jornal brasil atual - jundiai 05

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Jornal Regional de Jundiaí www.redebrasilatual.com.br JUNDIAÍ nº 5 Novembro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA No palco, o artista Eufra faz de tudo: canta, dança, toca, declama, conta causos PERFIL Jundiaí não cumpre lei que obriga cidade a ter creches para as crianças Pág. 3 EDUCAçãO NÃO HÁ VAGAS Jogos dos Idosos fazem inveja a qualquer rapazote da região Pág. 7 ESPORTE VELHOS AMIGOS Máximo Zambotto, uma estrada abandonada pelo governo do Estado Pág. 2 RODOVIA ROTA DA MORTE MODESTO Só NO NOME IMPOSTO Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos Pág. 4-5 PAGAR MAIS E CHORAR MENOS

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rota da morte velhos amigos educação No palco, o artista Eufra faz de tudo: canta, dança, toca, declama, conta causos perfil não há vagas nº 5 Novembro de 2011 Distribuiçã o pág. 4-5 pág. 7 pág. 2 pág. 3 www.redebrasilatual.com.br Jogos dos Idosos fazem inveja a qualquer rapazote da região Máximo Zambotto, uma estrada abandonada pelo governo do Estado Jornal Regional de Jundiaí Jundiaí não cumpre lei que obriga cidade a ter creches para as crianças

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Jundiai 05

Jornal Regional de Jundiaí

www.redebrasilatual.com.br jundiaí

nº 5 Novembro de 2011

DistribuiçãoGratuita

No palco, o artista Eufra faz de tudo: canta, dança, toca, declama, conta causos

perfil

Jundiaí não cumpre lei que obriga cidade a ter creches para as crianças

pág. 3

educação

não há vagas

Jogos dos Idosos fazem inveja a qualquer rapazote da região

pág. 7

esporte

velhos amigos

Máximo Zambotto, uma estrada abandonada pelo governo do Estado

pág. 2

rodovia

rota da morte

modesto só no nome

imposto

Os ricos reclamam muitoe são os que mais sonegam os tributos

pág. 4-5

pagar mais e chorar menos

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expediente rede Brasil atual – Jundiaíeditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário), Antonio Cortezani, Douglas Yamagata revisão Malu Simõesdiagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008 tiragem 15 mil exemplares distribuição gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

jornal on-line

editorial

Há uma coisa corriqueira no Brasil, que se repete de alto a baixo, sempre alteada pela velha mídia: o brasileiro paga imposto demais! Nas páginas centrais desta edição, uma reportagem des-constrói essa verdade imposta pelo conhecido PIG – o Partido da Imprensa Golpista. Porque ao alardeá-la, o PIG só quer fazer eco de seus desejos. A manchete da matéria sintetiza o fato: Os mi-lionários têm de pagar mais (imposto) e chorar menos. Porque, como diz a nossa chamada de capa “Os ricos reclamam muito e são os que mais sonegam os tributos”. Leia, portanto, com aten-ção a principal matéria desta edição e mande-nos suas impressões. Ela é importante para se desfazer a velha ideia de que de tanto se repetir uma inverdade, ela floresce como verdade. Ainda bem que, entre nós, brasileiros, há figuras como o baiano Eufraudísio que, com jeito simples, faz da arte a sua história. Seus espetáculos pelo País, que misturam música à poesia, causos e anedotas a cantigas de roda e trava-línguas bota um sorriso solto na boca das pessoas. Pena que muitos não possam admirá-lo de frente. Porque vivem às escuras ou fazem da escuridão sua luz. É isso. Boa leitura!

saúde

rodovia

e a obra, vai até quando?

a estrada da morte

Hospital de Clínicas de Campo Limpo: novela continua

Máximo Zamboto está abandonada pelo governo

A Prefeitura de Campo Limpo Paulista não faz mais propaganda do Hospital de Clínicas da cidade, cujas insta-lações deveriam ser entregues em agosto e a inauguração era prevista para este ano. O valor inicial do investimento era de R$ 13 milhões, bancados pelo Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES), Nossa Caixa e re-cursos municipais. No entanto, em seu último pronunciamen-to, o prefeito anunciou um

custo de R$ 17 milhões. Segundo a Prefeitura, ainda falta comprar equipamentos e contratar o pes-soal – o concurso foi anunciado recentemente. Pelo visto, a obra deve ser entregue mesmo só em 2012. Coincidência? Não, 2012 é

ano de eleições municipais. O novo hospital se transformou em moeda eleitoral. E a atual administração, no poder há 16 anos, não dá atenção a setores essenciais, como saúde, trans-porte e educação, entre outros.

Uma das mais importantes ro-dovias da região, a Máximo Zam-boto, que interliga as cidades de Campo Limpo Paulista e Jarinu a toda a região, está abandonada pelo governo do Estado. Há vá-rios meses ele prometeu – e não cumpriu – que se iniciariam obras de duplicação e recapeamento nos trechos mais perigosos, onde leva o sugestivo nome de “Rodovia da Morte”, dada a precariedade das pistas, com inúmeros buracos em todo o trajeto.

O trecho de maior perigo é em Jarinu. No início do ano, as chuvas causaram um gran-de deslizamento num talude na pista direita, no quilômetro 64, sentido Jarinu, prejudicando o acesso à rodovia Dom Pedro.

Com isso, o grande fluxo de ve-ículos leves e de caminhões pre-cisa da boa vontade dos agentes que controlam o trânsito local para evitar acidentes.

Não há previsão de reforma no trecho – a obra deveria ser prioridade do governo, mas vai fazer anos em janeiro de 2012.

Até lá, os motoristas que tenham cuidado e usem o bom-senso, porque o período das chuvas se aproxima. E, se com o tempo seco não reconstruíram a estra-da, o que se dirá com as chuvas? A tendência é que aumentem os buracos e que haja novos desli-zamentos de terra no trecho.

máximo Zamboto: estrada vai fazer um ano que está assim

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educação

creche: a população quase sempre perde essa batalhaSem vagas para as crianças, Jundiaí precisa rever seus conceitos sobre educação infantil

Um dos grandes problemas educacionais de Jundiaí é a falta de creches para crianças de 0 a 3 anos. Por lei, elas têm direito ao benefício sem que os responsáveis por elas precisem buscar, na Justiça, o que lhes é garantido constitucionalmente.

Segundo a diretora de po-líticas sociais da Associação dos Aposentados de Jundiaí e Região, Fé Juncal, a demanda por vagas de creches na cidade é muito maior do que as va-gas oferecidas pela Prefeitura. “Hoje as inscrições para as va-gas são abertas por um curto período de tempo e, mesmo

assim, forma-se uma grande lista de espera para o ano se-guinte, que aumenta cada vez mais, sem que a Prefeitura consiga garantir o direito para essas crianças” – explica Fé.

Outro problema, apontado por ela, é que por causa dessa grande lista de espera muitas crianças são obrigadas a fre-quentar as creches em bairros distantes de casa, acarretando transtornos para as mães, obri-gadas a perder tempo para levar a criança à creche ou a contra-tar um transporte para levá-la ao local. “Isso interfere na vida da mãe. Muitas vezes, ela se vê

obrigada a ficar sem trabalho, porque não há uma creche para o filho” – exemplifica, reforçan-do que a educação infantil tem de ser para todos sem distinção.

Na avaliação de Fé Juncal, “é preciso criar mais vagas nas creches, principalmente nos bairros, dizer claramente qual a capacidade que cada uma

tem e aumentar o tempo de inscrição, tornando-o conheci-do da população pelos veículos de informação. Recursos para isso tem” – enfatizou.

É preciso rever conceitos para enfrentar o problemaPara Fé Funchal, mais do

que as questões estruturais, que se referem à quantidade de vagas, falta de educado-res, construção de mais cre-ches, etc., é preciso rever os conceitos para garantir uma educação de qualidade em Jundiaí. Segundo ela, atual-

mente as mulheres estão de forma mais efetiva no mercado de trabalho e necessitam de cre-ches para seus filhos. “As admi-nistrações precisam se adequar a esta realidade na qual vive a mulher nos dias atuais. Muitas delas são as chefes da família ou ajudam a sustentar a famí-

lia” – exemplificou. Em sua avaliação, a administração mu-nicipal necessita de uma políti-ca mais arrojada e de enxergar o porquê da falta de vagas nas creches. “A realidade da mulher no mercado de trabalho é outra em razão de vários fatores, e por isso, independentemente

da condição civil da mulher, as políticas de educação precisam ser mais empreendedoras” – sa-lienta. Além disso, a diretora de políticas sociais da Associação dos Aposentados de Jundiaí e Região lembra que até pouco tempo se dizia que a creche não era educação e por isso

era vinculada à Assistên-cia Social, mas há cerca de três anos foi absorvida pela Educação. “A educação in-fantil tem um papel social importante e não adianta apenas maior quantidade de creches, mas sim qualidade educacional” – frisa.

Qual é a melhor universidade pública para a região?Discussão sobre criação da Universidade Pública Regional ganha impulso. E adeptos

A ideia de uma universida-de pública em Jundiaí nasceu há alguns anos e possui até um Projeto de Lei no Congresso Nacional (nº 7.954), do depu-tado federal Vicentinho (PT- -SP), que prevê a instalação da Universidade do Trabalhador. Mas há, agora, quem defenda a criação de uma Universida-de Pública Regional, que sur-

giu no concurso Várzea 2022, organizado pela Prefeitura Municipal de Várzea Paulista e Secretaria de Desenvolvi-mento Econômico do Estado.

Com a aprovação pela As-sembleia Legislativa da Lei da Aglomeração Urbana de Jun-diaí, cujo objetivo é elaborar políticas comuns às sete cidades da região – Cabreúva, Campo

Limpo Paulista, Itupeva, Ja-rinu, Jundiaí, Louveira e Vár-zea Paulista –, a Universidade Pública Regional ganhou um defensor, Henrique Parra Parra Filho, da Organização Não Go-vernamental (ONG) Voto Cons-ciente. Diz ele: “O ideal seria que cada cidade tivesse uma fa-culdade, de acordo com o perfil do município – Agronomia, em

Jarinu, Engenharia, em Várzea ou Campo Limpo Paulista.”

Para Henrique, essa pro-posta estimularia o desenvol-vimento das cidades e daria impulso para a população pensar regionalmente. “Hoje, cada Prefeitura tenta trazer a Universidade Pública para a sua cidade. Com o discurso regional, todas ganham.”

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Famílias que ganham até dois salários mínimos gastam 49% da

renda com impostos

Famílias com renda acima de 30 salários mínimos usam 26% da renda para pagar tributos

Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

imposto

os milionários têm de pagar mais e chorar menosA carga tributária pesa mais para os brasileiros de baixa renda do que no bolso dos ricos – que são os que mais reclamam. Reduzir os impostos sobre o consumo, criar alíquotas mais justas e progressivas e taxar grandes fortunas é a reforma tributária necessária Por Vitor Nuzzi

O consultor Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Var-gas (FGV), lembra em artigo que o Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) está previsto na Constituição de 1988, mas depende de lei complementar nunca aprovada. “O IGF po-deria ser cobrado de forma progressiva, arbitrando-se um nível mínimo de isen-ção” – sugere. “O imposto sobre o patrimônio é cobrado com sucesso há vários anos

Os milionários também terão de ajudar no combate à crise mundial. Uma das bíblias do mercado, a revista The Economist, já detectou esse movimento de caça aos ricos. O bilionário Warren Buffett, patrimônio estimado em US$ 50 bilhões, declarou que os ricos deveriam pagar mais impostos, afirmando que, proporcionalmente à sua renda, seu secretário recolhe mais tributos. A declaração de Buffett ecoou mundo afora. Países europeus aumenta-ram o imposto para pessoas de maior renda, com o obje-tivo de reduzir seus déficits.

O número de milionários brasileiros – quem têm mais de US$ 1 milhão na conta – cresceu 6% em 2010 e atingiu 155 mil pessoas, conforme o Merrill Lynch Global Wealth Management e a consultoria Capgemini. Assim, o Brasil se-guiu em 11º lugar na lista mundial, liderada pelos Estados Unidos, com seus 3,1 milhões de milionários, 8% a mais que em 2009. A crise não impediu que o número de endi-nheirados no mundo aumentasse. Ele chegou a 11 milhões no ano passado, 8% a mais que em 2009 – crescimento me-nor que no ano anterior, 17%.

caça aos endinheirados

Brasil tem 155 mil ricos

imposto sobre fortunas À beira de um ataque de nervosNos países europeus e

nos EUA os ricos são cha-mados a colaborar por causa da situação fiscal dos gover-nos. Na Espanha, o imposto sobre patrimônios acima de € 1 milhão atingirá 150 mil pessoas e arrecadará mais de € 1 bilhão por ano. Na Fran-ça, o governo anunciou um imposto de 3% sobre a renda de quem recebe mais de € 500 mil por ano. Iniciativa seme-lhante terá Barack Obama para reduzir o déficit fiscal norte-americano, com uma

proposta de imposto voltado a quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano – teria o nome de Buffett rule (regra Buffett),

Para o presidente da Central Única dos Tra-balhadores, CUT, Artur Henrique, chegou a hora de uma discussão séria so-bre justiça tributária. “Há uma parcela de multimi-lionários que poderiam pagar mais sobre a sua renda” – disse ele à Rádio Brasil Atual. Segundo ele, a discussão sobre a Emen-da Constitucional 29 (os gastos de Estados e muni-cípios com saúde) e a ne-cessidade de ampliar ver-bas para a saúde pública é a chance de rediscutir a re-forma tributária, incluindo o conceito de progressi-vidade – quem tem mais renda paga mais; quem tem menos paga menos.

reforma já

na França, Espanha, Grécia, Suíça e Noruega. Não deu certo em alguns países – Áus-tria, Dinamarca, Alemanha, Finlândia e Luxemburgo –, mas pode dar certo no Brasil. Só saberemos testando.” Na Câmara, um projeto do depu-tado Dr. Aluízio (PV-RJ) cria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF), com cobrança sobre patrimô-nio acima de R$ 5,52 milhões e destinação exclusivamente para a saúde.

em referência ao milionário. “Não é luta de classes. É ma-temática.” – diz Obama.

Para Artur Henrique, iniciati-vas como a de Warren Buffett sig-nificam que “eles sabem ser mais vantajoso ter uma parcela um pouco menor numa sociedade de economia mais dinâmica e com melhores condições de vida”.

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10% mais pobres usam 33% da renda

para pagar impostos

10% mais ricos usam

23% da renda

Quem pode pagar, dribla com facilidade os impostosPara o presidente do Instituto

de Pesquisa Econômica Aplica-da (Ipea), Marcio Pochmann, a arrecadação tributária se con-centra nos pobres. “Os ricos de-monstram capacidade de driblar os tributos” – diz ele. Em relação ao Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), a estimativa do Ipea é de que R$ 1 a cada R$ 3 deixa de ser arrecadado por meio de abatimentos na declaração anual dos segmentos que podem gastar com educação, saúde e previdência privadas.

Segundo Pochmann, poderia haver mais alíquotas do Imposto de Renda, desde que atingissem outras faixas de renda. Hoje, existem quatro: 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. E começam a tributar o assalariado a partir de R$ 1.566,61 – valor abaixo da remuneração média do mercado formal de trabalho.

A recomendação do Con-selho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) – órgão da Presidência da República, formado por re-

país ainda está muito longe da justiça fiscalEstudo da Associação

Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que as pessoas com R$ 1 bi-lhão em aplicações, ou 63 mil cidadãos de alta renda, fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos em bancos.

O presidente do Institu-to Justiça Fiscal, Dão Real Pereira dos Santos, lembra que o sistema tributário au-menta o fosso entre ricos e pobres. “Ele trata de forma anti-isonômica as rendas em função de sua origem. Isen-ta, por exemplo, o Imposto de Renda na distribuição de lucros aos sócios e acionis-tas das empresas, ou sujeita a alíquotas mais brandas os rendimentos de aplicações financeiras” – afirma.

A arrecadação tributária no Brasil, que em 2010 re-presentou 33,56% do PIB, é concentrada no consumo. Assim, um cidadão com renda mensal de um salário mínimo, embora não tenha Imposto de Renda desconta-

presentantes da sociedade – é ampliar o número de alíquo-tas, “para evitar distorções para faixas de renda mais bai-xas”. Ele também sugere que se torne progressivo o IPTU, imposto cobrado pelas pre-feituras. “As favelas pagam, proporcionalmente, mais do que as mansões” – afirma. Ele defende medidas como IPVA maior para veículos como lan-chas, iates, jatinhos. “Quem critica é quem menos paga” – diz Pochmann.

do no holerite, sofre no preço do pãozinho e do leite a mes-ma tributação que o bilionário Eike Batista.

Relatório de 2010 do CDES já afirmava que, em relação aos tributos, “o Brasil caminha no sentido contrário

ao da justiça fiscal”. A injus-tiça se materializa ao desres-peitar o princípio da equidade. “Com o elevado peso dos tri-butos sobre bens e serviços na arrecadação, pessoas que ga-nhavam até dois salários míni-mos em 2004 gastavam 48,8%

de sua renda no pagamento de impostos e as famílias com renda superior a 30 sa-lários mínimos, 26,3%.”

Para facilitar a tramita-ção no Congresso, o governo tende a apresentar a reforma tributária “fatiada”, dividida em quatro etapas. Um dos itens é a desoneração da fo-lha de pagamentos, que pre-ocupa os trabalhadores pelos possíveis efeitos negativos à Previdência. “Considera-mos que para alguns setores isso vai ser muito importan-te. Para outros setores, pode não ser essa a forma melhor de desoneração” – afirmou a presidenta Dilma Rousseff, em discurso no final de se-tembro.

Outros itens a serem dis-cutidos incluem mudanças no ICMS. Um primeiro pas-so foi dado com a aprovação do projeto de ampliação do Supersimples. Mas, em qual-quer mudança, toda reforma precisa incluir um conceito simples, mas nem sempre lembrado, de justiça social. imposto onera indistintamente todas as classes no Brasil

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perfil

a arte pra lá de arteira de eufraudísio modestoO baiano que canta, toca, declama, conta causos e ainda é cordelista e mestre de capoeira

Quando o baiano da cida-de de Floresta Azul, Eufraudí-sio Modesto, 60 anos de idade e há 40 anos em São Paulo, começa a contar um causo, o público, seja ele de jovens, crianças ou adultos, entra em transe. Até o momento do ápi-ce, quando eclode um coro de gargalhadas e, em seguida, muitos aplausos. Qualquer que seja sua performance, es-tarão lá a música, a poesia, o teatro e um bocado de graça.

Como um espírito que che-ga sem avisar, Eufra de repen-te encarna um matuto. Suas mãos, sua face e sua expressão corporal revelam o artista que é, fascinando o público a cada movimento. “É o maior conta-dor de causos da atualidade” – afirma o folclorista Bosco Maciel, de Guarulhos. “Não há declamador e contador de causos com a performance de Eufra Modesto” – diz o escri-tor e cordelista Costa Sena.

Eufraudísio é músico, com-positor, ator, cordelista, pes-quisador da cultura popular e

mestre de capoeira. Afinadís-sima, sua voz de trovão é uma marca registrada. Acompanha-da de seu violão, ela dá nova roupagem a canções de Geraldo Azevedo, Zé Geraldo, Elomar Figueira, Vital Farias, Renato Teixeira, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Luis Vieira, e outros.

No show Causos, Can-tigas e Canções, Eufra faz

um resumo de sua trajetória e resgata o valor da sabedoria popular com contos, causos, versos, trava-línguas, cantigas de roda, anedotas e música brasileira da melhor qualida-de. Recentemente lançou em Várzea Paulista o projeto Fol-clorinhos, no qual apresenta cantigas folclóricas de épocas antigas para crianças e educa-

dores do ensino infantil e fun-damental. “É emocionante ver a garotada cantando as com-posições do tempo das nossas avós. Eu nem imaginava que faria tanto sucesso.”

O artista também é mestre nos palcos. Tem em seu currí-culo as peças teatrais A Noiva do Condutor, Os Saltimban-cos, O Grande Circo Místico,

Caymmi: Lendas do Mar, Dos Festivais, A Era do Rádio e Os Afro-Sambas, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, todas com o elenco do Coral Cênico da Unifesp, com apresenta-ções nos SESCs da Vila Ma-riana, Belenzinho, Pompeia e Santo Amaro, no Memorial da América Latina, Centro Cultural São Paulo, Teatro João Caetano, entre outros. Também participou das peças História do Brasil em Cena, Guerra Salva a Casa e Olha-res de Iaiá. Atualmente, Eufra é supervisor do Departamento de Artes e Cultura de Várzea Paulista, protagonizando jun-to à comunidade um trabalho de criação de uma identidade cultural para a cidade, que hoje vive um momento de real efervescência cultural, reco-nhecida e aplaudida dentro e fora da região.

mais informações

Telefone: (11) 9904-9321E-mail: [email protected]

Site: www.euframodesto.com.brProdução – Sumara Fernanda MesquitaE-mail: [email protected]

homenagem

dia 20 de novembro, o dia da consciência negra Comemorações juntam a subsede da CUT e a Prefeitura de Várzea Paulista

Comemorado em 20 de novembro, o Dia da Cons-ciência Negra é marcado pela reflexão sobre a inserção do negro na socie dade, no mer-cado de trabalho, nas cotas universitárias e no com bate à discriminação racial.

A data homenageia Zum-

bi, líder do Quilom bo dos Pal-mares e símbolo da resistência negra, morto em 20 de novem-bro de 1695. Cerca de 350 cida-des brasileiras adotaram a data como feriado – existe projeto no Congresso Nacional para que a data se torne feriado nacional.

A pesquisa Mapa da Diver-

sidade, da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mostra que um negro ganha, em média, 84,1% do salário de um branco. Nos cargos de gerência, 81,7% são bancários brancos e 14,9% são bancários negros.

“Ninguém é melhor do que o outro por causa da cor da

pele, mas existe um precon-ceito na sociedade que dificul-ta a inclusão e a promoção dos negros no mercado de traba-lho” – lembra Gerson Carlos Pereira, diretor do Sindicato e da CUT-SP.

A Subsede da CUT de Jundiaí e a Prefeitura de Várzea Paulista

realizam atividades de 18 a 26 de novembro. No dia 20, ha-verá Apresentação Cultural e Feira de Artesanato na Praça da Bíblia, às 13 horas.

eufraudísio diverte as crianças com trava-línguas e faz mil encenações

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mais informações

Telefone: (11) 4521-1297Subsede da CUT

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terceira idade

os jogos dos idosos pra jovem nenhum botar defeito

como jundiaí e seus vizinhos se portaram nos jogos

Investir no esporte diminui os gastos com a saúde pública, o que é bom para todosOs Jogos Regionais dos

Idosos – JORI –, em sua 15ª edição, mostram-se duplamen-te importantes: porque há 4,3 milhões de idosos no Estado e porque a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentan-do, e já passa dos 70 anos.

Este ano, cada cidade sede recebeu R$ 120 mil da Se-cretaria de Esporte, Lazer e Juventude para empregar nos alojamentos e na alimentação

dos atletas e realizar uma pro-gramação cultural e de lazer durante a permanência das de-legações na cidade.

Os Jogos foram disputa-dos em nove etapas regionais, oito delas no interior, em 13 modalidades recreativas e es-portivas – atletismo (corrida), bocha, buraco, coreografia (danças), damas, dança de sa-lão, dominó, malha, natação, tênis de mesa adaptado, truco,

voleibol adaptado e xadrez. Os vencedores classificaram-se para a final, em São José dos Campos, de 23 a 27 de novembro. A idade mínima para competir era 60 anos – natação e atletismo tiveram provas especiais para pessoas com mais de 80 anos. A última fase de classificação de nossa regional foi em Itapetininga, de 12 e 16 de outubro, da qual participaram 34 cidades.

O pessoal de Campo Limpo retornou dos Jogos com o sentimento de dever cumprido: o município fi-cou entre os três primeiros colocados em atletismo, dança de salão, coreogra-

trânsito

falta de planejamento trava o tráfego na cidadeSão 250 mil carros que transitam pelas 3.500 ruas de Jundiaí. Há 250 semáforos. Mas e daí?

Segundo o Denatran, Jundiaí possui cerca de 250 mil veículos, circulando pelas suas 3.500 ruas. A ci-dade conta com quase 250 semáforos, alguns dos quais dotados dos mais avança-dos recursos tecnológicos, como temporizador – um equipamento que liga e des-liga um dispositivo elétrico dentro de um tempo previs-to – e sensores inteligentes, os radares eletrônicos. Tudo para facilitar a vida de mo-toristas e pedestres.

Isso confunde o motorista. O que é para ser um equipamen-to de prevenção, pode até cau-sar acidentes”.

Para o sindicalista, há falta de planejamento. “Os radares e semáforos em rotatórias são um absurdo.” Para ele, existe a mentalidade de multar – “uma verdadeira indústria da multa” – e não de organizar o trânsito. A gente precisa de campanhas educativas de trânsito nas esco-las para moldarmos o motorista do futuro; não adianta só co-locar radares e semáforos sem

planejar o reflexo que trazem no trânsito” – diz Gerson.

Para ele, é preciso estimu-lar o transporte público em detrimento do veículo parti-cular, porque isso melhora o trânsito e a poluição do ar. “O transporte é horrível. As pes-soas ficam muito tempo nos terminais. Há filas no embar-que e dificuldade de apanhar os ônibus nos pontos. A cida-de precisa implantar o bilhete único, para garantir a mobili-dade num sistema eficiente de transporte público” – resume.

fia, natação e buraco, e alcan-çou boa pontuação nas outras modalidades. Mas importante para eles foi a harmonia e a in-tegração do grupo.

Jundiaí conquistou 12 vi-tórias e pela primeira vez um

primeiro lugar em coreografia, na abertura do JORI. Já Itupe-va, com a sua maior delega-ção – 34 pessoas –, fez ótima campanha. Cabreúva tam-bém realizou boa campanha e apresentou-se bem em malha,

dominó, buraco, damas, truco, natação e voleibol masculinos – a cidade participará do Cam-peonato Estadual em bocha e dança de salão.

Jarinu participou das com-petições em várias modalida-

des, entre as quais a dança de salão, modalidade com um quê saudosista. Várzea Paulista também foi bem, com a equipe mostrando garra e determinação nas competições.

a delegação de jundiaí obteve 12 vitórias

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Na avaliação do vice-pre-sidente do Partido dos Traba-lhadores, que também é vice--presidente do Sindicato dos Alimentícios, Gerson Sartori, é bom que a cidade tenha ra-dares e recursos eletrônicos, importantes para organizar o trânsito e diminuir aciden-tes. No entanto, “falta uma uniformização da velocidade nas vias da cidade” – diz ele, acrescentando: “Cada radar registra a velocidade máxima permitida num trecho da rua – 40, 50, 60 e 70 km por hora.

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foto síntese – serra do japi

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palavras cruZadaspalavras cruZadas

respostas

palavras cruZadas

sudoku

horizontal – 1. Veloz; coloração 2. Magnetismo; Chego ao porto 3. Símbolo químico do sódio; Sigla da Agricultural Land Reserve; Sigla Essencial Oil 4. Gás ligeiramente azulado 5. Prenome de Coralina, poetisa goiana; Sigla da British Petroleum; Convergência Socialista 6. Que se crava de modo profundo (plural) 7. Anfíbio anuro; Parte inferior da planta; Preposição a mais artigo o;8. Capital da Noruega; Conselho Regional de Psicologia 9. Parte inferior pendente de certas peças do vestuário; Ruim 10. Cidade de Pernambuco; Logradouro 11. Prep. (lat. in) Introduz objeto indireto; Morte

vertical – 1. Mamífero de grande porte, pele grossa e cabeça grande, com um ou dois chifres na testa, patas com cascos e três dedos cada, encontrado na Ásia e África 2. Mulheres guerreiras da Antiguidade; Sigla de um Estado do Norte brasileiro 3. Utensílio usado em trabalhos agrícolas; Obrigações Reajustáveis do Tesouro; Lloyd Aereo Boliviano 4. Que pode viver fora do ar5. Salvador, pintor espanhol; Símbolo de rádio; Associação Riograndense de Bibliotecários6. A maior desonra, ignomínia; Gemido triste e doloroso 7. Situação de concórdia e tranquilidade 8. Expressão chula que significa coito; Que custa alto preço 9. Personagem da mitologia grega; Passar pelo coador 10. Sigla de Rondônia; Dirigir o sopro

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

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sudoku

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palavras cruzadas

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