gota d'água - ed. n.31 - setembro 2015

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Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 31 – 8 de setembro de 2015 www.sindae-ba.org.br ACESSE A VERSÃO DIGITAL TERMINA A NOVELA NO SAAE DE CATU: ACORDO COLETIVO É APROVADO EM DEFINITIVO PÁGINA 2 PROJETO PASSA NA CÂMARA E REMUNERAÇÃO DO FGTS DEVE IGUALAR À DA POUPANÇA PÁGINA 2 GRANDE VITÓRIA: FORÇA DA CATEGORIA FAZ EMBASA DESISTIR DO PLANSERV PÁGINA 6 "BAHIA: TERRA MÃE DO BRASIL E DA REPRESSÃO À CLASSE TRABALHADORA." PÁGINA 5 Foram 58 dias de bravura e heroísmo, enfrentando a truculência e arbi- trariedade do governo e da empresa: em assembleia na última terça (1º) a ca- tegoria decidiu suspender a greve, mas mantendo a mobilização. Nesta quinta (3) haverá reunião para traçar novas estratégias de luta.Também foi decidido aguardar o julgamento do dissídio pela justiça. Se houve heroísmo de um lado, de outro a greve revelou a tirania do governador Rui Costa. Renegou seu pas- sado de sindicalista, afastou o diálogo, mandou reprimir e ameaçou até mes- mo extinguir a empresa.Assumiu a postura de inimigo, uma mudança triste e vergonhosa, sobretudo para aqueles que enfrentaram a ditadura militar para transformar o Brasil num estado democrático de direito. PÁGINA 2 GREVE NA CERB É SUSPENSA GREVE NA CERB É SUSPENSA Paralisação heroica revela Paralisação heroica revela um Rui Costa tirano um Rui Costa tirano Categoria vai aguardar o julgamento do dissídio coletivo no TRT Categoria vai aguardar o julgamento do dissídio coletivo no TRT Cerb é notificada pela Prefeitura de Lagoa Real pela abertura de poço A denúncia da contaminação de água por urânio num poço no município de La- goa Real, na região de Caetité, feita pela imprensa no último dia 22, tem percor- rido o mundo e deixado a população lo- cal apreensiva. O Ministério do Meio Am- biente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno- váveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água do poço, e ameaçam punir a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), mas a Cerb, que abriu o poço, também é responsabilizada pela Prefeitura de Lagoa Real. De acordo com o secretá- rio de Meio Ambiente do município,Willi- ke Fernandes Moreira, a Prefeitura nem sequer sabia da existência do poço. Os órgãos de scalização, até agora, só falam em punição para a INB, que há 15 anos explora urânio na mina que ca em Caetité, 21 quilômetros do poço, e tem como hábi- to negar contaminação.A empresa, que é do governo federal, é acusada de omitir infor- mações sobre a qualidade da água, pois fez coleta em outubro do ano passado e março deste ano mas só comunicou a Prefeitura de Lagoa Real no nal de maio. Poucos dias de- pois o poço foi lacrado. (Com informações do Jornal O Estado de São Paulo). EDMILSON BARBOSA JÚLIA GUEDES ÁGUA COM URÂNIO

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Page 1: Gota D'água - Ed. n.31 - Setembro 2015

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 31 – 8 de setembro de 2015

www.sindae-ba.org.br

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ESSE

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TERMINA A NOVELA NO SAAE DE CATU: ACORDO COLETIVO É APROVADO EM DEFINITIVO

PÁGINA 2

PROJETO PASSA NA CÂMARA E REMUNERAÇÃO DO FGTS DEVE

IGUALAR À DA POUPANÇAPÁGINA 2

GRANDE VITÓRIA: FORÇA DA CATEGORIA FAZ EMBASA

DESISTIR DO PLANSERVPÁGINA 6

"BAHIA: TERRA MÃE DO BRASIL E DA REPRESSÃO À

CLASSE TRABALHADORA."PÁGINA 5

Foram 58 dias de bravura e heroísmo, enfrentando a truculência e arbi-trariedade do governo e da empresa: em assembleia na última terça (1º) a ca-tegoria decidiu suspender a greve, mas mantendo a mobilização. Nesta quinta (3) haverá reunião para traçar novas estratégias de luta. Também foi decidido aguardar o julgamento do dissídio pela justiça. Se houve heroísmo de um lado, de outro a greve revelou a tirania do governador Rui Costa. Renegou seu pas-sado de sindicalista, afastou o diálogo, mandou reprimir e ameaçou até mes-mo extinguir a empresa. Assumiu a postura de inimigo, uma mudança triste e vergonhosa, sobretudo para aqueles que enfrentaram a ditadura militar para transformar o Brasil num estado democrático de direito. PÁGINA 2

GREVE NA CERB É SUSPENSAGREVE NA CERB É SUSPENSA

Paralisação heroica revela Paralisação heroica revela um Rui Costa tiranoum Rui Costa tirano

Categoria vai aguardar o julgamento do dissídio coletivo no TRTCategoria vai aguardar o julgamento do dissídio coletivo no TRT

Cerb é notificada pela Prefeitura de Lagoa Real pela abertura de poçoA denúncia da contaminação de água

por urânio num poço no município de La-goa Real, na região de Caetité, feita pela imprensa no último dia 22, tem percor-rido o mundo e deixado a população lo-cal apreensiva. O Ministério do Meio Am-biente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água do poço, e ameaçam punir a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), mas a Cerb, que abriu o poço, também é responsabilizada pela Prefeitura de Lagoa Real. De acordo com o secretá-rio de Meio Ambiente do município, Willi-

ke Fernandes Moreira, a Prefeitura nem sequer sabia da existência do poço.

Os órgãos de fi scalização, até agora, só falam em punição para a INB, que há 15 anos explora urânio na mina que fi ca em Caetité, 21 quilômetros do poço, e tem como hábi-to negar contaminação. A empresa, que é do governo federal, é acusada de omitir infor-mações sobre a qualidade da água, pois fez coleta em outubro do ano passado e março deste ano mas só comunicou a Prefeitura de Lagoa Real no fi nal de maio. Poucos dias de-pois o poço foi lacrado. (Com informações do Jornal O Estado de São Paulo).

EDMILSON BARBOSA

JÚLIA GUEDES

ÁGUA COM URÂNIO

Page 2: Gota D'água - Ed. n.31 - Setembro 2015

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Projeto passa na Câmara e remuneração do FGTS deve igualar à da poupança

Finalmente trabalhadores (as)

do Saae podem comemorar o

acordo coletivo

Força da categoria faz Embasa desistir do PlanservGRANDE VITÓRIA

Em votação simbólica após acordo en-tre partidos, na semana passada a Câma-ra dos Deputados aprovou a equiparação da remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) à da caderneta de poupança. O aumento da remuneração se-rá escalonado num período de quatro anos, começando por janeiro do ano que vem. O texto segue agora para o Senado e, se apro-vado, vai para sanção presidencial.

Pelo aprovado, em 2016 a remuneração do FGTS será a Taxa Referencial (TR) mais 4% para os novos depósitos, 1 ponto acima da atual correção. Em 2017, sobe para TR mais 4,75%, e em 2018, TR mais 5,5%. A partir de 2019, a remuneração será igual à poupança, hoje em 6,17% mais TR. A remuneração dos

depósitos antigos permanece em TR mais 3%.

O projeto possibilita o governo usar 60% do lucro do FGTS para subsidiar o pro-grama habitacional a partir do ano que vem. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tentou emplacar uma proposta que, segundo o governo, comprometia o programa Minha Casa, Minha Vida.

No entanto, o setor da construção civil não gostou do projeto aprovado e prometeu trabalhar para que ele seja alterado no Sena-do. Segundo o presidente da Câmara Brasi-leira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins, o texto é "incompatível" com a realidade dos fi nanciamentos à casa própria que já foram fechados pelos bancos.

Cerca de 20 trabalhadores (as) do Saae de Catu comemoram bastante na última terça (25), fi nalmente, a aprova-ção em segundo e último turno do pro-jeto de lei que garantiu o acordo cole-tivo deste ano estabelecendo o reajuste salarial de 8,34%, índice que também re-percutirá nos auxílios creche e alimenta-ção, além dos bônus de Páscoa, São João e Natal. A Câmara de Vereadores fi cou lotada, da mesma forma que aconteceu na primeira votação, uma semana antes.

O reajuste é retroativo a primeiro de maio e o retroativo fi cou de ser pago par-celadamente até o fi nal do ano. A aprova-ção do projeto de lei põe fi m a uma longa novela, pois o acordo coletivo havia sido fechado há meses e nada de seguir, como projeto de lei, para apreciação dos vere-adores locais. Quando foi uma primeira vez, estabelecia reajuste de 8,3%, e não os 8,34% negociados, o que revoltou a cate-goria. Houve protestos e até paralisação para reverter a situação, para então a Pre-feitura corrigir o índice e enviar o projeto correto para a Câmara.

Após forte pressão exercida pela cate-goria e pelo Sindicato, com ampla mobiliza-ção na capital e interior, a direção da Embasa resolveu recuar e desistiu da migração for-çada do plano de saúde atual para o Plan-serv, conforme imposição do governador Rui Costa. A desistência da empresa é uma vitória política de todos (as) que compreen-deram a importância de defender direitos conquistados há décadas e, sobretudo, de-fender uma das cláusulas mais importantes do nosso acordo coletivo: a que estabelece regras da assistência médica.

A decisão da empresa foi bastante co-memorada pela categoria nas assembleias re-alizadas na última quarta (26) no CAB e nas 13 unidades regionais do interior. Além de desistir da migração para o Planserv, a Em-basa já fez novo contrato com a Promédica, por mais 180 dias, com dispensa de licitação, e fi cou de relançar o edital de licitação que havia sido suspenso e que tinha como objeti-vo contratar outra operadora por dois anos.

Esse mesmo edital prevê a copartici-pação de 10% em cada consulta ou proce-dimento, limitada a 10% do salário de cada empregado (a). O Sindicato estará atento e vai analisar o edital para verifi car se tra-rá prejuízos à categoria e qualquer decisão será submetida à assembleia.

Isso mostra que a luta ainda não termi-nou e agora terá de ser feita, também, para a melhoria da assistência médica, sobretudo

com a ampliação da rede de conveniados. Em algumas cidades do interior a situação é dramática, não havendo nenhuma clínica ou médico na rede de cobertura. A direção da Embasa precisa agir com rigor e urgência para resolver esse problema.

Por sinal, na semana passada o Sindi-cato recebeu algumas denúncias de que a atual operadora, a Promédica, cancelou consultas e procedimentos já marcados diante da proximidade do fi m do contrato. Uma prática abusiva, para a qual a empre-sa deve buscar punição, além de denunciar à Agência Nacional de Saúde, que regula-menta e fi scaliza os planos de saúde.

Mas, enfi m, foi uma luta árdua mas com-pensadora, e que mais uma vez mostrou a garra da nossa categoria. Foram cerca de

dois meses de campanha contra a migração, envolvendo assembleias e visitas às unida-des da capital e interior, uso de praguinhas (“Com saúde não se brinca”), divulgação em rádio e tevê, articulações políticas e cobran-ças aos gestores do governo baiano.

FOTOS: JÚLIA GUEDES

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MOÇÃO DE REPÚDIO

O SINDICATO DOS TRABALHADORES EM ÁGUA, ESGOTO E MEIO AMBIENTE DA BAHIA – SINDAE aproveita esse 14º Congresso Estadual da CUT (CECUT) para manifestar total repúdio à conduta antidemocrática e truculenta do Governador Rui Costa que, nesta quinta-feira, 27 de agosto de 2015, mandou a Polícia de Choque e até viatura do Corpo de Bombeiros para reprimir manifestação pacífi ca de trabalhadores da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB), que estão em greve há 53 dias lutando por direitos básicos, como reajuste salarial e manutenção de benefícios. Cenas dantescas foram vistas: trabalhadores sofrendo “gravata” e jogados ao chão, empurrões e ameaças de prisão.

Diariamente, durante a paralisação, o Governo do Estado tem mandado a Polícia Militar fi car diante de unidades da CERB, em Salvador e no interior do estado, visando reprimir o movimento. O Governador trocou o diálogo pela repressão policial, fazendo o oposto do que tanto perseguiu durante a época em que era sindicalista. Uma mudança de postura rápida e surpreendente para quem se elegeu para ser um governo democrático e popular. Ao agir assim, passa a enxergar o trabalhador como inimigo e não como cidadão, tal como acontecia nos tempos sombrios que no passado vivemos na Bahia e no Brasil. Retornar a essa época é lamentável e inaceitável.

O Governador Rui Costa sequer respeitou a proposta feita pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargador Valtércio de Oliveira, durante audiência de conciliação realizada no último dia 24/8/2015, visando por fi m ao confl ito na CERB. Uma proposta básica para o acordo coletivo: reajuste salarial parcelado (somente repor a infl ação), aumento de míseros R$ 7,00 na diária e não discussão, no momento, da migração dos trabalhadores do plano de saúde atual para o Planserv. Uma migração, aliás, que o governo quer impor a todo custo, passando por cima de direitos assegurados em acordo coletivo.

Deve ser lembrado ao Governador que, graças à luta de bravos trabalhadores e cidadãos, vivemos hoje num estado democrático de direito. Os trabalhadores do saneamento na Bahia, através do SINDAE, manifestam esse repúdio e asseguram que irão lutar, por todos os meios legais e pacífi cos, para a garantia de seus direitos, inclusive recorrendo à greve e manifestações, como assegura a lei em nosso país.

Moção de Repúdio aprovada por unanimidade na Plenária Final do 14º Congresso Estadual da CUT Bahia (14º CECUT), realizado

entre os dias 26 e 28 de agosto, em Salvador-BA.

3Encarte da edição de nº 31/2015

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4 Encarte da edição de nº 31/2015

Deve ser lembrado ao Governador que, graças à luta de bravos trabalhadores e cidadãos, vivemos hoje num estado democrático de direito.

"Bahia: Terra mãe do Brasil e da REPRESSÃO

à classe trabalhadora."ACERVO SINDAE

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“Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado!

Rui Barbosa ”

Paralisação heroica termina, mobilização continua. E Rui Costa, quem diria, revela-se um tirano

GREVE NA CERB

Depois de 58 dias demonstrando uma bravura e heroísmo inquestionáveis, os (as) trabalhadores (as) da Cerb decidiram sus-pender a greve na última terça (1º) e, ao mesmo tempo, manter a mobilização e a rejeição da proposta de acordo feita pe-la empresa. A decisão é de aguardar o jul-gamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e traçar novas estratégias de luta. Para isso, está marca-da para esta quinta (3) à tarde, no Sindica-to, uma reunião entre dirigentes sindicais e empregados (as) da empresa.

A bravura da categoria serviu para re-velar por inteiro a tirania do governador Rui Costa que, em todo o processo de ne-gociação, procurou difi cultar o acordo, re-negando seu passado de sindicalista para, quem diria, assumir a postura de inimigo de trabalhadores (as). Uma mudança drástica, até porque, com o seu passado, angariou outro tipo de expectativa na classe traba-lhadora que o ajudou a se eleger.

Algo impensável até então, fez inclusi-ve ameaça grave de retaliação aos que esti-veram lutando legalmente por seus direitos: ameaçou extinguir a Cerb caso a categoria seja vitoriosa no dissídio coletivo. Com isso, desrespeita a justiça e revela um triste es-quecimento, para aqueles que lutaram con-tra a ditadura militar, que o Brasil hoje é um estado democrático de direito. Outra coisa: durante a paralisação usou o aparato poli-cial para reprimir a greve. Rui Costa, decidi-damente, resolveu apagar seu passado.

Por ordem do governador e cumpli-cidade da diretoria da empresa, seguidas propostas de acordo foram feitas e imedia-tamente modifi cadas, num completo des-respeito à categoria. Outra postura que tem nome: antiética. Ainda na terça (1º), pe-la manhã, representantes da Cerb apresen-taram uma proposta, antes da audiência de conciliação no TRT, bem diferente daquela feita na sexta passada. Incluíram mudanças no Prêmio Aposentadoria e no plano de saúde, para forçar a migração ao Planserv. Outro achincalhe com a categoria.

A LIÇÃO DE GUERREIROS (AS) – Os 58 dias de paralisação total traduzem, por si só, muito mais do que qualquer ganho eco-nômico, mas sim a grande vitória do movi-mento: a união da categoria, a garra, a de-terminação do começo ao fi m.

Até parece que o ex-presidente uru-guaio, Pepe Mujica, falava diretamente aos (às) cerbianos (as) ao passar pelo Brasil na semana passada e, perante uma plateia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, deixou o recado: “Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não pude-rem levantar!”.

Durante toda a greve houve luta, so-lidariedade e uma forte demonstração de dignidade. A categoria empunhou e levan-tou a bandeira, mostrando à empresa e ao governo uma incrível capacidade para ven-cer a truculência ali imposta, brigando até mesmo contra a forte repressão policial. A prática autoritária e abusiva do gover-no, que substituiu o diálogo pela repressão, não fez a categoria recuar, pelo contrário. Fez a maior greve de toda a história do sa-neamento na Bahia. Sem dúvida, a maior de todas as vitórias está aí.

COMPROMISSO – O desrespeito do go-verno e da empresa também está no fato de que, nas últimas negociações, propostas de acordo foram feitas verbalmente, nunca colocadas no papel. Zombaram até mesmo da proposta feita pelo presidente do TRT, de-sembargador Valtércio de Oliveira, na primei-ra audiência de conciliação: calaram-se. Não queriam compromisso, só complicação para causar danos aos (às) trabalhadores (as).

No fi nal das contas, a proposta que so-brou do governo e da empresa é de reajustar o salário em 4,5% agora, retroativo a maio, e mais 3,51% em novembro, sem retroativida-de. O auxílio alimentação sai de R$ 143,00 para R$ 150,00 e se incorpora ao salário, os

dias parados serão abonados pela metade e o restante compensado, com o pagamento saindo em folha suplementar até o próximo dia 10. Os tíquetes refeição retidos fi caram de ser distribuídos imediatamente.

As duas cláusulas que o governo e a empresa querem incluir no acordo, desres-peitando o acordo em vigor, são: manter o plano de saúde com operadora privada mas aplicando a tabela de custeio do Planserv, incluindo R$ 314,00 no salário de cada um (uma), substituindo o direito de apartamento em hospital por enfermaria, eliminando agre-gados e dependentes ascendentes e por essa eliminação oferecendo até R$ 2 mil no bole-to a título de ressarcimento.

No caso do Prêmio Aposentadora, mais mudanças: até 30 de abril a empre-sa paga o benefício solicitado e todas as parcelas da rescisão, mais a multa de 40% sobre o saldo do FGTS, como se o (a) tra-balhador (a) estivesse sendo demitido. De-pois desse prazo, o pagamento do prêmio fi ca condicionado ao desligamento do ser-viço e não será paga a multa de 40%.

JÚLIA GUEDES

Page 6: Gota D'água - Ed. n.31 - Setembro 2015

Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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SIGA-NOS:

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TOMENotaSEM TETOUm velho galpão do Parque de Bolan-

deira passou por reforma para abrigar a FTSM, setor que dá manutenção nos com-putadores, e os cuidados incluíram melho-ria no teto. Mas, com as últimas chuvas, o teto caiu, revelando que os cuidados não foram tão bons assim. Além disso, a em-presa está fazendo os reparos com os (as) trabalhadores (as) dentro do setor, colo-cando em risco a integridade física deles (as). Uma burla às normas de segurança, algo, aliás, muito comum na Embasa.

RANGO FRIOO pessoal do Parque de Pirajá está

comendo gelado, literalmente. O micro-ondas quebrou há mais de um mês e até agora nenhuma providência foi tomada, sequer uma nova promessa de fazer um restaurante na unidade. E frio lá sempre é problema: o ar condicionado do setor de Programação até que resfria o ambiente, mas faz um barulho danado.

32 ANOS DE CUTNa última sexta (28), a CUT Nacional

completou 32 anos de fundação e segue como a maior central sindical do Brasil e da América Latina, quinta maior do mun-do. Tem hoje quase quatro mil entidades fi liadas, representando mais de 24 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país. Durante essas três décadas esteve à frente de inúmeras conquistas da classe trabalhadora, surgindo na efervescência da luta pela redemocratização do Brasil.

TRANSPORTE SUSPEITOAlguns chefes e gerentes da Embasa,

especialmente na Região Metropolitana, estão se autoajudando: recebem o auxílio transporte e assim permanecem mesmo quando estão utilizando veículo da em-presa para ir e voltar do trabalho. É “sabe-doria” demais, além do fato de que entre esses (as) tem gente severa demais com trabalhadores (as), cortando ponto por qualquer motivo, mesmo em casos de do-enças comprovadas por atestado.

COTA DAS MULHERESO Senado aprovou na última terça

(25), em primeira votação, norma que es-tabelece cotas para mulheres nas vagas do poder legislativo. Embora essa proposta se-ja positiva, ela passou dentro do arremedo de reforma política que tramita naquela ca-sa. Ela reserva 10% das cadeiras em todas as casas legislativas (municipais, estaduais, distrital e federais) nas próximas eleições, 12% nas eleições seguintes e 16% nas que se seguirem. Se passar na segunda votação, vai para a Câmara dos Deputados.

Vitória também na justiça: liminar obriga empresa a cumprir o acordo

Além da desistência da empresa de insistir na migração para o Planserv, a categoria pode comemorar outra luta vitoriosa, desta vez na justiça: o desem-bargador Washington Pires Ribeiro, do Tribunal Regional do Trabalho, reverteu decisão anterior ao conceder mandado de segurança impetrado pelo Sindica-to contra a liminar negada pela 20ª Vara do Trabalho, dentro da ação que pede o cumprimento do acordo coletivo, espe-cifi camente da Cláusula 24ª, que trata do plano de saúde. A decisão foi divulgada na última sexta (28).

Em sua decisão, o desembargador Pires Ribeiro estabelece multa diária de R$ 371.575,98 caso a Embasa suspen-da o plano de saúde conforme as regras previstas no acordo coletivo. O valor corresponde a 1% do contrato emer-gencial fi rmado pela empresa com a atu-al operadora, a Promédica.

O desembargador acolheu os argu-mentos do Sindicato, apontando a obriga-ção da empresa de cumprir o acordo cole-tivo vigente, conforme estabelece a Súmula 277 do Tribunal Superior do Trabalho, pa-ra assim garantir a prestação da assistência médica através de empresa especializada e afastar a migração forçada para o Planserv, o que causaria amplo prejuízo para a classe trabalhadora. Pires Ribeiro entende, ainda, que a transferência para o Planserv, por es-te ser um sistema autônomo de assistência ao servidor público, poderia motivar rea-justes e alterações nas regras previstas no acordo coletivo em vigor.

Todos esses argumentos foram ampla-mente discutidos e analisados com a cate-goria desde o início da campanha contra a migração para o Planserv. Uma prova de que a orientação do setor jurídico e da di-retoria do Sindicato estava correta, o que ajuda a fortalecer ainda mais a nossa luta.

PLANTÃO DOS (AS) ADVOGADOS (AS) SETEMBRO/2015

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