jornal brasil atual - jundiai 04

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Jornal Regional de Jundiaí www.redebrasilatual.com.br JUNDIAÍ nº 4 Setembro de 2011 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Ninguém suporta mais os engarrafamentos da cidade TRâNSITO Teatro Polytheama, um patrimônio regional que faz 100 anos Pág. 3 CULTURA SÉCULO DE ARTE Hospital começa a dispensar pacientes por falta de vagas Pág. 7 SAúDE DIAS DIFÍCEIS Jundiaí e Itupeva seguem recadastrando os seus eleitores Pág. 2 ELEIçãO ERA DIGITAL é O CAOS! LITERATURA Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA Pág. 4–5 FERNANDO MORAIS LANçA NOVO LIVRO

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trânsito século de arte era digital saúde eleição dias difíceis Distribuiçã o nº 4 Setembro de 2011 Pág. 7 Pág. 2 Pág. 3 Jundiaí e Itupeva seguem recadastrando os seus eleitores Teatro Polytheama, um patrimônio regional que faz 100 anos www.redebrasilatual.com.br Pág. 4–5 Jornal Regional de Jundiaí Hospital começa a dispensar pacientes por falta de vagas

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Jundiai 04

Jornal Regional de Jundiaí

www.redebrasilatual.com.br jundiaí

nº 4 Setembro de 2011

DistribuiçãoGratuita

Ninguém suporta mais os engarrafamentos da cidade

trânsito

Teatro Polytheama, um patrimônio regional que faz 100 anos

Pág. 3

cultura

século de arte

Hospital começa a dispensar pacientes por falta de vagas

Pág. 7

saúde

dias difíceis

Jundiaí e Itupeva seguem recadastrando os seus eleitores

Pág. 2

eleição

era digitalé o caos!

literatura

Os Últimos Soldados da Guerra Fria conta a saga de cinco heróis cubanos presos nos EUA

Pág. 4–5

Fernando Morais lança novo livro

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expediente rede Brasil atual – Jundiaíeditora gráfica atitude ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Leonardo Brito (estagiário), Antonio Cortezani, Douglas Yamagata revisão Malu Simõesdiagramação Leandro Siman telefone (11) 3241-0008 tiragem 15 mil exemplares distribuição gratuita

editorial

Congestionado e irritante. Some-se ao trânsito nosso de cada dia: excesso de carros, ruas mal sinalizadas e muitas vezes esbu-racadas, mãos de direção com critérios técnicos discutíveis, semá-foros mal sincronizados e uma sede voraz da Prefeitura em multar o motorista em vez de organizar o tráfego. Pronto, chegamos a Jundiaí, a “cidade saudável” como alardeia o slogan. Essa é a re-portagem que é tema de capa desta edição, que também mostra a história do centenário Teatro Polytheama.

Falamos também do recadastramento eleitoral que está sendo feito em Jundiaí e Itupeva, das promessas dos tucanos bons de bico de Campo Limpo Paulista e do problema diário enfrentado pelo hospital da Cidade, de Várzea Paulista. Pra coroar a edição, uma entrevista exclusiva com Fernando Morais, o jornalista que lança uma obra que conta as escaramuças da Guerra Fria travada entre Cuba e os Estados Unidos. É isso. Boa leitura!

eleição

recadastramento biométricoEleitores serão reconhecidos pelas impressões digitais

Os eleitores de Itupeva e Jundiaí têm de fazer o reca-dastramento biométrico – pe-las impressões digitais – até os dias 21 de outubro e 16 de dezembro, respectivamen-te, nos cartórios eleitorais de suas cidades. Quem não com-parecer terá seu título cance-lado pelo Tribunal Regional Eleitoral, o TRE.

Há um mês, o movimento de eleitores de Jundiaí ainda

recadastramento eleitoral em Jundiaí e itupeva: obrigatório

era pequeno. Havia temor de que os trabalhos não fossem finalizados no prazo estabe-lecido pela Justiça Eleitoral. Mas a situação, de repente, se inverteu. Segundo a chefe da 281ª zona eleitoral, Carla Vassalo, há mais de mil aten-dimentos diários na central dos cartórios em Jundiaí, na Rua dos Bandeirantes, 103, das 8 h às 17 h.

Ela reforça que o recadas-

tramento só será feito entre os moradores-eleitores de Jun-diaí e Itupeva – há um local, no Centro de Itupeva, onde o cartório recebe a população para o recadastramento bio-métrico. “As pessoas que vêm de Várzea Paulista e de Cam-po Limpo Paulista perdem a viagem” – diz Carla Vassalo.

Ela também explica que os eleitores que desejam transfe-rir seus títulos para Jundiaí ou Itupeva poderão fazê-lo sem a obrigatoriedade de terem que se recadastrar como os demais eleitores. “Para esse público, o prazo para revisão biomé-trica vai se estender até início de maio de 2012” – informa Carla. Ela salienta também que está havendo campanhas de conscientização para a popula-ção, com cartazes afixados em escolas, cartazes distribuídos pelas ruas e divulgações na te-levisão.

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caMPo liMPo Paulista

as obras saem ou não saem?Hospital e Estrada da Bragantina viram enredo de uma triste novela mexicana

O prefeito Armando Hashi-moto (PSDB) transforma a en-trega de suas obras em enredo de novela mexicana. Para os tucanos, o marketing floreia a real situação. Há muita fantasia e pouca ação.

Duas dessas obras estão em compasso de espera e

A exemplo do hospital, o governo municipal mostra que recupera a estrada, para que a população veja a obra. Ao mesmo tempo, retarda a sua entrega, de acordo com a conveniência política.

Campo Limpo Paulis-ta precisa urgentemente das

obras em questão, princi-palmente do hospital, pois a população não aguenta mais ter de se deslocar para outra cidade a fim de ser atendida.

aguardam o momento que eles julgam correto para serem en-tregues: o Hospital da Cidade e a Estrada da Bragantina. O hospital está atrasado. É preci-so comprar os equipamentos, contratar e treinar o pessoal e fazer a vistoria técnica. A uni-dade só deverá ficar pronta em

2012, perto das eleições, para que vire moeda eleitoral.

O mesmo ocorre com a Es-trada da Bragantina, há muito tempo em reforma. O ritmo lento das obras é justificado pela falta de recursos, capta-dos por meio de emendas par-lamentares e outros repasses.

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onde Fica

cultura

teatro Polytheama festeja o seu centenárioO cineteatro é um patrimônio regional que transpira a memória histórica da região

O cineteatro Polytheama, inaugurado em 1911, tem sua origem no final do século 19, quando Albano Pereira apre-sentou à Intendência Munici-pal um projeto para construir, sob concessão, um polythe-ama, ou seja, uma casa que abrigasse espetáculos de cir-co, teatro, dança e cinema. A própria palavra polytheama expressa essa intenção: poly, de origem latina, quer dizer vários; theama, de origem gre-ga, significa espetáculo.

A construção dessas casas de espetáculos foi uma das características do processo de modernização das médias e grandes cidades até o início do século 20, impulsionado pela aceleração dos movi-mentos de industrialização e urbanização. Os cineteatros, juntamente com os cafés, se constituíam em novos lugares da sociabilidade urbana.

Em 1920, o Polytheama era o maior teatro do Estado de São Paulo, com 2.920 luga-res. Em 1927, ele passou por uma radical reforma interna: foram construídos três pavi-mentos. O primeiro com 1.400 cadeiras e 40 frisas; o segun-do, com 44 camarotes; e o ter-ceiro, onde ficavam as gerais e os balcões. Construiu-se, tam-

bém, uma cabine de projeção cinematográfica. Finalmente, em 1928, foi reinaugurado com a apresentação de espetá-culos da Companhia Artística de Clara Weiss.

A partir dos anos 1950, o Polytheama viveu um perío-do de crise. Naquela década, alguns artigos de jornal cri-ticavam o “comportamento inadequado” de alguns fre-quentadores do teatro. Esses documentos apontam, ao mes-mo tempo, para a degradação da casa de espetáculos, que vivenciou nos anos 60, 70 e

parte dos 80 um processo de mudança de costumes e práti-cas sociais. Nos anos de 1970, o Teatro foi colocado à venda, tal era o estado de destruição e o desinteresse das autoridades.

No início da década de 1980, a administração munici-pal adquiriu-o, passando o tea-tro a integrar o patrimônio pú-blico de Jundiaí. Os esforços pela recuperação do Polythea-ma foram concretizados na década seguinte. Dentre os projetos apresentados para sua restauração, destacou-se o da arquiteta Lina Bo Bardi, utili-

zado como parâmetro para as reformas implantadas.

Sua recuperação data de 1996. Ficou conservada a sua história, que se revela nas pa-redes nuas de tijolos, na sua estrutura metálica aparente, na disposição de suas frisas e nos camarotes em forma de ferradura, que se misturaram à linguagem de nosso tempo, a linguagem do concreto apa-rente. Como dizia Lina Bo Bardi: “É o restauro moderno, que guarda do passado aquilo que serve e vive ainda hoje”.

Não só se devolveu à popu-

lação a memória do cotidiano da cidade – as velhas paredes permaneciam como testemu-nhas das grandes produções culturais, dos sonhos e dos sentimentos de seus frequen-tadores –, como se deu conti-nuidade a uma história inter-rompida por quase trinta anos. História que a atual sociedade jundiaiense escreve com os seus sonhos e sentimentos.

Em 2011, o Teatro Polythe-ama fez 100 anos. O seu tom-bamento significa a preservação da memória histórica e cultural de Jundiaí. Atualmente, o teatro abriga o Corpo Estável de Tea-tro, o Corpo Estável de Dança e a Orquestra Municipal de Jundiaí, os projetos Viagem Fantástica pelo Teatro Polytheama, Grandes Espetáculos, Popularização do Teatro, Projeto Matinê e espetá-culos de teatro, música e dança de artistas consagrados, além de exposições de artistas nacional-mente reconhecidos na Galeria Polytheama.

teatro PolytheamaRua Barão de Jundiaí, 176 – CentroTel: (11) 4586-2472E-mail: [email protected] Segunda a Sexta – 8 h às 18 hSábados – 8 h às 13 h

o esplendor e a decadência do século passado estão visíveis na história do teatro

anuncie aqui!E-mail: [email protected]

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literatura

os últimos soldados da Guerra FriaLivro de Fernando Morais relata a saga de cinco heróis cubanos presos há 13 anos nos EUA

Por Paulo Donizetti de Souza

Como surgiu o livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria?Eu estava num táxi com a minha mulher quando ouvi no rádio que agentes da inteligência cubana ti-nham sido presos havia algumas horas. Originalmente eram 14, quatro escaparam. Cinco traíram, fizeram delação premiada, estão em algum lugar do mundo, com nome falso. E cinco não aceita-ram fazer acordo, disseram: “Não somos espiões, nunca quisemos nem queremos tocar num úni-co documento norte-americano, viemos aqui para nos infiltrar em organizações de extrema direita que estavam colocando bombas

O agente René Gonzá-les foi o primeiro a entrar na Flórida, em 1990. Saiu de Havana simulando ser um traidor da revolução cooptado pelo sonho ame-ricano. Nos dois anos se-guintes, seria seguido por outros 13 companheiros, entre eles duas mulheres. A Rede Vespa, como foi bati-zada, estava pronta e tinha a missão de infiltrar-se nas organizações de direita, que jamais digeriram a revolu-ção de 1959. Com apoio de empresários e políticos nor-te-americanos, essas orga-nizações contratavam mer-cenários para sabotagens como lançar pragas contra as lavouras e interferir nas comunicações do aeroporto de Havana. No início dos anos 1990, passaram a pri-vilegiar o terror à indústria

Distante apenas 160 km do maior império militar do mundo, restava ao governo cubano, para defender-se, a inteligência. Os agentes da Rede Vespa, disfarçados em profissões inusitadas como instrutor de salsa em Key West ou personal trainer de milionários de Miami, prote-geram seu país de centenas dessas operações. Em 1998, uma ofensiva do FBI levou à captura dos agentes. Quatro escaparam. Outros cinco ne-gociaram a liberdade em tro-ca de informações. Restaram René e seus companheiros Fernando González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Gerardo Hernán, ainda hoje encarcerados em diferentes presídios de segurança máxi-ma, condenados pela Justiça americana a penas de 15 anos a prisão perpétua.

Habituado a grandes reportagens, o jornalista e escritor Fernando Morais foi atrás da história. O autor de A Ilha (1976, atualizado em 2001) e das biografias de Olga Benário Prestes, Assis Chateaubriand e Paulo Coe-lho (traduzido em mais de 40 países) conhece o caminho das pedras e dá a suas histó-rias narrativas cinematográfi-cas. Antes mesmo de ser es-crito, Os Últimos Soldados da Guerra Fria, lançado em agosto, teve seus direi-tos vendidos para cinema. Trata-se, segundo o autor, de uma história eletrizante como um romance policial. Pena que, a exemplo dos 50 anos de agressões norte-americanas a Cuba, nenhu-ma de suas 350 páginas tenha uma linha sequer de ficção. É tudo verdade.

do turismo, base da economia da Ilha depois da derrocada da União Soviética. As ações in-cluíam de rajadas de metralha-doras contra turistas em praias

cubanas a atentados a bomba em hotéis. As reclamações di-plomaticamente dirigidas ao governo americano eram ig-noradas.

em Cuba, sobretudo na indústria turística”. Quando ouvi essa his-tória no rádio, comentei com a minha mulher: “Pô, isso aí dá um livro”. Na primeira oportunidade que tive de ir a Cuba, comentei com amigos lá da direção do par-tido: “Eu quero fazer essa histó-ria”. Eles diziam que isso podia comprometer a segurança pessoal de muita gente, que era segredo de Estado, e toda vez que voltava a Cuba eu insistia. Em 2005, fui a Havana para a bienal do livro. Na véspera de eu voltar para o Brasil, toca o meu celular. Era o Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional. Eu estava

jantando no Floridita, e ele foi até lá: “Ainda está interessado na história dos cinco?” Em 2008, comecei a falar com familiares, ouvi gente envolvida com eles, governo, inteligência, militares. Ao longo desses três anos pude entrevistar alguns dos presos, por-que eles estão em cinco prisões de segurança máxima, cada uma em um Estado, com regimentos diferentes. Algumas permitiam que eu falasse por internet, outras não. Nas que não permitiam, eu chegava por meio da família, que tinha uma cota de telefonemas mensal; mandava perguntas pelas mulheres, filhos e tal.

Pouca gente em Cuba sabia dessa missão?Ninguém! Só o altíssimo esca-lão, Fidel, Raúl Castro e mais dois ou três dirigentes do parti-do. Os caras saem de Cuba como traidores, como desertores, gente que roubou avião... Teve um de-les que arrancou com o avião de lá e pousou quase em pane seca em Miami. As mulheres não sa-biam, os filhos não sabiam, não podiam saber. Era uma coisa dolorosa, porque a mulher era apontada na rua como a mulher do gusano (traidor). Haja frieza.Tem coisas muito interessan-

Ao longo desses três anos pude

entrevistar alguns dos presos, que estão em cinco prisões de

segurança máxima

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tes. Um deles era comandante de uma coluna de tanques na África, durante a Guerra de Angola, um sujeito com for-mação em Engenharia Aero-náutica na Ucrânia, na União Soviética, que foi dar aula de salsa para os gays em Key West. Outro era comandante de MIG, de caça-bombardeiro, tinha longa experiência em combates, e foi trabalhar como personal trainer, fazer ginás-tica com milionários de Mia-mi. Outro, o Gerardo, chefe do grupo, vendia charges para jornal em Miami. Todos mo-ravam em quitinete, alguns tinham carro, nenhum tinha celular, que começava a apa-recer. O primeiro, o René, vai para lá em 1990, depois vão os outros. Em 1992, a chamada Rede Vespa estava montada.E a ação deles nos EUA con-seguiu evitar...Conseguiu evitar centenas de atentados e permitiu a prisão de vários mercenários, alguns dos quais eu pude entrevistar. Merce-nários estrangeiros que eram con-tratados pelo pessoal de Miami para botar bomba em hotel, em avião, agência de turismo cuba-na. O turismo estava salvando a revolução, então era o que tinham de destruir. É uma história mui-to dramática e ao mesmo tempo eletrizante, você lê como quem lê um romance policial. Tem uma correspondência secreta en-tre o Fidel e o Bill Clinton, com informações que os cinco man-daram de Miami para Havana, e o pombo-correio entre o Fidel e o Clinton era o Gabriel García Márquez. (O objetivo era alertar o governo americano para que impedisse os atentados.) Há quem defenda afrouxar a pena?O ex-presidente Jimmy Carter declarou que espera que o Ba-

rack Obama indulte a pena de-les e os coloque em liberdade. O processo judicial tem um erro atrás do outro. Primeiro, o fato de eles terem sido julgados em Miami, cidade anticubana. É a crônica da condenação anun-ciada. Conversei com muita gente em off que me deu dicas de onde procurar documentos. Folheei 30.000 páginas de ma-terial que eles mandaram para Havana, selecionei 6.000 folhas de papel para trazer e trabalhar em cima. O FBI já estava de olho neles três anos antes de prendê-los. Entrou em todas as casas clandestinamente e todos os dias copiava tudo que eles estavam mandando para Cuba. E esse material eu peguei todo. Tive acesso a grampo telefôni-co, filmagem de gente prepa-rando atentado, transcrição de conversa de mercenários. Abun-dância de material secreto.

tão, esses mercenários recebiam em média US$ 1.500 por bomba. Tem um deles preso em Cuba. Foi condenado à morte por fuzi-lamento e teve a pena comutada para 30 anos de prisão. Esses mercenários têm valor para os americanos...Claro... Tem um americano lá, Allan Gross, que foi a Cuba duas vezes. Na primeira conseguiu bo-tar bomba e escapar, e na segunda foi preso, a partir de informações mandadas pelos cinco. Ia colocar cinco ou seis bombas por US$ 7.500. Eu fui falar com ele. É uma história de dar calafrio.E, com relação ao pedido de Carter a Obama, alguma ex-pectativa?Eu não sei. O Obama não pode desagradar a bancada anticas-trista, ele depende de maioria no Congresso, como todo mun-do. Eu tenho esperança de que o Obama possa indultá-los não neste mandato, mas se for ree-leito. Se indultar agora, a difi-culdade de se reeleger vai ser grande, por isso e pela soma dos problemas que está vivendo. Você vê perspectiva de aber-tura do regime cubano?Você não pode ver Cuba como vê um país qualquer, não se pode discutir a realidade cubana sem considerar o bloqueio. Por exem-plo, um navio japonês que aporte em Cuba – porque o país com-prou dez tomógrafos da Toshi-ba, no Japão –, assim que atraca num porto cubano, ficará não sei quantos meses sem poder atracar em portos norte-americanos. Eles multam empresas pelo mundo. A expressão que usam não é “co-mercializar”, é “traficar” com Cuba. São 50 anos de agressões. Nenhum outro país na história foi vítima da agressão norte-ameri-cana durante tanto tempo em to-dos os sentidos, militar, político, econômico, diplomático.

O regime mantido há 50 anos não ficou um tanto decrépito?O Raúl Castro já fez alguns ace-nos de abertura. É evidente que eles radicalizaram muito quando a revolução triunfou. Pô, estatiza-ram até quiosques de batata frita. Aí você tem de criar um ministé-rio com um bando de burocratas para administrar quiosques de ba-tata frita. Não é papel do Estado... Aparar a barba, cortar o cabelo? Barbeiro do Estado. É eviden-te que assim você desenvolve um dinossauro burocrático, e os cubanos percebem isso. O bloqueio justifica o regime tão fechado?Muita gente me pergunta por que sou solidário à Revolução Cubana até hoje se é um regi-me que tem tantas mazelas. Eu costumo responder o seguinte: tem um outdoor em Cuba que diz “Esta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana”. Que país pode fa-zer isso? A França? Imagina! No inverno, você vê imigrantes dormindo embaixo das pontes. No Japão? Eu fui ao Japão duas vezes para fazer o Corações Sujos, e você vê velhinhos mo-rando em caixas de papelão na

rua, pedindo dinheiro. Em Nova York tem miseráveis. Falo de países do primeiríssimo mundo. Em Cuba você não vê ninguém descalço, banguela. É por isso que sou solidário. Você pode di-zer que a liberdade é um valor universal. Tudo bem, mas eles transformaram um bordel norte-americano em um país civili-zado, um país exemplar. Pode abrir, ter liberdade de expres-são, de organização, partidária? Eu acho que, enquanto houver bloqueio e os Estados Unidos forem inimigos tão agressivos da Revolução Cubana, é difícil.O bloqueio é questão de hon-ra, ou pirraça?É loucura! Cuba tem o PIB da Daslu, uma economia de nada, e é um país de 10 milhões de ha-bitantes. A maior potência béli-ca, econômica e militar do pla-neta está ali, a 160 quilômetros de distância. É a distância de São Paulo a Piracicaba, do Rio de Janeiro a Juiz de Fora. O Fi-del mandou para o Bill Clinton um contêiner do tamanho desta mesa com fitas de vídeo, áudios, grampos, dossiês dizendo quem eram os caras que estavam em Miami financiando o terroris-mo. Por que não prenderam? Podem dizer o que quiserem, que sou dinossauro, não me im-porto. Uma das poucas coisas boas que eu conquistei na vida foi a minha independência. Mercenários eram

contratados em Miami para botar bomba em hotel, em avião, em agência de turismo

cubana

Esta noite 200milhões de crianças

vão dormir na rua em todo o mundo. Nenhu-ma delas é cubana

Quem contratava mercená-rios?Era gente da extrema direita cubana, que começou a se exilar, gente que perdeu banco, usina, indústria, e fica em Miami finan-ciando o terror contra Cuba. En-

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trânsito

o tráfego de Jundiaí piora a cada dia. azar o nossoPrefeitura contrata gente que não organiza o trânsito e só pensa naquilo: multar o cidadão

Excesso de veículos, ruas mal sinalizadas, mãos de di-reção sem critérios técnicos e semáforos mal sincroniza-dos são alguns exemplos que fazem de Jundiaí uma aven-tura na hora de trafegar pelas principais ruas do Centro e, pior ainda, na hora de estacio-nar. Tudo isso é fruto de um sistema de transporte falho, que não atende à demanda de forma confortável e obriga os motoristas a tirarem seus car-ros da garagem.

Com a popularização do slogan “cidade saudável”, muitas pessoas se mudaram para cá, atraídas por uma nova Shangri-la. Porém, vários problemas se agravaram pela falta de planejamento – entre

eles o trânsito –, o que obri-gou o prefeito Miguel Haddad (PSDB) a trazer técnicos de São Paulo para tentar resolver o problema de excesso de car-ros na cidade.

Não adiantou. A solução, então, foi aumentar, sem con-sultar a população, o estacio-namento rotativo (parquíme-tro) para R$ 1,00 a cada meia hora, sem oferecer nenhuma contrapartida, como seguro em caso de dano ou roubo do veículo. Mais: para adminis-trar a indústria da multa, ele contratou uma empresa com grande contingente de agentes de trânsito, que se preocupa apenas em multar – eles ficam escondidos atrás de árvores e postes para pegar infratores.

Nenhum deles busca a fluidez ou orientar os motoristas. Em alguns períodos do dia, há lo-cais congestionados sem um agente de trânsito para organi-zá-lo. Ninguém vê os amareli-nhos. É um verdadeiro salve- -se quem puder!

A administração tuca-na também não se preocupa com a educação no trânsito. As poucas ações nesse senti-do são tímidas e não atingem toda a população. O grande exemplo de descaso é o trevo da Avenida Jundiaí. Nos horá-rios de pico, ela vira um caos. Com a construção de mais um shopping nas proximidades, essa é mais uma importante via de acesso à cidade que não suportará tantos veículos.

concurso cidadonos

Bilhete único, o novo jeito de pagar o transporte Proposta de ex-vereador Gerson Sartori foi a mais apoiada em concurso via internet

Em um processo que teve 3.500 jundiaienses envol-vidos e mais de mil ideias apresentadas, o Concurso Cidadonos – promovido pela ONG Voto Consciente – foi um marco no conceito de “webmobilização” na cidade. No dia 26 de agosto foram anunciadas as 12 ideias mais votadas. Seus autores foram premiados num evento que contou com a presença de diversas figuras políticas do município, como o ex-vere-ador do PT Antonio Galdino e o deputado federal, líder do

PT na Câmara, Paulo Teixeira, além de outros nomes, como os ex-prefeitos André Benassi e Walmor Barbosa Martins, entre outros.

Num período de grandes mobilizações no mundo, que começou com a Primavera Ára-be e se desdobrou em eventos na Inglaterra, na Espanha e no Chile, a internet tem sido um importante espaço de discus-sões e mobilizações, estimu-lando a população, principal-mente a juventude, a participar dos fatos sociais. O Concurso Cidadonos, através do Portal

Cidade Democrática, mostrou-se um importante espaço de críticas e sugestões em Jundiaí. “Diversos segmentos da socie-dade jundiaiense participaram do processo, do poder público à sociedade organizada. Verea-dores, deputados, secretários do Executivo, movimentos sociais, empresas e pessoas indepen-dentes votaram nas propostas, além de apresentarem suas pró-prias ideias” – afirma Henrique Parra Parra Filho, um dos idea-lizadores do concurso.

O tema mais abordado nas propostas foi mobilidade urba-

na – das 12 ideias mais vota-das, cinco foram sobre trans-porte. A vencedora foi a do Bilhete Único, de autoria do presidente em exercício do PT de Jundiaí, o ex-vereador Ger-son Sartori. “A mobilização

foi intensa nas redes sociais, via Facebook e Twitter, além dos e-mails enviados. Tam-bém fizemos reuniões com sindicatos e movimentos so-ciais e, assim, chegamos aos 777 apoios, além de muitos comentários” – relata. De acordo com Sartori, a ideia teve rápida adesão devido ao atual momento da cidade. “O trânsito na cidade está um caos, devido ao fato de termos diversos condomí-nios surgindo e não termos ações de compensação de estrutura urbana” – analisa.

os engarrafamentos na cidade ocorrem quase o dia todo

Bilhete eletrônico na capital

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é lei

aprovado o fim das sacolinhas de plástico em várzea

de coisa fina a vilã

Emenda garante sacolas gratuitas de oxibiodegradável ao consumidorFoi aprovado, por oito

votos a um e uma absten-ção, o Projeto de Lei do vereador Claudinei de Lima Lumes (PT) que põe fim ao uso das sacolas plásticas em Várzea Paulista – a exemplo do que já ocorre em Jundiaí.

A partir de agora, o co-mércio da cidade terá de acondicionar os produtos em embalagens plásticas

biodegradáveis ou reutilizá-veis. As lojas também estão proibidas de cobrar pelas sa-colas de material biodegradá-

isac, o maratonista

Maratona

varzino conquistadorIsac Vasques obtém 2º lugar

O varzino Isac Vasques, 43, conquistou o segundo lugar na prova Green Race - Corrida Fora do Asfalto, realizada no último domin-go, dia 28, no bairro da Santa Clara, em Jundiaí. Isac disputou pela categoria 50 km solo, representando Várzea Paulista, e obteve o segundo melhor tempo, com 4 horas e 1 segundo. “Foi uma prova bem árdua. O ar estava muito seco e es-tava muito quente” – conta o maratonista. É a segunda vez que ele conquista o se-gundo lugar na Green Race – no ano passado, Isac che-gou em idêntica posição.

A prova teve saída do bairro da Santa Clara, às 9 h, e seguiu até a cidade de Cajamar. O primeiro lugar da prova obteve o resulta-

do de 3 horas e 54 minutos e o terceiro lugar, 4 horas e 9 minutos. “Queria dedicar essa minha conquista a Or-lando de Lima César, com-panheiro de longa distância – comemora Isac.

saúde

são vicente: sobrecarregadoJundiaí atende a 30% de pacientes de outras cidades

Na manhã de 23 de agosto, Francisca Soares Santos, de 71 anos, portadora de doença renal, passou mal e foi levada ao pronto-socorro do Hospital da Cidade (HC), em Várzea Paulista. A paciente deveria ser transferida para o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, em Jundiaí, para o pro-cedimento de hemodiálise. Os

tar com o hospital da cidade onde mora e precisa se dirigir a hospitais de outras cidades – o Hospital São Vicente de Paulo atende gente de Várzea Paulista, Campo Limpo, Itupeva, Cabreú-va, Jarinu, Louveira, Itatiba e Mo-rungaba. Pensado para atender cirurgias apenas de média e alta complexidade, o hospital sofre com a alta demanda.

os hospitais de Jundiaí já não suportam as transferências de doentes de cidades vizinhas

filhos de Francisca pediram a transferência dela, devido à gravidade do estado de saúde da idosa, mas o pedido foi re-cusado, pois não havia vaga. Dona Francisca continuava internada em Várzea Paulista até o fechamento desta edição.

Esse foi apenas um dos inú-meros casos que ilustram o dia a dia de quem não pode con-

Quando surgiram, nos anos 1950, as sacolas de plásti-co eram motivo de orgulho das redes de supermercados e símbolo de status entre as donas de casa. Hoje, elas são as vilãs do meio ambiente: sua decomposição leva centenas de anos. No Brasil, as sacolas de plástico oxibiodegradá-veis começam a aparecer nos supermercados. Elas vêm com um aditivo químico que acelera em 100 vezes a de-composição em contato com a terra, a luz ou a água. – ou seja, uma sacola leva três anos para desaparecer.

vel ou oxibiodegradável – em Jundiaí, por exemplo, os su-permercados cobram R$ 0,19 cada uma delas.

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Várzea Paulista

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Palavras cruzadasFoto síntese – JardiM Botânico Palavras cruzadas

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Palavras cruzadas

sudoku

Horizontal – 1. Divisão de ganhos ou despesas; Sigla de Rondônia 2. Nome de certo capitão, romance de Érico Veríssimo; Homem ruim 3. Agência Nacional (sigla); Cosmético em pó, avermelhado, que se aplica no rosto para deixá-lo corado; Partido Republicano 4. Sozinho; Associação Portuguesa de Aviação Ultraleve; Espaço vazio ou desocupado 5. Pessoa que não tem fé; O protocolo sob o qual assenta a internet 6. Sexta nota musical; Norma de proceder ou ponto de vista, em certas conjunturas (plural) 7. É, em francês; Época 8. Nome de uma cidade mineira; Passar pelo coador 9. Sorri; Labareda; Som do cabrito 10. Cabana indígena; Caminhonete usada no transporte coletivo de um pequeno número de passageiros 11. Pedido de socorro; Companheiro de Teodoro na dupla sertaneja

vertical – 1. Nascidos no Brasil 2. Referente aos nomes próprios 3. Rádio Difusora (sigla); Forma sincopada de está; Carta do baralho 4. Nome comum a vários peixes de forma achatada, com três barbatanas no rabo fino com um ferrão na ponta; Unidade Cristã (sigla) 5. Célebre personagem de Walt Disney 6. Fêmea do cavalo; Alcoólicos Anônimos 7. Alimento preparado com leite coalhado por fermento lácteo; Museu de Arte Moderna 8. Bairro carioca 9. Aumentativo de vida; Caminhe 10. Lisonja, adulação; Aliança Ministerial Apostólica Internacional (sigla)11. Metal dourado; Calmo, tranquilo

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