revista macrocosmo #17

80
macroCOSMO.com revista Ano II - Edição nº 17 - Abril de 2005 A PRIMEIRA REVISTA ELETRÔNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA O erro das Estações do ano Projeto: Turismo Rural Astrofísica Elementar A “Anatomia” das Estrelas ISSN 1808-0731

Upload: hemerson-brandao

Post on 22-Mar-2016

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Publicação eletrônica pioneira de jornalismo sobre Astronomia, a Revista Macrocosmo é gratuita, sendo disponibilizada na internet através de arquivos PDF. As edições contém artigos, tutorias, projetos, entrevistas, resenhas, guias, efemérides e dicas sobre todos os ramos da Astronomia, incluindo a Astronáutica e a Física.

TRANSCRIPT

  • 1revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    macroCOSMO.comrevistaAno II - Edio n 17 - Abril de 2005

    A PRIMEIRA REVISTA ELETRNICA BRASILEIRA EXCLUSIVA DE ASTRONOMIA

    O erro dasEstaes do ano

    Projeto: TurismoRural

    AstrofsicaElementar

    A Anatomia das Estrelas

    ISSN 1808-0731

  • 2 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    [email protected]

    Diretor Editor ChefeHemerson [email protected]

    DiagramadoresRodolfo [email protected] [email protected] [email protected]

    Artista GrficoRodrigo [email protected]

    RedatoresAudemrio [email protected] Edgar I. [email protected] Gandhi [email protected] F. [email protected] [email protected] M. [email protected] R. [email protected] [email protected] A. [email protected]

    Colaboradores Emerson R. Perez [email protected]

    Elas no passam de grandes esferas de gasesincandescentes, alimentadas por reaes termonucleares,mas possuem um papel fundamental na histria e nosprocessos evolutivos do nosso Universo. Do latim Stella,as Estrelas no passado fascinaram e estimularam ahumanidade a fazer um estudo detalhado do cu, sendo desuma importncia para a regularizao dos primeiroscalendrios. Tambm foram elas que guiaram geraes denavegadores em pocas de Grandes Navegaes. Embora paream como pontos brilhantes idnticos eimutveis, as estrelas so muito diferentes entre si, comocomposio, massa cor e luminosidade. O nmero deestrelas no Universo conhecido pode ultrapassar o valorde 10 sextilhes, sendo elas as principais geradoras deenergia em nosso Universo atual. Todos os elementos que conhecemos hoje em nossastabelas peridicas, exceto os dois mais simples hidrognioe hlio, foram fabricados no interior de estrelas de grandemassa, e por isso a importncia das estrelas nos processosde formao de elementos pesados, sem os quais a vidahoje no existiria. Desse modo, no errado nosconsiderarmos filhos das estrelas! Os tomos sintetizadosno interior das estrelas esto em nosso sangue, em nossocrebro, em nossos ossos. As estrelas no s nos deram a vida, mas como tambma mantm. O Sol, nossa estrela mais ntima, a principalgeradora de energia ao nosso planeta, grande responsvelpela manuteno da vida na Terra. Originarias de nebulosas de gs e poeira, ao esgotar suasreservas de combustveis, voltam a se desfazerem emnebulosas, e a partir delas, novas estrelas so formadas,fechando assim um ciclo de vida e morte estelar. Infelizmente essas gigantescas fornalhas termonuclearesno so eternas. Estimativas apontam que nos prximos100 trilhes de anos, a era estelfera do Universo ter fim,quando todas as estrelas j tero exaurido seuscombustveis e no haver elementos suficientes para aconstituio de novas estrelas. Um fim nada animador paranosso Universo, que ir continuar a expandir-seeternamente numa longa, negrume e fria era degenerativa,uma era de ans-negras, estrelas de nutrons e buracosnegros. Boa leitura e cus limpos sem poluio luminosa.

    Hemerson BrandoDiretor Editor Chefe

    [email protected]

    Editorialrevista macroCOSMO.comAno II - Edio n 17 Abril de 2005

  • 3revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    revista [email protected] sumrio

    permitida a reproduo total ou parcial desta revista desde que citando sua fonte, para uso pessoal sem finslucrativos, sempre que solicitando uma prvia autorizao redao da Revista macroCOSMO.com.

    A Revista macroCOSMO.com no se responsabiliza pelas opinies vertidas pelos nossos colaboradores.Verso distribuda gratuitamente na verso PDF em http://www.revistamacrocosmo.com

    NA

    SA /

    JPL

    / Calt

    hec

    Capa: Canibalismo Csmico, a massa de uma estrela gigantelaranja, sendo sugada por um buraco negroCrdito: ESA, NASA, and Felix Mirabel (French Atomic EnergyCommission and Institute for Astronomy and Space Physics/Conicet of Argentina)

    AstrodvidasDeus e a CinciaAstrofsica ElementarA anatomia das EstrelasProjeto de DivulgaoTurismo RuralEfemridesAbril de 2005Constelaes ZodiacaisConstelao de Virgem

    Mitos CientficosO erro das estaes do ano

    macroRESENHAFontenelle e VoltaireExplorando o UniversoHH47

    Guia DigitalAbril de 2005

    macroNOTCIASHubble, ESA, Eclipse, Gravit Probe B 06

    091127466165687072

  • 4 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A Revista macroCOSMO.com est lanando o Censo Astronmico 2005,o primeiro censo brasileiro criado para esse fim, onde pretendemos duranteeste ano, traar um mapa da astronomia em nosso pas.

    Os objetivos principais deste censo, so o de levantar a parcela dapopulao que dedica sua vida astronomia, desde os entusiastas at osastrnomos profissionais. Conhecer o perfil e interesses dos astrnomosbrasileiros e destacar as regies onde concentra-se a astronomia.

    Atualmente em nosso pas, a astronomia est muito dispersa,individualista. Felizmente muito tem ocorrido para reverter essa situao, comograndes encontros anuais de astronomia, reunindo astrnomos de todo o pas,em grandes Star Partys (verdadeiras festas de astronomia). No ultimo grandeencontro em Brotas/SP, o ENAST - Encontro Nacional de Astronomia, reuniumais de 600 astrnomos, desde entusiastas at mesmo profissionais. Atravsdo Censo, poderemos saber quais so os nichos em que a astronomia seaglomera, e assim estimular um maior contato entre eles, organizar encontrosregionais e nacionais com maior eficcia, e destacar aquelas regies aonde aastronomia ainda no chegou, planejando assim estratgias de divulgao.

    O censo estar on-line por um perodo mximo de doze meses, contandoa partir de janeiro de 2005. O levantamento final ser aberto e publicado nasedies da Revista macroCOSMO.com. Posteriormente, todos os dados seropublicados no site da Revista, para indexao em sites de busca na internet.Estaremos contatando a imprensa geral e instituies relacionadas com aastronomia, caso tenham interesse em divulgar e/ou utilizar o levantamentodeste censo.

    Agradecemos s centenas de astrnomos que j participaram econvidamos a todos nossos leitores para participarem deste censo, acessandoa pgina da Revista macroCOSMO.com. Qualquer dvida, entre em contatoatravs do e-mail: [email protected]

    Se voc ainda no preencheu o questionrio, acesse-o em:

    http://www.revistamacrocosmo.com/censo.htm

  • 5revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAMPANHA

    CAMPANHA NACIONAL DE APOIO

    PELA REALIZAO DO 1. VO ORBITAL DO ASTRONAUTAPELA REALIZAO DO 1. VO ORBITAL DO ASTRONAUTAPELA REALIZAO DO 1. VO ORBITAL DO ASTRONAUTAPELA REALIZAO DO 1. VO ORBITAL DO ASTRONAUTAPELA REALIZAO DO 1. VO ORBITAL DO ASTRONAUTABRASILEIROBRASILEIROBRASILEIROBRASILEIROBRASILEIRO

    EEEEE

    PELA CONTINUIDADE DO BRASIL NO PROJETO DA ESTAOPELA CONTINUIDADE DO BRASIL NO PROJETO DA ESTAOPELA CONTINUIDADE DO BRASIL NO PROJETO DA ESTAOPELA CONTINUIDADE DO BRASIL NO PROJETO DA ESTAOPELA CONTINUIDADE DO BRASIL NO PROJETO DA ESTAOESPACIAL INTERNACIONAL (EEI).ESPACIAL INTERNACIONAL (EEI).ESPACIAL INTERNACIONAL (EEI).ESPACIAL INTERNACIONAL (EEI).ESPACIAL INTERNACIONAL (EEI).

    A Campanha Quero ver o Verde e o Amarelo no Espaocontinua e estaremos recebendo assinaturas on-line at a apreciaodo projeto pela Cmara dos Deputados e pelo Senado. A data aindano est confirmada, mas a AEB - Agncia Espacial Brasileira, deverencaminhar o projeto at o ms de abril, no mais tardar.

    Aproveitamos a oportunidade para divulgar as palavras do nossoMinistro da Defesa, vice-presidente Jos Alencar, em publicao do dia27/01, no JB Online:

    O tenente-coronel-Aviador Marcos Pontes, que est em Houstonh seis anos, foi convidado a participar de uma misso espacial russaem 2006, integrando a equipe que ir a uma Estao Espacial com 100metros de comprimento por mais de 100 de dimetro, o equivalente adois campos de futebol. Para o vice-presidente da Repblica e ministro, a prova da competncia do homem brasileiro e da evoluotecnolgica de nossa indstria area.Estamos torcendo para que o convite, j aceito pelo TCel Marcos Pontes,se concretize e possamos assim ver nossa bandeira no espao em2006!

    Colabore com o Comit assinando nosso abaixo-assinado edivulgando nosso site.

    Comit Marcos Pontes - www.comitemarcospontes.cjb.net

  • 6 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    O futuro administrador da Nasa, Michael Griffin,sugeriu nesta tera-feira, 12 de abril, pela primeiravez, a possibilidade de enviar uma misso paraconsertar o telescpio espacial Hubble.

    A misso consertaria e substituiria osgiroscpios e as baterias do telescpio que emmais de dez anos de operaes enriqueceu oconhecimento humano sobre astronomia,mostrando lugares do espao que nunca haviamsido vistos.

    Depois do desastre do nibus espacialColumbia, h mais de dois anos, o entoadministrador da agncia espacial, Sean OKeefe,decretou a virtual pena de morte para o Hubble,ao afirmar que uma misso de reparao seriamuito perigosa para os astronautas.

    O desastre do Columbia matou os setetripulantes da nave e obrigou a Nasa a cancelaros vos dos ltimos trs nibus espaciaisamericanos.

    Depois, as restries oramentriasconfirmaram a sentena e condenaram o Hubblea uma lenta queda e desintegrao em seu choquecom a atmosfera terrestre, que ocorreria dentrodos prximos dois anos.

    Mas agora Griffin, em uma audincia deconfirmao diante de um comit do Senado,informou que a deciso final sobre a reparaodo Hubble ser tomada depois do reatamento dasmisses com nibus espaciais, que deveacontecer no prximo ms.

    Quando regressemos ao espao, ser com umnovo veculo, para o qual haver uma nova anlisede riscos. Nesse momento, devemos reconsiderara deciso sobre o Hubble, disse Griffin, aocomparar as descobertas do telescpio com ateoria da relatividade de Albert Einstein.

    Segundo fontes legislativas, a possibilidade desalvar o Hubble ser comemorada pelacomunidade cientfica, que protestou quandoforam canceladas as misses de reparo.

    Griffin tambm informou que uma de suasprioridades ser garantir a segurana dos nibusespaciais, que ainda devem operar at 2010.

    Acrescentou que enquanto for o administradorda agncia espacial tentar equilibrar osprogramas cientficos, de prospeco e deaeronutica.

    Nesse sentido, prometeu que intensificar osesforos para completar a construo da EstaoEspacial Internacional (ISS), uma empresa na qualparticipam a Agncia Espacial Europia, Japo,Canad e Brasil.

    As promessas de Griffin, um engenheiroespecialista em foguetes, foram bem recebidas poralguns membros do Comit de Comrcio, Cinciase Transporte, que pediram a aprovao hojemesmo e o envio ao plenrio do Senado, ondedever ser analisada na prxima semana. F

    Srgio [email protected]

    Esperanas paraHubble

    macroNOTCIAS

    NASA

  • 7revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    ESA propor nova misso a Marteequipada com rob

    A Agncia Espacial Europia (ESA) informounesta segunda-feira (11 de abril) que, em suaprxima reunio ministerial, em dezembro, vaipropor a implementao de uma nova misso aMarte, equipada de um rob.

    O objetivo da nova sonda, que dever aterrissarem Marte em junho de 2013, ser fazer umaanlise detalhada do meio ambiente marciano ebuscar restos de vida passada ou presente,assinalou a ESA.

    Segundo a agncia, a idia de enviar um novosatlite espacial a Marte, depois do sucesso damisso Mars Express, surgiu em reunio decientistas e pesquisadores europeus, canadensese americanos nos ltimos dias 6 e 7 naUniversidade de Aston, em Birmingham, no ReinoUnido.

    Esse novo projeto seria financiado no programade prospeco planetria Aurora da ESA. Amisso recomendada em Birmingham prev autilizao de um foguete russo Soyuz para colocarem rbita a sonda e usar um satlite da Nasa paraestabelecer as comunicaes com a Terra duranteos dois anos da viagem interplanetria.

    O rob estaria equipado de uma bateria deinstrumentos cientficos concebidos paradiferentes tarefas: buscar restos de vida, realizara caracterizao geoqumica da superfciemarciana e analisar o perfil da distribuio verticalde gua.

    Outros objetivos do rob seriam identificar, nasuperfcie do planeta e em seu meio ambiente, ospossveis riscos das futuras misses habitadas aMarte, como sua atividade ssmica.

    EFE

    ES

    A / P

    .CAR

    RIL

    Eclipse solar foi parcial no Mxico eEUA

    Curiosos e astrnomos amadores aguardaramnesta sexta-feira o primeiro eclipse solar do ano.Em diversas partes do mundo, com mais ou menosvisibilidade, a lua encobriu o sol, num fenmenoque no ser visto novamente na parte continentaldos Estados Unidos nos prximos sete anos.

    O sul da Flrida ofereceu a melhor viso doeclipse em todo o territrio americano. L, aspessoas puderam ver a lua encobrir quase ametade do sol no final da tarde. Observadoresafirmaram que no sul dos Estados Unidos, na reaentre o sul da Califrnia e o centro de Nova Jersey,se pde observar a lua encobrir uma pequenaparte do sol.

    Na Amrica Central e parte norte da Amricado Sul, o eclipse foi muito mais visvel: o sol ficourestrito a um fino anel de fogo nessa regio. Issocorreu em pases como Panam, Colmbia,Venezuela e rea do Oceano Pacfico, bem comoo norte e nordeste do Brasil.

    Especialistas em astronomia destacaram aimportncia de no se observar diretamente ofenmeno, sob pena de causar danos retina.Ele recomendaram a utilizao de culos escurosou de pelculas escurecidas, como chapas de raio-x.

    O prximo eclipse solar ocorrer no dia 3 deoutubro e ser visvel da Pennsula Ibrica at africa. A prxima ocorrncia do fenmeno comvisibilidade em toda a parte continental dosEstados Unidos no ocorrer antes do dia 20 demaio de 2012.

    AP

    macroNOTCIAS

  • 8 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A sonda Gravity Probe B (GP-B) da Nasaser um dos instrumentos que tentar confirmar aTeoria da Relatividade de Albert Einstein, queneste ano completa 100 anos de sua publicao.

    A Agncia Espacial Americana informou nestasegunda-feira (11 de abril) em seu site que umaequipe da Universidade de Stanford (EUA) tenta,com medies de grande preciso, captar ospossveis erros ou acertos desta teoria, quedesmentiu o conceito de espao fixo de IsaacNewton.

    De acordo com as teorias de Einstein, os corposcsmicos maiores - como os buracos negros, osplanetas e as estrelas - alteram o espao e o tempoao seu redor com sua fora de gravidade.

    At agora, esses prognsticos no puderam sercomprovados porque as alteraes sominsculas e no se contava com a tecnologianecessria para detect-las, se que estasexistem.

    A GP-B pretende comprovar se h algum desviodo eixo de escalao de seus giroscpios emrelao sua estrela guia, a IM Pegasi (HR 8703).

    Deste modo, se os prognsticos de Einsteinestiverem certos, haver pequenas mudanas nasesferas do artefato ou no eixo de rotao.

    Os cientistas calcularam que, se a teoria deEinstein certa, em um ano o desvio do eixo derotao da Terra devido ao efeito da gravidade

    dever ser de um ngulo de 6.614,4 milionsimosde segundo, e o desvio previsto pelo efeito sobreo tempo seria menor ainda, de apenas 40,9milionsimos de segundo.

    Sua impresso que os giroscpios mudarogradualmente o eixo de rotao em relao sestrelas.

    Em caso contrrio, os cientistas contariam comum indcio para relanar o campo escalar ou aTeoria do Todo, capaz de explicar desde osfenmenos csmicos aos subatmicos.

    Nesta ocasio, os cientistas utilizaram o mtodode medio gama, considerado como o maissensvel das medies relativas aos desvios.

    Planeta distante do Sol fotografadopela 1 vez

    Cientistas da Universidade de Jena e doObservatrio Espacial Europeu (ESO)conseguiram fotografar pela primeira vez umplaneta fora do sistema solar. De acordo cominformaes da agncia Reuters, o planeta fazparte de um sistema que est em rbita em tornoda estrela GQ Lupi.

    a primeira vez que um telescpio consegueimagens de um planeta distante do sistema solar.Segundo os cientistas, o astro cerca de duasvezes maior que Jpiter.

    A GQ Lupi semelhante ao sol, porm est emum estgio anterior de evoluo.

    Imagem do observatrio mostra o planeta (B)prximo a sua estrela (A), chamada GQ Lupi

    Sonda Gravity da Nasa tentar confirmarTeoria da Relatividade

    Srgio [email protected]

    macroNOTCIAS

    NA

    SA /

    MSFC

  • 9revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    Perante a cincia Deus no existe? Se existe, comoele comumente encarado?

    Klnio Carlos da Silva

    Caro Klnio, um erro muito comum cometidoquando afirmado que existe um conflito entrea Cincia e a Religio, quando na verdade oconflito est entre cientistas e religiosos que malinterpretam o conhecimento cientfico e assagradas escrituras (usaremos a Bblia comoreferncia).

    A grande barreira entre a cincia e a religiosempre foi e ainda continua sendo o Livro doGnesis da Bblia, discordncia esta que nuncadeveria existir, j que as duas vertentes estoprocurando pelas mesmas respostas: De onde

    viemos, qual o nosso papel nesse Universo e qualser nosso futuro. Muitos, seno todos, religiososinterpretam a criao descrita no Gnesis comoum fato histrico, quando na verdade trata-se deuma descrio potica de como Deus criou oUniverso. Em primeiro lugar devemos lembrar queno houve testemunhas na criao do Universo;e em segundo lugar, que um escriba h milharesde anos, no poderia entender conceitos como:interaes qunticas, foras fsicas, matria eenergia, etc.. No o papel da Bblia ser ummanual de como criar um Universo, mas oproblema que muita gente a considera dessamaneira.

    Se a fabricao do Universo estivesse descritana Bblia, hoje no existiria a Cincia, pois as

    DeusCinciae a

    ASTRODVIDAS

    VLA

    / NRA

    O

  • 10 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    respostas para todas as nossas dvidascientficas estariam no Gnesis. Quem sabe,no era essa a vontade desse Deus, que almde criar o Universo, o envolveu em mistriospara manter a humanidade ocupada, tentandodesvendar os mistrios do cosmo, em vez deficarmos perdendo tempo brincando de Guerra.

    Quem afirmar que a teoria do Big-Bang excluio trabalho de um ser divino, trata-se de umapessoa ignorante tanto na Cincia, quanto naReligio. Com os modelos cosmolgicos atuais possvel saber o que ocorreu bilionsimosde segundos aps o Big-Bang, mas no se tema menor idia do que ocorreu um bilionsimode segundo antes. Para comear, a perguntao que ocorreu antes do Big-Bang? no temsentido! A dimenso temporal s foi criada apso Big-Bang, e por isso no existia o tempo antesdo Big-Bang. No existe o antes do Big-Bang,s o aps. Como tambm no existia o espaoou a matria, no haveria a estruturanecessria para alguma coisa existir antes doBig-Bang.

    H algumas teorias que afirmam que nossoUniverso atual, surgiu da imploso de umUniverso anterior, com forma, dimenses ecaractersticas diferentes do atual. Mas claroainda uma teoria.

    Estamos acostumados demais com nossoUniverso quadridimensional. Como podemospensar num modelo matemtico de algoanterior ao Big-Bang, sem espao, sem tempo,sem foras, sem matria ou energia? Esta nopoderia ser um elo de ligao entre a Cinciae a Religio?

    Por que Deus faria tudo em 6 dias, se Ele,sendo onipotente e onisciente, num estalar dededos poderia gerar um evento nico (o Big-Bang) que desenvolvesse por si s, tudo queconhecemos hoje? Seguindo essa linha depensamento o Big-Bang, me parece algo todivino, quanto o que est escrito na Bblia.

    claro que no estou defendendo ouestimulando a criao de uma Religio pr-cientfica, mas sim que a Cincia e Religiopodem conviver em harmonia, dependendo da

    forma como interpretamos a Bblia, e o nossoprprio conhecimento cientfico.

    Foi uma m interpretao do 1 versculo docapitulo 7 do livro do Apocalipse: vi quatroanjos em p nos quatro cantos da Terra, quepor muitos sculos acreditou-se que nossoplaneta era plano! A mesma m interpretaoafirmou que a Terra era o centro do Universo,onde tudo girava ao nosso redor. Interpretaoque s foi alterada s custas de vrias vtimasda Inquisio.

    J no meio cientfico, num levantamento nomuito recente, afirmava que cerca de 40% dacomunidade cientfica internacional, acreditavana existncia de um ser divino, controlador detodo o Universo. Alguns baseiam suas crenasem sua prpria f, outros como o fsico StephenHawking, tentam provar a existncia de Deus,atravs de frmulas matemticas, baseando-se no caos organizado do Universo. Segundoele, nosso Universo estvel e funcionaldemais, para algo que surgiu a partir do caos,sugerindo assim, uma regncia divina naevoluo do Universo. Existem ainda aquelesque afirmam que a prpria preciso damatemtica, s poderia ser obra de um Deus.

    Independente disso, a maioria dos cientistasatuais afirmam que a f em um Deus, nopassa apenas de uma fantasia coletiva dapopulao mundial. Mas aqui cabe um adendo:no existe provas fsicas da existncia de Deus,mas tambm no h provas que demonstre ocontrrio! Dessa forma, a Cincia se mantmneutra sobre essa questo divina, at oaparecimento de provas que nos permitachegar a uma concluso definitiva. Infelizmentetemos um problema: estamos lidando com umDeus que soube esconder muito bem as suaspegadas, ou ento ainda nos falta intelignciapara identificar as mesmas.

    Hemerson [email protected]

    ASTRODVIDAS

  • 11revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    NASA

    / JP

    L AstrofsicaElementar

    P A R T E 1 / 3

    Em 1991, no Rio de Janeiro, eu e mais trs colegas, todos ainda estudantes deastronomia e estagirios do Museu de Astronomia (MAst), fechvamos a 2a ediode uma apostila intitulada Introduo Astronomia. Era uma brochura (encadernadaem espiral, digitada no saudoso WordPerfect, impressa em uma matricial e xerocada)em que organizvamos pela primeira vez a confuso de textos e gravuras quereunimos para o curso a alguns anos antes. O texto tinha umas 170 pginas e sedestinava a um pblico totalmente leigo (escolaridade mnima de 1 grau completo).No era necessrio conhecer muita matemtica, nada alm das quatro operaes.

    O papel ficou amarelando em minha gaveta, a espera de um reviso, 14 anos. Amedida que o papel escurecia a cincia iluminava. Quanta coisa mudou. Quandotomei a deciso de revisar a unidade Astrofsica Elementar vi-me as voltas com umdesafio. Maravilhei-me como as coisas mudaram. Inclusive os meios de publicao.Naquela poca um microcomputador era uma fortuna e impresso colorida era umprivilgio das grandes editoras.

    Naelton Mendes de Arajo | Revista [email protected]

  • 12 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    EstrelasA anatomia

    das1.1. Definies: Astrofsica e Estrelas

    A ASTROFSICA o ramo da Astronomia queprocura compreender as caractersticas fsicas dosastros (forma, composio, temperatura,densidade, estrutura interna etc.) e suaorganizao no tempo e no espao. Para isto essadisciplina utiliza a Fsica Moderna e em particularas teorias que descrevem a estrutura ntima damatria (Fsica Nuclear e Quntica) e do espao(Relatividade). uma cincia nova que sedesenvolveu muito em menos de um sculo.Contudo ainda existe muito a ser descoberto eexplicado.

    Procuraremos ver aqui o que as teorias maisaceitas dizem sobre as estrelas. claro que estarea da cincia est em franca evoluo e asinformaes se atualizam a cada dia. Destamaneira as idias aqui descritas de forma sucintarepresentam uma viso geral do Universo dentrodo que pensa a maioria dos astrofsicos daatualidade.

    Uma estrela basicamente uma enormeesfera de gases aquecidos onde h produo deenergia (luz visvel inclusive) a partir de reaestermonucleares. O principal componente destamistura gasosa o hidrognio, o elemento maisabundante do Universo. O segundo gs maisencontrado o hlio.

    1.2. Estruturas Interna: O EquilbrioDinmico

    Ao estudar o Sol, a estrela mais prxima dens, notamos que este composto de

    atmosfera1, superfcie (chamada fotosfera) einterior. No interior existem camadas de diferentestemperaturas, presses e composies qumicas. no ncleo central que so produzidas as reaestermonucleares que fazem a estrela brilhar. Umaestrela tem uma massa enorme (milhes ou atbilhes de toneladas) que faz com que as pressesno ncleo sejam gigantescas. Podemos compreender a maior parte dosfenmenos estelares a partir de duas foras queconcorrem para o equilbrio da estrela. A foraque puxa todas as suas partes para o centro amesma que mantm os planetas a girar ao redordo Sol: a Gravidade que depende da massa e dadistncia. Quanto mais prximo do centro maisintensa a compresso gravitacional. Tornandoo ncleo altamente compactado. Somente esta

  • 13revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    maneira pela qual produz luz e calor a partir dasreaes nucleares. No processo de reao nucleara estrela queima hidrognio (sem combusto)que se transforma em hlio atravs de uma fusode tomos. A presso elevada e alta temperaturafaz com que reaes complexas resultem na fusode 4 tomos de hidrognio em 1 tomo de hlio.A soma final tem uma massa menor do que oselementos iniciais. Esta massa que falta setransforma em energia (radiao gama e partculassubatmicas menores) segundo a famosaformulao de Einstein: E = m c2 .

    1.3. Luz das Estrelas: Intensidade (Mag-nitude, Luminosidade, Distncia eTamanho)

    Estas noes que mencionamos sobre anatureza interna das estrelas advm do estudodo principal meio de informao que chega atns, sua luz. A primeira coisa que notamos ao observar asestrelas que cada uma delas tem um brilhodiferente das demais. Umas so brilhantes, outrasmal se distingue seu dbil ponto de luz. O brilhode uma estrela costuma ser denominado emAstronomia de magnitude. Esta magnitude classificada de forma decrescente, isto , nmerosgrandes significam brilhos pequenos. Assim umaestrela de 1 magnitude (por exemplo: Antares, AlfaScorpii) brilha muito mais que uma estrela de 2

    presso gravitacional j suficiente para fazer atemperatura elevar-se esustentar o processo de fusonuclear.Oposta a gravidade existe o quepoderamos chamar, de formasimplificada, de Expanso ouPresso do Gs2 que faz comque a estrela inche como umbalo de ar quente. Esta presso devida a temperaturaelevada que faz com que amatria solar tenda a seexpandir. A forma esfrica daestrela resultado do equilbrioentre estas duas foras e da

    CAPA

    (Alnilam, psilon Orionis). A esta magnitudechamamos magnitude aparente. Por quaparente? Vejamos. O brilho de uma estreladepende de dois fatores bsicos: a luminosidade(quantidade de luz irradiada por toda a superfcieda estrela para o espao) e a distncia. O termobrilho significa, neste contexto, a luz que chegaaos nossos olhos. A luminosidade depende dotamanho (quanto maior mais luminosa) e daenergia produzida pelas reaes nucleares. Istoest intimamente ligado a temperatura: maisenergia mais calor mais luz. Da o fato de queas estrelas mais luminosas serem, em geral, muitograndes (nem sempre as mais quentes so asmais luminosas como veremos mais adiante).Para compreender melhor esta relao entredistncia e luminosidade vamos seguir o seguinteraciocnio. Se uma estrela luminosa fosse umafogueira (Betelgeuse, a alfa de Orion serve comoexemplo) e uma outra estrela (o Sol, por exemplo),menos luminosa, fosse um fsforo aceso qualbrilharia mais? Ora, depende a que distncia cadauma est de ns. Assim o fsforo a poucoscentmetros de ns brilha mais que uma fogueiraa centenas de metros. Se colocarmos tanto ofsforo como a fogueira a mesma distncia(digamos dez metros) qual ter a menormagnitude? A este tipo de magnitude, que nosfaz ver a verdadeira diferena de luminosidadeentre duas estrelas, chamamos magnitudeabsoluta. Resumindo: a magnitude aparentemede o brilho e a magnitude absoluta mede aluminosidade.

  • 14 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    1.4. Luz das Estrelas: Cor (Temperatura,Espectro, Classificao e Diagrama HR)

    Uma caracterstica fundamental da luz estelar a sua cor. Nem sempre se nota esta diferenavisualmente. Numa foto colorida as diferenas soat exageradas. Na Astrofsica atual existemdiversos meios para analisar detalhadamente ascores estelares. O meio mais comum aEspectroscopia. Fazendo passar a luz que captada pelo telescpio atravs de um elementodispersor, um prisma por exemplo, a luz decomposta e analisada. Cada cor vai serdispersa em uma diferente direo. Os raios deluz passam para o elemento dispersor atravs deum fenda. Da o feixe luminoso se abre num lequecolorido que projetado sobre um anteparo. Nesteanteparo surge uma faixa colorida onde as coresdo arco-ris variam do vermelho ao azul de formacontnua ou no conforme as caractersticas daluz analisada. A esta faixa usou-se chamar deespectro. Para registrar o espectro geralmentese usava uma placa fotogrfica (no sculopassado), hoje sensores foto-eletrnicos (CCD porexemplo) fazem este papel nos observatriosmodernos. Ao estudar o espectro de diversas estrelas foipossvel dividi-las em vrias classes espectrais.O espectro d informaes detalhadas sobre oestado e a composio da matria. A emisso e aabsoro de energia pelos tomos se realiza deforma bem determinada, especialmente a energialuminosa. Existem vrios tipos de espectrosconforme o estado e composio da matria queinterage com a luz.

    O que a temperatura tem a ver com a cor?Voc j deve ter visto ferro sendo aquecido. Umprego aquecido na chama de um fogo, porexemplo. A medida que se aquece muda de cor:vermelho, alaranjado, amarelo e quase branco. Oscorpos sempre esto emitindo algum tipo de luz(visvel ou no). A cor desta luz dependerbasicamente da temperatura: quanto mais quentemais azulada partindo do vermelho. As estrelastambm se comportam assim. Este tipo deemisso chamada de emisso de corponegro3 e o espectro resultante contnuo, isto, varia do vermelho ao violeta de forma contnua(como um arco-ris). A regio do espectro de maioremisso luminosa determinar a cor

    predominante do corpo. Corpos slidos, lquidosou gases bem densos apresentam espectros destetipo. Resumindo: podemos obter a temperaturada superfcie das estrelas atravs da anlisedetalhada da sua cor.

    A espectroscopia tambm fornece informaessobre a composio qumica. Um tomo de umdeterminado elemento qumico, em estadogasoso, quando submetido a radiao ou aquecidoemite luz. Cada elemento emite seu prprioespectro caracterstico. Ao absorver radiaoeletromagntica os eltrons do tomo mudam derbita por alguns instantes, voltando logo emseguida ao estado original, emitindo radiaoneste processo. A natureza quntica desteprocesso no permite que a energia absorvida ereemitida seja de qualquer comprimento de onda.Na verdade para cada transio eletrnica (vai evem do eltron) h uma freqncia (comprimentode onda, cor) especfica e somente aquela. Assimtemos um espectro de linhas de emisso ouabsoro para um elemento qumico em estadogasoso. como se cada elemento tivesse suaprpria impresso digital. Em uma estrela existemdiversos elementos qumicos misturados. Assim

  • 15revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    podemos distinguir o componentes qumicos dasestrelas. A superfcie densa emite um espectrocontnuo e a atmosfera mais rarefeita emite eabsorve linhas espectrais especficas.

    No diagrama acima as classes esquerda so formadas por estrelas quentes e azuladas. Da esquerdapara a direita a temperatura decai e a cor das superfcies estelares passa gradualmente do azul para overmelho passando pelo branco, amarelo e alaranjado. Assim uma estrela do tipo O azulada, uma do tipoA branca e uma do tipo G amarelada (que o caso do Sol). As estrelas dos tipos R, Q, N, S e W soespecialmente classificadas.

    Na verdade h muitas outras informaesdadas pelo espectro (intensidade de campomagntico, velocidade, estado da matria etc.),contudo basta, a princpio, conhecer estes at aquimencionados para nossa viso introdutria aastrofsica. Mais adiante teremos oportunidadede falar no chamado Efeito Doppler, outra pistapoderosa em astrofsica estelar que aespectroscopia nos d.

    O Diagrama HR

    Se fizermos um grfico utilizando a MagnitudeAbsoluta contra a Temperatura (que o mesmoque fazer Luminosidade versus Cor) notamos queas estrelas se dividem em grupos distintos

    conforme o tamanho e a cor. Isto significa queestas propriedades esto relacionadas. A maiorparte das estrelas vai se concentrar ao longo deuma diagonal do grfico por isto denominamos aesta faixa de seqncia principal. neste grupoque se enquadra o Sol. Quanto mais alto nogrfico, mais luminosa a estrela (porconseqncia maior ela ) e quanto mais a direitamais vermelha, logo mais fria. Assim temos ogrupo das gigantes e supergigantes vermelhase tambm o grupo das ans brancas. Estesgrupos nos do importantes pistas quanto aevoluo das estrelas. As estrelas a medida queconsomem elementos leves no processo de fusonuclear mudam de temperatura e volume. Assimelas percorrem o grfico ao longo dos milnios.Este tipo de anlise grfica foi desenvolvida em1912 e recebeu o nome de diagrama HR emhomenagem aos seus criadores, os astrnomosEjnar Hertzsprung (1873-1967) e Henry N. Russell(1877-1957).

  • 16 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

  • 17revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    1.5. Evoluo Estelar: Nascimento(Nebulosas), Seqncia Principal(Massas Estelares)

    Nascimento das Estrelas

    Hoje em dia consenso entre os astrofsicosque as estrelas surgem a partir de nuvens dehidrognio e poeira. As razes para crer assimso muitas. O principal elemento de que feitoas estrelas e o nosso Universo o hidrognio queforma enormes nuvens no espao interestelar.Estas nuvens so facilmente vistas da Terra e sochamadas nebulosas. Tem sido observado queestrelas consideradas jovens esto prximas denebulosas. No interior de nebulosas existemdiversos corpos que apresentam caractersticasde estrelas em formao. Como se forma uma estrela? Os gases quecompem uma nebulosa esto submetidospraticamente a ao de duas foras: a expansotrmica e a gravidade, nossas velhas conhecidas.Como as temperaturas no interior da maioria dasnebulosas no chega a 0C, basta que hajadensidade suficiente para que a gravidade impeaa disperso da nuvem. Das nuvens de gs e poeira que povoam a nossagalxia somente as nuvens mais frias e maisdensas apresentam condies de gerar estrelas.Nestas nuvens se encontra razovel a proporode molculas em cuja composio inclu-seelementos como o hidrognio, oxignio, carbono,silcio e nitrognio. Por este motivo estasnebulosas so chamadas de nebulosasmoleculares. As grandes nuvens rarefeitas do origem asnebulosas moleculares a partir de um desequilbrioentre a expanso trmica e a gravidade. necessrio que a nuvem (ou parte dela) atinja altadensidade que propicie gravidade vencer aexpanso do gs. Para isso preciso que umacompresso inicial detone o processo decontrao.Esta compresso pode ser de origem interna,atravs de encontro e agregao casual departculas ou devido a diferena de temperaturaque provoque regies de maior compresso.Fatores externos podem contribuir muito para acompresso das nuvens. So exemplos: colises

    entre nuvens e a presso resultante de estrelas jformadas.Tomemos como modelo uma nuvem que j tenhacomeado a se contrair sob a ao da gravidadediz-se ento que ela est em colapsogravitacional. Geralmente estas nuvens temmassas dez mil vezes maior que a do Sol eproduzem cerca de 1.000 estrelas. No incio dacontrao a temperatura mdia da nuvem poucomaior que 273 C (o zero absoluto) e a densidademdia menor que 100 tomos por centmetrocbico (no ar terrestre em condies normais adensidade mdia de 30.000 trilhes de vezeseste valor). Nestas condies a nuvem primordial comeaa se fragmentar em nuvens menores (maisdensas) que iro dar origem a estrelas distintas.Estas nuvens s cessaro de fragmentar-sequando atingirem condies de densidade tais quepermitam o surgimento de molculas de hidrognio(H2), dando origem as nebulosas moleculares. A medida que a nebulosa se condensa suatransparncia diminui. Quanto mais espesso maisopaco fica o meio. As duas fontes de calor queatuam sobre a nuvem so: a luz das estrelas queexistem ao redor e o calor resultante da contrao.Este ltimo se dissipa no espao na forma de luzinfravermelha. Como a densidade da nuvem ainda muito baixa a luz das estrelas circundantesatravessa a nuvem sem dificuldade (sem serabsorvida). Isto implica num resfriamento danuvem uma vez que ela perde calor por irradiaoe no retm a luz das estrelas devido a suaelevada transparncia. Por conseqncia daqueda de temperatura a contrao se acentua. Amedida que a densidade aumenta a transparnciadiminui e um pouco da radiao consegue serabsorvida aquecendo ligeiramente a nuvem.Entretanto este aquecimento somente retarda ocolapso sem conseguir ainda impedi-lo. Nestaetapa j h um ncleo mais denso prximo aocentro da nuvem. ai que comea a surgir oembrio da estrela em formao. Quando se atinge uma temperatura mdia de 263C a densidade bem maior (algo em torno de20.000 tomos por centmetro cbico). Atransparncia continua a diminuir e algumaradiao infravermelha comea a ser retida. Nolugar onde se encontrava o ncleo inicial decondensao surge um corpo mais denso que orestante da nuvem. Esse corpo irradia bastante

  • 18 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    calor devido a matria que se comprime sobre suaele durante o colapso. Chama-se a este corpo deproto-estrela.A temperatura mdia da nebulosa continuaaumentando junto com a densidade. Por volta de268C ; nuvem torna-se opaca. A radiaoinfravermelha fica retida e soma-se ao calor decontrao nesta fase o hidrognio atinge o estadomolecular. A temperatura no interior da proto-estrela j alcana algo em torno de um milho degraus. Alguns tomos j tm energia suficiente paracolidir uns com os outros e, consequentemente,fundirem-se. Desta fuso de tomos (dehidrognio) surgem tomos mais pesados (dehlio) e energia. A energia nuclear ainda umaparcela pequena da energia total da estrela.Rapidamente (dentro dos padres estelares istopode significar dezenas ou centenas de milharesde anos) a energia gerada nesta reaesocasionais realimenta o processo. Assim estaenergia passa a ter maior participao na taxa total

    CAPA

    de emisso proto-estelar. Quando as reaes termonucleares tornam-semais freqentes a temperatura interna da proto-estrela chega a uns 15 milhes de graus. Aenergia gerada j maior que a produzida pelalenta contrao. A presso aumenta e conseguefreiar quase totalmente o colapso. Atinge-seassim um estreito equilbrio dinmico e o astrobrilha sozinho a partir da energia gerada no seuinterior. Nasceu uma estrela!! A luz produzida pela estrela recm-criada passaa dispersar a nebulosa remanescente pelapresso de radiao (aquele mesmo tipo depresso exercido pelo Sol sobre a cauda de umcometa). Assim gradualmente a estrela se livrado seu envelope de gases e poeira que formavaa nebulosa que a originou. Como as estrelasnascem em grupos comum encontrarassociaes de estrelas jovens com muita matriaresidual (gs e poeira) dispersa entre elas.Exemplo clssico o aglomerado chamado dePliades, na constelao do Touro.

  • 19revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    Pela descrio dada acima pode parecer que acincia decifrou totalmente todas estas etapas,contudo, ainda faltam alguns elos. Existemevidncias fortes de que no esboo geral as coisassejam assim. Entretanto, as estrelas demoram centenas demilhares de anos (as vezes at mais) para passarde uma fase para outra e, nesse processo, vriosfatores podem alterar tanto as caractersticascomo os processos intermedirios. Depois que o astro em questo produz energiasozinho passa por alguns perodos deinstabilidade. A jovem estrela ir variar deluminosidade at atingir uma taxa de consumo dehidrognio tal que lhe permita brilhar comestabilidade por dezenas de milhes de anos.Dizemos ento que a estrela entrou na fase deseqncia principal.

    Seqncia Principal e Massas Estelares:

    At agora no mencionamos muito sobre umadas mais importantes propriedades das estrelas:a massa. A medida que estudamos as estrelasda seqncia principal notamos que a massadetermina todo o ciclo evolutivo das estrelas desdea sua formao. Vamos imaginar que uma

    nebulosa de grande massa (algo em torno decentenas de massas solares) atinja condies dese condensar em uma nica estrela. Quanto maiorfor a massa, maior a fora da gravidade econseqentemente mais rpido o colapso. Porisso este astro atinge temperaturas altssimas maiscedo do que um de massa menor. Enquanto umaestrela com dez massas solares demora algumasdezenas ou centenas de milhares de anos paraatingir a seqncia principal, uma estrela como oSol gasta para isto uns 15 milhes de anos. Umaestrela com um dcimo da massa do Sol tem queesperar em mdia um bilho de anos emtransformaes sucessivas at que esteja noestgio de seqncia principal. Visto que a massadetermina a velocidade com que a estrela evoluipodemos ter uma idia da idade de uma estrelapela sua posio no diagrama HR e sua massa.A massa de uma estrela pode ser determinadacom certa dificuldade. A forma mais direta utilizaras leis de Newton. Mas para isso necessrioque a estrela tenha uma companheira girando aoseu redor. Estudando seus movimentos podemosdeterminar a massa (da mesma maneira quepodemos descrever a rbita de um planeta aoredor do Sol). Outra maneira deduzir a massaatravs da luminosidade. Nas estrelas deseqncia principal h uma relao matemtica

  • 20 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    entre luminosidade e massa. No entanto, essa uma maneira indireta. Depois de discutir sobre a velocidade deevoluo convm dizer que na fase de seqnciaprincipal que a estrela vai passar a maior parte desua existncia. Este fato confirmado pelaquantidade enorme de estrelas observadas quese enquadram nesta regio do diagrama HR.Teoricamente fcil compreender o porqu destecomportamento visto que nessa fase aestabilidade da estrela muito grande.

    1.6. Evoluo Estelar: Gigante Vermelha eMorte (Supernovas, Ans Brancas,Pulsares e Buraco Negro)

    Gigantes Vermelhas, A Hora da Deciso

    Como vimos na etapa anterior as estrelaspassam a maior parte de sua existnciaconsumindo hidrognio e transformando-o emhlio (existem outros elementos que tambm sofundidos, entretanto, suas parcelas no total somuito pequenas). Como o hlio mais pesado

    CAPA

    que o hidrognio ele tende a afundar,concentrando-se no ncleo. O hlio exige muitomais energia para fundir-se por isto necessita umatemperatura mais alta do que aquela existente nointerior da estrela. Assim, com o passar do tempo,a estrela vai formando um ncleo inerte de hlioem contrao. Este ncleo cresce e a produode energia termonuclear comea a se fazer numaconcha esfrica de hidrognio em fuso, ao redordo ncleo de hlio em constante contrao. Atemperatura interna aumenta. As temperaturasnas diversas camadas da estrela entram emdesequilbrio em virtude do aquecimento dacamada externa pelo ncleo em contraosomado a concha esfrica de hidrognio.

    Assim teremos comportamentos distintosconforme a distncia da camada em relao regio onde o hidrognio est sendoqueimado4. Dessa forma o ncleo encolhe soba ao da gravidade (mais forte que a expansodo gs). Contudo as camadas mais externas seexpandem sob a presso produzida pelohidrognio incandescente agora mais prximodestas camadas.

    0 que vai acontecer ao aspecto da estrela? Amedida que as camadas externas expandem-se

  • 21revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    vo esfriando por estar mais longe do ncleo epor aumentar de rea (dispersando a energianuma superfcie cada vez maior). A estrela infla,aumenta sua luminosidade e avermelha-se(devido a queda de temperatura nas camadasexternas). As caractersticas da estrela vo sedistanciando da categoria seqncia principal eela passa ocupar um lugar a direita e acima noDiagrama HR : Ela se torna uma gigantevermelha. Este tipo de estrela apresenta tiposespectrais K e M (exemplo: Betelgeuse), raiosmaiores que 300 milhes de km(aproximadamente o raio da rbita de Marte) etemperatura superfcies entre 2.000oC e 3.000 oC.

    Morte das Estrelas

    Acredita-se hoje que todas as estrelas passempela fase de Gigante Vermelha. Conforme amassa da estrela ela ser uma sub-gigante,gigante ou super-gigante. Isto determinar seutipo de morte. Quando se falamos em morte deuma estrela queremos identificar o momento emque cessam as reaes de fuso em seu interior. Uma vez formado o ncleo inerte de hlio aestrela evolui rapidamente (centenas de milharesde anos) em direo sua extino. A partir dai aestrela vai consumir praticamente todo ohidrognio do seu ncleo. Quando se extinguir ohidrognio nuclear cada estrela ter um destinodiferente conforme a sua massa. Se a estrela for do tipo solar (menor ou igual uma massa solar e meia) o que vai ocorrer nomomento que o hidrognio nuclear for consumidoser o seguinte: o ncleo de hlio vai contrair-sesob a ao da gravidade at que alcance umapresso e uma temperatura tal que consiga entrarem ignio e comece a fundir hlio em carbono(o chamado flash do hlio). 0 restante da gigantevermelha no acompanhar esta contrao. Issocausar instabilidade. Esta instabilidade semanifestar com variaes de dimetro eluminosidade. Enquanto acontece a queima dohlio as camadas externas ainda estaro bemdistantes do ncleo. Estas camadas seroseparadas do ncleo, ejetadas e dispersas noespao formando uma nebulosa ao redor do antigoncleo que agora se tornou uma estrela. Estecorpo pequeno e denso alcana altssimastemperaturas em sua superfcie (8.000oC) devidoao calor residual (no h mais reao de fuso).

    CAPA

    Sua superfcie tem uma cor branco azulada e seclassifica nos tipos espectrais W, 0, B ou A e poreste motivo chamado de an branca.Apresentam hlio, carbono e oxignio em suacomposio. As ans brancas apresentamdimetros da ordem de alguns milhares dequilmetros (do tamanho de um planeta do tipoterrestre, um centsimo do raio solar). Entretantoa massa pouco menor que a massa do Sol. Adensidade de um corpo desses tremenda e asdistncias entre seus tomos minscula mesmopara os padres atmicos normais. Este tipo dematria super-densa conhecida como matriadegenerada . O que impede o colapso das ansbrancas no a presso termodinmica ou apresso de radiao. Como os orbitais atmicosesto quase em contato os eltrons exercem umrepulso mtua de carter quntico conhecidacomo presso de eltrons degenerados. Seudestino ser ento esfriar lentamente at se tornaro que se denomina an negra. Tal corpo ummodelo terico. Segundo as previses o Universono velho o suficiente para que nenhuma anbranca conseguisse se tornar uma an negra. A nebulosa de gases ejetados ao redor da anbranca tem um aspecto globular que ao telescpiolembra um planeta e por isso receberam

  • 22 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    historicamente a denominao de nebulosasplanetrias. O gs deste tipo de nebulosaapresenta temperaturas da ordem de 30.000oC a150.000oC e se encontra to ionizado pelaradiao ultravioleta da estrela central que semostra fluorescente. Podem existir nebulosasplanetrias de vrias formas simtricas (globos,discos, bipolares) e cores. O dimetro de umanebulosa planetria pode ser da ordem de um ano-luz. Se a estrela excede a uma massa solar e meiaa contrao do ncleo de hlio se d de formamais rpida. Como a massa muito grande acontrao no para quando se atinge atemperatura de ignio do hlio. Desta maneira asupergigante vermelha funde elementos aindamais pesados que o carbono at atingir o nmeroatmico do ferro. Quando se forma um ncleo deferro o processo de fuso exige mais energia doque fornece Surge ento um desequilbriodinmico intenso. Numa frao de tempo muitopequena (questo de horas) a estrela fundeelementos mais pesados que o ferro a custa daenergia de praticamente todas as camadas. Issoacontece num intervalo que, dentro do padro

    CAPA

    csmico, praticamente instantneo. Ento umcolapso gravitacional brusco se realiza ondeprtons e eltrons se fundem. A produo deenergia muito grande. As camadas externas soexpulsas com tamanha violncia que a estrelaexplode ao mesmo tempo que o ncleo colapsa.Este fenmeno chamado de supernova. Aestrela quando se torna uma supernova aumentamilhes de vezes a sua luminosidade, chegandoa brilhar mais que toda uma galxia. duranteuma exploso como esta que se produzemelementos mais pesados que o ferro como ochumbo, o urnio e o tungstnio. A presenadestes elementos no Sistema Solar sugere que anebulosa primitiva foi enriquecida pela matriaejetada de uma supernova. Quando descrevemosa formao das estrelas mencionamos poeiracontendo elementos mais pesados que o hlio.Estes elementos certamente teriam sidoproduzidos no interior de uma estrela mais antiga.Assim, comum falar de estrelas de 1 gerao(que no tm em seu interior material pesadoproduzido por outra estrela) e oposio as estrelasde 2, 3 geraes e assim por diante. O ncleo que resta desta exploso um corpo

  • 23revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

  • 24 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    ainda mais denso que uma an branca(densidade: 1015 g/cm3 , raio: ~103 m). Neste corposuper-denso os ncleos praticamente se fundemuns aos outros. As cargas eltricas positivas enegativas (contidas nos prtons e eltronsrespectivamente) so quase que inteiramenteaniquiladas e predominam nutrons5 (sem cargaeltrica). O primeiro modelo deste tipo de estrelacolapsada prev que a presso de eltrons no suficiente para deter a contrao. Opondo-se aocolapso gravitacional foi sugerida a presso denutrons degenerados. Da chamarmos estecorpo de estrela de nutrons. Estes corposapresentam campos magnticos somados aelevadas velocidades de rotao. Estacombinao produz condies de eltrons e onsexternos serem acelerados emitindo ondas derdio em feixes bem colimados na direo dosplos. Como a estrela de nutrons est em altarotao s captamos o seu sinal quando o feixepassa por ns como se fosse a luz de um farol,destes que se colocam em lugares perigosos paraavisar os navios no mar. Costuma-se chamar asestrelas de nutrons que emitem este tipo deradiao de pulsar por este motivo. Nosradiotelescpios os pulsares tem uma freqnciade oscilao que permite determinar a rotao daestrela. Se a estrela tem mais de 10 massas solaresnada pode parar a contrao aps a exploso. Oncleo que resta da exploso precipita-se numcolapso vertiginoso, tornando-se mais denso doque um pulsar em muito pouco tempo. O dimetrochega a tornar-se menor que uma cidade(conforme a massa poder ser menor ainda) comuma massa de 2 a 3 massas solares, isso faz comque a densidade dispare para valorespraticamente infinitos (uma vez q a massapermanece a mesma e o volume tende a zero). Aeste ponto de densidade infinita o cientistaschamam de singularidade. Para a estrelacolapsada que abriga a singularidade usa-secomumente o curioso nome: buraco negro. A gravidade na superfcie de uma estrelacolapsada atinge valores surpreendentementealtos. Aqui devemos usar o conceito de gravidadeque foi desenvolvido por Albert Einstein ao invsda gravidade clssica de Isaac Newton. Segundoa Teoria da Relatividade Geral o espao seriaalterado (curvado) pela presena da matria.Quanto maior a quantidade de matriaconcentrada num corpo, maior seria a perturbao(curvatura) que se manifesta como a fora de

    atrao, conhecida por gravidade. Assim se adensidade em um ponto do espao muitoacentuada a gravidade pode atingir valores toelevados que a curvatura do espao ao redordeste ponto seria muito intensa. Um modelosimplificado muito usado imaginar um universode apenas duas dimenses (largura ecomprimento): a superfcie de uma cmaraelstica, por exemplo. Imagine um bola pesadasobre esta superfcie provocando umadeformao, uma estrela ou planeta, usando estaanalogia, curvaria o espao a seu redor. Destamaneira um raio de luz teria uma trajetria reta noespao onde as foras de atrao gravitacionaisno so to intensas. Contudo, na proximidadede um corpo denso a luz desviada como atrajetria curva de um projtil. Na superfcie deum pulsar a luz escapa atravs de uma trajetriaencurvada. Em um buraco negro a luz no escapade forma alguma. A gravidade dessa estrelacolapsada provoca uma curvatura to intensa quesugere um buraco, como um funil ou vrtice, nasuperfcie elstica. No caso do buraco negro istose d em 3 dimenses, isto , ao redor dasingularidade forma-se uma regio de simetriaesfrica de onde nada, nem a luz, pode escapar.A esta regio d-se o nome de horizonte deeventos.

    Esse corpo de densidade infinita foi previstoteoricamente pelo que se deduz da evoluoestelar e da gravidade. A Fsica atual ainda noest preparada ainda para compreender o queacontece no interior deste abismo gravitacional.Nada escapa do horizonte de eventos, nenhumainformao. Obviamente no se pode observarum buraco negro j que ele no emite nenhumaradiao. Contudo evidncias conclusivas da suaexistncia, apesar de indiretas, tm sidoobservadas. Se o buraco negro for companheirode outra estrela (o que parece ser bem comum)podemos ver como a estrela afetada pela intensagravidade. Podemos ver estrelas sendoliteralmente sugadas aos poucos. Sua atmosfera arrancada e cai em espirais fechadas para dentrode um buraco negro. A esta matria espiralandoao redor de um buraco negro chamou-se disco deacreso. Antes de atingir o horizonte de eventosa matria tremendamente acelerada emitindoradiao eletromagntica na forma de raios X erdio. Vrias fontes de raios X e ondas de rdioindicam possveis discos de acreso. Acredita-se que todas as galxias tenham um buraco negrono interior. Fotos tiradas pelo telescpio Hubble

  • 25revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

  • 26 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CAPA

    foram consideradas com a prova conclusiva daexistncia destes corpos exticos. Cabe umesclarecimento em relao a forma como estasmudanas evolutivas se do. As mudanas noso to bruscas de um estado para outro (salvoetapas explosivas). Na maioria das vezes existemetapas intermedirias em que a estrela ficainstvel, variando de luminosidade de formaregular ou no. J mencionamos este tipo deinstabilidade quando descrevemos a mudana daproto-estrela para a seqncia principal. O mesmoacontece em outras etapas posteriores de formaparticular em cada estrela devido a fatoresinternos. Quando as estrelas variam de brilho sochamadas de estrelas variveis6 e seus diversostipos recebem o nome de uma estrela-padro(exemplos: RR Lirae, Cefeidas e T Tauri ).

    1 Este termo um tanto imprprio, visto o Sol ser todo gasoso. Entenda-se atmosfera solar como a camada gasosaextremamente rarefeita que envolve a fotosfera: a cromosfera e a coroa solar.2 Isto inclui a presso termodinmica e a presso de radiao.3 No tem nada a ver com buraco negro. Corpo Negro em fsica um objeto idealizado: um objeto que absorveria toda aradiao sobre ele incidente sem perdas por reflexo. Um corpo assim seria tambm um emissor ideal cuja radiaoemitida seria produzida exclusivamente pela sua temperatura, sem reflexes, emisso trmica pura, as estrelas so muitoprximas deste modelo.4 O termo queimar aqui no representa o mesmo que usamos no dia a dia onde h combusto, processo que implica emparticipao do oxignio. Trata-se de uma reao nuclear e no qumica.5 A Astrofsica atual considera que nem os nutrons resistem a presso de um corpo destes. Os ncleos seriam trituradose somente partculas ainda menores que prtons, eltrons e nutrons poderiam existir: os quarks. Contudo o modeloclssico uma boa aproximao do que ocorre nestes corpos compactos para fins didticos.6 Quando um estrela varia por motivos internos so chamadas de variveis intrnsecas.

    Naelton Mendes de Arajo, Astrnomo formado pela UFRJ (Observatrio do Valongo) em 1992.Seu projeto de final de curso foi sobre Radioastronomia: Radio Espectros Contnuos de FontesDiscretas. Trabalhou 10 anos no Museu de Astronomia e Cincias Afins no Departamento de Educao.Ministrou vrios cursos de introduo Astronomia. A mais de 8 anos coordena um grupo de discussoastronmico na Internet: a Urnia Brasil http://www.uraniabr.cjb.net Atualmente analista orbital naSuperviso de Operaes Orbitais da Star One (Empresa do Grupo Embratel).

    Bibliografia

    Cabra, Pier L. Astronomia Rio Grfica Ed, 1985Canal, Ramn Estrelas, Cmulos e Galxias Editora Salvat, 1979.Introduo Astronomia e a Astrofsica - http://astro.if.ufrgs.br/index.htmMaciel, Walter J. Ed Astronomia e Astrofsica IAG/USP, 1991.

    NA

    SA /

    HST

  • 27revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A cincia no uma iluso. Iluso seria acreditar que pudssemosencontrar em outra fonte o que ela nos proporciona

    Freud

    Audemrio Prazeres | Sociedade Astronmica do [email protected]

    DivulgaoDivulgao Projeto Projeto dede

    NSINO E PESQUISA EM ASTRONOMIA, COMVISTAS AO DESENVOLVIMENTO DO TURISMORURAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO.

    E NSINO E PESQUISA EM ASTRONOMIA, COMVISTAS AO DESENVOLVIMENTO DO TURISMORURAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO.

    E

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 28 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A Sociedade Astronmica do Recife S.A.R., uma entidade fundada em 1973,na qual desenvolve no estado de Pernambuco a cincia astronmica tanto terica comoprtica, vem apresentar por meio desse projeto, uma parceria ainda indita no nossoEstado, que visa unir prticas e conhecimentos astronmicos visando promovercapacitaes de professores, alunos e o pblico em geral, tendo ainda a condio depromover um segmento cada vez mais crescente em Pernambuco, que o TurismoRural.

    Em primeiro momento, este projeto foi desenvolvido com o objetivo de contribuir namelhoria do ensino de Cincias na regio da Zona da Mata do estado de Pernambuco;elevando o nvel da cultura cientfica do cidado, motivando-o ao processo deaprendizado voluntrio permanente de Cincia; e divulgar informaes sobre odesenvolvimento tecnolgico no campo da Astronomia, Arqueoastronomia,Radioastronomia, Fsica, Qumica, Matemtica, Biologia, Meio Ambiente e outras cinciascorrelatas.

    No entanto, o atual projeto est voltado no s para a Zona da Mata, como tambmpara as demais cidades interessadas do Estado de Pernambuco, promovendo cursosvisando a capacitao de professores, alunos e o pblico em geral. Sendo mais especficoquelas pessoas que possuam pequenas ou grandes propriedades rurais, que tenhaminteresse em viabilizarem a mesma para o desenvolvimento do chamado Turismo Rural,ou de Trilhas Temticas. Por outro lado, mediante a disponibilidade de recursos, o atualprojeto poderia ser facilmente adaptado para uma construo fixa de um espao noqual pode ser chamado provisoriamente como Parque da Cincia, que, por exemplo,estando na Zona da Mata poderia inclusive abrigar um Museu relacionado com amonocultura da cana de acar com seus antigos engenhos. Esse Museu abrigariauma mostra do desenvolvimento tecnolgico do acar e do lcool e da cachaa,elementos sempre presentes na regio da Zona da Mata.

    Dessa forma, este projeto iria se constituir como um referencial cultural, educacionale de comunicao de cincia em mbito municipal, estadual, regional e at em nvelnacional (como vemos nos artigos em anexo, de experincias com sucesso desenvolvidasno interior do estado de So Paulo); Na qual, se fomentam condies para conservaodo patrimnio cientfico, tecnolgico e industrial da regio, propiciando populao umlazer criativo, interativo e inteligente, alm de aumentar o turismo rural na regio.

    Este projeto pode propiciar aos mobilizadores interessados a explorao tursticade aspectos relacionados com sua cultura local ou at regional, como exemplo, aregio da Zona da Mata do estado de Pernambuco foi a regio que se instalou, nostempos coloniais, a cultura canavieira. Atualmente, graas ao emprego de tcnicasavanadas, a lavoura canavieira est em expanso, ocupando reas destinadas a outroscultivos e praticamente dominando a regio

    A importncia dessa rea deve-se tambm a seu setor industrial, em que se destacaa produo de acar e lcool, que tem significativa participao na economia do estado.

    As cidades interioranas, que se localizam distantes dos centros urbanos, destacam-se tanto por sua localizao privilegiada, como tambm, pelo seu elevado ndice culturale educacional. Nelas encontramos um comrcio e o parque industrial e estabelecimentoseducacionais e at com Faculdades, em pleno estado de expanso, que contribuempara esta afirmao. Tais cidades oferecem, portanto, condies excepcionais para odesenvolvimento do Turismo Rural, tido como o grande negcio do sculo.

    SNTESE E APRESENTAO DO PROJETO

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 29revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    Em razo do carter dinmico da atividadeturstica, somada necessidade de promoo dodesenvolvimento, surgem novos segmentostursticos, dentre os quais vem despontando, deforma promissora e com incontestvel potencial emnosso pas, o Turismo Rural. Vemos um relevantenmero de propriedades rurais que estoincorporando atividades tursticas em suas rotinase diversas Prefeituras ampliando esse servio emsua localidade, proporcionando um aumento desuas receitas, alm de contribuir no combate aodesemprego que assola como um todo o nossopas.

    Ao contribuir para o desenvolvimento do meiorural e proporcionar novas opes de lazer, osegmento de Turismo Rural insere-se no nossoprojeto na medida que contribui para:

    - Diversificar a oferta turstica;

    - Aumentar os postos de trabalho e da rendano meio rural;

    - Valorizar a pluralidade e as diferenasregionais;

    - Consolidar produtos tursticos de qualidade;

    - Interiorizar a atividade turstica;

    - Realizao de capacitao para professores,alunos e o pblico em geral interessado coma cincia astronmica;

    - Promover um incentivo a prticas cientficasobservacionais nas localidades do Estado dePernambuco.O Turismo Rural, segmento relativamente novo

    e em fase de expanso no Brasil, pode ser explicado,principalmente, por duas razes iniciais: anecessidade que o produtor rural tem de diversificarsua fonte de renda e de agregar valor aos seusprodutos, e a vontade dos moradores urbanos dereencontrar suas razes, de conviver com a natureza,com os modos de vida, tradies, costumes e comas formas de produo das populaes do interior.Mas existe uma outra razo na qual assume umanecessidade extremamente importante: Diversasso as pessoas que residem ou que visitam asnossas cidades do interior, e as vezes, aocontemplarem o esplendor da abbada celeste,

    A IDIA DA ASTRONOMIA COMO PARCEIRA DO TURISMO RURALcomuns em algumas localidades, no imaginam queesto diante de um verdadeiro Planetrio Natural,que propcio para diversas pesquisas astronmicasde relevada importncia. Essas pesquisas sodesenvolvidas em vrios segmentos, seja demaneira profissional, amadora ou de meracontemplao.

    Ns que fazemos Astronomia, sabemos dessepotencial incrvel, seja cientfico ou de divulgao,do exerccio da cincia astronmica em diversaslocalidades situadas no interior. E pretendemos,na medida do possvel, conscientizar a populaoe seus governantes da necessidade emergentede no mais desperdiarmos essa grandeoportunidade que observar a beleza dofirmamento encontrada em vrios locais do interior.

    Pondo em pratica uma idia para viabilizaressa conscientizao, ns da SociedadeAstronmica do Recife S.A.R., firmamos umaparceria com a Fazenda Engenho Cordeiro, filiada APETURR - Associao Pernambucana deTurismo Rural, situada na cidade do Carpina, ondelevamos conhecimentos astronmicos e tpicosrelevantes a preservao do Meio Ambiente aoshspedes e demais pessoas daquela cidade.

    Esse tipo de parceria, vem trazendoimportantes resultados, afinal, a escurido do cunoturno e a beleza das estrelas esto ameaadasde extino pela poluio luminosa que j algoextremamente comum na rea Metropolitana doRecife e em algumas cidades de grande portesituadas no interior, onde lamentavelmente esseproblema vem crescendo a cada dia.

    Dessa forma, entendemos que a viabilizao deum projeto unindo a Astronomia com o Turismo Rural, sem sombra de dvidas, um empreendimentobastante promissor. At porque, as pessoas vmperdendo a viso espetacular do universo que seusancestrais apreciavam nas noites limpas deoutrora. Na verdade, as pessoas perdem algo quandono podem olhar para cima e ver seu lugar nouniverso. A poluio luminosa constitui uma seriaameaa Astronomia Profissional, Amadora e deContemplao. Um bom exemplo, so aquelasobservaes de interesse cosmolgico, que podemser feitas somente em locais distantes dos centrospopulacionais.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 30 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    Mas o que nos chama mais ateno, aemoo das pessoas, exposta de maneiranatural, ao contemplarem as belezas dos astros.Essa emoo, se percebe tanto na observao olho nu, ou por meio de nossos instrumentos.Por sua vez, as crianas e demais estudantes, seencantam ao verem a Via Lctea, as crateras deLua, os planetas e seus satlites, pois muitas delass observaram esses astros em livros, cujosnomes memorizaram para constar em provas.

    Diante do que j foi aqui exposto, e fazendolembrar como referncia as recomendaes daCarta de Santa Maria, realizada no I CongressoInternacional de Turismo Rural, em Santa Maria noRio Grande do Sul em Maio de 1998. Ressaltamosa seguinte citao:

    que as instituies governamentaisestabeleam, em parceria com a iniciativa privada,polticas e diretrizes voltadas para o segmento doturismo rural.

    Condio jurdica

    A Sociedade Astronmica do Recife S.A.R.,foi fundada em 31 de Agosto de 1973, pelo pioneirona divulgao da astronomia no estado dePernambuco, o padre holands Jorge Polman (jfalecido), tendo a Sociedade adquirido apersonalidade jurdica em 21 de Junho de 1974.

    Possui o seu Cadastro Geral de Contribuinte(CGC) no Ministrio da Fazenda, e Estatutosdevidamente registrado no cartrio de Registrosde Ttulos na cidade do Recife, alm de contabancria prpria situada no banco BRADESCO.

    Formas de contato

    POR CORRESPONDNCIA:

    SOCIEDADE ASTRONMICA DO RECIFE S.A.R.Rua Francisco Serpa, 150 Curado IIJaboato dos Guararapes PE - CEP: 54220-640POR TELEFONE: (81) 32554522 e 99434676com o Prof. Audemrio PrazeresPresidente da Sociedade Astronmica do Recife S.A.R.

    [email protected]

    A Sociedade Astronmica do Recife S.A.R.,foi fundada no ano de 1973, sendo que, em 21 deJunho de 1974 foi registrada em cartrio parausufruir dos efeitos legais na condio de pessoajurdica.

    Sua criao partiu da idia de um projeto quevisava a implantao de um planetrio na cidadedo Recife. Seu fundador foi o Pe. Johannes MichaelAntonius Polman, mais conhecido como Pe. JorgePolman, nascido na Holanda e chegado ao Brasilem 1952, sendo que, em 1972 veio morar noRecife, onde exerceu o cargo de professor deCincias do antigo Colgio So Joo, situado nobairro da Vrzea. Nesta sua vinda, trouxe umtelescpio newtoniano de 4 (polegadas), que foi apedra fundamental para a divulgao daAstronomia em Pernambuco, onde chegou a fundaro Clube Estudantil de Astronomia C.E.A., queficava situado no bairro da Vrzea, sendo alojadonas dependncias do Colgio So Joo. Nestapoca, o C.E.A., atendia aos alunos do referidocolgio, posteriormente ficou uma entidade abertaao grande pblico.

    Entre os anos de 1974 e 1975, o Pe. JorgePolman, observou a necessidade da cidade doRecife possuir o primeiro planetrio da regioNordeste. Com isto, se pretendia divulgar aAstronomia de uma forma mais ampla junto comunidade, e poder firmar este planetrio comoum local de referncia na regio em Astronomia.Foi ento, que a Sociedade Astronmica do Recife S.A.R., apresentou ao Governo Estadual napoca, o projeto chamado UM PLANETRIOPARA O RECIFE!, onde esta frase se transformouna dcada de 70, um slogan bastante difundidoentre os meios de comunicao e junto comunidade astronmica do Brasil.

    Em 07 de maio de 1975, o dirio Oficial doEstado de Pernambuco publicou o seguinte artigo:PROJETO PLANETRIO DO RECIFE ENTREGUEONTEM AO GOVERNADOR, onde uma comissoda S.A.R., que tinha sua sede no mesmo local doC.E.A. (Colgio So Joo na Vrzea), estiveram noPalcio do Campo das Princesas para entregar aoento Governador Moura Cavalcanti, o projeto quetinha um carter interestadual, pois iria beneficiarno somente os estudantes e o pblico em geral dePernambuco, mas de todo o Nordeste. Essacomisso era presidida pelo Padre Jorge Polman e

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 31revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    composta por professores, economistas e vriosestudantes universitrios onde tinham como objetivodotar Pernambuco e o Nordeste de um CentroAstronmico para desenvolver conhecimentoscientfico-scio-culturais

    Esse projeto foi elaborado na gesto da Diretoriafundadora da S.A.R., eleita em uma Assemblia nodia 24 de agosto de 1974, composta por: Pe. JorgePolman como Presidente; Manoel Claudino de Pontesna condio de Vice-Presidente; Jos Jorge Correiacomo Secretrio e Jos Vianney Mendona com ocargo de Tesoureiro, alm de outros colaboradorescomo por exemplo: O pessoal do Observatrio GalileuGalilei de Juiz de Fora (MG) que criou o smbolo e oslogan da campanha UM PLANETRIO PARA ORECIFE!. Lamentavelmente o Governo do Estadono transformou a brilhante idia do projeto, em

    uma realidade para a populao. bem provvel,que tivemos um grande obstculo na poca, quefoi a grande enchente que a cidade do Recifesofreu em 1975, onde as verbas do GovernoEstadual foram destinadas para atender apopulao sofrida por esta calamidade, e para asvrias obras de restaurao que essa grandeenchente causou naquele ano.

    Como no foi possvel este projeto ter sidodesenvolvido em Pernambuco naquela ocasio,foi ento dado incio pelo Estado da Paraba, ondeencontramos atualmente o Planetrio de JooPessoa situado no Centro de Convenes emTambauzinho, no qual este projeto oriundo daSociedade Astronmica Do Recife S.A.R., setransformando aquele Planetrio no primeiro daRegio Nordeste.

    INTRODUO AO PROJETOO fascnio que o cu sempre exerceu sobre

    o homem est registrado no legado de todas ascivilizaes. O interesse pelo cu independe deidade. Velhos e crianas, todos se deixamcativar por sua beleza e pelos enigmas que eleesconde. A curiosidade das crianas pelaAstronomia tem sido reconhecida e exploradaat abusivamente pelos meios de comunicao:multiplicam-se as histrias fantsticas comnaves espaciais, entes extraterrestres, cientistasestereotipados em astros desconhecidos. Apseudocincia apresentada incorreta e ilgica,criando uma alta expectativa em relao aeventos que nada tm a ver com os fatosastronmicos reais. Mesmo os que pretendemtratar seriamente a Astronomia costumam seguiressa tendncia: os astrnomos so vistosusando instrumentos extremamente sofisticadose criando teorias complicadssimas. No dese estranhar, portanto, que os professores dasescolas tenham receio de levar Astronomia paraa sala de aula ou que, quando o fazem, seapeguem aos livros de texto. Os autores desseslivros, por sua vez, pouco se afastam dareproduo do que encontraram em outros textos. medida que as cpias se sucedem, asincorrees se multiplicam e as definiesficam cada vez mais dbias. Exemplo disso que tanto galxias como constelaes sodefinidas como conjunto de estrelas.

    necessr io sal ientar as d i ferenas:Constelaes so regies do cu arbitrrias,cuja conf igurao resul tado de umal inhamento espordico, conforme aperspect iva do observador terrestre. Aoolharmos o cu podemos ver lado a lado astrosprximos e distantes, assim como quandoolhamos atravs de uma janela vemos quasesuperpostos objetos muito distantes entre si: amoldura da janela, edi f c ios e rvores,montanha, nuvens e a Lua. Qualquer objeto quese alinhe apropriadamente dentro dos limitesde uma constelao, a inda quemomentaneamente (ex.: planetas ou cometas), considerado como estando na constelao,mesmo quando no v is vel a o lho nu.Originalmente os limites das constelaes erampouco definidos, acompanhando os desenhosdos entes que lhes davam o nome e tendoextenso var iada em mapas celestesdi ferentes. Atualmente uma convenointernacional def in iu os l imi tes dasconstelaes atravs de contornos regulares,preenchendo todo o espao do cu. Dessemodo, todo e qualquer astro, visvel ou no,pertencer a uma constelao em determinadoinstante. As constelaes diferem muito emrea, sendo uma das menores, o Cruzeiro doSul.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 32 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    HISTRICO DA SOCIEDADE ASTRONMICA DO RECIFE S.A.R.

    JUSTIFICATIVA

    Galxias so imensos conjuntos de estrelas,relativamente isoladas no espao, que formam umsistema autogravitante, isto , as forasgravitacionais so suficientemente fortes paramanter uma estrutura estvel. Geralmente possuemum ncleo central relativamente esfrico,circundado por uma regio achatada em forma dedisco que, alm de estrelas, contm gs e poeiraque s vezes tem estrutura espiral. Como o Solest no disco de nossa galxia, a contribuiointegrada das estrelas (centenas de bilhes deestrelas) aparece no cu como uma faixa nebulosaonde tambm se observa maior nmero de estrelasvisveis: a Via Lctea. Nela, tambm existemnebulosas gasosas, alm de zonas escuras comoo Saco de Carvo no Cruzeiro do Sul, devido anuvens interestelares de poeira e gs, que absorvea luz das estrelas mais distantes.

    De modo semelhante, as trajetrias (rbitas)dos planetas ficam numa faixa do cu denominadazodaco, onde tambm se encontra a trajetria doSol, a eclptica. Todos esses fatos podem serobtidos a partir de observaes a olho nu quedevemos incentivar aos participantes de umpossvel curso Abra Sua Janela Para o Cu.

    Infelizmente usual apresentar o SistemaSolar atravs de esboos vistos de fora numaperspectiva jamais vista por humanos, ignorandoo fato de sermos habitantes de um planeta inseridono prprio sistema e resultado da situao csmicaem que vivemos. Nunca se chama ateno paraa correspondncia entre o modelo descrito e o quese v no cu.

    notvel a organizao e imutabilidade dosastros: as constelaes, nomeadas por povos doMediterrneo, ainda apresentam essencialmente amesma configurao; os planetas continuam seucaminho no zodaco; o Sol e a Lua repetem sempreos mesmos ciclos, originando, dia e noite, mars eestaes. Esses fatos familiares, que foram econtinuam incorporados a vida cotidiana,impressionaram os antigos a ponto de teremdominado suas religies e continuam fascinando aspessoas mesmo que os mecanismos que osgovernam no sejam compreendidos. A ordem dosfenmenos celestes inspirou fortemente o homem emseus primeiros passos no caminho doestabelecimento do mtodo cientfico. Deveramosaproveitar mais a atrao que ela exerce sobre aspessoas interessadas, para ilustrar nossas aulas epara mostrar como as teorias cientficas sedesenvolvem. Inclusive, destacar a importncia dapratica da Astronomia Amadora, que semprecontribuiu em descobertas relevantes para oconhecimento humano nesta cincia.A Astronomia , hoje em dia, uma das

    poucas Cincias em que o amador tem vez. Somuitas as surpresas que aguardam aqueles quese envolvem na observao e no estudo dosastros. Bem diferente das demais Cincias, aAstronomia tem sido uma Cincia capaz decongregar e unir pessoas em todo o lugar, poressa razo que vemos tantas instituiesamadoras ou no, pelo o mundo, onde prevalecea mesma meta: Ter uma melhor compreensosobre o contexto em que estamos inseridos.Nesse aspecto, a figura do astrnomo vem semostrando ao longo dos anos, de umaimportncia fundamental. Onde mesmo notendo uma qual i f icao prof issional em

    Astronomia, realizam, os amadores, um trabalhoobservacional com princpios e dedicaocientifica, em que muitas vezes esto emparcerias com vrios profissionais espalhadospelo mundo.

    Inclusive, muitos possuem seus instrumentosinstalados em observatrios particulares, ondedesenvolvem suas observaes com seriedade eao mesmo tempo, com prazer, contribuem e muitopara o desenvolvimento dessa fantstica Cincia.

    Pretendemos neste projeto, popularizar aindamais a Cincia Astronmica e a formao deastrnomos amadores, resultando no destaque doestado de Pernambuco no contexto nacional e

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 33revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    Geral Divulgao cientfica e apoio ao ensino de Cincias, fortalecendo a cultura regional,

    promovendo entretenimento inteligente, fortalecendo o Turismo Rural no estado, em seunvel local, regional, estadual e nacional.

    Propiciar um novo tipo de empreendimento no segmento do Turismo Rural, que aprtica da Astronomia no interior.

    Aproveitamento da viso do cu existente em propriedades rurais que j atuam nodesenvolvimento do Turismo Rural.

    Promover o crescimento nas vrias receitas oramentrias presentes nos municpios,propiciando novos empregos.

    Ministrar aulas tericas e praticas em Astronomia, visando o fortalecimento da formaode professores e alunos localizados nas cidades interioranas de Pernambuco.

    Especficos O projeto pode ser direcionado a princpio para capacitao de professores da rede pblica

    de ensino de primeiro e segundo grau, e superior. Como tambm, poder ser estendidapara professores da rede particular de ensino;

    Manter e desenvolver um espao interativo de cincias nas cidades do Estado dePernambuco;

    Promover exposies permanentes e itinerantes;

    Promover encontros cientficos e culturais;

    Promover o turismo cientfico e educativo no meio rural;

    Capacitar recursos humanos em divulgao cientfica e em educao, valorizando oaspecto cultural;

    Promover intercmbio com outros centros de divulgao cientfica existente no Brasil;

    Propiciar conhecimento para o desenvolvimento de Feiras de Cincias nas escolas,possibilitando um maior conhecimento nas Cincias por parte dos alunos.

    OBJETIVOS

    internacional, como um plo de praticas emAstronomia amadora.

    Como tambm, a visibilidade da AbbadaCeleste, encontrada nas cidades do interior, deexcelente qualidade, mediante a diminuio daPoluio Luminosa e Atmosfrica, existente emalgumas cidades dessa regio.

    Dessa forma, o estudo dos astros alm de serextremamente importante para o enriquecimentocientfico, engrandece o currculo de alunos eprofessores, alm de propiciar um segmento novona prtica do Turismo Rural, cada vez maiscrescente em Pernambuco.

    Por outro lado, entendemos que odesenvolvimento desse projeto, poder motivarvrias propriedades rurais, pousadas e hotis, queatuam ou no com o Turismo Rural, em ofereceraos seus hospedes um entretenimento diferentee instrutivo sobre as caractersticas do cunoturno.

    Assim sendo, o nosso projeto demonstraclaramente que a S.A.R., encontra-se plenamentecapacitada em elaborar e adaptar este projeto paraconstruo de um Observatrio AstronmicoMunicipal em sua cidade.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 34 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    MATERIAIS E MTODOSInstrumentos Utilizados

    A Sociedade Astronmica do Recife S.A.R., possui uma gama deinstrumentos modernos e adequado paraa prtica desse projeto: telescpios, jogosde oculares, filtros, adaptadores para aprtica fotogrfica do cu, alm de umacervo bibliogrfico, videoteca, materialexpositivo e ainda diversas oficinas comtemas relacionada Astronomia, MeioAmbiente e demais cincias correlatas aodesenvolvimento deste projeto que podemser trabalhadas individualmente ou emgrupos nas capacitaes ou na divulgaocom o pblico em geral.

    Esses materiais esto disponveis,mediante os objetivos que o mobilizadorassim o queira conforme o seu interesse e disponibilidade na implantao deste projeto. At porque adisponibilidade dos materiais sero destinados mediante o acerto de custos. Para tanto, ser mantidoacertos preliminares tanto para a disponibilidade dos equipamentos, quanto para a execuo do projeto.

    Quantidade

    A quantidade de instrumentos ser proporcional ao nmero de grupos formados para as aulaspraticas de observaes, capacitaes de professores e alunos e divulgao com o pblico em geral.

    Locais das aulas prticas e tericasO local para as aulas tericas ser utilizado

    a rea disponvel cedida pelo mobilizador doprojeto, um auditrio ou uma ampla sala de aula.E quanto s aulas praticas, dever ser cedidopelo mesmo mobilizador do projeto, uma reapara ser analisada pelos membros da SociedadeAstronmica do Recife S.A.R., sua viabilidadenos seguintes itens; tcnico, segurana eacesso.

    Roteiro prtico e terico, programados nosvrios nveis pedaggicos

    O roteiro pedaggico ser emconformidade com o andamento das aulastericas, conforme o cronograma:S

    AR -

    Soce

    dade

    Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    SAR

    - Soc

    edad

    e Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 35revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    CURSOS DE ASTRONOMIA PARA O ENSINOFUNDAMENTAL

    Os cursos esto agrupados pelas seguintesfaixas etrias e capacidades cognitivas:

    8 a 10 anos / 3 e 4 Sries: Os temas sotratados de maneira ldica, com enfoque prtico/concreto e nfase na descrio dos fenmenos,na fixao de nomes e em associao com asimagens.

    10 a 13 anos / 5 e 6 Sries: A abordagemainda essencialmente ldica. Partindo deenfoques concretos e prticos faz-se uma pontepara concepes abstratas e tericas acerca dostemas tratados. Os conceitos tericos maissimples so aprofundados.

    13 a 16 anos / 7 e 8 Sries: Os conceitosfundamentais da Fsica e da Matemtica teis compreenso de alguns fenmenos astronmicosso introduzidos de maneira a permitir uma visomais abrangente dos mesmos. O aprofundamentoterico sempre acompanhado deexperimentao e observao prtica, de modo apermitir a construo vivencial do conhecimentopelos alunos.

    Programao sugerida dos cursos de acordocom a faixa etria do Ensino Fundamental

    A durao de cada curso pode ser ajustadapara atender as necessidades do mobilizadorsolicitante. Os cursos podem ser encaixados em10 ou mais aulas com durao de 1h a 2h cada,variando em nvel de aprofundamento terico e/ou prtico. Os custos dos cursos dependem devrios fatores que sero pormenorizados etratados, antes do agendamento, com osmobilizadores solicitantes. A seguir, estorelacionados umas idias de como seriam essescursos. Outros temas relacionados com aAstronomia podem ser viabilizados:

    OBS: Os dados abaixo foram retirados da seguinte fonte na rede: PROEDA no seguinte endereo:http://www.asterdomus.com.br/proeda onde foi realizado pelas alteraes visando adequaes.

    CRONOGRAMA DE CURSOS E ATIVIDADES DIRECIONADOS PARA OSEGUIMENTO ASTRONMICO NOS VRIOS NVEIS DIDTICOS

    DESCOBRINDO O SISTEMA SOLAR

    Uma viagem fantstica pelo nosso sistema estelar.

    A Terra, nosso planeta

    A Lua, a rainha da noite

    O Sol, o astro rei do dia

    Mercrio, o apressadinho dos planetas

    Vnus, o mais brilhante dos planetas

    Marte, o planeta (no to) misterioso

    Jpiter, o gigante dos mundos

    Saturno, o planeta dos anis

    Urano, Netuno e Pluto, os planetascongelados

    Asterides: planetas em miniatura

    Cometas, os viajantes do espao

    Meteoros: as estrelas cadentes

    A TERRA NO UNIVERSO:NOSSA POSIO NO COSMO

    Uma viso abrangente do Univers e de nossasituao.

    Nosso endereo na Terra

    Nossa vizinha, a Lua

    A Terra entre os planetas

    O Sistema Solar

    O Sol entre as estrelas

    A Via-Lctea

    As galxias do Grupo Local

    O Universo

    Escalas de espao e tempo

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 36 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    HISTRIAS DO CU E AS CONSTELAES

    As mais belas lendas e histrias associadas sconstelaes.

    rion, o gigante caador

    Andrmeda, a princesa acorrentada aosrochedos

    Pgasus, o cavalo alado

    Hrcules e o Leo de Nemia

    Quron, o centauro

    Castor e Pllux, os irmos gmeosinseparveis

    O Capricrnio

    O Deus-Sol

    ORIENTAO PELAS ESTRELAS

    Uma introduo milenar arte de se orientar (ounortear) pelas estrelas.

    A Esfera Celeste

    A rotao da Terra e seu reflexo no cu

    Os pontos cardeais

    Crux, o Cruzeiro do Sul

    rion, as Trs Marias e o Touro

    Polaris, a Estrela Polar

    Srius, Prcyon, Achernar e Canopus

    As dupla cruz da Virgem

    SAR

    - Soc

    edad

    e Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 37revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    AS BANDEIRAS DO BRASIL E DEPORTUGAL

    Estudo da origem astronmica das principaisbandeiras histricas de nosso pas.

    As bandeiras de Portugal na poca dasGrandes Navegaes

    As primeiras bandeiras do Brasil

    O cu da Proclamao da Repblica

    Nossa Bandeira atual

    A TERRA REDONDA

    Uma viagem atravs do tempo e das idias sobrea forma da Terra.

    Ser que a Terra plana?

    Como as estrelas surgem e desaparecem docu?

    Como os navios desaparecem em alto mar

    Os eclipses e a sombra da Terra na Lua

    Eraststenes e o tamanho da Terra

    Cristvo Colombo e Ferno de Magalhes

    A Terra vista do espao

    CURSOS DE ASTRONOMIA PARA O ENSINOMDIO

    Os temas sero tratados pela SociedadeAstronmica do Recife S.A.R., sempre demaneira descritiva e reflexiva, permitindo aomesmo tempo a absoro e internalizao rpidade conceitos fundamentais e o desenvolvimento(construo) individual e coletivo de conceitosmais sutis e/ou complexos. Sempre que houverdisponibilidade de tempo, o carter reflexivo etransdisciplinar do tema ser privilegiado emrelao s abordagens descritivas. Cursos maisbreves tero menos atividades prticas eabordagens mais descritivas que cursos de maiordurao.

    A durao de cada curso pode ser ajustadapara atender as necessidades da instituiomobilizadora. Os cursos podem ser encaixadosem 10 ou mais aulas com durao de 1h a 2hcada, variando em nvel de aprofundamentoterico e/ou prtico.

    Programao sugerida dos cursos de acordocom a faixa etria do Ensino Mdio

    SAR

    - Soc

    edad

    e Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 38 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A seguir esto relacionados uma idia decomo seriam oferecidos esses cursos:

    Fundamentos de Astronomia

    Histria da Astronomia

    Instrumentos Astronmicos

    A Terra e a Lua

    O Sistema Solar

    O Sol e as Estrelas

    Galxias e Nebulosas

    Cosmologia

    Constelaes

    Astronomia no Brasil

    A Terra no Universo: Nossa Posio no Cosmo O Sistema Terra-Lua

    O Sistema Solar.

    Determinao de Distncias Astronmicas

    As Estrelas Prximas e a Via-Lctea

    As Galxias

    O Universo

    Universo em Escala

    Escala de Tempo Csmico

    Estamos ss no Universo? O que vida? De qual vida podemos falar?

    De qual vida sabemos falar?

    Cristais, Polmeros e Macro MolculasReplicantes

    DNA, RNA e o Cdigo Gentico

    Ciberntica

    Sistemas Adaptativos Complexos eEvoluo por Seleo Natural

    Vida na Terra

    Vida no Sistema Solar

    Vida no Universo

    SAR

    - Soc

    edad

    e Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 39revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    A Frmula de Drake: Muita Ignorncia emPouco Espao

    Projeto CETI e Projeto SETI

    Lendas do Cu e da Terra Observaes do cu a olho nu

    Cartas e Mapas Celestes

    Deuses, semideuses, heris, monstros eoutros seres fantsticos

    A criao do mundo em vrias verses

    Constelaes: histrias gravadas no cu

    Os planetas: deuses errantes

    O Sol, a Lua e a Terra

    Lenda, Mito e Cincia

    Astronomia e Astrologia Os movimentos aparentes dos astros no

    cu

    As constelaes e o Zodaco

    Como feito um Mapa Astral Natal

    Interpretao do Mapa Astral

    Sincronicidade, correlaes e relaes decausa e efeito

    Histria da Astronomia

    A Precesso dos Equincios e outrosmovimentos da Terra

    Probabilidade e estatstica e amostrasviciadas

    Epistemologia cientfica, encantamentos echarlatanismo

    SAR

    - Soc

    edad

    e Astr

    onm

    ica do

    Rec

    ife.

    DIFUSO DA ASTRONOMIA

  • 40 revista macroCOSMO.com | abril de 2005

    PALESTRAS E SEMINRIOSAs Palestras e Seminrios oferecidos pela

    Sociedade Astronmica do Recife, so realizadaspara estudantes, professores e o pblico emgeral, nos locais, com datas e horrios definidos.As mesmas podem ser dir igidas paraprofessores, orientadores educacionais ediretores, associaes de bairro, sindicatos,cooperativas, pousadas, hotis, etc.

    Durao aproximada de cada palestra: 2h

    Instalaes necessrias: sala com cadeiras

    A seguir esto relacionados alguns temas quepodem ser expostos nas palestras pela SociedadeAstronmica do Recife.

    Poluio Luminosa, ressaltando a importnciada padronizao da luminria pblica

    A Terra no Universo: Nossa posio no Cosmo A Terra, a Lua e o Sistema Solar: uma nova

    viso ecolgica do ser humano.

    Estrelas, Galxias e Nebulosas: ...somostodos filhos das estrelas e irmos