 20 milhões de reais. O montante é calculado pelo fator 1.23.