jornal brasil atual - marilia 04

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Jornal de Marília e Região www.redebrasilatual.com.br nº 4 Novembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA MARÍLIA Marília e Garça têm novos prefeitos; Fernão, ainda não Pág. 3 ELEIÇÕES 2012 VINÍCIUS E FANECO Um dos pais do Tropicalismo visita Ourinhos e Garça Pág. 6 MÚSICA TOM DÁ O TOM Professora Maria do Rosário, da Unesp de Marília, ganha prêmio Pág. 2 LITERATURA JABUTI PRA ELA jornal brasil atual jorbrasilatual Os primeiros lances de Neymar no Jardim Glória, quando ele jogava no Grêmio PERFIL JUNINHO DA PRAIA GRANDE RODOVIAS Concessionárias arrecadam R$ 168,09 por segundo – R$ 14,5 milhões por mês Pág. 7 PEDÁGIOS RENDEM UMA BAITA GRANA

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Marilia 04

Jornal de Marília e Região

www.redebrasilatual.com.br

nº 4 Novembro de 2012

DistribuiçãoGratuitamarília

Marília e Garça têm novos prefeitos; Fernão, ainda não

Pág. 3

eleições 2012

vinícius e faneco

Um dos pais do Tropicalismo visita Ourinhos e Garça

Pág. 6

Música

tom dá o tom

Professora Maria do Rosário, da Unesp de Marília, ganha prêmio

Pág. 2

literatura

jabuti pra ela

jornal brasil atual jorbrasilatual

Os primeiros lances de Neymar no Jardim Glória, quando ele jogava no Grêmio

Perfil

juninho Da Praia GranDe

roDovias

Concessionárias arrecadam R$ 168,09 por segundo – R$ 14,5 milhões por mês

Pág. 7

PeDáGios renDeM uMa baita Grana

Page 2: Jornal Brasil Atual - Marilia 04

2 Marília

expediente rede brasil atual – marília e regiãoeditora Gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 15 mil exemplares distribuição Gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.rede-brasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected] ou [email protected] facebook jornal brasil atual twitter @jorbrasilatual

jornal on-line

eDitorial

As eleições municipais mostraram ao País que a mídia co-mercial tem, sim, um lado: o da incondicional defesa de um projeto nacional que não tolera a vitória dos partidos mais afeitos à causa dos trabalhadores, pela inclusão e contra a mi-séria e a barbárie. Este ano, essa tal mídia – o PIG, o Partido da Imprensa Golpista – teve a seu lado os homens que vestem a capa escura do Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar (até a véspera da eleição) aqueles que eram tidos como responsá-veis pelo famoso Mensalão e a culpá-los com as penas da lei, sem ao menos terem uma prova contra os acusados. Valeram, sim, os indícios de culpabilidade, o que muda cabalmente o viés da Justiça empregada no Brasil até aqui. Parte do país assistiu a isso com a sensação de repugnância e despudor. No fim, eles foram derrotados de novo, mas o exemplo ficou para que se tomem medidas para evitar essa afronta à democracia.

Afora isso, o jornal Brasil Atual – Marília mostra uma realidade pouco conhecida dos torcedores brasileiros, que aprenderam a ser fãs do melhor jogador do futebol nacional na atualidade: a infância de Neymar, vivida no Jardim Gló-ria, na Baixada Santista, bairro da periferia da Praia Grande, onde ele começou defendendo um clube que existe até hoje, o Grêmio, e onde estão os antigos amigos, que esperam uma visita do craque, ainda que seja apenas de reconhecimento pelas velhas amizades. É isso. Boa leitura!

Marília ganha mais um jabutiDocente da Unesp de Marília fatura na categoria educação

literatura

A educadora Maria do Ro-sário Longo Mortatti, da Unesp de Marília, ganhou o Prêmio Jabuti, na categoria educação, da Câmara Brasileira do Livro, principal prêmio editorial do país, com a obra Alfabetização no Brasil: uma história de sua história. É a quinta vez que um intelectual ligado a Marí-lia obtém o Jabuti. O primeiro escritor daqui a vencer o Jabuti foi o alfaiate Osório Alves de Castro, em 1962, com Porto Calendário, obra elogiada por Guimarães Rosa. Depois, o romancista Domingos Pelle-grini, morador de Marília na infância, conquistou o prêmio

em 1977, com O Homem Ver-melho e repetiria o êxito em 2001, com O Caso da Chá-cara Chão. Antes, o jornalista José Arbex Júnior já conquis-

tara o Jabuti, em parceria com Cláudio Tognolli, ao escrever O Século do Crime. O mais recente mariliense a vencer o Jabuti foi o dramaturgo e jor-nalista Oswaldo Mendes, em 2010. Ele ganhou na catego-ria biografia pela obra Bendito Maldito, uma biografia de Plí-nio Marcos.

Os melhores livros de 2011 nas 29 categorias do 54º Prê-mio Jabuti foram anunciados em 18 de outubro. A premiação será em 28 de novembro, quan-do serão conhecidos os vence-dores das categorias Ficção e Não Ficção. A Editora Unesp já recebeu 19 estatuetas.

curso gratuito ensina o cultivoElas requerem cuidados, mas muita gente não sabe

orquíDeas

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a As-sociação dos Orquidófilos de Marília formam novas turmas para o Curso Básico para Cultivo de Orquídeas. As aulas serão aos sábados, dias 10 e 17 de novembro, das 14 h às 17 h, na sede do orquidário, com o presi-dente da Associação, Paulo Cesar de Araújo. O curso e a apostila são gratuitos. Quem não tiver a planta, pode adquiri-la lá mesmo, assim como o material para o cultivo, a custo reduzido.

Na primeira aula, o alu-no deve apresentar o xerox da carteira de identidade e do comprovante de residên-cia. Para efetuar a inscrição, o interessado deve ligar para o Centro de Educação Am-biental Curupira, no telefone 3454-3400. O orquidário da Associação fica no Bosque

Municipal Rangel Pietra-roia, fundado há mais de 40 anos e que possui mais de 700 espécies de orquídeas nativas do Brasil e de outros países, sendo a maioria de propriedade de membros da Associação.

O local fica aberto para visitação pública de quarta- -feira a domingo, a partir das 8 h. O orquidário tem uma entrada próxima ao lago e outra pela Rua Santa Helena, 1400. Mais infor-mações pelo telefone 3454--9886.

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3Marília

os resultados de Garça e Marília

uma família de políticos

fernão: nova eleição

o início do processo de transição

Deu Faneco, do PSDB, e Vinícius Camarinha, do PSB

eleições 2012

Garça teve quatro candidatos a prefeito e elegeu José Alcides Fa-neco, do PSDB, com 41,15% dos votos. A cidade elegeu 13 vereado-res: PTB, PSDB e PR, dois verea-dores cada um; e PSD, PP, PT, PPS, PSB, PSC e PDT, um vereador.

Em Marília, seis candidatos a prefeito e 271 candidatos a vere-ador disputaram as eleições mu-

de, quando cursava a Facul-dade de Direito e se tornou vice-presidente do Diretó-rio Acadêmico. Em 2002, ele foi o deputado estadual mais votado do município. Em 2006, foi reeleito e, em 2010, obteve o tercei-ro mandato, que agora ele abandonará para assumir a Prefeitura de Marília.

O município de Fernão, a 50 km de Marília, poderá ter nova eleição municipal: o Tribunal Superior Eleito-ral (TSE) rejeitou recurso do candidato a prefeito mais votado, Emerson Marcello Baraldi (PSDB), que teve a candidatura indeferida. Com isso, seus votos, que somaram mais de 50% do total, podem ser anulados e o TSE agendar nova elei-ção, no prazo de 20 a 40 dias. A candidatura de Ba-raldi foi indeferida depois que o atual prefeito e can-didato à reeleição, Adelcio Aparecido Martins (PR), e o Ministério Público Elei-toral (MPE) ingressaram com ação de impugnação na Justiça Eleitoral sob o ar-gumento de que existia uma condenação criminal transi-tada em julgado contra ele, o que o deixaria inelegível.

Segundo a Justiça Elei-toral, o candidato foi con-denado a um ano de prisão – pena substituída por pres-tação de serviços à comu-nidade – por comercializar combustível na cidade em desacordo com a lei. O juiz José Alfredo de Andrade Filho entendeu que o crime foi cometido contra a eco-

nomia popular e enquadrou Baraldi na Lei da Ficha Limpa por afetar a coletivi-dade. Com a decisão, ele foi considerado inelegível pelo prazo de oito anos após a extinção da pena.

O candidato recorreu à Justiça Eleitoral e ao Tri-bunal Regional Eleitoral (TRE), mas os recursos fo-ram negados. Em novo re-curso, interposto junto ao TSE, os ministros Laurita Vaz, Arnaldo Versiani, Lu-ciana Lóssio, Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia (presidente) rejeitaram o pe-dido. O advogado de Baral-di, Evandro Dias Joaquim, informou que tentará rever-ter o indeferimento da can-didatura de seu cliente por meio de recurso extraordiná-rio ao Supremo Tribunal Fe-deral (STF), última instância do Judiciário. “A Justiça Eleitoral desrespeitou regras constitucionais de ampla de-fesa e o contraditório” – de-clara. O atual prefeito disse que só irá aguardar a decisão da Justiça para a realização de novas eleições. “Foi justa essa decisão. Ele foi enqua-drado na Lei da Ficha Limpa por adulteração de combus-tível” – afirma Martins.

O prefeito eleito de Marí-lia, Vinícius Camarinha, e o atual prefeito, Ticiano Toffoli, iniciaram uma série de reu-niões da comissão de transi-ção do governo municipal. O primeiro encontro foi no dia 26 de outubro, no Univem. É o prefeito que sairá no dia 31 de dezembro informando o prefeito eleito sobre a rea-lidade da Prefeitura. Trata-se de um processo realizado sob a orientação do Cepam (Cen-tro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal). “As informações nos ajudarão a conhecer as pendências, os contratos, o funcionalismo e as dívidas da Prefeitura” – diz Vinícius.

Logo após as eleições, Tof-foli solicitou a criação da co-missão à Câmara para garantir uma transição séria e trans-parente. “O Vinícius vai en-frentar dificuldades. A dívida

ultrapassa os R$ 150 milhões, mas vamos informá-lo de tudo para que ele dê início ao seu trabalho.” A primeira reunião durou cerca de duas horas e novas datas foram agendadas para o mês de novembro. As discussões serão registradas em ata e a previsão para con-clusão dos trabalhos é dia 30 de novembro. “Entregamos uma série de questões ao atual governo e esperamos as res-postas nas próximas reuniões. Destacamos a reserva para o pagamento do 13º salário dos servidores públicos munici-pais e os relatórios do Tribunal de Contas do Estado” – revela o coordenador da comissão, José de Souza Júnior.

Vinícius Almeida Cama-rinha nasceu numa família de políticos de Marília. O avô paterno, Josué Camarinha, foi vereador e presidente da Câ-mara Municipal. O pai, Abe-lardo Camarinha, foi vereador, duas vezes deputado estadual e três vezes prefeito da cida-de. O interesse do jovem pela política começou na juventu-

nicipais. Com 51,78% dos votos, Vinícius Camarinha, do PSB, foi eleito prefeito da cidade. Tam-bém foram eleitos 13 vereadores – três do PR, dois do PSC, um do PHS, PSB, PSDB, PT, PTB, PSD, PDT e PSL elegeram um vereador cada partido.

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4 Marília

O garoto esbanjava talento entre a molecada e o time de várzea do Jardim Glória Por Enio Lourenço

Perfil

neymar em Praia Grande, no tempo em que era juninho

os primeiros chutes no campo do time de várzea

Neymar da Silva Santos Júnior nasceu em Mogi das Cruzes e teve uma infância nômade devido às empreitadas futebolísticas do pai, também ele um atacante. Antes de a fa-mília Silva Santos desembar-car na Baixada Santista, eles moraram em Várzea Grande, no Mato Grosso, onde o Seu Neymar vestiu a camisa do Operário Futebol Clube e se sagrou campeão estadual, em 1997, quando Neymar Júnior tinha cinco anos de vida.

Chegando ao litoral paulis-ta, a família viveu na casa da avó paterna do craque, em São Vicente. Com o nascimento de Rafaella, a caçula da família, o espaço tornou-se pequeno e os quatro se mudaram para a Praia Grande, onde viveram nove anos.

No Jardim Glória, na peri-

feria da cidade, o garoto foi se habituando a fazer do futebol o seu estilo de vida. “Cheguei a ter 50 bolas em casa” – re-velou Neymar, aos 14 anos, em entrevista à TV Tribuna. Como a maioria das crianças, ele conciliava os estudos com a brincadeira predileta, jogar futebol. Os amigos do bair-ro contam que podia ser em

casa – num campinho de areia no quintal, feito pelo pai –, na rua, no campo do Grêmio, o “Juninho”, como era chama-do, estava sempre chutando uma bola.

Jonathan Santos Marce-lino, 20, repositor em uma transportadora de tintas, era um dos amigos de Neymar. Ele lembra que almoçava na

casa do atacante e vice-versa e sempre jogava vídeo game. “A gente estudava no Tio Baptista (Escola Municipal José Júlio Martins Baptista), onde fomos campeões dos jogos escolares. Foi uma época muito boa.” O jovem conta que reviu o amigo famoso apenas uma vez, de-pois que a família de Neymar mudou para Santos. “Houve

um jogo da Seleção Brasilei-ra de Futsal, com o Falcão, no Ginásio Poliesportivo Munici-pal, e o Neymar deu o pontapé inicial da partida. Nesse dia, ele saudou o meu irmão, mas não me viu.”

Das fortes lembranças de Jonathan, as que mais o em-polgam são as da molecada jogando bola nas ruas do Jar-dim Glória. As peladas iam de depois das aulas até o anoite-cer. “Teve um dia em que o Neymar trouxe os amigos dele do Gremetal (clube de Santos onde jogava futsal) e chamou a gente para jogar contra eles na rua. Um dos moleques do time do Neymar era o Alan Patrick (ex-jogador do Santos, hoje no Shakhtar Donetsk), mas não conseguiram nos vencer. O jogo terminou 20 a 19 para nós” – diz, entre risos.

A referência em futebol no Jardim Glória é o Grê-mio Praia Grande. Localiza-do ao lado da Via Expressa Sul, o clube – basicamente um campo de futebol –, fun-dado em 1969, é conhecido nos campeonatos amado-res da Baixada Santista. O presidente do Grêmio é o pedreiro Celiano Alfredo da Silva, o Celinho, de 62 anos. Ele conta que é difícil manter categorias de base na agremiação e não mede esforços para manter o que chama de trabalho social. “Muitos garotos treinam

sem ter o que comer. Então, a gente compra pão, mortadela e suco pra eles, antes dos treinos e jogos.”

Neymar era vizinho do Grêmio Praia Grande e resol-veu jogar na várzea do bairro, dos nove aos onze anos. O seu técnico foi Eugênio Silva Rosa, o Biro. Mecânico e ex- -jogador de futebol, ele treina-va o time pré-mirim do Glória, no início dos anos 2000. “O Neymar era um menino tími-do, falava pouco, mas no cam-po era diferente dos outros. Não existia timidez com a bola rolando. Mesmo os garotos

mais velhos não conseguiam segurá-lo.” Celinho e Biro se recordam de que Roberto An-tônio dos Santos, o Betinho – olheiro santista, que revelou Robinho e depois levou Ney-

mar para a Vila Belmiro – es-teve “umas vezes no campo do Grêmio”, observando os jovens jogadores. “Pouco de-pois o Neymar já jogava nas categorias de base do Santos.”

Ambos lamentam ape-nas que o astro da seleção brasileira fale pouco de seu passado no Jardim Glória. “A gente fica triste porque ele não fala nada da época em que esteve no Grêmio. Talvez porque os empresá-rios achem que a gente vai querer alguma coisa” – diz Celinho. Os dois mantêm a esperança de que Neymar faça uma visita para conver-sar com os garotos do bairro ou doar material esportivo para ajudar jovens que têm vontade de um dia se tornar em iguais a ele.

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celinho, presidente do Grêmio, e biro, primeiro técnico

neymar e as lembranças da Praia Grande: a família, o primeiro time e o amigo jonathan

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5Marília

um orgulho do jardim Glória

Em todas as ruas nomea-das por letras do Jardim Gló-ria sempre se encontra alguém que tenha alguma lembrança do pequeno menino franzino, tímido, que falava baixo e para

bola, da destreza e da facilida-de com que a manuseava com os pés. Outros moradores se sentem orgulhos por viverem no mesmo lugar onde um dia morou um dos maiores fenô-menos do futebol e da mídia.

“O pessoal do Glória se sente orgulhoso do sucesso do Neymar na Seleção Brasi-leira e no Santos. Quem sabe um dia ele não aparece aqui para dar um abraço na gente” – afirma de maneira esperan-çosa o seu ex-técnico Biro.

amigo de infância luta para virar jogador de futebol“A nossa infância era

estudar e jogar bola. Eu e o Neymar fazíamos cam-peonatos de futebol na rua. Todo mundo do Jardim Glória parava para assistir. A maioria dos moleques do bairro é habilidosa, porque jogam bola desde criança o tempo todo.”

Diferente do célebre amigo de infância e com-panheiro de peladas de rua, Yago Vieira da Cruz, de 20 anos, é um meia-esquerda que ainda luta por um lugar no futebol. Segundo a mãe, a empregada doméstica Ta-tiane Vieira, o filho “dis-putou a primeira Copa TV Tribuna (na qual Neymar se destacou pelo colégio Liceu São Paulo, de Santos, aos 12 e 13 anos), mas na época não era televisionada”. Gra-ças aos torneios da escola, o garoto teve algumas propos-tas para estudar em colégios particulares, mas recusou: “Não queria sair do meu bairro”.

A primeira experiência

Aos 13 anos, Neymar despontava nas categorias de base do Santos, chamou a atenção dos clubes da Eu-ropa e foi convidado a fazer estágio no Real Madrid. Na iminência de perder o craque, o ex-presidente do alvinegro praiano, Marcelo Teixeira, ofereceu à família Silva Santos R$ 1 milhão em luvas, para o jogador permanecer no Brasil. No ano seguinte, Neymar Jr.

dentro, mas que com a bola nos pés – seja no asfalto quente, na quadra ou no campo – fazia os outros gritarem por ele.

Nas escolas Estadual Oswaldo Luiz Sanchez Toschi e na Municipal José Júlio Mar-tins Baptista nenhum funcio-nário fala da vida escolar do famoso ex-morador do bairro. Mas, nas ruas do bairro, quase todos dizem ter a honra de co-nhecê-lo. E quem o conheceu, criança, fala de boca cheia das habilidades do craque com a

Pequeno milionário

passaria a ganhar cerca de R$ 25.000,00 mensais – va-lor superior ao que recebem muitos jogadores profissio-nais no Brasil.

de Yago no futebol de campo foi a mesma de Neymar. No campo do Grêmio Praia Gran-de, os dois eram parceiros ofensivos. “Os treinos eram no fundo do campo, atrás do gol, porque éramos muito pe-quenos. Na época, o espaço parecia gigante.” Aos 12 anos, os jovens se separaram. Yago fez um teste no Corinthians. “A gente treinava no terrão de Itaquera, mas depois de três meses eu voltei, porque não me adaptei à casa de uma tia e sentia falta da minha família e do Glória” – conta Yago.

Ao retornar à Praia Grande,

Yago seguiu no futsal e na vár-zea até ser descoberto pelo ex-ponta-direita do Santos Mano-el Maria e levado a atuar pelo Jabaquara Atlético Clube, de Santos. “Fiquei três anos, nas categorias infantil e juvenil, e disputei um ótimo Campeo-nato Paulista Sub-17.” Nessa época, o jogador e sua família assinaram um contrato com a CFS Sports. A empresa se tornou dona dos direitos es-portivos de Yago por quatro anos (dos 14 aos 18) e esta-beleceu multa rescisória de R$ 250.000,00. “Do Jabaqua-ra eu tinha chance de ir para o Santos, porque o Manoel Maria era muito influente e já havia levado o Geovânio, hoje atacante reserva do Peixe. Bastava eu ficar mais um pou-co por lá. Mas o meu empre-sário (que ele não diz o nome) vetou a minha permanência.” Yago, então, começou a pingar de clube em clube do Brasil.

Aos 16 anos, ele estava no América Mineiro. Lá, o meia--esquerda conquistou os diri-gentes e treinadores com o seu

estilo de jogo, fazendo com que eles se interessassem em adquirir os direitos federativos da CFS Sports. “Estávamos no hexagonal final do campeona-to mineiro e meu empresário precisava levar o documento à federação autorizando a mi-nha transferência, mas a CFS melou a negociação.”

Yago chamou a atenção de Mauro Fernandes, ex-coorde-nador das categorias de base do Atlético Mineiro – hoje treinador do time profissional do América Mineiro. No Galo, Yago ficou três meses, mas quebrou o tornozelo e ficou oito meses afastado dos cam-pos. Ao se recuperar, disputou torneios por times de empre-sários e, em 2011, foi para o Vasco da Gama. “Foi o lugar onde passei mais dificuldade na vida”. Nos quatro meses em que permaneceu no Rio de Janeiro, a CFS nunca o ajudou financeiramente. “Houve dias em que eu fiquei sem comer. Eu ia para o treino à base de água. Às vezes algum amigo me dava biscoito para comer”

– comenta entre lágrimas o jogador que não contou a situação à mãe, para não atormentá-la.

Sem resposta sobre a sua permanência no Vasco, Yago aguardou o fim do contrato com a CFS Sports, para reaver sua autonomia. Ele voltou a jogar na várzea de Praia Grande e chamou a atenção de novos empre-sários que o levaram a uma peneira em São Bernardo. De cerca de 100 jovens, ele se destacou e foi convidado a fazer uma pré-temporada, a fim de se recondicionar fi-sicamente, com uma equipe profissional de Maria da Fé, no interior de Minas Gerais – no dia da entrevista, Yago se preparava para viajar. Ele diz que existem propostas para realizar seu sonho em outro país: “Não é nada concreto, mas me falaram sobre propostas de Portugal, Alemanha, Suíça e Vietnã. Espero que dê tudo certo. Quero realizar meu sonho e não vou desistir.”

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6 Marília

tom Zé faz turnê gratuita na região Ourinhos e Garça estão na rota deste mago do tropicalismo, que lança o CD no show Lixo Lógico

Música

O evento faz parte da pro-gramação do Circuito Cultu-ral Paulista, que traz de graça espetáculos de teatro, dança e música para a região de Marí-lia. A distribuição de ingressos é de responsabilidade das pre-feituras das cidades.

Também em novembro, a Orquestra Sinfônica de Bo-tucatu se apresenta em Santa Cruz do Rio Pardo (veja pro-gramação). Já as cidades de Assis e Paraguaçu Paulista poderão ver o samba paulista por meio da Cia. Repentis-tas do Corpo. O espetáculo Sambabembom é uma via-

gem poética através dos ca-minhos que levaram o sam-ba a ser reconhecido pelos

a programação de novembro do circuito culturalGarça 09/nov. Música Tom Zé Teatro Municipal Miguel Monico – Av. Rafael Paes de

Barros, 522 – Pólo Arte 20 h

Pompeia 10/nov. Infantil Músico Brasilis – Violinos Shows Quadra de Eventos do Colégio Shunji Nishimura – Rua José Calça, s/nº 16 h

Assis 10/nov. Dança Sambabembom – Cia. Repentistas do Corpo Teatro Municipal “Padre Enzo Ticinelli” – Rua Floriano Peixoto, 757 20h30

Ourinhos 10/nov. Música Tom Zé Teatro Municipal Miguel Cury – Rua Nove de Julho, 496 20h30

Tupã 11/nov. Infantil Músico Brasilis – Violinos Shows Clube dos Comérciarios 17 h

Santa Cruz do Rio Pardo 11/nov. Música Orquestra Sinfônica Municipal de Botucatu Palácio da Cultura “Umberto Magnani Neto” – Rua Conselheiro Antonio Prado, 560 20 h

Paraguaçu Paulista 11/nov. Dança Sambabembom – Cia. Repentistas do Corpo Cine Teatro Municipal “Lucila Nascimento” – Rua Manílio Gobbi, 131 20h30

Palmital 30/nov. Teatro Os Amigos dos Amigos – Coletivo Teatral Filme Bê Centro Cultural Antonio Silva Cunha Bueno – Av. Oriente, s/nº – Jardim das Flores 20 h

incansável inovadorLançado em agosto, no

Circo Voador, no Rio de Ja-neiro, o álbum independente Tropicália Lixo Lógico é a vi-são de Tom Zé sobre o movi-mento que ele ajudou a criar no fim dos anos 1960 com os músicos Caetano Veloso, Gil-berto Gil, Os Mutantes, Gal Costa, Jards Macalé, além do cineasta Glauber Rocha e do artista visual Hélio Oiticica. Tom Zé usa a filosofia – ele cita Aristóteles e Platão – e a neurologia para explicar

o surgimento da Tropicá-lia. Mas suas letras não são óbvias. Os títulos são uma provocação à curiosidade do público – Não Tenha Ódio no Verão, Navegador de Can-ções, O Motoboi e Maria Clara e Apocalipsom.

Com bom humor e ir-reverência, Tom Zé brinca com as palavras, faz troca-dilhos com letras e nomes de pessoas e mostra origina-lidade e ousadia, caracterís-ticas de sua trajetória.

críticos como um dos ritmos mais interessantes da música mundial.

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7Marília

Pedágios paulistas arrecadam r$ 605 mil por horaViagem de ida e volta de Marília a São Paulo consome mais de R$ 100 do motorista

roDovias

Policiais civis agora aprendem técnicas da SwatDelegados, investigadores e escrivães são treinados por quem se especializou no exterior

seGurança Pública

Um grupo de policiais civis participou do curso de especialização em entradas táticas e abordagem policial promovido pelo Núcleo de Ensino Policial, subordi-nado ao Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo – Interior (Deinter 4). Por três dias, o treinamento foi realizado na Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça (Faef), sob a coordenação dos dele-gados Ricardo Luis Coércio e Roberto Alves Batista Jú-nior, ambos de Marília.

Os pedágios paulistas arre-cadam R$ 168,09 por segun-do, ou seja, mais de R$ 605 mil por hora, R$ 14,5 milhões por dia e mais de R$ 435 mi-lhões por mês. Em 2012, esti-ma-se que o valor arrecadado ultrapassará os R$ 7 bilhões. O cálculo é do Pedagiômetro que, desde 1º de julho de 2010, calcula, em tempo real, quan-to se arrecada nas praças esta-duais com base nos relatórios das concessionárias apresen-tados à Assembleia Legis-lativa de São Paulo. Criado pelo jornalista Keffin Gracher, de 25 anos, a ferramenta pro-jeta o montante arrecadado nas rodovias paulistas e traz

informações técnicas sobre os modelos de concessão de pe-dágio no Brasil, a formação de tarifas, as rotas e a localização das praças de pedágios.

Até o dia 24 de outubro, os motoristas deixaram este ano nas estradas paulistas mais de R$ 5,5 bilhões – no ano passado, eles desembolsaram R$ 4,55 bilhões com pedágios. “Quisemos criar algo que im-pacte e sensibilize as pessoas para perceberem que os va-lores são muito altos” – diz Gracher. Em todo o Estado, existem 227 praças de arreca-dação da tarifa, 467% a mais do que havia em 1997, quando o programa de concessão das

rodovias foi iniciado. Naque-le ano, existiam 40 praças de pedágio em São Paulo. Só de 2008 para cá, foram inaugura-das 71 novas praças.

Quem por necessidade profissional vive na estrada sente no bolso o elevado peso da cobrança, além de as pra-ças ficarem próximas uma das outras, o que faz com que via-gens como entre Marília e São Paulo tenham um custo de cer-ca de 15% do salário mínimo. Uma viagem ida e volta de carro para a capital consome R$ 106,00 em pedágio. Aces-se os cálculos do Pedagiôme-tro no site: <www.pedagiome-tro.com.br>.

saídaMarília

r$4,30aGudos

rod. marechal rondon, km 314 - sp-300

r$4,40areiópolis

rod. marechal rondon, km 285 - sp-300

r$3,90botucatu

rod. marechal rondon, km 259 - sp-300

r$10,30itatinGa

rod. marechal rondon, km 208 - sp-280

r$10,30quadra

rod. marechal rondon, km 158 - sp-280

r$9,00itu

rod. castello branco, km 74 - sp-280

r$3,30barueri

rod. castello branco, km 20 - sp-280

r$7,50boituva

rod. castello branco, km 111 - sp-280

chegadasão Paulo

total: r$53,00

Instrutores da Academia de Polícia, os professores já frequentaram diversos cursos de especialização no exterior, inclusive a Swat, que integra a elite da polícia americana. Segundo eles, o objetivo do

treinamento é colocar o po-licial diante de técnicas ope-racionais modernas, usadas pelas melhores polícias do mundo. Em princípio, o curso era oferecido a policiais civis integrantes dos Grupos An-

tissequestros das Delegacias Seccionais de Polícia, mas foi estendido às equipes da DIG/Garra (Delegacia de Investi-gações Gerais/Grupo Arma-do de Repressão a Roubo). Diante da boa repercussão, o diretor do Deinter 4, Benedito Antonio Valencise, ampliou--o, convidando os demais po-liciais da sub-região.

Segundo o delegado Co-ércio, a meta da Diretoria de Policiamento do Interior é que o maior número de po-liciais tenha acesso ao cur-so. Na nona turma do curso,

formada em outubro, havia policiais de Garça, Bauru, Ourinhos, Assis, Tupã e Jaú. “Treinamos entradas táticas, que são as buscas em imóveis e resgate de reféns em cativeiro, usan-do armas longas, e finali-zamos utilizando paintball para preparar para situa-ções de confronto, inclusi-ve com troca de tiros” – diz o instrutor, que destaca: “O objetivo do treinamento é salvar vidas e dar mais segurança ao policial para agir num ambiente hostil”.

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Page 8: Jornal Brasil Atual - Marilia 04

8 Marília

foto síntese – urutau, ave De raPina

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respostas

Palavras cruZaDas

suDoku

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Palavras cruzadas

PaRCOPaiOlERRElEiTaORElaURaBRnaVEGanTEOaDRianOMCTMORPSaaRaBVOanTEiUCanEiPaSCiaTCOaDOOCaOTaRiOS

horizontal – 1. Que é pouco, escasso, minguado; lugar em que se guardam pólvora, munição e instrumentos de guerra 2. a 17ª letra do alfabeto; Porco novo 3. Criminosa; nome que no Oriente se dava às choças em que viviam os primeiros monges ou os anacoretas nos ermos; Sigla de Brasil 4. indivíduo que conduz embarcações através dos mares, rios etc 5. nome de um imperador romano; Ministério da Ciência e Tecnologia 6. Pedra pequeno e redonda em que se amolam facas; abreviação de Relações Públicas; O deserto mais famoso do mundo 7. Que voa ou é capaz de voar 8. Cachaça; Matogrosso, cantor brasileiro; instrumentos usados para cavar ou remover terra 9. Símbolo de Curie, unidade de medida de radioatividade; antigo Testamento; Passado pelo coador 10. Casa usada pelos índios brasileiros como habitação; Pessoas que se deixam enganar facilmente.

vertical – 1. nome de um Estado do nordeste brasileiro 2. Que se areou; Sigla de Cartão de identificação do Contribuinte 3. Roraima; Volta Redonda; Caminhe, ande 4. Tulha, granel5. Designação comum às plantas ornamentais do sul da África, de belas flores e inúmeras variedades 6. Santana, cantor de sucesso; Contração de não é? 7. Que é afetada, pedante, pretensiosa 8. associazione italiana avvocati Tennisti; as duas primeiras vogais; Ou, em inglês9. Magnetismo pessoal; a maior ave brasileira; Genitor 10. Ordem dos advogados do Brasil; Pessoa que presta serviços domésticos 11. Mentira; Sinal de pedido de socorro.

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