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Editora MÊS Ano 2 - nº 17 Junho de 2012 circulação GRATUITA QUEM É O NOVO HOMEM ESTUDOS MOSTRAM QUE ELES SÃO MAIS CONSUMISTAS, AJUDAM MAIS EM CASA E SÃO MAIS SENSÍVEIS AGROPECUÁRIA PR TEM 93% DA PRODUÇÃO NACIONAL DO BICHO DA SEDA; ESTE ANO, ESTADO DEVE CRESCER 10% ECONOMIA ENTENDA O QUE MUDOU NA POUPANÇA; LEITORES TIRAM SUAS DÚVIDAS COM ESPECIALISTAS GASTRONOMIA SAIBA O QUE PREPARAR NO MÊS DOS NAMORADOS; CHEFS DE COZINHA DÃO DICAS EXCLUSIVAS I M P R E S S O PODE SER ABERTO PELA ECT

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maio 2012.

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Editora MêsAno 2 - nº 17Junho de 2012

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“Como é que a gente vai encontrar o melhor caminho para resolver os nossos problemas”

Ivo

Lim

a entrevista Darci Piana

No último mês, representantes de vários setores de Curitiba reuniram-se pela primeira vez para iniciar um movimento chamado Curitiba Criativa. O objetivo é apresentar soluções para a cidade nas questões relacionadas à Copa e referentes ao crescimento da cidade nos próximos anos. O gaúcho, radicado no Paraná, Darci Piana, empresário e presidente do Sistema Fecomércio / PR, comandou essa primeira reunião que pretende ser periódica e envolver outros setores da sociedade para pensar no desenvolvimento da Capital. Veja os principais trechos dessa conversa sobre o futuro de Curitiba:

Arieta Arruda - [email protected] Iris Alessi - [email protected]

Como surgiu a ideia do grupo Curiti-ba Criativa e qual é o conceito dele?

Darci Piana (DP) - Isso tudo come-çou quando fizemos um acordo com o Cerdà de Barcelona, quer dizer, aquela instituição que ajudou a or-ganizar Barcelona para a Olimpíada [em 1992]. Então, nós fizemos uma parceria com a Federação do Comér-cio e o Sebrae para tratar de assuntos de interesse da Copa do Mundo aqui em Curitiba. Essa parceria vai tratar dos mesmos problemas que teve lá em Barcelona na ocasião e ver como é que eles resolveram os problemas deles e como é que a gente vai encon-trar o melhor caminho para resolver os nossos problemas.

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Ainda não integram o grupo?

DP - Até agora não, mas vão ter de integrar. Afinal de contas a inteligên-cia, a parceria deles é imprescindível. Quando você junta pessoas, intelec-tuais, universidades, escolas, insti-tuições diferentes, que possam dar opinião, ideias que, às vezes, a gente não percebe é que vai dar força a esse projeto de Curitiba Criativa.

Como funcionou essa primeira reunião?

DP - Numa primeira reunião, nós tí-nhamos que fazer uma escolha por opções, era gente jovem de 30 anos para menos e poucas pessoas de ida-de, porque foi escolhido de propósito isso. Nós tínhamos a nossa capacida-de de uma sala de 60 pessoas. Então, o limite nosso naquele dia foi de 60. Fizemos uma escolha, um pouco de cada segmento para poder ter ali al-guns professores, alguns empresários, pessoal de teatro, pessoal de mídia, pessoal envolvido com essa área de comunicação, como uma forma de começar uma discussão ampla, diver-sificada. Agora, a gente pode ampliar isso e subdividir em segmentos. Quer dizer, vai acabar acontecendo isso. Os que entendem de comércio vão sen-tar, e aí aqueles que entendem de área cultural vão trabalhar esse processo, até porque a Federação tá envolvida com outras entidades de Curitiba, jun-to com a Associação Comercial para restauro da Universidade Federal do Paraná e do Corredor Cultural que nós chamamos que é a Universidade Federal, o Colégio São José, a antiga capela dali, os Correios, quer dizer, o Paço da Liberdade fazem parte daque-le Corredor Cultural. Já é um passo a mais que o próprio Paço da Liberdade daquele processo de restauro. Isso já existe também e depois com os 100 anos da própria Universidade Federal do Paraná que vai ser comemorado no final do ano. A gente já trabalha agora para isso lá na frente. Tudo isso aca-bou trazendo à tona assuntos que

Cerdà já fez algum diagnóstico para Curitiba?

DP - Eles fizeram uma parceria enor-me que agora temos a oportunidade de conversar com eles, de discutir, de saber o que Curitiba precisa, onde eles poderiam ajudar. Por exemplo, se você imaginar que Curitiba poderia ter um estacionamento subterrâneo, nós não temos tecnologia, vamos pre-cisar. Eles já fizeram isso. Então, quer dizer, a gente busca tecnologia, troca de informações. Isso é muito comum acontecer e essa parceria foi feita en-tre a Federação do Comércio, o Se-brae e a Prefeitura.

Com a visita dessa empresa espa-nhola, já foi possível identificar al-guns pontos críticos que Curitiba vai precisar resolver?

DP - O que a gente fez foi uma apro-ximação. A gente não discutiu proble-mas pontuais. Daí eles vão embora, sobram os problemas que são os mi-cros, os pequenos, e os grandes pro-blemas... Isso na verdade não é a Fe-deração do Comércio que vai resolver e nem o Sebrae. Isso é um problema da Prefeitura, isso é um problema do Governo. Nós não podemos mexer numa rua, nós não podemos fazer uma nova rua. Nós podemos ter ideias de como fazer isso melhor, como isso deveria ser. Então, essas discus-sões [do Curitiba Criativa] acabam se tornando interessantes para a Prefei-tura desde que ela esteja apresentan-do um projeto de um metrô. Como é que vem o problema de um comércio nessas linhas de metrô? Hoje, nós te-mos trânsito de superfície, nós temos nossas lojas, temos parada de ônibus, que está envolvido com o sistema de hoje. Quando isso passar para baixo do chão, como é que esses comercian-tes vão sobreviver, se não terão mais passagem de pessoas por ali? Vai di-minuir essa relação. Como é que essas empresas vão sobreviver? Então, co-meçou um diálogo com a Prefeitura. E aí a gente está encontrando caminhos,

por exemplo, nessas centrais que vão acontecer, nessas estações que serão feitas, vão ter problemas de novo. Vai ter que indenizar empresas que estão por ali, para abrir espaço, uma série de coisas. A prioridade, que a gente está começando a discutir, é que essas lojas subterrâneas terão preferências àquelas empresas mais prejudicadas. Por que o que nós vamos fazer com essas empresas, comerciantes, presta-dores de serviço, bares, restaurantes, essas pequenas lojas que têm nesse percurso de trânsito? Tudo isso são problemas que começam a surgir de-pois da ideia do metrô. O metrô entra para resolver um problema de trânsi-to, um problema de transporte de mas-

sa, mas atrás de si, outros problemas de desvio de rota de hoje. A ideia de criar a Curitiba Criativa surgiu dessas discussões de algumas pessoas que estão preocupadas e que foram cha-madas para discutir: Como é que isso vai ser resolvido? A área cultural terá uma grande relevância nesse processo todo, turismo terá também uma res-ponsabilidade muito grande, mas aci-ma de tudo a circulação, o processo de embelezamento desses locais, quer dizer, tudo isso faz parte. Reunir mais do que uma cabeça em qualquer ne-gócio é bom.

Na reunião, a maioria era da inicia-tiva privada ou participaram ou-tras entidades?

DP - Lá inclusive entraram as universi-dades, que também estão sendo chama-das, que vão fazer parte desse processo.

A ideia de criar a Curitiba Criativa surgiu

dessas discussões de algumas pessoas que

estão preocupadas e que foram chamadas para

discutir: Como é que isso vai ser resolvido?

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ser diferente, nós temos braços que são técnicos, que não podem se en-volver em política.

Mas a Fecomércio tem cor parti-dária?

DP - Não. Nós somos políticos e empresariais, ou seja, defendemos os nossos interesses, mas não faze-mos política partidária. Nós temos que aceitar aquele que o povo deci-diu como comandante. Então, se nós formos para decidir que queremos o José, em vez, do Francisco e o Fran-cisco ganhar a eleição, como é que nós vamos conviver e ser parceiros no nosso Estado, com o Francisco se nós fomos contra ele? Nós temos de manter a nossa conduta, embora pes-soalmente cada um tenha o seu candi-dato. Mas como comandante, temos que ter a preservação desse direito de ficar quieto nessa hora.

Então, como ficará o cronograma do Curitiba Criativa?

DP - Acho que até que a gente colo-que essas coisas em ordem, até que a gente consiga fazer com que esse gru-po comece a produzir efetivamente, que consiga globalizar essas ideias, nós vamos passar esse período mais crítico da política que termina em ou-tubro. Vamos esperar que não tenha segundo turno, mas se tudo isso der certo em outubro, está liquidado e aí as coisas serão com parcerias como sempre. Agora alguns tipos de proje-tos vão andar, porque eles não reque-rem investimento durante a eleição.

é acima daquilo que se faz hoje. Mes-mo que Curitiba seja considerada mo-derna, seja considerada uma cidade à frente das cidades brasileiras, mas ainda tem muita coisa que tem de ser feito para ser, digamos assim, incluído nesse processo de evolução da cidade. E nada melhor que nós termos uma Copa do Mundo para dar início nisso, para que a gente possa então compen-sar esse crescimento, que nós estamos tendo e aproveitar essa oportunidade de investimentos maciços que terão nesses próximos anos em função da Copa do Mundo.

Quais serão os próximos passos?

DP - A ideia básica é uma reunião por mês. A gente poderia fazer isso quem sabe por um ano e meio, mas acho que nunca mais vai liquidar isso. Vai ser permanente, porque o mundo anda muito rápido. Quer dizer, então o que se faz hoje, daqui dois anos é com-pletamente diferente. Essas ideias te-rão de ser renovadas completamente. Acho que isso vai se fortalecer.

Em ano eleitoral, isso pode atrasar os trabalhos do Curitiba Criativa?

DP - Acho que sim. A gente que co-nhece um pouco desse processo po-lítico, é difícil de desassociar a par-ticipação da Prefeitura num processo desses. Nesse momento, ele [pré--candidato Luciano Ducci] está ven-do uma eleição. E o foco do político é a eleição que está lá na frente. É um ano para nós, não só para esse proje-to da Curitiba Criativa, mas também para os próprios trabalhos da Fede-ração, do Sesc, do Senac, que você tem de ter muito cuidado. Como nós trabalhamos para milhares de pessoas por dia, se você está associado com entidades que são inclusive patro-cinadas, às vezes, grande parte pelo próprio poder público, você tem de ter muito cuidado para não se envol-ver politicamente nisso tudo. Como somos uma entidade tecnicamente política que é a Federação, não pode

E como está o clima entre os comer-ciantes para o futuro. Estão ávidos a investir na cidade?

DP - Na verdade, Curitiba tem um bom comércio. Tem grandes investimentos na área comercial na Capital com sho-ppings, com hipermercados, com super-mercados e esses mercados de bairro. Essas mudanças são uma situação nova que está surgindo. Esses shoppings, por exemplo, que estão surgindo, o volume disso é muito grande, quer dizer, você vem perguntar para mim se isso traz algum aborrecimento comercial? Traz, porque cada shopping com mil funcio-nários tira três mil pessoas dos pequenos negócios que vão ser empurrados mais longe, para a periferia. Cada investimen-to desses tem um impacto comercial, um impacto na área de serviços, prin-cipalmente, porque essas pessoas não acreditam que terão uma concorrência do tamanho que foi constituído aque-le empreendimento próximo. Quando ele [comerciante pequeno] sente isso, ele já está há um ano, um ano e meio definhando, ou seja, diminuindo o seu negócio e acaba fechando. Quando ele fecha, não fecha uma loja com um fun-cionário, ele fecha uma loja com uma família junto. Geralmente, nessas lojas pequenas trabalha ele, a mulher, o filho, a nora, o genro, então está expulsando daquele segmento uma família inteira. A saída dele é ir mais longe, se desfazer do imóvel que ele tem ali, pegar esse recurso e comprar um lugar mais barato para uma sobrevivência lá longe. Quer dizer, se me perguntar se isso lá longe vai ajudar a melhorar aquele espaço? Vai. Esse é o progresso.

entrevista Darci Piana

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mensagens do(a) leitor(a)

LGBT na PoLíTiCaEscrevo referente à matéria LGBT na Política, escrita por Mariane Maio. Eis que ontem pela manhã meu chefe chega com uma revista e me diz: “Olha peguei esta revista ontem e ainda nem abri, mas vi que tem uma matéria sobre candidatos LGBT, talvez você goste”. E qual é a minha surpresa ao ler a ma-téria e ver meu nome citado, e surpresa maior por vocês não terem conseguido entrar em contato comigo, já que o PT tem meus contatos. De qualquer forma estou aqui para agradecer a citação e me coloco a disposição caso ainda haja interesse de “complementar” a

Tem sugestões de pauta? Uma ideia

para fazer uma reportagem? Envie sua sugestão também para

[email protected]

ParabénsA Mês de maio trouxe diversos assuntos inte-ressantes e como sempre, matérias impecáveis. As matérias sobre “Bullyng” e “Solidão no Poder” estão fantásticas e trazendo informa-ções realmente especiais, tirando dúvidas e mostrando características destes temas que nem sempre são abordados. Mais uma vez, a Mês Paraná está de Parabéns!Karina Trzeciak, no facebook

Envie suas mensagens para a Revista MÊS pelo

[email protected] | Twitter @mes_pr |

Facebook MÊS Paraná. Participe!

/MÊS Paraná

Sandra Maria Borçoi - Que Pres-tígio hein, Revista Mês! Parabéns! :D

Luisa Padoan - A Revista está de parabéns! A qualidade está cada vez melhor! Adorei a entrevista com o Alexandre, ficou descontraída e super interessante! Ótima!

Aguinaldo Rodrigues - Parabéns Revista Mês Paraná mais uma edição de sucesso! Cada edição com assuntos importantes para nós leitores, a edição 15 tem de tudo isso é muito bom. En-trevista com Leandro Hassum, muito interessante. Matéria sobre universida-de e empresa, politica, segurança as-

matéria, ou quem sabe escrever sobre as pré-candidatas mulheres.Juliana Souza

Resposta: A reportagem entrou em contato com a Juliana Souza por e-mail e por meio do seu Partido, mas não ob-teve retorno até o fechamento da edição de Maio.

EnTrEvisTa nEroQuero parabenizar pela Revista e pela excelente entrevista com o ator Ale-xandre Nero. Vocês são ótimos. Mônica Junqueira

ConTEúDoAntes de mais nada, parabenizo a equipe da Revista MÊS. São matérias interessantes, diversificadas e dire-

tamente para o Curitibano. Soube da Revista MÊS através de uma amiga de trabalho. Ela me emprestou para ler e gostei das matérias.Denise Baccaro

nETworkinGO tal Q.I. no Brasil é o mesmo que os políticos fazem e que é tanto criti-cado pela população. Entretanto, a população não se dá conta de que age exatamente da mesma forma, ou seja, é um problema (uma praga) cultural deste País. Espero que vocês revejam esta matéria de uma forma crítica e que em alguma edição do futuro façam uma outra reportagem mostrando os males do Q.I.. Diolete Paganini

[email protected]

suntos que fazem a diferença. Parabéns toda equipe da Revista Mês Paraná!

Kele Biela Klemtz - A entrevista sobre as construções antigas e suas revitalizações de Curitiba ficou muito interessante, toda cidade tem uns locais assim!

Kamila Klemtz - A reportagem com o ator Alexandre Nero ficou show, ele é um ótimo ator, adoro seus personagens, isso aí Revista Mês!

Lu Oliveira - Parabéns a Bianca Nascimento pela matéria referente às obras inacabadas em Curitiba. A população precisa saber o que esta acontecendo em nossa cidade e mais que isso, precisa se ligar que prazo é

prazo, muito fácil entregar obras em ano eleitoral.

Gabriel Souza - Entrevista formi-dável com o Alexandre Nero, princi-palmente quando ele fala do “cheiro de Curitiba”, viajo muito a trabalho e quando volto tenho sempre essa mes-ma sensação.

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FOTOGraMaAdair José Dias

“O pôr do sol não perde sua beleza e nem seu brilho em um horizonte de cimento e janelas de Curitiba”

Caso queira ver também sua foto publicada na coluna Fotograma, envie sua imagem em alta resolução para o [email protected]

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MaTÉria DE CaPa

HoMo sEnsiTivos

4 EnTrEvisTa

10 MEnsaGEns Dos LEiTorEs

11 FoToGraMa

14 MiranTE

25 CoLUna

37 5 PErGUnTas Para: MaríLia PEDroso XaviEr

64 DiCas Do MÊs

66 oPiniÃo

PoLíTiCa

22 a PossívEL nÃo rEELEiçÃo

CiDaDEs

26 arTiCULaDoras Da Paz

28 o DUro Lar DE asFaLTo E CiMEnTo

EConoMia

30 MEDiDas EsTrUTUranTEs

aGroPECUária

32 a voLTa Do BiCHo Da sEDa no Paraná

EDUCaçÃo

34 o DEvEr Do aFETo

saúDE

38 MaLEs Do invErno

39 a vonTaDE DE ajUDar nÃo DEvE EsFriar

TECnoLoGia

40 UMa MíDia a sEr EXPLoraDa

MEio aMBiEnTE

42 UMa GarraFa CoM MiL E UMa FinaLiDaDEs

44 QUasE EXTinTos Do MaPa

inTErnaCionaL

46 UMa CHina MEnos aGrEssiva

sumário

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48

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TUrisMo

48 TErra Dos GUarás

EsPorTE

52 EnTrE o TaCo E a BoLa, a CrUz E a EsPaDa

aUToMóvEL

54 nÃo EsQUEça Da rEvisÃo

MoDa&BELEza

56 CHEiro DE BrasiLiDaDE

CULinária&GasTronoMia

58 UMa PiTaDa DE aMor

59 FrUTos Do nosso Mar

CULTUra&LazEr

62 arTE DE (rE)Criar a rEaLiDaDE

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m recorte do tempo e do espaço. Um quebra-cabeça difícil de montar e desmontar. Mas é isso que fazemos no Jornalismo. Sem a pretensão de vestir todas as verdades ou de esgotar o assunto, mas tentando

nos despir de todos os preconceitos para levar muita informação, novos comportamentos sociais e uma realidade dos tempos atuais.

É isso que mostra a reportagem de Capa da MÊS, que revela um debate sobre o papel do novo “Homem” na sociedade. Outros destaques dessa edição também trazem alguns pedacinhos de Curitiba, do Paraná, do Brasil e do Mundo.

De Curitiba, trouxemos as dúvidas dos leitores sobre as mudanças no sistema bancário, também demos dicas dos chefs de cozinha para o Mês dos namorados; abordamos, ainda, a perspectiva das próximas eleições na cidade; mostramos como Curitiba trata seus moradores de rua e apresentamos, na Entrevista, um novo movimento que promete pensar sobre os problemas da cidade, é o grupo “Curitiba Criativa”.

Sobre o Paraná, “recortamos” nessa edição histórias de mulheres que buscam construir a Paz em suas comunidades. Também destacamos o potencial da criação do bicho da seda no Estado – somos responsáveis por 93% da produção nacional e devemos crescer até 15% este ano. Trouxemos, ainda, um pedaço de Guaraqueçaba, do Litoral norte, para a reportagem de Turismo. Mas também mostramos que animais daquela região estão ameaçados de extinção.

a MÊS também vem mostrar que o Brasil já está descobrindo sua própria identidade olfativa. Descubra isso na reportagem de Moda&Beleza. Outro tema comum no Brasil todo é saber como educar os filhos de pais separados. Decisão inédita no País sobre abandono afetivo reascende o debate, veja em Educação.

Já o nosso balanço sobre o mundo ficou por conta da situação da China, país que vê sua economia desacelerar.

É com microcosmos de realidade, junto à sua bagagem cultural, que a MÊS quer ajudar você a construir novos conhecimentos, novas conexões e novas formas de se relacionar com as pessoas, de forma mais positiva e transformadora.

Boa Leitura!

editorial

expedienteA Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: [email protected]ÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr., Iris Alessi e Bianca Nascimento; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Distribuição: Sandro Alves; Direção comercial: Paula Camila Oliveira;Publicidade: Lucile Jonhson - [email protected] – Fone: 41.3223-5648 e 41.9892-0001; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Ciro Expedito Scheraiber, Adair José Dias, Manu Buffara, Maurício Pereira e Marcelo Amaral.

Um pedaço de realidadeU

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Comissão da verdadeEm um momento ímpar da história brasileira a presidenta Dilma Rousseff (PT) instalou a Comissão da Verdade que terá a função de investigar os crimes cometidos pelo Estado Brasileiro durante a Ditadura Militar entre os anos de 1964 e 1988.

Dilma, uma ex-presa política e que sofreu o inferno das torturas nos porões da Ditadura, chorou ao dar posse aos membros da Comissão, sem contudo, mostrar qualquer espírito de revanchismo. Parabéns.

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atividades pecuárias iA família Ducci, com o prefeito Luciano e sua esposa à frente, tem se mostrado competente nas atividades de criação e venda de gado. Uma de suas fazendas, localizada na cidade de Alto Taquari, em Mato Grosso, é destaque na venda de espécies da raça nelore. Exemplares vendidos em leilões recentes – como divulgado pela imprensa nacional e paranaense, alcançaram valores na casa dos milhares de reais.

Promessa cumpridaO Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem novo conselheiro. É o deputado e ex-chefe da Casa Civil do governo Beto Richa (PSDB), Durval Amaral (DEM). A Assembleia Legislativa votou por unanimidade a indicação. Deputados alegam que Durval tem muito conhecimento técnico para o cargo. Nos bastidores, contudo, corre a boca pequena que a sua indicação aconteceu para cumprir um acordo que fez com que ele não disputasse a eleição de presidente da Alep contra Valdir Rossoni (PSDB). Promessa feita, promessa foi cumprida!

Preocupações eleitoraisO receio manifestado pelo governador Beto Richa (PSDB) de que o ministro Paulo Bernardo estaria percorrendo o Estado, preparando terreno para a candidatura da senadora e ministra Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Estado, pode ter procedência. Comenta-se na bancada federal do Paraná que a presidenta Dilma já teria sinalizado que liberaria Gleisi para a disputa. As alianças construídas nas principais cidades do Paraná podem indicar que as articulações já podem ter começado mesmo.

atividades pecuárias iiSegundo a matéria da imprensa nacional, para realizar a aquisição de suas fazendas, a família do prefeito Luciano Ducci (PSB) teria utilizado o CNPJ que antes era de uma clínica de sua propriedade e que teria a razão social trocada para Agropecuária Roda Viva ME. No endereço onde funcionaria a agropecuária em Curitiba ainda constava, até o final do mês passado, a placa de identificação da clínica.

Ducci e DerossoO pedido de desfiliação do ex-presidente da Câmara de Vereadores do PSDB com o intuito de afastar o vereador da campanha de Luciano Ducci (PSB) parece que não terá resultado. Circula pela Capital documento dizendo que o governo de Ducci repassou, segundo o Diário Oficial do município, desde 2010, mais de R$ 13 milhões à empresa da família de Derosso. Parece que as relações são mais difíceis de serem desfeitas.

Compromisso

Desfeitas as dúvidasO ex-presidente Lula se comprometeu a entrar com força na campanha de Gustavo Fruet a prefeito de Curitiba. Na última semana de abril, Lula recebeu Gustavo em seu escritório em São Paulo, e além de ter assumido o compromisso de participar da campanha, também deu sugestões para o programa de governo.

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“Que é isso… Taniguchi foi eleito pelo Greca. Aliás bem lembrado, o Greca apoiava a venda da Copel e a privataria FHC / Lerner”Rebate o secretário do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Claudio Romanelli (PMDB)

“Vota no Taniguchi, Richa, Hauly, Vende Copel, Sobe tarifas, férias nas ‘oropas’ sem que tenha

trabalhado? Vá de retro satanás!” Diz o senador Roberto Requião (PMDB)

Ger

aldo

Mag

ela

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Sen

ado

Corte de comissionadosO Ministério Público exigiu e a Câmara Municipal de Curitiba cumpriu. Tramita na Casa um projeto de lei que reduz em 50% o número de cargos comissionados. Levantamento realizado pela Casa mostrou que o número de comissionados é superior ao de cargos efetivos. Havia 507 cargos em comissão e apenas 236 cargos efetivos ocupados. Contudo, toda atenção é pouca, pois não existe até então, uma proposta, por exemplo, de redução do valor da verba de gabinete.

acesso à informaçãoA Câmara Municipal de Curitiba se adaptou à nova Lei de Acesso à Informação. Desde o dia 18 de maio o seu site na internet disponibiliza um formulário para que os cidadãos possam solicitar informações. Quem preferir, pode também fazer o pedido pessoalmente na divisão de protocolo da Casa. Segundo a Lei, as respostas devem ser enviadas em até 20 dias, podendo ser prorrogadas por mais 10 dias.

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matéria de capa

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Homo sensitivosDescubra quem é o novo homem, seu comportamento e traços culturais; entre 30 e 50 anos, as novas gerações não deverão conviver mais com a figura do “machão”

oder, força, atitude, ra-cionalidade e dominação são palavras que há pouco tempo faziam parte de um

universo bem masculino. Hoje esses vocábulos ganharam novos sentidos. Paralelamente ao feminismo, um mo-vimento bem mais silencioso, mas igualmente profundo, vem se confi-gurando. As transformações observa-das no comportamento do homem na sociedade causaram uma revolução. Ainda pouco comentada, é verdade. Mas é a vez dos homens ganharem novas características e novos papéis na sociedade.

Afinal, quem é o novo homem? As transformações começam pelos nú-meros. Segundo Censo 2010 (IBGE), os homens contabilizam pouco mais de 95 milhões de brasileiros, enquan-to as mulheres são maioria, com cerca de 99 milhões de brasileiras.

Além disso, pesquisas revelam que eles são predominantemente urba-nos, mais vaidosos, mais consumis-tas, pensam ainda muito em trabalho, mas já dão mais prioridade à família e aos cuidados de casa. Também são ambiciosos, acreditam estar prepara-dos para lidar com as mulheres bem sucedidas, são mais companheiros, mais espiritualizados, mais românti-cos, se preocupam mais com a saúde, são mais flexíveis, abertos ao diálogo e sensíveis. Estes são alguns traços desse “Homo Sensitivos”, o homem que se molda na primeira década do século XXI. “Os homens gostam de experimentar o novo”, apresenta a pesquisa “O Novo Homem e o Mito”, por Flávio Ferrari do Ibope Mídia.

PTransformaçõesAs mudanças podem ter começado de dentro para fora, com a vaidade dos metrossexuais, na década de 1990, ou com a liderança dos homens alfa no início desta década. Hoje, porém, as mutações já atingem traços mais sig-nificativos da personalidade e também do comportamento masculino. “Está nascendo um novo homem. O homem como macho me parece que está aca-bando. Não se pode dizer que a mulher está impondo um padrão feminino [na sociedade]. A tendência é que se faça uma igualdade entre o homem e a mu-lher”, analisa o sociólogo Lindomar Wessler Boneti, da Pontifícia Univer-sidade Católica do Paraná (PUCPR).

Mas essa “morte” de alguns valores ao longo de gerações e o “nascimen-

to” de outros conceitos para os ho-mens não foi fácil de engolir e de se apropriar, assim como não foi para as mulheres em seu movimento feminis-ta. “Estamos em processo de mudan-ça e não tem jeito. Somos os grandes sofredores”, comenta o sociólogo em um tom quase pessoal. Para ele, os homens não percebem esse sofrimen-to, mas “ele [homem] reconhece todo esse processo de transformação. Está em conflito consigo próprio”.

Essa confusão de papéis sociais pas-sa por vários ambientes: em casa, no trabalho, na vida social e, principal-mente, nos relacionamentos. “Ele tinha muita clareza do seu papel na sociedade, era muito bem definido. Hoje, ele tem que assumir tarefas que culturalmente não foi preparado. Para ele, é um esforço muito

Arieta Arruda - [email protected]

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“Estamos em processo de mudança e não tem

jeito. Somos os grandes sofredores”, afirma Boneti

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acuados. Hoje, eles já têm conheci-mento, meios de comunicação que geram informações e não mais forne-cem medos e dúvidas; só as normais mesmo”, diz a psicóloga.

Dessa forma, “a tendência é que se construa uma igualdade de tarefas e de responsabilidades. Talvez as novas gerações não tenham mais de estabe-lecer: isso é função sua [mulher] e essa é função minha [homem]”, afir-ma o sociólogo.

Trabalho

No mercado de trabalho essas barrei-ras já estão se quebrando. São mais de 65 milhões de homens morando nas cidades e o sucesso deles no mercado de trabalho urbanizado e industrial continua indiscutível. No entanto, a igualdade entre gêneros ainda está um pouco longe, já que os homens ainda ganham em média 24,10% a mais que as mulheres, conforme da-dos do Dieese e ainda são a maioria nos postos de liderança.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do primeiro trimestre deste ano revela, também, que “por gênero, o aumento real para os homens foi ligeiramente superior ao das mulheres, ficando em 4,65% e 4,33%, respectivamente”.

Diferentemente, como anos atrás, os homens não mais torcem o nariz para chefes mulheres e reconhecem a ca-pacidade de trabalho de suas colegas. Mas predominam em número de tra-balhadores em 99 atividades que fa-zem parte da Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Dieese. Para o publicitário Roberto de Souza Ricardo Junior (34), o arquiteto Júlio César Pereira da Silva Kajewski (30) e o artista plástico e gráfico Fernando Cesar Ribeiro (33) (ver Box), o traba-lho é fonte de prazer. Junior, por exem-plo, trabalha até mesmo durante o ha-ppy hour com amigos e faz contatos profissionais. “Não posso ter hobby,

porque transformo tudo em trabalho”, brinca também o artista plástico Ribei-ro. “Não tem como mais você dividir o social do trabalho. É uma mescla”, comenta o arquiteto Kajewski.

No entanto, dizem eles que conciliar as outras áreas da vida com o traba-lho é tranquilo. “Homens não acham difícil conciliar trabalho, paternida-de e casamento”, revela o estudo do Ibope Mídia.

Casa

“Pela tomada do mercado de traba-lho feminino, aumentaram as funções masculinas domiciliares”, analisa Isabela. Assim, se no mercado de tra-balho eles continuam se saindo muito bem, é em casa que as novidades não param de aparecer. “É um conjunto de fatores que o homem, nos dias de hoje, se vê na condição de enfrentar. Coisas novas”, analisa Boneti. Para o sociólogo, os homens estão olhando de forma diferente para a casa, bus-cando maior participação no geren-ciamento do lar ao lado da mulher.

É o que pensa também a psicóloga. “Apanharam um pouco com essa mu-dança, assim como a mulher por um lado lutou por uma posição feminina no mercado de trabalho, acho que o homem lutou com sua posição mas-culina dentro de casa. Vai fazer do seu jeito, não vai fazer do jeito feminino, mas vai fazer muito bem”, pondera.

Por isso, é nesse campo que existem os maiores conflitos e desencontros na construção de novos papéis. “Em detrimento de todo esse processo de

grande ter de trocar as fraldas, lavar a louça, assumir as tarefas do lar”, defende Boneti.

Para a psicóloga da Paraná Clínicas, Isabela Poli, essa mudança já está mais consolidada. “Houve um tem-po do desconhecido e eles se sentiam

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Conhecido como Bob, o publici-tário mora com os pais, depois de uma temporada morando sozinho. Gosta de esportes radicais, de sentar num bar para beber com os amigos, falar de trabalho, carro e assuntos gerais. Se diz um apaixo-nado por tecnologia. Escuta rock, jazz e blues e gosta de ler desde as revistas Cláudia, Nova até Quatro Rodas. E odeia futebol. Na TV assiste a séries e filmes. Tem seus produtos de beleza, mas não se considera um metrossexual. Para ele, “sucesso? Não é dinheiro. Não é determinante. Acho que é poder concluir bem um projeto. Eu mes-mo já tenho meu projeto definido até os 60 anos”, conclui.

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rOBErTO DE SOUza rICarDO JUnIOr, 34 anOS, SOLTEIrO, nãO TEM FILHOS. PUBLICITárIO E EMPrESárIO

Essa confusão dos papéis passa por vários ambientes: em casa, no trabalho, na vida social e, principalmente, nos

relacionamentos

matéria de capa

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mudança, está um novo modelo fa-miliar. O modelo familiar tradicional está falido”, alerta Boneti.

Os homens também estão vivendo e curtindo mais a paternidade. “A

gente programou ter filho. Desde o início, a gente já acertou entre a gente: vamos fazer tudo junto. A Glória nasceu, na maternidade, eu já tava ajudando a cuidar, ajudando no banho...”, relembra Ribeiro, que leva a filha de um ano e nove meses na escola, leva para tomar as vaci-nas, acompanha junto com a mãe nas reuniões de pais na escola, também acompanha no médico e leva para passear nos finais de semana.

“Se algum dia eu tiver um filho, será para viver a paternidade, não para deixar isso só para a mãe. O filho tem que ter os dois lados, não é só o lado materno ou o lado paterno”, comenta também Kajewski.

Outra mudança é o perfil de lidar com os problemas domésticos. Segun-do a psicóloga, os homens são mais práticos e menos protetores também com as questões da casa. “Existe uma flexibilidade maior para lidar com a dinâmica de casa. Não é que faz com menos capacidade, mas tem uma pre-ocupação menor, que os acaba levan-do a resolver de um jeito mais práti-co”, aponta a psicóloga.

alimentação e saúde

Quando o assunto é a alimentação, eles também estão mudando. Atual-mente, se dizem mais preocupados com isso, mas não escolhem os pro-dutos pelas calorias ou nutrientes, se-guem mais o sabor, conforme dados da pesquisa “O Novo Homem e o Mito”, do Ibope Mídia.

É o que se pode comprovar com os entrevistados. Eles assumem que hoje se preocupam mais com a saúde e a alimentação, mas quando fazem com-pras no supermercado vão mesmo em busca dos alimentos que agradem ao paladar. “Hoje em dia eu me preocu-po mais. Até pela idade”, comenta Ribeiro. “Não sou mega saudável. Como de tudo, mas não qualquer coi-sa”, diz Junior. “Me preocupo, porém

o tempo não me deixa estabelecer uma rotina de alimentação sadia”, ad-mite Kajewski.

Apreciam fazer as refeições. “Quan-do você está cozinhando, é uma tera-pia. É você refletir sobre sua própria vida”, comenta o arquiteto. Junior gosta de fazer churrasco e Ribeiro também admite gostar de inventar umas comidinhas em casa para a es-posa e a filha. “Gosto de cozinhar”.

Os dados do IBGE, na Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Bra-sil, da Pesquisa de Orçamentos Fami-liares (POF) 2008-2009, apontam que os homens ainda assim se alimentam em menor quantidade de verduras, saladas e frutas do que deveriam. Na contramão, o consumo de bebidas alcoólicas atinge o nível cinco vezes maior entre homens ante as mulheres.

A prática de exercícios físicos é algo que todos têm consciência de que é preciso fazer. Junior gosta de esportes radicais e pratica MotoCross nos fi-nais de semana, já Kajewski é adepto a esportes coletivos, como basquete, mas atualmente frequenta a muscula-ção na academia. E Ribeiro gosta de caminhar no parque.

Apesar de ainda os homens visitarem o médico menos que as mulheres, eles estão indo mais. Também pudera, de acordo com o Ministério da Saúde, 60% das mortes no Brasil são de ho-mens. Assim, é possível dizer que a cada três pessoas que morrem, duas são homens. “Na faixa etária dos 20 aos 30 anos, o risco de morte é 80% maior do que as mulheres”, informa o Ministério da Saúde. Eles ainda

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Um cara sensível. Divide as tarefas do lar com a mulher e se orgulha disso. Gosta de ouvir música eletrô-nica, house music e indie pop. Não assiste muito à TV, lê sobre filoso-fia e busca informação pela inter-net, onde também pesquisa músicas e se informa sobre as atualidades. Nos finais de semana, costuma dar toda sua atenção à família e gosta de reunir amigos. Não sabe definir o que é papo de homem. Na hora da compra, não se importa em pa-gar mais pela qualidade. Seus olhos brilham ao falar de sua filha, de quem cuida, troca fralda, dá banho e brinca nas horas vagas. “Quando você tem filho, vai mudar toda sua rotina, seus costumes [...] Mas você se adapta”.

PErFiL

FErnanDO CESar rIBEIrO, 33 anOS, CaSaDO COM CínTIa EITELwEIn E TEM UMa FILHa, GLórIa, DE 1 anO E 9 MESES. arTISTa GráFICO, PLáSTICO E DJ

“Pela tomada do mercado de trabalho feminino,

aumentaram as funções masculinas domiciliares”,

diz Isabela

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são mais resistentes também a fazer ações preventivas, vivem menos – em média sete anos menos do que as mu-lheres – e estão mais suscetíveis a do-enças do coração, câncer, colesterol, pressão arterial elevada e à obesida-de, além da violência que mata mais o sexo masculino no País.

ConsumismoOs homens se apresentam mais con-sumistas também. Eles estão com-prando mais e ao que tudo indica, gostando disso. “Consomem mais e mais vezes. O comportamento mas-culino antes era: na necessidade ele entrava numa loja e comprava aquilo que precisava e depois ficava muito tempo sem comprar. Inclusive, as mulheres compravam para ele”, ob-serva Patrícia Gaia, CEO da Armani Exchange Brasil.

Mas assim como em outras áreas, as características masculinas nas com-pras também são preservadas. “O ho-mem é sempre mais racional [na com-pra]. Ele percebe o valor agregado nisso”, por isso, se permitem gastar mais em busca de qualidade. Opinião compartilhada pelos entrevistados. “Gosto de me vestir bem, gosto de comprar roupa [...] Gosto de um brinquedinho novo [de tecnologia]”, comenta o publicitário. “Roupas e eletrônicos é o que eu mais compro”, afirma o arquiteto. “Eu que compro geralmente”, diz o artista plástico re-ferente à mudança das mulheres com-prarem para os homens.

“Hoje o homem tem consumido mui-to acessório. O homem está mais vaidoso. Gosta de pulseiras, colares, anéis, relógios”, analisa Patrícia. Eles gostam de novidades nas modelagens de roupas, vão às clínicas de estéti-ca, gostam de tecnologia, investir em carros, querem se manter jovens e mudaram seu conceito de beleza.

relacionamentos

Esse novo conceito de beleza também se estende ao sexo feminino. Segun-do o sociólogo, os homens têm um novo olhar sobre a mulher, “numa perspectiva mais romântica”. Com a perda dos antigos estereótipos, eles ainda estão à caça de novos conceitos e padrões sociais. “Não sabem lidar com essa nova mulher que requer

prazer, amor, carinho, romantismo. Essa nova mulher que não se colo-ca numa posição passiva, mas uma mulher que se coloca numa posição ativa também. Ele está acuado”, diz Boneti. Para ele, este processo de mudanças deve ser consolidado nas próximas gerações, o que levará em torno de 30 a 50 anos.

Antigamente, um dos maiores medos dos homens era de a mulher (esposa, companheira) ganhar mais que ele e perder o posto de chefe de família. Entre os entrevistados, isso não é mais tabu, nem motivo de constran-gimento. “Não incomodaria muito”, relata Kajewski. “Não geraria des-conforto”, comenta Ribeiro.

Esse mesmo homem não se importa mais em chorar, em se mostrar sensí-vel e aberto ao diálogo. “Gosto muito desse novo homem. Acho que vem gerando uma condição de multifun-ções e que isso gera estresse por um lado, mas existe uma troca de infor-mações e isso traz um maior diálogo para dentro de casa, faz uma ocupa-ção com maior sentido, as pessoas se sentem mais capacitadas para realizar diversas funções. Acho muito bacana isso”, comemora Isabela.

EnQUETE

ExISTE “PaPO DE HOMEM”? MarqUE aS aLTErnaTIvaS E EnvIE SUa OPInIãO Para [email protected] ( ) Trabalho( ) Mulher( ) Futebol( ) Tecnologia( ) Gastronomia( ) Outros. Quais?

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Um cara alto astral, de bem com a vida. Divide apartamento com amigos e o seu cômodo predileto da casa é seu quarto. Gosta de cozinhar e seu prato preferido é: arroz, feijão, batata e carne moída ao molho. Se considera vaidoso e muito por incentivo da namorada. Como lazer curte ir ao teatro, cine-mas alternativos e ouvir jazz, soul e blues. Tem facilidade com tecno-logia e gosta de ler sobre religião. Para ele, “felicidade é um estado de espírito [...] É você aceitar o momento. Não delegar o momento para o futuro e nem ficar pensando no passado. É aceitar o que está acontecendo com você e transfor-mar isso em alegria”, enfatiza.

PErFiL

JúLIO CÉSar PErEIra Da SILva KaJEwSKI, 30 anOS, SOLTEIrO, nãO TEM FILHOS. arqUITETO

Apesar de continuar racional, o “novo homem” é

mais consumista

matéria de capa

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a possível não reeleição

Enquete da Mês mostra que quase 70% das pessoas não votariam em um candidato que já ocupa o cargo de vereador; apesar disso, 30 dos 38 vereadores pretendem disputar o pleito

Mariane Maio - [email protected]

as duas últimas eleições (2004 / 08) para a Câmara Municipal de Curitiba, o porcentual de renovação

foi de 50%. Anteriormente, esse nú-mero não chegava a ser muito dife-rente, com exceção da eleição de 1988 que contou com 76% de novos eleitos e na de 1992, com apenas 31% de re-novação, conforme aponta o cientista político Emerson Cervi. Apesar dessa estabilidade histórica, a eleição deste ano pode trazer surpresas.

“Em 2008, Beto Richa foi reeleito com 77% de votos e ele não conse-guiu reproduzir isso na bancada de governo. Isso significa que em con-dições normais, quando o prefeito é muito bem avaliado, a Câmara já

nsofre uma queda. Nessas condições atuais, em que todo mundo pode le-var em conta essas informações sobre as denúncias, a expectativa é que haja um aumento razoável da renovação, acima desses 50%”, afirma Cervi.

Uma enquete realizada pela Revista MÊS com a população de Curitiba mostra que o cientista político tem razão. Das 51 pessoas ouvidas pela reportagem, 44 (86,2%) garantem sa-ber sobre os escândalos da Câmara, 35 (68,6%) dizem que não votariam em nenhum candidato que já está no cargo e 6 pessoas disseram que não sabem se ajudariam a reeleger um vereador.

Pré-candidatos

Apesar disso, dos 38 vereadores, 25 afirmam ser pré-candidatos à reelei-

ção no pleito deste ano. Além deles, os vereadores Pedro Paulo (PT), Jonny Stica (PT), Juliano Borghetti (PP) e Felipe Braga Côrtes (PSDB) também podem tentar a reeleição, caso seus nomes não sejam confirma-dos para a vaga de vice-prefeito. Al-gaci Túlio (PMDB) também pretende se candidatar, caso não perca a legen-da de seu partido. Até o fechamento desta edição, estava em trâmite um processo contra o vereador no Conse-lho de Ética do PMDB que cogitava sua expulsão por envolvimento nos escândalos da Câmara.

Quem também não poderá se candi-datar por estar sem legenda é o ve-reador João Cláudio Derosso, que pediu desligamento do PSDB, no momento da reunião do partido que considerava seriamente sua expul-

política

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REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 23

são. O vereador Paulo Frote (PSDB) é outro que está impedido de partici-par das eleições, pois foi condenado por mau uso de verba de gabinete e enquadrado pela Lei Ficha Limpa. “Isso me impede e não quero recor-rer à Justiça Eleitoral. Estou satis-feito por 16 anos de trabalho nessa Casa e esse impedimento talvez seja para que eu possa retornar às minhas atividades no Ministério da Previ-dência”, pondera Frote.

Os vereadores Tito Zeglin (PDT) e Julião Sobota (PSC) afirmam não sa-berem se irão concorrer e vão avaliar a possibilidade mais para frente. Re-nata Bueno (PPS) não será candidata, pois é pré-candidata à Prefeitura. Ze-zinho do Sabará (PSB) e Nely Almei-da (PSDB) também estarão fora da próxima eleição, justificando proble-mas de saúde. “Não tenho condições de fazer campanha e trabalhar mais como vereadora”, diz Nely, alegando ter 78 anos. Caíque Ferrante (PRP)

também não será candidato por mo-tivos pessoais.

não mudança

Apesar da expectativa gerada em torno da renovação da Casa, o fato de eleger novos nomes para o próximo manda-to (2013/2016) na Câmara Municipal não significará, necessariamente, uma mudança ideológica. “Quando a gente fala em renovação, fala em renovação de nomes e não de perfil e visão de mundo”, afirma Cervi.

Para o analista, a culpa dessa padro-nização de ideias não é da população, mas dos partidos políticos. “Essa reno-vação é exterior à decisão do eleitor, que precisa ter alternativas reais. E o que a gente tem visto é que o perfil dos candidatos que são recrutados pe-los partidos para disputar às eleições é muito parecido. Então, a gente não pode cobrar do eleitor que ele opte pela mudança se não tem opções reais.”

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* Pode perder a legenda do PMDB. ** Tem o nome cogitado para vice-prefeito

rEELEiçÃo

vEJa OS vErEaDOrES qUE PrETEnDEM SE CanDIDaTar Para aS PróxIMaS ELEIçõES

Aladim Luciano (PV); Aldemir Manfron (PP); Algaci Túlio (PMDB)*; Beto Moraes (PSDB); Celso Torquato (PSD); Denilson Pires (DEM); Dirceu Moreira (PSL); Dona Lourdes (PSB); Emerson Prado (PSDB); Felipe Braga Côrtes (PSDB)**; Francisco Garcez (PSDB); Jair César (PSDB); Jairo Marcelino (PSD); João do Suco (PSDB); Jonny Stica (PT)**; Jorge Yamawaki (PSDB); Juliano Borghetti (PP)**; Julieta Reis (DEM); Noemia Rocha (PMDB); Odilon Volkmann (PSDB); Pastor Valdemir (PRB); Paulo Salamuni (PV); Pedro Paulo (PT)**; Professora Josete (PT); Professor Galdino (PSDB); Roberto Hinça (PSD); Sabino Picolo (DEM); Serginho do Posto (PSDB); Tico Kuzma (PSB); Zé Maria (PPS).

Caíque Ferrante (PRP); João Cláudio Derosso (ex-PSDB); Nely Almeida (PSDB); Paulo Frote (PSDB); Renata Bueno (PPS); Zezinho do Sabará (PSB).

Julião Sobota (PSC); Tito Zeglin (PDT).TaLvEz

nÃo

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Colaboração: Bianca Nascimento e Iris alessi

EnQUETEa rEvISTa MÊS SaIU àS rUaS E OUvIU 51 PESSOaS SOBrE O qUE ELaS PEnSaM a rESPEITO DaS ELEIçõES PrOPOrCIO-naIS. COnFIra:

43,2% Sim

19,6% Sim

Você se lembra em quem votou para vereador na última eleição?

Nesta eleição, já sabe quem são os

pré-candidatos?

Se sim, quem foi o candidato?Nulo/Branco ................................ 9Professor Galdino ........................ 4Roberto Hinça .............................. 1Algaci Túlio ................................. 1Tico Kuzman ................................ 1Pedro Paulo .................................. 1Zé Maria ....................................... 1Serginho do Posto ........................ 1Felipe Braga Côrtes ..................... 1Mauro Moraes ............................. 1

56,8% Não

80,4% Não

15,7% Sim

Já pensou em quem votar?

84,3% Não

19,6% Sim

Você votaria em algum vereador para reeleição?

68,6% Não

11,8% Talvez

Você tem conheci-mento dos escândalos da Câmara de Verea-dores de Curitiba?

86,2% Sim

7,9% Não

5,9% Parcialmente

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24 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

• Banca da Praça Osório • Banca da Praça da Espanha • Banca da Praça da Ucrânia • Banca da Praça de santa Felicidade • Brioche Pães e Doces | 3342-7932. av. 7 Setembro, 4416 | Centro • Delícias de Portugal - 3029-7681. av. 7 de Setembro, 4861 | Batel• John Bull Café - 3222-7408. rua Comendador araújo, 489 | Batel • Pata Negra - 3015-2003. rua Fernando Simas, 23 | Batel • Panificadora Paniciello - 3019-7137. av. Manoel ribas, 5965 | Cascatinha • Panettiere - 3014-5334. av. Cândido Hartmann, 3515 • Madalosso - 3372-2121. av. Manoel ribas, 5875 | Santa Felicidade • Vinhos Durigam - 3372-2212. av. Manoel ribas, 6169 | Sa Felicidade• Dom Antônio - 3273-3131. av. Manoel ribas, 6121 | Santa Felicidade • Tizz Café - 3022-7572. al. Doutor Carlos de Carvalho, 1345 | Batel• Academia Gustavo Borges - 3339-9600. rua Prof. Pedro viriato Parigot de Souza, 85 | Campina do Siqueira • Adega Brasil - 3015-3265. av. Cândido Hartmann, 1485 | Mercês • Kauf Café - 3015-6114. al. Dr. Carlos Carvalho, 608 | Centro • Cravo e Canela Panificadora - 3015-0032. rua Jacarezinho, 1456 | Mercês • Babilônia - 3566-6474. al. Dom Pedro II, 541 | Batel • Cravo e Canela Panificadora - 3027-4890. Hugo Simas, 1299 | Bom Retiro • semáforos - av. visconde de Guarapuava com a rua Brigadeiro Franco (Esquina Shopping Curitiba) • Rua Padre Agostinho com a Rua Capitão Sousa Franco (Praça da Ucrânia) • Rua Emiliano Perneta com a Rua Desembargador Motta • Rua Martin Afonso com a Rua Capitão Sousa Franco (Colégio Positivo)

A Mês está sempre ao seu lado. Em todos os sentidos.

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PonTos DE DisTriBUiçÃo

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REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 25

sobre a política

a disputa já começou

Segundo manifestações vindas diretamente do Palácio do Iguaçu, a corrida eleitoral para 2014 já teve início no Paraná. O governador Beto Richa (PSDB) tem demonstrado preocu-pação sobre a frequente presença do ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT) em atividades nos finais de semana, em todas as regiões do Estado, especialmente nas grandes e médias cidades do interior. Na avaliação tu-cana, a movimentação do petista deve apontar para construção de uma base sólida na disputa de 2014, que terá, além do próprio cargo do governador, a Presidência da República, uma vaga para o Senado Federal e a renovação da Assembleia Legislativa e dos representantes paranaenses na Câmara Federal.

A preocupação de Beto Richa pode ser abso-lutamente procedente. Paulo Bernardo tem participado das articulações de várias alianças Paraná afora. Ele foi fundamental na articu-lação que resultou no apoio do Partido dos Trabalhadores ao candidato pedetista Gustavo Fruet à Prefeitura de Curitiba, em uma aliança que já conta também com o Partido Verde (PV). Assim como também participa de articu-lações em Ponta Grossa, Cascavel, Londrina, Maringá, Paranaguá, Guarapuava, Foz do Igua-çu e quase todas as cidades da Região Metro-politana de Curitiba (RMC).

Movimentação semelhante, aliás, é realizada pelo governador. Exemplo maior dos movi-mentos de Beto Richa, além de Curitiba, é cla-ro, onde ele dispensa 100% de sua agenda na cidade para aparecer ao lado de seu candidato Luciano Ducci, é Ponta Grossa. Na estrela dos

Campos Gerais, Richa excluiu o seu partidá-rio e atual prefeito da cidade, Pedro Wosgrau Filho, das articulações de sua sucessão para apoiar Marcelo Rangel (PPS), inimigo pesso-al de Wosgrau.

Os dois blocos que têm polarizado as dispu-tas nacionais desde 1994, PT e PSDB, muito provavelmente se enfrentarão aqui em 2014 como nunca antes havia acontecido. O Parti-do dos Trabalhadores, que por anos foi área de influência (ou, para muitos, linha acessó-ria) do PMDB do senador Roberto Requião, parece ter dado seu grito de independência e começa a construir-se como alternativa real de poder no Estado. Aliás, talvez esse deva ser o motivo da ira demonstrada pelo senador recentemente.

O cenário mais provável seria uma disputa polarizada entre o atual governador Beto Ri-cha (PSDB) e a ministra chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Candida-turas de perfis semelhantes, ambas palatáveis a boa parte do eleitorado, testados nas urnas, com experiência político-administrativa. O que pode desequilibrar o mapa eleitoral resultante do pleito municipal deste ano. A geopolítica municipal será um grande dife-rencial nas eleições de 2014. E é nisso que os dois lados estão mirando em 2012.

Os dois blocos que têm polarizado as disputas nacionais desde 1994,

PT e PSDB

Por Tiago Oliveira [email protected]

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omo diria Mahatma Gan-dhi, o líder pacificador indiano, “não existe um caminho para a Paz. A

Paz é o caminho”. É trilhando esse caminho no cotidiano de sua comu-nidade que a agente de saúde, Tânia Aparecida de Lima (46), encontrou uma forma de poder ajudar a popu-lação do bairro Borda do Campo em São José dos Pinhais, na Região Me-tropolitana de Curitiba (RMC). Em sintonia também estão as vizinhas

Cerca de 50 mulheres em São José dos Pinhais tornaram-se recentemente agentes pacificadoras; no Brasil, até março deste ano, mais de 13 mil mulheres já foram capacitadas

C

Articuladoras da Pazdo Guatupê, Sueli Maria Machado da Silva (44) e Juraci de Oliveira (52). As três fazem parte da primeira turma de 50 mulheres que se formaram em abril deste ano no Projeto “Mulheres da Paz”.

O projeto é uma iniciativa do Minis-tério da Justiça, instituído pelo Pro-grama Nacional de Segurança Pú-blica com Cidadania (Pronasci), que visa à capacitação de mulheres de co-munidades de grande vulnerabilidade social para atuarem como mediadoras sociais. Para isso, passam por uma

capacitação em temas como direitos da mulher, direitos humanos e cida-dania, violência, fatores de risco, pre-venção às drogas, entre outros.

Para a coordenadora nacional do Pro-jeto, Priscilla Oliveira, “o objetivo é que elas sejam reconhecidas como articuladoras sociais”, realizando ati-vidades como palestras, visitas nos domicílios e também no encaminha-mento de jovens para participar do programa “Proteção de Jovens em Território Vulnerável”, o “Protejo”, do Governo Federal.

cidades

Iris Alessi - [email protected]

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REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 27

Histórias

A Paz passa pelas mãos dessas agen-tes sociais na resolução de conflitos em casa ou na comunidade. São his-tórias sofridas de gente simples que

na comunidade. Essa tia procurou Sueli e estava triste porque a sobri-nha já tinha perdido um dos bebês e o outro estava no hospital entre a vida e a morte. Sem ter condições de dar apoio ao tratamento, a tia procurou por Sueli, que por sua vez foi até o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde foi possível obter auxílio para a locomoção até o hos-pital e também na alimentação da fa-mília. Os pais conseguiram acompa-nhar o tratamento da criança e, hoje, o bebê passa bem.

Ponte

São essas mulheres que servem de ponte para chegar ao Poder Público. “Isso melhorou muito. Essa questão da comunidade sentir que tem alguém que olhe por ela. Alguém que esteja mais próximo”, avalia a coordenado-ra municipal do Projeto, Cleusa Lima.

A sensibilidade dessas agentes so-ciais está ganhando força e fazendo a diferença. “Tem um olhar muito mais sensível por parte tanto das mulheres quanto dos homens. Eu acho que ser uma agente da Paz é visto com bons olhos, sendo homem ou sendo mu-lher. Mas o lado feminino, ele tem um cuidado, um olhar bem diferente paras as situações”, conclui Tânia.

É um trabalho que elas pretendem le-var para a vida toda. “Hoje eu me sin-to preparada para ser o resto da vida uma Mulher da Paz. [...] A gente sem-pre vai estar correndo atrás indepen-dentemente de ter um apoio ou não”, finaliza Sueli.

encontrou na palavra “Paz” um mo-tivo de viver e de construir sonhos.

“Sendo mulher da paz, eu poderia ter uma parceria mais forte com os problemas que a gente tem principal-mente socioeconômico, esses confli-tos que a gente tem de drogas dentro das famílias, de problemas de alco-olismo, problemas de jovens e ado-lescentes, que muitas vezes saem da escola, perdem o vínculo com a edu-cação, porque eles estão envolvidos em situações de risco”, afirma Tânia.

Trabalho é o que não falta. “As mães hoje estão numa situação desespera-dora. Elas não sabem o que fazer. [...] Aqui na comunidade é como se fosse uma tábua de salvação. Foi assim que eu senti”, relata a agente de saúde.

São vários os episódios e situações em que as Mulheres da Paz entram em cena para ajudar. São jovens envolvi-dos com drogas, casos de violência doméstica, brigas de vizinhos, entre outros problemas. Para Juraci, este ano, uma de suas maiores alegrias foi “salvar” dois irmãos de 16 e 17 anos e encaminhá-los para o projeto “Protejo”. Os jovens problemáticos relutaram a aceitar a ajuda de Juraci, mas com persistência e diálogo, eles perceberam que havia um caminho melhor a seguir.

Além desse caso, essas personagens da pacificação relatam os mais varia-dos conflitos, pois trabalham como catalisadoras de problemas. Sueli é uma das que se orgulha de promover a Paz em sua comunidade. Por meio de seu trabalho, já tirou um jovem do envolvimento com as drogas e hoje “a mãe está boba de ver que ele mu-dou bastante”.

Outra história marcante na atuação dela foi de dois gêmeos, cuja tia mora

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A sensibilidade dessas agentes sociais está ganhando força e

fazendo a diferença

Como Mulher da Paz, Tânia pode ser uma parceira da comunidade na resolução de conflitos

Sueli e Juraci: Mulheres da Paz no Jardim Cristal (Guatupê), em São José dos Pinhais

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o duro lar de asfalto e cimentoEm Curitiba, cerca de 3 mil pessoas moram nas ruas; a maioria é de jovens entre 18 e 19 anos

essoas que fizeram das pon-tes, avenidas, calçadas e pra-ças o seu lar. Os moradores de rua têm diversos motivos

para terem escolhido qualquer canto da cidade como sua “casa”. Em Curi-tiba, segundo a Fundação de Ação So-cial (FAS), mais de três mil pessoas estão morando nas ruas. Parte desse número mora na rua diariamente e, ou-tra, de forma esporádica. Seja por um dia, por uma noite, por uma vida, estas pessoas têm enfrentado diversos dile-mas, a discriminação e a violência na pele. Afinal, quem são elas e por que escolheram este caminho?

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cidades

“A população hoje em situação de rua não é um grupo de classe social baixa, é um grupo heterogêneo com várias culturas e classes sociais diferentes”, revela Luciana Kusman, coordenado-ra do FAS. Ela lembra que os mora-dores de rua não estão lá somente por questões financeiras, sem condições de trabalho ou de estudo. São pessoas, muitas vezes, escolarizadas e até mes-mo com nível superior completo, mas “estão na rua por causa do crack”.

Em geral, são pessoas que quebraram seus vínculos familiares por questões como desemprego, alcoolismo, dro-gas e violência dentro de casa. Ape-nas de 5 a 10% da população de rua

de Curitiba estão nestas condições por doenças psiquiátricas e foram exilados de suas famílias.

Atualmente, na Capital paranaense, o predomínio de pessoas na rua são de jovens. Quase metade tem entre 18 e 19 anos de idade. Um levantamento feito pelo FAS mostra que o número de mulheres indo para as ruas tam-bém aumentou em relação há 10 anos. Hoje, 20% da população de rua são de mulheres. Geralmente, elas vão atrás de um amor, acompanhando seus ma-ridos ou namorados, e por já conhece-rem o mundo das drogas, acabam indo em busca da “liberdade”.

É a “liberdade” que atrai muitas pes-soas que estão nas ruas. As pessoas que vivem hoje por lá são sustenta-das pela própria sociedade por meio de esmolas. Quando o FAS sai pela cidade para resgatar moradores, cerca de 50% deles não querem ajuda. “A grande maioria não aceita atendimen-to, porque as pessoas dão esmola e aí, você não consegue convencê-los”,

Bianca Nascimento - [email protected]

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explica a educadora social, Simoni Perez, que trabalha no resgate de mo-radores de rua há seis anos pelo FAS.

A reportagem da Revista MÊS acom-panhou durante algumas horas o traba-lho de resgate do FAS. Duas denúncias foram feitas. Uma delas, é o caso da moradora de rua Eliana Nunes de Oli-veira. Ela tem problemas com drogas e álcool e sempre que precisa e não está alcoolizada, frequenta o abrigo do FAS. Simoni, educadora social, usou todos os argumentos possíveis para tentar fa-zer Eliana voltar ao albergue, mas nada adiantou. Sempre que volta para a rua, Eliana acaba ganhando esmola e bebi-da, como neste dia. Ela tem trombose em uma das pernas e foi possível perce-ber que a ferida estava bem avançada. Simoni perguntou pela última vez se Eliana queria atendimento. Como res-posta, Eliana disse: “Atendimento ago-ra? Deixa que eu mesmo faço aqui com a minha cachaça”. O disk denúncias do FAS recebe, em média, 70 ligações por dia, de domingo a domingo, para o res-gate dessas pessoas.

O FAS também oferece programas de reinserção no mercado de traba-lho. Mas muitas delas, quando con-seguem um trabalho, acabam tendo recaídas com os primeiros salários e voltam às ruas.

O que Curitiba faz

A Prefeitura de Curitiba oferece as-sistência para essas pessoas por meio do FAS, que é o órgão responsável. O trabalho consiste no resgate de pesso-as na rua e acolhimento delas em um abrigo da instituição, onde recebem diversos tipos de atendimento. No atendimento inicial e emergencial, a pessoa recebe roupa, comida e banho. Por noite, no albergue, são atendidas em torno de 350 pessoas. Durante o dia, cerca de 80 pessoas.

Se o morador estiver doente, é enca-minhado para o atendimento médi-co. No abrigo, ele pode posar e ficar

durante o tempo que quiser. Muitas são encaminhadas para comunidades terapêuticas, como o Lar Hermon, e depois de serem tratadas, são encami-nhadas ao mercado de trabalho. Além disso, diversos programas de recupe-ração no posto de atendimento são oferecidos com orientações e ativi-dades que visam resgatar a cidadania dessas pessoas. O FAS atende pessoas acima de 18 anos. O mesmo trabalho é feito com crianças por meio do Cen-tro POP Criança Quer Futuro. Hoje, 11% da população de rua são crianças, grande parte delas vindas das Regiões Metropolitanas, onde são exploradas pelas famílias e pelo vício das drogas.

onGs e grupos de apoio

Além deste trabalho, diversas ONGs, ligadas ou não a entidades religio-

sas, ajudam os moradores de rua. Um exemplo é a Casa do Peregrino/Mãos que Apoiam, que atua em Curitiba desde 1997. O espaço oferece oficinas de cidadania, com cursos de música, culinária e pintura. “Temos um caso de uma pessoa que morou na rua seis anos, frequentou a nossa casa e hoje já tem empresa e está de volta com a família”, conta Arly Brasil, um dos vo-luntários da Casa e que atua há 20 anos com a recuperação de pessoas de rua.

Outro trabalho vem sendo realizado por um grupo de pessoas em Curi-tiba. Geralmente, uma vez por mês, elas se reúnem para preparar um jan-tar aos moradores de rua. No inverno, por exemplo, eles fazem um “sopão”. Além disso, arrecadam cobertores, be-bidas e roupas. O destino principal é a Praça Tiradentes, onde há uma grande concentração de moradores de rua.

“Lá, os homens saem em busca dos moradores, convidando-os para as refeições. Já as mulheres, ficam en-carregadas de abastecerem as emba-lagens de isopor de sopa e entregarem para os moradores, junto com as be-bidas e roupas”, explica a jornalista e voluntária do grupo desde 2010, Cín-tia Mazzaro Ambrózio. São entregues por noite entre 80 e 100 refeições. “As histórias que ouvimos nas ruas são muitas, mas todas relacionadas ao alcoolismo ou ao consumo de dro-gas”, lembra Cíntia.

Luciana Kusman, do FAS, revela que a população das ruas não é um grupo de classe social baixa, é um grupo heterogêneo

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Casos DE vioLÊnCiaMOranDO naS rUaS ESSaS PESSOaS ESTãO SUJEITaS a TODO TIPO DE vIOLÊnCIa

No Brasil, um levantamento do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Hu-manos da População em Situação de Rua e Catadores mostra que de abril de 2011 a março deste ano, a cada dois dias, um morador de rua foi morto, tota-lizando 165 mortes neste período. Deste número, 113 assassinatos continuam sem solução. Para além das mortes, a violência permanece.

Outro registro feito por meio do Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para receber denúncias sobre vio-lações de direitos humanos, revelou que só no ano passado, 453 denúncias foram relacionadas à violência contra a população de rua. Deste número, 55 foram no Paraná.

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os últimos meses, o Go-verno brasileiro tem rea-lizado mudanças na eco-nomia visando à redução

dos juros e também a redução da Taxa Selic, taxa básica de juros que é usada para calcular a dívida externa do País. A primeira ação foi o uso dos bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – para a redução dos juros em diversas linhas de crédito.

Essa atitude forçou os bancos priva-dos a também baixarem as suas taxas. Em um segundo momento, o Gover-no anunciou as alterações nas regras de cálculo da poupança, que agora está ligada ao valor da taxa Selic.

Governo brasileiro mudou a regra da poupança e forçou a queda de juros nos bancos; providências são importantes para a renegociação da dívida do País

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Medidas estruturantes

economia

Iris Alessi - [email protected]

“Isso vai tornar o juro mais baixo para o consumo e o objetivo do Go-verno é baixar o preço da dívida, por-que o Governo deve em torno de R$ 1,850 trilhão e o juro que remunera essa dívida é a taxa Selic”, explica o

professor de Economia da UniBrasil, Edson Stein.

Mudanças

Essas devem ser mudanças que vie-ram para ficar, acredita o professor de Finanças da FAE Centro Univer-sitário, Amilton Dalledone Filho. “O Brasil quer chegar a nível mundial de juros, porque daí exclui o capital especulativo e fica com o capital que

saiBa Mais

Em caso de de-pósitos

feitos na poupança até 03/05/2012, o rendimento conti-nuará de 0,5% ao mês + TR

Para depósitos feitos após 04/05/2012, o ren-dimento será de 70% da taxa Selic + TR somente quando a Selic for igual ou menor que 8,5%, caso

contrário vale a regra anterior

Mudanças na poupan-ça visam a aplicação em outros fundos

A redução dos juros é uma medida que vai fortalecer o setor produtivo

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aLGUnS LEITOrES Da rE-vISTa MÊS EnvIaraM SUaS DúvIDaS SOBrE aS MUDan-çaS nO SISTEMa BanCárIO BraSILEIrO, COnFIra:

Se em épocas de taxas eleva-das de juros a poupança não acompanhou, porque agora que os juros caem teremos estas mudanças nas regras?

Rodrigo Pirotti Alcantara, Curitiba-PR

O Governo precisou mexer nas re-gras da poupança para que os juros possam cair ainda mais. Caso não fizesse isso, tendo uma taxa de juros reduzida e com o valor de retorno da poupança alto, um montante do dinheiro investido iria para a poupança. Ninguém iria aplicar em títulos do governo, todo mundo iria aplicar dinheiro na poupança. Esse dinheiro da poupança, pelas regras do Governo, existe uns percen-tuais que devem ser investidos em construção, então os bancos teriam que investir e os outros setores – comércio e indústria – ficariam sem dinheiro. Se o juro baixar, como é excelente para a economia que

baixem os juros, a poupança também tem de baixar.

Depois das novas regras estipu-ladas pelo governo, fiz um novo depósito. Qual regra vai prevalecer, as antigas ou as novas regras? As novas regras se aplicarão na minha antiga poupança ou somente para os meus novos depósitos?

Eloir Antônio da Silva, Curitiba-PR

A regra que vai prevalecer é a nova regra. As novas regras só se aplicam aos novos depósitos efetuados a partir de 04 de maio. E o valor do cálculo só muda quando o valor da taxa Selic ficar igual ou menor que 8,5%.

Como será dividido e disponibi-lizado o dinheiro que eu poupei antes e o que eu poupei depois da nova regra? Isso servirá para todos os bancos?

Nathalia da Silva, Curitiba-PR

Os bancos estão criando uma va-riação na conta. Aqueles depósitos que você fez a partir do dia 04 vão estar na mesma conta de poupança,

mas têm uma variação diferente. Cada banco vai buscar uma forma de o cliente poder visualizar quais são os depósitos de antes e de depois da mudança. Informe-se com seu gerente.

Gostaria de saber se a caderneta de poupança ainda é o melhor investimento?

Giselia da Rocha Medeiros, Curitiba-PR

Para quem é conservador, que não quer correr risco, é o melhor investimento. Se o valor que a pessoa tem para poupar é um valor pequeno, a alternativa é a poupan-ça, porque é isenta de Imposto de Renda sobre o investimento.

Como será calculado o rendi-mento desses novos depósitos, será como os anteriores, que são calculados na data do aniversário de depósito?

Carlos Machado, Curitiba-PR

O rendimento vai ser creditado de acordo com a época do depósito que é feita.

Fonte: Rodrigo Pinheiro e Edson Stein.

vem realmente fazer investimentos para o País”, avalia. Dalledone pon-dera que essas medidas visam forta-lecer a economia e o mercado interno.

Com essas ações, Rodrigo Pinheiro, diretor da Barigui Companhia Hipote-cária, estima que haverá um compro-metimento menor em dívidas da renda do brasileiro. Hoje esse comprometi-mento está muito alto e chega a 22,5% do total da renda, segundo Pinheiro. “Existe uma tendência para a pessoa reestruturar e colocar uma dívida mais saudável no seu balanço pessoal”, diz.

Futuro

Apesar de comemorarem as mudan-ças na queda de juros e também na

Para Pinheiro, “tem de haver outras coisas que acompanhem essa queda de juros”

poupança, os especialistas entrevis-tados pela MÊS cobram outras mo-dificações do Governo Federal. “Tem de haver outras coisas que acompa-nhem essa queda de juros. É impor-tante haver uma redução da dívida pública, do gasto público corrente; não de investimento, pelo contrário o investimento deveria ser incentiva-do, algumas reformas estruturais para acompanhar e dar sustentabilidade a essa menor taxa de juros”, exemplifi-ca Pinheiro.

Dalledone entende que essas modifi-cações são para ir “preparando o terre-no” de uma futura mudança da política fiscal em busca da redução de impos-tos. Isso significaria maior competiti-vidade das empresas brasileiras.

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epois de quase 20 anos de queda, a produção do bicho da seda começou a vislumbrar uma reto-

mada no Brasil. O País que já teve o seu auge, na safra de 1992/93, com pouco mais de 19 mil toneladas, se-gundo a extinta Associação Brasileira de Fiações de Seda, produziu na safra passada (2011) ínfimos 3,2 mil tone-ladas, conforme afirma Oswaldo da Silva Pádua, gerente da Câmara Téc-nica do Complexo Seda Paraná, da

Depois de quase 20 anos em declínio, a produção do casulo verde tem estimativa de aumento de até 15% em 2012

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a volta do bicho da seda no Paraná

Emater. Hoje, o Estado é responsável por 93% da produção nacional. Para esse ano, Pádua diz que a expectativa é de um aumento de 10% a 15%, po-dendo chegar a 3,6 toneladas.

Apesar de tímido, o aumento demons-tra uma tendência de crescimento na procura por essa cultura. “Temos agricultores que estão retomando a atividade e também produtores no-vos”, garante Pádua. Um dos motivos determinantes é a alta do preço do fio da seda, principalmente, no mercado internacional, em decorrência da es-cassez de matéria-prima de qualidade aliada ao aumento da demanda de fios naturais. “Hoje, os preços melhoraram, o mercado está superaquecido e nós te-mos um déficit de matéria-prima muito

agropecuária

grande [...] Está começando essa reto-mada. Um fator interessante é que, no passado, nós tivemos a valorização dos fios sintéticos e hoje com essa questão do meio ambiente, está havendo a va-lorização dos fios naturais”.

Cenário

Assim, o cenário indica um ambien-te favorável para a entrada de novos produtores com interesse no cultivo. Afinal, o problema encontrado hoje é a falta de matéria-prima e não de mer-cado para o produto final.

A Bratac, empresa responsável por 99% da fiação dos casulos verdes produzidos no Brasil, é uma prova disso. Operando apenas com 60% de

Mariane Maio - [email protected]

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FasEs DE DEsEnvoLviMEnTo Da Larva:

sua capacidade máxima, o gerente de produção de matéria-prima, José Yoshihiro Oda, garante que a fábrica tem interesse em ampliar a produção. “Hoje, nós temos problema de falta de matéria-prima mesmo. Mercado para fios de qualidade tem.”

O que demonstra que um dos pro-blemas encontrados no passado, que era a competitividade com fios chi-neses mais baratos de menor quali-dade, está superado. Outro problema, que fez com que muitos produtores abandonassem o cultivo, foi a baixa remuneração por conta do câmbio e a crescente demanda de serviços na cidade. “O mercado teve um aqueci-mento com a procura de fios de qua-lidade e, com isso, nós conseguimos recuperar os preços de venda e, con-sequentemente, repassar aos produto-res”, atesta Oda.

Cultivo

Uma das vantagens da produção do bicho da seda, é que o produtor ne-cessita de pouco espaço para o ma-nejo. Por isso, a maior parte das pro-priedades que se dedicam ao cultivo do bicho da seda no Paraná é de pe-quenos agricultores. “Nós temos área com 0,45 hectares, que os maridos trabalham fora e as mulheres cuidam do bicho da seda e têm uma renda mensal”, lembra o gerente da Emater.

Outro facilitador atualmente é a mo-dernização no cultivo. “Com essa evasão da mão de obra, a tecnologia chegou à modernização do setor, com máquinas e equipamentos, que pos-

sam facilitar a vida do sericicultor, diminuindo aquela intensidade com relação ao esforço”, afirma Pádua.

O preço também é um argumento importante para trazer novos produ-tores. O quilo do casulo verde está sendo vendido por até R$13. O ge-rente da Emater garante que alguns produtores conseguem colher até 1.800kg por hectare. Essa renda é quase mensal, no caso dos produtores das regiões Norte e Noroeste do Para-ná, chamada de Vale da Seda. “Aqui na região fazemos até 10 criadas ao ano. Na região mais fria, em torno de

sete criadas, na região Centro-Sul”, conta Pádua.

incentivos

Os produtores que têm interesse em começar a produzir bicho da seda po-dem contar com uma assessoria técni-ca da Bratac. “Nós temos um departa-mento técnico que orienta o produtor desde a escolha da área até ele produ-zir o casulo”, explica Oda. A empresa é responsável por desenvolver as la-gartas para repassar ao produtor. “De-senvolvemos nossas raças, que são al-tamente produtivas e têm resistências a doenças e temperaturas. Vendemos como subsídio ao produtor e compra-mos a produção de casulo”, diz.

Além da vantagem financeira, o cul-tivo do bicho da seda tem um cunho ecológico. “É uma atividade econo-micamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta, porque não se usa nenhum tipo de agrotóxico. Podemos dizer que é uma atividade totalmente limpa”, completa Pádua.

Para incentivar ainda mais a produção de seda no Paraná, representantes da Câmara Técnica do Complexo Seda Paraná da Emater, enviaram ao Go-verno do Estado um projeto para mo-dernização e revitalização do cultivo. Segundo Pádua, alguns pontos já estão sendo colocados em prática, mas a Câ-mara aguarda uma proposta em defini-tivo do Governo. Independentemente desse retorno governamental, tanto Pádua quanto Oda são categóricos em afirmar: o cultivo da seda tem tudo para crescer cada vez mais no Estado.

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Pádua estima crescimento para o setor, principalmente, nas regiões Norte e Noroeste do Estado

FASE JOVEM1º E 2º ESTáGIO LARVAL

FASE ADULTA3º, 4º E 5º ESTáGIO LARVAL

Desenvolvimento pelos produ-tores e criado nas sigarias

Desenvolvimento nas empresas de fiação

CIClO tOtAl DuRA 25 DIAS

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o dever do afetoDecisão inédita do STJ levanta discussão de quais são os deveres e o papel dos pais na educação das crianças, mesmo quando separados

educação

plica Ana Paula Pepe Souza, psicólo-ga do Hospital Vitória. É dessa baga-gem que os pequenos vão tirar seus referenciais e modelos sociais.

Por isso, os pais precisam saber qual o papel deles no desenvolvimento desses novos seres humanos, pondera a psicóloga. As crianças precisam de uma referência paterna e materna, sen-do que um não exclui o outro. “Estan-do distante ou não, esse pai e essa mãe tem um papel fundamental na educa-ção dos filhos”, afirma Ana Paula.

decisão do Superior Tri-bunal de Justiça (STJ), que condenou um pai a pagar indenização de R$

200 mil à filha por abandono material e afetivo, no último mês, ascendeu à discussão sobre a responsabilida-de dos pais que não estão presentes

adiariamente na vida de seus filhos. O debate vai além da questão do paga-mento de pensão, envolve o compro-misso afetivo e educacional que esses pais têm para com seus filhos.

A família é o primeiro grupo do qual uma pessoa faz parte e será este que a preparará para fazer parte de outros grupos sociais ao longo da vida, ex-

Iris Alessi - [email protected]

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atenção e educaçãoMas como participar de uma educa-ção quando não se convive sob um mesmo teto? É a grande dificuldade no caso de pais separados. Para a psi-cóloga Maria Izabel Merhy Valente, o primeiro passo para que essa educa-ção ocorra é a concordância e diálo-go entre o pai e a mãe.

“Apesar de não ter uma convivência diária, o pai tem uma presença, um significado importante na vida do fi-lho. O pai desempenha tanto como a mãe um papel de referência e mode-lo, tanto afetivo quanto de conduta. E uma das coisas que muitas vezes não acontece, mas que é extremamente importante, é a mãe e o pai estarem de comum acordo em relação às re-gras, em relação aos procedimentos, mesmo morando em casas separadas. Porque eles não deixaram de ser pais, eles deixaram de ser um casal. Não podem esquecer que os dois são os pais”, explica Maria Izabel. Os filhos dependem dessa relação saudável para que possam se desenvolver.

Isso não quer dizer a quantidade do tempo, mas o fato de os pais estarem disponíveis para os filhos. Para a psi-cóloga Maria Izabel, os filhos preci-sam saber que podem contar com os pais, que há a possibilidade do diá-logo. “Isso será possível se a crian-ça estiver segura, sentir-se amada e

para que isso aconteça ela deve sentir confiança, reconhecimento afetivo. Isso se consegue através do respeito aos limites, organização na rotina e interesse através de um diálogo aber-to e constante e não apenas inquisiti-vo ou punitivo, tampouco quando um se torna permissivo e compensador, e o outro desempenha a função sozi-nho de orientar e educar”, completa Maria Izabel.

Esses fatores subjetivos e delicados podem ter consequências reais e bem concretas na formação do caráter das crianças e no processo de aprendiza-gem. “Se eu tenho uma criança que

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A distância separava Suellen do pai; as comparações na escola eram a grande dificuldade

se sente mais segura, ela vai ter uma aprendizagem muito mais fácil, do que se eu tenho uma criança que não tem a referência”, explana Ana Paula.

Distância

A distância foi uma das dificuldades no relacionamento entre a supervi-sora comercial, Suellen Staine (26), e seu pai. A primeira grande dificul-dade após a separação dos pais foi a entender essa situação. Depois, veio a distância, já que o pai passou a morar em outra cidade, distante 80 km.

A grande falta que o pai fazia esta-va relacionada à escola, já que havia muitas comparações entre os colegas de turma. Mas nos momentos que es-tavam juntos, o relacionamento entre pai e filha sempre foi bom. “A gente sempre teve uma relação boa. Ape-sar de ele ser muito cabeça dura, ele sempre foi muito amoroso. Foi muito de fazer carinho, gostava de brincar”, lembra Suellen.

A relação com o pai atualmente con-tinua saudável. “A gente se dá super bem. Hoje, eu acredito até mais que antes, porque antes a gente por não entender o porquê que as coisas ti-nham acontecido, que a vida era as-sim, e era melhor ter separado do que ter ficado junto, a gente acaba meio que culpando ele do que tinha acon-tecido. Depois que a gente cresce, a gente entende que se tivesse ficado junto seria pior”, conclui Suellen.

Para Maria Izabel, o mais importante é mostrar aos filhos que os pais estão disponíveis

ParTiCiPEqUaL a SUa ExPErIÊnCIa EM CaSa E O qUE aCHOU Da DECISãO DO STJ?

Mande sua opinião para a Reda-ção da MÊS:

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Para quem curte navegar com informação de qualidade.

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justiça para os filhos abandonados

A decisão inédita de indenização aplicada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que obrigou o pai a pagar R$ 200 mil por abandono afetivo, foi comemorada pela advogada e mestre em Direito, professora do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba). Para ela, a decisão tomada pela ministra Nancy Andrighi corrige um lapso legal e humaniza mais o Judiciário

Quais mudanças judiciais podere-mos observar a partir dessa deci-são do StJ?

Essa decisão é poderosíssima e mui-to mais que a questão do abandono afetivo, ela vai ter uma repercussão muito grande e vai modular a partir de agora, vai embasar, toda a maté-ria de Direito de Família. A ministra Nancy Andrighi falou agora, o que me parece extremamente válido e que lamentavelmente ainda não tinha sido dito com absoluta certeza como merecia, que não existe filho de pri-meira e de segunda classe. Acredito que nós vamos realmente começar a ter igualdade entre os filhos e que muitas demandas judiciais vão co-meçar a aparecer e problemas serão suscitados nesse acórdão.

As leis que regem esse tipo de caso estão na Constituição de 1988?

A constituição, muito celebrada, trouxe essa questão da igualdade, por outro lado foi algo que ela disse que os filhos eram iguais, mas não necessariamente isso fez com que re-almente eles tenham um tratamento igual. A grande riqueza deste caso é porque era uma situação que não era pensada pelo legislador. O legislador, digamos assim, deixou um vácuo. Ele não diz qual é a sanção se o pai não fizer isso [cumprir seus deveres].

Quais os parâmetros para consta-tar abandono ou não? Qual o tipo de pena que cabe?

O magistrado tem à sua disposição uma equipe multidisciplinar de pro-

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5 perguntas para: Marília Pedroso Xavier

fissionais da psicologia, de serviços sociais, que vão inclusive elaborar laudos, nesses casos, até periciais que atestem [que existe um dano]. Hoje, a resposta jurídica que nós temos é a questão da responsabi-lidade civil. É dada uma prestação pecuniária, uma prestação em di-nheiro, que visa ressarcir o dano que foi sofrido pela vítima, pelo filho. Esse é um ponto muito sen-sível, alvo de muitas críticas, como se os filhos estivessem procurando uma forma de enriquecer do dia para noite.

A Justiça está dedicada a tornar os processos mais humanos?

Com certeza, porque essa igualdade que está só no papel, ela passa ago-ra a se tornar concreta. E existe sim, um grande cunho de humanização, porque agora, está se olhando para a vítima, está se olhando para o dano que foi causado.

Mas por ser um contexto muito subjetivo (abandono afetivo) po-derão ocorrer grandes diferenças na decisão de um juiz para outro?

Espera-se que essa decisão não seja utilizada de uma maneira equivoca-da e que ela não seja utilizada de uma maneira que muitos busquem o Judiciário para causas que sejam injustas. Eventualmente, podemos ter alguns abusos. Para o abando-no afetivo não existe uma resposta pronta, a resposta vai precisar ser construída para cada caso. Neste momento, na maior instância pos-sível foi dito que é punível, mas temos que ver, porque vai depender de cada caso.

Iris Alessi - [email protected]

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m épocas mais frias do ano, como no Outono e Inverno, é comum aumentar os casos de doenças respiratórias. Uma

unidade particular de Saúde de Curi-tiba constatou que o número de aten-dimentos nas clínicas da rede no pe-ríodo entre abril e agosto aumenta em até 50%. Gripes, resfriados, sinusites, alergias respiratórias, entre outras do-enças virais e bacterianas são respon-sáveis por cerca de 70% dos atendi-mentos no consultório nestas estações.

Muitas pessoas acreditam que é o frio que causa tais enfermidades, mas ele não é o grande responsável. “O frio não causa resfriado e sim, o vírus. O frio é apenas um facilitador”, ressalta o otorrinolaringologista Paulo Eduar-do. “Quando nos expomos ao frio ou ingerimos algo mais gelado, fazemos uma vasoconstrução e isso pode di-minuir as defesas naquele momento e, assim, ficamos mais suscetíveis a desenvolver doenças por bactérias e vírus, que já estão constantemente co-nosco”, explica Eduardo.

Com o frio, é comum também as pes-soas ficarem em ambientes mais fe-chados. Nos ônibus, no trabalho, nas salas de aula, as janelas acabam fican-

Gripes, resfriados e alergias respiratórias são mais comuns

em épocas mais frias; só no Paraná, 1,1 milhão de pessoas

foram vacinadas contra a gripe

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Bianca Nascimento - [email protected]

do fechadas. É assim que se aumen-tam as chances de propagação de ví-rus e bactérias no ar, principalmente, com a aglomeração de pessoas. Além disso, o frio contribui para uma queda da umidade do ar e do clima seco, que nestas condições, também se tornam facilitadores na propagação de vírus e bactérias.

Gripe X resfriado

Apesar de muitas vezes os sintomas entre essas doenças mais comuns serem parecidos, existem diferenças no tratamento. Uma das confusões é entre resfriado e gripe. O resfriado é

causado pelo vírus Rinovírus e ata-ca as vias aéreas superiores, ou seja, orelhas, nariz, garganta e laringe. Os sintomas mais comuns são desconfor-to no nariz, garganta e formação de corizas. “É a doença mais comum e a principal desencadeadora de todas as outras, como a gripe. Como este vírus se modifica muito, nosso sistema de defesa nunca consegue uma defesa eficaz para ele”, lembra o médico.

Já a gripe é causada pelo vírus In-fluenza. Os sintomas mais comuns é um mal estar geral e febre, sendo mais agressiva que o resfriado. O ví-rus da gripe não costuma se modificar

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muito como o Rinovírus. Por isso, é importante sempre se vacinar contra essa doença. Só este ano, a Campa-nha Nacional de Vacinação contra a Gripe vacinou 1,3 milhão de pessoas no Paraná, segundo a Secretaria Esta-dual de Saúde até o fechamento desta edição. A vacina é destinada aos ido-sos com 60 anos ou mais, gestantes, crianças de seis meses e menores de dois anos, indígenas, trabalhadores de unidades de saúde que fazem aten-dimento a casos de Influenza e à po-pulação carcerária.

alergias e a pneunomia

Algumas doenças como a gripe, se não forem tratadas adequadamente, podem desencadear doenças secundárias mais graves, como a pneumonia. “Ela não é tão comum quando se fala no inver-no. Muitas vezes, o que acontece é que acaba existindo excessos de diagnósti-cos de pneumonia por despreparo de médicos”, explica o pneumologista Lúcio Rasera Neto. Segundo o médi-co, muitas vezes o que acontece é uma traqueobronquite, ou seja, uma infla-mação nos brônquios, decorrente de infecções virais mal cuidadas.

Ficar em ambientes fechados, mesmo em casa, aumenta as chances de se contrair alergias como renites e sinu-sites. “No frio, ficamos em lugares fe-chados e em maior contato com áca-ros e mofo, que ficam nos carpetes de nossas casas ou em casacos e cobertas que não usávamos há muito tempo”, diz a alergista Adriana Vidal Schmidt. As renites alérgicas são mais comuns no frio e os principais sintomas são: nariz trancado, crises de espirro e, em certos casos, sangramento no nariz. É preciso se cuidar.

“O frio não causa resfriado e sim o vírus. O frio é

apenas um facilitador”, diz o otorrinolaringologista

Paulo Eduardo

Roberto Dziura Jr.

A alergista Adriana Vidal Schmidt alerta que, no frio, as pessoas ficam em ambientes mais fechados e em maior contato com ácaros e mofos, que desencadeiam quadros de rinite

ProTEGEnDo-sE no Frio

COnFIra aLGUMaS DICaS Para PrEvEnIr DOEnçaS naS ÉPOCaS MaIS FrIaS

Evite ambientes fechados e com aglomerações

Mantenha as janelas abertas no local de trabalho e em casa

Mantenha-se sempre agasalhado e aquecido

Ao fazer exercícios físicos, onde se libera mais calor, agasalhe-se antes de se expor ao frio

Beba água: é comum no inver-no sentirmos menos sede, mas o consumo de água deve ser igual em qualquer estação

Antes de usar cobertores e roupas guardadas há muito tempo, lave-os e deixe-os secar no sol, que serve como fungicida

Se estiver doente, não procure remédios para cortar a tosse. Os xaropes expectorantes são reco-mendados neste caso

Com a chegada do inverno, o nú-mero de doares de sangue reduz

drasticamente. Só nos anos anteriores, como 2010 e 2011, o número de doa-ções caiu em até 50% no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Para-ná (Hemepar), da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo o Hemepar, são necessários 150 doadores por dia para a manutenção de um estoque razoável para o atendimento aos hospitais. No inverno, esse número cai para 80.

No inverno, principalmente em julho, é o período que mais preocupa os hos-pitais: com as férias, aumenta o fluxo de pessoas viajando e carros nas ruas. Assim, o risco de acidentes de trânsito também aumenta. A situação fica com-plicada, pois nesta época em que os es-toques estão baixos aumenta o índice de pacientes precisando de sangue.

Atualmente, a maioria das doações (80%) é feita de forma voluntária. O restante é de doadores de reposi-ção, ou seja, que fazem doação para familiares ou conhecidos. Por isso, se você tem boa saúde e mais de 16 anos, procure um banco de doação e torne-se um doador. Afinal, todos nós podemos precisar um dia!

Para doar sangue, você deve: Estar em boas condições de saúde

(sem doenças crônicas) Ter entre 16 e 67 anos Pesar no mínimo 50Kg Estar descansado e alimentado

(evitar alimentação gordurosa nas 4h que antecedem a doação)

Apresentar documento oficial de identidade com foto (Carteira de Identidade, Carteira do Conselho Profissional, Carteira de Trabalho ou Passaporte)

Para doar ou obter mais informações sobre doações, procure o Heme-par (41.3262-7676) ou Hemobanco (3023-5545), ambos em Curitiba.

a vonTaDE DE ajUDar nÃo DEvE EsFriar

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tecnologia

Estima-se que o crescimento da participação da publicidade online gire em torno de 13,7% em 2012; marcas devem ficar de olho nesse espaço

erca de 33% dos brasilei-ros têm acesso à Internet em casa. Isso é o que mos-tra a pesquisa Mapa da

Inclusão Digital, divulgada no último mês, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na pesquisa, que inclui 154 países mapeados pela instituição, o Brasil aparece na 63ª posição, acima da média mundial de acesso à rede.

O Paraná é o 5º estado no ranking brasileiro com 38,71% da população com acesso à Internet em domicílio. Quando considerada a população en-tre 15 e 19 anos, a porcentagem sobe

Cpara 40,64%. Com tantas pessoas co-nectadas e com acesso ao conteúdo online, não é de se estranhar que esse meio de comunicação também tenha

Uma mídia a ser explorada

se tornado uma importante ferramen-ta para o marketing e para a publici-dade em geral.

Outra pesquisa realizada pela Interac-tive Adversising Buerau (IAB Brasil), mostra que o montante publicitário aplicado nesse meio está em terceiro lugar em investimentos. A Internet fi-cou com 11% de participação em 2011, atrás apenas da tevê aberta (59,4%) e do jornal (11,01%). A expectativa da pesquisa da IAB Brasil é que essa fatia chegue a 13,7%, em 2012, e atinja um faturamento publicitário estimado em mais de R$ 33 bilhões. Explorar esse

Iris Alessi - [email protected]

PrEsEnça wEB

vEJa 5 DICaS DE COMO TraBaLHar SUa MarCa/EMPrESa na wEB:

Respeite a linguagem da internet

Use o humor e faça ações de entretenimento que sejam interessantes para o público-alvo

Seja presente, é importante não deixar de atualizar seu site ou rede social

Acompanhe o movimento do público, por meio de ferramentas de mensuração

Teste ações, abuse da criatividade, pois a web é um espaço ainda de experimentação

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meio para a publicidade é o que as em-presas devem fazer.

Estratégia

Ao buscar a estratégia correta para a entrada no mercado paranaense, a rede de franquias imobiliária RE/MAX preparou um estudo de merca-do que apontou que a Internet era o melhor veículo. A jornalista e respon-sável pelo Departamento de Comuni-cação e Marketing, Renata de Tullio Monteiro, explica que esse tipo de publicidade permitiu a empresa men-surar os resultados, avaliar o compor-tamento do consumidor e adaptar as estratégias aos resultados.

“Apostamos nos links patrocinados – Google Adwords – para que a nossa marca tivesse visibilidade e relevân-cia sempre que os usuários procuras-sem assuntos relacionados ao nosso mercado”, explica Renata.

A empresa teve uma experiência sa-tisfatória com a visibilidade alcança-da com esse tipo de mídia e também conseguiu identificar o que busca-vam sobre os consumidores. Para ela, a ferramenta fez a diferença. “O Google permite isso: mudar a estra-tégia em tempo real, de acordo com as mudanças no comportamento dos

consumidores, o que é inviável em mídias tradicionais.”

importância

Apesar da expectativa de crescimento da participação no mercado publicitá-rio, a Internet ainda não é a ferramenta mais importante para as marcas. Essa é a visão do mestre em Comunica-ção, Joaquim Fernandez Presas, que também é doutorando em Marketing e Promoção e trabalha com gestão de marcas e comunicação. “A realida-de, às vezes, diverge dos números. A prática tem mostrado que realmente a penetração da Internet está cada vez maior”, mas, segundo ele, ainda não é tão grande quanto outros meios.

Para o diretor comercial da Media Factory, Gabriel Kenski, a impor-tância da Internet se dá pelo número de usuários que ela tem. Além disso, “hoje existe um percentual da popu-lação, pessoas entre 15 e 35, 40 anos de idade, que muitas vezes a Internet já é o meio principal de eles se conec-tarem”, afirma Kenski.

Outro diferencial da Internet é o bai-xo custo. Por isso, é um interessante investimento para pequenas e médias empresas que têm poucos recursos para investir em publicidade, avalia Kenski.

CaminhosAlguns caminhos para isso são as re-des sociais, o e-mail marketing e os links patrocinados. “Esse é um cami-nho certeiro porque 90% das pessoas usam o Google quando vão fazer uma busca. Então, se você é uma empresa e você está presente ali no Google, no momento em que as pessoas estão fazendo buscas, procurando alguma coisa relacionada ao seu serviço, você já está bem posicionado. A chance de você ser encontrado é muito grande”, completa Kenski.

Para a presença das marcas nas re-des sociais como Facebook e Twitter e também em outros espaços online, é preciso ter um monitoramente e relacionamento constante, salienta Presas. “As empresas que são online vivem ali. Então, elas têm de estar ali 100%”, isto é, dar atenção específica ao público da web.

“Parte da dificuldade da Internet em se consolidar como ferramenta de comunicação direta empresa/cliente – que para isso a internet é fantástica –, se deve que a grande maioria das médias empresas ainda não tem uma presença na Internet”, completa Pre-sas. Por isso, está aí um grande poten-cial de crescimento.

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Renata Monteiro: a RE/MAX apostou no Google Adwords como ferramenta publicitária

A dificuldade da Internet de se consolidar como ferramenta de comunicação direta está na falta de presença online, diz Presas

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le está em todos os lugares. Nas garrafas de água, refri-gerante, potes, embalagens de produtos de limpeza.

Mas não é apenas no formato de em-balagens que o politereftalato de eti-leno, o famoso PET, faz parte da vida das pessoas. Depois do uso como em-balagem, o PET pode ser reciclado e reaproveitado em diversos outros ma-teriais, ganhando novas vidas e novos usos. “Costumo dizer que a gente não sai de casa, ninguém sai de casa sem

Após a reciclagem, as garrafas PET podem ser transformadas em diversos produtos; a maior utilização está na indústria têxtil

E

Uma garrafa com mil e uma finalidades

esbarrar com PET reciclado em al-gum momento”, conclui o porta-voz da Abipet, Hermes Contesini.

No entanto, o nível de reaproveitamen-to ainda deixa a desejar. No Brasil, se-gundo números de 2011, do Censo da Reciclagem PET no Brasil, referente à 2010, cerca de 55% das embalagens são recolhidas e recicladas. A Associa-ção Brasileira da Indústria PET (Abi-pet) estima que o novo Censo, que será divulgado em meados deste mês, deva trazer um crescimento moderado nesse índice de reaproveitamento.

“O que ocorre é uma estabilização desses valores. [...] A gente espera um crescimento, difícil dizer qual será esse crescimento, historica-mente a média de crescimento é bastante alta, acima de 15%, mas a gente não deve ter um valor tão ex-

meio ambiente

Iris Alessi - [email protected]

ETaPas Da rECiCLaGEM

rECUPEraçãO Que se inicia no momento do descarte e termina com a confec-ção do fardo, que se torna sucata comercializável.

rEvaLOrIzaçãO Começa na compra da sucata em fardos e tem fim na produção de matéria-prima reciclada.

TranSFOrMaçãO Final do processo completo de reciclagem, é a utilização da matéria oriunda das garrafas PET e pós-consumo para a fabricação de inúmeros produtos.

a rECICLaGEM aCOnTECE EM TrÊS ETaPaS BáSICaS:

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FONTE: associação Brasileira da Indústria PET.

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pressivo assim de 2010 para 2011”, explica Contesini.

Captação

Ele aponta que o crescimento tímido deve-se à dificuldade que existe na recuperação da embalagem. Muito ainda vai para o lixo comum. Outro fator também é que se trata de uma ca-deia que envolve muitos agentes. “É um trabalho muito extenso que é feito através de catadores, que distribuem essa embalagem para uma das redes comerciantes, que no final das contas acaba chegando até o reciclador”. Os catadores têm um papel importante nesse processo no começo da cadeia, mas o comerciante é a fonte de onde o reciclador obtém a matéria.

Quando destinado de forma correta, existe uma infinidade de novas fun-ções e materiais que podem ser cria-dos a partir do PET. O mais comum é o uso do material na indústria têx-til, mas também podem virar cordas e vassouras, chapas de box para ba-nheiros, novas embalagens, placas de trânsito em resinas para cabines e para-choques de automóveis, em ma-téria para tintas e até bicicleta.

A indústria têxtil já foi responsável pelo aproveitamento de quase 100% de todo o PET reciclado no Brasil, transformando-o em diversos tipos de materiais. É ainda o maior consu-midor do PET Reciclado brasileiro. Aproximadamente 40% de tudo que é reciclado vai para a fabricação de pro-dutos como tecidos, cerdas e cordas, e tecidos não fiados, como o TNT.

Utilização

Na Unnafibras, fábrica que produz fibras de PET, após o recebimento,

os flakes (“flocos” em inglês, como é chamado o PET após uma moagem) são secados e depois passam por um aquecimento acima de 200ºC para formar os filamentos.

Depois de formados os filamentos em cabos, o material passa por um pro-cesso chamado de “estiragem”, para que ele tenha mais resistência para formar uma malha ou um não tecido. O diretor industrial da empresa, Mar-cos Honório Belluzzo, explica que, depois de todo o processo, as fibras são enfardadas para serem enviadas às indústrias de transformação (Veja processo em Box).

“A Unnafibras começou com 80% do polímero virgem e 20% de polímero reciclado. [...] A gente foi gradativa-mente invertendo esse quadro e eu acho que de 2004 ou 2005 para cá,

100% poliéster de PET reciclado”, conta Belluzzo, sobre a transforma-ção da indústria que reaproveita cerca de 1 bilhão de garrafas por ano.

Hoje, a indústria que trabalha com produtos feitos de PET reciclado já tem uma aceitação muito grande no mercado. “Inicialmente a gente até ti-nha medo de falar que era reciclado. Era depreciativo. Hoje é o contrário”, completa Belluzzo.

Todo lugar

Com o objetivo de divulgar a sus-tentabilidade, a empresa curitibana Econtexto Ideias Ecológicas come-çou a trabalhar também com cami-setas feitas de poliéster de PET Re-ciclado. A ideia é “ajudar as pessoas a pensar numa maneira de preservar o meio ambiente”, afirma Aluísio de Paula, sócio da empresa.

O sócio avalia que um produto que era um “problema” no meio ambiente hoje se transformou em algo bastante útil para as pessoas. “O PET se tor-nou uma alternativa viável para se evitar o uso de matérias-primas no-vas”, completa.

CoLETa E rECiCLaGEM

No site www.levpet.org.br, você encontra pontos de coleta e reci-clagem de PET em todo o Brasil. Acesse e confira o que está mais perto de você.

Quase 56% das embalagens PET são recolhidas e recicladas no Brasil

As camisetas produzidas pela Econtexto Ideia Ecológicas, feitas de PET reciclado

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litoral paranaense conta com uma valiosa extensão de Mata Atlântica. Em Guaraqueçaba, localizada

no Litoral Norte do Estado, concentra a maior área remanescente do bioma do País. A Reserva de Salto Morato, man-tida pela Fundação Grupo Boticário, é um caso emblemático. Ocupando uma área de 2.340 hectares do bioma, por lá já foram identificadas mais de 300 espécies de aves, correspondendo 50% da avifauna do Paraná. Nesta localida-de também, mais de 58 mamíferos en-tre felinos, roedores e primatas ocupam a área. O problema é que muitos deles estão ameaçados de extinção.

Metade das cerca de 20 espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte estão ameaçadas de ex-tinção. Entre as mais conhecidas está

O litoral paranaense, apesar de abrigar a maior área remanescente de Mata Atlântica do País, possui 20 espécies de mamíferos, mas 50% estão em extinção

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Quase extintos do mapaa onça pintada e a onça parda, que sofrem constantes ameaças. Na Re-serva de Salto Morato, foram detecta-das 15 espécies de mamíferos, sendo que sete estão ameaçadas: anta, onça parda, jaguatirica, cateto, paca, gato--maracujá e gato-do-mato-pequeno. Essas foram as principais conclusões do estudo realizado desde 2009 pelo biólogo e pesquisador Roberto Fus-co-Costa. Em parceria com o Institu-to de Pesquisas Cananéia (Ipec), ele estudou mamíferos em extinção na Floresta Atlântica costeira do Estado dentro de quatro Reservas Particula-res de Patrimônio Natural (Salto Mo-rato, Morro da Mina, Rio Cachoeira e Serra do Itaqui).

Pesquisa

O principal objetivo desta pesquisa, que terá conclusão ainda este ano, é de dar suporte teórico e prático para

a conservação destas espécies na re-gião. “Queremos avaliar a efetividade de conservação destas áreas e elabo-rar programas de monitoramento, desenvolvendo atividades de preser-vação das áreas e continuando outras pesquisas”, diz Roberto Fusco-Costa.

Atualmente, institutos e biólogos das unidades de conservação têm reali-zado diversos trabalhos de monitora-mento das espécies. “Estas pesquisas são importantes para obtermos o má-ximo de informações sobre as espé-cies”, explica o biólogo e técnico das reservas, Marcello Borges. “São opor-tunidades de conhecermos melhor nosso patrimônio e como cuidar dele”.

Espécies extintas

Os principais motivos para a extin-ção dos mamíferos no Paraná são por atividades ilegais de caça, dentro e

meio ambiente

Bianca Nascimento - [email protected]

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fora de unidades de conservação pú-blicas e privadas e pela degradação da floresta atlântica, habitat desses animais. “A caça no Brasil hoje não é legal em lugar nenhum, já que no único estado em que ela era permiti-da, o Rio Grande do Sul, isto não é mais possível ou autorizado”, explica o biólogo do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Mauro Britto.

Animais como a onça parda precisam de até 15 mil hectares de área para vi-ver. Infelizmente, o Paraná é o segundo estado brasileiro que mais desmatou entre os anos de 2008 e 2010, segundo o ranking da pesquisa realizada pela SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais (Inpe). Fato que prejudicou a sobrevivência desses animais.

Para Fusco-Costa, a garantia de pre-servação desses animais está na in-

tensa fiscalização das caças ilegais. “A redução destas ameaças é possível através de uma efetiva e constante fis-calização e combate à caça e desma-tamento. É um trabalho entre as ins-tituições e o poder público, que tem que querer fiscalizar e contribuir com investimentos para isso”, avalia.

Os mamíferos ameaçados têm grande importância ecológica. A presença ou não deles pode mostrar qual o grau de qualidade de conservação de determi-nadas regiões. E a sua ausência pode desequilibrar os ecossistemas onde vivem. Felinos como a jaguatirica e a onça pintada, por exemplo, estão no topo da cadeia alimentar e a ausência ou diminuição desses predadores pode prejudicar o controle das populações de suas presas. Além disso, animais herbívoros, como as antas, são disper-sores de sementes e, sem eles, a flores-ta deixa de ter essa importante contri-buição na manutenção das árvores.

Conservação e educação

Existe hoje, nestas unidades, um tra-balho intenso de conservação da fauna e da flora, em grande parte por meio da educação e conscientização ambiental. Um exemplo disso é o “Dia de campo com o pesquisador”. É uma atividade realizada com os visitantes e morado-res, na qual o objetivo é aproximar o público das pesquisas desenvolvidas na reserva Salto Morato. Os biólogos e pesquisadores mostram como todos os estudos são feitos e a sua importância para a região.

Os moradores próximos às reservas, assim como grupos escolares também são conscientizados da importância do local e de sua preservação. “Atra-vés das trilhas e caminhadas, por exemplo, podemos mostrar às pesso-as e divulgar a importância da região na vida delas e questões de preserva-ção”, explica Eros Amaral, engenhei-ro agrônomo e administrador de Sal-to Morato. “Acredito que as pessoas aqui da região estão mais conscientes hoje e estão vivendo de forma mais sustentável”, avalia Amaral.

O pesquisador Fusco-Costa pretende elaborar programas de monitoramento e desenvolver atividades de preservação das áreas

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EXTinçÃo

onça ParDaNome científico: Puma Concolor Habitat: Florestas em montanhas.Hábitos: É carnívora. Caça principalmente à noite: veados, capivaras, porcos-do-mato e outros mamíferos. É muito ágil, hábil caçadora e conse-gue matar também aves e macacos nas árvores.tamanho/peso: Mede cerca de 0,70 m, do ombro ao chão, e até 2,30 m de comprimen-to. Um macho adulto pode pesar até 50 kg.

anTaNome científico: Tapirus terrestrisHabitat: A anta vive em florestas tropicais e montanhas da América do Sul. Hábitos: Se alimenta de frutos, brotos, folhas, grama, plantas aquáticas, cascas de árvores.Peso: Podem chegar a 250 Kg.

Para DEnUnCiarForça Verde: 0800-643 0304 e digite o número 2.

Funciona 24h em todo o Paraná.

COnHEça DOIS DOS anIMaIS qUE ESTãO na LISTa vErMELHa DE anIMaIS aMEaçaDOS DE ExTInçãO nO Paraná

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46 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

internacional

China que cresceu na última década a taxas de dois dígitos do PIB (Produto Interno Bruto)

já apresenta desaceleração e abre espe-culações sobre a raiz dessa nova rea-

As taxas de crescimento da China estão caindo, mas a desaceleração evidente não significará queda na participação da economia mundial

a

Uma China menos agressivaArieta Arruda - [email protected] ca contabilizou a quinta desaceleração

consecutiva, registrada no primeiro tri-mestre deste ano. “Os relatórios oficias do partido comunista chinês sinalizam com o intuito de desacelerar o cresci-mento”, informa o economista, Rodri-go Kremer, professor especialista em Macroeconomia do ISAE/FGV.

lidade. Em 2011, o país fechou o ano em um crescimento de 9,2% e, este ano, deve ficar em 7,5%, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), ou sendo um pouco mais otimista, em torno de 8%, como esti-mam alguns economistas. Além dessa queda no acumulado, a potência asiáti-

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Entretanto, engana-se quem pensa que esse movimento é de uma possível cri-se no futuro. De acordo com Kremer, essa é uma ação do governo chinês para desaquecer “moderadamente” o foco dos chineses em poupar, para que eles gastem mais e invistam no mercado interno. “O partido comunista chinês está sinalizando que eles tencionam diminuir a taxa de poupança”, revela. Isso não significa que eles mudarão seu modelo exportador para se voltar ao mercado interno, como é o modelo brasileiro atual, mas a relação de gastar mais e poupar menos irá mudar, expli-ca o especialista. “O brasileiro não tem o hábito de poupar. Já a poupança é um hábito cultural dos chineses”, diz.

Para provocar isso na economia chine-sa, o governo lançou mão de taxas de juros reais artificialmente mais baixas. Medida facilmente controlada, já que a maioria do sistema bancário chinês é estatal ou tem grande participação do governo. Esse mecanismo desesti-mulou os poupadores e os reflexos já estão sendo sentidos na desaceleração do crescimento do país.

Durante três décadas, a China fez seu “bolo” crescer como um rolo com-pressor. Agora o “modelo começa a privilegiar na margem, ou seja, não é que o mercado interno vai ser o carro--chefe na economia nos próximos dez anos, mas lenta e gradualmente vai co-meçar a ter uma importância maior”, explica o professor. Assim, a potência asiática irá crescer, porém, mais pauta-da no consumo.

Diferenças

Não é só essa diferença na relação entre poupar / gastar que há entre chi-neses e brasileiros. Se por um lado, o Brasil tem firmado uma política de fortalecimento do mercado interno, regulado no consumo interno e no au-mento da classe média, por outro lado, os chineses apresentam grande cresci-mento no PIB, mas com exponencial abismo social. “Um país extremamen-

te desigual. Você não tem uma socie-dade classe média, como o Ocidente tem. Essas pessoas muito ricas são tradicionalmente ligadas ao Partido Comunista”, comenta Kremer.

Foi o que também percebeu Ligia Pe-reira, diretora comercial da Wintex Internacional Brasil, que comandou a Missão Empresarial da Fiep (Fede-ração das Indústrias do Paraná), na maior feira do mundo, a “Canton Fair”, realizada em abril, em que cerca de 20 empresários do Paraná foram levados para rodadas de negócios com os chi-neses. “Os ricos chineses são muito jo-vens. Quem é rico é muito rico, quem é pobre é muito pobre. A gente vê essa disparidade”, comenta Ligia.

A diretora levou empresários para-naenses do setor da construção civil, metal mecânico, confecção e eletrô-

nicos. Por lá, o que ela viu é que a desaceleração ainda não é comentada entre os empresários chineses. “Não percebi isso ainda. O que dá para per-ceber é que eles estão em franca ex-pansão”, observa.

relação com o Brasil

Para o Brasil, que tem a China como principal parceiro comercial na com-pra de commodities, é importante que os chineses estejam com a economia saudável. Isso porque o apetite chinês na compra de produtos primários bra-sileiros, como soja e minérios, está in-trinsecamente ligado à saúde da indús-tria e do setor imobiliário de seu país.

Paralelo a isso, o Brasil precisa encon-trar caminhos para fugir dessa depen-dência unilateral, já que tem aumen-tado essa relação nos últimos anos. “Esse aumento não é saudável. Se você for ver o que a China compra do Brasil, a China não compra quase nada de produtos manufaturados do Brasil”, analisa o economista.

Frente a isso, o Governo Federal já construiu uma trajetória na economia brasileira privilegiando o mercado interno e, mais recentemente, valori-zando a área de manufaturados, com incentivos à indústria e mudanças no sistema bancário.

Mundo

O fato é que assim como a China, o mundo todo deve desacelerar nesta dé-cada. Conforme dados do Fundo Mo-netário Internacional (FMI), a econo-mia mundial deve crescer, em média, até 2020, a uma taxa de 2% ao ano. Mas a China continuará a aumentar o seu poder sobre a participação do mer-cado consumidor mundial até lá. O que era de 4,3% em 2010, a China passa-rá a representar 8,4% da participação do mercado consumidor mundial, se-gundo projeção do professor Kremer. Agora, é ficar de olho, nos próximos movimentos da economia chinesa.

O Brasil precisa encontrar caminhos para fugir dessa

dependência unilateral com os chineses

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Ecoturismo em Guaraqueçaba atrai turistas em busca de passeios em uma das regiões mais preservadas do mundo

turismo

Terra dos Guarás

m lugar de biodiversida-de, de cultura marcante e enraizada. A cidade de Guaraqueçaba, situada no

Litoral do Paraná, foi um lugar muito explorado no século XVI por minei-ros e aventureiros a procura de ouro. Ainda hoje, as aventuras continuam e a riqueza do lugar tem atraído turistas de várias regiões do Brasil. O tesouro que lá se encontra é a terra dos papagaios de cara roxa, das extintas aves guarás, das onças pardas, do raro cachorro vi-nagre e um cenário inspirador. Essa rica biodiversidade de fauna e flora está localizada no maior fragmento contínuo de Floresta Atlântica do País.

Mas não só de belezas naturais é que se faz Guaraqueçaba. É na cultura e

Una identidade do povo local que está uma das grandes atrações do lugar. É por causa desses encantos da cul-tura caiçara, da gastronomia regio-nal e do lazer, que Guaraqueçaba se torna uma região com grande poten-cial turístico para o ecoturismo de base comunitária.

Diversos roteiros são oferecidos nesses moldes. Este tipo de turismo também se apresenta como uma alter-nativa de inclusão social e econômica aos moradores da área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba.

Para organizar esse tipo de turismo na região, foi criado em 2008 a Cooper-guará - Ecotur, com o apoio da So-ciedade de Pesquisa em Vida Selva-gem e Educação Ambiental (SPVS), que representa atualmente uma das

principais estratégias de desenvol-vimento da comunidade no Litoral. Hoje, a Cooperativa conta com 25 microempreendedores associados, proprietários de pousadas, restauran-tes, barqueiros, artesãos, condutores e pequenos produtores rurais.

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Bianca Nascimento - [email protected]

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No Paraná, 33 espécies são nativas. As abelhas Jataí, Mirim, Maduri, Tu-buna, Uruçú são algumas da região de Guaraqueçaba e que produzem mel. Elas não possuem ferrão. Este ano, está prevista para ser inaugurada a Casa do Mel, a primeira do Paraná, localizada na Acriapa.

Gastronomia caiçara

A gastronomia típica de Guaraqueçaba tem como base os frutos do mar. Nos restaurantes e pousadas é possível de-gustar muito peixe, ostra, tainha e cama-rão. Muitos desses alimentos são encon-trados no famoso restaurante Palhoça do Marinho, na comunidade de Tagaçaba, à beira do rio de mesmo nome.

É possível apreciar, também, outras iguarias, como o café colonial caiçara, na Pousada Araribá. Os produtos utili-zados vão desde geleias orgânicas, lei-te fresco, pães artesanais, bolos e bis-coitos feitos com a farinha da região, tapioca e tortas de palmito da região.

Vale lembrar a famosa bebida chama-da Cataia, também conhecida como “uísque caiçara” ou “uísque da praia”. Ela é muito popular no Litoral Norte do Estado. Preparada à base de uma erva medicinal com o mesmo nome, a Cataia é curtida em cachaça. É consu-mida, geralmente, pura ou com mel, o que realça seu sabor.

Cultura regionalGuaraqueçaba respira cultura. É pos-sível perceber no modo de vida e no rosto da população, que possui mis-cigenação entre índios, colonizadores ibéricos e negros. São pessoas que vi-vem de modo simples, sobrevivendo da pesca, da agricultura e da arte. É esse modo de vida que atrai turistas em busca de uma nova experiência.

Na cidade, respira-se a religiosidade. Um dos pontos de visitação é a Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Per-dões, primeira construção da cidade, em 1838, em estilo colonial e com paredes de pedra.

Outra atração é a dança típica do li-toral paranaense, o Fandango. Essa dança faz parte do folclore do Estado e é apresentado para comemorar ani-versários, casamentos e outras festas. A animação é garantida. “Nós quere-mos que o visitante conheça a dança, mas também mostramos a ele toda a cultura caiçara por trás desse modo de vida dos habitantes da região”, conta o historiador e dançarino, Zé Muniz.

arte caiçara

O artesanato é também muito forte e presente na região de Guaraqueçaba. Os artesãos produzem obras de arte com a matéria-prima natural da re-gião, como as fibras, cascas, semen-tes, madeira e folha da bananeira.

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A feira “Arte Nossa” é uma das mais conhecidas da região. O espaço conta com diversos produtos, como cestas indígenas, bolsas, objetos de decora-ção, tapetes entre outros. É possível encontrar, ainda, móveis, réplicas de instrumentos de Fandango, camisetas em patchwork, esculturas em pedra de sabão e objetos em bambu. “Esta-mos melhorando a cada dia. Ficamos entre a pesca e o artesanato. Dá para vivermos em paz e sossegado”, reve-la Aldo Aparecido de Souza, pesca-dor e artesão.

Mel da região

Um dos locais de visitação na região é a Associação de Criadores de Abe-lhas Nativas da APA de Guaraqueça-ba (Acriapa). Lá, a meliponicultura é feita de forma responsável com a fabricação de vários produtos, como o mel, a cera, o própolis, e o pólen. O quilo do mel varia entre R$70 e R$120. “A produção de mel vem como uma renda complementar a eles, de forma sustentável”, explica Sueli Alves dos Santos, uma das di-retoras da Cooperguará e da Acriapa.

No café caiçara é possível encontrar geleias orgânicas,

bolos, pães e biscoitos feitos com a farinha

produzidos na região

Região com grande potencial turístico para o ecoturismo de base

comunitária

Aldo Aparecido de Souza é um dos artesãos da feira Arte Nossa, a mais conhecida de Guaraqueçaba

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turismo

FarinheirosA base da alimentação da região de Guaraqueçaba é a mandioca. Plantada em sítios e propriedades agrícolas, ela é utilizada pelos moradores de diversas maneiras. Geralmente, é colhida, rala-da, prensada para drenagem e transfor-mada em farinha em grandes tachos à lenha, que levam o nome de farinheiras.

Desta farinha, são produzidas a tapio-ca, o beiju e a rosquinha de polvilho. Dona Neusa é uma das produtoras na comunidade de Potinga. Conhecida por seus deliciosos “quitutes”, ela está satisfeita com o turismo comunitário. “Depois da cooperativa aqui na região, estamos vendendo bem, colocando em prática receitas de nossos avós, melho-rando a qualidade dos nossos produ-tos, aprendendo tudo isso e preservan-do a natureza”, revela.

O casal Francelino e Marisa, vizinhos de Dona Neusa, também trabalha com a farinha. Há 30 anos chegaram à Gua-raqueçaba, plantando vários tipos de alimentos, como banana e mandioca. Neste tempo, Francelino aprendeu a viver de forma íntima com a natureza, sendo um grande conhecedor dos po-deres medicinais das plantas. “Estamos aprendendo a viver de forma sustentá-vel, a extrair da natureza nossa fonte de renda. Hoje, vendemos produtos para todo o litoral paranaense”, explica.

Natureza conservada

Guaraqueçaba também encanta pelas atrações naturais e a possibilidade

de experimentar a integração com o meio ambiente. A área é constituída por montanhas, enseadas, baías, rios, ilhas, florestas, mangues e restingas e foi declarada Reserva Natural da Bios-fera pela Unesco (ONU) em 1999. Dentre as inúmeras atividades ofere-cidas pelo ecoturismo da região, es-tão alguns esportes e aventuras como trilhas e rafting no Rio Cachoeira. O turista também tem a oportunidade de trocar experiências em propriedades rurais, visitar projetos de conservação ambiental, passear de barco e contem-plar a fauna e flora local.

Uma das atrações mais procuradas são as visitas monitoradas em Unida-des de Conservação como Parque Na-cional do Superagui, Estação Ecoló-gica de Guaraqueçaba e as Reservas particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que são Salto Morato (man-tida pela Fundação Grupo Boticário), Morro da Mina e Rio Cachoeira.

Diversas ilhas fazem parte do muni-cípio de Guaraqueçaba, entre elas, a das Peças, Rasa, das Laranjeiras, do Rabelo, Povoca e do Superagüi. Inte-grada ao Parque Nacional da Ilha do Superagui, as ilhas de Pinheiro e Pi-nheirinho são as casas dos papagaios--de-cara-roxa (ou chauá), que usam o local como dormitório. O visitante tem a oportunidade de conhecer as ilhas e no entardecer ou amanhecer, apreciar a revoadas dos papagaios de uma ilha para a outra. Em média, são três mil papagaios embelezando o céu da região e encantando os turistas.

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Há 30 anos em Guaraqueçaba, Francelino é um dos farinheiros mais conhecidos na região

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O Beisebol vive dias difíceis no País; depois de ficar fora do ciclo olímpico atual e do próximo (2013/2016), dirigentes revelam as condições precárias do esporte

Entre o taco e a bola, a cruz e a espada

m esporte em decadência. Poucos recursos, estrutura precária, queda drástica no número de praticantes,

o Beisebol no Brasil vai de mal a pior. Essa situação se deve em grande parte por este esporte ter sido o único retira-do dos Jogos Olímpicos de Londres, competição que será realizada no final do próximo mês, na Inglaterra. O que poderia ser mero detalhe, o fato trou-xe uma avalanche de problemas para a continuidade do esporte no País.

“A saída das Olimpíadas atrapalhou muito. Tínhamos uma verba adequa-da do COB [Comitê Olímpico Bra-sileiro] e perdemos desde 2008. Foi cortada [a verba]”, lamenta o presi-dente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), Jorge Otsuka. O horizonte não é dos me-lhores, já que o Beisebol também não será visto pelos brasileiros nas Olim-píadas do Rio de Janeiro, em 2016.

Com o corte do COB e sem perspec-tivas para a situação mudar, a Confe-deração diminuiu a sua estrutura, que

Uhoje conta somente com um funcioná-rio e os demais envolvidos, incluindo o presidente, todos eles trabalham de forma voluntária. Dos cerca de R$ 400 mil por ano que recebiam do Comi-tê Olímpico, via Lei Agnelo/Piva (nº 10.264) de incentivo ao esporte, atual-mente não recebem nenhum recurso, a não ser a verba de inscrições dos atletas e clubes nas competições nacionais e a anuidade dos federados, cerca de R$ 30 por atleta ao ano. “Esporte amador é assim, a gente fica à mercê da verba do Governo Federal. As empresas não querem apoiar”, afirma Otsuka.

números

Sem estrutura adequada, sem incenti-vos e sem visibilidade na mídia, o es-porte vai minguando. De 30 mil pra-ticantes e 120 times, no País, no ciclo olímpico anterior, hoje o número está

em torno de 20 mil adeptos ao espor-te e cerca de 4 mil federados, em 90 times. “A maioria dos melhores parou de jogar”, completa o presidente.

“O esporte perdeu devido à dificul-dade de conseguir patrocinadores. Quando é esporte olímpico para con-seguir [verba] é mais fácil”, atesta Alberto Yamamoto, vice-presidente da Federação Paranaense e diretor técnico da CBBS.

Alberto comanda também o Departa-mento de Beisebol do Paraná Clube, em Curitiba, que conta com cerca de

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Sem estrutura adequada, sem incentivos e sem

visibilidade na mídia, o esporte vai minguando.

Arieta Arruda - [email protected]

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BEisEBoLCOnHEça UM POUCO O ESPOrTE

DUAS EQUIPESOito jogadores de posição (recep-

tor, defensor interno e defensor externo); cinco arremessadores

iniciais (ou starting pitcher); seis relief pitchers, incluindo um closer

BullPenárea de aquecimento que contém:

arremessador reserva, dois defenso-res internos reservas, dois defen-sores externos reservas, rebatedor

substituto, ou um segundo receptor reserva, ou um sétimo relief

BASES04

DURAçãO09 entradas

PONTUAçãO01 corrida = 1 ponto

EQUIPAMENTOBola (cortiça, corda ou lã de 142g e 25 cm), bastão (formato cilíndrico

de madeira ou alumínio de até 1 kg, de 81 cm) e luva

ESPORTE OLíMPICODe 1992 a 2008

200 atletas e já revelou vários talen-tos do esporte. “No Clube Paraná mesmo, não tem tanta importância esse esporte. Diminuiu as verbas.”

Mas o clube já viveu dias de mais glória. Revelou talentos como o pa-ranaense Alex Nakashima, que joga atualmente no Japão, um dos países de destaque desse esporte, e descobriu, também, o jogador Leonardo Reginat-to, que atua nos Estados Unidos, na-ção de maior potência da modalidade.

início do esporte

Aliás, o Beisebol surgiu por lá. Foi nos Estados Unidos, no final do sé-culo XIX. Também foram pelas mãos dos norte-americanos que a prática foi introduzida no Brasil.

Entretanto, o esporte atualmente so-brevive pela paixão de descendentes de japoneses que têm a característica cultural de manter vivas suas tradi-ções. “Por causa da colônia japonesa, dificilmente vai desaparecer, mas per-de em profissionalização e perante o público”, relata Yamamoto.

É assim na Associação Cultural e Es-portiva de Maringá (Acema), conside-rado um dos melhores clubes de Beise-bol do País, localizado em Maringá, no Noroeste do Estado. Praticam no clube cerca de 80 atletas atualmente. Com a renovação da escola de base manti-da pelo Clube, a tradição permanece. A Acema também recebe recursos da

Prefeitura de Maringá, por meio de Lei de Incentivo de Esporte Amador.

No entanto, a verba é destinada so-mente para competições e parte dos treinamentos. Já para compra de equi-pamentos, manutenção da sede e ajuda para atletas os recursos não existem. O Clube conta com a paixão da comu-nidade nipônica para manter o local. “Cada um tem que comprar o seu taco, bola”, conta Haruo Kanawa, diretor do Departamento de Beisebol do Clube Acema. Ele também se queixa da falta de apoio ao esporte amador no País. “Empresa só vai patrocinar se tiver re-torno e nem futebol tem retorno”, diz.

Custos da práticaAliado a tudo isso, o esporte ainda é considerado oneroso. Os custos são altos para comprar os equipamentos. São cerca de US$ 350 a luva, US$ 15 o valor da bola e mais US$ 200, que é o preço do taco. Os materiais precisam ser calculados em dólar, já que são to-dos importados, pois não existe nenhu-ma empresa que forneça esses itens no País, revela o presidente da CBBS.

Com este cenário, a tristeza na fala dos dirigentes é evidente. Trata-se do pesar não só pela falta de incentivos ao Beise-bol, mas por todos os esportes amado-res que – exceto alguns como o vôlei, o atletismo e a ginástica, que conse-guiram se destacar e ganhar mais visi-bilidade –, padecem da falta da cultura esportiva e de incentivos financeiros do País, sejam públicos ou privados.

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PróXiMas CoMPETiçõEs

JUNHO - 23 e 24/06XIV Campeonato Brasileiro de

Beisebol Inter Clubes Juvenil Aber-to – Fase Final

Local: Londrina ou Maringá (PR)

JULHO - 06, 07 e 08/07XX Taça Brasil de Beisebol Inter

Clubes InfantilLocal: Londrina (PR)

A renovação de atletas é

pequena no País

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54 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

na véspera de alguma viagem, você deve fazer sempre com um mês de antecedência”, recomenda o profes-sor do Senai e tecnólogo em mecâni-ca, Adilson Torquato.

Isso porque é preciso ter o tempo ne-cessário para verificar se a manuten-ção foi feita de forma correta. “Na manutenção podem ocorrer proble-mas, que você vai perceber depois de dois, três dias rodando. Se você faz com um mês de antecedência e ocorrer algum probleminha corri-queiro, dá tempo de você levar na oficina. Não vai ficar na estrada, ter gasto com guincho, dor de cabeça

automóvel

om as férias de julho chegando, muitas pes-soas estão programando uma viagem e, talvez,

precisem pegar estrada. Se você é um desses, essa é a hora certa de pensar na famosa revisão do carro. “Não dei-xe para fazer manutenção preventiva

não esqueça da revisãoConfira os itens do carro que precisam ser checados antes de uma viagem nestas férias de julho; para quem não vai, fique atento às dicas de manutenção

Mariane Maio - [email protected]

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e atrasar sua viagem”, diz. Como a maioria das pessoas roda em média 10 mil km por ano, o recomendado é que essa revisão seja feita uma vez ao ano, de preferência um mês antes de uma grande viagem.

Economia

Além da segurança que a manutenção propicia, é possível também perceber uma economia no bolso. “A pessoa deixa de fazer a manutenção preven-tiva para fazer a corretiva depois. É uma economia ‘burra’. A manutenção preventiva é muito mais benéfica ao veículo que a corretiva. Você vai gas-

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“É uma economia ‘burra’. A manutenção preventiva é muito mais benéfica ao veículo que a corretiva”, afirma Torquato

rEvisÃo

vEJa OS PrInCIPaIS ITEnS qUE DEvEM SEr COnFErIDOS na SUa ManUTEnçãO. nãO PErCa OS PrazOS:

PneuPRAZO (P): Quando alcançar o índice de desgaste (T.W.I.) OBSERVAR (O): Verificar deformações e fazer rodízio dos pneus

Calibragem dos PneusP: SemanalmenteO: Siga a indicada pelo fabricante. A quantidade ideal é entre 28 e 30 libras

FreiosP: No máximo a cada 10 mil kmO: Desgaste de pastilhas e discos suspensãoP: A cada 10 mil kmO: Verificar amortecedor, molas

Fluído de freioP: Substituir a cada 2 anos O: Verificar nível

Líquido de arrefecimentoP: Substituir a cada 80 mil km ou cada 4 anos, o que ocorrer primeiroO: Verificar nível Direção hidráulica e óleo de transmissãoP: Geralmente é vitalício e só deve ser completado quando há necessidadeO: Mas é recomendado a cada 60 mil km

óleo do motorP: Uma vez por ano ou a cada 10 mil kmO: Depende do óleo que você utiliza

ExtintorP: Os novos têm uma durabilidade de 5 anos; os antigos eram de 1 anoO: Verificar prazo de validade Fonte: adilson Torquato

tar menos e seu veículo vai ter uma durabilidade, uma vida útil muito maior”, explica Torquato. Para exem-plificar, ele diz ainda que em uma manutenção no motor, com limpeza no sistema de ar, de lubrificação, de arrefecimento, você gasta em torno de R$500. Mas se não fizer essas ma-nutenções, vai prejudicar o motor e gastar em torno de R$5 mil reais.

O maior gasto também pode ocorrer no dia a dia, como por exemplo, com a falta da substituição do filtro de ar a cada 10 mil km. “Vai obstruindo os poros do papel devido à sujeira e, nesse caso, o consumo de combustí-vel pode se elevar em até 20%, por-que o carro teria de admitir uma de-terminada quantidade de ar, mas não está”, diz.

onde levar

Ao realizar a manutenção é muito importante escolher uma concessio-nária ou oficina de confiança e que trabalhe com bons produtos. No pri-meiro caso, geralmente o serviço é garantido, mas os preços da mão de obra são mais altos, quase o dobro de uma oficina. “Não precisa ser só em concessionária. Hoje, tem muitas oficinas bem montadas, que são de confiança e com um custo bem me-nor que o da concessionária”, garan-te Torquato.

No caso de uma pessoa que não en-tende de mecânica e opte por uma ofi-cina comum, a dica do professor é pe-dir referências. “Quem não conhece, vai ter de ir por indicações de amigos. Grande parte dos clientes de uma ofi-cina é recomendada por pessoas que já frequentam. Procure pesquisar por pessoas que já fizeram o serviço.”

O recomendado é que a revisão seja feita uma vez ao ano para quem roda

10 mil km

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Biodiversidade brasileira inspira indústria de perfumes no País na criação de novas fragrâncias, adequadas ao gosto brasileiro

indústria de perfumaria e cosméticos brasileira vem se destacando na produ-ção de novos aromas e

perfumes com a cara do Brasil. Uti-lizando a biodiversidade natural que é extensa, hoje, os brasileiros passaram a ter uma identidade olfativa.

Atualmente, estão em alta perfumes frutados, como romã, lichia, cupuaçu, pitanga, tangerina e jabuticaba. Estes aromas, com marcante brasilidade, estão sendo cada vez mais aceitos en-tre os brasileiros e também têm des-pertado o interesse fora do País.

A Amazônia é um dos paraísos para as empresas de perfumaria alcançarem esses aromas. O livro “Brasilessência: a cultura do perfume”, da autora espe-

aBianca Nascimento - [email protected]

local, como cacau, castanha, capim limão, cumaru e mate verde, den-tre outros. “A Natura hoje tem alma brasileira, pois seus produtos são ins-pirados no Brasil e nos brasileiros, porém são feitos para serem usados e apreciados pelo mundo inteiro”, diz Verônica Kato, perfumista da Natura. “O que fazemos hoje é a partir de nos-sa cultura, nosso jeito de ser, nossas crenças, mas estamos sempre conec-tados com o que há de mais inovador e mais vanguardista no mundo”.

Uma pesquisa feita pela empresa ou-viu cerca de 1.200 homens e mulheres consumidores nacionais. O objetivo era descobrir o que ambos os sexos buscam em um perfume. Para os ho-mens, em primeiro lugar, está atração e a conquista, seguido de status e ex-pertise da marca. As fragrâncias mais procuradas por eles são as amadeira-das frescas, cítricas, aromáticas e de especiarias. Já as mulheres brasileiras, preferem os florais, porém com um

cialista em perfumes Renata Ashcar, conta essa história rica de cheiros des-de o Egito até a Amazônia, mostran-do, também, vários aspectos culturais no Brasil relacionados ao perfume.

Em sua obra, Renata aponta a região Norte do País como sendo extrema-mente rica nessa biodiversidade na-tural. Uma “mina” de cheiros ainda pouco explorada. “Muitos destes ingredientes, há pouco mais de 10 anos passaram a ser explorados pela indústria de perfumaria e cosméti-cos”, lembra. “Felizmente, importan-tes empresas da área têm ajudado o Brasil, inclusive a criar sua própria identidade olfativa”.

É isso o que tem feito a rede de cos-méticos e perfumaria Natura, que uti-liza a biodiversidade da botânica bra-sileira com produtos que valorizam o

Cheiro de brasilidade

moda&beleza

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olfativa para aumentar a hidratação da pele e a sua capacidade de reten-ção. Peles normais fixam os perfumes de maneira ideal durante horas.

Nas peles claras, a fragrância perma-nece por menos tempo, por isso, são indicados aromas marcantes, como os florais mais densos, amadeirados ou orientais. A pele morena adere me-lhor o perfume. É aconselhável inves-tir nos bem suaves, como os cítricos, ou os florais mais leves.

apaixonadas por perfumes

Ana Flávia Felipe é uma dessas. Re-presentante comercial e “amante” de perfumes, ela não é adepta ainda aos aromas brasileiros. Sempre que pode, Ana compra perfumes importados. “Gosto dos amadeirados. A impres-são que tenho é que eles dão mais ati-tude”, revela Ana. “Curitiba é uma ci-dade mais fria, então, perfumes mais doces caem bem”. Ela é uma das que usa perfume como acessório e sem-pre que pode, carrega no carro ou na bolsa para retocar. “É uma forma de vaidade também, assim como as ma-quiagens”, completa.

toque amadeirado, com especiarias e outros ingredientes que trazem mais força e persistência aos perfumes.

Fixação dos perfumes

Mas ainda é comum os consumidores brasileiros acharem os perfumes im-portados melhores que os nacionais. Essa questão, entre outros fatores, está intimamente relacionada à fixação dos perfumes. Na Europa, por exemplo, os perfumes são feitos em países de clima frio e, por isso, são mais adocicados, gourmand e amadeirados, sendo mais densas e voláteis e, por isso, ficam mais tempo na pele depois da aplica-ção. Os perfumes nacionais são mais frescos, adaptando-se ao nosso clima tropical, assim, quando aplicados na pele, evaporam mais rápido.

Outra variante que influencia na du-ração das fragrâncias é o tipo de pro-duto. Perfume, eau de parfum, eau de toilette, desodorante colônia, essên-cia e águas têm concentração de fra-grâncias diferentes, pois os objetivos de uso são diferentes. Um perfume é mais concentrado, enquanto uma água é o que tem menor concentra-ção, ou seja, dura menos na pele.

Para melhorar sua eficácia e tempo de duração é preciso saber onde aplicar. A dermatologista Carolina Ferolla indica aplicar o perfume nas regiões onde circulam o sangue. “Essas re-giões possuem muito calor e difun-dem melhor a fragrância. É comum usar atrás da orelha, pescoço, punhos e atrás da perna”, explica. Além dis-so, é recomendado se passar na roupa ou no cabelo, que deixam o produto fixado por mais tempo.

Peles oleosas, por exemplo, fixam melhor o perfume e o deixa mais in-tenso. Para este tipo de pele, é prefe-rível os tipos eau toalete ou até mes-mo as versões summer sem álcool. Para peles secas, é mais difícil manter o aroma. Vale usar um hidratante da mesma marca ou da mesma família

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CoM QUE PErFUME EU voU?SaIBa COMO ESCOLHEr O MELHOr PErFUME:

no FrioNo inverno ou em lugares frios, a pedida é sempre o perfume adoci-cado, amadeirado ou gourmand, principalmente, para as mulheres. Essas fragrâncias tornam-se mais sensuais, envolventes e acolhedo-ras nessa estação. Além disso, aro-mas como de canela, noz moscada, sândalos e musk também combi-nam bem no clima friozinho.

no CaLorAs fragrâncias mais frescas e leves, com notas cítricas, florais frutadas e caminho de ervas costumam ser mais adequadas para o calor. As águas de banho, por exemplo, são uma boa opção, pois podem ser usadas em abundância e reaplica-das durante o dia, prolongando a sensação do pós-banho.

DUranTE o DiaAs colônias à base de ervas aro-máticas, como lavanda ou alecrim, ou ainda as cítricas com laranja, bergamota ou limão, são leves e su-aves, evaporando mais rápido. Vale a pena também apostar nas fragrân-cias que combinam flores e frutas.

À noiTESe a ideia é que o perfume dure muitas horas, as melhores fragrân-cias são aquelas elaboradas com ingredientes mais densos, como madeiras, resinas, flores nobres e também as opções gourmand com notas de frutas adocicadas, choco-late ou baunilha. Como a fixação é maior, a evaporação é mais lenta.

EM UMa FEsTaSe a ideia é conquistar alguém, os melhores cheiros são os mais densos, com ingredientes orien-tais, especiarias, musk ou âmbar. Mas cuidado com a dosagem: esses cheiros podem se tornar enjoativos demais.

Ana Flávia Felipe é representante comercial: no se dia a dia, adora usar perfumes mais marcantes como os doces e amadeirados

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rECEiTa Da CHEf ManU BUFFara

Uma pitada de amorTrês chefs de Curitiba dão dicas de receitas para preparar neste inverno e surpreender seu amor no mês dos apaixonados

culinária&gastronomia

m Curitiba, nesta época mais fria, o clima de ro-mance fica mais quente, principalmente, no mês dos namorados. É comum os casais saírem para jantar para comemorar a data. Mas que tal surpre-

ender e criar um clima diferente este ano?

Como sugestão, a Revista MÊS te ajuda com a indicação de receitas de três chefs de cozinha de Curitiba, que abriram as portas de suas casas e revelaram receitas que fariam para seu amor. Aproveite você também para impressionar! Seja marido, esposa, namorada(o), pretendente, não importa, são dicas e receitas para você acertar no ponto. Os chefs Manu Buffara, Maurício Pereira e Marcelo Amaral dão pitadas es-peciais, desde as receitas mais leves até as mais afrodisíacas.

EBianca Nascimento - [email protected]

Ingredientes:800g carré de cordeiro100g inhame100g cará100g batata doce100g batata rosenthal100g batata salsa75g manteiga75g creme de leite fresco100 ml leite1 kg beterrabaFolha de cenoura

Manu Buffara trabalhou em alguns principais restaurantes da Itália como Ristorante Gualtiero Marchesi, Ristorante da Vittorio e Ristorante Guido. Em sua trajetória profissional, já recebeu diversos prêmios, o último foi eleita “Chef Revelação”, do Guia Quatro Rodas Brasil 2012. Recentemente, ela foi indicada ao Prêmio Melhores do Ano Prazeres da Mesa/Tramontina 2012, na categoria “Chef Revelação”.

Carré de Cordeiro com espuma de raízes os homens gostam de carnesO homem se dá bem cozinhando carne. Para ele, sempre é um desafio. As mulheres já preferem cozinhar frutos do mar. O cordeiro é uma ótima es-colha para ocasiões especiais de gastronomia alta e sofisticada. Uma carne de caça é sempre diferente. É um prato bacana, quentinho, ótimo para o inverno. Eu já fiz para meu noivo e ele adorou.

Modo de Preparo:Sele todos os lados do carré em uma frigi-deira. Reserve.

Creme de raízesCozinhe as raízes (inhame, cará, batata doce, batata rosenthal e batata salsa) sepa-radas até que estejam ligeiramente moles e passe no espremedor. Em uma tigela, coloque a manteiga e o leite. Adicione as raízes e mexa até que esteja na consistên-cia de um purê. Em seguida, vá adicio-nando o creme de leite. Bata tudo em um liquidificador. Corrija o sal e reserve.

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É possível apreciar a boa gastro-nomia, com diversos pratos ex-clusivos e poder fazer isso em

um cenário especial? Sim! Essa é a proposta do Festival Sabores do Lito-ral, que está em sua segunda edição. O evento gastronômico será realizado durante todo o mês de junho em sete cidades do Litoral paranaense. São pratos que resgatam a gastronomia lo-cal, valorizam a tradição caiçara, com um toque de sabor e requinte dos chefs da região. São pratos que levam peixes nos mais variados preparos, frutos do mar e ingredientes bem locais.

Estão participando do Festival 27 es-tabelecimentos espalhados por Anto-nina, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná e Ilha do Mel. Os valores estarão com 20% de desconto dos preços habituais. Assim, os pratos variam de R$ 24 a R$ 101 e serão servidos no almoço e jantar, de-pendendo da disponibilidade de cada estabelecimento. A iniciativa é da Con-cessionária Ecovia, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Sus-tentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral), com o objetivo de alavancar o turismo fora de temporada no Litoral. Na primeira edição, realizada em outu-bro do ano passado, o Festival comer-cializou cerca de 1700 pratos.

fRuTOS DO nOSSO mAR

sErviçoFESTIvaL SaBOrES DO LITOraLDATA: 01/06 a 30/06 HORáRIO: Almoço e jantar PREçO: de R$ 24 a R$ 101LOCAL: 27 restaurantes em 7 cidades do Litoral

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ção

Molho de suco de beterrabaPasse as beterrabas em um pro-cessador. Coe o suco e reduza pela metade em uma frigideira no fogo médio. Acerte o sal.

Tuille 250g de farinha de trigo especial1 gema30 ml de azeite de oliva60 ml de águasal a gosto

Modo de Preparo:Disponha as farinhas já misturadas numa superfície plana e faça um orifício no meio. Adicione a gema, a água e o sal. Misture a massa com as mãos até ficar lisa. Trabalhe a massa num cilindro e corte em tiras finas. Enrole-as em palitos de

madeira em formato de espiral e leve ao forno por cerca de 30 minu-tos a 160°C ou até ficar crocante.

Montagem do pratoFatie o carré e finalize os la-dos numa grelha ou frigideira. Disponha o creme de raízes no prato. Coloque o carré fatiado em cima do molho. Coloque o suco de beterraba por cima do carré. Decore com uma folha de cenoura, banhada numa vinagrete simples e com a tuille.

Dica da chef: Uma bebida que acompanha muito bem este prato é um bom vinho tinto. A apresentação do carré deve ser individual. Uma sobremesa que poderia acompanhar esse prato é um sorvete com petit gateau.

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rECEiTa Do CHEf MarCELo aMaraL

Marcelo Amaral é um amante da gastronomia oriental. Ele já viajou países orientais para estudar sabores e combinações. Em suas receitas, sempre usa especiarias, aromas, sabores contrastantes. Seu restaurante, Lagundri, que tem raízes Tailandesas já foi indicado duas vezes e ganhou outras duas o “Prêmio de Melhor Oriental”, pela Revista Gula - Veja Curitiba.

rECEiTa Do CHEf MaUríCio PErEira

Ingredientes 150g de filé de pes-cada (por pessoa)

Pimenta e sal a gosto para temperar o peixe

Legumes selecio-nados – couve flor, cenoura e vagem torta

Molho shoyo de me-lhor qualidade, a gosto

Arroz a gosto

Para preparar a receita no vapor, você vai precisar de uma panela WOK e cestas de bambu

O chef Maurício Pereira cresceu em meio ao ambiente gastronômico. Maurício é arquiteto e músico e, por isso, trabalhou viajando pelo País. Aproveitou este momento para conhecer mais da cultura gastronômica de cada região. Em Curitiba, trabalhou ao lado de chefs renomados como Celso Freire, no Restaurante Boulevard. Atualmente, presta consultoria para desenvolvimento de projetos gastronômicos aliando arquitetura à gastronomia.

Pescada com legumes ao vaporos peixes não ficam de fora no invernoAo contrário do que muita gente pensa, nesta época é que encontramos os pescados mais interessantes e onde os peixes estão mais saborosos. É um prato mais leve e prático. Você não vai precisar de muitos preparos e incômodo. O que importa muito também é o ritual e em como você vai apresentar o prato.

Modo de Preparo:Tempere o peixe com o sal e pimenta. Coloque em um prato e adicione os legumes ainda crus. Coloque o prato dentro da cesta de bambu. Na panela Wok, coloque cerca de três copos de água. Quando atingir o ponto de fervura, coloque o cesto com o prato. Se preferir, pode forrar a cesta com papel alumínio. Tampe a cesta e deixe por aproximadamente 12 minutos. Assim que os ingredientes cozinharem, acrescente molho shoyo. Coloque a panela na mesa e juntos, apreciem o prato.

Dica do chef: A Wok e a cesta de bambu é facilmente encontrada em lojas de produtos orientais no mercado municipal. Uma dica de bebida é um saquê quente. O bacana é comprar os copos especializados para isso. Eu apostaria em velas na mesa para a apresentação deste jantar.

culinária&gastronomiaFo

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Ingredientes1 colher bem rasa de curry vermelho 4 colheres de sopa de óleo vegetal400g de jaca (a jaca pode ser substituída por manga, banana ou outra fruta tropical)800g de camarão VG (tamanho grande)800 ml de leite de cocoCoentro ou manje-ricão a gostoSal a gosto

Curry vermelho de camarão com jaca uma receita para esquentar a noite“É uma receita que remete à fartura e pode ser levada para o lado tropical ou oriental. Esse prato tem muitas especiarias como a pimenta do curry. A jaca o torna exótico por ser uma fruta que muitos ouviram falar, mas poucos provaram. Sou casado e tenho dois filhos, conquistei minha mulher através destes sabores agridoces. Então funcionou, né?”

Modo de Preparo:Frite o curry no óleo durante vinte minutos sempre mexen-do, em fogo médio. Quando a pasta começar a reduzir e ameaçar grudar, vá adicionando o leite de coco aos poucos. Assim que esta mistura ameaçar ferver, jogue os pedaços da fruta. Quando a fruta dissolver ao leite que deve ficar com aspecto mais cremoso, coloque os camarões ainda crus. Cozinhe-os por cerca de vinte minutos. Acrescente coentro ou manjericão. Adicione aos poucos sal até ajustar o sabor com o doce da fruta. Raspe um pouco de casca de limão em cima para dar um toque cítrico ao prato.

Dica do chef:“Uma opção é servir este prato em “cumbucas” artesanais junto com a fruta utilizada, para que a pessoa sinta o sabor e a intenção da receita. Outra dica é usar uma imagem da Tailândia, um lugar que transcende erotismo. Sirva com vinhos regionais, verde ou rose ou um espumante Brut”.

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PATROCÍNIO MASTER PATROCÍNIO NACIONAL

PATROCÍNIO LOCAL APOIO INSTITUCIONALAPOIO LOCAL

AGENDE-SE

Para sua 19ª edição, Casa Cor Paraná volta a focar o Centro da Cidade, desvenda os mistérios de suas ruas e seleciona a CASA CULTURAL UNIÃO JUVENTUS, localizada na Alameda Dr. Carlos de Carvalho no Quadrilátero da Decoração da capital paranaense.

1.700 m2 de área construída, em 47 ambientes, contemplando áreas residenciais, corporativas, infantis e espaços de gastronomia e lazer.

De 1º de junho a 11 de julho de 2012

Al. Dr. Carlos de Carvalho, 389 – Centro – Curitiba/PRContatos comerciais: [email protected] / 41 3029.6956

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cultura&lazer

Paixão dos adultos, as miniaturas estão muito mais para a arte do que para uma mera brincadeira

arte de (re)criar a realidade

ontar uma cidade, re-produzir um avião em escala menor, construir um prédio de maquete.

O modelismo ou as famosas minia-turas podem parecer coisa de crian-ça, mas os criadores da realidade em escala reduzida levam esta arte muito a sério. Além de estudo e pesquisa, para se conseguir chegar ao resultado desejado são meses, em alguns casos anos, de trabalho artesanal.

O hobby, ou paixão para muitos, é re-almente coisa de adulto, confirma o proprietário da Passatempo Hobbies e Modelismo, Celso Navarro. “Em um universo de 4 mil clientes, cerca de 100 são menores de 18 anos. Quando falamos de mulher, o número é ainda menor, mas elas estão começando a se encantar pelo modelismo. Outro número crescente é o de pessoas entre 30, 40 anos que quando crianças não tinham interesse e agora podem com-prar as peças e sustentar o hobby.”

Para (re)criar uma realidade minu-ciosamente, as técnicas são as mais variadas e são usados diferentes tipos de materiais para reproduzir algum cenário. Pode-se usar, por exemplo, uma bomba de chimarrão para simu-lar um duto de uma serralheria, como fez o administrador José Balan. “Es-

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Roberto Dziura Jr.

Roberto Dziura Jr. - [email protected]

“As ferroviais foram deixadas para um segundo plano, e a maquete resgata a sua importância”, diz Balan

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Jr.tou sempre circulando em lojas de

‘1,99’ olhando se há algo que possa se encaixar na maquete que estou tra-balhando.” Ele já perdeu a conta de quantas noites ficou sem dormir para solucionar um problema de sua obra de arte.

Atualmente, Balan trabalha na ma-quete da siderúrgica Valene, que pretende resgatar os anos 1940 da si-derurgia estadunidense. Aliás, essa é uma das funções das maquetes, além de obras de arte e o prazer de quem as produz, servem para reconstituir his-toricamente algo.

Foi o caso de uma de suas obras, a Ci-dade Ferroviária, que levou mais de dois anos e meio para ser apresentada e pode ser vista no saguão da empre-sa Serra Verde Express, localizada na Rodoferroviária de Curitiba. Sobre esta maquete que reconstitui a estrada Litorina, Balan explica ter trabalhado em harmonia cromática. “Isso não foi por acaso, só foi possível com muita informação técnica e artística. Uma coisa que se aprende no modelismo é que uma maquete como a Cidade Fer-roviária nunca está 100% concluída.”

regras e escalas

A única regra dessa arte é deixar tudo dentro da mesma escala. “Não se ad-mite que qualquer coisa esteja fora de um tamanho padrão. Chego ao ponto de sair na rua para saber exatamente o tamanho de uma placa, por exemplo. Devido à informação subjetiva, caso algo, por menor que seja, esteja fora da escala, mesmo sem saber, senti-mos um desconforto com a obra”, explica Balan.

Dentro do modelismo podem ser adotadas diferentes escalas. “No mi-litaria (segmentada na área militar), é utilizada 1/32 (cada centímetro da maquete equivale a 32 centímetros do tamanho real). No ferromodelismo (trem) a mais utilizada é a H.O. que é 1/87 ou a N 1/160. Em cada moda-

O desafio da maquete é representar com fidelização o tamanho real, observa Mazon

lidade como nautimodelismo, aero-modelismo ou plastimodelismo é uti-lizada uma determinada escala. Isso vem dos gregos, é a tal da proporção áurea. Dizem que psicologicamente essas escalas dão uma sensação de medida mais agradável”, explica o arquiteto, designer e empresário do ramo de maquetes, Geraldo Mazon.

Comercial

Quando as maquetes são para a arqui-tetura, o processo é o inverso. Elas servem para projetar o que será o empreendimento imobiliário. “Como produto de venda tem um valor agre-gado muito grande, pois passa a no-

ção exata, antecipa o futuro e desper-ta o sonho”, conta Mazon.

Para fazer este tipo de maquete são usa-das, em geral, placas de MDF e nada pode ficar fora dos padrões reais de que o empreendimento será construído. “No meu caso, só terceirizo o corte a la-ser das placas e compro as figuras (pes-soas em miniaturas) e carrinhos, todo o resto é manual, artesanal. O tempo mé-dio para uma maquete ficar pronta é de 25 dias com cinco pessoas trabalhando nela oito horas por dia. Uma das difi-culdades é representar com fidelidade, e tem que usar os materiais de revesti-mentos, as cores exatas e as texturas”, finaliza Mazon.

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EconomiaAutor: Marcio Pochmann

Editora: Boitempo

Arieta Arruda - [email protected] do mês

nova classe média?Depois de muito se falar sobre o fenômeno da Nova Classe Média brasileira, o presidente do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea), o economista Marcio Pochmann, resolveu colocar algumas verdades à prova. O autor se nega a aceitar, por exemplo, o conceito de uma nova classe no País. Para ele, o fato de mais pessoas aumentarem seu poder de consumo não as caracteriza como pertencendo a uma nova classe social. Outras teses na contramão das ideias da maior parte dos especialistas fazem do livro um interessante exercício de análise social e econômica.

Vozes do Paraná (vol.04)O jornalista Aroldo Murá lançou, no mês passado, o 4º volume do projeto Vozes do Paraná. Esta edição traz 19 per-sonalidades que constroem a história paranaense. O registro é vasto, são 400 páginas e mais 500 imagens que retratam parte das memórias dos paranaenses que se destacaram no Estado. Alguns nomes que integram o livro são: Edson Luiz Campagnolo, Francisco Simeão Neto, Mauricio Schulman, Ney Jośe de Freitas, Regina Casillo e Rosicler Hauagge do Prado. O projeto teve início em 2008 e deve continuar resgatando as experiências de mais figuras paranaenses.

recursos HumanosAutores:

Maria do Carmo Schmidt / Pedro Monir Rodermel /

Adriano StadlerEditora: IBPEX

Desenvolvimento Gerencial, Estratégia e CompetitividadeNesta obra, os autores da área de Recursos Humanos propõem estratégias para uma boa gestão no mundo dos negócios. Para isso, vale destacar algumas características que os autores enumeram como sendo de suma impor-tância para obter sucesso nessa área: autoconhecimento, comunicação clara e liderança, além de planejamento e habilidade para lidar com as diferenças. Não apenas volta-da a gestores, a obra levanta questões importantes para o desenvolvimento do profissional no mercado de trabalho.

Colcha de retalhosO jovem autor curitibano Rodrigo Domit traz, nesta obra, uma porção de contos instigantes e de fácil leitura. Assim como o nome indica, o texto é um apa-nhado de retalhos que conquistam o leitor e tem cha-mado a atenção também de críticos. Por isso, a obra já recebeu o Prêmio Utopia de Literatura, em Brasília, e foi finalista do Prêmio Nacional Sesc de Literatura. São 73 textos curtos que também produzem prosas poéticas e crônicas em ritmos e temas heterogêneos. O universo alinhavado é da sociedade contemporânea e de suas inconstâncias.

Memórias Autor: Aroldo Murá Gomes HaygertEditora: Esplendor

ContosAutor: Rodrigo DomitEditora: utopia

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29 DE JUNHONOS CINEMAS

Pop/rockJota Quest Gravadora: Sony Music

Folia & CaosDepois de completar 15 anos na estrada, colecionar 12 álbuns e vender mais de cinco milhões de cópias, a banda mineira Jota Quest chega com gás total e já tra-balha em nova música. A canção “Mais perto de mim” está nas rádios como novo single da trupe. O recém-lançado álbum traz outras inéditas como “Beijos no Escu-ro” e “Tudo está parado”, mas também resgata alguns sucessos. A banda convidou artistas consagrados e outros novatos para participar dessa brincadeira musical. São cantores como Maria Gadú, Seu Jorge, Erasmo Carlos e Ney Matogrosso.

Klezmer Oy DivisionGravadora: Auris Media

The Unternationale: The First UnternationalVocê já ouviu a música em estilo klezmer? É um interessante e animado ritmo mu-sical da cultura judaica. Nascida no Leste Europeu, a sonoridade chamou a atenção no mês passado com a apresentação da banda israelense Oy Division, no Brasil. As canções bem peculiares são embaladas com uma levada forte de instrumentos de corda e acordeão. Não se espante se seu ouvido não conseguir acompanhar tama-nha rapidez nos dedilhados dos instrumentos, o ritmo é forte e envolvente. Muitas músicas são instrumentais, com bastante experimentalismo.

rockRita lee Gravadora: Biscoito Fino

Reza Quem pensou que Rita Lee estava fora do cenário musical brasileiro, se enganou. Após 9 anos com “preguiça” de produzir novidades, a lendária Rita Lee voltou com frescor juvenil e com a irreverência que lhe é peculiar. Trabalha agora no novo álbum “Reza”, para exorcizar seu jejum. O CD possui 14 inéditas canções “cristãs, pagãs, porraloucas, mundanas, nirvânicas, macumbinha caseira, coisa de benzedeira. Tudo gravado na garagem de casa, very rock’n’ roll”, como anuncia a própria ovelha negra do rock nacional.

MPBRoberto Carlos Gravadora: Sony Music e Globo Marcas

roberto Carlos em jerusalémEssa é para a legião de fãs do Rei Roberto Carlos. Tem trabalho novo no ar. Em comemoração aos 50 anos de carreira, foi realizado um show memorável em Jeru-salém, no ano passado. O resultado dessa apresentação está registrado em um CD e DVD, lançado recentemente para coroar a data. As canções, que já embalaram os ouvidos das mais diferentes idades, como “Emoções”, “Como vai você” e “Deta-lhes” integram o repertório de 22 músicas, em um CD duplo. Quem quiser ouvir algumas canções na web poderá fazer download no iTunes.

Arieta Arruda - [email protected] do mês

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66 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

opiniãoCiro Expedito ScheraiberProcurador de Justiça, Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor do Paraná

á são muito conhecidos os malefícios que a ingestão de bebida alcoólica causa no organismo. E os efeitos são imprevisíveis. Em geral, efeitos negativos, já que a bebida faz com que a pessoa diminua o controle de seus próprios atos. Por essa razão, o consumo de álcool

aliado à prática de esportes parece ser impertinente.

Nos estádios, em especial no futebol, agravou-se o quadro de insegurança daqueles que comparecem na condição de torce-dores. Em grande parte, devido ao comércio livre de bebidas alcoólicas, pessoas descomprometidas com o ato único de apoiar a sua equipe, põem-se a ingerir bebidas com álcool. O comportamento descontrolado de torcedores que se lançam à prática de violência moral e física, ou de atos tumultuosos, é causado pelo estado de embriaguez.

A situação atingiu um ponto que as autoridades públicas foram compelidas a adotar medidas necessárias de con-trole. Uma das primeiras foi a proibição da comercialização e consumo de bebida alcoólica dentro dos estádios de futebol. Para garantir a segurança do frequentador da praça desportiva, algumas medidas foram tomadas, como a exigência de laudos de engenharia, entre outras, medidas jurídicas e administrativas também foram necessárias, tais como a instalação de delegacias de polícia dentro dos estádios nos dias de eventos e de juizados espe-ciais criminais.

A vedação da comercialização do consumo de bebidas alco-ólicas nos estádios mediante acordos com os clubes, torcidas e outros envolvidos, levou à sensível diminuição das práti-cas criminosas nos estádios durante os eventos desportivos. Dados estatísticos revelam a diminuição na ordem de 70% das práticas delituosas, das mais diversas dentro dos estádios, com os tumultos sendo contidos. Os torcedores mirins vol-taram a frequentar os estádios, encorajados pelos pais que deixavam de comparecer com receio de levar seus filhos e de sofrer as consequências de atos reprováveis.

A grande maioria da população que aprecia o desporto, princi-palmente o futebol, aplaudiu a iniciativa que chegou a ser con-cretizada no regulamento geral das competições da CBF, para os campeonatos nacionais, e também no estatuto do torcedor.

Tudo evoluía naturalmente, até que o governo, num descom-promisso ético e desdenhoso da soberania nacional, no afã de sediar a Copa do Mundo, comprometeu-se, à revelia dos demais poderes constituídos, em aceitar regras divorciadas da correta evolução da segurança das práticas desportivas, ceden-do a propósitos “comercialescos” de patrocinadores do evento.

O brilho do desporto, que passa uma mensagem de culto à saúde física e mental, ao incentivo de sua prática, restou ofus-cado, pois não se crê que aquele que esteja sentado numa ar-quibancada assistindo a um espetáculo, não seja contaminado com a atitude descomedida do seu vizinho consumindo álco-ol e se comportando de forma deseducada e descontrolada.

E pela voluptuosidade dos interesses políticos, a maioria do Congresso Nacional aprovou recentemente a Lei Geral da Copa, que dentre mui-

tas excepcionalidades ao sistema democrático e jurídico do País, cedeu às imposições da entidade de organização do futebol internacional, fechando os olhos para os interesses maiores da população nacional. São conhecidos os elevados índices de morte, invalidez e lesão daqueles que são vítimas do consumo de bebidas alcoólicas. Nem por isso restaram sensíveis aos esforços que se vêm empreendendo para coibir o consumo irresponsável.

Mas a Copa do Mundo de futebol é passageira. A prática do esporte livre dos interesses comerciais de muitos dos orga-nizadores e administradores ainda é a mais pura escolha do povo brasileiro. E as conquistas nesse campo, duramente gal-gadas, não serão perdidas porque no que depender das insti-tuições comprometidas com o bem-estar social, há de se fazer com que esse atrapalho não comprometa o que é de interesse do verdadeiro torcedor.

jBebidas alcoólicas no Esporte

mas a Copa do mundo de futebol é passageira

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Exercite sua opinião.

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