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ndice

8 No Meio 14 TechNA 26 Turismo de negcios

11 Atitudes - Governo

Zona Franca de manaus o estado do amazonas vive um bom momento

66

34 Turismo ambiental 42 Turismo religioso 50 Turismo rural 56 Turismo folclore 64 11 AtitudesGeneral Water Atitudes em Verde e Amarelo

77 11 Atitudes - Empresas 88 MsicaSilncio na msica engajada

11 Atitudes - ONGsaqui, no, corrupo! amarribo

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90 Lente Limpa 92 Velho Ambiente 98 Da RedaoNossa Meca

AmazniaBrasil sem misria Bolsa verde, seja bem vinda.

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Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel

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BRAsiLzO!

Nem as tormentas econmicas internacionais, nem as maracutaias polticas no Ministrio do Turismo parecem ter afetado o crescimento do turismo no Brasil. Recordes de turistas, faturamento e gerao de empregos em anos seguidos. Diante da estabilidade econmica e da estruturao de roteiros no imenso territrio com quase infinitas opes tursticas, a jovem indstria brasileira do turismo, que j nasce sob a gide da sustentabilidade, mostra-se pronta para acompanhar a grande expanso do mercado das viagens e entretenimento. Turismo passou a ser um direito bsico do brasileiro e pode ser a opo econmica mais sustentvel de todas se for levada a srio, e rpido.desenvolvimento com equilbrio

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outubro/2011

EditorialEditorialAno 02 - Edio 17 - Outubro/2011 Distribuio dirigida e a assinantesUma publicao da Novo Ambiente Editora e Produtora Ltda. CNPJ/MF.: 12.011.957/0001-12 Rua Professor Joo Doetzer, 280 - Jardim das Amricas - 81540-190 - Curitiba/PR Tel/Fax: (41) 3044-0202 - [email protected] Impresso: Grfica Capital TIragem :30 mil exemplares

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A tiragem desta edio de 30 mil exemplares comprovada pela BDO Auditores Independentes.

DireTor-Geral Dagoberto Rupp [email protected] relaes De mercaDo Joo Rodrigo Bilhan [email protected] aDmiNisTraTiVo Jaqueline Karatchuk [email protected] Paula Santos [email protected] Mnica Cardoso [email protected] comercial (Dec) Paulo Roberto Luz [email protected] Joo Claudio Rupp [email protected] Joo Augusto Marassi [email protected] Rodrigo Nardon [email protected] Leandro Dvorak [email protected] markeTiNG e comuNicao

coNselho eDiTorial Dagoberto Rupp [email protected] Joo Rodrigo Bilhan [email protected] Carlos Marassi [email protected] Paulo Roberto Luz [email protected] Joo Claudio Rupp [email protected] Joo Augusto Marassi [email protected] Fbio Eduardo C. de Abreu [email protected] Edemar Gregorio [email protected] eDiTor-cheFe Edemar Gregorio [email protected] ceNTral De JorNalismo Carlos Marassi [email protected] Fernando Beker Ronque [email protected] Davi Etelvino [email protected] Paulo Negreiros [email protected] Leonardo Pepi Santos [email protected] Leonilson Carvalho Gomes [email protected] Estanis Neto [email protected] Marcelo Ferrari [email protected] Oberti Pimentel [email protected] Uir Lopes Fernandes [email protected] Dagoberto Rupp Filho [email protected] Carolina Gregorio [email protected] DiaGramao e iNFoGraFia [email protected] reViso Karina Dias Occaso [email protected] ilusTraes Marco Jacobsen [email protected] WeBDesiGN Fernando Beker Ronque [email protected] ProJeTo GrFico Rafael de Azevedo Chueire [email protected]

[email protected] loGsTica Juliano Grosco [email protected] Juvino Grosco [email protected] Marcelo C. de Almeida [email protected] Alexsandro Hekavei [email protected] Ricardo Adriano da Silva [email protected] Alcio Luiz de Oliveira Filho aelcio.filho@revistanovoambien aTeNDimeNTo e assiNaTuras Mari Iaciuk [email protected] Raquel Coutinho Kaseker [email protected] auDiToria e coNTroller Marilene Velasco [email protected] Paula Mayara [email protected] Bem-esTar Clau Chastalo [email protected] Ana Cristina Karpovicz [email protected] Maria C. K. de Oliveira [email protected] Maria Telma da C. Lima [email protected] Paulo Fausto Rupp [email protected] Janete Ramos da Silva [email protected]

urismo. est a uma palavra que nos remete a sensaes agradveis. principalmente quando se est em um ritmo de vida estafante. o negcio do entretenimento e do descanso o setor que mais cresce no pas e hoje j um dos sustentculos da emergente economia nacional. nesta edio, procuramos analisar esta atividade que tem na sustentabilidade sua maior aliada, j que ela preserva o meio ambiente, a cultura e os costumes locais, muitas vezes em lugares pobres nos quais o turismo pode ser a nica opo de desenvolvimento humano. Voc conhecer sugestes de destinos tursticos que podem resolver suas pendncias pessoais: de negcios, religiosos, rurais, ambientais e folclricos. so apenas algumas opes diante de um Brasil quase infinito. novamente, a amaznia tem grande peso nesta edio, na qual abordamos o sucesso scioeconmico do modelo Zona Franca de manaus, que evitou, por dar emprego e outras opes de renda, que a floresta fosse derrubada. a Feira internacional da amaznia (Fiam), promovida pela superintendncia da Zona Franca de manaus (suframa), que acontece no fial de outubro, vai contar um pouco da histria que criou uma potncia industrial e tecnolgica em plena selva. um exemplo de combate a corrupo vem de uma pequena cidade de 12 mil habitantes, ribeiro Bonito, no interior de so paulo, cuja sociedade organizada, colocou para correr polticos corruptos. Seu exemplo se propagou inicialmente pelas cidades vizinhas, e acabou por virar uma referncia internacional. essa uma das 11 Atitudes em Verde e Amarelo desta edio, assim como uma empresa que desenvolve tecnologias para o reaproveitamento e economia de gua em grandes corporaes. como sempre, procuramos conhecer e trazer tona bons e maus exemplos, para que eles nos orientem sobre os caminhos a tomar para o desenvolvimento com equilbrio

T

Boa leitura! Central de Jornalismo

as jazidas de vento do maranhoo leilo de contratao de energia proveniente de novos empreendimentos (leilo a-5), que ser realizado em dezembro, abre uma grande oportunidade para que o maranho entre no mercado de energia elica. a Bioenergy, especializada em gerao de energia limpa, vai participar com 15 projetos de usinas elicas no Maranho. As iniciativas devero gerar energia suficiente para abastecer uma cidade com 2 milhes de habitantes e movimentar investimentos da ordem de r$ 2 bilhes. os empreendimentos acabam de ser divulgados pela Empresa de Pesquisa Energtica (epe). a empresa j est h mais de dois anos realizando estudos de medio de vento no estado e constatou que o potencial da regio forte. Temos, no total, 50 projetos previstos nessa unidade da federao, garante srgio marques, presidente da Bioenergy, que j conta com seis empreendimentos no rio Grande do norte que totalizam 144 mW de potncia instalada e com investimentos de cerca de R$ 570 milhes.

NOMEIOO Twitter e as mudanas no cdigo FlorestalUma maratona de 72 horas de transmisso ao vivo para esclarecimento sobre as mudanas no cdigo Florestal impactou 31 milhes de pessoas no Twitter entre os dias 20 e 22 de setembro. promovida pelo comit Brasil em defesa das Florestas e do desenvolvimento Sustentvel, que rene mais de 140 entidades, teve a participao de Senadores como Lindbergh Farias (pT-rJ) e ana rita (pT-es), que se manifestaram ao vivo. direto de um estdio em so paulo, a ao contou com cerca de 60 pessoas. entre os simpatizantes da causa que apoiaram a campanha, esto os apresentadores de TV Herdoto Barbeiro, renata simes, chris couto e marina person, alm dos ex-ministros do meio ambiente marina silva,outubro/2011

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Foto: revista novo ambiente/marcelo almeida

Jos Goldemberg e paulo nogueira neto. de acordo com monitoramento feito pela e.life, o volume de menes hashtag #florestafazadiferenca aumentou 500% em relao semana anterior ao evento. os internautas pediam nas redes a divulgao da viglia para impedir que senadores votem as mudanas feitas no cdigo.

Belo Horizonte projeta 50 mil leitosCom investimentos previstos para atingir R$ 1 bilho, o setor hoteleiro da regio metropolitana de Belo Horizonte deve aumentar em cerca de 60% o nmero de leitos at a copa do mundo de 2014. na capital, 28 hotis esto em construo e outros 17 empreendimentos esto em processo de licenciamento. com isso, sero 45 hotis a mais na cidade, que acrescentaro 16.042 leitos. quando um empresrio decide onde investir, muitos critrios so analisados. Em Minas, o PIB cresceu 10,9% em 2010. Foi um recorde. isso no passa despercebido pelos investidores. Eles so atentos e sabem onde investir, nos diz sergio Barroso, secretrio de estado extraordinrio da copa do mundo. para 2014, projeta-se um total de 50.919 leitos para a regio de BH at 2014. Para cada quarto de hotel construdo, estima-se que sejam gerados, em mdia, quatro empregos diretos. Isso significa que at a copa, em 2014, somente o setor hoteleiro vai gerar cerca de 60 mil empregos em minas Gerais.

Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel

aliens?Foto: revista novo ambiente/alexandro Hekavei

Na ltima sexta-feira de setembro, a populao do planalto central olhou para o cu com certa (ou muita) perplexidade. um halo em torno do sol sugeria as mais diversas formas circulares e cores incrveis, semelhantes a arco-ris. Trata-se de um fenmeno da passagem do outono para a primavera, em que cristais de gelo refletiriam a luz solar. Algumas pessoas dizem ter visto formas quadradas; outros, liens; ou, ainda, revelaes divinas.

desonerando para conter emissesas indstrias voltadas para a produo de energia elica e solar (fotovoltaica) tero iseno do imposto sobre circulao de mercadorias e servios (icms) no estado do rio de Janeiro. o decreto foi assinado pelo Governador srgio cabral. a meta, segundo o secretrio de estado do ambiente, carlos minc, quadruplicar o uso desse tipo de energia no estado at 2030. a desonerao desses impostos pode representar uma queda de at 25% do custo dos equipamentos, segundo minc. o governo do rio de Janeiro pretende reduzir, at 2030, 65% da emisso de gases de efeito estufa e 11 milhes de toneladas de gs carbnico. a subsecretria estadual de economia Verde, suzana Kahn, explica que so paulo, que tem um produto interno Bruto (piB) maior que o do rio, emite menos gases poluentes que o estado fluminense. So Paulo produz 3,5 toneladas equivalentes de carbono por habitante, enquanto o rio emite 4,5 toneladas. importante que a economia cresa, mas no precisamos aumentar as emisses de gases poluentes na mesma ordem, e esse o nosso foco, explicou suzana.Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

A Mata Atlntica como casaA exposio interativa Sua Mata, sua Casa, da Fundao SOS Mata Atlntica, acontece at dia 30 de outubro, no shopping palladium, em curitiba. Os visitantes podem participar de diversas atraes gratuitas e ferramentas tecnolgicas interativas. mais uma ao de conscientizao da onG acerca do bioma mais ameaado do Brasil, mostrando a relao de cada um com este meio no dia a dia. a exposio acessvel a cadeirantes e traz propostas de interao para todas as idades. os visitantes podero expressar suas expectativas futuras em relao ao meio ambiente e seus depoimentos sero colocados na rvore dos desejos, produzida com garrafas peT e embalagens de achocolatado por artistas da Cooperaacs (Cooperativa Social de Trabalho e Produo de Arte Alternativa e Coleta Seletiva). Quem preferir poder enviar seus desejos pelo twitter utilizando #arVoresosma. inspirada nas partes de uma casa, a exposio dividida por cmodos, onde o pblico encontra painis informativos, vdeos e palestras. De acordo com o ltimo levantamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlntica, divulgado em maio deste ano pela SOS Mata Atlntica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (inpe), o paran foi o quarto estado que mais desmatou a Mata Atlntica nos ltimos dois anos. O estado de paran perdeu mais de 3 mil hectares do bioma no perodo de 2008 a 2010. nesse mesmo perodo, detectamos em Curitiba o desmatamento equivalente a sete campos de futebol. a capital paranaense j foi totalmente coberta pela Mata Atlntica, mas, hoje, resta pouco mais de 1% de florestas originais com mais de 3 hectares. No podemos permitir que desmatamento continue a ocorrer e devemos evitar a ocupao em reas de risco ou inadequadas para moradias, observa marcia Hirota, diretora de Gesto do conhecimento da onG e coordenadora do estudo.

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Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel

NOMEIOpomar urbanoem setembro, o pomar urbano, um belo exemplo de recuperao ambiental e reintegrao social, completou 11 anos e j recuperou 26 km das margens do rio pinheiros, na cidade de so paulo. morto e malcheiroso h muitos anos, muita gente duvidava que o pinheiros poderia abrigar vida novamente, mesmo em seu entorno, desmatado at a ltima rvore. Mas uma iniciativa da Secretaria de Meio ambiente de so paulo, durante o governo de mrio covas, provou, com um programa de baixo oramento e muita vontade, que era possvel. o pomar urbano j plantou mais de 300 mil mudas de rvores e arbustos, e a instalao de uma estao de tratamento de gua que permite recuperar a gua do rio pinheiros para ser utilizada na prpria irrigao de todo o pomar deve ficar pronta em breve. O projeto de capacitao profissional foi retomado pelo Governador Geraldo alckmin, que anunciou projetos de desassoreamento, limpeza e tratamento de esgoto do rio pinheiros e do rio Tiet durante o evento de aniversrio do projeto, quando foi lanado um livro contando este caso de sucesso. o secretrio do meio ambiente de so paulo, Bruno covas, neto do criador do projeto, apontou que o pomar urbano uma prova de que com vontade possvel realizar projetos ditos como impossveis, como este da revitalizao no rio pinheiros. mas preciso, acima de tudo, vontade poltica. Foi assim que o Pomar se transformou na marca do estado. no total, 40 pessoas recebero r$ 440 por ms para trabalhar durante seis horas por dia, quatro dias por semana. no quinto dia, eles participam de cursos para insero no mercado de trabalho.

natura para avs e netosa linha de produtos Vv, da natura, fruto de pesquisas e exploraes em novos territrios do conhecimento ligados a percepes e comportamentos e aos rituais de cada grupo de pessoas, e tem como conceito a valorizao da ancestralidade. Para desenvolver a linha, foram consultados profissionais especialistas que fizeram uma reflexo baseada na sociedade ocidental de hoje, comparando-a com as sociedades oriental, africana e indgena. uma parceria entre a rea de cincias do Bem estar, da natura, e uma equipe multidisciplinar que inclua mdico antroposfico, psiclogos, antroplogo e linguista permitiu um aprofundamento nos conhecimentos sensoriais, e dos sentidos que vive a empresa. pesquisas com avs e netos foram realizadas durante um ano e meio, e sua construo foi submetida a um comit de tica externo. O foco do estudo que dever ser objeto de artigo a ser publicado em peridico cientfico foi a relao entre avs e netos e o modo como a convivncia e a interao orientada por fundamentos ldicos aperfeioou e ampliou essa relao. Tanto esforo, porm, pouco valeria se o objetivo maior no fosse atingido: agradar o consumidor. e a natura parece ter conseguido e registra boas vendas desde seu recente lanamento.

NOMEIOFlorestas em dobroo dia da rvore, 21 de setembro, foi a data escolhida para dois acontecimentos simultneos na cidade de so paulo. o lanamento da edio da revista novo ambiente e da empresa Florestas inteligentes. a edio Florestas alm do Romantismo traz a importncia da preservao dos nossos biomas e tambm o descaso com o que resta dele. uma matria, em especial, apresenta a empresa Atitude em Verde e amarelo da edio com capacidade, no apenas para nos ajudar a reconquistar nosso patrimnio verde, como tambm reconduzir homens sociedade. Florestas inteligentes, com um projeto que coloca em prtica restauro ambiental e incluso social, pretende apresentar ao mercado novos homens, qualificados durante o trabalho de cultivo das mudas do viveiro e estruturados para viver em sociedade. e mudas adultas (termo apresentado para denominao do produto) para reflorestamento, com variedade e quantidades suficientes para criao no s de florestas, como ecossistemas completos.

Paulo Franzine, Diretor da Florestas Inteligentes

cidades sustentveis na rio+20a conferncia das naes unidas sobre sustentabilidade (Rio+20), que ocorrer em junho de 2012 na capital fluminense, deve ter como uma das principais discusses as questes urbanas. certamente, o projeto cidades Sustentveis, do Instituto Ethos, ser um dos atores relevantes na discusso de como as cidades podem participar desse processo de grandes transformaes em direo sustentabilidade, destacou o economista e ambientalista Srgio Besserman. O Presidente do Instituto Ethos, Jorge Abraho, confirmou Agncia Brasil que no h ainda, no pas, cidades que possam ser definidas como sustentveis. segundo ele, so paulo e rio de Janeiro esto entre as cidades brasileiras que se mostram mais interessadas em ter processos que avancem rumo sustentabilidade. o programa cidades sustentveis foi lanado em so paulo em agosto passado, e at o final deste ano chegar capital fluminense. Ali se define o que so cidades desejveis sob diversos temas considerados fundamentais, como mobilidade, educao, sade, meio ambiente, bem-estar da populao, biodiversidade e poluio. alm disso, estabelece indicadores. so 12 grandes temas que so abordados, com mais de 200 indicadores, ressaltou abraho. uma cidade pode ter um programa que esteja ligado melhoria desses vrios temas, completou. abraho salientou que, no Brasil, uma grande oportunidade que deve ser aproveitada no sentido da sustentabilidade a questo dos investimentos na Copa do Mundo e nas Olimpadas, porque, segundo ele, mobilizam a sociedade e podem gerar metas. acho que ns temos uma oportunidade boa de avanar mais rapidamente na agenda. e o rio de Janeiro e so paulo so duas cidades que podem avanar. (Com informaes da Agncia Brasil)

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Fotos: revista novo ambiente/leonardo pepi

CARTUM

ilustrao: revista novo ambiente/marco Jacobsen

TechNAVo eficienteAviao, motores eltricosrecentemente, a nasa entregOu um dOs maiOres PrmiOs da histria da aviaO: us$ 1.35 milhes (aPrOximadamente r$ 2,5 milhes) aOs vencedOres dO green flight challenge (cOmPetiO de vOO verde). as equiPes ParticiPantes deveriam cOnstruir uma aerOnave caPaz de vOar 200 milhas (320 km) em duas hOras, usandO aPenas O equivalente a 3,7 litrOs de gasOlina POr PassageirO, entre OutrOs requisitOs. a equiPe vencedOra, PiPistrel-usa, cOnstruiu um aviO de quatrO lugares cOm duas fuselagens imPulsiOnadO POr um mOtOr eltricO de 145 kw (194 cavalOs), O qual gira uma hlice de 2 m. a aerOnave, batizada de taurus g4, tem envergadura de 21 m e autOnOmia equivalente a 400 milhas (643 km) POr galO de cOmbustvel (3,7 litrOs) metade dO cOnsumO estiPuladO PelO cOncursO. de acOrdO cOm a agncia esPacial nOrte-americana, as tecnOlOgias desenvOlvidas PelOs cOmPetidOres POderO cOntribuir Para a aviaO em geral, gerandO nOvOs emPregOs e indstrias, um dOs PrinciPais mOtivOs que a levaram a realizar a cOmPetiO.

De olho no planetaSeminrios, geotecnologiasrealiza-se dia 27 de OutubrO, nO centrO de cOnvenes frei caneca, em sO PaulO, O eventO sOlues em imagens da terra Para usO cOrPOrativO. O seminriO trar discusses e nOvidades sObre tecnOlOgias e tcnicas de mOnitOramentO terrestre atravs de sensOres Orbitais e aerOtransPOrtadOs, suas caractersticas, diferentes vantagens e aPlicaes. as Palestras serO em fOrmatO talk shOw, PermitindO debate e interatividade cOm Os Presentes. entre Os Palestrantes, estO O chefe-geral da embraPa mOnitOramentO POr satlite, mateus batistella, diretOres e Presidentes de fabricantes e Outras emPresas dO setOr.

Oceano em perigoQumica, plsticossabe-se que Presena de PlsticOs nO OceanO gera riscO vida marinha. mas um riscO POucO divulgadO sO Os micrOPlsticOs, derivadOs da decOmPOsiO de diversOs materiais. PesquisadOres da universidade de dublin analisaram amOstras de OceanO recOlhidas em 18 cidades cOsteiras na inglaterra, chile e dubai e descObriram que as Partculas de POlmerO estO Presentes em maiOr quantidade PrximO a cidades mais POPulOsas. O tamanhO e fOrma das Partculas indicaram que sO derivadas, tambm, de tecidO sintticO cOmO O POlister, jOgadas na gua Pela rede de esgOtOs. uma nica Pea de rOuPa POderia liberar at 1.900 PedaOs na gua. Outra Pesquisa, Publicada Pela assOciaO americana de qumica (acs) em 2010, revelOu a Presena, na vida marinha, dO disruPtOr endcrinO (substncia caPaz de alterar O funciOnamentO hOrmOnal de seres vivOs) bisfenOl a, derivadO da biOdegradaO de PlsticOs jOgadOs nO OceanO.

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Micrbios gigantes de pelciaBiologia, interneta ideia de dar herPes Para algum nO Parece muitO agradvel, a nO ser que se esteja falandO dOs micrbiOs gigantes de Pelcia, venda nO site americanO thinkgeek. cOm. Os mOnstrinhOs sO uma amPliaO fOfurizada de diversOs tiPOs de bactrias, micrbiOs e at clulas humanas. cada um dOs 52 mOdelOs vem acOmPanhadO de um cartO cOm a fOtO dO micrbiO, nOme cientficO e infOrmaes sObre ele e seu habitat, tOrnandO-Os timOs Presentes Para ensinar crianas, enfeitar cOnsultriOs mdicOs Ou lembrar-nOs dOs PerigOs invisveis que nOs cercam. entre Os mOdelOs, estO O vrus da griPe, a bactria que causa mau hlitO, um neurniO, a bactria da gOnOrreia e at O vrus hiv. cada bichinhO custa us$ 9.

Menos enxofre no escapamentoVeculos, emissesO PrOcOnve P7 (PrOgrama de cOntrOle da POluiO dO ar POr veculOs autOmOtOres) entrar em vigOr a Partir de janeirO de 2012 e Prev, entre Outras nOrmas, a reduO na emissO de POluentes a Partir da substituiO dO cOmbustvel utilizadO POr veculOs PesadOs. O diesel utilizadO Pela frOta brasileira, atualmente, POssui cOncentraes que variam de 500 a 2.000 Partes POr milhO de enxOfre (PPm) significa dizer que a cada quilO de diesel h 500 miligramas de enxOfre, POr exemPlO. O PrOgrama Prev que, a Partir de janeirO de 2012, O brasil Passe a utilizar O diesel s-50, cOm 50 PPm dO POluente; e, a Partir de 2013, O s-10, cOm 10 PPm. a emPresa catarinense tuPer, aPs um investimentO de r$ 24 milhes, a nica brasileira fabricante de sistemas de Ps-tratamentO de gases de exaustO Para veculOs cOmerciais que atende as nOrmas dO P7. O desenvOlvimentO da nOva tecnOlOgia OcOrreu em Parceria cOm a mercedes-benz e fOrnecedOres internaciOnais, exigindO mais de 20 mil hOras de trabalhO.

Leilo de experimentosSolues, internetgrandes descObertas, avanOs e aPrimOramentOs tecnOlgicOs acOntecem dePOis de muita Pesquisa e exPerimentOs, necessriOs Para testar tOdas as POssibilidades e reaes de cada material Ou situaO. um dOs entraves Para as Pesquisas de labOratriO a infraestrutura deste, que nem semPre Oferece tOdOs Os equiPamentOs necessriOs Para a realizaO dOs testes. O website americanO scienceexchange.cOm (trOcas de cincia, em traduO livre), criadO recentemente, funciOna cOmO um leilO On-line de exPerimentOs: a cOmunidade cientfica POsta suas ideias, e Os interessadOs fazem Ofertas Para desenvOlver Os PrOjetOs. j ParticiPam dO PrOjetO a universidade de PrincetOn, a universidade de stanfOrd e a universidade jOhns hOPkins, entre Outras.

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ceara

capa TURisMO

Brasilzo!Nem as tormentas econmicas internacionais, nem as maracutaias polticas no ministrio do Turismo parecem ter afetado o crescimento do turismo no Brasil. recordes de desembarques areos, faturamento e gerao de empregos em anos seguidos. diante da estabilidade econmica e da estruturao de roteiros no imenso territrio com quase infinitas opes, a jovem indstria brasileira do turismo, que j nasce sob a gide da sustentabilidade, mostra-se pronta para acompanhar a grande expanso do mercado das viagens e entretenimento. Turismo passou a ser um direito bsico do brasileiro e pode ser a opo econmica mais sustentvel de todas se for levada a srio, e rpido.ingum duvida do potencial turstico brasileiro. sol, natureza, cultura e espetculo so nossa praia. O mais simptico e ascendente setor da economia, em 2010, representou, depois da indstria automobilstica e metalrgica, o terceiro item da balana comercial do Brasil. o faturamento foi de us$ 56,5 bilhes, gastos por 5 milhes de turistas estrangeiros e 44 milhes de turista nacionais. de acordo com a infraero (empresa Brasileira de

n

infraestrutura aeroporturia), o total de desembarques domsticos, at setembro deste ano, mostra que chegaram aos aeroportos brasileiros 45,3 milhes de passageiros, um aumento de 21% sobre o mesmo perodo do ano passado (37,5 milhes). Com relao aos passageiros que vieram do exterior, o movimento cresceu de 4,4 milhes em 2010 para 5,2 milhes este ano (+18,2%), e a expectativa do Ministrio do Turismo (MTur) que deve haver a chegada de algo acima de 7,7 milhes de gringos ao pas.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

Praia de Pajuara, Macei. O litoral alagoano oferece belezas e ganhos socioeconmicos reais.desenvolvimento com equilbrio

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difcil acompanhar esse ritmo de crescimento. Ao final da leitura desta matria, considerando a mdia de crescimento at aqui projetada, um novo hotel ter sido construdo no pas, uma nova turma de profissionais tursticos ter se formado e um restaurante j ter abrido suas portas. o Brasil j conta com 25 mil estabelecimentos hoteleiros, em boa parte muito bem estruturados, mas que j no do mais conta do movimento turstico; por isso, investimentos bilionrios so anunciados pelas maiores redes do planeta na expanso da malha hoteleira, que deve ganhar mais 6 mil novos estabelecimentos de hospedagem at 2014, segundo projees do mTur. quase todos j buscando solues energticas alternativas, reduo do consumo e reaproveitamento de gua.

Analisando um quadro de projeo de crescimento moderado da economia, desenvolvido pelo Ministrio do Turismo:

O Brasil dever criar mais de 350 milAo menos

novas ocupaes de trabalhosomente no ano de 2014.

6 mil novos

devem ser construdos at 2014.

estabelecimentos hoteleiros

infraestrutura elementaras carncias na infraestrutura e mobilidade so o grande desafio para os eventos que colocaro o Brasil turstico prova: a Copa do mundo de 2014 e as olimpadas no rio de Janeiro. ao mesmo tempo, so uma chance nica de reverter de vez nosso fracasso histrico no tratamento do esgoto e lixo. so esperados, s referentes a esses eventos, investimentos de R$ 11 bilhes em mobilidade; outros tantos projetos do pac engordam as perspectivas. Com alguma sorte diante da demora nas obras, pode-se ter um efeito propagador de investimentos. A iniciativa privada, por uma questo de ambiente de negcios, no vai querer ficar com a parte feia, considerando as belas intervenes do estado, e d-lhe embelezamento nas suas reas. O estmulo a essas obras tam-

440milhes dedesembarques internacionaisforam registrados ao redor do mundo no primeiro semestre de

2011

bm cria um mercado fundamental ao Brasil, o de saneamento, que praticamente no existia h duas dcadas e agora fervilha com empresas de todo o mundo com grandes e viveis ideias. uma vez que obtivermos escala, possvel que a iniciativa privada resolva um problema que o estado provou ser incapaz de resolver, por omisso: o saneamento bsico, uma influncia (boa ou m) fundamental sobre a sade pblica.

e quando o ganha-po dos trabalhadores do turismo est nas maravilhas das paisagens, eles faro o possvel para no perder estes parasos, por isso o saneamento, pea-chave no processo, torna-se cada vez mais exigido. O turismo tem mantido o homem em sua terra natal, notadamente em regies economicamente pobres, com cada vez mais dignidade e autovalorizao de sua cultura.

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Desembarques internacionais de turistas segudo a OMTem milhes de passageiros

1 Frana 2 Estados Unidos 3 China 4 Espanha 5 Itlia 6 Reino Unido 7 Turquia 8 Alemanha 9 Malsia 10 Mxico Brasil

76,8 59,7 55,7 52,7 43,6 28,1 27,0 26,9 24,6 22,4

5,1

mas o alerta est ligado: o turismo inconsequente tem alto poder de depredao e j destruiu grandes patrimnios naturais, extinguindo espcies. no raro, tambm, encontrar muita desinformao em locais mais longnquos, e o turista, muita vezes, quem ensina ecologia aos moradores locais. No pense que difcil encontrar carne de jiboia fresca em rio preto da eva, a 100 km de manaus. no amap, pode-se encomendar ensopado de peixe-boi, um mamfero aqutico dcil e em extino, em geral servido a turistas. Da mesma forma, romarias nascente do rio so Francisco, no parque nacional da serra da canastra, derramariam toneladas de parafina dos milhares de velas que, se deixassem por conta, iriam se depositar no delicado nascedouro hoje, as romarias so proibidas pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade), que administra o parque e permite o turismo sem impactos. Por outro lado, o turismo pode justamente instigar o desejo de que toda aquela beleza nunca acabe, e isso muitas vezes comoveu pessoas, mobilizou comunidades e salvou reas preciosas. conhecer para preservar. dar ao homem da terra o valor de direito, inclusive financeiro, evitando macroproblemas como o deslocamento migratrio e o inchao das capitais, assim como a concentrao econmica.

Praia artificial com ondas no Resort Rio Quente, em Gois. Aproveitando as belezas naturais, sem alterar o cenrio.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

A indstria do turismo e os 52 segmentos que a integram vendem beleza e bucolismo, atributos que apenas se conservam com atividades econmicas comprometidas com o aspecto socioambiental. No por acasoque as empresas chamadas da cadeia turstica desenvolvem ou esto engajada em algum projeto de conservao ambiental.Foto: divulgao

Carlos Roberto Amorim Ferreira,Presidente da Abav

Ranking de CompetitividadeSetor de Viagens e Turismo - 2009Considera a infraestrutura do pas, bem como a qualidade e variedade de servios oferecidos, como transporte e atrativos.

PasSua ustria Alemanha Frana Canad Espanha Sucia Estados Unidos Austrlia Singapura Brasil

Posio1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 45.

Pontuao5,68 5,46 5,41 5,34 5,32 5,29 5,28 5,28 5,24 5,24 4,35

Fonte: World economic Forum, Genebra, sua, 2009

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Fonte: iBGe

H um mundo l foraa cadeia de servios e produtos envolvidos diretamente no turismo emprega cerca de 9 milhes de pessoas, segundo a confederao nacional do Turismo (cnTur), e possui 2 milhes de empresas em 52 setores, que vo de bares a hotis, aluguel de veculos, venda de passagens, restaurantes, centros de compras, fazendo da atividade uma grande multiplicadora que, em ltima instncia, muito mais democrtica, ou seja, acessvel a um nmero maior de pessoas e de empreendimentos menores e locais. Em outra classificao, o MTur aponta 5,6 milhes de pessoas ocupadas em atividades caractersticas do turismo (no aparece a a imensa cadeia de trabalho informal). no mundo, calcula a organizao mundial de Turismo (omT), mais de 250 milhes de pessoas vivem do turismo. se o mercado promissor visto de dentro, ao olharmos as possibilidades do pas nas perspectivas do mercado mundial possvel que fiquemos chocados. segundo a omT, enquanto em 2010 chegaram ao Brasil 5,1 milhes de turistas, na Argentina desembarcaram quase 5,3 milhes. o canad recebeu mais de 16 milhes; o mxico, 22 milhes; e os eua, 60 milhes, mais de dez vezes o total brasileiro. a pequena e quase desconhecida repblica dominicana (o que tem l mesmo de interessante?) recebeu 4,1 milhes. no apenas o turismo nacional que est em exploso de crescimento, mas o turismo em todo o mundo, visto que no h nada mais internacionalizante que esta atividade. As agncias de viagem formam um bloco de pequenas e microempresas que movimenta mais de r$ 60 bilhes, segundo o ministrio do Turismo. so mais de 10 mil agncias, que tero seu encontro maior entre os dias 19 e 21 de outubro, na Feira das amricas, realizada no riocentro, rio de Janeiro. o evento promovido pela associao Brasileira de agncias de Viagem (abav), assim como o 39 congresso Brasileiro de agncias de Viagem, que promover debates em torno da melhoria de qualidade das instalaes e servios, ampliao do mercado e negociao de centenas de novas rotas. o presidente dessa que a entidade mais representativa do setor, Carlos Alberto Amorim Ferreira, exprime o otimismo da classe: Podemos tranquilamente afirmar que existe um Brasil bem-sucedido no turismo, e a abav vai espelhar isso. fato que perdemos tempo com a instabilidade poltica, principalmente no que diz respeito preparao para a copa do mundo de 2014 e olimpadas, mas o mercado est vivendo uma fase muito boa no setor. para ter uma ideia, mesmo com a europa em recesso, o nmero de empresas internacionais interessadas em participar da Abav ampliou, conta Ferreira.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

goias

Av. Paulista, o centro financeiro de So Paulo e tambm um lugar com tima gastronomia e opes de compra.

Turismo de maleTaO crescente nmero de pessoas que assinala trabalho como motivo de estada ao registrar sua entrada nos hotis um sintoma das mudanas no perfil do turista. As camisas floridas e o leo bronzeador continuam na mala de roupas, mas passaram a dividir espao com ternos e gravatas.

ncludo entre as 11 vertentes principais de turismo a serem desenvolvidas no Brasil, o Turismo de negcios e eventos (este o nome completo da modalidade, segundo o ministrio do Turismo) encerra, por si s, impactos de abrangncia extrema. a comear por uma constatao simples, de que at quem viaja a negcios (influenciando de forma direta a economia dos locais visitados e de origem) frequentemente se utiliza, nas horas de cio, dos mesmos equipamentos, passeios e visitas a atraes que qualquer turista em busca de lazer. precisamente a que as apostas corporativas tm crescido: a escolha por localidades inicialmente voltadas ao ecoturismo ou ao turismo de pesca, por exemplo, para simpsios, conferncias e at mesmo reunies, com a inteno de, por meio de um ambiente mais ameno, favorecer a criatividade e a produtividade. Bem, essa uma tendncia forte. porm, observar o panorama do turismo de negcios no Brasil significa falar em uma referncia bem menos idlica do que a proposta poucas linhas acima, mas intimamente associada a ela. O skyline e o cinza concreto de so paulo compem a capital do Turismo de Negcios da Amrica Latina e o parmetro mundial no segmento, figurando entre as 15 mais importantes cidades do mundo para eventos internacionais.

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so paulo e os nmerosDifcil falar de So Paulo sem citar sempre nmeros que, se no surpreendem, ainda assim impressionam. segundo dados da so paulo Turismo s.a., cuja maior acionista a prefeitura paulistana, cerca de 11 milhes de turistas passaram pela cidade em 2009, 56% deles a negcio. Grosso modo, significa que So paulo recebeu um nmero equivalente metade de sua populao (que tem em torno de 22 milhes de habitantes, incluindo a regio metropolitana), sendo que dessas pessoas vieram para trabalhar. uma fora de trabalho em trnsito considervel. obviamente, nem s de negcios vivem os homens e mulheres que compem esse perfil. A cidade de so paulo conta com as principais redes hoteleiras nacionais e estrangeiras, alm de cozinhas que representam mais de 50 etnias. H tambm os diversos circuitos que se integram e mesclam vrias modalidades de turismo, alterando temporariamente um estilo pragmtico e sisudo para um mais despojado, seja em um giro pelo museu de arte de so paulo (masp), um happy hour depois dos compromissos ou uma esticada nas badaladas casas noturnas que fazem da noite paulistana uma das mais cosmopolitas de que se tem notcia.desenvolvimento com equilbrio

Pases com maior nmero deeventos internacionaisPas1. EUA 2. Alemanha 3. Espanha 4. Itlia 5. Reino Unido 6. Frana 7. Brasil 8. Japo 9. China 10. ustria

Ranking ICCA 2009

N. de eventosFoto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

595 458 360 350 345 341 293 257 245 236

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turismo

7 destinos brasileiros

dE NEgCIOSFoz do Iguau PRNo se sabe at que ponto as Cataratas do Iguau influenciam o fluxo de turismo de negcios na cidade, ou se essa vez feita pela interessantssima proximidade dos nossos hermanos, colocando Foz do Iguau praticamente como um portal do Mercosul. Talvez ambos os fatores ajudem a explicar os inmeros congressos e simpsios que so realizados por l. Sem contar os diversos eventos e feiras especializados.

Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

Rio de Janeiro RJConciliando belezas naturais que j fazem parte do inconsciente coletivo mundial com a segunda maior economia entre os entes federados do Brasil, o Rio de Janeiro continua lindo e, como diria um ex-Ministro, bombando e em ponto de bala sob a tica dos negcios. Para ficar em apenas um exemplo da parte eventos que constitui o turismo de negcios, citamos o internacionalmente famoso Rock in Rio.

Fotos: revista novo ambiente/alexsandro Hekavei

Florianpolis SCA luta contra a sazonalidade turstica vem surtindo efeitos em Florianpolis, que vem consolidando a vocao para o setor no ramo de negcios ano aps ano. Ela top 10 entre as cidades brasileiras ranqueadas para eventos pela ICCA, a Associao Internacional de Convenes e Congressos (em traduo livre), sediada na Noruega, com representaes em pelo menos 84 pases do mundo, incluindo o Brasil.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

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Salvador BACapital do mais desenvolvido estado do Nordeste brasileiro, Salvador apresenta uma estimativa considervel de acrscimo no porcentual relativo agenda dos turistas que, alm de curtir os atrativos histricos e culturais da cidade, aproveitam para fechar um ou outro negcio: 25% em relao a 2010. Os mritos so atribudos em boa parte ao Salvador e Litoral Norte Convention & Visitors Bureau, entidade responsvel pela atrao de novos negcios.

Curitiba PRA proximidade a grandes centros como So Paulo e a presena estratgica na regio Sul credenciam Curitiba como destaque para o turismo de negcios. Parque industrial estruturado e qualidade de vida so os principais responsveis pelo desenvolvimento da capital paranaense, que soube, ao longo dos anos, buscar a conciliao entre o desenvolvimento humano e a preservao ambiental.

Vitria ESA capital capixaba um centro importante de negcios. Apesar de no estar prontamente assinalada no histrico da capital do Esprito Santo, a vertente do turismo de negcios e eventos que tem despertado extremo interesse dentro e fora do pas por conta (no apenas) das questes do pr-sal. Bom planejamento e segurana, sob o ponto de vista dos investimentos em melhorias pblicas, coroam a ascenso do segmento em uma urbe conhecida pela gastronomia e pela descontrao.

Belo Horizonte MGMultinacionais instaladas na Regio Metropolitana certamente contribuem para impulsionar o crescente e justificado interesse nesta modalidade turstica, tanto que o setor hoteleiro planeja investir R$ 1 bilho na grande Belo Horizonte, segundo informaes do Programa de Aumento de Competitividade Territorial de Belo Horizonte e Regio a partir do Turismo de Negcios e Eventos (parceria entre o Banco Interamericano de desenvolvimento BId e o governo do estado).

A urbanidade de So Paulo to sofisticada quanto nas cidades mais desenvolvidas do mundo. outubro/2011

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Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel

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NaTuralmeNTeo ecoturismo, ou turismo ambiental, um dos setores que mais cresceram nas ltimas dcadas, mas, para no decretar a prpria morte, preciso ser muito bem controlado. O Brasil oferece destinos naturais to diversos que no seria possvel encontrar tanta variao em outro pas do planeta. So florestas frias e quentes, desertos e regies montanhosas, reas ridas e pantanosas. Fomos presenteados com produtos de turismo de primeira qualidade. Tudo isso est disposio de um mercado crescente que, antes de qualquer coisa, deve garantir a sustentabilidade dessa atividade.

Vista do Parque da Chapada dos Guimares.

Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

turismo mal conduzido pode causar estragos, e se a sustentabilidade no for levada srio, a perpetuao, no s dos recursos naturais, mas tambm da herana cultural, e a sobrevivncia social estaro em srios riscos. o turismo ambiental, se bem aplicado, pode promover a diversificao da economia regional, gerao local de empregos e fixao da populao no interior, melhoria da infraestrutura de transportes, comunicao e saneamento, alternativas de arrecadao para as unidades de conservao e melhoria de seus equipamentos, e a diminuio do impacto sobre o patrimnio ambiental e cultural. No Brasil, os atrativos naturais esto entre os mais belos do mundo. a embratur realizou um estudo que definiu 96 polos de turismo ambiental no Brasil, boa parte deles em regies pobres, como Jericoacoara (ce), Jalapo (To), serra da canastra (mG), sendo, portanto, de importncia estratgica quando se fala da eliminao da misria no pas. o interesse dos turistas pelas riquezas hdricas imenso: praias, o fundo do mar para a prtica de mergulho, pesca desportiva e observao da vida marinha, lagoas, lagunas, rios e quedas dgua. no entanto, justamente para tentar aproveitar o potencial turstico desses locais, comerciantes constroem seus prdios o mais prximo (ou mesmo dentro) das belezas naturais, evidentemente comprometendo a esttica e a qualidade das guas. Nas regies do entorno de natal, capital do rio Grande do norte, h exemplos do que no se fazer com lagoas translcidas. muitas delas possuem muretas que as transformaram em caticos piscines. E sobre as dunas, aparatos pesados e sem qualquer controle de segurana desfiguram o que j foi um belssimo cenrio, para levar os turistas em brincadeiras perigosas como os gigantes (e toscos) toboguas ou mesmo nas tirolesas. existem tambm muitos casos nos quais o turismo no s salvou a dignidade das populaes locais, como ajudou a preservar o meio ambiente, ampliando a conscincia ecolgica por meio de imerso. preciso ver, sentir, apreciar em sua plenitude para poder saber o que proteger, pelo que lutar. Bonito (MS) um nome injusto, pois deveria se chamar Lindo , cidade da regio do Pantanal sul-matogrossense, quase teve suas relquias naturais destrudas pelo turismo descontrolado e inconseqente. diante da depredao, a comunidade local estabeleceu regras rgidas que reduziram em muito o impacto, j que em nenhuma situao o turismo deixa de cri-lo. a busca, no entanto, por impactos aceitveis, ou seja, aqueles que so facilmente absorvveis ou renovveis.

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8 destinos brasileiros

AMBIENTALBonito MSde todos os requisitos que um turista ambiental possa exigir, o Pantanal consegue preencher a maioria. A flora vasta e a fauna selvagem pantaneira , de todos os ecossistemas brasileiros, a que mais permite observao de variedade e quantidade. Bonito e seus balnerios so um dos mais conhecidos expoentes da regio e atraem turistas tanto para campings, rafting e trilhas quanto para luxuosos hotis cinco estrelas. A exuberante gruta do Lago Azul, em seus incomparveis tons de ciano, abriga minerais raros, crustceos endmicos e vistas deslumbrantes.

Foto: divulgao

Lenis Maranhenses MAOs Lenis Maranhenses compem uma paisagem das mais encantadoras em todo o pas, e essa definio poderia ser dada apenas por contar com as paradisacas praias do Nordeste. Barreirinhas, conhecida como a Capital dos Lenis, destaca-se por suas lindas dunas, repletas de lagoas naturais formadas pela gua da chuva. No entanto, a regio vale-se do contraste do mangue com a floresta atlntica e a Caatinga, criando um cenrio bastante diversificado.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

Manaus AMA infraestrutura de Manaus no perde para a das maiores capitais do Brasil. Modernizada e relativamente bem organizada, o retrato de uma urbe contempornea mas que est rodeada por todos os lados pela selva amaznica praticamente intacta. O acesso cidade faz-se apenas por via fluvial, pelos braos do monumental rio Amazonas, ou por via area. Um turista pode embrenhar-se na intrigante floresta equatorial, experimentar toda a cultura local e, noite, ir para um agradvel restaurante no centro da cidade.

Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

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Ilha do Mel PRHistoricamente conhecida por ser um ponto de defesa estratgico e marcada pela construo de fortes e construes militares no sculo XVII, a ilha hoje uma rea de preservao que desponta no litoral paranaense. Alm de pontos histricos, abriga recantos como a gruta das Encantadas, ao nvel do mar. Atualmente, em vista de seu carter de Reserva da Biosfera, tem limite de visitaes, e muitas reas nem mesmo so abertas a turistas, mas certamente um dos melhores cenrios do Sul do Brasil.

Jalapo TOVisitar o Jalapo conhecer as vrias nuances do cerrado brasileiro. A vista das chapadas e as dunas adornam um dos mais belos e ermos panoramas do pas, assim como os rios de brilhantes guas translcidas e os lagos com fontes subterrneas. O ecossistema singular tambm conta com o capim dourado, que no apenas serve de principal fonte de subsistncia para os povoados locais, como permite a viso de reluzentes campos cor de ouro.

Cuiab MTA capital mato-grossense o acesso mais fcil desafiadora Chapada dos guimares. Um circuito de carro pode ser feito por particulares, mas o mais recomendado so os roteiros feitos por agncias de viagens. Eles podem incluir a grande caverna de arenito Aroe Jari, a Cachoeira Vu de Noiva (um dos cartes-postais da Chapada), a Lagoa Azul e o mirante do Centro geodsico da Amrica do Sul, que seria um ponto equidistante entre o Pacfico e o Atlntico, para observar a vastido da plancie pantaneira.

Alto Capara MGO montanhismo considerado uma das marcas fortes do turismo de aventura. No entanto, nem todos os turistas tm o preparo e o conhecimento necessrios para fazer disto parte de seu roteiro ambiental. O Pico da Neblina, apesar de ser considerado mineiro, localiza-se na divisa entre Ibitirama, no Esprito Santo, e o municpio de Alto Capara, em Minas. Tem quase 2.900 m e o terceiro pico mais alto do Brasil, mas uma das montanhas de mais fcil acesso do pas. Sem demandar a utilizao de cordas ou equipamentos, tudo o que necessrio para contemplar uma das mais magnficas vistas do Brasil uma longa e exaustiva caminhada de cerca de trs horas.

Quixad CEIr para o Cear e afastar-se de suas maravilhosas praias, como a de Jericoacoara, parece ser uma heresia. Mas para os fs de voo livre, a cidade de Quixad, a 180 km de Fortaleza, oferece uma das melhores estruturas do pas e no perde em belas vistas a se contemplar de sua asa-delta ou parapente. l que se realiza um dos maiores campeonatos de voo livre do Brasil, o XCear, com competidores do mundo todo.

Cachoeira Vu de Noiva, um exemplo de prmio aos que se aventuram pelos parques ambientais brasileiros.

Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

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paradise resort

se eu quiser falar com DeusH um texto do Padre Carlos Alberto Chiquim, Secretrio Executivo da conferncia nacional dos Bispos do Brasil (cnBB) regional sul ii, que traz uma distino conceitualmente importante acerca do turismo religioso. Ele distingue o turista do peregrino: o primeiro se desloca por um conjunto de atrativos e pode ter seus momentos de peregrino; o segundo motivado unicamente por uma mstica. No obstante, o fato apenas um. A f realmente move montanhas. de gente.

A Baslica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de So Paulo, recebe milhes de fiis a cada ano.

Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

esde os tempos bblicos, as manifestaes religiosas sempre atraram multides. Longas jornadas e difceis travessias, muitas vezes, representaram a nica forma de conhecer outros locais para inmeras pessoas. e se a f resiste e persiste, naturalmente, ainda hoje, responde por uma considervel poro de deslocamentos humanos pelo globo. Templos, santurios, mausolus e demais locais de culto seguem movimentados e com crescente nmero de visitantes. Rotas como o Caminho de Santiago de compostela e sazonalidades como datas sacras movimentam a economia (em aparecida, no interior do estado de so paulo, por exemplo, cerca de 80% da renda da cidade est associada atividade) e promovem uma imerso em um senso religioso profundo. a palavra religio, alis, vem da palavra latina religare, que remete reintegrao com o divino. e exatamente em busca desta conexo que as pessoas passam a integrar este perfil de turismo. o que ocorre com parte dos devotos de nossa senhora de nazar em um dos maiores atos religiosos que ocorrem no Brasil: o crio de nazar, em Belm do par. por ocasio dele, a histrica Baslica santurio de nazar, no bairro que leva tambm o nome de nazar, recebe, todo segundo domingo de outubro, em um evento que se realiza h mais de dois sculos, a procisso do crio. Fazendo referncia s montanhas de gente mencionadas no incio desta reportagem, as estimativas apontam mais de 2 milhes de pessoas integrando a procisso, que envolve diretamente uma equipe de suporte de 10 mil pessoas, entre policiais, mdicos e bombeiros. Especificamente a Baslica um objeto de ateno especial, tanto faz se voc peregrino, romeiro ou turista, pois, entre outras curiosidades, ela possui o mais antigo e completo jogo de sinos do pas. Construda por padres barnabitas a partir de 1909, tem como referncia arquitetnica a Baslica de so paulo extramuros, em roma, e considerada uma das mais belas edificaes constantes do patrimnio histrico e cultural do par.

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7 destinos brasileiros

RELIgIOSOJuazeiro do Norte CELocal do descanso final do lendrio Padre Ccero Romo Bastista, ou somente Padre Ccero, a cidade recebe uma das maiores manifestaes de f do Brasil. na Capela do Socorro, onde uma das mais biografadas personalidades do mundo est enterrada, que milhares de pessoas amontoam-se no dia de Finados (2 de novembro) para prestar homenagens e pedir bnos.

Foto: divulgao

Bom Jesus da Lapa BAUma estrada poeirenta, uma grande ponte e muita f emolduram o cenrio que milhares de fiis encontram ao chegar cidade de Bom Jesus da Lapa. O santurio que brota em meio rocha do Morro do Bom Jesus d a atmosfera mstica necessria para as romarias, que se iniciam com novenas na esplanada por volta do dia 28 de julho e se estendem at 6 de agosto na celebrao solene que toma suas principais ruas.Foto: revista novo ambiente/leonardo pepi

Nova Trento SC no Santurio Santa Paulina que ao menos trs manifestaes de ao de graas ocorrem todo ano: a dedicao do Santurio, a Canonizao de Santa Paulina e a grande Festa Litrgica de Santa Paulina do Corao Agonizante de Jesus. A principal peregrinao parte de Itaja no incio de maio, conta com a participao de milhares de devotos e dura, em mdia, dois dias de caminhada.

Foto: divulgao

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Aparecida SPA casa da padroeira oficial do Brasil resultado, desde o princpio, de um aumento contnuo de adeptos sua adorao. de imagem decaptada a comoo de milhares, a histria comea com trs esforados pescadores no rio Paraba do Sul e atualmente termina na Baslica Nova (Santurio Nacional de Nossa Senhora Aparecida), nos dias 12 e 13 de outubro, com a participao de fiis de todo o Brasil.

Paranagu PR no Santurio Estadual de Nossa Senhora do Rocio, ou Igreja do Rocio, em Paranagu, que o sagrado e o profano se misturam em harmonia. As festividades, que duram dez dias e vo at 15 de novembro, atraem milhares de devotos da santa padroeira do Paran e compreendem novenas, procisso, missa campal, feiras de artesanato, shows e eventos gastronmicos.

Nova Jerusalm PENove palcos espalhados em mais de 100 mil m2 compem o cenrio da internacionalmente famosa reconstituio dos ltimos passos de Jesus Cristo (no que se conhece como a Paixo de Cristo). A cidade-teatro est localizada no municpio de Brejo da Madre de deus, a cerca de 180 km do Recife, e atrai um crescente pblico para uma fiel representao da Judeia dos tempos bblicos, em um dos maiores teatros ao ar livre de que se tem notcia.

Cidade de Gois GOVestes coloridas, capuzes pontudos e muitas tochas fazem da Procisso do Fogaru uma celebrao religiosa mpar no cerrado brasileiro. Ela tradicionalmente realizada h mais de 200 anos, sempre meia-noite da quarta-feira da Semana Santa, na cidade de gois (antiga capital do estado), a 130 km de goinia. A procisso representa a priso de Cristo e conhecida tambm como Quarta-Feira de Trevas. Os encapuzados so chamados de farricocos e tocam trombetas, clarins e tambores de quando em quando.

Crio de Nazar.

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a paZ Do campouma das maiores contribuies do turismo rural a criao de valor para os produtos artesanais, que mantm o homem do campo em seu local de origem, porm inserido na economia. Uma caracterstica rural pode virar atrao, como o caso das famosas festas da uva, do milho, do leito no rolete. uma atividade que ainda precisa se estruturar para aproveitar o imenso potencial.os anos 60, pouco mais de 44% da populao do Brasil habitava a rea urbana. em 1980, o quadro se inverteu e a porcentagem da populao das cidades j era de 67,6%. No censo de 2010, a balana desequilibra-se de vez para a regio urbana, fazendo-a responder por 84% dos brasileiros residentes no pas. uma anlise simples pode levar a muitas concluses. A praticidade da vida urbana, com o acesso a sade, condies de trabalho e saneamento mais adequados, entre outros fatores, faz com que o xodo rural se acentue cada vez mais. e, de fato, isso contribui para o aumento da qualidade

n

e expectativa de vida, ao mesmo tempo diminuindo a natalidade e a mortalidade infantil. Entretanto, isso no significa que a vida urbana seja o maior objeto de desejo de muitas pessoas. a cidade pode no ser necessariamente sinnimo de barulho, trnsito catico e poluio, mas essa uma associao comum de se fazer. Afinal, esse trinmio representa bem o cotidiano de muitas urbes e ajuda a consolidar o retrato de moradores estressados e cansados. e nessas mesmas pessoas saturadas de respirar fuligem, a imaginao povoada pelas lembranas da casa dos avs, pelo contato com os animais

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que no cachorros ou gatos, pelo desejo de adquirir uma chcara quando a idade chegar. e unindo o conforto e a praticidade das instalaes urbanas com a paz buclica da idealizao da vida no campo que o turismo rural ganha fora atualmente. um lugar para andar a cavalo, apreciar uma culinria caseira preparada no fogo a lenha, talvez provar frutas de um pomar, mas sem abrir mo de comodidades como banheiros privados com duchas agradveis, televiso e eventualmente sinal para celular... isso o que espera atualmente um turista rural. em alguns casos, as pequenas pousadas familiares podem trazer ao visitante a real noo da vida no campo, em que ele se entretm em atividades como caminhar entre as rvores, tomar leite de vaca direto da ordenha, dormir no silncio quebrado apenas pelo som de grilos e sapos, e acordar com os pssaros cantando. em outros casos, o turismo rural torna-se uma atividade de luxo, que combina o clima estancieiro com instalaes de spa, contando com cavalos especiais para equitao e piscinas aquecidas, tpicos dos luxuosos hotis-fazenda.

estima-se que em 1994 existiam 400 empreendimentos que trabalhavam com esse ramo do turismo. Hoje, segundo a associao Brasileira de Turismo rural (abraturr), so cerca de 10 mil propriedades das quais 5 mil oficialmente certificadas que exploram a atividade, que no deve ser confundida com turismo ambiental. Afinal, apesar de oferecer um contato intrnseco com a natureza, so duas abordagens diferentes. o turismo em busca da experincia da vida no campo cresceu diretamente proporcional urbanizao do pas. e, mesmo que a infraestrutura brasileira para esse tipo de turismo no seja das mais abrangentes, a beleza natural de muitas reas do Brasil, a tradio europeia e a herana campestre conseguem construir paisagens que se encaixam com a paz e a tranquilidade que o turista busca em sua ancestralidade.

Hotel-fazenda em Bento Gonalves (RS). A existncia de uma vincola permite que os hspedes acompanhem a produo de vinho nos campos gachos.

Foto: revista novo ambiente/leandro dvorak

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RURAL

7 destinos brasileirosTorres RSEm Torres localizam-se as mais famosas praias do Rio grande do Sul. Mas a praia gacha no foge tradio do estado, contando tambm com vrios hotis-fazenda que dispem das mais variadas atividades, numa estrutura tpica estancieira como a oferecida pela pousada Mange Paradiso. Assim, atividades que parecem pertencer a universos completamente diferentes unem-se em um nico destino turstico, como a equitao e o surfe.

Foto: divulgao

Lages SCPonto das rotas de comrcio de tropeiros, Lages conhecida como a Capital Nacional do Turismo Rural, em vista do seu pioneirismo na instalao desse tipo de atividade. Por causa disso, toda a cidade adaptada para esse tipo de turista, tanto em cavalgadas diversas quanto nas pousadas, que oferecem comida caseira. O pinho, adotado como marca da cidade, destaque na culinria lageana.Foto: divulgao

Poos de Caldas MGEm Poos de Caldas, desfrutar das fontes da sua famosa gua mineral considerada teraputica parece a sugesto perfeita para curtir a cidade de aparncia acolhedora e pacata. Embora o seu turismo no seja focado no conceito de ruralismo, hospedar-se em um hotel-fazenda parece terminar de encaixar a busca pela artesania do turismo rural: afinal, tudo isso pode ser apreciado em Minas gerais, conhecida por sua culinria tpica e saborosa. No Mercado Municipal, possvel comprar o famoso Queijo de Minas, bem como tipos diversos de doces.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

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Itu SPBatizada e consagrada pelo humorista ituano Simplcio como A cidade onde tudo grande, a lendria Itu abraou a fama e aproveitou-se dela para fazer monumentos de tamanhos exagerados e atrair turistas. Mas a definio de Itu vai alm de tamanhos. Configurada entre as Estncias Tursticas do Estado de So Paulo, Itu carrega uma forte carga de turismo rural. Alm de grandiosas fazendas para camping e pesca, a prpria cidade promove cavalgadas, serestas e roteiros caipiras, tornando-se uma opo interessante.

Lapa PRLocalizada na Regio Metropolitana de Curitiba, a Lapinha uma parte da rea de Preservao Ambiental da Serra do Cip, no municpio da Lapa. Nessa regio foi fundada, em 1972, a Lapinha Clnica e Spa, considerada o melhor centro de sade e bem-estar do pas, que se aproveita da natureza diversa ao redor e da beleza de campos de girassis para promover reeducao alimentar e medicina naturista.

Visconde de Mau RJAs noites frias de Visconde de Mau criam um clima europeu na pequena regio. Localizada na serra fluminense, com uma altura mdia de 1.200 m, o romantismo da paisagem atrai muitos turistas para o aconchego de suas lareiras e para os seus variados e fartos cafs coloniais. As caminhadas, muito indicadas, podem seguir caminhos e trilhas que levam a cachoeiras e piscinas naturais.

So Roque de Minas MGConhecida como o portal do Parque da Serra da Canastra, So Roque, assim como as cidades vizinhas so lugares que oferecem o melhor do legtimo turismo rural. quase uma tradio familiar: cada fazenda faz seu prprio queijo e produz e torra o prprio caf. Estes produtos so motivo de orgulho dos mineiros justamente pela qualidade, desculpem os paulistanos, inigualvel. Belos rios, campos para cavalgada e confortveis chals. A regio altamente receptiva e possui um timo atendimento.

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Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

O interior de Minas Gerais oferece muitos lugares singelos e encantadores.

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rio quente resort

e BaTe ForTe

o TamBor...

as festas brasileiras esto entre as maiores e mais animadas do mundo e ajudam a impulsionar um gigantesco mercado, que, por sua vez, investe em pesquisas e no resgate da cultura local. amlgama de uma fuso de povos nica no mundo, o Brasil, com seus mais de 5 mil municpios, possui uma riqueza folclrica que tem sido explorada com sucesso pela indstria do turismo.

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turismo cultural, justamente pela abrangncia do conceito, aplica-se a quase todos os destinos; afinal, as comidas e os costumes locais no fazem parte de uma cultura? no entanto, especificamente no folclore que residem as maiores festas nacionais, que arrebatam milhes de turistas diante de evolues incrveis e investimentos na indstria do entretenimento observados ano a ano. Os reflexos desta evoluo so bastante visveis em festas como o Boi-Bumb de Parintins (uma das muitas variaes do Bumba-meu-Boi nascido no nordeste), que este ano reuniu 50 mil pessoas em uma cidade no meio da floresta amaznica para a qual no existe acesso por estradas. o Boi rene, sem dvida, as letras mais ligadas ancestralidade e de um didatismo de dar orgulho aqui, um exemplo de que o turismo pode ser o grande aliado da cultura, pois os repentistas, artistas muito respeitados e com grande poder de realizao na amaznia, para dar mais fascnio s suas coreografias, fazem intensas pesquisas com povos da floresta e compem aquelas que, sem dvida, so as melhores histrias cantadas da msica brasileira, aplicadas em uma ferrenha e surpreendentemente pacfica disputa entre aqueles que torcem para os bois Caprichoso e Garantido. outra vitrine do folclore brasileiro, ainda mais forte no que se refere a pblico, o carnaval. na verdade, qualquer grande capital brasileira que fica no litoral tem um grande carnaval de festa e alegria, alimentado por um sentimento coletivo intenso de libertao imaginativa. Cores, msica e praia. tudo de que precisa um bom carnaval. J os desfiles de escolas de samba so importantes divulgadores da cultura brasileira, porm seu formato medido por tempo e em filas marciais nada mais do que uma determinao do governo militar para organizar a festa no sambdromo. s observar, apesar de todas as estripulias: as regras e mtricas so as de um desfile militar. Essa ordem, embora parea um pouco contraditria, ajudou a tornar o rio de Janeiro um dos maiores produtos culturais e naturais do planeta. e vende a imagem do Brasil de forma colossal, trazendo benefcios para todas as outras cidades que sero visitadas a partir da capital fluminense, o maior portal de entrada de turistas estrangeiros no Brasil. outros carnavais, mais livres, igualmente geram rendas polpudas, como o Fortal realizado em Fortaleza, Cear, no final de julho. Trata-se de uma economicamente bem explorada micareta onde centenas de milhares de pessoas aproveitam o final de suas frias do meio de ano. O turismo folclrico pode estar em praticamente todos os lugares, basta procur-lo. Festas juninas, festivais, museus, feiras, eventos, histrias. O Brasil possui realidades e mundos incrveis, e descobri-los tambm faz parte da elaborao do roteiro. H muito espao para quem quer entretenimento e para quem quer conhecimento, um universo a descobrir, a explorar.

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Foto: Juliana Galluccio

turismo

6 destinos brasileiros

dE FOLCLORECarnaval no Rio de Janeiro RJA cidade brasileira que mais recebe turistas estrangeiros tambm uma das que mais recebem brasileiros, grande parte deles durante o maior carnaval do mundo. A festa generaliza-se pela cidade e o turista tem muitas opes para brincar o carnaval. A grande pedida assistir ao pirotcnico e magnfico espetculo promovido pelas escolas de samba.

Foto: divulgao

Festa Junina de Caruaru BALeva o ttulo de maior Festa Junina do pas, mas Campina grande e Feira de Santana, todas no interior da Bahia, tambm realizam grandes eventos na base de muito forr, culinria forte e irresistvel, clima propcio para uma gelada e muita literatura de cordel. um mergulho magnfico no que h de mais rico e pitoresco no folclore nacional.Foto: divulgao

Festa do Divino em Pirenpolis GOA 150 km da capital federal, encontra-se a pequena Pirenpolis, cuja natureza exuberante foi abenoada por deus. Na data de Pentecostes do calendrio catlico, realizada a Festa do divino Esprito Santo no municpio, com grandes romarias e expresses religiosas, tudo isso permeado da expresso cultural goiana, sentida na culinria e msica de forte influncia do serto brasileiro.

Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

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Fortal de Fortaleza CEO folclore de Fortaleza indissocivel do bom humor de seu povo, de onde tm sado boas levas de humoristas nas ltimas dcadas. diante deste show de humor, uma atrao em si em dezenas de grandes casas noturnas, fcil imaginar que o cearense sabe mesmo se divertir e proporcionar diverso. Alm do carnaval, o Fortal atrai centenas de milhares de pessoas (bem-humoradas) para festar nas ruas nessa micareta realizada em julho.

Boi-Bumb de Parintins PAUm dos eventos mais importantes de fato para o resgate do folclore nativo brasileiro. S se chega a Parintins de barco ou avio. A distncia, no entanto, no obstculo para uma das mais organizadas e alegres festas brasileiras. O turista imergir de forma embriagante na fortssima cultura amaznica, com toda sua criatividade em cores, fantasias e danas de grande beleza e sofisticao.

Rota dos Tropeiros em Castro PRO caminho das antigas tropas que levavam o gado de Viamo (RS) a Sorocaba (SP) acabou criando uma srie de cidades nos locais de pouso dos tropeiros. Nesta trilha, em geral, as cidades so separadas por cerca de 30 km umas das outras, que era a distncia percorrida em um dia de viagem. Castro, Lapa e Rio Negro, no Paran, so bons lugares onde se pode apreciar a cultura do tropeiro gacho. Chimarro, grandes bailes gachos e culinria tropeira, com sua farofa de charque e feijo tropeiro, no faltam.

Ouro Preto, em Minas Gerais: memria preservada na arquitetura, culinria e costumes.

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Foto: revista novo ambiente/leonilson Gomes

www.setur.df.gov.br

BRASLIA UM MUSEU A CU ABERTO. E QUE CU.O traado urbanstico e os monumentos fizeram de Braslia Patrimnio Mundial. Mas a nossa capital impressiona tambm pelas suas opes de lazer e diverso. Alm de convidar voc para dar deliciosos mergulhos e praticar esportes aquticos, o Lago Parano tambm oferece bares, restaurantes e cenrios inesquecveis. Venha para Braslia. A cidade que surpreendeu o mundo tem tudo para surpreender voc.

df

ROTEIRO AMAZNIA NO MEIO DO MUNDOTodos os dias, com mais intensidade entre abril e junho, as guas do rio Araguari se encontram com as do oceano Atlntico. A ecloso pode gerar ondas de at 5 m de altura e, com sua fora devastadora, derrubar e arrastar rvores. O fenmeno, conhecido como pororoca, um dos principais atrativos do Amap, que chama a ateno pelo exotismo de sua paisagem, sntese dos diversos ecossistemas da Amaznia. Prdigo tambm em etnias variadas, rene comunidades negras e naes indgenas, da sua riqueza de ritmos, sons e danas. O Amap, com 143,4 mil km, est localizado quase que inteiramente no hemisfrio Norte. Seu litoral tem 242 km de extenso e vai do Cabo Orange ao Cabo Norte, ou seja, da foz do rio Oiapoque do Amazonas. A agricultura e a pesca so as atividades de maior importncia socioeconmica do Estado, que tem populao estimada em 600 mil habitantes. A capital, Macap, cortada pela Linha do Equador, motivo pelo qual conhecida como Cidade do Meio do Mundo. Para quem prefere histria, Macap oferece a incrvel Fortaleza de So Jos, marco arquitetnico e histrico localizado s margens do rio Amazonas. Erguida entre 1764 e 1782 por mos escravas, a fortaleza garantia o domnio portugus no extremo norte do Brasil. O lendrio e mstico Amazonas contempla a morena e bela cidade, cuja origem etimolgica tupi-guarani vem de macapaba (terra das bacabas), onde se extrai do fruto da macabeira um precioso vinho muito consumido na mesa do amapaense. Quem gosta de conhecer de perto os hbitos e costumes locais deve ficar igualmente atento religiosidade do amapaense, responsvel por manifestaes culturais como a Festa de So Tiago e o Divino Esprito Santo, em Mazago Velho, a Festa de So Jos, padroeiro do Estado, e a Louvao a Nossa Senhora da Piedade, no distrito de Igarap do Lago.

Programao sugerida1. DIA: MACAP Manh: complexo Marco Zero (formado pelo Monumento do Marco Zero, o Estdio Zero, a Escola Sambdromo de Artes Populares e o restaurante Panela do Amap), Fortaleza de So Jos de Macap, Museu Histrico do Amap Joaquim Caetano da Silva e Casa do Arteso. Tarde: APA do Curia, Casa da Farinha, poos naturais, apresentao de batuque e/ou marabaixo e contemplao do pr do sol. Jantar e pernoite em Macap. 2. DIA: MACAP/DISTRITO DO IGARAP DA FORTALEZA Manh: passeio pelo rio Amazonas, passando pelo antigo cais flutuante da ICOMI, Ilha de Santana, Runas do Forte Cuma e Igarap da Fortaleza. Tarde: trilha ecolgica em Reserva Particular do Patrimnio Natural e visita cidade de Santana (a 18 km). Jantar e pernoite em Macap.

Informe Publicitrio

IMPERDVELNo monumento Marco Zero, um relgio de sol marca o local exato onde uma linha imaginria divide a Terra em dois hemisfrios, o que d cidade o privilgio de assistir ao fenmeno do equincio. Nesse perodo, os dias e as noites tm a mesma durao em todo o planeta. O Estdio Zero ganhou esse apelido porque a linha de meio de campo coincide exatamente com a Linha do Equador, fazendo com que cada time jogue em um hemisfrio.

EQUINCIOFenmeno natural que ocorre no monumento Marco Zero do Equador, nos meses de maro e setembro, quando os raios do sol, em movimento aparente, incidem exatamente na Linha do Equador, dividindo a Terra em dois hemisfrios (Norte e Sul) e fazendo com que a noite e o dia tenham a mesma durao.

AMAPVIAJE PELO3. DIA: PORTO GRANDE/ FERREIRA GOMES Manh: sada para Porto Grande (a 103 km) e trilha ecolgica. Tarde: passeio pelo rio Araguari, passando pelas ilhas pertencentes ao municpio, e sada para Ferreira Gomes (a 37 km). Pernoite em Ferreira Gomes. 4. DIA: FERREIRA GOMES/ SERRA DO NAVIO Manh: City tour panormico pelo municpio e banho nas guas do rio Araguari. Tarde: sada para Serra do Navio (a 114 km) e visita panormica. Jantar e pernoite em Serra do Navio. 5. DIA: SERRA DO NAVIO/MACAP Manh: visita aos antigos maquinrios da ICOMI, Lagoa Azul e comunidade do Cachao. Tarde: retorno de trem a Macap (a 217 km).

aTITUDES CONCEiTO

11 aTiTuDesem Verde e amarelo

m dos fundamentos da linha editorial da revista Novo ambiente o jornalismo til, aquele que participa de forma integrada com a sociedade, buscando seu aprimoramento evolutivo. Esta srie de reportagens tem um objetivo relativamente simples, mas importante: mostrar boas atitudes. Exemplos produtivos, inspiradores, que possam melhorar, em maior ou menor escala, toda a vida do planeta. Compartilhar esta informao parte deste processo capaz de tornar mais harmnica a vida em nossas comunidades, cidades, estados. o que os governos esto criando, pensando e executando para melhorar a vida dos cidados? como fazem? com quais recursos? como as organizaes no governamentais (onGs) esto trabalhando no pas? o que fazem? como contribuem de

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forma determinante para o futuro do Brasil? e na iniciativa privada que a sustentabilidade se torna um profcuo negcio, inteligente e lucrativo. At o final do ano, sero 11 exemplos de boas atitudes em cada uma dessas trs reas Governo, empresas e onGs. adotando o 11 como nmero simblico, devido ao ano decisivo em que nos encontramos, esperamos trazer, ao todo, 33 sugestes para um Brasil. uma contribuio para um segmento de informaes cada vez mais detalhado. Apontar certificar de maneira simples a existncia de tais aes, uma forma de dar visibilidade a estes temas e engajar pessoas na tomada de decises e na busca de solues, no caso da sociedade civil; comunicar boas prticas corporativas aos consumidores, no caso do setor privado; e fortalecer a cidadania e a transparncia do setor pblico.

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Atitudes em verde e amareloGovernoSo Jos do Rio Preto Estado de So Paulo Governo Federal Estado do Tocantins Distrito Federal Estado do Paran Estado de Gois Imprio Governo Federal

que j foram mostradas:Drenagem urbana sustentvel Projeto Mina dgua ICMBio Gesto de unidades de conservao Braslia, Cidade Parque ICMS Ecolgico Programa Compensar Ambiental Implantao da floresta da Tijuca Zona Franca de Manaus/Suframa

ONGsVrias Akatu SOS Mata Atlntica Do meu lixo cuido EU Aliana da Caatinga Observatrio Social Medico Voluntrio SPVS Amarribo Movimento SOS Florestas Conscientizao do consumidor Proteo da Mata Atlntica Compostagem Proteo da Caatinga O Ao da Devastao Terapia com ces Proteo Mata das Araucrias Combate corrupo

EmpresasTAM Vale Fertilizantes AmBev Nestl GRSA e Sesc Novelis Ecovia Florestas Inteligentes General Water Biocombustvel a partir de pinho Reduo de 80% na emisso de gases Movimento Cyan Criando valor compartilhado Reduo no desperdcio de alimentos Reciclagem de alumnio Cuidados com a biodiversidade Regenerao ambiental e social Tecnologias de reaproveitamento de gua

desenvolvimento com equilbrio

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aTITUDES GOVERNO

prspera e fraNcao estado do amazonas vive um bom momento. est conseguindo imprimir crescimento econmico mantendo conservados seus recursos naturais, o que pode impulsion-lo para a vanguarda de uma nova configurao mundial de prioridades. Tambm possui leis de vanguarda para pagamentos de servios ambientais. embora ainda esteja longe de erradicar a pobreza que atinge o estado, conseguiu desenvolver uma alternativa econmica que prova ser uma das principais aliadas da floresta que o estado manteve em p: a Zona Franca de Manaus.

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iante da crise nos mercados europeus e americano, que pode se tornar mundial, o polo industrial de manaus (pim) manda seu recado: US$ 19.7 bilhes de faturamento no primeiro semestre de 2011, um valor 23% maior que o registrado em igual perodo do ano passado (US$ 15.9 bilhes). No final do ms de julho, existiam 118.700 trabalhadores diretamente empenhados na produo de mais de 600 empresas instaladas na capital amazonense, o que representa um crescimento de 16% em relao a 2010. uma rara conjuno de acertos econmicos, polticas acertadas e estratgias competentes fizeram da Zona Franca de manaus um osis tecnolgico no meio da floresta amaznica que indiretamente ajudou a proteger, dando ocupao e alternativas econmicas derrubada da mata. As alternativas do par (minrio) e de mato Grosso (agronegcio) tm sido muito mais impactantes. o amazonas ainda possui 98% de seu territrio coberto pela floresta, o que o coloca em posio de destaque mundial em um novo e ainda no quantificvel mercado, o da biotecnologia.

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a Zona Franca de manaus nasceu de uma iniciativa do governo militar de ocupar a Amaznia Ocidental para tentar garantir a soberania nacional sobre esta imensa rea. Se tentativas mal-sucedidas como as rodovias cuiab-santarm e Transamaznica colocaram em xeque a capacidade administrativa dos militares, a criao de uma zona franca que incentivasse o desenvolvimento tecnolgico do Brasil foi um grande acerto. O objetivo era oferecer benefcios fiscais especiais para promover o desenvolvimento dos trs setores bsicos da economia: primrio, secundrio e tercirio. Criou-se ento um grande pacote de incentivos para estas reas. o comrcio foi o primeiro segmento que deslanchou por causa da economia fechada durante o governo militar, quando manaus virou um centro de compras do mercado interno, explica oldemar ianck , superintendente adjunto de projetos da suframa (superintendncia da Zona Franca de manaus). depois da abertura para importaes e incentivos na exportao, iniciou-se uma nova era de desenvolvimento tecnolgico, abastecido pela

Manaus vista do rio Negro, a principal via de escoamento da produo do Polo Industrial de Manaus.

Foto: Revista Novo Ambiente/Oberti Pimentel

transferncia de tecnologia. a suframa que tem coordenado, por caminhos bem-sucedidos, esse processo de industrializao, garantindo a presena dos interesses do estado no desenvolvimento do mercado. a atual superintendente, Flvia Grosso, tem colhido os frutos de um trabalho de quase uma dcada frente da autarquia. A histria mostra muitas instituies criadas para ajudar o Brasil mas que fracassaram, quase sempre por m gesto. contudo, esse no o caso desta autarquia ligada ao ministrio de cincia e Tecnologia, frente de questes nacionais do mais alto interesse: uma economia para a dignidade humana. Escolhemos como Atitude em Verde e Amarelo do governo federal a criao da Zona Franca de manaus e, por consequncia, aquela que foi responsvel pelo xito atingido at aqui, a Suframa.

na amaznia ocidentala suframa conduz hoje um prspero polo em uma das regies mais pobres do pas, e os resultados so nmeros, em especial os de 2011, que apontam uma impressionante expanso de faturamento e gerao de emprego em todos os setores, em plena crise em mercados do mundo todo. O grande desafio agora a criao e o fortalecimento de cadeias produtivas que utilizem os recursos locais (como o caso do polo de duas rodas, que j vende suas motos com pneus de borracha amaznica) para que o produto j saia da amaz-

nia com muito mais valor do que simplesmente o da matria-prima. a grande promessa, no entanto, o desenvolvimento da biotecnologia. a tendncia da indstria que a mo de obra seja cada vez menos intensiva na tecnologia moderna. no caso da biotecnologia, existe uma coisa curiosa. Voc ter processos tecnolgicos profundos, entretanto voc nunca vai poder prescindir do mateiro nem do caboclo que sabe onde encontrar plantas na mata, por exemplo. aliados a eles, estaro o farmacologista e o pesquisador ps-doutorado, conta elilde, superintendente adjunto de planejamento, responsvel pelo centro de Biotecnologia da amaznia, que ainda lembra a importncia que a suframa teve no desenvolvimento do nvel de ensino do amazonas, que hoje conta com vrios centros de pesquisa e universidades que dominam o conhecimento de importantes bases da alta tecnologia. a suframa, no entanto, no est resumida ao amazonas. ela responsvel por trs reas de livre comrcio em funcionamento (de um total de sete existentes) e oito coordenaes regionais. as reas de livre comrcio foram criadas para promover o desenvolvimento das cidades de fronteiras internacionais localizadas na amaznia ocidental e em macap/santana, com o intuito de integr-las ao restante do pas, oferecendo benefcios fiscais semelhantes aos da Zona Franca de manaus, com incentivos do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do icms (imposto sobre circulao de mercadorias e servios). estas reas de fronteira significam, hoje, um problema de presena do Estado, e tenta-se a mesma estratgia de ocupao.

no primeiro semestre de 2011Eletroeletrnicos Polo de duas Rodas Relgios Qumico Metalrgico Borracha

Faturamento por setores do PIMUS$ 8.5 bilhes US$ 4.45 bilhes US$ 326.8 milhes US$ 2.2 bilhes US$ 1.5 bilho US$ 2.3 milhes + 20,07%* +36,53%* + 74,74%* + 20,05%* + 25,10%* + 263,58%*

*Aumento em relao ao mesmo perodo do ano passado (2010).outubro/2011

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Entre janeiro e junho de 2011, o PIM produziu:12 milhes 930 milde telefones celulares motocicletas, motonetas e ciclomotos de televisores com tela de LCd de receptores de sinal de televiso +36%*

+28%

4,3 milhes

+16%

6,2 milhes+74%

1,4 milho

de cmeras fotogrficas digitais de relgios de pulso e de bolso

+32%

5,7 milhes+68%

538 mil

microcomputadores (incluindo portteis) condicionadores de ar split system

+65%

969 mil

+184%

*Aumento em relao ao mesmo perodo do ano passado (2010).

Fiam 2011a Feira internacional da amaznia (Fiam), realizada entre os dias 26 e29 de outubro no studio 5 centro de convenes, em manaus, dever mostrar aos visitantes a prosperidade econmica e tecnolgica pela qual passa um dos maiores polos industriais brasileiros, alm dos resultados do investimento em um turismo crescente. Haver jornadas de seminrios, salo de negcios, fruns e encontros internacionais de empresrios e industriais, que devem formar muitas comitivas e blocos de negcios em centenas de reas. a programao rica em opes de qualidade e oferece aprofundamentos em vrias reas, que vo de nanotecnologia a agricultura.

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enTreVisTaa revista Novo ambiente conversou com dois especialistas em Zona Franca de manaus, oldemar ianck, superintendente adjunto de projetos da suframa, e elilde de menezes, superintendente adjunto de planejamento da suframa. NA: Qual a participao da Suframa na formao de capital intelectual diante da gesto de um polo de alta tecnologia? oldemar ianck: a suframa sempre esteve envolvida em diversos projetos de fortalecimento e qualificao dos recursos humanos, sobretudo no que diz respeito cincia e Tecnologia. at h algum tempo, fazia isso apenas com seus recursos prprios, advindos de uma taxa de servios administrativa cobrada das empresas no momento das importaes. Tambm temos uma articulao com as universidades para a formao de profissionais especficos. Existem cursos de nvel superior que foram criados a partir de pesquisas iniciadas aqui dentro da suframa, como, por exemplo, o curso de design industrial. outro parceiro o governo do estado do amazonas, que vem aplicando muitos recursos em aes dessa rea. o governo passado criou a secretaria de cincia e Tecnologia, a Fapeam (Fundao de amparo pesquisa) e deu uma condio de evoluo e crescimento da Universidade Estadual do Amazonas, que mantida com recursos de parte dos incentivos que o Estado d em torno do icms. o centro de Tecnologia do polo industrial de manaus, que um brao da suframa, funciona como uma espcie de catalisador das demandas e hoje trabalha em 54 projetos, que desenvolvem estudos aprofundados em microeletrnica, mecnica, qumica e nanotecnologia, por exemplo. elilde de menezes: ns samos de uma economia extrativista em decadncia, em 1967, e entramos na economia moderna, que a industrializao de produtos que estamos exportando, para chegarmos ao que chamamos de sistema manaus de inovao (SMI), que um conjunto de 17 universidades e outros 12 institutos de pesquisa, empresas conversando com outras empresas do mundo. Qual foi o impacto humano da criao da Zona Franca de Manaus que vocs observaram? elilde de menezes: Em 1967, ns tnhamos uma populao de 240 mil habitantes em uma economia em debacle, do perodo da borracha, quando manaus era um grande emprio dos bares da borracha. mas j estvamos em um perodo de estagnao. a criao do modelo Zona Franca de manaus disparou uma dinmica econmica nunca vista no pas. naquela poca, o governo via a amaznia como uma questo geoutubro/2011

Oldemar Ianck

Superintendente Adjunto de Projetos da Suframa

opoltica estratgica, de segurana nacional. Segundo o iGBe, agora temos 1,8 milho de habitantes. isso no aconteceria se esse modelo no tivesse se estabelecido aqui. E que custo financeiro ao pas tem isso? Nada, porque se no existisse renda, no existiria tributao, a renda pblica. Hoje, o estado do amazonas responsvel por mais de 60% da receita tributria da 2 regio Fiscal. uma base tributria ao Brasil que nunca existiria sem este modelo. Aquelas pessoas que estariam aqui sem perspectivas; no mximo, bons extrativistas. No entanto, homens como eu, que sou filho de seringueiro, viraram economistas, engenheiros. a industrializao trouxe uma cultura que no era autctone, a da linha de produo industrial. essa simbiose gerou uma mo de obra peculiar. Hoje, na planta da Honda instalada em manaus, os operrios so mais produtivos, por exemplo, que na sede japonesa. a cada 20 segundos, eles montam uma motocicleta. esse caldo de cultura, de elementos sociais, construiu nossa cultura industrial. oldemar ianck: no incio, os impactos sociais foram pequenos, ento a suframa comeou a trabalhar em cooperao com o municpio pelo ordenamento urbano, criando o distrito industrial, com mais de 1.700 hectares, para abrigar estas indstrias que viriam se instalar. este distrito demorou quase 20 anos para ter seus espaos ocupados por novos empreendimentos. o processo de atrao da mo de

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Foto: revista novo ambiente/paulo negreiros

Elilde de Menezes

Superintendente Adjunto de Planejamento da Suframa.

obra aconteceu como em qualquer outra capital. Faltavam oportunidades no interior. muitos iam para o rio de Janeiro e so paulo, e a indstria comeou a manter esses recursos humanos aqui. A biotecnologia o novo mercado sustentvel da Amaznia? elilde de menezes: A partir da biotecnologia, poderemos incluir mais as pessoas neste processo do que no industrial. a tentativa de uma nova dinmica de desenvolvimento. um produto que estamos estudando no centro de Biotecnologia da Amaznia, mantido pela Suframa. Se encontrarmos uma molcula na natureza que poder trazer a cura para o cncer, quanto isso valeria? estamos com um produto em fases aprofundadas de pesquisa que pode, talvez, trazer esta soluo. a tendncia da indstria que a mo de obra seja cada vez menos intensiva na tecnologia moderna. no caso da biotecnologia, existe uma coisa curiosa. Voc ter processos tecnolgicos profundos, entretanto voc nunca vai poder prescindir do mateiro nem do caboclo que sabe onde encontrar plantas na mata, por exemplo. aliados a eles, estaro o farmacologista e o pesquisador ps-doutorado.

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aTITUDES ONGs

aqui, no, corrupo!alguns dizem que ela est to enraizada em nossa cultura que mais fcil aceit-la. outros usam plenamente sua cidadania para mostrar que a prtica da corrupo pode ser extirpada no poder pblico. Apesar dos infindveis escndalos que mostram que instituies pblicas so saqueadas sistematicamente por bandidos, o Brasil vive um bom momento que deve ser aproveitado. um exrcito de pessoas indignadas em todos os setores est fazendo a diferena, exigindo transparncia, lutando para afastar maus gestores e cobrando punio para a prtica deste mal que saqueia a nao. um bom exemplo disso a amarribo, que trazemos como Atitude em Verde e amarelo desta edio.

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