gota d'água - ed. n.20 - junho 2016

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Itabuna ganha comitê para lutar contra a privatização da Emasa Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXX – Nº 20 – 13 de junho de 2016 ACESSE A VERSÃO DIGITAL MULTIDÃO VOLTA A ENCHER AS RUAS E GRITA “FORA TEMER” PÁGINA 2 EM 10 ANOS DE ATIVIDADE, MUSEU ARQUEOLÓGICO JÁ REGISTRA MAIS DE 10 MIL VISITAS PÁGINA 2 FECHADO O ACORDO DO EXTRATURNO COM A CETREL S/A. HOMOLOGAÇÃO SERÁ NESTA TERÇA PÁGINA 4 www.sindae-ba.org.br Nem bem começou a ser discutido na Câmara de Vereadores, o projeto do prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, já é motivo de contestação entre vereadores e a sociedade civil. Durante assembleia na semana passada, trabalhadores (as) aprovaram a criação do Comitê em Defesa da Água, cujo objetivo é lutar contra a privatização do saneamento em Itabuna. PÁGINA 3 Embasa promete entregar proposta nesta segunda, véspera de nossas assembleias Nenhum detalhe foi informado, mas a direção da empresa informou que nesta segunda (13) entregará ao Sindicato uma proposta global para o fecha- mento do novo acordo coletivo. Seja lá o que for, a categoria precisa estar mo- bilizada e participar ativamente das assembleias que acontecerão nesta terça (14), a partir das 9 horas, no CAB e nas unidades regionais do interior. Essas assembleias têm indicativo de greve. PÁGINA 2 ACERVO SINDAE

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Page 1: Gota D'água - Ed. n.20 - Junho 2016

Itabuna ganha comitê para lutar contra a privatização da Emasa

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXX – Nº 20 – 13 de junho de 2016

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MULTIDÃO VOLTA A ENCHER AS RUAS E GRITA “FORA TEMER”

PÁGINA 2

EM 10 ANOS DE ATIVIDADE, MUSEU ARQUEOLÓGICO JÁ

REGISTRA MAIS DE 10 MIL VISITASPÁGINA 2

FECHADO O ACORDO DO EXTRATURNO COM A CETREL S/A.

HOMOLOGAÇÃO SERÁ NESTA TERÇA

PÁGINA 4

www.sindae-ba.org.br

Nem bem começou a ser discutido na Câmara de Vereadores, o projeto do prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, já é motivo de contestação entre vereadores e a sociedade civil. Durante assembleia na semana passada, trabalhadores (as) aprovaram a criação do Comitê em Defesa da Água, cujo objetivo é lutar contra a privatização do saneamento em Itabuna. PÁGINA 3

Embasa promete entregar proposta nesta segunda, véspera

de nossas assembleiasNenhum detalhe foi informado, mas a direção da empresa informou que

nesta segunda (13) entregará ao Sindicato uma proposta global para o fecha-mento do novo acordo coletivo. Seja lá o que for, a categoria precisa estar mo-bilizada e participar ativamente das assembleias que acontecerão nesta terça (14), a partir das 9 horas, no CAB e nas unidades regionais do interior. Essas assembleias têm indicativo de greve. PÁGINA 2

ACERVO SINDAE

Page 2: Gota D'água - Ed. n.20 - Junho 2016

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“Fora Temer” volta a tomar conta da rua em Salvador e arrasta multidão

Embasa deve apresentar proposta global para o acordo

nesta segunda. Terça é dia de nossa

assembleia

Museu Arqueológico completa 10 anos e já teve mais de 10 mil visitas

Aos gritos de “Fora Temer” e “Fora Cunha”, mais de 20 mil pessoas protesta-ram contra o governo golpista e suas pro-postas de ataque aos direitos da classe tra-balhadora e de retrocessos em conquistas sociais, durante manifestação realizada na última sexta (10), entre o Campo Grande e a Praça Castro Alves. Manifestações se-melhantes aconteceram em todo o país no mesmo dia, a exemplo de São Paulo, onde mais de 100 mil pessoas foram às ruas.

Coordenado pelas frentes Brasil Po-pular e Povo Sem Medo, e participação de centrais sindicais, do movimento sindical e social, partidos políticos e várias entida-des da sociedade civil, o ato em defesa da democracia realizado em Salvador cobrou a saída do presidente em exercício e gol-pista Michel Temer e a cassação do presi-dente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Teve muito protesto con-tra as medidas adotadas nos últimos dias pelo governo interino, dentre elas cortes nos programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família, a privatização da Petrobras e outras empresas estatais, o ataque à CLT e a direitos dos (as) traba-lhadores (as), reforma da previdência (com

Em contato com o Sindicato no fi nal da semana passada, a diretoria da Emba-sa informou que deve apresentar nesta segunda (13) uma proposta global para o novo acordo coletivo. Caso isso aconte-ça, ela será discutida com a categoria nas assembleias desta terça (14), às 9 horas, no CAB e nas unidades regionais do in-terior. Conforme o edital de convocação, as assembleias têm indicativo de greve.

A empresa não antecipou nenhum detalhe do que pode constar da sua proposta, especialmente para as cláusu-las econômicas e aquelas sobre as quais já manifestou a intenção de promover alterações, como no prêmio aposenta-doria, plano de saúde, transporte e Ci-pa, dentre outras. Os (as) trabalhadores (as), por sua vez, já avisaram que não aceitarão retrocessos e que lutarão pela recomposição da infl ação (9,83%), mais ganho real e avanços nas conquistas.

O Sindicato tem dado sequência às visitas aos parques e na semana passada esteve discutindo a campanha salarial, o novo plano de cargos e outros assuntos com trabalhadores (as) de Itabuna, Ilhéus e Santo Antônio de Jesus. A Embasa, por sua vez, sentindo a resistência de empre-gados (as), tem feito apresentações so-bre o novo plano de cargos, como foi o caso de Bolandeira e Camaçari, na sema-na passada. O Sindicato mantém a orien-tação para que ninguém faça a adesão para evitar futuros prejuízos, sobretudo para quem está em desvio de função.

Nada menos do que 10.400 pessoas já visitaram o Museu Arqueológico da Em-basa de 2006 para cá, a maioria delas es-tudantes da rede pública. Esse número fa-buloso mostra o interesse da comunidade para conhecer a história do saneamento básico na Bahia, especialmente em Salva-dor, num equipamento que acaba de com-pletar 10 anos de criação (ele surgiu em 31de maio de 2006).

A partir do próximo semestre, o co-ordenador do Museu, José Francisco Para-naguá, pretende lançar o programa “Visita dos Colaboradores”, para ampliar a presen-ça de empregados (as) da Embasa, que lá encontraram peças usadas antigamente nos sistemas de abastecimento de água e esgo-tamento sanitário, como hidrômetros anti-gos, torpedos (algo parecido a escamas de peixe e usado na limpeza de crostas na re-de) e mesmo machados de pedras pré-his-tóricos, encontrados por arqueólogos du-rante escavações para a realização de obras da empresa. Lá tem muito mais para matar a curiosidade de quem gosta de história.

Muitas peças são fruto de pesquisas arqueológicas que a Embasa começou a realizar em 1996, quando das obras de es-gotamento sanitário em Porto Seguro, e se espalharam por todo o estado. Mas o Mu-

seu começou a ser montado com as cole-tas encontradas pelo casal de arqueólogos do Centro de Estudos de Ciências Huma-nas (CECH), Ivan e Nadja Dórea, contra-tados pela empresa, nas escavações em Pe-dra do Cavalo, Praia do Forte, Cachoeira, São Félix, Lençóis, Brumado, Vila de Igatu e, em Salvador, nos bairros do Comércio, Gamboa, Santo Antônio Além do Carmo e Centro Histórico. Depois, outras peças foram incorporadas ao acervo.

Em exposição permanente, podem ser vistas, entre outras peças, balas de canhão (encontradas no Comércio), sifão em por-celana (Cachoeira), pilões e machados de pedras pré-históricos e roca ou roda de fi ar (Cristalândia), xilo-fósseis (Cachoeira e Muritiba), moedas (Vila de Igatu), moenda de cana-de-açucar e ralador de mandioca (Lagoa da Torta). Fazem parte também do acervo, publicações antigas, relógio antigo de parede, hidrômetros, balanças para pe-sagens de produtos químicos etc.

Vale notar, ainda, que o Museu está abrigado onde foi construído o primei-ro sistema de abastecimento de água do Brasil, no bairro da Caixa D’Água. Agora, a pretensão é ampliá-lo e projeto nesse sen-tido já está sendo analisado pela direção da empresa, segundo Paranaguá.

estabelecimento da idade mínima de 65 anos para aposentadoria e desvinculação dos benefícios do salário mínimo) e extin-ção de ministérios importantes.

Trabalhadores (as) em água e sanea-mento participaram do ato, juntamente com químicos e petroleiros, rodoviários, comerci-ários, bancários, funcionários públicos, traba-lhadores da saúde, advogados, médicos, jor-nalistas, professores, alimentação, construção civil, metalúrgicos, eletricitários, vigilantes, tra-balhadores domésticos, trabalhadores rurais, além de trabalhadores sem terra e sem teto,

Levante Popular da Juventude, Marcha Mun-dial das Mulheres e União da Juventude So-cialista, entre outras organizações.

DIDICA VASCONCELOS

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“Defender a água é defender a vida.Sindae ”

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Criado em Itabuna um Comitê para lutar contra a privatização da Emasa

Durante assembleia realizada na última quinta (9), na Praça Olinto Leone, no centro da cidade, trabalhadores (as) da Emasa e re-presentantes de movimentos sociais aprova-ram a criação de um Comitê em Defesa da Água, cujo objetivo é lutar contra a privatiza-ção do saneamento em Itabuna. O Comitê, que terá todo o apoio do Sindae, vai organi-zar ações, entre elas para impedir a tramita-ção do projeto enviado pelo prefeito Clau-devane Leite para a Câmara de Vereadores.

A proposta de criação do Comitê na véspera, durante reunião no Sindicato dos

Trabalhadores em Saúde (Sintesi). Ele será integrado por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Itabuna), do Ministério Público, da Diocese local, verea-dores, sindicatos e associações de morado-res. O Comitê, inclusive, protestou contra a privatização durante a manifestação contra o impeachment na última sexta (10).

Ao contrário do que havia prometido várias vezes, de não privatizar os serviços e repassá-los para a Embasa, Vane decidiu por fazer uma concessão privada. Para vários oradores que se manifestaram na assem-

bleia da última quinta, a decisão está direta-mente ligada à busca de apoio fi nanceiro pa-ra a próxima campanha eleitoral. Como se sabe, algumas empresas estão interessadas na Emasa, entre elas a Odebrecht, envolvi-da até onde não pode mais em sucessivos escândalos que estão sendo investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

A decisão de Vane já vem sendo du-rante contestada pela sociedade, uma vez que o município vive uma crise sem pre-cedentes no abastecimento de água e a so-lução passa por um socorro do governo estadual. A Embasa, por sua capacidade téc-nica, está muito mais preparada para aten-der de imediato às demandas emergenciais. Além disso, a obra que vai dar segurança para o abastecimento está sendo realizada pelo governo, que é a construção da barra-gem no Rio Colônia.

A contestação ao projeto do prefei-to já ocorre também na Câmara de Vere-adores. Apenas 11 dos 21 vereadores ita-bunenses atenderam o chamado dele para discutir, na última quarta (8) o futuro da Emasa. Em entrevista ao Blog do Bené, o vereador Ronaldo Geraldo (PTB), criticou o projeto: “O prefeito teve todo o manda-to para discutir isso. No início do seu go-verno, prometeu transformá-la numa au-tarquia e fortalecê-la. Mas, agora, faltando cinco meses para deixar a Prefeitura, ele chama a comunidade e o Legislativo para a discussão. Isso não tem sentido”.

Rui Machado, do mesmo partido, tam-bém protestou: “O prefeito está propondo uma PPP, faltando seis meses para terminar o seu governo. Primeiro, é uma prova de que faltou planejamento por parte da atual ad-ministração. Segundo, não haverá tempo pa-ra colocar em prática o projeto. O prefeito e sua equipe estão querendo desesperada-mente empurrar essa proposta goela abai-xo”. Vereadores do PT também emitiram no-ta contestando o projeto de privatização.Aumenta a repressão à organização

sindical no mundoA Confederação Internacional Sindical

(CSI) divulgou na última quinta (9) um rela-tório que mostra o aumento da repressão a debates e assembleias entre trabalhado-res em várias partes do mundo. De 141 pa-íses analisados, 50 apresentam esse proble-ma. Segundo a entidade, subiu 22% o nível de repressão nos países pesquisados.

Isso implica em diversos problemas, a exemplo da deterioração na proteção aos direitos trabalhistas. Segundo o relatório, o Oriente Médio e o Norte da África são as regiões que apresentam as piores con-dições para a atividade sindical. Na Europa, embora seja a região onde a repressão é

menor, as condições continuam piorando, diz a CSI, creditando isso a uma reação pe-la chegada de refugiados e a “incapacidade” dos governos em garantir políticas de aco-lhimento aos que chegam ao continente.

Camboja, Índia, Irã e Turquia passaram a integrar a lista dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores pela primei-ra vez. A pesquisa da CSI existe há 30 anos. Segundo a entidade, ataques à liberdade de expressão nos países tem acentuado a que-da das condições de vida dos trabalhadores. Cita, ainda, que 82 dos 141 países analisados não têm legislação trabalhista. Dois terços deles proíbem a realização de greves.

Acordo do extraturno com a Cetrel S/A está fechado e homologação

acontece nesta terçaFinalmente, depois de longas negocia-

ções e das revisões de cálculos, foi fecha-do em audiência na justiça na última terça (7) o acordo para pagamento do retroati-vo do adicional de extraturno pela Cetrel S/A. Esse acordo será homologado nesta terça (14), também na Justiça, uma vez que na semana passada a empresa não estava com todas as planilhas de cálculos pron-tas, indicando, por exemplo, a diluição dos valores a serem pagos pelos últimos cinco anos, a fi m de evitar o desconto do Im-posto de Renda dos empregados.

Representantes da Cetrel S/A infor-maram, na audiência da semana passada, que a empresa pretende repassar ao Sin-dicato os recursos para o pagamento do pessoal ainda nesta quarta (15). Assim, cada operador receberá sua quantia no Sindicato e terá de assinar um recibo a ser incorporado ao processo judicial so-bre o extraturno.

Pelo acordo, o adicional de extratur-no será equivalente a 18 minutos gastos na passagem de turno, que é o tempo des-pendido no deslocamento entre a portaria principal da empresa e o posto de trabalho, passando pela uniformização, utilização do EPI, recebimento de relatórios e informa-ções operacionais e de segurança. O retro-ativo a ser pago agora se refere aos últimos cinco anos e os valores serão integrados ao salário para fi ns de 13º salário, férias, FGTS, aviso prévio e DSR. O valor acor-dado para o pagamento do retroativo é de 1,7 folha, com pagamento de uma só vez.

A acordo terá vigência de dois anos, contados a partir de primeiro de novem-bro de 2015, podendo ser revisto a qual-quer tempo, mediante consenso das par-tes. Desde já, fi ca estabelecido que 90 dias antes do término da vigência do acordo, o tempo médio da passagem de turno (os 18 minutos) será novamente analisado.

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Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40070-100; Tel.: (71) 3111-1700Email: [email protected]

UT

RECICLÁVEL

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TOMENotaAPOSENTADOS (AS)Está marcada para a próxima quin-

ta (16), a partir das 14 horas, a segun-da reunião do Coletivo de Aposentados (as) do Saneamento. Ela será realizada no Sindae. Na primeira reunião foram tomadas algumas decisões, entre elas a de realizar encontros mensais e a esco-lha de uma secretária, Maria Raimunda, aposentada da Embasa.

COMITÊ DE BACIANo último dia 10 foi divulgada a re-

lação de entidades habilitadas para re-novação da sua participação no Comitê de Bacia do São Francisco. Na categoria Sociedade Civil o Sindicato se manteve presente entre as 7 entidades que terão como desafi os as questões envolvendo políticas públicas para revitalização do Rio São Francisco dentre outras ações estruturantes da agenda do Comitê de Bacias Hidrográfi cas do Rio São Francis-co (CBHSF).

ESTIAGEMMais quatro cidades baianas tive-

ram decreto de emergência reconhe-cido pelo governo do estado devido à estiagem. Uma delas é Itabuna, que tem 72,7% sofrendo com constante falta d’água e tendo abastecido irregular me-diante carro-pipa. As outras são Oliveira dos Brejinhos, Abaíra e Campo Alegre de Lourdes. No total, a Bahia já tem 149 mu-nicípios em situação de emergência devi-do à seca, perfazendo um contingente de 1,8 milhões de pessoas afetadas.

CESTA BÁSICA - IA cesta básica de alimentos teve

aumento em 17 das 27 capitais do Bra-sil, conforme resultados de pesquisa re-alizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômi-cos (Dieese), em maio. As maiores altas ocorreram em Porto Alegre (3,87%), Curitiba (3,46%) e Brasília (3,25%) e as quedas mais expressivas foram verifi ca-das em Florianópolis (-4,09%), Fortaleza (-2,60%) e Rio Branco (-2,49%).

CESTA BÁSICA – IISão Paulo foi a capital com maior

custo da cesta básica (R$ 449,70), en-quanto a de menor valor foi registrada em Rio Branco (R$ 335,31). Em Salva-dor, a cesta aumentou 2,86%, passando a custar R$ 354,12, contra os R$ 344,29 registrados no mês anterior. Em maio, a cesta de Salvador foi a 5ª mais bara-ta, dentre as 27 capitais pesquisadas. No ano, acumulando os meses de janeiro a maio, a variação da cesta foi de 12,69%.

Devido a mudanças no processo admi-nistrativo para aquisição de produtos e ser-viços na Embasa, o vale-transporte, que é previsto em lei, está cada vez mais escasso nas unidades regionais e não há expectativa de uma solução em defi nitivo para a ques-tão. O problema é causado pelas restrições de cadastro de várias empresas fornecedo-ras, difi cultando a compra dos vales.

Conforme a legislação do vale-trans-porte (Lei Nº 7.418/85), o (a) trabalhador (a) deve receber o quantitativo necessário aos dias a serem trabalhados no mês pos-terior. A lei ainda garante que não pode ser fornecido em moeda corrente nem mes-mo creditado no contracheque. Uma solu-ção seria a empresa planejar a compra para

períodos maiores, para evitar repetir mês a mês o processo de compra, pois muitas empresas não buscam a regularização legal para evitar as restrições no fornecimento.

Além disso, há uma demanda da ca-tegoria para aqueles que utilizam veiculo particular para o deslocamento casa-tra-balho-casa, que passa pela implementação do “auxílio combustível”. Esse pode ser um fator motivacional, já que em algumas localidades não existem linhas regulares de transporte público. O trabalhador que se sentir prejudicado quanto ao forneci-mento do vale-transporte deve procurar o setor responsável da sua unidade e caso não seja resolvido entrar em contato com o Sindicato (71) 3111-1700.

O Brasil tem 3,3 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos no traba-lho infantil, sendo 65,5% negros (as) e par-dos (as), segundo dados da Pesquisa Na-cional por Amostra de Domicílio (PNAD 2014), realizada pelo IBGE. Isso implica em graves prejuízos para essa parcela conside-ração da nossa população, como a perda da infância, ausência da escola e submissão à condições precárias de trabalho que co-locam em risco a própria vida.

Domingo passado, 12 de junho, trans-correu o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e uma série de atividades marcou a data em todo o Brasil. Na Bahia, na se-mana passada aconteceram um ato público no Campo Grande, um fórum estadual pro-movido pelo Ministério Público do Trabalho e uma exposição fotográfi ca do auditor do trabalho Sérgio Carvalho, no Shopping da Bahia. Ele registrou em diversos estados ce-nas da dura realidade em que vivem milha-

res de crianças, trabalhando precocemente em busca da sobrevivência. Cenas, aliás, to-cantes: são crianças e adolescentes explo-rados em diversas atividades como o cor-te da cana, comércio, feiras livres, pedreiras, criações de gado e lixões.

A maior incidência de crianças abaixo de 14 anos trabalhando acontece na agri-cultura, na produção de mandioca, milho e hortaliças e na criação de aves e bovi-nos. “Nessas atividades, as crianças fi cam submetidas a contato com agrotóxico, exposição ao sol e posição ergonômica prejudicial, que confi gura a pior forma de trabalho infantil, aquela que põe em risco a saúde física e psicológica de crianças e adolescentes e que é proibida para todos que tenham menos de 18 anos, afi rmou Isa”. Vale lembrar que no Brasil todas as formas de trabalho infantil são proibidas até a idade de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos.

Trabalhador (a) de unidades regionais da Embasa paga do próprio

bolso para o deslocamento

Trabalho ainda rouba a infância de 3,3 milhões de crianças

e adolescentes no Brasil