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REVISTA ALVO - Edição 17 A nova mania do bem estar. RUNNING ENTREVISTA BARBADOS O Dep. Cláudio Puty fala de eleição, mensalão e os novos rumos da política. A nova tendência da vaidade masculina. MUNDO C IDADÃOS DO DISTRIBUIÇÃO EM CONDOMÍNIOS 9 772179 949008 17 Acompanhe a trajetória de quem se aventura para adquirir experiências e novas culturas em outros países. + 17 II

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A revista dos condomínios traz informação e entretenimento de uma forma elegante e agradável.

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Revista alvo - Edição 17

A nova mania do bem estar.Running

EntREvista

BaRBados

O Dep. Cláudio Puty fala de eleição, mensalão e os novos rumos da política.

A nova tendência da vaidade masculina.

MUNDOCidadãos do

distribuição em condomínios

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Acompanhe a trajetória de quem se aventura para adquirir experiências e novas culturas em outros países.

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Perfil

Editorial Traços e Ideias

Direitos e Deveres

Capa

InformeEntrevista

Saber Educar

Comportamento

Eventos

Acelerar

Lorotas

Ditando o Chic

Gastronomia

Papo Seguro

Sabores

Turismo

EsportePlayground

Prescrição de taxas condominiais. - por Dr. Nazareno Nogueira Lima

Exploradores de Cultura.

Deputado Cláudio Puty.

Prêmio ACIA: Empresa de Qualidade.

Ticket-havaiana e vale-brinde - por Patrícia Bahia

Tiago e Diego Homci.

Cremação: uma prática milenar- Max Domini.

A hora da barba.

Pirarucú salgado em Aioli.

Major Leonardo Marcony.

Cerveja: moderando a apreciação.

Guerra e Paz nos Andes Peruanos.

Corridas de rua ganham adeptos em Belém.

Para entreter: música, cinema,aplicativos e literatura.

Gravidez e Exercício: compreenda e aproveite os benefícios.

Os anos ostenta - por Antônio Carlos Lobato.

Os tigres não sabiam o trivial - por Elba Magave.

Sala de Estar: conforto, estilo e beleza - por Conceição Barbosa

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Alexandre RochaEditor Responsá[email protected]

Caros leitores,

O ano que se inicia traz perspectivas de grandes acontecimentos: ano de Copa do Mundo no Brasil, eleições para presidente (a) da república, governador, senadores, deputados federais e estaduais. Mas não podemos esquecer o ano que passou, o ano em que mudamos a percepção sobre o nosso povo. As manifestações que ocorreram em 2013, talvez para alguns, não tivessem o efeito imediato que pretendíamos, porém, não nos resta dúvida da esperança de mudanças essenciais em nosso país, que as mesmas nos trouxeram. Será que de fato as eleições de 2014 serão a oportunidade de alcançarmos a verdadeira mudança? Sabemos que não basta apenas votar nos bons gestores e legisladores, se não os cobrarmos de forma direta e regular, durante seus mandatos. Esta atitude, sim, será a grande manifestação que provocará uma sociedade mais igualitária e justa, democraticamente sonhada.

Na matéria de capa desta edição, fomos em busca de pessoas que estão trocando experiências em outros lugares. Esse êxodo está se intensificando entre os jovens brasileiros que buscam conhecimento e cultura em países mais desenvolvidos.

Para os apreciadores de uma boa bebida fermentada, trazemos uma matéria sobre a inegável paixão nacional nas mais diversas ocasiões: a cerveja.

Registramos também a nova mania dos belenenses: a corrida de rua e como esta atividade promete beneficiar a saúde, além de promover uma melhora da autoestima aos seus praticantes.

Destacamos também a origem, a misticidade e as belas paisagens de Machu Picchu, cidade localizada nos Andes Peruanos.

Aproveite e boa leitura!!!

Editor ResponsávelAlexandre Rocha DRT/PA 2233. Editor de Conteúdo:Timóteo LopesRepórteres:Catarina Barbosa, Liandro Brito, e Thiago Viana. Atendimento Comercial:Rejane Alencar, Mauro Marinho.Fotografias:Everton Saraiva, Marcus Barbosa.Criação e Design:Marcelo Sousa.

*ERRATA - 16º edição:Foto da página 40 é de autoria da fotógrafa Luciana Maia Marinho.

Gráfica:HalleyTiragem:10.000 exemplares

A revista Alvo (ISSN 2179-9490) é uma publicação trimestral da Alvo Tecnologia Serviços de Publicidade Ltda EPP. Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos ou imagens sem prévia autorização do editor.

expediente

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editorial

Credenciada

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direito e deveresJosé Nazareno Nogueira [email protected]

Pres. do SINDCON eVice-Presidente da FESECOVI

PRESCRIÇÃO DE TAXAS CONDOMINIAIS

A prescrição é matéria abrangente e complexa, pois atinge a várias áreas do direito, como o tributário, criminal, civil, administrativo e outros.

No momento, iremos tratar dentro da lei civil, da prescrição de cotas condominiais com área de abrangência apenas nas taxas condominiais e taxas extras, multas e juros delas decorrentes ou de penalidades impostas.

Primeiramente, vamos conceituar a prescrição, conforme encontramos no Dicionário Prático de Tecnologia Jurídica e de Brocardos Latinos, de Iêdo Batista Neves, que assim expõe: “Em direito penal, diz-se da extinção da responsabilidade criminal do acusado, por se achar findo o prazo legal da punição que lhe fora imposta por sentença judiciária. Diz-se, também, da decadência do direito de punir o delinquente, por inação do seu titular que não o exercitou dentro do prazo que para esse fim a lei lhe facultara. Em direito privado, diz-se da maneira pela qual e sob certas condições estabelecidas em lei, alguém adquire um direito ou se libera de uma obrigação, em consequência da inércia desta ou daquele, durante determinado lapso de tempo”

Para Bevilácqua, prescrição é “perda da ação atribuída a um direito e de toda sua capacidade defensiva, em virtude do não uso dela durante determinado espaço de tempo”.

O saudoso mestre paraense Dr. Otávio Mendonça nos ensinava nos seus sábios artigos publicados no jornal “O Liberal” que a perda da prescrição atinge tanto quem poderia pleitear como quem deveria defender, ou seja, assume duplo caráter, ora extintiva, ora aquisitiva.

A prescrição então é extintiva, já que extinguem direitos e obrigações, assim como, as ações que lhes correspondem, e resulta exclusivamente da lei.

Quando falamos de cotas condominiais estamos nos referindo, além da taxa condominial e da taxa extra, as multas convencionais e seus acessórios, como multa, juros, atualizações, etc.

Pelo artigo Código Civil, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, a prescrição era de 20 anos (regra do art. 177), portanto, havia uma longa folga para se cobrar os débitos dos inadimplentes.

Com o advento do Novo Código Civil Brasileiro, Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de 2002, com entrada em vigor um ano após (11 de janeiro de 2003), o art. 205 determina que a prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo maior. Assim fica claro que a partir do Código Civil em vigor, a prescrição dos débitos condominiais passaria a prescrever em dez anos.

É bom esclarecer que os efeitos da vigência da lei não retroagem, sendo que a prescrição do débito só seria obtida após completar dez anos a contar da data de entrada em vigor da lei civil, de 11 de janeiro de 2003, assim, as possíveis prescrições só ocorrerão por volta de janeiro de 2013.

Alertamos que somente a lei penal retroage, no cível não há retroatividade, salvo se a lei assim o determinar, portanto os inadimplentes condominiais têm que saber que seus débitos anteriores à nova regra estabelecida pelo Código Civil, só irão prescrever com vinte anos.

Porém, em 18 de agosto de 2011, o Superior Tribunal de Justiça, por meio da Ministra Nancy Andrighi, em julgamento de recurso especial em ação de cobrança de Quotas Condominiais entende que o prazo prescricional é de cinco anos, se baseando nos art. 206, § 5º, I do Código Civil de 2002, por se tratar de cobrança “de dívidas constantes de instrumento público ou particular”.

Embora a matéria não esteja sumulada, se estabeleceu uma grande divergência, pois até então os Juízes e Tribunais vinham aplicando a prescrição decenal para essa matéria.

Existem então duas correntes de juristas que divergem sobre o prazo de prescrição de cinco ou dez anos.

Inclino-me a aceitar a prescrição em dez anos, aplicando simplesmente o art. 205 do Código Civil, pois no relatório onde a Ministra baseia seu voto, não é convincente a alegação de que as quotas condominiais são instrumentos particulares, que integram o art. 206, § I, I do Código Civil, pois se assim o fosse, esse instrumento particular seria aceito como documento de protesto em cartório ou para negativação em órgãos Federais e Estaduais sem que o condomínio incorresse em danos morais por essa atitude.

Isso serve de alerta ao síndico ou administradores condominiais para - enquanto não se decide qual o tempo de prescrição das quotas - que exerçam logo seu direito de cobrança evitando, assim, que mais uma vez o inadimplente se beneficie e torne a decisão judicial mais demorada por meio de recursos.

Se o síndico não cumprir sua função de promover a cobrança dos condôminos inadimplentes, poderá responder por omissão, portanto fique atento se o locatário também não pagar as despesas ordinárias, quem responderá por elas é o proprietário (condômino), tendo em vista que são responsabilidades inerentes à própria unidade devedora, como débito propter rem (em virtude da coisa), diz-se também de ônus reais (acompanha a coisa).

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ELEIÇÕES DE 2014 JÁ MOVIMENTAM PARTIDOS

por Thiago Vianafotos: Marcos Barbosa

Alvo – O Partido dos Trabalhadores acabou de concluir um processo eleitoral interno, que resultou na vitória do deputado estadual Milton Zimmer para a presidência estadual do partido. O senhor participou deste processo como candidato e ficou em quarto lugar. Qual a sua avaliação dessas eleições?Claudio Puty – Disputei o processo eleitoral interno no PT sabendo que dificilmente ganharia, pois meu grupo é historicamente minoritário no partido. Meu objetivo era expressar uma posição divergente da maioria do partido aqui no Pará, que defende que o PT não tenha candidato ao governo do estado em 2014, o que considero grave erro político e uma inflexão negativa na história do PT no Pará. Cumpri uma tarefa vitoriosa, na medida em que o tema dominou os debates e pautou a opinião pública.

O senhor já é considerado um pré-candidato para a disputa pelo governo do estado no ano que vem. Quais as chances de se concretizar a viabilidade da sua candidatura?Coloquei meu nome à disposição do partido para ser consequente com minha defesa de candidatura própria do PT em 2014. Temos vários bons nomes que também podem compor uma chapa majoritária. Se nenhum desses nomes toparem, eu aceito o desafio. A esquerda paraense tem a obrigação de apresentar uma alternativa ao desastre que é o atual governo tucano do Pará. Estou convicto que uma candidatura do PT tem grandes chances de levar a eleição para o segundo turno no Pará e ganhar as eleições.

Também já está sendo amplamente discutido na imprensa o fato de que a presidenta Dilma Rousseff tem o desejo de apoiar a candidatura de Helder Barbalho (PMDB-PA) ao governo do estado do Pará. Se assim o for, é possível que o governo federal esteja considerando a fragilidade do partido no estado?Realmente há uma tendência da maioria da direção nacional do PT ao apoio à candidatura de Helder Barbalho para o governo. Aqueles que defendem essa posição em Brasília querem, na realidade, uma solução para acomodar o PMDB em nível nacional e garantir apoio à reeleição de Dilma. Não me parece, necessariamente, que seja uma avaliação negativa acerca do PT do Pará. Se for o caso, estão enganados. Nosso partido é forte e tem enorme potencial.

Como deputado federal, o senhor é bastante presente e atuante na câmara de deputados sendo, inclusive, o autor de vários projetos e emendas das mais diversas naturezas. Entre suas proposições, quais você destacaria e por quê?Apresentei diversos projetos de lei e relatei muitas matérias de importância nacional e estadual. Destacaria a PEC 92/11, que acaba com a desoneração de bens primários – também chamada de lei Kandir – que é um verdadeiro crime contra o Pará. Apresentei também um PLP regulamentando o Imposto sobre Grandes Fortunas, criado na constituição de 1988 e nunca implementado. Sou o autor do chamado Estatuto dos Extrativistas, que prevê direitos para as populações tradicionais da Amazônia. Fui também o relator na Comissão de

No Pará, o deputado federal Cláudio Puty (PT) é um dos nomes mencionados na disputa para o governo do estado, em oposição ao atual governador Simão Jatene (PSDB). Pesa, ainda, sobre a sua pré-candidatura, o desejo da presidente Dilma Rousseff em não ter candidatura própria do PT no estado, priorizando o apoio a Helder Barbalho (PMDB). Além de deputado federal, Cláudio Puty é Ph.D. em Economia pela New School for Social Research (Estados Unidos) e mestre pela University of Tsukuba (Japão), é graduado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), onde é professor concursado desde 1995. Foi secretário de governo da ex-governadora Ana Júlia Carepa e, em 2010, foi eleito deputado federal com mais de 120 mil votos.Em entrevista à Revista Alvo, Puty fala sobre os cenários dentro do PT-PA para as eleições deste ano, avalia atual gestão e confronta os resultados com o governo petista.

Deputado Federal

Cláudio Puty

entrevista

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Finanças e Tributação do PL que criou a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.Por conta de minha atuação, recebi diversas menções honrosas de instituições que acompanham o desempenho parlamentar. Fui indicado, dentre os parlamentares, como destaque dois anos seguidos pela revista “Congresso em Foco” e mais recentemente fui o único parlamentar eleito pelo DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), dentre todos os deputados e senadores do Pará, a receber o título de “Cabeça do Congresso”.

O senhor é relator da revisão da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Quais são os principais pontos da proposta e quais são as barreiras à sua aprovação pelo Congresso?Depois de ouvir empresários e micro empreendedores de norte a sul do país, construímos uma proposta ousada que valoriza este setor, o principal responsável pela geração de empregos no país. Apesar da resistência das Receitas Estaduais e Federal, conseguimos aprová-la, por unanimidade, na comissão especial que analisou a matéria. Um dos pontos que defendemos foi o ajuste em 50% no teto de faturamento do Simples para o estado do Pará. Hoje a lei federal estabelece um teto de faturamento de R$ 3,6 milhões para o Simples, mas também permite ao executivo estadual estabelecer um subteto que represente a realidade de cada ente federado. No caso do Pará, hoje o subteto estabelecido pelo governo do estado é de R$ 1,8 milhão. Outros pontos do projeto tratam da universalização, que terá como critério de ingresso no programa o faturamento e não mais as atividades desenvolvidas e a preferência das micro e pequenas empresas nas licitações públicas pelos órgãos da administração pública, autarquias, empresas públicas e Sistema S; e do incentivo à exportação.

Na gestão da governadora Ana Júlia, de 2007 a 2010, o senhor foi secretário de estado e chefe da casa civil, administração direta. Nas eleições de 2010, os opositores expuseram a opinião de que foram anos de inexpressividade e estagnação. Qual foi a marca deste governo? Quais os principais legados desta gestão?Seria estranho se o PSDB elogiasse o governo de Ana Júlia, não é mesmo? O fato é que, ao entrarmos no quarto ano do governo Jatene, fica cada vez mais claro que nosso governo foi muito superior ao atual. Você pode olhar sob o aspecto que escolher: volume de investimentos, capacidade de articulação federativa, apoio do governo federal, inovação nas políticas públicas, participação popular e tratamento das diversas regiões e municípios do nosso estado. Basta se lembrar do Navega Pará, do Bolsa Trabalho, das Eclusas de Tucuruí, do volume recorde de investimentos do PAC, da UFOPA, do Ação Metrópole e da histórica conquista da siderúrgica

de Marabá, luta abandonada pelo atual governo.Ana Júlia foi uma governadora mais realizadora que os autodeclarados “bons gestores” do tucanato.Tanto nas eleições de 2006, quanto no pleito de 2010, o PT no Pará se utilizou do discurso de que seria melhor para o estado um governo alinhado com o governo federal. De que forma Lula contribuiu para a governabilidade e desempenho do governo do PT à frente do estado? Quais políticas públicas federais chegaram efetivamente ao estado?A contribuição de Lula e Dilma para o Pará é gigantesca. Basta olharmos o volume de recursos destinados ao PAC em nosso estado, com a pavimentação da transamazônica, Cuiabá-Santarém, ampliação do porto de Vila do Conde, construção das já mencionadas eclusas de Tucuruí e da Hidrovia Araguaia-Tocantins. A grande ampliação do IFPA, com campi em todas as regiões e municípios polo, a criação de duas novas universidades

federais (Unifesspa e UFOPA), além de sabermos que cerca de 850 mil famílias em nosso estado sobrevivem graças aos programas de transferência de renda, como o Bolsa-família, são a demonstração de que a parceria com o governo federal é crucial para qualquer governo no Pará, principalmente, por conta de nossa grave situação fiscal.

No governo Ana Júlia os paraenses sofreram com a grande frustração de Belém não ter sido escolhida como uma das sedes da Copa de 2014. O que faltou? Empenho conjunto de todas as nossas bancadas,

apoio do governo federal ou fomos injustiçados?Antes da decisão, o Presidente Lula avisou à governadora que nossa disputa não seria com Manaus, que era sede garantida. Segundo nos informaram, o perigo vinha do desejo da FIFA em contar com uma sede extra no nordeste, por conta de seus atrativos turísticos e lobby organizado daquele setor. Da nossa parte e do Presidente Lula houve empenho máximo. Nosso projeto foi usado como exemplo de inclusão social em diversas apresentações da própria FIFA. Faltou articulação no interior da própria entidade, que é privada e que tem seus interesses particulares.Ao fim e ao cabo, cometeram uma enorme injustiça e um grande erro de cálculo financeiro, pois escolheram subsedes com pouca tradição no futebol.

No início do semestre, o Brasil foi tomado por manifestações que tiraram o sono de todos os nossos governantes ao expor uma grande insatisfação, de todas as classes e segmentos da sociedade, em relação aos nossos modelos de gestão e, principalmente, em relação aos nossos serviços públicos. Qual a sua análise, como cidadão e gestor público, destes movimentos?Os movimentos de junho foram positivos, pois expressam uma cidadania viva, uma juventude antenada com a política e preocupada com questões de interesse público.

entrevista

A contribuição de Lula e Dilma para o Pará é gigantesca. Basta olharmos o volume de recursos destinados ao PAC em nosso estado, com a pavimentação da transamazônica, Cuiabá-Santarém, ampliação do porto de Vila do Conde, construção das já mencionadas eclusas de Tucuruí e da Hidrovia

Araguaia-Tocantins.”

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A mensagem das ruas, em minha opinião, acena, em primeiro lugar, para a necessidade de uma reforma do sistema político que combata sua corrupção endêmica, e que crie mais canais de contato entre o eleitor e o eleito, questionando a própria noção tradicional de representação. Em segundo lugar, a urgência de uma reforma urbana profunda, com massivos investimentos para melhorar as condições de vida da juventude em nossas cidades.

Qual a sua avaliação destes três anos do atual governo de Simão Jatene (PSDB-PA)?Acredito que a atual gestão tucana surpreendeu negativamente até seus mais ferrenhos opositores. A recente pesquisa CNI/Ibope coloca o governador do Pará com o quinto pior dentre os 27 estados. Os governos do PSDB no Pará são marcados por uma concentração de obras em véspera de eleição, particularmente na capital do estado. O atual governo manteve o padrão elitista e concentrador, combinado com uma nova característica: a baixíssima execução orçamentária. Os investimentos do atual governo estão no menor nível dos últimos 20 anos e não há sinal de que haja vontade de mudar o padrão de governo. Ruim para o Pará, que não pode se dar o luxo de não ter governo. Hoje, basicamente, não temos governo.

Como o atual governo vem tratando obras e políticas públicas desenvolvidas e iniciadas no governo anterior?Após três anos, o governo atual concluiu, mas não colocou para funcionar efetivamente a Nova Santa Casa – obra que deixamos em estado adiantado. Fizemos o projeto, captamos o recurso, licitamos todas as fases da obra e construímos boa parte do prédio em um ano e meio. Até hoje (e já estamos entrando no quarto ano do governo Jatene), o hospital ainda não está funcionando.Questões estruturantes como o sistema paraense de inovação, representado pela SEDECT, FAPESPA, Fórum Paraense de Competitividade, foi totalmente destruído. Os parques tecnológicos abandonados. O Navega Pará parou, assim como a extensão da internet de alta velocidade para o interior do estado.A luta pela verticalização mineral, representada pela ALPA em Marabá foi abandonada. Dá uma tristeza ver tamanho retrocesso nas políticas públicas de nosso estado.

O PT governou Belém de 1997 a 2004 e agora está há quase 10 anos de fora do poder executivo na capital do estado. O que partido destaca em suas duas gestões e qual a avaliação do comando do município nos últimos nove anos?O PT foi extremamente inovador na sua gestão em Belém. Imagine o que foi governar naquele momento. Vivíamos em plena era FHC, onde a regra era não investir em programas como: o PAC, Bolsa família, Minha Casa, Minha Vida, Prouni, Fies. Naquela época nada disso existia. Criamos o Bolsa Escola, reforçamos a atenção básica à saúde com o programa Saúde da

Família, governamos com participação da sociedade através do Orçamento Participativo. Havia uma política educacional e cultural expressiva. O que vimos nos dez tristes anos que se seguiram nos governos “amarelos” foi um desmonte completo da saúde pública em Belém, uma priorização de obras de véspera de eleição e o descasamento entre as políticas federais e as políticas municipais. Hoje, Belém é a capital com maior taxa de favelização, menor índice de saneamento e com maiores taxas de homicídios entre jovens. Uma tragédia do tamanho dos nossos engarrafamentos.Infelizmente, o prefeito Zenaldo Coutinho parece que vai na mesma direção de seu antecessor. Já vamos para o quarto secretário de saúde em menos de um ano, seu irmão comanda as licitações da prefeitura e as obras de macrodrenagem do Una continuam paradas. Espero que mude sua gestão para melhor, mas até o momento,

a esperada parceria entre os governos tucanos do Pará, de Belém e Ananindeua ainda não trouxe boas novas para a Região Metropolitana.

Acabamos de assistir às prisões dos condenados pelo Esquema do Mensalão, um dos maiores escândalos políticos da história contemporânea brasileira, ocorrido durante o governo Lula e que envolveu a alta cúpula do PT. Até que ponto o episódio comprometeu o partido quanto à confiança do povo brasileiro? Como

explicar os altos índices de aprovação do ex-presidente Lula e da atual presidenta Dilma diante destes fatos?O chamado Mensalão, independente de ter existido ou ter sido um esquema de caixa para campanha, foi um erro colossal da direção majoritária do PT, em 2005. O próprio Lula admitiu que havia sido traído e muitos militantes também se sentiram assim. Tanto é que pediram punição exemplar para seus envolvidos. O Delúbio Soares foi inclusive expulso do PT e, depois, readmitido nas fileiras do partido. Entretanto, um erro não justifica outro. O que vimos no julgamento pelo STF foi um festival de atrocidades jurídicas e condenações sem provas, com uso laxo do estatuto da teoria do “domínio do fato” para condenar lideranças como José Genoíno e José Dirceu, em um verdadeiro linchamento público que cria precedentes perigosos para nossa democracia. O desrespeito do direito à ampla defesa, a espetacularização das prisões e a diferença de tratamento em relação ao Mensalão Tucano são chocantes e merecem nossa veemente reprovação. Apesar de toda a exploração eleitoral do fato (não nos esqueçamos do julgamento espichado até a véspera das eleições de 2012), o PT e nossos governos estão firmes e fortes. Talvez o povo saiba reconhecer a diferença entre erros pontuais e um programa que, concretamente, muda para melhor suas vidas.

O PT foi extremamente inovador na sua gestão em Belém. Imagine o que foi governar naquele momento. Vivíamos em plena era FHC, onde a regra era não investir em programas como: o PAC, Bolsa família, Minha Casa,

Minha Vida, Prouni, Fies.”

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Além de ser uma notável história épica, plena de heróis como Capitão Rodrigo e o índio castelhano Pedro Missioneiro, O Tempo e o Vento é uma profunda discussão sobre o significado da existência, da resistência humana diante das guerras. Por isso, para a adaptação cinematográfica, tomamos como estrutura o olhar feminino da quase centenária Bibiana Terra Cambará. Em meio ao cerco do casarão de sua família pelos Amarais, ela se valerá de sua memória, sempre deflagrada em noites de vento, para lembrar e contar sua história e as de seus antepassados. E, assim, resistir ao tempo e protestar contra a

Chloe é uma jovem médica que trabalha num campo de refugiados na Cisjordânia, onde monitora a gravidez de jovens palestinas. Entre postos de fronteira e balas perdidas, Chloe começa a desvendar a guerra e se vê dividida entre os dois lados do conflito.

O filme conta a história de uma mulher (Charlotte Gainsbourg) desde seu nascimento até seus 50 anos, contada pela personagem principal, a auto-diagnosticada ninfomaníaca Joe. Numa noite fria de inverno, Seligman (Stellan Skarsgård), um velho solteiro, encontra Joe machucada e semi-inconsciente num canto. Após levá-la para seu apartamento, ele observa suas feridas e tenta compreender como é que as coisas podem ter corrido tão mal. Ele a escuta atentamente, enquanto em 8 capítulos ela reconta a multifacetada e luxuriante história de sua vida.

Inch’AllahDireção: Anaïs Barbeau-LavaletteDistribuidora: Imovision

Baseado no livro homônimo de Maria Mariana, que também originou a peça teatral e a série televisiva, o filme mostra agora, em 2013, as confissões e confusões de irmãs adolescentes que vivem os amores, dúvidas, decisões e aventuras de sua geração. O difícil rito de passagem dos 14 aos 21 anos.

NinfomaníacaDireção: Lars von TrierDistribuidora: Califórnia Filmes

Para Assistir

Para Baixar

DatamovieIndependenteAndroid

Dumb Ways to DieMetro TrainsIOS e Android

Cadastre de forma simples e rápida todo o seu acervo, bastando apenas informar o nome do filme e deixando o trabalho de buscar informações, trailer, poster, diretores e elenco para o aplicativo. Tenha acesso também aos gráficos gerados pelo aplicativo, para auxiliar você no controle de sua coleção.

Um game diferente de tudo que você ja viu. Desfrute de 15 mini-jogos hilariantes que utilizam as mais diversas formas de jogabilidade. De piranhas a plataformas de cobras,uma grande variedade de maneiras absurdas e divertidas para morrer.

Confissões de AdolescenteDireção: Daniel FilhoDistribuidora: Sony Pictures Brasil

playground

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Para Escutar

Iron & WineOur Endless Numbered DaysSub Pop

Corinne Bailey RaeThe SeaCapitol

O nome Sam Beam não dirá muito à maioria das pessoas, mas Our Endless Numbered Days é o primeiro trabalho gravado no estúdio, já que o anterior era baseado em gravações domésticas. Com esta mudança, a música de Sam Beam ganhou uma amplitude diferente, não perdendo a singeleza e intimidade. O som é mais limpo, locupletado por pequenas pitadas de uma produção pertinente e objetiva, que não desvirtua o sentido da música de Sam, que reside nas suas letras e na sua voz melódica e reflexiva.

Corinne Bailey Rae cresceu artisticamente, mas vale imprimir que o que era meio “música de mulherzinha”, apesar de legal e desde antes ter um pé no blues e no rock, agora pisa firme com os dois pés nestes gêneros. Entre o primeiro e o segundo álbum, como que anunciando a guitarrada que viria, ela até Led Zeppelin cantou. Bom... o Babado Novo também gravou Led Zeppelin, mas, seguindo a boa tradição roqueira dos ingleses, sempre craques em reciclar o melhor da música americana, as pauleiras e baladas (sim, há umas três delas no disco) de The sea o torna um belo lançamento.

A Batalha do ApocalipseEduardo SpohrVerus Editora

Há muitos anos, tantos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon.

Terra dos Romualdos: País dos MaparásSalomão LarêdoSalomão Larêdo Editora

O Livro é uma literatura de testemunho, registro memorial do Baixo-Tocantins, abrangendo as localidades de Igarapé-Miri, Cametá, Mocajuba, Baião e Tucuruí, nos seus aspectos educacionais, religiosos, usos e costumes do povo dessa área. Este livro registra também a presença dos padres da Congregação da Missão (CM) lazaristas holandeses que trabalharam na prelazia de Cametá e, por extensão, anota os presbíteros nativos, aspectos da religião e do trabalho das irmãs Filhas da Caridade (FC) na área da educação e a memória - que é a história -, através também de entrevistas, retratos, documentos que formam o maior corpus de obra já escrita pelo autor na área da memória ou literatura documental ou texto reportagem.

Para Ler

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ditando o ChiCPatrícia BahiaPromoter de Eventos [email protected]

TICKET-HAVAIANA E VALE-BRINDE

F ico impressionada com a falta de educação das pessoas em eventos, seja qual for a classe social: pobre ou rico.

Em casamentos, 15 anos e aniversários os convidados querem levar os brindes pra mãe, avó, tio, sobrinho, afilhado, filho e agregados. Para isso, já há alguns anos institui nas minhas festas o ticket-havaiana.

Na entrada do evento uma recepcionista entrega um ticket para cada convidado para que este o troque pela chinela, podendo escolher seu número, evitando assim que os mais espertos levem vantagem.

No momento oportuno você anuncia que o vale pode ser trocado e cada convidado recebe seu par mediante a entrega deste ticket. É a melhor forma de garantir que todos os convidados irão receber o seu par.

Atualmente, empresas que fornecem havaianas criaram um “Ticket-havaiana diferenciado” que é feito de papel encorpado e pode contar com um elástico para que o convidado coloque no pulso e não o perca.

O mesmo acontece com o vale-brinde, facilitando aos mais educados que recebam o souvenir da festa. Lembre-se que tudo tem que

ser criado com muito bom gosto e seguindo a comunicação visual do evento e os padrões de cores, letras, temas etc...

Hoje, em eventos infantis, os organizadores solicitam que apenas as crianças fiquem ao redor da mesa dos parabéns e somente depois é que os adultos devem se aproximar.

Monta-se um kit-doces(quentinhas) e a entrega é personalizada com o nome da criança convidada.

Em eventos sociais, na mesa de doces coloco uma plaquinha informando: “A mesa de doces será liberada após o jantar, junto com as sobremesas” foi a solução encontrada para os que insistem em atacar a mesa antes do jantar e acabar com tudo em dois tempos.

E por mais farta que seja a mesa de doces, estes desaparecem em poucos segundos. Testemunho convidados colocarem os doces nos saquinhos das havaianas e até nos guardanapos que são furtados. Isso é terrível!

Vale ressaltar que discordo em distribuir saquinhos, pois as pessoas tem que aprender a pegar somente o que desejam consumir naquele momento. Nada de levar pra casa. É falta de educação.

Essas são soluções da vida moderna.

Discordo em distribuir saquinhos, pois as pessoas tem que aprender a pegar somente o que desejam consumir naquele momento.

Nada de levar pra casa.”

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15Revista alvo - Edição 17

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16 Revista alvo - Edição 17

Dupla

perfil

Dose

Gêmeos paraenses vivem irmãos em nova novela da Tv Globo

por Liandro Bito

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17Revista alvo - Edição 17

A atual novela das sete da Tv Globo, “Além do Horizonte”, tem o toque paraense com a interpretação dos gêmeos Tiago e Diego Homci, jovens de 27 anos, que interpretam os irmãos João José e José João. Um trabalha na peixaria e o outro no bar na cidade fictícia de Tapiré. Ainda em Belém, trabalharam como modelos e há apenas três anos decidiram investir na carreira de ator.

A infância, em Belém, foi no bairro Marambaia, na casa do pai, e na casa da mãe, no Jurunas. “A nossa infância foi muito bem vivida. Lembro muito de jogar futebol na travessa Rui Barbosa entre Pariquis e Mundurucus onde morávamos quando crianças. Lembro dos eventos no colégio Santa Rosa e Colégio Ícaro”, relembra Tiago.

Em 2009, durante um desfile para a “Cia Paulista de Moda”, em Belém, receberam o convite para desfilar em São Paulo. “Reginaldo Fonseca e Nuno Quental (produtores de eventos de moda) nos deram a ideia de investir na carreira como ator e não somente como modelo comercial”, relembra Tiago. “Foi ai que decidimos entrar na carreira artística e estudar na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), no Rio de Janeiro”, afirma Diego.

Mas, o grande sonho dos gêmeos era mesmo se tornarem jogadores de futebol. “Coisa de menino, né? Mas, sempre existiram convites para fazer eventos, trabalhos publicitários, desfiles, comerciais de TV e ai a gente sempre tentava aliar as duas coisas. Mas não deu certo a carreira como jogador”, conta Tiago.

“A televisão sempre foi o nosso foco, desde o início. A gente adora o teatro, mas também tem muita vontade de fazer cinema”, revela Tiago. “No teatro já estamos começando a escrever uma peça com o intuito de viajar por todo o Brasil”, completa Diego.

Participar da primeira novela na Tv Globo é uma experiência e tanto para os dois irmãos. “Está sendo maravilhoso. Desde o primeiro dia que fomos chamados para conversar com o Ricardo Waddington e Gustavo Fernandez (diretores) no Projac. Fomos recebidos muito bem e o elenco é maravilhoso. Todos generosos e atenciosos sem exceção. Posso citar nomes como Izaac Bardavid, Marcelo Novaes, Alexandre Borges, Ana Lu Prestes, Mariana Rios, Sheron Menezes e Daniel Ribeiro que nos receberam não como iniciantes, mas como profissionais”, diz Diego.

Mesmo com contrato inicial com a TV Globo apenas para a novela, os irmãos já possuem outros projetos. “Além da novela, já temos projetos pessoais e alguns outros trabalhos em vista. Mas, quem sabe a gente não agrada o público e já parte pra próxima, né?”, brinca Tiago.

Já começando a dar os primeiros passos no cenário artístico nacional, os irmãos acreditam que é preciso mais investimento no teatro paraense. “Nosso pai (Márcio Homci) gosta muito de teatro e sempre tenta acompanhar as produções locais. E isso, de certa forma, acabou por nos incentivar. Mas acredito que é necessário uma maior atenção para o cenário artístico local. Temos excelentes profissionais que ainda não foram descobertos”, garante Diego. “É preciso investimento pra que o Pará se destaque ainda mais lá fora. Esperamos que o Governo possa dar uma atenção maior aos nossos artistas”, conclui Tiago.

Além do Horizonte é exibida pela Rede Globo de segunda a sábado, a partir das 19h. Escrita por Marcos Bernstein e Carlos Gregório, com direção geral de Gustavo Fernandez e direção de núcleo de Ricardo Waddington, tem em seu elenco atores como Juliana Paiva, Thiago Rodrigues, Flávia Alessandra, Alexandre Borges, Rodrigo Simas, Christiana Ubach, Alexandre Nero, Sheron Menezzes, Maria Luísa Mendonça, Caco Ciocler, Mariana Rios, Antônio Calloni, Carolina Ferraz, Marcello Novaes e Cláudia Jimenez, entre outros.

É preciso investimento pra que o Pará se destaque ainda mais lá fora. Esperamos que o Governo possa dar uma atenção maior

aos nossos artistas.”

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18 Revista alvo - Edição 17

A sala é um dos espaços mais importantes de uma casa,

pois é ali que geralmente recebemos as visitas da família e

amigos. O cômodo deve refletir a personalidade do dono.

Por isso, é importante conter elementos que lhe tragam

conforto, estilo e beleza.

O primeiro passo seria analisar o espaço para

tentar adequar às necessidades do proprietário. Essas

necessidades e desejos devem ficar muito bem claros,

para que consigamos ao máximo a satisfação do cliente.

Acredito que a tendência hoje, seja seguir menos

modismos e sim dar vazão ao que realmente se gosta.

Existem inúmeras possibilidades de estilos e misturas

entre eles, o que nos deixa livres para criarmos espaços

mais personalizados e com o jeito do cliente. Não gosto de

entrar nas casas e ver tudo igual! A nossa casa tem que ter

o nosso jeito, a nossa cara.

Não podem faltar sofás confortáveis, mesas de centro e

laterais que deem apoio às pessoas, charme e aconchego

traços e ideias

CONFORTO, ESTILO E BELEzASALA DE ESTAR

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19Revista alvo - Edição 17

CONFORTO, ESTILO E BELEzASALA DE ESTAR

Conceição Barbosa - Arquiteta

Muitos designers e artistas têm feito uso de materiais recicláveis e criando peças maravilhosas, tanto de mobiliário quanto de

obra de arte.”

por Conceição Barbosa

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20 Revista alvo - Edição 17

na decoração. Precisamos nos sentir acolhidas

e confortáveis. Claro que tudo depende dos

anseios do proprietário, sempre é ele quem vai

determinar a direção que vamos seguir.

A sustentabilidade na decoração é um

assunto cada vez mais comentado. Uma boa

opção para contribuir com o meio ambiente é

reaproveitar materiais e resignificá-los, como

por exemplo: madeiras de demolição.

Muitos designers e artistas têm feito uso

de materiais recicláveis e criando peças

maravilhosas, tanto de mobiliário quanto de

obra de arte.

A ideia principal é evitar o descarte de

materiais, móveis e objetos diversos, que podem

ser reinventados das mais variadas maneiras..

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21Revista alvo - Edição 17

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22 Revista alvo - Edição 17

lorotas

OS ANOS OSTENTA

Antônio Carlos [email protected]

Quem faz parte da geração meio vira-lata da recessão econômica do plano real dos anos 90 já se assustou com os valores das “baladas” atuais. Gastam-se fortunas em uma noite com o simples intuito de aparecer e atrair mocinhas com vestido embalado à vácuo e saltos acrobáticos para o camarotes, como se fossem mariposas atraídas pela luz da bebida que pisca.

A cultura da ostentação vem gerando muitas críticas, uns dizem serem práticas dissonantes com um país miserável como o Brasil, outros a maldizem com um pouco de inveja por não estarem lá, enquanto eu fico calculando quantos meses eu precisaria trabalhar para pagar uma farra dessas.

Apesar das controvérsias, precisamos ressaltar que a ostentação existiu na história da humanidade desde os primórdios (quando o homem descobriu e depois ostentou o fogo) até os dias de hoje quando as pessoas continuam utilizando o fogo nas faíscas dos champanhes.

No decorrer de sua trajetória, o ser humano sempre ostentou, contudo variaram as maneiras como esse ritual era feito. Depois do fogo, o homem ostentou a roda, o metal, construiu as primeiras cidades para ter mais pessoas aglomeradas e presenciar sua ostentação (afinal dava muito trabalho ostentar na zona rural, com as pessoas morando distantes umas das outras).

As primeiras grandes civilizações deixaram suas ostentações presentes até hoje. Querem “reis do camarote” mais espalhafatosos que os faraós egípcios com seus alfabetos exclusivos e túmulos em forma de pirâmides? Ou baladas mais agitadas que um banquete romano com comidas provenientes de várias regiões do império, servidos de forma bizarra e seguidos de orgias com a duração de vários dias? E ainda tem gente se vangloriando de fazer sexo no banheiro de boate.

Na Idade Média a ostentação material e sexual se tornou pecado, mas ostentar a fé era muito bem visto, vem daí a construção de imensas catedrais e de grande parte da população ostentando miséria como forma da salvação da alma, no camarote que seria o reino dos céus para os justos.

Várias mudanças ocorreram nos últimos mil anos, mas os seres humanos nunca deixaram de ostentar: o humanismo e o iluminismo ostentavam a capacidade de raciocínio humano diante de outras espécies, a Monalisa exemplifica isso exibindo um sorriso de deboche. Os europeus chegaram a América e ostentam sua religião, cultura e principalmente a pólvora das armas de fogo como justificativa para massacrarem a população local e importarem da África mais de cinco milhões de escravos.

Dentro do próprio Brasil colonial, possuir escravos era um dos maiores símbolos de ostentação, relatos afirmam, que nos dias de festa, os senhores saiam com

Querem “reis do camarote” mais espalhafatosos que os faraós egípcios com seus alfabetos exclusivos e túmulos

em forma de pirâmides.”

seus cativos arrumados em fila para ostentá-los diante sociedade, faltava só “tunar” os escravos.

A escravidão acabou e os escravos brasileiros que até então andando descalços, quando libertos, pela lei Áurea, andavam com sapatos pendurados ao pescoço como forma de ostentar a liberdade.

O Império brasileiro chegou ao fim, mas a ostentação não, no Brasil republicano do início do século XX as pessoas já ostentavam suas riquezas vestindo-se com roupas europeias e ,até mesmo, mandando-as lavar em Paris. Em Belém os reis do camarote, do período da borracha, mandaram povoar a cidade de mangueiras para poderem ostentar seus trajes europeus no calor da selva amazônica.

Nos anos 50 a ostentação veio por meio das rodovias e dos bens de consumo importados, a bossa nova ostentava praias e desafinados fotografados por Rolley-

Flex. Na década seguinte a ostentação deixou de ser material e passou a ser ideológica, exibiam-se músicas de protesto no lugar da exaltação aos bens de consumo.

A ditadura acabava e deixava uma herança maldita na economia brasileira. Nas décadas de 80 e 90 não se podia ostentar muita coisa, a

recessão econômica transformou ostentação em “se amostrar”, poucas pessoas podiam de fato exibir bens de consumo materiais.

A segunda metade dos anos 90, em Belém, ficou marcada pela expansão da ostentação material conforme a cidade mergulhava na globalização. Os espaços de ostentação eram as praças de alimentação dos shoppings, com pessoas usando mochilas da Company e calças jeans com trovão no canto da bunda. Ostentava-se meio timidamente, sem fazer muito alarde.

No século XXI o crédito aumentou a capacidade de consumo, a ostentação ganhou vários grupos sociais, a internet e seu poder de dar a qualquer um quinze minutos de fama, impulsionou a ostentação. O importante é aparecer, não importando o que se tem para mostrar. A ostentação até se democratizou, a pirataria deu oportunidade a todos de saírem nas fotos com roupas de marca.

As músicas nas paradas de sucesso expressam exatamente essa forma de se comportar: um sujeito ostenta bebidas caras enquanto “as mina pira”, outro torra a herança do pai em um “camaro amarelo”, evidenciando cada vez mais o materialismo e no quanto o “ter” vem se tornando mais importante que o “ser”, característica de uma era marcada pela expansão do capitalismo.

Independente do período, a ostentação faz parte da natureza humana, assim só nos resta perguntar: como as pessoas ostentarão daqui a 20 anos?

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23Revista alvo - Edição 17

anúnciohalley

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24 Revista alvo - Edição 17

Apesar da aparência de costume moderno,

a prática da cremação data de milhares de

anos e foi amplamente utilizada durante muito

tempo pela maioria das civilizações. Para se ter

uma ideia, uma das cremações mais antigas

encontradas nas proximidades do Lago Mungo,

na Austrália, data de mais de 60 mil anos.

Na Europa ocidental, a história da cremação

começa em meados do século XIX quando

os italianos inventam um eficiente forno

crematório com temperatura suficiente para

cremar um corpo humano. E em 1874, o

médico da Rainha Vitória, Sir Henry Thompson,

fundou a Sociedade Britânica de Cremação e

inaugurou o primeiro crematório na Inglaterra,

sendo o exemplo seguido posteriormente por

outros países europeus até o advento da prática

chegar também ao continente americano, no

início do século XX.

informe

Hoje, contando com equipamentos de alta

tecnologia, a cremação é um procedimento que

não provoca emissão de fumaça e não gera

resíduo e por isso é considerada um processo

limpo, econômico, moderno e ainda; preserva o

meio ambiente.

As cinzas podem ser espalhadas em locais

especiais e significativos, ou seja, aquele que a

pessoa frequentava ou de acordo com o desejo

dela, declarado em vida. É muito comum em

alguns países o hábito de espalhar as cinzas

no mar como forma de celebrar a vida, em

cerimônias à beira mar com a presença de

parentes e amigos. Nos EUA houve, inclusive,

uma bela e famosa cerimônia em homenagem

ao cantor havaiano Israel Kamakawiwo IZ, um

dos maiores símbolos da música havaiana.

Por essa representatividade no país, no dia

em que as cinzas do cantor foram jogadas ao

uMA PRÁTICA MILENARCREMAÇÃO

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25Revista alvo - Edição 17

mar, uma bandeira permaneceu a meio mastro

o dia inteiro com a abreviação IZ, o que rendeu

a presença de mais de 10.000 pessoas na praia,

em barcos e canoas, com bandeiras, em um

momento emocionante que parou,

praticamente, a ilha inteira.

Pouco a pouco, a escolha pela

cremação está deixando de ser

um tabu para se tornar a opção

preferida de muitas pessoas e

famílias, entre outros fatores,

por ser ecologicamente mais

correta e também por ser uma

opção mais econômica, visto por

poupar despesas com a compra e

manutenção de jazigos.

Em Belém, o serviço é oferecido

desde 2003 pela Max Domini. O

espaço possui uma infraestrutura

completa que inclui uma capela

ecumênica, salas de espera e

cerimonial, espaço reservado aos familiares,

columbário com capacidade para 500 nichos e

praças arborizadas com jardim para reflexões.

Além disso, oferece serviços como som

ambiente, vigilância 24 horas e estacionamento.

Após a cremação, as cinzas são

acondicionadas em uma urna especial,

chamada de urna cinzenária. A Max Domini

dispõe de dois tipos de urnas cinzenárias,

ambas ecologicamente corretas:

URNA ECOLóGICA: é uma urna

biodegradável, composta de

fibras naturais de coco e papel

reciclado, com sementes de árvores

tipicamente brasileiras, para quem

deseja “plantar” as cinzas como uma

forma de homenagem. O plantio é

normalmente feito em propriedades

particulares, sítios, fazendas e casas,

como um gesto de amor à natureza

e ao ente querido.

URNA HIDROSSOLÚVEL: é produzida

artesanalmente com matérias

naturais e biodegradáveis, que se

dissolvem em contato com a água,

espalhando as cinzas no local

desejado sem afetar o meio ambiente.

As cinzas podem ser espalhadas em locais especiais e significativos, os quais a pessoa frequentava ou de acordo com o desejo dela declarado

em vida..”

Serviço: Max Domini - Serviços Póstumos

Av. José Bonifácio, 1378 - São Braz(91) 3249-5700 / 3249-6600www.maxdomini.com.br

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26 Revista alvo - Edição 17

saber eduCarElba [email protected]

OS TIGRES NÃO SABIAM O TRIVIAL

A catástrofe que dizimou os lagartos terríveis (lit. dinossauros) permitiu que novos atores disputassem os recursos de sobrevivência. Mamutes, avestruzes e preguiças gigantes travavam com tigres-dentes-de-sabre duelos de vida e morte. Como sabemos de tudo isto? Da existência destes animais restaram apenas fósseis descarnados, preenchidos pela imaginação. Não temos o relato do tigre ``João’’, de como ele cercou uma manada de mamutes e atacou o mais indefeso. Não há a descrição de sua técnica, de suas estratégias. Uma vez morto, ``João’’ deixa como legado apenas aquele inscrito em seus genes. Control cê, control vê para as novas gerações.

O único que deixou impressões que transcendem sua existência foi o homem. O de menor porte físico, de menor força, velocidade e agilidade. Este, como nos mostram as pinturas rupestres, criou a arte, narrativa pictórica representação da vida. Congelada em tinta, pigmento químico prenhe de realidade, aguarda pelo calor da compreensão que lhe dará luz. O germe de uma das características mais significativas que distingue a nossa humanidade: a escrita.

O próximo passo seria a definição de símbolos que guardassem a relação com a ideia dando origem aos alfabetos e ideogramas. A reunião de letras que juntas fazem renascer na mente do leitor a ideia original do autor: mesa(penso), mesa(escrevo),

mesa(leio) e o ciclo recomeça. Estabelece um vínculo atemporal, ageográfico que fecha o ciclo: autor, mensagem e leitor.

Comunicar com coerência (lógica), com clareza (retórica) e fazendo uso correto dos símbolos da linguagem (gramática) formam o cerne do saber humano. Na idade média, estes conhecimentos eram as três vias capazes de conduzir o pensamento. Formavam o trivium, base das artes liberais aquelas que permitem libertar o homem da atividade puramente manual, de sobrevivência, permitindo-lhe pensar e comunicar sua realidade não física. Era o mínimo a ser ensinado. Qualquer aluno deveria saber o trivial antes de se aventurar no

quadrivium, as quatro disciplinas de manipulação do mundo físico: a geometria e sua aplicação, a astronomia; a aritmética e sua aplicação, a música.

Como educadores devemos olhar para o futuro, mas sem

esquecer os fundamentos filosóficos do passado. Educar vai muito além da transmissão da técnica, do bê-a-bá e das musiquinhas de decoreba, para isso até a genética dá conta. A capacidade de comunicar e interpretar ideias, fatos e sentimentos é de longe a maior habilidade que podemos transmitir às gerações futuras. É a garantia que o nosso legado cultural poderá inspirar os nossos descendentes a enfrentar os novos tigres, porque os antigos, estes se foram. Os tigres não sabiam sequer o trivial.

Educar vai muito além da transmissão da técnica, do bê-a-bá e das musiquinhas

de decoreba.”

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30 Revista alvo - Edição 17

Que tal viajar pelo mundo estudando? O intercâmbio cultural pode ser uma oportunidade que, além de abrir os seus horizontes, te mostrará

a grandiosidade do mundo.

por Catarina Barbosa

cidadãos do mundo

Capa

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31Revista alvo - Edição 17

De acordo com o dicionário, uma das definições para cidadão é habitante de uma cidade. Mas e se, porventura, você fosse habitante de muitas cidades – mesmo que temporariamente? Outros costumes, pessoas, lugares. Pois é, o intercâmbio cultural lhe dá essa oportunidade. E além de ser uma experiência divertida é uma construção pessoal e profissional.

Mas de onde será que surgiu essa ideia de estudar em outro país, conhecer outra cultura, morar na casa de outra pessoa e afins? Foi em 1949, quando uma associação de jovens alemães, que moravam em Berlim, criou um grupo que viajaria pelo mundo em busca de convivência pacífica. Sendo que esse é um dos pilares do intercâmbio cultural: fazer com que pessoas de várias nações convivam e interajam em paz.

Intitulados ICYE (International Christian Youth Exchange), esses jovens acreditavam que ganhar o mundo vivendo com famílias que os hospedassem por livre e espontânea vontade, ou desenvolvendo trabalhos voluntários poderia melhorar a imagem dos alemães – já que o momento era do pós-II Guerra. A iniciativa também contribuiria para ajudar a Alemanha a desenvolver a solidariedade com outras nações. Nesse contexto, deu-se o crescimento dos intercâmbios culturais e o aumento de migrações para países da Europa e os Estados Unidos, principalmente.

A jornalista Anita Brasil, 25, confessa que durante o seu período de intercâmbio aprendeu ainda mais a respeitar uma cultura diferente da sua. “Em outra cultura – e na nossa mesmo – temos que lidar com todo o tipo de gente e o respeito é a base de tudo”, afirma.

Anita escolheu Toronto, no Canadá, para estudar inglês. A decisão de fazer intercâmbio – como para a maioria dos jovens – foi uma iniciativa dos pais, mais especificamente do pai dela. “Apesar de a

ideia ter sido dele, eu apoiei. Na época, eu trabalhava na assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc) e o meu contrato de governo havia terminado. Vimos nisso uma oportunidade

para eu estudar inglês fora do país e aprimorar os meus conhecimentos na língua”, conta.

Malas prontas, Anita ficou oito meses fora, o suficiente para festejar seu aniversário de 23 anos em solo norte-americano, fazer grandes amizades e sentir muita saudade. “Como sou uma pessoa muito apegada à minha família, foi muito complicado. No começo, como era tudo novo, o tempo passou tranquilamente. Porém, mais para o final, eu já não aguentava mais e não via a hora de voltar pra casa”, confessa.

Apesar da saudade inevitável, um dos objetivos de morar fora é fazer com que o intercambista crie laços e aprenda com a cultura alheia. Além – claro – de incitar a independência que existe em cada

Anita Brasil- Jornalista

Você acaba tendo que superar desafios e obstáculos, pois está sozinho em um país desconhecido

e precisa se virar.”

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32 Revista alvo - Edição 17

um de nós. “A experiência é incrível e pessoalmente realizadora. Você acaba tendo que superar desafios e obstáculos, pois está sozinho em um país desconhecido e precisa se virar”.

A escola em que a Anita estudou enviou alguns dias antes da sua viagem um “manual de instruções” de convivência. Entre as recomendações estavam: pedir desculpas pelo mínimo que fosse; sempre permanecer no lado direito da escada rolante; não fazer sinal para os ônibus nas paradas, pois eles parariam se houvesse alguém; entre outras coisas. É claro que um simples manual não garante a boa convivência, mas serve de norte. A jornalista disse ainda que a família dela em território americano discutia muito entre si. Para outra pessoa, isso poderia ser um problema, mas para ela, eles são “como qualquer outra família do mundo.” “E essa é uma lição que devemos levar sempre conosco, de que não importa onde estejamos, somos seres humanos com os mesmos dilemas, só muda o lugar”, garante.

O SONHOPara a professora Gabriela Castelo Branco, 30,

a experiência de morar e estudar fora do Brasil foi inacreditável. Na família dela, todos têm o mesmo costume. “Quando viajei aos 17, quase todos os meus primos já tinham feito intercâmbio”, afirma.

Para Gabriela, a viagem foi tão inspiradora que ela descobriu a profissão que queria para a sua vida, durante o intercâmbio. ”Quando retornei

tinha certeza que queria continuar atuando em algo que utilizasse a língua e fiquei em dúvida entre turismo e ser professora. Hoje sou formada em Letras com habilitação em Inglês e trabalho em uma escola bilíngue de renome no mercado”, conta.

E o sonho não terminou aí, ela conseguiu ainda conciliar o bacharelado com o turismo. Agora,

nas férias, a professora é guia e leva crianças para conhecer a Disney. “Consegui conquistar meus dois sonhos graças aquela viagem”, diz alegre.

As famílias que hospedam imigrantes de intercâmbio são intituladas homestay e cobram por isso, mas no caso da Gabriela, eles abriram mão dessa parte. “Desde o início, eles foram maravilhosos comigo. Aprendi muito com eles e tive momentos inesquecíveis”.

Gabriela cursou ainda o último ano do colegial em Simi Valley, na Califórnia, Estados Unidos, na escola particular Grace Brethren High School, aos 17 anos. Além de estudar, ela se ofereceu também para trabalhar na cantina da escola voluntariamente e teve mais essa experiência para acrescentar na sua vida. E de todas as coisas fantásticas que lhe aconteceram a única coisa que ela estranhou foram os remédios dispostos nas prateleiras dos supermercados. “Era estranho vê-los dividindo espaço com a comida”, afirma aos risos.

Agora é a vez da filha viver o mesmo. “O intercâmbio abre portas para a vida, nos ensina a dar mais valor a nossa família e a tudo o que nos é oferecido, sem contar a incrível bagagem cultural e o fato de nos ajudar a nos diferenciar profissionalmente entre tantos candidatos no mercado. Minha filha ainda é muito pequena, mas na hora certa, eu mesma vou ajudá-la a arrumar as malas”, pontua.

Gabriela Castelo Branco - Professora

O intercâmbio abre portas para a vida, nos ensina a dar mais valor a nossa família e a tudo o que nos é oferecido, sem contar a incrível

bagagem cultural.”

Capa

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33Revista alvo - Edição 17

INDEPENDêNCIA

A advogada Manuele Freitas, 25 – que fez

intercâmbio aos 20 – saiu de casa buscando

independência. Ela escolheu viver na cidade de

Nova Iorque, nos Estados Unidos, por três meses.

“Meus pais apoiaram e na minha época de escola,

não consegui fazer aquele intercâmbio de seis

meses, pois no meu ano iniciaram as provas do

Processo Seletivo Seriado (PSS), da Universidade

Federal do Pará. Então fiz meu intercâmbio no

meu 3º ano da faculdade”, conta.

Manuele estudou inglês na Universidade de

Columbia, em Nova Iorque. Ela confessa que o

impacto da viagem em

si não foi muito grande,

pois ela já conhecia

a cidade, mas o fato

dela nunca ter passado

mais de duas semanas

longe da família pesou

bastante. Além disso,

ao contrário de muitos

intercambistas, ela não

ficou em um homestay, dividiu um dormitório

perto da Universidade com uma coreana e teve

pouco contato com norte-americanos.

Da experiência, Manuele diz que além do

aprendizado profissional, a viagem ajuda a dar

valor às pequenas coisas. “Meus pais, o carinho dos

meus amigos. Mas o melhor mesmo é descobrir o

quanto você se vira bem sozinho. A sensação da

independência é maravilhosa”, garante.

João Victor Borges Feio - Estudante

Eu teria que morar sozinho e com isso aprender a cuidar das minhas próprias coisas, entre elas, contas, a casa, cozinhar e fundamentalmente aprender

uma nova cultura.”

GRADUAçãO SANDUÍCHE

Para quem não sabe, é assim que chamamos o

tipo de graduação em que o aluno estuda parte do

seu curso em outro lugar do mundo. A experiência

beneficia ambos os países que têm essa prática e

normalmente os alunos são recomendados pelos

gestores do programa de gradução.

O estudante de geologia João Victor Borges Feio,

23, foi uma pessoa que passou por essa etapa. Ele

mesmo se interessou por esse tipo de graduação

e vários motivos o levaram a fazer o intercâmbio:

possibilidade de maior carga acadêmica e peso no

currículo; aprendizado de fluência em uma língua;

e – claro – experiência

pessoal. “Eu teria que morar

sozinho e com isso aprender

a cuidar das minhas

próprias coisas, entre elas,

contas, casa, cozinhar e

fundamentalmente aprender

uma nova cultura”, conta.

O intercâmbio do qual

João fez parte foi um projeto

chamado UNIBRAL – CAPES. O destino foi a cidade

Halle an der Saale, na Alemanha. “As disciplinas

do curso foram comparadas previamente, nome,

carga horária e conteúdo programático, para

posteriormente serem validadas como correlatas

e aproveitadas academicamente no retorno ao

Brasil”, explica.O mais interessante da viagem do João é que

em um ano ele conseguiu conhecer dezessete

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34 Revista alvo - Edição 17

cidades de países da Alemanha, Itália, Espanha, França, República Tcheca, Holanda e Polônia. “O continente europeu dá muita liberdade para quem faz intercâmbio. Com a proximidade entre os países era muito fácil ir da Alemanha até a Polônia e conhecer a história sobre a Guerra Fria. Ir até a República Tcheca e conhecer os Alpes, e praticar esportes de inverno. Na Itália, conhecer sobre a mitologia e a religião católica. Encontrar na Espanha um povo parecido com o brasileiro, inclusive nos hábitos. E na Alemanha aprender a viver com mais respeito para com o outro, ser mais

correto e organizado”, ensina.

João diz ainda que aprendeu muito e apesar de considerar os europeus “frios”, conta que o povo é muito educado e prestativo. “Uma vez pedi explicação sobre a localização de um determinado local, e a pessoa não me olhou com preconceito, fez questão que eu entendesse e até mesmo me mostrou um mapa com todo o caminho, foram 5 minutos de explicação”.

Ser um cidadão do mundo está no sangue do João, que pensa em fazer intercâmbio de novo, nos próximos anos. “Tenho muita vontade de fazer outra viagem, mas dessa vez para conhecer os Estados Unidos ou a Ásia”, revela.

Dizer que o mundo é imenso seria redudante. São inúmeras culturas e lugares só a espera de pessoas para desbravá-los. E se ao ler tudo isso, você sentiu uma vontade súbita de embarcar nessa aventura por outros países, então existe um cidadão do mundo dentro de você!

Gandhi – que liderou o movimento pela independência da Índia, com base em uma forma pacífica de protestar –, diz que “a terra é meu país e a humanidade minha família”. Siga este conselho. Você não vai se arrepender. Boa viagem!

DECIDIu QuE vAI FAZER INTERCâMBIO? ENTãO, CONFIRA ESSAS DICAS:

1º) O primeiro passo é pesquisar bastante antes de escolher o local para o qual você quer ir. Afinal, vai ser um grande investimento e é bom se prevenir.

2º) Local escolhido, procure as agências de viagem e informe-se ao máximo. Há países que exigem visto de entrada e esse documento demora um pouquinho para ser concedido.

3º) Converse com pessoas que passaram pelo mesmo programa que você quer fazer. Tire todas as dúvidas que puder e na dúvida, o google tá aí para ajudar.

4º) Não viaje sem um seguro-saúde. Em alguns países, ele é até obrigatório.

5º) Importante: veja se o curso que você decidiu fazer é reconhecido aqui no Brasil. Já pensou estudar um ano e não poder colocar isso no seu currículo?

6º) Veja se a sua agência de viagem faz parte de federações nacionais ou internacionais.

7º) Se precisar tomar remédios regularmente, calcule a quantidade necessária para o período em que ficará no país. E não esqueça das receitas médicas traduzidas para o idioma para o qual você vai viajar.

João Victor Borges Feio - Estudante

O continente europeu dá muita liberdade para quem faz intercâmbio. Com a proximidade entre os países era muito fácil ir da Alemanha até a Polônia e conhecer a história sobre

a Guerra Fria..”

CIêNCIA SEM FRONTEIRASQuem é graduando ou, mesmo após a graduação,

continua se dedicando à vida acadêmica, encontra em um programa do governo federal grande incentivo para sair do país e acumular ainda mais conhecimento em sua área. O Ciência Sem Fronteiras é um projeto dos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Educação (por meio do CNPq e Capes) e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC, que prevê a utilização de até 101 mil bolsas em 4 anos para quem quer fazer intercâmbio e estagiar e se aperfeiçoar no exterior.

O projeto contempla também pesquisadores que queiram vir ao Brasil. São modalidades de estudo lá fora: Doutorado sanduíche, Doutorado pleno, Pós-doutorado, Graduação sanduíche, Desenvolvimento tecnológico e inovação no exterior, além de Atração de Jovens Talentos e Pesquisador visitante especial para quem quiser vir ao Brasil. Você pode encontrar mais informações em www.cienciasemfronteiras.gov.br

Capa

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turismo

por Thiago Viana

Quando os europeus oficialmente chegaram às Américas, no final do século XV, eles mal faziam ideia da quantidade de descobertas que estavam muito além das Antilhas do Atlântico Norte. O Novo Mundo era tão extenso, que mesmo depois de 500 anos desde a chegada de Cristóvão Colombo, o continente surpreenderia e intrigaria o mundo com a história nem sempre tão bem contada dos seus povos nativos.

A civilização Inca, cujo seus antecedentes já habitavam a América do Sul há pelo menos 1.800 a.C., são os ameríndios que ainda hoje despertam grande curiosidade e desafiam historiadores e arqueólogos na busca de respostas para seus usos, costumes e crenças. A mais recente descoberta a respeito deles foi feita no início do século XX, em 1911, e trata-se da cidade perdida de Machu Picchu, localizada a 2.400 metros de altura, no topo de uma montanha dos Andes Peruanos, a 130 km de Cusco, a cidade importante mais próxima que é a atual capital regional e a última capital do império Inca.

Por volta de 1867, alguns exploradores chegaram a passar aos pés das ruínas de Machu Picchu, porém sem se dar conta do que havia pouco mais acima. Só mais de 40 anos depois, o arqueólogo Hiram Bingham descobriu a cidade acidentalmente. Bingham, na verdade, procurava pela cidade de

Pelo fato de que visivelmente não foi concluída, não se sabe ao certo a finalidade de Machu Picchu para

a civilização Inca..”

Vilcabamba, lendária cidade dos descendentes Incas e chegou a pensar que havia descoberto a cidade das ‘Virgens do Sol’, já que a maioria dos esqueletos encontrados eram de mulheres.

Machu Picchu (Velha Montanha) foi descoberta tomada pela vegetação e infestada de víboras. A cidade-fantasma possuía apenas 30% das construções que conhecemos hoje, o restante foi reconstruído ao longo do tempo. São mais de 200 estruturas entre residências, templos e altares,

todas talhadas em rocha perfeitamente encaixadas entre si de modo a formar paredes firmes e sólidas sem a necessidade de algo que pudesse aderir umas nas outras, como argamassa, por exemplo. Outro mistério é como essas rochas chegaram até o topo da montanha já que é sabido que os Incas não tinham o conhecimento da roda e nem

de ferramentas ou artefatos feitos de ferro.Entre as poucas coisas que se sabem sobre a

origem de Machu Picchu é de que a cidade foi construída por ordem do primeiro imperador Inca, Pachacuti. Pelo fato de que visivelmente não foi concluída, não se sabe ao certo a finalidade de Machu Picchu para a civilização Inca. Por não ter uma cultura militarista e pela ausência de muros, provavelmente a cidade não era uma fortaleza. Porém, inegavelmente, pela quantidade de templos e altares, o lugar era sagrado.

GuERRA E PAz NOS ANDES PERuANOSMachu Picchu tem pouco mais de um século de descoberta, mas ainda pouco se sabe sobre a sua origem, finalidade e história.

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GuERRA E PAz NOS ANDES PERuANOSMachu Picchu tem pouco mais de um século de descoberta, mas ainda pouco se sabe sobre a sua origem, finalidade e história.

Os estudos sobre a cidade revelaram também que 60% dos esforços na construção de Machu Picchu foram concentrados em seu solo, desde a base da montanha. Terraços foram construídos formando uma espécie de encosta em toda a montanha, nestes terraços foi desenvolvida a agricultura de milho e o solo foi preparado para absorver e escoar a água da chuva, evitando a erosão da montanha e, consequentemente, o deslizamento da cidade.

A hipótese mais provável da finalidade dada a Machu Picchu veio com o estudo dos esqueletos encontrados nos cemitérios próximos à cidade. Em sua maioria, mulheres, descobriu-se que aqueles indivíduos alimentavam-se regulamente de milho, alimento da realeza. Ao mesmo tempo, esses indivíduos foram sepultados de forma simples diferente da realeza, que era mumificada ou sepultada com suas riquezas. Os esqueletos também não possuíam qualquer indício de doenças ou fraturas por trabalho pesado, o que levou o arqueólogos a descartarem que aquelas pessoas trabalharam na construção de Machu Picchu. Analisando esse cenário, a hipótese levantada é de que aquelas pessoas era serviçais da realeza Inca, que cuidavam para que Machu Pichhu permanecesse apropriada para receber seus imperadores. Logo, Machu Picchu poderia ser uma espécie de refúgio da realeza para fins espirituais e esconderijo em caso de ataques dos espanhóis, que profanaram todas as cidades Incas no processo de conquista do novo mundo. Por isso, alguns arqueólogos e historiadores definem

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Machu Picchu como um lugar de guerra e paz.

Mas por que os descendente de Pachacuti abandonaram Machu Picchu e por que os espanhóis não destruíram a cidade também?

Pachacuti morreu em 1471 e cerca de 60 anos após a sua morte, seus descendentes começaram a ficar sem recursos para manter Machu Picchu, por isso os trabalhos na cidade foi inicialmente reduzido e, pouco tempo depois, paralisados totalmente. Preocupações mais urgentes desviaram a atenção do povo Inca, entre elas o surgimento de uma guerra civil e o aparecimento de doenças como a varíola, o que fragmentou e enfraqueceu os povos Incas. Isso foi determinante para que os espanhóis acabassem por dominar completamente esses povos. Neste cenário, os servos reais perceberam que sem realeza, Machu Picchu já não seria mais visitada e diante destas preocupações, provavelmente havia sido esquecida. Com um tempo, até eles abandonaram a cidade. Deixando-a guardada até a sua redescoberta, em 1991.

Por estar localizada no alto da montanha, em um terreno extremamente íngreme e de difícil acesso, provavelmente os espanhóis sequer souberam da existência de Machu Picchu e tampouco a encontraram, o que hoje a história considera como um excelente erro.

Hoje Machu Picchu é considerada patrimônio mundial pela Unesco e é uma das sete maravilhas

do mundo moderno.”

Hoje, Machu Picchu considerada patrimônio mundial pela Unesco, é uma das sete maravilhas do mundo moderno.

COMO CHEGARO aeroporto mais próximo é na cidade de Cusco.

De lá, uma viagem de trem com mais ou menos 3 ou 4 horas de duração leva até o povoados de Águas Calientes, bem no pé da montanha. A partir

daí, tem-se mais 30 minutos de ônibus até Machu Picchu.

Há também a possibilidade de se chegar à Machu Picchu andando, através de uma trilha que é o antigo caminho Inca até a cidade sagrada. Uma caminha de quatro dias a partir do KM 82 da ferrovia Cusco-Águas Calientes. Essas trilhas são feitas com

o acompanhamento de agências que oferecem opções de pousadas ao longo do caminho para passar as noites.

Desde 2010, o governo peruano proibiu sobrevoos de helicóptero sobre a cidade, afim de preservar a fauna do local.

turismo

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uma das primeiras bebidas alcoólicas criadas pelo homem é hoje uma das bebidas mais consumidas no mundo. No passado, leis rígidas para a produção e comercialização de cerveja chegavam a condenar à morte.

Atualmente, o mundo vive uma revolução cervejeira e já é possível produzir a bebida em casa e reunir os amigos.

por Thiago Vianafotos: Everton Saraiva

MODERANDO A APRECIAÇÃOCERVEJA

sabores

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A cerveja é inegavelmente uma paixão nacional. Não é preciso procurar muito no nosso círculo de amizades para encontrar quem não dispense uma boa “gelada” nas mais diversas ocasiões. Sendo loura, ruiva ou morena, a bebida também divide opiniões e há quem não suporte o seu gosto amargo, antagonizando a quem não resista ao seu poder refrescante.

A cerveja é uma das primeiras bebidas alcoólicas criadas pelo homem, possivelmente a mais antiga delas. Produzida essencialmente a partir da fermentação de cereais, está entre as cinco bebidas mais consumidas no mundo junto com a água, café, chá e leite. Registra-se que em até 6 mil anos antes de Cristo, povos como os sumérios, egípcios, mesopotâmios e ibéricos já conheciam processos para a produção de cerveja, porém o mais antigo registro de leis que regulamentavam o processo de produção e comercialização da cerveja podem ser encontrados no Código de Amurabi, de 1.700 a.C. Nele, se condenava à morte quem não respeitasse os critérios de produção, além de várias leis de comercialização, fabricação e consumo.

Hoje, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, produzindo cerca de 13 bilhões de litros por ano e ficando atrás apenas da China e Estados Unidos. A indústria cervejeira brasileira é responsável por 1,7% do Produto Interno Bruto nacional (PIB). Emprega mais de 1,7 milhões de pessoas diretamente e pelo menos outros 8 milhões de profissionais trabalham para esta indústria indiretamente. Em 2013, todavia, a Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) já luta contra uma queda no consumo de cerveja no Brasil, projetada em 4% até o final deste ano. De acordo com a empresa, um dos maiores motivos para o maior declínio da indústria em 10 anos é a alta inflação dos alimentos.

O Pará começou a se destacar na produção de cerveja ainda no final da década de 1960 com surgimento da Cerpa que, em 2003, chegou ter 65% de participação no mercado local e ganhou notoriedade nacional com seus produtos de

exportação. Porém, enquanto a Cerpa vivia o seu auge, surgiu no mix da Estação das Docas, o então mais novo ponto turístico de Belém, a cervejaria AmazonBeer. Inaugurada no ano 2000, a cervejaria é hoje um sucesso absoluto e acabou de ser reconhecida como a Cervejaria do Ano pela Revista Prazeres da Mesa, respeitada publicação nacional no setor de gastronomia. O AmazonBeer é considerado, pelos seus admiradores, um patrimônio do universo

cervejeiro paraense e alcançou esse reconhecimento graças a excelência dos seis tipos de cervejas artesanais que produz, investindo em pesquisas para desenvolver rótulos a partir de matérias-primas originais da floresta amazônica como o açaí, o camaru, a priprioca, o taperebá e o bacuri.

Só em 2013, Belém ganhou pelo menos quatro estabelecimentos especialmente dedicados à apreciação de cerveja. Um deles é o Baviera Boutique Bar, no bairro do Umarizal. Inaugurado há seis meses, o lugar surgiu com a proposta de se tornar um ponto de encontro de cervejeiros, e o objetivo já foi alcançado. “Sabíamos que já havia esse público em Belém e agora ele têm um ambiente adequado para esta atividade”, comenta Eduardo Guimarães, gerente do Baviera

que possui quase 200 rótulos de 8 países. Não muito longe, no shopping localizado na avenida Doca de Souza Franco, é possível encontrar um quiosque totalmente dedicado à apreciação e comercialização de cervejas, o Mr. Beer. A franquia chegou à Belém há pouco mais de 4 meses e oferece mais de 100 rótulos de quase 20 países. Para Bernardo Zell, sócio-proprietário da operação, a pesar de existirem cervejas para consumo nos mais diversos climas e temperaturas, o calor de Belém propicia o consumo da bebida. “O paraense consome bastante cerveja, porém esse consumo ainda é modesto se comparado a outros mercados. Verificamos que o ticket médio do paraense, valor que ele está disposto a pagar cada vez que compra cerveja, gira em torno de R$ 50 e R$ 60 reais”, revela.

Bernardo zell - Empresário

O paraense consome bastante cerveja, porém esse consumo ainda é modesto se comparado

a outros mercados.”

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BEBA MENOS. BEBA MELHOR.Outro fator fortemente ligado à indústria e ao

consumo de cerveja no Brasil é a publicidade, que apesar de já ser altamente regulamentada e monitorada, ainda é motivo de preocupação para instituições como as Associações de Cervejeiros Artesanais (Acerva) em todo o Brasil. Para a associação, a massiva publicidade do produto acaba contribuindo para uma imagem negativa em relação ao seu consumo. “A cerveja tem o estigma de ser uma bebida mais popular e que serve unicamente para embriagar. Muito disso vem dos discursos de propaganda onde incentiva-se, nas entrelinhas, o consumo excessivo da cerveja, ainda que a propaganda sempre termine com a frase ‘Beba com moderação’. A Acerva faz parte de uma revolução cervejeira que já vem acontecendo no mundo há muito tempo e que tem como um dos seus objetivos esse estigma da bebida. Para isso, utilizamos a máxima ‘Beba menos. Beba melhor’, onde incentivamos que o consumidor de cerveja passe a apreciar a sua bebida e entender a sua identidade, sua história e não tratá-la tão somente como objeto de embriaguez”, comenta Iuri Fernandes, analista de sistemas e presidente da Acerva Pará.

No Pará, a Acerva já existe há um ano e, como em todo o Brasil, a associação reúne pessoas das mais diversas origens que convergem em um único assunto: cerveja. São micro cervejeiros artesanais, empresários, donos de estabelecimentos e apreciadores da bebida. “Somos uma instituição

sem fim lucrativos que desenvolve um trabalho que ao mesmo tempo empírico e científico, pois trocamos informações, estudamos a respeito, discutimos, produzimos conhecimento e nos organizamos para compra de matéria-prima e equipamentos para a produção artesanal de cerveja”, explica Iuri, que também avalia a cerveja como um produto agregador. “Por ser mais popular, a cerveja naturalmente está despida de qualquer pedantismo ou glamour que outras bebidas tem, por isso é muito fácil agregar pessoas em torno deste assunto. Numa brassagem artesanal

aberta, por exemplo, que é o ato de produção da cerveja, conseguimos reunir facilmente cerca de 30 ou 50 pessoas”, conta.

HOMEBREWS – Os homebrews são kits para microcervejeiros que produzem a bebida em casa, de maneira artesanal. Eles se compõem basicamente dos mesmos equipamentos das grandes indústrias, guardadas as devidas

VOCÊ SABE A DIFERENÇA ENTRE CERVEJA E CHOPE?

Basicamente não há diferença alguma. Tudo é cerveja. Na verdade, a palavra chope vem deschoppen, que é uma unidade de medida alemã, o equivalente a meio litro. Com a imigração alemã no sul do Brasil, também foram trazidos para o país a cerveja alemã que era servida em barris, de onde eram retirados “schoppen de cerveja”. Há quem diga que a diferença é porque a cerveja sofre a pasteurização e o chope não. Errado. Chopes importados jamais chegariam aos seus destinos apropriados para o consumo se não fossem pasteurizados, e como já mencionamos nesta mesma matéria, a maioria dos microcervejeiros não pasteurizam o seu produto. O que acontece é que a cerveja pode ser pasteurizada ou não, assim como o seu envasamento pode ser em garrafa, lata ou em barriu (na pressão).

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proporções e com a diferença de que na produção caseira não há a pasteurização da bebida, um processo térmico que visa a maior estabilidade – validade – do produto. Este processo não altera a composição da bebida, mas modifica o seu sabor. O funcionário público Lucas Pinto já produz cerveja em casa há algum tempo e garante que o processo é simples, porém trabalhoso. “Há alguns processos que levam apenas cinco horas e outros chegam a 30 dias. Com matéria-prima e equipamento apropriado é possível produzir pequenas quantidades de cerveja e bebê-las na hora, com os amigos”, comenta, porém ele recomenda que antes de tentar fazer cerveja em casa, é preciso procurar ajuda com já tem alguma experiência no assunto. “O ideal é procurar a Acerva no seu estado ou na sua cidade e pedir informações e ajuda. Aqui em Belém, especialmente, sofremos com a dificuldade para achar matéria-prima e equipamento apropriado e por isso, constantemente viajamos em busca de novidades e no organizamos para compras em conjunto”, explica.

BENEFÍCIOS – Engana-se quem acha que o consumo de cerveja não traz benefícios à saúde humana. Pelo contrário. Se apreciada de maneira moderada, a cerveja tem efeitos antioxidantes e até anti-inflamatórios, foi o que revelou recente pesquisa da revista Chemistry&Biodiversity. O responsável por essas ações é o lúpulo, um dos ingredientes da cerveja que também é utilizado como composto medicinal no tratamento de problemas como insônia, nervosismo, dor de cabeça e falta de apetite. Além disso, a cerveja também é rica em vitaminas do complexo B, que podem ajudar a reduzir os riscos de

desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Apesar de tudo isso, a dica é não exagerar, pois em grande quantidade a cerveja, como qualquer outra bebida alcoólica, pode provocar desidratação, hipoglicemia, constrição intestinal, diurese, irritações estomacais e lesões no fígado. Ah, e não se esqueça: beba com moderação!

CONHEÇA E APRECIE:- ACERVA PARÁ – facebook.com/acervapara

- AMAZON BEER - Boulevard Castilhos França S/N. Estação

das Docas Galpão 1.

- BAVIERA BOUTIQUE BAR – Rua Bernal do Couto, 580.

- MR. BEER – Avenida Visconde de Souza Franco, 776.

Boulevard Shopping 3º Piso.

- KANGURU BEER – Avenida Braz de Aguiar, 451. Loja 01.

- LEVEDO BEER IMPORT – Travessa Dr. Moraes, 144.

O COLARINHO MANTÉM O SABOR E A TEMPERATuRA DA CERvEJA?

Também é mito. Há quem diga que o ideal é deixar de dois a três centímetros de espuma pois ela funciona como um isolante que mantém a temperatura da bebida. Isso em parte é verdade, mas não é uma regra. A espuma é composta por partículas da bebida que reagem com o gás carbônico (CO2) e, teoricamente, ajuda a evitar que a cerveja esquente rapidamente. Porém, esse isolante térmico é eficiente apenas na pequena superfície da bebida, nas laterais e no fundo do copo a bebida está muito mais exposta a troca de calor.

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44 Revista alvo - Edição 17

Os homens ganharam a liberdade para cultivar e exibir sua barba. Mas, nem todo mundo curte ter pelos no rosto. Pesquisas dizem até que as

mulheres preferem os barbudos. E apostando na vaidade masculina, as barbearias ressurgem com força total pelas ruas de Belém.

por Thiago VianaComportamento

A HORA DA

BARBA

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45Revista alvo - Edição 17

Há mais de 30 mil anos, o homem descobriu que

era possível remover os pelos da face utilizando lascas

de pedra. De lá pra cá, a barba já teve uma infinidade

de sentidos nas mais diversas civilizações. No Egito

antigo significava superioridade. Na Grécia, a barba

era símbolo de sabedoria. Para os romanos, tirar a

barba pela primeira vez era um rito de passagem

para a vida adulta. Ao atingir a puberdade, os garotos

raspavam os pelos do corpo inteiro e ofereciam aos

Deuses. Na idade média, os sacerdotes católicos

faziam a barba para diferenciarem-se dos religiosos

ortodoxos e judeus. Quando

King Camp Gillette inventou as

lâminas descartáveis, no século

XIX, remover a barba passou ser

sinônimo de higiene. A partir daí

ter ou não ter barba começou

a fazer parte da moda no

universo masculino. Foi ‘cool’,

foi cafona e hoje mais parece

uma questão de preferência.

Acordar um pouco mais cedo, fazer a barba e ficar

com o rosto lisinho para mais um dia de trabalho

é uma rotina para muitos homens que dependem

de uma boa aparência no ambiente de trabalho,

principalmente nos meios corporativos mais

formais ou de atendimento ao público. Entretanto, o

mercado de trabalho tem deixado os homens bem

mais à vontade quando o assunto é escolher adotar

o visual barbudo ou não.

O farmacêutico Victor Lima, até antes de começar a

trabalhar em uma rede de farmácias, tinha o hábito de

deixar a barba crescer e a mantinha uma certa vaidade.

“Aparava pra ela não ficar muito cheia e desenhava o

contorno pra ficar certinha. Além disso, também usava

algumas loções e hidratantes para fazer a higiene. Hoje

tenho que tirá-la de dois em dois dias por exigência

do trabalho e é uma frustração porque gostava de ter

barba”, lamenta. Na contramão desta vaidade está o

gestor de recursos humanos, Marcelo Vicker. “Nunca

gostei de ter barba. A minha barba começou a crescer

de verdade desde que eu tinha uns 16 anos e sempre

me incomodou”, reclama Marcelo que confessa ainda

não ter a menor paciência com os pelos do rosto. “Por

falta de qualquer habilidade para acertar a barba,

mantenho-a em dois extremos: completamente cheia

por preguiça de tirar ou, quando

crio coragem, tiro tudo e fico de

‘cara limpa’”, confessa.

Segundo a medicina, o

crescimento de pelos no rosto

está estritamente ligado à

questões hormonais, como

a produção de testosterona.

Um estudo da Universityof

New South Wales (UNSW),

na Austrália, apresentou a centenas de mulheres

heterossexuais 10 fotos de diferentes estágios

do crescimento de barba em homens anônimos,

e solicitou às mesmas que pontuassem as

fotos levando em consideração critérios como

atração, masculinidade, saúde e potencial para

parentalidade. Os homens que receberam as

maiores pontuações foram os que não faziam a

barba há dez dias. Isso talvez explique a barba como

um símbolo de poder e virilidade no imaginário

humano. O jornalista britânico EkowEshun

escreveu sobre um movimento que, segundo ele,

vem crescendo entre os homens e que denominou

‘Barbalândia’, defendendo a ideia que a barba hoje

Victor Lima - Farmacêutico

Aparava pra ela não ficar muito cheia e desenhava o contorno pra ficar certinha. Além disso, também usava algumas loções e hidratantes para

fazer a higiene.”

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46 Revista alvo - Edição 17

ultrapassa a preocupação com a moda e a beleza,

e passou a ser uma expressão masculina frente às

grandes e aceleradas conquistas femininas, uma

reação às suas próprias fragilidades.

Para alguns homens, a barba chega a ser um

motivo de orgulho e até de competição, não à toa

que dezenas de barbudos e bigodudos devem

participar do 1° Bigode e Barba Fest, que será

realizado aqui em Belém, em janeiro de 2014. O

concurso terá três categorias: bigode, barba e

fake. Nas duas primeiras serão avaliados quesitos

como harmonia, cuidado,

volume e originalidade. Na

categoria fake, homens – e até

mulheres – serão julgados pela

originalidade e estilo de sua

barba postiça. Os vencedores

receberão prêmios especiais.

Todas as informações sobre o

concurso estão na página da

competição, no Facebook.

LUGAR DE HOMEM É NA BARBEARIA

Independente do motivo que leva o homem a

deixar ou não a barba por fazer, a simples existência

desta preocupação tem chamado a atenção de

empreendedores que agora apostam em barbearias

para atrair este público. Afinal, nem todo mundo tem

paciência para fazer a barba ou desenhá-la de forma

satisfatória. Em Belém, as barbearias estão cada vez

mais requisitadas, pela comodidade que oferecem e

serviços que dispõem.

Kássio Neiva e Karina Moura são os proprietários

da Barbearia Belém, localizada no bairro do Umarizal.

Segundo eles, a ideia de empreender no segmento

veio da identificação da carência que Belém tinha

de espaços dedicados exclusivamente para que

homens cuidassem da estética. “Para cortar o cabelo,

por exemplo, alguns homens precisavam ir a um

salão de beleza, que é um espaço essencialmente

feminino, e muitos se sentiam incomodados porque

não se identificavam com o ambiente”, comentam os

proprietários. Com os serviços essenciais de barba,

cabelo e bigode o espaço funciona há pouco mais de 5

meses e oferece ainda espaço infantil para as crianças

- com brinquedos e videogame - revistas masculinas,

cervejas importadas e internet wi-fi grátis.

A percepção de que havia um público sedento por

um serviço diferenciado também

foi também o que incentivou os

sócios Fauzy Gorayeb e Diogo

Azevedo a abrirem a Barbearia

Rockfeller, também localizada

no bairro do Umarizal. “Hoje

atendemos cerca de 80 pessoas

por dia e nos horários de grande

movimento a barbearia acaba

se tornando uma espécie de

confraria masculina, ponto

de encontro de amigos”, pontua Fauzy. A Rockfeller

está funcionando há quase 5 meses e chama a

atenção pela sua decoração retrô toda inspirada nas

barbearias da década de 1950. Ainda no ramo da

estética, conta também com serviços de podologia e

massagem, além de sala de jogos, e outros espaços

dedicados à socialização de quem aguarda sua vez

em ser atendido.

Para o engenheiro florestal, Henrique Monteiro,

barbearias também são um espaço de convívio

familiar e de aproximação entre pai e filho. “Quando

eu era criança meu pai me levava a barbearia para

cortar o cabelo e por muito tempo não consegui

fazer isso com o meu filho pela falta de um espaço

adequado”, comenta. Já o filho, Yan Monteiro, de 18

Henrique Monteiro - Engenheiro

Quando eu era criança meu pai me levava a barbearia para cortar o cabelo e por muito tempo não consegui fazer isso com o meu filho pela falta de um espaço adequado.”

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47Revista alvo - Edição 17

anos, relata que antes de começar a frequentar a Barbearia

Belém com o pai, cortava o cabelo em salão de beleza, com

a mãe. “Era completamente diferente. Barulho de secador,

cheiro forte dos produtos etc. Agora é mais tranquilo”,

compara.

Tanto os proprietários da Barbearia Belém quanto da

Rockfeller destacam a disponibilidade de mão de obra

qualificada como um grande desafio para este tipo de

empreendimento. “A mão de obra é bastante escassa

pois é uma profissão repassada de pai para filho. Hoje

trabalhamos com cinco barbeiros, todos profissionais,

porém dois deles são de fora do estado justamente porque

aqui não há tanta disponibilidade”, explica Fauzy.

Aluízio de Carvalho é barbeiro desde os 16 anos de

idade e já trabalha na área há pelo menos 15 anos. “Meu

pai e meu tio são barbeiros, aprendi o ofício com eles e

também já fiz alguns cursos para me aperfeiçoar”. Para

quem não tem muita intimidade com os pelos no rosto

ele dá algumas dicas: “Uma toalha com água morna

abre os poros, facilitando o deslizar da lâmina e evitando

inflamações dos pelos. Uma loção pós-barba pode arder

um pouco, mas evita irritações e dá uma sensação

refrescante”, garante o barbeiro.

Quer saber o melhor tipo de barba? A Alvo ajuda no

infográfico ao lado.

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48 Revista alvo - Edição 17

aCelerarRômulo MartinsPersonal TrainerCREF 001769-G/PA

GRAVIDEz E EXERCíCIO: COMPREENDA E APROVEITE OS BENEFíCIOS

Há um tempo, a gestação era considerada pelos mais tradicionais como doença, apoiado por crenças e empirismos. Apesar de todas as mudanças fisiológicas, morfológicas e estruturais que ocorrem do início ao fim da gravidez, a prática regular de exercícios físicos apresenta benefícios impactantes na saúde e bem estar da futura mãe. Hoje, graças ao avanço dos estudos de fisiologia do exercício e do consenso científico, as gestantes não só podem como devem praticar exercícios físicos, depois da devida liberação clínica feita pelo obstetra.

Existem protocolos e diretrizes para criar práticas seguras e benéficas, lembrando que o foco é a saúde, embora gestantes bem treinadas possam realizar exercícios físicos mais intensos. O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), reforça que a manutenção da prática regular de exercícios, de intensidade moderada, durante a gravidez trás benefícios significantes para saúde da mãe (controle de peso materno, boa forma física, a sensação de bem-estar, além da melhoria do cansaço, da qualidade do sono, das dores nas costas, entre outros benefícios adicionais como a diminuição do risco de desenvolvimento do diabetes mellitus gestacional, pré-eclâmpsia e melhoraria da função psicológica) e ganho de peso para o feto. Não há evidências científicas de que o exercício aumente a temperatura da mãe a níveis prejudiciais ao feto, como se supunha anteriormente.

Vale ressaltar que um dos pontos importantes dos benefícios é o controle da incontinência urinária, disfunção no assoalho pélvico que surge logo após o primeiro trimestre da gravidez, e também após o parto. Para prevenir e tratar a incontinência urinária, estudos mostraram que o treinamento dos músculos do assoalho pélvico é eficaz, pois reduz a perda involuntária de urina e aumenta a força muscular.

O aumento da mama e a mudança do centro de gravidade devido o aumento da barriga, geram inevitáveis dores no tórax e na região lombar, diminuindo a qualidade de vida da gestante. Nestes casos, o fortalecimento dos músculos das costas e lombar amenizam esses desconfortos.

O ACOG apontando os benefícios maternos e fetais definiu algumas recomendações de interesse na prescrição de programas de exercícios na gravidez. Independentemente do tipo, as intensidades leve ou moderada são as mais adequadas, com

frequência mínima de três vezes por semana, praticadas regularmente. A preferencia é por horário menos quentes do dia, com roupas confortáveis e atentos à hidratação. As atividades intensas devem ser evitadas, respeitando o limite de 140 batimentos por minuto para a frequência cardíaca materna e de 38ºC para a temperatura ambiente.

Larsson e Lindqvist estabeleceram que entre 50 e 70% da capacidade cardíaca máxima durante a atividade física é uma faixa segura, tanto a nível fetal quanto no que diz respeito ao aumento da temperatura corporal materna, em atividade física no solo.

Exercícios deitados, como o supino, devem ser evitados por diminuir o retorno do sangue ao coração. A sugestão é que seja realizado em ângulos a partir de 30 graus ou ainda sentado.

Não se recomenda a prática de levantamento de peso, de impacto, com saltos além daqueles que gerem desequilíbrios ou risco de queda. Também devem ser evitados movimentos que criem hiperextensões das articulações, devido à liberação de um hormônio chamado relaxina que causa frouxidão ligamentar nas gestantes.

Quando orientado por profissionais capacitados, os benefícios dos exercícios durante a gestação claramente se sobrepõem aos riscos potenciais. Qualquer dúvida, sempre consulte o seu médico e profissional de educação física especializado.

Para prevenir e tratar a incontinência urinária, estudos mostraram que o treinamento dos músculos do assoalho pélvico é eficaz, pois reduz a perda involuntária de urina e

aumenta a força muscular.”

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49Revista alvo - Edição 17

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Seja para emagrecer ou ganhar condicionamento físico, a corrida é um bom exercício para ficar em dia com a saúde.

por Liandro Bito

CORRIDAS DE RuA GANHAM ADEPTOS EM BELÉM

esporte

Movimento, treino e suor. Uma vida saudável e a busca pelo corpo perfeito são motivos que levam muitas pessoas a praticarem o running. As corridas de rua em grupo estão na moda, e Belém também está no circuito da novidade que promete acabar com o sedentarismo.

Mas se engana quem acha que para correr, basta calçar um tênis e vestir uma roupa leve. O primeiro passo para praticar atividades esportivas de grande impacto e esforço físico, como a corrida, é consultar um especialista médico e principalmente fazer exames cardíacos. “Um jovem que não tem antecedente familiar de doenças cardíacas e que durante toda a sua vida foi acompanhado por um pediatra ou clinico, não necessariamente tem que fazer exames. Agora pessoas que não praticam ou nunca praticaram esporte, ou tem mais de 40 anos, ou são mais jovens e que não sabem como está o coração, ai sim recomendamos fazer exames antes de começar a correr”, enfatiza a médica cardiologista Ivete Maciel.

A especialista conta que o corredor iniciante sem o acompanhamento adequado de um profissional pode ter uma arritmia ou até mesmo um infarto. “Esses casos estão ligados a falta de condicionamento. Às vezes, a pessoa quer fazer um exercício e vai além da sua capacidade funcional e pode sobrecarregar o coração que pode não estar preparado”, diz.

A médica ressalta que a avaliação com o cardiologista é fundamental para quem quer começar a “correr”. Ivete Maciel conta que vários pacientes, na maioria jovens, vão ao seu consultório fazer exames antes de iniciar atividade física. “As pessoas fazem questão de saber como anda a sua saúde, querem começar as atividades tranquilas. Há muitos casos na mídia de atletas que infartam em campo e isso está preocupando os jovens”, comenta.

Ela conta ainda que muitos vão indicados por preparadores físicos de academia. “As academias exigem os exames no coração como um pré

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requisito para liberar o paciente para fazer as atividades. Fisioterapeutas e ortopedistas são outros especialistas indicados para fazer avaliações de quem pretende correr. Com todos os exames clínicos aprovados, basta procurar um profissional de educação física para acompanhar o seu treinamento”, garante a médica.

CuIDADOS ANTES DE CORRERMas, antes de ir para as ruas correr, há vários cuidados que

devem ser levados em consideração, como a alimentação, o aquecimento, as roupas e tênis adequados. Alguns querem correr para emagrecer e outros para ganhar condicionamento físico. Se o seu objetivo for emagrecer, o ideal é receber orientações de um nutricionista para avaliar a sua alimentação.

“Nunca mude o alimento antes da corrida. O organismo pode rejeitar. O ideal é comer de 40 a 60 minutos antes de correr. Tempo ideal para fazer a digestão e não sentir nenhum desconforto. Dar preferência a comer coisas leves como frutas, não derivados do leite por que costumam dar desconforto intestinal”, aconselha o educador físico Amilton Coelho, 27 anos, que treina cerca de 40 alunos em duas academias de Belém. “Antes de correr você deve tomar repositores eletrolíticos. Eles possuem sais minerais, o que perdemos muito no suor durante o treino. No pós-treino, hidratação com muita água”, indica.

Roupas leves ajudam na transpiração e facilitam os movimentos. O ideal é que o aluno tenha dois pares de tênis: um para a corrida e outro para competir. “Com o tempo o tênis perde o amortecimento. O ideal são os mais flexíveis e de material leve, que facilitam até o escoamento de água na corrida. Os preços variam de R$ 180 a R$ 700. Mas o ideal é que ele se adeque ao pé. Não pode ser apertado. As vezes é caro só por ser marca famosa, mas o sapato nem é confortável”, diz Coelho.

Tudo pronto? Então é hora de alongar para correr. Os alongamentos são focados nos membros inferiores: perna, panturrilha e coxa. O “trote” também pode ser uma forma de aquecimento do corpo. É uma corrida bem leve feita durante 10 minutos, aproximadamente. “Já é um aquecimento”, garante Coelho.

Antes de correr, o treinador e seus alunos se reúnem para estudar o percurso, que é decidido sempre de acordo

Amilton Coelho - Educador Físico

Nunca mude o alimento antes da corrida. O organismo pode rejeitar. O ideal é comer de 40 a 60 minutos antes de correr. Tempo ideal para fazer a digestão e não sentir

nenhum desconforto.”

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52 Revista alvo - Edição 17

com a quilometragem. “Treinamos baseados na quilometragem do percurso e não no tempo correndo. Corremos sete quilômetros em um dia durante a semana e de dez a doze quilômetros nos finais de semana. Depende também para que prova estamos treinando”, conta.

O grupo treina focando participar das principais provas de Belém, que hoje tem cerca de 24 corridas de rua ao ano, uma média de 2 por mês, segundo o site da Federação Paraense de Atletismo, onde se pode ver as informações completas de todas as corridas.

PRA CORRER NãO TEM IDADESegundo o preparador físico,

poucos correm visando subir no pódio. “Eles treinam pela qualidade de vida. Já ganhamos varias vezes por “maior equipe”, uma categoria que é premiada nas corridas de rua. É uma forma de confraternizar com amigos, família, colegas de trabalho. Temos corredores de 20 aos 60 anos no grupo, com um fôlego de dar inveja a qualquer um”, conta.

Na melhor idade, aos 61 anos, a psicopedagoga Helena Brito corria na esteira como parte dos exercícios da academia. Mas, ao descobrir a corrida de rua, não parou mais. “Só corro na rua. Não me sinto mais bem na esteira. Corro porque me sinto bem. Me dá liberdade. Sinto o vendo em mim e me sinto livre. Me sinto mais jovem”, afirma. Helena, que percorre dez quilômetros três vezes na semana, entre 5h e 6h da manhã, nos bairros do centro de Belém. “A noite acho perigoso pelo grande movimento de carros”, comenta. Mas, os veículos não são os únicos obstáculos para quem corre na rua. “Já pisei em uma pedra e torci o pé. Não foi nada grave”,

relembra a psicopedagoga. “Calcanhar e joelho são os locais mais lesionados por receberem o maior impacto com o peso do corpo durante a corrida. É preciso estar atento”, completa o treinador.

TECNOLOGIA A FAvOR DA CORRIDANo mercado já existem aplicativos com GPS (Global

Positioning System) que informam a velocidade média por minuto, por quilometro, onde você percorreu e se há subidas ou descidas no trajeto, e até relógios que monitoram os batimentos cardíacos!

Mas, a tecnologia avançou e facilitou o monitoramento do treino e de corridas. “Antes o atleta

recebia um chip que amarrava no cadarço do tênis, o sistema fazia a aferição durante o trajeto e ele devolvia no final da prova. Hoje, o chip é de uso único. O atleta pode levar para casa contendo outras informações da prova, incluindo sua posição, tempo de corrida e outros detalhes. Tudo fornecido on line no site”, conta Paulo Cesar

dos Santos, proprietário da Chiptiming, empresa que organiza competições de rua pelo Brasil. A empresa existe há 27 anos, e há seis chegou em Belém para oferecer o serviço. Hoje, já é responsável mais de 40 corridas de rua em todo o Pará.

Cerca de 15 mil corredores participam por ano de todas as provas organizadas pela Empresa. “Precisamos de uma tecnologia mais rápida de apuração. No final da prova, o atleta fica muito desgastado. O resultado deve ser passado de imediato. Ele não quer e não pode ficar esperando. Antigamente o resultado era entregue em até 1h30 depois de cruzar a linha de chegada. Hoje ao cruzar a linha o resultado já é informado”, comenta Paulo. Entre as tecnologias criadas está o “resultado por sms”, que informa no celular do atleta seu tempo e

Helena Brito - Picopedagoga

Só corro na rua. Não me sinto mais bem na esteira. Corro porque me sinto bem. Me dá liberdade. Sinto o vendo em mim e me sinto livre.”

esporte

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percurso; o “vídeo do resultado”, onde você assiste a sua chegada; e a “foto chegada”, onde uma foto é tirada do corredor a cada dois segundos na linha de chegada.

Com o avanço da tecnologia e a popularização dos smartphones, foram desenvolvidos também aplicativos que registram várias informações sobre o rendimento do atleta durante a corrida. Abaixo listamos alguns que oferecem bons serviços como o registro da duração da atividade, ritmo, velocidade, calorias gastas e a rota percorrida. Eles também permitem que os dados armazenados sejam compartilhados em redes sociais. 1 – Runkeeper (grátis para iPhone e Android)

Um dos mais utilizados pelos corredores, o app tem uma interface bastante intuitiva. Disponível em português. 2 – Endomondo (grátis para iPhone, Android e Blackberry)

Outro aplicativo muito recomendado pelos corredores. Como o Runkeeper, os dados registrados durante a atividade podem ser informados por áudio. 3 – Runtastic (grátis para iPhone e Android)

Além de auxiliar na corrida de rua, atende também a outras 30 atividades físicas. Disponível

em português.4 - Sports Tracker (grátis para iPhone e Android)

Permite a criação de diagramas e de planos personalizados de treinamento. 5 - Runens (iPhone US$ 2,99)

Permite desafiar outros usuários e superar seus resultados.

Especialistas afirmam que além de queimar

gordura e aumentar a resistência, correr também

faz bem pro cérebro, pro coração, pros pulmões

e pros músculos do corpo todo que ganham mais

força, resistência e capacidade concentração. “A

corrida ajuda também a melhorar o sono, o humor,

acelerar o metabolismo, deixar os ossos mais

fortes e combater inúmeras doenças”, finaliza a

cardiologista Ivete Maciel. E depois de todas essas

dicas, agora é hora de aquecer, calçar os tênis e

sair do sofá e quem sabe se tornar o (a) mais novo

(a) corredor de rua. Não perca tempo e comece a

treinar hoje mesmo!

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54 Revista alvo - Edição 17

papo seguroMajor Leonardo MarconyBacharel em Ciências [email protected]

Mestre em Estratégia Militar

TECNOLOGIA E ATITuDES PARA EVITAR A SAIDINHA

Mesmo com tantos avanços tecnológicos, cheque especial, cartão de crédito, transferência eletrônica, ainda não conseguimos uma alternativa para deixar de ir aos bancos. Ou é uma conta que precisamos pagar ou um saque de uma grande quantia. Há quem receba o salário do mês apenas na boca do caixa. Isso tudo só podemos fazer numa agência bancária. Nessas horas a gente precisa ter muito cuidado com os assaltos, as famosas saidinhas. O assunto parece batido, mas nunca é de mais alertar.

O crime da saidinha é o mais comum quando o assunto é assalto que envolva dinheiro nas entradas de banco. No final do mês, todo mundo quer receber logo o salário, mas às vezes, esperar um pouco é mais seguro, se houver a necessidade de sacar o dinheiro. Acompanhe as nossas dicas para evitar o prejuízo e o trauma de um assalto.

Evite ir ao banco justamente nos dias de pagamento (5, 10 e 20), quando o fluxo de clientes é intenso. Máquinas eletrônicas geralmente ficam disponíveis de 6h às 22 horas, todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados.

Se for algo adiável, é recomendado evitar ir ao banco nas segundas e sextas-feiras para o atendimento nos guichês de caixa. Esses são os dias mais movimentados da semana.

Evite retirar grandes quantias em dinheiro. Prefira ações como transferências bancárias (DOC ou TED) e pagamentos eletrônicos.

Antes de sacar, observe o ambiente. Se avistar alguém suspeito. Desista e avise a polícia ou ligue para 190.

Não crie uma rotina. Não frequente a agência bancária nos mesmos horários

O cartão magnético de conta-corrente pode ser utilizado em qualquer estabelecimento comercial que aceite a bandeira Visa ou Mastercard. Você pode fazer as suas compras no débito automático. É prático, sem custos e totalmente seguro.

Em casos de assaltos, não reaja, entregue o dinheiro. Depois procure a polícia, vá a uma delegacia

para fazer um boletim de ocorrência.

Algumas atitudes podem evitar o assalto. Após efetuar saques, é aconselhada atenção e observar se está sendo seguido. Além disso, evite ir sozinho ao banco se o saque for de uma grande quantia.

O cliente que possui internet pode fazer suas operações bancárias no computador com toda a segurança, muitos bancos estão investindo milhões na segurança do acesso a conta pela internet e as fraudes caíram bastante. Mas atenção na hora de fazer as operações, observe se no canto inferior direito da tela aparece um link com um cadeado. Ao clicar, você pode visualizar as informações de segurança da página, uma garantia de que o site é seguro. Observe também que ao entrar numa página segura, o HTTP vira HTTPS.

O crime da saidinha é o mais comum quando o assunto é assalto que envolva dinheiro nas

entradas de banco. .”

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A cidade de Marselha, no sul da França, é a segunda mais populosa do país e também a mais antiga, com cerca de 2.600 anos. Um dos pratos mais tradicionais da região é o Bacalhau em molho Aioli, típico do Mediterrâneo. O chefe de cozinha francês Franck Amaddio inovou ao fazer uma irresistível mistura entre as culinárias francesa e paraense substituindo o Bacalhau pelo Pirarucu, um peixe típico da Amazônia.

O prato foi feito pelas mãos do chefe francês apenas uma vez, em 2000, quando se preparava para participar de um concurso nacional de culinária, mas, o evento foi cancelado e a sua obra-prima não foi apresentada ao Brasil. Treze anos se passaram e Franck apresenta a receita que remete a sua infância, no Mediterrâneo, com exclusividade

Prato típico do mediterrâneo recebe um toque paraense com um peixe regional.

por Liandro Bitofotos: Everton Saraiva

SALGADO EM AIOLIPIRARuCu

gastronomia

para a Revista ALVO. “Este é um prato que se faz durante o verão

francês, onde a família se reúne para almoçar no final de semana nas casas de campo. Comem em pratos pintados com artes regionais, incluindo aperitivos e tira gostos para acompanhar. Aqui, chamamos o Pirarucu de “Bacalhau da Amazônia”, brinca o chef.

O Aioli é uma emulsão fria típico da gastronomia mediterrânea e ideal para acompanhar peixes, frutos do mar e vegetais. Parente da maionese, o Aïoli tem modo de preparo bem semelhante. Os seus ingredientes principais são o azeite e o alho. “É típico do mediterrâneo, do sul da França. A Itália também usa”, comentou Franck. Para acompanhar o prato, o vinho tinto seco é o mais indicado.

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“Na França fazemos os pratos com muitos molhos especiais que podem levar vinhos, creme de leite, molho branco ou madeira. Aqui no Brasil não há muito este costume. Em Belém, por exemplo, são mais ingredientes naturais, como o jambú, que encanta qualquer cozinheiro com os sabores paraenses”, comenta.

Confira a receita em detalhes e bom apetite!

INGREDIENTES:- 1 kg de Pirarucu salgado- ½ kg de camarão com cabeça- 5 batatas - 2 cenouras- 6 ovos cozidos- azeitonas pretas sem caroço- alcachofra- feijão verde- aspargo- grão de bico- brócolis ou couve flor(serve até 5 pessoas)

MODO DE PREPARODeixar o pirarucu de molho ou cozinhar para tirar o

sal. Em seguida, escaldar o camarão com a cabeça. Cozinhar os legumes. O ideal é no vapor para manter a cor. Enquanto tudo cozinha, preparar o molho Aioli. Com o molho pronto, é hora de fritar o pirarucu no azeite com uma camada bem fina de trigo. O camarão também deve ser frito levemente no azeite. O prato pode ser montado individualmente ou em apenas uma travessa de vidro. Colocar o pirarucu e o camarão um ao lado do outro, e em seguida os legumes. Por fim, o molho Aioli no centro.

INGREDIENTES (MOLHO AIOLI)5 dentes de alho3 gemas de ovo1 colher de mostarda francesa1 colher de sopa de vinagre azeitesal e pimenta do reino

MODO DE PREPAROEm um pilão, amassar os cinco dentes de alho sem

casca. Colocar as 3 gemas de ovo, a mostarda francesa e o vinagre. Depois de misturar, colocar azeite aos poucos, misturando bem devagar, até ficar na textura de uma maionese. O aïoli só está no pronto quando se consegue equilibrar o pilão em pé no meio da mistura.

O Aioli é uma emulsão fria típico da gastronomia mediterrânea e provençal ideal para acompanhar peixes, frutos do mar e vegetais. Parente da maionese, o Aïoli tem modo de preparo bem semelhante. Os seus ingredientes principais são o azeite e o alho.

Serviço: Hotel Le MassiliaRua Henrique Gurjão, n° 236.Fone/Fax: 55 91 3222-2834, 3224-7147www.massilia.com.brreservasmassilia@yahoo.com.brRestaurante: Segunda à sábado para almoço (12h às 14h) e jantar (19h às 23h).

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eventos

A Associação Empresarial de Ananindeua (ACIA) através do Programa Acia Sustentável, realizou no dia 28 de novembro, no auditório da Unama BR, um coquetel para reconhecer o trabalho de sete empresas com o Prêmio “Empresa de Qualidade”, que reconhece as empresas que possuem práticas sustentáveis. As homenageadas foram: Distribuidora São Paulo, Logos Sistema Educacional Evangélico, DNA Centro de Educação Profissional, Office Clean, Requinte Móveis, Só Irmãos e Protec. O prêmio reconheceu as empresas que tem práticas sustentáveis.

Fotos: ASCOM ACIA

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60 Revista alvo - Edição 17

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