[sindae] gota d'água - ed. n.24 - julho 2014

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Page 1: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.24 - Julho 2014
Page 2: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.24 - Julho 2014

Trabalhadores (as) Trabalhadores (as) aprovam fechamento aprovam fechamento do acordo na Embasa. do acordo na Embasa. É um dos melhores É um dos melhores do setor este anodo setor este ano

Trabalhadores (as) aprovam fechamento do acordo na Embasa. É um dos melhores do setor este ano

MATRIZ ENERGÉTICA PRECISA DE MUDANÇAS URGENTES, COBRAM

ORGANIZAÇÕES SOCIAISPÁGINA 5

AMPLIAÇÃO DO GANHO REAL DE SALÁRIO GARANTE FECHAMENTO DE

ACORDOS COM CETREL S/A E DACPÁGINA 2

ACORDO FECHADO NO SAAE DE ALAGOINHAS ASSEGURA PAGAMENTO

DE PERDAS SALARIAISPÁGINA 2

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXVIII – Nº 24 – 28 de julho de 2014

www.sindae-ba.org.br

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Após uma longa mas vitoriosa campanha, com destaque para a gran-de mobilização da categoria, conseguimos chegar a mais um bom acordo coletivo com a Embasa. Ele foi aprovado por grande maioria, em assem-bleias realizadas na última sexta (25), e garante reajuste salarial de 7%, com ganho real de salário de 1,18%, e contempla ainda a revisão do Plano de Cargos, Salários e Carreira (PCSC), boas correções em diversas cláu-sulas econômicas e avanços importantes em diversos benefícios. Muitos dos avanços foram obtidos em três rodadas de negociação realizadas na semana passada. Por tudo isso, a categoria está de parabéns por mais uma luta vitoriosa. PÁGINAS 3 e 4

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Depois de várias rodadas de negocia-ção com o Sindicato, a Cetrel S/A e a DAC apresentaram uma nova proposta para o acordo coletivo, que acabou sendo apro-vada em assembleias realizadas na última quinta (24) nas sedes das empresas. A pro-posta aprovada trouxe como principal no-vidade o aumento do reajuste salarial, que saiu de 6,3% para 6,8%, o que implica num ganho real de salário de quase 1%.

Essa foi uma proposta considerada vantajosa, até porque, sobre o salário já re-ajustado pelos 6,8%, será aplicado um au-mento de 8,33% em troca da substituição pelo prêmio assiduidade. Esses dois percen-tuais incidirão diretamente no salário-base

pago pelas empresas, além de repercutirem nos adicionais e na aposentadoria de cada um (uma). Vale salientar que a incorporação de benefícios com ganho real é uma luta histórica do movimento sindical.

Outro ponto considerado importan-te na nova proposta é que as empresas se comprometeram a discutir o pagamento do extraturno após o fechamento do acor-do coletivo. Sobre esses temas muitas dúvi-das foram discutidas durante as assembleias entre os (as) trabalhadores (as) e o advoga-do Daniel Vencimento, do Sindae.

Em negociação anterior, as empresas já haviam aceitado pagar as horas extras

Nova proposta, com maior ganho real de salário, garante fechamento de acordo com a Cetrel S/A e DAC

Empregados (as) do Saae de Alagoinhas estão comemorando o novo acordo cole-tivo da categoria, aprovado em assembleia realizada na última terça (22), por unanimi-dade, trazendo reajuste salarial com ganho real de salário e pagamento das perdas his-tóricas, além de avanços importantes em algumas cláusulas, a exemplo do auxílio ali-mentação. Isso foi possível depois de várias negociações com a gestão da autarquia, mas a luta valeu a pena.

O Saae se comprometeu a zerar a in-fl ação medida pelo IBGE, aplicando um re-

Trabalhadores (as) do Saae de Alagoinhas comemoram o novo acordo coletivo

ajuste salarial de 5,82%, e a pagar as perdas salariais históricas de 3%. Somando-se a is-so, quando da aprovação do novo reajus-te tarifário nos serviços, irá conceder mais 1,18% sobre os salários. Além disso, avan-çou no auxílio alimentação, que passou de R$ 19,00 para R$ 21,00, incluindo também o pessoal que está em licença prêmio, e no auxílio material escolar, que subiu de R$ 190,00 para R$ 200,00. Também houve au-mento no auxílio fi lho especial, passando de 30% para 50% do salário base.

O bônus de páscoa, junino e natalino te-ve acrescido um tíque-te alimentação cada um (era 12, passou a 13). Também foi apro-vado o pagamento da substituição/interinida-de a partir de 15 dias e a realização, pela pri-meira vez, de exames periódicos. O Saae fa-rá licitação para esco-

lher quem fará o serviço. Uma comissão irá estudar a implantação da assistência médica e odontológica, enquanto o pagamento da Gra-tifi cação de Incentivo à Produção (GIP) deve ser paga entre setembro e outubro.

ITAPETINGA – O Sindicato vem bus-cando avançar nas negociações com o Sa-ae de Itapetinga que, até agora, insiste em conceder apenas 6% de reajuste salarial, mesmo assim em agosto e sem retroativi-dade à data-base da categoria, que é maio. Esta semana iremos tentar uma nova reu-nião com os gestores da autarquia.

CATU – Enquanto isso, em Catu os (as) trabalhadores (as) aguardam ansiosa-mente que a Câmara de Vereadores co-loque em votação, logo após o recesso parlamentar, o projeto de lei que prevê o acordo coletivo negociado com o Saae. O projeto não foi votado antes do recesso devido a divergências entre grupos políti-cos. São mais de 80 pais de famílias aguar-dando o desfecho desse problema.

aos operadores nos feriados 25 de dezem-bro e primeiro de janeiro. Os demais be-nefícios previstos na proposta de acordo continuaram mantidos: tíquete alimentação de R$ 28,00 (aumento de 12%), auxílios creche e educação de R$ 650,00 cada (au-mento de 8,33%), auxílio por fi lho porta-dor de necessidades especiais a R$ 730,00 (aumento de 8,95%) e auxílio funeral a R$ 4.600,00 para o titular e R$ 3.300,00 pa-ra os dependentes (reajustes de 6,97% e 6,10%, respectivamente).

A luta agora vai continuar para garan-tir mais transparência no Programa de Par-ticipação nos Lucros e Resultados, através da divulgação periódica do desempenho das empresas, assim como a revisão da ta-bela salarial, pois os salários estão muito aquém dos pagos nas demais empresas do Polo Petroquímico.

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LUTA VITORIOSA

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“O sonho é que leva a gente para a frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado.

Ariano Suassuna

Sem dúvida, a grande luta e forte mo-bilização garantiram aos (às) trabalhadores (as) da Embasa o fechamento de um dos melhores acordos coletivos deste ano en-tre as empresas de saneamento do país. Aprovado por ampla maioria em assem-bleias realizadas na última sexta (25), na capital e interior, o acordo garante um re-ajuste salarial de 7% de uma só vez (por-tanto com ganho real de salário de 1,18%), a revisão do Plano de Cargos, Salários e Carreira (PCSC), boas correções em di-versas cláusulas econômicas e avanços im-portantes em diversos benefícios.

Todos os avanços foram obtidos após uma semana de intensa negociação, com reuniões na segunda, quarta e quinta-feira da semana passada. A empresa saiu da pro-posta de reajustar os salários em 5,82% em duas parcelas, passou para 6%, também de duas vezes, depois saltou para 6,5% de uma só vez e fi nalmente chegou aos 7%, retroa-tivos a maio, percentual que vai repercutir em todas as cláusulas que tem como parâ-metro o salário-base. Em função da data de fechamento do acordo (dia 25), as diferen-ças serão pagas na folha de agosto.

CLÁUSULAS ECONÔMICAS – As nego-ciações da semana passada também en-volveram diversas cláusulas econômicas, a exemplo do abono alimentação. A empre-sa saiu de R$ 26,50 da proposta anterior para R$ 27,00, o que resulta num reajus-te de 8% em relação ao valor praticado atualmente. Outros benefícios permane-ceram como negociado uma semana an-

tes, a exemplo do auxílio material esco-lar que teve reajuste de 6,06%, indo para R$ 175,00, o auxílio fi lho especial em R$ 1.170,00 (reajuste de 6,36%), o auxílio fu-neral em R$ 5.130,00 (reajuste de 6,04%) e a cesta junina e natalina em R$ 120,00 (reajuste de 9,09%).

O grande destaque fi cou no auxílio educação, que passou para R$ 200,00, so-frendo reajuste de 29%. O auxílio creche permaneceu no valor atual de R$ 650,00. Entre os inúmeros obstáculos colocados pela empresa, o Sindicato optou por lutar por um aumento maior no auxílio educa-ção, pois é um benefício que atinge maior número de empregados (as), é pago du-rante 11 anos e incide em contribuições sociais, como a previdenciária e o FGTS.

REVISÃO DO PLANO DE CARGOS – Uma outra importante conquista é o compro-misso da empresa em iniciar o processo de revisão do Plano de Cargos, Salários e Car-reira (PCSC) logo após o fechamento deste acordo, visando adequar as faixas salariais e corrigir os desvios de função. O processo será dividido em duas etapas e será inicia-do pelo cargo de Assistente de Saneamen-to (níveis médio e técnico), trabalho a ser feito até o fi nal deste ano. No ano seguinte o mesmo processo abrangerá o cargo de Analista de Saneamento (nível superior).

Entre agosto e setembro próximos será feita a avaliação funcional, num traba-lho que abrangerá salário e a estruturação dos cargos, o que permitirá a correção

Acordo aprovado com a Embasa é um dos melhores do setor este ano

EMBASA – CAB

EMBASA – ALAGOINHAS

EMBASA – PAULO AFONSO

EMBASA – JEQUIÉ

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dos desvios de função. Está garantida a par-ticipação do Sindae no processo de revisão do PCSC. Além disso, a Embasa vai discutir com o Sindicato o adicional de titulação, durante o processo de revisão, tendo em vista que esse adicional não está presen-te nos acordos coletivos, mas nos próprios planos de cargos. Essa discussão não cons-ta do acordo coletivo, mas o compromisso de discutir foi fi rmado.

OUTROS COMPROMISSOS – Também nas negociações da semana passada, mes-mo sem constar do acordo, a empresa também se comprometeu a estudar a via-bilidade de novo concurso público a par-tir de 2015, assim como discutir a volta do fornecimento do brinde natalino. Outro compromisso foi de cumprir a legislação relativa ao adicional de periculosidade dos motociclistas, fazendo o levantamento da-queles que têm direito ao benefício.

Quanto ao turno de revezamento, o Sindicato fi cou de discutir a jornada junto aos operadores e depois entregar o resul-tado à empresa, durante a vigência deste acordo, com uma proposta das escalas de serviço de acordo com a jurisprudência e a legislação, já que estas só permitem os turnos de revezamento de 6 e 8 horas e o turno fi xo de 12 horas. Até ser concretiza-do o processo, as escalas de plantão per-manecerão as mesmas.

No caso do vale cultura, a empresa in-formou que possui um processo judicial, em tramitação, solicitando a isenção do Impos-to de Renda e ISS. Como algumas empre-sas estaduais de saneamento já foram isen-tas, ela espera que também seja. No entanto, comprometeu-se a avaliar a adesão da em-presa ao Programa do Vale Cultura, mesmo não tendo a possibilidade de buscar a dedu-ção dos impostos. Porém, não aceitou colo-car esse compromisso no acordo coletivo.

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OUTROS AVANÇOS – Uma boa conquista das últimas negociações também foi o ates-tado de acompanhamento. Foi aprovado o abono do ponto de um dia, mas caso haja a necessidade de mais dias o setor de serviço social avaliará cada caso. O atestado pode ser utilizado para os casos que envolvem fi lho e fi lha, pai e mãe, companheiro e companheira.

Também vale registrar os avanços negociados anteriormente e que cons-tam desse acordo, a exemplo da criação do banco de dados para possibilitar a per-muta entre funcionários (as). Isso será fei-to no programa de recadastramento que já existe, chamado PRAE. A possibilidade de permuta foi aprovada pela direção da empresa, mas cada caso será avaliado de acordo com a necessidade da empresa. A Embasa não concordou em reduzir o perí-odo para a transferência por conta do edi-tal do concurso e de gestão da empresa.

O auxílio funeral foi estendido para pa-rentes de até segundo grau, o que assegura, em caso de falecimento do empregado, o benefício não só ao fi lho ou cônjuge, mas que também seus pais, irmão e avós pode-rão receber o ressarcimento das despesas com o funeral. Para os casos de acidente de trabalho e readaptação, haverá o custeio com os equipamentos hospitalares neces-sários para a locomoção, como coletes pa-ra a coluna, cadeira de rodas, muletas etc.

Para o trabalhador estudante, até en-tão benefi ciando apenas quem cursa gra-

duação, haverá a abrangência do mestra-do e doutorado para funcionários (as) que exercem atividade correlata na em-presa, sendo que o pedido será avaliado pela Universidade Corporativa da Embasa (UCE). A cláusula da licença maternidade traz outro benefício, que é a redução em uma hora na jornada da mãe, durante dois meses após o retorno do período da li-cença, com o intuito de ajudar na continui-dade da amamentação.

Para casos de falecimento de parentes do empregado (as), a licença passou de 2 para 5 dias, enquanto o adiantamento do benefício previdenciário, durante os dois meses em que o (a) empregado (a) estiver recebendo, também terá direito ao abono alimentação e permanecerá no plano de saúde como se estivesse na ativa.

CONTRIBUIÇÃO – O fechamento des-te acordo coletivo representa uma grande vitória da categoria e é um momento pro-pício para que todos (as) refl itam sobre a importância da fi liação e da sustentação fi -nanceira do Sindicato, uma vez que somos uma entidade que se mantém única e exclu-sivamente das contribuições voluntárias da categoria, sendo dos poucos sindicatos no Brasil que devolve o imposto sindical. Por sinal, logo após o fi nal da campanha salarial esse imposto voltará a ser devolvido. Assim, também é importante que os (as) trabalha-dores (as) contribuam assegurando a taxa assistencial, visando cobrir as despesas com a campanha salarial.

EMBASA – CAB

EMBASA – SENHOR DO BONFIM

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Até 12 de agosto, Dia Internacio-nal da Juventude, jovens cutistas esta-rão promovendo várias atividades de rua junto com os movimentos sindical, social e estudantil visando reforçar a bandeira do Plebiscito Popular por uma Consti-tuinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O objetivo é pressionar o Con-gresso Nacional a mudar as regras do jo-go e tornar a política mais democrática e representativa dos brasileiros.

A bandeira desse plebiscito será o eixo principal do Dia Internacional da Juventude. A proposta de mudança nas estruturas do modelo político não se refere a questões apenas eleitorais, afi rma o diretor da CUT Nacional, Júlio Turra: “Quando falamos de sistema polí-tico, estamos nos referindo aos três po-deres: Executivo, Legislativo e Judiciário. O tema é amplo e envolve até mesmo o fi m do Senado, que se tornou apenas uma casa revisora das leis”.

Maior presença de trabalhadores, mu-lheres, negros e indígenas no Congresso Nacional, participação efetiva do povo em conselhos e em outros espaços de poder e o fi nanciamento público de campanha elei-toral fazem parte da pretendida reforma política. Dados do IBGE apontam que o nú-mero de jovens no Brasil ultrapassa os 50 milhões. Considerando que a população de 16 a 35 anos representa 40% do eleitorado, esta compõe apenas 3% do Congresso Na-cional, uma representativa muito baixa.

A meta da campanha pelo Plebiscito Exclusivo é alcançar 10 milhões de votos. Até o momento já foram implantados mais de 600 comitês em todos os estados bra-sileiros e caberá aos jovens a organização das urnas, entre os dias 1º e 7 de setembro, para a coleta dos votos. A consulta popular fará uma única pergunta à população: “Vo-cê é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”.

Juventude vai comemorar

dia cobrando nas ruas reforma política no país

Mudanças urgentes nas matrizes ener-géticas brasileira e baiana foram cobradas pelos palestrantes durante o lançamento na Bahia do Fórum Social Temático de Energia, realizado no último dia 18, em nosso auditó-rio. Essas mudanças são vitais visando um de-senvolvimento sustentável, conforme avaliou Damien Hazard, da Organização Vida Brasil, salientando que elas precisar ser discutidas levando em conta os direitos humanos e a justiça social, entre outros fatores.

O sociólogo Ivo Poletto lembrou que o Brasil ainda não aproveita o enorme poten-cial de geração de energia renovável, deixan-do ocultar que o sol e o vento, por exemplo, são importantes fontes de energia, porque até o momento o modelo energético fi ca

submetido aos interesses do capitalismo. “É preciso humanizar nossas relações, repensar a comunidade, criar bairros inteligentes, aca-bar com a ideia de grandes obras e dar um basta ao enorme desperdício de energia.

O engenheiro elétrico Fernando Al-coforado criticou a atual matriz energética, lembrando que é concentracionista e que despreza pequenos empreendimentos no setor. Alertou que, se mantido o atual mo-delo e a economia nacional der novos saltos, há risco de apagões já no próximo ano. Tam-bém informou que o potencial de energia eólica é igual ao potencial instalado no país.

Duras críticas foram dirigidas ao proje-to de criação de novas usinas nucleares no

Organizações cobram mudanças na matriz energética para garantir

desenvolvimento sustentável

Além de juízes e diversos ministros que já se posicionaram contra a terceiriza-ção, a classe trabalhadora vai ganhar mais uma aliada no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para lutar contra esse processo nefas-to. Trata-se da desembargadora Maria Hele-na Mallmann, indicada pela presidenta Dilma Rousseff para ocupar a vaga do ex-ministro Carlos Alberto de Paula, que se aposentou, e cuja nomeação depende apenas de uma sa-batina da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) do Senado, marcada pa-ra 6 de agosto, e da apreciação no Plenário daquela casa legislativa.

A gaúcha Maria Helena Mallamann vai se unir a 19 dos 26 ministros do Tribunal, que, em agosto do ano passado, divulgaram um documento contrário ao Projeto de Lei (PL) 4330/2004. O projeto libera a terceiri-zação em qualquer setor, ataca direitos tra-balhistas e fragiliza a organização dos tra-balhadores. “A defi nição de ‘trabalhador’ na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) está atrelada a uma série de direitos que acabarão com a aprovação da terceirização na atividade-fi m. A redução de custos que as empresas alegam não acontece de fato. Ao menos, não para o país, já que o índice de acidentes de trabalho são muito maiores entre os terceirizados e geram um grande custo social”, avalia Maria Helena.

Apesar da futura nova aliada, a clas-se trabalhadora precisa fi car atenta. O PL 4330, que teve como relator o deputado federal baiano Artur Maia (ex-PMDB, ago-

ra SDD), está “engavetado” no Congresso Nacional por conta da mobilização da CUT e das organizações cutistas, mas os empre-sários recorreram ao Supremo Tribunal Fe-deral (STF), que pode julgar já em agosto uma ação civil pública da Celulose Nipo Brasileira (Cenibra). A empresa questiona decisão do Tribunal Regional do Trabalho, de Minas Gerais, e do próprio TST, de con-dená-la por terceirizar a atividade-fi m e im-pedi-la de manter essa prática. Mesmo com a decisão do Judiciário trabalhista, o STF aceitou que o caso fosse julgado por conta da repercussão geral do tema.

Maria Helena destaca que a Súmula 331, que atualmente norteia os julgamentos sobre a terceirização no país e impede a contrata-ção na atividade-fi m, perde a validade caso o Supremo aceite os argumentos da Cenibra. Ela ressalta que a regulamentação desse mo-delo de contratação tem de partir do princí-pio de respeito aos direitos já alcançados.

Também critica o fato de o debate ocorrer no Judiciário e não em uma instân-cia onde há maior participação popular, co-mo o Legislativo, o que abre as portas pa-ra aprofundar um processo de precarização que afeta, inclusive, a esfera pública. “Vemos, muitas vezes, uma terceirizada vencer a lici-tação, sempre pelo menor preço, sem ou-tros critérios, e depois quebrar, deixando os trabalhadores sem ter a quem recorrer, já que o Poder Público está eximido de qual-quer responsabilidade, se cumprir todas as exigências do processo licitatório”, afi rma.

Futura ministra do TST também é contra a terceirização na atividade-fim

Brasil, inclusive na Bahia. Do encontro parti-ciparam representantes de diversas organi-zações sociais, a exemplo do Gamba, Abong, Vida Brasil, Movimento Paulo Jackson, Co-nem, Cáritas, Unegro e Germem, dentre ou-tros. As sugestões apontadas nesse debate serão levadas para a edição nacional do Fó-rum Temático, a ser realizado de 7 a 10 de agosto, em Brasília.

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Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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PLENÁRIA DA CUTA partir desta segunda (28), em São

Paulo, a Central Única dos Trabalhado-res inicia a sua 14ª Plenária Nacional com o tema “Organizar, Lutar e Avan-çar nas Conquistas”. O evento ocorre-rá numa conjuntura de disputa eleito-ral quando serão defi nidos os rumos do país para os próximos anos, por isso se-rão defi nidas estratégias para enfrentar os grandes temas nacionais. Também ha-verá o lançamento da Plataforma CUT da Classe Trabalhadora, um debate com os movimentos sociais sobre o Plebis-cito Popular por uma Constituinte Ex-clusiva e Soberana do Sistema Político e sobre a Campanha pela Mídia Demo-crática, além de um ato de solidariedade ao povo palestino.

ORBRASERVUm rastro de perversidade deixou

a Orbraserv na sua longa passagem pela Embasa. Não apenas foram os motoris-tas dela que sofreram e estão sofrendo, mas também o pessoal que atuava na ze-ladoria. Todos (as) estão no mesmo bar-co da crueldade, aguardando que a em-preiteira resolva dar “baixa” na carteira de trabalho e pagar as parcelas da resci-são contratual, além de muitas horas ex-tras e até o reajuste salarial do ano pas-sado que a categoria tem direito.

TEM DE ASSINAREmpregadores domésticos podem

pagar multa de um salário mínimo (R$ 724,00) ou mais caso não tenham assina-do a carteira de trabalho de seus (suas) funcionários (as) a partir de 7 de agosto. O valor da multa pode aumentar levando em conta o tempo de serviço, idade, nú-mero de empregados (as) ou o tipo de infração. É o que prevê a Lei 12.964, pu-blicada em abril, que estabeleceu 120 dias para os patrões regularizarem a situação dos empregados domésticos. Enfi m, é mais uma conquista dessa categoria rumo à igualdade de direitos com os (as) demais trabalhadores (as) brasileiros (as).

CONTATOAs pessoas abaixo relacionadas de-

vem entrar em contato com Elisabete, no setor jurídico do Sindicato: herdei-ros de Walfredo da Silva Moraes e Joel Pereira da Silva.

SIGA-NOS:

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Segundo dados divulgados pelo Mi-nistério do Trabalho, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) continua sendo a maior e mais representativa central sindi-cal do Brasil, organizando e representando 34,39% dos trabalhadores sindicalizados. A entidade também é a maior da América La-tina e a quinta maior do mundo. Os dados divulgados no Diário Ofi cial da União do último dia 18 mostram que em segundo

lugar vem a Força Sindical (12,59%), segui-da da UGT (11,92%), CTB (9,33%) e Nova Central (8,01%). Essas são as centrais que atingiram 7% de representatividade nacio-nal, índice mínimo exigido na Lei 11.648/08, regulamenta o reconhecimento das cen-trais sindicais. Atualmente, a CUT repre-senta 24.062.754 trabalhadores na base, tem 7.890.353 de associados e 3.820 enti-dades fi liadas, dentre elas o Sindae.

CUT é a maior

Revoltados com o assassinato frio e cruel de centenas de palestinos, incluindo dezenas de crianças, pelo exército israe-lense, integrantes do movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel está comemorando o fi m do “Me-morando de entendimento” assinado em 2009 pela Sabesp (Companhia de Sanea-mento Básico do Estado de São Paulo) com a empresa israelense Mekorot. Conforme a ativista Maren Mantovani, da coordenação do BDS, “esta é uma demonstração de que é possível derrubar todos os contratos de empresas públicas que fi nanciam o genocí-dio e a limpeza étnica na Palestina”.

Subsidiária da Companhia Nacional de Águas de Israel, a Mekorot também assinou (em 2013) um Acordo de Coo-peração Técnica com o governo baiano, em projetos vinculados à Embasa e Cerb. O movimento BDS está de olho nele. A Mekorot tem sido responsável por viola-ções e discriminações no direito à água desde a década de 1950. Segundo Maren, “a empresa pratica uma política de apar-theid, confi scando tubos de irrigação dos agricultores palestinos e destruindo su-as fontes de água e saneamento”. O re-sultado é catastrófi co: enquanto o consu-mo palestino nos territórios ocupados é

de cerca de 70 litros diários por pessoa – bem abaixo dos 100 litros recomenda-dos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário per capita israe-lense é de 300 litros.

Ainda segundo a ativista, ação contra a Mekorot coloca o Brasil ao lado de países como Alemanha, Argentina, Austrália, Ho-landa, Inglaterra, Noruega Portugal e tan-tos outros onde o boicote ao apartheid israelense já tem efeitos claros sobre as políticas públicas dos governos”, assinala.

NOSSO REPÚDIO – Integrantes de or-ganizações sociais realizaram um ato de repúdio ao massacre israelense contra o povo palestino na última sexta (25), na Praça Municipal, em Salvador. O Sindae se junta a esse repúdio e condena veemen-temente o genocídio praticado por Israel e que já resultou em mais de 700 pesso-as mortas na Palestina, a maioria civis. O mundo não pode continuar assistindo, sem nada fazer, a mais esse massacre.

São casas, escolas e hospitais sob bombardeio intenso, reproduzindo um no-vo holocausto, matando homens, mulheres e crianças de um povo cercado por todos os lados. Basta de barbárie!

Movimento busca boicote contra empresa israelense por massacre aos palestinos