[sindae] gota d'água - ed. n.13 - abril 2015

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AGORA, É PRECISO DERROTAR O PROJETO DE TERCEIRIZAÇÃO NO SENADO PÁGINA 4 EMASA PROMETE ENTREGAR PROPOSTA GLOBAL DE ACORDO NO PRÓXIMO DIA 4 PÁGINA 3 FECHADO MAIS UM ACORDO NOS SAAE’S: AGORA FOI EM CASA NOVA PÁGINA 2 Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 13 – 27 de abril de 2015 www.sindae-ba.org.br ACESSE A VERSÃO DIGITAL A paralisação realizada na semana passada, contra a propos- ta do PPD, atingiu toda a empresa e surtiu efeito, tanto que a diretoria da Cerb chamou o Sindicato para uma reunião nesta segunda (27). A categoria não aceita retrocesso no benefício.Va- mos cobrar que a empresa apresente os cálculos sobre resulta- dos das metas de 2013 e 2014. PÁGINA 2 CERB – SALVADOR Trabalhadores(as) da Cerb cruzam os braços por um melhor PPD Após várias cobranças, a Embasa marcou reunião com o Sindicato para esta quarta (29) a m para apresentar o resultado nal das metas e a data de pagamento do benefício do Programa de Participação nos Resultados (PPR). Em ocasiões anteriores, durante reuni- ões com a diretoria da empresa, dei- xamos claro que o acordo do PPR foi fechado em dezembro do ano passado, não cabendo alterações, e que a lei de- termina que o benefício seja feito até 30 dias após a publicação do balanço da empresa. Como o balanço dela foi publicado em 7 de abril, ela tem até o próximo dia 7 para efetuar o paga- mento. Também vamos aproveitar pa- ra cobrar, mais uma vez, o início das negociações do novo acordo coletivo de trabalho. Para maiores informações sobre a Lei 10.101/2000 acesse o site: www.planalto.gov.br/ Embasa deve anunciar nesta quarta a data de pagamento do PPR

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Page 1: [SINDAE] Gota D'água - Ed. n.13 - Abril 2015

AGORA, É PRECISO DERROTAR O PROJETO DE TERCEIRIZAÇÃO

NO SENADOPÁGINA 4

EMASA PROMETE ENTREGAR PROPOSTA GLOBAL DE ACORDO

NO PRÓXIMO DIA 4PÁGINA 3

FECHADO MAIS UM ACORDO NOS SAAE’S: AGORA

FOI EM CASA NOVAPÁGINA 2

www.sindae-ba.org.br

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia Ano XXIX – Nº 13 – 27 de abril de 2015

www.sindae-ba.org.br

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A paralisação realizada na semana passada, contra a propos-ta do PPD, atingiu toda a empresa e surtiu efeito, tanto que a diretoria da Cerb chamou o Sindicato para uma reunião nesta segunda (27). A categoria não aceita retrocesso no benefício. Va-mos cobrar que a empresa apresente os cálculos sobre resulta-dos das metas de 2013 e 2014. PÁGINA 2

CERB – SALVADOR

Trabalhadores(as) da Cerb cruzam os braços por um melhor PPD

Após várias cobranças, a Embasa marcou reunião com o Sindicato para esta quarta (29) a fi m para apresentar o resultado fi nal das metas e a data de pagamento do benefício do Programa de Participação nos Resultados (PPR). Em ocasiões anteriores, durante reuni-ões com a diretoria da empresa, dei-xamos claro que o acordo do PPR foi fechado em dezembro do ano passado, não cabendo alterações, e que a lei de-

termina que o benefício seja feito até 30 dias após a publicação do balanço da empresa. Como o balanço dela foi publicado em 7 de abril, ela tem até o próximo dia 7 para efetuar o paga-mento. Também vamos aproveitar pa-ra cobrar, mais uma vez, o início das negociações do novo acordo coletivo de trabalho. Para maiores informações sobre a Lei 10.101/2000 acesse o site: www.planalto.gov.br/

Embasa deve anunciar nesta quarta a data de pagamento do PPR

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A paralisação de 24 horas contra a pro-posta do benefício do Programa de Prêmio por Desempenho (PPD), realizada na última quinta (23), teve adesão total dos (das) em-pregados (as) da Cerb. Por conta do êxito do movimento, a empresa marcou reunião para esta segunda (27), oportunidade que iremos cobrar não só a melhoria do benefício, como também a apresentação dos cálculos sobre resultados das metas de 2013 e 2014.

O protesto da última quinta deixou bem claro que os (as) empregados (as) não aceitam retrocesso no PPD: para este ano, a proposta da Cerb é pagar um bene-fício com base de 123% do salário-base, in-ferior ao do ano passado, que foi de 125%. A nossa proposta fi ca mantida em duas fo-lhas da remuneração.

Plano de cargos - O protesto con-tra o PPD também mostra a revolta por outros problemas vividos pela categoria: somente na última sexta (24) a empresa enviou ao Sindicato uma cópia do plano de cargos e salários, mesmo assim não o

retirou da Superintendência do Trabalho e Emprego, onde aguarda homologação. Agora, o plano será analisado pelo econo-mista Elder Arimateia, que trabalha na Sub-seção do Dieese que funciona no Sindae.

Outra preocupação reside no plano de saúde: a empresa fez um aditivo pror-rogando até outubro o contrato com a Golden Cross, e não se vê nenhum prepa-rativo de edital de licitação para contratar nova operadora. Para muitos (as), é sinal de que a Cerb deseja migrar o atendimen-to para o Planserv, plano que atende os servidores públicos do estado.

INTERDIÇÃO – A Divisão de Manuten-ção (Diman) teve sua ofi cina em Feira de Santana interditada pela Superintendência do Trabalho e Emprego na última quarta (22). Os fi scais alegaram que estão sendo descumpridas regras contidas na Norma Regulamentadora Nº 12, com muitas má-quinas fora dos padrões normais. Essa ofi -cina é responsável pela reposição de peças e consertos de máquinas da empresa.

Depois de Bom Jesus da Lapa e Correntina, agora foi a vez do Saae de Casa Nova também fechar o acordo coletivo de trabalho deste ano. É o ter-ceiro fechado em toda a categoria este ano. Ele foi aprovado por unanimidade em assembleia realizada na última quar-ta (22) e prevê reajuste de 10%, con-templando, assim, um pequeno ganho real de salário.

Esse reajuste será escalonado, sen-do 8% em maio, 1% em junho e 1% em julho. As demais cláusulas do acordo anterior fi cam mantidas. A inclusão de cláusulas novas e mesmo de avanços em benefícios foram negadas, com a autar-quia alegando difi culdades fi nanceiras. Ainda na região norte do estado, pros-seguem as negociações com os Saae’s de Juazeiro e Sento Sé.

A diretoria da Emasa (Itabuna) pro-meteu, em negociação realizada na últi-ma quinta (23), apresentar uma proposta global para o fechamento do acordo co-letivo no próximo dia 4. Apesar de várias cláusulas terem sido discutidas naquele dia, nenhuma fi cou fechada, até porque a empresa não vem cumprindo algumas cláusulas do acordo em vigor, a exemplo do plano de cargos e salários.

A empresa tem prazo, até o fi nal des-te mês, para implantar o plano de cargos, mas tem alegado uma série de difi culda-des fi nanceiras. Diante disso, no próxi-mo dia 4 o Sindicato levará para Itabuna o economista Helder Arimateia, do Die-ese, para discutir com os técnicos da em-presa os ajustes necessários ao plano. Há problemas, ainda, com a assistência médi-ca que não foi implantada, assim como o descumprimento da lei que prevê o paga-mento do adicional ao motociclista.

Nesta quarta (28) o Sindae estará promovendo um encontro com os (as) trabalhadores (as) da Embasa em Senhor do Bonfi m, a partir das 8:30 horas. Ele se-rá aberto com uma palestra sobre assé-dio moral a ser feita pelo advogado do Sindicato, Eduardo Sampaio, seguida por uma apresentação do Comitê de Equida-de. Pela tarde, a desenhista Laise Gomes dará algumas noções sobre fotografi a e,

para concluir o evento, haverá uma pales-tra sobre violência e empoderamento da mulher no mundo contemporâneo, atra-vés da companheira Suely Nélson, repre-sentante do Sindae e integrante da Rede de Proteção e Assistência à Mulher, bem como presidente do Conselho Municipal de Defesa e Direito da Mulher de Juazei-ro. Maiores informações procurar um dos representantes do Sindicato na unidade.

Protesto na Cerb obtém êxito. Nesta segunda(27) tem reunião

com a empresa

Acordo também está fechado com o Saae de Casa Nova

Emasa promete proposta global de acordo coletivo no

próximo dia 4Sindicato promove encontro nesta

quarta em Senhor do Bonfim

Nesta terça (28) será comemorado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho e a pas-sagem da data deve permitir uma refl exão sobre a atenção que as empresas devem dar às questões de saúde e segurança no trabalho. Ainda hoje existe enorme resis-tência no cumprimento das leis que prote-gem o (a) trabalhador (a) e que, por isso, provocam lesões que vão desde um dano psicológico até a morte do empregado.

A data partiu do movimento sindical

do Canadá e logo se espalhou pelo mundo e sua escolha decorreu de um acidente que matou 78 trabalhadores numa mina no esta-do da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. A OIT (Organização Internacional do Traba-lho), desde 2003, consagra a data à refl exão sobre a segurança e saúde do trabalhador. No Brasil ela foi instituída em 2005.

De acordo com o Ministério da Previ-dência, em 2008 foram registrados 747 mil casos de acidentes de trabalho, com 2.757 mortes e 12.071 casos de trabalhadores que

Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças no Trabalho

28 DE ABRIL

sofreram incapacidade permanente. Segun-do estimativas da OIT, ocorrem anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de aciden-tes de trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacio-nais. Muitas dessas ocorrências estão ligadas a trabalhadores (as) em contratos terceiri-zados. Essas ocorrências chegam a compro-meter 4% do PIB mundial.

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Uma longa reunião de negociação entre o Sindicato e gestores do Saae de Itajuípe foi realizada na última quinta (23), mas o entrave na discussão de alguns pro-blemas impediu o fechamento do acordo coletivo deste ano, o segundo a ser fi rma-do pela autarquia (o primeiro foi no ano passado). Apesar disso, algo importante está confi rmado: o reajuste de 10% a par-tir de maio. As pendências que fi caram se-rão discutidas em nova reunião marcada para o próximo dia 4. Caso a proposta de acordo seja fechada, uma assembleia com os trabalhadores será convocada para o mesmo dia ou no dia seguinte.

Negociação com Saae de Itajuípe avança. Reajuste

será de 10%

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“Eu aprendi que para se crescer como pessoa é preciso me cercar de gente mais inteligente do que eu.

William Shakespeare”

A classe trabalhadora deve se prepa-rar para enfrentar este ano uma conjun-tura tão ou mais adversa do que no ano passado e os principais desafi os serão a proteção do salário e do emprego. Esse foi o recado do Dieese ao realizar na últi-ma quinta (23), no auditório do Sindae, a X Jornada Nacional de Debates, tendo como tema “Os desafi os das negociações coleti-vas frente ao cenário atual”.

O diretor técnico do Dieese nacional, Clemente Ganz Lúcio, afi rmou que “2015 será difícil para a economia brasileira, até porque a economia mundial ainda patina em crise e o mercado interno vive em di-fi culdades”. Porém, ressaltou que o Brasil está longe de uma crise estrutural, enten-dendo que “a crise está na reorganização da capacidade de crescer”. Também não vê para este ano diferença em relação a 2014 nas negociações coletivas.

Numa análise mais detalhada de cená-rio, a supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina, apontou a conjuntura internacio-nal com as instabilidades na Ucrânia, Orien-te Médio e Venezuela, baixo crescimento na União Europeia (1%), queda de preços de produtos agrícolas, minerais e energéti-cos, afetando países exportadores, queda de preço do petróleo, além da queda de bra-ço entre a Alemanha e países europeus em razão das políticas de ajuste fi scal. São ele-mentos fortes que, de um modo ou outro, afetam a economia de outros países.

Outros elementos contaminam o ce-nário brasileiro, como o baixo crescimento

Este ano será tão ou mais difícil que 2014 para a classe trabalhadora

JORNADA DE DEBATES DO DIEESE

do Produto Interno Bruto (PIB), que deve fi car negativo este ano, e uma infl ação que nos três primeiros meses subiu 1,32% pe-lo IPCA. “Herdamos uma economia parada de 2014, e que assim deve continuar até meados de 2015”, disse Georgina, pontu-ando que esse cenário difícil se deve, entre outras coisas, ao reajuste na tarifa de ener-gia, realinhamento de preços do petróleo, restabelecimento da Cide (imposto), alta do dólar e do frete, além da seca.

Além disso, citou a queda de receitas de arrecadação, a pressão da Lei de Responsabi-lidade Fiscal sobre os municípios e aumento da intransigência patronal como obstáculos que irão exigir maior capacidade de mobili-zação da classe trabalhadora. Ela também vol-tou a criticar as medidas de ajuste fi scal ado-tadas pelo governo federal, como o corte nas despesas, a elevação dos juros, inclusive para a casa própria, o restabelecimento da Cide e as mudanças na Previdência, no seguro de-semprego e no abono salarial.

Também não faltou da parte dela e de outros participantes críticas ao projeto de

Durante a última reunião com o novo presidente da Embasa, o Sindicato entregou à empresa uma lista contendo 75 registros de reclamações feitas pelos (as) emprega-dos (as) sobre o novo plano de saúde da empresa. A situação é tão grave que a em-presa chegou ao ponto de disponibilizar na sua intranet outra lista que, ao invés de clí-nicas credenciadas, constam clínicas que não possuem nenhum vínculo com a nova ope-radora. É preciso salientar que, passados os 30 primeiros dias da operadora, a expectati-va era de que houvesse uma melhora acen-tuada, conforme prometido.

O que se nota é que, em vez de melho-rar, os problemas estão se agravando, por-que tem aumentado o número de clínicas

Plano de saúde da Embasa parece não ter solução

que se recusam atender pelo plano. Servi-ços de laboratório estão praticamente in-disponíveis no interior e, mesmo na capital, apenas rede de laboratório pertencente a operadora se dispõe a atender. Quando al-guém, por questão de confi ança, procura outra opção, simplesmente não encontra. O Sindicato irá promover no seu auditó-rio um Seminário sobre o assunto no dia 15/05 (sexta) às 8:30h. Inscrições podem ser feitas a partir desta quarta (29).

terceirização recentemente aprovado pe-la Câmara dos Deputados. O diretor sin-dical do Dieese, Maurício Jansen, afi rmou que ele “faz parte da agenda conservadora em ação no Congresso Nacional e que é imposta pela parte que perdeu a eleição. O trabalhador sai do emprego ganhando mais e volta para receber menos”. Dirigentes de várias centrais sindicais e de diversos sin-dicatos, entre eles o Sindae, estiveram pre-sentes na Jornada de Debates.

EDMILSON BARBOSA

ACERVO SINDAE

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Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia (Sindae), fi liado à FNU/CUT;Responsabilidade: Diretoria Executiva; Editor: José Sinval Soares; Comp. e Impressão: Gráfi ca do Sindae;Tiragem: 8.000 exemplares; Endereço: Rua General Labatut, nº 65, Barris. Salvador – BahiaCEP: 40.070-100; Tel.: (71) 3111-1700; Fax: (71) 3013-6913Email: [email protected]

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BANDEIRA VERMELHATrabalhadores (as) da Embasa no EL-

-Itaparica estão sofrendo com o calor no local de trabalho. A Norma Regulamenta-dora Nº 17 que estabelece a temperatura ambiente em 20ºC a 23ºC, passou longe daquela unidade. Inventaram uma orienta-ção quanto ao uso do equipamento de ar condicionado que só pode ser ligado às 9h e desligado às 16h. Já que estamos falando em economia de energia, que tal ligar/des-ligar os computadores no mesmo horário?

PRIMEIRO DE MAIOO Dia do Trabalhador (a) será co-

memorado com um grande ato político e festa na próxima sexta (1º), a partir das 13 horas, no Terreiro de Jesus, num even-to que terá promoção conjunta da CUT, CTB, UGT e Nova Central, além da pre-sença de lideranças sindicais e políticas. O ato será marcado por protestos con-tra o projeto de terceirização. Logo em seguida haverá atrações culturais e muita música. Compareça!

“DESCOMEMORAÇÃO”O aniversário de 50 anos da Rede

Globo será “descomemorado” por mo-vimentos sociais, sindicatos, coletivos de juventude e mídia alternativa. Esta sema-na será marcada por manifestações em todo o país para questionar o papel da empresa na história política do país, seu apoio à ditadura militar, sua atuação con-tra a democratização da mídia, seu apoio à desestabilização de governos progres-sistas na América Latina e também ago-ra seu anseio golpista contra o governo brasileiro. Nesta segunda (27), a partir das 6 horas, terá início um ato no DCE da Ufba (Federação).

EXTRATURNOA Cetrel S/A e a DAC informaram

ao Sindicato, na semana passada, que já foi concluído o estudo de impacto fi nancei-ro do adicional de extraturno a ser pago aos (às) operadores (as). A proposta será apresentada e discutida em reunião mar-cada para a próxima quinta (30), à tarde.

FALECIMENTOSO ex-companheiro Evaldo Alves

Bandeira, que por muito tempo foi con-tador do Saae de Juazeiro, faleceu na últi-ma terça (21), aos 69 anos de idade, após um tempo internado com problemas de saúde. Já estava aposentado. Já na últi-ma quarta (22) faleceu Laura Cavalcan-te, mãe da companheira e funcionária do Sindae, Elma (setor jurídico).

SIGA-NOS:

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TOMENota

Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa da Bahia, na última sexta (24), para discutir o projeto de tercei-rização, houve crítica generalizada à proposta aprovada na Câmara dos Deputados. A prin-cipal recomendação é de que é preciso der-rotá-la, ainda no Senado, para onde o projeto foi enviado, sem deixar engavetá-la, até porque permitiria que fosse votada a qualquer mo-mento, tão logo passe a reação do movimento sindical e popular.

O professor da Universidade de São Pau-lo e coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, defendeu a realização de uma greve geral e citou que a proposta de terceirização não é o único ataque da ala direita do Con-gresso Nacional contra a classe trabalhadora: “Vivemos uma verdadeira ofensiva contra os direitos das minorias”, afi rmou ele em refe-rência ao recente desarquivamento de outras propostas. Boulos disse ainda que “é preciso enfrentar essa direita virulenta com o povo organizado e os movimentos sociais nas ruas”.

Também na audiência, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), “o que está acontecen-do na Câmara é o pagamento pelo fi nanciamento das campanhas e não é possível permitir que is-so seja usado como uma forma de dar um passo atrás nas conquistas da classe trabalhadora”.

A supervisora técnica do Dieese, Ana Georgina, disse que o projeto de terceiriza-ção é prejudicial a toda à sociedade ao per-mitir que o trabalhador exerça sua atividade em condições mais precárias. Lembrou que a terceirização tomou forma no Brasil na déca-da de 90, dentro da chamada “reestruturação produtiva”, visando diminuir o custo da mão de obra. Mas o resultado é que mais de 70% dos acidentes de trabalho graves ocorrem com terceirizados. Além disso, destacou que a proposta também objetiva dividir a classe tra-balhadora e difi cultar a ação sindical na defesa dos direitos dos trabalhadores.

Proponente da audiência, ao lado do de-putado estadual Joseildo Ramos (PT), a depu-tada federal Moema Gramacho disse que “o projeto terceiriza a terceirização. Se o objeti-vo era valorizar o terceirizado, bastava esten-der a ele os direitos dos outros trabalhadores e não terceirizar todo mundo”, afi rmou. Ou-tro questionamento foi levantado por Joseildo: “Não vimos, em nenhuma das manifestações organizadas pela direita golpista, a luta contra a terceirização. Porque será?”.

Diversos parlamentares estiveram pre-sentes na audiência, assim como o Sindae, através do companheiro e diretor Grigório Rocha, além de representantes do Dieese, da CUT e do Ministério Público do Trabalho.

Recado em audiência pública: é preciso derrotar o projeto no senado

TERCEIRIZAÇÃO

GRIGÓRIO ROCHA

EDITAL DE CONVOCAÇÃO – ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIAO Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia – SINDAE convoca os interessados, empregados do SAAE do Município de Xique-Xique, para a Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada no dia 05.05.2015 em 1.ª convocação às 08:00 horas, com a presença de 10% (dez por cento) ou em 2.ª, meia hora após, com qualquer número, para deliberar sobre o seguinte: 1. aprovação da pauta de reivindicações a ser apresentada à empresa para o período 2015/2016; 2. outorga ao Sindicato dos poderes necessários às negociações e assinatura dos Acordos Coletivos de Trabalho ou, malogradas as negociações, suscitar Dissídio Coletivo. Salvador, 17 de abril de 2015.

Danillo Libarino Assunção – Coordenador Geral

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Assédio Moral e Sexual no Trabalho

Ministério do Trabalho e Emprego

2013

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Assédio Moral e Sexual no Trabalho

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Assédio Moral e Sexual no Trabalho

Ministro do Trabalho e EmpregoCarlos Lupi

Secretário-ExecutivoAndré Peixoto Figueiredo Lima

Cartilha elaborada pela Subcomissão de Gênero com participação da Comissão de Ética do MTE

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Brasília-DF, 2010

Assédio Moral e Sexual no Trabalho

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Assédio Moral e Sexual no Trabalho

© 2010 – Ministério do Trabalho e Emprego

É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,

desde que citada a fonte.

Edição e Distribuição:

Assessoria de Comunicação Social do Ministério do

Trabalho e Emprego

Esplanada dos Ministérios, Bloco F, 5º Andar, Sala 523

Fone: (61) 3317-6820 – Fax: (61) 3317-8248

CEP: 70059-900 – Brasília/DF

Impresso no Brasil/Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Biblioteca. Seção de Processos Técnicos – MTE

Junho / 2010

A844 Assédio moral e sexual no trabalho – Brasília : MTE, ASCOM, 2009. 44 p.

I. Assédio moral, trabalho, Brasil. 2. Assédio sexual, trabalho, Brasil. I. Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). II. Brasil. Assessoria de Comunicação (ASCOM).

CDD 341.5523

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Sumário

Apresentação ......................................9

Capítulo I – Assédio Moral

Introdução ........................................ 13O que é assédio moral? ......................... 15Como acontece .................................. 16Alvos preferenciais.............................. 17Violência moral contra a mulher ............. 18Aspectos gerais .................................. 18Violência moral contra o homem e orientação sexual ............................... 19Violência moral contra doentes e acidentados(as) ................................. 20Objetivos e estratégias ......................... 21Objetivo do(a) agressor(a) ..................... 21Estratégia do(a) agressor(a) ................... 21Como identifi car o assediador................. 22Confi ra alguns exemplos ....................... 23Como a vítima reage ........................... 24Mulheres .......................................... 24Homens ........................................... 25O que a vítima deve fazer ..................... 26

Objetivos e estratégias ......................... 21

Estratégia do(a) agressor(a) ................... 21

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O medo reforça o poder do(a) agressor(a) .. 27Consequências do assédio moral .............. 28Perdas para a empresa ......................... 28As perdas para o empregador podem ser: .. 28Ações preventivas da empresa ................ 29

Capítulo II – Assédio Sexual

Introdução ........................................ 33O que é assédio sexual? ........................ 34Formas de assédio sexual ...................... 35Lei brasileira ..................................... 36Assédio sexual ................................... 37Só existe assédio sexual de homens contramulheres? ........................................ 38O que a pessoa assediada pode fazer ........ 39Como terminar com o assédio sexual ........ 40Conclusão ........................................ 41Bibliografi a ....................................... 43

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ho8 Apresentação

Esta cartilha aborda, por meio de conceitos e exemplos, um dos relevantes temas de interesse e discussão atual no cenário das relações entre as categorias profi ssionais e econômicas: o assédio moral e sexual no trabalho.

Muito embora o assédio moral seja ainda fi gura em construção no meio doutrinário – diferentemente do que ocorre com o assédio sexual –, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) promove ampla divulgação dessas duas modalidades a empregados e empregadores, com o objetivo de contribuir para eliminar tais práticas abusivas no ambiente de trabalho.

O MTE é o órgão responsável pela fi scalização do cumprimento de todo ordenamento jurídico que trata das relações de trabalho, dentro do compromisso assumido pelo governo brasileiro de atender efetivamente às disposições da Convenção nº 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A Convenção nº 111 defi ne discriminação como toda distinção, exclusão ou preferência, que tenha por efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em matéria de emprego ou profi ssão. Abrangendo, nessas situações, os casos de assédios, seja moral ou sexual, no ambiente de trabalho.

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9A Comissão de Ética Setorial do Ministério do Trabalho e Emprego tem a atribuição regimental de orientar e aconselhar sobre a conduta ética do servidor e dar ampla divulgação ao regulamento ético, motivo pelo qual a diretriz desta Cartilha se soma ao esforço pedagógico e preventivo interno, enquanto a definição de assédio moral no serviço público seja elaborada e publicada pela instituição competente.

A iniciativa procura subsidiar os atores sociais na consolidação de relações de trabalho mais dignas para a classe trabalhadora brasileira. Ao gestor público também é endereçado esse esforço de conscientização da conduta ética, com o que se espera evitar práticas que se aproximem dos condenáveis assédios moral e sexual.

A Comissão de Ética do MTE

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Capítulo I Assédio Moral

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11Introdução

O assédio moral e sexual nas relações de trabalho ocorre frequentemente, tanto na iniciativa

privada quanto nas instituições públicas. A prática desse crime efetivamente fortalece a discriminação no trabalho, a manutenção da degradação das relações de trabalho e a exclusão social.

O assédio moral e sexual no trabalho caracteriza-se pela exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e relativas ao exercício de suas funções.

Tais práticas evidenciam-se em relações hierárquicas autoritárias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes, dirigidas a um ou mais subordinados, entre colegas e, excepcionalmente, na modalidade ascendente (subordinado x chefe), desestabilizando a relação da vítima.

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ho12 Estudos sobre o tema confirmam que a

humilhação constitui um risco “invisível”, porém concreto, nas relações de trabalho e que compromete, sobretudo, a saúde das trabalhadoras.

Analisar o assediador e entender suas atitudes são os primeiros passos para incrementar o combate ao assédio moral no ambiente de trabalho.

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13O que é assédio moral?

São atos cruéis e desumanos que caracterizam uma atitude violenta e sem ética nas relações

de trabalho, praticada por um ou mais chefes contra seus subordinados. Trata-se da exposição de trabalhadoras e trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função. É o que chamamos de violência moral. Esses atos visam humilhar, desqualificar e desestabilizar emocionalmente a relação da vítima com a organização e o ambiente de trabalho, o que põe em risco a saúde, a própria vida da vítima e seu emprego.

A violência moral ocasiona desordens emocionais, atinge a dignidade e identidade da pessoa humana, altera valores, causa danos psíquicos (mentais), interfere negativamente na saúde, na qualidade de vida e pode até levar à morte.

O assédio moral é um sofrimento solitário,

que faz mal à saúde do corpo e da alma

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ho14 Como acontece

A vítima escolhida é isolada do grupo, sem explicações. Passa a ser hostilizada, ridicularizada

e desacreditada no seu local de trabalho. É comum os colegas romperem os laços afetivos com a vítima e reproduzirem as ações e os atos do(a) agressor(a) no ambiente de trabalho. O medo do desemprego, e a vergonha de virem a ser humilhados, associados ao estímulo constante da concorrência profissional, os tornam coniventes com a conduta do assediador.

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• Mulheres • Homens

• Raça/Etnia

• Orientação sexual

• Doentes e Acidentados

Alvos preferenciais

A maioria dasvítimas é mulher

e é negra

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ho16 Violência moral contra a mulher

Aspectos gerais

Geralmente, o ambiente de trabalho é o mais perverso para as mulheres, pois,

além do controle e da fi scalização cerrada, são discriminadas. Essa prática é mais frequente com as afro-descendentes. Muitas vezes o assédio moral diferido contra elas é precedido de uma negativa ao assédio sexual. Em alguns casos, os constrangimentos começam na procura do emprego, a partir da apresentação estética.

Posteriormente, ações como:

• Ameaça, insulto, isolamento • Restrição ao uso sanitário • Restrições com grávidas,

mulheres com fi lhos e casadas

• São as primeiras a serem demitidas

• Os cursos de aperfeiçoamento são preferencialmente para os homens

• Revista vexatória, e outras atitudes que caracterizam assédio moral

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17Violência moral contra o homeme orientação sexual

O homem não está livre do assédio, particularmente se for homoafetivo ou possuir

algum tipo de limitação física ou de saúde.

No que se refere à orientação sexual, não há instrumentos ofi ciais para esse tipo de verifi cação. E, aqui, o entrave é também cultural e está ligado ao que signifi ca ser homem na sociedade brasileira. Em uma sociedade machista, os preconceitos com relação à orientação sexual são ainda mais graves.

Em uma sociedademachista, os preconceitoscom relação à orientação

sexual são ainda mais graves

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ho18 Violência moral contra doentes

e acidentados(as)

• Ter outra pessoa na função, quando retorna ao serviço• Ser colocado em local sem função alguma• Não fornecer ou retirar instrumentos de trabalho• Estimular a discriminação entre os sadios e os

adoecidos• Difi cultar a entrega de documentos necessários à

concretização da perícia médica pelo INSS• Demitir após o transcurso da estabilidade legal

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19Objetivos e estratégias

Objetivo do(a) agressor(a)

• Desestabilizar emocional e profissionalmente• Livrar-se da vítima: forçá-lo(a) a pedir demissão

ou demiti-lo(a), em geral, por insubordinação

Estratégia do(a) agressor(a)

• Escolher a vítima e o(a) isolar do grupo• Impedir que a vítima se expresse e não explicar

o porquê• Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar

em seu local de trabalho• Culpar/responsabilizar publicamente, levando

os comentários sobre a incapacidade da vítima, muitas vezes, até o espaço familiar

• Destruir emocionalmente a vítima por meio da vigilância acentuada e constante. Ele(a) se isola da família e dos amigos, passa a usar drogas, principalmente o álcool, com frequência, desencadeando ou agravando doenças preexistentes

• Impor à equipe sua autoridade para aumentar a produtividade

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ho20 Como identificar o assediador

É no cotidiano do ambiente de trabalho que o assédio moral ganha corpo. Alguns

comportamentos típicos do(a) agressor(a) fornecem a senha para o processo de assédio moral nas empresas.

O assédio moral é uma relação triangular entre quem assedia, a vítima e os demais colegas de trabalho.

Após a confirmação de que está sendo vítima de assédio moral, não se intimide, nem seja cúmplice.

Denuncie!

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21Confira alguns exemplos:

• Ameaçar constantemente, amedrontando quanto à perda do emprego

• Subir na mesa e chamar a todos de incompetentes • Repetir a mesma ordem para realizar tarefas

simples, centenas de vezes, até desestabilizar emocionalmente o(a) subordinado(a)

• Sobrecarregar de tarefas ou impedir a continuidade do trabalho, negando informações

• Desmoralizar publicamente • Rir, a distância e em pequeno grupo, direcionando

os risos ao trabalhador • Querer saber o que se está conversando • Ignorar a presença do(a) trabalhador(a) • Desviar da função ou retirar material necessário

à execução da tarefa, impedindo sua execução • Troca de turno de trabalho sem prévio aviso • Mandar executar tarefas acima ou abaixo do

conhecimento do trabalhador • Dispensar o trabalhador por telefone, telegrama

ou correio eletrônico, estando ele em gozo de férias

• Espalhar entre os(as) colegas que o(a) trabalhador(a) está com problemas nervosos

• Sugerir que o trabalhador peça demissão devido a problemas de saúde

• Divulgar boatos sobre a moral do trabalhador

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ho22 Como a vítima reage

Mulheres e homens reagem de maneira diferente, quando vítimas de assédio. O assédio moral

desencadeia ou agrava doenças.

Mulheres:

• São humilhadas e expressam sua indignação com choro, tristeza, ressentimentos e mágoas. Sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto-estima, tremores e palpitações. Insônia, depressão e diminuição da libido são manifestações características desse trauma.

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23Homens:

• Sentem-se revoltados, indignados, desonrados, com raiva, traídos e têm vontade de vingar-se. Idéias de suicídio e tendências ao alcoolismo. Sentem-se envergonhados diante da mulher e dos filhos, sobressaindo o sentimento de inutilidade, fracasso e baixa auto-estima.

Não se intimide! Rompa osilêncio e busqe apoio de

colegas, familiares e dos orgãospúblicos responsáveis pelaproteção dos trabalhadores

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ho24 O que a vítima deve fazer

• Resistir. Anotar, com detalhes, todas as humilhações sofridas: dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do(a) agressor(a), colegas que testemunharam os fatos, conteúdo da conversa e o que mais achar necessário.

• Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que sofrem humilhações do(a) agressor(a)

• Evitar conversa, sem testemunhas, com o(a) agressor(a).

• Procurar seu sindicato e relatar o acontecido. • Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas.

Instituições e órgãos que devem ser procurados:

• Ministério do Trabalho e Emprego • Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego• Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher• Conselhos Estaduais dos Direitos da Mulher• Comissão de Direitos Humanos• Conselho Regional de Medicina• Ministério Público • Justiça do Trabalho

• Ouvidoria

0800 61 0101 (Região Sul e Centro-Oeste, Estados do Acre, Rondônia e Tocantins)

0800 285 0101 (Para as demais localidades)

• www.mte.gov.br/ouvidoria

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25O medo reforça o poder do(a) agressor(a)

O assédio moral no trabalho não é um fato isolado. Como vimos, ele se baseia na repetição,

ao longo do tempo, de práticas vexatórias e constrangedoras, explicitando a degradação deliberada das condições de trabalho.

Nessa luta, são aliados dos(as) trabalhadores(as) os centros de Referência em Saúde dos Trabalhadores, Comissões de Direitos Humanos e Comissão de Igualdade e Oportunidade de Gênero, de Raça e Etnia, de Pessoas com Deficiência e de Combate à Discriminação nas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego.

Um ambiente de trabalho saudável é uma conquista diária possível. Para que isso aconteça, é preciso vigilância constante e cooperação.

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ho26 Consequências do assédio moral

Perdas para a empresa

As perdas para o empregador podem ser:

• Queda da produtividade e menor eficiência, imagem negativa da empresa perante os consumidores e mercado de trabalho

• Alteração na qualidade do serviço/produto e baixo índice de criatividade

• Doenças profissionais, acidentes de trabalho e danos aos equipamentos

• Troca constante de empregados, ocasionando despesas com rescisões, seleção e treinamento de pessoal

• Aumento de ações trabalhistas, inclusive com pedidos de reparação por danos morais

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27Ações preventivas da empresa

Os problemas de relacionamento dentro do ambiente de trabalho e os prejuízos daí

resultantes serão tanto maiores quanto mais desorganizada for a empresa e maior for o grau de tolerância do empregador em relação às praticas de assédio moral.• Estabelecer diálogo sobre os métodos de

organização de trabalho com os gestores (RH) e trabalhadores(as)

• Realização de seminários, palestras e outras atividades voltadas à discussão e sensibilização sobre tais práticas abusivas

• Criar um código de ética que proíba todas as formas de discriminação e de assédio moral

ASSÉDIO MORAL

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Capítulo IIAssédio Sexual

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29Introdução

A partir do ingresso da mulher no mercado de trabalho, vários aspectos dessa discriminação

por gênero têm se manifestado. Elas recebem salários menores que os dos colegas homens, ainda que sejam, na maioria das vezes, mais escolarizadas que eles, têm menores oportunidades de conseguir emprego, são as primeiras a entrar nas listas de demissão quando há cortes nas empresas e, por fi m, são as maiores vítimas do que a legislação denomina “assédio sexual”.

Há casos inversos, em que o homem se vê assediado por uma mulher. Mas essa não é a regra e sim a exceção. Em qualquer hipótese, essa prática agora é crime, com legislação específi ca e penalidades previstas. Portanto, para sabermos exatamente o que vem a ser o assédio sexual no local de trabalho é que estamos divulgando esta cartilha.

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O assédio sexual no ambiente de trabalho consiste em constranger colegas por meio de

cantadas e insinuações constantes com o objetivo de obter vantagens ou favorecimento sexual.

Essa atitude pode ser clara ou sutil; pode ser falada ou apenas insinuada; pode ser escrita ou explicitada em gestos; pode vir em forma de coação, quando alguém promete promoção para a mulher, desde que ela ceda; ou, ainda, em forma de chantagem.

O que é assédio sexual?

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31Formas de assédio sexual

O assédio sexual é uma forma de abuso de poder no trabalho.

Segundo a professora Adriana C. Calvo, mestranda da PUC/SP, há dois tipos de assédio sexual:

1. Chantagem: é o tipo criminal previsto pela Lei nº 10.224/2001.

2. Intimidação: intenção de restringir, sem motivo, a atuação de alguém ou criar uma circunstância ofensiva ou abusiva no trabalho.

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ho32 Lei brasileira

A Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001, introduziu no Código Penal a tipificação do crime de

assédio sexual, dando a seguinte redação ao art. 216-A: “Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição se superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício, emprego, cargo ou função”. A pena prevista é de detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Trata-se de evolução da legislação, pois essa conduta era enquadrada em delito de menor potencial ofensivo, ou seja, crime de constrangimento ilegal, cuja pena é a de detenção por 3 meses a 1 ano ou multa para o transgressor, conforme o art. 146 do Código Penal.

Além disso, a Consolidação das Leis do Trabalho autoriza o empregador a demitir por justa causa o empregado que cometer falta grave, a exemplo dos comportamentos faltosos listados no seu art. 482, podendo o assédio sexual cometido no ambiente de trabalho ser considerado uma dessas hipóteses.

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33Assédio sexual

A ssédio sexual é uma das muitas violências que a mulher sofre no seu dia-a-dia. De modo

geral, acontece quando o homem, principalmente em condição hierárquica superior, não tolera ser rejeitado e passa a insistir e pressionar para conseguir o que quer.

A intenção do assediador pode ser expressa de várias formas. No ambiente de trabalho, atitudes como piadinhas, fotos de mulheres nuas, brincadeiras consideradas de macho ou comentários constrangedores sobre a fi gura femiina podem e devem ser evitados.

Essa pressão tem componentes de extrema violência moral, à medida que coloca a vítima em situações vexatórias, provoca insegurança profi ssional pelo medo de perder o emprego, ser transferida para setores indesejados, perder direitos etc.

A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 1995 – CEDAW) classifi ca o assédio sexual no trabalho “como uma das formas de violência contra a mulher”.

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ho34 Só existe assédio sexual de

homens contra mulheres?

Pode haver assédio de homens contra mulheres; mulheres contra homens; homens contra homens; e mulheres contra mulheres.

Mesmo com todos os avanços que ocorreram no campo da sexualidade nas últimas décadas, o assédio sexual ainda é um tabu. Por ser oculto, passa a ser interpretado de forma solitária por quem o sofreu, e não raras são as vezes em que as mulheres adotam a postura de “culpadas”, isto é, questionam-se se suas ações foram adequadas, provocadoras ou insinuadoras. É a culpabilização da vítima que se acrescenta, sentimento que se soma ao seu sofrimento de assediada. Essas hipóteses descaracterizam a condição de vítima e a conduzem à posição de culpada.

O modelo social se consolida nas frases que são ditas, repetidas e que passam de boca em boca retransmitindo para todas as gerações um pensamento que oportuniza a permanência do modelo.

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35O que a pessoa assediada pode fazer

A primeira dica é romper o silêncio, que é o motivo dos grandes males. Sair de uma posição

submissa para uma atitude mais ativa:• Dizer claramente não ao assediador• Contar para os(as) colegas o que está acontecendo• Reunir provas, como bilhetes, presentes e outras• Arrolar colegas que possam ser testemunhas• Relatar o acontecido ao setor de recursos

humanos• Relatar o acontecido ao Sindicato• Registrar a ocorrência na Delegacia da Mulher e,

na falta dessa, em uma delegacia comum• Registrar o fato na Superintendência Regional do

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ho36 Como terminar com o assédio sexual

A ação contra o assédio sexual não é uma luta de mulheres contra homens. Ela é uma luta de

todos, inclusive de todos os homens que desejam um ambiente de trabalho saudável.

Por um mínimo de coerência, não se pode, por um lado, defender os princípios de igualdade e justiça e, por outro lado, tolerar, desculpar ou até mesmo defender comportamentos que agridam a integridade das mulheres e dos homens.

Derrotar a prática do assédio sexual no trabalho é parte integrante da luta pela igualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres.

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37Conclusão

O objetivo desta cartilha é tratar de um tema que, dia a dia, ganha mais espaço na mídia e

no cotidiano das organizações, vem sendo cada vez mais discutido, mesmo assim, polêmico em sua essência, sobre o qual se encontra rara bibliografi a. Em razão de sua crescente importância nas relações trabalhistas e de seus efeitos perversos, o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho deve ser debatido de forma séria e comprometida, não só pela classe trabalhadora e pelo empresariado, mas por toda a sociedade. Desmistifi car a questão do assédio moral e sexual no local de trabalho é o caminho seguro para prevenir e erradicar sua presença onde já tiver se instalado.

O Projeto de Lei n° 2.369/2003 dispõe sobre o assédio moral nas relações de trabalho. A primeira cidade brasileira a aprovar lei que condena o assédio moral foi Iracemápolis (SP). A legislação foi regulamentada em abril de 2001. Há atualmente 80 projetos em tramitação ou já aprovados nos âmbitos municipal, estadual e federal.

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ho38 A Comissão de Igualdade de Oportunidades

de Gênero, de Raça e Etnia, de Pessoas com Deficiência e de Combate à Discriminação atua por meio de parcerias com os diversos setores da sociedade no desenvolvimento de ações educativas de sensibilização, como seminários, oficinas e reuniões técnicas e a realização de mesas de entendimento decorrentes do recebimento de denúncias de discriminação. São importantes instrumentos de sensibilização e capacitação de gestores públicos, empregadores e trabalhadores. Mais do que aplicar sanções, o propósito do Ministério do Trabalho e Emprego é promover plenamente a igualdade de oportunidades por meio do entendimento consensual entre as partes envolvidas nas denúncias, do impulsionamento de ações afirmativas e da divulgação dos direitos do trabalhador(a) com base na não discriminação.

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39Bibliografi a

Projeto assédio moral na categoria bancária: uma experiência no Brasil, 2005.

ÁVILLA, Rosemari Pedriotti de; AUGUSTIN, Sérgio. Assédio sexual nas relações de trabalho: agressão a direitos fundamentais.

CALVO, Adriana C. O assédio sexual e o assédio moral no ambiente de trabalho.

CÂMARA DOS DEPUTADOS. Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Projeto de Lei n° 2.369/2003. (Projeto do deputado Mauro Passos).

CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ. Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher. 1994.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS BANCÁRIOS. Assédio sexual no trabalho.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL NO RAMO DE QUÍMICA. Assédio moral: a tirania nas relações do trabalho.

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ho40 FETRAQUIM-RJ. Assédio sexual no local de

trabalho. Série Trabalho e Cidadania, ano I, n. 3.

GOMES, Luiz Flávio. Doutrina nacional: lei do assédio sexual (10.224/01). Primeiras notas interpretativas.

HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio moral: a violência perversa no cotidiano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

NASCIMENTO, Sônia A. C. Mascaro. O assédio moral no ambiente de trabalho, Doutrina Jus Navigandi.

NUCODIS/SRTE/SC. Assédio moral no local de trabalho.

SILVA, Jorge Luiz de Oliveira da. Ética e assédio moral: uma visão filosófica.

SINDIPETRO/RJ. Acidente invisível que põe em risco a saúde e a vida do trabalhador.

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Ministério doTrabalho e Emprego