revista mais automotive 80

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80 R$ 11,50 Mais Automotive ANO 14 #80 Mundo livre A revista do empresário da reparação COMUNIDADE EUROPEIA COMEMORA UM ANO DA NOVA ETAPA DO REGULAMENTO QUE PERMITIU O ACESSO DOS REPARADORES ÀS INFORMAÇÕES TÉCNICAS DAS MONTADORAS. E OS AMERICANOS TAMBÉM ESTÃO ADIANTADOS NA CONQUISTA DOS DIREITOS DA REPARAÇÃO CENTRO AUTOMOTIVO ALAGOANO CONQUISTA PRÊMIO DE COMPETITIVIDADE PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NOVO SERVIÇO PROMETE INTERMEDIAR RELAÇÃO ENTRE DONO DO CARRO E EMPRESAS DE REPARAÇÃO APROVADA LEI QUE REGULAMENTA ABERTURA E FUNCIONAMENTO DAS OFICINAS EM SÃO PAULO MUNDO LIVRE capa automotive 80 FINAL.indd 1 5/7/2011 15:18:19

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A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos,centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.

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Page 1: Revista Mais Automotive 80

80R$ 11,50

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A revista do empresário da reparação

Comunidade europeia Comemora umano da nova etapa do regulamento que

permitiu o aCesso dos reparadores às informaçõestéCniCas das montadoras. e os ameriCanos também estão

adiantados na Conquista dos direitos da reparação

Centro automotivo alagoano Conquista Prêmio

de ComPetitividade para miCro e pequenas empresas

Novo serviço promete intermediar relação

entre dono do carro e empresas de reparação

AprovAdA lei que regulamenta abertura e funcionamento das oficinas em são Paulo

MUNDO

LIVRE

capa automotive 80 FINAL.indd 1 5/7/2011 15:18:19

Page 2: Revista Mais Automotive 80
Page 3: Revista Mais Automotive 80

www.maisautomotive.com.br

Ano 14 #80 2011Distribuição nacional

A revista Mais Automotive é uma publicação bimestral da Editora Novo Meio Ltda., de circulação dirigida aos proprietários de centros automotivos, centros de reparação, concessionárias de veículos nacionais e importados e seus clientes. Tem como objetivo divulgar notícias, opiniões e abordar temas que venham contribuir para o desenvolvimento do setor.

diretor responsável Ricardo Carvalho Cruz

redaçã[email protected]:Claudio Milanrepórteres:Larissa Andrade ePatrícia Malta de Alencar

editoraçã[email protected] gráfico e direção de arte:Sérgio Parise Jr.designer gráfico:Ivan Ordonhaassistentes de arte:Fernando Mekitarian e Priscila Wu

[email protected] comercial:Paulo Roberto de Oliveirarepresentação comercial:Rafael Cury Bergamini ME

[email protected]:Claudia Paulinoestagiária:Alessandra Siqueira

[email protected]

[email protected] Oliveira

[email protected]áclito Kunzendorff

jornalista responsável Claudio Milan (MTb 22.834)

Os anúncios aqui publicados são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes, inclusive com relação à qualidade e veracidade. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores.

AUDITADOPELO INSTITUTO VERIFICADORDE CIRCULAÇÃO

AO LEITOR

diretor geralRicardo Carvalho [email protected]

diretor de redaçãoClaudio [email protected]

diretor comercialPaulo Roberto de [email protected]

fale com a gente

nosso endereçoRua São Tomé, 119 – 11º e 12º andares Vila Olímpia 04551-080 - São Paulo - SPFone/Fax: (11) 3089-0155

RedaçãoDúvidas, críticas e sugestões a respeito das informações editoriais publicadas na revista. Envie releases com os lançamentos de sua empresa e notícias que merecem ser divulgadas ao [email protected]: (11) 3089-0168

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MarketingVincule sua marca aos proje-tos e eventos mais criativos e importantes do mercado de autopeças e reposição. Informe-se sobre reprints das reportagens publicadas na [email protected]: (11) 3089-0159

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Recursos humanosVenha trabalhar com a gente e encontre espaço para mostrar seu [email protected]/Fax: (11) 3089-0155

www.novomeio.com.br

3

Bons exemplos a seguir

Uma das tradições editoriais da Mais Automotive é acompanhar com atenção

os mercados de manutenção de veículos na Europa e nos Estados Unidos para

trazer, sempre que possível, referências para nossos leitores vindas de países mais

maduros. Em edições passadas, já apresentamos reportagens amplas sobre a

reposição automotiva na Alemanha, França e Estados Unidos.

No último mês de junho, completou-se um ano da implantação do chamado

Block Exemption na comunidade europeia e, a partir da comemoração desta

data, decidimos mostrar aos empresários brasileiros da reparação detalhes dessa

regulamentação importante para o aftermarket independente no velho mundo.

Assim sendo, em nossa reportagem de capa você vai saber quais foram os

instrumentos usados na Europa para garantir plena liberdade de escolha aos

proprietários de veículos no momento de realizar a manutenção de seus carros.

Lá, o poder das montadoras não é suficiente para restringir o direito de acesso

a todos às informações técnicas necessárias para a realização dos serviços, bem

como a utilização de peças de reposição do mercado independente. Aproveitando

o tema e para enriquecer ainda mais nosso conteúdo internacional desta edição,

conversamos com lideranças do setor também nos Estados Unidos para saber como

anda o programa “Right to Repair” em terras norte-americanas.

Em ambos os continentes descobrimos um cenário bem mais avançado do

que no Brasil no que se refere à liberdade de escolha dos consumidores e à própria

condição para que os reparadores realizem seu trabalho. Mas, na verdade, não

esperávamos nada diferente disso, pois por aqui ainda damos passos tímidos em

direção a, quem sabe, uma regulamentação tão abrangente quanto a consagrada

na Europa. De qualquer forma, com a apresentação deste conteúdo esperamos

contribuir com a formação de opinião sobre o assunto e com a constatação de que

é possível sair das amarras impostas por setores muito mais fortes e politicamente

organizados que nosso mercado independente.

E uma prova de que a mobilização leva a resultados concretos também está

nas páginas desta Mais Automotive. São Paulo acaba de aprovar a lei que regula a

abertura e o funcionamento das oficinas mecânicas no estado. Você que nos lê há

mais tempo deve se lembrar que o assunto já foi reportagem de capa em 2008 e, na

época, diversas lideranças da reparação de outros estados demonstravam grande

interesse em trabalhar também pela aprovação de uma legislação semelhante em

suas regiões. Pois aí está a referência, pronta e publicada na íntegra nesta edição.

Que a lei das oficinas sirva de motivação para que todos os demais estados

busquem regulamentar seus estabelecimentos de reparação. E que a ações europeias

e norte-americanas pelo amplo direto à reparação sejam exemplo e referência para

que todos os brasileiros possam ter garantida sua plena liberdade de escolha.

Claudio [email protected]

Editorial MA 80.indd 3 4/7/2011 15:41:51

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SUMÁRIO

4

Capa

Sérgio Parise Jr.

NestaEDIÇÃO

06121832425254586063

mais essaiQaadmiNistraçãosiNdirepa-spComportameNtoLubrifiCaNtesserviçospesQuisaautomobiLismomais eQuipameNtos

Alagoano Del Fino Centro Automotivo conquista MPE Brasil Categoria Comércio.

Rede varejista norte-americana AutoZone prepara desembarque no Brasil.

Novo programa de seleção de oficinas para atender a frota

com ar-condicionado.

Regulamentação europeia garante acesso

dos reparadores às informações técnicas.

Centros de reparação priorizam transparência para fortalecer

imagem no mercado.

34

Aprovada em São Paulo lei que

regulamenta funcionamento das oficinas no estado.

24 28

14 20

44

Sumario MA 80.indd 4 13/7/2011 09:49:03

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Untitled-1 1 24/5/2011 08:49:53

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6

mais essa

6

treinamentoCentro de

Com o objetivo de contribuir com a capacitação dos apli-

cadores, a Tecfil montou um centro de treinamento em sua

sede, em Guarulhos (SP). O CT funciona como uma troca de

óleo modelo, ou seja, é equipado com elevadores e maqui-

nário seguindo os padrões de uma supertroca de óleo. Além

disso, possui uma tela para acompanhamento do treinamen-

to, sonorização e sala de espera. No local, existe ainda sala de

protótipos para montadoras. O objetivo do CT é realizar trei-

namentos ao vivo, sanando as dúvidas dos aplicadores com

exemplos reais de uma troca de óleo e filtro.Estrutura do CT corresponde a uma supertroca de óleo completa

Motor do anoUm júri de 76 jornalistas auto-

motivos ao redor do mundo elegeu

o motor 2,5 litros TFSI da Audi como

o “International Engine of the Year

2011” na categoria de 2 até 2,5 li-

tros. O motor ganha o prêmio pelo

segundo ano consecutivo. Desenvol-

vido para os modelos RS 3 Sportback,

o coupé TT RS e Roadster, o motor

tem como destaques tecnológicos

o turbocompressor e a injeção FSI.

Com cilindrada de 2.480 centímetros

cúbicos, produz 340 HP de potência

e torque máximo de 450 Nm.

Amiga da oficinaA Affinia aderiu ao programa Em-

presa Amiga da Oficina, iniciativa do

Sindirepa-SP lançado no ano passado.

O trabalho visa melhorar a formação

técnica dos reparadores através de

treinamentos e palestras gratuitas. As

empresas participantes do programa

também contribuem com informações

para a atualização de banco de dados

do Sindirepa-SP, o CDI, Centro de Do-

cumentação e Informações. Ao aderir

ao programa, as empresas recebem

o selo de identificação do projeto e

passam a integrar uma lista divul-

gada no site da entidade, referência

para consulta de temas relacionados

à reparação. Com uma equipe de 10

técnicos em mecânica automotiva, a

Affinia já ministra cursos de atualiza-

ção e ações de capacitação técnica. Os

profissionais que aplicam as palestras

são técnicos e engenheiros com média

de 20 anos de experiência no merca-

do. Até o final de maio, já haviam sido

treinados mais de cinco mil mecânicos

em todo país. Há ainda treinamentos

específicos para frotistas.

2.5 TFSI da Audi é mais uma vez o International

Engine of the Year em sua categoria

Mais Essa MA 80-2.indd 6 6/7/2011 10:37:57

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nos pneus

Descuido

Um em cada cinco motoristas dos principais mer-

cados latino-americanos dirige seu veículo com pelo

menos um pneu com pressão em média 7 psi abaixo

do recomendado pelo fabricante. Além disso, um em

cada sete motoristas põe sua segurança em alto risco

devido à baixa pressão. Como resultado, a cada ano,

os condutores desperdiçam 100 milhões de litros de

combustível, o que, por sua vez, se reflete em um alto

índice de poluição do meio ambiente com 236 milhões

de quilogramas de CO2 extras. As conclusões são da

pesquisa de segurança da campanha social Torne seu

Carro Ecológico, um programa mundial da Federação

Internacional do Automóvel (FIA) em parceria com

a Bridgestone iniciado em 2008. Foram verificados

10.982 veículos em oito países da América Latina. Veja

outras constatações do levantamento:

• 8% dos pneus revisados mostraram uma profun-

didade de borracha inferior a 2 mm e 3,6% dos pneus

se encontravam perigosamente desgastados, ou seja,

com menos de 1,6 mm de borracha remanescente.

• 38% dos pneus não contavam com a tampinha da

válvula. Ela ajuda a manter o mecanismo da válvula

livre de umidade, do pó e da sujeira, evitando a perda

de ar.

• 85% dos motoristas recorrem aos postos de ga-

solina para conferir a pressão dos pneus, enquanto

só 9% visitam os centros de serviços especializados

em pneus.

• em 25% dos calibradores dos postos vistoriados

pela campanha foi encontrada uma pressão de no míni-

mo 4 psi a menos que nos calibradores profissionais.

Direção

A DHB orienta os profissionais da reparação so-

bre os procedimentos para a passo da troca de óleo

e limpeza do sistema de direção hidráulica. O servi-

ço deve ser realizado a cada 40.000 km rodados.

hidráulica

Qual óleo deve-se usar?

Pode-se utilizar qualquer óleo hidráulico classe

DEXRON II. Mas é preciso ter cuidado para não mis-

turar óleos de diferentes fabricantes.

Como se deve trocar o óleo?

Para se efetuar a troca de óleo e a limpeza do

sistema, é indicado substituir o reservatório de

óleo dos modelos em que não é possível efetuar

a limpeza perfeita do elemento filtrante. Deixe a

mangueira do retorno solta, direcionada à bandeja

coletora, e estanque o tubo de retorno do reserva-

tório. Enquanto um técnico abastece o reservatório

com óleo, outro esterça o volante de batente a ba-

tente com o motor desligado para fazer a sangria

da bomba de direção. Depois de feita a sangria, dê

a partida no motor e siga esterçando o volante de

batente a batente.

Não deixe faltar óleo no reservatório

Após serem consumidos 2,5 litros de óleo, des-

ligue o veículo. Reconecte a mangueira de retor-

no e complete o nível de óleo. Execute o teste de

rodagem. Verifique, então, se não há vazamento.

Esses procedimentos devem ser adotados nos casos

de troca ou reparação de componentes do sistema

hidráulico, como bombas e mecanismos.

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mais essa

8

Lançamentosem série

A Decar, empresa que atua com a marca própria DC

no mercado de autopeças desde 1977, anunciou uma sé-

rie de lançamentos. São novos produtos para as linhas

de cubos de roda e de atuadores hidráulicos e o kit eixo

comando válvulas (93337976) Corsa, Celta e Prisma 1.0

8V 06, todos com motor VHCE Flexpower. Confecciona-

da em aço forjado, a linha de cubos de roda se diferencia

dos produtos em ferro fundido nodular, mais comuns

no mercado. Já os atuadores hidráulicos de embreagem

passam por constante e rigorosa inspeção nos testes de

estanqueidade e de durabilidade. E, para complementar

a linha de kits de eixos de comando, surge o kit eixo co-

mando de válvulas (93337976) Corsa, Celta e Prisma 1.0

8V 06, todos com motor VHCE Flexpower.

A unidade brasileira de aftermarket do grupo Mag-

neti Marelli esteve presente no 28ª edição do Rally della

Marca, o evento mais importante da modalidade na Eu-

ropa. A participação na competição fez parte da come-

moração da venda de cinco milhões de amortecedores

para o mercado brasileiro em 2010. “Esse montante re-

presenta 1/6 da produção mundial do grupo Magneti

Marelli, e absorver tal quantidade demonstra o estágio

de maturidade da economia brasileira, a pujança de nos-

sa marca, o acerto da parceria com nossa rede distribui-

dora e a confiança que o público deposita em nossos

produtos”, comenta Eliana Giannoccaro, presidente de

Aftermarket da Magneti Marelli no Mercosul. A partici-

pação da empresa na etapa de Treviso, norte da Itália,

se deu por meio de um carro comemorativo da equipe

patrocinada pela Magneti Marelli. A empresa “vestiu” o

Citroen C4 WRC e a equipe com as cores laranja e preto

e logotipo Cofap, além da bandeira brasileira no teto.

milhõesCinco

Novidades se destinam a modelos da GM equipados com o motor VHCE Flexpower

Lubrificantecom aditivos

A Draft desenvolveu o óleo lubrifican-

te Synthetic Blend, composto de aditivos

de alta tecnologia para garantir a refri-

geração, evitar a corrosão e desgaste

e limpar o motor do carro. Segundo o

fabricante, o novo óleo Draft Synthetic

Blend proporciona máxima lubrifica-

ção sob altas temperaturas e ainda

contribui para economia de combus-

tível. É indicado para motores a ga-

solina, álcool, GNV e Flex.

Aditivos de alta tecnologia estão na composição da linha Synthetic Blend

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mais essa

10

e fábricaEngenharia

O Grupo BorgWarner construirá uma nova unidade

fabril em Itatiba, interior de São Paulo. A planta também

contará com um moderno Centro de Engenharia. O iní-

cio de atividades está previsto para dezembro de 2012.

Segundo Tim Manganello, presidente e CEO do grupo,

“a nova unidade no Brasil faz parte da estratégia mundial

de crescimento da BorgWarner e estabelece nossa lide-

rança em produtos para motores e transmissões. Com

esta nova unidade seremos capazes de expandir as linhas

atuais, alem de introduzir novas tecnologias e produtos

no país”. A futura fábrica estará localizada a 70 km da

capital paulista, próxima da atual planta, em Campinas.

Em terreno de 100.000 m², numa primeira fase a área

construída será de 20.000 m² – suficiente para atender

os clientes da empresa nos mercados de equipamentos

originais e de reposição, em toda a América do Sul. O

aumento da demanda pelos produtos BorgWarner e

a impossibilidade de ampliação da fábrica em Barão

Geraldo, bairro de Campinas, motivaram a cons-

trução da nova unidade. No ano passado, a atual

planta produziu 300 mil turbocompressores e 270

mil embreagens viscosas e ventiladores. Em 2011,

o aumento previsto é de 15%.

Referência brasileira no ensino da Engenharia Automo-

bilística, a FEI (Fundação Educacional Inaciana) tem tradição

no desenvolvimento de protótipos com propostas para o

futuro do automóvel. Em junho, os formandos do curso de

Engenharia Mecânica Automobilística realizaram a 47ª Expo

MecAut. Entre os projetos exibidos, um minicarro equipado

com dispositivo “kers” mecânico, um sedan compacto com

inovador acionamento do alternador por polia “CVT” para

melhor aproveitamento da potência e economia, e uma pi-

cape com caçamba basculante.

Ideias e ideais

Formandos da FEI mostram suas propostas para o

carro dos próximos anos

O Conselho Nacional de Trânsito

publicou em junho a resolução 384 que

proíbe a instalação de faróis de xênon

nos veículos que não saem com esse

item da linha de montagem. A instala-

ção irregular do produto será passível

de multa no valor de R$ 127,69 e cinco

pontos na Carteira Nacional de Habili-

tação. “A lâmpada de xênon é muito

específica, de base própria, e não mon-

ta em nenhum outro tipo de base e,

mesmo com os tipos de lâmpadas con-

vencionais mais utilizadas (H4, H7, H1 e

H3), é impossível se fazer adaptações”,

diz Lázaro Moraes, gerente de desenvol-

vimento de produtos da Nino Faróis. O

que se faz comumente e adaptar essas

lâmpadas para sistemas de iluminação

que não foram projetados para rece-

bê-las, comprometendo os resultados

e ofuscando a visão dos demais moto-

ristas. Outra consequência das adap-

tações é a ocorrência de problemas no

sistema elétrico do veículo.

xênonLei do

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Page 11: Revista Mais Automotive 80

11

rápidaTrocaA Goodyear lançou o Goodyear Drive, um conceito de

loja pioneiro no Brasil, que oferece tecnologia de ponta

para realizar a troca dos pneus, balanceamento e outros

serviços em cerca de 30 minutos. Em um formato que se

assemelha a um Drive Thru, o Goodyear Drive foi desenha-

do para estar presente em grandes centros urbanos, permi-

tindo agilidade e praticidade no atendimento aos clientes

em locais como postos de gasolina e estacionamentos de

shoppings. A primeira unidade do Goodyear Drive está fun-

cionando em Brasília, operada por um revendedor oficial da

marca. Para realizar o atendimento em tempo recorde, o

Goodyear Drive conta com um modelo enxuto, no qual es-

tão previstos serviços mais práticos e comuns em termos de

utilidade para o veículo. Entre eles, estão: inspeção veicular

(testes para averiguar o alinhamento do veículo, suspensão

e freios), desmontagem, montagem, instalação dos pneus,

balanceamento, análise de emissão de CO2, calibragem

com nitrogênio e alinhamento dos faróis.

O Novo Uno é o destaque do lan-

çamento da Sete Produtora de Vídeos,

pela série VideoCarro. O curso de Inje-

ção Eletrônica do Uno traz dicas sobre

a manutenção nos veículos com motor

1.0 e 1.4 8V EVO. Em duas horas, o DVD

aborda informações sobre a central do

sistema de injeção; localizações, testes

dinâmico e estático sobre os sensores e

atuadores do sistema Magneti Marelli

UnoInjeção do

Sucesso de vendas da Fiat é tema de curso em DVD

7GF com motores 1.0 e 1.4L de 8V;

dicas de procedimentos e reparos

de defeitos mais comuns relativos

ao sistema de injeção eletrônica e

mecânica; dados sobre o sistema de

imobilizador, sistema de alarme ori-

ginal e acessórios, entre outros. O Kit

ainda inclui um manual técnico.

1 – Atendimento

Ao chegar à loja, o motorista insere em

um totem seus dados e as características

do veículo. O sistema identifica as espe-

cificações de pneus adequados para ins-

talação e informa quais são os modelos

Goodyear disponíveis na loja.

2 – Diagnóstico

Na etapa seguinte, é feita uma inspeção

veicular para apurar necessidades de ali-

nhamento, reparos na suspensão, freios

e ajuste de faróis, gerando um relatório

sobre possíveis irregularidades.

3 – Execução dos serviços

Por fim, o motorista conduz o veículo até

a rampa para realizar a troca dos pneus,

balanceamento, análise de emissão de

CO2 e calibragem com nitrogênio.

ETAPAS DO ATENDIMENTO

Mais Essa MA 80-2.indd 11 6/7/2011 10:39:21

Page 12: Revista Mais Automotive 80

12

certificação de oficinas me-

cânicas, centros de repara-

ção automotivos e comér-

cio de autopeças (atacado

e varejo) proposta pelo IQA – Instituto

da Qualidade Automotiva, organismo

de certificação acreditado pelo Inmetro,

criado e dirigido pela Anfavea, Sindi-

peças, Sindirepa e outras entidades do

setor, resulta num processo de melhoria

contínua dos estabelecimentos, decor-

rente da análise de dados coletados na

interação com o cliente.

Este trabalho traz inúmeros benefí-

cios ao empreendimento, sendo o prin-

cipal deles a melhor rentabilidade do

negócio. Basta ter disciplina. O primeiro

passo é criar formulários para registrar

as informações. Quanto mais, melhor,

mas basicamente podemos listar os da-

dos cadastrais do cliente, do veículo,

dos produtos e serviços adquiridos, etc.

E o que fazer com isso? Certa oportu-

nidade visitei um cliente que me mostrou

diversas planilhas, com inúmeras infor-

mações. Estava tudo registrado, inclusive

fichas de reclamações e sugestões, dados

de pós-vendas e garantias. Então ques-

NOTÍCIAS DA QUALIDADE

por José Palacio [email protected]

Indicadores para uma oficina mais rentável

José Palácio, coordenador do IQA

A tionei: “O que você tem feito com isso?”

A resposta foi surpreendente: “Nada...”.

E é aqui que mora o segredo: sa-

ber aproveitar as informações e trans-

formá-las em oportunidades. Hoje, o

empresário precisa ter outra mentalida-

de. Somente coletar bons dados não é

o suficiente. É preciso saber tirar bom

proveito dos indicadores. Com eles, é

possível planejar as ações com maior

acertividade, sem chutes nem experi-

mentos na base da tentativa e erro, que

normalmente apresentam elevado custo

para a empresa e, por isso, muitos dei-

xam de investir em melhorias.

Mas, muitos ainda se perguntam: em

qual momento vou parar para fazer isso?

São muitas informações para analisar.

Pode ser que sim, mas com um pouco de

disciplina é possível fazer tudo. Um pouco

mais de uma hora do dia, em dias alter-

nados, é o suficiente para entender por

que na grande maioria dos serviços de

freios são necessários dois ou três ajustes

posteriores, ou ainda por que clientes de

determinado horário sempre demoram

mais tempo para serem atendidos.

Com os indicadores em mãos, o ges-

tor pode promover ações que facilitam o

trabalho para todos, tendo como resul-

tado melhor rentabilidade do negócio,

tal como melhorias no relacionamento

com os colaboradores, entre outras.

Em se tratando de crescimento pro-

fissional e empresarial o IQA possui

inúmeros treinamentos de qualificação

profissional para a cadeia automotiva.

Conheça agora mesmo o calendário de

treinamentos 2011, acesse: www.iqa.

org.br – link: Treinamentos/Eventos.

IQA MA 80.indd 12 6/7/2011 10:40:36

Page 13: Revista Mais Automotive 80

Untitled-2 1 20/5/2011 15:33:32

Page 14: Revista Mais Automotive 80

14

gestão

14

Ética na práticaÉtica na prática

á duas edições a Mais Auto-

motive abordou em sua repor-

tagem de capa a ética como

base para a construção de um

mercado transparente, capaz de conquis-

tar a confiança do consumidor. Afinal, as

queixas são antigas e muitos clientes já se

sentiram lesados pelos estabelecimentos

que, segundo esses consumidores, ten-

taram lhes “empurrar” peças e serviços

desnecessários. De fato, não é novidade

no mercado que muitas empresas agiram

desta forma ao longo dos anos e criaram

fama de “trocadores de peças”.

Por Patrícia Malta de Alencar [email protected] Fotos Divulgação

HH

Centros de reparação investem em relações transparentes com os clientes e em proteção ao meio ambiente para consolidar imagem positiva no mercado

Em Piraju (SP), a Oficina Quatro

Rodas investe na educação do cliente

Hoje, no entanto, há um movimento

crescente de empresas querendo provar o

contrário. Sem perder de vista um tema

de suma importância para o mercado

da reparação, trouxemos alguns cases

de estabelecimentos que vêm investindo

em atitudes para reverter aquela imagem

negativa do segmento e construir bases

sólidas de confiança entre o cliente e o

prestador de serviços automotivos.

O que será preciso para convencer o

cliente de que ele receberá informações

corretas, pagará um preço justo e que não

será ludibriado de nenhuma forma? Saem

de cena oficinas sujas, desorganizadas e

que jogavam óleo pelo ralo; e entram cen-

tros de reparação que prezam pelo bom

atendimento, pelo reaproveitamento das

peças e pelo esclarecimento do consumi-

dor com relação aos serviços prestados.

EDUCAÇÃO

A estratégia da Oficina Quatro Rodas,

localizada em Piraju (SP), é oferecer um

check-up gratuito e uma aula sobre como

conservar melhor alguns itens automo-

tivos, evitando que o consumidor tenha

prejuízo no futuro. “Eu já estou no ramo

há 20 anos e sei, por experiência, que o

cliente sempre acha que vai ser enganado,

então quanto mais transparência você pas-

sar, mais ele vai gostar”, afirma o proprie-

tário, José Ricardo Faustino, que também

investe em organização e reciclagem para

conquistar seu cliente.

O check-up gratuito inclui 20 itens,

como lâmpadas, extintor de incêndio, óleo,

água, palhetas e outras “coisas rápidas de

checar”. O serviço parece simples, mas é

um plus para o consumidor que se sente

confortável em poder escolher, após uma

Gestão (etica) MA 80.indd 14 6/7/2011 10:43:02

Page 15: Revista Mais Automotive 80

151515

A equipe da Oficina Quatro Rodas: Rogério, Vitor, Douglas e José Ricardo Faustino

Na Nipo Brasileiro a honestidade é a alma do negócio

avaliação gratuita, se quer trocar a peça e

se vai trocá-la naquela loja ou em outra.

Mais interessante para ele, ainda, é a pos-

sibilidade de compreender melhor como

conservar o veículo, não ficando à mercê

do profissional. Os clientes da Quatro Ro-

das recebem dicas sobre a conservação do

motor, do combustível, dos freios, etc. “A

gente ensina a olhar o nível de óleo sema-

nalmente, o filtro de combustível a cada 10

mil km, esse tipo de coisa. Porque se ele

não trocar no momento certo o problema

será bem maior”.

Prestar esse serviço, que está além do

que o consumidor espera, pode ser uma

boa medida para melhorar a imagem da

prestação de serviços automotivos. O clien-

te fica ressabiado porque não entende de

reparação? Então, por que não ensiná-lo?

HONESTIDADE

Já a oficina Nipo Brasileiro possui, além

de um espaço amplo e limpo, um proprie-

tário icônico, já conhecido na Vila Sônia, em

São Paulo (SP), onde está localizada. João

de Oliveira Neves conquistou uma credibi-

lidade invejável junto aos clientes, por uma

característica peculiar de trabalho: ele não

faz orçamento, nem o que o cliente solicitar,

mas sim o que for preciso para resolver o

problema do veículo. É preciso confiar na

sua honestidade e, segundo ele, de 500 a

700 clientes por mês confiam. “Não sei se

estou certo ou errado, mas eu preciso ex-

perimentar o carro e só aí vou saber o que

tenho que fazer. O cliente chega com um

barulho e já quer saber quanto vai gastar. Eu

posso até dar uma estimativa, mas às vezes

eu calculo errado. Acho que o problema é

a borboleta, pego uma no estoque e colo-

co. Se não for isso, eu arranco a borboleta

e faço outro serviço. Então o cliente tem

que confiar no mecânico e deixá-lo resolver

o problema, não chegar aqui dizendo que

quer limpar o bico porque a carro está fa-

lhando. ‘Quer que eu limpe o bico, eu lim-

po, mas o problema é só a vela e o cabo de

vela’”, diz Neves, lembrando as discussões

que tem com os clientes novatos.

Segundo o empresário, ao fazer um

orçamento, ele se sente limitado à previsão

dada. “Você não tem condições de traba-

lhar”, diz, ao perceber que o motivo de um

barulho, por exemplo, não era aquilo que

achou que era inicialmente. “Então o clien-

te vai embora com o barulho?”, questiona.

Ele não vê sentido em ter o seu trabalho

HONESTIDADE

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Page 16: Revista Mais Automotive 80

16

gestão

16

restrito e não resolver o problema. “Meu

pensamento é diferente do de todo mun-

do, até da lei, que exige que eu forneça o

orçamento. Mas o cliente tem que acredi-

tar em mim, e se ele acreditar, aí eu tenho

que ser mais correto ainda”.

Neves protege os clientes até da even-

tual falta de ética de outras oficinas. Se o

carro vier de outro estabelecimento, onde

o cliente gastou dinheiro e não resolveu

o problema, ele manda voltar lá para re-

solver: “Eu falo: volta no seu mecânico e

manda tirar o amortecedor que o que você

quer é resolver o problema que ainda está

lá depois que ele trocou essa peça”. Mas

a maioria não quer voltar em um lugar

onde já percebeu que não pode confiar e

acaba pedindo para Neves mesmo resol-

ver. “Isso ocorre muitas vezes”, diz.

Com mais de 30 anos de experiência,

João Neves prega a transparência e hones-

tidade no trabalho de forma radical. Ele

já passou até por situações em que ligou

para o cliente porque percebeu que co-

brou errado o valor do serviço, ou porque

um funcionário errou o código da peça ou

cobrou uma peça a mais: “Eu ligo e aviso

que o cliente tem um crédito de ‘tanto’ e

Carlos Alberto, diretor-executivo da Caçula de Pneus

que se quiser pode passar para pegar o di-

nheiro ou usar em outro serviço. A gente

trabalha em cima desse sistema”.

CERTIFICAÇÃO

Para a rede paulista de oficinas

Caçula de Pneus, a sacada foi mostrar

para o cliente que a empresa tem res-

ponsabilidade ambiental. Há três anos

eles lançaram o Selo de Destinação

Ambientalmente Correta (Sedac), que é

uma autocertificação da empresa, dada

aos consumidores, para que eles saibam

que os resíduos deixados na loja, como

pneus, baterias e peças dos sistemas de

suspensão e freio, serão destinados cor-

retamente. Seja pelo reaproveitamento,

pela reciclagem ou pela correta disposi-

ção final, de acordo com o que dispõem

os órgãos de proteção ambiental.

As baterias são recolhidas pelos próprios

fabricantes, por meio da cadeia de logística

reversa; os pneus – mais de 40 mil unidades

por ano – são triturados e a borracha pode

ser aplicada em diversos usos; o óleo é en-

caminhado para empresas que o refinam,

transformando-o em óleo próprio para

uso novamente; e freios, amortecedores e

suspensões são encaminhadas para recicla-

dores que os fundem, permitindo a reutili-

zação do metal. Até plásticos e papéis, das

embalagens dos produtos e do escritório da

oficina, são destinados à reciclagem.

Carlos Alberto, diretor-executivo da Ca-

çula de Pneus, explica que parte desse pro-

cesso de logística reversa a empresa já fazia

há muito tempo, tendo começado com os

pneus. O que mudou foi a exposição da

iniciativa. “Criamos o selo para o cliente

perceber essa operação. Antes ele não ti-

nha preocupação com o resíduo”. Hoje a

reciclagem abrange qualquer peça retirada

dos veículos, mesmo que não tenha sido

Nova identidade do Sedac, da Caçula de Pneus, traz um tucano como

símbolo de sustentabilidade

O padrão de oficina verde será implantado na rede Pirelli inteira, a Caçula foi só o projeto piloto

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Page 17: Revista Mais Automotive 80

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Douglas Linares Flinto, fundador e diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios

comercializada pela rede. “No começo, não

pensamos nessa hipótese. Mas desde mar-

ço deste ano estamos aceitando tudo”.

Segundo Alberto, o selo, que hoje é

gerenciado pelo Instituto Brasileiro de Di-

reito Ambiental, está quase pronto para

ser auditado. “O selo já foi percebido pelo

mercado, só falta uma métrica de quanti-

dade adequada para que ele seja audita-

do”, afirma. E o consumidor, certamente,

foi conquistado. “Explicamos para cada

cliente o que fazemos com o resíduo que

ele deixa na oficina, mostramos que te-

mos essa preocupação e ele passou a dar

valor para quem faz e quem não faz. É

um tema que está sendo bem recebido.

O selo foi totalmente reconhecido. Mas o

valor entra no brand da marca, não consi-

go quantificar o retorno do investimento.

No entanto, tenho certeza que gera uma

fidelização dos meus clientes”.

A rede também se preocupa com o

consumo de energia e de água e otimiza

o uso desses recursos no dia a dia das ofi-

cinas. “O padrão de oficina verde será im-

plantado na rede Pirelli inteira, a Caçula foi

só o projeto piloto”. Existe previsão de ex-

pansão do selo para fora da rede também,

para pequenas e grandes oficinas. A ideia

é que mais lojas possam fazer uso do Se-

dac. “É nossa missão conquistar a confian-

ça do consumidor em soluções automoti-

vas. Para ele lembrar da gente, reforçamos

na imagem da empresa que trabalhamos

com ética, qualidade e preocupação so-

cioambiental. Queremos ser escolhidos da

mesma forma que ele escolhe seu dentis-

ta: para a vida toda, aquele que é indicado

para um familiar ou para um amigo”.

Essa também é a opinião do especialista

Douglas Linares Flinto, fundador e diretor-

presidente do Instituto Brasileiro de Ética

nos Negócios. Segundo Flinto, a prestação

de serviços automotivos já sofreu uma me-

lhora em relação aos preços cobrados, mas

agora precisa conquistar seus clientes pela

qualidade e excelência dos serviços presta-

dos. “Principalmente, pela integridade de

conduta na condução dos negócios, ou seja,

os empresários têm que saber que o cliente

de hoje, sendo bem tratado, recebendo um

serviço de qualidade e extremamente ho-

nesto, será o cliente de amanhã e também

indicará esta empresa para seus conhecidos:

a antiga, famosa, eficaz e sem custo algum:

‘propaganda do boca a boca’”.

Já dizia o ditado popular: “levam-Identificação antiga do Sedac, com uma arara-azul

Na Caçula de Pneus, tudo é reciclado ou reaproveitado, das autopeças ao papel do escritório

se anos para construir uma relação de

confiança, mas segundos para destruí-

la”. Para se diferenciar nesse mercado,

portanto, é preciso levar a questão a

sério. “A correção na imagem da pres-

tação de serviços já tem sido observa-

da por muitos empresários. Mas para

acabar de vez com a cultura desonesta

do passado, haverá a necessidade de

investimento no caráter do negócio,

ou seja, em honestidade, integridade,

correção de conduta e ética. Desta

forma, os bons empresários terão seus

negócios perenes. Já os maus, perece-

rão”, afirma Flinto.

Gestão (etica) MA 80.indd 17 6/7/2011 10:45:19

Page 18: Revista Mais Automotive 80

ADMINISTRAÇÃO

18

www.anthropos.com.br

Luiz Marins

onheço pessoas que passam boa par-

te do tempo de trabalho falando do

que fazem, do que sabem, do que fi-

zeram, do que ajudaram e de quanto são ocupadas

e importantes. Fazem autopromoção o tempo todo.

Falam alto sobre uma tarefa que vão realizar. Falam

alto quando terminam, enfim parecem verdadeiros

sistemas de alto-falantes dentro da empresa a alar-

dear o que estão fazendo e o que irão fazer. Esse

excesso de autopromoção se volta contra elas pró-

prias, pois acabam fazendo um papel ridículo de se

achar uma pessoa insubstituível.

Geralmente essas pessoas também são muito críticas

de seus colegas de trabalho. Segundo dizem, só elas

trabalham, só elas são ocupadas, só elas são impor-

tantes. Mas o mais interessante é que elas não falam

diretamente. Elas passam o dia todo dando indiretas

em seus colegas, com frases como “fico irritado(a)

com gente folgada...” ou ainda “tem gente que pa-

rece que nasceu cansado(a) e não quer saber de tra-

balhar” e outras frases do gênero.

Essas pessoas quase sempre são bajuladoras de che-

fes. Quando o chefe pede alguma coisa elas correm

na frente de seus colegas para fazer primeiro, não

dando chance às outras pessoas para que façam esse

atendimento. E, mais uma vez, alardeiam a sua pron-

tidão, indiretamente chamando os seus colegas de

lentos, preguiçosos, etc.

Na verdade existe um verdadeiro bullying também

no ambiente de trabalho. Pessoas que intimidam

outras e criam situações de constrangimento psico-

lógico que torna o ambiente de trabalho insuportá-

vel às suas vítimas.

Estou escrevendo sobre isto porque tenho visto que

pessoas mais introvertidas que fazem as coisas sem

alarde muitas vezes têm sido esquecidas em promo-

ções, pois muitos chefes caem na armadilha das que

alardeiam tudo o que fazem. Tenho visto empresas

perderem pessoas excelentes por se sentirem absolu-

tamente sufocadas num ambiente hostil.

O bullying também pode ocorrer por excesso de brin-

cadeiras de mau gosto, piadinhas sem graça, gozações

que não param. As pessoas que são alvos constantes

dessas brincadeiras se sentem muito mal e com razão.

É preciso acabar com o bullying na empresa, pois

ele existe. É preciso que todos os níveis de chefia

estejam atentos para que, devido a esse tipo de

comportamento de alguns, a empresa não perca

seus melhores talentos.

Pense nisso. Sucesso!

C

O bullying no ambiente

de trabalho

Luiz Marins é diretor da Anthropos Consulting

Marins MA 80.indd 18 4/7/2011 15:18:41

Page 19: Revista Mais Automotive 80

Job: 266366 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 266366-20946-Fiat-An Palio Reparadores-20.5x27.5_pag001.pdfRegistro: 36846 -- Data: 11:50:06 18/07/2011

Page 20: Revista Mais Automotive 80

20

reparação

exemplo

A empresa alagoana Del Fino Centro Automotivo conquista

prêmio nacional de competitividade e transforma-se em exemplo de

gestão para o mercado de reparação

Por Robson [email protected]

Fotos Divulgação

George Delfino (dir.) recebe prêmio de Responsabilidade Social

Reparacao MA 80.indd 20 6/7/2011 11:54:11

Page 21: Revista Mais Automotive 80

21

rgulho para o nordeste, exem-

plo para as empresas de re-

paração de todo o país. A

conquista do Prêmio de Com-

petitividade para Micro e Pequenas Empre-

sas – MPE Brasil Categoria Comércio – pelo

alagoano Del Fino Centro Automotivo é

feito que engrandece e motiva o segmen-

to de reparação automotiva. O empresário

George Delfino do Nascimento, que há sete

anos atua no mercado alagoano, transfor-

mou o velho conceito de oficina mecânica e

evoluiu para centro automotivo. “É preciso

transformar ideias e ideais em ações concre-

tas. Sempre pensei em administrar de forma

moderna. Apesar de sermos uma empresa

familiar, temos uma visão realista do merca-

do. É preciso reinventar. Utilizamos maqui-

O Fachada da loja Del Fino

petitividade com foco na gestão

da excelência, produtos e servi-

ços de qualidade, e atitudes ino-

vadoras. “É fundamental aliar

método, ferramentas de qua-

lidade, criatividade e inovação

para se diferenciar no merca-

do”, avalia o empresário. Para a sócia Teresa

Adalgisa Delfino Arraes, receber o prêmio foi

um reconhecimento rápido de um trabalho

desenvolvido com muito esforço. “Estamos

no mercado há poucos anos e a premiação

nos dá a certeza de que estamos fazendo

O MPE Brasil é uma realização do Sebrae em parceria com o

Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacio-

nal da Qualidade (FNQ). Nesta edição, a 8ª, obteve 99 mil ins-

crições, recorde desde sua criação. A premiação reconhece as

micro e pequenas empresas por uma gestão de qualidade com

foco na produtividade e competitividade. A avaliação é feita com

base nos critérios de excelência da FNQ – Fundação Nacional da

Qualidade: liderança, estratégias e planos, clientes, sociedade,

informação e conhecimento, pessoas e processos.

Luiz Barretto, presidente do Sebrae, ressaltou a forte vocação

empreendedora do brasileiro e destacou o cres-

cimento de mais de 50% do número de inscrições,

este ano, no MPE Brasil. Ele enfatizou que os temas

inovação e modernização da gestão têm papel

fundamental para o país, especialmente neste mo-

mento em que seu crescimento é notável e sólido.

“Este prêmio é um estímulo para que nos tornemos

cada vez mais sustentáveis e competitivos”, disse.

Jorge Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau

e do MBC, destacou a importância de se investir em educação e no

compromisso de toda a sociedade e mercado com a sustentabilida-

de. “Praticamente todas as empresas nascem pequenas e, depois,

crescem. A exigência da evolução da competitividade e do mercado

nos leva a estar nos capacitando constantemente”, salientou.

De acordo com a especialista em Engenharia da Qualidade e Marke-

ting, Poliana Santana, é fundamental que haja um alinhamento entre

os objetivos pessoais e empresariais. “Toda empresa é constituída de

pessoas. É fundamental que essas pessoas estejam motivadas e que

possuam objetivos comuns dentro da organização”, explica.

O prêmio

Diretores e funcionários da Del Fino com o prêmio do 1° lugar do MPE Brasil - Etapa Estadual

nários com alta tecnologia, investimos nos

nossos colaboradores e estamos preocupa-

dos com o desenvolvimento sustentável”.

O Del Fino integra projetos desenvolvi-

dos pelo Sebrae Alagoas e tem conseguido

aumentar seu padrão de qualidade e com-

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Page 22: Revista Mais Automotive 80

22

reparação

Empresas:

Estar presente

Participar das ações estabelecidas no projeto

Fornecer informações

Realizar os ajustes indicados pelos consultores

Contribuir para melhoria constante do projeto

Sebrae Alagoas:

Realizar as ações previstas no projeto

Guardar sigilo acerca das informações fornecidas

pelas empresas

Divulgar dados das 20 empresas de forma generalizada

Contratar consultores credenciados

Associação Comercial de Maceió:

Realizar as ações previstas no Projeto

Mobilizar sempre que preciso as empresas

Substituir a empresa desistente por outra

Estudos e oficinas dentro das empresas:

Liderança

Estratégias e planos

Clientes

Pessoas

Informações e conhecimento

Processos

Sociedade

Resultados

Ensinamentos e fundamentos da excelência:

Visão sistêmica

Aprendizado organizacional

Agilidade

Inovação

Liderança e constância de propósito

Visão de futuro

Foco no cliente e no mercado

Responsabilidade social

Gestão baseadas em fatos

Valorizações das pessoas

Abordagens por processos

Orientações para resultados

O projeto e o compromisso dos participantes

certo. Acreditar no que se faz é ter resultado

garantido. Esse é o nosso lema”, afirma.

ExiGêNCiAS

Na visão dos administradores do centro

automotivo Del Fino, a gestão competitiva

significa basicamente que, para se manter

atuante no mercado, toda empresa tem que

possuir capacidade para absorver, modificar

e se adequar às constantes e crescentes exi-

gências de seu setor, mantendo a qualidade

de serviços e produtos, sendo socialmente

justa, ambientalmente adequada, economi-

camente viável, e seguir sempre em busca

da excelência competitiva. Para tanto,

George Delfino acredita na motivação pes-

soal e tem se preocupado com a conscienti-

zação e treinamento de seus colaboradores.

Por isso, registra alto nível de satisfação entre

eles. “Procuramos aplicar os ensinamentos

que adquirimos e investimos na qualificação

profissional”, garante o empresário.

A Del Fino participou das ações de

incentivo à competitividade, qualidade,

gestão, inovação e produtividade para

auxiliar no desenvolvimento das micro

e pequenas empresas, promovidas pela

Rede de Cooperação Brasil em parceria

com o Sebrae-AL, impulsionou a implan-

tação do seu Modelo de Gestão Compe-

titiva e, por consequência, otimizou a or-

ganização de seus processos de gestão.

Com isso, mudou seu modelo de ad-

ministração de forma acentuada, retraba-

lhando estratégias e planos, informação e

conhecimento, e processos. “Melhoramos

nossa gestão no que tange à liderança, aos

clientes, pessoas, sociedade e resultados.

Também elaboramos, de forma mais orga-

nizada e consistente, nosso plano de negó-

cio, nosso planejamento estratégico; deli-

neamos de forma mais clara nossa missão,

visão e valores, com a participação de todos

os colaboradores; e observamos maior inte-

gração e interação dos colaboradores face

sua participação nas diversas ações estraté-

gicas da empresa”, relata Delfino.

Reparacao MA 80.indd 22 6/7/2011 11:55:53

Page 23: Revista Mais Automotive 80

23

EMPREENDEDORiSMO

O prêmio de competitividade para mi-

cro e pequenas empresas tem o propósito

de estimular a busca permanente da exce-

lência e obtenção de melhores resultados

pelas empresas. Foi através da premiação

que a FNQ – Fundação Nacional da Quali-

dade estabeleceu os critérios que tornam

as empresas competitivas e as fazem per-

manecer no mercado se desenvolvendo e

concorrendo, em igualdade com merca-

dos cada vez mais globalizados.

No caso da Del Fino, o programa avaliou

a atitude empreendedora do empresário, a

partir de atributos e características pessoais;

a gestão praticada pela empresa, a partir de

requisitos que representam critérios das or-

ganizações consideradas como referência;

e os resultados obtidos pela empresa. “A

importância da padronização dos processos

e do desenvolvimento de registros e indica-

dores permite à empresa que as tomadas

de decisão sejam sobre resultados e não de

maneira intuitiva”, comenta Delfino.

O empresário lembra que seu centro

automotivo participa dos prêmios MPE

desde 2008 e somente

em 2010 foi reconhecido

e premiado nas etapas

estadual e nacional. Ele

explica que o Sebrae de

Alagoas, em conjunto

com a Associação Comer-

cial de Maceió, dentro do

seu Projeto Empreender e

cumprindo sua missão de

promover a competitivi-

dade e o desenvolvimen-

to sustentável das micro

e pequenas empresas

e fomentar o empreen-

dedorismo, selecionaram o segmento de

autopeças e reparação para a aplicação

do projeto aprovado pelo Sebrae nacional,

levando em consideração a existência do

Autoser, um núcleo organizado do setor.

“A partir do Projeto Empreender, da Asso-

ciação Comercial de Maceió, o Núcleo de

Autopeças Autoser criou um comitê que

A Del Fino desenvolveu sistemas de gestão para:

Definição de negócio

Missão, visão e valores da organização

Planos de ação

Indicadores de resultados

Agrupamento e identificação das necessidades dos clientes

Sistematização de pesquisas de satisfação de clientes

Análise crítica e feedback das reclamações dos clientes

Elaboração de Plano de Conduta Socioambiental sobre os aspectos e impactos negativos

à sociedade e ao meio ambiente, bem como plano de ação corretiva para tais impactos

Desenvolvimento de uma política de responsabilidade social na organização

Elaboração de um sistema de tratamento de informações

Desenvolvimento de procedimentos padronizados para os processos da organização

Os sistemas

identificaria as diversas etapas de implanta-

ção do Projeto Autopeças”, diz Delfino.

O compromisso era a qualificação das

lojas de autopeças e serviços automotivos

para aplicação da excelência competitiva,

contribuindo para o aumento da com-

petitividade de forma sustentável, aliada

à cooperação e à responsabilidade so-

cioambiental, com foco na melhoria da

eficiência na gestão empresarial; no apri-

moramento da gestão produtiva e dos

processos; na conquista de novos merca-

dos; no fortalecimento da cooperação; na

melhoria e desenvolvimento de equipes

de funcionários; na melhoria da gestão

ambiental; e na melhoria do desenvolvi-

mento social sustentável. “Participar do

Projeto Autopeças foi fundamental para o

sucesso alcançado”, define Delfino.

George Delfino com seus prêmios de competitividade

Reparacao MA 80.indd 23 6/7/2011 11:56:08

Page 24: Revista Mais Automotive 80

24

negócios

24

Mercado

número de veículos que

saem de fábrica com ar-

condicionado saltou de

um milhão em 2004 para

três milhões no ano passado nos

mercados brasileiro e argentino, se-

gundo estudo feito pela Delphi. As-

sim como outros opcionais, como

direção hidráulica e travas elétricas,

o ar-condicionado é cada vez mais so-

licitado no momento da aquisição de

um automóvel novo. Com a demanda

crescente, os preços caíram, levando à

manutenção desse ciclo.

Se a frota equipada com ar-condi-

cionado cresce, também aumenta a ne-

cessidade por serviços de manutenção

Por Larissa [email protected]

Fotos Divulgação

OSindirepa seleciona oficinas com serviço de climatização. Programa visa

garantir ao cliente serviço de qualidade na manutenção do ar-condicionado

em aquecimento

e reparação do sistema. Mas nem todos

os motoristas sabem que o ar-condi-

cionado demanda manutenção a cada

seis meses e tampouco conhecem os

cuidados necessários para a realização

do serviço, que conta desde 2008 com

uma norma ABNT.

Para garantir que o cliente tenha

acesso a um serviço adequado e tam-

bém com o propósito de preparar os

estabelecimentos independentes para

aproveitar o potencial de negócios ge-

rado pela expansão da frota equipada

com os climatizadores, o Sindirepa-SP

criou o Programa de Seleção de Oficinas

de Climatização, seguindo o sucesso do

Programa de Seleção de Oficinas para

Atendimento Pós e Pré-Inspeção, que

já possui mais de 300 empresas cadas-

tradas. “É uma forma de prestação de

serviços ao consumidor e, por ter dado

certo, resolvemos ampliar a iniciativa

para outras especialidades das oficinas

para oferecer atendimento diferencia-

Ar-condicionado deve passar por

manutenção a cada seis meses

Negócios MA 80.indd 24 6/7/2011 10:55:11

Page 25: Revista Mais Automotive 80

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do ao motorista que precisa re-

parar o seu veículo em uma ofi-

cina de confiança, consultando

o site do Sindirepa-SP para isso.

Existem estabelecimentos que

só são especializados em ar-

condicionado e outros que fa-

zem também diversos tipos de

serviços. O estado de São Paulo

possui 15 mil oficinas, mas não

temos dados detalhados sobre

os serviços prestados em cada

uma delas. É um trabalho mui-

to detalhado que exige pesqui-

sa minuciosa de campo”, expli-

ca o presidente do Sindirepa-SP,

Antonio Fiola.

PrEvENçãO

Poucos motoristas sabem,

mas também é preciso reali-

zar a manutenção preventiva

do ar-condicionado, confor-

me conta Flavio Luiz de vas-

concelos Santos, proprietário

da Friovel e coordenador da

Câmara de Ar-Condicionado

do Sindirepa-SP. “De revisão

preventiva, temos o filtro de

pólen/cabine, que tem a fun-

ção de filtrar o ar que circula

no carro. Se você não troca a

cada seis meses, o sistema co-

meça a ter odores desagradá-

veis. E também é feita a higie-

nização com ozônio ou outro

bactericida quando se troca o

filtro”. Além disso, as oficinas

também cuidam da reparação

quando o sistema tem algum

problema ou para de funcio-

nar. Santos conta que para as

oficinas especializadas, a saída

de veículos da fábrica já com

o item é uma faca de dois gu-

mes, pois elas perdem a opor-

tunidade de faturar com a ins-

talação no carro usado, mas

ganham no maior volume de

manutenção e reparação.

Para realizar esses serviços, é

necessário seguir a norma ABNT

15629, de 2008, que estabelece

que o profissional responsável

pelo serviço deve ter curso de

qualificação profissional em cli-

matização e deve, assim como

o estabelecimento, ser cadas-

trado no IBAMA. A oficina tem

que contar com equipamentos

como recolhedor/reciclador de

fluidos refrigerantes CFC r12 e

HFC r134a, cilindro graduado

para recarga de fluido refrige-

rante específico para cada tipo

de fluido, detector de vazamen-

tos para esses fluidos, conjuntos

de manômetros para os fluidos

já citados, entre outros.

Exatamente por conta de

todas essas exigências, o Pro-

grama de Seleção irá garantir

um serviço de qualidade para

o cliente e uma concorrência

mais justa para todas as ofici-

nas que seguem as regras.

MEIO AMBIENTE

A questão do ar-condi-

cionado vai muito além do

conforto do motorista e pas-

sageiros do veículo e está

Os estabelecimentos que desejem participar do

Programa de Seleção de Oficinas de Climatiza-

ção devem apresentar:

- Emissão de Declaração de Conformidade devidamente assi-

nada de acordo com a NBR ISO/IEC 17050-1, onde constam

os requisitos necessários de participação. Devem possuir os

equipamentos/ferramentas que constam da norma ABNT NBR

15629:2008 (Veículos rodoviários automotores – Manutenção

em Sistema de Ar-Condicionado).

- Ter um profissional treinado e capacitado no curso de

climatização da Escola Senai ou curso com conteúdo

programático similar.

- Possuir conhecimento das legislações vigentes refe-

rentes à climatização (Resoluções Conama 367/2000,

340/2003 e Instrução Normativa Ibama 37/2004).

- Oficina deverá possuir a Norma ABNT NBR 15629:2008

(Veículos rodoviários automotores – Manutenção em

Sistema de Ar-Condicionado).

- Cadastro no IBAMA.

- Autorização por escrito para a divulgação de seus dados

no portal do Sindirepa-SP para consulta do consumidor.

- Ser associada ao Sindirepa-SP.

- Assinar uma declaração de conformidade, assumindo o

compromisso que está apto para reparar veículos nessa

especialidade, com profissional gabaritado e equipamen-

tos que permitem fazer o reparo.

O que é necessário para participar?

Negócios MA 80.indd 25 6/7/2011 10:56:32

Page 26: Revista Mais Automotive 80

26

negócios

26

diretamente ligada à saúde e ao

meio ambiente. Isso porque o apa-

relho funciona com gases que não

podem ser lançados diretamente na

atmosfera. Caso isso aconteça, há

danos para a camada de ozônio e,

consequentemente, à saúde de to-

dos. Por conta disso, o Conama esta-

beleceu a resolução 340, que proíbe

a liberação de substâncias controla-

das (CFC-12,CFC-114, CFC-115, entre

outras) na atmosfera em qualquer

processo de retirada ou de comer-

cialização dessas substâncias, como

é o caso do ar-condicionado.

Para atender às mudanças na legis-

lação, os fabricantes de equipamentos

de manutenção do sistema de clima-

tização vêm lançando produtos que

permitem a recuperação e reciclagem

do ar-condicionado que está no veícu-

lo, uma solução positiva para o meio

ambiente e também para o bolso, já

que o custo pelo gás refrigerante é

alto e pago por quilo. Segundo o pro-

prietário da Friovel, é aí que entra a

concorrência desleal. “Infelizmente,

hoje o gás que vai no ar-condicionado

está cada vez mais caro em função do

preço da matéria- prima aumentar no

mundo inteiro. Tem outro produto no

mercado, indicado para linha indus-

trial, que alguns profissionais vendem

como carga de r134, seja por falta de

informação ou por má-fé”. Esse produ-

to, mais barato, agride o meio ambien-

te em caso de vazamento. E, se ocorrer

um vazamento, isso significa que ele já

danificou alguma peça do sistema.

A iniciativa do Sindirepa-SP con-

ta, inclusive, com o apoio da Secreta-

ria do verde e do Meio Ambiente de

São Paulo, conforme conta Fiola. “A

preocupação com o meio ambiente

já acontece há anos e o Sindirepa-SP

vem trabalhando para realizar esse

trabalho para recolhimento do CFC

retirado dos veículos. O Programa de

Seleção de Oficinas de Climatização

exige o cumprimento da norma ABNT

NBr 15629/2008 que visa permitir que

o consumidor possa escolher oficinas

que prestam serviço de qualidade nes-

sa área, facilitando a consulta, além de

contribuir para melhorar a imagem do

setor perante a sociedade e aproximar

o reparador associado à entidade do

consumidor final, o dono do carro”,

O presidente do Sindirepa paulista

explica que não há meta em relação

ao número de oficinas participantes,

mas em dois meses já são 12 cadastra-

das. Ele ressalta que a iniciativa é aber-

ta tanto para as especializadas como

aquelas de manutenção geral – desde

que atendam todas as exigências, já

que, segundo ele, “não existe mais es-

paço para amadorismo”.

Manutenção inadequada do ar-condicionado gera problemas ao meio ambiente

Giu

llian

o Ri

ccia

rdi

Tem outro produto no mer-cado que algns profissionais

vendem como carga de R134, seja por falta de informação ou por má fé

Flavio Luiz de vasconcelos Santos

Negócios MA 80.indd 26 6/7/2011 10:57:49

Page 27: Revista Mais Automotive 80

Untitled-2 1 20/5/2011 15:42:28

Page 28: Revista Mais Automotive 80

28

mercado

28

ma das maiores redes mun-

diais de varejo de autopeças

e acessórios está de malas

prontas para desembarcar no Brasil. A

norte-americana AutoZone já prepara,

com equipe própria, seu ingresso no mer-

cado nacional, com início de operações

previsto para 2012. Todas as negociações

transcorrem em sigilo, mas a reportagem

da Mais Automotive conseguiu antecipar

informações – extraoficiais – importantes

sobre a estratégia de implantação da pri-

meira grande rede internacional de lojas de

componentes automotivos a desembarcar

em nosso país.

Não é de hoje que o potencial do mer-

cado brasileiro de manutenção de veículos

desperta o interesses das grandes redes do

exterior – e o mercado de reparação sabe

bem disso. No final da década de 90 do

século passado, as gigantes norte-america-

nas Midas e Precision Tune desembarcaram

aqui com planos ambiciosos. Cada uma

pretendia instalar cerca de 1.000 unidades

UPor Patrícia Malta de Alencar e Claudio Milan

[email protected] Arquivo Novo Meio

O gigante

Maior rede norte-americana de varejo

de autopeças está em processo de instalação

no Brasil e tem tudo para balançar o mercado

vem aí

Mercado MA 80.indd 28 6/7/2011 11:04:32

Page 29: Revista Mais Automotive 80

292929

30 anos de história

A AutoZone, que tem sede no estado norte-americano do Ten-

nessee, comemorou 30 anos em 2009 com um crescimento de

fazer inveja a qualquer empreendedor. São mais de 4.600 lojas

próprias, nos Estados Unidos, México e Porto Rico. Desde 1999

a empresa faz parte da Fortune 500, lista que traz anualmente o

ranking das maiores empresas do país. No ranking publicado em

2011, ficou na 322ª colocação, com receita de US$ 7.362,6 mi-

lhões e lucro de US$ 738,3 milhões – em 2010 a empresa estava

apenas sete posições abaixo. Com capital aberto, suas ações são

negociadas na Bolsa de Valores de Nova York desde 1991.

A rede possui milhares de produtos em seu portfólio, de peças

novas ou remanufaturadas a acessórios, óleos lubrificantes e

itens de manutenção para automóveis, utilitários e comerciais

leves. A AutoZone possui marcas próprias, como a Valucraft e

a Duralast, mas a maioria dos produtos revendidos é adquirido

diretamente da indústria. O público-alvo é o consumidor final,

mas reparadores também podem adquirir produtos com uma

política comercial diferenciada.

num prazo de aproximadamente 10 anos.

No entanto, as iniciativas fracassaram.

Muitas foram as razões para o insucesso,

entre elas a total inabilidade para lidar com

as características e até a informalidade do

mercado brasileiro, além do formato de

franquia, que atraiu essencialmente inves-

tidores, executivos sem nenhuma familiari-

dade com o aftermarket automotivo.

Para não cometer erros como os que

inviabilizaram a competitividade e a per-

manência no Brasil de redes como a Mi-

das e a Precision Tune, a AutoZone vem

estudando in loco o mercado nacional. Há

três anos, uma equipe formada por mais

de 20 pessoas se reveza no Brasil para en-

tender o mercado, especialmente nossas

complexas questões tributárias. O proces-

so conta com o apoio de um escritório de

advocacia contratado.

FORNECEDORES

Nos últimos meses, os representantes

da AutoZone no Brasil têm intensificado

os entendimentos com as indústrias de

autopeças para estabelecer os acordos

de fornecimento dos produtos que serão

vendidos nas lojas da rede. As reuniões,

também sigilosas, vêm ocorrendo em ho-

téis e restaurantes. A expectativa é que a

maioria dos fornecedores da AutoZone

nos Estados Unidos com presença no Bra-

sil venha a estabelecer acordos comercais

também por aqui. Até porque já se sabe

que a pressão das matrizes será grande

para que as filiais brasileiras atendam um

cliente de centenas de milhões de dóla-

res como é a rede norte-americana. “A

AutoZone é um grande cliente, a gente

não pode deixar de reconhecer. Tem uma

participação imensa no mercado ameri-

cano. Mas eles são clientes como tantos

outros da Delphi. Nós estamos conversan-

do, como todo mundo está conversando.

Vamos analisar a proposta e ver se a gente

se encaixa em função das oportunidades

vinculadas ao que eles buscam e ao que

nós temos a oferecer. Eles têm um foco de

produto que não é exatamente voltado ao

que a Delphi oferece, mas lá fora eles evo-

luíram e não comercializam mais apenas

acessórios e itens de alto giro, há também

produtos técnicos, e é aí que a gente tra-

balha com eles nos Estados Unidos. E aqui

é uma questão de ver o que a rede vai

querer no começo. Mas nós estamos con-

versando, como conversamos com todos

os clientes”, disse à reportagem da Mais

Automotive durante a última edição da

Automec a executiva que comanda o ne-

gócio mundial de aftermarket da Delphi,

Lúcia Moretti. A reportagem procurou

também outras indústrias fornecedoras

da AutoZone nos Estados Unidos e que,

sabemos, já conversaram com os repre-

sentantes da rede no país. Uma delas até

confirmou parceria para a operação bra-

sileira da rede, mas a direção da empresa

– um sistemista europeu – preferiu não

comentar o assunto por enquanto.

OPERAÇÃO

Ainda não há informações oficiais so-

bre a data prevista para o início das opera-

ções da AutoZone no Brasil. Entre as fontes

ouvidas por nossa reportagem – que estão

acompanhando de perto o processo de

instalação da nova rede – a expectativa

é de que as primeiras unidades sejam

Mercado MA 80.indd 29 6/7/2011 11:04:54

Page 30: Revista Mais Automotive 80

mercado

nÚMERos da aUtOZONe- mais de 6 milhões de clientes atendidos toda semana

- milhares de peças e acessórios para carros e comerciais leves

- quase 5 mil lojas próprias, nos Estados Unidos, Porto Rico e México

- nos Estados Unidos, presença em 48 estados e em Washington DC

- 322ª colocação na lista de maiores empresas norte-americanas, a Fortune 500,

elaborada pela revista Fortune

- ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (AZO) desde 1991

30

inauguradas em São Paulo entre o final

de 2011 e início de 2012. Seriam, inicial-

mente, 15 lojas próprias – a AutoZone não

trabalha com franquia – no maior estado

do país, apoiadas por um centro de distri-

buição também próprio.

Assim como ocorre nos Estados Uni-

dos, tudo indica que as lojas da rede serão

divididas em duas seções, uma de acessó-

rios, o shop floor, e outra de peças, a hard

parts, onde uma equipe de consultores irá

assessorar o cliente na escolha correta dos

produtos. Para isso, a rede possui um ban-

co de dados informatizado, em que o con-

sultor pode apresentar as características e

benefícios de cada opção para o cliente

avaliar a escolha conjuntamente.

As lojas da AutoZone não fazem a apli-

cação das autopeças, mas dão a assistência

necessária ao cliente para que ele mesmo

possa fazê-la no caso de pequenos reparos,

como a troca de uma lâmpada queimada

– nesse caso, o consultor vai com o clien-

te até o carro e mostra a ele como se faz

a substituição. No entanto, há quem diga

que a rede estuda a possibilidade de aplicar

certos itens nas lojas instaladas aqui. Isso

porque o consumidor norte-americano

é adepto do conceito do-it-yourself (faça

você mesmo), o que não faz parte da cul-

tura do brasileiro, situação que pode re-

sultar em alguma adaptação do modelo

original ao mercado local – afinal, os repre-

sentantes da rede estão aqui exatamente

para detectar essas peculiaridades.

Já para as ocorrências de falhas no mo-

tor, nos Estados Unidos a AutoZone ofere-

ce um serviço gratuito de testes antes da

venda do componente, utilizando inclusive

scanners para o diagnóstico. Se o cliente

não possuir um mecânico de confiança,

os consultores indicam um parceiro na re-

gião para fazer o serviço. Aqui no Brasil, é

provável que também sejam indicados me-

cânicos clientes da AutoZone aos proprie-

tários de veículos. E a rede oferecerá uma

política comercial diferenciada aos repara-

dores, com descontos em relação às peças

vendidas diretamente aos consumidores

finais, entre outros benefícios.

Diversos outros sistemas automotivos

também são testados nas lojas hoje em

operação na América do Norte, como mo-

tores de arranque, alternadores e baterias,

dentro ou fora do carro – o cliente pode

levar apenas a bateria até a loja, para tes-

te de carga e uma recarga gratuita, por

exemplo –, além de reguladores de tensão,

módulos de controle, bobinas, sensores de

posição do acelerador e componentes de

gerenciamento de motor. Esse atendimen-

to personalizado faz parte da filosofia da

empresa para evitar que o cliente compre

itens desnecessários.

Outro benefício oferecido aos clien-

tes é a possibilidade de exercer a garantia

das peças em qualquer unidade da rede,

bastando informar o nome ou número de

telefone, dados que ficam registrados em

um banco informatizado e integrado, que

dispensa a apresentação de papéis.

FILOSOFIA

O investimento no treinamento dos

funcionários é, com certeza, o diferencial

da marca. Os ‘AutoZoners’, como são cha-

mados os consultores, vestem a camisa da

empresa e são capazes de recitar de cor o

mantra da rede: “AutoZoners always put

customers first! We know our parts and

products. Our stores look great! We’ve

got the best merchandise at the right pri-

ce”. No bom português: “Os AutoZoners

As lojas da AutoZone são dividas em um shop floor (acessórios) e o departamento de hard parts (peças)

Mercado MA 80.indd 30 6/7/2011 11:05:04

Page 31: Revista Mais Automotive 80

31

31

sempre colocam os clientes em

primeiro lugar! Conhecemos nos-

sas peças e produtos. Nossas lojas

são ótimas! Nós temos a melhor

mercadoria a um preço justo”.

Para conquistar essa mão de

obra necessariamente qualificada,

são oferecidos diversos benefícios

trabalhistas e ainda descontos na

aquisição de produtos e ações da

AutoZone, além de reembolso

com despesas em programas de vi-

gilância de peso ou antitabagistas.

A empresa atua em ações educati-

vas, de capacitação técnica e em-

preendedorismo, além de reciclar

óleos e baterias – em 2010, foram

mais de 6,5 milhões de baterias e

quase 19 milhões de litros de óleo

só nos Estados Unidos. Sem dúvi-

da, um dos grandes desafios para

a manutenção do padrão de qua-

lidade internacional da rede será

recrutar e treinar a mão de obra,

uma deficiência que hoje atinge

os próprios varejos e oficinas do

mercado independente. “Na mi-

nha opinião, esse será o calcanhar

de Aquiles deles. O americano tem

uma outra relação com o trabalho,

vai ser muito difícil recrutar e trei-

nar mão de obra por aqui”, disse à

Mais Automotive um executivo do

aftermarket brasileiro.

A AutoZone é uma rede em

processo permanente de expan-

são. Todos os anos a empresa

busca novos pontos estratégicos

para continuar seu crescimento.

As lojas possuem, em média, de

600 m² a 750 m², sempre com

espaços transitáveis e convidati-

vos, com cerca de 25 a 40 vagas

de estacionamento, em locais de

boa visibilidade e fácil acesso. E

deve ser com essa mesma pro-

posta que a rede chegará aqui

em alguns meses.

Ao mercado independente,

resta trabalhar para enfrentar

uma concorrência completa-

mente nova, poderosa e que era

inevitável. O Brasil está suficien-

temente maduro e atraente para

receber as grandes redes inter-

nacionais de varejo e reparação.

A AutoZone pode ser apenas a

ponta desse iceberg.

As redes norte-americanas Midas e Precision Tune fracassaram no Brasil

LINHA DO TEMPO1979 abertura da primeira loja, que na

época ainda chamava-se Auto Shack, em

Forrest City, Arkansas

1985 criação do termo WITTDTJR, que

representa o compromisso da empresa

com o cliente: “What it takes to do the job

right”, que significa: “O que for preciso

para fazer o trabalho corretamente”

1987 alteração do nome Auto Shack para

AutoZone; e lançamento do primeiro catá-

logo eletrônico da empresa

1991 ações AZO passam a ser negociadas

na Bolsa de Valores de Nova York; e as

garantias dos clientes são incluídas no

sistema informatizado da rede

1995 abertura da milésima loja, em Ken-

tucky; e introdução das baterias Duralast e

Duralast Gold, marca própria da AutoZone

1996 criação do website www.autozone.

com; e compra da empresa de software

Alldata, para diagnose na reparação

1998 abertura da primeira loja fora dos

EUA, no México

1999 primeira inserção na lista Fortune

500, de maiores empresas norte-america-

nas, elaborada pela revista Fortune

2003 início das parcerias com lojas de

carros, como a CarMax, e de reparação,

como a Midas

2004 patrocínio do 2004-2005 Nascar

Elite Division

2005 abertura da primeira loja em

Porto Rico

2007 inauguração da loja de número 4

mil, localizada no Texas

2012 previsão de abertura de 15 lojas em

São Paulo (SP)

Mercado MA 80.indd 31 13/7/2011 09:52:02

Page 32: Revista Mais Automotive 80

32

aplicação das peças”, revela o presidente

do Sindirepa-SP, Antonio Fiola.

Além de levar conhecimento técnico

aos reparadores, as empresas participan-

tes do projeto contribuem com infor-

mações para a atualização de banco de

dados da entidade, o CDI – Centro de

Documentação e Informações.

Ao aderir ao programa, as empre-

sas podem utilizar o selo de identifica-

ção do projeto em material de divul-

gação, recebem certificado de adesão,

estão aptas a realizar ações junto aos

reparadores em eventos promovidos

pela entidade e passam a integrar a

lista divulgada no site que é referência

para consulta de temas relacionados à

reparação de veículos.

32

elhorar a capacitação dos

profissionais da reparação

de veículos tem sido a

prioridade número um do

plano de ações do Sindirepa-SP, Sindica-

to da Indústria de Reparação de Veículos

e Acessórios do Estado de São Paulo, en-

tidade que representa 15 mil oficinas.

Em 2010, a entidade criou o progra-

ma “Empresa Amiga da Oficina” que já

conta com a participação de 40 empresas,

entre fabricantes de autopeças, equipa-

mentos e outras. Desta forma, as empre-

sas contribuem com a disseminação de

informação técnica por meio de palestras

Programa “EmPrEsa amiga da oficina”

por Redação Novo Meio [email protected]

Além da versão impressa, o Sindirepa-SP também disponibiliza os fascículos em seu portal (www.sindirepa-sp.org.br) para download gratuito.

M

Iniciativa do Sindirepa-SP viabiliza informação técnica, treinamento e palestras gratuitas promovidas por fabricantes de autopeças e equipamentos,

entre outros, a núcleos de oficinas de 29 cidades do estado de SP

gratuitas realizadas pelo projeto Educação

Continuada, que desde 2005 já atendeu

63 núcleos de oficinas em 59 cidades

do estado de São Paulo, totalizando 500

eventos e a participação de mais de 15 mil

profissionais. Este ano já foram realizadas

18 palestras em várias cidades.

As empresas participantes do Progra-

ma “Empresa Amiga da Oficina” podem

levar informação de seus produtos aos

núcleos de oficinas que fazem parte do

Projeto Educação Continuada, que está

em operação em 29 cidades do estado de

São Paulo (a lista completa está disponível

no site do Sindirepa-SP: www.sindirepa-

sp.org.br). “A capacitação profissional ga-

rante a qualidade dos serviços prestados

ao consumidor e reduz problemas de má

SINDIREPA-SP

conta com a adesão de 40 fabricantes

Sindirepa MA 80.indd 32 4/7/2011 15:33:25

Page 33: Revista Mais Automotive 80

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Page 34: Revista Mais Automotive 80

capa

pelomundo

Por Larissa [email protected]

Fotos DivulgaçãoIlustração Sérgio Parise Jr.

Países europeus e Estados Unidos avançam na regulamentação das relações entre mercado independente e

montadoras, beneficiando as empresas de reparação

34

Vitória

sin

dependentes

capa

matCapa MA 80.indd 34 6/7/2011 11:11:11

Page 35: Revista Mais Automotive 80

35

ticamente em relação à antiga, é mais

uma continuação, com melhoria desses

princípios fundamentais”, diz Basset. Em

2002, foram definidos pontos impor-

tantes como a criação da nomenclatura

“peça de qualidade equivalente”, que

funciona como um selo para atestar que

a qualidade da peça independente cor-

responde à original. A regulamentação

também determina que as indústrias for-

necedoras de autopeças para as monta-

doras podem colocar sua logomarca na

embalagem e no componente genuíno.

“Antes, as montadoras diziam que não

queriam a marca do fabricante da peça

no produto. Hoje, os fornecedores têm

esses direito, até para que depois o me-

cânico possa identificar a peça original”,

diz Lúcia. Finalmente, o Block Exemption

também permite às oficinas independen-

tes efetuar a manutenção dos veículos

mesmo no período de garantia. “Desde

que os serviços sejam realizados confor-

me os padrões da montadora”, comple-

menta a executiva da Delphi.

mundo O

Lúcia Moretti, executiva responsável pelo aftermarket mundial da Delphi; e Jean-Ludovic Basset, advogado sênior da Figiefa, uma das entidades que formam o movimento Right to Repair europeu

s desafios da reparação au-

tomotiva independente são

os mesmos mundo afora.

Entre os principais estão o

acesso a informações técnicas dos veículos

e a concorrência com as concessionárias –

principalmente durante o período de ga-

rantia. No Brasil, vencer tais obstáculos é

uma situação ainda longe de ser resolvida,

enquanto nos Estados Unidos já há um for-

te movimento lutando pelos direitos dos re-

paradores, chamado Right to Repair; mas é

na Europa que esse movimento deu o passo

mais importante para garantir os direitos do

mercado de reposição.

O continente europeu comemorou no

dia 1º de junho o primeiro aniversário da

vigência do Regulamento 461 – também

chamado de Block Exemption (isenção por

categoria) –, um documento que permite,

entre outras conquistas, que os veículos

sejam atendidos por oficinas independen-

tes mesmo durante a garantia e que neles

possam ser aplicadas peças não genuínas

– mas de qualidade equivalente –, além de

determinar que a montadora deve fornecer

todas as informações técnicas necessárias

para que a manutenção possa ser feita por

essas oficinas. E esse conteúdo deve ser dis-

ponibilizado de forma completa, clara e es-

truturada, para que os profissionais saibam

exatamente o que devem fazer em cada

situação. “A regulamentação é extensa e,

sem dúvida, facilitou a vida do mercado de

reposição independente. Não houve autori-

tarismo para estabelecê-la. Tudo foi tratado

com foco no consumidor final. A comuni-

dade europeia entendeu que é uma ques-

tão de dar ao dono do carro a possibilidade

de escolher onde ele vai comprar a peça e

reparar seu veículo. O Block Exemption pro-

tegeu a liberdade de escolha do consumidor

final, que é o que tem que acontecer”, diz

Lúcia Moretti, executiva responsável pelo af-

termarket mundial da Delphi.

Não é à toa que o aftermarket indepen-

dente europeu lutou para conquistar essas

mudanças. O setor reúne cerca de 665 mil

empresas, sendo 650 mil de pequeno e mé-

dio portes; emprega 35 milhões de pessoas

e movimenta 82 bilhões de euros por ano.

Tudo isso para manter rodando uma frota

de mais de 300 milhões de automóveis.

Para Jean-Ludovic Basset, advogado sênior

da Figiefa (Federação Internacional de Fa-

bricantes e Importadores do Aftermarket

Automotivo, na sigla em francês), a nova

legislação é uma revolução. “Um verdadei-

ro giro de 180°!”. Segundo ele, a legislação

tem princípios fundamentais que devem

ser adotados como referência em todos os

mercados de pós-vendas do mundo. “Aqui

proporcionamos o acesso a ferramentas,

peças, formação e informação técnica para

todos os reparadores independentes”.

APRIMORAMENTO

O Regulamento 461

não chega a ser uma

novidade total na Euro-

pa, já que em 2002 foi

criado o Regulamento

1400, que já estabelecia

importantes conquistas

para o segmento in-

dependente e expirava

em 2010, quando co-

meçou a valer a regu-

lamentação atual, que

terá vigência até 31 de

maio de 2023. “A for-

ça da nova regra é que

nada mudou tão dras-

matCapa MA 80.indd 35 6/7/2011 11:11:44

Page 36: Revista Mais Automotive 80

36

capa

No Brasil, todas as conquistas eu-

ropeias vêm sendo acompanhadas com

atenção. “O processo não foi fácil e re-

presenta o fortalecimento das oficinas

independentes. O projeto foi estudado

por quatro anos e conta ainda com uma

rede de atividades de comunicação que

inclui internet, folhetos, imprensa e

conferências pela Europa. A legislação

que compõe o universo automotivo

no continente há algum tempo regu-

lamenta desde o funcionamento das

oficinas, as regras comerciais de distri-

buição de autopeças, a comercializa-

ção de veículos, direitos da reparação e

proteção do design das montadoras”,

conta o vice-presidente da Andap (As-

sociação Nacional dos Distribuidores de

Autopeças), Rodrigo Carneiro.

HISTÓRICO

O movimento Right to Repair europeu,

conhecido pela sigla R2RC, já tem quatro

que o mercado de reposição automotiva

independente desempenha em nossa so-

ciedade, especificamente quanto à liberda-

de de escolha do consumidor, mobilidade

acessível, emprego sustentável, segurança

rodoviária e proteção ambiental”.

Com sede em Bruxelas, o R2RC teve

a oportunidade de fazer lobby junto aos

principais atores políticos da cena europeia

para expressar a necessidade de assegurar

uma concorrência leal e efetiva entre todos

os integrantes do mercado de reposição

automotiva. Basset diz que em sua pri-

meira fase (2007 a 2011), “a campanha

teve como objetivo assegurar a criação de

uma legislação consistente para substituir

o Regulamento 1400/2002. O R2RC pres-

sionou intensamente os decisores políticos

europeus para garantir disposições da lei

antitruste que garantissem a manutenção

de condições equitativas para todos os

operadores de mercado e livre escolha para

os consumidores (em termos de peças de

uso e prestador de serviços) no atendimen-

to pós-venda de seus veículos”.

E nem mesmo as diferenças entre os

países da União Europeia impediram que o

regulamento fosse válido para todos. Para

chegar a um consenso, foi fundamental a

cooperação dos países-membros e das as-

sociações nacionais de aftermarket. A este

grupo se uniram os fabricantes de autope-

ças para compor o R2RC. “Esse processo

levou tempo e segue como uma atividade

contínua já que a cada dia mais integrantes

juntam forças para conter a artilharia pesa-

da das montadoras”, detalha Basset.

Como o R2RC é, na prática, uma

campanha política, é fundamental que

sua mensagem não seja diluída ou modi-

ficada quando usada pelos vários países-

membros. “O escopo de atividades foi de-

• As informações técnicas necessárias para a reparação dos veículos devem estar à

disposição dos reparadores independentes de forma clara, completa e estruturada.

• As oficinas independentes podem realizar serviços durante o período de

garantia do veículo sem prejuízo à garantia de fábrica, desde que respeitem os

padrões estabelecidos pelas montadoras.

• As oficinas independentes podem optar pela aplicação de peças de qualidade

equivalente às originais sem prejuízo da garantia do veículo.

• Os fabricantes de autopeças podem estampar sua logomarca nos produtos que

fornecem às montadoras.

Por dentro do

Block Exemption

anos de história, conforme relembra Bas-

set. “O Right to Repair foi lançado oficial-

mente em 2007, na feira Equip’Auto, em

Paris, com o objetivo de defender o after-

market independente. Iniciado pela Figiefa,

a campanha é uma aliança que reúne cin-

co associações europeias. Desde então, os

membros da aliança R2RC têm sido muito

ativos na sensibilização dos decisores po-

líticos europeus sobre o importante papel

matCapa MA 80.indd 36 6/7/2011 11:11:51

Page 37: Revista Mais Automotive 80

37

terminado no início da campanha e não

pode ser expandido para incluir outros

tópicos sem a prévia aprovação da secre-

taria do R2RC. Como a campanha é a ex-

pressão de uma visão compartilhada entre

as associações europeias do R2RC, é da

maior importância que os tópicos sejam

respeitados de modo a não criar situações

difíceis em alguns estados-membros”.

PÓS-REGULAMENTO

Para o consumidor, as conquistas pro-

porcionadas pelo Block Exemption são

significativas. Ele pode escolher onde

deseja fazer a manutenção do automóvel

e as peças que quer comprar sem perder

o direito à garantia, ou seja, o mecânico

de confiança pode fazer um serviço antes

restrito às concessionárias. Na teoria, o im-

pacto dessa liberdade seria bastante alto,

mas até o momento não há números que

o comprovem na prática, e isso também se

deve à crise financeira que atingiu forte-

mente a Europa a partir do final de 2008.

“É realmente difícil avaliar o aumento ou a

diminuição de negócios para o aftermarket

independente com a crise que atingiu o

mundo de maneira geral e particularmente

o setor automotivo em 2009, e que remo-

delou o aftermarket. No entanto, a crise

trouxe a certeza de que os mercados de-

vem ser equilibrados e a segurança jurídica

é necessária se você quiser que os negócios

floresçam”, explica Jean-Ludovic Basset, da

Figiefa. Ele diz ainda que há muitos fatores

internos e externos ao mercado que devem

ser considerados nessa análise, mas que du-

rante o ápice da crise, o aftermarket inde-

pendente foi um fator de estabilização do

mercado ao adquirir peças de fabricantes

que antes seriam voltadas às montadoras –

que passaram a produzir menos e, por isso,

diminuíram a demanda por componentes.

A publicação portuguesa Jornal das

Oficinas é um dos apoiadores da Campa-

nha Oficina Livre (nome que o R2RC ga-

nhou em Portugal) e vem acompanhan-

do as mudanças na legislação. “O Block

Exemption mudou em muito o mercado

de reparação, mas mais no papel do que

no terreno. Com o argumento de bene-

ficiar o cliente final – o dono do carro

Conferência do R2RC durante a Automechanika 2010, na Alemanha, reuniu diversos líderes do movimento

665 mil empresas

35 milhões de empregos

82 bilhões de euros por ano

300 milhões de automóveis

Mercado de reposição

na Europa

– foram criadas condições de mercado

indiscutivelmente favoráveis à reparação

independente. Até então, este segmento

só tinha acesso às informações para repa-

ração se as montadoras de automóveis as

quisessem entregar e por preços decididos

apenas por elas. Mas, mesmo que a ofici-

na resolvesse investir nisto, deparava-se

com outro problema: os carros perdiam a

garantia assim que fossem ‘mexidos’ por

uma oficina fora da rede oficial da marca.

Era uma parcela de clientes muito impor-

tante que estava totalmente inacessível

às oficinas independentes e que agora

está ao seu dispor – o que não significa

necessariamente que esteja sendo bem

aproveitada. Quem se beneficiou logo

desta nova legislação foram as redes de

reparação rápida, como Midas, Precision

Tune ou Bosch Car Service, por exemplo.

Foi após a entrada desta lei que elas

matCapa MA 80.indd 37 6/7/2011 11:12:05

Page 38: Revista Mais Automotive 80

38

capa

começaram a crescer”, avalia Hugo Jorge,

repórter do Jornal das Oficinas.

O jornalista conta que, em conversas

com reparadores, a impressão é de que eles

veem a lei com bons olhos. “Mas poucos

conseguem aproveitá-la”, opina. Segundo

Jorge, muitos mecânicos ainda se quei-

xam da falta de acesso à informação, que,

Enquanto os países do chamado Primeiro Mundo se movimentam

para criar ou ampliar uma legislação que garanta melhores condições

de concorrência para o mercado independente, o Brasil ainda engati-

nha no tema, embora também sofra com as restrições impostas pe-

los fabricantes de veículos. “Aqui ainda estamos bem longe. Estamos

no processo de certificação das autopeças com selo do Inmetro para

reposição, o que provocará uma mudança importante para o setor

e que será sentida pelo consumidor. É preciso fazer o trabalho por

partes”, analisa o vice-presidente da Andap, Rodrigo Carneiro.

Apesar dos passos lentos, ele diz que o problema não está na

falta de união do aftermarket independente. “O GMA – Grupo de

Manutenção Automotiva –, que reúne as entidades que representam

a reposição independente (Sindipeças, Andap/Sicap, Sincopeças-SP

e Sindirepa-SP), tem feito vários trabalhos que envolvem a participa-

ção de todos os elos da cadeia, como o Programa de Carro 100%/

Caminhão 100% que visa a conscientização do motorista sobre a

importância da manutenção preventiva, além de cursos para os re-

paradores. Isso mostra que o setor está coeso e defende as causas

comuns, como a implantação da inspeção de segurança no Brasil”.

Carneiro diz ainda que o consumidor brasileiro está ciente dos

benefícios que um regulamento como o Block Exemption traria

para o mercado e explica que a maior prova disso está no fato

de que a maioria dos proprietários de veículos recorre às oficinas

independentes para fazer a manutenção de seus automóveis.

Um estudo do GMA mostra claramente que assim que termina

a garantia, o cliente deixa de ir à concessionária e passa a

frequentar a oficina. No primeiro ano de vida do veículo, 77%

dos proprietários vão à rede oficial, número que cai para

42% entre o primeiro e segundo ano, e chega a 17% entre o

segundo e quarto ano do automóvel.

E no Brasil?

segundo eles, é pouco divulgada e custa

caro. E, embora os equipamentos de diag-

nósticos tenham ficado mais acessíveis, a

redução ainda foi insuficiente. “Por outro

lado, é interessante ver como olham para o

mercado de peças. O Block Exemption con-

seguiu dizer, preto no branco, que as peças

de aftermarket de qualidade equivalente

podem ser utilizadas da mesma forma que

as peças originais no período de garantia

sem que se percam os direitos do consumi-

dor. Mas uma grande parte dos reparadores

independentes ainda acredita que as peças

das marcas são diferentes e melhores que as

de aftermarket”, ressalta Hugo Jorge.

Ainda que faltem parâmetros concretos

para apurar os resultados efetivos da lei, um

levantamento da Comissão Europeia sobre

a aplicação do Regulamento nº 1400/2002

aponta que os preços baixaram e que existe

mais concorrência no setor, mas sem citar

números. O estudo diz que “um elevado

número de oficinas independentes de re-

paração registrou dificuldades para investir

nas competências técnicas, equipamentos e

formação necessários para reparar veículos

cuja tecnologia é cada vez mais complexa,

pelo que o setor foi lentamente cedendo

Rodrigo Carneiro diz que Brasil ainda está longe de uma legislação como a europeia, mas

ressalta união do setor

Edua

rdo

Port

ella

Am

orim

matCapa MA 80.indd 38 6/7/2011 11:12:23

Page 39: Revista Mais Automotive 80

39

Em diversos mercados internacionais, a

expectativa da reposição independente

é de que o exemplo europeu sirva de

referência para outros países e regiões,

embora se saiba que cada mercado é

bastante específico e cheio de peculiari-

dades. Na Europa, por exemplo, a cadeia

de reposição não conta com o varejista

forte, ficando a cargo do distribuidor

comercializar as peças para as oficinas.

Rodrigo Carneiro, da Andap, aponta

outras características. “Uma diferença

que começa a ser tendência aqui é a

formação de redes de oficinas para fazer

frente à concorrência das concessioná-

rias. As oficinas fazem mais serviços

na parte mecânica dos veículos e as

concessionárias estão focadas na área de

componentes eletrônicos e a capacitação

da mão de obra é essencial para garantir

atendimento de qualidade”.

Para Jean-Ludovic Basset, advogado sênior

da Figiefa (Federação Internacional de

Fabricantes e Importadores do Aftermarket

Automotivo, na sigla em francês), os desa-

fios desse segmento são mundiais. “Nos-

sos países diferem em muitos aspectos,

mas acho que os fabricantes de veículos

pensam de maneira global. Certamente é

por isso que existem campanhas Right to

Repair nos EUA, no Canadá e na Austrália.

Uma coisa que todos nós aprendemos

através do movimento é que fabricantes

e distribuidores de peças, fabricantes de

equipamentos e ferramentas, oficinas de re-

paração independentes ou multimarcas são

todos parte da cadeia de aftermarket. Se

um deles falhar, toda a cadeia falha. Então,

em primeiro lugar, mantenham-se juntos”.

O americano Aaron Lowe compartilha da

opinião. “A aprovação das regulamentações

na Europa demonstra que o problema é

global e que os governos devem ter o papel

de assegurar a concorrência. Estamos tra-

balhando hoje para mostrar aos legisladores

o que aconteceu na Europa para que eles

possam entender a necessidade de aprovar

uma legislação similar nos Estados Unidos”.

Impacto europeu

terreno às redes autorizadas. Contudo, o

aftermarket independente registrou uma

consolidação e um ajustamento estrutu-

ral assinaláveis, o que tornou o setor mais

apto a enfrentar a concorrência. Em espe-

cial, surgiram grandes cadeias de empresas

independentes de reparação, que oferecem

uma gama mais vasta de serviços aos con-

sumidores. Apesar de os preços dos serviços

terem aumentado, devido ao acréscimo dos

custos de mão de obra qualificada e aos

maiores investimentos em equipamento e

formação exigidos pelos veículos modernos,

as despesas anuais de manutenção com os

automóveis diminuíram em termos reais,

graças a um maior espaçamento dos servi-

ços e à sua maior fiabilidade”.

O estudo aponta ainda que aumen-

tou o número de oficinas autorizadas,

sendo que muitas delas são focadas

apenas na reparação, ou seja, não co-

mercializam veículos novos.

Há também alguns levantamentos inde-

pendentes e, segundo Hugo Jorge, “o que

se nota em todos eles é que o número de

empresas independentes aproximou-se do

de oficinas de marca, os preços têm se ali-

nhado com a média da reparação indepen-

dente e há mais oferta de peças do afterma-

rket para carros em período de garantia”.

FUTURO

Se a regulamentação europeia já pro-

moveu mudanças importantes no merca-

do, o R2R2 continua batalhando por novas

conquistas para o aftermarket independen-

te. “Os desafios são múltiplos. Eu diria que,

entre os principais, um é jurídico e outro,

técnico. No plano jurídico, nós vemos na

Europa o desenvolvimento de contratos/

cláusulas que tentam amarrar o consu-

Na Europa, manutenção dos veículos pode ser feita em oficinas mesmo durante o período de garantia

matCapa MA 80.indd 39 6/7/2011 11:12:54

Page 40: Revista Mais Automotive 80

40

capa

midor às redes de reparação autorizadas

das montadoras. Na Suécia, por exemplo, a

Kia está condicionando sua garantia adicio-

nal à manutenção feita na sua rede, apesar

da clareza do novo quadro dos direitos de

competição. Monitoramento e follow-up

serão necessários, mais do que peças de

reposição, informação técnica, treinamento

e ferramentas, o aftermarket independente

precisa ter acesso ao carro em si”, ressalta o

advogado Jean-Ludovic Basset.

Já o jornalista Hugo Jorge vê que os

desafios das oficinas estão num âmbito

mais prático: a modernização da empresa,

no que se refere a equipamentos, gestão

e recursos. “Mas isso depende de uma

geração de negócios suficiente para fazer

os investimentos. Apenas as oficinas bem

equipadas e com recursos bem formados

sobreviverão. Os novos processos de gestão

são fundamentais. Em Portugal, não havia

até pouco tempo sequer uma cultura de

gestão da empresa e de relacionamento

institucional com o cliente. Às oficinas tudo

era permitido, mas o cliente tem se torna-

do mais exigente e não se mantém fiel à

oficina como antes”. Uma situação seme-

lhante à que vemos no mercado brasilero.

Jorge também destaca as diferenças entre

países europeus. “O que conta para Por-

tugal pode valer também para os demais

‘países do alho’: Espanha, Itália e Grécia.

Na Europa Central e do Norte, com níveis

Nos Estados Uni-

dos, o movimento

Right to Repair é

uma das bandeiras da AAIA (Associação

das Indústrias do Aftermarket Automotivo,

na sigla em inglês) e também reivindica

o acesso do mercado independente às

informações dominadas pelas montadoras

no intuito de promover uma concorrência

leal. O tema vem sendo discutido há al-

guns anos, mas acabou perdendo espaço

durante a crise econômica, quando o

governo focou seus esforços nas monta-

doras, que passaram por momentos de

extrema dificuldade no país.

O cenário atual é um pouco mais positivo,

conforme conta o vice-presidente da AAIA,

Aaron Lowe. “O mercado de reposição auto-

motiva nos EUA se recuperou muito bem des-

de a grande recessão. Estamos esperando

um crescimento de 4,2% em 2010 e 4,1%

em 2011 e 2012. Esta é uma importante

reversão do crescimento negativo de 2009

e do crescimento inferior a 1% em 2008.

Esperamos que a idade média dos veículos

continue crescendo e isso, juntamente com

o crescimento contínuo da quilometragem

acumulada por esses carros, vai alimentar

a expansão do aftermarket até 2014”. As

vendas na reposição independente ficaram

em US$ 274 bilhões em 2009 e US$ 285

bilhões em 2010, empregando cerca de 3,8

milhões de pessoas. Todos esses números

justificam a preocupação do setor com a

concorrência direta com as concessionárias.

Embora não tenha chegado a uma conquista

nacional, os Estados Unidos vêm registrando

avanços estaduais. “Em particular, há um

esforço sério para promulgar a legislação no

estado de Massachusetts. No ano passado, o

projeto foi aprovado pelo Senado por unanimi-

dade, mas não passou no trâmite legislativo

devido a um debate não relacionado à legisla-

ção. Um grande esforço promovido por uma

ampla coalizão está em andamento no estado

e há esperança de que ele seja aprovado nes-

te ano. O projeto do Right to Repair também

está pendente em Nova York, Connecticut e

Oregon. Além disso, foi introduzido um projeto

de lei no Legislativo, mas, devido às altera-

ções nas Comissões Legislativas trazidas

O direito à reparação nos EUA

Conferência do R2RC na

Automechanika 2010

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Page 41: Revista Mais Automotive 80

41

de desenvolvimento bem diferentes, talvez

o grande desafio tenha a ver com o dimen-

sionamento. Na Europa do Leste, em pleno

desenvolvimento, o grande desafio será

crescer de forma sustentada”, enumera.

As diferenças se referem tanto ao tama-

nho quanto à idade e condições da frota.

Mas, independentemente das variações, a

reparação deve se preparar para atender

os veículos que chegarão em breve às ruas,

com tecnologias nunca antes vistas nas ofi-

cinas. “Quanto ao futuro, a alta qualidade

dos veículos, o aumento dos preços do

combustível, a melhoria da infraestrutura

das estradas e a multiplicidade dos meios

de transporte são fatores que levam à re-

dução da quilometragem média percorrida

pelos veículos, à diminuição do número de

acidentes e, portanto, à redução de negó-

cios para o aftermarket independente. Por

outro lado, a integração de mais e mais

veículos híbridos e elétricos para o nosso

sistema de transporte e a elevada concen-

tração em todos os níveis da cadeia de su-

primentos para a reparação apontam para

menos reparadores, mas com uma ampla

gama de atividades, tais como recarga de

bateria, diagnóstico remoto, entre outras

tantas soluções de reparação para os pró-

ximos dez a 15 anos. Mas, afinal, só o fu-

turo irá dizer”, analisa Jean-Ludovic Basset,

advogado sênior da Figiefa.

Se ainda é cedo para prever o futu-

ro, também é verdade que a regulamen-

tação das complexas relações entre as

montadoras e o mercado de manuten-

ção independente garante mais força

para que as oficinas se consolidem den-

tro de um cenário em que deve sempre

prevalecer os diretos do consumidor e

sua liberdade de escolha.

pelas eleições de 2010, os esforços na esfera

federal ficaram mais difíceis”, diz Lowe.

O principal objetivo do movimento atualmente

é conseguir essa aprovação, seja no âmbito

federal ou estadual, para que, com isso, as

montadoras disponibilizem informações, softwa-

res e ferramentas para o mercado independen-

te. “Nós achamos que a pressão política que já

foi trazida pelo movimento, tanto nacionalmente

como nos estados, tem levado as montadoras

a serem mais cooperativas com nossas indús-

trias”. E há o medo de que a não aprovação do

projeto acabe levando a um retrocesso.

Além disso, Lowe diz que existem alguns

grupos, como o Automotive Service Associa-

tion, que sustentam que todas as informações

estão disponíveis e a legislação não é necessá-

ria, o que tem confundido os legisladores e a

própria indústria. “A AAIA tem estado bastante

empenhada em passar as informações para

seus membros e toda a indústria reforçando a

importância dos esforços do Right to Repair.

Claramente, a complexidade tecnológica dos

veículos vai continuar e isso significa que as

montadoras terão mais controle sobre quem

pode acessar esses sistemas para efetuar

a manutenção. Além disso, o advento da

telemática proverá maior acesso às monta-

doras sobre os clientes e seus veículos. Elas

poderão obter informações de diagnóstico do

veículo sem fios, através do celular. Se as con-

cessionárias forem as únicas a acessar essas

informações, isso coloca os independentes em

desvantagem competitiva”.

Aaron Lowe, vice-presidente da AAIA

Nossos países diferem em muitos aspectos, mas acho que os fabricantes de

veículos pensam de maneira globalJean-Ludovic Basset, advogado sênior da Figiefa

matCapa MA 80.indd 41 6/7/2011 11:15:12

Page 42: Revista Mais Automotive 80

COMPORTAMENTO

42

Vânia Lúcia de Oliveira

s relacionamentos pessoais nas empre-

sas geram expectativas que nem sempre

são atendidas, pois as contratações são

meramente por afinidades e não por competências.

Julgamos que o bom profissional é aquele que trans-

mite confiança e nos decepcionamos ao constatar que

estamos diante de um contrato de trabalho permea-

do de direitos e deveres de ambos os lados. Ao ouvir

um empresário afirmar que não contratava parentes

nem amigos, pensei que ele poderia estar sendo radi-

cal. Porém, ao ouvi-lo atentamente, percebi o quanto

estava repleto de argumentos, construídos por expe-

riências que eu mesma já presenciei em muitas em-

presas. Aqueles a quem julgamos estar ajudando são

os que mais nos custam caro no momento de rescisão

trabalhista. Ao se desligarem das empresas, cobram

por sua dedicação, como se não tivessem sido pagos

para fazê-lo. Esperam por um tratamento diferenciado

e, geralmente, já o tem perante os olhos dos outros

colaboradores. Sem dúvida, manter relacionamentos

pessoais pode comprometer os resultados. Frequentar

a casa de colaboradores, conhecer sua família ou ser

padrinho de seus filhos nem sempre é bem administra-

do dentro de uma empresa.

Vale a pena manter os amigos preservados, procuran-

do estar com eles em momentos de lazer, caso não

estejamos devidamente preparados para termos uma

relação diária, com níveis de subordinação e hierar-

quia. Vale manter um relacionamento profissional que

é concluído ao término do dia de trabalho, não mistu-

rando nossa vida pessoal com os relacionamentos em-

presariais. Este empresário que me inspirou a escrever

este texto afirmou-me: “Quer perder um amigo, dê-lhe

um emprego em sua empresa”.

Rimos juntos e concluímos que precisamos estar cada

dia mais preparados para tomarmos decisões menos

emotivas e mais racionais, a começar pelas contra-

tações. Se um colaborador lhe perguntar o que sua

empresa tem para oferecer-lhe, pois o mesmo recebeu

uma proposta de trabalho, pense que este pode ser o

momento de liberá-lo. Não vale a pena prometer algo,

pois se o fizermos, estaremos assumindo uma respon-

sabilidade de crescimento profissional que não é do

empregador. É como se, a partir daquele momento,

estivéssemos assumindo os custos da permanência do

colaborador, não podendo decepcioná-lo. A escolha

deve ser dele entre ficar ou sair.

E o profissional que percebe que tem uma oportuni-

dade melhor de trabalho não pede para que lhe man-

dem embora. Ele assume as perdas em prol de novos

ganhos. O amigo certamente não verá isto com bons

olhos, afirmou o empresário. Para o amigo, você estará

sempre devendo. Já com um profissional encerra-se o

contrato de trabalho e a dívida acaba.

O

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telefones: (12) 9126-0413 / (12) 3917-3336.Vânia Lúcia de Oliveira é consultora organizacional, MBA em gestão estratégica de pessoas e executive coach pela Sociedade Brasileira de Coaching

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Page 44: Revista Mais Automotive 80

44

legislação

44

regulamentação das ofi-

cinas mecânicas era uma

exigência do mercado e

um desejo antigo do Sin-

direpa-SP (Sindicato da Indústria de

Reparação de Veículos e Acessórios

do Estado de São Paulo), que reflete

um anseio do próprio setor pela ele-

vação do nível de capacitação da mão

de obra. Com a aprovação, em junho,

do projeto de lei nº 322/08, de autoria

do deputado Olímpio Gomes (PDT),

o setor ganha um padrão mínimo de

requisitos técnicos para abertura e

Por Patrícia Malta de Alencar [email protected] Ilustração Ivan Ordonha

Fotos Divulgação

ANova lei estadual obriga setor a ter profissionais

responsáveis e capacitados para

a reparação. Estabelecimentos já

em atividade não terão dificuldades para se

adequar às exigências

funcionamento das oficinas. “O Sindi-

repa, na nossa gestão, se preocupou

em atender aos pleitos do setor. Ou-

vimos os empresários e percebemos

que eles estavam incomodados com

os informais porque a gente lida com

segurança, é uma responsabilidade

muito grande. Era preciso formalizar

o mercado e regulamentar a abertura

das oficinas. Fizemos uma audiência

pública na Assembleia Legislativa e

chegamos ao projeto de lei que agora

foi aprovado”, afirma o presidente do

sindicato, Antonio Fiola.

Mais Automotive Base.indd 44 6/7/2011 11:19:37

Page 45: Revista Mais Automotive 80

45

ção à mão de obra, existem duas exigências:

“um responsável operacional pelos serviços

executados nos veículos automotores, que

atenda os requisitos de norma técnica de

capacitação expedida pela ABNT” (artigo 3º,

inciso I) e, no inciso II do mesmo artigo, a lei

repete a exigência, cobrando “um, ou mais

profissionais, que atendam os requisitos de

norma técnica de capacitação expedida pela

ABNT”. A despeito de o texto da lei ter de-

dicado dois incisos diferentes para descrever

a necessidade de responsabilização e capa-

citação, Fiola reforça que uma única pessoa

pode cumprir ambos os requisitos. “Não

precisam ser dois profissionais diferentes,

MÃO DE OBRA

Estão em questão as oficinas e as-

semelhadas, ou seja, “qualquer estabe-

lecimento comercial que proceda con-

serto ou substituição de autopeças nos

sistemas de alimentação, climatização,

direção, elétrica, eletrônica, exaustão,

iluminação, freio, motor, pneus e rodas,

sinalização, suspensão e eixos, transmis-

são e mecânica em geral de veículos au-

tomotores”, conforme artigo 2º da lei.

Todas as empresas que se enquadram

nestas atividades, portanto, precisarão aten-

der aos requisitos da legislação. Com rela-

4545

Mais que segurança, o mercado

ganha a credibilidade do consumidor,

que saberá que o estabelecimento terá

sempre um profissional capacitado e

responsável pelo serviço. Será o fim da

concorrência ruim, das oficinas “boca

de lixo”. “Com a abertura do merca-

do e a chegada de um volume muito

grande de novos modelos a cada dia,

tivemos um incremento na área de tec-

nologia, mas não nos preparamos para

ter uma exigência mínima dos recursos

humanos. A gente sabe, por meio do

Sindirepa, que a maioria do mercado já

está adaptada às exigências mínimas.

O que queremos acabar é com a figura

do ‘mexânico’, aquele cara que mexe

no veículo sem saber no que está me-

xendo”, explica o deputado.

As boas oficinas podem ficar tran-

quilas. A lei restringe-se, basicamen-

te, em exigir a responsabilização e

capacitação técnica do profissional,

além do cumprimento das normas da

Associação Brasileira de Normas Téc-

nicas (ABNT), do Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial (Inmetro) e dos próprios fa-

bricantes de autopeças.

Tanto o deputado quanto o presi-

dente do sindicato da classe acreditam

que a medida não enxugará o merca-

do, que hoje conta com cerca de 15

mil oficinas no estado – no país são

quase 92 mil –, respondendo por 80%

a 90% da manutenção veicular. “Elas

têm um ano para fazer o treinamento,

mas a maioria das oficinas já atende

aos requisitos com o que possui hoje.

O que vai precisar é definir o responsá-

vel, que assine pelos reparos que o es-

tabelecimento realizar”, afirma Fiola.

As oficinas terão prazo de um ano para

se adequarem à lei, o que, para Antonio

Fiola, é tempo de sobra. Mas o não

cumprimento implicará em prejuízo.

Para quem não possuir o atestado de

legalidade sindical patronal e o certifi-

cado de cumprimento dos dispositivos

da lei é prevista multa de R$ 500 a R$

2 mil; a falta do certificado de capacita-

ção técnica em instituição oficialmente

reconhecida levará à multa de R$ 2 mil

a R$ 5 mil; e a ausência do certificado

do responsável operacional dos servi-

ços, multa de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Na

hipótese de reincidência, será dobrado

o valor da sanção anterior, até o limite

máximo de R$ 50 mil. Esses valores

serão corrigidos anualmente, com base

na variação do Indice de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA).

O cumprimento será fiscalizado pela

Polícia Militar ou, uma vez firma-

dos convênios entre o estado e os

municípios, por guardas municipais.

Em 2008, quando o projeto de lei

foi divulgado, este item gerou con-

trovérsia entre os empresários do

setor e o próprio deputado concor-

da que aumentaria as atribuições de

uma instituição já sobrecarregada,

mas explica: “A ideia foi dar uma

amplitude à regulamentação porque

a Polícia Militar é o único ente públi-

co que está presente as 24 horas do

dia nos 645 municípios do estado

de São Paulo”.

QUEM FISCALIZA

Mais Automotive Base.indd 45 6/7/2011 11:20:55

Page 46: Revista Mais Automotive 80

46

legislação

46

De acordo com a nova lei que regulamen-

to os estabelecimentos de reparação no

estado de São Paulo, os serviços realizados

por essas empresas deverão atender as

normas da ABNT pertinentes à manuten-

ção automotiva; e os equipamentos utiliza-

dos, às exigências do Inmetro. É sugerida,

ainda, a observação das especificações

técnicas dos fabricantes de autopeças.

As normas da ABNT que dispõem sobre a

reparação automotiva trazem, em sua maio-

ria, princípios gerais sobre serviços de repa-

ração, como retífica, substituição de carro-

çaria, pintura, diagnóstico e manutenção

das falhas de funcionamento, substituição

de baterias, ensaios de bomba elétrica de

combustível e sensor de oxigênio, remoção

e instalação dos vidros, inspeção, diagnósti-

co e reparação ou substituição em sistemas

de freios, direção, suspensão, exaustão,

arrefecimento e climatização, entre outros.

A orientação da lei, do atendimento às

normas ABNT, foi a forma encontrada

para garantir que o setor esteja sempre

atualizado em relação às mais modernas

tecnologias de reparação automotiva. “A

chegada de novas tecnologias vai aumen-

tar, então o próprio mercado e a neces-

sidade estabelecerão o conteúdo a ser

desenvolvido”, afirma o deputado Olímpio

Gomes, autor do projeto de lei aprovado.

A regulamentação deve contribuir, ainda,

com o trabalho de certificação de qualidade

desenvolvido pelo Instituto de Qualidade

Automotiva (IQA). Esta última é voluntária,

com requisitos que vão da especialização da

mão de obra ao gerenciamento de informa-

ções técnicas e administrativas e à utilização

correta de ferramentas e equipamentos

exigidos pelas normas brasileiras. “Elas são

complementares, é um projeto contínuo.

Agora a tendência é ir incrementando a lei

para melhorar a qualidade do serviço. Esse

é só o ponto de partida”, diz Antonio Fiola,

presidente do Sindirepa de São Paulo.

QUALIFICAÇÃO de serviços

pode ser uma pessoa só”, salienta.

O profissional responsável de que

fala o inciso I do artigo 3º será aquele

que assumirá o serviço prestado pela

oficina perante a lei. “Da mesma forma

que o farmacêutico é responsável pelos

serviços prestados em uma farmácia”,

compara o deputado. Ao condicionar a

operação e funcionamento do estabe-

lecimento à presença desse profissio-

nal, a lei é clara ao lhe creditar “respon-

sabilidade civil e criminal”.

A norma técnica da ABNT em refe-

rência é a NBR 15.681, que dispõe sobre

a qualificação do mecânico, estabele-

cendo os requisitos e a sistemática para

a sua capacitação de manutenção tanto

de veículos do ciclo Otto quanto do ci-

clo Diesel. “A NBR 15.681 é uma norma

específica, que abrange totalmente

a capacitação do reparador voltada à

tecnologia do automóvel atual”, diz

Fiola. Quem oferece o curso dentro da

orientação da norma são as instituições

credenciadas pelo MEC (Ministério da

Educação), como o Senai, que segundo

o deputado, poderia formar 25 mil me-

cânicos por ano. Fiola complementa in-

formando que o curso tem custo acessí-

vel e é realizado no Brasil todo.

A lei previa uma alternativa ao cum-

primento da capacitação técnica da nor-

ma ABNT, caso esta não existisse quan-

do a lei entrasse em vigor. O profissional

poderia comprovar sua habilidade por

meio de “treinamento de 400 horas em

cada sistema cujo serviço seja disponibi-

lizado pela empresa de reparação de veí

Deputado Olímpio Gomes (PDT), autor do

projeto de lei n° 322/08

Mais Automotive Base.indd 46 6/7/2011 11:22:01

Page 47: Revista Mais Automotive 80

47

culos ou 40 horas quando comprovar dois

anos de experiência na atividade” (artigo 3º,

incisos II). Agora, uma vez que a norma já

existe e está disponível, a única exceção é a

constante no próprio texto desta.

Considerando tempo de experiência

e nível de escolaridade, ficam isentos da

necessidade de realizar o curso de capaci-

tação os profissionais com três anos de ex-

periência como mecânico ou quatro como

ajudante, se tiver completado a 4ª série do

ensino fundamental; dois anos como mecâ-

nico ou três como ajudante, se tiver o ensi-

no fundamental completo; e um ano como

mecânico ou dois como ajudante, se, além

do ensino fundamental completo, tiver rea-

lizado curso profissionalizante ou se tiver

concluído o ensino médio completo.

A lei se revelou bastante flexível nesse

aspecto, o que minimiza sua repercussão.

Mas, para Gomes e Fiola, o intuito é real-

mente apenas acabar ou impedir a abertura

de oficinas “boca de lixo”, a do “mexâni-

co”, que prejudica a credibilidade do setor.

Espera-se, portanto, que ela seja mais uma

ferramenta para inibir a informalidade. Os

certificados e atestados do profissional res-

ponsável e capacitado, bem como o de le-

galidade sindical e o de cumprimento da lei

em discussão devem ser afixados na oficina

em local visível para o cliente.

PERSPECTIVAS

A profissionalização é uma reivindica-

ção antiga do setor. “Esse não é um proje-

to de exclusão, mas de inclusão, para que

o mecânico tenha uma formação mínima

para prestar o serviço; e para o cidadão se

sentir seguro. Minha bandeira sempre foi

a da segurança”, diz o deputado. Com a

tecnologia em evolução exponencial e a

4747

Exigências

Escolaridade mínima: 4ª série do

ensino fundamental.

Experiência mínima: três anos

como mecânico ou quatro anos

como ajudante, se tiver a 4ª série

do ensino fundamental; dois anos

como mecânico ou três anos como

ajudante, se tiver o ensino funda-

mental completo; ou um ano como

mecânico ou dois anos como aju-

dante, se tiver o ensino fundamen-

tal completo e curso profissionali-

zante ou ensino médio completo.

Programa de capacitação

Diagnóstico: levantar dados sobre

os problemas apresentados; cons-

tatar o problema; executar ensaios;

identificar os defeitos e suas causas.

Manutenção preventiva: utilizar o

manual do proprietário do veículo;

elaborar lista de verificação; inspe-

cionar os componentes; reparar.

Manutenção corretiva: remover,

desmontar e montar peças e conjun-

tos mecânicos, elétricos e eletrome-

cânicos; inspecionar componentes.

Módulos

Básico (obrigatório): gestão de

oficinas; informática básica; noções

de mecânica; metrologia para

mecânico; hidráulica e pneumática

básica; eletricidade e eletrônica; e

noções de termodinâmica.

Mecânico de Veículos Leves*:

motor ciclo Otto; sistema de trans-

missão; sistema de freios; sistema

de suspensão/direção; alinhamento

e balanceamento de rodas; sistema

elétrico; sistema de climatização; e

eletrônica embarcada.

Mecânico de Veículos Pesados*:

sistema de transmissão; motor

do ciclo Diesel; sistema de freios;

sistema de suspensão/direção;

alinhamento e balanceamento de

rodas; sistema elétrico; sistema

de climatização; eletrônica embar-

cada; e sistema de alimentação

(bomba mecânica).

*O profissional deve escolher um

dos dois módulos específicos após

cursar o módulo básico.

O QUE A ABNT DEFINIU PARA a qualificação do mecânico

Para conhecer todos os procedimentos, a oficina deve adquirir a norma ABNT NBR 15.681

Mais Automotive Base.indd 47 6/7/2011 11:23:47

Page 48: Revista Mais Automotive 80

48

legislação

48

NBR 12.603 – Geometria da suspen-

são de veículos rodoviários auto-

motores: define termos relativos à

geometria da suspensão de veículos

rodoviários automotores.

NBR 13.032 – Execução de retífica de

motores: estabelece princípios gerais

para execução de retífica completa de

motores alternativos de combustão in-

terna, bem como dos seus componen-

tes individuais, a partir das característi-

cas e aplicação do motor.

NBR 14.284 – Veículos rodoviários –

Carroçaria – Reparação e pintura dos

componentes: estabelece princípios

gerais para execução de reparação,

substituição parcial ou total dos elemen-

tos de carroçaria e pintura a partir das

características do veículo rodoviário.

NBR 14.481 – Veículos rodoviários

automotores - Diagnóstico e manuten-

ção em motores ciclo Otto: estabelece

os procedimentos para diagnóstico e

manutenção das falhas de funcionamen-

to, reparação ou substituição parcial

ou total dos itens diagnosticados nos

motores de veículos rodoviários de com-

bustão interna do ciclo Otto, segundo as

especificações contidas no manual de

serviços do fabricante do veículo.

NBR 14.482 – Veículos rodoviários do

ciclo Otto – Substituição de bateria de

partida: estabelece os princípios gerais

para substituição de baterias de partida

em veículos rodoviários automotores de

combustão interna do ciclo Otto.

NBR 14.483 – Veículos rodoviários

automotores- Regulador de pressão de

combustível: prescreve o método para

verificar o regulador de pressão de com-

bustível dos veículos automotores.

NBR 14.752 – Veículos rodoviários

automotores – Bomba elétrica de

combustível – ensaios de manuten-

ção: prescreve o método para os en-

saios da bomba elétrica de combus-

tível (gasolina e álcool) instalada em

veículos rodoviários automotores.

NBR 14.753 – Veículos rodoviários

automotores – Válvula injetora – Ensaios

de manutenção: prescreve o método

para os ensaios da válvula injetora de

combustível (gasolina e álcool) instalada

em veículos rodoviários automotores.

NBR 14.754 – Veículos rodoviários auto-

motores – Sensor de oxigênio – Ensaios

de manutenção: prescreve o método para

os ensaios do sensor de oxigênio instala-

dos em veículos rodoviários automotores.

NBR 14.755 – Veículos rodoviários

automotores – Sensor de massa de ar

– Ensaios de manutenção: prescreve

o método para os ensaios do sensor

de massa de ar instalado em veículos

rodoviário automotores.

NBR 14.777 – Veículos rodoviários auto-

motores em manutenção – Remoção e

instalação de vidros: estabelece princípios

gerais para remoção e instalação dos vi-

dros de veículos rodoviários automotores.

NBR 14.778 – Veículos rodoviários

automotores em manutenção – Inspeção,

CONHEÇA AS NORMAS DA ABNT

*Fonte: Sindirepa-SP

Inspeção Ambiental Veicular, não é

mesmo qualquer um que pode fazer

esse trabalho. O consumidor tam-

pouco se contentará com um serviço

que não seja o profissional.

Com bons resultados, Olímpio Go-

mes acredita que a lei, que demorou

mais de três anos para sair do papel,

seja igualmente aplicada em outras

regiões. “Como a Assembleia é uma

casa política, você tem que ir amadu-

recendo uma ideia nova através da

passagem pelas câmaras temáticas. O

projeto foi aprovado inicialmente na

comissão de Constituição e Justiça, de-

pois na comissão de Orçamento e Fi-

nanças, na comissão de Meio Ambien-

te. No fim, foi aprovado por votação

unânime porque não tinha contrarie-

dades”, afirma o deputado. Para Fiola,

“o empresário da reparação ganhará o

respaldo do consumidor”.Antonio Fiola, presidente do Sindirepa-SP

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Page 49: Revista Mais Automotive 80

494949

CONHEÇA AS NORMAS DA ABNT vOLTADAS à reparação automotiva

diagnóstico, reparação e/ou substituição

em sistema de freios: estabelece princípios

gerais de inspeção, diagnóstico, reparação

e/ou substituição parcial ou total em siste-

mas de freios de veículos.

NBR 14.779 – Veículos rodoviários auto-

motores em manutenção – Inspeção, diag-

nóstico, reparação e/ou substituição em

sistema de direção: estabelece princípios

gerais de inspeção, diagnóstico, repara-

ção e/ou substituição parcial ou total em

sistemas de direção de veículos.

NBR 14.780 – Veículos rodoviários

automotores em manutenção – Inspeção,

diagnóstico, reparação e/ou substituição

em sistema de suspensão: estabelece

princípios gerais de inspeção, diagnóstico,

reparação e/ou substituição parcial ou to-

tal em sistemas de suspensão de veículos.

NBR 14.781 – Veículos rodoviários auto-

motores em manutenção – Inspeção, diag-

nóstico, reparação e/ou substituição em

sistema de exaustão: estabelece princípios

gerais de inspeção, diagnóstico, repara-

ção e/ou substituição parcial ou total em

sistemas de exaustão de veículos.

NBR 14.828 – Veículos rodoviários

automotores – Procedimentos de segu-

rança em veículos equipados com bolsa

inflável (air bag): prescreve os procedi-

mentos de segurança para manutenção

de veículos automotores equipados

com bolsa inflável (air bag).

NBR 14.843 – Veículos rodoviários

automotores – Regulador de pressão

de combustível – ensaio.

NBR 14.845 – Veículos rodoviários automo-

tores – Motor de partida – Ensaio: prescreve

o método para verificar o motor de partida

em veículos automotores.

NBR 14.846 – Veículos rodoviários

automotores – Alternador e regulador de

tensão – ensaio: prescreve o método para

verificar o alternador e o regulador de

tensão em veículos automotores.

NBR 15.296 – Veículos rodoviários auto-

motores – Peças – Vocabulário: Define os

termos utilizados para peças de aplicação

veicular (autopeças ou simplesmente pe-

ças), não se aplicando a combustíveis.

NBR 15.563 – Veículos rodoviários

automotores - sistema de arrefecimen-

to do motor - diagnóstico e manu-

tenção: descreve os procedimentos

e recomendações para diagnóstico e

manutenção preventiva e corretiva no

sistema de arrefecimento por circu-

lação líquida e contínua dos motores

automotivos ciclos Otto e Diesel.

NBR 15.629 – Veículos rodoviários au-

tomotores – manutenção em sistema de

climatização: descreve os procedimen-

tos e as recomendações para manuten-

ção em sistemas de climatização em

veículos rodoviários automotores.

NBR 15.681 – Veículos rodoviários

automotores – Qualificação de mecâ-

nico de manutenção: estabelece os

requisitos e a sistemática para a qua-

lificação do mecânico de manutenção

de veículos rodoviários automotores do

ciclo Otto e Diesel.

Em julho de 2008, o projeto de lei 322/08 foi capa da Mais Automotive 65.

Na ocasião, o texto ainda tramitava pela Assembleia Legislativa de São

Paulo, mas nossa reportagem já antecipava os artigos que viriam a compor

a lei agora aprovada.

Quem lê Mais, sabe antes

Ilustração Sérgio Parise Jr.

Mais Automotive Base.indd 49 6/7/2011 11:25:49

Page 50: Revista Mais Automotive 80

50

legislação

50

Dispõe sobre normas básicas acerca

das oficinas mecânicas e estabeleci-

mentos assemelhados que funcionam

no Estado.

A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO

DE SÃO PAULO DECRETA:

Artigo 1° - A presente lei estabelece

normas básicas a serem seguidas pelos

proprietários e responsáveis pelas oficinas

mecânicas e estabelecimentos assemelha-

dos que prestam serviços de manutenção,

conserto ou substituição de peças em veí-

culos automotores leves, novos ou usados,

no território do Estado de São Paulo.

Artigo 2° - Para os efeitos desta lei

consideram-se oficinas mecânicas e es-

tabelecimentos assemelhados, qualquer

estabelecimento comercial que proceda

conserto ou substituição de autopeças

nos sistemas de alimentação, clima-

tização, direção, elétrica, eletrônica,

exaustão, iluminação, freio, motor, pneus

e rodas, sinalização, suspensão e eixos,

transmissão e mecânica em geral de

veículos automotores.

Artigo 3° - Os estabelecimentos de que

trata o artigo anterior, para sua opera-

ção e funcionamento, sempre visando à

preservação dos direitos do consumidor e

para os efeitos de responsabilidade civil e

criminal deverão:

I – manter um responsável operacional

pelos serviços executados nos veículos

automotores, que atenda os requisitos de

norma técnica de capacitação expedida

pela Associação Brasileira de Normas

Técnicas e esta não existindo, através de

treinamento de 400 (quatrocentas) horas

ou 40 (quarenta) horas quando comprovar

dois anos de experiência na atividade;

II – manter um, ou mais profissionais que

atendam os requisitos de norma técnica

de capacitação expedida pela Associação

Brasileira de Normas Técnicas e esta não

existindo, através de treinamento de 400

(quatrocentas) horas em cada sistema

cujo serviço seja disponibilizado pela

empresa de reparação de veículos ou 40

(quarenta) horas quando comprovar dois

anos de experiência na atividade.

Parágrafo Único – Todos os serviços

realizados nos veículos automotores

deverão atender às normas técnicas

publicadas pela Associação Brasilei-

ra de Normas Técnicas – ABNT na a

área de serviços automotivos, bem

como observar as especificações téc-

nicas estabelecidas pelos fabricantes

de autopeças.

Artigo 4° - Os estabelecimentos que

utilizarem equipamentos para os serviços

que medem as emissões veiculares, assim

como os ligados diretamente à segurança

veicular conforme NBR-ABNT 14.624

deverão atender, caso exista, a exigência

de comprovação de homologação junto ao

Instituto Nacional de Metrologia, Normali-

zação e Qualidade Industrial – INMETRO.

Artigo 5° - Os estabelecimentos de que

trata esta lei deverão manter, obrigatoria-

mente, em seu interior e em local visível

ao consumidor, o seguinte:

I - Atestado de legalidade sindical patronal

e certificado numerado atestando o

cumprimento dos dispositivos desta lei,

emitido pelo respectivo sindicato de classe

ou da categoria econômica a que estiver

vinculado o estabelecimento;

Conheça a íntegra da

Mais Automotive Base.indd 50 6/7/2011 13:14:55

Page 51: Revista Mais Automotive 80

515151

lei que regulamenta as oficinas

II - Certificado de conclusão de treinamen-

to do mecânico, conforme artigo 3º, item

II, expedido por instituição de ensino ofi-

cialmente reconhecida na área automotiva;

III - Certificado de conclusão em treina-

mento de conhecimento geral dos sistemas

dos veículos automotores com o nome do

responsável operacional dos serviços nos

sistemas citados no artigo 2º, expedido por

instituição de ensino oficialmente reconhe-

cida na área automotiva.

Parágrafo Único - O órgão estadual com-

petente manterá o necessário registro e

coordenará o treinamento de fiscalização

junto ao poder público dos estabelecimen-

tos comerciais de que trata esta lei, assim

como prestará serviço de mediação entre o

consumidor e a empresa.

Artigo 6° - O descumprimento do disposto

nesta lei sujeitará o infrator, sem prejuízo

das responsabilidades penais, cíveis e admi-

nistrativas cabíveis, às seguintes sanções:

I – na hipótese de violação do item I do

artigo 5°, caberá a aplicação de multa

no valor mínimo de R$ 500,00 (quinhen-

tos reais) e no máximo de R$ 2.000,00

(dois mil reais);

II – na hipótese de violação do item II do

artigo 5°, caberá a aplicação de multa

no valor mínimo de R$ 2.000,00 (dois

mil reais) e no máximo de R$ 5.000,00

(cinco mil reais);

III – na hipótese de violação do item III do

artigo 5°, caberá a aplicação de multa no

valor mínimo de R$ 5.000,00 (cinco mil

reais) e no máximo de R$ 10.000,00 (dez

mil reais);

VI – na hipótese de reincidência caberá

aplicação de multa no valor correspondente

ao dobro do valor da sanção que tiver sido

anteriormente aplicada, até o limite máximo

de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).

Parágrafo Único – Os valores a que se re-

ferem este artigo serão atualizados, em 1°

de janeiro de cada exercício, com base na

variação do índice de Preços ao Consumi-

dor Amplo - IPCA, apurado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,

acumulada no exercício anterior.

Artigo 7° - São competentes para elaborar

os autos da infração para imposição de

multas por infrações ao disposto nesta lei

os integrantes da Polícia Militar do estado

de São Paulo no exercício das atividades de

polícia ostensiva e de prestação de ordem

pública, nos termos em que dispuser o

regulamento desta lei e após treinamento

citado no Parágrafo único do artigo 5º.

Parágrafo Único – O Estado poderá firmar

convênios com os Municípios com visitas

a que agentes municipais credenciados,

em especial os integrantes das Guardas

Municipais, possam exercer a competência

estabelecida neste artigo.

Artigo 8° - A receita arrecadada com a

cobrança das multas de que trata

esta lei será aplicada, exclusi-

vamente, na melhoria das

condições dos órgãos de se-

gurança pública do Estado,

bem, como em programas

destinados a esclarecer e

educar a população acerca

dos seus direitos de consumi-

dor de bens e serviços.

Artigo 9° - As oficinas mecânicas e esta-

belecimentos assemelhados terão prazo

de 1 (um) ano para se adequarem aos

dispositivos desta lei, após o que ficarão

sujeitas às penalidades nela previstas.

Artigo 10 - As despesas resultantes da

aplicação desta lei correrão à conta de do-

tações próprias consignadas no orçamento

vigente da Secretaria da Justiça e Defesa

da Cidadania.

Artigo 11 - O Poder Executivo regulamen-

tará a presente lei no prazo de 90 (noven-

ta) dias, contados de sua publicação.

Artigo 12 - Esta lei entra em vigor na data

de sua publicação.

Mais Automotive Base.indd 51 6/7/2011 13:16:46

Page 52: Revista Mais Automotive 80

LUBRIFICANTES

52

Marcelo Beltran

Marcelo Beltran é gerente técnico da TOTAL Lubrificantes do Brasil, empresa integrante do Grupo TOTAL.

consumidor brasileiro, em sua maioria,

ainda tem em mente que o lubrificante

mais viscoso é o melhor. Criou-se uma

cultura de que, quanto mais espesso, maior sua

eficiência; porém, na maioria das vezes, ocorre o

contrário. O lubrificante menos viscoso tem melhor

performance na partida a frio, pois chega mais rápido

às partes superiores do motor. Esse filme mais “fino”

retira menos energia do motor e da transmissão, pos-

sibilitando a redução do consumo de combustível.

O que melhora a qualidade do lubrificante não é

necessariamente a quantidade de aditivos, mas a

tecnologia de cada um deles. Um exemplo é a tec-

nologia “low saps” que busca a redução de aditiva-

ção antidesgaste convencional, visando minimizar a

emissão de gases nocivos ao meio ambiente através

do aumento da vida útil do catalisador (sem prejudi-

car o motor), assim como os aditivos modificadores

de atrito na tecnologia “fuel economy”, visando a

economia de combustível.

Os lubrificantes com a faixa mais baixa de viscosidade

estão em linha com a tendência de “fuel economy”

(economia de combustível). Estas viscosidades são

normalmente encontradas entre as faixas SAE 5W20 e

SAE 10W30, e estão dentro das exigências da norma

ILSAC GF-5. Em parceria com empresas de lubrifican-

tes, cada fabricante de veículo (OEM) desenvolve um

óleo adequado para cada veículo e modelo, de acordo

com as necessidades do projeto.

É de fato uma tendência global o consumo de lubrifi-

cantes menos viscosos nos próximos anos, tanto pela

indicação dos OEMs no manual do veículo, quanto

pelo aumento da conscientização e o poder aquisitivo

do consumidor final.

Ainda que minoria, haverá aumento percentual grada-

tivo no consumo de lubrificantes de alta performance,

tanto no consumo de óleos básicos sintéticos, quanto

na redução da viscosidade dos mesmos.

Sabemos que levará tempo para que, de forma geral, o

consumidor quebre o paradigma de que o lubrificante

mais viscoso é sempre melhor.

É bom lembrar que viscosidade é diferente de índice

de viscosidade, que é a característica físico-química

do óleo de manter a viscosidade em função do au-

mento da temperatura.

Infelizmente, na prática, o que manda no mercado na-

cional, na maioria das vezes, ainda é o preço; mas com

o crescimento da economia brasileira este cenário deve

ser minimizado através da renovação da frota e do au-

mento no poder aquisitivo do consumidor final.

O

pode não ser a melhor opçãoLubrificante mais viscoso

Marcelo Lub MA 79.indd 52 4/7/2011 16:10:40

Page 53: Revista Mais Automotive 80

Faça revisões em seu veículo regularmente

Dibianchi MD38.indd 1 18/5/2011 15:26:58

Page 54: Revista Mais Automotive 80

54

serviços

54

secretário da manutenção

s oficinas não

podem recla-

mar. O percen-

tual de proprie-

tários de veículos que

faz a manutenção pre-

ventiva no automóvel

passou de 39% para

49% entre 2001 e

2010, ou seja, quase

metade dos motoristas

procura o mecânico antes mesmo de o

carro apresentar algum problema.

Este índice poderia ser maior se o con-

sumidor contasse com serviços como leva

e traz, com um mecânico de confiança

sempre recomendado e o apoio de um

parceiro que o avisasse sobre os prazos

de realização das revisões periódicas? Na

visão dos criadores da Personal Car, sim.

A empresa, recém-lançada em São Paulo,

oferece aos clientes um serviço em que

todas essas preocupações – e outras mais

– ficam sob sua responsabilidade, desde

a indicação de uma oficina que ofereça

o serviço desejado até levar e buscar o

veículo, passando pelo agendamento e

negociação de orçamentos e o envio de

alertas sobre a necessidade de realização

de serviços de manutenção preventiva.

Para ter essa comodidade, o proprietá-

rio do veículo paga uma mensalidade de

R$ 39,00 – que inclui apenas a prestação

do serviço da assessoria e não a manuten-

ção do veículo em si. A proposta é ousada,

mas teria respaldo em demandas concre-

tas, conforme analisa o gerente comercial

da Personal Car Auto, Cláudio Guimarães.

“Fizemos uma pesquisa de mercado para

validar a ideia com a professora Isabel Fa-

ria, da Faculdade Anhembi Morumbi. O

levantamento desenvolvido por ela trouxe

dados interessantes: 79% dos consumido-

res não sabem o que fazer quando o carro

tem um problema. Alguns até têm refe-

renciais, mas quando não têm, recorrem

a amigos e parentes. Só que nem sempre

essas pessoas podem ajudar”.

Essa dificuldade pode revelar uma pró-

pria deficiência do mercado independente

que, embora responsável pela manutenção

de mais de 80% da frota, nem sempre con-

segue estabelecer laços de fidelização com

os proprietários de veículos e nem transmitir

A

o

Por Larissa Andrade [email protected] Fotos Divulgação

Novo serviço assessora proprietários de veículos na manutenção preventiva e abre oportunidade

de negócios para as oficinas parceiras

Silvio Ricardo Candido, gerente operacional da oficina Peghasus, uma das credenciadas à Personal Car Auto

Serviços MA 80.indd 54 6/7/2011 11:32:19

Page 55: Revista Mais Automotive 80

55

a esse público seu real valor. Por isso, a Personal

Car Auto espera atingir o ambicioso número de

20 mil assinantes até o final do ano, quando ain-

da estará atendendo apenas na Grande São Pau-

lo. A expectativa para 2014 é expandir o serviço

para o restante do estado de São Paulo, além das

regiões do Grande Rio de Janeiro, Grande Belo

Horizonte e Grande Curitiba.

PRátICA

O foco nas metrópoles não é à toa. “A solu-

ção que oferecemos atende a uma necessidade

típica das grandes cidades, que escondem suas

virtudes. Você não sabe quem são os bons repa-

radores das outras regiões de São Paulo se mora

na zona sul, então o serviço supre esse desco-

nhecimento sobre quem faz um serviço de repa-

ração bem feito”, explica Guimarães, que já tem

uma expertise no setor. Ele é um dos diretores da

Mister Car, gerenciadora de frota de empresas,

inclusive de sua própria empresa – uma locadora

de veículos. “Nos últimos anos, ganhamos expe-

riência ao cuidar de nossa própria frota. Come-

çamos com 3.500 carros, e há mais cinco frotas

de táxi no grupo. Com esse know-how, desen-

volvemos um produto para oferecer ao dono do

automóvel as mesmas facilidades”.

O serviço funciona da seguinte maneira: o

cliente faz o cadastro no site da Personal Car,

aceita o contrato, efetua o pagamento da

mensalidade e alimenta o sistema com os

primeiros dados do seu veículo, como

marca, modelo e ano. Posteriormente, ele

complementa as informações indi-

cando quilometragem, data da

última troca de óleo, etc.

Com isso, sempre que

for necessário realizar algum

procedimento no carro, o as-

sinante entra em contato com

a central de atendimento

A Personal Car cuida do agenda-

mento, a oficina, da manutenção,

e cada uma recebe sua parte. O

pagamento da manutenção é feito

pelo cliente diretamente à oficina,

mas a Personal Car participa da ne-

gociação desse custo para garantir

o melhor preço a seu cliente.

Para o reparador, essa situação pode

ser desconfortável, já que além de

trabalhar com margens mais aperta-

das, o prazo também é curto. “O pro-

cesso inicial é meio penoso. É diferen-

te de trabalhar com pessoa jurídica

porque a gente tem que atender três

pessoas: o motorista, o orçamentista

e o chefe do orçamentista.Tenho que

satisfazer três pessoas para concluir

um serviço. A Personal Car também

sofreu com essa adaptação, porque

no começo não tinha no atendimen-

to pessoas com treinamento em

mecânica”, conta Daniel Nóbrega

Angelini, da La Macchina.

E a oficina tem ainda mais uma

despesa a considerar: além de

negociar com a empresa um preço

adequado ao cliente, os estabe-

lecimentos cadastrados pagam

6% do faturamento com os carros

da Personal Car para a empresa,

pela intermediação do serviço.

Para recuperar as margens aper-

tadas, a oficina acaba colocando

um sobrepreço maior nas peças

aplicadas, já que ela é a responsável

pela compra desses itens – embora o

cliente possa opinar sobre a escolha

da marca. “Nós vamos decidir em

conjunto com o cliente, aí vem a

questão da peça original, a genuína

ou a paralela. O reparador pode ter

essas três opções ou só ter uma e

nós vamos passar isso para o cliente,

porque tem muitos reparadores que

só trabalham com peças originais. E

nós fazemos questão que as oficinas

forneçam as peças, e elas colocam

uma margem em torno de 30% a

35%, que é uma margem aceitável”,

diz Cláudio Guimarães. Na La Macchi-

na, o cliente normalmente escolhe a

marca e a compra é feita pela oficina

diretamente no distribuidor.

Mas é fundamental garantir que não

haverá nenhuma perda de qualidade

na prestação de serviço ou com os

produtos por conta da pressão por

preços baixos, já que também é o

nome da oficina que está em jogo.

Custos e pagamentos

Cláudio Guimarães,

gerente comercial da Personal Car

Auto

5555

Serviços MA 80.indd 55 6/7/2011 11:32:24

Page 56: Revista Mais Automotive 80

56

serviços

56

da Personal Car Auto, que irá indicar um

estabelecimento onde ele possa fazer o

serviço de acordo com a região desejada

e a especialidade procurada. O cliente

pode levar e buscar o carro pessoalmen-

te ou solicitar que a empresa faça isso,

mas em ambos os casos a própria central

já faz o agendamento, o que permite ao

reparador saber qual veículo chegará à

oficina e que problema ele apresenta.

Na oficina, é a própria Personal Car

Auto que negocia os preços, mas o serviço

realizado é pago diretamente pelo cliente.

Além da manutenção corretiva, a Per-

sonal também irá alertar o cliente sempre

que o banco de dados indicar a necessidade

de uma revisão. “Nós desenvolvemos um

programa com forte estímulo à manuten-

ção preventiva e tomamos a iniciativa de

orientar o dono do carro. Se ele não fizer o

serviço, o contrato que ele assinou conosco

nos dá o direito de ‘perturbá-lo’ até que ele

faça, porque nossa pesquisa apontou que

as pessoas deixavam de fazer a manuten-

ção preventiva porque não tinham quem as

cobrasse”, ressalta Guimarães.

Para saber o momento exato de

avisar o cliente, a empresa terá como

base as informações cadastradas pelo

próprio dono do veículo e cruzará

com as recomendações da montado-

ra. Além disso, o cliente também será

avisado sobre os prazos para

realizar inspeção ambien-

tal veicular, licenciamen-

to, renovação de CNH e

do seguro.

OFICINAS

Se o serviço promete co-

modidade e praticidade para

motoristas esqueci-

dos e apressados,

quais benefícios a

Personal Car Auto

proporciona aos

estabelecimen-

tos de repara-

ção parceiros?

“Eles terão

um aumen-

to de de-

manda sig-

nificativo”, prevê Claudio Guimarães.

Atualmente, já são cerca de 200 ofici-

nas credenciadas em São Paulo, tanto

independentes quanto concessionárias,

que realizam serviços de mecânica, un-

dercar, elétrica, funilaria, pintura.

Uma das empresas parceiras é a La

Macchina, localizada na zona sul da ca-

pital paulista e que tem 25 anos de tra-

dição no mercado. O sócio-diretor Daniel

Nobrega Angelini conta que, entre os

160/180 carros que atende mensalmen-

te, cerca de 50 chegam através da Perso-

nal Car. Além da demanda, ele ressalta

como ponto positivo a fidelização do

cliente, mas diz que os benefícios não

vão muito além disso. “A percepção é de

que o cliente se torna fiel, porém posso

dizer que só uns três desses clientes in-

dicaram outras pessoas

para vir aqui. É um

número muito pe-

queno, não é sig-

nificativo”. Ele diz ainda que são poucos

os que buscam a oficina para a manuten-

ção preventiva. “A maioria vem mesmo

quando tem algum problema”, diz.

Outra oficina parceira é a Peghasus,

integrante do GOE (Grupo de Oficinas

Especializadas). “Eles nos procuraram

através do GOE em 2007. Nós ajuda-

mos a formatar o serviço, opinamos

em diversas etapas do desenvolvimento

do projeto e eles foram inovando. Pri-

meiro, nos traziam as próprias frotas e

depois começaram a trazer os clientes

finais. Em nossa oficina, cerca de 1%

dos clientes chegam por intermédio

da Personal Car, mas conheço oficinas

em que o índice atinge os 70%”, diz

o gerente operacional da oficina, Silvio

Ricardo Candido.

Apesar da baixa participação em sua

empresa, ele vê a parceria com bons

olhos. “É muito promissora. Ela me traz

um cliente que eu não iria captar, por-

que não faço marketing, faço divulga-

ção minha na região. E esse consumidor

a mais pode continuar a me gerar de-

manda depois. Ele busca o comodismo

e a Personal Car irá ajudá-lo a resolver

os problemas no carro sem que ele pre-

cise sair de casa para isso”.

Serviço inclui avisos sobre manutenção preventina, Inspeção Veicular, renovação de CNH, entre outros

Serviços MA 80.indd 56 13/7/2011 09:38:43

Page 57: Revista Mais Automotive 80

575757

PARtICIPAçãO

Para garantir a qualidade do serviço, a

Personal Car Auto faz uma série de exigên-

cias para credenciar uma oficina, já que a

ideia é justamente indicar aquelas em que

o cliente pode confiar. “temos inspetores

técnicos que visitam o local, verificam se

a estrutura é adequada à demanda que a

empresa está se propondo a atender, se o

ferramental é atualizado, organizado, lim-

po. Verificamos também se existem certifi-

cações, como Cesvi e IQA, e se há check-list

de entrada e saída, há sala de espera, se os

profissionais usam os equipamentos neces-

sários e estão atualizados, os preços que

a empresa cobra e sua idoneidade. Geral-

mente, na Grande São Paulo fazemos

alguns testes, pois, como somos

gerenciadores de frota, encami-

nhamos nossos próprios veícu-

los para sentir se a oficina ofe-

rece um bom atendimento,

se é flexível na negociação e

compatível com o mercado”,

explica Guimarães.

Entre os participantes, mui-

tos já atendiam a esses requisitos. A La

Macchina, por exemplo, é uma oficina top

Service DPaschoal e é avaliada pela rede

semestralmente. Além disso, possui certifi-

cação ISO 9000 e oferece comodidades ao

cliente, como sala de espera com televisão,

café, banheiros feminino e masculino. Na

Peghasus, poucas mudanças foram neces-

sárias para o credenciamento. “Não fize-

mos nenhuma adequação no espaço por-

que desde 2005 somos certificados pelo

IQA. As adequações que realizamos foram

na área administrativa, referente à nota fis-

cal, mas nada que incomodasse muito. Já

tínhamos padrão de atendimento e serviço

de leva e traz”, enumera Candido.

Após a conclusão do serviço, a Perso-

nal Car entra em contato com o cliente

para fazer uma pesquisa de satisfação em

que ele pontua a oficina. “Nós não fecha-

mos nenhum atendimento se o cliente

não estiver satisfeito. Se ele tiver alguma

dúvida, retornamos o carro à oficina; e se

a dúvida persistir, nosso inspetor técnico

examina o veículo junto com o reparador

e o cliente”, explica o gerente comercial.

Para as oficinas participantes, é funda-

mental manter a excelência dos serviços

com os clientes que chegam através do

Personal Car, pois é isso que garantirá a

fidelização e a recomendação. E o próprio

programa atinge os pontos apontados

pelos consumidores como os principais na

escolha da oficina, de acordo com levan-

tamento da GIPA: confiança/segurança no

reparo, preço correto, bom atendimento

e proximidade/facilidade de acesso.

Cláudio Guimarães conta que, para in-

centivar os parceiros da reparação, foram

instituídos dois prêmios, um para a melhor

oficina mecânica e outro para a melhor fu-

nilaria nos quesitos qualidade, agilidade

e eficiência. A Personal Car Auto está

aberta a novas oficinas e o cadastramen-

to pode ser feito pelo próprio site.

Centro de atendimento da Personal Car Auto e oficina credenciada. Para participar, é necessário cumprir diversos requisitos

Serviços MA 80.indd 57 13/7/2011 09:38:47

Page 58: Revista Mais Automotive 80

58

pesquisa

58

Por Redação Novo Meio [email protected] Fotos Divulgação

Pesquisa do Sindirepa de São Paulo apura os melhores

fornecedores de produtos e serviços para as oficinas

Pesquisa premiou os fornecedores nas categorias ouro, prata e bronze

2ª edição do Prêmio Sindi-

repa-SP ouviu a opinião de

mais de 300 profissionais

da reparação de veículos

para apurar quais são os melhores for-

necedores de produtos e serviços em

15 categorias. O estudo levou em con-

sideração fatores como marca, quali-

dade, resultados e assistência, além

de remuneração e política comercial

no caso das companhias de seguros.

Os três primeiros de cada categoria fo-

ram classificados como ouro, prata e

bronze e receberam um selo oficial do

prêmio. Conheça a seguir as empresas

preferidas pelos reparadores.

A

fornecedoresReparação elege

Pesquisa MA 80.indd 58 4/7/2011 16:02:15

Page 59: Revista Mais Automotive 80

595959

Freio – Componentes

Prata: Bosch

Bronze: Bendix

Ouro: TRW Varga

Suspensão – Componentes

Prata: Cofap

Bronze: TRW Varga

Ouro: Monroe Axios

Climatização – Componentes

Prata: Valeo

Bronze: Denso

Ouro: Delphi

Pneus

Prata: Goodyear

Bronze: Michelin

Ouro: Pirelli Pneus

Filtros

Prata: Filtros Fram

Bronze: Bosch

Ouro: Mann-Filter

Correias

Prata: Goodyear

Bronze: Bosch

Ouro: Dayco

Equipamentos de diagnóstico de motores

Prata: Bosch

Bronze: Napro

Ouro: Tecnomotor

Tintas e complementos

Prata: Basf

Bronze: Sherwin-Williams

Ouro: PPG

Companhia de seguros

Prata: SulAmérica

Bronze: Allianz

Ouro: Porto Seguro

Software de orçamentação

Prata: Orion

Menção honrosa: Mahle Metal Leve

Ouro: Audatex

Freio – Sistemas

Prata: ATE

Bronze: Bosch

Ouro: TRW Varga

Suspensão – Sistemas

Prata: Nakata

Bronze: TRW Varga

Ouro: Cofap

Climatização – Sistemas

Prata: Denso

Bronze: Valeo

Ouro: Delphi

Baterias

Prata: Moura

Bronze: Bosch

Ouro: Heliar

Rolamentos

Prata: SKF

Bronze: NSK

Ouro: INA Grupo Schaeffler

Pesquisa MA 80.indd 59 4/7/2011 16:02:52

Page 60: Revista Mais Automotive 80

60

ais do que uma moda, a sustentabilidade é

uma tendência fundamental para a nossa

qualidade de vida e a das próximas gerações.

No segmento automotivo, responsável por uma parcela con-

siderável de emissão de poluentes e pelo uso de combustí-

veis fósseis, há uma preocupação crescente com a redução

do impacto dessas emissões e do uso de petróleo.

Na Stock Car, a preocupação com o meio ambiente

vem ganhando espaço a cada ano. Em 2010, a organiza-

ção da categoria decidiu substituir a gasolina por etanol,

o que representou um grande desafio para a engenharia.

Mas os resultados foram positivos e o biocombustível usado

na categoria emite 90% menos gases causadores do aque-

cimento global e do efeito estufa.

Outro exemplo sustentável na Stock Car é a coleta e

rerrefino de todo óleo lubrificante usado pelos carros. Em

todas as etapas, há um posto de coleta e profissionais trei-

nados da Lwart Lubrificantes, responsável pelo rerrefino –

um processo que transforma o óleo lubrificante usado em

óleo mineral básico, uma das matérias-primas utilizadas na

produção do óleo lubrificante. Essa é a segunda temporada

de parceria entre a Stock e a Lwart e a cada etapa são cole-

tados entre 350 e 400 litros de lubrificante.

E a categoria também se preocupa em amenizar o im-

pacto do carbono gerado durante as provas por meio de

uma parceria com a GSS Consultoria Sustentável. Com esse

objetivo, é realizado um Inventário de Emissões e, ao final da

temporada, as emissões serão compensadas pela aquisição

de créditos de carbono em projetos sustentáveis.

Essas iniciativas mostram que a Stock Car saiu na frente

de outras categorias e atrai cada vez mais empresas preocu-

padas com a questão e que adotam atitudes ambientalmen-

te responsáveis na corrida e no dia a dia, como uma política

interna. Essa também deve ser a visão de oficinas e centros

automotivos, onde coleta do óleo, reutilização da água, des-

tinação adequada de resíduos e economia de energia devem

fazer parte da rotina e ser encarados como investimento e não

como custo. E não se esqueça de escolher parceiros que tam-

bém adotem postura sustentável e que possam ajudá-lo nas

iniciativas. A Mobil, minha patrocinadora e fornecedora oficial

de lubrificantes da Stock Car, dá destinação correta às embala-

gens descartadas nas corridas, já que os frascos não podem ser

jogados em lixo comum. Já a Esso é responsável pelo etanol

das provas. Confira no site da Stock Car iniciativas que podem

ser adotadas em casa e na sua empresa: http://stockcar.globo.

com/index.php/stock-car-e-a-sustentabilidade/

Nonô Figueiredo

Nonô Figueiredo é piloto da equipe Cosan Mobil Super Racing da Copa Caixa Stock Car.

M

Sustentabilidadeno automobilismo

[email protected]

automobilismo

Nono automobilismo 80.indd 60 5/7/2011 08:44:08

Page 61: Revista Mais Automotive 80

MAIS CARRO

61

Esportivo familiarO mercado das station wagons – ou, se preferir, pe-

ruas – vem perdendo fôlego devido ao surgimento de

configurações mais modernas, como minivans e SUVs.

A Volkswagen está entre as montadoras que mais acre-

ditam neste segmento e não deixa os apreciadores das

peruas na mão. Junto com o novo Jetta sedã, a

marca traz ao país a Variant. O carro tem display digi-

tal multifunções; volante multifuncional, com coluna

de direção com regulagem longitudinal e de altura;

novo rádio e CD-player mp3 RCD 510, com tela de 6,5

polegadas sensível ao toque com entrada auxiliar para

iPod, conexão para cartões de memória tipo SD; ar-con-

dicionado digital, com duas zonas de climatização inde-

pendentes; e teto solar panorâmico Skyview, oferecido

como opcional. No pacote de segurança, seis airbags,

freios ABS, controles eletrônicos de tração e estabilida-

de e bloqueio do diferencial. O motor é o 2.5, com

cinco cilindros e 170 cv de potência. Station do novo Jetta sedã é prática sem abrir não da esportividade

O A1, primeiro modelo importado da Audi com

preço inferior a R$ 100 mil (custa R$ 89,9 mil), deve

responder por 40% das vendas da marca no Brasil.

Com design ousado, o hatch tem faróis de xênon plus

com luzes diurnas, das portas, teto, pés, maquiagem e

leitura em LED. O consumidor pode escolher o arco do

teto com pintura contrastante, além de optar

pelas cores nas saídas de ar internas também. Opcio-

nalmente, pode ser equipado com sistema start-stop,

que desliga o motor sempre que o veículo estiver pa-

rado e com a marcha desengatada. Falando nele, o

motor do A1 é o moderno 1.4 TFSI de 122 cavalos de

potência máxima, com sistema de injeção direta de

combustível e turbocharger com intercooler. A ener-

gia produzida durante a frenagem é recuperada e

armazenada temporariamente na bateria. A transmis-

são é a S-Tronic, de sete velocidades, com tecnologia

esportiva e sistema de dupla embreagem.Motor com injeção direta e turbocharger no novo carro-chefe

da Audi no Brasil

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Page 63: Revista Mais Automotive 80

38#

a evolução da sua oficina começa aqui

Nesta edição

Empresários investem em seguros de equipamentos para evitar prejuízos em casos de roubos

Mais Equipamentos MA 80.indd 1 6/7/2011 11:34:35

Page 64: Revista Mais Automotive 80

2

Oficinas investem em seguros que incluem os equipamentos diante do medo de roubos, que podem trazer altos prejuízos e perda de faturamento

OPor Larissa Andrade [email protected] Fotos Divulgação

mais segurança paraseus equipamentos

empresário da reparação in-

dependente sabe que abrir

uma oficina e mantê-la atu-

alizada no que se refere a equipamentos

custa muito caro. E esse custo aumenta à

medida que a tecnologia avança, ou seja,

cada vez pesa mais no bolso o gasto com

aquisição e atualização desses produtos.

Se antes o reparador conseguia fazer a

maioria dos serviços apenas com o auxílio

de ferramentas, hoje muitas vezes é im-

possível sequer saber qual é o problema

de um determinado veículo sem o uso de

um scanner.

Por conta dos altos valores desses equi-

pamentos e de sua eficiência, eles se

tornaram objeto de desejo dos centros

automotivos. Mas isso também acabou

atraindo a atenção de ladrões e assim

as oficinas se tornaram alvo de roubos e

furtos. Foi o que aconteceu na Eng. Tech

Motors, localizada na Vila Cruzeiro, zona

sul da capital paulista, no dia 19 de mar-

ço. Quando o proprietário da oficina,

Augusto Dionizio Alves da Silva, se pre-

parava para fechá-la, um motoqueiro fez

a abordagem e dois ladrões entraram na

loja, enquanto um se manteve na por-

ta. “Havia uns quatro carros na oficina,

entre eles um Peugeot Partner. O assal-

tante nos fez carregar esse veículo com

o armário inteiro onde estavam os equi-

pamentos, mas quando foi dar partida o

carro não funcionou, porque era de um

cliente e estava quebrado. Ele acabou le-

vando o meu carro, com equipamentos

e uma bicicleta”, conta Silva.

Na Eng. Tech Motors, essa não foi a pri-

meira ocorrência e Silva diz que, em con-

versas informais com amigos, os roubos

em oficinas têm crescido. Porém, como é

comum no Brasil, não há dados oficiais

sobre o assunto e o Sindirepa-SP afirmou,

por meio de sua assessoria de imprensa,

que não recebeu nenhuma queixa de rou-

bo de equipamentos em oficinas. Mas o

sindicato orienta que o empresário faça o

Boletim de Ocorrência e entre em conta-

to com a entidade para fazer a denúncia,

pois, só assim, ela poderá agir junto aos

órgãos públicos em favor da categoria.

Mais Equipamentos MA 80.indd 2 6/7/2011 11:34:46

Page 65: Revista Mais Automotive 80

3

Já a companhia Porto Seguro, procurada

por nossa reportagem, informou um nú-

mero alarmante, embora represente ape-

nas a realidade das empresas que possuem

o serviço da empresa. De acordo com o

coordenador de Ramos Elementares da

Porto Seguro, Marcelo Santana, a quanti-

dade de sinistros na atividade automotiva

(oficina mecânica, funilaria, elétrica, centro

automotivo e instalação) cresceu 50% nos

últimos meses em todo o Brasil. Não é à

toa que no mesmo período a contratação

de seguro por parte de empresas desse

segmento tenha crescido 34%.

PrecAução

Mesmo quem nunca passou por uma

situação de roubo na oficina deve consi-

derar a possibilidade de fazer um seguro,

já que ninguém está livre desse tipo de

situação, principalmente em grandes ci-

dades. Atento à questão, o sócio-proprie-

tário da Tecnocar, Roberto Kazlauskas,

tem a empresa segurada há alguns anos.

“O motivo que me fez colocar a loja no

seguro é o medo que todos nós temos de

sermos roubados. Se acontecer, a dificul-

dade em juntar o dinheiro para comprar

os equipamentos novamente é grande,

devido aos preços serem altos”.

Na Tecnocar, estão segurados equipamen-

tos de diagnose, computadores, impres-

soras, danos elétricos, incêndio, vidros,

móveis, PABX, etc. Entre as companhias

consultadas pela Mais Equipamentos (Itaú

Seguros, Bradesco Seguros, Porto Seguro

e Mapfre), apenas a Porto Seguro ofere-

ce uma cobertura para oficinas que inclui

equipamentos, o chamado Porto Seguro

Empresa, um produto modular composto

de cobertura básica – que garante a empre-

sa contra incêndio, queda de raio, explosão

e fumaça – e de coberturas opcionais, que

podem ser contratadas de acordo com as

necessidades de cada empresa. “Entre as

opcionais, temos cobertura como danos

elétricos, queima de computadores; tam-

bém temos cobertura de despesa física,

por exemplo, caso a empresa pegue fogo

e continuem vindo contas de luz, água e

telefone ou pagamento de funcionários. E

tem a cobertura de subtração de bens e

mercadorias, que no caso da oficina são os

equipamentos e peças. Também há a pos-

sibilidade de cobertura dos veículos contra

incêndio, roubo ou danos”, enumera Mar-

celo Santana, da Porto Seguro.

Mas Santana explica que é importante

que o segurado tenha as notas fiscais

desses equipamentos ou tenha tudo isso

registrado na contabilidade, já que o se-

guro é um contrato de “boa-fé” e muitas

vezes ele é feito sem a visita de um profis-

sional da seguradora até a empresa.

oPçÕeS

O empresário da reparação pode escolher

qual tipo de cobertura de seguro deseja

para a oficina focando o que é mais va-

lioso e mais importante para o negócio.

No caso dos equipamentos, o prejuízo vai Seguro de veículos dos clientes na oficina

também é possível, mas custa caro

Além dos equipamentos, o prédio da Tecnocar também está segurado contra danos elétricos, incêndio, etc.

além do roubo em si, já que o estabeleci-

mento ficará impossibilitado de realizar os

serviços sem ele, ou seja, também haverá

um forte impacto no faturamento da em-

presa até que eles sejam repostos. Foi o

que aconteceu na Eng. Tech Motors. “O

serviço da oficina parou de 50 a 60%,

porque além dos clientes, eu prestava ser-

viço com analisador de gases e scanner

de câmbio automático para outras seis ou

sete oficinas. Quando alguém quer fazer

a pré-inspeção, eu não faço e acabo per-

dendo porque o cliente sempre realiza al-

gum serviço além. Agora ele acaba indo a

outra oficina”, reclama Augusto Dionizio

Alves da Silva.

O proprietário da Eng. Tech também

aponta que o valor segurado não será

pago integralmente, já que há a depre-

ciação dos equipamentos. Ele, no en-

tanto, discorda dessa depreciação, pois

no caso de scanners é feita uma atuali-

zação constante, ou seja, ele está sem-

pre investindo nesses equipamentos.

É importante que o proprietário da ofici-

na faça uma análise do que compensa in-

cluir no seguro. Kaslauzkas, da Tecnocar,

conta que fez uma cotação para colisões

de veículos na oficina, mas o valor era

absurdamente alto: R$ 35 mil por ano.

Nesse caso, ele optou por não incluir

esse opcional e o valor pago atualmente

é de cerca de R$ 2 mil. Um investimento

significativo, mas que pode representar

a sobrevivência do negócio.

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