[sindae] gota d'água - ed. n.26 - julho 2015

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 26 – 27 de julho de 2015 www.sindae-ba.org.br ACESSE A VERSÃO DIGITAL JORNADA DE TURNO: EMBASA PRORROGA MUDANÇAS POR MAIS 90 DIAS PÁGINA 3 ACORDO NO SAAE DE JUAZEIRO TEM GANHO REAL DE SALÁRIO PÁGINA 5 PLANO DE SAÚDE: REAFIRMAMOS QUE ACORDO É PARA SER CUMPRIDO PÁGINA 3 NESTA TERÇA TEM NOVA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO NO MINISTÉRIO PÚBLICO PÁGINA 5 Nesta segunda (27) completamos 22 dias de greve, mas nem a Cerb nem o governo estadual dão sinais de querer o m da paralisação, pelo menos de forma civilizada. Querem pelo terror e truculência, mas se es- barram numa categoria unida, com incrível determinação para conseguir um acordo coletivo decente. Repressão e coação se zeram rotineiras, com presença ostensiva da PM e ameaças a terceirizados (as) e ocupantes de cargos em comissão. Um despreparado gerente chegou a agredir um companheiro em Seabra. Nada disso impede o nosso movimento. A greve continua.Vamos à luta. PÁGINA 2 Governo implanta o terror Governo implanta o terror na Cerb, mas categoria está na Cerb, mas categoria está firme. Greve continua firme. Greve continua EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – SINDAE convoca os interessados, Empregados da CETREL- LUMINA Tecnologia e Engenharia Ambiental Ltda. para a Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 31/07/2015, na Estação de Incineração em Camaçari, às 14:00 horas em 1.ª convocação com a presença de 10% ou em 2.ª, meia hora após, com qualquer número para deliberar sobre: 1. Avaliação das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016; 2. O que ocorrer. Salvador, 24 de julho de 2015. Danillo Libarino Assunção Coordenador Geral JÚLIA GUEDES

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Page 1: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.26 - Julho 2015

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 26 – 27 de julho de 2015

www.sindae-ba.org.br

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ESSE

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JORNADA DE TURNO: EMBASA PRORROGA MUDANÇAS

POR MAIS 90 DIAS PÁGINA 3

ACORDO NO SAAE DE JUAZEIRO TEM GANHO REAL DE SALÁRIO

PÁGINA 5

PLANO DE SAÚDE: REAFIRMAMOS QUE ACORDO

É PARA SER CUMPRIDOPÁGINA 3

NESTA TERÇA TEM NOVA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO NO

MINISTÉRIO PÚBLICOPÁGINA 5

Nesta segunda (27) completamos 22 dias de greve, mas nem a Cerb nem o governo estadual dão sinais de querer o fi m da paralisação, pelo menos de forma civilizada. Querem pelo terror e truculência, mas se es-barram numa categoria unida, com incrível determinação para conseguir um acordo coletivo decente. Repressão e coação se fi zeram rotineiras, com presença ostensiva da PM e ameaças a terceirizados (as) e ocupantes de cargos em comissão. Um despreparado gerente chegou a agredir um companheiro em Seabra. Nada disso impede o nosso movimento. A greve continua. Vamos à luta. PÁGINA 2

Governo implanta o terror Governo implanta o terror na Cerb, mas categoria está na Cerb, mas categoria está firme. Greve continuafirme. Greve continua

EDITAL DE CONVOCAÇÃOASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – SINDAE convoca os interessados, Empregados da CETREL- LUMINA Tecnologia e Engenharia Ambiental Ltda. para a Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 31/07/2015, na Estação de Incineração em Camaçari, às 14:00 horas em 1.ª convocação com a presença de 10% ou em 2.ª, meia hora após, com qualquer número para deliberar sobre: 1. Avaliação das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2015/2016; 2. O que ocorrer.

Salvador, 24 de julho de 2015.Danillo Libarino Assunção

Coordenador Geral

JÚLIA GUEDES

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Terror, repressão e muita luta na greve da Cerb. Governo continua intransigente

rente chegou a agredir um companheiro. Essa conduta não é própria para quem exerce esse cargo e muito menos para quem vai se bene-fi ciar do acordo coletivo. Tivemos a denúncia de que em Senhor do Bonfi m o gerente pe-diu autorização para que uma terceirizada assi-nasse cheques no lugar de uma funcionária do quadro próprio. Se eles gostam de agir assim, deveriam recusar tais benefícios.

Diretores e gerentes da Cerb também promovem a coação e distribuem ameaças

A CUT Nacional programou para esta terça (28), em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, um ato contra os rumos da política econômica do país. O protesto acontecerá no momento em que o Comitê de Política Mo-netária (Copom) estará reunido para tratar da taxa Selic, a taxa básica de juros que serve de referência para a economia brasileira.

Os recentes aumentos na taxa Selic fo-ram duramente criticados pela direção da CUT e não está descartada uma nova alta nes-ta terça. A Central tem cobrado do governo a participação de trabalhadores no Copom. Se-gundo Sérgio Nobre, secretário-geral da enti-dade, o Comitê “é coisa de um grupo de buro-cratas, que não entendem nada de produção”.

Petroleiros (as) de todo o país reali-zaram uma greve de advertência de 24 ho-ras na última sexta (24), com adesão ma-ciça da categoria. Na Bahia, no mesmo dia houve um ato, do qual o Sindae participou e prestou solidariedade, na frente de uma das unidades da Petrobras, a Fafen, no Polo Petroquímico. A categoria está em luta pe-lo acordo coletivo e por melhores condi-ções de trabalho, mas sobretudo contra o Projeto de Lei 131, do senador José Serra (PSDB-SP), que pretende retirar a empresa da condição de operadora única do pré-sal, contra a venda de ativos da Petrobras, e pe-la manutenção de investimentos nos cam-pos maduros, conclusão de projetos já ini-ciados, entre eles as plataformas marítimas, e investimentos na indústria nacional.

Servidores públicos fazem ato unificado e cobram mais respeito do governo

CUT fará nesta terça protesto contra os rumos da economia

Nossa categoria solidária com

petroleiros (as) em greve na defesa

da Petrobras e do pré-sal

O Sindae participou de ato unifi cado de várias categorias de servidores públicos em greve na Bahia, na última terça (21), e apro-veitou para denunciar a intransigência e tru-

Após 22 dias consecutivos de greve com-pletados nesta segunda-feira (27), nem a dire-toria da Cerb nem o governo estadual deram sinais de querer o fi m do impasse. Nenhuma negociação tem sido realizada. Se de um lado recusam o diálogo, do outro esbanjam energia para aterrorizar, reprimir e coagir a categoria, mas esta se mantém unida e fi rme, com incrí-vel determinação para alcançar o objetivo que é um acordo coletivo decente.

A presença da polícia militar tem sido ostensiva na frente da sede da Cerb, deixan-do claro que empresa e governo não sabem identifi car quem é trabalhador (a) ou bandi-do (a). O pior é que essa truculência viola a lei que garante o direito de greve e parte justamente de um governo tido como popu-lar e democrático, revivendo um triste pas-sado na Bahia. Nada justifi ca isso num mo-vimento pacífi co e ordeiro, numa categoria que sempre defendeu o saneamento público em prol da sociedade.

A truculência não se faz presente apenas na sede da empresa. A gerência do núcleo de Teixeira de Freitas também chamou a polícia para coagir trabalhadores. Em Seabra, o ge-

JÚLIA GUEDES

EDMILSON BARBOSA

aos terceirizados e ocupantes de cargos em comissão, exigindo que enfrentem os gre-vistas, sob pena de demissão ou perda de cargos. A própria representação da Cerb, durante a audiência de mediação, ouviu a procuradora dizer que terceirizados não podem substituir empregados próprios.

culência do governo e da Cerb para negociar o acordo coletivo de trabalho. Realizada na Avenida Tancredo Neves, uma das mais mo-vimentadas de Salvador, a manifestação co-brou negociações mais justas e mais respei-to dos governos federal, estadual e municipal aos (às) trabalhadores (as), ao mesmo tempo em que mostrou para a sociedade os moti-vos das greves que têm deixado paralisados diversos órgãos e empresas. A CUT Bahia es-teve à frente do ato e o presidente da cen-tral, Cedro Silva, fez a defesa da Petrobras e também cobrou reformas nos meios de co-municação e no sistema político. O protestou também abrangeu o ajuste fi scal do governo.

JÚLIA GUEDES

MÁQUINAS PARADAS

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“Quem não luta ao seu lado durante a batalha não merece estar ao seu lado após a vitória.

Micaela Almeida ”

Trabalhadores (as) da Embasa na capital e interior levantaram muitas dúvidas e fi zeram críticas à proposta de migração do plano de saúde para o Planserv, durante videoconfe-rência realizada na última quarta (22) no au-ditório do Instituto Anísio Teixeira, que teve a participação de representantes da empresa e do plano de saúde. O coordenador do Sindae, Danillo Assunção, além de manifestar o mes-mo sentimento dos (das) empregados (as), foi categórico ao dizer que o plano de saúde é parte do acordo coletivo e que a entidade vai defender o cumprimento do acordo.

“A cláusula que prevê o plano de saúde vigora até abril de 2016 e qualquer altera-ção tem de passar por assembleia dos (das) trabalhadores (as). O governo não pode en-fi ar goela abaixo, pois o limite da autoridade é a lei”, afi rmou Danillo, para depois indicar uma série de questões que precisam ser re-solvidas para que o atendimento médico se-ja transferido para o Planserv.

Segundo Danillo, entre algumas ques-tões que o Planserv deve respeitar estão a tabela de custeio, cujo limite máximo de participação é R$ 50,00 para cada trabalha-dor (a), o reembolso, o transporte de doen-tes, medicamentos para doenças crônicas, manutenção de tratamento em hospitais fo-ra da rede Planserv, cobertura a dependen-tes, pensionistas, a fi lhos especiais e quem está em auxílio doença.

Caso não haja solução para todos esses casos e outros levantados pelos empregados (as), é quase impossível a migração do plano, segundo o coordenador. Por conta disso, co-brou da Embasa, desde já, que apresente uma

O Sindicato pediu e a Embasa acei-tou prorrogar por mais 90 dias o início de mudanças na jornada de turno por reveza-mento, que estava prevista para o começo de agosto. O pedido se deve à necessida-de da empresa resolver diversas questões, a exemplo do turno fi xo de 12 horas, que é desejado por algumas localidades.

Em reunião com a diretora de Gestão, Maria do Socorro, na última segunda (20), o Sindicato informou que nesse turno existe a necessidade de 6 operadores e não 5, com o

que a empresa concordou. Além disso, há a necessidade de programação do transporte de pessoal nos horários das trocas de turno, uma vez que na jornada de 8 horas, a quanti-dade de turnos aumenta de 12 para 18.

O Sindicato também cobrou a fl exibi-lização nos horários de entrada e saída dos turnos. A Embasa concordou e fi cou de co-locar uma orientação na sua intranet. Co-mo são várias pendências que precisam ser resolvidas, daí o pedido de prorrogação das mudanças na jornada de turno.

Em videoconferência, Sindicato reafirma que acordo coletivo tem de ser respeitado

Prazo de mudanças é prorrogado por 90 dias

PLANO DE SAÚDE DA EMBASA

JORNADA DE TURNO

solução alternativa para o caso de impedi-mento do Planserv, uma vez que “com saúde não se brinca”. A frase, também estampada em praguinhas coladas nas roupas, procurou mostrar para a Embasa a importância do pla-no de saúde para a categoria.

Conectados à rede, trabalhadores (as) de várias unidades fi zeram críticas à atual operadora e também às restrições do Plan-serv. Por uma razão simples: o receio é de que o que está ruim fi que pior. Uma das re-clamações mais constantes é quanto à re-de de atendimento: se em Salvador grandes hospitais não estão conveniados, no interior a situação é muito crítica. Nesse sentido fo-ram citados os casos de Barreiras, Eunápolis e Porto Seguro.

Representantes do Planserv responde-ram que médicos dessas regiões não que-rem fazer convênios com planos de saúde. É uma situação que precisa ser resolvida. Para o caso de quem tem doença crônica, que pode sofrer restrições de atendimento, es-

ses representantes disseram que o plano faz análise caso a caso.

A diretora de Gestão Corporativa da Embasa, Maria do Socorro Vasconcelos, re-conheceu a existência dos vários problemas e disse que essa é a fase na qual estão sen-do discutidas as soluções com o Planserv e que tudo precisa estar defi nido até 3 de se-tembro, quando termina o contrato com a Promédica. Segundo ela, a questão sobre a tabela de custeio já está resolvida e que uma das grandes preocupações é a manutenção do dependente dentro do plano com a mor-te do titular, o que hoje o Planserv não aceita.

Outra questão: a empresa, segundo a diretora, estuda a contratação de um segu-ro para garantir atendimento a quem esti-ver trabalhando fora do estado (a cobertu-ra do Planserv é apenas estadual). Também prometeu acatar a sugestão de um partici-pante da videoconferência e colocar na in-tranet, regularmente, a solução encontrada para cada pendência.

EDMILSON BARBOSA

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JÚLIA GUEDES

A Direção do Sindae repudia, com veemência, mais um ato de truculên-cia e arbitrariedade do governo estadual, manifestadas nas prisões da co-ordenadora Ana Angélica Rabelo, e do diretor Édson Conceição, ambos do Sindlimp, na manhã do último sábado (25), em frente à Escola Landulfo Alves (antigo prédio da Petrobras).

Foram presos pela Polícia Militar duramente uma manifestação pacífi ca na frente da Escola, e levados para uma delegacia próxima ao Shopping da Bahia, quando reclamavam do absurdo atraso, de três meses, no pagamento do salário, tíquete refeição e vale transporte dos (das) empregados (as) ter-ceirizados (as) da empresa HD.

Justa seria a punição à empresa HD, que regularmente atrasa o paga-mento de empregados (as) que prestam serviços de limpeza em todo o estado para a Secretaria de Educação. É inaceitável tal conivência que aten-ta contra a dignidade humana. E mais ainda, num estado que recentemente aprovou a chamada Lei Anticalote justamente para coibir esse tipo de abuso regularmente praticado pelas prestadoras de serviço ao estado.

A classe trabalhadora exige respeito do governo estadual e vai se man-ter em luta pelos seus direitos, assim como estão fazendo empregados(as) da Cerb, que se mantém fi rmes mesmo sofrendo a repressão policial contra a greve visando o acordo coletivo de trabalho.

DIRETORIA DO SINDAE

Caso sejam dadas boas condições de trabalho, o Comitê de Equidade da Emba-sa pode produzir muito mais. Essa certeza foi dada pelo Sindicato à diretora de Ges-tão de Pessoas, Maria do Socorro Vasconce-los, durante reunião na última segunda (20). Cobramos dela uma determinação às ge-rências para que liberem os integrantes do Comitê para as atividades dentro e fora da empresa, bem como o pagamento das res-pectivas diárias.

Vasconcelos disse que vai analisar as reivindicações e manifestou interesse em participar de algumas atividades, cobrando a apresentação do planejamento dessas ativi-dades. Ao mesmo tempo, o Sindicato apre-sentou a relação de nomes para integrar a nova gestão do Comitê e cobrou que a Em-basa apresente a lista dela.

Para a representação do Sindicato, fo-ram relacionados Daiane Souza Silva, Dou-glas Renan Neves de Carvalho, Helder da Sil-va Rosa, Josinilda Barreto Silva Cruz, Juliana Silva Santana, Leiane Freitas Oliveira, Moni-ra de Jesus Silva, Orlando Pereira dos Santos, Patrícia Jesus Lima e Uilma Santos Pesqueira.

EM BUSCA DO SELO – Na última quinta (23) o grupo se reuniu para dar continuidade

à construção do relatório que será encami-nhado para a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), em Brasília, até o próximo dia 3. O documento deve ser fi nalizado nas reuniões destas terça (28) e quinta (30). De-pois desta data a Embasa aguardará a avalia-ção da SPM quanto à execução do Programa do Pró-Equidade neste último biênio e, em caso de êxito, a convocação para receber o selo em novembro. Ainda está prevista uma videoconferência, em parceria com a Petro-brás, para tratar da adequação do fardamen-to segundo gênero, no mês de agosto.

INSALUBRIDADE – Nessa mesma reu-nião, a Embasa informou que, devido à re-estruturação da diretoria, ainda está organi-zando as informações sobre os grupos que têm direito ao adicional de insalubridade. Portanto, o pagamento não chegou a acon-tecer, conforme informamos no boletim an-terior com base em informação da empresa. A diretoria deu previsão de que esse tra-balho de identifi cação dos grupos seja feito dentro de 15 dias.

Além dessa questão, o Sindicato voltou a cobrar da empresa uma ação no sentido de pressionar o governo pela inclusão dos (das) empregados (as) da Embasa no pro-grama habitacional dos servidores.

Cobrada mais atenção da Embasa para o Comitê de Equidade

NOTA DE REPÚDIO

Logo após a audiência de mediação, na última quarta (22), o Sindicato forma-lizou denúncia no Ministério Público do Trabalho contra ação antissindical pratica-da pela Cerb e pelo estado durante a gre-ve dos (das) trabalhadores (as). Além disso, entramos com ação, com pedido de limi-nar, requerendo o afastamento da Polícia Militar das imediações da empresa.

Isso se deve à presença ostensiva e ameaças de policiais militares em frente da sede da empresa, inclusive fazendo “cor-redor polonês” para forçar a entrada de empregados (as). Policiais também foram chamados em Teixeira de Freitas e Seabra.

Nas duas medidas, o Sindicato sus-tenta que essa conduta viola o direito constitucional de livre organização dos trabalhadores, além do art. 1º da Conven-ção nº 98 da Organização Internacional do Trabalho, além da própria Lei de Greve, em seu art. 6º, que proíbe uso de meios para constranger o movimento ou preju-dicar direitos e garantias. A mesma norma permite o uso de meios pacífi cos para que trabalhadores participem da greve.

Sindicato denuncia empresa

e estado por práticas antissindicais

JÚLIA GUEDES

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A Cerb perdeu uma boa oportunida-de de colocar fi m à greve, ao não apresen-tar qualquer proposta de acordo coletivo du-rante a audiência de mediação realizada na última quarta (22), no Ministério Público do Trabalho. Representantes da empresa insisti-ram que restrições orçamentárias do governo impedem qualquer proposta diferente daque-la apresentada no começo das negociações e amplamente rejeitada pela categoria.

No entanto, terão uma nova oportu-nidade, uma vez que o Ministério Público marcou nova mediação para esta terça (28), às 13 horas. Assim como aconteceu na pri-meira audiência, também nesta a categoria precisa estar presente.

Na primeira mediação, o Sindicato indi-cou à procuradora Rita de Cássia dos Santos Mantovanelli várias condições para se che-

gar ao acordo coletivo. No caso do reajuste salarial, propôs que a retroatividade negada pela Cerb na segunda parcela prevista para novembro (3,51%) seja paga em três parce-las, indo de novembro deste ano a janeiro de 2016. Ou, ainda, para compensar o não paga-mento da retroatividade dessa parcela, que a empresa conceda uma faixa para todos (as) no plano de cargos e salários. O Sindicato in-formou, ainda, que o reajuste pedido para o tíquete alimentação não é grande, indo dos R$ 6,50 atuais para R$ 8,00, o mesmo acon-tecendo nas diárias, congeladas há 11 anos.

Aproveitamos, ainda, para denunciar os enormes gastos com o pagamento de cargos comissionados e de empresas terceirizadas e as precárias condições de trabalho no cam-po: essa denúncia será formalizada e o MPT fi cou de investigar. Caso os fi scais a compro-vem, será aberta uma ação contra a empresa.

Depois de muitas idas e vindas e vá-rias negociações, fi nalmente os (as) tra-balhadores (as) do Saae de Juazeiro pude-ram comemorar o fechamento do novo acordo coletivo deste ano. Ele foi aprova-do por unanimidade em assembleia reali-zada na última quinta (23) e gerou muita satisfação por um motivo: é um dos me-lhores já realizados nos últimos anos.

Além da reposição da infl ação, com reajuste salarial de 8,34% retroativo a maio, a negociação garantiu mais 8,5% a partir de agosto, como forma de substituir uma gratifi cação criada em 2013 no lugar do pagamento de perdas salariais anterio-res. Como essas perdas eram de 7,16%, a categoria terminou tendo um ganho real de salário de 1,34%.

Uma outra luta que está sendo per-seguida pela categoria é a implantação do plano de cargos e salários para os servido-res municipais, no qual o Saae será inclu-ído. Ainda na semana passada houve uma reunião de uma comissão sindical com re-presentantes da Prefeitura. A tabela sala-rial já está sendo fi nalizada e a previsão é de que o plano seja aprovado em 28 de outubro, Dia do Servidor Público.

Dentro do plano, o Sindae está buscan-do discutir melhorias nos auxílios creche, fi -lho especial e funeral, além do plano de saú-de dos (das) trabalhadores (as) do Saae.

Ministério Público fará nova mediação da greve nesta terça

Trabalhadores (as) do Saae de Juazeiro comemoram bom

acordo

Mais dois importantes acordos coleti-vos foram fechados na semana passada com empresas de saneamento da Bahia, sendo o primeiro deles com a Cetrel S/A, aprova-do em assembleia realizada na última terça (21) e o segundo com a DAC, aprovado em assembleia na última sexta (24). Integrantes do mesmo grupo econômico, Odebrecht, as duas garantiram recompor as perdas da infl ação, pagando reajuste salarial de 8,34%, índice apurado pelo INPC-IBGE. O reajuste é retroativo a primeiro de maio.

Além da recomposição salarial, os acordos coletivos preveem a correção de benefícios econômicos, a maioria acima da infl ação, a exemplo dos auxílios creche e educação, ambos no valor de R$ 720,00 e reajustados em 10,77%. O tíquete refeição foi para R$ 31,00 (correção de 10,71%), o auxílio PCD para R$ 800,00 (9,59%) e o au-xílio funeral de R$ 5.000,00 para o titular e de R$ 3.600,00 para o dependente.

Também houve avanço na complemen-tação do auxílio doença concedido pelo INSS, que teve o prazo ampliado para mais 30 dias. Já as questões referentes ao adicio-nal de extraturno e pagamento das horas extras nos feriados nacionais e nos treina-mentos, realizados fora da jornada de tra-balho, fi caram para negociações logo em seguida aos acordos coletivos. No caso do extraturno, fi cou de ser marcada uma apre-sentação de representantes das empresas sobre a fórmula de cálculo do adicional.

Com Cetrel S/A e DAC estão fechados mais dois importantes acordos coletivos

JÚLIA GUEDES

ACERVO SINDAE

DAC

EDITAL DE CONVOCAÇÃOASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – SINDAE, na forma do seu Estatuto, convoca os seus associados para Assembleia Geral Extraordinária que será realizada no dia 03 de agosto de 2015, no Auditório do SINDAE, sito à Rua General Labatut, nº 65 – Barris – Salvador - Bahia, em primeira convocação às 16h00min, com a presença de 10% (dez por cento) dos associados, ou em segunda convocação às 16h30min, com qualquer número, com a fi nalidade de eleger os delegados que participarão do 20.º Congresso da Federação Nacional dos Urbanitários e 1.º Congresso da Confederação Nacional dos Urbanitários.

Salvador, 24 de julho de 2015.Danillo Libarino Assunção

Coordenador Geral

OUTRAS EMPRESAS – Somente na se-mana passada o Sindicato conseguiu marcar negociações com outras empresas do grupo Odebrecht. Com a Cetrel Lumina será nesta quarta (29), pela tarde, e já temos assembleia marcada para a próxima sexta (31), às 14 ho-ras, na Incineração, em Camaçari. Com a Foz Jaguaribe a negociação será na próxima sexta (31), pela manhã e depois será marcada uma assembleia. Falta marcar agora uma reunião com a Odebrecht Ambiental.

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Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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DESEMPREGO – IDe acordo com pesquisa do IBGE, o

desemprego no Brasil chegou a 6,9% em junho, maior taxa para o mês desde 2010, quando fi cou em 7%. De maio para junho a alta foi de 0,2%, levando o instituto a consi-dera-lo estável. O número de pessoas sem trabalho foi estimado em 1,7 milhão em ju-nho, fi cando estável na comparação com maio, o mesmo acontecendo com quem está trabalhando (22,8 milhões).

DESEMPREGO – IITambém conforme o IBGE, o desem-

prego aumentou em todas as regiões me-tropolitanas pesquisadas e uma das que mais cresceu foi em Salvador, onde passou de 9% para 11,4%, e Recife, que oscilou de 6,2% para 8,8%. Já o rendimento mé-dio real (ajustado pela infl ação) dos tra-balhadores foi de R$ 2.149,10 em junho, crescendo 0,8% na comparação com maio (R$ 2.132,58 ) e diminuindo 2,9% em rela-ção a junho de 2014 (R$ 2.212,87).

DESEMPREGO – IIISegundo o Ministério do Trabalho, o

Brasil fechou 111.199 vagas de trabalho com carteira assinada em junho, o pior re-sultado para o mês desde 1992. Os dados são baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Na tentativa de estancar o desemprego, o go-verno lançou o Programa de Proteção ao Emprego, cujas regras começaram a valer na última quarta (22). Empresas em crise poderão reduzir a jornada e os salários em até 30%. O governo deve bancar me-tade do valor reduzido do salário.

FALECIMENTOO ex-companheiro Genival Eugênio

da Silva, por muitos anos foi operador da Embasa (trabalhou nas estações de Se-nhor do Bonfi m e Rio da Prata), faleceu na última quinta (23). Estava aposentado há quase dois anos.

SIGA-NOS:

RE

CIC

LÁV

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TOMENota

Depois de dois dias de debates realiza-dos entre os últimos dias 16 e 17 no audi-tório da Escola Politécnica da Ufba, os mes-trandos e professores do curso de Meio Ambiente, Águas e Saneamento fi caram com uma tarefa: produzir um documento a ser entregue aos gestores municipais mostrando como elaborar e executar planos de sanea-mento básico, uma exigência da Lei Nacio-nal de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007) que vem sendo solenemente descumprida.

Assim como os mestrandos, integran-tes de várias entidades da sociedade civil partilharam da proposta de elaborar esse documento a partir das ideias expostas no Seminário de Políticas e Planejamento do Saneamento Básico na Bahia, evento de ini-ciativa daquele Mestrado e que teve a par-ceria do Sindae, do Ministério Público e da Abes-Bahia. Representantes do Ministério das Cidades, da Funasa, da Unicamp, da Em-basa, do Crea, da Caixa Econômica Federal e da União dos Municípios da Bahia partici-param dos debates.

A proposta de produzir o documento é desafi adora, uma vez que existe um ciclo vicioso no Brasil que trava a elaboração dos planos de saneamento que, de um lado, é

exigido por lei e condição de acesso dos municípios aos recursos federais, e de ou-tro, é instrumento de melhoria da qualida-de de vida da população. Ao ser sanciona-da em 2007, a lei deu prazo para que eles fossem elaborados até 2010. Depois houve mais duas prorrogações no prazo e poucos municípios elaboraram seus planos.

De acordo com o professor Luiz Ro-berto Moraes, professor da Ufba, o proble-ma é grave: “São 5.570 municípios brasilei-ros sem uma cultura de planejamento, sem quadro técnico qualifi cado nas prefeituras e sem recursos fi nanceiros sufi cientes para pagar empresas de consultoria”. Lembrou, ainda, que 1.600 municípios se inscreveram para obter fi nanciamento da Funasa para a elaboração dos planos, mas apenas 80 fo-ram contemplados e desses apenas 35% concluíram seus planos.

Ele também alertou os gestores muni-cipais para o fato da lei exigir a participação da sociedade na elaboração dos planos: “Os municípios contratam empresas de consulto-ria para trabalhar para eles, ao invés de ser com eles. O Ministério Público do Estado está atento e certamente vai cobrar o cumprimen-to da lei” (com informações do Senge-Ba).

Mestrandos e professores de engenharia vão ensinar prefeitos elaborar planos municipais de saneamento

JÚLIA GUEDES