gota d'água - ed. n.43 - novembro 2015

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 43 – 30 de novembro de 2015 ACESSE A VERSÃO DIGITAL ASCENDENTES SOFREM COM DESCASO DA CERB E DO GOVERNO PÁGINA 4 O LEGADO DE TEODORO SAMPAIO, HOMEM COM VISÃO ALÉM DO SEU TEMPO PÁGINA 5 PLANO DE CARGOS DA EMBASA VIRA UMA CAIXA PRETA PÁGINA 8 Após várias manifestações na rua e uma audiência na Câmara de Vereadores a população de Itabuna cou mobilizada para enfrentar a tentativa de privatização do saneamento. Em carta, o prefeito descartou o repasse dos serviços para a iniciativa privada, mas quer realizar uma conferência na próxima sexta (4) para discutir qual o melhor modelo de gestão para a Emasa. O Sindicato já se colocou contra.A Odebrecht e a Embasa estão de olho na empresa itabunense. PÁGINA 2 MAIS PROTESTOS NA CIDADE MAIS PROTESTOS NA CIDADE Itabuna mobilizada contra Itabuna mobilizada contra privatização do saneamento privatização do saneamento COMEÇA NESTA TERÇA A ELEIÇÃO DE NOVOS REPRESENTANTES SINDICAIS PÁGINA 6 1º DE DEZEMBRO É DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS. PREVINA-SE CONTRA A DOENÇA PÁGINA 4 www.sindae-ba.org.br Tantos tem sido os assaltos, tal é a vulnerabilidade que a ETA Principal, em Candeias, se transformou na “Estação do Medo”. A tentativa de assalto no último dia 19, quando houve troca de tiros entre bandidos e vigilantes, só fez acentuar ainda mais a insegurança de quem trabalha ali, como também acendeu o sinal de alerta: a falta de proteção dessa importante unidade coloca em risco a vida de trabalhadores, o abastecimento de água para 2 milhões de pessoas e o patrimônio da empresa. O emaranhado de fatos mostra que há uma omissão criminosa por trás de tudo. PÁGINA 7 ASSALTOS, ASSALTOS, ASSALTOS ETA Principal se transforma na estação do medo JÚLIA GUEDES

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Page 1: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 43 – 30 de novembro de 2015

AC

ESSE

A V

ERSÃ

O D

IGIT

AL

ASCENDENTES SOFREM COM DESCASO DA CERB E

DO GOVERNOPÁGINA 4

O LEGADO DE TEODORO SAMPAIO, HOMEM COM VISÃO

ALÉM DO SEU TEMPOPÁGINA 5

PLANO DE CARGOS DA EMBASA VIRA UMA CAIXA PRETA

PÁGINA 8

Após várias manifestações na rua e uma audiência na Câmara de Vereadores a população de Itabuna fi cou mobilizada para enfrentar a tentativa de privatização do saneamento. Em carta, o prefeito descartou o repasse dos serviços para a iniciativa privada, mas quer realizar uma conferência na próxima sexta (4) para discutir qual o melhor modelo de gestão para a Emasa. O Sindicato já se colocou contra. A Odebrecht e a Embasa estão de olho na empresa itabunense. PÁGINA 2

MAIS PROTESTOS NA CIDADEMAIS PROTESTOS NA CIDADE

Itabuna mobilizada contra Itabuna mobilizada contra privatização do saneamentoprivatização do saneamento

COMEÇA NESTA TERÇA A ELEIÇÃO DE NOVOS REPRESENTANTES

SINDICAISPÁGINA 6

1º DE DEZEMBRO É DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS.

PREVINA-SE CONTRA A DOENÇAPÁGINA 4

www.sindae-ba.org.br

Tantos tem sido os assaltos, tal é a vulnerabilidade que a ETA Principal, em Candeias, se transformou na “Estação do Medo”. A tentativa de assalto no último dia 19, quando houve troca de tiros entre bandidos e vigilantes, só fez acentuar ainda mais a insegurança de quem trabalha ali, como também acendeu o sinal de alerta: a falta de proteção dessa importante unidade coloca em risco a vida de trabalhadores, o abastecimento de água para 2 milhões de pessoas e o patrimônio da empresa. O emaranhado de fatos mostra que há uma omissão criminosa por trás de tudo. PÁGINA 7

ASSALTOS, ASSALTOS, ASSALTOSETA Principal se transforma na estação do medo

JÚLIA GUEDES

Page 2: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

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Aumentam os protestos contra tentativa de privatização da Emasa. Prefeito nega intenção

Após diversas manifestações, atos pú-blicos e audiência na Câmara de Verea-dores, o prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, fi cou de discutir com diretores do Sindae, na próxima quarta (2), um mode-lo de gestão para a empresa municipal de saneamento, a Emasa. Existe uma intensa mobilização na sociedade local para impe-dir a privatização dos serviços, conforme proposta por uma empresa que vem ela-borando o plano municipal de saneamento.

Durante a apresentação do resumo desse plano, na última sexta, na FTC, o pre-feito enviou uma carta na qual descarta a opção por privatizar os serviços. Mas isso não afastou a desconfi ança pelo modelo a ser adotado, uma vez que ele pretende rea-lizar uma conferência na próxima sexta (4) para que as entidades participantes possam escolher entre a privatização, a realização de contrato de programa com a Embasa ou a manutenção da Emasa tal como está.

Sem a certeza de que a privatização está descartada, o Sindicato informou que não aceitará a realização da conferência na próxima sexta, até porque não cabe ao pla-no de saneamento sugerir qual modelo de gestão a ser adotado. Por sinal, durante a

ITABUNA MOBILIZADA

audiência na Câmara de Vereadores na últi-ma terça fi cou claro que a Emasa tem via-bilidade para continuar executando os ser-viços de água e esgotamento no município.

Na mesma ocasião foi feita uma grave denúncia: o plano nada mais é do que uma cópia do que foi elaborado para o município de Rio Grande (RS). Sequer os nomes dos municípios foram trocados. Enquanto isso, a Lei 11.445/2007 exige que a elaboração do plano tenha ampla participação social, mas isso não aconteceu, tanto que várias asso-ciações de moradores reclamaram.

Há duas semanas os (as) trabalhado-res (as) e diversas entidades de Itabuna promovem manifestações contra a priva-tização. Na semana passada, além da audi-ência na Câmara, também houve protesto na Praça Adami, mostrando os prejuízos que a sociedade sofrerá com o repasse dos serviços para a iniciativa privada (au-mento de tarifas, queda na qualidade dos serviços e demissões). A Emasa vem sen-

do alvo do interesse tanto da Odebrecht quanto da Embasa.

Plano de cargos, outro problema – Na tentativa de superar os entraves para a implantação do plano de cargos e salários, es-pecialmente em decorrência dos desvios de função existentes e da fi scalização exercida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Sindae e Emasa irão pedir uma audiência com os procuradores de Itabuna, tendo a presen-ça de trabalhadores (as). Isso fi cou acertado em reunião realizada na última terça (24), no Sindae, com representantes da empresa, o di-retor administrativo, Geraldo Dantas, e o ad-vogado Wallace Cerqueira Santos.

O MPT está acionando a Emasa na Jus-tiça, pedindo multa em torno de R$ 600 mil, por conta de contratações irregulares, além de cobrar outras providências. A expectati-va é de que, na audiência conjunta, possam ser analisadas medidas que permitam corri-gir erros e, a partir daí, viabilizar a implanta-ção do plano de cargos e salários.

FOTOS: JÚLIA GUEDES

Page 3: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

“O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos.Simone de Beauvoir ”

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Empregados (as) de Curaçá farão assembleia com indicativo de greve

Saae de Juazeiro dribla MP, não faz concurso e contrata mediante Reda

Sem água, Sobradinho deixa de gerar energia

Revoltados (as) com as seguidas “en-rolações” para a concessão do reajuste salarial, trabalhadores (as) do Saae de Curaçá farão assembleia no próximo dia 9, com indicativo de greve. Pelo acordo discutido com o gestor da autarquia e o prefeito local, o reajuste seria de 10% e era para ser aplicado no mês seguinte ao do reajuste na tarifa de água. A tarifa su-biu 25% em julho, mas em agosto o salá-rio não foi corrigido, conforme acertado.

Logo em seguida, o prefeito enviou para a Câmara de Vereadores um pro-

jeto de lei alterando a Lei Orgânica do Município, estabelecendo que reajuste salarial de servidores (as) municipais só será concedido em janeiro, mesmo assim sem estabelecer o índice. Informalmente, o prefeito comentou que seria de 6,1%.

Mesmo que seja 6,1%, o reajuste em janeiro não será retroativo a maio, data base dos (das) trabalhadores (as) do Saae e, além disso, é inferior à infl ação dos 12 meses concluídos em maio (foi de 8,34% pelo INPC-IBGE), o que vai acarretar em perdas salariais.

Em vez de convocar novo concurso público, conforme exigência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) fi rmado com o Ministério Público do Trabalho há dois anos, o Saae de Juazeiro realizou se-leção para o preenchimento de 39 vagas mediante Reda (Regime Especial de Direi-to Administrativo). Os aprovados já estão sendo convocados e vão trabalhar na área operacional (operadores, encanadores, lei-turistas etc)

Ainda esta semana o Sindicato vai de-nunciar ao Ministério Público o descum-primento do TAC, que foi fi rmado ante-riormente visando reduzir o número de contratações irregulares na autarquia. Na época, o Saae fi cou de realizar concurso

para o preenchimento de 150 vagas, mas só fez para 33. A autarquia tem 320 em-pregados (as) e destes (as) apenas 60 são efetivos (as). Através do Reda, ela dribla a exigência do concurso público, prevista na Constituição, e faz contratações de víncu-lo precário e temporário.

PLANO DE CARGOS – Os (as) trabalha-dores (as) não aceitaram a tabela salarial feita pela Fundação Getúlio Vargas, para o novo plano de cargos, uma vez que ela está fora da realidade do mercado. Além disso, buscou “congelar” benefícios como o triê-nio. Diante disso, uma comissão de empre-gados (as) do Saae fez uma contraproposta de tabela salarial e encaminhou para a Fun-dação e a Prefeitura.

Pela primeira vez desde que foi inau-gurada, em 1979, a Usina Hidrelétrica de Sobradinho vai deixar de gerar energia a qualquer momento. Falta água para movi-mentar as turbinas: o lago da barragem está agora com cerca de 1,5% da sua capacida-de, perto do volume morto. Até a semana passada estava gerando apenas 180 MW, de uma capacidade instalada de 1.050 mil MW. Apesar disso, a Chesf descarta risco de ra-cionamento de energia na região Nordeste.

O volume de água no reservatório é

mais crítico do que em 2001, quando houve racionamento de energia. Apesar das chu-vas que estão caindo em Minas Gerais, a quantidade de água que chega ao reserva-tório é de 600 metros cúbicos por segun-do, enquanto a descarga é de 900 metros cúbicos/segundo. "Não é uma questão de decisão da Chesf, mas uma consequência da falta de água para gerar energia. Na hora em que o volume útil atingir zero, temos que parar de gerar", afi rmou José Ailton de Lima, diretor de Operações da Chesf.

Nenhum direito a menos. Com es-se slogan, dezenas de integrantes do Fórum Nacional Permanente pelos Di-reitos da Pessoa Idosa realizaram o VIII Encontro Nacional na cidade de Rio Branco, no Acre, entre os últimos dias 16 e 20. Entre alguns dos temas mais discutidos, a extensão do passe livre em todos os estados e a correção do be-nefício da aposentadoria. Do encontro participou o companheiro e diretor do Sindae, Geraldo Moraes, que é delegado nacional do Fórum.

A greve histórica realizada pelos (as) empregados (as) da Cerb, recente-mente, continua fazendo história e ofe-recendo lições. Uma delas aconteceu em Caetité, onde a gerência chegou a ordenar a demissão de quatro vigilantes terceirizados por achar que eles deve-riam ter feito algo mais durante a para-lisação. Ninguém sabe o que seria esse “algo mais” numa greve que teve adesão total nem onde encontrou poder para intervir na gestão de pessoas de empre-sas terceirizadas. Mas o fato é que, pa-ra demití-los, alegou que chegou a fi car em cárcere privado, o que comprovada-mente não aconteceu. Como nem sem-pre quem deseja ser mais realista do que o rei se dá bem, o cargo que fi cou vazio foi justamente o da gerência.

Pessoa idosa discute

manutenção dos benefícios

Efeito da greve na Cerb: o feitiço

virou contra o feiticeiro

Page 4: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

Nova direção da CUT Bahia toma posse

Dia Mundial de Luta contra a AIDS

Eleita durante o 14º Congresso Es-tadual (Cecut), a nova direção da Central Única dos Trabalhadores da Bahia (CUT Bahia) foi empossada na última quinta, durante cerimônia no auditório do Sin-diquímica. Vai cumprir mandato até 2019 e nela estão dois companheiros e uma companheira do Sindae: o nosso coor-denador Danillo Assunção, que ocupa a Secretaria de Meio Ambiente, o nosso diretor de Imprensa, Edmilson Barbosa, como secretário adjunto de Comunica-ção e na diretoria plena, Uilma Pesqueira, diretora de base na unidade da Embasa

em Senhor do Bomfi m.

O presidente reeleito, Cedro Silva, destacou que uma das marcas do no-vo mandato será uma valorização ainda maior dos sindicatos fi liados, além do fortalecimento da ação sindical basea-da nos princípios cutistas, especialmen-te a solidariedade de classe, autonomia e liberdade sindical. Disse ainda que será apresentada uma agenda positiva e pro-positiva para o trabalho, lembrando que um desafi o é vencer a conjuntura política e econômica estabelecida no país.

Nesta terça, 1º de dezembro, é o Dia Mundial de Combate à AIDS, doença ca-racterizada pelo enfraquecimento do sis-tema de defesa do corpo e pelo apareci-mento das doenças oportunistas. A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1987, e no Brasil foi ado-tada no ano seguinte.

A OMS estima que 35 milhões de pes-soas conviviam com o vírus causador da doença até o fi nal de 2013, e que diaria-mente surgem 7.500 novos casos. Já para o Ministério da Saúde do Brasil, o núme-ro de pessoas infectadas pelo HIV no país é de aproximadamente 530.000 pessoas. Dessas, 25,4% não sabem que estão infec-tadas, e cerca de 30% dos pacientes ainda chegam ao serviço de saúde tardiamente.

O HIV é o causador da AIDS, sendo o vírus da imunodefi ciência humana. Re-cebe esse nome porque destrói o siste-

ma imunológico. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há portadores do vírus (soropositivos) que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais des-protegidas, pelo compartilhamento de se-ringas contaminadas ou de mãe para fi lho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

Saber do contágio pelo HIV preco-cemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamen-to especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. Além disso, as mães so-ropositivas têm 99% de chance de terem fi lhos sem o HIV se seguirem o tratamen-to recomendado durante o pré-natal, par-to e pós-parto. Assim, é importante reali-zar o teste (ele é seguro e sigiloso).

Comitê de Equidade recebe

mais um selo

Descaso com a saúde e a vida dos ascendentes

da Cerb

Integrantes do Comitê de Equidade da Embasa receberam mais uma vez o Se-lo Pró-Equidade, conferido pelo governo federal, através da Secretaria de Políticas para Mulheres. O programa tem como objetivo combater a discriminação e de-sigualdade de gênero e raça no ambiente de trabalho. Várias empresas também re-ceberam o selo, mas a Embasa é a única do setor de saneamento que dispõe de um comitê para desenvolver essas fi nali-dades. Contudo, importante frisar que o referido comitê é fruto de iniciativa do Sindicato em parceria com a Internacional de Serviços Públicos (ISP).

A saúde e a vida dos ascendentes de empregados (as) da Cerb estão ame-açadas pela imposição do governador Rui Costa e do presidente da empresa, Marcus Bulhões, pela exclusão dos mes-mos no Planserv ou num plano de saú-de privado. São pessoas idosas que fazem tratamento continuado, inclusive de do-enças graves, e que fi carão sem o trata-mento porque devem cumprir o prazo de carência para doenças pré-existentes.

O mínimo que a Cerb e o gover-no podem fazer é garantir o tratamen-to dos (das) ascendentes, pois trata-se de responsabilidade social. O contrário é impor o retrocesso. O Sindicato pro-curou o secretário de Relações Institu-cionais, Josias Gomes, e o presidente da empresa, Marcus Bulhões, mas eles sim-plesmente “lavaram as mãos”. O gover-nador, por sua vez, não recebe o Sindi-cato para discutir o assunto.

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1º DE DEZEMBRO

ACERVO SINDAE

DIVULGAÇÃO

Page 5: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

Um homem com uma visão muito além do seu tempo – é assim que pode ser analisado Teodoro Fernandes Sampaio, um negro fi lho de uma escrava com um padre e nascido em Santo Amaro da Purifi cação em 1855. Formado em engenharia civil nu-ma escola do Rio de Janeiro, “já pensava na construção de cidades fazendo saneamen-to”, conforme afi rmou o professor Marcos Sitael durante a Mesa de Diálogo sobre Igualdade Racial promovida pelo Sindae na última sexta (27).

Sitael afi rmou que foi de Teodoro o projeto da primeira represa de Salvador, a de Pituaçu, captando as águas dos rios das Pedras e Cascão para abastecer a popula-ção negra residente nas áreas da Boca do Rio e Itapuã. Em outro momento, ele par-ticipou da elaboração do primeiro projeto de ampliação da rede da antiga Companhia do Queimado, quando Salvador começou a ser abastecida por um novo sistema de distribuição de água. Em São Paulo também deixou um grande legado na área de sane-

amento: foi diretor do serviço estadual e um dos fundadores da Escola Politécnica.

Na sua primeira vinda à Bahia após sua formatura, segundo Sitael, ele comprou a al-forria da mãe e dos três irmãos. Também contribuiu para a libertação de outros escra-vos, tendo comprado e posteriormente do-ado uma casa na Graça, bairro da oligarquia, para a Sociedade Protetora dos Desvalidos.

Seu raio de atuação ultrapassou o cam-po do saneamento. Teodoro também foi ge-ógrafo, escritor, historiador e, como tal, “um dos mentores do livro ‘Os Sertões’, escrito pelo amigo Euclides da Cunha, para o qual deu importante contribuição pelo seu co-nhecimento sobre o sertão baiano e suas populações”. Dedicou-se, ainda, ao estudo de vários rios brasileiros, de pinturas rupes-tres em sítios arqueológicos nacionais, do tupi na geografi a brasileira e da geologia no país. Também trabalhou na ampliação da re-de férrea de Salvador ao São Francisco. Foi membro dos Institutos Históricos e Geo-gráfi cos da Bahia, de São Paulo e do Brasil.

Outro trabalho dele é o teatro na Fa-culdade de Medicina, no Terreiro de Jesus. Em reconhecimento ao seu enorme lega-do, existem cidades e avenidas com seu no-me em São Paulo e na Bahia. Além disso, dá seu nome a uma das estações do Parque de Bolandeira.

A COR DO TRABALHO – O seminário sobre discriminação racial foi aberto com a exibição do fi lme “A Cor do Trabalho”, dirigi-do por Antônio Olavo. Emocionante, recebeu intensos aplausos e muitos elogios da plateia. Além de depoimentos tocantes, de negros e negras que vivenciaram (e vivenciam) a cruel-

dade do racismo, o fi lme mostra de forma bastante didática a história do trabalho e a inserção da população negra nesse mercado desde os tempos da escravidão.

Ao mesmo tempo, retrata a alegria inerente ao povo, sua força, suas esperan-ças, sua criatividade, arte, sabedoria e, por conta da mistura de tudo isso, os muitos êxitos conseguidos ao longo do tempo. Aponta ainda que o caminho a ser trilhado é pela educação e conscientização. Um dos produtores do fi lme, Raimundo “Bujão”, deu o recado ao fi nal da exibição: “Não po-demos ser omissos (com a história) por-que seremos cúmplices do retrocesso”, numa alusão a todas às conquistas obtidas mediante a luta dos antepassados e às po-líticas de acesso à educação recentemente implantadas no Brasil.

O legado de Teodoro Sampaio, homem com visão além do seu tempo

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FOTOS: JÚLIA GUEDES

RAIMUNDO BUJÃO

MARCO SITAEL

Page 6: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

LOCAL NOMEALAGOINHAS Gilmar Carlos Bezerra de AlmeidaALPHAVILLEBOLANDEIRA Roberval da CruzCAETITÉ

CANDEIAS Eraldo Xavier dos SantosMarivon de Jesus da Silva

DIAS D’ÁVILAETA PRINCIPAL Jaimilson Santos FerreiraFEDERAÇÃO Marcos Cícero Carvalhal FigueiredoGUANAMBIIRECÊITABERABA Édipo Galhardes Almeida BatistaITAMARAJU Eder Santana GonçalvesJACOBINA Claudiane Miranda da SilvaLAURO DE FREITAS Joseval Lima da Silva TeixeiraPAULO AFONSOSENHOR DO BONFIM Daniel Oliveira Alves

LOCAL NOMECAETITÉ Antônio Costa Ribeiro

FEIRA DE SANTANA

Aderbal Alves FerreiraAdilson de Carvalho BispoGilvan Feitosa NascimentoJosé Nilton ReisSilverino Oliveira Sales

IRECÊ Luiz Carlos Batista OliveiraRIBEIRA DO POMBAL Antonio José Silva SouzaSALVADOR Joad Kleberg Franca RodriguesSANTA MARIA DA VITÓRIA Saulo Mendes da VeigaSENHOR DO BONFIM Paulo Roberto Silva Grisi

LOCAL NOMEALAGOINHASBARRA Fábio Correia Alves

CATU José Wilton de OliveiraLúcio Mauro de Araújo Pereira

ITAJUÍPE Antonio Augusto de Souza JúniorPINDOBAÇÚ Romão Soares de Souza NetoSANTA RITA DE CÁSSIA

03/11 Publicação do Edital no Boletim 04/11 Relação de associados em condições de votar16,17,18.11 Inscrição dos candidatos20.11 Comunicação à Empresa da candidatura do empregado01, 02, 03.12 Eleição em primeira convocação09/12 Comunicação à Empresa da eleição do empregado15, 16, 17.12 Eleição em segunda convocação22.12 Comunicação à Empresa da eleição dos empregados

CRONOGRAMA ELEITORAL – 2015

EMBASA CERB

SAAE

REPRESENTAÇÃO SINDICAL DE BASEEMBASA, CERB e SAAE

RELAÇÃO DE CANDIDATOS (AS)

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Nesta terça começa eleição para novos representantes sindicais de baseDessa terça até quinta (de 1º a 3),

serão realizadas eleições para escolha de novos representantes sindicais de base na Embasa, Cerb e alguns Saae’s. É muito importante a participação da categoria no processo eleitoral, pois terá a oportunidade de defi nir quem deve ser seus representantes mais próximos para estabelecer contato com o Sindicato.

Na Embasa, haverá eleição de re-presentantes para as unidades de Ala-

goinhas, Bolandeira, Candeias, ETA Principal, Federação, Itaberaba, Itama-raju, Jacobina, Lauro de Freitas e Se-nhor do Bonfi m. Não houve candi-datos para Alphaville, Caetité, Dias D’Ávila, Guanambi, Irecê e Paulo Afon-so. Na Cerb, teremos eleições em Fei-ra de Santana, Irecê, Ribeira do Pombal, Salvador, Santa Maria da Vitória e Se-nhor do Bonfi m. Já no Saae’s as elei-ções serão em Barra, Catu, Itajuípe e Pindobaçu. Não houve candidatos para Alagoinhas e Santa Rita de Cássia.

Page 7: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

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Imagens mostram rastro de destruição pelo fogona Chapada Diamantina

ETA Principal vive o horror de assaltos e nenhuma providência é tomada

Tantos tem sido os assaltos, tal é a vul-nerabilidade que a ETA Principal, em Can-deias, se transformou na “Estação do Me-do”. A tentativa de assalto no último dia 19, quando houve troca de tiros entre bandi-dos e vigilantes, só fez acentuar ainda mais a insegurança de quem trabalha ali, como também acendeu o sinal de alerta: a falta de proteção dessa importante unidade coloca em risco a vida de trabalhadores, o abaste-cimento de água para 2 milhões de pessoas e o patrimônio da empresa. O emaranhado de fatos mostra que há uma omissão crimi-nosa por trás de tudo.

Desprotegidos e com medo, técni-cos e operadores cobram uma reunião de emergência com a direção da empresa e, em documento, apontam que a ação de bandidos pode comprometer o abasteci-mento de água para a população de Salva-dor e Região Metropolitana. Relatam, ain-da, a gravíssima falha de todo o sistema de segurança que fi cou exposta na noite do último dia 19: aterrorizados e escondidos na sala da Cipa durante a tentativa de assal-to, os operadores tentaram contato com o plantão de segurança em Bolandeira e não tiveram sucesso. Chamados, integrantes de uma viatura da PM pararam no portão, perguntaram o ocorrido e foram embora. A ronda da empresa de segurança, a Vipal, também chamada, sequer apareceu. Co-mo? É simplesmente estarrecedor.

Também é estarrecedor o histórico da ação dos bandidos, as falhas do serviço de segurança e a omissão da empresa. Um exemplo: poucos dias antes dessa tentativa

de assalto, exatamente na madrugada do úl-timo dia 13, ladrões arrombaram dois por-tões e invadiram a ETA Principal, levando um compressor de porte considerável e ca-ro (custa de R$ 60 mil a R$ 80 mil). Detalhe: os ladrões sabiam onde estava o compres-sor, que fi cava numa área fechada e cober-ta, e demonstraram certo conhecimento da rotina da operação e da vigilância. A suspeita é que os ladrões receberam informações de dentro da empresa, o que aumenta a neces-sidade de apuração rigorosa do fato.

Os portões arrombados no último dia 13 também servem para denunciar a fragilidade da ETA Principal: um fi ca ao lado da subestação de energia de 69KV, que alimenta toda a unidade e a captação do Joanes II, e o outro dá acesso à ga-leria de fi ltros e à área operacional. São equipamentos que precisam de muita se-gurança porque, se alvos de uma ação criminosa, vão causar um estrago no sis-tema de abastecimento de água.

Há anos a ETA Principal vem sofrendo com a ação de bandidos. Ladrões já rouba-ram celulares e fi zeram operadores reféns, tomaram armas de vigilantes, efetuaram disparos e também já fi zeram “rondas” na área, buscando a melhor oportunidade pa-ra agir. Apesar disso, o que fez a Embasa? O quadro de vigilantes, que já pequeno para o tamanho da área, foi reduzido este ano. Além disso, o parque é aberto (sem mu-ro), não existe sistema de vigilância por câ-meras e os trabalhadores da segurança não recebem treinamento e reciclagem. Desse jeito só se pode esperar pelo pior.

Os sucessivos incêndios que atingem a Chapada Diamantina desde o fi nal de ou-tubro deixou um rastro de destruição que pode ser registrado nas imagens feitas pelo fotógrafo Manoel Porto, que visitou o local com apoio do Sindae. O fogo já devastou cerca de 30 mil hectares da região, e destes, 10 mil hectares (6,5% da área) do Parque Nacional da Chapada Diamantina, um dos mais importantes e bonitos do país.

A destruição está por toda parte nes-te que é considerado um dos piores in-cêndios ocorridos na região, com prejuízo incalculável. Apesar de grande quantidade de bombeiros e brigadistas na área, a pre-ocupação é constante por conta da seca que não promete alívio imediato. De acor-do com o chefe substituto do Parque Na-cional, César Gonçalves, a intensidade dos

ESTAÇÃO DO MEDO

incêndios está mais alta este ano devido ao fenômeno do El Niño, tido como o mais forte registrado na história.

Além dos efeitos do El Niño, Gonçal-ves diz que os incêndios são causados pela

ação do homem, seja para renovar pasta-gens ou diminuir a vegetação para facilitar a caça. Isso acontece apesar do histórico e intenso trabalho de conscientização na comunidade visando preservar o valioso patrimônio histórico, cultural e ambiental ali existente. Mas também ocorrem incên-dios pela ação da natureza, provocados por raios, como aconteceu na semana passada.

Em diversos locais, onde havia o ver-de hoje resta o cinza da mata queimada e o cheiro da fumaça. Uma enorme perda de espécies raras, algumas ameaçadas de extin-ção. Houve impacto também na fauna, dimi-nuindo a diversidade de animais e afetando a cadeia alimentar existente na região. A parte hídrica também sofreu, com perda de vege-tação nas encostas de rios e nas nascentes, numa área onde nascem rios importantes da Bahia, a exemplo do Paraguaçu.

Além de brigadistas voluntários de vá-rias cidades da região, o combate ao fogo está sendo feito por equipes do Corpo de Bombeiros da Bahia, com reforço de homens da Defesa Nacional, da Força Aérea Brasileira e do Exército. Na semana passada foi debe-lada a maioria dos focos de incêndio, mas o risco permanece enquanto perdurar a forte seca que se abate sobre o estado.

FOTOS: MANOEL PORTO

Page 8: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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SIGA-NOS:

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TOMENotaDIEESEO companheiro e secretário Grigó-

rio Rocha foi reconduzido para a direção sindical do Dieese Bahia, durante assem-bleia realizada na última terça (24). Vai cumprir mandato de três anos juntamen-te com outros seis dirigentes (a direção é colegiada). Na mesma assembleia foi aprovado o planejamento anual do órgão.

PPR PARADOAté o momento a Embasa não mar-

cou uma nova reunião com o Sindica-to para apresentar sua proposta de pa-gamento do benefício do Programa de Participação nos Resultados (PPR). O Sindicato tem feito várias cobranças e já estamos no fi nal do ano: é importante que o acordo sobre o programa seja en-caminhado logo, até porque iremos discu-tir com a categoria.

SAÚDE DO TRABALHADORA CUT Bahia realizará no próximo

dia 9 um seminário sobre saúde e segu-rança do trabalhador, dando destaque pa-ra a proposta que tramita no Congresso Nacional para ampliar a terceirização e as consequências da reestruturação dos mi-nistérios, recentemente feita pelo gover-no federal. O tema do encontro é “No-vos desafi os na ação sindical em defesa da saúde do trabalhador” e ele está marcado para o auditório do Sindpetro, no Jardim Bahiano, a partir das 8 horas.

RACISMOCustou caro a ousadia do gerente de

um restaurante no Rio de Janeiro a três entregadores de bebidas negros. O geren-te ofereceu bananas aos trabalhadores co-mo “homenagem” ao 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Foi preso em fl a-grante por injúria racial e logo depois de-mitido. Se for julgado, ele poderá pegar de um a três anos de prisão, além da multa.

DESEMPREGOEm todo o país, a taxa de desempre-

go tem batido mais forte na Bahia, confor-me o IBGE, através da sua Pesquisa Na-cional por Amostra de Domicílio (PNDA) Contínua. O estado registrou no terceiro trimestre deste ano uma taxa de 12,8%, a maior do Brasil, e Salvador não fi cou atrás. A cidade registrou 16,1%, a maior taxa entre as capitais, fenômeno também observado em nossa região metropolita-na, onde o desemprego foi de 17%. Entre as regiões do país, o maior desemprego foi observado no Nordeste, com 10,8% e o menor no Sul, com 6%.

CONTATOOs (as) associados (as) abaixo rela-

cionados devem fazer contato com o Sin-dicato, procurando pela companheira Eli-sabete: José Carlos Lopes Rodrigues, José Ricardo Ramos da Cruz e Raimundo Pi-nheiro de Santana.

8

PLANTÃO DOS (AS) ADVOGADOS (AS) DEZEMBRO/2015

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Dia 18 8h às 12h Jurídico Itinerante – Feira de Santana (Embasa)Dr. Eduardo

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Contato: (71) 3111-1700

Embasa transforma plano de cargos numa caixa preta

A diretoria executiva e o Conselho de Administração já aprovaram a revisão do plano de cargos e salários, mas a Emba-sa até agora não promoveu a divulgação do mesmo para a categoria, mesmo tendo recebido mais um troféu de transparência. Ao manter essa conduta, transformando o plano numa caixa preta, a entrega do tro-féu deixa de ser justa.

O Sindicato tem cobrado insisten-temente para que isso aconteça, até pa-ra que os (as) trabalhadores (as) possam

refl etir e sugerir mudanças e aperfeiçoa-mentos. Ela entregou uma cópia do plano à entidade, mas continua com a obrigação de fazer a divulgação. O Sindicato, por sua vez, continua analisando e depois irá discu-tir com a categoria.

O plano é de fundamental importân-cia para a retenção de profi ssionais, pois mostra os horizontes de ascensão na em-presa e várias formas de se buscar maior capacitação. Qual será o interesse por trás da não divulgação?

LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011. Regula o acesso a informações

CAPÍTULO II

DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO

Art. 6º - Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas

e procedimentos específi cos aplicáveis, assegurar a: I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua

divulgação;

Page 9: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

Número 151 Novembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO

SINDICAL DOS TRABALHADORES

Page 10: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

2

A importância da organização sindical dos trabalhadores

Os sindicatos são organizações de representação dos interesses dos

trabalhadores, criadas para compensar o poder dos empregadores na relação contratual

sempre desigual e reconhecidamente conflituosa entre capital e trabalho. Nascem na

primeira metade do século XIX, como reação às precárias condições de trabalho e

remuneração a que estão submetidos os trabalhadores no capitalismo.

Ao final do século XIX, os sindicatos obtiveram reconhecimento institucional

nos principais países industrializados. Desde então, têm exercido papel fundamental na

organização da classe trabalhadora para a luta por uma sociedade justa e democrática,

pressionando pela ampliação dos limites dos direitos individuais e coletivos ainda hoje

estreitos em muitos países, entre os quais o Brasil.

Os sindicatos nascem como reação às precárias condições de trabalho e

remuneração a que estão submetidos os trabalhadores no capitalismo

Um dos marcos do reconhecimento da importância das organizações sindicais

ocorreu em 1919, logo após a 1ª Guerra Mundial, com a criação da Liga das Nações,

entidade tripartite que deu origem à Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nos

documentos e convenções da OIT, são reconhecidos o direito de sindicalização, o

direito de negociação coletiva e o direito de greve, instrumentos de afirmação dos

interesses dos trabalhadores e do poder sindical. Também a Declaração Universal dos

Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948,

reconhece esse direito fundamental no Artigo 23, que estabelece: “Toda pessoa tem o

direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para defesa

dos seus interesses”.

São resultado da ação organizada dos trabalhadores importantes avanços sociais,

entre os quais se destaca a redução gradual da jornada de trabalho, de um total de até 16

horas, no século XVIII, para as atuais 8 horas ou menos, na maioria dos países.

As experiências vividas pelos países nórdicos e da Europa Ocidental, onde se

atingiu o patamar civilizatório mais desenvolvido no sistema capitalista, resultaram de

Page 11: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

3

lutas e negociações entre sindicatos, entidades representativas de empregadores e

governos, evidenciando que uma dimensão indispensável da democracia é a existência

de um Sistema de Relações de Trabalho democrático, tanto mais avançado e duradouro

quando constituído por agentes legítimos e representativos.

Uma dimensão indispensável da democracia é a existência de um Sistema de

Relações de Trabalho democrático

No Brasil, os sindicatos são atores sociais que reivindicam e organizam a classe

trabalhadora no contexto de uma democracia representativa e também participativa,

como previsto na Constituição Federal de 1988.

Nas últimas décadas, o Movimento Sindical brasileiro, além da organização e

defesa dos direitos da classe trabalhadora, tem exercido um importante papel na vida

política nacional. Destaca-se sua atuação no combate à ditadura e na luta pela

redemocratização do país, nas campanhas pela anistia, pelas eleições diretas para

presidente da República e pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A atuação dos sindicatos nos Comitês Pró-Participação Popular na Constituinte

contribuiu decisivamente para que a Constituição de 1988 reservasse todo o Artigo 7º,

com 34 incisos, aos direitos dos trabalhadores, ali reconhecidos como fundamentais.

A atuação dos sindicatos contribuiu decisivamente para que a Constituição de 1988

reservasse todo o Artigo 7º aos direitos dos trabalhadores

Características das entidades sindicais no Brasil

Segundo o CNES (Cadastro Nacional de Entidades Sindicais), existem em 2015,

no Brasil, 11.173 entidades sindicais representativas de trabalhadores, presentes em

todas as unidades da Federação (Tabela 1). Estima-se, de acordo com dados da Rais

(Relação Anual de Informações Sociais), que cerca de 50 milhões de trabalhadores são

representados por essas entidades.

Page 12: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

4

TABELA 1

Distribuição das entidades sindicais laborais segundo regiões geográficas e unidades da Federação

Brasil - 2015

Região / UF Total

nº %

Norte 745 6,7

Pará 295 2,6

Amazonas 152 1,4

Rondônia 110 1,0

Tocantins 73 0,7

Amapá 44 0,4

Acre 36 0,3

Roraima 35 0,3

Nordeste 2.966 26,5

Bahia 557 5,0

Ceará 436 3,9

Pernambuco 400 3,6

Paraíba 339 3,0

Maranhão 335 3,0

Piauí 272 2,4

Rio Grande do Norte 235 2,1

Sergipe 200 1,8

Alagoas 192 1,7

Centro-Oeste 1.106 9,9

Goiás 346 3,1

Mato Grosso do Sul 304 2,7

Mato Grosso 261 2,3

Distrito Federal 195 1,7

Sudeste 3.715 33,2

São Paulo 1.720 15,4

Minas Gerais 1.185 10,6

Rio de Janeiro 578 5,2

Espírito Santo 232 2,1

Sul 2.641 23,6

Rio Grande do Sul 1.077 9,6

Paraná 835 7,5

Santa Catarina 729 6,5

TOTAL 11.173 100,0 Fonte: MTE. CNES - Cadastro Nacional de Entidades Sindicais Elaboração: DIEESE

Mais de oito mil entidades sindicais representam trabalhadores urbanos e quase

três mil abrangem trabalhadores rurais.

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5

TABELA 2 Distribuição das entidades sindicais laborais segundo área geoeconômica

Brasil - 2015

Área Geoeconômica Total

nº %

Urbana 8.324 74,5

Rural 2.849 25,5

Total 11.173 100,0 Fonte: MTE. CNES - Cadastro Nacional de Entidades Sindicais Elaboração: DIEESE

Direitos dos trabalhadores e negociação coletiva

Uma das principais atribuições das entidades sindicais é a prática de negociações

coletivas, que asseguram aos trabalhadores por elas representados a possibilidade de

ampliar direitos garantidos por lei e adquirir novas conquistas. A própria legislação

trabalhista, muitas vezes, promove a extensão a todos os assalariados de direitos antes

restritos a algumas categorias de trabalhadores, que os haviam conquistado em

negociações coletivas específicas. São os casos, entre outros, do 13º salário,

inicialmente negociado como “Abono Natalício” e estendido a todos os trabalhadores

em 1962 1 , e de direitos inscritos na Constituição de 1988: redução da jornada de

trabalho de 48 para 44 horas semanais; elevação do percentual de remuneração da hora

extra para 50%; ampliação da licença-maternidade para 120 dias; criação da licença-

paternidade de cinco dias; e do adicional de 1/3 sobre a remuneração das férias. Em

outro capítulo da Carta Magna, foi estendido aos servidores públicos o direito de

sindicalização e de greve, que, na prática, já eram exercidos por esses trabalhadores.

As negociações coletivas ampliam direitos garantidos por lei e avançam em novas

conquistas para os trabalhadores

A Constituição de 1988 reforça a atribuição negocial dos sindicatos, quando

dispõe sobre o “Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho”

(Inciso XXVI)2, instrumentos já existentes desde os anos 1940, que adquiriram maior

1 Para se ter ideia da importância dessa conquista, estima-se que mais de 84 milhões de pessoas recebem anualmente o equivalente a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) como 13º salário. 2 Convenções coletivas de trabalho são instrumentos firmados entre entidades sindicais representativas de

trabalhadores e entidades sindicais representativas de empregadores, cujas cláusulas são de cumprimento obrigatório por todas as empresas da categoria; e Acordos Coletivos de Trabalho são instrumentos firmados entre entidades sindicais representativas de trabalhadores e uma ou mais empresas, de cumprimento obrigatório apenas pela(s) empresa(s) signatária(s).

Page 14: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

6

relevância a partir do final dos anos 1970, com a retomada dos movimentos grevistas e

o fortalecimento das negociações diretas entre sindicatos e empresas ou organizações

patronais, ainda no período ditatorial.

A atuação dos sindicatos ganha relevância inconteste quando se observa a

diversificada gama de temas e itens negociados e direitos inscritos nos Acordos e

Convenções Coletivas. Anualmente, dezenas de milhões de trabalhadores formalmente

contratados têm suas condições de trabalho e remuneração renovadas pela atuação de

suas entidades representativas, em negociações diretas muitas vezes duras com as

empresas ou com suas representações setoriais.

Nesse sentido, para que os trabalhadores, como parte estruturalmente mais fraca

na relação capital-trabalho, tenham chances de sucesso nos processos negociais, suas

entidades representativas precisam dispor de recursos-políticos e financeiros - para se

contraporem ao poder das corporações empresariais.

As entidades representativas de trabalhadores precisam dispor de recursos -

políticos e financeiros - para se contraporem ao poder das corporações

empresariais

O fortalecimento da negociação coletiva no Brasil tem resultado no aumento do

número de instrumentos firmados entre sindicatos e entidades patronais. Entre 2007 e

2015, foram registrados no Mediador - sistema criado pelo Ministério do Trabalho e

Emprego para depósito de acordos e convenções coletivas de trabalho - cerca de 44 mil

convenções e aproximadamente 238 mil acordos, firmados por cerca de 55% das

entidades sindicais cadastradas no CNES (6.121 das 11.173).

Nesses oito anos, do total de entidades representativas de trabalhadores urbanos

do setor privado, quase 90% (4.354 em 4.950) depositaram no Mediador algum tipo de

instrumento que dispõe sobre os mais diversos aspectos das relações de trabalho de

categorias profissionais específicas.

Para dar ideia da diversidade de questões tratadas nesses documentos, são

apresentados na Tabela 3 os grupos temáticos presentes nas mais de seis mil

Convenções Coletivas de Trabalho vigentes em 2014 e as garantias mais

Page 15: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

7

frequentemente negociadas em cada um desses grupos, além do número e do percentual

de documentos em que aparecem.

TABELA 3

Convenções coletivas registradas no Mediador, segundo grupos e subgrupos de cláusulas selecionados - Brasil - 2014

Grupo e Subgrupo de Cláusulas Convenções Coletivas

nº %

Salários, Reajustes e Pagamentos 5.838 95,2

Piso Salarial 5.248 85,6

Reajustes/Correções Salariais 5.124 83,6

Pagamento de Salário-Formas e Prazos 4.435 72,3

Gratificações, Adicionais, Auxílios 5.777 94,2

Adicional de Hora-Extra 3.889 63,4

Auxílio Alimentação 3.189 52,0

Auxílio Morte/Funeral 2.446 39,9

Auxílio Transporte 2.391 39,0

Adicional Noturno 2.222 36,2

Auxílio Creche 1.978 32,3

Seguro de Vida 1.940 31,6

Contrato de Trabalho - Admissão, Demissão, Modalidades 5.526 90,1

Desligamento/Demissão 4.273 69,7

Aviso Prévio 3.443 56,1

Normas para Admissão/Contratação 3.264 53,2

Relações de Trabalho - Condições de Trabalho, Normas de Pessoal e Estabilidades 5.398 88,0

Estabilidade pré-Aposentadoria 2.824 46,1

Estabilidade Mãe 2.587 42,2

Estabilidade Acidentados/Portadores Doença Profissional 1.434 23,4

Estabilidade Serviço Militar 1.269 20,7

Ferramentas e Equipamentos de Trabalho 993 16,2

Qualificação/Formação Profissional 955 15,6

Jornada de Trabalho - Duração, Distribuição, Controle, Faltas, Férias 5.664 92,4

Faltas ao trabalho 3.655 59,6

Compensação de Jornada 3.316 54,1

Duração e Concessão de Férias 2.694 43,9

Controle da Jornada 2.604 42,5

Duração da Jornada e Horário de trabalho 2.472 40,3

Saúde e Segurança do Trabalhador 5.220 85,1

Uniforme 3.278 53,5

Aceitação de Atestados Médicos 3.097 50,5

Condições de Ambiente de Trabalho 2.115 34,5

Exames Médicos 1.547 25,2

CIPA-composição, eleição, atribuições, garantias aos cipeiros 1.497 24,4

Equipamentos de Proteção Individual 1.124 18,3

Primeiros Socorros 1.070 17,4

Relações Sindicais 5.713 93,2

Acesso do Sindicato ao Local de Trabalho 2.006 32,7

Liberação de Empregados para Atividades Sindicais 1.697 27,7

Acesso a Informações da Empresa 1.070 17,4

Representante Sindical 982 16,0

Sindicalização (campanhas e contratação de sindicalizados) 968 15,8

Total 6.132 100,0 Fonte: MTPS. Mediador Elaboração: DIEESE

Conforme se pode notar, na grande maioria das Convenções Coletivas-entre

85% e 95% - são estipuladas normas relativas aos principais aspectos das relações

Page 16: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

8

laborais, quais sejam: remuneração, contratação, condições e relações de trabalho,

jornada, saúde e segurança e relações sindicais.

Importância dos sindicatos na fiscalização dos direitos dos

trabalhadores

Conquistado um direito, pela legislação ou pela negociação coletiva, a grande

dificuldade, muitas vezes, é garantir que ele seja implementado. Os direitos trabalhistas,

é sabido, são muito desrespeitados no país. A falta de fiscalização, por negligência do

poder público ou insuficiência de fiscais para atender todo o território nacional, faz com

que o cumprimento da lei e dos Acordos ou Convenções Coletivas nem sempre seja

observado.

A instituição que melhor atua para assegurar o cumprimento dos direitos e

denunciar os abusos é o sindicato

A instituição que melhor atua para assegurar o cumprimento dos direitos e

denunciar os abusos é o sindicato. No contato cotidiano com os trabalhadores, o

sindicato toma conhecimento das circunstâncias e das ocorrências que ferem a lei e os

acordos e Convenções Coletivas e que aviltam direitos garantidos. Desde situações

como a do trabalho escravo e os acidentes de trabalho, passando pelos constrangimentos

morais e psicológicos, até o excesso de jornada e o descumprimento das obrigações

trabalhistas mais básicas, o sindicato atua como um fiscal atento.

Muitas das denúncias que chegam às autoridades fiscalizadoras e ao Ministério

Público partem dos sindicatos, que, assim operam para que as leis saiam do papel e,

efetivamente, cumpram as funções para as quais foram aprovadas.

As negociações coletivas e a atuação fiscalizadora em que se envolvem os

sindicatos de trabalhadores contribuem não só para a melhoria da vida de seus

representados, mas também para evitar a morosidade das demandas judiciais na

resolução dos conflitos.

Page 17: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

9

Os sindicatos e as negociações de grandes temas nacionais

Para além da negociação coletiva de acordos específicos, a atuação do

Movimento Sindical tem sido decisiva na negociação de grandes temas nacionais. É o

caso, em especial, da propositura e negociação, pelas Centrais Sindicais, da política de

valorização do Salário Mínimo com o governo Lula, em 2006, resgatando parte de uma

dívida social de várias décadas, em que o poder de compra desta remuneração foi

achatado.

Como resultado dessas negociações, foi acordada, em 2007, uma política

permanente de valorização do salário mínimo até 2023, que estabeleceu como critério o

repasse da inflação do período anterior e o aumento real pela variação do PIB, além da

antecipação gradual da data-base de revisão, até fixá-la no mês de janeiro, o que ocorreu

em 2010.

Foram muitos e relevantes os impactos positivos desse processo, que,

juntamente com os resultados favoráveis das negociações coletivas de trabalho nos anos

2000, foi fundamental para retirar dezenas de milhões de pessoas da pobreza e

promover um processo de melhoria da distribuição da renda.

Estima-se que 47 milhões de pessoas têm rendimentos - salários ou benefícios

previdenciários e assistenciais - referenciados no salário mínimo, o que mostra sua

capacidade de dinamizar o mercado interno de consumo e estimular a economia.

Na última revisão do valor do salário mínimo, em janeiro de 2015, estimou-se

um incremento de quase R$ 39 bilhões na renda das famílias, bem como um aumento da

arrecadação tributária sobre o consumo de cerca de R$ 21 bilhões.

A atuação do Movimento Sindical tem sido decisiva na negociação de grandes

temas nacionais

Em outra dimensão, as organizações sindicais dos trabalhadores têm destacado a

importância e necessidade de mudanças no próprio sistema tributário brasileiro, de

forma a torná-lo mais progressivo e, consequentemente, mais justo, tornando-se,

efetivamente, um instrumento para a melhoria da distribuição de renda.

Page 18: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

10

As Centrais Sindicais participam, também, de Conselhos de Políticas Públicas

(Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda - SPETR; Sistema Único de Saúde -

SUS; e de outros espaços onde se discutem e se deliberam questões que afetam os

trabalhadores). Participam, ainda, da gestão de fundos públicos (Conselho Deliberativo

do Fundo de Amparo ao Trabalhador - Codefat - e Conselho Deliberativo do Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço - FGTS).

A importância das Centrais Sindicais na sociedade brasileira foi formalmente

reconhecida em 2008, através da Lei 11.468. Esse diploma legal veio trazer

personalidade jurídica a essas organizações nacionais que já atuavam de forma

destacada desde a primeira metade dos anos 1980.

Mais recentemente, o Movimento Sindical teve, também, relevante

protagonismo nas Mesas Nacionais para Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho

no Setor de Cana de Açúcar e no Setor da Construção Civil, compostas pelas Centrais

Sindicais, governo e entidades nacionais representativas de empresas de ambos os

setores. Como resultado, foram firmados Compromissos Nacionais, de adesão

voluntária pelas empresas.

O primeiro deles foi o Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de

Trabalho na Cana de Açúcar, assinado em 25 de junho de 2009, após 17 reuniões de

trabalho ao longo de um ano e meio de negociações. O Compromisso determinava as

práticas empresariais, as políticas públicas e o processo de implantação e

monitoramento que deviam ser desenvolvidos para garantir novos direitos e melhor

qualidade de vida aos trabalhadores canavieiros, abrangendo questões trabalhistas

relativas a 18 temas, desde condições de alojamento até o combate ao trabalho escravo.

Em março de 2012, após 18 reuniões e três plenárias, que tiveram início na

esteira dos violentos conflitos ocorridos em 2011 em grandes canteiros de obras de

infraestrutura, foi assinado o Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das

Condições de Trabalho na Indústria da Construção, que abarcou uma gama variada de

temas, como saúde e segurança e Organização Sindical no Local de Trabalho.

Esses fatos atestam a relevância das organizações sindicais na obtenção de

melhores condições de vida e trabalho, na conquista de novos patamares civilizatórios e

no aprofundamento e consolidação da democracia do país.

Page 19: Gota D'água - Ed. n.43 - Novembro 2015

11

Rua Aurora, 957 - 1º andar - Centro 01209-001 - São Paulo - SP PABX: (011) 3821-2199 Fax: (011) 3821-2179 Direção Executiva Presidente: Zenaide Honório Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - SP Vice-presidente: Luís Carlos de Oliveira Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas

Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo Mogi das Cruzes e Região - SP Secretário Executivo: Antônio de Sousa Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas

Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco e Região - SP Diretor Executivo: Alceu Luiz dos Santos Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de

Máquinas Mecânicas de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas da Grande Curitiba - PR Diretor Executivo: Bernardino Jesus de Brito Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia

Elétrica de São Paulo - SP Diretora Executiva: Cibele Granito Santana Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Energia

Elétrica de Campinas - SP Diretor Executivo: Josinaldo José de Barros Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas

Mecânicas e de Materiais Elétricos de Guarulhos Arujá Mairiporã e Santa Isabel - SP Diretora Executiva: Mara Luzia Feltes Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramentos

Perícias Informações Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul - RS Diretora Executiva: Maria das Graças de Oliveira Sindicato dos Servidores Públicos Federais do

Estado de Pernambuco - PE Diretor Executivo: Paulo de Tarso Guedes de Brito Costa Sindicato dos Eletricitários da Bahia - BA Diretora Executiva: Raquel Kacelnikas Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de

São Paulo Osasco e Região - SP Diretor Executivo: Roberto Alves da Silva Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e

Conservação Ambiental Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo - SP Diretor Executivo: Ângelo Máximo de Oliveira Pinho Sindicato dos Metalúrgicos do ABC - SP Direção Técnica Diretor técnico: Clemente Ganz Lúcio Coordenadora executiva: Patrícia Pelatieri Coordenadora administrativa e financeira: Rosana de Freitas Coordenador de educação: Nelson de Chueri Karam Coordenador de relações sindicais: José Silvestre Prado de Oliveira Coordenador de atendimento técnico sindical: Airton Santos Coordenadora de estudos e desenvolvimento: Ângela Maria Schwengber

Equipe Técnica Responsável

Airton dos Santos Carlindo Rodrigues de Oliveira Ilmar Ferreira da Silva Patrícia Pelatieri Vera Gebrim