revista automotive business - edição especial chery | outubro 2014

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O GRANDE PASSO GLOBAL FABRICANTE DE VEÍCULOS CHINESA INICIA CAMINHADA MULTINACIONAL EM SOLO BRASILEIRO OUTUBRO DE 2014 • EDIÇÃO ESPECIAL

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Revista Automotive Business - Edição Especial Chery | outubro 2014

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Page 1: Revista Automotive Business - Edição Especial Chery | outubro 2014

O GRANDE PASSO GLOBALFabricante de veículos chinesa inicia caminhada multinacional em solo brasileiro

outubro de 2014 • EDiçãO ESPEciAL

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Job: 2014-Iveco-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 29773-044-Iveco-Tector-Vaca-AutoBusiness-410x275_pag001.pdfRegistro: 149294 -- Data: 11:18:40 16/06/2014

Celer Hatch, 2014/2015, à vista R$ 33.990,00. Celer Sedan, 2014/2015, à vista R$ 34.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos Celer Hatch e Celer Sedan 2014/2015. Celer Hatch: entrada de R$ 20.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.156,51 até R$ 1.211,86). Celer Sedan: entrada de R$ 20.994,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.227,56 até R$ 1.270,40). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 34.272,06 até R$ 35.941,16). QQ 1.0, 2014/2015, à vista R$ 23.990,00. QQ 1.0 Act, 2014/2015, à vista R$ 25.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos QQ 1.0 e QQ 1.0 Act 2014/2015. QQ 1.0: entrada de R$ 14.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 819,11 até R$ 874,46). QQ 1.0 Act: entrada de R$ 15.594,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 886,59 até R$ 941,94). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 24.223,26 até R$ 26.949,50). TIGGO MT, 2014/2015, à vista R$ 54.990,00. TIGGO AT, 2014/2015, à vista R$ 58.990,00.

ACESSE CHERYBRASIL.COM.BRTodos juntos fazem um trânsito melhor.

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A Chery já inaugurou sua fábrica no Brasil, mas a comemoração só está começando: toda a linha com taxa de 0%. Aproveite.

A PARTIR DE

R$ 34.990 À VISTA OU

CELER SEDAN 1.5

TAXA 0% EM ATÉ 12x.

A PARTIR DE

R$ 23.990 À VISTA OU

NOVO QQ 1.0

TAXA 0% EM ATÉ 12x.

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R$ 33.990 À VISTA OU

CELER HATCH 1.5

TAXA 0% EM ATÉ 12x.

NOVO TIGGO 2.0

A PARTIR DE

R$ 54.990 À VISTA OU

TAXA 0% EM ATÉ 12x.

Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos TIGGO MT e TIGGO AT 2014/2015. TIGGO MT: entrada de R$ 32.994,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.865,05 até R$ 1.892,59). TIGGO AT: entrada de R$ 35.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 2.000,01 até R$ 2.055,36). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 55.705,44 até R$ 60.058,28). Valores com base no fi nanciamento realizado exclusivamente na rede de concessionárias Chery Brasil e pelo banco conveniado com a Chery Brasil, com as condições acima descritas. Crédito sujeito à aprovação de cadastro. Ofertas válidas de 1º/11/2014 até 30/11/2014, podendo os valores ser reajustados após este período, conforme Política Comercial da Chery Brasil. Fotos ilustrativas. A Chery Brasil reserva-se o direito de modifi car as características técnicas, os preços e/ou as condições dos produtos anunciados sem prévio aviso. Termos e condições da Garantia Chery Brasil detalhados no Manual do Proprietário. Consulte os preços das revisões no site da Chery Brasil.

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Job: 2014-Iveco-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 29773-044-Iveco-Tector-Vaca-AutoBusiness-410x275_pag001.pdfRegistro: 149294 -- Data: 11:18:40 16/06/2014

Celer Hatch, 2014/2015, à vista R$ 33.990,00. Celer Sedan, 2014/2015, à vista R$ 34.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos Celer Hatch e Celer Sedan 2014/2015. Celer Hatch: entrada de R$ 20.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.156,51 até R$ 1.211,86). Celer Sedan: entrada de R$ 20.994,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.227,56 até R$ 1.270,40). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 34.272,06 até R$ 35.941,16). QQ 1.0, 2014/2015, à vista R$ 23.990,00. QQ 1.0 Act, 2014/2015, à vista R$ 25.990,00. Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos QQ 1.0 e QQ 1.0 Act 2014/2015. QQ 1.0: entrada de R$ 14.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 819,11 até R$ 874,46). QQ 1.0 Act: entrada de R$ 15.594,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 886,59 até R$ 941,94). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 24.223,26 até R$ 26.949,50). TIGGO MT, 2014/2015, à vista R$ 54.990,00. TIGGO AT, 2014/2015, à vista R$ 58.990,00.

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A Chery já inaugurou sua fábrica no Brasil, mas a comemoração só está começando: toda a linha com taxa de 0%. Aproveite.

A PARTIR DE

R$ 34.990 À VISTA OU

CELER SEDAN 1.5

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R$ 23.990 À VISTA OU

NOVO QQ 1.0

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R$ 33.990 À VISTA OU

CELER HATCH 1.5

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NOVO TIGGO 2.0

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R$ 54.990 À VISTA OU

TAXA 0% EM ATÉ 12x.

Taxa de juros de 0% (zero por cento) para os modelos TIGGO MT e TIGGO AT 2014/2015. TIGGO MT: entrada de R$ 32.994,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 1.865,05 até R$ 1.892,59). TIGGO AT: entrada de R$ 35.394,00 (60%) + saldo de 12 parcelas (de R$ 2.000,01 até R$ 2.055,36). Valor da parcela, IOF, tarifas de cadastro e registro de contrato podem variar de acordo com o Estado, bem como o Custo Efetivo Total (de R$ 55.705,44 até R$ 60.058,28). Valores com base no fi nanciamento realizado exclusivamente na rede de concessionárias Chery Brasil e pelo banco conveniado com a Chery Brasil, com as condições acima descritas. Crédito sujeito à aprovação de cadastro. Ofertas válidas de 1º/11/2014 até 30/11/2014, podendo os valores ser reajustados após este período, conforme Política Comercial da Chery Brasil. Fotos ilustrativas. A Chery Brasil reserva-se o direito de modifi car as características técnicas, os preços e/ou as condições dos produtos anunciados sem prévio aviso. Termos e condições da Garantia Chery Brasil detalhados no Manual do Proprietário. Consulte os preços das revisões no site da Chery Brasil.

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4 • AutomotiveBUSINESS

índice

12 INTERNACIONAL DO BRASIL PARA O MUNDO Internacionalização da Chery passa pela operação no mercado brasileiro

14 MANUFATURA AGORA MADE IN BRAZIL Produção em Jacareí, SP, prevê 50 mil carros no primeiro ano

16 VEÍCULOS CELER NACIONAL TERÁ VERSÕES HATCH E SEDÃ Em 2015 vem o novo QQ e, mais adiante, um utilitário esportivo

18 MOTORES INICIATIVA ATENDERÁ A OPERAÇÃO Chery investiu US$ 130 milhões para sua divisão Acteco montar propulsores e câmbios

20 TECNOLOGIA DESENVOLVIMENTO LOCAL PARA ATENDER BRASILEIROS Operação nacional será a primeira a contar com centro de P&D fora da China

8 ABERTURA

Primeira fabricante de veículos chinesa no País ganha força na caminhada multinacional

O GRANDE PASSO GLOBAL

21 DISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS SALTO NAS VENDAS, COM MAIS CONCESSIONÁRIAS Empresa investe em novas lojas, treinamento de equipes e estoque de peças

24 FORNECEDORES RELAÇÃO PRÓXIMA TRAZ GANHOS Chery está empenhada em garantir bons volumes aos parceiros que tem no Brasil

26 NEW GENERATION APOSTA EM QUALIDADE PARA IMPULSIONAR A MARCA Companhia moderniza os veículos e quer ir além do rótulo de chinesa

30 CAPACITAÇÃO TREINAMENTO NO BRASIL E CHINA Profissionais passaram por aperfeiçoamento para atender as operações da Chery Brasil

32 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL SUSTENTÁVEL DESDE AS PRIMEIRAS RAÍZES Compromisso da Chery vem antes da construção da fábrica

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Job: 2014-Iveco-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 29773-044-Iveco-Tector-Vaca-AutoBusiness-410x275_pag001.pdfRegistro: 149294 -- Data: 11:18:40 16/06/2014

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6 • AutomotiveBUSINESS

revista

www.automotivebusiness.com.br

Publicação especial editada por Automotive Business, empresa associada à all right!

Comunicação Ltda. tiragem de 13.000 exemplares, com

distribuição direta a executivos de fabricantes de veículos, autopeças, distribuidores,

entidades setoriais, governo, consultorias, empresas de engenharia, transporte e logística

e setor acadêmico.

DiretoresMaria theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo ricardo Braga

(Jornalista, MtPs 8858)

Editora-AssistenteGiovanna riato

RedaçãoCamila Franco, Mário Curcio, Pedro Kutney e

sueli reis

Design gráficoricardo alves de souza

e Josy angélica

Fotografia estúdio Luis Prado

PublicidadeCarina Costa, Greice ribeiro, Monalisa Naves

Atendimento ao leitorPatrícia Pedroso

WebTV Marcos ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

ImpressãoMargraf

Distribuição

MtLOG

Administração, redação e publicidadeav. iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, são Paulo, sP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

a companhando a evolução da operação da Chery no Brasil, Automotive Business preparou esta edição especial, feita

em conjunto com a montadora e a assessoria de imprensa sD Press, que se prontificaram a contribuir com grande parte das informações reunidas para contar a história da marca.

Como ponto de partida, a jornalista sueli reis foi à China conhecer de perto a operação da Chery e visitou o complexo de Wuhu, que reúne quatro unidades produtivas da montadora naquele país. Nessa jornada, ela soube que a Chery foi escolhida pelo governo chinês para ocupar posição de destaque na indústria automobilística local e comandar as principais atividades na área de veículos leves, servindo de referência para outras empresas do gênero.

a Chery, que possui representação em mais de 80 países, busca agora fortalecer sua presença mundial, meta que passa pela estruturação da fábrica brasileira da marca, a primeira completa da Chery fora da China, erguida em Jacareí, sP, no vale do rio Paraíba. Nos últimos dois anos a nova montadora brasileira (primeira chinesa no País) esteve empenhada nas obras civis e no detalhamento das linhas de produção, com a definição dos veículos a serem feitos no País, começando com o Celer e prosseguindo com o compacto QQ e um sUv derivado do tiggo 5.

as instalações fabris estão sendo afinadas visando ao início de produção para valer, que ocorre em dezembro. enquanto isso, a Chery Brasil já tem planos concretos de tornar a operação brasileira uma base de exportações para a américa Latina, tornando-se uma peça importante no programa de internacionalização da marca.

Boa leitura.

avanço da cherypassa pelo brasil

editorial

Paulo ricardo [email protected]

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Job: 2014-Iveco-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 29773-044-Iveco-Tector-Vaca-AutoBusiness-410x275_pag001.pdfRegistro: 149294 -- Data: 11:18:40 16/06/2014

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8 • AutomotiveBUSINESS

CHERY DÁ NO BRASIL SEU PRIMEIRO GRANDE

PASSO GLOBALPRIMEIRA FABRICANTE DE VEÍCULOS CHINESA A SE INSTALAR NO PAÍS

COMEÇA A CAMINHADA MULTINACIONAL EM SOLO BRASILEIRO

PEDRO KUTNEY

A inauguração da linha de produção da Chery em Jacareí, no interior paulista, guarda ineditismo de mão dupla: é a primeira marca chinesa de

veículos a produzir no Brasil, como também é este o primeiro grande passo internacional da indústria au-tomotiva estatal da China, ao instalar sua maior fá-brica completa de carros fora do país, de seu maior fabricante independente, sem associação com companhias estrangeiras. Com esse simbolismo histórico, os primeiros Chery brasileiros surgem pela vontade e necessidade de tornar multinacional um dos mais importantes ramos industriais chineses,

que apesar de ser o maior mercado de veículos do mundo, só nesta década começa a extrapolar suas fronteiras com

plantas (não só linhas de montagem) em outros mercados, dando início a esse processo no Brasil, país que mais tem tradição em receber multinacio-nais do setor – quase todas já estão aqui.

“O País tem 200 milhões de habitantes, o de-senvolvimento econômico é rápido e seu mer-cado automotivo também cresce depressa, é o quarto maior do mundo. Achamos que a Chery atende às necessidades dos brasileiros, que são muito amigáveis com os chineses. A relação entre

CHERY

AssistA à entrevistA

exclusivA com

LUis CURi, vice-presidente

dA chery

iNaUgURaDa em agosto, a fábrica da chery em Jacareí, sp, inicia a produção de veículos

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AutomotiveBUSINESS • 9

os governos dos dois países é muito boa. A base industrial aqui é forte, com mão de obra qualificada. Por todos esses motivos decidimos ter uma fábrica”, justifica Zhou Biren, vice-presidente da Chery e chefe de operações internacionais.

Ao contrário de outros fabricantes chineses que enfrentam dificuldades para se instalar no Brasil por meio de seus importadores e estão com pla-nos suspensos ou atrasados, a Chery quer mostrar que seu projeto brasilei-ro é sólido. “Esta é a nossa primeira fábrica completa fora da China, é um

dia memorável para nosso processo de internacionalização”, disse Roger Peng, presidente da Chery Brasil, durante a cerimônia de abertura das instalações industriais de Jacareí, em 28 de agosto. A fabricante já tem uma dúzia de linhas de montagem espalhadas pelo mundo, incluindo uma no Uruguai, onde atualmente monta o SUV Tiggo e o compacto Face, dois dos carros que vende no mercado brasileiro dentro da zona de livre comércio do Mercosul (inclui Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela). Mas em nenhum desses

ROGER PENG, presidente da Chery Brasil

lugares existe uma linha completa de produção como em Jacareí.

O custo de produção mais alto no Brasil é reconhecido, mas não preo-cupa: “É mais caro produzir aqui do que na China, mas trazer carros de lá tem preço elevado de transporte e o imposto de importação é bastante alto. Tudo isso é compensado com a fabricação local”, pondera Zhou Biren. O mesmo raciocínio se apli-ca aos mercados vizinhos da Améri-ca do Sul: “Nosso desejo é exportar do Brasil para todos os países da re-gião”, informa o executivo.

LUIS CURI, vice-presidente da Chery Brasil

ESTA É A NOSSA PRIMEIRA FÁBRICA COMPLETA FORA

DA CHINA

DEVEMOS CHEGAR AO FIM DE 2014 COM 100 LOJAS POR TODO O BRASIL

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10 • AutomotiveBUSINESS

a PRODUçãO de veículos começa com o celer (fotos) e depois virá o QQ, já

em nova geração. A empresa construirá também uma fábrica de motores e pista

de testes em Jacareí, sp

o índice de nacionalização dos primeiros Chery fabricados no Brasil deve começar em cerca de 50% e será aumentado gradualmente,

podendo chegar a 70% em dois anos. Já foram assinados contratos com 22 fornecedores no País.

Em outra medida para aumentar os índices de nacionalização e atender os requisitos do Inovar-Auto, a Chery vai instalar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento no País, com investimento extra de R$ 50 milhões. “Provavelmente, a partir de 2018 a Chery terá um automóvel pensado, desenvolvido e produzido especialmente para a América Latina”, diz o vice-presidente Luis Curi.

PROGRAMA DE NACIONALIZAÇÃO

ZHOU BiREN, chefe de operações internacionais da chery

ANTES CHAMÁVAMOS ESTA OPERAÇãO DE CHERy BRASIL. AGORA CHAMAMOS DE CHERy BRASILEIRA

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AutomotiveBUSINESS • 11

CONFIANÇA NO MERCADO BRASILEIRO

Q uando o mercado brasileiro crescia ao ritmo de dois dígitos porcentuais ao ano e não havia sobretaxação

a veículos importados, a Chery já tinha decidido abrir sua fábrica no País, mesmo antes de começar a vender seus carros no Brasil. Em 2011 foram vendidos 27 mil auto-móveis da marca chinesa aos brasileiros, mas em 2012 as vendas caíram a menos da metade, para 12 mil, com a aplicação de 30 pontos porcentuais sobre o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) recolhido de carros sem produção local ou com baixo conteúdo nacional. Mesmo assim, a confiança não cedeu. Um novo tombo veio em 2013, com apenas 8 mil unidades vendidas antes de ven-cer toda a burocracia para enquadrar a empresa no Inovar--Auto, a política industrial do governo brasileiro criada para aumentar os índices de nacionalização do setor automoti-vo. Este ano, vencidas as barreiras e com cotas de impor-tação garantidas sem sobretaxação para quem investe em projetos no País, a expectativa é voltar aos níveis de vendas acima de 15 mil veículos.

Mesmo com a entrada em declínio do mercado brasilei-ro, a confiança permanece. “Neste momento o Brasil passa por algumas dificuldades, mas não é o fim do mundo, é al-go passageiro. Estamos confiantes que o mercado cresce-rá a 4 milhões ou 5 milhões (de unidades por ano)”, afirma Zhou Biren, chefe de operações internacionais da Chery.

Com planta local e projetos adaptados para o cliente brasileiro, a expectativa é ver as vendas crescerem rapi-damente. “Até 2018 queremos vender de 100 mil a 120 mil carros por ano, com participação em torno de 3% do mercado brasileiro”, afirma Roger Peng, presidente da Chery Brasil.

“Com a fábrica operando, teremos uma demanda maior, o que refletirá também no aumento da rede de concessio-nárias. Devemos chegar ao fim de 2014 com 100 lojas por todo o Brasil”, analisa Luis Curi, vice-presidente da Chery Brasil. “Nossa meta de vendas está baseada na análise de mercado que fizemos ainda em 2010. A situação atual de-verá se reverter, pois há mercado para isso. O Brasil ainda tem uma baixa taxa de motorização e o governo já está tomando as medidas para reaquecer os negócios.”

INVESTIMENTOS Para produzir seus carros no Brasil, a Chery faz investi-mentos com recursos próprios de US$ 530 milhões para instalar duas fábricas em Jacareí: uma de automóveis e outra de motores. Situada dentro de um terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados, a primeira planta co-meçou a ser construída em junho de 2011 e recebeu aportes de US$ 400 milhões. Tem área construída total de 400 mil metros quadrados que abriga soldagem de carrocerias, pintura e montagem final; as partes estam-padas virão importadas da China neste primeiro momen-to. O complexo ainda contempla uma pista de testes.

Até o fim de 2014, pelo menos 500 pessoas estarão contratadas. “Deveremos produzir 50 mil unidades no primeiro ano de operação. Numa segunda fase podere-mos chegar a 150 mil por ano, com 3 mil empregados”, diz o presidente Roger Peng.

O primeiro carro a sair da linha de produção brasi-leira será o compacto Celer, nas versões hatch e se-dã. No segundo trimestre de 2015 entra em linha o novo QQ, subcompacto mais barato que passará por modificação de design. Em 2016 será a vez de um terceiro modelo, um SUV pequeno. No mesmo ano, todos os três devem começar a ser exportados para países como Argentina, Uruguai, Colômbia, Equador, Venezuela e Peru. “Desejamos fazer do Brasil uma ba-se de exportação para toda a América Latina”, afirma o presidente da Chery.

Também em Jacareí, mas em outro terreno, fica a fábrica da Acteco, a divisão de powertrain da Chery, que investe US$ 130 milhões para produzir dois propulsores bicombustíveis gasolina-etanol. O 1.5-litro quatro-cilin-dros começa a ser feito já para o Celer, com sistema de injeção flexfuel fornecido pela Delphi. No próximo ano entra em linha o 1.0-litro três-cilindros para o QQ, com sistema da Magneti Marelli. “No futuro, serão produzi-dos outros tipos de motores, para abastecer não só a demanda da Chery em Jacareí, mas de outras localida-des”, revela Peng. A partir de 2016, a Acteco também passará a fabricar transmissões na planta brasileira. n

MONtADORA tEM ExPECtAtIvA DE AS vENDAS CRESCEREM RAPIDAMENtE

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12 • AutomotiveBUSINESS

ESPECIAL CHERY | INTERNACIONAL

SUELI REIS

TRAJETÓRIA DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA CHERY PASSA PELA OPERAÇÃO NO MERCADO BRASILEIRO

D esde que a China se abriu ao mundo com o objetivo de firmar-se como uma superpo-

tência, processo iniciado há cerca de 40 anos, ter uma marca própria de veículos já era considerada uma das estratégias para acelerar o processo de internacionalização. Foi neste contex-to, de construção de uma nação mais globalizada, que em 1997 a província de Anhui, localizada ao leste chinês, decidiu com o governo construir sua primeira fábrica de automóveis a partir de uma marca independen-te – sem a participação de empre-sas estrangeiras ou com a criação de joint ventures. Assim nasceu a Chery, com a missão de ser a maior opera-ção do gênero na China, com presen-ça mundial.

O nome Chery – representado por dois caracteres chineses cujo signifi-cado é “fazer diferente para alcançar o sucesso” – já indicava a ambição da nova empresa estatal. Os primeiros veículos foram produzidos em 2001, na cidade de Wuhu, onde a marca ins-talou sua sede. Após quase 17 anos de operações, a Chery possui 21 mo-delos de veículos disponíveis para os mercados nacional e internacional. A empresa conta com 24 mil colabora-dores e capacidade de produção de 900 mil automóveis, 900 mil motores e 800 mil transmissões por ano. De-pois de firmar-se no próprio mercado, tornando-se a maior montadora entre as independentes da China, em 2005 a empresa iniciou as exportações, ten-do a Síria como primeiro destino, e passou a promover testes em merca-

dos do Leste Europeu, Oriente Médio, Ásia, Malásia e Indonésia. Atualmente, a Chery está presente em mais de 80 mercados e mantém fábricas em 14 deles, todas operando em regime de CKD, exceto a planta brasileira.

NO BRASILAinda na década de 1990, a Chery es-tudava quais mercados seriam estra-tégicos e com potencial para expandir sua atuação pelo mundo em um futu-ro próximo. Na avaliação dos chine-ses, o mercado norte-americano, bem como Europa, foram considerados sa-turados, além de Índia, Japão e Coreia do Sul, que naquela época se mos-travam ainda fechados para o setor. A partir desta ótica, a montadora voltou seus olhos para países emergentes, es-pecialmente Brasil e Rússia.

“O processo de internacionaliza-ção passa obrigatoriamente pelo Bra-sil”, enfatiza Luis Curi, vice-presidente da marca para o País. O executivo con-

DO BRASIL PARA O MUNDO

ta que após conhecer a dinâmica do mercado nacional os chineses chega-ram à conclusão de que fabricar aqui seria uma necessidade, porque o espa-ço para carros importados seria cada vez mais reduzido. Contudo, firmar-se em solo brasileiro não foi tarefa fácil. Ao relembrar a trajetória da montado-ra na região, Curi festeja o fato de ter inaugurado a primeira fábrica fora da China. Localizada na cidade de Jaca-reí, no interior de São Paulo, a unidade representa o investimento mais impor-tante que o grupo fez visando ao mer-cado global.

“Temos a consciência de que o Brasil voltará a ter curva de cresci-mento nos próximos anos. Nossa principal meta, para o médio prazo, é abocanhar 3% de participação deste mercado. Para chegar a isso investi-mos meio bilhão de dólares em uma operação, o que representa a serie-dade com que os chineses apostam no Brasil.”

VISTA AÉREA do complexo de Wuhu, sede da Chery na China

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AutomotiveBUSINESS • 13

ZhOU BIREn, vice-presidente e chefe de operações internacionais da Chery

U ma vez instalada aqui, a mescla entre Brasil e China será uma das marcas dos produtos da Chery: “Os carros serão totalmente preparados para o

mercado sul-americano, não só para o Brasil”, reforça Curi. Para corrigir e alterar características adaptadas ao gosto do consumidor, a empresa planeja aumentar gradativamente o conteúdo local, para dar uma cara mais ocidental ao Celer e ao novo QQ, os dois primeiros modelos a sair de linha.

“É mais caro produzir aqui do que na China, mas trazer carros de lá tem um preço elevado de transporte e o imposto de importação é bastante alto. Tudo isso será compensado com a fabricação local. O desejo da matriz é exportar do Brasil para todos os países da região”, confirma Zhou Biren, vice-presidente da Chery e chefe de operações internacionais da fabricante.

Começando com o Celer, nas versões hatch e sedã, a Chery já fechou as exportações de modelos para Chile, Peru, Uruguai e Venezuela. A empresa está em fase final de negociações de preço com a representação na Argentina e adianta o diálogo com a Colômbia.

BASE EXPORTADORA PARA A AMÉRICA

O DESEJO DA MATRIZ É EXPORTAR DO BRASIL PARA TODOS OS PAÍSES DA REGIÃO

LInhAS DE mOnTAgEm do compacto QQ e do sUV tiggo em Wuhu

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ESPECIAL CHERY | MANUFATURA

PRODUÇÃO EM JACAREÍ PREVÊ 50 MIL CARROS NO PRIMEIRO ANO

MÁRIO CURCIO, AB

CHERY, AGORA MADE IN BRAZIL

A produção dos automóveis Chery em Jacareí (SP) come-ça com o modelo Celer, lan-

çado no Brasil em 2013 ainda como importado. Desde o início a fábrica montará tanto o hatch como o sedã, com algumas modificações em rela-ção aos modelos trazidos do exterior. No segundo semestre de 2015 terá início a fabricação do compacto QQ.

“A unidade de Jacareí foi desenha-da nos moldes das quatro fábricas da China e das duas joint ventures, com a produção voltada à otimização de processo, afirma o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi.

“Ela foi concebida no conceito modular. Pode ser aumentada sem

traumas. A capacidade anual é de 150 mil carros”, recorda Curi. “Nos-sa fábrica tem três áreas principais bastante modernas, no mesmo nível das montadoras presentes no Bra-sil”, afirma o diretor de manufatura, Orlando Moral. “Na seção de pintura, a aplicação de clear coat e base coat é automatizada. O setor tem oito robôs Durr especializados em pintu-ra e usamos tintas à base d’água”, recorda.

“A seção de pintura é o coração e usa um processo moderno e sus-tentável. Nosso presidente, Roger Peng, foi diretor da unidade de pin-tura na China”, recorda Curi. A Chery também exige de seus fornecedores

a utilização de tintas à base d’água para a pintura das autopeças utiliza-das nos carros. A seção de pintura da Chery pode ter sua capacidade am-pliada para até 15 carros por hora, mas já está apta a pintar dez automó-veis a cada 60 minutos.

A proteção anticorrosiva, tintas e vernizes são fornecidos pela Basf. Além da carroceria, as peças plás-ticas externas como para-choques, retrovisores e maçanetas também usarão tintas dessa indústria.

MONTAGEMA linha de montagem neste início não será robotizada por causa do menor volume de produção e para

PREPARAÇÃO da carroceria antes da etapa de pintura

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gerar mão de obra. “Haverá apenas um robô da japonesa Nachi para co-lagem dos para-brisas”, afirma o di-retor de manufatura.

“Mas as pinças de solda são seme-lhantes àquelas das linhas automáti-cas”, diz Orlando Moral. Segundo o executivo, a nova fabricante adotou uma sala climatizada onde se faz o controle dimensional. “Dois braços automatizados medem a carroceria em todos os seus pontos”, informa.

Celer e QQ têm a mesma plata-forma e usarão algumas áreas em comum e outras dedicadas na linha de produção. “A montagem final e a pintura serão feitas na mesma linha. Na área da carroceria haverá trechos comuns e exclusivos”, afirma o di-retor de qualidade, Luciano Resner. Segundo o executivo, isso ocorre porque os dois carros têm dimen-sões diferentes, mas são construídos sobre a mesma base.

Embora com capacidade insta-

a 65% das vendas da Chery no Brasil. As peças de aço estampado que se-

rão utilizadas na nova fábrica de Jacareí virão todas da unidade chinesa de Or-dos. O início da produção local desses componentes ainda não foi definido.

A unidade também estará apta a montar um utilitário esportivo, o que deve ocorrer entre 2016 e 2017. n

TESTES NO FINAL DA PRODUÇÃOPara garantir a qualidade, um teste de estanqueidade é realizado com

todos os automóveis produzidos. Cambagem, alinhamento, sistemas de iluminação, tudo é conferido. Uma pista de testes foi desenhada para simular condições de rodagem difíceis em pavimentos diferentes.

NOSSA fábRICA

tEM tRÊS áREAS

PRINCIPAIS bAStANtE

MODERNAS, NO

MESMO NÍVEL DAS

MONtADORAS

PRESENtES NO bRASIL

ORLANDO MORAL, diretor de manufatura

lada para 150 mil automóveis por ano, a produção inicial será mais contida. “Nosso plano para 2015 é de 50 mil carros”, afirma. De acor-do com os executivos, este número deve ser atingido apesar da retração que ocorre em diferentes setores da indústria automobilística. Segundo Luis Curi, o QQ responderá por 60%

NO INÍCIO, a linha de montagem não será automatizada

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ESPECIAL CHERY | VEÍCULOS

EM 2015 VEM O NOVO QQ E, MAIS ADIANTE, UM UTILITÁRIO ESPORTIVO

MÁRIO CURCIO

CELER NACIONAL TERÁ VERSÕES HATCH E SEDÃ

À venda desde 2013, o Chery Celer é um modelo que con-corre com carros pequenos

no Brasil. Há cinco lugares e bom espaço interno. A carroceria tem duas versões, hatch e sedã. O carro que passa a ser montado no Brasil rece-beu algumas modificações em relação àqueles trazidos da fábrica de Wuhu, na China, e lançados em março do ano passado. “Os faróis, grades, para--choques e lanternas traseiras são dife-rentes”, recorda o diretor de qualidade da Chery Brasil, Luciano Resner.

“O interior também tem outro dese-nho, como painéis de porta, bancos e acabamentos internos, agora produzi-dos por mais de 20 fornecedores lo-

cais”, diz Resner. O motor 1.5 Acteco flex com quatro cilindros e 16 válvulas se mantém. Ele produz até 108 cava-los com etanol. Ao menos até mea-dos de outubro não havia nada defini-do em relação a uma opção 1.0.

A ideia de versões menos equipa-das não foi descartada, mas em tese a Chery continuará focada em vender modelos completos e com preços competitivos ante outros nacionais à venda no Brasil. O Celer brasilei-ro também mantém a transmissão manual de cinco marchas do carro que chegou no primeiro semestre do ano passado.

A distância entre eixos, medida que guarda relação direta com o

Ficha técnicaCELERMotor: acteco 1.5, quatro cilindros, 16 válvulas, flex, 108 cv a 6.000 rpm, torque de 14 kgf.m a 3.000 rpm

CâMbio: manual, 5 marchas à frente mais ré

tração: dianteira

CarroCeria: hatchback ou sedã, 5 portas, 5 lugares

CoMpriMento: 4,14 m/4,27 m (hatch/sedã)

Largura: 1,69 m

aLtura: 1,49 m

entre-eixos: 2,53 m

porta-MaLas: 380/450 litros (hatch/sedã)

peso eM ordeM de MarCha: 1.200 kg/1.200 kg (hatch/sedã)

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3o PRODUtO, UM SUVEntre os carros planejados para Jacareí, SP, está um utilitário esportivo

baseado noTiggo 5, pelo qual há bastante entusiasmo na Chery. O carro lançado no exterior tem motor 2.0 de 138 cavalos, mede 4,51 metros e tem 2,6 metros de entre-eixos. “Há planos para 2016 ou 2017. A fábrica de Jacareí comportaria”, diz Luciano Resner.

nOVO QQ, 2o EM JacaREÍCom a produção prevista para o segundo trimestre de 2015, o Chery QQ nacional terá o mesmo desenho do

modelo lançado no Salão de Xangai, em abril de 2013. “Acreditamos que ele responderá por 60% a 65% das vendas, afirma Curi. Compacto, o carro mede 3,56 metros. Embora utilize a mesma plataforma do Celer, tem distância entre eixos menor, 2,34 metros. Entre os destaques está o motor 1.0 de três cilindros e 12 válvulas que já equipa o QQ vendido por aqui. A expectativa é que o futuro compacto nacional mantenha preço próximo ao dos carros mais acessíveis do País. Um detalhe interessante deste pequeno hatch de cinco lugares é o acesso ao porta-malas, em que a tampa é o próprio vidro traseiro. O desenho do carro brasileiro será o mesmo do modelo apresentado no primeiro semestre de 2013. Para o Brasil espera-se que a nova geração do QQ chegue com motor flex, algo ainda indefinido, segundo Resner. O carro brasileiro também usará transmissão manual de cinco marchas. A garantia do compacto será de cinco anos.

espaço interno, tem 2,53 metros tanto no Celer hatch como no sedã. Ela é maior, por exemplo, que a do Volkswagen Gol (2,46 metros).

O Celer também tem bom espaço no porta-malas. Na versão hatchba-ck são 380 litros. Esse volume sobe para 450 litros no sedã. O modelo foi concebido pelo estúdio italiano Torino Design. O nome vem do latim e sig-nifica célere, ágil. Segundo a Chery, com seu motor 1.5 o carro atinge 160 km/h de velocidade máxima.

De acordo com a fabricante, o tor-que do Acteco 1.5 é de 14 kgf.m a 3 mil rpm. Antes do início da produção local, o modelo importado já havia recebido modificações em 140 itens, como no interior, pois o brasileiro em regra prefere revestimentos mais es-curos, especialmente nos bancos. O Celer mantém os cinco anos de ga-rantia, segundo o vice-presidente da Chery Brasil, Luis Curi.

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ESPECIAL CHERY | MOTORES

CHERY INVESTIU US$ 130 MILHÕES PARA SUA DIVISÃO ACTECO MONTAR PROPULSORES E CÂMBIOS

fáBRICA VAI ATENDER A OPERAçÃO NO brasil

Como forma de se adequar às exigências do programa Ino-var-Auto, que requer aumen-

to de conteúdo e processos locais, a Chery anunciou em abril de 2013 que produziria também os motores de seus carros no Brasil. Em novembro do mesmo ano, após negociações, a empresa acabou batendo o martelo com Jacareí (SP), mesmo município

MOTORES ACTECOsQr371 - 1.0l sQr477F - 1.5l

Cilindrada 998 cm³ 1.497 cm³Diâmetro x Curso 71 x 84 mm 77,4 x 79,52 mmTaxa de compressão 11:1 10,5:1Potência (cv/rpm) 69/6.000 108/6.000Torque (kgf.m/rpm) 9,3/4.000 14/3.000Dimensões do motor 331 x 535 x 709 mm 615 x 580 x 695 mmPeso 92,5 kg 110 kg

no Brasil”, afirma o diretor de quali-dade da Chery, Luciano Resner.

“Já estamos planejando a produ-ção do 1.5”, diz o vice-presidente da empresa, Luis Curi. Este motor teve sua tecnologia bicombustível desen-volvida pela Delphi. “É o mesmo do Celer à venda”, recorda Resner. São 108 cavalos de potência e 14 kgf.m de torque.

Mais tarde começa a produção do 1.0 de três cilindros. A versão a ga-solina, que já equipa os QQ importa-dos, produz 69 cavalos. Os dois pro-pulsores utilizam blocos e cabeçotes de alumínio. “Essa matéria-prima é muito barata na China”, recorda Curi. Estes componentes virão usinados de lá. As transmissões a ser montadas no Brasil para Celer e QQ são manuais e têm cinco marchas. (Mário Curcio)

onde já havia iniciado a construção de sua planta de automóveis.

Com um aporte de US$ 130 mi-lhões, a Acteco, divisão de power-train da Chery, fará o motor 1.5 flex de quatro cilindros para a linha Ce-ler, o 1.0 de três cilindros para o QQ e as caixas de mudanças. “Tanto os motores como as transmissões se-rão totalmente montados e testados

a Chery fará no Brasil o motor 1.5 flex para o Celer, o 1.0 para o QQ e as caixas de mudanças

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ESPECIAL CHERY | TECNOLOGIA

OPERAÇÃO NACIONAL SERÁ A PRIMEIRA A CONTAR COM CENTRO DE P&D FORA DA CHINA

GIOVANNA RIATO

DESENVOLVIMENTO LOCAL PARA ATENDER BRASILEIROS

A lém de fincar os pés no Brasil ao nacionalizar a produção, a Chery está empenhada em

desenvolver a operação para que ela seja efetivamente brasileira, não apenas uma réplica das práticas e preceitos das unidades da compa-nhia na China. “A grande qualidade do chinês é que ele aprende muito rápido. Sinto que a fábrica foi feita para o Brasil, não para eles. Multina-cionais geralmente chegam com re-gras prontas, com eles não funcio-na assim. A intenção é que nasça uma Chery com a cara do Brasil”, explica Luis Curi, vice-presidente da organização no País.

Dentro dessa filosofia a companhia anunciou o projeto de construir um centro de Pesquisa e Desenvolvimen-to (P&D). A estrutura já foi autorizada, porém não tem investimento e local de instalação definidos, aspectos que devem ser analisados em 2015 para que o centro entre em funcionamento em 2016. A decisão, segundo Curi, será tomada em breve, durante a visi-ta de um time chinês. A ideia é que os carros voltados ao consumidor brasi-leiro tenham também a inteligência local e consigam assim atender ple-namente os desejos dos clientes.

A Chery internacional também deve se beneficiar desse processo, usando a tradição da engenharia brasileira para aprimorar processos

e produtos feitos na China. “Muitos modelos de relatórios implantados aqui já foram incorporados lá”, conta Curi. Segundo ele, os especialistas do país mantêm sempre certa humil-dade, com disposição para aprender. “Vindo de uma grande montadora, percebo que os técnicos da Chery são extremamente rápidos para to-mar ações de correção e melhorias. Isso é muito positivo”, avalia Luciano Resner, diretor de qualidade.

Antes mesmo de ter a estrutura lo-cal de P&D a companhia destaca já ter um time focado nisso dentro da área de qualidade. Curi aponta que este é apenas o embrião do que a companhia pretende construir nesta

área. O centro, segundo o vice-pre-sidente da companhia, não precisa ficar próximo à fábrica de Jacareí (SP). Portanto é possível que ele seja instalado em outra região do País.

Para atender as metas do Inovar--Auto, regime automotivo que im-põe investimento mínimo em P&D e engenharia, a organização também considera a possibilidade de fazer projetos em parceria com universida-des. “O programa nos dá essa possi-bilidade para garantir o desconto no adicional de 30 pontos no IPI”, expli-ca. Segundo ele, a companhia tem negociado com uma série de institui-ções e polos tecnológicos em busca do melhor formato para a parceria. n

A ChERy já possui uma equipe focada em P&D dentro da área de qualidade

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ESPECIAL CHERY | DISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS

Centro de distribuição, em Salto, SP, e fachada de

concessionária

CHerY: SALTO NAS VENDAS, COM MAIS CONCESSIONÁRIAS

EMPRESA TEM INVESTIDO EM NOVAS LOJAS, TREINAMENTO DE EQUIPES E ESTOQUE DE PEÇAS

CAMiLA FrAnCo

“A Chery tem planos ambiciosos no Brasil”, gosta de dizer o vice-presidente Luis Curi. A empre-sa, que recentemente inaugurou fábrica no

País, espera avançar de 15 mil carros vendidos em 2014 para mais de 30 mil em 2015 e ultrapassar as 100 mil unidades por ano até 2018, quando prevê participação de 3% no mercado. Mas Curi reconhece que para saltar tão alto há muitos desafios pela frente, a começar pela

estruturação da rede de concessionárias. Atualmente, a marca tem 67 revendas espalhadas por

todas as capitais brasileiras. Até o fim deste ano, o número subirá para 100. No ano que vem, para 130. Filipe Pereira, gerente comercial da Chery, calcula que a cobertura atual seja de 65% do mercado. Com as novas lojas, espera-se atingir 75% em dois anos. “Estamos bem posicionados no Sudeste, mas ainda há oportunidades em São Paulo, Para-

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ESPECIAL CHERY | DISTRIBUIÇÃO E SERVIÇOS

ná e Rio de Janeiro. A Região Nordes-te, que vem crescendo em ritmo mais acelerado do que as demais, terá boa parte das novas concessionárias.”

Pereira assegura que os planos da Chery são ambiciosos, contudo fac-tíveis. “Temos atraído novos investi-

como terá o novo QQ a partir do ano que vem, quando começará a ser produzido no Brasil. Em parceria com a Mapfre seguros, os carros têm direito, durante este período, a assis-tência técnica 24 horas por dia em sete dias da semana.

A lém de aumentar o número de concessionárias, a Chery tem intensificado o treinamento da rede,

que mobiliza cerca de 350 pessoas entre consultores e gerentes de venda. Esse total deve chegar a 500 até o fim do ano. “A Chery acredita que o vendedor é muito importante para atingir seus resultados. O profissional precisa ter segurança para transmitir as questões técnicas. Deve superar o conhecimento que o consumidor já traz antes de entrar na loja”, comenta Curi.

Pereira conta que há pouco mais de um ano foi criada a Academia Chery, uma plataforma digital para treinamento constante dos profissionais de vendas e de pós-vendas. A cada quatro meses, os concessionários passam por uma avaliação de seus conhecimentos. No caso dos funcionários de pós-vendas, o treinamento presencial obrigatório existe desde 2012 e já foi aplicado mais de 1,6 mil vezes.

Caso a equipe de pós-vendas de qualquer uma das 67 concessionárias tenha alguma dúvida, a Chery disponibiliza um canal exclusivo de atendimento, via telefone, para dar assessoria. “Três executivos do

departamento de pós-vendas da empresa atendem pelo serviço help desk. Se em até 48 horas o problema não for solucionado, um engenheiro vai até a concessionária”, explica Buzetto.

Ainda segundo o gerente de pós-vendas, de quatro em quatro meses as concessionárias recebem visitas de sua equipe, que checa se as metas e ações corretivas estão sendo atendidas. As melhores práticas são reconhecidas. Em 2015, uma das novas iniciativas a ser adotadas na rede Chery é o serviço Box Rápido, que reduzirá o tempo das revisões veiculares.

Na avaliação de Pereira, 50% das concessionárias já estão aptas a atender o ritmo de vendas esperado pela Chery com os produtos nacionais. “Os outros 50% estão se adaptando aos poucos, aumentando as suas estruturas, mas vão chegar lá. O avanço que a marca projeta no País é desafiador: sair de um patamar de 15 mil veículos por ano para 30 mil em tão pouco tempo. A rede será capaz de acompanhar esta evolução”, aponta. “Peças, técnicos e serviços não vão faltar”, complementa Buzetto.

dores por causa das nossas expecta-tivas no País. Hoje, com o mercado bastante competitivo, os empresá-rios tendem a colocar dinheiro em uma marca que está começando e tem chances de ganhar participa-ção. Qual a vantagem de escolher uma marca tradicional que avança menos de 1% em market share?”

Uma das estratégias da Chery tem sido atrair grupos que já tenham ou-tras marcas em suas lojas a fim de

diluir o custo fixo de manutenção do ponto de venda. “É possível aproveitar as instalações para

prestação de serviços”, comenta Mau-rício Buzetto, gerente de pós-vendas da Chery. De acordo com o executivo, as concessionárias oferecem todo tipo de assistência aos veículos, incluindo funilaria e pintura, realizadas por em-presas terceirizadas.

Os modelos Celer e Tiggo contam com cinco anos de garantia, bem

TREINAMENTO DA REDE

FiLiPe PereirA, gerente comercial da Chery Brasil

MAurÍCio buZetto, gerente de pós-vendas da Chery Brasil

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CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO DE PEÇASCHERY TERÁ INSTALAÇÕES LOGÍSTICAS PRÓXIMAS À FÁBRICA E NO NORDESTE

Para abastecer as concessionárias de todo o Brasil, a Chery conta

com um centro de distribuição de peças em Salto (SP), administrado por Altair Melo, gerente de peças que, junto a uma equipe de 14 pes-soas, recebe componentes nacionais e importados da China.

De acordo com Melo, o centro, lo-calizado em área estratégica próxima à rede de concessionárias de São Paulo e de importantes rodovias do Estado, tem 6 mil metros quadrados de área construída e vai ganhar um prédio adicional de 4 mil metros quadrados para o armazenamento de peças com maior fluxo de entrada e saída.

A capacidade volumétrica atual é de 11 mil metros cúbicos de peças. Com a reorganização que está sendo realizada no prédio, como a melhor distribuição de prateleiras, o poten-cial chegará a 18 mil metros cúbicos.

Melo diz que tem trabalhado para diminuir o tempo de estoque das peças e melhorar o atendimento às concessionárias. Uma das ferramen-tas que passaram a ser utilizadas recentemente para isso é o Dealer Management System (DMS). “É uma plataforma digital para que os con-cessionários de todo o Brasil façam seus pedidos e o rastreamento. An-tes, cada um deles precisava mandar e-mails solicitando as autopeças e a nossa equipe monitorava pedido por pedido. Agora o processo está muito mais rápido.”

Também estão sendo instalados códigos de barras nas caixas para facilitar o monitoramento de 100% dos componentes estocados. “Tudo é feito automaticamente, desde que a peça entra no centro até quando sai e uma nota fiscal é gerada.”

O prazo de entrega também foi reduzido graças a novos parceiros lo-gísticos da Chery. “Em quatro meses conseguimos diminuir em dois dias as entregas fora de São Paulo, o que representa uma queda de 15% nos custos para a empresa. No Estado, o prazo também caiu: de dois para apenas um dia, com 8% de redução dos custos.”

BÔNUSSegundo Melo, a Chery mantém com as suas concessionárias um contrato de volume mensal de peças requeri-

das. Quando elas cumprem a quan-tidade prevista, recebem bônus. Atu-almente, de 100 itens solicitados, 98 estão disponíveis no centro de distri-buição de Salto, afirma o gerente.

A Chery pretende manter seu centro de distribuição de peças em Salto até 2015. Mas já estuda transferi-lo futura-mente para a região do Vale do Para-íba, provavelmente em São José dos Campos, para estocar volume maior de peças à medida que as vendas cres-çam. Um segundo centro está sendo projetado para o Nordeste e deve ser inaugurado em meados de 2017. n

ALTAIR MELO, gerente de peças

A PLATAFORMA DIGITAL DMS

PERMITE QUE O CONCESSIONÁRIO

FAÇA O RASTREAMENTO

DAS PEÇAS SOLICITADAS

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24 • AutomotiveBUSINESS

ESPECIAL CHERY | FORNECEDORES

CHERY ESTÁ EMPENHADA EM GARANTIR BONS VOLUMES AOS MAIS DE 20 PARCEIROS QUE TEM NO BRASIL

GIOVANNA RIATO E PEDRO KUTNEY

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RELAÇÃO PRÓXIMA TRAZ GANHOS

a fábrica da Chery no Brasil dá a largada com a montagem de carros que têm mais de 50%

de conteúdo nacional. O objetivo é elevar esse porcentual para perto de 70% nos próximos dois anos. A meta exige sintonia entre a companhia e a cadeia de fornecedores. A localiza-ção atende não só as exigências do Inovar-Auto, regime automotivo que impõe metas de compras locais. Ao adquirir autopeças e sistemas no País,

a montadora também elimina riscos.“Nossa intenção é usar mais peças

brasileiras ou compradas na América do Sul. O custo é um fator importan-te, mas a logística também é, assim precisamos comprar mais aqui”, diz Roger Peng, presidente da Chery Brasil. “O governo brasileiro também nos obriga a fazer isso. Vamos tentar nacionalizar o máximo possível. Por isso precisamos de equipes fortes de engenharia”, completa.

Por enquanto a companhia tem contrato fechado com mais de 20 fornecedores. Entre os grandes par-ceiros estão Plascar, Metagal, Pirelli, Moura, Robert Bosch, HVCC, Tyco, Johnson Controls, Goodyear, Basf e Petronas. “Todas essas empresas es-tão situadas em um raio de até 100 km de distância, porém já contamos com um espaço ao redor da fábrica de automóveis para receber um fu-turo polo de fornecedores”, detalhou

A chERY trabalha com os fornecedores para elevar o patamar de conteúdo local dos veículos

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o vice-presidente Luis Curi durante a inauguração da planta brasileira.

A companhia aposta que os forne-cedores estão se organizando com foco no longo prazo, para atender às etapas de nacionalização que a com-panhia prevê para os próximos anos. Grande impulso dessa evolução virá da unidade nacional da Acteco, di-visão que produz motores no grupo chinês. Com o trem de força nacio-nal, a operação brasileira estará mais próxima no momento de desenvolver novos propulsores.

A proximidade dos fornecedores com a organização também facilita o desenvolvimento dos projetos, já que os engenheiros da Chery têm mais facilidade para se deslocar. “Para selecionar nossos parceiros prioriza-mos qualidade, capacidade de forne-cimento e nível tecnológico”, explica Luciano Resner, diretor de qualidade no Brasil. O executivo assegura que a operação local trabalha com inde-pendência da matriz para escolher os melhores parceiros e fechou contrato com alguns fornecedores da Améri-ca do Sul que ainda não têm parceria com a organização na China. “Mas é claro que buscamos grandes forne-cedores com capacidade técnica de desenvolvimento para atender o que a Chery precisa”, detalha.

Segundo ele, o processo de sele-ção é complexo e envolve diversas áreas da companhia, desde a finan-ceira até a engenharia. “É um grupo multifuncional”, descreve. Entre os exemplos de contratos com em-presas globais, que já atuam com a Chery na China, está a HVCC, que produz sistemas de ar-condicionado para a fábrica de Jacareí (SP). A em-presa parceira passa por momento semelhante ao da montadora. Con-cluiu recentemente a instalação de nova planta em Atibaia (SP), com equipamentos e processos produti-vos totalmente novos, o que garante

LUcIANO REsNER, diretor de qualidade da Chery Brasil

OPERAÇÃO LOcAL tem independência da matriz para escolher os melhores parceiros

o atendimento à demanda da Chery.Resner revela que a companhia

tentou reduzir ao máximo o número de fornecedores no Brasil. A inten-ção, segundo ele, é garantir bons volumes e, portanto, condições mais competitivas até mesmo neste mo-mento de aceleração da produção da planta. “Na área química, por exem-plo, temos apenas quatro ou cinco fornecedores, para uma diversidade de produtos como selante, cola e lubrificantes”, enumera. O executivo acredita que, desta forma, há tam-bém maior facilidade no contato téc-nico da companhia com o parceiro.

O diretor, que tem experiência profissional de 20 anos em grandes

montadoras instaladas no Brasil, aponta que a proximidade da em-presa com sua cadeia produtiva é uma das boas práticas das com-

panhias chinesas. “Os fornecedores participam mais até do desenvolvi-mento dos veículos. É uma parceria mais saudável e de longo prazo do que vemos tradicionalmente nas empresas já instaladas no Brasil. Faz com que a companhia ganhe em preço, em tempo para avançar nos projetos e também no aspecto técni-co”, avalia. n

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26 • AutomotiveBUSINESS

ESPECIAL CHERY | NEW GENERATION

APOSTA EM QUALIDADE PARA IMPULSIONAR A MARCA

ESPECIAL CHERY | NEW GENERATION

COMPANHIA MODERNIZA OS VEÍCULOS E QUER IR ALÉM DO RÓTULO DE CHINESA

GIOVANNA RIATO

Mercedes-Benz, Daimler Chrysler e GM. Eles trabalham com recursos da ordem de 7% da receita anual de vendas que a companhia investe em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Com o New Generation a Chery pretende dar salto semelhante ao das sul-coreanas do Grupo Hyundai,

quando se posicionaram como uma companhia que investe em design e inovação. O desafio é que a monta-dora chinesa pretende fazer isso em bem menos tempo. “As exigências são mais elevadas. Tanto a Kia como a Hyundai começaram a produzir automóveis há 40 anos e hoje são

O início da produção local da Chery ocorre enquanto se desenvolve um programa

global da companhia que pretende elevar a marca a um novo patamar: o New Generation. O projeto impõe a qualidade como palavra de ordem dentro da empresa e traz novos parâ-metros para o design dos carros com o objetivo de torná-los mais atrativos para o consumidor.

Este reposicionamento da marca é conduzido pelo dream team, como a organização apelidou a equipe que lidera o desenvolvimento dos no-vos carros. Estão ali reunidos pro-fissionais como Hakan Saracoglu, Klaus Badenhausen, James Hope e Sergio Loureiro, que acumulam experiências na Porsche, Fiat, Ford,

AssistA à entrevistA exclusivA cOm

LAURA FORMENTIN, gerente de mArketing

dA chery BrAsil

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A fábrica é apenas a primeira parte do sucesso que a Chery veio construir no Brasil

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ESPECIAL CHERY | NEW GENERATION

muito competitivas. A Chery nasceu há 15 anos e a nossa ambição é que ela seja competitiva já na próxima geração de veículos. A Chery está dando passos enormes – e certos – para reduzir a margem que existe hoje com marcas internacionais”, explica Sergio Loureiro, diretor de design da organização.

QUALIDADESegundo ele, para alcançar salto tão grande rapidamente, a companhia investiu em equipamentos para asse-gurar a qualidade. O executivo apon-ta que há esforço de todo o time na busca de melhores resultados desde

os desenhos dos veículos. A equipe internacional está acostumada a tra-balhar para atender metas elevadas e leva esta cultura para a organiza-ção. “O projeto New Generation está mudando consideravelmente os mé-todos de trabalho na Chery. Nós es-tamos dando muito mais importân-cia aos detalhes, nada pode passar despercebido. Muito mais tempo é usado para aperfeiçoar o design do produto. Também damos muita im-portância na melhoria da qualidade dos materiais para sermos competiti-vos na nossa faixa de preço”, explica.

A nova geração da marca traba-lha com a plataforma tecnológica iAuto, ou Intelligence Auto, que prioriza três aspectos. O primeiro deles é o chamado Cherysma, que inclui características de qualidade, design e segurança. O segundo é o desafio de desenvolver motores mais eficientes por meio da divisão Acteco. O último pilar é garantir entretenimento e comunicação a bordo. A novidade já equipa alguns modelos da marca que não che-garam ao Brasil. Entre eles estão o SUV Tiggo 5, o sedã Arrizo 7 e o conceito . Entre as tecnologias trazidas na nova plataforma está o sistema de infoentretenimento Cloudrive, que traz um banco de dados inteligente.

BRASILO esforço global para elevar o padrão dos veículos refletirá em breve no Brasil. Em 2015 a companhia deve lançar o primeiro carro do New Ge-neration no País. “Acho que a nova geração vai mudar totalmente o con-ceito que o consumidor tem sobre os produtos da marca”, diz Laura Formentin, gerente de marketing da companhia no Brasil.

Enquanto prepara a chegada no mercado nacional de modelos que representam a evolução da Chery, a

executiva se empenha na divulgação da fábrica local da companhia para atrair o consumidor que, segundo ela, sente mais segurança em nego-ciar com uma empresa que produz nacionalmente. “Ele sabe que não terá problemas para encontrar peças de reposição ou que a montadora não vai embora se tiver alguma difi-culdade no Brasil”, explica.

Laura aponta que já é possível sentir maior interesse pela Chery após a inauguração da planta local, em agosto. A gerente notou que houve atração não só de clientes, mas também de possíveis conces-sionários da marca. n

LAURA FORMENTIN, gerente de marketing da Chery Brasil

SERGIO LOUREIRO, diretor de design da Chery

O PROJETO

NEW GENERATION

ESTÁ MUDANDO

CONSIDERAVELMENTE

OS MÉTODOS DE

TRABALHO NA CHERY

A NOVA GERAÇÃO VAI

MUDAR TOTALMENTE

O CONCEITO QUE O

CONSUMIDOR TEM

SOBRE OS PRODUTOS

DA MARCA

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ESPECIAL CHERY |CAPACITAÇÃO

TREINAMENTO NO BRASIL E CHINA

PROFISSIONAIS PASSARAM POR APERFEIÇOAMENTO PARA ATENDER àS OPERAÇÕES DA CHERY

MÁRIO CURCIO

P ara ter cerca de 500 trabalha-dores em sua linha de mon-tagem até o fim de 2014, a

Chery vem treinando mão de obra especializada desde novembro de 2013, quando enviou os primeiros trabalhadores à cidade de Ordos, na China, onde a montadora construiu novas instalações.

“Na fase inicial, cerca de dez operadores e quatro especialistas ficaram na China durante três me-ses. Algumas pessoas continuam indo para atender o programa”,

afirma o diretor de manufatura, Orlando Moral. O ponto central do treinamento era o manuseio de máquinas da linha de monta-gem, pela necessidade de adaptar os brasileiros aos equipamentos e preservar o padrão de qualidade desejado pela fabricante.

“A ideia era ensinar como a Chery trabalha com os seus produtos para que eles passassem tudo o que aprendessem aos colegas”, explica o vice-presidente da empresa no Bra-sil, Luis Curi. A contratação de enge-

nheiros também é algo constante, de acordo com o executivo.

A nova fábrica de Jacareí estabe-leceu uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) da cidade para formar entre 320 e 400 trabalhadores na Escola Luiz Simon. “A expectativa é contra-tar ao menos 250 destes”, afirma o diretor de manufatura da Chery.

ESPECIALIZAÇÃO“Os treinamentos já estão ocorrendo. Os alunos lotaram todas as turmas”,

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afirma o coordenador técnico de For-mação Inicial Continuada (FIC) do Senai, Antônio Lourenço Júnior.

Foram quatro os cursos estabele-cidos pela parceria entre o Senai e a Chery: 1) Montagem de Carrocerias Automotivas; 2) Montagem de Siste-mas Automotivos; 3) Preparação de Superfícies para Pintura; 4) Polimen-to de Automóveis.

Os três primeiros somam 80 horas e o último, 40 horas. Segundo o co-ordenador técnico, foram 20 turmas, sete delas para carrocerias, outras sete para sistemas, três de prepara-ção da carroceria e outras três para polimento. “Os cursos tiveram custo zero para a Chery e os alunos só pa-garam os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e o material didáti-co”, afirma Lourenço. O coordena-dor técnico do Senai informa que a maioria dos alunos tem entre 20 e 30 anos. “Há alguns pouco mais novos e outros até 40 anos. A maioria é do sexo masculino”, diz.

“Os cursos visam a repetir as con-dições das fábricas”, diz o diretor da Chery. A nova montadora também vai acolher mão de obra com experiência em outras fabricantes do setor auto-

motivo próximas a Jacareí, no Vale do Paraíba: “Alguns dos contratados se-rão ex-funcionários da General Motors de São José dos Campos. Recebere-mos gente também da Volkswagen de Taubaté e da Ford, que produz motores nessa mesma cidade”, afir-ma o diretor da Chery, valorizando a experiência no segmento.

Segundo Luis Curi, o efetivo de 500 profissionais iniciais deve evo-luir para 1.500 postos de trabalho no ano de 2015. n

A CHERY ENSINOU

EM ORDOS, NA

CHINA, COMO

PRETENDE

TRABALHAR COM

SEUS PRODUTOS

NO BRASIL

OS CURSOS de treinamento realizados pelo Senai têm o objetivo de simular as condições das fábricas

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ESPECIAL CHERY | RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

SUSTENTÁVEL DESDE AS PRIMEIRAS RAÍZES

COMPROMISSO DA CHERY VEM ANTES DA CONSTRUÇÃO DA FÁBRICA

CAMILA FRANCO

Responsabilidade socioambiental e sustentabilida-de são temas inerentes à Chery desde os seus primeiros planos no Brasil. Não à toa, a segunda

funcionária contratada no País é uma engenheira am-biental: Tatiana Gil, que chegou à empresa em julho de 2011 para ajudar com as licenças necessárias para construção da fábrica em Jacareí (SP). A engenheira conta que este processo demorou mais de um ano. Fo-ram necessárias três licenças diferentes: uma prévia de viabilização do empreendimento, outra de construção da fábrica e uma última de início da produção, obtida

recentemente. Com tudo regulamentado, Tatiana é res-ponsável agora pela gestão ambiental da planta. O seu objetivo é reduzir os impactos da produção de veículos no meio ambiente. Para tanto, faz vistorias semanais, com ajuda de uma técnica, também funcionária Chery, e de uma consultoria ambiental externa, para checar se está tudo de acordo com as metas estabelecidas em compromisso com a Companhia de Tecnologia de Sa-neamento Ambiental (Cetesb), e sem prejudicar fauna, flora e a água do rio Paraíba do Sul, que permeia o município paulista.

TATIANA gIL, engenheira ambiental, foi uma das primeiras contratadas no País

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RESÍDUOSUm dos processos acompanhados de perto pela equipe é a destinação dos efluentes gerados na unidade. A Chery construiu uma estação que fará o tratamento e reaproveitamen-to de 100% do resíduo líquido prove-niente da produção. Parte desta água volta para a fábrica e outra é estoca-da em reservatório para combate a incêndios. A água da chuva também é aproveitada.

Os resíduos sólidos, por sua vez, têm destinação correta desde que os primeiros blocos de concreto co-meçaram a ser colocados na fábrica. Tatiana aponta que madeiras, isopo-

res, plásticos, papelões e metais pro-venientes da construção da unidade foram enviados a empresas de reuti-lização. “Foram reaproveitados cerca de 80% dos resíduos. Os outros 20% eram resíduos orgânicos e seguiram para aterros.”

Hoje em dia, com profissionais já na unidade, há coleta seletiva em todos os departamentos, incluindo a separação de pilhas e baterias. “Nos-sa preocupação é contínua com a destinação ambientalmente correta. Nossa meta é baseada nos 3Rs, que significam reduzir, reutilizar e reciclar. Só enviamos resíduos para o aterro apenas em último caso”, explica.

UMA ESTAÇÃO FARÁ

O TRATAMENTO E

REAPROVEITAMENTO

DE 100% DO

RESÍDUO LÍQUIDO

PROVENIENTE

DA PRODUÇÃO

ARBORIZAÇÃOPara compensar as 27 árvores reti-radas do terreno de mais de 1 mi-lhão de metros quadrados durante a construção da fábrica, a Chery está plantando 675 mudas em áreas de-gradadas da região de Jacareí. Tam-bém foi firmada parceria com a ONG SOS Mata Atlântica para o plantio de 17 mil árvores em área de dez hecta-res no Vale do Paraíba.

Para redução do consumo de ener-gia, além de telhas transparentes, fo-ram instaladas lâmpadas de indução magnética nos galpões. Trazidas da China e ainda pouco difundidas no Brasil, elas têm duração maior. Lâm-padas de LED foram colocadas em áreas externas da fábrica e fluores-centes, instaladas nos escritórios.

“Apesar de ser de origem chinesa, país que tem histórico de poluidor, a Chery segue com rigor a legislação do lugar em que faz seus produtos. Queremos quebrar este paradigma e já estamos conseguindo com esta fábrica brasileira”, comenta Luis Curi, vice-presidente da Chery.

PINTURA À BASE DE ÁGUANa pintura, uma das áreas com maior geração de resíduos, a

preocupação ambiental é visível. A tinta utilizada em veículos Chery é feita a base de água em vez de solvente, o que contribui para uma redução de até 70% das emissões de compostos orgânicos voláteis, que pioram a qualidade do ar. Para o tratamento de gases expelidos no processo de pintura foi instalado o equipamento Regenerative Thermal Oxidizer (RTO), importado da China e que funciona como um grande filtro.

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ESPECIAL CHERY | RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

AÇÕES NA COMUNIDADEAntes de iniciar a produção de veí-

culos, a Chery tratou de se apro-ximar da comunidade de Jacareí. Segundo a engenharia Tatiana (que também é responsável por projetos sociais ao lado de outros cinco pro-fissionais do departamento de saúde, segurança e meio ambiente), a em-presa iniciou há um ano o programa Café com a Chery. Foram realizados 12 encontros mensais dentro da fá-brica com habitantes do bairro Cepi-nho, vizinho à unidade, entre maio de 2013 e julho de 2014.

“Fizemos estas reuniões para apre-sentar a fábrica para a comunidade e cadastrar currículos. Com a aproxi-mação, aproveitamos para entender as suas necessidades e identificar as oportunidades de apoio que a Chery poderia oferecer. Após entendermos os seus anseios, incentivamos e au-

xiliamos a comunidade a criar uma associação de bairro, por meio da qual poderia reivindicar melhorias es-truturais na localidade. A associação foi registrada na prefeitura de Jacareí em agosto deste ano. Além disso, fi-zemos palestras e dinâmicas de gru-po para conscientizá-los a respeito de temas relevantes, como recicla-gem, coleta seletiva e uso adequado da água”, explica Tatiana.

A engenheira frisa que a Chery quer manter o canal de comuni-cação aberto com a comunidade, participando cada vez mais de ini-ciativas que incentivem o desenvol-vimento da população local. Uma delas é o patrocínio à Corrida da Solidariedade, realizada em prol do Lar de Acácia, casa de repouso de Jacareí, e que já ocorreu nos anos de 2013 e 2014.

FIZEMOS PALESTRAS

E DINâMICAS

DE gRUPO PARA

CONSCIENTIZAR

A RESPEITO DE

TEMAS RELEVANTES,

COMO RECICLAgEM,

COLETA SELETIVA E

USO ADEQUADO

DA ÁgUATATIANA gIL, que responde pelas ações socioambientais na Chery Brasil

ILUMINAçãO: telhas transparentes ajudam a economizar energia elétrica

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Job: 2014-Iveco-Junho -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 29773-044-Iveco-Tector-Vaca-AutoBusiness-410x275_pag001.pdfRegistro: 149294 -- Data: 11:18:40 16/06/2014

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