jornal brasil atual - catanduva 10

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Jornal Regional de Catanduva www.redebrasilatual.com.br CATANDUVA nº 10 Agosto de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Pela segunda vez, Catanduva é terceira colocada na competição Pág. 7 JOGOS CIDADE É BRONZE Historiador diz que Revolução não passou de golpe conservador Pág. 3 9 DE JULHO A FARSA DE 1932 Justiça mantém cobrança da taxa de iluminação pública Pág. 2 PREFEITURA A GUERRA DA LUZ VIOLÊNCIA Bancários e clientes sofrem com o descaso dos bancos na questão da segurança Pág. 6 É UM ASSALTO ATRÁS DO OUTRO A sociedade brasileira continua a discriminar e a maltratar os homossexuais HOMOFOBIA NA IDADE DA PEDRA

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Catanduva 10

Jornal Regional de Catanduva

www.redebrasilatual.com.br catanduva

nº 10 Agosto de 2012

DistribuiçãoGratuita

Pela segunda vez, Catanduva é terceira colocada na competição

Pág. 7

Jogos

cidade é bronze

Historiador diz que Revolução não passou de golpe conservador

Pág. 3

9 de Julho

a farsa de 1932

Justiça mantém cobrança da taxa de iluminação pública

Pág. 2

Prefeitura

a guerra da luz

violência

Bancários e clientes sofrem com o descaso dos bancos na questão da segurança

Pág. 6

É um assalto atrás do outro

A sociedade brasileira continua a discriminar e a maltratar os homossexuais

homofobia

na idade da Pedra

Page 2: Jornal Brasil Atual - Catanduva 10

2 Catanduva

expediente rede brasil atual – catanduvaeditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço, Florence Manoel e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman Telefone (11) 3295-2800Tiragem: 12 mil exemplares distribuição gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

Jornal on-line

paz nos estádios

editorial

Estamos no século 21, mas quando o assunto é a homos-sexualidade, parece que o Brasil faz questão de retroceder à Idade da Pedra. Afinal, grande parte da sociedade continua a tratar a questão com olhos e gestos de um passado mesquinho e conservador, na base do desprezo e da discriminação, quan-do não chega ao disparate das pancadas e da morte. O jornal Brasil Atual dedica as páginas nobres desta edição à discus-são do problema, trazendo depoimentos de gente que vive aqui e enfrenta diariamente o assunto. Outra reportagem que visa chamar a atenção dos catanduvenses é a que trata dos repetidos assaltos a bancos e a casas lotéricas – que fazem o papel dos bancos. Afinal, os banqueiros, ainda que tenham lucros bilio-nários, não protegem as suas casas de negócios como deviam. E o jornal também traz a opinião de um historiador que mete bronca na Revolução de 1932, que ele classifica de golpe da elite conservadora. Outra coisa: a edição já estava fechada, mas deu tempo de a gente registrar, na pág. 8, a vitória de um jovem enxadrista da cidade. Afinal, aos 16 anos, Luís Paulo Supi é o novo Mestre Internacional do Brasil. É isso. Boa leitura.

mantida a taxa de iluminação

o prefeito e a polêmica da ciP

Macchione boicotou eventos, mas ela sempre foi cobrada

Prefeitura

Após longas e acaloradas discussões entre os Poderes Legislativo e Executivo foi determinada pelo Tribunal de Justiça (TJ) a manuten-ção da cobrança do Custeio de Iluminação Pública (CIP). Os vereadores de Catandu-va posicionavam-se contra a taxa estabelecida, enquanto o prefeito Afonso Macchione Neto (sem partido) defendia o pagamento do imposto, contra a vontade popular. Segundo o prefeito, a extinção da cobran-ça da CIP causaria grande im-pacto no orçamento da Prefei-tura devido às despesas com iluminação pública das ruas

e de cerca de 200 praças do município. De acordo com a Secretaria de Negócios Jurídi-cos, a contribuição é prevista na Constituição Federal, sen-

do invalidado o projeto de lei do vereador Francisco Batista de Souza, o Careca (PDT), que considerava ilegal a co-brança da CIP.

A polêmica em torno da cobrança da CIP começou em setembro de 2011 quando foi aprovado por unanimida-de na Câmara o fim da co-brança da taxa de iluminação pública no município. Em

dezembro, Macchione vetou esse projeto de lei, ignorando a autoridade dos parlamentares. Então, os vereadores rejeitaram o veto, e teve início um extenso e intenso atrito entre as partes. Na ocasião o prefeito boicotou

vários eventos, como o tra-dicional carnaval catandu-vense, argumentando falta de verba devido à extinção do imposto – embora a taxa nunca tenha deixado de ser cobrada.

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3Catanduva

o golpe dos cafeicultores e da elite conservadora Historiador catanduvense Luiz Roberto Benatt chama Revolução de 1932 de “uma farsa”

9 de Julho

Celebrada a cada 9 de julho e tida por muita gente como um “ato de coragem de bravos soldados paulistas que queriam uma nova Constituição para o país”, a Revolução Constitu-cionalista de 1932 nada mais foi do que uma manifestação da elite conservadora paulista. Acostumada a revezar-se com os mineiros no poder nacio-nal – na chamada República do Café com Leite –, ela se opunha ao governo do gaúcho Getúlio Vargas, iniciado num golpe, em 1930, e articulou o famigerado movimento que deu origem a grandes controvérsias.

De acordo com o professor de Letras e historiador Luiz Roberto Benatti, o movimen-to foi uma batalha retrógrada, desencadeada pelo militar Eu-clides Figueiredo, pelo diretor

do jornal O Estado de S. Paulo Júlio de Mesquita e pelo gene-ral Bertold Klinger, que, “até pensaram em dar o golpe no dia 14 de julho para associá-lo à Queda da Bastilha, principal fato da Revolução Francesa, mas acabaram adiantando as ações” – diz. E continua afir-mando que a ideia era triun-far sobre Vargas e separar São Paulo do restante do país. “Eu não sou adepto de Vargas, mas

o acervoO acervo que conta a

história da revolta de 1932 era grande para ficar con-centrado na capital. Por isso, na partilha, Catan-duva foi uma das cidades contempladas. O material ficou mais de 30 anos no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Catandu-va. No entanto, esse patri-mônio cultural foi negli-genciado pela Prefeitura. Há cerca de dois anos, o MIS foi arrombado e os armamentos furtados com outras relíquias. Até hoje não foi aberto um Boletim de Ocorrência para apurar o caso.

reconheço que, embora tenha sido um ditador, ele adiantou o relógio da economia brasilei-ra, e Catanduva foi beneficiada com isso. Foi só nessa época que o comércio da cidade ga-nhou força e o município pas-sou a ter bancos” – conta.

Raras são as fotografias de trincheiras da guerra paulista. Por isso, Benatti afirma que afo-ra uma batalha que resultou em 630 mortes, a Revolução não

passou de uma farsa. “Anos de-pois, os sobreviventes de 1932 passaram a receber pensão por aquilo que não fizeram” – sati-riza. Benatti conta que o arma-mento que havia em São Paulo era precário e, por isso, foram utilizadas matracas e motoci-cletas para simular o barulho de metralhadoras e assustar o ini-migo. “Pedro de Toledo propôs que as pessoas financiassem a batalha doando suas alianças de casamento, o que acabou sen-do um gesto simbólico. Foram recolhidas quase 70.000 peças – 450 kg de ouro, o que “cor-responde hoje a três milhões e oitocentos mil reais” – diz o professor. Parte do dinheiro foi utilizada para construir o “Edifí-cio do Ouro para o Bem de São Paulo”, cuja arquitetura foi ins-pirada nas formas das alianças.

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4 Catanduva

É feio, é triste, mas não deixamos a idade da Pedra

educação contra a homofobia sem oportunidades

Grande parte da sociedade ainda discrimina homossexuais Por Florence Manoel

homofobia

Caracterizada pela aversão a homossexuais, a homofobia é uma das causas de discrimina-ção no país e dissemina a vio-lência contra gays, lésbicas, tra-vestis, transexuais e bissexuais. Em Catanduva não é diferente.

A homossexualidade foi re-tirada da lista de doenças men-tais pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990. A OMS reconheceu que a orien-tação sexual não é uma opção e passou a considerar antié-

tica a atuação de quem busca “curar” os homossexuais. To-davia, grande parte da socieda-de insiste em associar a orien-tação sexual dos indivíduos ao seu caráter e moral. Segundo a Organização das Nações Uni-das (ONU), a homofobia con-tribui para o aumento de infec-ções pelo vírus do HIV, pois o preconceito afasta essa popu-lação dos serviços de saúde e dificulta o acesso à informação sobre formas de prevenção.

O professor de história da rede estadual de ensino de Catanduva Rodrigo de Sena Sampaio, assumida-mente homossexual, afirma que o preconceito na socie-dade brasileira é amplo e, em algumas circunstâncias, velado. “Nas três escolas em que lecionei, senti pre-conceito maior por ser de

status social mais baixo do que por ter uma orientação sexual diferente” – afirma. Em contrapartida, ele conta que numa escola havia dois alunos homossexuais que na-moravam e, por isso, eram reprimidos pelos professores. Orientados a não manifesta-rem publicamente sua orienta-ção sexual, eles denunciaram

A travesti Fernanda, 47 anos, é atendente de enferma-gem, mas atua em pontos de prostituição há duas décadas. “Eu tenho profissão formal. Fiz curso e estagiei, porém não procuro mais emprego na mi-nha área porque não há opor-tunidades. Muitos pensam que os travestis se prostituem por safadeza e vagabundagem; não é bem assim” – afirma.

Fernanda viveu em Milão e Brescia, na Itália, e quer adqui-

a discriminação à Diretoria de Ensino de Catanduva. “A supervisora surpreendeu a todos ao conduzir a situação de forma humana e incenti-var a tolerância às diferen-ças no ambiente escolar” – diz Sampaio.

Ele enfatiza ainda a im-portância de inibir a vio-lência. “Os homossexuais tem de se preparar para de-fender seu ponto de vista, mas devem estar seguros de que não terão que defender, também, sua integridade fí-sica.” O professor ressalta que, apesar de existirem leis que criminalizam a homofo-bia no Estado e haver regis-tro de casos nas Delegacias da Mulher, isto se dá por movimentação dos partidos de esquerda em São Paulo na Assembleia Legislativa. “Não houve avanço no go-verno do PSDB no que diz respeito a esse tema” – con-clui Sampaio.

rir cidadania italiana, pois pre-tende voltar àquele país. Para a travesti, “lá, diferente do Brasil, não há discriminação. Em Ca-tanduva, já fui assaltada e esfa-queada por me expor nas ruas”. Fernanda expressa indignação com o desrespeito dos moto-ristas que cruzam seu caminho, zombando de seu modo de vida com piadas e apelidos. “É um absurdo que, em pleno século XXI, predomine esta mentali-dade retrógrada” – finaliza.

a perseguiçãoCentenas de gays, lésbi-

cas e travestis foram assassi-nados no Brasil nos últimos anos, o que demonstra a pe-quena evolução que houve desde a Primeira Parada Gay de São Paulo, realizada há 16 anos, manifestação motivada pelo assassinato de um gru-po de homossexuais por ski-nheads, fato que ainda ocorre com frequência.

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5Catanduva

uma nova luta

um casal só de homens e uma criança adotada

André Dias Cambraia Sar-dão é bancário da Caixa Eco-nômica Federal e secretário de diversidade da APCEF/SP (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal). Bissexual, ele alega já ter so-frido preconceito no ambiente de trabalho, no meio familiar e até mesmo na área sindical. Sardão acredita que todas as associações, organizações e sindicatos devem contribuir para o respeito às minorias. “É o que faz o Sindicato dos Ban-cários de São Paulo, Osasco

e Região e a CUT-São Paulo, que têm um coletivo LGBT, e agora a APCEF/SP, que se uniu a essas entidades para lu-tar contra o preconceito, divul-gando ações contra a homofo-bia e promovendo um ciclo de Leituras Dramáticas no mês do Orgulho LGBT. Além disso, ela também patrocina a Feira Cultural LGBT e a Parada Gay de São Paulo” – explica. Para o bancário, é papel dos sindicatos fazer as pessoas refletirem e en-tenderem que existe um proble-ma a ser resolvido.

Os cabeleireiros catandu-venses Vasco da Gama e Jú-nior de Carvalho vivem juntos há 20 anos. Em dezembro de 2005, eles se tornaram o pri-meiro casal homossexual mas-culino a adotar uma criança no Brasil. Vasco lembra que havia 43 casais à sua frente na fila de adoção, mas todos de-sistiram devido à cor e à idade de Theodora, parda, de quatro anos. “Antes de perguntarem se os homossexuais têm direi-

a homofobia e os muitos exemplos do cinemaDirigido por Francis Veber

em 2001, o filme francês O Closet satiriza a homofobia, com um humor pra lá de inte-ligente. Na história, François Pignon, vivido por Daniel Au-teuil, é um heterossexual mal-sucedido em seus relaciona-mentos familiares, desprezado pelos colegas de trabalho e prestes a ser demitido. Depri-mido com a má fase e disposto a se suicidar, Pignon conhece seu vizinho, Belone (Michael

Aumont), e faz confidências sobre sua angustiante situação. Como Pignon trabalha em uma fábrica de preservativos, Be-lone bola um plano inusitado para salvar a carreira do novo amigo: “sair do armário”, ou seja, assumir sua homossexu-alidade inexistente. Ele acredi-ta que o chefe de Pignon não arriscará demitir o empregado e ter seus produtos boicotados pelo movimento gay. Conven-cido, o tímido Pignon segue os

marta suplicy: sempre à frenteO lema da Parada Gay

de 2012 foi Homofobia tem cura. Educação e criminali-zação – Preconceito e Ex-clusão, Fora de Cogitação. Por acreditar nisso, a sena-dora Marta Suplicy (PT) de-fende a aprovação do pro-jeto de lei apresentado pela ex-deputada Iara Bernardi, que criminaliza a homofo-bia tornando o preconceito contra homossexuais equi-valente a outras formas de discriminação. De acordo

com a senadora, a medida não vai acabar com o preconceito, mas inibir a violência e as in-justiças a que estão sujeitos os homossexuais brasileiros.

O Projeto causa polêmica, já que, para alguns grupos re-

conselhos do vizinho e vê sua vida se transformar.

Além de O Closet, outros filmes retratam a questão da homofobia, como:

O Segredo de Brokeback Mountain, Entre Amigos, Me-ninos não Choram, Meu Pas-sado me Condena, Melhor é Impossível, Transamérica, Meu Querido Companheiro, Assunto de Meninas, Ninguém é Perfeito, Eclipse de uma Paixão, entre outros.

to de adotar uma criança, de-veriam se questionar sobre o direito das crianças terem uma família” – comenta.

Segundo o cabeleireiro, a filha não sofre discriminação na escola. “Os amiguinhos dela acham divertida a ideia de ter dois pais” – afirma. Vasco e Júnior continuam na fila de adoção, pois querem adotar outra criança. O casal é engajado na luta contra a homofobia e a marginaliza-

ção dos homossexuais. Vasco é presidente do grupo Reveja – Ação e Pesquisa da Diver-sidade Sexual de Catandu-va e Região. De acordo com Vasco, a missão do grupo é defender os LGBTs e reali-zar ações de inclusão social, como a Semana da Diversida-de, que há cinco anos é pro-movida na semana do dia 15 de novembro. “Combatemos todas as formas de preconcei-to. Defendemos a diversidade

de credos, raças, religião e etnias” – diz ele. O dia 14 de novembro já faz parte do calendário municipal como o “Dia da Diversida-de”. Além disso, todo ano o grupo fornece bolsas de estudos na escola de cabe-leireiros Vasco & Júnior. O objetivo é garantir a in-clusão social não só de ho-mossexuais, mas também de outros grupos margina-lizados.

o segredo de brokeback mountain

meninos não choram

ligiosos, ele fere a liberda-de religiosa e de expressão por prever punição (prisão de até cinco anos) para to-dos os que criticarem pu-blicamente a homossexua-lidade.

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6 Catanduva

insegurança atinge bancários e clientes no brasil

um assalto atrás do outro na região de catanduva

Causas: vigilância insuficiente, alarmes inoperantes e falta de biombos que protejam os caixas

violência

Em julho, os bancos do Brasil, Itaú Unibanco, Bra-desco, Santander, Caixa Eco-nômica Federal, Banco Rendi-mentos e Mercantil do Brasil foram multados em R$ 1,174 milhão por descumprirem a lei federal que trata de normas de segurança nas instituições financeiras. De acordo com a Contraf-CUT (Confede-ração dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), há riscos para trabalhadores e clientes. “Há um número insuficiente de vigilantes, alarmes ino-

para proteger os caixas e ou-tras práticas que descumprem

a legislação em vigor” – diz Paulinho Franco, presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.

Segundo Franco, os luga-res por onde transitam somas vultosas de dinheiro são alvos frequentes de crimes. “É im-portante que os funcionários exijam investimentos em tec-nologia e recursos humanos e denunciem as irregularidades que geram insegurança à inte-gridade física e emocional dos clientes e empregados das ins-tituições” – garante.

Em 20 de junho, um cliente e três funcionárias de uma casa lotérica no Centro de Itajobi foram rendidos por assaltantes, que levaram um malote com R$ 32 mil em cheques e dinheiro, um envelope com R$ 3 mil e dois pacotes com 100 “ras-padinhas” cada, no valor de R$ 170. Em 6 de julho, foi a vez de Monte Alto ser alvo de bandidos. Três homens –

um deles armado – entraram numa casa lotérica e pegaram o dinheiro dos caixas e fugi-ram. Dias depois, uma moto vermelha parou em frente a uma casa lotérica de Fernando Prestes. Dois homens de capa-cete desceram e, de arma em punho, anunciaram o assalto. Depois, fugiram, deixando os funcionários perplexos e amedrontados. Recentemente, um equipamento, chamado de

máscara e usado para furtar in-formações, foi encontrado ins-talado num caixa eletrônico da Caixa Econômica Federal, em Novo Horizonte, causando in-segurança aos clientes.

Há muito tempo os proble-mas de segurança atingem os bancários da região, que tra-balham em clima de constante apreensão. Em setembro pas-sado, bandidos explodiram o caixa eletrônico do Santander

em Catiguá, depois de outro caixa da mesma agência haver sido arrombado. Também um caixa eletrônico do Bradesco, no interior da Usina Nardini, em Vista Alegre do Alto, foi dinamitado por oito bandidos, em 2011.

Outra prática criminosa comum é a “saidinha de ban-co”, que consiste na aborda-gem e roubo de clientes que sacaram dinheiro nas agên-

cias ou em caixas eletrô-nicos. Levantamento feito pela Contraf-CUT e pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias e apoio técnico do Dieese, apon-ta que 27 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos no pri-meiro semestre de 2012, ou seja, uma média de quatro vítimas fatais por mês.

perantes, planos de seguran-ça não renovados, utilização

de bancários no transporte de valores, falta de biombos

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7Catanduva

bida Paulatti: de cantora a artista plástica

catanduva é bronze pela segunda vez consecutiva

Exposição Arte em Divino revela os novos dotes de quem tem uma apurada sensibilidade

Cidade conquista o terceiro lugar nos Jogos Regionais 2012, realizados em Penápolis

artes

Jogos regionais

Conhecida em Catan-duva e região desde a dé-cada de 1970, a cantora de MPB Adalgisa Paulatti, a Bida, iniciou a carreira aos 16 anos, cantando em ca-samentos e aniversários, acompanhada pelo pianista Fernando Torro, com quem foi premiada em inúmeros festivais. A dupla também se apresentava em restau-rantes da cidade, onde mui-tas vezes era prestigiada por artistas consagrados que vi-nham a Catanduva.

Bida lembra que, na época de ouro do carna-val catanduvense, puxou o samba-enredo da escola Acadêmicos do Balança, do Sesc, por dois anos con-secutivos. “O carnaval de

Catanduva era maravilhoso e reunia pessoas de todo o inte-rior paulista. Participavam do evento a Escola de Samba do Clube de Tênis, a Escola do CRH e a Coração de Bronze, entre outras. Em 1975 e 1976, quando participei, nós leva-mos a melhor” – lembra.

Nadadora desde os 8 anos, Bida formou-se em Educação Física. Em 1985, mudou-se para São Paulo, onde passou a se apresentar no Sesc Fábrica Pompeia, considerado a Vitri-ne do Som, com o guitarrista Tito, mas nunca gravou CDs por não se identificar com o estilo de vida dos artistas ex-postos à grande mídia. “Não nasci para o sucesso absoluto, para ficar longe do ser huma-no. Não nasci para ficar presa, minha liberdade não tem pre-ço” – diz.

Com a morte de sua mãe, Bida voltou a Catanduva em 1996, para ficar perto do pai. Depois, voltou a São Paulo, onde continuou a trabalhar com música e artesanato. No mês passado, Bida Paulatti re-

tornou a Catanduva para a ex-posição de artes plásticas Arte em Divino, no Espaço Cultural Luiz Carlos Rocha, a Pérgula da Praça da República. A artis-ta conta que sua mãe foi uma grande pintora, que retratava palhaços, fisionomias, paisa-gens e naturezas mortas. Por isso, jovem ainda, ela já se identificava com a pintura.

As obras expostas na Pér-gula, em que ela usa técnicas de pátina, são de 2012, depois de Bida sonhar, por três vezes consecutivas, com alguém lhe pedindo que retratasse o Espírito Santo. Questionada sobre religião, Bida afirma não acreditar em nenhuma, mas na prática do verdadeiro bem. Sobre o Espírito Santo, ela afirma: “Ele está em todas

as religiões e é para mim o que é para todo mundo que ama a vida e é feliz. Nas minhas obras, ele é repre-sentado pela pomba da paz, que também significa liber-dade” – diz.

A artista não sabe se fi-cará em Catanduva, onde, segundo ela, não há estí-mulo para a arte. “Alguém devia ter sensibilidade para não deixar a arte morrer” – critica. Bida orgulha-se de seu trabalho. “Durante anos, eu preenchi corações e em-balei amores com as minhas músicas; hoje, volto a pre-encher a alma das pessoas com meus quadros. O res-peito e carinho trocado com o público para mim não tem preço” – finaliza.

Em 2011 e 2012, Catan-duva ficou atrás de São José do Rio Preto e Araçatuba e se consolida como a terceira potência esportiva da região. Este ano, em Penápolis, a cidade encerrou sua partici-pação com 236 pontos e 138 medalhas, sendo 38 de ouro, 51 de prata e 49 de bronze. O xadrez masculino e o basquete feminino ficaram em primei-ro lugar, mas a surpresa foi o taekwondo: conquistou o pri-meiro lugar e garantiu vaga para os Jogos Abertos – no total, a cidade conquistou 19

CAMPANHA DE CATANDUVA NOS JOGOS REGIONAIS 2012 Município Ouro Prata Bronze Total Pontos

1º São José do Rio Preto 191 82 47 320 383

2º Araçatuba 45 42 39 126 277

3º Catanduva 38 51 49 138 236

4º Penápolis 20 16 25 61 226,5

5º Votuporanga 16 20 13 49 218,5

vagas para os Jogos Abertos de novembro, em Bauru. Já a equipe de atletas com defi-ciência física e visual obteve 33 medalhas. No atletismo, foram 12 ouros, sete pratas e dois bronzes e o segundo lugar

na modalidade, atrás somente de São José do Rio Preto. Na natação, de 12 medalhas, dez foram de ouro. Onze atletas, das duas modalidades, clas-sificaram-se para os Jogos Abertos do Interior.

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8 Catanduva

foto síntese –um grande enxadrista

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Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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Palavras cruzadas

APARTAMEnToToRAPsERRPARABARATRiBuLARiPAnuMERiCoAoRAAMEnoLAGoRACRHoMEMnATEATonAHAREMRosCAisE

horizontal – 1. Cada uma das unidades residenciais, em prédio de habitação coletiva 2. Grande tronco de madeira 3. sigla de Roraima; Estado brasileiro onde fica uma parte da Floresta Amazônica; Botequim 4. Causar tribulação, afligir 5. instrumento manual, usado para cavar ou remover terra e outros materiais sólidos; Relativo a número 6. Adv. (ant.) Agora; suave 7. imediatamente, já; Clube do Remo 8. o ser humano, a humanidade; Designa um tempo limite em que alguma coisa, evento etc. termina ou deve terminar 9. sílaba que não tem acento tônico; Parte do palácio de um sultão muçulmano onde ficam as mulheres 10. sigla do Estado de Rondônia; Despenca; igreja episcopal

vertical – 1. Causar algum tipo de impedimento ou perturbação 2. Porta, de madeira ou de ferro que, a partir da rua, dá acesso a um jardim público ou a uma casa, edifício etc.; nome de famoso treinador brasileiro de futebol, de sobrenome Glória 3. Atmosfera; Galho 4. série ou conjunto de roubos (plural) 5. Ghraib, famosa prisão iraquiana; País situado na extremidade oriental da Península Arábica; 6. Colocar em posição reta e vertical 7. República parlamentar federal de dezesseis estados cuja capital é Berlim 8. sigla do Estado do Espírito santo; Medida agrária; Gemido 9. Entreter-se, distrair-se 10. Chá, em inglês; Pessoa que mostra cortesia, amabilidade, gentileza 11. Curso de água doce, Letra anterior ao ene

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luís paulo supi, 16 anos, conquistou o título de mestre internacional de Xadrez