revista automotive business | edição 34

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Automotive Automotive AGOSTO DE 2015 ANO 7 • NÚMERO 34 COM MAIS DE 50 MIL DEMISSÕES E QUEDA DE 18% NA RECEITA, EMPRESAS TENTAM ARRUMAR A CASA PARA FUGIR DA CRISE E GANHAR EFICIÊNCIA •EMPREENDIMENTOS NEGOCIAM HABILITAÇÃO AO INOVAR-AUTO •COM TRW, A ZF É TERCEIRA NO RANKING DE SISTEMISTAS •FÓRUM DE PLANEJAMENTO MOSTRA AGENDA DE 2016 AUTOPEÇAS O ESFORÇO PARA ESCAPAR DO FUNDO DO POÇO

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Revista Automotive Business | edição 34

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Page 1: Revista Automotive Business | edição 34

AutomotiveAutomotiveAGOSTO DE 2015 ANO 7 • NÚMERO 34

COM MAIS DE 50 MIL DEMISSÕES E QUEDA DE 18% NA RECEITA, EMPRESAS TENTAM ARRUMAR A CASA PARA FUGIR DA CRISE E GANHAR EFICIÊNCIA

• EMPREENDIMENTOS NEGOCIAM HABILITAÇÃO AO INOVAR-AUTO

• COM TRW, A ZF É TERCEIRA NO RANKING DE SISTEMISTAS

• FÓRUM DE PLANEJAMENTO MOSTRA AGENDA DE 2016

AUTOPEÇASO ESFORÇO PARA

ESCAPAR DO FUNDO DO POÇO

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Job: 18209-003 -- Empresa: Lew Lara -- Arquivo: AFA-18209-03 NISSAN-NewSentra-410x275Rev Automotive_pag001.pdfRegistro: 172573 -- Data: 14:49:29 28/08/2015

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Job: 18209-003 -- Empresa: Lew Lara -- Arquivo: AFA-18209-03 NISSAN-NewSentra-410x275Rev Automotive_pag001.pdfRegistro: 172573 -- Data: 14:49:29 28/08/2015

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4 • AutomotiveBUSINESS

ÍNDICE

08 FERNANDO CALMON ALTA RODA Avanço com o TSI

12 NO PORTAL

14 CARREIRA

16 NEGÓCIOS

38 RECONHECIMENTO FORD CONTEMPLA FORNECEDORES Grob e Maxion Wheels em destaque

40 CADEIA DE SUPRIMENTOS VW PREMIA KURASHIKI E MAXION As duas estão entre as melhores globais

42 PRÊMIO FCA ENTREGA O QUALITAS Foco na qualidade

ÍNDICE

AUTOPEÇASO ESFORÇO PARA ESCAPAR DO FUNDO DO POÇOCOM QUEDA NO FATURAMENTO E MAIS DE 50 MIL DEMISSÕES, A CADEIA DE SUPRIMENTOS UNE FORÇAS PARA GANHAR EFICIÊNCIA E FUGIR DA CRISE

62 CAPA

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AutomotiveBUSINESS • 5

44 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NEGÓCIOS COM O CARRO CONECTADO Eventos traçam agenda de serviços online

46 INOVAR-AUTO METAS SÃO MANTIDAS Empresas habilitadas confirmam investimentos

50 INDÚSTRIA OCIOSIDADE BEIRA OS 50% Crise afeta marcas de forma diferente

52 TECNOLOGIA ZF CRESCE COM A TRW Sistemista é a terceira do ranking

66 CADERNO DE AUTOPEÇAS BALANÇO SETORIAL 66 Fundidos 67 Forjados 68 Estampados 70 Interiores 72 Rolamentos 73 Transmissões 74 Turbos

58 PLANEJAMENTO RETOMADA PODE VIR EM 2016 As diferentes faces da crise

56 PREMIUM AUDI REATIVA PRODUÇÃO LOCAL Montagem no Paraná começa com A3 sedã

JOE VITALE,

sócio líderglobal da Deloitte

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6 • AutomotiveBUSINESS

EDITORIAL

Filiada ao

REVISTA

Paulo Ricardo [email protected]

www.automotivebusiness.com.br

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda.

Tiragem de 12.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes

de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias,

empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico.

DiretoresMaria Theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo Ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo Ricardo Braga

(Jornalista, MTPS 8858)

Editora-AssistenteGiovanna Riato

RedaçãoMário Curcio, Pedro Kutney e Sueli Reis

Editor de Notícias do PortalPedro Kutney

Colaboradores desta ediçãoAlexandre Akashi, Edileuza Soares e

Ricardo Panessa

Design gráficoRicardo Alves de Souza e

Josy Angélica(RS Oficina de Arte)

Fotografia

Estúdio Luis Prado

PublicidadeCarina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves

Atendimento ao leitorPatrícia Pedroso

WebTV Marcos Ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

ImpressãoMargraf

DistribuiçãoDoor to Door

Administração, redação e publicidadeAv. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

Embora algum alívio para a crise dos negócios na indústria automobilística possa surgir até o início de 2016, como antecipa a Anfavea, a associação

dos fabricantes de veículos, há indicações de que uma retomada efetiva dos negócios só ocorra em 2017 ou 2018. Pelo menos foi o que demostrou a pesquisa eletrônica entre os 360 participantes do workshop de planejamento automotivo promovido por Automotive Business dia 17 de agosto, no hotel Sheraton WTC, em São Paulo. Você pode conferir os resultados por meio do QR Code impresso na página 12 desta edição.

O workshop, que se firmou como fonte de insights para a revisão do planejamento estratégico e do budget, evidenciou as diferentes faces da crise na cadeia de suprimentos e produção, reunindo nas palestras e debates profissionais da indústria, entidades de classe e consultores. Um dos pontos de destaque nas sessões foi a situação crítica enfrentada pelas pequenas e médias empresas de autopeças, muitas delas abatidas pelas dificuldades provocadas com a queda de atividade e crescentes problemas financeiros.

Tendo em vista essa realidade na cadeia de suprimentos, fomos conferir mais de perto a situação dos fornecedores de componentes e serviços para as montadoras, tarefa realizada pela jornalista Giovanna Riato, que deu origem à matéria de capa desta edição. O cenário é pouco alentador para essas empresas que, desde o fim de 2013, já dispensaram mais de 50 mil trabalhadores e se preparam para um prolongado período de vacas magras.

Segundo o Sindipeças, que representa os fornecedores de autopeças, o faturamento de suas associadas deve recuar 18% em 2015, para R$ 63 bilhões, enquanto a participação relativa das montadoras nas compras de componentes deve recuar de 69,5% em 2014 para 57% este ano. Estarão representando um volume porcentualmente maior nas compras os segmentos de reposição (subindo de 14,1% em 2014 para 18% em 2015) e exportação (de 12,4% para 20%). Assim, o avanço do aftermarket e das vendas externas representará um pequeno alívio para os fabricantes de autopeças.

Dentro desse cenário, estão em queda os investimentos das filiadas ao Sindipeças, que fizeram aportes de US$ 1,38 bilhão em 2014 e este ano projetam investimento de apenas US$ 650 milhões, volume que deve se repetir em 2016. Não se trata de bom sinal, tendo em vista as necessidades de aplicações em pesquisa, desenvolvimento, engenharia e inovação para atender a evolução do Inovar-Auto, programa que também merece atenção especial nesta revista.

Boa leitura e até a próxima edição.

DE OLHO NA RETOMADA

Filiada ao

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8 • AutomotiveBUSINESS

LUIS

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FERNANDO CALMON é jornalista especializado na

indústria automobilística [email protected]

valores com etanol). Ain-da assim, consegue eco-nomia de etanol e gasolina de cerca de 6% e se trans-formou no modelo de me-nor consumo do País. Ali-ás, só perde para automó-veis híbridos com motores a combustão e elétrico.

O desempenho deste 3-cilindros na prática equi-vale ao de um motor co-mum aspirado de 1,8 l, só que na estrada supe-ra 20 km/l com gasolina a 120 km/h. Motor a ape-nas 2.900 rpm garante si-lêncio a bordo. Diferencial foi alongado em nada me-nos de 26% para o máxi-mo de economia e ain-da assim acelera de 0 a 100 km/h em 9,1 s (eta-nol). Sua elasticidade im-pressiona porque o torque máximo se mantém entre 1.500 e 4.500 rpm. O nú-mero de vezes que se troca de marchas é bem menor.

A Volkswagen oferece o novo TSI para todas as ver-sões (menos a de entra-da, Take up!) por R$ 3.100, sendo que nas mais ca-ras, incluída a nova Speed Up!, é de série. Preços vão de R$ 43.490 a R$ 49.900. Para reconhecer o mode-lo, além do emblema com o “I” vermelho, a tampa do porta-malas é sempre pin-tada de preto (não reco-nhecível na cor preta, claro)

e o para-choque dianteiro é 4 cm mais pronunciado por abrigar radiador maior.

Quem roda dentro da média nacional de 12 mil km/ano obteria retorno do valor pago a mais em pouco mais de dez anos. Para se ter ideia, um Re-negade diesel, caso exis-tisse versão equivalente mecanicamente à de um motor flex, levaria mais de 20 anos para se pagar com a economia de com-bustível. Só que o pra-zer ao dirigir é incompa-rável: muito mais ágil do que qualquer outro de seu segmento (inclusive de modelos de maior por-te e potência), fácil de es-tacionar (apenas 3,64 m de comprimento) e com-portamento em curvas ir-repreensível em razão de suspensões mais firmes.

Conceito de subcom-pacto não foi, até agora, de todo absorvido pelo motorista brasileiro. Tan-to que a GM descartou tal produto no plano adicional de investimentos. VW, Fiat e Chery pensam diferente. Ainda assim o Up! alcan-çou 2,4% do mercado de compactos hatches e se-dãs no primeiro semestre do ano e com a versão TSI pode chegar a 3%. Meta--alvo bastante razoável pa-ra um hatch moderno.

Com a chegada do Up! TSI, o Brasil tem pela primei-

ra vez um automóvel mais avançado tecnologicamen-te em termos de motor que o mesmo modelo comer-cializado na Europa. Em regra o País vai a reboque de nações centrais ou, em alguns poucos casos, até recebe primeiramente um novo modelo com alguns meses de antecedência.

No caso do produto de entrada da Volkswagen, além de reconhecido como primeiro turboflex fabrica-do no Brasil (os da BMW e PSA Peugeot Citroën são importados), nem na Euro-pa essa motorização – no caso apenas a gasolina – está, por ora, disponível. Na realidade, a própria VW já produziu motor 1-litro turbo (gasolina), a exemplo deste, para Gol e Parati en-tre 2000 e 2002 focado em desempenho.

Entretanto, o TSI faz o casamento perfeito entre injeção direta e turbocom-pressor (antes a injeção era indireta) dentro do concei-to moderno de aumentar o desempenho e simultane-amente obter menor con-sumo de combustível. De maneira simplificada, ofe-rece potência 28% maior, 105 cv, e torque 61% supe-rior, 16,8 kgfm (ambos os

ALTA RODA FERNANDO CALMON

AVANÇO COM O TSI

Leia a coluna Alta Roda também no portal

Automotive Business

PATROCINADORAS

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10 • AutomotiveBUSINESS

ALTA RODA FERNANDO CALMON

TANTO na versão de topo Titanium (2 litros/178 cv), quanto na de entrada (1,6 litro/135 cv), o Focus hatch 2016 mantém qualidades dinâmicas ainda melhores que antes. Em avaliação no cotidiano, motor de menor potência com câmbio manual dá conta do recado. No mais potente, câmbio automatizado (6 marchas) podia ter trocas mais rápidas. O carro é bem silencioso.

NISSAN chegou a cogitar e desistiu de trazer do México o Note para não prejudicar cota de importação do Sentra. Também não vai produzi-lo em Resende (RJ) pela má fase do mercado brasileiro, apesar da mesma arquitetura do March. Guarda forças para o crossover Kicks. Fit manterá, então, domínio de 50% dos monovolumes pequenos, embora pareça mais um hatch de teto alto.

DEFINIDOS os preços do Jaguar XE, sedã médio-grande inglês para atuar na faixa mais disputada de modelos de alta gama (A4, Classe C e Série 3, em especial). Começa em R$ 169.900 (2 litros turbo/240 cv) e vai a R$ 299 mil (3 litros V-6 compressor/340 cv). Meta de 600 unidades nos primeiros 12 meses, com plano especial de financiamento nas 33 concessionárias.

ENTRE os aspectos relevantes das pesquisas frenéticas em torno da tecnologia de carros autônomos ou mesmo semiautônomos está a diminuição de prejuízos em acidentes. Nos

RODA VIVA

EUA, com frota gigantesca de mais de 255 milhões de veículos, ocorrem 6 milhões de acidentes por ano ao custo de US$ 160 bilhões. Redução de 10% (potencial é bem maior) traria grande impacto econômico.

OS VEÍCULOS de baixo custo no Brasil sofrem resistências. Indiano Tata Nano, um dos mais baratos do mundo, poderia ser vendido aqui, caso produzido localmente e com os impostos escorchantes de sempre, em torno de R$ 12 mil. Como convencer as pessoas de que se trata de um carro de verdade? Percepção de qualidade estaria abaixo desse preço. Até no país de origem...

FCA cumpriu o prometido. Já oferece Renegade básico, motor 1,8 flex e câmbio manual de cinco marchas por R$ 68.900. Saíram alarme, comandos de som do volante, faróis de neblina e sensores de estacionamento. Substituíram-se rodas de liga leve pelas de aço com calotas. No Honda HR-V, básico é só 1% das vendas do modelo. Pode alcançar pelo menos 5% no caso do Jeep.

GENERAL MOTORS dobrou a aposta no Brasil ao anunciar aporte adicional de R$ 6,5 bilhões até

2019. Significa 40% do total para China, México e Índia. Família de seis modelos compactos visa apenas a países emergentes. Para a Coluna, serão substituídos em quatro anos Onix, Prisma, Cobalt, Spin e Montana. E um crossover no lugar do Tracker.

INTERESSANTE é a estratégia oposta à da Ford, que alinhou seus produtos aos produzidos em mercados maduros. Carro subcompacto (em torno dos R$ 30 mil) estaria fora dos planos, afirma a GM. Investimento inclui motores de três e quatro cilindros novos (inclusive turbos), além de câmbios e expansão de conectividade em toda a linha.

JETTA tem qualidades para avançar no disputado mercado de sedãs médios-compactos. Na versão básica (Trendline) e intermediária (Comfortline), esta produzida em parte no Brasil, os retoques de estilo e bom acabamento são pontos positivos. Motor de 2 L/120 cv não anima no uso cotidiano, apesar do ótimo câmbio automático (6-marchas). Já versão de topo Highline, motor turbo de 211 cv deixa qualquer rival para trás. n

RENEGADE BÁSICO com motor 1.8 flex e câmbio manual de cinco marchas custa a partir de R$ 68.900

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12 • AutomotiveBUSINESS

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PINTEREST – Acompanhe os painéis com as principais novidades do Portal, Revista e AB webTV.pinterest.com/automotiveb

MOBILE WEBSITE Formato leve e adequado para quem acompanha as notícias pelo smartphone ou tablet.m.automotivebusiness.com.br

WEB TV

DAF AFINA ESTRATÉGIA COMERCIALA DAF ajusta sua atuação no mercado brasileiro para acelerar as

vendas. A primeira providência de Luis Gambim, quando assumiu a diretoria comercial da companhia no País, foi acabar com o estoque de 365 caminhões que estavam no pátio da fábrica de Ponta Grossa (PR) e nas 20 concessionárias.

PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS

NOTICIÁRIOENTREVISTAPERSONALIDADES

www.automotivebusiness.com.br/abtv

RETOMADA VAI DEMORAR DE 2 A 3 ANOSPesquisa eletrônica com os 360 participantes do Workshop Planejamento

2016 mostra que a expectativa é de retomada dos negócios no setor automotivo apenas nos próximos dois ou três anos. Esta foi a opção escolhida por 79% das pessoas que participaram da pesquisa. Confira o levantamento completo.

DS CRIA DIVISÃO ESPORTIVAA DS, marca premium do Grupo PSA Peugeot Citroën, ganha nova divisão, a DS

Performance, dedicada a motores esportivos elétricos para contribuir com sua experiência em pesquisa e desenvolvimento na Fórmula E, competição entre veículos elétricos. A unidade ficará baseada no centro da PSA em Satory, na França, e será dirigida por Yves Matton.

ALCIDES BRAGA, da Anfir, aponta as perspectivas para o segmentos de implementos rodoviários

MARIANA ADENSOHN, diretora de gente e gestão do Grupo Caoa, fala sobre

sua trajetória profissional

BALANÇO SEMANAL dos acontecimentos mais importantes do setor automotivo

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Para rodar com mais segurança, nosso país tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.

O aço da Gerdau tem a força da transformação.A indústria automotiva vem evoluindo na construção de veículos mais eficientes, confiáveis e seguros. Sempre ao seu lado, o aço da Gerdau se transforma em produtos de alta tecnologia, que fazem parte dos carros, caminhões e ônibus que rodam pelo Brasil e pelo mundo.

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14 • AutomotiveBUSINESS

CARREIRA

AUTOMOTIVE BUSINESS – Como encarar uma mudança de companhia após tantos anos em uma mesma empresa?MARCO RANGEL – É uma transição natural, por serem fabricantes da mesma área. Enxergo como um novo desafio a oportunidade de desenvolvimento da FPT na região latino-americana, como empresa de grande potencial de crescimento baseado em tecnologias globalmente reconhecidas e que está inserida em um grupo de alta credibilidade como o CNH Industrial.

AB – Qual deve ser seu maior desafio nesta nova etapa profissional?

MR – Acredito que o de crescer cada vez mais na região, onde a FPT Industrial já é uma marca consolidada. E conduzi-la dentro do contexto regional, que é bastante diversificado.

AB – Como será essa condução em um cenário tão difícil?MR – O nosso foco neste momento desafiador está relacionado com a ampliação da capacidade de desenvolvimento em novas aplicações: adequar os produtos existentes no portfólio para atender novas demandas e necessidades dos mercados latino-americanos. n

MARCO RANGELACEITA CONVITE PARA PRESIDIR FPT INDUSTRIAL NA AMÉRICA LATINA APÓS 23 ANOS NA CUMMINS

SUELI REIS

O novo diretor de produção de caminhões da empresa no

Brasil conta os principais caminhos de sua gestão

EXECUTIVOS RUY MEIRELLES (foto 1) assume a presidência da Volvo Financial Services no Brasil, no lugar de Márcio Pedroso, designado para a presidência da divisão nos Estados Unidos e a quem Meirelles se reportará.

A DAF anuncia LUIS ANTONIO GAMBIM (foto 5) para a diretoria comercial no Brasil, no lugar de Michael Kuester, que assumiu a presidência da empresa em março deste ano.

JOSÉ EDUARDO LUZZI (foto 2) é nomeado novo presidente e CEO da Navistar

Mercosul, sucedendo a Waldey Sanchez, no cargo há 15 anos e que

continuará na empresa como conselheiro.

A Peugeot tem DOMINGOS BORAGINA (foto 3) como seu novo diretor comercial após 15 anos de atuação na parceira de grupo Citroën.

RICARDO REIMER (foto 4) ingressa nas Empresas Randon para assumir a diretoria

administrativa e financeira da Fras-le.

PAULO SOLTI (foto 6) assume a direção geral das marcas Citroën e DS no Brasil.

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EXECUTIVOS LUIZ CARLOS ANDRADE JUNIOR (foto 7), antes vice-presidente comercial e corporativo da Toyota, passa a ser coordenador-chefe para a América Latina e Caribe. HIROYUKI UEDA (foto 8) assume a vice-presidência de vendas e pós-vendas no Brasil e MIGUEL FONSECA (foto 9), a vice-presidência executiva de marketing, planejamento de vendas e produto, relações públicas e assuntos governamentais no País.FO

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AÇÃO

HOLGER MARQUADT (foto 10) é nomeado diretor geral de vendas e marketing da Mercedes-Benz Automóveis no Brasil, no lugar de Dimitris Psillakis, promovido a CEO e presidente da montadora na Coreia do Sul.

CARLOS VISCHI (foto 11) assume a direção de compras da PSA Peugeot Citroën na América Latina, sucedendo a

German Mairano, que retorna para a Argentina.

Jaime Ardila, vice-presidente executivo e presidente da General Motors América do Sul (GMSA), anuncia a aposentadoria no fim deste ano. Será sucedido por BARRY ENGLE (foto 12), ex-presidente da Ford Brasil e Mercosul entre 2005 e 2006.

FABRICE CAMBOLIVE (foto 13) é o novo presidente da Renault no Brasil. Sucede a Olivier Murguet, nomeado

vice-presidente sênior e presidente do conselho da região Américas.

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16 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

Não se pode ignorar uma boa crise

PONTO DE VISTA

INVESTIDA LOCAL

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JOE VITALE, sócio líder global da Deloitte para o setor automotivo, ao destacar as possibilidades de rever os negócios e corrigir erros que um momento desafiador traz

PORSCHE DÁ A PARTIDA EM SUBSIDIÁRIA BRASILEIRA

A Porsche começou a atuar com sua subsidiária no Brasil que também é a primeira operação

de importação própria da companhia na América Latina. Com isso a empresa aumenta a sua presença mundial para 18 operações. Com sede em São Paulo, unidade é joint venture entre a organização alemã e a Stuttgart Sportcar, que até então era representante e importadora da marca no Brasil, além de proprietária das sete concessionárias espalhadas pelo País. O primeiro veículo, um 911 GT3, foi importado quatro meses antes do previsto.

ASSISTA À ENTREVISTA

EXCLUSIVA COM JOE VITALE

A General Motors confirmou que vai encerrar no início do próximo ano o acordo que mantinha com

a MWM para a fabricação no País do motor diesel 2.8 que hoje equipa versões da picape S10 e do utilitário esportivo Trailblazer. A intenção é fazer o propulsor em uma das fábricas brasileiras da empresa.

ESTRATÉGIA

GM QUER FAZER MOTOR DIESEL NO BRASIL

NEGÓCIOS

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Novas respostas para a mobilidade

do futuro.

A linha de produtos do Grupo Continental é desenvolvida e atualizada de acordo com as tendências mundiais do mercado automotivo. Com engenharia e produção nacional, é parte do nosso dia a dia a constante busca de novas e inovadoras tecnologias que contribuam para a economia de combustível, conforto e segurança dos veículos, assim, colaborando para um futuro mais sustentável e transformando em realidade hoje a mobilidade do amanhã.

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20 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

BÁSICO

JEEP LANÇA VERSÃO DE ENTRADA DO RENEGADEA Jeep cumpriu a promessa de acrescentar versão básica à gama do

Renegade. Agora são sete opções, partindo de R$ 68,9 mil. Visualmente, a única diferença externa da configuração Flex 1.8 são as rodas de aço pintadas de preto, no lugar das de liga leve que equipam as versões mais caras, a partir de R$ 71,9 mil. A opção de entrada do modelo será vendida só com tração 4x2 e câmbio manual de cinco marchas, acoplado ao motor 1.8 bicombustível que desenvolve 132 cavalos usando etanol. O único opcional do Renegade 1.8 Flex é a pintura metálica, que custa mais R$ 1,3 mil. Para reduzir o preço foram retirados itens de série como faróis de neblina, sensor de estacionamento e controles do sistema de som no volante.

PLANO CANCELADO

YUNLIHONG DESISTE DE FÁBRICA NACIONALT erminou a aventura brasileira da

fabricante chinesa de caminhões e ônibus Yunlihong. Em 2012 a empresa anunciou investimento de US$ 100 milhões no País para construir fábrica em Camaquã (RS), que deveria ter entrado em operação em 2014. Sem evolução do projeto, no último julho a prefeitura do município gaúcho retomou o terreno de 22 mil hectares que havia doado para o empreendimento.

ENXUGAMENTO

Com a forte retração da pro-dução de veículos no País

e venda de uma unidade de negócios, a Delphi reduziu seu tamanho no Brasil de 11 para 7 fábricas em 2015. A baixa mais recente é a planta de Cotia (SP), dedicada à produção de bombas e outros componentes para mo-tores diesel, justamente o seg-mento da indústria automotiva mais impactado pela recessão econômica no momento. Para cortar custos a empresa decidiu no fim de julho unificar as opera-ções da divisão de powertrain em Piracicaba (SP), onde atualmen-te está concentrada a fabrica-ção de sistemas de injeção para motores flex gasolina-etanol. “A transferência das linhas de Cotia para Piracicaba será realizada de forma gradual, com conclusão prevista para 2016”, declarou a empresa em nota oficial.

DELPHI REDUZ OPERAÇÃO LOCAL

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NEGÓCIOS

CAMINHÃO

SCANIA COMEÇA A VENDER R440 8X2

CONTRATAÇÕES

TOYOTA ANUNCIA 500 NOVOS EMPREGOS

Em tempo de queda da atividade econômica, enquanto a maior parte das fabricantes de veículos

enxuga o quadro de funcionários, a Toyota segue em caminho inverso. A companhia anunciou a contratação de 500 trabalhadores para duas fábricas de São Paulo: em Sorocaba e em Porto Feliz, unidade que será inaugurada em 2016.

DUAS RODAS

SETOR DE MOTOS TRAZ LANÇAMENTOS

As fabricantes de motos instaladas em Manaus mostram novidades importantes. A Honda

renovou parte da linha CG, trocando os motores de 150 para 160 cc. Mudou também a antiga Pop 100, que agora traz injeção eletrônica em vez de carburador e um novo propulsor de 110 cc. A KTM começa a atuar no segmento urbano com a 390 Duke. A moto é montada dentro das instalações da Dafra, que controla a operação da marca austríaca no Brasil desde 2014. Já a Yamaha nacionalizou a YZF R3, uma pequena esportiva de 320 cc com motor de dois cilindros, 42 cavalos e desempenho surpreendente. Todos os modelos citados já estão adequados à segunda fase do Promot 4, que entra em vigor em janeiro de 2016. O Promot é o programa de controle de emissões por veículos de duas rodas. (Mário Curcio)

A Scania passou a vender nova versão de caminhão extrapesado R440, com tração 8x2 e dois eixos

dianteiros direcionais, configuração que promete se tornar tendência entre grandes transportadores de grãos no País. A ideia é que o modelo sirva como substituto, com custos significativamente menores de combustível e pneus, para as composições bitrem de seis eixos e PBTC de 57 toneladas, que por força da legislação atual precisam ser tracionadas por caminhão 6x4. Apesar de o 8x2 custar mais caro que um 6x2 ou mesmo um 6x4, o diretor de vendas Victor Carvalho destaca que o cliente economiza no implemento: “Calculamos que o conjunto 8x2 com carreta seja em torno de 5% mais barato do que o 6x4 bitrem. Também não é necessário gastar para emplacar as duas composições do bitrem”, lembra.

ASSISTA À ENTREVISTA COM

VICTOR CARVALHO, DIRETOR DE VENDAS DE

CAMINHÕES DA SCANIA

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NEGÓCIOS

OFENSIVA

NISSAN QUER EXPANDIR OFERTA NO BRASIL

A restrita gama de produtos da Nissan no Brasil deve ganhar fôlego nos próximos anos. A em-

presa prepara expansão da oferta de carros. “Com apenas quatro produtos [March, Versa, Frontier e Sentra] conseguimos aumentar de 2,1% para 2,5% nossa participação no último trimestre e estamos pre-sentes em 63% dos segmentos do mercado. March e Versa ainda não têm opções automáticas, mas com [câmbio] CVT até o fim do ano devemos subir [o porcentual] para 70%”, informou Ronaldo Znidarsis, vice-presidente de vendas e marketing da Nissan do Brasil. Além do aumento das versões dos carros já presentes no mercado local, a empresa não descarta a importação de produtos europeus. O executivo ad-mite que Qashqai e Juke, fabricados no Reino Unido, estão entre as possibilidades.

CRÉDITO

BANCOS PÚBLICOS SOCORREM CADEIA PRODUTIVA

P ara amenizar o efeito da crise no setor automotivo os bancos públicos anunciaram

medidas para facilitar o crédito às empresas de autopeças. Banco do Brasil e Caixa criaram programas semelhantes que antecipam para as fabricantes de componentes receitas de contratos de fornecimento já firmados. A ideia é ajudar as pequenas e médias empresas que compõem os elos mais distantes da cadeia produtiva, do tier 2 em diante, que não têm tanto acesso a crédito.

A ideia é que as encomendas das montadoras e de sistemistas sirvam de segurança adicional para que o banco conceda o empréstimo com melhores condições: taxas menores e prazos mais longos. “O envolvimento de todas as entidades é essencial para abreviar o momento difícil do mercado. Será possível reduzir o custo do crédito porque as montadoras e sistemistas serão espécie de fiadoras destes empréstimos”, declarou Luiz Moan, presidente da Anfavea, durante o anúncio do programa do Banco do Brasil. “Isso faz com que as grandes companhias, de certa forma, se responsabilizem pelo crédito recebido pelas menores, facilitando o acesso”, avalia Paulo Butori, presidente do Sindipeças.

LEGISLAÇÃO

Para garantir o futuro do Inovar-Auto, os sete maiores fornecedores da indústria automotiva se unirão com o

Sindipeças para formar a Frente Inovar-Auto. “O objetivo é propor soluções de apoio à evolução tecnológica e ao aumento da eficiência energética dos veículos”, detalha Ricardo Abreu, diretor de tecnologia da Mahle, uma das apoiadoras da iniciativa. (Pedro Kutney)

INDÚSTRIA COMPÕE FRENTE INOVAR-AUTO

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NEGÓCIOS

ANFIR

A cordo entre a Anfir, associação dos fabricantes de implementos rodoviários, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) vai permitir que os equipamentos sejam financiados por agricultores cadastrados no Mais

Alimentos. O programa oferece crédito com juros mais competitivos, que variam de 2,5% a 5,5% ao ano. “O setor de implementos até então tinha deficiência em acessar esse tipo de financiamento. É uma alternativa que a gente vem conversando com o MDA desde 2013”, conta Alcides Braga, presidente da Anfir. (Sueli Reis)

IMPLEMENTOS ENTRAM NO PROGRAMA MAIS ALIMENTOS

LUXO

JAGUAR QUER DOBRAR VENDAS COM XE

A Jaguar Land Rover lança no Brasil o Jaguar XE, sedã que chega com a missão de dobrar o volume

de vendas da marca no Brasil nos próximos 12 meses. A expectativa da empresa é vender 600 unidades do modelo no período e alavancar o volume total de emplacamentos para cerca de 1,2 mil unidades por ano. A principal ferramenta para isso está nos preços e na estratégia de marketing que pretende mostrar ao consumidor que a Jaguar já não é mais uma marca inatingível dentro do segmento de luxo.

São quatro configurações. A de entrada, XE Pure, parte de R$ 169.900. A mais cara, XE S, começa em R$ 299 mil. É luxo acessível, mas para poucos. A gama tem duas opções de motor: 2.0 Si4 turbo, de 240 cv de potência, e o 3.0 V6 Supercharged, de 340 cv, que garante velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km/h. As duas configurações têm transmissão automática ZF de oito velocidades com possibilidade de trocas sequenciais no volante. A fabricante garante que o XE é o Jaguar mais leve, com 75% da estrutura da carroceria feita de alumínio. (Giovanna Riato)

FINANCIAMENTOS

CARROS DE ENTRADA LIDERAM VENDAS A PRAZO

Os carros de entrada foram a principal opção no primeiro semestre entre os consumidores

que optaram pela compra parcelada de um zero-quilômetro. Já os hatches pequenos perderam participação nos primeiros seis meses. A conclusão é da Cetip, que opera o Sistema Nacional de Gravames (SNG), base que reúne o cadastro das restrições financeiras de veículos dados como garantia em operações de crédito. Os números consideram vendas por Crédito Direto ao Consumidor (CDC), consórcio e leasing. Apesar da melhora da participação dos carros de entrada no mercado de financiamentos em 2015, a presença dos modelos diminuiu ao longo dos anos. A representatividade caiu de 35% em 2011 para os atuais 26%. Ao mesmo tempo, os hatches pequenos passaram, neste mesmo intervalo, de 16% para 25%.

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Estratégias para enfrentar a crise. Insights para profissionais de montadoras, autopeças, agências de propaganda e de serviços

Comunicação e Marketing na Era Pós-DigitalSérgio Prandini, Vice-Presidente Executivo, Grey Brasil

Os Avanços na Conexão com o ConsumidorGuilhermo Bressane, Head of Automotive Industry BR, Google Brasil

O Reposicionamento de Autopeças em MarketingCarlos Abdalla, Gerente de Marketing e Comunicação Corporativa, Bosch América LatinaMichel Haddad, Gerente Regional de Marketing, ZF América do sulThomas Püschel, Diretor de Vendas e Marketing, MWM Motores Diesel

Os Novos Desafios das Mídias DigitaisGil Giardelli, Professor de Pós-Graduação da ESPM e CEO da Gaia Creative

Estratégias para Vencer em Tempos de CriseJaime Troiano, Presidente, Grupo Troiano de Branding

As Lições da ToyotaPalestrante a ser confirmado

Como o Marketing das Montadoras Enfrenta a CriseClaudia Campos, Gerente de Marketing e Comunicação, Caminhões, Mercedes-Benz Oswaldo Ramos, Gerente Geral de Marketing, Ford Brasil

As Novas Parceria Entre Cliente e AgênciaRenata Bokel, Vice-Presidente de Planejamento, Isobar

As Inovações na Campanha da JeepMarcella Campos, Diretora de Comunicação da Marca Jeep, FCA

PROGRAMA

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28 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

PREMIUM

AUDI Q3 RECEBE OPÇÕES 1.4 A PARTIR DE R$ 127.190

O Audi Q3 2016 trouxe como novidade o motor 1.4 TFSI, que tem turbo, injeção direta de gasolina e 150 cavalos. O

carro ainda vem da fábrica de Martorell, na Espanha, mas passa a ser montado em São José dos Pinhais (PR) no primeiro semestre de 2016 ao lado do A3 sedã e também do VW Golf e da linha VW Fox. O Q3 é o menor utilitário esportivo da Audi. Para o motor 1.4 há duas versões, Attraction, de R$ 127.190, e Ambiente, de R$ 144.190. “As opções 1.4 deverão responder por 40% a 50% do mix de vendas do Q3”, estima o gerente de marketing de produto, Gerold Pillekamp. O câmbio utilizado é o S-tronic com seis velocidades e aletas para trocas de marcha atrás do volante. A tração é dianteira. Start-stop, faróis bixênon, sensores de chuva, de luminosidade e de estacionamento na parte traseira são itens de série. As versões 2.0 do Q3 permanecem à venda, têm agora entre 180 e 211 cv e são sempre equipadas com tração integral Quattro. Pillekamp não divulga a estimativa de vendas para o modelo, mas diz que os emplacamentos de todos os Audi no Brasil vão somar 15 mil unidades. A Audi fez mudanças discretas no carro. A grade dianteira, o conjunto de iluminação e o para-choque são novos. Os faróis principais são do tipo bixênon desde a versão mais em conta e incorporaram as luzes de neblina que ficavam na base do para-choque. (Mário Curcio)

250.000.000 KMSÓ EM TATUÍ

TESTES FORD

A Ford superou os 250 milhões de quilômetros rodados em testes em seu

campo de provas em Tatuí (SP), único da fabricante na América do Sul. A distância equivale a mais de 6,2 mil voltas ao mundo. O complexo opera de segunda a sábado, 24 horas por dia, e tem laboratórios de dinâmica veicular, qualidade sonora, conforto de rodagem e controle de emissões, com capacidade para realizar mais de 100 tipos de testes diferentes. A estrutura tem 800 funcionários e faz experimentos com veículos de toda a América Latina. (Mário Curcio)

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30 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

MANUFATURA

MERCEDES PROMOVE TREINAMENTO NA ÍNDIA

A Mercedes-Benz levará um grupo de colaboradores da futura fábrica de Iracemápolis (SP) à Índia para receber treinamento. No país a companhia produz o sedã Classe C e

também o utilitário esportivo GLA, modelos que serão montados no Brasil. Os brasileiros ficarão cerca de quatro semanas por lá e serão treinados nas diversas áreas de produção, desde a pré-montagem até a montagem final.

CHINÊS

LIFAN TRAZ X60 2016 E INVESTE EM LOGÍSTICA E PÓS-VENDA

A Lifan já vende a linha 2016 do utilitário esportivo X60. O modelo é montado no Uruguai com kits trazidos da

China. O SUV tem motor 1.8, câmbio manual de cinco marchas e manteve o preço inicial de R$ 59.990. A grade dianteira e as lanternas traseiras são novas, assim como a transmissão, mas ainda não há opção automática. A Lifan espera vender cerca de 500 unidades por mês.

No meio do ano a fabricante começou a operar um novo Pre Delivery Inspection (PDI) em Santa Catarina, com capacidade para 6 mil carros e investimento de R$ 3,5 milhões. Também aumentou a área de seu centro de peças em Salto (SP) de 3,5 mil para 4 mil metros quadrados. Além do X60 são produzidos na unidade uruguaia o utilitário Foison e o sedã LF 530. De janeiro a julho de 2015 a marca vendeu 2.925 unidades no Brasil. (Mário Curcio)

ECONOMIA

CRISE ABRE ESPAÇO PARA REFORMAS ESTRUTURANTES

Octavio de Barros, economista-chefe e diretor do departamento de pesquisa econômica

do Bradesco, entende que o Brasil tem enormes chances de sair melhor da atual recessão econômica do que entrou. “O aprofundamento da crise favorece a adoção de uma agenda positiva de reformas para o País, com o uso de medidas que jamais seriam tomadas em tempos de bonança econômica. Nesse sentido, a crise pode ser uma bênção disfarçada”, avaliou em palestra no Workshop Planejamento 2016.

Para ele existem quatro grandes reformas no horizonte com boa chance de prosperar: governança orçamentária para cessar os gastos descontrolados do governo, redução da taxa de juros nacional hoje em patamares “intoleráveis”, aumento de produtividade com reformas tributária e trabalhista e, por fim, a volta dos investimentos em infraestrutura. “Se 80% disso tudo for implementado, o País ressurge como potência econômica com crescimento mínimo do PIB de 3,5% ao ano”, garante. (Pedro Kutney)

PRODUÇÃO

BMW CHEGA A 10 MIL CARROS BRASILEIROSEm agosto a BMW alcançou a marca de 10 mil veículos montados no Brasil. O volume é alcançado menos de um ano

depois de a companhia ter inaugurado sua fábrica nacional, em Araquari (SC). São feitos ali Série 3, X1, Série 1 e X3. Até o fim de 2015 a companhia começará a montar também o Mini Countryman.

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32 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

INVESTIMENTO

GENERAL MOTORS APLICA R$ 13 BILHÕES NO BRASILO momento conturbado no mercado nacional não intimidou a General Motors,

que vai dobrar seu investimento no Brasil, chegando a R$ 13 bilhões entre 2014 e 2019. A empresa anunciou aporte adicional de R$ 6,5 bilhões, que complementará o pacote já confirmado, de R$ 6,5 bilhões. Os novos recursos são parte importante dos US$ 5 bilhões que a empresa investirá no desenvolvimento de nova plataforma modular destinada aos mercados emergentes, com produção

prevista na China, Índia, México e Brasil.Localmente, a estratégia dará origem a seis novos modelos Chevrolet que

se encaixarão nos segmentos de maior demanda de mercado. “O primeiro deles será lançado em 2019 e os demais ao longo de um ano e meio”, detalhou Santiago Chamorro, presidente da GM Brasil. “Acreditamos que o crescimento vai acontecer fora dos mercados maduros, nos emergentes, e o Brasil tem papel importante nesse cenário. Mesmo que a situação atual não represente o melhor momento do País, acreditamos que existe grande potencial aqui. Vimos muitas mudanças nesses mercados nos últimos anos, com consumidores que procuram carros com mais conectividade,

segurança e economia”, complementou Dan Ammann (foto), presidente mundial da GM, que esteve no Brasil para anunciar o investimento.

Com isso, o aporte não prevê expansão da capacidade produtiva. A companhia defende que o atual potencial produtivo que tem no Brasil é o suficiente para atender as projeções de crescimento para os próximos anos. A GM trabalha com a expectativa de que as vendas alcancem 2,8 milhões de unidades em 2015, número que deve se repetir em 2016. A empresa só conta com recuperação a partir de 2017, com volta do crescimento em 2018. O programa de investimento deve impactar todas as plantas da fabricante de veículos no Brasil, com exceção da fábrica de São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba. Por causa de conflitos constantes com o sindicato local de trabalhadores, a unidade passa por esvaziamento desde 2012, quando foi fechada a linha de montagem de veículos leves que fazia a antiga família Corsa, Zafira e Meriva. Hoje são produzidos ali o SUV Trailblazer e a picape S10, além de motores, transmissões e componentes. (Pedro Kutney)

LANÇAMENTO

HYUNDAI COMEÇA A VENDER O NEW I30A Hyundai Caoa abriu as vendas do New i30, que traz renovação visual concentrada na dianteira, nos faróis e

na grade. São duas versões: a mais barata tem preço sugerido de R$ 85.990 com lista de equipamentos que inclui teto solar, pedais de alumínio, piloto automático e sistema multimídia completo. O lançamento é marcado ainda por uma edição limitada a 40 unidades que traz recursos adicionais como regulagem elétrica da posição dos assentos, assinatura de LED nos faróis de milha e lanternas traseiras, aquecimento e resfriamento dos bancos dianteiros, freio de mão eletrônico e Start-Stop.

EXPANSÃO

SUBARU QUER DUPLICAR VENDAS

A Subaru deve chegar perto de dobrar

suas vendas no Brasil este ano, com 2,2 mil emplacamentos. Em 2014 a marca já registrou crescimento de 52,5%, para 1,1 mil unidades de apenas três modelos. A estratégia para alcançar a expansão é acelerar os negócios com a abertura de quatro concessionárias, chegando a 14 revendas, além da ampliação do portfólio de produtos com quatro novos carros: os já lançados WRX, WRX STI e os novos Legacy e Outback.

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O mercado saturado e o baixo índice de confiança do consumidor manterão em baixa as vendas de

caminhões durante este ano e no também no próximo. Essa foi a conclusão dos executivos que participaram do Workshop Planejamento 2016. “Realizamos uma pesquisa com 350 decisores de compras das principais empresas de transporte dos segmentos de grãos, logística e construção civil. A maioria afirmou que não pretende renovar a frota, preferindo esperar o que vai acontecer em curto e médio prazos”, diz o diretor da Carcon Automotive, Carlos Reis.

“O segmento de caminhões deve mesmo fechar o ano com 75 mil a 80 mil unidades”, afirma o diretor de vendas

PESADOS

MARCHA LENTA DOS CAMINHÕES ATÉ 2016

e marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Gilson Mansur. “Vai haver demissões. Se não for agora será mais adiante”, adverte o executivo, que não espera reação do mercado nem em 2016. O diretor de operações da Ford Caminhões, João Pimentel, também crê em um 2016 bastante similar a 2015. “Os anos de 2017 e 2018 serão mais fortes; 2018 terá cerca de 100 mil unidades”, antecipa.

Sobre a possibilidade de o mercado voltar ao patamar recorde de 2011, quando foram emplacados 172,6 mil caminhões, o vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda da MAN Latin America, Ricardo Alouche, ponderou: “Os números de 2011 voltarão a se repetir, mas não nos próximos três ou quatro anos.” (Mário Curcio)

Carlos Reis, João Pimentel, Gilson Mansur e Ricardo Alouche

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NEGÓCIOS

SUV

ECOSPORT 1.6 AUTOMÁTICO VEM AÍ

Para driblar o aumento do número de concorrentes no mercado brasileiro, a linha 2016 do Ford EcoSport trará novidade importante: a chegada da versão

1.6 automática. A informação foi confirmada pelo presidente da companhia para a América do Sul, Steven Armstrong. A transmissão será a mesma PowerShift já aplicada no EcoSport 2.0 e em outros modelos da marca vendidos no Brasil, com dupla embreagem e seis marchas. (Mário Curcio)

RENOVAÇÃO

FORD FOCUS ARGENTINO AGORA É GLOBAL

A Ford renovou o Focus fabricado em Pacheco, Argentina, alinhando o projeto à geração vendida

hoje na Europa. O hatch tem preço inicial de R$ 69,9 mil e o sedã, agora rebatizado Fastback, parte de R$ 77,9 mil. Os valores iniciais são os mesmos da linha 2015. Em ambos, o desenho dianteiro segue agora a identidade mundial da marca, com a grade semelhante às que se veem no Fusion, EcoSport, Fiesta e Ka.

“Só foi possível manter os preços de entrada por causa do aumento de conteúdo local e da maior eficiência da engenharia. Algumas das reduções de custo foram programadas durante a produção da geração anterior. Observamos o que poderia ser mudado e aplicamos na atual”, afirma o diretor de marketing, vendas e serviços da Ford Brasil, Guy Rodriguez.

Parte dessa localização ocorreu com as peças da carroceria, que antes vinham da Europa e agora são

estampadas no país vizinho. Xeretando no hatch, porém, foi possível achar componentes de vários lugares, como cintos de segurança da República Tcheca, pneus Pirelli argentinos e Michelin franceses, mais estepe temporário Maxxis taiwanês: “Como é um carro global, posso ver uma lista de peças do mundo inteiro e escolher o que é melhor para nós”, diz Rodriguez. Sobre os pneus franceses, ele garantiu que seriam trocados por Michelin locais.

Além do novo desenho, as carrocerias receberam modificações para aumento da rigidez à torção e melhora da dirigibilidade. A plataforma, porém, permanece a mesma. Tem 2,65 metros de distância entre eixos, o que resulta em bom espaço para quem vai nos bancos dianteiros ou no de trás.

A versão hatch mais acessível, SE 1.6, utiliza motor Sigma flex com até 135 cavalos e transmissão manual

de cinco marchas. O conjunto é fabricado em Taubaté. O propulsor 2.0 turbo com injeção direta de combustível vem do México. Também é flex, produz até 178 cv e trabalha em conjunto com a transmissão automática sequencial alemã. Essa mesma dupla equipa todas as versões do Focus Fastback trazidas da Argentina.

O gerente-geral de marketing da Ford, Oswaldo Ramos, chama a atenção para uma mudança no mix da linha: “O comprador de hatches médios quer um carro cada vez mais completo. Em 2011, 52% das vendas eram das versões de entrada. Em 2015 essa participação caiu para 10%, enquanto os carros mais completos saltaram de 4% para 42%.” Durante o lançamento, Ramos lembrou que tanto hatch como Fastback eram os únicos à venda no Brasil com a opção de sistema de auxílio de estacionamento e assistente ativo de frenagem por menos de R$ 100 mil. (Mário Curcio)

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NEGÓCIOS

A Volkswagen produz o primeiro motor turbo flex nacional na planta de São Carlos, no interior de

São Paulo. A companhia investe R$ 460 milhões de 2015 a 2018 na unidade para nacionalizar a gama de propulsores TSI. O primeiro carro a receber o novo motor foi o Up!.

A versão turbinada do compacto é 28% mais potente, com 105 cavalos, tem torque 62% maior, 16,8 kgfm, e chega com a missão de melhorar o desempenho do carro em todos os sentidos, na estrada e no mercado.

Ao oferecer poder extra de aceleração em quase toda a gama, a fabricante espera que o turbocompressor eleve as vendas do Up! em cerca de 20%, o que representaria algo como 700 a mil unidades extras por mês no atual cenário. Com preços que vão de R$ 43,5 mil (a partir da versão Move Up!, que ficou R$ 3 mil mais cara do que o MPI aspirado) a cerca de R$ 50 mil, a estimativa é que o TSI represente 30% dos emplacamentos do Up!, já levando em conta que a opção turbo deve roubar alguns negócios do resto da linha.

Na definição de Jorge Portugal, o novo vice-presidente de vendas e marketing da empresa, a Volkswagen quer vender o Up! TSI “como um chocolate que emagrece”. A mistura de potência com a eficiência trazida pelo turbocompressor torna possível a figura de linguagem. “Conseguimos juntar o melhor de dois mundos”, afirma o executivo. Com isso, ele estima que o mix de vendas do modelo também se desloque para cima. Hoje, 60% dos emplacamentos estão concentrados na versão de entrada Take Up!, que não terá a opção turbo.

TURBINADO

VW INVESTE R$ 460 MILHÕES E FAZ MOTOR TSI PARA O UP!

A chegada do TSI, portanto, tem potencial para aumentar a demanda a partir do intermediário Move Up!.

Por enquanto, a companhia não confirma em quais outros modelos os motores da família TSI devem ser aplicados, mas as possibilidades para a linha vendida no Brasil são amplas. O Jetta, que será fabricado em São Bernardo do Campo (SP), utiliza propulsores da gama. O Golf, que será feito em São José dos Pinhais (PR) ainda este ano, também deve ser equipado com uma versão 1.4 flex do motor TSI.

O “primo” do modelo, Audi A3 sedã, construído sobre a mesma plataforma do Golf e com início da produção programado para a unidade paranaense, também deve ser equipado com o novo propulsor brasileiro. Por enquanto, no entanto, a Audi confirma apenas que o propulsor nacional do carro será flexível e feito por uma “fábrica do Grupo Volkswagen no País.” (Pedro Kutney)

A General Motors renovou a linha 2016 da Chevrolet S10 criando quatro versões. Duas já estão na

rede: Freeride, de R$ 95.340, e High Country, por R$ 163,8 mil. Em seguida vêm as opções Advantage e Chassis Cab. A High Country passa a ser a versão topo de linha. “Percebemos que havia espaço para uma opção mais completa porque o valor médio gasto com acessórios vinha subindo”, afirma o

diretor de marketing da GM, Samuel Russell, que espera vender 250 unidades por mês da novidade. A picape tem motor turbodiesel de 200 cavalos, câmbio automático de seis marchas e tração 4x4.

O lançamento tem santo-antônio exclusivo, instalado em conjunto com capota marítima e outros itens de acabamento que mudam muito a aparência da picape. (Mário Curcio)

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RECONHECIMENTO

FORD DESTACA FORNECEDORES EM PRÊMIO ANUAL

A Ford América do Sul entre-gou o prêmio Top Supplier 2015 aos seus fornecedores

que se destacaram na parceria de negócios entre julho de 2014 e julho deste ano. A cerimônia realizada no dia 21 de julho no Centro de Con-venções Milenium, em São Paulo, reconheceu 15 empresas, duas de-las com o World Excellence Awards.

Entre os critérios da premiação foram avaliados itens como qua-lidade, entrega, custo, relaciona-mento comercial, condições de trabalho e atendimento das ne-cessidades de desenvolvimento do produto, manufatura e logística. Durante o encontro com os prin-cipais parceiros da América do Sul a Ford apresentou os resultados e promoveu o alinhamento de estra-tégias de negócios.

Além de Steven Armstrong, presi-dente da Ford América do Sul, e Ro-xana Molina, diretora de compras da região, também estiveram no even-to Hau Thai-Tang, vice-presidente global de compras, Birgit Behren-dt, vice-presidente de programas e operações globais de compras, e os diretores globais Sue Leone, Greg Hamel, Robin Wright, Ermal Faulk-ner e Julie Lodge-Jarrett.

Também ocorreu na ocasião o re-conhecimento de dois fornecedores premiados com o World Excellen-ce Awards, promovido em maio na América do Norte: Grob do Brasil e Maxion Wheels do Brasil.

TOP SUPPLIER 2015 TAMBÉM LEVOU AO PALCO GROB E MAXION WHEELS PELO WORLD EXCELLENCE AWARDS

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VENCEDORES DO TOP SUPPLIER 2015H CARROCERIA & EXTERIOR

Albano Cozzuol

H CHASSIS Pirelli Pneus

H ENGENHARIA DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS Valeo Sistemas Automotivos

H INTERIOR Magna do Brasil

H COMPONENTES DE POWERTRAIN GKN do Brasil

H INSTALAÇÕES DE POWERTRAIN Kautex Textron do Brasil

H MATÉRIAS-PRIMAS E ESTAMPARIA Metalúrgica Nakayone

H SERVIÇO AO CLIENTE Plastic Omnium do Brasil

H CAMINHÕES Randon

H MATERIAL INDUSTRIAL Iturri Coimpar

H MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Durr Brasil

H SERVIÇOS MSX International

H TRANSPORTE Terminal Zarate

MONTADORA reconheceu os melhores parceiros na América do Sul

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CADEIA DE SUPRIMENTOS

GRUPO VOLKSWAGEN PREMIA KURASHIKI E MAXION

A s empresas brasileiras Ku-rashiki Chemical Products e Maxion Wheels estão entre

os 26 melhores fornecedores interna-cionais do Grupo VW, revelados em 15 de julho em Neuburg, Alemanha. O Prêmio Volkswagen Group foi en-tregue pelo presidente do conselho administrativo, Martin Winterkorn, e pelo membro do conselho responsá-vel por compras, Francisco Sanz.

Esta foi a décima terceira vez que a companhia reconheceu o desem-penho dos melhores fornecedores

BRASILEIRAS ESTÃO ENTRE OS 26 MELHORES FORNECEDORES MUNDIAIS DA COMPANHIA

FORNECEDORES HOMENAGEADOSH AISIN AW CO.

JapãoH ALERIS ALUMINIUM DUFFEL BVBA

Estados UnidosH BRIDGESTONE CORPORATION

JapãoH BROSE FAHRZEUGTEILE GMBH &

CO. KG Alemanha

H CHONGQING SANAI HAILING INDUSTRIAL CO. China

H DELPHI AUTOMOTIVE PLC Reino Unido

H GESTAMP AUTOMOCIÓN S.A. Espanha

H GRUPO ANTOLIN Espanha

H GRUPO SIMOLDES Portugal

H ISI AUTOMOTIVE Áustria

H KIEKERT AG Alemanha

H KLEIN AUTOMOTIVE República Tcheca

H KLIPPAN SAFETY AB Suécia

H KURASHIKI CHEMICAL PRODUCTS DO BRASIL LTDA. Brasil

H KWANGJIN Coreia do Sul

H MAGNETI MARELLI S.P.A. Itália

H MAXION WHEELS Brasil

H MUBEA CARBO TECH Áustria

H NEUE ZWL ZAHNRADWERK LEIPZIG Alemanha

H PASDEC AUTOMOTIVE TECHNOLOGIES África do Sul

H PLASTIC OMNIUM França

H SAMVARDHANA MOTHERSON GROUP Alemanha

H SCHNELLECKE GROUP AG & CO. KG Alemanha

H THYSSENKRUPP AG Alemanha

H VALEO S.A. França.

H YANFENG AUTOMOTIVE TRIM SYSTEMS CO. China

com o Prêmio Volkswagen Group. As companhias foram eleitas pelo seu poder de inovação, qualidade do produto, competência de desenvolvi-mento, sustentabilidade e gerencia-mento de projeto.

“Para fazer ótimos carros, é preciso contar com ótimos parceiros – e nós certamente temos”, disse Winterkorn durante a cerimônia de premiação, acrescentando: “Nos próximos anos, quase todos os aspectos da indústria automobilística vão mudar. Na era da digitalização, precisamos manter

nossos pontos fortes e desenvolver novas forças. Estaremos trabalhan-do nesta direção com nossos forne-cedores em uma nova e importante parceria voltada para a inovação.”

Sanz citou a importância dos for-necedores no desenvolvimento da arquitetura modular e dos carros elétricos. Recentemente, o Grupo VW lançou o programa Fast, iniciais de Future Automotive Supply Tracks, que representa as necessidades futu-ras para a cooperação entre fornece-dores e a montadora.

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PRÊMIO

FCA ENTREGA QUALITAS AOS MELHORES PARCEIROS

COM FOCO EM QUALIDADE, GRUPO REFORÇA PARCERIAS VISANDO AOS PRÓXIMOS 5 ANOS

N a 26a edição do Prêmio Quali-tas, realizado dia 30 de junho, em Belo Horizonte, MG, a

FCA Fiat Chrysler Automobiles refor-çou o compromisso com os fornece-dores premiando os melhores pelo desempenho em 2014, segundo os critérios de qualidade, inovação, competitividade e nível de serviço. Foram reconhecidos parceiros da montadora em oito categorias e hou-ve também premiação para a Pirelli, que conquistou troféus por cinco anos consecutivos.

A cerimônia de entrega teve como tema “Qualidade em primeiro lugar”. Na ocasião o dirigente mundial de relacionamento com fornecedores da FCA, Sigmund Huber, reforçou a importância da parceria com os parceiros dentro do plano estratégi-co de crescimento do grupo para os próximos cinco anos. “Há uma ambi-ciosa estratégia de crescimento para os próximos cinco anos. Com a pa-dronização de plataformas globais, queremos elevar o volume de com-pras e a eficiência dos investimentos, criando oportunidade de negócios para fornecedores de todo o mundo. Para isso, qualidade é fundamental, acompanhada de inovação, eficiên-

VENCEDORES DO QUALITAS 2015

H QUALITAS METALLIC Maxion Wheels

H QUALITAS POWERTRAIN Feeder

H QUALITAS CHEMICAL Pirelli

H QUALITAS ELECTRICAL: Johnson Controls

H QUALITAS CAPEX Schuler

H QUALITAS SERVICES Pro Produtores

H QUALITAS TECHNICAL COST REDUCTION Basf

H QUALITAS MOPAR: Mann+Hummel

H QUALITAS 5 STARS Pirelli

ANTONIO FILOSA (esquerda) e CLEDORVINO BELINI (direita) entregam troféu Qualitas 5 Estrelas para ROBERTO RUOPPOLO, diretor de equipamento original da Pirelli para a América Latina

cia de custos e forte relacionamen-to”, enfatizou.

O diretor de compras da FCA pa-ra América Latina, Antonio Filosa, apresentou aos 500 convidados do Prêmio Qualitas as prioridades de sua área para este ano, sobre os pi-lares da qualidade, eficiência opera-cional e financeira e capacitação de pessoas. Uma das oportunidades que serão criadas pelo grupo ainda em 2015 é o projeto de capacitação e desenvolvimento de fornecedores, que será realizado em parceria com o MDIC, o Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior. A iniciativa pretende capacitar técni-ca e gerencialmente as empresas da cadeia de valor da FCA em requisitos como qualidade, eficiência e inova-ção. Foram selecionadas 35 empre-sas, baseadas em Minas Gerais, para participar do programa, com ativida-des de agosto a abril de 2016.

“Precisamos nos preparar para o futuro. O mercado brasileiro de au-tomóveis passa por um momento de retração nas vendas, mas tende a retomar o crescimento nos próximos anos. Temos ainda uma baixa moto-rização na comparação com merca-dos mais maduros, o que demonstra um enorme potencial de expansão no longo prazo. Em momentos co-mo este precisamos unir forças e nos preparar para tirar o máximo proveito das oportunidades que surgirão nos próximos anos”, concluiu Cledorvino Belini, presidente da FCA para Amé-rica Latina.

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Parceria de qualidade mundial em estamparias

A Prensas Schuler sente-se honrada com o Prêmio Qualitas CAPEX e agradece a FCA pela confiança e parceria no grandioso projeto da nova planta Jeep, para o qual forneceu equipamentos de ponta para as estamparias Jeep e Supplier Park.

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

EVENTOS EM SÃO PAULO TRAÇAM AGENDA DE SERVIÇOS ON-LINE PARA A NOVA GERAÇÃO DE VEÍCULOS

EDILEUZA SOARES

O s desafios para a produção de carros conectados no Brasil e a agenda que o setor

precisa traçar para aproveitar oportu-nidades de negócios no País com as

inovações trazidas pelos veículos autô-nomos estão no centro das discussões de dois eventos de tecnologia da infor-mação e comunicação (TIC), que serão realizados no mês de outubro em São

Paulo. Ambos reúnem representantes de montadoras e agentes de todo o “ecossistema” envolvido na fabricação do automóvel inteligente.

Um dos encontros em que a indús-

BRASIL BUSCA MODELO DE NEGÓCIOS PARA

CARRO CONECTADO

POTENCIAL PARA NOVOS SERVIÇOSY eswant Abhimanyu,

consultor para o mer-cado automotivo da Frost & Sullivan na América La-tina, avalia que a região tem grande potencial para negócios com conectivi-dade veicular. Entretanto, ressalta que as empresas precisam buscar soluções de baixo custo para in-crementar receita com as inovações tecnológicas. Ao olhar para o merca-do brasileiro, ele observa que, independentemente da determinação do Con-selho Nacional de Trânsi-

to (Contran) para consolidação do emplacamento ele-trônico pelo Sistema Nacional de Identificação Automá-tica de Veículos (Siniav), adiado para janeiro de 2016, os serviços para carro conectado vão dar um salto no País.

Estudos da Frost & Sullivan projetam que os servi-ços de comunicação para carros no Brasil por teleme-tria alcançarão 1,3 milhão de usuários até 2020, com aumento de 122% ao ano, em comparação com os 4,8 mil assinantes registrados em 2013. Pelas previsões da consultoria, 28% dos novos veículos terão essa tecno-logia nos próximos cinco anos, impulsionadas pela po-pularização dos dispositivos móveis e expansão das re-des de banda larga de terceira e quarta gerações.

“A telemetria oferece muita oportunidade, mas é pre-ciso vencer desafios como ter infraestrutura de teleco-municações para suportar a demanda dos novos servi-ços e modelos certos de negócios”, afirma o consultor, um dos participantes da Conferência Telematics Bra-sil & Latam, de 19 a 20 de outubro, em São Paulo. Promovido pela TU-Automotive, o evento vai abordar desde integração de smartphones e infoentretenimen-to até a gestão remota de frotas, passando por integri-dade do veículo, regulações e o Contran 245. Haverá também apresentação de projetos bem-sucedidos na região por empresas como MAN, Volvo, BMW, Zurich, Arval BNP Paribas e Renault.

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RICARDO BACELLAR, diretor da KPMG

tria automotiva marca presença, a Fu-turecom 2015, maior evento da Améri-ca Latina sobre TIC, de 26 a 29 de ou-tubro, reservou espaço para discutir o futuro da conectividade veicular. Sob o tema “O fascinante mundo dos carros – revolucionando o mercado automo-tivo”, o painel agendado para o último dia tem participação confirmada de re-presentantes da Fiat Chrysler Automo-biles (FCA), Ford, GM, PSA Peugeot Ci-troën, Bosch, Delphi, Telefônica (Vivo) e da Qualcomm, desenvolvedora de chips para dispositivos móveis.

“É a primeira vez que reunimos to-dos os agentes do ‘ecossistema’ para discutir sobre o carro conectado em um grande evento de TIC no Brasil”, informa Ricardo Bacellar, diretor de relacionamento da consultoria KPMG para o setor automotivo e coordenador

do painel. Sua expectativa é que o as-sunto desperte na Futurecom o mes-mo interesse gerado pela Consumer Electronics Show (CES), de Las Vegas, nos Estados Unidos, onde as monta-doras ocupam espaço expressivo.

O painel vai abordar temas como segurança, serviços que podem ser oferecidos aos consumidores, inte-gração com a cadeia automotiva, convergência entre os modelos de negócios das montadoras e empre-sas de TIC, entre outros assuntos. “Hoje um carro topo de linha tem mais circuitos integrados do que um jato comercial”, diz Bacellar. Ele acre-dita que a internet das coisas (IoT), impulsionará o uso das tecnologias embarcadas nos veículos, com des-taque para a telemetria, para prestar inúmeros serviços on-line. n

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MERCADO TURBULENTONÃO ALTERA METAS

EMPRESAS HABILITADAS MANTÊM INVESTIMENTOS, MAS ESPERAM AJUSTES NO PROGRAMA

A caminho de completar o seu terceiro ano de vigên-cia, o Inovar-Auto, Progra-

ma de Incentivo à Inovação Tecno-lógica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, avança em meio à crise econômi-ca apresentando bons resultados e perspectivas animadoras. Instituída com o objetivo de criar condições para o aumento de competitividade no setor automotivo e promover a produção de veículos mais econô-micos e seguros, a iniciativa pro-mete estimular a concorrência e os investimentos na cadeia de forne-cedores, engenharia, tecnologia in-dustrial, pesquisa e desenvolvimen-

to e capacitação de fornecedores. O principal estímulo às empre-

sas habilitadas como fabricantes no Inovar-Auto é o desconto da alíquota adicional de 30 pontos no IPI para os carros vendidos localmente. Mas outros ganhos podem ser obtidos também como resultado de inves-timentos em pesquisa, desenvolvi-mento e inovação e, em especial, do atendimento das metas de eficiência energética.

Em vigor desde janeiro de 2013, o Inovar-Auto registrou avanços, mas algumas regulamentações comple-mentares e ajustes ainda estão em curso. Para o MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Co-

mércio Exterior, o programa está apresentando bons resultados, mas deve seguir se aprimorando. Segun-do a assessoria de comunicação do MDIC, no período 2013/2014 foram habilitadas 46 empresas, sendo 20 fabricantes, 13 importadoras e 13 projetos de investimento.

A entidade afirma que os objetivos estão sendo atingidos. Primeiro, em relação aos investimentos, tanto em novas plantas de produção e linhas montagem quanto em aplicações em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e engenharia. Novas fábricas já foram inauguradas, como a da Chery, em Jacareí (SP), DAF, em Ponta Gros-sa (PR), e BMW, em Araquari (SC).

RICARDO PANESSA

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BMW, de Araquari (SC) , opera há cerca de um ano

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Outras estão em andamento, como Honda, em Itirapina (SP), Audi, em São José dos Pinhais (PR), Jaguar--Land Rover, em Itatiaia (RJ), e Mer-cedes-Benz, em Iracemápolis (SP).

Segundo, em relação à movimen-tação das empresas habilitadas, no sentido de desenvolver seus produ-tos visando a atingir as metas de eficiência energética exigidas, com pelo menos 12% de melhoria até setembro de 2016. Este ano, até o fim do primeiro semestre, 32 em-presas renovaram suas habilitações, enquanto as demais seguem em processo de análise por possuírem vigência até o fim de 2015. Portan-to, há 40 empresas habilitadas atu-almente no Inovar-Auto.

Para a Anfavea, Associação Nacio-nal dos Fabricantes de Veículos Auto-motores, os investimentos previstos para o setor entre 2012 e 2018, prin-cipalmente em novas fábricas e am-pliações das existentes, vão resultar em um aporte de mais de R$ 81 bi-lhões, dos quais R$ 12 bilhões serão destinados para P&D e engenharia, áreas especialmente incentivadas pe-lo programa. Desse total, espera-se que cerca de R$ 5,5 bilhões sejam em decorrência direta dos incentivos do Inovar-Auto.

O presidente da Anfavea, Luiz Mo-an, destaca que apesar da recessão setorial, nenhuma montadora deci-diu adiar ou cancelar os investimen-tos já anunciados, o que indica con-fiança na recuperação do setor no longo prazo. “Os dois principais fo-cos do Inovar-Auto, aprimoramento da engenharia de desenvolvimento e melhoria da eficiência energética, es-tão produzindo resultados. Apesar do cenário difícil para as montadoras, o setor deve se estabilizar a partir do fim do segundo trimestre do próxi-mo ano e continuar se benefician-do dos incentivos e resultados do programa”, acredita Moan.

PRIMEIROS RESULTADOSDas empresas habilitadas ao Inovar--Auto como investidoras, apenas BMW, Chery e DAF estão com suas novas plantas em operação. O BMW Group, que já trabalhava para insta-lar fábrica no País, adaptou-se para atender aos requisitos exigidos pelo programa. Os investimentos anun-ciados ao mercado em dezembro de 2013, durante o evento que marcou o assentamento da pedra fundamen-tal da fábrica em Araquari (SC), de T 200 milhões, continuam em curso conforme previsto.

Segundo Gleide Souza, diretora de relações governamentais do BMW Group Brasil, a conclusão da constru-ção e instalação de equipamentos da unidade fabril ocorrerá em setembro deste ano, com as áreas de solda, pré-tratamento e pintura plenamente operantes. “Estamos seguindo o cro-nograma para implementar a produ-ção de dois novos modelos em nossa linha de montagem. Com isso, serão cinco modelos em produção no Bra-sil. Montamos no momento cerca de 60 veículos por dia.”

Luis Curi, vice-presidente da Chery

LUIS CURI, CEO da Chery Brasil

FÁBRICA DA CHERY, em Jacareí (SP), foi inaugurada em agosto de 2014

NOSSA META É

VENDER 10 MIL

UNIDADES DO CELER

BRASILEIRO ATÉ O

FIM DO ANO

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INOVAR-AUTO

Brasil, elogia o Inovar-Auto mas res-salta que ajustes ainda devem ser feitos. “O balanço é positivo. Somos a prova da concretização do com-promisso com a iniciativa. Estamos trabalhando dentro do que havíamos planejado, mas entendemos que há necessidade de alterações no pro-grama”, afirma. A Chery investe US$ 400 milhões na fábrica de automó-veis e US$ 130 milhões na unidade de motores, em Jacareí (SP), e já vem produzindo o novo Celer, nas

versões hatch e sedã, desde janeiro.“Nossa meta é vender 10 mil uni-

dades do Celer brasileiro até o fim deste ano. E anunciamos recente-mente o aporte de mais R$ 400 mi-lhões para expansão da planta, para produzir o compacto QQ e a nova geração do SUV Tiggo”, disse Curi. Do novo investimento, US$ 100 mi-lhões serão aplicados pela Chery pa-ra nacionalizar os novos modelos. Os outros US$ 300 milhões virão dos 25 parceiros da companhia que integra-

rão o parque de fornecedores que se-rá construído no entorno da fábrica.

A DAF, fabricante de caminhões de origem holandesa e integrante do Grupo Paccar, continua fazendo dois caminhões pesados XF105 por dia em sua fábrica de Ponta Grossa (PR). Instalada em área de 2,3 milhões de metros quadrados, a maior do grupo em todo o mundo, a unidade fabril, com 270 mil m2, pretende elevar a produção em breve, com a inclusão de mais um modelo, o CF, em sua linha de montagem.

Segundo Luis Gambini, diretor co-mercial da DAF no Brasil, com o no-vo modelo a marca pretende alcançar 3,5% de market share, dobrando a pro-dução de duas para quatro unidades por dia. “Temos capacidade instalada para produzir até 10 mil caminhões por ano; com a liberação de financiamento pela linha Finame do BNDES para nos-sos produtos, as vendas vão aumentar. Há 20 concessionários da marca atual-mente, mas chegaremos a 25 até janei-ro do próximo ano”, esclarece.

PROJETOS AINDA SEM DEFINIÇÃOA JAC Motors manteve entendimentos para instalar

uma unidade fabril no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia, mas o projeto não evoluiu. A empresa che-gou a realizar, em 2012, a cerimônia de assentamento da pedra fundamental, que tradicionalmente marca o início da construção dos empreendimentos. Embora não conste da lista de empresas que atua-lizaram suas habilitações no Inovar-Auto, a companhia, que já importa diversos mode-los de automóveis, segue aguardando a li-beração do financiamento da Desenbahia, Agência de Fomento do Estado da Bahia, para dar início à construção de seu com-plexo industrial.

Metro-Shacman e BYD, que também anunciaram projetos de instalação de fá-bricas no País, não constam da lista de

habilitados atualmente no Inovar-Auto e não deram retorno às solicitações da reportagem para atualizar o estágio de seus planos. Caso desistam de projetos para os quais já receberam crédito presumido de IPI para importar veículos, as empresas teoricamente estarão endividadas com o governo federal e precisarão devol-

ver os benefícios recebidos.A Sinotruk Brasil reiterou em comunicado

que o projeto da fábrica no Brasil, a ser cons-truída em Lages, SC, permanece inalterado. A empresa entrou com pedido de prorro-gação do prazo referente ao início da obra no MDIC e seu presidente, Joel Anderson, garante que o projeto brasileiro é prioritário para a marca neste momento. O início da operação da linha de montagem está previs-to para o primeiro trimestre de 2017.

LUIS GAMBINI, diretor comercial da DAF no Brasil

COM O NOVO

MODELO, A

MARCA PRETENDE

ALCANÇAR 3,5% DE

MARKET SHARE

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INAUGURAÇÕES COM DATA MARCADAA Audi volta a ser fabricante nacional. Com investimen-

to da ordem de R$ 500 milhões, passa a produzir o compacto A3 na planta de São José dos Pinhais, na re-gião metropolitana de Curitiba (PR). O modelo, equipado com motor flex 1.4, será o primeiro veículo da marca no mundo com motorização bicombustível.

De acordo com Bernd Martens, membro do board da marca para compras e produção, um dos principais in-centivos para retomar a produção no País foi a adesão ao Inovar-Auto, que prevê a dedução de 30 pontos por-centuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos fabricados no Brasil. “A capacidade produ-tiva da nova planta será de 26 mil unidades por ano. Em março de 2016 começaremos a fazer também o utilitário esportivo Q3”, explica.

A Mercedes-Benz é outra que mantém o cronogra-ma de construção fábrica de automóveis nacional, em Iracemápolis (SP), que deve ser inaugurada em mea-dos do próximo ano. A montadora está regularmente habilitada no Inovar-Auto, confirma investimentos da or-dem de R$ 500 milhões e vai cumprir todos os requisitos do programa, desde as etapas de produção e compras locais até as metas de eficiência energética, para produ-zir o sedã Classe C e o SUV GLA.

A chinesa Foton Aumark é outra fabricante habilitada no Inovar-Auto em via de iniciar operações no País. Com planos de investimentos relativamente modestos, de cer-ca de R$ 250 milhões, a montadora segue erguendo sua planta em Guaíba (RS), onde pretende fabricar caminhões leves e médios, com capacidade entre 3,5 e 10 toneladas, a partir do primeiro trimestre de 2016.

Segundo Bernardo Hamacek, CEO da Foton Cami-nhões, o benefício mais relevante do programa à instala-ção da montadora no Brasil foi a isenção da alíquota do

adicional de 30 pontos no IPI sobre uma cota determina-da de unidades a ser importadas, no caso 8,5 mil veículos. “As regras do Programa são bastante rígidas e a renova-ção da habilitação só foi obtida depois de fiscalização por parte do MDIC do andamento do projeto estabelecido”, disse o executivo.

“A isenção tributária durante os dois anos do programa nos permitiu importar um número relevante de unidades que foram comercializadas durante o período de forma-ção e desenvolvimento da rede de distribuição. Com nos-sas 26 concessionárias já cobrimos uma enorme parte do território nacional e atingimos 3% de market share no segmento até 3,49 toneladas de PBT (peso bruto total). Esse volume anualizado viabiliza a fábrica que entrará em funcionamento no próximo ano”, esclarece Hamacek.

De olho no crescimento do mercado de carros pre-mium, a Jaguar Land Rover segue a mesma receita de outros fabricantes de modelos de luxo que decidiram instalar fábricas no Brasil, como Audi, BMW e Mercedes--Benz. Com investimento de R$ 750 milhões, a montado-ra de origem britânica ergue a fábrica na cidade de Itatiaia (RJ), onde vai produzir dois modelos, sendo um deles o recém-lançado Land Rover Discovery Sport, que deve ser nacionalizado já em 2016, e um outro, ainda a decidir. n

INOVAR-AUTO RECEBE AJUSTESS egundo o MDIC, o Programa Inovar-Auto deve se

aprimorar gradativamente. Para isso, algumas re-gulamentações complementares e ajustes ainda estão sendo realizados. Ainda em 2015 deverão ser desenvol-vidas novas medidas e atividades voltadas à gestão do programa, tais como publicação do manual de audito-ria, seleção de entidades auditoras e estabelecimento de

metas de eficiência energética para veículos de nicho e comerciais leves.

Além disso, deverá ser publicado decreto determinando a troca de requisitos na renovação da habilitação, conta corrente de P&D e engenharia, detalhamento da produ-ção por encomenda e uso do saldo das cotas de 2014 no ano-calendário 2015.

MERCEDES-BENZ: futura fábrica de Iracemápolis (SP)

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INDÚSTRIA

A taxa média de ocupação nas li-nhas de montagem de veículos leves no Brasil está alguns pon-

tos abaixo de 50% e pouco avançará até 2020, segundo análise feita para Automotive Business por Jomar Na-poleão da Silva, consultor sênior da Carcon Automotive. O cenário indica que nos próximos anos haverá pres-são muito grande entre as montado-ras na definição de estratégias e pre-ços e revela que a realidade afeta as marcas de maneira diversa: enquan-to as quatro fabricantes tradicionais (Fiat, Ford, GM e VW) atuam perto da metade de sua capacidade instalada, Hyundai, Honda e Toyota operam no patamar de 90%.

OCIOSIDADE NAS LINHAS DE MONTAGEM BEIRA OS 50%

CRISE AFETA AS MARCAS DE FORMA DIFERENTE: AS TRÊS MAIORES MONTADORAS ASIÁTICAS OPERAM COM CARGA DE 90%

CAPACIDADE INSTALADA NA AMÉRICA DO SUL X BRASILPRODUÇÃO DE VEÍCULOS LEVES E TAXA DE UTILIZAÇÃO

Fonte: LMC/Carcon

PRODUÇÃO - AMÉRICA DO SULPRODUÇÃO - BRASIL

CAPACIDADE OCIOSA - AMÉRICA DO SULCAPACIDADE OCIOSA - BRASIL

UTILIZAÇÃO - AMÉRICA DO SULUTILIZAÇÃO - BRASIL

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Jomar explica que em função dos investimentos ocorridos na região, a maior parte concentrada no País, chegou-se em 2015 a uma capaci-dade instalada no parque produtivo acima de 7 milhões de veículos le-ves na América do Sul. Já no Bra-sil o potencial de produção hoje é de 5,4 milhões de automóveis e co-merciais leves.

Contribuiu para a situação de ociosi-dade das linhas de manufatura no Pa-ís, ao lado dos expressivos aportes em novas instalações feitos pela indústria automobilística, o recuo nas vendas internas, derrubando a produção. Le-vantamento do portal Automotive Bu-siness indica a aplicação de R$ 45 bi-

lhões por montadoras tradicionais e R$ 5,28 bilhões pelas estreantes entre 2011 e 2024. Boa parte desses inves-timentos já foi realizada, atendendo a expansão de linhas existentes, o lan-çamento de novas operações, locali-zações e novos modelos.

A figura abaixo aponta que a capa-cidade brasileira crescerá até 5,7 mi-lhões de unidades em 2020. No ce-nário indicado, a projeção para a pro-dução no Brasil em 2015 é da ordem de 2,4 milhões de veículos leves, com um crescimento moderado até atingir 3,1 milhões de unidades em 2020 – longe, portanto, da meta de 5 milhões de veículos e do pico de 3,5 milhões de unidades de 2013. n

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52 • AutomotiveBUSINESS

TECNOLOGIA

COMPANHIA AMPLIA O PORTFÓLIO E QUER REDUZIR DISTÂNCIA DOS CONCORRENTES

COM TRW, ZF TORNA-SE A

TERCEIRA SISTEMISTA DO MUNDO

GIOVANNA RIATO | de Postdam, Alemanha

A ZF fez sua primeira apresentação à imprensa glo-bal após a compra da norte-americana TRW, con-cluída em maio deste ano, que tornou o grupo o

terceiro maior fabricante de autopeças do mundo, atrás apenas da Bosch e da Continental. A companhia foi bas-tante cuidadosa ao falar dos planos para o futuro e procu-rou não detalhar as estratégias para essa nova etapa, mas deu sinais de que pretende evoluir rapidamente. “Para nós, um mais um não será igual a dois. Queremos multi-plicar, trazer mais do que isso”, apontou Peter Lake, vice-

-presidente de vendas e desenvolvimento de negócios. Somados os faturamentos das duas companhias, o

resultado de 2014 chegou a t 30 bilhões, com t1,6 mi-lhão aplicado na área de pesquisa e desenvolvimento. São 134 mil funcionários espalhados pelos 40 países onde as empresas têm operação. A aquisição teve valor estimado em US$ 12,4 bilhões. No aftermarket, o con-glomerado já é o segundo maior do mundo.

A compra da TRW foi estratégica para que a ZF per-maneça competitiva no fornecimento de tecnologia

PROTÓTIPO mostra aplicação do sistema de estacionamento inteligente

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AutomotiveBUSINESS • 53

APOSTAS PARA O FUTUROO encontro da empresa com a imprensa

mostrou o fortalecimento da gama de produtos depois da fusão. Assim como outras sistemistas, a companhia quer desenvolver e fornecer às montadoras parte expressiva das inovações vistas nos automóveis que chegam ao mercado e, principalmente, oferecer estrutura para o carro autônomo. A fusão trouxe claro reforço na oferta de dispositivos nessa área e também em sistemas de segurança. As novidades mais interessantes foram apresentadas no protótipo Advanced Urban Vehicle. O modelo resume as tendências enumeradas por Peter Lake: “eficiência, segurança e automação”.

O carro elétrico tem entre suas principais ousadias o eixo dianteiro, com ângulo de esterçamento de até 75o. Segundo a empresa, a novidade permite manobrar o veículo com facilidade, algo cada vez mais útil nas grandes cidades. No protótipo o comando era dado por meio de um relógio. De dentro ou de fora do automóvel o condutor pode acionar a função. O carro identifica vagas e estaciona sozinho, sem que o motorista precise fazer qualquer manobra. Para isso a central eletrônica do carro recebe informações de 12 sensores instalados na dianteira, traseira e laterais.

As manobras são feitas em velocidades baixas, próximas de 10 km/h, permitindo, por exemplo, que o motorista desça do carro no estacionamento de um shopping e deixe com o Smart Parking Assist a ingrata tarefa de procurar vaga e estacionar. Mais uma possibilidade é controlar o carro por meio de um tablet, que possibilita ao condutor indicar, de fora do veículo, as manobras que o automóvel deve fazer para, entre outras possibilidades, entrar em uma vaga apertada, que não permitiria a abertura da porta.

Outro protótipo apresentado pela ZF-TRW mostra o sistema PreVision Cloud Assist. A tecnologia busca garantir ao veículo mais eficiência e, principalmente, segurança. O dispositivo coleta informações dos trajetos percorridos pelo carro. Assim, da próxima vez que o veículo passar pela via, o sistema acessa dados armazenados na nuvem e informações do GPS para fazer com que o automóvel rode da maneira mais

eficiente possível em cada trecho. Caso o motorista entre em uma curva rápido demais, a tecnologia reduz a velocidade para garantir a segurança.

Mesmo quando o motorista pisa forte no pedal do acelerador, o carro reduz a velocidade nas curvas. Dessa forma, na descida de uma serra, por exemplo, o condutor pode ativar o dispositivo e concentrar a maior parte dos esforços em controlar o volante, já que a velocidade será limitada pelo sistema em cada volta.

Quando o assunto é carro autônomo, o sistema que a ZF mostrou indica que a companhia atua para se equiparar às concorrentes. O protótipo reúne a tecnologia ACC de piloto automático ao sistema que reconhece e troca de faixa de rodagem, o Highway Driving Assist. Na prática, a tecnologia permite que o carro ande sem que o motorista precise colocar o pé no acelerador ou as mãos no volante. Apesar da comodidade, mesmo sem estar de fato dirigindo, o condutor precisa estar vigilante, com olhos na estrada.

Os sensores do carro ficam instalados apenas na dianteira. Cada vez que a alavanca da seta é acionada para a direita ou para a esquerda, o carro muda de faixa. O problema é que, sem sensores na lateral, é o motorista o responsável por verificar se há outro carro no caminho e evitar uma colisão.

ADVANCED URBAN VEHICLE é vitrine para as inovações da ZF

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54 • AutomotiveBUSINESS

TECNOLOGIA

54 • AutomotiveBUSINESS

para a indústria automotiva. Com o negócio a empresa acrescentou ao portfólio soluções cada vez mais demandadas, como sistemas de fre-nagem, de segurança ativa e passiva e de assistência ao motorista, es-sencial para a evolução dos carros autônomos.

A integração completa dos ne-gócios levará de três a cinco anos. Inicialmente, a TRW será a quinta divisão da ZF, especializada em dis-positivos de segurança. As outras unidades de negócio permanecerão as mesmas: chassis, powertrain, veí-culos comerciais e tecnologia indus-trial. “Vamos manter a marca TRW, que é muito forte no mercado”, explica Lake. Na segunda etapa do processo de integração aumentará a colaboração entre as duas compa-nhias. Para a terceira e última fase está prevista a integração total dos negócios.

MERCADO Durante as demonstrações, enge-nheiros da companhia garantiram que as tecnologias estão em estágio avançado de desenvolvimento e po-

DIV

ULG

AÇÃO

deriam ser instaladas em veículos de produção. Ainda assim, a empresa é bastante esquiva quando se trata de estimar o prazo para a chegada des-ses sistemas ao mercado. A justifi-cativa é que, por causa da compra recente da TRW, concluída em maio deste ano, há limitações para falar dos planos futuros, o que pode in-fluenciar o valor das ações da com-panhia na bolsa de valores.

Outro entrave são as legislações

que determinam que os veículos precisam ser guiados por pessoas. O mais provável é que a ZF siga o fluxo ao lado de suas concorrentes, que também trabalham intensamente para fazer com que o carro atue de forma cada vez mais independente do motorista, tendência que deve ganhar força nos próximos dez anos, à medi-da que as legislações que exigem que um condutor esteja ao volante forem atualizadas. n

PETER LAKE, vice-presidente de vendas e desenvolvimento de negócios

ZF-TRW mostra caminho para a automação, mas

ainda deixa decisões nas mãos do motorista

VAMOS MANTER

A MARCA TRW,

QUE É MUITO

FORTE NO

MERCADO

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56 • AutomotiveBUSINESS

COMPANHIA PRETENDE FABRICAR 1,5 MIL CARROS NACIONAIS ESTE ANO

GIOVANNA RIATO

C erca de nove anos separam o fim da produção do anti-go Audi A3 hatch no Brasil

e o começo do novo ciclo da marca no País, que em setembro passa a fabricar o A3 sedã justamente na planta de São José dos Pinhais (PR), aquela mesma que abrigou a opera-ção da companhia no passado. A etapa atual começa com a simbolo-gia merecida. Pouco antes de dar a partida na nova linha de montagem paranaense, a empresa recolocou seu logotipo no complexo industrial.

A Audi já semeou o mercado bra-sileiro para receber os modelos na-cionais. A rede de concessionárias

PREMIUM

AUDI REATIVA PRODUÇÃO

NO BRASIL

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está em expansão. Deve chegar a 50 casas este ano e alcançar 70 reven-das até 2020. Tudo isso é concreti-zado com aporte de R$ 300 milhões dos grupos empresariais que fazem a distribuição dos carros da Audi. A expansão já traz resultados. De ja-neiro a julho a companhia vendeu mais de 9 mil carros, superando em 30,4% o alcançado um ano antes. “Devemos ultrapassar a marca de 15 mil unidades em 2015”, almeja Jörg Hofmann, CEO da companhia no Brasil, ao apontar que este seria um novo recorde.

Parte desse volume virá da fábri-ca brasileira. Com investimento de

R$ 500 milhões, a unidade foi cons-truída com capacidade anual para fazer 16 mil unidades do A3 sedã e 10 mil do Q3, que entra em linha em 2016. Este ano devem ser mon-tados ali apenas 1,5 mil carros, nú-mero que saltará para 15 mil unida-des no próximo, 5 mil delas do Q3. Pelo menos seis empresas já estão homologadas para fornecer os com-ponentes dos veículos. Entre as par-tes que são locais desde o começo da operação estão vidros, bancos, revestimento do compartimento de bagagem, tanques, eixos e chicote elétrico. Há ainda outras compa-nhias envolvidas principalmente no

EXECUTIVOS DA AUDI acompanham a evolução da fábrica brasileira

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Page 57: Revista Automotive Business | edição 34

AutomotiveBUSINESS • 57

FÁBRICA NACIONALINVESTIMENTO: R$ 500 milhões CAPACIDADE: 16 mil carros/ano PRODUÇÃO: A3 sedã a partir de setembro de 2015 e Q3 a partir de 2016

FORNECEDORES HOMOLOGADOS: Pirelli Goodyear Maxion Wheels Johnson Controls Tenneco ThyssenKrupp

fornecimento de componentes para o motor flexível.

Os propulsores da família TSI são feitos na fábrica do Grupo Volkswa-gen em São Carlos (SP). “Vamos cumprir as exigências do Inovar--Auto desde o início da produção”, assegura Bernd Martens, membro do conselho de administração da companhia e um dos executivos com grande envolvimento no projeto da fábrica. Segundo ele, o cronogra-ma de localização de componentes seguirá a pleno vapor por 12 meses após o começo da operação local, com aumento gradativo da presença de autopeças brasileiras. A compa-nhia pretende aproveitar o parque de fornecedores que a Volkswagen já tem no Paraná, onde estão insta-ladas SMP, Johnson Controls, SAS Automotive, Formtap e Pirelli.

Mesmo que já sejam parceiras do grupo alemão, as fabricantes de sis-temas e componentes precisam fazer ajustes para alcançar o nível de qua-lidade exigido pela Audi. “Visitamos fornecedores em Curitiba e vimos o esforço deles para se adequar”, exal-ta Martens, que diz estar satisfeito com o que encontrou localmente.

Outro resultado que o executivo aprovou foi o dos carros brasileiros. Ele andou em unidades pré-série e

garante que a qualidade dos mode-los nacionais está no mesmo nível dos veículos produzidos em outras fábricas globais. “Está tudo em an-damento conforme planejamos”, in-dica. Assim como fez a concorrente BMW, a Audi vai manter os preços mesmo com a produção local dos veículos que hoje são importados.

A ideia para atrair os consumido-res é agregar conteúdo e ampliar a oferta de versões, tornando os carros mais competitivos. A empresa espera que a incorporação do motor flex por si só aumente a atratividade do A3 sedã, garantindo potência de 140 cv. Hoje o propulsor 1.4 a gasolina que equipa o carro oferece 122 cv.

REESTRUTURAÇÃO A estratégia de aumentar o nível de equipamentos sem grande escalada nos preços parece uma das chaves do sucesso recente da Audi. Jörg Hofmann aponta que, com o cresci-mento da classe média nacional nos

últimos anos, aumentou a demanda por modelos de entrada do segmen-to premium. Justamente neste perío-do a Audi fez sua investida para ele-var a oferta. O resultado disso é que a companhia terminou 2014 como a marca que mais cresceu no merca-do nacional, com 12,4 mil emplaca-mentos ante 6,6 mil no ano anterior.

Com novo recorde previsto para 2015, a aparente ilha de crescimen-to em que a companhia está no tur-bulento mercado nacional reflete a profunda reestruturação pela qual passa há alguns anos. Além de am-pliar a oferta de carros e ajustar os preços, há forte trabalho de expan-são da rede de concessionárias e melhoria do pós-venda.

Em maio deste ano a empresa inaugurou centro de treinamento em São Paulo (SP), alvo de investi-mentos de R$ 10 milhões até 2016. A companhia também duplicou a capacidade de seu centro de distri-buição de peças em Jundiaí (SP). n

CONCESSIONÁRIA EM TERESINA (PI) inaugurada em abril faz parte da

investida na expansão da rede

VERSÃO NACIONAL DO A3 SEDÃ trará mais equipamentos

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58 • AutomotiveBUSINESS

WORKSHOP PLANEJAMENTO 2016

EVENTO DE AUTOMOTIVE BUSINESS APRESENTA AS DIFERENTES FACES DA CRISE

“Pensei que estávamos no fundo do poço, mas aí descobri que ainda tinha o porão”, declarou Luis Moan, presidente da Anfavea, a entidade dos fa-

bricantes de veículos, na palestra de abertura do Workshop Planejamento 2016, promovido por Automotive Business em São Paulo no dia 17 de agosto. Ele explicou que é neste patamar que a indústria local está agora. A boa notícia, se-gundo ele, é que não há mais como descer.

A expectativa de Moan é de estabilidade para os próxi-mos meses até o fim do ano em relação à média mensal de vendas registrada até julho. Na sua opinião há possibi-

lidade de suave crescimento no último trimestre do ano, indicando a tendência para 2016. “Teremos mais dificul-dade na produção por causa da necessidade de ajuste de estoque”, pondera.

A Anfavea mantém a projeção de que o mercado inter-no encolherá 21% em 2015 na comparação com 2014. A produção deve recuar 18%. Enquanto isso a expectativa para as exportações é de alta de 1,1%, com faturamento estável. É justamente nas vendas externas que a entidade aposta para compensar ao menos parte das perdas regis-tradas no mercado interno.

58 • AutomotiveBUSINESS

RETOMADA PODE VIR EM

2016

ENCONTRO trouxe insights para a finalização do planejamento e do budget FO

TOS:

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GIOVANNA RIATO E SUELI REIS

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Page 60: Revista Automotive Business | edição 34

60 • AutomotiveBUSINESS

WORKSHOP PLANEJAMENTO

Moan aponta que o setor tem se empenhado em promover medidas estruturais e em estimular ações no varejo para amenizar a contração do mercado. Uma delas é o PPE, o Programa de Proteção ao Emprego. Outra iniciativa importante é o Plano Nacional de Exportação, anuncia-do recentemente com o objetivo de estimular as vendas internacionais. Para incentivar o interesse do con-sumidor final, a Anfavea, em parce-ria com outras entidades, promoveu também o Festival do Consorciado Contemplado e o Salão Auto Caixa. Vitor Klizas, presidente da Jato Dy-namics do Brasil, projeta queda de 26,6% das vendas de veículos no Brasil em 2015, com relação ao ano passado, para algo perto de 2,44 mi-lhões de unidades. Para ele, deverá se encerrar em breve o ciclo de contra-ção do mercado nacional iniciado em 2014. O mercado doméstico, segun-do a consultoria, deve beirar a estabi-lidade, com leve crescimento de 0,9% em 2016 sobre 2015.

AGIR SEM ESPERAR GOVERNO

Para a consultora Letícia Costa, sócia-diretora da Prada Assessoria,

a indústria automotiva nacional perde muito tempo esperando por políticas, proteções e incentivos do governo, por isso perdeu a oportunidade de tornar--se mais global e competitiva e agora sofre com a retração do mercado inter-no, do qual é excessivamente depen-dente. “O que assusta não é a crise, já passamos por muitas e essa promete ser demorada. O que de fato preocupa é a falta de rapidez e assertividade do empresariado em responder aos fatos, que deixa de tomar decisões inevitáveis de reestruturação e não traça estraté-gias necessárias para o futuro”, ava-

liou Letícia na palestra que encerrou o Workshop Planejamento 2016.

Letícia constata que se usa a cri-se “como desculpa para não buscar o aumento necessário de produtivi-dade e competitividade”. Para ela, coloca-se foco excessivo na crise e perde-se a perspectiva de longo pra-zo. Ela lembrou que no momento de aquecimento do mercado, a partir de 2006 até 2012, perdeu-se a opor-tunidade de ganhar escala e produ-tividade internacional. A consultora aconselhou que todo o foco, agora, deve ser em ganhos de produtivida-de e competitividade, porque a re-estruturação já deveria ter sido feita. (Pedro Kutney)

UMA BOA CRISE NÃO DEVE SER IGNORADA

Não se pode ignorar uma boa crise. Esse foi um dos alertas

de Joe Vitale, sócio líder global da Deloitte para o setor automotivo. Ele

analisou a crise americana de 2008 a fim de ilustrar quais lições podem ser aprendidas e aplicadas na realidade brasileira. “Entre 2008 e 2010, a in-dústria automobilística norte-america-na acentuou problemas que não eram novos, mas que eram ignorados. Na-quele momento, todos os agentes do setor, incluindo CEOs, federação dos concessionários e sindicato dos traba-lhadores, reconheceram que era difí-cil, mas estritamente necessária uma reestruturação rápida.”

Vitale ressalta que é muito clara a importância do mercado brasileiro para as marcas globais, o que justifica a aposta delas no potencial nacional. No curto prazo, ele cita a necessida-de de lidar com o câmbio flutuante e com o excesso de capacidade produti-va. Ele lembra que, a exemplo do que aconteceu nos Estados Unidos, os investimentos não devem ser esqueci-dos: “As empresas que naquela oca-sião mais investiram – em inovação e produtos adequados – foram as que melhor saíram da crise.”

Por sua vez, Ivar Berntz, sócio líder da Deloitte para o setor automotivo, aposta que o caminho para a indústria brasileira pode estar na otimização das cadeias globais de produção e em sua capacidade de ser flexível para desen-volver veículos que mais demandam no mercado nacional. (Sueli Reis)

INVERNO SERÁ LONGO, PREVÊ SINDIPEÇAS

O Sindipeças, Sindicato Nacional da Indústria de Componentes

para Veículos Automotores, não tem projeções animadoras para 2015 e 2016. “O inverno em que entramos será longo”, disse o conselheiro da entidade e presidente da Freudenberg--NOK, George Rugitsky. Os dados estatísticos da entidade indicam que

LETÍCIA COSTA, consultora sócia-diretora

da Prada Assessoria

O QUE DE FATO PREOCUPA É A

FALTA DE RAPIDEZ E ASSERTIVIDADE

DO EMPRESARIADO

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o faturamento deve cair 18% (de R$ 76,7 bilhões para R$ 62,9 bilhões), os investimentos serão 52,9% menores (de US$ 1,38 bilhão para US$ 650 milhões) e o número de postos de tra-balhos diminuirá 15,3% (de 194,7 mil para 165 mil) em relação a 2014. “Te-mos de ser realistas”, afirmou Rugitsky.

Apesar dos números negativos, o Sindipeças acredita em leve recupera-ção para 2016, com pequenos ganhos em faturamento (2,1%), investimentos (1,5%) e empregos (0,1%). “Existem chances de a produção crescer, mes-mo que as vendas não avancem”, dis-se Rugitsky, referindo-se à substituição de componentes importados por na-cionais promovida pelas montadoras para compensar a alta do dólar.

O presidente da Navistar Mercosul, José Eduardo Luzzi, o diretor de ven-das do Grupo Continental no Brasil, Manoel Henrique Mota, e o presiden-te da ZF América do Sul, Wilson Bri-cio, debateram a competitividade em

autopeças, abordando temas como câmbio, empregabilidade e investi-mentos. Para Luzzi, a lição da crise é a flexibilidade. “Vivemos em um país em que as regras mudam o tempo todo e isso nos obriga a ser flexíveis. Não existe estabilidade”, comentou.

Em relação aos investimentos, que segundo o Sindipeças somarão ape-nas US$ 650 milhões em 2015 (me-tade de 2014), os participantes do debate foram unânimes em afirmar que é preciso gerar receita para voltar a investir. A superação da crise está, no entanto, longe para os executivos, que criticaram a falta de reformas estrutu-rais básicas para o País voltar a crescer. “A estabilidade só vai ser alcançada com reformas estruturais. Não vimos adoção de valor ao País. Temos muito a fazer ainda”, comentou Bricio. “Dei-xamos nos iludir com os altos volumes e pagamos uma conta alta porque não fizemos investimentos estruturais”, afir-mou Mota. (Alexandre Akashi) n

JOE VITALE, sócio líder global da Deloitte

ENTRE 2008 E 2010, A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

NORTE-AMERICANA ACENTUOU

PROBLEMAS QUE NÃO ERAM NOVOS,

MAS QUE ERAM IGNORADOS

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Page 62: Revista Automotive Business | edição 34

AUTOPEÇAS|CADERNO ESPECIAL

EMPRESAS UNEM FORÇAS PARA ENFRENTAR A CRISE

COM MAIS DE 50 MIL DEMISSÕES E PROJEÇÃO DE QUEDA DE 18% NO FATURAMENTO, AUTOPEÇAS QUEREM ARRUMAR A CASA,

GANHAR EFICIÊNCIA E ESCAPAR DO FUNDO DO POÇO

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Page 63: Revista Automotive Business | edição 34

AutomotiveBUSINESS • 63

GIOVANNA RIATO

Enfrentar a profunda retração das vendas e da produção de veículos este ano não será tare-

fa fácil e há indícios de que só poderá ser feita coletivamente. O Sindipeças admite que muitos integrantes da ca-deia produtiva não serão capazes de superar o momento desafiador. “Já vemos empresas abrindo falência”, revela Paulo Butori, presidente da en-tidade. Para evitar que o impacto de-vastador se espalhe, a entidade que representa os fabricantes de autope-ças investe em programas de apoio às suas associadas. “Sabemos que, comparadas ao tamanho do proble-ma, as iniciativas são pequenas, mas é o que precisamos fazer neste mo-mento”, diz Butori.

Um dos trabalhos voltados ao am-paro dos fornecedores fragilizados é feito pelo Conselho da Pequena e Média Empresa do Sindipeças, for-mado por ex-presidentes de grandes fabricantes do setor. O objetivo é que esses profissionais usem sua expe-riência para traçar diagnóstico dos problemas das fabricantes de auto-peças que se inscrevem no progra-ma, indicando também soluções. O mapeamento abrange diversas áre-as, como a financeira, de produção, tecnologia e gestão. Constatados os ajustes que devem ser feitos, cabe à empresa decidir se quer contratar os conselheiros do Sindipeças para que eles executem o projeto.

A organização estuda a possibili-dade de usar fundo do Inovar-Auto para custear um terço do programa. O regime automotivo prevê apoio aos fornecedores. O plano de Butori é acessar essa verba e dividir o resto do custo entre o próprio Sindipeças e as empresas que participarem. O programa foi anunciado em outubro, mas só no primeiro semestre de 2015 o trabalho começou de fato. “Esta-

PROJEÇÕES PARA AUTOPEÇAS (2015)

*Sobre 2014 - Fonte: Sindipeças

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mos no nosso primeiro grupo”, conta Butori. A entidade desenvolve ainda um programa específico voltado a es-tamparias em parceria com o Sebrae. “A ideia é semelhante, mas atende apenas a empresas desse segmento.”

DIMENSÃO DA QUEDAO esforço do Sindipeças pretende amenizar o cenário de dificuldades que os fabricantes de autopeças en-frentam. Com grande presença de empresas familiares de pequeno e

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REUNIÃO NO SINDIPEÇAS debate as dificuldades das associadas

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Page 64: Revista Automotive Business | edição 34

64 • AutomotiveBUSINESS

AUTOPEÇAS|CADERNO ESPECIAL

médio portes, o setor precisa supe-rar problemas de gestão e falta de capacidade de investimento para sair bem da crise que afeta a indústria au-tomotiva e que, ao menos na visão de Butori, não dá sinais de quando vai acabar.

A entidade prevê que as fabrican-tes de componentes cheguem ao fim de 2015 com queda de 18% no faturamento na comparação com o ano passado, com receitas de R$ 62,9 bilhões. O efeito da desvaloriza-ção do real em relação ao dólar faz com que o tombo seja ainda maior quando a expectativa é traçada em dólares: de 39,7%, para US$ 19,7 bilhões. O volume de investimentos do setor é outro sintoma importan-te dos problemas. A expectativa é de que os quase 500 associados da entidade diminuam seus aportes em expressivos 52,9%, para US$ 650 milhões. “Ninguém vai gastar o que não tem com o que não precisa”,

declara Butori ao ser questionado se as fabricantes estão investindo para nacionalizar peças e componentes. Segundo ele, com o mercado de-saquecido, a demanda por produzir localmente deixa de ser tão urgente.

O saldo na balança comercial do setor tende a melhorar com o pata-

mar cambial mais adequado às expor-tações e a redução das importações por causa da queda da demanda no Brasil. Ainda assim, o resultado tende a permanecer deficitário. A projeção é de que o saldo do ano seja negativo em US$ 7,23 bilhões.

Butori explica que os efeitos do dólar valorizado não vão muito além da balança comercial. A situação estimula as exportações, mas o au-mento da inflação no Brasil neutrali-

za esse efeito positivo. “Há correção de todos os custos, como energia, insumos e mão de obra, mas sem correção dos preços. As montado-

ras congelaram as compras”, conta o presidente da entidade.

Ele espera que a inflação encerre 2015 com alta de 10,5% a 11%, bas-tante acima da meta do governo. Na visão de Butori a melhor notícia para o setor seria alta ainda mais acentu-ada do dólar. “Precisamos deixar o câmbio livre para que aconteça. Isso corrigiria a competitividade. Desse jei-to teríamos a fagulha necessária para o setor voltar a exportar”, analisa.

SEM AJUDAOs severos efeitos da crise na indús-tria ganham ainda mais intensidade com a perspectiva de retirada de algu-mas políticas voltadas às fabricantes de autopeças. Uma delas é o Reinte-gra, que repõe custos tributários em-butidos nos preços de venda para ex-portação. O programa tinha previsão de encerramento para o fim de 2013. Atendendo a pedidos do setor, o go-verno federal manteve a iniciativa em 0,3% em 2014, apenas para sustentar o mecanismo vivo, como pediu Buto-ri. Antes das eleições presidenciais de 2014 chegou a ser prometida a per-manência do programa.

Apesar disso, este ano, com a ne-cessidade de ajuste fiscal, a promes-sa de manter o Reintegra foi descum-prida: o programa foi reduzido mais

PARCERIA ENTRESISTEMISTA E PARCEIROS

A Bosch figura entre os bons exemplos de apoio aos elos mais fracos da cadeia produtiva. Um grupo voltado ao desenvolvimento

de fornecedores trabalha na área de compras da companhia. Ali eles desenvolvem projeto de incentivo aos parceiros com custos divididos entre o fornecedor que participa do programa e o governo federal por meio de incentivos. Para a Bosch, o investimento está em oferecer o time de cerca de seis profissionais dedicado ao programa.

Foram selecionadas 25 empresas para o projeto, que será realizado em etapas. A primeira começou no início de 2015 e envolve cinco fabricantes de autopeças e componentes. Cada um deles ficará por nove meses no programa, que conta com três pilares: manufatura lean, liderança e a área financeira e de custos. “Nossa meta é desenvolver a base de fornecedores e ajudá-los a enfrentar essa fase difícil”, conta Giulianno Ampudia, diretor de compras da empresa. Ele explica que, para a Bosch, além de manter os fornecedores vivos e saudáveis, o programa promove melhora do relacionamento. “As empresas começam a nos ver como parceiros, não só como uma relação comercial. Nos tornamos clientes preferenciais. Há ganhos visíveis no médio e longo prazos.”

PAULO BUTORI, presidente do Sindipeças

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uma vez e a expectativa é de que ele termine no fim do ano. “Temos 5,5% de custos tributários embutidos em nossos preços para exportação. O Reintegra não é um benefício, é uma necessidade”, reclama o presidente do Sindipeças.

Outra medida ameaçada é a de-soneração da folha de pagamentos, que também não deve chegar a 2016 por causa do corte de gastos do governo. “Seremos tributados no-vamente por uma coisa que já tínha-mos colocado nos nossos preços, inclusive nos internacionais”, afir-ma Butori sobre a provável retirada da medida. Segundo o executivo, o setor de autopeças já sofre com en-cargos elevados. A desoneração da folha, anunciada em 2012, atendeu a um pleito do Sindipeças. Na épo-ca o benefício foi estendido a outros

KPMG DESENVOLVE PROGRAMA PARA FORTALECER FORNECEDORESDiante do cenário econômico pouco promissor e da

ausência de apoio governamental, a solução para a sobrevivência de muitas empresas é receber a ajuda de seus parceiros. Um dos serviços oferecidos pela KPMG no mercado brasileiro é justamente a consultoria para empresas de autopeças, muitas vezes financiada pela montadora. “Em pesquisa detectamos tendência grande de aumento dos pedidos de falência na indústria automotiva. Temos um time multidisciplinar preparado para minimizar esse tipo de problema. A montadora precisa que o seu fornecedor esteja saudável financeiramente e com bons indicadores de desempenho”, conta Ricardo Bacellar, diretor de relacionamento da empresa para o setor. A equipe responsável por esse trabalho analisa em diversos níveis a companhia que passa pelo programa. Bacellar conta que os problemas não se concentram apenas no fluxo de caixa, mas chegam também ao chão de fábrica e à área de recursos humanos. “Não existe receita do bolo, cada empresa é de um jeito”, aponta o consultor.

A empresa explica que o crescimento acentuado da indústria automotiva nos últimos dez anos trouxe fornecedores para outro patamar de faturamento. Essa

evolução exigia também profissionalização e aumento da qualidade da gestão, algo que em muitos casos não aconteceu. “As empresas que investiram nessa fase boa sofreram menos, mas quem não investiu ficou em dificuldade muito grande”, avalia Bacellar. O sócio da área de reestruturação da KPMG, Christian Marayama, acrescenta que a mudança do cenário é muito intensa. “Depois do período longo de expansão, muitos não sabem mais conviver com a queda, principalmente por ela ser tão profunda.”

Na análise da consultoria, é hora de rever processos e cortar excessos. “Chamo de momento de purificação em busca de um novo equilíbrio. Não temos garantia de que voltaremos ao patamar de quase 4 milhões de veículos no mercado interno. Pode acontecer um período de consolidação em busca de ganho de escala e chegarmos no futuro com número menor de empresas, mas com mais eficiência”, projeta Bacellar. Ele enfatiza que, com o dólar valorizado, aumenta o interesse das companhias estrangeiras em comprar empresas nacionais, que ficaram mais baratas. Segundo o especialista, mesmo com a atual queda, o mercado automotivo brasileiro ainda é grande e muito atraente. n

dez setores. Butori conta que, com o tempo, a iniciativa chegou a 150 segmentos. “O governo abriu muito e acabou ajudando setores que não tinham tanta necessidade quanto

nós, por isso ficou insustentável.” Já o Programa de Proteção ao

Emprego (PPE), regulamentado pelo governo federal em julho, veio tarde demais na opinião de Butori. Segun-do ele, a criação de um projeto que garantisse mais flexibilidade às em-presas e seus funcionários em tem-pos de crise era uma demanda da organização desde 2012. “Naquela época, acho que o governo não acre-ditava que era necessário fazer isso

num futuro próximo. Deixaram isso guardado”, lembra Butori. Para ele, o anúncio do PPE em meio à crise não traz vantagem tão expressiva

porque o setor já realizou uma série de cortes. Levantamento do Sindipe-ças mostra que foram demitidos 50 mil trabalhadores das empresas de autopeças entre dezembro de 2013 e junho de 2015.

CHRISTIAN MARAYAMA, da área de reestruturação da KPMG

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AUTOPEÇAS|FUNDIDOS

EM FOGO BRANDOCOM 60% DA PRODUÇÃO DESTINADA AO SETOR AUTOMOTIVO,

INDÚSTRIA DE METAIS FUNDIDOS TEME PERDER COMPETITIVIDADE

A queda nos negócios de veí-culos automotores tem re-fletido negativamente na in-

dústria de metais fundidos, uma vez que, de acordo com a Abifa, a Asso-ciação Brasileira de Fundição, o se-tor automotivo consome cerca de 60% de toda a produção. “Este ano estamos com uma produção acu-mulada, nos cinco meses iniciais, de 10,2% a menos em re-lação ao mesmo pe-ríodo de 2014”, afir-ma Roberto João de Deus, secretário exe-cutivo da entidade.

Porém, por atender outros segmentos da economia, como ferro-viário, mineração e ali-mentício, João de Deus acredita em retração na produção menor do que a prevista pela An-favea, de 17,8%, pa-ra 2015. “Outros clientes da fundição estão atravessando por esta crise com resultados até positivos em determina-dos momentos”, comenta, ao explicar que o mercado de peças fundidas re-presenta um faturamento de cerca de US$ 10 bilhões anuais, com exporta-ções de aproximadamente US$ 1,2 bi-lhão por ano.

Na Teksid, os números estão aquém do esperado, uma vez que 70% da produção da fundição de fer-ro e 100% da fundição de alumínio são destinadas ao fraco mercado in-terno. Ainda assim, Raniero Cucchia-

porque a indústria de fundição é gran-de consumidora de energia elétrica e, segundo João de Deus, o potencial hídrico do País deveria oferecer uma situação privilegiada diante dos com-petidores internacionais em relação à energia elétrica. “Mas por diversas ra-zões não é o que acontece”, afirma. Vale lembrar que este ano as tarifas aumentaram quase 50%.

Cucchiari lembra que nos últimos anos o mercado apresentou crescimento pujante e toda a cadeia do setor automotivo se prepa-rou para volumes bem mais altos do que o atual. “O grande desa-fio é manter níveis mí-nimos de rentabilidade neste hiato do merca-do e estar pronto para quando houver a reto-mada”, afirma.

Em 2013, a empresa anunciou in-vestimentos de R$ 250 milhões para elevar a capacidade de produção de cabeçotes de motor de alumínio de 800 mil para 1,4 milhão de peças por ano, e também para iniciar a pro-dução de blocos de alumínio. “Além disso, estamos investindo na fundi-ção de ferro para manter nossa com-petitividade no mercado com a aqui-sição de um novo forno fusor que começa a operar em setembro. Não houve cortes nos investimentos devi-do à atual situação do mercado”, ga-rante Cucchiari. n

ALEXANDRE AKASHI

ri, diretor comercial da empresa, mos-tra-se otimista. “Houve uma retração da produção inferior à média do mer-cado, uma vez que temos um volume significativo de exportação e também lançamos novos produtos, na fun-dição de ferro e na de alumínio”, diz Cucchiari. Ele revela que não acredita em piora do mercado.

João de Deus também aposta em

um segundo semestre melhor, por causa de novos projetos. “Nós somos otimistas. Existem muitos projetos e vários estão em andamento. Não se desenvolve um novo veículo sem a in-tenção de colocá-lo no mercado. Não existe crise sem fim. Elas são cíclicas e somos experts em sair de crises. A inflação atual, que se aproxima de dois dígitos no ano, no passado já foi de dois dígitos ao mês”, analisa.

DESAFIOSCom o atual cenário, o setor de fundi-ção teme perder competitividade. Isso

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AUTOPEÇAS|FORJADOS

PELA METADERESPONSÁVEL PELO CONSUMO DE 80% DA

PRODUÇÃO DE AÇOS FORJADOS, INDÚSTRIA AUTOMOTIVA EMPURRA SETOR LADEIRA ABAIXO

O decepcionante resultado de produção e vendas de veículos automotores no

Brasil tem afetado diretamente seto-res como o de metais forjados, mais precisamente os produtos de aço, que segundo o Sindiforja, Sindica-to Nacional da Indústria de Forjaria, acumulam queda de consumo de aproximadamente 50% nos últimos 12 meses.

Segundo Harry Kahn, presiden-te da entidade, o consumo atual das forjarias associadas é de aproxima-damente 250 mil toneladas por ano de aço. “Nosso volume em épocas normais chega a 500 mil toneladas”, afirma. A indústria automotiva res-ponde por 80% do volume. Os ou-tros 20% incluem tratores agrícolas e industriais, ferramentas manuais, ferragens elétricas, indústria naval e motos, entre outros itens.

O presidente do Sindiforja espe-ra um segundo semestre de recupe-ração. “Nossa expectativa é ter um pequeno crescimento sobre os pri-meiros seis meses do ano”, diz, lem-brando os baixos resultados do setor automotivo anunciados pela An-favea. “A indústria de caminhões e ônibus caiu aproximadamente 40%, automóveis e caminhões leves recu-aram 21% e os tratores tiveram que-da de 20%. Colheitadeiras caíram mais e temos ainda os tratores in-dustriais com redução importante pela inexistência de obras de infra-

estrutura”, explica. A atuação em nichos de mercado

com características bastante varia-das tem sido a salvação da Villares Metals, que também está presente no segmento automotivo com ne-gócios globais. A empresa fornece matérias-primas para a produção de componentes como válvulas de mo-tor, bicos injetores e eletrodos de ve-las, e investe constantemente no de-senvolvimento de novas ligas como o VAT36, capaz de atender requisitos mais exigentes de motores cada vez mais compactos e eficientes.

Além dos componentes, a Villa-res Metals produz uma linha de aços para ferramentas industriais, para a fabricação de matrizes e moldes para estampagem de chapas, for-jamento de peças, fundição de li-

gas não ferrosas e processamento de plásticos. “Sentimos a redução nos volumes para as forjarias e na li-nha de moldes para plástico. O lan-çamento de modelos movimenta as ferramentarias independentemente do volume de produção de peças. Não estamos imunes e buscamos alternativas para reduzir os impac-tos da crise por meio do desenvolvi-mento contínuo de novos produtos e tecnologias” diz Paulo Haddad, da engenharia de aplicação.

Haddad comenta que o ano de 2015 tem sido um desafio – as difi-culdades não começaram agora e está difícil fazer previsões. “Há uma crise de confiança. É muito difícil fa-zer previsões de forma responsável. Otimismo pode ser ingenuidade e aumentar nossa exposição. O pes-simismo costuma ser contagiante. Estamos mantendo os planos, bus-cando resultados necessários para a sustentabilidade do negócio”, afirma.

Grande consumidor de energia elétrica, o setor de metais forjados tem como desafio, segundo Kahn, ultrapassar a fase crítica do mercado e aproveitar a desvalorização do real para competir melhor com produtos importados. “Buscamos constante-mente reduzir desperdícios, melho-rando nossa produtividade e a ofer-ta ao mercado com maior nível de inovação e produtos de maior valor agregado”, explica Haddad, da Villa-res Metals. n

ALEXANDRE AKASHI

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AUTOPEÇAS|ESTAMPADOS

SUELI REIS

EMPRESAS MANTÊM PLANOS PARA ATENDER FUTURAS DEMANDAS

CRISE É OPORTUNIDADE PARA REVER EFICIÊNCIA PRODUTIVA

S egmentos mais sensíveis às os-cilações do mercado se viram como podem para driblar as

dificuldades impostas por um cená-rio de retração, como se vê desde o início deste ano e consolidado com o fim do primeiro semestre. Encontrar o ponto de equilíbrio tem sido o prin-cipal desafio das empresas do setor de autopeças, que, assim como as montadoras, também se encontram em processo de adaptação dos vo-lumes de produção a partir da fraca demanda, ação considerada extre-mamente necessária pela maioria maciça das indústrias.

Por outro lado, medidas duras como a redução das jornadas de tra-balho e até de salários se mostram por ora uma alternativa para a ma-nutenção da saúde das companhias – e da mão de obra tão disputada em tempos de atividades mais vistosas. Com tais medidas, essas empresas miram no que veem mais adiante, um novo panorama de crescimento, ainda que lento e muito gradativo, apostando na tradição de ci-clos econômicos da indústria nacional. Caso da Gestamp, que atua na área de estampa-dos e seus subconjuntos.

Para Jesse Paegle, gerente de pesquisa e desenvolvimen-to, novos projetos ganharam uma importância ainda mais vital: “Aí está a chave para o futuro: os novos projetos. A estratégia da Gestamp sem-

pre foi o engajamento ainda nos es-tágios iniciais de desenvolvimento de novas plataformas, para maximizar a possibilidade de aplicação das solu-ções tecnológicas, tanto para produto quanto para processo”, argumenta.

A empresa mantém firme o traba-lho de seu centro de desenvolvimen-to, baseado em São Paulo e respon-sável pela região do Mercosul, para atender a demanda das montadoras com novas soluções a ser aplicadas nas futuras carrocerias. “Projetos que devem atender o difícil trinômio: re-dução de massa, para melhoria do consumo, mais a melhoria da resis-tência estrutural e um custo compe-titivo. Continuamente investimos em novas tecnologias para o mercado e isso não mudou”, ressalta Paegle. Tais investimentos, segundo ele, ser-vem ainda para reduzir a defasagem técnica entre as plataformas produ-zidas no Brasil e Argentina e as do restante do mundo, tornando o pro-duto nacional passível de exportação quando o mercado solicitar.

OPORTUNIDADE NA CRISEPara o diretor de vendas da Tower Automotive, Marcelo Almeida, que também atua na área de estruturas de carrocerias e chassis, apesar de 2015 estar dado como um ano de encolhimento no mercado auto-motivo, o que traz muita dificulda-de para tomadas de decisões futu-ras com relação a investimentos, o desafio é encarado como uma oportunidade para buscar uma in-dústria mais eficiente e produtiva. “Temos investido em processos mais produtivos e competitivos e estamos em constante avaliação da capacidade de nossos proces-sos com relação à evolução dos materiais”, conta.

Já sobre tornar o produto na-cional apto para brigar na selva do mercado internacional, uma vez que as exigências locais estão se nivelando com as de fora, a partir das plataformas globais, Almeida alerta para a necessidade de pla-nos de ação mais abrangentes e

que não dependam só da questão cambial. “Será preciso uma estruturação da cadeia produtiva da in-dústria como um todo, in-cluindo vários setores, leis e pesados investimentos em infraestrutura no País. Uma única ou poucas em-presas eficientes não fa-zem o mercado brasileiro mais competitivo.” n

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ECONOMIA E EFICIÊNCIA PARA CHEGAR MAIS LONGE.

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A Votorantim Metais CBA é uma das maiores produtoras

de alumínio da América Latina, com ampla participação em

diversos segmentos, sendo grande parceira no fornecimento

para o mercado automotivo: de caminhões e estruturas de

ônibus a rodas, folhas para trocadores de calor e juntas

de vedação. A qualidade, a leveza e a durabilidade do nosso

alumínio garantem maior economia, desempenho e eficiência a

veículos de todos os portes em todo o continente americano.

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AUTOPEÇAS|INTERIORES

SUELI REIS

AMBIENTE DESFAVORÁVEL PROMOVE A CRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS E PREPARA

AS EMPRESAS PARA AS PRÓXIMAS DEMANDAS

FASE DE AJUSTES PARA ENCARAR O FUTURO

A juste é a palavra de ordem em tempos de ambiente eco-nômico desfavorável como

o atual. Empresas de todos os seg-mentos de autopeças, sem exceção, têm todos os dias a árdua tarefa de tentar resolver a equação de como manter as operações adequadas aos níveis atuais da demanda do mer-cado sem afetar a produtividade e qualidade, além de conferir saúde ao caixa e, principalmente, não reduzir drasticamente a mão de obra.

“Estamos seguros de que te-mos profissionais muito capazes e que sabemos trabalhar em time. O grupo de gerenciamento da Lear na América do Sul tem adotado medidas de forma sensata e alinhadas com o senior management da Lear dos Esta-dos Unidos de forma a atravessarmos este momento”, conta Tiago Pagotto,

vice-presidente de vendas da Lear para a América do Sul.

Nesta complexa equação, não se pode ignorar o fato de que o próxi-mo ciclo será o de retomada, uma vez que a indústria teve queda ex-pressiva. Com isso, as empresas estão atentas às necessidades das montadoras, promovendo impor-tantes reformas e investimentos a fim de modernizar sua estrutura e atender as novas demandas que vi-rão, não só em termos de volume, mas de novos produtos. “Um exem-plo disso é a recente inauguração da nossa planta em Goiana (Pernambu-co), na qual investimos em equipa-mentos de última tecnologia para a produção de espumas e corte e cos-

tura das capas para montagem dos bancos em sistema just in time”, lembra Pagotto. A operação foi ins-talada no parque de fornecedores do complexo industrial da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, para dar su-porte ao início da produção do Jeep Renegade em fevereiro deste ano.

Para o executivo, a manutenção dos mais altos padrões de atendimen-to e qualidade é o fator primordial para que a Lear se mantenha como uma das empresas benchmarking de seus clientes. “Em julho, a Lear também foi honrada ao ser escolhida pela Mercedes-Benz para produzir os bancos para os modelos Classe C e ainda tivemos diversos projetos em andamento, os quais permitem à em-presa manter-se atualizada e pronta para absorver novos negócios”, revela Pagotto. Atualmente, a Lear, focada na produção de assentos automoti-vos e chicotes elétricos, possui nove fábricas na América do Sul dedicadas à BMW, FCA, Ford, General Motors, PSA Peugeot Citroën e Volkswagen. A partir de 2016, a Mercedes-Benz tam-bém integrará essa relação.

Além disso, a empresa conta com outras unidades no mundo que apoiam as operações locais da divi-são de chicotes elétricos, com a pro-dução de terminais e conectores que demandam maior nível tecnológico, ainda não existente no País. n

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TIAGO PAGOTTO, vice-presidente de vendas da

Lear para a América do Sul

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AUTOPEÇAS|ROLAMENTOS

MÁRIO CURCIO

GUERRA PARA REDUÇÃO DE ATRITO TRAZ EVOLUÇÃO EM VEDAÇÕES, MATERIAIS E TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES

MOMENTO RUIM NÃO IMPEDE AVANÇOS

A s empresas especializadas em rolamentos enfrentam um momento difícil como

em regra ocorre com fornecedores da cadeia automotiva. No entanto, elas mantêm o foco na redução de atrito e aumento da durabilidade. “Temos alguns avanços nas veda-ções. As maiores evoluções ocorrem nos materiais empregados e em seus perfis”, recorda o diretor executivo de pesquisa e desenvolvimento da Schaeffler para a América do Sul, Cláudio Castro.

O executivo destaca também pro-gresso nos cálculos numéricos para reduzir o contato dos corpos rolan-tes e a melhoria dos lubrificantes. “O ganho mais difundido ocorre no rolamento de roda de terceira gera-ção, que traz grande redução de atri-to”, recorda Castro. O maior rigor no controle das dimensões especifica-das também é uma conquista citada.

Carlos Storniolo, COO da NSK Bra-sil, recorda que a empresa produz ro-lamentos de terceira geração no País e os entrega para fabricantes locais: “Em 2014 começamos a fornecer para Toyota Corolla e Etios. Estamos em entendimento com outras monta-doras e novos carros da Toyota”, diz. A empresa investiu cerca de R$ 10 mi-lhões em um sistema de tratamento dos componentes que reduz o atrito e dobra a vida útil das peças.

O gerente comercial da SNR, Leo-nardo Araújo, destaca a necessidade de aplicação de novas tecnologias por causa da introdução de platafor-mas globais. “O mercado brasileiro se alinha à tendência mundial de rola-mentos de terceira geração por cau-sa da redução de massa (por integrar cubo e rolamento numa só peça) e aumento da robustez”, afirma Araú-jo. Ele também cita a necessidade de evolução nas vedações, em que o desafio é melhorar a estanqueidade sem que isso aumente a resistên-cia ao movimento: “Hoje aplicamos juntas do tipo low tork também em rolamentos de primeira geração”, re-corda o executivo da SNR.

Nesse contexto, a gerente do setor de vendas OEM automotivo da Koyo, Mariana Di Monte, afirma que o Gru-po Jtekt (que detém a marca Koyo) tem desenvolvido tratamentos tér-micos especiais e outras tecnologias aplicadas aos rolamentos, obtendo

avanços importantes como a redu-ção do atrito entre os componentes e a melhora na qualidade superficial das pistas: “Esses desenvolvimen-tos melhoram o desempenho e au-mentam a vida útil dos rolamentos.”

RETRAÇÃO DE MERCADOSobre o momento da indústria, Ma-riana afirma que a conquista de no-vos clientes pela Koyo compensa a situação atual do mercado. Araújo, da SNR, informa queda de 10% a 15% em relação ao plano traçado. O declínio é percebido também no mercado de reposição e nas exporta-ções, neste caso pela queda do mer-cado argentino.

“O momento crítico vai perdurar, com uma retomada possivelmente em 2017 (...). Temos no Mercosul uma re-tração de 1 milhão de veículos e ten-dência no cenário macroeconômico pouco animadora”, conclui Araújo. n

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CARLOS STORNIOLO, COO

da NSK Brasil,

MARIANA DI MONTE, gerente do setor de vendas OEM da Koyo

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AUTOPEÇAS | EIXOS E TRANSMISSÕES

A COMPLEXA ENGRENAGEM DO MERCADO

SETOR VIVENCIA QUEDA COMO TODA A CADEIA, MAS PERSPECTIVAS CONTINUAM OTIMISTAS PARA 2016

RICARDO PANESSA

H á mais de 50 anos acompa-nhando os passos da indús-tria automotiva nacional, o se-

tor de autopeças segue as mesmas tendências do mercado: produção e vendas em queda, mas perspectivas moderadamente otimistas para o se-gundo trimestre de 2016, com inves-timentos e lançamento de produtos à vista.

No segmento específico de eixos e transmissões, o cenário não é di-ferente. Duas das maiores empre-sas fornecedoras de eixos e sistemas para o drivetrain de veículos de pas-seio e comerciais pesados, a Meritor e a Eaton, acenam com dificuldades e perspectivas semelhantes.

Para Luís Maurício Marques, ge-rente de vendas e marketing da Meri-tor do Brasil, a estimativa da empresa para este ano é de uma queda de pro-dução de 45% para o mercado de ca-minhões e 20% para o segmento de ônibus. Para o executivo, trata-se de uma “readequação” de mercado.

“Parte do crescimento desse setor ocorreu pelo programa Finame PSI iniciado em 2009, com juros alta-mente subsidiados, o que gerou uma venda acima da necessidade de mer-cado em torno de 20%. A redução desse subsídio, aliada à crise política e econômica atual, impactou severa-mente nosso mercado provocando readequação do nível de emprego e de investimentos”, explica.

A Meritor possui duas fá-bricas voltadas para a pro-dução de eixos e cardãs no centro de Osasco, SP, e uma unidade em Resende, RJ, no par-que de fornecedores da MAN Latin America. “Nos-so maior mercado está no segmento de veículos pesados, o mais afetado na atual conjuntura. A produção de eixos tandem na confi-guração 6x4, por exemplo, diminuiu como resultado desse efeito, mas mesmo assim conseguimos manter participação acima de 50% no mer-cado brasileiro”, comemora Marques.

Como a maioria da produção na-cional de eixos e transmissões aten-de o mercado local, com algumas exceções, a queda de produção de veículos atingiu naturalmente a fabri-cação desses componentes. Na Ea-ton, uma das gigantes do setor, a produção de transmissões caiu 14% no primeiro semestre de 2015 com relação ao mesmo período de 2014, considerando todos os segmentos de mercado para os quais a empre-sa fornece, ante uma queda da pro-dução de veículos de mais de 18%.

Ainda assim, a empresa conside-ra o mercado brasileiro promissor. Segundo Ricardo Dantas, diretor de vendas e marketing do grupo veícu-los da Eaton na América do Sul, a empresa vai continuar investindo em

novas tec-nologias, produ-tos e processos

de produção. “Além da otimização dos componentes já em aplicação, como as transmissões au-tomatizadas, que deverão se tornar cada vez melhores e mais eficien-tes, a Eaton tem como meta no cur-to prazo ampliar a oferta de produ-tos no mercado de reposição, como transmissões e embreagens remanu-faturadas”, explica.

O mercado independente de repo-sição de autopeças movimenta cer-ca de 90% da frota de veículos auto-motores e mais de R$ 90 bilhões por ano. São mais de 35 mil varejistas, 120 mil oficinas e 935 mil empregos diretos, responsáveis pela produção e comercialização de mais de 200 mil itens para 400 modelos de veícu-los. Ainda assim, segundo o Sindipe-ças, entidade que reúne fabricantes do setor, as maiores perdas no pri-meiro semestre deste ano foram nas vendas para as montadoras do mer-cado nacional, que chegaram a re-cuar 24%. n

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AUTOPEÇAS|TURBOCOMPRESSORES

TURBOS VIVEM NOVA ERA NO PAÍS

ITENS LOCAIS PASSAM A EQUIPAR CARROS DE PASSEIO BICOMBUSTÍVEIS

O s fabricantes de turbocom-pressores entram em um novo momento na indús-

tria local, fornecendo itens para car-ros de passeio bicombustíveis. A Bor-gWarner já produz em Itatiba (SP) o turbo da série B01, que equipa o novo VW Up! TSI e pode ser utilizado em outros motores entre 0,8 e 1,6 litro.

“Estamos negociando com três montadoras além da Volkswagen”, afirma o diretor de engenharia da BorgWarner, Lauro Takabatake. A nova linha tem capacidade para pro-duzir 500 mil turbinas por ano.

“A B01 foi desenvolvida para ser montada diretamente no bloco do motor, permitindo sua instalação em motores menores”, diz Takabatake.

A Honeywell, fabricante dos turbos Garrett, se aproxima dessa nova era: “O lançamento de um carro 1.0 flex com uma de nossas turbinas ocor-re no começo de 2016. A nova linha de turbos para carros de passeio terá grande concentração em motores até 1,4 litro”, afirma o diretor-geral da Honeywell, Christian Streck. O execu-tivo recorda que a utilização dos tur-bos será realmente expressiva entre 2018 e 2019 por causa da segunda fase do programa Inovar Auto.

momento ruim. “Investimos em uma nova linha de turbos remanufatura-dos, a Garrett Reman. Reformamos um galpão no primeiro semestre e já estamos abastecendo nossos distri-buidores”, diz Streck. As turbinas têm garantia de um ano.

Takabatake, da BorgWarner, come-mora o crescimento das exportações: “Tivemos alta de cerca de 15% no pri-meiro semestre”, diz. A Master Power também apostou nas vendas ao mer-cado externo: “Desenvolvemos dis-tribuidores em seis novos mercados neste ano e estreitamos a relação com os já existentes”, diz Borghetti.

A Master Power também ampliou negócios no pós-venda: “No primei-ro semestre deste ano conseguimos crescer 7,3% sobre o mesmo período do ano passado. No início de 2015, em razão do cenário negativo na eco-nomia, optamos por protelar o rea-juste de preços e o diluímos durante o ano, enxugamos despesas e inves-timos em ações comerciais, conse-guindo resultados satisfatórios.

A BorgWarner informa alta de 10% no segmento de reposição, enquan-to a Honeywell alega desempenho semelhante ao da primeira metade de 2014. n

MÁRIO CURCIO

LAURO TAKABATAKE, diretor de engenharia da BorgWarner

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AÇÃO

TURBO BorgWarnerdo VW Up!

A Master Power vive a expectativa de fornecimento a montadoras de auto-móveis: “Neste momento estamos em processo de troca de informações e negociações”, afirma o diretor comer-cial da empresa, Ricardo Borghetti.

SOLUÇÕES À CRISEGrande parte da receita dos fabrican-tes de turbos no Brasil provém das en-comendas de montadoras de veículos comerciais, as mais afetadas pela cri-se. Dessa forma, a Honeywell apos-tou no aftermarket para enfrentar o

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