revista em cena 17

30
Ano XIII - Número 17 Agosto/Setembro 2010 CENA EM BATALHA PELA VIDA Eleito pela ONU como o Ano Internacional da Biodiversidade, 2010 levanta o debate sobre o destino dado ao lixo hospitalar

Upload: sin-saude

Post on 13-Mar-2016

230 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Revista em Cena 17

TRANSCRIPT

Page 1: Revista em Cena 17

Ano XIII - Número 17Agosto/Setembro 2010

CENAEM

BATALHA PELA VIDAEleito pela ONU como o Ano Internacional da Biodiversidade, 2010

levanta o debate sobre o destino dado ao lixo hospitalar

Page 2: Revista em Cena 17
Page 3: Revista em Cena 17

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 3

índi

ce

EDITORIAL

CARTA DO LEITOR

ESPECIALAno da Biodiversidade

SAÚDE/COMPORTAMENTOEnriquecimento ambiental

SAÚDE/BEM-ESTARKaratê

PERSONAGEM DA SAÚDEViviane Saez Lamego

CADERNO VIPDia do Trabalhador da SaúdePosse da nova diretoria SinsaúdeFesta Junina da Saúde

ECONOMIAInvestimento em saúde

ATUALIDADEPonto eletrônico

NUTRIÇÃOÁgua com sabor

TURISMOCidades dos vinhos

MODABiotipo

BELEZATransformação

DICA CULTURALMúsica clássica

FATOS E FOTOSAraras

agosto/setembro 2010

4

6

12

53

56

5

62

60

15

58

10

14

64

65

66

Page 4: Revista em Cena 17

Não podemos perder a oportunidade de fazer uma boa reflexão sobre o nosso papel neste mundo, seja no trabalho, perante a socie-dade e até mesmo diante do Planeta. Esta chance foi criada agora pela Assem-

bleia Geral das Nações Unidas que declarou o ano de 2010 como o Ano Internacional da Bio-diversidade. O ano está acabando, é verdade, mas temos certeza de que a proposta da Assembleia não é encerrar o debate ao fim do período. Ao contrário, ainda é necessário promover muitos deles para que se possa atingir plenamente a pro-posta de sustentabilidade contida nesta ação.

A ideia mais amplamente divulgada é o de que sustentabilidade é a capacidade de atender às necessidades do presente, sem comprometer as futuras gerações. Este conceito foi definido em 1987, durante a elaboração do Relatório Brun-dtland pela Comissão Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced). Desde então, a sustentabilidade se apoia no con-ceito do Triple Bottom Line: atividade econô-mica, meio ambiente e bem-estar da sociedade. São três parâmetros que devem estar equilibrados e integrados nas empresas e demais entidades representativas da sociedade.

A imagem do tripé é perfeita para entender à sustentabilidade. Nele estão contidos os aspec-tos econômicos, ambientais e sociais que devem interagir e se equilibrar para tornar a vida no planeta Terra mais equilibrada do que a fizemos até agora.

Nesta edição da Em Cena, focamos a questão da sustentabilidade no setor da saúde, mais espe-cificamente no que diz respeito ao lixo hospitalar. Não pretendemos esgotar o assunto por aqui, pois entendemos que ainda há um longo cami-nho a ser trilhado até que possamos afirmar que o setor da saúde avançou neste conceito. E as dificuldades são imensas.

Pelo parâmetro anterior de sustentabilidade, uma empresa era sustentável se estivesse econo-

micamente saudável, mesmo com dívidas. Para um país, o conceito incluía um viés social e a repartição da riqueza gerada pelo crescimento econômico, seja por meio de mais empregos cria-dos, seja por mais serviços sociais para a popu-lação em geral. A questão ecológica trouxe uma constatação: o aspecto ambiental não era levado em consideração e a sociedade corria o risco de ficar sem matéria-prima para a indústria e teria que conviver com o fantasma de estar contri-buindo para a destruição do planeta Terra. Assim, o Triple Bottom Line ficou também conhecido como os 3 Ps (People, Planet and Proift, ou, em português, PPL - Pessoas, Planeta e Lucro).

O setor da saúde ainda é carente nos três pon-tos que formam este tripé. Em relação ao capital humano ainda precisa avançar na questão da valorização salarial e na promoção do bem-estar dos seus funcionários, propiciando, por exemplo, um ambiente de trabalho agradável, pensando na saúde do trabalhador e da sua família. Para começar, deve respeitar a Norma Regulamenta-dora número 32 (NR-32), um passo importante na promoção da saúde dos trabalhadores, dos pacientes e respeito ao meio ambiente, a perna ambiental do tripé.

Um ambiente de trabalho adequado reduz os níveis de poluição gerados pelos estabelecimentos de saúde. Este é o capital natural de uma empresa ou sociedade. Em princípio, sabemos que prati-camente toda atividade econômica tem impacto ambiental negativo. Neste aspecto, a empresa ou a sociedade deve pensar nas formas de amenizar estes impactos e compensar o que não é possí-vel amenizar. A área da saúde, por ser essencial à sociedade, precisa ver esta questão com mais profundidade e atenção. Uma responsabilidade que deve ser dividida entre empresários, gestores e autoridades públicas.

Se houver avanço nestas duas questões, o lucro é mais do que merecido.

edito

rial

4 - EM CENA - agosto/setembro 2010

Edison Laércio de OliveiraPresidente

Sustentabilidade na área da saúde deve incluir respeito aos trabalhadores, à população e ao meio ambiente

Page 5: Revista em Cena 17

ex

pedi

ente

- ca

rta

do

leit

or

EXPEDIENTE

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 5

““Durante anos tive vários

problemas nos rins e, por

isso, precisei me submeter a

algumas cirurgias e frequentes

visitas ao hospital para fazer

hemodiálise ou apenas para

acompanhamento. Neste

período difícil, pude contar

com a ajuda da família, mas

também com os profissionais

do hospital, que me deram

todo o apoio emocional, me

incentivando e me encorajando

para que eu pudesse me

recuperar. Portanto, me

identifiquei muito com a

matéria “Segunda Família” e

gostaria de parabenizar a todos

pela ideia e pela maneira que

foi explorado o tema.”

Renata Ferreira - Campinas

“Muito interessante a

matéria sobre o Blu-ray. Eu

não sabia nem que existia

uma tecnologia como esta

disponível no mercado e,

agora, com a publicação desta

matéria, o pessoal mais antigo

como eu, poderá ter acesso a

este conhecimento que é do

interesse de todos.”

Maria Clara de Jesus

Campinas

“Parabéns à equipe que torna a Em Cena possível. O conteúdo é excelente! Gostei muito da matéria do Dia do Trabalhador da Saúde, acredito que estes profissionais merecem o reconhecimento nacional. Acredito que o presidente Lula deveria repensar sua decisão. A diagramação é muito boa, leve e fornece uma ótima leitura.” Rafael Wendel Pinheiro,

professor da Unicerp em

Patrocínio/MG

“Todos nós sabemos que

exercícios físicos fazem bem

à saúde. Depois de ler a

reportagem da Em Cena sobre

dança, bateu uma vontade de

aprender e estou procurando

uma academia que promova

aulas, já que não gosto de fazer

exercícios físicos.”

Maria Ap. Zoré - Campinas

“Escrevo para ressaltar que gostei

muito das matérias. São bastante

educativas e meus filhos adoram.

Gostei muito do exemplo das

mães que educam seus filhos

com sabedoria nos dias de hoje.

Parabéns!”

Fabiana Assis, vendedora

Valinhos

“Só tenho elogios para a Em

Cena, especialmente por prestar

um serviço para a população.

Achei bem interessante a matéria

de economia e a forma clara

com que o tema foi abordado.”

Carlos Henrique Silveira,

contador, Americana

Sua opinião ou sugestão é importante!Correspondências para esta seção:Por e-mail: [email protected] ou [email protected] carta: Duque de Caxias, 378, Centro, CEP 13015-310 – Campinas/SP

Editora responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114)Redação: Aline Frediani (Mtb 55.951), Andressa Vilela (Mtb 57.810), Daniella Almeida (Mtb 4.352), Mariana Dorigatti, Martha Romano, Sirlene Nogueira e Vera Bison (Mtb 12.391)Projeto gráfico: Javé Capa e Editoração: Felipe TeixeiraFotografia: Ari Ferreira e Gustavo TílioArte final: Felipe Teixeira e Caio Capela Tiragem: 22 mil exemplares

Esta é uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Campinas (Sinsaúde)site: www.sinsaude.org.bre-mail: [email protected]: Edison Laércio de OliveiraDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do NascimentoRedação e Criação: DOMMA Comunicação Integradasite: www.domma.com.br - e-mail: [email protected]

Page 6: Revista em Cena 17

6 - EM CENA - agosto/setembro 2010

espe

cial

- an

o da

bio

dive

rsid

ade

Ano Internacional da Biodiversidade

Aquecimento global, sustentabilidade e respon-sabilidade ambiental são alguns temas que cada vez

mais ganham destaque nos noticiários mundiais. Se em 1992, na Conferên-cia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ou ECO 92 (ver Box “Do Rio à Na-goya”), o debate em torno do assunto ainda engatinhava, em 2010 esta discussão ganhou ainda mais força. Isto porque a Assembleia Geral das

Nações Unidas declarou o ano de 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade.

“A perda da diversidade biológica envolve questões sociais, econômicas, culturais e científicas”, destaca Maria Cecília Wey de Brito, secretária de Biodiversi-dade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com ela, tem havido, durante o ano todo, even-tos de divulgação, encontros, lançamentos de publica-ções e ações voltadas à conservação da biodiversidade.

A celebração tem como objetivo evidenciar a importância da questão para a qualidade de vida das pessoas, refletir sobre os esforços já empreendidos até o momento e promover e dinamizar todas as iniciativas

Com as atenções voltadas para o meio ambiente, a discussão sobre o lixo hospitalar ganha destaque em 2010

Maria Cecília Wey de BritoSecretária de Biodiversidade e Florestas do Meio Ambiente

Page 7: Revista em Cena 17

de trabalho para reduzir a perda da biodiversidade, como consta no guia elaborado pela Secretaria da Convenção sobre a Diversidade Biológica para o Ano Internacional da Biodiversidade.

“O objetivo maior do Ano Interna-cional da Biodiversidade é melhorar o entendimento sobre o papel vital da biodiversidade para a manutenção da vida na Terra”, afirma Maria Cecília.

A Secretaria da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) foi de-signada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como coordenadora das ações do Ano Internacional da Biodiversidade - 2010. A CDB foi estabelecida durante a realização da Cúpula da Terra, na ECO/92, e pos-sui 191 países-membros.

O meio ambiente e o lixo hospitalar

Quando se fala em meio ambiente e saúde, a primeira ideia que vem à cabeça é a questão do lixo hospitalar. De acordo com o diretor do Depar-tamento de Limpeza Urbana (DLU), da Prefeitura Municipal de Campinas, Marcelo Cominatto, este é um tema que precisa de bastante atenção.

“A importância do tratamento do lixo hospitalar para o meio ambiente se dá em função da eliminação dos riscos de contaminação do solo, das águas superficiais e águas profundas”, explica Cominatto. Porém, ele ressalta que, se não tratado de forma adequada, este tipo de lixo culmina-rá na ingestão de água e alimento contaminados por parte

da população e animais.Carlos Alfredo Joly, coordenador-geral do Biota-Fa-

pesp e professor do Instituto de Biologia da Universidade Esta-dual de Campinas (Unicamp), também destaca a necessidade do tratamento apropriado desse tipo de lixo.

“A questão do lixo hospitalar é bastante complicada, porque tem uma parte que tem que ser incinerada e destruída e estes processos têm impacto na libera-ção de gases estufas, mas é uma necessidade, porque não há outra forma para fazer”, revela Joly.

Entretanto, o professor delata que, no Brasil, há poucos estudos focando o lixo hospitalar e como poderia ser reduzido seu im-pacto ambiental. Segundo ele, o detrito que vai para lixões ou aterros ainda tem características especiais e que pode contaminar o solo e os lençóis freáticos. Para tentar reverter esta situação, Joly defende a discussão do tema entre

profissionais de outros países. Mas a ligação entre meio ambiente e saúde não se res-

tringe ao lixo hospitalar. Outro ponto que merece desta-que é como a mudança no uso das terras e transformações climáticas alteram a distribuição geográfica de vetores de doenças. Conforme o coordenador-geral do Biota enfati-za, é papel dos pesquisadores da saúde identificar áreas de possíveis doenças tropicais.

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 7

Do Rio à Nagoya

Desde a ECO 92, conferência internacional realizada na cidade do Rio de Janeiro, muitas reuniões foram feitas para discutir a importân-cia da preservação do meio ambiente. No evento do Rio de Janeiro, por exemplo, foi estabelecida a Agenda 21, programa de ação que estabeleceu a importância de cada país refletir sobre a questão do desenvolvimento sustentável. Dez anos depois aconteceu a terceira conferência mundial, pro-movida pela ONU, para discutir os desafios ambientais no Planeta. A reunião ocorreu em Joanesburgo, África do Sul. Para facilitar a obtenção de um consenso, os países se dividiram em blocos, que defendiam os mesmos interesses. Contudo, os objetivos divergentes das nações restringiram o produto final de conferências promovidas pela ONU.

Em dezembro de 2009 foi a vez da cidade de Copenhague, Di-namarca, sediar a 15ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática. Apesar de ter gerado grande expectativa, a reunião de líderes terminou sem muitas propostas concretas. Em 2010 ocorre a décima Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP-10/CDB), em Nagoya, Japão, no mês de outubro. Nos moldes da conferência de Copenhague, a COP de Nagoya discute os compromissos assumidos em 2002. O grande receio dos especialistas é que o encontro no Japão seja igualmente frustrante ao da Dinamarca. “As expectativas é que ficare-mos com sentimento de fracasso, como ficamos em Copenhague. Porque será difícil comprovar que houve redução da biodiversidade, mas temos que nos focar em implementar metas quantificáveis para um futuro próximo”, afirma o professor Carlos Alfredo Joly.

Page 8: Revista em Cena 17

8 - EM CENA - agosto/setembro 2010

espe

cial

- an

o da

bio

dive

rsid

ade

“Olhar onde o vetor existe hoje, fazer um mapa de probabilidade de ocorrência e analisar o cenário da mudança do uso da terra e clima serão essenciais para descobrir possíveis regiões onde doenças tropicais podem se manifestar no futuro. Sem dúvida, esta é uma ferramenta que deve ser incorporada nas políticas de saúde pública”, diz Joly.

Outro aspecto importante é a postura dos profis-sionais da saúde. Eles têm o papel muito especial na sociedade, pois são grandes formadores de opinião e comportamento. “Eles têm uma interação com os pacientes que é muito rica e que pode ser explora-da para mudança de hábitos bené-ficos para a saúde e que reduzam o impacto de cada um na sociedade e na natureza, como, por exem-plo, o excesso do consumo de carne. É uma coisa que faz bem para a saúde e para o meio ambiente”, afirma.

O Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo, denominado Biota-Fapesp, é o resultado da articulação da comunidade científica do Estado de São Paulo em torno das premissas preconi-zadas pela Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada durante a ECO-92 e ratificada pelo Congres-so Nacional em 1994.

O gerenciamento do lixo hospitalar no BrasilO último regulamento técnico para o gerenciamen-

to de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), popular-mente conhecido como lixo hospitalar, é datado em 7 de dezembro de 2004. Emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o documento é uma atualização e complementação dos procedimentos contidos na resolução de 25 de fevereiro de 2003. O objetivo da medida é minimizar a produção de resídu-os e proporcionar àqueles gerados um encaminhamen-to seguro.

Na nova regulamentação são disponibilizadas

informações aos estabelecimentos de saúde e órgãos de vigilância sanitária sobre técnicas adequadas de manejo dos RSSs, seu gerenciamento e sua fiscalização. Vale sa-lientar que as regras são aplicadas a todos os geradores de RSS, que abrangem os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo, laboratórios de análises, necrotérios, estabele-cimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, entre outros.

Classificação De acordo com o

relatório da Anvisa, o lixo hospitalar pode ser dividido em cinco grupos: A, B, C, D e E.

- Grupo A: abrange os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco de infecção. Di-vide-se em cinco sub-grupos: A1, A2, A3, A4 e A5. Exemplo:

sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos.

- Grupo B: resíduos, contendo substâncias quími-cas, que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicida-de. Exemplo: resíduos contendo metais pesados.

- Grupo C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radioatividade superior à do padrão e, para os quais, a reutilização é imprópria ou não prevista. Exemplo: exames radioa-tivos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

- Grupo D: resíduos que não apresentem riscos biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domi-ciliares. Exemplo: papel de uso sanitário e fralda.

- Grupo E: materiais que podem furar ou cortar. Exemplo: agulhas e lâminas de bisturi.

Informações coletadas no site da Anvisa. Para mais detalhes sobre o regulamento, acessar a página da entidade (www.anvisa.gov.br).

foto

: div

ulga

ção

Page 9: Revista em Cena 17

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 9

Biodiversidade em pauta

O Brasil é um dos países com maior diversidade de plantas e espécies animais em todo o mundo. E, com o Ano Internacional da Biodiversidade, é impossível não discutir o papel do País neste contexto. Segundo Maria Cecília Wey de Britto, secretária de Biodi-versidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, a discussão em torno do tema envolve questões sociais, econômicas, culturais e científicas. Com isso, tanto o governo como os cidadãos têm um papel fun-damental na preservação da biodiversidade. “O Ano Internacional da Biodiversidade, portanto, tem o dever de mostrar a sociedade brasileira e mundial a importância da biodiversidade”, afirma Maria Cecília. Confira abaixo a entrevista completa com a secretária de Biodiversidade e Florestas.

Em Cena - A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como Ano Internacional da Biodiversidade. Qual a impor-tância deste tipo de iniciativa para aumentar a consciência sobre a questão da preservação da biodiversidade em todo o mundo?Maria Cecília Wey de Britto - Preocupada com a perda crescente de biodiversidade em todo o mundo, a ONU declarou 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, destacando o trabalho de pessoas do mundo inteiro que lutam para garantir a conservação do patrimônio natural insubstituível e para reduzir a perda de biodiversidade, vital para o bem-estar das gerações presentes e futuras. O objetivo maior do Ano Internacional da Biodiversidade é melhorar o entendimento sobre o papel vital da biodiversidade para a manutenção da vida na Terra. Várias ações de divulgação ocorreram e ainda estão acontecendo neste ano, desde eventos, encontros, lançamentos de publicações, divulgação de resultados de políticas e ações voltadas à conservação deste patrimônio mundial.

Em Cena - Qual o papel do Brasil neste contexto? Maria Cecília Wey de Britto - A perda da diversidade biológica envolve questões sociais, econômicas, culturais e científicas. Para evitar consequências ainda maiores da perda da biodiversidade é necessário conhecer melhor os estoques restantes de nossos ecossistemas, espécies e populações naturais, além dos já modi-ficados existentes no Brasil, para que se possa desenvolver uma abordagem equilibrada entre conservação e utilização sustentável, conciliando preservação da natureza e modos de vida das popu-lações locais com o desenvolvimento social e econômico. Além disso, o governo trabalha na elaboração e implementação de po-líticas públicas que combatam a exploração econômica irracional, substituindo-as por práticas sustentáveis para as comunidades que retiram da biodiversidade o seu sustento. Paralelamente, inten-sificam-se os estudos científicos, pois a descoberta de espécies novas e de espécies endêmicas, seus hábitos, comportamentos e serviços prestados podem ajudar no apelo à sociedade para a conservação da imensa biodiversidade, que é patrimônio de nosso País.

Em Cena - Além das campanhas de conscientização, o que vem sendo feito pela preservação da biodiversidade no País?Maria Cecília Wey de Britto – Entre as várias ações em anda-mento, podemos destacar os mecanismos de pagamentos por

serviços ambientais e o desen-volvimento de práticas agrícolas ecologicamente favoráveis, caracterizadas pelos sistemas agroecológicos, que estão sendo considerados cada vez mais como soluções inovadoras para a con-servação da diversidade biológica. Considerando a situação vulnerável em que se encontram alguns biomas brasileiros, o sis-tema de pagamentos por serviços ambientais não deve ser um substituto de uma política social ou investimento em serviços públicos básicos, mas sim um instrumento de estímulo à conservação da biodiversidade e de sua restauração, que beneficia o ator social por meio do aumento de sua renda e garante à comunidade a manu-tenção dos serviços ambientais indispensáveis à sustentabilidade econômica, à qualidade de vida, à segurança alimentar e ao bem-estar social. Já, a conversão de florestas e a expansão da agricultura têm transformado a paisagem em todo o Planeta, resultando na perda de biodiversidade e, consequentemente, causando danos aos serviços do ecossistema. Estudos mostram que tais consequências estão diretamente associadas à extinção local das espécies. O desenvolvimento de práticas agrícolas ecologicamente favoráveis, caracterizadas pelos sistemas agroecológicos, tem promovido uma matriz de alta qualidade para a biodiversidade, que mantém maior semelhança com os habitats naturais, facilitando a dispersão das espécies e a manutenção da biodiversidade.

Em Cena - Como os cidadãos podem contribuir?Maria Cecília Wey de Britto - Parafraseando Mike Shanahan, do International Institute for Environment and Development: “ O maior desafio é lembrar as pessoas que elas fazem parte da teia da vida e não estão separadas dela. Sem esta rede, é fácil esquecer que nosso bem-estar - e das gerações futuras - estão conectados ao destinos das outras formas de vida.” O Ano Internacional da Biodi-versidade, portanto, teve o grande desafio de mostrar a sociedade brasileira e mundial a importância da biodiversidade, alertando para a degradação oriunda da exploração de recursos naturais e da ocupação do solo feitos de maneira insustentável, agravados pelo crescimento sistemático da população e pela distribuição desigual da riqueza. Ainda há muito o que se fazer para criar a conscientiza-ção que leve à ação de fato, mas este ano foi um marco para esta mudança.

Page 10: Revista em Cena 17

Quem acha que arte marcial é sinônimo de pancadaria e

quebramento de tijolos ain-da não conhece o Karate-Do tradicional, estilo Shoto Kan Kyo, de Okinawa.

Nesse estilo de luta, os praticantes não visam

à competição e alcançam melhorias para o corpo e o crescimento mental por meio de treinamen-tos práticos e teóricos, sem idolatria ou doutrina.São inúmeros os

benefícios físicos que essa atividade pode proporcionar, como tonificação motora, fortalecimento das juntas e coluna, contração e descontração da musculatura, melhora na postura, no sincronismo, na flexibilidade, sensibili-dade e exatidão no impacto.

Contudo, os praticantes também conseguem melhoras na qualidade de vida, que resultam na capacidade de concentração cada vez maior e na per-sistência e tolerância no convívio social.

Isso porque, com os treinos práticos e teóricos, o aluno passa a ter mais disciplina, autocontrole de costumes negativos, ponderação e discerni-

mento, confiando e assumindo a si mesmo diante de qualquer eventuali-dade. “Com o desenvolvimento da arte marcial haverá melhorias em todos os campos, como na escola, no trabalho e no lar”, explicou o Kyokan Carlos Borges, que desenvolve a arte marcial tradicional transcendental Karate-Do, em Campinas. Kyokan (samurai) é uma graduação usada em aceitação, mereci-mento e dedicação à arte marcial.

Para adquirir conhecimentos e crescer na arte, Kyokan Carlos

passou uma temporada no Japão. “Nesta ocasião era necessário mostrar o meu sentimento de humildade e renúncia total, chegando qua-

se à transição física”, conta.Quando retornou ao Brasil,

permaneceu durante quase sete anos no sul do País para o aperfei-

çoamento da arte por meio de treina-mentos práticos, teóricos e meditativos, junto à natureza. Assim, ele passou vários anos se dedicando a treinamentos gradativos, chegando ao absoluto práti-co, ou seja, ao limite máximo suportado pelo corpo. Por várias vezes chegou à exaustão e até a desmaiar.

Constante nos treinamentos de arte marcial desde 1967, Kyokan exteriori-zou e solidificou atributos contidos nos seres humanos, que são desenvolvidos somente quando a força de vontade predomina a razão. “Com os fatores predominantemente mentais e absoluto prático adquirido, meu merecimento

Karate-DoFortalecendo o corpo e a mente

12 - EM CENA - agosto/setembro 2010

saúd

e/be

m-e

star

- ka

rate

-do

São inúmeros os benefícios para a saúde física e mental proporcionados com o

treinamento da arte marcial

Page 11: Revista em Cena 17

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 13

se concretizou no mais alto grau da linhagem da arte marcial, nos parâmetros gradativos de conheci-mento de estar, fazer e ser do ser humano”, diz ele, referindo-se a sua graduação na arte marcial .

Pelo conhecimento na arte, o Kyokan Carlos rea-firma que a participação de competições não é aceita entre os praticantes do Karate-Do, visto que não existe sentido em agredir fisicamente o semelhante para obter um troféu. “Devemos competir contra nós mesmos, contra a agressividade, a arrogância, a imposição individual e a fragilidade mental.”

Nesse sentido, a grande busca dos praticantes da arte marcial Karate-Do é exteriorizar o guerreiro (benéfico) interior e alcançar a paz de espírito, ou seja, estar em harmonia consigo mesmo, com o seu semelhante, com a natureza e o universo.

O fundador da palavra Karate- DoO grande mestre Kyohan Gichin Funakoshi, filósofo,

nasceu em Okinawa em 1869 e morreu em 1957, com 88 anos. Ele desenvolveu a arte marcial e o estilo com disci-plina, buscando o crescimento do ser humano por inter-médio do lema (abaixo), que é uma ideologia de vida. O mestre deu nome à arte marcial tradicional de Karate-Do, que significa mente em evolução e corpo em harmonia.

O lema do praticante da arte marcial Karate-Do- Esforçar-se para formação do caráter.- Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão.- Criar o intuito de esforço.- Respeito acima de tudo.- Conter o espírito de agressão.

RoupagemNo Karate-Do tradicional se utiliza, além do já conheci-

do kimono branco, o hachimaki e o hakama.O hakama é uma vestimenta que cobre a parte inferior

do corpo e somente os discípulos (kohais) usam na prática da arte marcial para a exteriorização do guerreiro interior, que, segundo o Kyokan, todos possuem, mas está adorme-

cido. O hachimaki, que é a faixa amarrada na testa, possui um significado profundo, como explica o Kyokan Carlos. “O hachimaki busca a sensibilidade da razão, ajudando a diminuir os erros a cada dia e buscando também uma abertura da visão mental para ser usada em treinamento.”

Tipos de treinamentoAs aulas práticas da arte marcial Karate-Do se iniciam

sempre com um aquecimento, porém os tipos de treina-mento são dinâmicos e variados, permitindo que os treinos sejam diferentes a cada dia.

Entre eles, podem se destacar movimentos de autodefesa parados; treinamentos de combate livre, visando a técnica e o espaço do alvo; prática de autodefesa, tendo um adver-sário “imaginário” a sua frente, em movimentos contínuos, que com o tempo serão sedimentados no subconsciente do praticante; prática na execução de quebramentos de mem-bros provenientes de um ataque; treinamentos em parceria na solidificação do bloqueio para adquirir velocidade nos movimentos durante o ataque e a defesa, entre outros.

Após todas as aulas práticas é feito um relaxamento para que a adrenalina animal seja abrandada e canalizada

beneficamente.A aula teórica também faz parte do

treinamento de Karate-Do e possui a mesma importância que os treinos práticos. Nestes encontros, o Kyokan Carlos esclarece dúvidas sobre os mo-vimentos, ensina sobre as leis naturais, assim como a história da arte marcial e compartilha experiências de vida.

Fonte: Kyokan Carlos Borges

Fone: (19) 8177-6396

Page 12: Revista em Cena 17

saúd

e/co

mpo

rtam

ento

- en

rique

cim

ento

am

bien

tal

10 - EM CENA - agosto/setembro 2010

Cada vez mais os parques e zoológicos se preocupam em estimular o instinto dos animais por meio de técnicas que evitam o estresse e aumentam as chances de

reprodução em cativeiro

O leão Lineu e sua companheira Shera ficaram desconfiados quando encontra-ram pela manhã algo parecido com uma girafa em seu território. Durante todo o

dia, ambos não interagiram com o público e ficaram apenas observando as caixas de papelão forradas com pedaços de carne. Porém, no dia seguinte, os técnicos do Bosque dos Jequitibás, em Campinas, encontra-ram apenas destroços na jaula, o que comprova que no período da noite estes animais, que nunca tiveram

contato com a vida selvagem, atacaram ferozmente o ser estranho que invadia o seu espaço.

Essa atividade, chamada de enriquecimento ambiental, faz parte do tratamento que os biólogos dão aos animais do Bosque dos Jequitibás, que, assim como outros parques da região, se preocupa com a qualidade de vida dos animais cativos.

O enriquecimento ambiental é uma área recente de estudo, que consiste na introdução de variedades criativas nos recintos, a fim de contribuir com o bem-

Enriquecimento ambiental

Page 13: Revista em Cena 17

estar dos animais em cativeiro, como explica Eliana Ferraz, bióloga do bosque, que possui projetos de pesquisa sobre enriquecimento ambiental dentro e fora do País. “Com a inserção de práticas que fazem o animal sair da rotina do zoológico, pode ser observado melhoras no bem-estar e na diminuição do estresse, é uma terapia mesmo”, diz Eliana.

Segundo o biólogo do Zooparque de Itati-ba, Rogério de Andrade Souza, as aplicações destas técnicas evitam vários tipos de problemas, como caminhadas sem objetivo, automutilação, masturba-ção excessiva, coprofagia (ingestão de fezes), mas-tigação falsa, mutilação de membros do grupo, inatividade extrema, hipe-ratividade, agressividade, entre outros problemas.

Esses comportamentos ocorrem porque em vida livre os animais passam a maior parte do tempo à procura de seus próprios alimentos, evitando seus predadores, procurando e disputando parceiros para acasalar, defendendo terri-tórios, etc. Já, no cativeiro, segundo Rogério, há uma mudança muito grande. “O ambiente é totalmente previ-sível, com comida e água de fácil acesso e, sem pressão de predadores, não há disputa por recursos e, muitas vezes, o animal é obrigado a conviver com espécies que não coabita-

ria na natureza ou ficar sozinho”, explica.No Zoológico de Americana, o enriquecimento

ambiental também já faz parte do tratamento dado aos animais. A veterinária do zoológico, Michelle

Falcade, conta que para os animais carnívoros eventualmen-te são oferecidas presas vivas, como ratos, camundongos e frangos, para estimular o instinto de caça e forçar um au-

mento de atividade física. Já, para os pequenos pri-matas são colocadas larvas em garrafas ou pedaços de bambus, assim como alimentos diferentes dos quais estão habituados como forma de estímulo físico e mental.

Porém, é importante ressaltar que o tipo de enriquecimento utilizado deve ser apropriado à espécie em questão, para garantir não só a segu-rança dos animais como a

do público. “Com os primatas, por exemplo, precisamos ter cuidado com os objetos que serão usados no enriquecimen-to, pois podem virar uma arma nas mãos destes animais que são mais inteligentes”, explica Eliana Ferraz.

Reprodução em cativeiroA reprodução das espécies é um dos maiores interesses

dos parques e zoológicos. Neste sentido, o enriquecimento ambiental é uma prática de suma importância para que estes resultados sejam obtidos, como explica o biólogo Rogério Souza. “Os animais que têm enriquecimento no seu dia a dia têm maior probabilidade de sucesso repro-dutivo, pois a realização destas atividades abaixa os níveis

de cortisol (hormônio do estresse), que provoca baixa na imunidade, e aumento da pressão arterial, entre outros problemas.”

Para a bióloga Eliana Ferraz, a reprodução é uma conse-quência da qualidade de vida que o casal possui. “O animal se sentindo bem, vai conviver com menos estresse com o parceiro e, com o bem-estar entre os dois, pode ocorrer a reprodução”, explica.

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 11

Tipos de enriquecimento ambiental

Físico - Introdução de aparatos que deixem os recintos semelhantes ao habitat de cada uma das espécies.

Sensorial - Estimula os cinco sentidos dos animais por meio de sons com vocalizações, ervas aromáticas, urina e fezes de outros animais.

Cognitivo - Dispositivos mecânicos (quebra-cabeças) para os animais manipularem e estimularem suas capacidades intelectuais.

Social – Os animais têm a oportunidade de interagir com outras espécies que naturalmente conviveriam na natureza ou com indivíduos da mesma espécie.

Alimentar – Variações na alimentação e nas técnicas que estimulam a caça aos alimentos.

Acima, a bióloga do Bosque dos Jequitibás, em Campinas, Eliana

Ferraz e sua estagiária, Aline Binatto.

Michele Falcade, vete-rinária do Zoológico de

Americana (à esq.)

Page 14: Revista em Cena 17

pers

onag

em d

a sa

úde

- viv

iane

sae

z la

meg

o Menina prodígio

Com apenas 20 anos, a simpática auxiliar de enfermagem Viviane Saez Lamego já cole-ciona qualidades incomuns para sua idade.A jovem, que trabalha no Hospital Santa

Elisa, de Jundiaí, é realmente um prodígio, pois, sem nunca ter frequentado uma escola de música, toca tecla-do, flauta, violino e violão desde os 6 anos.O talento incontestável fez com que, em 2001, entrasse para a Orquestra Filarmônica de Sorocaba, cidade na qual residia na época. “Depois disso, várias portas foram se abrindo para mim”, conta.Também participou da Orquestra do Instituto da Fundação de Desenvolvimento Cultural (Fundec), de Sorocaba, e, posteriormente, da Banda Sinfônica Paulo Afonso, como flautista.Após quatro anos tocando nas orquestras, Viviane co-meçou a dar aulas particulares de musicalização infantil para as crianças e de violão e flauta doce para todas as idades. “Já toquei em casamento, em orquestras, dei aulas, mas também gosto de tocar informalmente em uma rodinha de amigos ou apenas pegar o violão para desestressar”, explicou.Além de toda a habilidade com a música, a profissional da saúde também trabalha em uma escola de idiomas, onde leciona francês, língua que começou a aprender há apenas três anos e já adquiriu fluência. “Não passo vergonha com o meu francês”, garantiu.Atualmente, Viviane faz faculdade de Enfermagem no Centro Universitário Padre Anchieta, em Jundiaí, onde conseguiu uma bolsa de estudos pelo Programa Univer-sidade para Todos (Prouni). A vontade de ingressar na

área da saúde é antiga e surgiu desde criança, devido à responsabilidade de humanização no atendimento que é atribuída a estes profissionais.Isso por que Viviane foi uma criança muito doente até os 3 anos, tendo que morar no hospital durante um tempo. Na mesma época, em virtude de um desvio na glote, um alimento ingerido foi parar no pulmão, agravando ainda mais sua saúde. “Minha família, que é evangélica, pediu muito a Deus para que eu me curasse e, assim, como um milagre, meu pulmão estava novo e voltei a ter uma vida normal”, conta.Atualmente, Viviane trabalha na Unidade de Tratamen-to Intensivo (UTI) infantil, onde convive diariamente com as crianças e tenta fazer com que o tempo de inter-nação dos pequenos seja mais tranquilo. “Eu costumo contar a elas que um dia estava com uma ‘corneta’ na boca e bati na parede, engolindo o instrumento, que desde então está alojado em minha garganta. Então, no meio da história, começo a fazer o barulho de trompete com a boca e as crianças ficam impressionadas. É uma forma de distraí-las, pois muitas têm medo de pessoas de branco”, contou a auxiliar de enfermagem.Viviane, que é sindicalizada ao Sinsaúde Campinas e Região desde quando começou na profissão, elogia mui-to o trabalho da entidade em sua cidade. “Eu sempre me lembro da frase ‘Sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas’. No caso do Sindicato, os diretores estão correndo atrás das melhorias com disciplina e responsabilidade. São os únicos que lutam pela gente e querem tudo de primeira linha para os trabalhadores da saúde”, opina.

Com uma habilidade surpreendente para a música, esta auxiliar de enfermagem, de Jundiaí, divide a paixão pela profissão com a

magia de encantar a todos tocando instrumentos de música clássica

14- EM CENA - agosto/setembro 2010

Page 15: Revista em Cena 17

Menina prodígio

econ

omia

- in

vest

imen

to e

m s

aúde

Hospitais investidos profissionais esquecidos

No Brasil, um conceito ampliado de saúde aparece como resultado de amplas discus-sões em meio ao movimento da reforma sanitária, iniciado entre as décadas de 70 e

80. Este momento surge a partir das organizações sindi-cais e populares da área da saúde e buscava o reconheci-

mento da categoria como uma questão de relevância pública e social e assim segue até hoje.

Segundo pesquisa feita pelo Departa-mento Intersindical de Estatísticas e Estu-dos Socioeconômicos (Dieese), divulgada em dezembro de 2009, sobre “Trabalho da Saúde”, nos últimos dez anos, apesar do significativo aumento no número de trabalhadores em serviços de saúde (44,4%), questões importantes para a garantia da qualidade de atendimento,

como salários dos profissionais, jornada e condições de trabalho decaíram nas principais capitais brasileiras e regiões metropolitanas.

Embora o setor tenha crescido neste período, lideran-ças do setor reclamam da falta de políticas governamen-tais que promovam os profissionais da saúde, diretamen-te responsáveis pela qualidade do atendimento em saúde. De acordo com o presidente do Sinsaúde Campinas e Região e da Federação dos Trabalha-dores da Saúde do Estado de São Paulo, Edison Laércio de Oliveira, “os resultados dessa pesquisa mostram que estão em risco os direitos conquista-dos nas últimas décadas pelos trabalhadores. Ele destaca que

Nos últimos oito anos, só no Estado de São Paulo foram cerca de R$ 330 milhões investidos pelo Governo Federal na construção de hospitais. Destes, R$ 186,6 milhões foram destinados a inaugurações de Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), R$ 3,7 milhões a Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e R$ 140 milhões para postos de saúde

e unidades especializadas. Contudo, a realidade é que não existem investimentos em pessoal. Os profissionais da saúde, reunidos no XIII Encontro Paulista da Saúde,

reclamaram do esquecimento do governo

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Campinas e Região

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 53

Carlos LupiMinistro do Trabalho e Emprego

Page 16: Revista em Cena 17

Carta de São Paulo

Nos dias 25, 26, 27 e 28 de agosto de 2010, na Colônia de Férias Firmo de Souza Godinho, em Praia Grande, reuniram-se dirigentes sindicais e trabalhadores da saúde, representantes dos mais de 300 mil profissionais do setor, para a realização do XIII Encontro Paulista da Saúde, o VIII Encontro de Advogados Trabalhistas da Área da Saúde e o I Encontro de Assessores de Comunicação da Área da Saúde, num total de 300 delegados, tendo por tema-base: “Qualidade em saúde, o exemplo deve vir de casa”.

Os delegados presentes neste congresso decidem: - Defender a criação de um programa que atenda à premissa básica de

melhoria contínua das condições de trabalho dos profissionais da saúde necessárias para a obtenção de resultados positivos da política nacional de humanização.

- Defender a criação, dentro dos órgãos de representação da área da saúde, a exemplo das secretarias e do Ministério da Saúde, de uma secretaria específica direcionada ao estudo e à criação de políticas específicas de saúde e segurança dos trabalhadores do setor.

- Defender mais recursos para o setor da saúde e a aplicação da Emenda 29, que garante o financiamento do sistema de saúde pela união, pelos Estados e municípios.

- Defender, dentro do programa de

financiamento do Sistema único de saúde, que seja garantido recursos específicos para investimento e criação de políticas que visem à profissionalização, ao aprimoramento profissional, às condições de trabalho para os trabalhadores de saúde e à efetiva implementação da Norma Regulamentadora número 32 (NR-32).

Tendo em vista que neste ano ocorrerão eleições para renovação do cargo de presidente, governadores, senadores, deputados estaduais e federais, recomenda:

- O voto nos candidatos comprometidos com as reformas tributária, política, trabalhista e sindical, que garantam em seus programas a defesa da unicidade sindical,

da redução da carga tributária e da modernização das relações trabalhistas, sem redução de direitos.

- O voto em candidatos que defendam os projetos que beneficiam o sistema de saúde, a profissionalização e a melhoria das condições de trabalho no setor da saúde.

Visando a organização e mobilização dos profissionais da saúde em suas lutas e interesses foi realizado, em paralelo ao XIII Encontro Paulista da Saúde e o I Encontro dos Assessores de Comunicação da Área da Saúde e após amplos debates, recomenda:

- Que a Federação e os sindicatos filiados mantenham ativos e organizados seus departamentos de Comunicação

e que invistam na publicação de periódicos e na realização de campanhas focadas e institucionais visando à consolidação dos propósitos preconizados em seus estatutos sociais, quais sejam, o de defender e batalhar pela evolução dos direitos da categoria da saúde.

Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos relativos às novas legislações e/ou decisões técnicas pertinentes às áreas trabalhista e da saúde foi realizado em paralelo ao XIII Encontro Paulista da Saúde e o VIII Encontro de Advogados Trabalhistas da Área da Saúde, que após amplos debates, recomenda:

- Que seja mantida a queixa apresentada junto à Organização

Internacional do Trabalho (OIT) pelas centrais sindicais contra a ingerência do Ministério Público do Trabalho e do Poder Judiciário do Trabalho nas atividades sindicais e em defesa da liberdade e autonomia sindical.

- Que as entidades se organizem e exijam das centrais sindicais posicionamento firme junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), visando à colocação em pauta de julgamento da ADIn referente à alteração constitucional imposta pela Emenda 45/04, que impõe a exigência de “comum acordo” para a instauração de dissídios coletivos de natureza econômica; assim como pela revogação da Súmula STF nº 666 e, Precedente Normativo do TST nº 119. Praia Grande, agosto de 2010

econ

omia

- in

vest

imen

to e

m s

aúde

o movimento sindical ainda tem que lutar contra as posições dos órgãos da Justiça do Trabalho, que não têm sido, em nenhum momento, favoráveis aos trabalha-dores. “Pelo contrário, os mesmos têm imposto perdas significativas à categoria”, destaca Edison.

O financiamento do setor, a valorização da categoria da saúde e a postura da Justiça do Trabalho foram temas de amplos debates, que ocuparam dirigentes sindicais e trabalhadores por quatro dias - 25 a 28 de agosto - na Colônia de Férias Firmo de Souza Godinho, em Praia Grande, quando foi realizado o XIII Encontro Paulista da Saúde.

Reconhecendo a necessidade de mais investimentos governamentais voltados aos profissionais da saúde, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, presente na abertura do Encontro, falou sobre o assunto. “É pre-ciso discutir com profundidade as questões que podem

melhorar as condições de trabalho, pois o trabalhador é o alicerce de toda a rede de saúde. É necessário cobrar mais do Poder Público”, disse ele, fazendo o ‘mea culpa’.

Cerca de 300 delegados, representan-tes dos mais de 300 mil trabalhadores existentes no Estado, escreveram a Carta de São Paulo, documento que dá as diretrizes de lutas no setor para 2011.

Um dos pontos do documento é a batalha, junto às três esferas governa-mentais, pela criação de uma secretaria

direcionada ao estudo e à criação de políticas específicas de saúde e segurança dos trabalhadores do setor. A aprovação da Emenda 29, que obriga o investimento de mais verbas para o setor, tanto em nível municipal, quanto estadual e federal, sem a criação ou o aumento de impostos é outra defesa dos dirigentes da saúde.

Os trabalhadores da saúde querem ainda que dentro do programa de financia-mento do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam garantidos recursos específicos para investimento e criação de políticas que vi-sem à profissionalização, ao aprimoramen-to profissional, às condições de trabalho para os trabalhadores de saúde e à efetiva implementação da Norma Regulamenta-dora número 32 (NR-32).

Humanização começa com valorização profissional

A técnica de enfermagem da Santa Casa de Campinas Elizângela Pereira exalta que “mais que equipamentos e máquinas sofisticados são os trabalhadores da saúde, que precisam dos investimentos, afinal, nada funcionaria se não tivesse o profissional por trás de toda essa aparelha-gem”. Ela defende a política de humanização no atendi-mento criado pelo governo, mas ressalta que o processo deve começar com a valorização e o aperfeiçoamento profissional dos que atuam na área.

“Diversos estudos já reconheceram que, quando se

54 - EM CENA - agosto/setembro 2010

Elisângela PereiraTécnica de enfermagem

Page 17: Revista em Cena 17

Carta de São Paulo

Nos dias 25, 26, 27 e 28 de agosto de 2010, na Colônia de Férias Firmo de Souza Godinho, em Praia Grande, reuniram-se dirigentes sindicais e trabalhadores da saúde, representantes dos mais de 300 mil profissionais do setor, para a realização do XIII Encontro Paulista da Saúde, o VIII Encontro de Advogados Trabalhistas da Área da Saúde e o I Encontro de Assessores de Comunicação da Área da Saúde, num total de 300 delegados, tendo por tema-base: “Qualidade em saúde, o exemplo deve vir de casa”.

Os delegados presentes neste congresso decidem: - Defender a criação de um programa que atenda à premissa básica de

melhoria contínua das condições de trabalho dos profissionais da saúde necessárias para a obtenção de resultados positivos da política nacional de humanização.

- Defender a criação, dentro dos órgãos de representação da área da saúde, a exemplo das secretarias e do Ministério da Saúde, de uma secretaria específica direcionada ao estudo e à criação de políticas específicas de saúde e segurança dos trabalhadores do setor.

- Defender mais recursos para o setor da saúde e a aplicação da Emenda 29, que garante o financiamento do sistema de saúde pela união, pelos Estados e municípios.

- Defender, dentro do programa de

financiamento do Sistema único de saúde, que seja garantido recursos específicos para investimento e criação de políticas que visem à profissionalização, ao aprimoramento profissional, às condições de trabalho para os trabalhadores de saúde e à efetiva implementação da Norma Regulamentadora número 32 (NR-32).

Tendo em vista que neste ano ocorrerão eleições para renovação do cargo de presidente, governadores, senadores, deputados estaduais e federais, recomenda:

- O voto nos candidatos comprometidos com as reformas tributária, política, trabalhista e sindical, que garantam em seus programas a defesa da unicidade sindical,

da redução da carga tributária e da modernização das relações trabalhistas, sem redução de direitos.

- O voto em candidatos que defendam os projetos que beneficiam o sistema de saúde, a profissionalização e a melhoria das condições de trabalho no setor da saúde.

Visando a organização e mobilização dos profissionais da saúde em suas lutas e interesses foi realizado, em paralelo ao XIII Encontro Paulista da Saúde e o I Encontro dos Assessores de Comunicação da Área da Saúde e após amplos debates, recomenda:

- Que a Federação e os sindicatos filiados mantenham ativos e organizados seus departamentos de Comunicação

e que invistam na publicação de periódicos e na realização de campanhas focadas e institucionais visando à consolidação dos propósitos preconizados em seus estatutos sociais, quais sejam, o de defender e batalhar pela evolução dos direitos da categoria da saúde.

Com o objetivo de aprofundar os conhecimentos relativos às novas legislações e/ou decisões técnicas pertinentes às áreas trabalhista e da saúde foi realizado em paralelo ao XIII Encontro Paulista da Saúde e o VIII Encontro de Advogados Trabalhistas da Área da Saúde, que após amplos debates, recomenda:

- Que seja mantida a queixa apresentada junto à Organização

Internacional do Trabalho (OIT) pelas centrais sindicais contra a ingerência do Ministério Público do Trabalho e do Poder Judiciário do Trabalho nas atividades sindicais e em defesa da liberdade e autonomia sindical.

- Que as entidades se organizem e exijam das centrais sindicais posicionamento firme junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), visando à colocação em pauta de julgamento da ADIn referente à alteração constitucional imposta pela Emenda 45/04, que impõe a exigência de “comum acordo” para a instauração de dissídios coletivos de natureza econômica; assim como pela revogação da Súmula STF nº 666 e, Precedente Normativo do TST nº 119. Praia Grande, agosto de 2010

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 55

cuida dos trabalhadores da saúde, o serviço prestado melhora significativamente. Por isso é preciso conscientizar os órgãos competentes a garantir boas condições de trabalho nas uni-dades de saúde”, defende Ada Ávila Assunção, coordenadora e pesquisadora do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva

(Nescon), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

No campo da saúde são imprescindíveis ações es-tratégicas que confiram aos recursos governamentais a valorização necessária a esses profissionais. Pouco inves-timento para a reflexão sobre o que está acontecendo reforça o descaso com a dor e o sofrimento não apenas do paciente, mas do trabalhador, aumentando o risco de degradação ético-profissional.

A insatisfação dos trabalhadores pode estabelecer uma relação impessoal em seu cotidiano, permitindo-lhes

abrir mão da característica mais forte do seu trabalho na saúde, que é a interação humana. No Sinsaúde Campinas e Região uma forte atuação em programas educativos por meio do Instituto de Saúde Integrada (ISI) visa ao aperfeiçoamento profissional dos trabalhadores da área,

seja em nível técnico, com atividades inerentes aos setores básicos dos estabelecimentos, até a abordagem ética, em que prevalece a relação paciente-profissional da área.

Essa política é uma iniciativa da própria entidade que, atualmente, não conta com nenhum subsídio governa-mental. “Mesmo com os obstáculos, continuaremos na luta pela valorização do profissional, contando sempre com a participação de cada um, que muito pode contri-buir para o sucesso das reivindicações rumo a uma nova história para a categoria da saúde”, finaliza o presidente do Sinsaúde e da Federação.

Mesas de debates e a delegação do Sinsaúde Campinas e Região no XIII Encontro Paulista da Saúde

Page 18: Revista em Cena 17

atua

lidad

e - p

onto

ele

trôn

ico

Obrigatoriedade do novo ponto eletrônico

é adiada pelo Ministério do Trabalho e Emprego

56 - EM CENA - agosto/setembro 2010

No dia 18 de agosto foi assinada pelo ministro do Trabalho e Emprego, Car-los Lupi, uma portaria alterando a data da vigência referente à utilização do

ponto eletrônico nas empresas. O fato se deu porque os fabricantes do equipamento não tinham condições de atender à demanda dentro do limite previsto pelo

Ministério. Na prática, este prazo será ain-

da maior, pois a partir do dia 1º de março a fiscalização terá que cumprir um período de 90 dias para iniciar as autuações. Neste tempo, os fiscais farão visitas técnicas às empresas com o objetivo de orientá-las.

A medida pretende prevenir fraudes na marcação dos horários e também nas horas extras. O Registro Eletrônico de Ponto (REP) imprimirá um cupom toda vez que o funcionário entrar e

sair do trabalho. O comprovante tem durabilidade de cinco anos e os novos aparelhos devem ser invioláveis, além de ter precisão mínima de um minuto e capaci-dade de bateria para 1.440 horas de funcionamento na falta de energia elétrica. Cada registro deve ter um número sequencial e o aparelho tem que ter uma por-ta do tipo USB para a atuação dos fiscais do Trabalho.

Para o presidente do Sindicato da Saúde Campinas e Região (Sinsaúde), Edison Laércio de Oliveira, o sistema é importante para os trabalhadores da saúde e ajudará principalmente no controle da jornada de trabalho. “Esta é mais uma forma de controle efetivo da jornada de trabalho, principalmente em relação ao banco de horas, que é uma vantagem dada pelo governo às empresas, que deveria ser usada de forma excepcional, mas se tornou rotina em muitos estabele-cimentos de saúde; um verdadeiro abuso”, frisa.

Para a implantação do novo sistema, o empre-gador tem que possuir o atestado técnico, o termo de responsabilidade, emitidos pelos fabricantes dos

A norma que entraria em vigor no dia 26 de agosto deste ano foi prorrogada para o dia 1º de março de 2011

Carlos LupiMinistro do Trabalho e Emprego

foto

: div

ugaç

ão

Page 19: Revista em Cena 17

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 57

equipamentos, e programas utiliza-dos. Além disso, deverá se cadastrar no Ministério do Trabalho e Empre-go (MTE), via internet, informan-do seus dados, os equipamentos e softwares utilizados.

De acordo com o MTE, os fabri-cantes informaram ter a capacidade de produzir 553,5 mil equipamentos até novembro, porém, existe um universo de 800 mil empresas que terão que implantar o novo relógio de ponto, sendo que algumas delas

em mais de uma unidade, por isso, a prorrogação do prazo. Segundo a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT),

empresas com mais de dez funcionários são obrigadas a fazer a marcação eletrônica. Companhias que utilizam o registro de forma manual ou mecânica não precisam se enquadrar na portaria do MTE, já que a decisão vale apenas para as que utilizam ponto eletrônico.

Entendendo a portaria

Publicada em 21 de agosto do ano passado, a Portaria nº 1.510/2009, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), disciplina o uso obrigatório do Registrador Eletrônico de Ponto (REP) nas empresas com mais de dez funcionários, para efetuar o registro da jornada de trabalho.

Deverá haver no mínimo um REP por local de trabalho. Ele será obrigatório para todas as empresas que optarem pelo registro eletrônico de ponto. A portaria também proíbe o aces-so de pessoas estranhas ao ponto do traba-lhador, que deverá ter identificação específica e exclusiva.

A nova regra deverá ser executada da se-guinte forma:

- Os aparelhos de-verão ter capacidade de realizar controle de natureza fiscal referente a entrada e saída dos empregados nos locais de trabalho.

- Não deve ser possível alterar os dados de abertura e fechamento de ponto.

- A marcação deve ser feita exclusivamente pelo trabalha-dor.

- O aparelho deve ter memória para permitir recuperar os registros e evitar alteração de dados.

- As impressões de tíquetes a cada entrada e saída do trabalhador deverão ser guardadas por ele pelo menos por cinco anos, como com-provante das horas extras realizadas.

Trabalhador terá comprovanteTendo como principal finalidade

evitar fraudes no controle das jor-nadas de trabalho, a portaria exige que os relógios de ponto eletrônicos usados nas empresas emitam comprovantes em papel em todas as entradas e saídas dos trabalhadores, como os recibos produzidos pelas máquinas de cartão de crédito, que vão servir como provas para possíveis ações judiciais. “Esta medida ajudará muito a categoria da saúde, que terá em mãos todos os comprovan-tes de suas horas extras. Com isso, os trabalhadores poderão reivindicar mais por seus direitos quando necessário”, afir-ma Anselmo Bianco, diretor jurídico do Sinsaúde. Entre-tanto, isso não eximirá a responsabilidade do trabalhador de comprovar judicialmente o registro da sua jornada. “É preciso que ele também guarde os documentos relativos aos seus contratos de trabalho”, complementa.

Para os fabricantes, a expectativa é de que 60% dos equipamentos em uso sejam trocados neste ano e no próximo, por causa da nova legislação. A fabri-cante de relógios de ponto Diponto, por exemplo, triplicou as vendas desde a aprovação da nova portaria. “O que temos feito é criar uma lista de espera para aquisição dos equipamentos”, afir-ma Rodrigo Boaro, consultor comercial da empresa.

Uma questão bastante criticada com esta mudança é em relação ao impacto ambiental causado com a emissão de papel, mas o Ministério do Trabalho garante que a porta-ria promove a sustentabilidade, pois o papel empregado é 100% reciclável e tem as fibras retiradas de madeira origi-nada de reflorestamento de eucaliptos. A comprovar.

Anselmo BiancoDiretor jurídico do Sinsaúde

Campinas e Região

Edison Laércio de OliveiraPresidente do Sinsaúde

Campinas e Região

foto

: div

ulga

ção

Page 20: Revista em Cena 17

nutri

ção

- águ

a co

m s

abor Água com sabor

a nova onda do momento

58 - EM CENA - agosto/setembro 2010

Com certeza você já viu e tomou essas novas águas com sabor existentes no mercado. Mas vale destacar que elas são ricas em conservantes, geralmente

gaseificadas, além de conter sódio e outras subs-tâncias que, ao serem consumidas frequentemente e em excesso, não fazem bem à saúde.

Para os que não têm o hábito de beber água, essa pode ser a saída, mas é claro que nada, nem mesmo a água com sabor substitui o bom e saudável copo de água tradicional.

As indústrias de bebidas resolve-ram apostar nesta novidade e a cada dia surgem novas marcas e novos sabores; no geral, a composição destas bebidas é semelhante: água levemente gaseificada, aroma de fruta e adoçantes artificiais.

Para quem não gosta de tomar água e se preocupa em controlar as calorias consumidas para perder peso, esta é uma ótima opção. Refresca a garganta, mata a sede, engana a fome e não tem calorias. O maior benefício da água com sabor é para as pes-soas que não têm o hábito de tomar a quantidade de água que o organismo necessita por dia, que é de cerca de dois

litros. Então, realmente acaba sendo uma alterna-tiva, mas o conselho da nutricionista Regina Stella Bueno Serrano, do Hospital Vera Cruz, de Cam-pinas, é que não se deixe de beber água pura.

A água com sabor por ter zero caloria também é uma alternativa para aqueles que gostam de beber refrigerantes, que contêm açúcar em sua com-posição, o que, em excesso, pode elevar o peso,

causar vários problemas, entre eles o dentário, por exemplo. Mesmo nas versões light e diet, apesar de não con-ter açúcar, têm mais aditivos do que as águas com sabor. “Mas o melhor mesmo é a água pura, o suco de fruta natural, a água de coco e os chás, que, além de hidratar, repõem os nutrien-tes necessários que o organismo perde diariamente”, alerta a nutricionista Regina Stella.

Segundo ela, a maioria das marcas de águas com sabor tem aspartame e, por ser um adoçante artificial, o ex-

cesso é prejudicial à saúde. “Se for possível, prefira as que têm sucralose, que é um tipo de adoçante melhor para a saúde”, aconselha a nutricionista.

Gosto de limão, maçã, tangerina, laranja, hortelã, abacaxi, pitanga, entre outros, gaseificada ou não, é a nova onda para matar a sede

Regina Stella SerranoNutricionista

Page 21: Revista em Cena 17

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 59

Água com sabor x sucos de frutasAlguns tipos de água indicam a presença de vi-

taminas, mas não se pode comparar com o teor e a quantidade encontrados em sucos de frutas. Um copo de suco de fruta natural, com certeza, tem calorias e dependendo da fruta, uma quantidade considerá-vel, mas terá nutrientes, como vitaminas, minerais, antioxidantes, enfim, várias substâncias importantes para a saúde e para a pele. “As calorias das frutas são bem-vindas. Ao contrário das calorias ‘vazias’, que não trazem benefício algum para a saúde, só engordam”, destaca Regina Stella.

Os sucos também podem ser incrementados com hortaliças, como cenoura e beterraba. Além de fazer bem ao organismo, contribuem para deixar a pele mais bronzeada quando exposta ao sol, em virtude do be-tacaroteno presente em todos os vegetais de coloração verde, vermelha e amarelo-alaranjada.

“As frutas são fontes de fibras, ajudam a regular o trânsito intestinal, além de colaborar com a normalização dos níveis de colesterol e glicemia no

sangue”, pontua a nutricionista. “Mas vale lembrar que por mais incrementados que sejam, os sucos não substituem as refeições. Suas funções são de comple-mentá-las ou serem apreciados em seus intervalos, mas não exceda na dose, mesmo os mais inocentes sucos de frutas podem contribuir com calorias a mais se você exagerar”, alerta a nutricionista.

Analise você mesmo os prós e contras da água aro-matizada e saboreie esta nova bebida com moderação.

Receita de água aromatizada

Para quem não sente a necessidade de beber água e descobriu a saída na aromatizada, aprenda a fazer a bebida em casa, usando a criatividade. Um simples copo de água pode se transformar em um drinque refrescante, delicioso, saudável e bonito, trazendo um prazer especial no hábito de beber água e é ideal para manter aquela dietinha saudável. Pode ser preparada com diversos ingredientes, como casca de frutas e especiarias, o que vale é usar a criatividade.

Ingredientes1 litro de água 1 casca de lima da pérsia cortada em espiral

Modo de fazerColoque a casca de lima da pérsia na água e mantenha na geladeira por, pelo menos, 1 hora para que a água adquira o gosto refrescante da casca. Retire a casca da água ou não, conforme sua preferência. Dica: no lugar da casca de lima da pérsia pode se usar a de laranja, limão, pétalas de rosas, cravo-da-índia, gengibre, folhas de hortelã, etc. Enfim, tudo o que mais sua imaginação permitir e seu paladar aprovar. Outra dica é adicionar nas fôrmas de gelo casquinhas de limão, amora, morango, ou qualquer fruta que aprecie.

Page 22: Revista em Cena 17

turis

mo

- cid

ades

dos

vin

hos Vinho é tradição

nas cidades paulistas

60 - EM CENA - agosto/setembro 2010

A principal região produtora de vinho do País, a região sul, não é a única a trabalhar com o vinho e atrair turistas. Cidades do interior de São

Paulo, como Valinhos, Vinhedo, Louveira e Jundiaí, também produzem a bebida, em menor escala, por meio do cultivo de diferen-tes tipos de uva. Classificadas como uvas de mesa, as variedades produzidas pelas cidades paulistas são conhecidas pelo modo artesanal de fabricação e a tradição do cultivo, passada entre famílias, de geração em geração.

TradiçãoEm Jundiaí, a história do vinho começou

em meados de 1880 pelas mãos dos imigran-tes italianos. Vindos ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café, estes imigrantes passa-ram a cultivar em seus modestos terrenos a videira e, com ela, produzir vinho para uso

familiar.A principal variedade

plantada era a isabel, acompanhada pelas catawba, clinton, her-bemont e jacques. Tais variedades, porém, logo começaram a ser substituídas pela niá-gara branca, também trazida dos Estados Unidos, que a partir de 1910 teve intensa dis-seminação em Jundiaí. A partir de 1920, outras variedades foram sendo introduzidas na agricul-tura e, assim, substituindo outras. Em 1933, por mutação natural, apareceu

Produtores de vinho tornam as cidades mais atrativas para o turismo e se destacam no cenário nacional. Este é o perfil do Sul do País? Sim, mas também de cidades do interior de São Paulo. Valinhos, Vinhedo,

Louveira e Jundiaí, aos poucos, ganham fama, turistas e consumidores da bebida produzida em vinícolas das cidades

Page 23: Revista em Cena 17

agosto/setembro- 2010 - EM CENA - 61

a niágara rosada, que se transformou na variedade-símbolo da viticultura jundiaiense, condição que

perdura até os dias atuais. Nos dias atuais, em solos jundiaienses, acham-se plantadas 10 milhões de videiras,

ocupando uma área de 1.900 hectares, com predominância total da variedade

niágara rosada. Em pequena escala, são também cultivadas variedades

de uvas finas, entre elas: itália, rubi, benitaka, brasil, patrícia e

maria.Cidade com pouco

mais de 360 mil habi-tantes, abriga famílias

tradicionais na arte de produzir vinhos. Famílias Carbonari, Lourençon, De Marchi e outras iniciaram os vinhe-dos em Jundiaí na década de 1890. Hoje, mais de mil

propriedades cul-tivam a uva niágara

rosada. Os bairros tradicionais de cultivo

da uva e que mais produ-zem são Caxambú, Traviú,

Rio Abaixo, Engordadouro, Roseira, Rio Acima, Medeiros,

Corrupira e Jundiaí Mirim.

Festa da UvaVideiras também são fontes de renda

em diversos bairros dos municípios de Louveira e Vinhedo. Elas fomentam o consumo de uvas e derivados da fruta,

como sucos e vinhos, e também o turismo local com a Festa da Uva. O evento é realizado todos os anos nestas cidades, assim como em Jundiaí, para celebrar a colheita dos frutos, homenagear os imigrantes que ajudaram a construir o município, além de fomentar o comércio de uvas e vinhos e o turismo.

Em Vinhedo, a festa existe desde 1948 e, hoje, é o maior evento turístico da cidade, acontecendo sempre no início do ano, entre janeiro e fevereiro. Em Louveira, existe desde 1967. Ambas têm tudo em comum: na Festa da Uva, os visitantes participam de passeios agroturísticos, venda e leilão de frutas, tirolesa (cabo aéreo), em Louveira; assistem a shows de artistas conhecidos nacionalmen-te, apresentações de dança, desfile de cavaleiros; podem comprar uvas, vinhos e artesanato, além de terem, como atração, o parque de diversões. Devido aos atrativos e pela entrada ser gratuita, cada uma das festas reúne mais de 300 mil pessoas nos cinco dias do evento.

A festa é toda abastecida pelos produtores. Em Louvei-ra, por exemplo, das 365 propriedades rurais do muni-cípio, 230 trabalham com a uva niágara em uma área de 652 hectares, onde são cultivadas aproximadamente 3,6 milhões plantas que produzem anualmente 10 mil tone-ladas de uvas, sendo 65% na safra normal, que ocorre de dezembro a fevereiro, e 35% na safra temporã, que ocorre entre abril e junho. Desta maneira, as videiras louveirenses representam 9,6% do total produzido no Estado de São Paulo.

Associações organizadasOs produtores de uva não só vivem da venda da fruta

e dos sucos e vinhos, como se organizam em associações. Exemplo disso é a Associação dos Vitivinicultores de Va-linhos (Aviva), fundada em 2006 para unir os produtores de vinho do município, trocar experiências e compartilhar conhecimento. A associação reúne produtores de 12 cida-des (Campinas, Valinhos, Vinhedo, Itupeva, Indaiatuba, Jarinu, Jundiaí, Amparo, Lindóia, Rio Claro, São Miguel Arcanjo e Itapira).

Origem do vinho

A ciência descobriu que o vinho existe desde a Idade da Pedra, por volta de 8000 a.C. Os paleontólogos (que estudam os fósseis) encontraram sementes de uvas desta data na Turquia, Jordânia e Rússia.

Atribuem que a bebida foi criada por acaso. Colhidas, as uvas eram colocadas em recipientes dos quais poderiam colher seu suco. Os egípcios foram os primeiros povos a registrar detalhes da vinificação em suas pinturas, que datam

de 3000 a.C. Eles perceberam, por acaso, que o suco de uva, depois de um certo tempo parado, tinha um certo teor alcoólico e assim concretizaram o vinho.

Depois disso, os romanos introduziram o estudo dos vinhos (enologia) e apresentaram técnicas para ter maior quantidade de açúcar. Cozinhavam o sumo das uvas antes de acabar a fermentação, ou murchavam as uvas nas videiras. Foi na Grécia, entre os séculos VI e II a.C., que surgiu a indústria vinícola. O país levou o vinho para a Itália após 800 a.C.

Page 24: Revista em Cena 17

mod

a - b

ioti

po

A primeira impressão é a que fica

62 - EM CENA - agosto/setembro 2010

Seu corpo pode ser esbelto, mas se errar na hora de escolher uma roupa pode torná-lo “magro e sem estilo”. Assim como cortes de cabelo, que se encaixam no estilo de cada rosto, as

roupas devem se ajustar ao formato do corpo. Elas de-vem valorizar algumas partes e disfarçar imperfeições, afinal um visual agradável é facilmente bem-visto.

Roupas caras e de grife não adiantam nada se o visual como um todo não agradar nem um pouco. Não é preciso gas-tar rios de dinheiro em maquiagem, roupas e acessórios e sim escolher cada item com atenção, conforme o tipo de corpo.

Comprar roupas que ficam apertadas ou largas demais e looks que nunca vai usar é falta de conhe-cimento de seu biotipo. De acordo com a consultora de Imagem e Estilo, Ana Tomasetto, na hora de experimentar a roupa é fundamen-

tal checar o caimento, pois ele é mais importante que o visual.

“A roupa não deve ser muito larga, nem apertada. É preciso ver se a cor ilumina você e também verificar o conforto que ela proporciona. Não deve formar pregas, nem dobras e sim valorizar o corpo”, diz Ana.

O jeans, por exemplo, é uma peça versátil para muitas ocasiões. “Para ter um jeans perfeito, ele deve ser escuro, isto é, azul ou preto, e cintura intermediá-ria, para segurar a barriga e não marcar. Deve ter bol-sos atrás, sem detalhes ou com poucos, além de strech e pernas retas”, diz Ana, que ainda reforça que um jeans, como este, pode ser usado com tudo. “Emagrece e veste bem, combina com todos os biotipos e looks para o dia ou para a noite”, completa.

De acordo com Ana, para descobrir qual o biotipo de seu corpo, basta se olhar no espelho e imaginar uma forma geométrica. Se os ombros são mais estrei-tos que o quadril, o formato do corpo é o chamado pera. No caso dos ombros serem mais largos que o quadril: triângulo. Quando os ombros, a cintura e o

Ter autoconhecimento é o segredo para se vestir bem

Ana TomasettoConsultora de Imagem e Estilo

Page 25: Revista em Cena 17

Confira algumas dicas do que vestir, mas se atente que o lema é “autoconheci-mento”.

Pera - Usar: babados, golas, lenços, colares, saias secas e calças escuras. Evitar: vestido godê, calça saruel, minis-saia e calças com pregas.

Ampulheta - Usar: camisas e vestidos

acinturados, calças retas e saias mais justas.Evitar: vestidos de corte reto e roupas que escondam as formas.

Triângulo - Usar: saia evasê, calças com a boca larga, twin set, blusas de linha e camisas simples.Evitar: tomara-que-caia, frente única, boca afunilada nas calças, jaquetas curtas.

Oval - Usar: roupas do tamanho certo, decote em V ou U, manguinhas, calças retas, camisas, blazer de tricô na altura do quadril, vestir modeladores.Evitar: calças cintura baixa, gola rolê, calças com prega.

Retângulo - Usar: decote U ou V, tricôs longos com cintura marcada.Evitar: vestidos de corte reto, camisas lar-gas, camisetas e blusas volumosas de lã.

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 63

quadril se equivalem: retângulo. Já, se a medida dos ombros e do quadril se equivale e a cintura é definida, o formato é ampulheta. E, por último, se a cintura é maior que as medidas dos ombros e quadril: oval.

Poliana Becker Goese, 25 anos, trabalha no Hospital Santa Edwiges, no setor administrativo, e, segundo a con-sultora Ana, tem o biotipo ampulheta. “Neste caso é preciso sempre valorizar a cintura, utilizar roupas ajustáveis. Um exemplo é o cardigan azul (foto). É leve, pode ser usado em eventos, no trabalho, em casamentos, mas a Poliana precisa usá-lo com um cinto para definir a cintura”, explica Ana.

O mesmo look é possível usar durante o dia e à noite, mudando os acessórios. “Bolsas maiores são sempre para o dia. À noite use uma carteira. Outra dica importante são sapatos e bolsa, eles nunca devem combinar, só precisam ter uma ligação”, revela a consultora.

Já, Ana Paula Ribeiro, 31 anos, que trabalha na San-ta Casa de Misericórdia de Campinas como técnica de enfermagem, possui o tipo físico oval. “A Ana Paula precisa evitar colares muito longos e, para harmonizar, é preciso criar uma linha longa que chame a atenção para rosto e ombros”, diz Ana Tomasetto.

Uma blusa com detalhes nos ombros, calça preta reta e acessórios claros, que chamam a atenção, é o ideal de um look dia para quem tem o biotipo oval. A consultora de Imagem e Estilo explica que para disfarçar a barriga

é preciso usar peças de corte simples e decote em V para alongar; preferir tecidos como crepe, seda e malha. “Caso a Ana Paula tenha um casamento, por exemplo, ela pode optar por um decote em V e uma pashimina (echarpe longa usada no pescoço), nos dias de frio”, revela a consultora.

Ana Tomasetto - consultora de Imagem e Estilo Ana Tomasetto é especialista em aparência, comunicação verbal e não-verbal. Assessora seus clientes sobre aparência, comportamento e comunicação auxiliando-os a atingir autenticidade, autoconfiança e credibilidade. Analisa a ima-gem geral da pessoa, como pele, cabelo, rosto, tipo físico e definição do estilo pessoal. Fone (19) 8118-3122.

Lojas:

Gregory do Shopping Iguatemi, em Campinas - (19) 3251-0358

Light Fashion: Av. Dr. Thomaz Alves,145, Campinas - (19) 3233-

5186

Cabelo: Sylvio Hair Stylist - Rua Fernando de Andrade Jr., 271 - (19)

3258-9013

Modelos:

Poliana Becker Goese - Recepcionista do Hospital Santa Edwiges

- Campinas

Ana Paula Ribeiro - Técnica de enfermagem da Santa Casa de

Campinas

Page 26: Revista em Cena 17

Elegância e modernidade estão nos deta-lhes. Isto foi o que comprovou a auxiliar administrativo Gisele da Silva Monteiro, da Clínica Vivência Psiquiatria Dinâmica,

em Campinas, ao passar pelas mãos experientes da profissional de beleza Nilse Vilela. Com um corte atual e prático, cores que valorizam seu tom de pele e maquiagem suave e na moda, Nilse mostrou que é possível seguir as tendências e sofisticar o visual.

Gisele, que se inscreveu para participar da coluna ‘Transformação’ da revista Em Cena, depois de ter visto o trabalho da cabeleireira, também para a re-vista, quase não acreditou quando soube que era Nilse quem iria cuidar de sua aparência. Acostumada com a rotina entre trabalho e família, a auxiliar administrativo deixava a beleza para segundo plano.

“Ao usar os recursos da própria Gisele, consegui deixá-la mais bonita, valorizando seus pontos fortes. Ela tem um rosto delicado e fino, que estava escondido pelos cabelos sem corte e de cor escura”, explica Nilse. “Optei por fazer um corte com navalha, desfiado nas pontas para dar leveza e volume aos cabelos finos e

lisos. Assimétrico e com franja em diagonal, o look despojado e mais claro rejuvenesceu Gisele”, conta.

O toque de mestre ficou em fazer com que o mo-derno ficasse elegante. “Os cabelos curtos ficam bem para quase todo tipo de rosto e valorizam ainda mais a imagem de quem os tem fininhos. O tom mais claro deixou Gisele com ar elegante, enquanto as mechas realçam o movimento do corte”, afirma a cabeleireira.

Para a maquiagem, Nilse lançou mão da cor laranja. “Tons alaranjados são tendência para a primavera/ve-rão 2011, tanto na sombra, quanto no batom e blush. A boca agora está natural, portanto não se deve usar brilho”, ressalta.

Gisele ficou maravilhada com sua aparência. “Eu amei, ficou incrível. Antes não tinha coragem de deixar o cabelo mais curtinho, mas vejo que valeu a pena. Minhas amigas vão ficar pasmas quando me ver!”, falou entusiasmada.

Fonte: Salão Nilse Vilela Cabelo & CorpoRua Dr. Clemente Ferreira, 93, Botafogo - Campinas/SPFones (19) 4141-3083 / www.nilsevilela.com.br

bele

za -

tran

sfor

maç

ão Modernae sofisticada

“Eu amei, ficou incrível. Antes

não tinha coragem de

deixar o cabelo mais curtinho.”

64 - EM CENA - agosto/setembro 2010

PARTICIPESe você quer participar da coluna Transformação, entre em contato com a Diretoria de Comunicação do Sinsaúde pelo e-mail: [email protected] ou escreva para Duque de Caxias, 368 - Centro - CEP 13015-310 - Campinas/SP.

Page 27: Revista em Cena 17

dica

cul

tura

l - m

úsic

aMúsica clássica

é apreciada pelo gosto popular

Desde o início do século 21, o público que assiste a concertos tem se diversificado. Se nos séculos passados, assim como retratam os filmes de época, a plateia era composta

somente por famílias com alto poder aquisitivo, hoje, a realidade é bem diferente. Pessoas de diversas classes sociais e idades apreciam, emocionam-se e afirmam gostar verdadeiramente das composições de Mozart, Villa-Lobos e Chopin.

Esse é o caso do jovem panamenho Miguel Vasquez. Com 19 anos, o músico integra a Orquestra Jovem das Américas há mais de um ano, composta por músicos de 20 países. Tão jovem, ele explica por que gosta do gênero clássico e não de outros ritmos, como o reggaeton (mis-tura de reggae jamaicano e hip hop), bastante apreciado pelos jovens de sua idade no Panamá. “Meu avô tocava contrabaixo, minha irmã toca violino e meu pai sempre adorou música, portanto cresci ouvindo e gostando”, lembra o violoncelista.

Gosto esse que virou profissão. “Em 2009 assisti a um concerto da Orquestra no Panamá e me interessei bastante em participar. Quan-do houve teste para a escolha de novos participantes, me inscrevi e fui seleciona-do”, conta ele.

Roberto Ring, maestro e diretor artís-tico do Concertos de Paulínia, cidade do interior de São Paulo, afirma que o gosto popular pela música clássica se deve ao fato de as pessoas passaram a ter mais acesso aos concertos. “O Poder Público passou a se preocupar mais em levar a orquestra até as pessoas, por exemplo,

proporcionando apresentações gratuitas à população”, avalia ele.

O maestro conta que, contrariando à ideia de que a música clássica seja apreciada somente pelo público rico, os concertos feitos em locais carentes concentram o público mais receptivo ao gênero. “Percebo que os lugares em que mais gostam de nos ouvir são aqueles em que a população tem poucos recursos financeiros. Eles apreciam com emoção, vibram. Credito isso ao fato de que em São Paulo, por exemplo, as pessoas são bombardeadas diaria-mente por uma infinidade de opções de lazer. Em cidades pequenas e mais humildes, o valor que estas pessoas atri-buem a um concerto é muito maior”, pondera Roberto.

Para ele, as pessoas não gostam de determinados tipos de música por preconceito. “Tanto que existem pessoas que não gostam de música clássica por achar que é frescu-ra, quanto existem aquelas que só gostam de música clás-sica e discriminam os ritmos populares. Música é sempre maravilhosa e é preciso aprender a ouvi-la, sem rótulos e prejulgamentos. Rótulos são sempre ruins”, afirma ele.

Com o intuito de derrubar os estereótipos, existem concertos em que os maes-tros misturam estilos musi-cais. “Nestes casos, quando tocamos uma música popular brasileira, como, por exem-plo, canções de Gilberto Gil, tocamos com todo respeito e pompa. E quando tocamos Mozart, isto é feito com descontração. Quebrado o rótulo, você percebe que tudo é música”, finaliza.

O perfil de uma pessoa pode ser traçado por suas preferências e hábitos. Porém, se esta pessoa tivesse a oportunidade de experimentar coisas novas, conhecer outras opções, será que seus gostos e suas

atitudes não seriam diferentes? Isto é o que defendem alguns músicos de orquestras, ou seja, que uma grande quantidade de pessoas pode se interessar por música clássica se aprender a ouvi-la

Miguel VasquezMúsico Roberto Ring

Maestro e diretor artístico

agosto/setembro 2010 - EM CENA - 65

Page 28: Revista em Cena 17

saúd

e em

fato

s e

foto

s - a

rara

s

66 - EM CENA - agosto/setembro 2010

O Sinsaúde Campinas e Região homenageia os traba-lhadores de sua base de representação que acreditaram na força do Sindicato, empenhando-se em suas lutas

e conquistas para que a entidade ultrapassasse as barreiras do tempo, impingindo uma imagem positiva por mais de 71 anos.Os homenageados nesta edição são os profissionais da região de Araras, dos mais variados setores, mas que integram uma só equipe, que pode ser traduzida pela dedicação em salvar a vida do próximo. São profissionais que lutam para ter seu trabalho reconhecido e respeitado pela sociedade.Nas edições anteriores tiveram destaque, nesta coluna, os traba-lhadores das cidades que compõem a base de Tupã, Araraquara, Americana, Amparo, Atibaia e Dracena, que, como Araras, são formadas por profissionais que acreditaram no Sinsaúde e apoiam sua luta.Cada profissional, independente do trabalho que exerce, enfrenta desafios diários para salvar vidas e luta diariamente para vencê-los. Entre ganhos e perdas, dores e alegrias, os profissionais da saúde de Araras se mostram capazes de enfrentar os problemas que a vida profissional lhes impõe. Homenageá-los nesta página da revista é uma forma de agradecer a dedicação e o esforço pelo bem-estar das pessoas que necessitam de seus cuidados quando se encontram fragilizadas.

Saúde em fatos e fotos

Hospital Pró-Saúde

Hospital Pró-Saúde

Clínica Sayão

Clínica Sayão

Hospital Pró-Saúde

Clínica Sayão

Page 29: Revista em Cena 17

sins

aúde

- d

iret

oria

Diretoria Efetiva

Presidente: Edison Laércio de OliveiraVice-presidente: Leide MengattiSecretário-geral: Pedro Alberto TolentinoTesoureiro-geral: Carlos Alberto Cairos1º secretário: Osvaldo Ferreira de Souza1ª tesoureira: Beatriz Campos de PaulaDiretora social: Maria Aparecida dos SantosDiretora de Patrimônio: Vicentina da Silva Melo AndréDiretor de Esportes e Lazer: Peter Douglas Sawinski da SilvaDiretora de Ass. Culturais: Maria de Lourdes Carvalho de SouzaDiretora de Orientação Sindical: Débora C. R. AzevedoDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do NascimentoDiretor de Assuntos Jurídicos: Anselmo Eduardo Bianco

Diretoria Suplente: Luciana Cristina Vigilato, João de Fátima, Maria Neves, José Carlos Marciano de Souza, Rosa de Lourdes dos Santos Gonçalves, Ivani da Silva Braga, Edson Eugênio, Luiz Ribeiro da Silva, Márcia Regina Limiro, Paulo Sérgio Pereira da Silva e Gilvan Pereira de Lima.Conselho Fiscal - Efetivos: José Ricardo Doná, Vicentina Natalina Rod-rigues, Maria Rosa CarvalhoConselho Fiscal - Suplentes: Márcia Regina Lima Alves, Ana Paula da Silva Augusto, Aparecida Bernadete Soares SalesDelegados representantes na Federação Efetivos: Moacir Pizano e José Augusto de SousaSuplentes: Olavo Sabino de Carvalho, Antonio Luiz dos Santos

Sede CentralRua Duque de Caxias, 368 - Centro CEP 13.015-310 - Campinas - SPFone (19) 3739-4277 Site: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected] SubsedesAmericana: Rua Padre Epifânio Estevam, 510 Centro - Fone (19) 3462-1680e-mail: [email protected]: Carlos Roberto Resende FigueiredoTesoureiro: João Carlos da SilvaSecretário: Otoniel Pereira de MatosSuplente: Edézio Millo

Amparo: Rua Washington Luís, 165 Fone (19) 3807-5225 E-mail:[email protected]: Mateus Antonio de Oliveira Calori Tesoureira: Nilza Maria ContenteSecretária: Vanessa Godoy CamposSuplente: Juliana Guilherme

Araraquara: Avenida Prudente de Morais, 872 Fone (16) 3335-1218 E-mail:[email protected]: Antônio Ap. dos SantosTesoureiro: Vladimir Sarandi NetoSecretária: Claudete Ap. DefavereSuplente: Rui Ap. Orrico da Silva

Araras: Rua Presidente Roosevelt, 110, Jd. Belvedere - Fone (19) 3541-8032E-mail: [email protected]: Tereza Ap. MendesSecretária: Roberta PereiraTesoureiro: Manoel Antônio de CamposSuplente: Carlos César Poletti

Atibaia: Rua José Bim, 349/1º andar/sala 2 Fone (11) 4412-4428E-mail: [email protected] responsável: Vicentina da Silva Melo André

Posto de Atendimento em Bragança Paulista: Rua Cel. Assis Gonçalves, 774 Fone (11) 4033-7028. Diretora responsável: Vicentina da Silva Melo André

Dracena: Av. Expedicionários, 1.256 Fone (18) 3821-5392 E-mail: [email protected] Presidente: José Sérgio de FreitasTesoureira: Nilza Pereira Gomes AzevedoSecretária: Regina Pereira da SilvaSuplente: Jesus Gomes da Silva

Espírito Santo do Pinhal:Rua Senador Saraiva, 260 Fone (19) 3651-4135 E-mail: [email protected] Presidente: Paulo GonçalvesTesoureiro: João Batista EsperançaSecretária: Damaris Bertuqui CavinattiSuplente: Maria Madalena Ribeiro da Cruz

Posto de Atendimento em São João da Boa Vista: Rua Oscar Janson, 13Fone (19) 3623-1834Diretor responsável: José Ricardo Doná

Itapira: Rua da Penha, 318 Fone (19) 3863-0950 E-mail: [email protected] Presidente: Ademir Aparecido Nani Secretária: Isilda Grassi Cola Choqueta Tesoureira: Roseli Ap. Silva Garcia Suplente: Ed Marcelo Pracchias

Posto de Atendimento em Mogi Guaçu: Avenida 9 de Abril, 288, Centro Fone (19) 3818-4442 E-mail: [email protected] Diretora responsável: Isilda Grassi Cola Choquetta

Indaiatuba: Rua Adhemar de Barros, 126 Fone (19) 3825-0755E-mail: [email protected]: Renata Cristina B. MartinsSecretário: Ariston Isidio de MeloSuplente: Adriana Oliveira Souza Fernandes

Jundiaí: Rua Rangel Pestana, 1.344 Fone (11) 4586-6655E-mail: [email protected] Presidente: Anéres Fernandes de Matos Secretária: Marilza de Fátima G. Servilha Tesoureiro: João Carlos de Lima Suplente: Daniela Aparecida da Silva Calegari

Limeira: Rua Piauí, 957, Vila Cláudia Fone (19) 3441-3473 E-mail: [email protected] Presidente: Ana Paula Delfino dos SantosSecretária: Neusa Artigozo Tesoureiro: Gilson Aparecido Furlan

Marília: Rua: Amazonas, 80, CentroFone (14) 3413-1147 E-mail: [email protected] Presidente: Aristeu Carriel Secretária: Cleuza Teodoro de Paula Tesoureiro: Cláudio de Oliveira Silva Suplente: Roberto Carlos Turola

Espaço Sindical em Garça:Rua Padre Paulo de Toledo Leite, 252 Fone (14) 3471-0103Diretor responsável: Aristeu Carriel

Tupã: Rua Cherentes, 1.005 Fone (14) 3496-1936E-mail: [email protected] Presidente: Orides Sávio Vivi Secretária: Darci Moreira dos Santos Tesoureira: Ivanilde da Silva Suplente: Cosme José de Oliveira

Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de CampinasSite: www.sinsaude.org.brE-mail: [email protected]: Edison Laércio de OliveiraDiretora de Comunicação: Sofia Rodrigues do Nascimento

Filiado à:

Page 30: Revista em Cena 17