jornal brasil atual - limeira 05

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Jornal Regional de Limeira www.redebrasilatual.com.br LIMEIRA nº 5 Abril de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA O que há por detrás da privatização e como ela prejudica as crianças MERENDA ESCOLAR CARNAVAL Desfiles de blocos e escolas de samba mostram que a praça é do povo Pág. 6 LIMEIRA FAZ A FESTA NA RUA As estrada rurais estão à beira de um colapso. Culpa do governo Pág. 2 INTRANSITáVEIS DE DAR DÓ As histórias de seu Oscar, o pai de Roberto Carlos Pág. 7 FUTEBOL CORUJÃO O metalúrgico que muda a história do Jardim Novo Horizonte Pág. 3 PROJETO SOCIAL IMPÉRIO JÚNIOR A REFEIçãO TERCEIRIZADA

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futebol Projeto social intransitáveis corujão de dar dó império júnior Distribuiçã o nº 5 Abril de 2011 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 6 Pág. 3 www.redebrasilatual.com.br Jornal Regional de Limeira O metalúrgico que muda a história do Jardim Novo Horizonte As histórias de seu Oscar, o pai de Roberto Carlos As estrada rurais estão à beira de um colapso. Culpa do governo

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Limeira 05

Jornal Regional de Limeira

www.redebrasilatual.com.br limeira

nº 5 Abril de 2011

DistribuiçãoGratuita

O que há por detrás da privatização e como ela prejudica as crianças

merenda escolar

carnaval

Desfiles de blocos e escolas de samba mostram que a praça é do povo

Pág. 6

limeira faz a festa na rua

As estrada rurais estão à beira de um colapso. Culpa do governo

Pág. 2

intransitáveis

de dar dó

As histórias de seu Oscar, o pai de Roberto Carlos

Pág. 7

futebol

corujão

O metalúrgico que muda a história do Jardim Novo Horizonte

Pág. 3

Projeto social

império júnior

a refeição terceirizada

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expediente rede Brasil atual – Limeiraeditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Ana Lucia Ramos,Dalva Radeschi, Ivanice Santos, Leonardo Brito (estagiário) e William da Silva revisão Malu Simõesdiagramação Leandro Siman Telefone (19) 9708-0104 / (11) 3241-0008 Tiragem: 10 mil exemplares distribuição Gratuita

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

editorial

As páginas centrais deste Brasil Atual esclarecem, de uma vez por todas, como se urdiu o movimento que passou para a iniciativa privada as refeições escolares de Limeira. Com argumentos pífios – do tipo a cozinha não é apropriada – e ameaças claras - a culpa vai cair no Conselho de Alimen-tação Escolar (CAE) –, a Prefeitura lavou as mãos de uma responsabilidade que era sua e quem está pagando o pato por isso são os alunos. A qualidade da merenda piorou demais. Talvez esse afã da Prefeitura explique o por quê da triste no-vela da CPI da Merenda Escolar chegar ao fim com a absolvi-ção sumária de todos os envolvidos. Só faltou que ela pedisse desculpas formais aos acusados!

Felizmente o povo de Limeira, às vezes leva a pancada, fica atordoado, mas reage. Foi assim no episódio do carnaval. Quan-do a Prefeitura pensou que tinha acabado com a festa, ela voltou às ruas com seus blocos e suas escolas de samba: uma zorra total. E foi assim, também, com o Sindicato dos Bancários da ci-dade, que jamais abdicou da luta até emplacar uma lei inédita no estado contra o assédio moral. Só um banco – o BMB, o Banco da Maior Baixaria –, não assinou o acordo. Boa leitura!

estradas rurais

intransitáveis e intransponíveisSituação das rodovias vicinais do município só piorou

As estradas estão num es-tado de dar dó: muitas conti-nuam intransitáveis, algumas intransponíveis. As pontes estão caindo. Uma delas, a es-trada que liga Pires de Baixo a Pires de Cima está interditada aos veículos: lá só passam pe-destres e animais. Segundo o sitiante Rogério Schnoor, 38 anos, que mora no bairro Pires do Meio, está cada vez mais difícil a vida no sítio. “O pre-feito não tem interesse em ar-rumar as estradas e consertar as pontes. O escoamento dos

produtos fica mais caro, pois tem que dar muita volta para chegar na pista ou na cidade” – diz ele. Segundo uma mora-dora da região de Pires de Bai-xo, que não quis se identificar, a pista está um caos e os ôni-bus escolares não conseguem chegar até onde estão as crian-ças. “Ele vai até a ponte, que está interditada, pega parte das crianças, que são obrigadas a percorrer a pé a estrada precá-ria, e depois dá a volta e pega a molecada do outro lado da margem do riacho” – relata.flagrante numa vicinal

sP-151

o perigo continuaNada foi feito na Limeira-Iracemápolis

Apesar dos protestos da população do bairro Nos-sa Senhora das Dores e dos alunos do Instituto Supe-rior de Ciências Aplicadas, ISCA Faculdades, a rodo-via vicinal Dr. João Men-

ecologia

um péssimo cartão de visitaEmpresa porca desrespeita o meio ambiente

A Blocos e Lajes Bahia nem se instalou em Limeira e já mostra que não está nem aí com o meio ambiente: ela corta irre-gularmente árvores, assoreia o riacho vizinho, utiliza uma nas-cente límpida para captar água e despeja no córrego os resíduos

des da Silva Júnior – SP-151, Limeira-Iracemápolis –, onde a repórter Dalva Radeschi, do jornal Brasil Atual, foi atro-pelada em agosto passado por uma moto, continua com os mesmo problemas: não há si-

nalização nem iluminação e não foi construída uma ro-tatória nem uma passarela. Os riscos de atropelamentos e mortes continuam. Espera-se que o governador Geraldo Alckmin tome providências.

da construção. Tudo numa Área de Proteção Permanente (APP).

Em março, o Movimento Sem Terra protestou na frente da empresa. Segundo Clarice do Santos, 53 anos, do MST, “mesmo depois do protesto, a empresa continuou o trabalho

sujo, abrindo buracos, dando a entender que sua intenção é cercar totalmente o córrego”. Procurado pelo Brasil Atual, o secretário do Meio Ambiente, Domingos Furgione, alegou es-tar com problemas de saúde, e não nos atendeu.

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Projeto social

império júnior, uma sacada que envolve 130 crianças O que faz um metalúrgico do Jardim Novo Horizonte para tirar a molecada da rua

Há um ano e meio, o meta-lúrgico Ricardo Antônio No-gueira, 32 anos, sentiu a necessi-dade de dar às crianças do bairro em que vive uma atividade para que elas não ficassem nas ruas. Nascia assim o projeto Império Júnior, no Jardim Novo Hori-zonte, que conta hoje com qua-se 130 crianças, de até 17 anos, entre as quais seis meninas. Para tocar o plano, Ricardo dividiu sua “tropa” em categorias e pas-sou a treiná-las: às quartas-feiras treina a molecada do sub-8 ao sub-13, os demais treinam às quintas-feiras, depois das 17 h. Aos sábados, todos treinam pela manhã, quando não há jogo.

Ricardinho, como é tratado pela molecada, trabalha mui-to tempo sozinho no projeto,

projeto pelo filho, num jogo, e se encantou. “Enquanto os adversários entram em cam-po com uniforme completo, os meninos do projeto entram com uma camisa branca com detalhe verde, com o calção e o meião que trazem de casa, um de cada cor” – diz Sílvio. Hoje, ele é responsável pelo sub-11 e categorias menores; Ricardo fica com os maiores. Sílvio também procurou, por exemplo, seu Aparecido, que não entende nada de futebol, mas contribuiu com um se-gundo jogo de uniforme.

Ricardinho e Sílvio acom-panham o desempenho das crianças na escola. Quem não vai bem nas notas e no com-portamento, não participa dos

jogos. Entre os meninos, há o compromisso de não cir-cular nas ruas até altas horas. “As dificuldades são muitas” – diz Ricardinho. “Faltam uniformes, coletes coloridos para dividir os times, bolas, o campo de treino é precário. Além disso, falta um projeto específico para as meninas. Há casos, como o de Tamires, “uma excelente atleta, mas o preconceito ainda é grande e em alguns eventos ela é im-pedida de participar” – conta. Porém, para o Campeonato Municipal de 2011, que co-meça em abril, a participação de Tamires no sub-11 está ga-rantida no time Império FC, que disputará também na ca-tegoria sub-8.

assédio moral

bancários assinam acordo inédito

que vergonha, bmb!

Princípio é o de respeito à diversidade

mas não reclama. “Cada vez chegam mais crianças” – diz.

Diante disso, o jeito foi se achegar de parceiros. A Associação de Moradores do Jardim Novo Horizonte, por intermédio do diretor de es-portes, Expedito Antônio Ar-tur, 53 anos, doou um jogo de uniforme e agora batalha na

Prefeitura pelo campo de trei-no dos garotos, que está quase abandonado, com mato alto, sem alambrado. “Quando cho-ve, não há como treinar devi-do ao barro” – diz ele.

Outro parceiro, no grupo há seis meses, é Sílvio Mar-colin Vieira, 33 anos, pai de dois filhos. Sílvio conheceu o

minha casa minha vida

falta pouco254 casas serão entregues em maio

Estão em fase de acaba-mento as 254 casas do Resi-dencial Alto dos Laranjais, projeto “Minha Casa Minha Vida”, do Governo Federal, orçadas em R$ 23,3 milhões. Para Silvânia Lúcio da Silva, uma das contempladas do pro-

jeto, o momento é de uma “es-pera aflita”: “Estou muito an-siosa para receber minha casa. Passo pelo menos duas vezes por mês para acompanhar as obras, mas, se pudesse, iria todos os dias. Não vejo a hora de me mudar” – diz, risonha.

O assédio moral é uma for-ma utilizada por muitos chefes e patrões para fazer pressão na busca de aumentar o lucro das

empresas. O acordo valoriza os empregados e os conscientiza da necessidade de construção de um ambiente de trabalho saudá-

No dia 29 de março, o gerente administrativo do Banco Mer-cantil do Brasil (BMB), de nome Marcelo, queria obrigar a ban-cária T.P. a fazer uma faxina na agência do Centro, já que a fun-cionária da limpeza havia faltado. T.P. se negou, por não fazer parte do contrato de trabalho. Marcelo, então, aos gritos, mandou a fun-cionária embora da agência.

O Sindicato dos Bancários re-cebeu a denúncia e organizou um protesto na porta do BMB, único

banco que não assinou o Acordo Coletivo de Prevenção ao Confli-to em Ambiente de Trabalho.

vel, promovendo valores éticos. É o primeiro do gênero assinado no Brasil e fruto da luta do Sin-dicato dos Bancários de Limeira.

ricardo e os meninos: um treino de vida

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bmb: banco da maior baixaria

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silvânia vive um momento de espera aflita

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o conselho

Privatizar é preciso?

O Conselho de Administração Escolar (CAE) é formado por 14 membros – efetivos e suplentes –, que representam o Poder Executivo, o Conselho de Escola, a Associação de Pais de Alunos e a Sociedade Civil. Ele aprovou com res-salvas as contas do ano passado da secretaria da Educação.

Antes da privatização da merenda escolar, o secretário de Educação, Antônio Montezano, convocou os diretores de esco-la e os pressionou a aprová-la. Disse que as verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) não seriam liberadas se a merenda escolar não fosse terceirizada. “E se não tiver dinheiro – alertou –, a população vai botar a culpa no prefei-to, que não terá outra alternativa senão jogar a responsabilidade no CAE.” Diante disso, os diretores de escola concordaram com a terceirização, visando a facilidade na gestão, já que a merenda seria responsabilidade de uma empresa e não mais da escola.

a rede municipal Centros Infantis – 19 Escolas de Educação Infantil e Fundamental – 51 Centros de Educação Infantil e Fundamental – 7

na escola carolina arruda, no Parque hipólito

merenda escolar

a privatização das refeições escolaresOs bastidores de um segredo, contados por dois personagens que viveram o episódio

Com a palavra, Edvaldo Mendes da Costa, 40 anos, dire-tor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado – Apeoesp – e presidente do CAE.“Na Escola Carolina Arruda, as crianças quase não têm fei-jão. Servem macarrão com car-ne moída ou arroz com frango. Não tem salada – quando tem é só alface – nem legumes. Os alu-nos almoçam sentados no chão. Segundo alega a diretora, ‘um refeitório, com mesas e cadeiras, serviria apenas para os alunos digladiarem-se. Eles destruiriam o patrimônio, jogando os objetos

cidade a 24 km de Limeira, de R$ 928,9 mil. Outra questão é o cumprimento da lei que de-termina que pelo menos 30% da merenda escolar seja com-prada da agricultura familiar, sem licitação. Até hoje, a Pre-feitura de Limeira não cumpriu essa lei. Em 14 de março, foi empossado o Conselho de Ali-mentação Escolar – CAE. Na ocasião, o prefeito Sílvio Félix declarou que não queria mais a terceirização da merenda, que a responsabilidade pela conti-nuidade ficaria com o Conse-lho. Porém, o contrato com a

Com a palavra, Valéria Pires Silva, 46 anos, coor-denadora da Escola Maria Aparecida de Luca Moore, do Jardim Aeroporto, membro do CAE na época da terceiri-zação da merenda.“A Secretaria de Educação dizia que a cozinha não era apropriada, que não havia am-biente correto para preparar a

alimentação. Mas, com a ter-ceirização, passou-se a usar o mesmo espaço. Contrataram merendeiras, pessoas comuns, que sequer acertam o ponto do arroz. São pessoas desacos-tumadas a fazer comida para muita gente e, nas escolas, são distribuídas três mil refeições todos os dias. E, apesar de eles falarem que tudo é de pri-meira, os alimentos têm baixa qualidade: a carne, por exem-plo, é puro sebo. Antes da ter-ceirização, havia alimentação farta, não faltava comida. O serviço era self-service. Ten-taram novos cardápios, mas não deu certo. Fizeram nugets para as crianças. Elas gosta-ram, queriam mais, mas elas não podem mais repetir. Na sobremesa, servem-se frutas – banana, maçã ou caqui – a

na escola maria aparecida moorecada 15 dias. Nos centros in-fantis há mais frutas. Se ob-servassem mais a escola, o bairro, as famílias, as crianças, eles não mandariam a mesma quantidade de comida para to-das as escolas! As crianças da periferia têm mais fome que as do centro, as necessidades são diferentes. Resultado: falta numa escola e sobra na outra. Mais: como o refeitório não comporta o grande número de crianças, a refeição é servida em duas etapas, e vai das 10 h às 15 h. A diretora é pessoa muito empenhada. Ela faz com que as crianças tenham aulas de informática, lousa eletrônica e dá assistência, inclusive para as famílias. Mas nas escolas que não têm essas qualidades, as crianças ficam quase sem assistência.”

Le Baron, de R$ 14,9 milhões, vale até dezembro deste ano. Por isso, a questão da tercei-rização será discutida este ano na Conferência Municipal de

Educação. Até lá, a Prefeitura deve se adequar à nova reali-dade, realizando concurso para recriar os cargos de merendei-ra e ajudante de cozinha.”

uns nos outros nas brigas que ocorrem no pátio’. Onde a dire-ção da escola verifica a quantida-de, a qualidade e a variedade dos produtos oferecidos, a merenda é melhor. Mas o suco artificial distribuído é insuficiente para as crianças – Limeira, o segundo produtor de laranjas do Brasil, não serve suco natural! Desde o ano 2000, uma lei mu-nicipal prevê a inclusão da fru-ta in natura ou de suco na me-renda escolar. Mesmo assim, a Prefeitura assinou contrato com a Cooperativa de Citricul-tores de Engenheiro Coelho,

edvaldo, presidente do conselho de alimentação escolar

valéria, coordenadora

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merenda escolar cPi da merenda escolar

triste novela

acusados sob defesaA CPI constatou que não

houve irregularidades nem superfaturamento na licitação. No depoimento à CPI, o sócio da SP Alimentação, Genival-do Marques dos Santos, des-mentiu que o prefeito Silvio Félix tenha ficado com propi-na. “Nas outras cidades – não disse quais –, Genivaldo mes-mo fazia o contato e pagava a propina aos prefeitos, mas em Limeira ele ouviu falar que a propina ia para agentes públi-cos. Assim, não existem pro-vas materiais contra o prefei-to” – argumenta o presidente da CPI, Silvio Brito.

Já no caso do vereador César Cortez (PV), Genival-do confirmou o que dissera ao Ministério Público. “A prova material são as qua-se 80 ligações feitas do seu celular para o de Genivaldo. Pedimos a quebra do sigilo telefônico à TIM e caso ela não nos forneça, pediremos em juízo” – diz Silvio Brito. Por seu lado, César Cortez afirma que “apenas duas das 80 ligações foram comple-tadas, as demais caíram na caixa postal”. O Ministério Público, que já teve acesso

ao sigilo telefônico, confir-ma a versão.

Sobre o apartamento de R$ 150 mil, comprado em Campinas, com o suposto dinheiro de propina, o ve-reador apresentou as decla-rações de imposto de renda para comprovar que o apê foi adquirido com grana própria. “As declarações comprovam que a União recolheu R$ 650 mil em imposto até 2010. Fica cla-ro que ele tinha renda para comprar o imóvel” – absol-ve-o Silvio.

Outro acusado de rece-ber propina foi o ex-verea-dor Carlos Gomes Ferraresi, cujo nome aparecia na pla-nilha de pagamento da co-missão fiscalizadora. “Ele entrou de gaiato na história” – argumenta Silvio.

“terceirizar não é problema”

“a qualidade da merenda piorou”

Prazo vencido?

O secretário de Educação, Antônio Montezano, afirma que não tem problemas desde que terceirizou a merenda escolar e garante que a imprensa diz coisas sem apurar. “A impren-sa fala muita bobagem, diz que gastamos R$ 6 milhões! E mes-mo que fossem R$ 6 milhões, o serviço público era ruim. Com a empresa privada, serve-se arroz, feijão, carne e legumes. Recla-mam que não sirvo fruta, mas, por R$ 1,60 cada refeição, não há como oferecer fruta todo dia. Na gestão anterior, havia sopa de fubá e arroz doce no almoço. Hoje servimos macarrão com legumes e uma verdura, melho-rou ou não?” – compara Monte-zano. “Mais: quando a nutricio-nista fala que a criança tem de comer fígado, coloca-se fígado

no cardápio. E no dia em que foi servido fígado na merenda, deu a maior confusão porque fun-cionário não come fígado. As crianças, na base do aviãozinho, abrem a boca e pronto” – conta.

Montezano prefere privati-zar o serviço da merenda para garantir que professoras e di-retoras só se preocupem com a

A diretora Elci Peixo-to Santos, da Escola de Educação Infantil e Ensi-no Fundamental Cassiana

educação das crianças. “Sou a favor da terceirização da meren-da e da faxina, sim. Seja lá qual empresa for. Quando a merenda não era privatizada, os funcio-nários reclamavam de dores e não trabalhavam, pois tinham benefícios de doze faltas abo-nadas por ano. Era uma regalia imerecida” – diz o secretário.

Sobre a relação que possui com as empresas privadas, ele responde: “É profissional, elas prestam serviço, eu pago. Não favoreço nenhuma empresa de alimentação. A Le Baron – que cuida da merenda das escolas, substituindo a SP Alimenta-ção – quer ganhar dinheiro, ela não faz obra de caridade. O problema é se eu pagar um preço justo e ela não executar bem o serviço” – finaliza.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda Escolar, que apura as denúncias de

irregularidades no contrato entre a Prefeitura de Limeira e a SP Alimentação, está chegando ao fim. E apenas Eloízo Durães, dono da SP Alimentação, que ficou calado durante o interrogatório da CPI, graças a um habeas corpus, está enrolado: as investigações

do Ministério Público abrangem 70 cidades onde sua empresa atuou; Limeira é só a ponta do problema.

Maria Soares Lenci, analisa a terceirização da merenda de duas formas: a mão-de-obra e a qualidade. “Antes eu tinha auxiliares gerais que eram merendeiras, cargo extinto nas escolas. Hoje não interferimos no trabalho da merenda. Se alguém falta, a empresa põe outra pessoa no lugar. Isso melhorou” – explica Elci. Po-rém, a qualidade da merenda piorou. “Na carne moída que eles enviam, está escrito que é patinho. Mas a gente perce-

be que é carne de qualidade inferior. Além disso, muitas crianças não comem peixe nem fígado. Então, no dia em que são servidas essas mis-turas, elas só comem arroz, feijão e salada” – conta Elci.

Segundo o secretário, o cardápio nas escolas é pa-dronizado e, diariamente, um cartaz é afixado infor-mando o que a criança vai comer. Mas na porta dessa escola, no bairro CECAP, não havia o cartaz.

silvio brito, presidente da cPi

o secretário montezano

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“Funcionárias da empresa Le Baron, ouvidas pelo jornal Brasil Atual, denunciam que os alimentos enviados às es-colas seguem um ritual inade-

quado: a escola recebe uma re-messa de alimentos perecíveis na segunda-feira que deveria durar até sexta-feira, porém, na quinta-feira, alguns deles já

estão estragados. “Houve uma semana na qual os pepinos fo-ram para o lixo, pois estavam podres, murchos e sem condi-ções de esperar até sexta-feira.

a diretora elci Peixoto

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carnaval

a volta triunfal da maior festa popular brasileira

uma zorra total

Dois anos se passaram desde o último desfile de blocos e escolas de samba em Limeira

Em 2009, sem nenhuma explicação da Prefeitura, de repente o carnaval de rua de Limeira terminou. A folia se foi. Acabou-se a cultura da fes-ta de rua. A população perdeu o espaço de brincadeiras, de novas amizades, de novas his-tórias. Mas 2011 mostrou que a cidade recomeça uma nova

O bloco da Diversida-de, organizado pela ONG Centro de Apoio à Diver-sidade (CAD), com o tema Fim de Vários Preconceitos, veio disposto a quebrar vá-rios tabus. Com as cores do arco-íris, plumas e paetês, ele levantou a plateia com sua performance. Contou com 100 integrantes LGBT – lésbicas, gays, bissexuais e transexuais – e heteros-

música tititi

viola de todos os cantos amor novo, vida novaCidade será sede de uma das eliminatórias do festival Nívea Stelmann, a nova paixão de Elano

Realizado pela EPTV, em parceria com a Pauta Música e Eventos, o festival Viola de Todos os Cantos reúne, desde 2003, artistas de todos os can-tos do país para manter viva a tradição das modas de viola e apresentar a magia e o encanto

Carlos, Varginha, Sertãozi-nho e Poços de Caldas, onde ocorre a etapa final. Limeira vai receber a segunda elimi-natória, dia 21 de maio. Até o dia 31 de março, compo-sitores, violeiros e intérpre-tes puderam se inscrever no festival pelo site www.eptv.com/viola. A divulgação das músicas classificadas será no dia 16 de abril. Mais infor-mações podem ser obtidas pelo telefone da EPTV Cam-pinas – (19) 3776-6435.

fase, que a população curte a ideia. Novos blocos e escolas de samba se formaram e pla-nejam agora ações para o ano todo, com o intuito de melho-rar o carnaval.

Saíram às ruas este ano os blocos Miss e Mister Limeira, Corporação Arthur Giambelli, Mascarones, Bonecos de Olin-

da, Populares, Frevo, Diver-sidade, Ás de Ouro, Anime, Amigos do Dito e as Escolas de Samba Fúria Abilião, Fundo Social de Solidariedade e Lobo de Prata. O carnaval 2011 mos-trou que a sociedade organiza-da, com poucos recursos mas muita criatividade e humor, faz uma festa animada e colorida.

sexuais, que provocaram discussão sobre os precon-ceitos contra negros, índios, deficientes físicos, além da terceira idade, que também sofre pela falta de respeito e cuidados. A escola de samba do Fundo Social de Solida-riedade, também trouxe ani-mação e cores, com passis-tas, baianas, porta bandeira e a bateria mista, na qual idosos tocavam o tamborim.

fantasias, alegorias e animação: o povo de limeira samba nas ruas da cidade

diversidade: blocos e escolas agitam limeira

o casal: juntíssimo

da boa música de raiz. Este será o sétimo ano consecutivo que Limeira receberá o evento, com apoio da Secretaria da Cultura do município.

De 7 de maio a 15 de ju-lho, o festival percorrerá ainda as cidades de Araraquara, São

o público e a premiação do festival: festa bonita

Elano Ralph Blumer, joga-dor do Santos Futebol Clube, está namorando a atriz global Nívea Stelmann. Eles troca-ram beijos e carinhos durante um show do grupo Exaltasam-ba em Santos. Em seu perfil no

Twitter, a atriz deu dicas da in-timidade do casal, no jogo do Santos contra o Cerro Porteño, dia 2 de março: “Gooooool Elano – escreveu ela”.

O filho de Nívea, Miguel, 6 anos, já havia revelado que a mãe namorava Elano, mas ela disse que era brincadeira dele. Depois, admitiu: “Miguelito sempre está certo”. Mas foi na festa de lançamento da novela “Morde e Assopra” que Nívea se derreteu: “Ele é tudo de bom, estamos muito bem”.

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futebol

oscar, o paizão coruja do craque roberto carlosEle continua motorista de perua escolar em Cordeirópolis. Por puro passatempo

Oscar Pereira da Silva, pai de Roberto Carlos e de qua-tro filhas, é um baiano de vida simples, criado na roça da re-gião de Garça, onde carpiu muito café. Desde 1981, seu Oscar mora em Cordeirópo-lis, onde trabalhou de ajudante geral na Bignoto, indústria de urnas mortuárias, e depois foi caminhoneiro até se aposentar. Hoje, além de ajudar a adminis-trar os bens de Roberto Carlos, ele não deixou de ser motorista. Há nove anos ele é condutor es-colar, sua grande paixão.

O seu Oscar lembra que o momento duro da separação ocorreu justamente na ida do fi-

lho para Araras, em 1986. “Não tinha como acompanhá-lo, ti-nha o compromisso do susten-to da casa.” Para a mãe, Vera Lúcia da Silva, viver longe do

filho sempre foi difícil. “Hoje estou mais acostumada, vejo os jogos dele na televisão, é como se morassem juntos” – disse ela, pouco antes de o filho de-

cidir ir para a Rússia, no início deste ano, depois de ser amea-çado de agressão por torcedo-res corintianos inconformados com a desclassificação do time

da Copa Libertadores diante do Tolima, da Colômbia.

Roberto vem sempre a Cor-deirópolis visitar os pais. Ca-seiro, não costuma sair pela ci-dade, a não ser por um grande motivo, como assistir ao show de Milionário e José Rico. Seu Oscar ainda hoje bate uma boli-nha. Em jogos beneficentes em Cordeirópolis e Iracemápolis, ele é convidado para atuar ao lado de grandes ídolos do fute-bol, para ele uma emoção muito grande. Pai orgulhoso, tem para o filho só elogios, e espera que Roberto Carlos continue humil-de e ainda jogue por muito tem-po, e seja feliz.

curiosidadesda roça à rússiaRoberto Carlos nasceu

na roça e lá viveu até os sete anos. Como toda criança, gostava de bola. Os pais vi-ram potencial no menino e foi com muita luta que, aos treze anos, ele foi para Ara-ras, onde começou a se des-tacar no União São João. Na época, ele se dividia entre o trabalho – numa tecelagem – e o time. Lá, ele foi convo-cado pela primeira vez para a Seleção Brasileira Sub-20.

Roberto Carlos então foi comprado pelo Palmeiras, em 1993, e sagrou-se campeão brasileiro. Depois, seguiu para o futebol europeu. Atuou na Internazionale de Milão e no Real Madrid, da Espanha, onde ficou onze anos, con-quistando prestígio mundial –

em 2004, Roberto Carlos rece-beu a cidadania espanhola, mas manteve a brasileira. Na época, ele foi apontado por Pelé como um dos 125 maiores jogadores de futebol vivos.

Em 2007, o jogador deci-diu ter novas experiências e se transferiu para o Fenerbahçe, da Turquia, onde colaborou para que a equipe chegasse às quartas de final Champions

League da UEFA, fato iné-dito num clube turco. Em 2009, Roberto Carlos voltou ao Brasil, ao Corinthians, e foi recepcionado por 6.000 torcedores. Mas um fracas-so do time na Copa Liberta-dores, em 2011, levou-o de volta ao Exterior: Roberto Carlos está agora no Anzhi, time da cidade de Makha-chkala, na República (se-paratista) do Daguestão, no sul da Rússia.

na rússia: traje típico...

o pai de roberto carlos, um baiano criado em garça: orgulho do filho

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roberto carlos na seleção: mais de 120 jogos

Roberto Carlos é conhecido pelo chute forte e pela rapidez. Em testes realizados em 2006, o lateral fez 100 m em 10s9 e ganhou o status de jogador mais rápido do elenco do Real Madrid.

Em 1997, foi o segundo colocado no prêmio de melhor joga-dor do mundo da FIFA, perdendo para seu compatriota Ronaldo.

Roberto Carlos tem mais de 120 jogos pela Seleção Brasi-leira. Jogou três Copas do Mundo. Com ele, o Brasil foi vice--campeão mundial em 1998, na França; campeão mundial em 2002, no Japão; e, desclassificado nas quartas de final em 2006, na Alemanha.

... para enfrentar a neve

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foto síntese – rua quadros sobrinho

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respostas

Palavras cruzadas

sudoku

foto síntese – caverna do diabo

horizontal – 1. Relativo a panorama 2. Relativo a oráculo 3. Patente militar; Símbolo químico da prata 4. Facção criminosa do Rio de Janeiro (abrev.); Nome de ave semelhante a uma pomba pequena 5. Soube; 3,1416; Arquivo Nacional 6. Que tem dimensões avantajadas; Fundo Monetário Internacional 7. Alcoólicos Anônimos; Corpo vegetativo com células pouco diferenciadas, sem caule, raiz e folhas legítimas; A segunda vogal e a última letra do alfabeto 8. Dona da casa onde foi criado “Pelo Telefone”, samba de Donga e Mauro de Almeida; Partida 9. O mesmo que lhe; Que tem conhecimentos obtidos por leituras; Antigo Testamento 10. Adore; Bati asas 11. Mulher de idade madura cuja conduta é respeitável; Quatro, em algarismos romanos 12. Escola de Administração; Ação

vertical – 1. Chiqueiro; Sacerdote budista 2. Lavra; A virgem dos lábios de mel 3. Nariz; Estação de Tratamento de Esgotos 4. Situado no Ocidente; Símbolo do rádio 5. Rota, em espanhol; O caso de declinação que, em algumas línguas, exprime a relação de objeto indireto 6. Facção; Aumentativo de pelada 7. Indígena da Nova Zelândia; Organização dos Estados Americanos 8. Partir 9. Caminho de álamos; Magnetismo pessoal 10. Relativo à organização

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Palavras cruzadas

PANORAMICOORACULARRCAPITAOAGIADAROLALIEPIANGRANDEFMIAATALOEZ

CIATAIDALELIDOATAMEVOEIIMATRONAIVAEAAATO

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